Você está na página 1de 13

Módulo 6

Efetivação de Direitos no Atendimento da População em Situação de


Rua (Política Nacional de Assistência Social e demais mecanismos de
atendimento)

1. Justificativa e objetivos
Neste módulo você aprenderá sobre a importância de um
atendimento mediado às pessoas em situação de rua, aprenderá
sobre o que é proteção social e sobre as instituições que fazem
rede de atendimento para esta população, como o Centro de
Referência Especializado de Assistência Social – CREAS e o
Centro de Referência Especializado para População em
Situação de Rua – Centro Pop. Ficará sabendo como orientar
pessoas em situação de rua para obtenção dos documentos
básicos e para fazer o cadastramento no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal.
Fonte: https://www.freepik.com/
Ao conclui-lo, você estará apto a:

 Conhecer as dificuldades e sutilezas envolvidas na mediação e acolhimento no


atendimento às pessoas em situação de rua.
 Compreender a importância de um atendimento mediado e humanizado para a
inclusão das pessoas em situação de rua nos serviços disponibilizados pelo
estado.
 Listar os serviços disponibilizados pelo estado com foco no atendimento à
população em situação de rua.
 Conhecer os principais documentos de registro civis disponíveis no Brasil e os
locais em que eles podem ser solicitados.
 Compreender a importância do cadastro CadÚnico para a promoção dos direitos
das pessoas em situação de rua.

2. Mediação e acolhimento no atendimento às pessoas em situação de


rua

Fonte: https://br.blastingnews.com/sociedade-opiniao/2017/07/moradores-de-rua-uma-questao-
social-001863535.amp.html
A atuação cotidiana dos profissionais envolvidos na rede de atendimento e garantia de
direitos requer uma constante mediação, seja entre as pessoas atendidas e as
possibilidades de atendimento, seja em relação as possibilidades de serviços que têm a
oferecer, ou mesmo para solucionar eventuais percalços surgidos. A mediação é uma via
que possibilita ao profissional dar objetivo à sua prática profissional e, ao mesmo tempo,
se realizar enquanto ser social.

Segundo ensinam os estudiosos do serviço social as mediações são instrumentos,


técnicas e estratégias construídas na reciprocidade, através das quais a ação profissional
pode passar da teoria para a prática e obter maior operacionalidade e concretude, já que
ajudam a reconhecer as pessoas atendidas como sujeitos sociais, dotados de histórias de
vida particulares que devem ser levadas em consideração.

A pessoa que está em situação de rua pode chegar até os serviços de atendimento com
diversas demandas como falta de documentos, desemprego, conflitos familiares,
problemas com a justiça, problemas crônicos de saúde, ou mesmo apenas fome e sede.
Neste encontro entre quem precisa de assistência e quem trabalha para provê-la é
possível que as coisas não saiam tão harmoniosas como deveriam. Contudo, durante a
realização dos serviços os profissionais precisam perceber como os atendimentos são
extremamente atravessados pelas contradições do sistema opressivo no qual toda
sociedade vive.

Para pensar sobre isso veja o exemplo (fictício) do caso de atendimento de Roberta por
uma equipe da Secretaria de Assistência Social da prefeitura do Rio de Janeiro:

Roberta tem 28 anos, aos 12 após uma briga com a mãe fugiu de casa e desde então
está nas ruas. Hoje vive com os três filhos, uma menina de 6 anos, um menino de 4 anos
e outro de 2 anos entre os bairros da Lapa e Centro do Rio de Janeiro. O pai de duas das
crianças foi assassinado e o do menino mais novo a abandonou recentemente. Para
manter a si e aos filhos Roberta recolhe materiais recicláveis despejados todos os dias
pelos escritórios do Centro, mas também, quando necessário, atua distribuindo drogas
nas noites da Lapa. Em alguns momentos consome pequenas quantidades.

É neste bairro que ela tem sempre tem contato com a equipe da Secretaria Municipal de
Assistência Social quando estão lá para oferecer atendimento, estes encontros entre
Roberta e a equipe da secretaria sempre acontecem com alguma confusão porque
Roberta reage com agressividade quando questionada por algo e quando tentam levá-la
para o abrigo, por ter receio de ficar separada dos filhos.

Diante dos constantes desentendimentos entre os profissionais de atendimento e Roberta


a equipe parou um dia a tarde para discutir seu caso. Durante a discussão começaram a
perceber que também agiam com agressividade em relação a Roberta e até mesmo com
certa indiferença em relação a ela. Sua condição de mãe solteira em situação de rua e
que, eventualmente, traficava e consumia drogas era objeto de julgamento pela equipe
que, nos momentos mais exaltados da discussão do caso chegou a sugerir a intervenção
do Conselho Tutelar para lhe tirar a guarda das crianças e a sua internação compulsória
por conta do uso de drogas.

Clarissa, uma das assistentes sociais, chamou a atenção da equipe para o fato de que
estavam agindo com grande preconceito em relação a Roberta quando a julgavam por
usar drogas próxima aos filhos, que não conheciam as condições de vida dela para além
do que estavam vendo no momento, quando na verdade sua tarefa deveria ser a de
entender as causas das atitudes dela para oferecer um atendimento mais humanizado.
Era necessário, segundo esta assistente social, um olhar de cuidado para com Roberta,
uma forma de abordagem mediada para a criação de vínculos de confiança .
A equipe concordou com a avaliação e pactuou que buscaria formas de ser mais
receptiva com Roberta para lhe dar a chance de falar sobre si e as situações de violências
e privações pelas quais passa.

Quando chegou o dia do atendimento todos estavam preocupados sobre como seria. Ao
chegar perto da equipe Roberta se mostrava um pouco arredia até que Clarissa se
aproximou e puxou assunto sobre o boné que um dos filhos de Roberta usava, durante a
conversa a moça foi se abrindo para o diálogo, a assistente social aproveitou para
explicar a respeito do cadastramento no Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal (CadÚnico) para que Roberta pudesse ser incluída em programas
sociais o que lhe daria acesso aos diversos serviços socioassistenciais. Aproveitou
também para conferir a documentação dos filhos de Roberta e percebeu que uma das
crianças ainda não tinha certidão de nascimento.

A certidão da criança foi solicitada nos dias que se seguiram, o cadastramento foi feito e
Roberta segue sendo atendida pela equipe. Em alguns momentos há divergências, mas a
relação tem sido amistosa e os direitos sociais dela têm sido atendidos.

A história de Roberta com a equipe da secretaria demostra o quanto a mediação tem


como direção a intervenção no cotidiano daqueles que usam os serviços prestados pela
rede assistencial e de garantia de direitos.

O que a equipe fez foi uma ação muito importante para todos os profissionais que se
dispõem a trabalhar no atendimento (assistentes sociais, enfermeiros, médicos,
educadores sociais, professores etc), eles tiveram uma postura de humildade e se
interrogaram sobre suas ações. Ao se abrirem ao encontro com a realidade de Roberta
reorganizaram a relação de hierarquia que existe entre ela e eles.

Ao reconhecer as vivências específicas e perceber a Roberta para além de uma pessoa


atendida, mas como um ser social, os profissionais levaram em conta a sua historicidade,
sua realidade concreta e as contradições existentes em suas relações. Isto os conduziu
para uma intervenção de caminho duplo, primeiro indo em direção a quem precisava de
atendimento acolhendo-a para, a partir daí poder juntamente com ela trazer resolução
para os fenômenos vivenciados.

Atuar em uma posição mais simétrica em relação às pessoas atendidas, respeitar seu
tempo, abrir mão dos rótulos para defini-las, agir de modo a conciliar suas demandas com
os serviços possíveis é tarefa dos profissionais e permite identificar as vulnerabilidades a
serem resolvidas e lhes conduz ao caminho da autonomia.

3. Proteção social e rede de atendimento para a população em situação


de rua

Como foi visto no item anterior um atendimento mediado e humanizado contribui para o
melhor aproveitamento e inclusão das pessoas em situação de rua nos serviços
disponibilizados pelo Estado.

A concepção de estado democrático de direitos trazida pela Constituição Federal de 1988


estabelece que a assistência social, em conjunto com a previdência social, com a seguridade
social e com a saúde, constitui as bases das políticas públicas de proteção social e garantias
de direitos para que todos que aqui vivem possam ter condições dignas.

Para consolidar a ideia de proteção social em 1993 foi promulgada a Lei Orgânica da
Assistência Social (LOAS) – Lei nº 8.742/9349 – que define a assistência social como uma
política de seguridade social, um direito de todos os cidadãos e um dever do Estado
brasileiro, que tem a obrigação de universalizar os direitos sociais.
A LOAS ao longo de mais de vinte anos
de sua promulgação tem fundamentado
a assistência social através da Política
Nacional de Assistência Social e do
Sistema Único de Assistência Social
(SUAS). O SUAS é quem dá
organicidade à política nacional de
assistência social, concebido como um
sistema público não contributivo,
descentralizado, participativo e que
corresponsabiliza o governo federal,
estados, municípios e distrito federal,
sua função é organizar e gerir as ofertas
de serviços, programas, projetos e
benefícios da política de assistência Fonte: https://www.dgabc.com.br/Noticia/1935076/grande-abc-tem-
social em todo país. Ele se divide em ao-menos-302-pessoas-em-situacao-de-rua
três níveis de proteção social: básica,
especial de média complexidade e especial de alta complexidade.

A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, aprovada através da Resolução


CNAS Nº 109, de 11 de novembro de 2009, estabelece uma matriz padronizada com um
padrão mínimo de qualidade para a oferta de serviços, organizados por níveis de
complexidade do Sistema Único de Assistência Social - SUAS: Proteção Social Básica e
Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade. A Tipificação apresenta-se como
uma nova referência para estados e municípios, indicando para os mesmos como devem ser
ofertados os serviços e, estando em desacordo com o referido documento, serve inclusive
como um orientador para a reestruturação e reordenamento dos serviços socioassistenciais.

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA


1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF
2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
3. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas
com Deficiência e Idosas

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL


Média Complexidade
1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias
Indivíduos – PAEFI
2. Serviço Especializado de Abordagem Social
3. Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de
medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)
4. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com
Deficiência, Idosos(as) e suas Famílias
5. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua
Alta Complexidade
6. Serviço de Acolhimento Institucional
7. Serviço de Acolhimento em República
8. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora
9. Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de
emergências

A População em Situação de Rua pode ter seu atendimento realizado em vários serviços
tipificados dependendo de sua demanda ou violação de direito sofrida, porém, quatro
serviços têm foco ou exclusividade no atendimento a este público:
 Serviço Especializado de Abordagem Social: Serviço ofertado de forma
continuada e programada com a finalidade de assegurar trabalho social de
abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho
infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras.
Alguns de seus objetivos são: construir o processo de saída das ruas e possibilitar
condições de acesso à rede de serviços e a benefícios assistenciais e promover
ações para a reinserção familiar e comunitária. Unidade: Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Referência
Especializado para População em Situação de Rua - Centro Pop ou Unidade
Específica Referenciada ao CREAS.

Para conhecer mais sobre os Centros POP e como se dá sua implementação leia a
cartilha de Orientações Técnicas disponível em:

http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orienta
coes_centro_pop.pdf

 Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua: Tem a finalidade de


assegurar atendimento e atividades direcionadas para o desenvolvimento de
sociabilidades, na perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais e/ou
familiares que oportunizem a construção de novos projetos de vida. Tem como
unidade o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua,
que deve promover o acesso a espaços de guarda de pertences, de higiene pessoal,
de alimentação e provisão de documentação civil. Unidade: Centro de Referência
Especializado para População em Situação de Rua - Centro Pop.
 Serviço de Acolhimento Institucional: Oferta acolhimento provisório com estrutura
para acolher com privacidade pessoas do mesmo sexo ou grupo familiar. É previsto
para pessoas em situação de rua e desabrigo por abandono, migração e ausência de
residência ou pessoas em trânsito e sem condições de auto-sustento. Deve estar
distribuído no espaço urbano de forma democrática, respeitando o direito de
permanência e usufruto da cidade com segurança, igualdade de condições e acesso
aos serviços públicos. Os Abrigos Institucionais devem apresentar espaço
semelhante a uma residência, com o limite máximo de 50 (cinqüenta) pessoas por
unidade e de 4 (quatro) pessoas por quarto. Unidades: Abrigo Institucional e Casa
de Passagem.
 Serviço de Acolhimento em Repúblicas: Acolhimento para adultos em processo de
saída das ruas, que oferece proteção, apoio e moradia subsidiada a grupos de
pessoas maiores de 18 anos em estado de abandono, situação de vulnerabilidade e
risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente
fragilizados e sem condições de moradia e auto-sustentação. O serviço deve ser
desenvolvido em sistema de autogestão ou co-gestão, possibilitando gradual
autonomia e independência de seus moradores. É destinado a pessoas adultas com
vivência de rua em fase de reinserção social, que estejam em processo de
restabelecimento dos vínculos sociais e construção de autonomia. Possui tempo de
permanência limitado, podendo ser reavaliado e prorrogado em função do projeto
individual formulado em conjunto com o profissional de referência. Unidade:
República.
Apesar de O CREAS e o Centro Pop oferecerem esses serviços específicos para a
população em situação de rua esta população tem o direito de receber atendimento
em qualquer serviço da assistência social de acordo com a sua
demanda/necessidade adequada ao serviço.

Sobre a importância da implementação de Centros POP veja a reportagem com depoimentos


de profissionais e pessoas atendidas.

Para conhecer mais sobre o CREAS acesse a cartilha com orientações sobre o
serviço em:

https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/cartilhas/pergun
tas-respostascreas.pdf

4. Registro civil de nascimento e documentação legal básica – direito à


identidade e à cidadania

Está expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos que toda pessoa tem direito à
identidade. O Código Civil brasileiro em seu artigo 16 diz que todo cidadão brasileiro tem
direito a um nome, do qual fazem parte prenome e sobrenome. Este direito humano é o
primeiro para o exercício da cidadania que é garantido para as pessoas em situação de rua.

Após o registro em cartório todos recebem uma certidão de nascimento, nela consta o nome,
sobrenome, filiação, local de nascimento e nacionalidade da pessoa. É de posse de sua
certidão de nascimento que o cidadão pode requerer outros documentos básicos que lhe
permitirão participar das eleições, trabalhar com registro na Carteira de Trabalho, estudar,
realizar casamento civil e se cadastrar em programas sociais.
A seguir é apresentado um roteiro para a obtenção do registro civil, da certidão de
nascimento e demais documentos básicos.

Onde
Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais.
solicitar?

O registro pode ser realizado pelo PAI e/ou MÃE,


com apresentação dos seguintes documentos:
• A via amarela da declaração de Nascido Vivo (DN)
fornecida pelo hospital ou maternidade.
• Certidão de Casamento, declaração de União
Estável ou declaração do pai com firma
Certidão de reconhecida autorizando o registro do filho com seu
Nascimento nome, quando realizado pela mãe solteira.
O que
precisa • Se não houver a declaração a mãe pode fazer o
apresentar? registro apenas no nome dela. A Qualquer tempo
ou em cumprimento de determinação judicial o pai
pode comparecer ao cartório e registrar a
paternidade.
• Documento de identificação com foto do pai e da
mãe.
• A 1ª via é gratuita, a 2ª via é emitida mediante o
pagamento de taxa, ou através de declaração de
hipossuficiência no próprio cartório de registro civil.

Carteira de Onde
Posto de Identificação Civil.
Identidade solicitar?
(RG)
Cópia e original ou cópia autenticada dos documentos
abaixo, de acordo com a condição do solicitante:
• Pessoas solteiras: Certidão de Nascimento.
• Pessoas casadas: Certidão de Casamento.
O que • Foto realizada gratuitamente nos postos.
precisa • Original e cópia ou cópia autenticada do CPF e/ou
apresentar? PIS/PASEP. Apresentar somente quando desejar a
inclusão dos respectivos números na Carteira de
Identidade;
• A 1ª via é gratuita, a 2ª via é emitida mediante o
pagamento de taxa, cuja isenção pode ser obtida
através da Defensoria Pública.
Cadastro de GRATUITO: Unidades da Receita Federal ou pelo site
Pessoa www.receita. fazenda.gov.br; ou entidades públicas
Física (CPF) Onde conveniadas.
solicitar? COM TAXA: Também é possível emiti-lo em agências
dos Correios, Banco do Brasil e Caixa Econômica
Federal.

Maiores de 16 anos:
• Documento de Identidade com foto (RG, CNH, etc.).
• Título de Eleitor ou protocolo de inscrição fornecido
pela Justiça Eleitoral.
• Obrigatório apenas para maiores de 18 anos e
menores de 70 anos.
O que Menores de 16 anos, curatelados, tutelados ou sujeitos
precisa a guarda judicial:
apresentar
• Documento de Identidade da pessoa a ser inscrita
contendo a naturalidade, data de nascimento e
filiação (ex. Certidão de Nascimento; RG).
• Documento de identificação de um dos pais, curador,
tutor ou guardião, conforme o caso.
• Documento judicial que comprove a curatela, a tutela
ou a guarda do menor, incapaz ou interdito.

Carteira de Onde Superintendência Regional do Trabalho e Emprego -


Trabalho e solicitar? SRTE/RJ.
Previdência
Social
(CTPS) • Carteira de Identidade, Certidão de Nascimento ou
Certidão de Casamento (apresentar o original ou
O que cópia autenticada de apenas um desses
precisa documentos).
apresentar
• Uma (01) foto 3x4;
A emissão é gratuita.

Título de Onde
Eleitor Zona eleitoral responsável pela área onde reside.
solicitar?
Título de • Carteira de Identidade ou certidão de nascimento ou
Eleitor casamento ou certificado de quitação do serviço
militar.
O que • Se eleitor do sexo masculino, deverá também
precisa apresentar o comprovante de quitação com o serviço
apresentar militar (de 1º de julho do ano em que completar 18
anos até 31 de dezembro do ano em que completar
45 anos)
A emissão é gratuita.

Certificado
de
Reservista
Órgão de Serviço Militar como a Junta de Serviço
(apenas Onde
Militar, Delegacia de Serviço Militar ou a Circunscrição
para solicitar?
de Serviço Militar mais próxima de sua região.
homens
maires de
18 anos)

• Documento de Identidade, CPF, Comprovante de


O que residência e foto 3×4;
precisa • A 1ª via é gratuita e entregue pela autoridade militar.
apresentar A 2ª via é emitida mediante uma taxa, cuja isenção
pode ser obtida através da Defensoria Pública.

DICAS PARA AJUDAR NO ACESSO À DOCUMENTAÇÃO BÁSICA


(Para os casos de pessoas que não tenham sido registradas no prazo legal)

Como proceder? Pode ser feito diretamente no Cartório de Registro


Civil de Pessoas Naturais do município de residência
do requerente, com a presença de duas testemunhas
maiores de 18 anos que declarem conhecer a pessoa
e confirmem sua identidade e com documentos que
comprovem a relação familiar, por exemplo: fotos.
Caso não consiga obter dados essenciais ao registro,
a pessoa também poderá ajuizar uma ação de
requerimento do registro civil, buscando a assistência
jurídica da Defensoria Pública.
Para saber mais sobre o direito ao Registro Civil e documentação básica da
população em situação de rua acesse a cartilha disponível em:

https://drive.google.com/open?id=1CyGW19R90gg0u9OjsPQnG3nmNizbhmmI

Para dicas sobre como tirar a documentação básica acesse a cartilha “A Tutela da
População em Situação de Rua” do Ministério Público do Rio de Janeiro, disponível
em:

http://www.mprj.mp.br/documents/20184/150562/cartilha_tutela_populacao_situaca
o_rua_para_grafica_2.pdf

5. Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal

Incluir as pessoas em situação de rua no CadÚnico é o primeiro passo para retirá-las da


invisibilidade a qual são submetidas, o cadastramento tem um caráter intersetorial e em
conjunto com a obtenção dos documentos de identificação civil e o acesso aos equipamentos
de assistência social significam estratégias indispensáveis para a construção de autonomia
dos assistidos. O cadastramento é feito em locais específicos indicados pelos gestores
municipais e do distrito federal.

Para saber mais sobre o CadÚnico acesse o site específico do Ministério do


Desenvolvimento Social:

http://mds.gov.br/assuntos/cadastro-unico

Compete aos profissionais dos serviços especializados em abordagem social de cada


localidade fazer a identificação das pessoas em situação de rua para que sejam cadastradas,
desta rede fazem parte o Centro POP e, na ausência deste serviço, abrigos, casas de
passagem, repúblicas e unidades de saúde também podem encaminhar as pessoas.
De maneira excepcional, quando uma pessoa em situação de rua recusar ser
encaminhada ao posto de cadastramento, mas demonstrar interesse na inclusão no
CadÚnico, a entrevista e o preenchimento dos formulários poderão ser realizados no
espaço da rua.

O cadastramento segue as seguintes etapas:

Fonte: Cartilha Inclusão das Pessoas em Situação de Rua no Cadastro


Único para Programas Sociais do Governo Federal, pág. 10.
Adaptado.

A ausência de endereço fixo não pode significar entrave para o cadastramento de


nenhum cidadão no CadÚnico, segundo estabelece a Portaria GM nº 177, de 16 de
junho de 2011, pode-se utilizar o endereço de uma unidade de serviço da rede
socioassistencial que a pessoa tenha como referência ou, na falta deste, o endereço
da instituição de acolhimento indicada pela pessoa.

É recomendável que durante a abordagem e a entrevista de cadastramento o profissional aja


com uma postura acolhedora e de respeito com a pessoa atendida. Utilize um jeito de falar
objetivo, de fácil compreensão para explicar a importância do cadastramento.
Além disso, é importante que seja informado que o cadastramento é condição para participar
de programas sociais, inclusive do Programa Bolsa Família, que a cada dois anos ou sempre
que houver alguma mudança nos dados fornecidos deve ser feita uma atualização cadastral.

Há ainda para a população em situação de rua um formulário suplementar que deve ser
preenchido, nele devem constar:
 Seus dados de identificação;
 Qual local onde costuma dormir;
 Há quanto tempo está na rua;
 Quais os principais motivos que o/a levaram àquela situação;
 Há quanto tempo reside no município;
 Se possui relações familiares;
 Se participa de atividades comunitárias;
 Se tem acesso a serviços da Assistência Social e da Saúde;
 Informações sobre trabalho e estratégias utilizadas para obter rendimentos.

Para finalizar veja a reportagem do Ministério do Desenvolvimento Social sobre ações de


acolhimento provisório estimuladas pelo CREAS e Centro POP, os serviços de abordagem
social e a importância do Cadastro Único para assegurar os direitos da população em
situação de rua.

6. Guarde na memória!

 Neste módulo você aprendeu sobre a importância de um atendimento mediado às


pessoas em situação de rua.
 Além disso, você aprendeu sobre o que é proteção social e sobre as instituições que
fazem rede de atendimento para esta população, como o Centro de Referência
Especializado de Assistência Social – CREAS e o Centro de Referência
Especializado para População em Situação de Rua – Centro Pop.
 Para finalizar, nesse módulo, você ficou sabendo como orientar pessoas em situação
de rua para obtenção dos documentos básicos e para fazer o cadastramento no
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
Encerramos este sexto módulo. A seguir, você deverá realizar uma
avaliação de aprendizagem!

7. Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos. Abordagem Policial sob a Ótica dos Direitos
Humanos. Brasília: MDH, 2018.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de


Assistência Social. Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS.
Brasília: MDS, 2011.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de


Assistência Social. Serviço especializado em Abordagem Social - SUAS e População em
Situação de Rua. Brasília: MDS, 2013.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de


Assistência Social Departamento de Proteção Social. Inclusão das pessoas em Situação de
Rua no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Brasília: MDS, 2011.

MELO, T. H. D. A. G. População em Situação de Rua e o "direito a ter direitos". Novos


debates: fórum de debates em antropologia, Brasília, v. 2, n. 1, jan 2015.

MOURA, R. G. D. Serviços socioassistenciais e legitimidade da Defensoria Pública para


tutelar os direitos das pessoas em situação de rua. Revista Jus Navigandi, Teresina, n. 5392,
abr 23. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/65223>. Acesso em: 30 ago 2018.

Você também pode gostar