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Por meio dos movimentos sociais nas décadas de 1970 e 1980, que culminou com a
Constituição Federal de 1988, a assistência social com o campo da Seguridade Social e a
proteção social tomam novos rumos na área dos direitos sociais na sociedade brasileira.
Essa conquista se amplia com a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº
8.742/1993), que inovou ao dispor sobre a organização da Assistência Social e reafirma seu
caráter de direito não contributivo e traz a centralidade do estado na garantia da
universalização dos direitos sociais.
Um dos aspectos fundamentais é que a LOAS, na concepção de Sposati (2007)
constitui o direito à assistência social como dever do Estado e não compensação do
mercado. Ou seja, trata-se de legitimar a caráter político-histórico da assistência social, uma
vez que a LOAS não compactua com ideais Neoliberais, negando essas ações
compensatórias do mercado. Além disso, essa legislação deve ser pedagógica e
democraticamente compelida a dialogar com a população na ação, na decisão e na
avaliação.
Com isso é notório a necessidade de extinguir a ideia de que somente as dirigentes
e/ou técnicas falem pelos os usuários e consequentemente reforçando este caráter
democrático legitimado pela LOAS.
Com a aprovada da Política Nacional de Assistência Social (2004) pelo Conselho
Nacional de Assistência Social – CNAS (Resolução nº 145, de 15/10/2004), tendo como
perspectiva a materialização das diretrizes da LOAS e dos princípios enunciados pela
Constituição Federal de 1988, desse modo:
Art. 106. Fica instituído o Novo Regime Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social da União, que vigorará por vinte exercícios financeiros, nos
termos dos arts. 107 e 114 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Fica evidente que os impactos com a Emenda Constitucional N°95/2016 já pode ser
visualizada, uma vez que o congelamento dos recursos financeiros impossibilita a expansão
da rede de serviços socioassistenciais, como bem está prevista no pacto federativo, e
consequentemente as intervenções sociais diante da população vivendo em extrema
pobreza tende a aumentar cada vez mais.
Uma das problemáticas constatada com a limitação dos recursos financeiros é a
dificuldade que os municípios enfrentam com a manutenção dos equipamentos da Rede
socioassistenciais, entre os quais as equipes limitadas na intervenção da questão social
frente ao aumento dos usuários na busca dos serviços, programas e projetos da assistência
social.
É evidente a fragilidade da assistência social e o desmonte da Seguridade Social
diante de uma política de governo que faz retroceder a assistência social ao viés
assistencialista diante de uma conjuntura neoconservadora.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
BOSCHETTI, Ivanete. A política da seguridade social no Brasil. In.: CFESS. Serviço Social:
Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009;
DEMIER, Felipe; MELO, Demian. Onda Conservadora, Crise Orgânica e Cesarismo de Toga
no Brasil. In: BOSCHETTI, Ivanete; BEHRING, Elaine; LIMA, Rita de Lourdes de. Marxismo,
política social e direitos. São Paulo: Cotez, 2018.
IAMAMOTO, Marilda Villela. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Esboço de uma
interpretação histórico-metodológica. 34 ed. São Paulo: Cortez, 2011
________. Renovação e conservadorismo no Serviço Social: ensaios críticos. 12 ed. São
Paulo: Cortez, 2013;
NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e Serviço Social. 8 ed. São Paulo: Cortez,
2011.
PEREIRA, Potyara Amazoneida Pereira. Estado, sociedade e esfera pública. In.: CFESS.
Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS,
2009;
YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social. 9 ed. São Paulo:
Cortez, 2016.