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Resumo
Assistência social no Brasil sempre foi tratada como uma relação de favor, benesses e
clientelismo. Com a Constituição de 1988 a Assistência Social passou ao status de política
pública, tendo a LOAS ratificado essa condição. Desta forma o presente artigo tem como
objetivo verificar se, após a CF de 88 e a LOAS, a Assistência Social efetivou-se como uma
política social ou continua a ser tratada como uma prática social. Para tanto, realizou-se uma
análise da construção da Assistência Social no Brasil, tendo como base a Constituição de 88, a
LOAS e a legislação pertinente. Trata-se de um estudo descritivo, de natureza documental,
com base nos estudos já realizados e publicados. Os resultados dessa pesquisa demonstram
que apesar da mudança de status da Assistência Social, a ideia de caridade e clientelismo
continua. Este fato reforça o conceito de que a Assistência Social, apesar da legislação, é
prática social e não uma política social.
1 - Introdução
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO
2 - Referencial Teórico
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3 - Metodologia
Nos Quadros abaixo demonstra-se como a pesquisa foi realizada, em que bases de
dados, tipo e quantidade de publicações utilizadas na realização do trabalho.
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A proteção social no âmbito da ALMEIDA, Andrea C.S. Dissertação Biblioteca Digital UEL
politica de assistência social: uma
analise das seguranças sociais.
Política social: fundamentos e BEHRING, Eliane Discute a relação da política social com a questão
história. 9. ed. 2011. Rossetti; social do século XIX, até os dias atuais, quando o
BOSCHETTI, aspecto universal dá lugar ao caráter focalizado, e
Ivanete a provisão pública cede espaço ao privado.
O Direito Social e a Assistência COUTO, Berenice Traça a trajetória dos direitos civis, políticos,
Social na Sociedade Brasileira: Rojas sociais e da assistência social como última
uma equação possível? 3. ed. política a ser regulamentada no país no campo
da seguridade social.
Necessidades humanas:
PEREIRA, Potyara Aborda necessidades humanas e a questão dos
subsídios a critica dos mínimos
A. P mínimos sociais. Oferecendo parâmetros
sociais
coerentes à otimização de Políticas Sociais.
Políticas públicas e sociedade. SANTOS, Maria Trata dos conceitos e métodos fundamentais da
Paula Gomes dos. Análise de Políticas Públicas.
O Sistema Único de Assistência COUTO, B. Trata das políticas públicas de assistência social
Social no Brasil: uma realidade R;YAZBEK, M. C; hoje. Dando ênfase ao SUAS.
em movimento. RAICHELIS R
Fonte: Dados da pesquisa
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4 - Discussão
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brasileiro, com isso, representando uma mínima segurança dos direitos básicos do cidadão
que necessita de atendimento.
O SUAS está sendo estudado através da realidade local da população, afirma Fonseca
et al. (2009) configurando-se num modelo de gestão democrática e participativa, que conta
com membros do poder público e da sociedade civil organizada. Segundo Boscari e Silva
(2015) a efetivação do SUAS representa uma evolução na edificação da Assistência Social,
por estruturar e apontar os componentes principais para a realização do processo de execução
dessa política.
Mesmo diante da confirmação da Assistência Social como política pública social
através da Constituição Federal de 88, da LOAS, e de todas as inovações dispostas na
legislação, constata-se a ausência de alterações na herança enraizada das práticas assistenciais,
filantrópicas e caritativas (YAZBECK, 1995).
A Assistência Social segundo Behring e Boschetti (2011) é a que mais vem penando
para se concretizar como política pública, devido à demora na sua regulamentação como
direito, já que os seus programas só alcançam entre 15% e 25% da população que deveria ter
acesso a todos os direitos, reforçando o caráter de benesse com forte presença de entidades
particulares, na condução de diversos serviços. Esse apelo ao particular configura-se como um
verdadeiro retrocesso histórico, denominado refilantropização das políticas sociais.
De acordo com Couto (2008), as políticas públicas devem ser planejadas para se
tornarem instrumentos de integração e expansão do bem-estar social, através da execução da
Assistência Social, mas acabam se chocando com os obstáculos existentes nas normas
encontradas pelo Estado. Para Freitas e Guareshi (2014), tais normas tinham o objetivo de
quebrar o conceito de generosidade aos pobres e de troca de vantagens entre o cidadão e a
elite da sociedade. No momento em que a Assistência social foi inserida no campo da política
social pública, ela acaba migrando para um novo horizonte: o da universalização dos acessos,
do compromisso do Estado e da preservação dos direitos.
Para Sposati (1995), o conceito de Assistência Social presume que o cidadão tenha
ingresso a um conjunto de certezas, seguranças que garantam ou previnam os riscos sociais.
Esta cobertura não deve ocorrer sob patrocínio individual direto. Por tanto, não dependendo
diretamente do trabalho ou da compra desse serviço.
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Na opinião de Ugá (2008) a Assistência Social continua sendo tratada como uma
panaceia para os males sociais da humanidade, que por ser dirigida a setores fragmentados e
exauridos da sociedade, resulta em diversos danos a rotina desses cidadãos. Este processo
também desencadeia o fenômeno de aceitação da pobreza como causa individual, bem como a
perda da noção de cidadania.
O direito a Assistência Social não depende do poder aquisitivo do individuo, o direito
é universal, “A LOAS explicita que as pessoas não precisam se humilhar para conseguir
acesso e que se houver necessidade de recorte por causa da limitação, a decisão deve ser
técnica” (GARCIA, 2011, p. 10).
As políticas sociais se constituem em um espaço de barganha, para que o grupo no
poder possa, de um lado, utilizá-la como expediente de controle para greves e manifestações
populares, como também, responder caridosamente a situações de penúria e espoliação de
grupos sociais (SPOZATI, 2007).
5 - Considerações Finais
6 - Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Andrea C.S. A proteção social no âmbito da politica de assistência social: uma
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