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SERVIÇO SOCIAL
VILA VELHA
DEZEMBRO, 2023
MARLI MARQUES DA GAMA
VILA VELHA
DEZEMBRO, 2023
RESUMO
A presença de pessoas que moram nas ruas é uma realidade em todo o país e vem se
intensificando, essa situação vem crescendo de acordo com o crescimento sociedade
contemporânea. Ter a rua como moradia é um dos reflexos mais tristes da situação social
no Brasil e no mundo, onde a falha e a falta das políticas públicas eficientes que
envolvem, moradia, saúde, educação, assistência social, mostram o desleixo que o poder
público tem diante da garantia dos direitos do cidadão que estão nessa situação, que por
lei ter as condições mínimas de sobrevivência asseguradas. Tal trabalho busca analisar a
realidade de exclusão social e dos principais problemas enfrentados e a violação de
direitos e das estratégias de sobrevivência desenvolvidas. A justificativa para o presente
trabalho se dá a partir de uma análise da situação atual, na qual tem sido cada vez mais
criticada pela população em que a população em situação de rua é esquecida pelos
representando do povo em suas diversas especificidades, além do agravante de a própria
população não ter conhecimento e assistência dos seus direitos fundamentais. Como
base de pesquisa a metodologia utilizada se baseou em pesquisa bibliográfica baseando-
se em grandes estudiosos dos assuntos como De Lucca (2007), Stoffels (1977),
Rousseau (1989) entre outros, objetivando assim apresentar elementos, definições e
situações em que revelam a realidade vivida pela população em situação de rua no Brasil.
A primeira pesquisa sobre vida dos moradores de rua que se tem conhecimento
no Brasil foi realizada por Stoffels e publicada em 1977.
Esta obra é a única pesquisa de caráter sociológico que se utiliza no vocábulo o
termo “mendigo”, expressão até hoje vem é utilizado para definir as pessoas que viviam
nas ruas.
O autor, portanto, realiza um importante estudo tanto por discorrer
sobre o fenômeno ao longo dos tempos, como também por caracterizá-lo na cidade de
São Paulo
produzir riquezas”, porém nem todos conseguem se adaptar a esta mudança brusca,
sendo descartado da produção capitalista e como resultado passam a sobreviver nas
ruas, ficando as margens de toda injustiça em meio a falta de trabalho.
Até que em meados do século XIX, a assistência aos pobres e moradores de rua,
era feita por iniciativas individuais ou pela religião, mas, não pelo Estado. Com os passar
dos tempos com a crescente situação de pobreza e moradores de rua, surgiu a
Assistência Social e anos depois passou a ser disposto do Estado, onde ele tornou a
Assistência Social em um órgão filantrópico e pouco a pouco surgem as instituições
filantrópicas, onde recebiam apenas recebiam apoio financeiro do Estado, de acordo com
Máximo e Melo (2006):
“à assistência pública se constituiu, historicamente, como apoio e
subvenção às organizações filantrópicas que realizavam essas
iniciativas de assistência aos pobres. Esse modelo de assistência foi
predominante até os anos 1930 no Brasil” (MAXIMO E MELO, 2016, f.
117).
Portanto em junho de 1934, foi elaborada a Constituição de 1934 sendo a
primeira lei a prever assistência aos desvalidos, que assegura à Nação a unidade, a
liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico. Em 1938 é fundado o Conselho
Nacional de Serviço Social (CNSS), ligado ao ministério da educação e saúde pública e
tinha como objetivo receber, avaliar e fiscalizar o apoio financeiro estatal para entidades
filantrópicas.
por pessoas com diferentes realidades, mas que têm em comum a condição de pobreza
absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e falta de habitação convencional regular,
sendo obrigado a utilizar a rua como moradia e sustento, mesmo sendo de forma
permanente ou temporário.
O “morar na rua” não é apenas um problema social, mas também um
problema público: ele ocupa um lugar incontornável no espaço
público, midiático e político (regulamentar, legislativo) e nos espaços
públicos urbanos (ruas, praças, jardins públicos, espaços
intersticiais). Sua dimensão pública associa de forma inextricável os
desafios políticos e urbanos: a presença de pessoas sem abrigo nos
espaços urbanos interroga as capacidades das nossas democracias a
enfrentar a exclusão dos mais vulneráveis, seja pelas acomodações
cotidianas da urbanidade seja pela ação pública na qual estão
engajados associações e poderes públicos”. (Choppin, Gardella,
Jouve e Pichon, 2013, p. 101)
Os autores da citação acima, destaca tal fato social como problema de gestão
pública onde estão envolvidos diversos tipos de processos sociais e políticos, então a
definição do termo “morar na rua” é dada como um problema social, objeto de
preocupação, debate e ação.
Com o crescimento frenético da urbanização e sem um devido planejamento
trouxe como consequência vários problemas de ordem social, como, inchaço das cidades,
provocado pelo crescente acúmulo de pessoas e a falta de uma infraestrutura adequada
gera transtornos para a população urbana.
Como sabemos a população vive inúmeros problemas com a ausência de acesso
às principais políticas públicas, como, saúde, educação, assistência social,
programas de transferência de renda, moradia, segurança, cultura, esporte e lazer,
carência de programas de geração de emprego e renda e da rede socioassistencial de
atendimento à População em Situação de Rua, como, Centros Pop e abrigos e dificuldade
de acesso à documentação e com isso acabam utilizando as ruas da cidade como espaço
de moradia.
A educação de baixa qualidade também gera inúmeras
consequências, pois aqueles cidadãos que não conseguem se qualificar de acordo com o
que o mercado perde as chances de conseguir um emprego, aumentando assim as
atividades como vendedores ambulantes, coletores de materiais recicláveis, flanelinhas,
entre outras atividades que crescem a cada dia, sem nenhum tipo de lei os amparando.
Os serviços públicos relacionados a saúde, apresentam problemas
organizacionais e estruturais, com filas enormes e demoradas, insuficiência de aparelhos,
falta de medicamentos seja ele o mais básico, poucos funcionários incluindo médicos,
Com base nos estudos de pesquisa, a Política Nacional para inclusão Social da
População em Situação de Rua (2008), foram citadas algumas estratégias de aplicação,
como podemos ver a seguir.
Direitos humanos: os policiais precisam ser preparados para atender de forma
humanizada a população que moram na rua e juntamente com a central de atendimento
fortalecer para denúncias de violação de direito, possibilitando os direitos da população
em situação de rua, diminuindo a impunidade em relação aos crimes que vitimiza tal
população e facilitar esta população a assistência jurídica.
Trabalho e emprego: deve-se dar acesso para moradores de rua para inserção no
mercado de trabalho, através de parceria com iniciativas privadas e públicas e cursos
profissionalizantes juntamente com a garantia dos direitos trabalhista.
Desenvolvimento humano e habitação: realizar por meio do governo reformas,
construções públicas ou utilização de espaços vazios nos centros das cidades para
moradia. garantindo que esta residência adquirida, seja digna para sua sobrevivência,
entre outras medidas relacionadas à habitação.
Assistência social: Propiciar a inclusão do cidadão ao Cadastro Único do governo
federal juntamente com programa de erradicação do trabalho infantil, inclusão do
benefício do programa Bolsa Família e aumentar o número de Centro de Referência
Especializado para População em Situação de Rua conhecidos como Centros POP.
Educação: Dar acesso inclusivo à educação, possibilidade de estudar em lugares
abertos, para evitar o transtorno de ir até uma escola, oferecer a possibilidade de se
matricular em todas as fases educacionais em qualquer período do ano letivo, incentivar a
permanência para regular nas aulas, através de fornecimento de material escolar,
alimentação e transporte, objetivando a extinguir a discriminação, principalmente em
relação à população em situação de rua, trabalhar nas escolas temas como igualdade
social, gênero, raça e etnia e abordar as causa e consequência que leva uma
pessoa a viver em situação de rua.
Cultura: dar acessibilidade à população de rua, toda manifestação cultural, assim
como também propiciar a participarem e aprender práticas artísticas; apoiar iniciativas
com culturais viabilizando a possibilidade de renda a eles e a oportunidade de construir a
cidadania desta pessoa em situação de rua; conscientizar a população a comunidade
para ter outro olhar para a população de rua.
6. METODOLOGIA
De acordo com Ferreira (2002), a pesquisa tem como objetivo conhecer o que
tem sido produzido em âmbito acadêmico sobre um tema específico e discutir essa
produção, pondo em consideração o tempo, o lugar e o contexto e possui caráter
“inventariante e descritivo das produções acadêmicas e científicas sobre o tema”
(Ferreira, 2002).
Para Zoltowski, Costa, Texeira e Koller (2014), a revisão sistemática
é definida por uma estratégia de busca das produções científicas, juntamente com uma
análise crítica e uma síntese do que foi encontrado.
Como uma fonte de pesquisa foi utilizado o Portal Capes, onde as palavras
chaves foram, “pessoas em situação de rua”, “morador de rua” e “Centro POP”, o que
resultou em 424 produções científicas entre, tese, dissertações e artigos científicos.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presença de pessoas utilizando as ruas como moradia se tornou
como problema público em grande quantidade de cidades no mundo há muito tempo em
que tudo começou como uma questão social e territorial que acabou se tornando também
em uma questão humanitária., hoje não se trata mais de defender a sociedade, mas de
salvar o indivíduo, portanto agora se tornou uma questão de política, caridade políticas
sociais, dos direitos humanos e urbanos.
Contudo Mattos (2006) destaca a importância de compreender o processo de
saída das ruas para o delineamento de políticas públicas direcionada à população de rua,
entendendo este processo como uma forma criativa de estabelecer novos modos de viver
e enfrentar as dificuldades sociais.
8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de
Avaliação e Gestão da Informação. Pesquisa Nacional Sobre a População em
Situação de Rua. Brasília,2010. Disponível em:
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/Monitoramento_SAGI_Popul
acao_situacao_rua.pdf . Acessado em: 23.nov.2023
GOES, Maria Cecília Rafael de. A formação do indivíduo nas relações sociais:
contribuições teóricas de Lev Vigotski e Pierre Janet. Educ. Soc., Campinas, v. 21, n.
71, p. 116- 131, July 2000. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/es/a/QG7YrQc3fwpy9KcChT37rSd/ . Acesso em: 21.out.2023
NETTO, José Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social.8° ed. São Paulo:
Cortez, 2011.
SILVA, Maria Lúcia. Trabalho e população em situação de rua no Brasil. 1 ed.- São
Paulo: Cortez, 2009.
Zoltowski, A. P. C., Costa, A. B., Teixeira, M. A. P., & Koller, S. H. (2014) Qualidade
metodológica das revisões sistemáticas em periódicos de psicologia brasileiros.
Psicologia: Teoria e Pesquisa.