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URBANO
Conhecer as principais teorias
sobre os fenômenos sociais
que ocorrem no espaço
OBJETIVOS urbano.
3º Trim
Compreender os conflitos
urbanos e suas manifestações :
violência e a segregação.
Identificar os interesses e os
agentes envolvidos na
dinâmica social das cidades.
Marx e Engels
Durkheim
• Cidade base para a vida social pela anatomia da sociedade estrutural
concentração da população
Weber
Cidade desenvolvimento do capitalismo moderno e da racionalidade
mercado com autonomia política
Qual relação o espaço físico e as relações sociais mantém com o modo e estilo de vida?
Cidade local onde os vários grupos convivem com diferentes etnias, costumes, tradições
e idiomas no mesmo espaço – organização moral e física.
- Crescimento demográfico;
Cidade “laboratório social” - Imigração;
- Guetos segregação
produto caótico da industrialização e urbanização (sec. XIX-XX) urbana
• Ecologia humana analogia entre o mundo vegetal e animal e o mundo dos homens;
conceitos: competição, processo de dominação e processo de sucessão.
Aportes conceituais:
• Urbanismo cultura urbana transcende os limites espaciais da cidade (Wirth)
* Abordagem empiricista.
Sociologia urbana
• Cidade: de onde “irradiam as ideias e as práticas que chamamos de civilização” (PARK, 1916, p.30-31).
Sociologia francesa: o urbano capitalista
A sociologia atingiu rápida ascensão nos EUA seguindo a escola de Spencer e depois fortemente
influenciada pela psicologia. A Universidade de Chicago contribuiu especialmente desenvolvendo técnicas
estatísticas e de observação e análise geoespacial bastante minuciosas para o estudo dos distritos urbanos
(sociologia urbana), baseando-se no princípio de que fronteiras objetivamente demarcadas dentro da cidade
delimitam áreas naturais da solidariedade de grupos e características grupais para os quais poderiam ser
identificados, portanto, padrões de localização o que constitui a denominada Escola Ecológica. (MacIver,
1942)
De acordo com um de seus criadores e principais teóricos Robert E. Park a ecologia humana é,
fundamentalmente, uma tentativa de investigação dos processos pelos quais o equilíbrio biótico e o equilíbrio
social se mantêm, uma vez alcançados, e dos processos pelos quais, quando o equilíbrio biótico e o
equilíbrio social são perturbados se faz a transição de uma ordem relativamente estável para outra. (Park,
1936)
Os estudos realizados pela escola de Chicago geraram repercussão à temática urbana, possibilitando a
evolução de uma ciência própria da cidade, que veio a ser chamada de Urbanismo. A partir dos anos 1970,
diversos autores começaram a observar a cidade como espaço de conflitos e disputas sociais, um viés de
origem Marxista.
Nessa perspectiva, a cidade é fruto de contestações, onde além de questões psicológicas da vida urbana,
ocorrem enfrentamentos por interesses diversificados, envolvendo questões financeiras.
crescimento
desordenado das
cidades gentrificação
(Macrocefalia
Urbana), as quais
não são capazes processo de
de absorver a remoção urbana
população e na qual prédios
favelização antigos e
fornecer-lhe
abrigo e renda. decadentes são
renovados por
pessoas afluentes
que se mudaram
para a área”
desencadeando
na especulação
imobiliária.
(Giddens)
Como promover o desenvolvimento das cidades
conciliando crescimento econômico, gestão democrática,
justiça social e sustentabilidade ambiental em benefício
de todos seus atuais e futuros habitantes?
Planejamento urbano no Brasil: um breve histórico
Desde que há Brasil, há algum tipo de administração do território. Afinal, nos tempos coloniais, a terra era
o mais relevante recurso para a economia, pois nela que se encontrava a maior parte das matérias primas
tão cobiçadas pela economia mercantilista dos primeiros séculos da nossa nação. Dividir, organizar e
destinar terras sempre fez parte da administração do Brasil enquanto unidade territorial.
Contudo, no que se refere ao planejamento urbano (isto é, das cidades), um dos primeiros marcos
relevantes no cenário nacional se deu apenas em 1930, com a elaboração do Plano Agache, elaborado
pelo arquiteto francês Donald Alfred Agache, à época traduzido para o português e impresso numa tiragem
de 1750 unidades. O Plano Agache foi a primeira proposta de intervenção urbanística na cidade do Rio de
Janeiro que levou em consideração questões típicas da discussão sobre a cidade moderna industrial,
como o planejamento dos transportes públicos, o abastecimento de água, a reserva de áreas verdes, a
habitação.
A discussão sobre planejamento urbano se mantém tímida no Brasil até 1970, quando a população urbana
finalmente ultrapassa a população rural e o crescimento desenfreado das cidades começa a trazer
inúmeros problemas, como trânsito, violência, falta de esgoto e água tratada, entre outros tão conhecidos
por nós. Desde então, a discussão sobre o planejamento urbano ganha fôlego, tanto nas universidades
quanto na administração pública. O estado de São Paulo, por exemplo, torna obrigatória a realização de
plano diretor a todos os seus municípios já em 1969 (determinação que viria a ser cumprida no prazo por
apenas 13,3% dos municípios).
Nas décadas de 1970 e 1980, a concepção predominante entre urbanistas brasileiros era tecnocrática. Na
visão desses planejadores, eles deveriam definir os rumos da cidade à margem dos interesses dos
políticos e dos jogos de poder. A política em nada deveria interferir, pois era entendida como um estorvo ao
trabalho técnico. Bom plano era plano técnico, “objetivo”, construído a partir de dados e lógica racional.
Com a democratização do país, o processo de planejamento urbano deixou de ser tratado como “neutro” e
passou a ser visto como um processo político, permeado por disputas em torno de interesses muitas vezes
conflitantes, cuja resolução não se dá apenas por um pela técnica. É preciso mediar esses interesses,
respeitando o aspecto político de qualquer processo de planejamento público.
Nesse contexto, a Constituição de 1988 afirmou o princípio constitucional da participação social como
premissa para a elaboração da política pública e deu destaque ao plano diretor como instrumento básico
da gestão urbana brasileira. Por isso, no próximo post vamos conhecer um pouco melhor esse importante
instrumento da gestão pública brasileira.
Segregação espacial
Quando pensamos que as cidades ao longo do processo de formação se tornaram ambientes de disputa,
podemos observar que diversos grupos tornaram-se destacados desse processo. Dentro de uma mesma
cidade, não é difícil visualizar violentas discrepâncias nas condições de moradia e acesso a meios sociais.
O estado como provedor de infraestrutura acaba por privilegiar determinados grupos e ambientes.
Os grupos com menor poder financeiro são obrigados a viver em áreas afastadas, por não possuírem
condições financeiras de morarem próximos ao centro social, financeiro e cultural da cidade. A escolha do
local de moradia deixa de ser uma possibilidade de opção, já que alguns grupos não possuem acesso a
determinadas áreas.
Essa segregação forçada faz as desigualdades se acentuarem ainda mais, já que os moradores de locais
mais afastados terão maiores dificuldades em consumir os benefícios educacionais da cidade, além de
diminuir a possibilidade de redes de ligação, onde houvesse contato entre pessoas de classes sociais
distintas. Os condomínios fechados, permeados e dominados por moradores de alto poder aquisitivo,
também perpetuam essa visão de cidade sem contato entre classes.
Além das dificuldades relativas à moradia, soma-se a essa questão as péssimas condições de acesso ao
transporte público e a possibilidade de locomoção. Nos últimos anos, um curioso processo ocorre em
diversas cidades do mundo, a gentrificação.
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/segregacao-urbana.htm
Favelização no Brasil
A Favelização no Brasil é um processo muito comum que ocorre, tal qual nos países em desenvolvimento, devido ao
acelerado crescimento (desordenado) associado aos problemas de planejamento e má gestão dos espaços urbanos, o
que resulta na segregação urbana enquanto um reflexo da exclusão social, causadora de problemas como
clandestinidade, marginalidade, violência e insalubridade.
As primeiras favelas brasileiras surgiram no século XIX, após a abolição da escravatura, de forma que os escravos
foram segregados da população branca, os quais permaneceram em zonas de risco, ou seja, próximos aos morros,
córregos, etc. Contudo, o termo "favela" surge no contexto da Guerra de Canudos (1896 a 1897), para se referir ao
“Arraial de Belo Monte”, que existia no “Morro da Favela”.
Todavia, a maioria das favelas brasileiras é fruto do processo de Industrialização do século XX, sobretudo do processo
de Modernização dos Latifúndios na época da regime militar. Com isso, o êxodo rural (saída do campo para as cidades)
foi uma alternativa encontrada pelos trabalhadores camponeses, os quais foram expulsos do campo em detrimento do
progresso revelado pelas máquinas agrícolas, o que levou ao crescimento desordenado das favelas nos grandes
centros e nas médias cidades. Não obstante, com o passar do tempo, a favelização no Brasil adquiriu grandes
proporções refletidos nas estatísticas como o aumento da miséria, do desemprego, da violência e dos contrastes
sociais.
De acordo com pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-2010), o Brasil apresenta 6.329
favelas em todo o país, sendo que 6% da população vive em moradias irregulares, processo comum nos grandes
centros (maiores capitais) como São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Salvador, Recife e São Luís. Merece destaque a
“Favela da Rocinha” posto que é a maior favela do Brasil, situada na zona sul do Rio de Janeiro com aproximadamente
70 mil habitantes.
A favelização é, antes de tudo, um processo. Por sua vez, o resultado da ação de “favelizar” corresponde ao
aumento do número de moradias precárias (barracos) em uma determinada região, formando um conjunto
habitacional conhecido como "favela". Ela surge em áreas de ocupação irregular (públicas ou privadas) e
formam núcleos populacionais densamente povoados.
A favelização atinge com maior força as grandes cidades; contudo, também é comum nas cidades do
interior, onde não há ajuda Federal e os problemas ocasionados pelo crescimento das favelas podem ser
ainda piores.
Sabemos que as casas, também chamadas de “barracos”, são
construídas de forma improvisada e sem planejamento e vão se
amontoando de forma nitidamente desorganizada. Isso dificulta
a criação de políticas públicas para instalação da infraestrutura
necessária, como água encanada, luz e esgoto, ou ações que
garantem saúde e educação (construção de creches, postos de
saúde e escolas) para a população carente.
Ao contrário do que se pensa, a favelização não decorre do excesso populacional, mas do crescimento
desordenado das cidades (Macrocefalia Urbana), as quais não são capazes de absorver a população e
fornecer-lhe abrigo e renda.
Assim, ao migrarem em busca melhores condições de vida, os habitantes de uma região (geralmente
pequenas e médias cidades) não encontram meios de subsistência no espaço urbano e acabam tendo de
habitar os territórios que rodeiam a cidade, posto que fiquem mais próximos aos locais de trabalho. Isto
ocorre por que aqueles meios de subsistência (principalmente alimentação e moradia) são muito mais caros
nos centros urbanos do que em suas periferias.
Portanto, a favelização está ligada diretamente aos aspectos que tangem a urbanização e a
industrialização, uma vez que elas são os principais causadores do êxodo rural, o qual tem sido cada vez
mais rápido em direção às áreas urbanas.
As principais medidas de combate a favelização envolvem o planejamento urbano, ações sociais, criação
de escolas, geração de empregos, integração urbana das comunidades faveladas e remoção nos casos
extremos, bem como o estabelecimento de infra-estruturas habitacionais e de transporte público.
Gentrificação
Na definição do sociólogo Anthony Giddens, gentrificação seria o “processo de remoção urbana na qual
prédios antigos e decadentes são renovados por pessoas afluentes que se mudaram para a área”.
O processo de gentrificação altera a dinâmica de determinada região da cidade, normalmente são bairros
centrais, com localização privilegiada, mas que por muito tempo foram abandonados pelo capital, e com o
passar dos anos, voltam a despertar interesse imobiliário. Essa região se valoriza financeiramente, o que
acarreta um encarecimento do custo de vida local, fazendo a população que lá vivia não ter condições de
manter-se.
A gentrificação está associada ao processo de especulação imobiliária, que escolhe determinados locais
para receberem maiores investimentos públicos e privados. A consequência é o aumento do valor dos
imóveis naquela região, gerando assim, maior lucro na venda de imóveis.
https://conceitos.com/gentrificacao/
https://www.archdaily.com.br/br/929221/gentrificacao-
13-artigos-para-formar-uma-opiniao-sobre-o-tema
fontes
● https://www.proenem.com.br/enem/sociologia/sociologia-urbana/
● https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/segregacao-urbana.htm
● https://www.politize.com.br/planejamento-urbano-brasil/
● https://www.todamateria.com.br/urbanizacao-brasileira/
● https://www.todamateria.com.br/favelizacao-no-brasil/