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PROTOCOLOS DE ENFERMAGEM

NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


 ATENÇÃO
À SAÚDE DA POPULAÇÃO
VULNERÁVEL EM SITUAÇÃO DE
RUA
Profª Ms Sandra Maria da Penha Conceição
ATENÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA X SUS
• Proposta que procura ampliar o acesso da população
em situação de rua ao SUS e ofertar, de maneira mais
oportuna, atenção integral à saúde a esta população
por meio das equipes e serviços da atenção básica
• As equipes de Consultório na Rua (eCR) integram o
componente atenção básica da Rede de Atenção
Psicossocial e desenvolvem ações de AB em
consonância com as diretrizes da PNAB
ORIGEM DO ATENDIMENTO
À SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE
RUA
Consultório DE RUA: Projeto piloto da Área Técnica de
Saúde Mental do MS para abordagem de problemas
relacionados a uso de álcool e outras drogas na
população em situação de rua (encerrado)
Consultório NA RUA: Novas equipes da atenção
básica para populações especiais (algumas são
continuidade do projeto anterior)
ORIGEM DO ATENDIMENTO
À SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE
RUA
EQUIPE CONSULTÓRIO DE
RUA- ECR
• Equipes multiprofissionais que lidam com os
diferentes problemas e necessidades de saúde da
população em situação de rua, inclusive a busca ativa
e o cuidado aos usuários de álcool e outras drogas
• As eCR devem desempenhar suas atividades in loco,
desenvolvendo ações compartilhadas e integradas às
Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, quando necessário,
também com as equipes dos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), dos serviços de Urgência e
Emergência e de outros pontos de atenção, de acordo
com a necessidade do usuário.
EQUIPE CONSULTÓRIO DE
RUA- ECR
As equipes dos Consultórios na Rua podem ser organizadas em três
modalidades :

Modalidade I: equipe formada minimamente por 4 (quatro)


profissionais:Enfermeiro, Psicólogo, Assistente Social e Terapeuta Ocupacional

Modalidade II – equipe formada minimamente por 6 (seis) profissionais:


Agente Social, Técnico ou Auxiliar de Enfermagem, técnico em Saúde Bucal,
Cirurgião Dentista, profissional de Educação Física e profissional com
formação em Arte e Educação.

Modalidade III – Agente Social, Técnico ou Auxiliar de Enfermagem, técnico


em Saúde Bucal, Cirurgião Dentista, profissional de Educação Física e
profissional com formação em Arte e Educação, esta equipe é acrescida de um
profissional médico.
EQUIPE CONSULTÓRIO DE
RUA- ECR
• O Consultório de Rua funciona como um serviço
itinerante onde é realizada uma busca ativa as
pessoas em situação de rua, através de uma equipe
multiprofissional;
• Tem como dever abordar, acolher e inserir no SUS
essa população, garantindo a promoção, prevenção,
tratamento, recuperação e manutenção da saúde e
também lidar com suas necessidades.
FUNCIONAMENTO DAS EQUIPES
CONSULTÓRIO DE RUA- ECR
• Uma ECR para 80 a 1000 pessoas em situação de rua
• Horário de funcionamento deve se adequar às demandas das
pessoas em situação de rua, podendo ser em período diurno e/ou
noturno, todos os dias da semana (30-40h)
• Composição: enfermeiro; psicólogo; assistente social;
terapeuta ocupacional; médico; técnico ou auxiliar de
enfermagem; técnico em saúde bucal; agente social
(redutor de danos)
• Os agentes sociais terão, preferencialmente, experiência
prévia em atenção a pessoas em situação de rua e/ou
trajetória de vida em situação de rua
• Todas as modalidades de eCR poderão agregar ACS
PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

• A população em situação de rua é composta por um


grupo populacional diversificado, cada indivíduo com
sua singularidade, com sua história que o levou a fazer
das ruas, espaços públicos e centros de acolhida sua
habitação permanente ou provisória.

Figura 2: Psicodinâmica da vida nas ruas. (Fonte: Projeto meio fio- médicos sem Fronteiras 2004)
PRINCIPAIS DOENÇAS QUE ACOMETEM
AS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA
De acordo com o Ministério da Saúde 29,7% da população em
situação de rua referiram ter algum tipo de doenças:
• Problemas nos pés.
• ISTs / HIV / Aids: Cerca de 5,1% da população em situação de
rua relataram ter algum tipo de doença por ISTs.
• Hipertensão: 10,1% dessa população revelarem ter
hipertensão.
• Problemas nos pés
• Infestações
• Tuberculose
• DST, HIV e AIDS
• Gravidez de alto risco
• Doenças crônicas (inclusive mentais)
• Abuso de álcool e outras drogas
• Saúde bucal
CASCATA DE PROBLEMAS
Uma entrevista realizada em 2014 revela que nem sempre as drogas são
o principal motivo da ida às ruas. Os motivos que as levaram a essa
situação são os mais diversos: a violência doméstica praticada por
companheiros ou familiares,  o desemprego e até a fuga de milícias.

Gráfico 1: Perfil de pessoas em situação de rua de acordo com uma entrevista. (Fonte: Jornal USP)
ALGUNS DADOS: MOTIVOS
PARA ESTAR NA RUA
• Atualmente, o número estimado de adultos em
situação de rua é de 50 mil;
• Em uma pesquisa realizada em 2010 a Secretaria de
Diretos Humanos e o Instituto de Desenvolvimento
Sustentável identificou 23.973 crianças e adolescentes
em situação de rua, sendo que 71,8% são
meninos/adolescentes enquanto 28,2% são
meninas/adolescentes.
PERCEPÇÃO DE PROBLEMAS
DE SAÚDE
DIREITOS DA POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA
• 1948- Declaração universal de direitos humanos, afirma que
todos nascem livres e iguais;
• O direito de serviço de rede de acolhimento- que inclui
abordagem de rua, centro de referências, casas de
acolhimento para retirar documentos;
• Direito a saúde- existe a Lei 13.714 aprovada em 27-08-2018
que proíbe a recusa de atendimento a pessoas em situação de
rua pelo SUS.
SURGIMENTO DO PROTOCOLO
• Entre 1970 e 1980 - Igreja Católica inicia o movimento de
organização de pessoas em situação de rua;
• Gestores públicos começam a nortear estratégias de identificação
e abordagem junto as demandas desse grupo social;
• 1993- Programa de População em Situação de Rua (Belo
Horizonte);
• 2002- Implantação das primeiras equipes de Saúde da Família
para o atendimento da PSR (Belo Horizonte);
• Programa A Gente na Rua- São Paulo segue o modelo de BH e
implanta as primeiras equipes de Saúde da Família nessa
população.
IMUNIZAÇÃO

• Imunização através de vacinação é um método de grande


eficácia na prevenção de diversas doenças;
• PSR são incluídos em grupos de riscos, pois possuem
comorbidades;
• Profissionais de Unidades Básicas de Saúde realizam a
vacinação dessa população indo até eles nas ruas.
CTA’s- CENTROS TEMPORÁRIOS
DE ACOLHIMENTO
• 2017- Criação dos CTA’s;
• Programa Trabalho Novo- insere a população no
mercado de trabalho;
• O objetivo é mostrar a possibilidade de construir um
novo projeto de vida para essa população;
• Os CTA’s oferecem alimentação, dormitórios,
banheiros, lavanderias, sendo que cada unidade pode
conter ainda outros tipos de serviços.
CADASTRO DE PESSOAS EM
SITUAÇÃO DE RUA

• Centro POP - Centro de Referência Especializada para População em


Situação de Rua
• CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social
• CRAS- Centro de Referência de Assistência Social

• O cadastro dessas pessoas pode ser feito nos centros de


referência para pessoas em situação de rua (Centro POP,
CREAS e CRAS), porém o acompanhamento dessas
pessoas é realizado através do Centro POP.
• O Centro POP é uma unidade pública especializada no
atendimento de pessoas em situação de rua, ajudando o
indivíduo com atividades e oficinas de convívio, guarda de
pertences, higiene, alimentação e provisão de documentos
DECRETO E PORTARIA NO
ATENDIMENTO DE SAÚDE A PESSOAS
EM SITUAÇÃO DE RUA
• Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009 institui a
Política Nacional para a População em Situação de Rua
garante a participação e o controle social, possui
entre seus princípios, além da igualdade e equidade, o
respeito à dignidade da pessoa humana, o direito a
convivência familiar e comunitária; a valorização e o
respeito à vida e à cidadania, atendimento humanizado
e universalizado, independente das condições sociais e
diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade,
gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção
especial às pessoas portadoras de deficiência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Prefeitura Municipal. Relatório do 1º Censo de População de Rua de Belo
Horizonte, Belo Horizonte, 1998. BITTENCOURT, B.E. Saúde mental na
lógica territorial: a radicalidade do conceito de rede.
Simpósio de Saúde Mental: Pesquisar e Intervir para Transformar: sessão I:
questões metodológicas e éticas da pesquisa acadêmica em saúde coletiva e
saúde mental. 3. Belo Horizonte, junho de 2006.Anais... Belo Horizonte,
FAFICH/UFMG, 2006, 6 p
Centro Temporário de Acolhimento. Cidade de São Paulo Assistência e
Desenvolvimento Social, 2019. Disponível em
<https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/assistencia_social/cta/
> .Acesso em: 09 de mar. De 2020.
Em Situação de Rua. Ministério da Saúde, 2017. Disponível em:
<https://www.saude.gov.br/artigos/869-politicas-de-equidade-em-saude/
41381-em-situacaode-rua>. Acesso em: 09 de mar. de 2020.

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