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ESTERILIZAÇÃO

De MATERIAIS
Esterilização: é o processo de destruição de todas as
formas de vida microbiana nas formas vegetativas e
esporuladas mediante a aplicação de agentes físicos e
químicos.Todo o processo de esterilização deve ser
acompanhado por indicadores que demonstrem a
eficácia do processo (físicos , químicos e biológicos)
A esterilização pode ser feita por meio de:
- Processos físicos: vapor saturado sob
pressão(autoclave);calor seco(estufa); radiação:cobalto
60 ( caráter industrial)
- Processos físico-químicos: óxido de etileno, plasma de
peróxido e vapor de formaldeído
- Processos químicos- líquidos : formaldeído
líquido;glutaraldeído a 2% e ácido paracético –
temperatura ambiente e sob imersão
Processos físicos – autoclave: -vapor saturado sobre pressão
• é o método mais seguro, econômico ,deve ser utilizado para
realizar esterilização de todos os artigos termoresistentes
• Tipos de autoclaves
1. autoclaves gravitacional: opera em temperaturas que vão de
121 ou 123 grau celsius a 132 ou 135oC.
- o ar é removido por gravidade, pois o ar frio (mais denso) tende
a sair por um dispositivo de eliminação colocado na parte
inferior da câmara, quando o vapor é admitido
-  Pode ocorrer a permanência de ar residual neste processo,
sendo a esterilização comprometida principalmente para
materiais densos ou porosos.
- Por esse motivo, em 2009 a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) passou a indicar que esse tipo de
equipamento não deve mais ser utilizado em serviços de saúde
• Na autoclave o que realmente esteriliza é o calor
úmido e não a pressão.
• A morte dos microrganismos pela autoclave ocorre
pela termo-coagulação e desnaturação das
proteínas microbianas.
2- Autoclaves pré-vácuo - Neste modelo o ar é
removido previamente, com formação de vácuo,
quando o vapor é admitido penetra
instantaneamente nos pacotes, com pouca chance
de ar residual.
• Devido a este mecanismo o processo é mais rápido
e eficiente.
OBSERVAÇÃO:RESOLUÇÃO - RDC Nº 15, DE 15 DE
MARÇO DE 2012- MINISTÉRIO DA SAÚDE

Seção IX- Da Esterilização


• Art. 92- Não é permitido o uso de estufas
para a esterilização de produtos para saúde.
• Esterilização ultrarápida(flash sterilization) podem ser realizadas
em autoclaves específicas, de pequeno porte, programadas para
operar sem o ciclo de secagem e com o material desempacotado,
• proposta para resolver problemas emergências de contaminação
acidental de instrumentos essenciais durante as cirurgias.
• Os artigos processados desta maneira devem ser utilizados
imediatamente.
• As próteses não podem ser esterilizadas por este método.
• os instrumentos esterilizados em autoclaves flash seguem para
uso ainda quentes, podendo causar queimaduras no paciente ou
na equipe cirúrgica. É recomendável que os instru-mentos sejam
resfriados com solução fria esterilizada ( água destilada
esterilizada)

Fonte: Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar CCIH/HUCFF/UFRJ


Agosto 2013
Autoclave
Processos físico-químicos: métodos de
esterilização a baixa temperatura
• óxido de etileno, vapor a baixa temperatura e formaldeído e gás
plasma de peróxido de hidrogênio.
1. Óxido de etileno:(ETO)
• Gás incolor, inodoro, explosivo e inflamável;tóxico;Muito
efetivo, matando microorganismos;Esteriliza materiais sem
danificá-los
• Compatível com muitos artigos médicos termo sensíveis:
temperatura de 38 º a 55 º;Longo tempo de exposição: de 3 a
4 horas de acordo com a temperatura
• Exige longo tempo de aeração devido a resíduos tóxicos:
aeração forçada de 8 a 12 horas; Alto custo; Indicador
químico: fitas específicas;
ÓXIDO DE ETILENO
2.Esterilização por baixa temperatura e formaldeído em sua
forma gasosa
• O formaldeído é um gás incolor utilizado como agente
desinfetante e esterilizante, no estado líquido ou gasoso.
• Geralmente, o produto é disponibilizado em solução
aquosa, denominada formalina, na concentração de 37%
• Os seguintes tipos de embalagens são indicados para
esterilização por vapor a baixa temperatura e formaldeído:
papel grau cirúrgico com filme de poliéster e prolipropileno,
papel crepado, contêineres rígidos
• Assim como por ETO, o controle dos resíduos do agente
nesse tipo de esterilização é fundamental, em razão de sua
toxicidade e carcinogenicidade
3.Plasma de peróxido de hidrogênio: (autoclave sterrad)
• O peróxido de hidrogênio é um agente bactericida, virucida,
esporicida e fungicida
• Os tempos de esterilização terão variabilidade, dependendo
do tipo do material escolhido.
• De acordo com o modelo do equipamento, os ciclos podem
variar de 28 a 72 minutos.em baixas concentrações e
temperaturas
• O plasma é gerado através do substrato de peróxido de
hidrogênio bombardeado por ondas de rádio freqüência
desenvolvida para esterilização de materiais termossensíveis
autoclave sterrad
• Processos químicos- líquidos- esterilizantes químicos não
conferem o mesmo nível de segurança que os métodos físicos
alcançam , sendo o menos indicado
-A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou
normas que proíbem o uso de esterilização de materiais críticos
por métodos químicos por imersão manual em decorrência da
insegurança do processo e diante da constatação de práticas
negligentes no processamento dos materiais em muitos serviços
de saúde do país
- esse processo deve ser restrito apenas a situações em que ocorra
total impossibilidade de utilizar outros métodos mais seguros
- Boas práticas da esterilização química
1.classificação do material – os materiais críticos devem ser
obrigatoriamente esterilizados
2.forma de utilização do material – o contato com mucosas de via
respiratória requer cuidados especiais em decorrência da
toxicidade de certos germicidas, como o glutaraldeído
• A limpeza dos materiais deve ser priorizada, ela pois interfere
diretamente na eficácia do processo.
• O enxágue abundante possibilita a remoção completa do detergente
utilizado e a remoção dos detritos.
• Um dos erros mais frequentes é a imersão de materiais molhados, que
leva a hiperdiluição de germicida e, por esse motivo, é fundamental a
secagem do material antes da imersão na solução esterilizante, o que
muitas vezes é difícil, exigindo que o CME tenha uma secadora para
realizar esse procedimento
• Para a colocação do esterilizante e a imersão do material devem ser
utilizados recipientes com tampa e de material plástico. Não devem ser de
cloreto de polivinil (PVC), mas podem ser de polietileno resistente ou
similar
• A imersão do material no germicida deve ser completa, com
preenchimento de todas as estruturas ocas e lumens, evitando bolhas de
ar onde não haverá o contato do germicida com a superfície do artigo,
impedindo, portanto, sua ação.
• Materiais leves, que tendem a boiar, devem ser mantidos
imersos por meio de estruturas plásticas perfuradas mais
pesadas, colocadas sobre os itens.
• Deve-se respeitar o tempo de contato definido pelo
fabricante, sendo cronometrado a partir da imersão do
último item na solução e, ao longo do período determinado,
não deve ser imerso nenhum outro artigo. O risco de
recontaminação é fator crítico do processo; deve-se ter rigor
máximo às recomendações para retirada, enxágue e
secagem dos materiais.
• A retirada dos materiais deve ser feita em ambiente próprio
e ventilado, utilizando técnica asséptica rigorosa e
paramentação adequada: avental esterilizado, luvas
estéreis, máscara cirúrgica e óculos de proteção.
• Caso a solução de glutaraldeído seja usada, deve-se
utilizar respirador semifacial PFF2+VO; as luvas de
látex cirúrgicas estão indicadas somente se o tempo
de contato das mãos com o germicida for de até
dez minutos

• A água para o enxágue deve ser estéril e


apirogênica. Também não deve ser utilizada solução
fisiológica, pois ela pode promover depósitos de
sais e acelerar a corrosão do material
• O material deve ser seco com compressa estéril,
respeitando a técnica asséptica. Em seguida, o material deve
ser acondicionado em recipiente estéril, fechado e
encaminhado para uso imediato. Os materiais submetidos à
esterilização química não devem ser estocados em razão do
risco de recontaminação
• A escolha do germicida precisa considerar a toxicidade para
os profissionais que o manipulam, sendo recomendado
optar por produtos que ofereçam menor risco.
• A equipe deve ter acesso à ficha de segurança do produto
químico (FSPQ), conhecer o tempo máximo de exposição
ocupacional permitido para cada tipo de solução e dispor de
equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e de
estrutura física necessária para o processamento.
3. nívelde termossensibilidade do material – sempre
que possível, optar por método físico de
esterilização, só utilizar o método químico se o
material não tolera autoclavagem e na total
impossibilidade de utilizar métodos físico-
químicos
4. resistência à imersão – a impossibilidade de
imersão completa do material inviabiliza a
esterilização química.
5. restrições impostas pelo fabricante do material
quanto a certos germicidas que podem causar
corrosão, danos a lentes e revestimentos dos
materiais.
LIMPEZA X DESINFECÇÃO X ESTERELIZAÇÃO
PROCESSO QUE INATIVAÇÃO OU
REDUÇÃO DO NÚMERO ELIMINAÇÃO DE TODA
REMOVE FISICAMENTE
DE MICRORGANISMOS E QUALQUER FORMA
A CONTAMINAÇÃO
PRESENTES EM UM DE VIDA PRESENTE EM
POR
MATERIAL UM DETERMINADO
MICRORGANISMOS E
INANIMADO, NÃO MATERIAL OU
MATERIAL ORGÂNICO.
IMPLICANDO NA AMBIENTE.
PROCESSO ESTE
ESSENCIAL PARA O ELIMINAÇÃO DE
SUCESSO TODOS
DA DESINFECÇÃO E DA OS MICRORGANISMOS
ESTERILIZAÇÃO. VIÁVEIS.
CONTROLE DO PROCESSO DE ESTERELIZAÇÃO

Indicadores químicos
•Tipo 1: indicador de processo (indicador externo para uso
em itens individuais e que distingue materiais processados
de não processados. Ex.: fita zebrada)
• Tipo 2: indicador para uso em testes específicos (ex.: teste
de Bowie Dick)
• Tipo 3: indicador de único parâmetro (reage apenas a uma
variável crítica do processo de esterilização)
Tipo 4: indicador multiparamétrico (indicador para uso
interno em itens individuais, reage a duas ou mais variáveis
críticas do processo de esterilização)
•Tipo 5: indicador integrador (indicador para uso interno em
itens individuais, reage a todas as variáveis críticas do
processo de esterilização)
• Tipo 6: indicador emulador (indicador para uso interno em
itens individuais, reage a todas as variáveis críticas do
processo de esterilização).
Indicadores Químicos

Classe 1: Tiras impregnadas com tinta termo-química que muda


de coloração quando exposto a temperatura.

 usados externamente em todos os pacotes

 evidenciam a passagem do material pelo


processo
Classe 2- Teste Bowie& Dick:
• Esse teste é especialmente útil para verificar a remoção do ar
nas autoclaves com pré-vácuo e assim garantir a penetração
uniforme do vapor nos materiais.
• A recomendação para realização do teste de Bowie-Dick é diária,
antes da primeira carga a ser processada, com a auto-clave vazia
espera-se mudança uniforme da cor do papel, em
toda sua extensão
 recomenda-se que seja feito no primeiro ciclo do dia
ou pelo menos a cada 24 horas
 caso não haja homogeneidade na revelação, efetuar
revisão imediata do equipamento

Teste oK
Falha no teste
Indicador
Classe 3: Indicador de parâmetro
de parâmetro únicoúnico

 controla um único parâmetro: a temperatura pré-estabelecida


 utilizados no centro dos pacotes

Classe 4:Indicador multiparamétrico


 controla a temperatura e o tempo necessários para o processo
Indicadores Químicos

Classe 5: Integrador: controla temperatura, tempo e qualidade do vapor.

Classe 6: Integrador mais preciso por oferecer margem de segurança


maior. Reage quando 95% do ciclo é concluído.
Indicadores biológicos
• Preparações de cepas puras de microorganismos de alta
resistência a agentes esterilizantes
• Primeira geração: tiras de papel com esporos microbianos,
incubados em laboratório de microbiologia com leitura em
2-7 dias
• Segunda geração: auto-contidos com leitura em 24 a 48
horas
• Terceira geração: auto-contidos com leitura em 1 a 3 horas
Armazenamento

Garantir a integridade
da embalagem

Não su
g e de perlota
c a , lo n gaveta r
Área se ade se
umid armári
os

d ob rar, st ico
Ar m Nã o a re lá
ário co lo c g ens
u la
s com as sar o as emba
port am gu rar
as s e
para
Bibliografia
• Enfermagem em Centro de material e esterilização / organizadoras
Kazuko Uchikawa graziano, arlete Silva, eliane molina Psaltikidis. --
Barueri, SP : manole, 2011. --(Série enfermagem)
• REV. SOBECC, SÃO PAULO. JUL./SET. 2017; 22(3): 145-151
• Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar CCIH/HUCFF/UFRJ
Agosto 2013
1. Os indicadores biológicos procuram demonstrar se as condições foram
adequadas para se alcançar a esterilização. Esta é a vantagem dos indicadores
biológicos sobre os indicadores químicos, que somente medem um conjunto
específico de condições projetadas artificialmente. Portanto, o controle biológico
utilizado para indicar a certificação da eficácia do processo de esterilização é feito
mediante

A.fita teste.
B.Bowie & Dick.
C.esporos de cepas de microorganismos, Bacillus stearothermophilus.
D.níveis de coagulação.
E.parâmetros frontais da autoclave.
2. A autoclavagem é um tipo de esterilização por:
A.Calor seco
B.Calor úmido e flambagem
C.Calor úmido
D.Radiação ionizante
E.Calor térmico e ionizante
3. Os materiais que não podem ser esterilizados em autoclave são as
(os)
A.Pinças
B.Roupas privativas
C.Compressas cirúrgicas
D.Tesouras
E.catéteres
4. Considerando as disposições da ANVISA acerca da esterilização de
produtos para a saúde, analise as afirmativas a seguir.
I. É obrigatória a realização de teste para avaliar o desempenho do
sistema de remoção de ar (Bowie & Dick) da autoclave assistida por
bomba de vácuo.

II. O ciclo de esterilização a vapor para uso imediato só pode ocorrer


em casos de urgência e de emergência.

III. Os produtos esterilizados devem ser armazenados em local limpo


e seco, sob proteção da luz solar direta e submetidos à manipulação
mínima. analise as afirmativas a seguir.
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas
5. A fim de preservar a integridade e a durabilidade de instrumentais
metálicos e de materiais utilizados na assistência ventilatória, os
meios adequados de esterilização são, respectivamente.
a) óxido de etileno e estufa.
b) autoclave e ácido peracético.
c) estufa e ácido peracético.
d) autoclave e óxido de etileno.
e) óxido de etileno e ácido peracético.
• Alternativas
1.C
2.C
3.E
4.E
5.D
Caso: Leia o caso e responda a sua conduta
Você era a enfermeira responsável pelo centro de
material e estava treinando uma funcionária nova na
manipulação da autoclave. A funcionária do setor
que estava junto com ela foi ao banheiro e pediu para
que colocasse o material para esterilizar. Ela fez isto
e após sua colega de trabalho voltar ela referiu não
ter feito o teste de Bowie dick . A funcionária relatou
o caso a enfermeira?. Qual seria sua conduta.
Liberaria este material para uso no hospital ou não?

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