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MATERIAL CIRÚRGICO

Elaborado por: Grupo nº 06


 Jaina Javela
 José Dongala
 Jeremias Eúrico
 Luisa Sanha
 Marcelina Chilombo
 Rosária Vilali
Turma: I / Tarde
11ª Classe
Disciplina: Cirurgia

DOCENTE
____________________
Daniel Mabiala

BENGUELA, FEVEREIRO DE 2022


Índice
MATERIAL CIRÚRGICO.........................................................................1

INTRODUÇÃO.........................................................................................3

CIRURGIA................................................................................................4

Cirurgia de grande porte e cirurgia de pequeno porte.........................5

Cirurgia de grande porte...................................................................5

Cirurgia de pequeno porte................................................................6

A sala cirúrgica.....................................................................................6

MATERIAL CIRÚRGICO.........................................................................7

1. DIÉRESE..........................................................................................7

BISTURI............................................................................................7

TESOURA..........................................................................................10

2. Hemostasia....................................................................................13

3. Síntese...........................................................................................14

4. Especiais........................................................................................15

CONCLUSÃO........................................................................................17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................18
INTRODUÇÃO
Sabemos que a palavra “cirurgia” significa operação manual, pois
deriva do grego kheirourgía (kheir – mão; érgon – trabalho). Enquanto
“Operação” provém do latim operatio-onis, correspondendo a um acto cirúrgico
que requer também instrumentos para aumentar a destreza do operador e
possibilitar a realização de manobras impossíveis de serem executadas apenas
com as mãos (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005; MARQUES, 2005).
Os relatos mais antigos da utilização de instrumental cirúrgico, ainda
que rudimentares, datam de 4000 a.C. A civilização hindu descreve em seu
livro sagrado 125 instrumentos nas cirurgias que eram realizadas como
amputações, rinoplastia, correção de lábio leporino, reparo de orelhas, abertura
de cavidade abdominal para tratamento de obstrução intestinal (TOLOSA et al.,
2005).
Ainda nesta época foram encontrados na tumba de Skar, cirurgião
faraônico, instrumentos de bronze como bisturis e agulhas. Independente do
momento histórico, continuaram a surgir novos instrumentos cirúrgicos, pelas
mãos de poucos cirurgiões, que em sua grande maioria eram idealizados a
partir de utensílios domésticos e em resposta à demanda da prática cirúrgica.
São relacionados, Charaka (500 a 600 a.C.), Celsus (1 a.D.), Albucasis,
Avicena, Lanfranc (Idade Média), Ambroise Paré - conhecido como o pai da
cirurgia -, no século XVI, Halsted (século XIX), entre muitos outros que
contribuíram e que contribuem para aumentar o arsenal de instrumentos
cirúrgicos que existe na actualidade (MARQUES, 2005).
Emprega-se o termo instrumento para denominar cada peça, em
particular; e instrumental para o conjunto destas peças. O número de
instrumentos cirúrgicos é incontável; ao longo dos tempos os cirurgiões vêem
criando e modificando, paulatinamente novos elementos, que vão sendo
incorporados aos já existentes destinados ao que hoje denominamos diérese,
hemostasia e síntese, princípios fundamentais da técnica operatória. Quase
sempre levam o nome de seus idealizadores, muitas vezes diferindo apenas
em detalhes muito pequenos. Na rotina da clínica cirúrgica veterinária utiliza-se
um universo relativamente reduzido, destas peças, se comparado com a
diversidade estampada nos catálogos dos fabricantes (ALMEIDA e ALMEIDA,
2005; MARQUES; TUDURY e POTIER, 2009).

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CIRURGIA
A cirurgia é o termo usado tradicionalmente para descrever
procedimentos (chamados procedimentos cirúrgicos) que envolvem o corte ou
a sutura manual de tecidos para tratar doenças, lesões ou deformidades. No
entanto, os avanços nas técnicas cirúrgicas tornaram a definição mais
complicada. Algumas vezes, para cortar tecidos, utiliza-se laser, radiação ou
outras técnicas (em vez do bisturi), e as lesões podem ser fechadas sem
sutura.
No tratamento médico moderno, a distinção entre um procedimento
cirúrgico e um procedimento médico (normalmente considerado um
procedimento que não envolve o corte ou a sutura de tecido) nem sempre é
fácil. No entanto, fazer essa distinção não é importante, desde que o médico
que faça o procedimento seja bem treinado e experiente.
A cirurgia é uma área extensa de cuidados, que inclui muitas técnicas
diferentes. Em alguns procedimentos cirúrgicos, o tecido, como um abscesso
ou um tumor, é removido. Em outros procedimentos, bloqueios são abertos.
Em outros procedimentos ainda, artérias e veias são conectadas em novos
locais para fornecer fluxo sanguíneo adicional para áreas que não o recebem
em quantidade suficiente.
Em outro procedimento cirúrgico chamado transplante, órgãos, como
pele, rim ou fígado, podem ser removidos do corpo e, em seguida, transferidos
de volta ao mesmo corpo (por exemplo, com pele) ou em um corpo diferente.
Os enxertos, algumas vezes feitos de materiais artificiais, podem ser
implantados para substituir vasos sanguíneos ou tecido conjuntivo, e barras
metálicas podem ser inseridas no osso para estabilizar ou substituir fragmentos
partidos.
Um diagnóstico algumas vezes é realizado por meio de uma cirurgia.
Uma biópsia, na qual um pedaço de tecido é removido para exame em um
microscópio, é o tipo mais comum de cirurgia de diagnóstico. Em alguns casos
urgentes, em que não há tempo para exames de diagnóstico, a cirurgia é
usada para o diagnóstico e tratamento. Por exemplo, pode ser necessária uma
cirurgia para identificar e reparar rapidamente os órgãos com hemorragia
devido a ferimentos por arma de fogo ou acidente de veículo motorizado.
A urgência da cirurgia normalmente é descrita por três categorias:

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 Emergência
 Urgente
 Eletiva
A cirurgia de emergência, como aquela necessária para a interrupção
rápida de uma hemorragia interna, é realizada assim que possível, pois alguns
minutos podem fazer a diferença.
A cirurgia urgente, como a retirada de um apêndice inflamado, deve
ser realizada no prazo de horas.
A cirurgia eletiva, por sua vez, como no caso da substituição de uma
articulação do joelho, pode ser adiada durante algum tempo até que se tenha
feito tudo para otimizar as possibilidades de êxito durante e depois do
procedimento cirúrgico.

 Cirurgia cosmética

A cirurgia cosmética é um tipo de cirurgia eletiva que é focada na


melhora da aparência.

Cirurgia de grande porte e cirurgia de pequeno porte


Às vezes se faz uma distinção entre cirurgia de grande porte e de
pequeno porte, embora muitos procedimentos cirúrgicos tenham características
comuns às duas.

Cirurgia de grande porte


A cirurgia de grande porte envolve a abertura de uma das cavidades
importantes do corpo (abdômen, tórax e crânio). A abertura do abdômen é
chamada de laparotomia, a abertura do tórax é chamada de toracotomia e a
abertura do crânio é chamada de craniotomia. A cirurgia de grande porte pode
lesar os órgãos vitais. A cirurgia geralmente é feita com anestesia geral em
uma sala cirúrgica de um hospital por uma equipe de médicos. Ficar internado
no mínimo uma noite geralmente é necessário depois de uma cirurgia de
grande porte, mas alguns procedimentos cirúrgicos de grande porte estão
atualmente sendo realizados com segurança em ambiente ambulatorial, que
pode ou fazer parte de um hospital ou uma clínica cirúrgica ambulatorial. O
médico leva em consideração muitos fatores para determinar se o
procedimento cirúrgico de grande porte pode ser realizado em ambiente

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ambulatorial, incluindo o estado de saúde geral da pessoa e o risco de haver
complicações, a complexidade da cirurgia e se existe um hospital nas
proximidades no caso de a pessoa precisar ser transferida.

Cirurgia de pequeno porte


Em uma cirurgia de pequeno porte, cavidades importantes do corpo
não são abertas. Uma cirurgia de pequeno porte pode envolver o uso de
anestesia local, regional ou geral e pode ser feita em um pronto-socorro, no
centro cirúrgico de um ambulatório ou em um consultório médico. Os órgãos
vitais normalmente não são estressados nesse tipo de cirurgia e a cirurgia pode
ser realizada por um único médico, que não tem necessariamente que ser um
cirurgião. Normalmente, a pessoa pode retornar para casa no mesmo dia da
cirurgia de pequeno porte.

A sala cirúrgica
Se os últimos preparativos foram realizados na sala de espera, o
indivíduo é, depois, conduzido à sala cirúrgica. Nesse ponto, o paciente ainda
pode estar acordado, mesmo que grogue, ou já pode estar adormecido. O
paciente é transportado para a mesa de cirurgia, iluminada por lâmpadas
cirúrgicas especialmente desenvolvidas. Médicos, enfermeiros e todos os que
estão perto ou em contato com o campo cirúrgico devem lavar cuidadosamente
as mãos com sabão antisséptico, que minimiza a quantidade de bactérias e de
vírus na sala cirúrgica. Para a cirurgia, a equipe cirúrgica também veste roupas
de cirurgia, toucas, máscaras, calças, aventais cirúrgicos e luvas esterilizadas.
Antes de a cirurgia começar, é feito um intervalo durante o qual a equipe
cirúrgica confirma o seguinte:
 A identidade da pessoa
 O procedimento, a localização e o lado da cirurgia (se aplicável)
corretos
 A disponibilidade de todo equipamento necessário
 Confirmação de que foram administrados os medicamentos
adequados para prevenir problemas como infecções ou
coágulos sanguíneos (se necessário)
A sala cirúrgica proporciona um ambiente estéril em que uma equipe
cirúrgica pode realizar a cirurgia. A equipe cirúrgica é formada por:

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 Cirurgião chefe: Dirige a cirurgia
 Um ou mais cirurgiões assistentes: Auxiliam o cirurgião chefe
 Anestesiologista: Controla a administração da anestesia e
monitora a pessoa atentamente
 Instrumentador cirúrgico: Entrega instrumentos aos cirurgiões
 Enfermeiro circulante: Fornece equipamento adicional para a
equipe cirúrgica
Em geral, o centro cirúrgico é equipado com um monitor que exibe os
sinais vitais, uma mesa de instrumentos e uma lâmpada cirúrgica. Os gases
anestésicos são introduzidos na máquina de anestésicos. Um cateter
conectado a uma máquina de sucção remove o excesso de sangue e de outros
líquidos, que podem impedir que os cirurgiões vejam os tecidos claramente. Os
líquidos administrados pela veia, cuja administração é iniciada antes de a
pessoa entrar na sala cirúrgica, são continuados.

MATERIAL CIRÚRGICO
1. DIÉRESE
Diérese advém do latim “diaerese” e do grego “diaíresis”, ambos
significando divisão, incisão, secção e separação, punção e divulsão. Com o
objetivo de atingir a região sobre a qual se planeja realizar o procedimento,
com preservação dos planos anatômicos e finalidade terapêutica (MARQUES,
2005).

BISTURI
O bisturi, provavelmente o mais antigo dos instrumentos cirúrgicos, é o
instrumento cortante primário do cirurgião devendo ser utilizado na incisão
precisa dos tecidos, causando o menor detrimento possível as estruturas
adjacentes. Inicialmente utilizava-se o bisturi de lâmina fixa ou escalpelo (latim
sclapellu), mas, com o avanço tecnológico criou-se um novo elemento de corte
constituído por um cabo reto com encaixe em uma das extremidades para
lâmina desmontável e descartável.

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BISTURI DISCARTAVEL

O cabo de bisturi Bard-parker nº 3 é destinado para lâminas pequenas


(n.º 9 a 17), cujos formatos são variáveis e adaptados a determinada função,
que possibilitam incisões mais críticas, delicadas.
O cabo de bisturi Bardparker nº 4, é usado habitualmente e se destina
para lâminas 18 a 50 e as mais empregadas são as de números 22, 23 e 24
(ALMEIDA e ALMEIDA, 2005; TUDURY e POTIER, 2009).

Cabo de bisturi Bard-parker nº 3 Cabo de bisturi Bard-Parker n°4

Lâminas de bisturi

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O melhor método para posicionamento da lâmina utiliza o auxílio de
uma pinça de preensão recta. Apontando-se para um espaço vazio, emprega-
se a pinça para encaixar a lâmina na extremidade do cabo. Similarmente, na
hora da retirada da lâmina, esse cuidado deve ser adotado (MARQUES, 2005).
Existem duas maneiras corretas de usar o bisturi, para que o cirurgião
obtenha o total controle sobre o instrumento:

1 – O bisturi é pego entre as falanges terminais do polegar e dos dois


dedos subjacentes, como arco de violino, sendo o braço movimentado em
bloco do ombro para baixo.

2 – Para cortes mais delicados, o bisturi pode ser pego como um lápis,
a movimentação lateral e vertical do bisturi depende do movimento do punho e
se limitam as articulações metacarpofalangianas (TOLOSA et al, 2005).

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Para que o bisturi permita uma incisão precisa e firme, a pele deve ser
mantida relativamente imóvel. Essa “fixação” é facilmente conseguida com o
uso do primeiro e segundo dedo da mão não-dominante do cirurgião, que são
colocados aos lados da linha previamente demarcada para a incisão, em sua
extremidade superior ou distal, com um leve movimento de afastamento da
linha de incisão. À medida que o bisturi avança na secção tecidual, os dedos
fixadores são deslocados no mesmo sentido, permitindo um ajuste do local em
que a pele é fixada (MARQUES, 2005).
Nas incisões da pele, um corte amplo e único é sempre preferível a
múltiplos cortes pequenos, pois causa menos traumas ao tecido e facilita a
síntese. Inicialmente, o bisturi penetra quase perpendicularmente na pele,
sendo, logo após, abaixado em alguns graus para permitir que a borda cortante
da lâmina apresente maior contato com o tecido a seccionar. Ao término da
incisão em traço único contínuo, novamente ele vai se encontrar na posição
quase vertical, com flexão forçada do punho (TOLOSA et al, 2006; MARQUES,
2005).

TESOURA
São numerosos e variados os modelos existentes de tesouras
cirúrgicas, muitas cumprindo diferentes finalidade, e algumas apresentando
utilização bastante específica. Suas funções são cortar, dissecar, debridar ou
divulsionar tecidos orgânicos, e, para modelos apropriados, cortar fios
cirúrgicos, gazes, borrachas, plásticos, etc. As partes que constituem uma
tesoura são:
(1) Dois anéis ou aros digitais, onde se apóiam os dedos;
(2) Duas hastes que se unem perto da extremidade superior;
(3) A articulação, fulcro ou caixilho, que é a junção das hastes;
(4) As duas lâminas de corte – retas ou curvas na extremidades; e
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(5) As duas pontas variáveis em função do uso a que se destinam.
Quanto ao tipo de ponta ou vértice, elas podem ser romba-romba, romba-fina
ou fina-fina (MARQUES, 2005).
Para o melhor controle do corte deve-se manusear a tesoura colocando
a extremidade do polegar e do anular nos anéis e apoiando o indicador nas
lâminas. Para evitar lesões desnecessárias ou imprevistas de tecidos e vasos,
devem individualizar cada estrutura antes da secção (TOLOSA et al, 2005).

Para a maioria das manobras operatórias são usados três tipos básicos
de tesouras: as de Metzembaum, Mayo e as cirúrgicas.
A tesoura de Metzenbaum é usada para seccionar tecidos, dividir
vasos ligados e são muito usada também para dissecção. Limitada para a
dissecção de tecidos densos. São bem utilizadas em cavidades, alcançando
estruturas mais profundamente situadas (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005;
TOLOSA et al, 2005).
As tesouras de Mayo são utilizadas para desbridar e cortar tecidos
mais densos como fáscia e músculos, por serem mais robustas que as de
Metzenbaum são encontradas retas ou curvas (TOLOSA et al, 2005; TUDURY
e POTIER, 2009).

Tesoura de Mayo-Stile recta Tesoura de Metzenbaum recta

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A tesoura cirúrgica ou tesoura de uso geral são geralmente rectas,
pesadas e rombas, destinam-se para secção de fios ou outros materiais. Para
seccionar o fio o assistente deve rotacionar as lâminas da tesoura
paralelamente ao plano do tecido, permitindo a visualização da ponta do
instrumento evitando a secção de tecidos adjacentes (TOLOSA et al, 2005).
Algumas outras tesouras também utilizadas, geralmente
disponibilizadas com hastes retas e curvas, são:
(1) Formato padrão ou standart – 10,5 a 19 cm;
(2) Boyd – 14 a 23 cm, somente curva, com ambas as pontas rombas
delicadas; utilizada, principalmente, em cirurgia cardiovascular, apresenta uma
curvatura de suas hastes;
(3) Deaver – 14 cm, romba-fina;
(4) Lahey – retas ou curvas, delicadas, com 14 a 16 cm;
(5) Joseph – 14 a 18 cm, com ambas pontas finas;
(6) Kelly – 15 a 17 cm, com ambas as pontas finas;
(7) Sistrunk – 14 a 16 cm, com ambas as pontas discretamente curvas; e
(8) Stevens – 16 cm, com ambas as pontas finas (MARQUES, 2005).

Tesouras especificas: Baliu (para uso ginecológico, notadamente no


colo uterino) e as de Potts, Dietrich e outras variações (tesouras com
angulações de diversos graus em sua extremidade ativa, para uso em cirurgia
vascular (MARQUES, 2005).

Tesouras fortes, não são utilizadas para a dissecção tecidual e sim


para a incisão de tecidos rígidos, resistentes e espessos, bem como para o
corte de bandagens. Exemplos:
(1) Doyen – 17 1 19 cm, com ambas as pontas rombas;
(2) Ferguson – 17 a 19 cm, retas e pontas rombas;
(3) Lister – 20 cm, anguladas;
(4) Reynolds, com fios dentados nas pontas, para incisão de
cartilagens e tecidos fibrosos, dentre outros;
(5) Para fios de aço – 12 cm. Tesoura para retirada de pontos, as mais
utilizadas são:

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(1) Spencer – 8 a 12 cm, com reentrância em uma das lâminas para
encaixe do fio cirúrgico;
(2) Littauer – 13 a 15 cm, retas, mais robustas;
(3) O´Brien – 12 a 14 cm, retas, anguladas (MARQUES, 2005).

2. Hemostasia
Hemostasia é um conjunto de manobras manuais ou instrumentais
para deter ou prevenir uma hemorragia ou impedir a circulação de sangue em
determinado local em um período de tempo.
As hemorragias podem ser de origem arterial, venosa, capilar ou mista.
Podem trazer ameaça à vida do paciente ou a sua pronta recuperação;
retardam a cicatrização; favorecem a infecção e podem dificultar a visualização
das estruturas durante a cirurgia.
Os instrumentais utilizados são as pinças hemostáticas de vários
modelos e tamanhos. Apresentam formato semelhante ao da tesoura,
diferindo-se delas pela presença da cremalheira entre as duas argolas, que
permite o fechamento do instrumental de forma auto-estática com diferentes
níveis de pressão de fechamento.

Cremalheira das pinças hemostáticas.

As pinças Kelly e Crile apresentam ranhuras transversais na face


interna de suas pontas, que podem ser retas ou curvas. As pinças retas, ou
pinças de reparo, são utilizadas para pinçamento de material cirúrgico como
fios e drenos. As pinças curvas são utilizadas para pinçamento de vasos e
tecidos delicados.

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As pinças de Crile apresentam ranhuras em todas face interna,
enquanto as Kelly apresentam ranhuras apenas até a metade de sua face
interna. Por esse motivo, a escolha do tipo de pinça determina a segurança da
hemostasia a ser realizada.

Detalhe da pinça Crile e Kelly (da esquerda para a direita)

O tamanho da Pinça de Halsted (ou Mosquito) comparado com o


tamanho de uma pinça hemostática

3. Síntese
Síntese é o conjunto de manobras manuais e instrumentais destinadas
a restituir a continuidade anatômica e funcional dos tecidos que foram
separados na cirurgia ou por traumatismo.

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Detalhe da face interna do porta-agulha permite identificá-lo
rapidamente

4. Especiais
As pinças de campo têm por finalidade fixar os campo, fenestrados ou
não, à derme do paciente, impedindo que a sua posição seja alterada durante o
ato cirúrgico. Sua extremidade é aguda, curva para a preensão do campo e da
pele do paciente. As mais comuns são as pinças de Backhaus.
No grupo dos afastadores encontram-se variados tipos de afastadores,
tais como “Gosset”, “Finochietto”, “Farabeuf”, e outros.. Os afastadores
estáticos são aqueles que utilizamos para a visibilidade no campo cirúrgico.O
afastador de “Gosset” é utilizado a fim de manter exposta a cavidade
abdominal, e o “Finochietto”, para a cavidade torácica. Quando queremos
facilitar o ato cirúrgico, o auxiliar deve lançar mão dos afastadores dinâmicos
tais como o “Farabeauf”, utilizado para a parede abdominal.

Pinças Backhaus, utilizadas para fixação dos panos de campo;


Afastadores de Farabeauf (da esquerda para direita).

O instrumental destinado à preensão estão todos direcionados a


função de prender e segurar vísceras e órgãos, estão nestes grupos: as pinças

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“Babcock”, “Allis”, “Collin”, “Duval”, e outros. As pinças Allis são geralmente
utilizadas para a fixação da musculatura e não devem ser utilizadas na pele.
Pinças Allis

As pinças de Foester são úteis para a etapa de anti-sepsia do paciente.

Pinça Foester

Montagem da mesa de instrumental

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CONCLUSÃO
O procedimento cirúrgico se realiza através de três operações
fundamentais: a diérese dos tecidos, a hemostasia dos vasos sangrantes e a
síntese que possibilita a cicatrização por primeira intenção. Para a execução de
cada uma destas etapas utilizam-se instrumentos distintos e necessita-se de
ordem e método para permitir ao cirurgião executar o procedimento com
precisão e rapidez. Por isso o instrumental cirúrgico deve ser listado, preparado
com antecedência, de acordo com o tipo de cirurgia a ser realizada e da
preferência do cirurgião e, na sala cirúrgica, devem ser dispostos
ordenadamente sobre uma mesa, de maneira padronizada, de acordo com as
etapas da cirurgia. A diérese consiste na divulsão dos tecidos e permite a
exposição dos órgãos estruturas afetadas, utilizando-se bisturis, tesouras e
ruginas (Figura 1) A hemostasia visa estancar, temporária ou definitivamente, o
sangramento dos vasos seccionados durante a diérese, com pinças de
Halsted, de Kelly, de Crile, de Rochester e de Moyniham. A síntese visa
reconstruir e restituir a integridade das estruturas, órgãos e tecidos que foram
operados usando-se porta agulhas, pinças anatômicas e dente de rato, agulhas
e fios cirúrgicos. Em quase todos os procedimentos, os instrumentos, para
realizar tanto a diérese, como também a hemostasia e a síntese, são
semelhantes, porém procedimentos específicos podem necessitar de
instrumentos auxiliares, como em cirurgias urológicas, proctológicas, cardíacas,
torácicas e neurológicas, etc. Os instrumentos auxiliares mais utilizados são os
afastadores de Farabeuf, de Doyen, de Gosset, de Finocchietto, de Volkmann,
pinça de Backaus, de Allis, de Kocher e de Mixter.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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