Você está na página 1de 26

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

1. Tema 5

2. Justificativa 5

3. Declaração do Problema 6

4. Objetivos do estudo8

5. Fundamentação teórica 9

5.1. Trabalho informal 9

5.2. Juventude 10

6. Abordagem Metodológica da Pesquisa 11

6.1. Tipo de Pesquisa 11

6.2. Local do Estudo 11

6.3. População e Amostra do Estudo 12

6.4. Critérios de Inclusão e Exclusão 13

6.5. Aspectos Éticos da Pesquisa 13

6.6. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados 15

6.7. Técnica de Análise de Dados 16

7. Resultados Esperados 16

8. Cronograma 17

9. Orçamento 19

10. Referências 20

11. Apêndices 22
Apêndice nº 1: Guião de Entrevista 22

Apêndice nº 2: TCLE 23

Apêndice nº 3: Termo de Autorização de Uso de Imagem 24


INTRODUÇÃO

Este projecto resulta de uma investigação, sobre as atividades informais


desenvolvidas pelos jovens do bairro Rocha Pinto em Luanda, como estratégia
de sobrevivência. O mesmo enquadra-se no âmbito do curso de Mestrado em
Serviço Social e Política Social no Instituto Superior João Paulo II (ISUP) da
Universidade Católica de Angola.

Angola viveu um período longo de guerra e muitas famílias tiveram de deixar as


suas áreas de origens e refugiar-se nas cidades, que apresentavam maior
segurança. Luanda, a capital do país recebeu muitas famílias vindas de outras
províncias, na sua maioria das áreas rurais. Essa situação provocou um
crescimento urbano numa cidade que não havia infra estruturas sociais e
emprego, para responder aos desafios impostos pelo êxodo rural.

A história económica, social e política de Angola tem sido marcada por


diferentes abordagens, no que toca a gestão e afetação dos recursos
humanos, como financeiros e técnicos disponíveis (Amaral, 2005). As opções
sociais, económicas e políticas adoptadas ao longo dos tempos, principalmente
após a conquista da paz em 2002, foram no sentido de repor e alargar a
administração do Estado às regiões anteriormente afectadas pela guerra. Em,
2003 o governo angolano aprovou um Programa Inter Ministerial designado
Estratégia de Combate à Pobreza (ECP)1.

Por exemplo, dos vários programas que esta estratégia contempla pode-
se destacar os programas de reinserção sócio económica, através da
formalização do sector informal da economia, que em termos de expectativas,
esperava-se que tivesse impacto positivo sobre a fonte de rendimentos dos
indivíduos, que desenvolvem as suas atividades no âmbito da economia
informal, em particular dos jovens.

Vários autores (Van-Dúnem, 2008; Rocha, 2011) reconhecem o esforço


empreendido pela administração angolana, para promoção da qualidade de
vida da população depois de 2002, altura em que o país registou um grande
crescimento económico na ordem dos dois dígitos. Os mesmos autores têm

1
Actualmente denominada por “Plano Integral de Desenvolvimento Local e Combate a Pobreza
(PIDLCP)”
chamado atenção para o facto de que, muitas das opções sociais, económicas
e políticas adoptadas nos anos Pós-guerra não tiveram os efeitos esperados,
uma vez que, agravou-se significativamente o custo de vida e as assimetrias
regionais; não promovou-se o campesinato e a maioria deles jovens tiveram
que recorrer a outras actividades de rendimentos; e se promoveu o êxodo rural
principalmente dos jovens; o que descaracterizou as cidades e agravou as
actividades informais nas periferias e cidades do país, onde Luanda se
destaca.
1. Tema

A venda informal como estratégia de sobrevivência dos jovens do bairro Rocha


Pinto em Luanda

2. Justificativa

O interesse em estudar este fenómeno nasce das constatações feitas, que


depois do final do conflito armado se começou
a registar um movimento do êxodo rural de muitos jovens, para os centros das
cidades capitais das várias províncias do nosso País e não só, onde Luanda se
destaca, contrariando, desta forma, os intentos do Governo, plasmados na
Estratégia do Combate à Pobreza (ECP) que era de fixação das populações
nas suas zonas rurais.

Grande parte destes jovens migrantes, sem formação académica ou


profissional, que lhe possa habilitar a desenvolver uma actividade nos centros
urbanos, procuram exercer uma actividade para a sua sobrevivência no
mercado informal, como a venda ambulante, serviço de moto-táxi
Kupapata2, e outros trabalhos como de Roboteiros3. Embora essas atividades
têm garantido rendimentos para subsistências de muitos destes jovens, para as
autoridades do Governo o trabalho desenvolvido por estes, está à margem das
regras administrativas.

No contexto económico, o governo angolano procurou criar programas que


visassem melhorar as condições de vida dos jovens e da população em geral.
Programas como o crédito jovem, Angola jovem, que estavam sobre tutela do
Ministério da juventude e desporto que não conseguiu dar resposta as
necessidades dos jovens que continuam periclitantes.

Neste contexto, entendemos que a compreensão e a explicação das


estratégias de sobrevivência dos jovens, por meio de métodos e teorias
científicas, poderão manifestar da melhor maneira a realidade que estes jovens
enfrentam na sua vida quotidiana.

2
Kupapata o termo deriva das línguas Umbundo e Kimbundo, significa apalpar, revistar. Tem sentido
mercantil na medida em que define o sujeito taxista de motorizada de duas rodas ao serviço público
precário.
3
Roboteiros, prestador de serviço ao público informal que leva a mercadoria, compras de cliente para
destinos destes (táxi, armazém, casa de processo etc)
3. Declaração do Problema

A escassez de oportunidade de emprego tem sido um factor


extremamente preocupante a nível nacional e isto tem levado muitas famílias
ao desespero. Assim, o País ganha jovens frustrados e sem sonhos por não
obterem uma oportunidade de emprego. Daí a importância de se abordar esta
temática, em respeito aos jovens ambulantes, especificamente, do bairro
Rocha Pinto, Município de Luanda. O interesse surge também, pela
necessidade de procurar compreender o que está na base dessa postura da
juventude e aonde o país em nome do Ministério da Juventude e Desporto e o
Governo de Luanda terão falhado.

Com o desenvolvimento da Política Nacional da Juventude enquadrada


no Plano Nacional de Desenvolvimento 2018-2022, o governo criou planos,
com objectivos ambiciosos, tais como: a) facilitar a inserção dos jovens no
mercado de trabalho; b) melhorar a qualidade de vida dos jovens,
designadamente aos níveis da sua condição de saúde e acesso a habitação; c)
promover o envolvimento dos jovens nos grandes objectivos da democracia
participativa e desenvolvimento social; d) criar um quadro institucional
adequado para promover e acompanhar as políticas nacionais do estado para
a juventude.

O actual cenário das oscilações do petróleo nos mercados mundiais e


actuais limitações impostas pela situação do Covid-19, remete o país numa
situação de incerteza, quanto ao cumprimento orçamental de programas
sociais e ao financiamento da economia doméstica (Ernesto, 2015). Importa
destacar que, a situação socioeconómica do país e consequentemente das
famílias e jovens, desde 2014 tem vindo a agravar-se, com a perca de emprego
de muitos jovens, fruto da falência de várias empresas. Como consequência
desta situação, muitos são os jovens que têm procurado alternativas de
rendimentos, no sector informal da economia.

Desse modo, a situação social das famílias tem vindo a agravar-se face
ao actual nível de inflação que o país regista e o governo angolano desde 2018
tem vindo a aplicar novas medidas coercivas para a regulação do mercado
informal, a fiscalização das administrações bem como a intensificação das
medidas coercivas de fiscalização, expulsando, por exemplo, os jovens
zungueiros dos seus pontos habituais de vendas, por parte da Policia Nacional.
Isto fez com que, muitas jovens que desenvolvem suas actividades no mercado
informal vissem os seus rendimentos baixarem cada vez mais, em
consequência das poucas vendas que faziam.

A aplicação destas medidas denuncia, até certo ponto, a desordem e a


fragilidade em que o sistema económico do país vive. Entretanto, várias vozes
da sociedade civil têm apelado para o perigo das medidas adoptadas
agravarem a situação social da maioria dos jovens e de suas famílias que têm
no mercado informal e, de modo particular, a venda ambulante, como a única
fonte de geração de rendimentos.

Ainda assim, a posição do governo em relação à economia informal em


geral e, em particular, a venda de rua, na maioria das vezes, é ambígua,
porque, em determinados momentos, vê a actividade como um problema
policial, que remete à uma transgressão administrativa. Por exemplo, nos
últimos anos foram aprovadas e implementadas medidas de combate à
informalidade, em particular ao comércio informal de rua.

Por outro lado, tem sido recorrente ouvir nos discursos políticos e na
mídia pública, a elevação dos jovens que conseguem melhorar as suas
condições de vida a partir das actividades informais dos jovens, como símbolo
da luta e de empreendedorismo.

Desta forma, é sempre complexo abordar as questões da informalidade


em Angola, porque, se de um lado é vista como uma atitude heróica, por outro,
também é vista como uma actividade desenvolvida à margem das leis
administrativas e causadora de desordem na cidade.

É neste cenário social e económico que se desenrola o presente estudo,


que pretende captar percepções dos jovens sobre as suas estratégias de
sobrevivência na cidade de Luanda, no Bairro do Rocha Pinto.

Sendo assim, o presente estudo pretende responder à seguinte pergunta de


partida: De que modo a venda informal tem servido de estratégia de
sobrevivência dos jovens no bairro do Rocha Pinto da cidade de Luanda?
4. Objetivos do estudo

4.1. Objectivo Geral

 Analisar as dinâmicas de venda informal como estratégias de


sobrevivência dos jovens em Luanda, no bairro Rocha Pinto.

4.2. Objetivos Específicos

 Caracterizar o Perfil sócio económico dos jovens vendedores


ambulantes em Luanda no bairro Rocha Pinto;

 Conhecer as dinâmicas de venda informal como estratégia de


sobrevivência dos jovens do bairro Rocha Pinto na cidade de Luanda;

 Descrever as estratégias de venda adoptadas pelos jovens vendedores


de rua no bairro Rocha Pinto na cidade de Luanda.
5. Fundamentação teórica

Para a nossa fundamentação teórica vamos procurar desenvolver dois


conceitos, que serão chave na nossa dissertação, nomeadamente, o trabalho
informal e a juventude.

5.1. Trabalho informal

A revisão da literatura efectuada permitiu constatar o notável interesse das


ciências sociais pela temática do trabalho informal. Assim, vários estudos (OIT,
2006; Lopes, 2004; Santos, 2010; Amaral, 2005), abordaram a informalidade,
no intuito de compreender as dinâmicas socio económicas, que concorrem
para o surgimento e expansão de trabalho informal, ou economia informal,
tanto nos países considerados desenvolvidos, como nos países em
desenvolvimento. Nos estudos sobre o sector informal, dos autores acima
referidos e outros, são mobilizados diferentes conceitos e noções, como
trabalho ou economia informal, economia formal, informalidade, emprego e
estratégias de sobrevivência como referentes ao sector informal. Assim, no
presente capítulo vamos procurar perceber as várias perspectivas avançadas,
para compreensão da informalidade nas sociedades atuais.

Contudo, no primeiro conceito que vai constituir a nossa fundamentação teórica


vamos mostrar como, através da pesquisa bibliográfica a realizar no âmbito do
presente projecto, o debate em torno do sector informal não é consensual entre
os diferentes autores.

Nestes círculos de debates em torno da economia informal, duas posições são


marcantes. A primeira considera a informalidade como um processo inicial para
a formalidade. A segunda passou a perceber a informalidade como um
fenómeno que não deve ser visto como antagónico, mas, como algo que deve
ser analisado e incorporado às medidas administrativas, para que os seus
actores não continuem na vulnerabilidade, uma vez que este sector alberga
parte da população economicamente activa (Amaral, 2005; OIT, 2006; Kreinet
et al, 2010).
5.2. Juventude

A juventude é uma das classes da revolução das sociedades, onde


entendemos que o Estado deve criar políticas ligadas a este segmento
populacional, para potencializar-se diante da realidade social.

A abordagem sobre a juventude e os seus desafios sempre foram elementos


de reflexão, embora essas reflexões se fizessem no âmbito da abordagem
familiar. Daí que, só nos anos 1920 ela começa a ser estudada como uma
categoria de análise, altura em que os sociólogos da escola de Chicago
passaram a dedicar-se ao estudo das gangs de jovens, que se formavam nos
guetos norte-americanos. Estes estudos buscavam compreender fenómeno
como a criminalidade, violência na cidade, crescimento das favelas e o
aumento da população (Samba, 2018).

Segundo Castro (2005), as abordagens sobre a juventude, na sua maioria


relacionam, frequentemente, elementos como faixa etária, mudanças
físicas/biológicas ou comportamentais. Este olhar sobre o conceito de
juventude não é consensual entre os autores, uma vez que, o critério idade ou
comportamento varia de acordo aos vários contextos sócio históricos.

A definição de juventude pelo critério etário começa a ganhar relevância a partir


de 1985, consagrado como ano internacional da juventude pela Organização
das Nações Unidas. A ONU considera jovens, todos os indivíduos que têm
idade compreendida entre 15 e 24 anos de idade.

No entanto, a perspectiva da ONU difere daquela adoptada pela União


Africana. Segundo a Comissão da União Africana (2006), na sua Carta Africana
da Juventude, considera-se jovens todas aquelas pessoas com idade
compreendida entre 15 e 35 anos. O mesmo critério etário também foi
adoptado pelo Governo de Angola e que constitui a base da criação das
políticas e dos programas do Ministério da Juventude e Desportos de Angola,
no período de 2013-2017.
6. Abordagem Metodológica da Pesquisa

O presente ponto procura apresentar alguns passos metodológicos, que a


nossa dissertação poderá seguir no desenvolvimento da pesquisa, dentre o
método adoptado, as fases da pesquisa, bem como os instrumentos utilizados
na recolha de informações.

6.1. Local do Estudo

O estudo terá como campo de pesquisa o bairro do Rocha Pinto. Este local foi
escolhido pelas seguintes razões:

 Área em que o crescimento da venda informal tem crescido nos últimos


tempos;

 Área de fácil mobilidade para o (s) autor (es) do trabalho, tendo em


conta os conhecimentos que tem sobre o Bairro.

O Rocha Pinto é um bairro que se localiza na província de Luanda, pertencente


ao distrito da Maianga, no município de Luanda. Com mais de dez mil
habitantes, o bairro Rocha Pinto foi criado há mais de 40 anos. Está
"encravado" entre parte do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, e os bairros
Cassenda, Morro Bento, Gamek, Prenda e Samba. É atravessado pela Avenida
21 de Janeiro que o divide em duas zonas.

O bairro começou a crescer em 1979, mas antes desta data o mesmo era
ocupado por 10 a 15 habitações, por lavras e plantações. A população que hoje
ocupa o bairro são, na sua maioria, deslocada de guerra provenientes,
principalmente, da província do Kwanza Sul. O mesmo passou a ter a sua
existência legal a partir de 1999.

6.2. Tipo de Pesquisa

Quanto à finalidade, trata-se de uma investigação básica de natureza


observacional com a forma de abordagem qualitativa cujos procedimentos
técnicos a serem utilizados são a pesquisa bibliográfica, documental e de
campo. Quanto ao desenvolvimento no tempo trata-se de uma pesquisa de
carácter retrospectivo.
Como vimos, a pesquisa terá um enfoque qualitativo, no qual se vai procurar
captar percepções e experiências dos vários atores que intervêm no mercado
informal e de forma particular os jovens ambulantes. Segundo Oliveira (2016) a
pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como sendo uma tentativa de se
explicar em profundidade o significado e as características do resultado das
informações obtidas através de entrevistas ou questões abertas, sem a
mensuração quantitativa de características ou comportamentos.

As pesquisas qualitativas fundamentam-se em dados obtidos nas interações


interpessoais, na coparticipação das situações os informantes, analisadas a
partir da significação que estes dão aos seus actos. O pesquisador participa,
acompanha e interpreta (Chizzotti, 2017, p. 64).

6.3. População e Amostra do Estudo

A população para um estudo científico é um conjunto definido de elementos


que possuem determinadas características. Comumente fala-se de população
como referência ao total de habitantes de determinado lugar (Gil, 2008, p. 89).
No entanto, a população do presente estudo são todos os vendedores
informais que atuam no bairro Rocha Pinto em Luanda. Estima-se que no
bairro Rocha Pinto há a existência de cerca de 2000 vendedores informais a
atuar naquele bairro.

Destes aproximadamente 2000 vendedores informais do bairro, vamos retirar


uma amostra não probabilística por acessibilidade de 16 vendedores informais
maiores de 18 anos, sendo 8 do sexo masculino e 8 do sexo feminino que
atuam como vendedores informais no Rocha Pinto a pelo menos 2 anos ou
mais. De acordo com Gil (2008, p. 90), a amostra é definida como o
subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelece ou
se estimam as características desse universo ou população. A amostra por
acessibilidade ou conveniência é aquela destituída de qualquer rigor estatístico
em que o pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso admitindo que
estes possam, de alguma forma, representar o universo (Gil, 2008, p. 94).
6.4. Critérios de Inclusão e Exclusão

Serão incluídos neste estudo todos os vendedores informais do bairro Rocha


Pinto que sejam maiores de 18 anos de idade, de ambos os sexos, com
sanidade mental, capacidade e que estejam dispostos, disponíveis e que
vivendo em outras localidades praticam a venda informal no bairro Rocha
Pinto.

Serão excluídos todos aqueles que vivem no Rocha Pinto e não sejam
vendedores informais, os vendedores menores de 18 anos também serão
excluídos, bem como aqueles que não estejam dispostos e disponíveis e
também os que apresentam deficiências cognitivas.

6.5. Aspectos Éticos da Pesquisa

Os princípios éticos e deontológicos da pesquisa serão assumidos, pois que


durante o processo de investigação há o risco de partilha indevida de dados
dos entrevistados por parte da equipa de investigação ou mesmo pelas
pessoas que tiverem acesso aos dispositivos portadores dos dados e, para
garantir a segurança dos dados, os mesmos serão restringidos ao pesquisador
e o dispositivo portador dos dados será previamente protegido com palavra
passe cujo acesso a mesma será apenas do investigador.

Serão também preservadas as identidades dos sujeitos através da atribuição


de um código substituindo os nomes próprios para garantir o anonimato dos
sujeitos relativamente às informações solicitadas e, se for necessário identificar
algum sujeito que será antecipadamente solicitada a sua permissão ou
autorização, caso não for permitido ou autorizado então não o identificaremos.

Durante o processo de recolha das informações aos sujeitos, será


salvaguardado o princípio da transparência, pois que os entrevistados serão
devidamente informados sobre a identidade da instituição acadêmica, a
identidade do investigador bem como a apresentação dos objectivos da
pesquisa através da entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE ver Apêndice nº 2), para participarem da pesquisa de forma livre e
consciente e autorizarem o uso da informação e imagens na dissertação. Caso
seja necessário pode se captar a imagem dos mesmos e será pedida a devida
autorização através do Termo de Autorização de Uso de Imagem (Apêndice
nº3).

Sendo que os entrevistados serão interpelados no espaço público, a


privacidade dos mesmos será garantida na medida em que serão entrevistas
individuais num espaço reservado no qual os mesmos se sintam confortáveis e
estarão apenas o entrevistado e o investigador. Ao participarem do estudo os
sujeitos serão beneficiados pelo uso dos resultados do estudo, das políticas
sociais, programas e projectos sociais que poderão surgir em decorrência do
presente estudo para benefício das pessoas que praticam a venda informal.
Outro benefício é que os mesmos terão a oportunidade de partilhar a sua
experiência adquirida na prática de catação de lixo.

Depois da leitura do TCLE aqueles que se mostrarem disponíveis vão participar


do estudo assinando o referido documento e os que se mostrarem
indisponíveis serão dispensados. Salienta-se que mesmo os que assinarem o
documento poderão desistir de participarem sem qualquer prejuízo, mas
espera-se que o façam com certa antecedência para permitir a substituição. O
documento será assinado em duas vias, sendo uma para o sujeito de pesquisa
e outra para o pesquisador.

O autor declara desde já que não há conflito de interesse secundário (ganho


financeiro, promoção, desvio de função, entre outros) capaz de prejudicar o
julgamento profissional e/ou os objectivos da investigação. Nem a origem do
financiamento/recursos do projecto, muito menos o tipo de relação com os
sujeitos se configuram em fontes de conflito de interesses.

O presente projecto será submetido à apreciação do Comité de Ética em


Investigação em Seres Humanos da Universidade Católica de Angola e a
recolha de dados terá início, somente após emissão do parecer de aprovação
do projecto neste órgão e no Exame de Qualificação constituído por um júri
entre os professores do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e
Política Social. Ressalta-se que a submissão do projecto de pesquisa ao
Comité de Ética visa garantir os direitos fundamentais dos participantes da
investigação no mais estrito cumprimento das disposições previstas no
Regulamento do Comité de Ética em Investigação, no Capítulo 9, primeiro
parágrafo que informa que as “Investigações ainda não aprovadas ou
reprovadas não podem ser colocadas em andamento. Se assim não for
configuram irregularidades éticas e, portanto, exigirão apuração pelo CEI”.

6.6. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

Como técnica de recolha de dados vai se utilizar a entrevista que se entende


como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe
formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à
investigação (Gil, 2008, p.109). Para isso, o instrumento a ser utilizado é o
guião de entrevista (Apêndice nº 2), onde vão constar as perguntas que se fará
aos sujeitos da pesquisa. Como se trata de uma entrevista semiestruturada,
algumas questões serão feitas mesmo no decorrer da conversa com os
entrevistados com o objectivo de aprofundar ainda mais as informações que se
pretendem no presente estudo.

Portanto, entendemos que a entrevista semiestruturada é a mais adequada


para captar a subjetividade dos sujeitos da pesquisa de forma aprofundada.
Por conseguinte, a principal característica da entrevista semiestruturada está
no facto de combinar perguntas do tipo abertas e fechadas com a possibilidade
de o pesquisador improvisar e reconduzir a entrevista aos pontos de interesse.
As questões base predefinidas são seguidas sobre a forma de uma conversa
informal o que pode deixar o entrevistador mais confortável (Gil, 2008, p.109).

Para a efetivação desta entrevista os sujeitos serão selecionados por


acessibilidade. A amostra por acessibilidade ou conveniência é aquela
destituída de qualquer rigor estatístico em que o pesquisador seleciona os
elementos a que tem acesso admitindo, que estes possam de alguma forma,
representar o universo. Esta técnica é apropriada para estudos qualitativos ou
exploratórios na medida em que possibilita escolher os entrevistados de quem
temos maior acessibilidade de contactar (Gil, 2008, p. 94).
6.7. Técnica de Análise de Dados

Como técnica de análise de dados vai utilizar-se a análise de conteúdo, que


segundo Bardin (citado por Godoy, 1995b), consiste em uma técnica
metodológica que se pode aplicar em discursos diversos e a todas as formas
de comunicação, seja qual for à natureza do seu suporte. Ela se estrutura em
três fases: 1) pré-análise; 2) exploração do material, categorização ou
codificação; 3) tratamento dos resultados, inferências e interpretação.

Na perspectiva de Taquette e Borges (2020), a análise de conteúdo é baseada


na contagem da frequência de aparição de características nos conteúdos das
mensagens e estas características são categorizadas. As categorias
construídas pela análise de conteúdo são resultados que não falam por si só,
precisam ser discutidos e interpretados pelo pesquisador.

7. Resultados Esperados

No final da presente pesquisa, espera-se que sejam:

 Caracterizados os Perfis socioeconômicos dos jovens vendedores


ambulantes em Luanda no bairro Rocha Pinto;

 Conhecidas as dinâmicas de venda informal como estratégia de


sobrevivência dos jovens do bairro Rocha Pinto na cidade de Luanda;

 Descritas as estratégias de venda, adoptadas pelos jovens vendedores


de rua no bairro Rocha Pinto na cidade de Luanda.
8. Cronograma

2022-2023 2023-2024

ACTIVIDADES A DESENVOLVER I Semestre II I Semestre II


Semestre Semestre

Encontros com o orientador X X X X

Levantamento e seleção de X X X
bibliografias

Leitura e fichamento das obras X X X


selecionadas

Elaboração da Fundamentação X X X
teórica

Elaboração dos instrumentos de X X


recolha de dados

Submissão do Projecto ao Comité X


de Ética da UCAN

Pré-teste dos instrumentos X


elaborados

Reformulação dos instrumentos X


testados

Exame de qualificação X

Coleta de Dados X

Organização e análise dos dados X X


obtidos

Redacção da Dissertação X X

Revisão do texto X X

Entrega do trabalho X
Defesa Pública da Dissertação X

Correcção do trabalho com base X


nas orientações do Júri

Entrega da Versão Final a X


Secretaria do PPGSSPS
9. Orçamento

VALOR UN
Nº DESCRIÇÃO QTD VALOR TOTAL (AKZ)
(AKZ)

1 Custo com transporte 1.000,00 288 288.000,00

2 Serviços de Internet 2.000,00 24 48.000,00

3 Cadernos 800,00 4 3.200,00

4 Tinteiros hp 122 15.000,00 6 90.000,00

5 Resmas de papel A4 3.000,00 5 15.000,00

6 Esferográficas 150,00 10 1.500,00

7 Lápis 100,00 3 300,00

8 Borrachas 150,00 3 450,00

9 Afias 150,00 2 300,00

10 Outros 200.000,00 1 200.000,00

Total Geral 222.350,00 346 646.750,00

Fonte do Financiamento Financiamento Próprio

Fonte: Elaboração Própria

10. Referências Bibliográficas

AMARAL, I. (2005). Importância do sector informal da economia urbana em


Países da África Subsaariana. pp. 53-72.

ERNESTO, A.; Capita, G. (2015). A Economia Informal em Angola:


Caracterização do Trabalhador Informal. Open Society.
CASTRO, E de. (2005). Entre Ficar e Sair: uma etnografia da construção
social da categoria jovem rural. Tese de doutoramento, Rio de Janeiro,
UFRJ/PPGAS.

CHIZZOTTI, António (2017). Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 12ª ed.


São Paulo; Cortez.

COMISSÃO DA UNIÃO AFRICANA (2006). Carta Africana da juventude,


Banjul.

Gil, A.(2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas.

GODOY, Arllda Schmidt (1995b). Introdução à Pesquisa Qualitativa e Suas


Possibilidades, in: Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 35, n.
2, p. 57-63 Mar./Abr. 1995. Artigo recebido pela Redação da RAE em
junho/1994, avaliado em agosto/1994 e janeiro/1995, aprovado para publicação
em janeiro/1995. Disponível em pdf.

KREINET, D. J. & WEISHAUPT, M. (2010). Economia informal: aspectos


conceituais e teóricos. Pp. 9- 25

LOPES, Carlos M (2004). Angola: os desafios da reconstrução. Artigo


publicado em Janus 2004. Lisboa: UAL/Público

Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial (2012). Plano


Nacional de Desenvolvimento 2013-2017. República de Angola. Disponível em
pdf.

OIT, Organização Internacional do Trabalho (2006). A OIT e a Economia


Informal. Escritório da OIT em Lisboa, 2005, 1ª Edição.

OLIVEIRA, Maria Marly de (2016). Como Fazer Pesquisa Qualitativa. 7ª ed.


Petrópolis/RJ: Vozes.

ROCHA, J. M. A. (2011). Por onde vai a economia angolana. Luanda:


Mayombe Editor

SAMBA, S. J. (2018). Trabalho informal em Lunada: luta e persistência dos


jovens migrantes. São Paulo, Cortez
SANTOS, Orlando, (2010). Do pregão da avó Ximinha AO grito da zungueira,
Trajetórias femininas no comércio de rua em Luanda. Tese do Mestrado.
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia.
como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Estudos Étnicos e
Africanos.

TAQUETTE, S. e BORGES, L. (2020). Pesquisa Qualitativa para Todos.


Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes.

VAN-DÚNEM, J. O. S., (2008). Fundos Sociais: Um Colírio no Combate à


pobreza? Luanda, Edição Kilombelombe.
11. Apêndices

Tipo de entrevista Semiestruturada

A venda informal como estratégia de sobrevivência dos jovens


Tema da pesquisa
do bairro Rocha Pinto em Luanda

De que modo a venda informal tem servido de estratégia de


Pergunta de partida sobrevivência dos jovens no bairro do Rocha Pinto da cidade de
Luanda?

Analisar as dinâmicas de venda informal como estratégias de


Objectivo geral
sobrevivência dos jovens em Luanda, no bairro Rocha Pinto.

Campo de Pesquisa Bairro Rocha Pinto em Luanda

Duração 20 min

Sujeitos de Pesquisa Vendedores Informais

Questões relacionadas com a pergunta de partida: De que modo à venda informal


tem servido de estratégia de sobrevivência dos jovens no bairro do Rocha Pinto da
cidade de Luanda?

1. Como a venda informal tem te ajudado?

Questões relacionadas ao objectivo específico 1: Caracterizar o Perfil sócio


económico dos jovens vendedores ambulantes em Luanda no bairro Rocha Pinto

1. Sexo

2. Idade

3. Estado Civil

4. Nível Acadêmico

5. Local de Residência

6. Profissão/Ocupação

Questões relacionadas ao objectivo específico 2: Conhecer as dinâmicas de venda


informal como estratégia de sobrevivência dos jovens do bairro Rocha Pinto na cidade
de Luanda ;

1. Como funciona a venda informal aqui no


Rocha?

2. Quais são os desafios desta actividade


aqui no Rocha?

3. Consegues cobrir todas as despesas


com o rendimento da Venda?

4. Como têm sido tratados pela polícia e


pela fiscalização da administração?

5. Que conselho deixarias para o Estado


Angolano a respeito à venda informal?

Questões relacionadas ao bjectivo específico 3: Descrever as estratégias de venda


adoptadas pelos jovens vendedores de rua no bairro Rocha Pinto na cidade de Luanda.

1. Descreve a tua actividade diária na venda ambulante aqui no bairro Rocha Pinto.

2. Que impacto a venda informal tem na sua vida pessoal?

Apêndice nº 1: Guião de Entrevista

Fonte: Elaboração Própria

Apêndice nº 2: TCLE

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Investigação: A venda informal como estratégia de sobrevivência


dos jovens do bairro Rocha Pinto em Luanda.

Pesquisador Responsável: Jorge Manuel Chiquinho

Descrição do projecto: Este é um estudo que estamos a fazer no Bairro


Rocha Pinto em Luanda, através do Instituto Superior João Paulo II/UCAN com
o objetivo de Analisar as dinâmicas de venda informal como estratégias de
sobrevivência dos jovens em Luanda, no bairro Rocha Pinto. Para isso, é
preciso que os participantes sejam submetidos a responder algumas questões.
Quanto aos riscos associados ao estudo, a técnica utilizada não causará
nenhum dano físico ou despesas ao utente.

Benefícios: Ao participar deste estudo, não receberá qualquer benefício


adicional nem dinheiro, mas estará contribuindo para ampliar o estudo sobre a
compreensão da Venda Informal no Bairro Rocha Pinto.

Confidencialidade: A participação neste estudo será confidencial. Os


resultados obtidos na avaliação serão mostrados somente às pessoas que
trabalham no projecto, mas o nome da pessoa que participa nunca será
revelado.

Direito à retirada do estudo: Quem participa na investigação tem todo o


direito de fazer qualquer pergunta referente às vantagens e desvantagens, ou
dizer que não quer participar nela.

Participação voluntária: A participação é voluntária. Se houver qualquer


recusa em participar neste estudo, não ocorrerá qualquer perda de benefícios.
Em caso de dúvida ou nova informação relacionada ao estudo, serei capaz de
contactar o pesquisador Jorge Manuel Chiquinho, pelo Email
chiquinhojm16agmail.com ou pelos seguintes terminais telefônicos:
924958534 / 914269691 / 951511278 ou poderei também contactar o
orientador do trabalho, Daniel Luaciano Muondo, pelo seguinte terminal
telefônico: 923509089 e pelo Email: duondo@gmail.com .

Eu,_________________________________________________________,
recebi a devida informação sobre o conteúdo deste termo, livremente, sem
qualquer pressão por parte do investigador, eu expresso o meu consentimento
em participar deste estudo:

___________________________________ Data: __/__/__

Pesquisador que conversou com o inquirido

______________________________________
Assinatura do participante

O orientador

_____________________________

Daniel Luciano Muondo


Apêndice nº 3: Termo de Autorização de Uso de Imagem

Eu,..........................................................................................................................
...... número de documento: BI ( ) Passaporte
( )...........................................................,
endereço................................................................................................................
município ...........................................,
província .................................................., AUTORIZO o uso da minha imagem
em fotos ou filmes, para ser utilizada na investigação intitulada "A venda
informal como estratégia de sobrevivência dos jovens do bairro Rocha Pinto em
Luanda" com fins estritamente científicos, sem interesses comerciais e
políticos, sem cobrança de honorários, cujo uso da imagem abrange todo o
território nacional e o exterior. Por esta ser a expressão da minha vontade,
declaro que AUTORIZO o uso acima descrito sem que nada haja a ser
reclamado a título de direitos relativos à minha imagem ou a qualquer outro que
possa surgir em decorrência da participação nesta investigação.

Você também pode gostar