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Autor:
Aníbal da Cruz Amosse de Saúde
Supervisora:
a
dr . Fátima da Conceição Malate
Presidente:
Rosana da Glória
Oponete:
Adriano Carlos
Declaro que este trabalho é resultado da minha pesquisa e das orientações da minha supervisora,
o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas, estão devidamente mencionadas no texto
e referenciadas bibliograficamente. Este trabalho nunca foi apresentado na íntegra e/ou
parcialmente em outra instituição para a obtenção de qualquer grau académico.
O Autor
_______________________________________________________
1
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu pai, Aníbal Bastos Jorge de Saúde; a minha mãe, Ana Eduardo
Vilanculo; e aos meus irmãos, Jorge Zunguze de Saúde e Lúcia Maria Bastos de Saúde.
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha supervisora dra. Fátima da Conceição Malate por me ter aceitado como seu
supervisionado e pela sua visionária orientação.
Aos meus colegas do curso que sempre estiveram comigo e me apoiaram incansavelmente, em
especial ao António Bernardo Cuinhane e Efrigénio Alberto Raul.
De uma forma abrangente, a todos os que colaboraram directa ou indirectamente para realização
deste trabalho, bem como àqueles que compartilham comigo a alegria de concluir o Curso de
Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural. As minhas saudações académicas.
3
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
% – Percentagem
BM – Banco Mundial
MZN – Metical
4
PMGAV – Plano Punicipal de Gestão Ambiental de Vilankulo
5
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabela no 2: Custo de Vida Mensal dos Membros dos (AFs) dos Comerciantes Inqueridos
6
RESUMO
7
informal sustenta o agregado familiar e a consequente melhoria nas condições de vida. A amostra
foi constituída por 61 elementos, em que 60 são comerciantes informais e 01 quadro da edilidade
local e empregou-se a amostragem por acessibilidade, que foi dividida em dois grupos, em que o
primeiro é constituído pelo quadro da edilidade local, isto é, Chefe Adjunto da Secção de
Finanças, em que lhe foi aplicada a técnica de entrevista semi-estruturada para colecta de dados e
o segundo é constituído por comerciantes informais da vila municipal de Vilankulo 60 em que
lhes foi aplicada a técnica de questionário para colecta de dados. Feita a colecta de dados, fez-se
a análise e compilação dos mesmos através da estatística descritiva e pelo pacote informático
Excel. As principais constatações deste estudo são: (a) a força de trabalho adstrita ao comércio
informal apresenta um baixo nível de educação e falta de experiência profissional, (b) no
comércio informal estão envolvidos maioritariamente jovens de nível básico incompleto que
praticam a actividade por conta própria e (c) as mulheres dominam o comércio informal. Esta
actividade, é fonte para a sobrevivência de muitas famílias e ajuda no sustento e melhoramento
das condições de bem-estar dos envolvidos na mesma.
8
ÍNDICE
Conteúdo Página
DECLARAÇÃO DE HONRA i
DEDICATÓRIA ii
AGRADECIMENTOS iii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES vi
RESUMO viii
I. INTRODUÇÃO 1
1.1. Contextualização 1
1.3. Justificativa 2
1.4. Objectivos 3
1.4.1. Geral: 3
1.4.2. Específicos: 3
1.5. Hipóteses 3
III. METODOLOGIA 11
3.4. Amostragem 13
4.1.4. Idade 18
4.1.5. Sexo 20
4.2.2. Relação Receitas Mensais e Custo de Vida Mensal dos Comerciantes Informais Inqueridos
28
4.3. Tendência e Aplicação das Receitas Municipais Arrecadadas pelo CMVV Através do
Comércio Informal 30
5.1. Conclusão: 32
APÊNDICES I
ANEXOS V
Contributo do Comércio Informal na Promoção do Desenvolvimento Sócio-económico na Vila
Municipal de Vilankulo de 2010 à 2015
I. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
De acordo com MILES et al., (2006) citados por FRANCISCO & PAULO (2006) “em
Moçambique tanto o desemprego assim como o sub-emprego são elevados e grande parte da
força de trabalho está empregue na economia informal.” E uma das actividades da economia
informal é o comércio informal.
A actividade do comércio informal, que cresce e, emprega cada vez mais um número
crescente da população na vila municipal de Vilankulo, é uma alternativa ao desemprego, pois,
oferece autonomia e renda aos AFs dos praticantes da mesma. No município de Vilankulo, vê-se
com frequência homens, mulheres e crianças em busca de sustento diário através da venda de
diversos produtos e/ou serviços.
1.3. Justificativa
Outro aspecto, prende-se com a relevância que as constatações deste trabalho oferecem a
academia, em termos de geração de informação pertinente para consulta, bem como, o despertar
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral:
1.4.2. Específicos:
1.5. Hipóteses
Não existe uma definição única e nem de consenso, para a designação do sector informal
e o problema não tem a ver só com o significado da expressão sector informal, mas também com
a escolha da expressão que melhor traduz este fenómeno. Alguns conceitos que coadunam
perfeitamente com este estudo, são os seguintes:
O sector informal define-se como “um variado leque de actividades orientadas para o
mercado e realizadas com uma lógica de sobrevivência pelas populações que habitam os centros
urbanos dos países em desenvolvimento” (LOPES, 1999).
QUEIROZ (2009), considera sector informal, a actividade orientada para o mercado com
o principal objectivo de criar emprego e rendimento para as pessoas nela envolvida e para os
seus agregados familiares, com uma lógica de sobrevivência.
A OIT (2006), considera ainda que qualquer negócio/empresa não matriculado junto do
governo nacional/local pertence ao sector informal; não se incluem as actividades ilícitas e
compreende essencialmente, as chamadas actividades de sobrevivência, abrangendo as pequenas
empresas, as microempresas, os trabalhadores independentes e o auto-emprego.
Que tipo de documentos a pessoa entrevistada diz a empresa possuir (Alvará, Ficha de
Registo, Licença Municipal/Precária) ou, no caso de um empregado, se ele/ela possui um
contrato de trabalho oficial.
Ademais, para o INE (2005), o sector informal em Moçambique define-se pelo exercício
de actividades não registadas na Repartição de Finanças (entidade competente para o efeito) e
por a empresa possuir menos de 10 trabalhadores. A definição do INE sugere que, mesmo se a
empresa declarar que paga uma taxa ao Conselho Municipal ou a uma outra instituição que não é
a Repartição de Finanças, ela é considerada como fazendo parte do sector informal.
Para o INE (2005), comércio informal é toda actividade comercial não registada na
Repartição de Finanças. Fazem parte deste grupo unidades não licenciadas, vendedores de rua,
de esquina, de mercado, etc.
Dualista: o comércio informal como um sector residual, pois quando crescer a economia
tenderá a desaparecer.
Estruturalista: existem fortes conexões e interdependência entre o comércio informal e
o comércio formal. Outsourcing e sistemas de produção flexíveis que reduzem seus
custos.
Legalista: os empreendimentos do comércio informal se organizam fora do sistema legal
para reduzir custos de registo e legalização.
Ainda (CARDERO & ESPINOSA, s/d) afirmam que o comércio informal no que tange a
empregabilidade da mão-de-obra inclui trabalhadores por conta própria, trabalhadores casuais e
sem emprego fixo, trabalhadores domésticos remunerados e trabalhadores a tempo parcial sem
um vinculo contratual formal.
Segundo CRUZ & SILVA (2005), “as mulheres fazem parte dos primeiros grupos que
dinamizaram a criação e o desenvolvimento do comércio informal, e continuam a representar a
maior população de indivíduos que operam neste sector de actividade.”
MOSCA (2010), questiona se o comércio informal não será “um factor de alívio da
pobreza a curto prazo que a governação cria, em benefício da concentração da riqueza, da
manutenção de uma crise de intensidade suportável e que termina por comprometer o
crescimento estável a longo prazo?”
usada pela elite governante como uma esponja atenuadora de potenciais conflitos sociais que
ocorreriam na sua ausência.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que é uma medida composta que mede a
realização média de um país em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida
longa e saudável, medida pela esperança de vida à nascença; conhecimento medido pela taxa de
alfabetização de adultos (com ponderação de dois terços) e pela taxa de escolarização bruta
combinada do primário, secundário e superior (com ponderação de um terço); um nível de vida
digno, medido pelo PIB per capita (PNUD, 2008).
III. METODOLOGIA
Este tipo de estudo tem como objectivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vista a torná-lo mais claro ou a construir hipóteses. A grande maioria dessas
pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram
experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a
compreensão. Essas pesquisas podem ser classificadas como: pesquisa bibliográfica e estudo de
caso (GIL, 2007).
Este tipo de estudo (a) proporciona maior familiaridade com o problema de pesquisa,
com vista a torná-lo explícito; (b) possibilita ao pesquisador captar conhecimentos e
comprovações teóricas, a partir de investigações de determinadas hipóteses avaliadas dentro de
uma realidade específica, podendo proporcionar o levantamento de possíveis problemas ou o
desenvolvimento posterior de uma pesquisa descritiva ou ainda experimental (GIL, 2007).
3.4. Amostragem
No que tange a amostra, usou-se a amostra não probabilística por acessibilidade. Segundo
GIL (2007), a amostra por acessibilidade é a menos rigorosa de todos os tipos de amostra e por
isso, é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador selecciona os elementos a que tem
acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo. Outro aspecto que
ditou a escolha deste tipo de amostra é a inacessibilidade ao universo dos comerciantes
informais, facto que deve-se a falta de uma base de dados sobre o sector por parte da edilidade
local.
1º Grupo: constituído por 1 quadro do CMVV, Chefe adjunto da Secção das Finanças.
2º Grupo: foi constituído por 60 comerciantes informais da vila municipal de Vilankulo.
No que tange aos procedimentos técnicos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica para o
levantamento sobre a literatura existente. Depois realizada uma pesquisa de campo, para
entender a realidade do objecto pesquisado.
em áreas dispersas geograficamente; implica menores gastos com pessoal uma vez que não
precisa treinar este pessoal; as pessoas podem sentir-se a vontade para expor as suas opiniões;
não expõe os pesquisados à influência das opiniões e dos aspectos pessoal do entrevistado;
salvaguarda a questão do anonimato dos pesquisados e facilita a pessoa a responder no momento
que achar mais conveniente (GIL, 2007).
O facto de investigador estar a colher os dados frente a frente com o entrevistado traz
algumas vantagens entre elas destacam as seguintes: a entrevista permite também obter dados
mesmo com pessoas que não sabem ler e escrever; possibilita recolher muita informação uma
vez que as pessoas podem recusar-se a preencher um questionário mas aceitarem serem
entrevistadas; é mais flexível em termos de processo de condução da mesma, uma vez que caso
haja dúvida o entrevistador pode explicar e finalmente a entrevista ajuda a perceber o
comportamento corporal do entrevistado GIL (2007).
Pesquisa Bibliográfica: a outra fonte de dados usada neste trabalho foi a consulta de
literatura relevante para o estudo. Esta forneceu informação importante sobre a força de trabalho
envolvida no comércio informal que usou-se para compreender as características da força de
trabalho envolvida no comércio informal na vila municipal de Vilankulo e para apurar sobre a
importância do comércio informal na vida dos indivíduos envolvidos.
Os comerciantes informais inqueridos, isto é, 60, são os que têm bancas fixas na vila
municipal de Vilankulo, vendendo produtos diversos, com maior destaque para os produtos
alimentícios de primeira necessidade grupo que faz o grosso dos entrevistado com 53% seguido
de vendedores de produtos de limpeza e estética 35% e por último 12% correspondentes ao
serviço de refeições e bar.
12%
35% 53%
Fonte: AUTOR
O demosntrado pelo gráfico vai de encontro ao constatado por (SANDI, s/d), em sua
pesquisa em que 76% dos inqueridos em Moçambique, vendiam produtos alimenticios de
primeira necessidade.
Conta própria
85%
Conta própria 83%
Fonte: AUTOR
Este esquema, demonstra que dos vendedores informais inqueridos, 90% praticam o
comércio informal como actividade principal dos quais 85% estão a conta própria e 15% como
empregados. Apenas 10% praticam como actividade secundária em que 83% estão a conta
própria e 17% como empregados.
7%
37% 27%
30%
Fonte: AUTOR
Resultados similares foram encontardos por (SANDI, s/d) em sua pesquisa sobre Análise
da sustentabilidade do comércio informal em Moçambique, em que 68% dos comerciantes
exerciam a actividade de 0-5 anos.
4.1.4. Idade
No que diz respeito a idade, os resultados mostram que cerca de 32% têm idades
compreendidas entre os 26-35 anos, segue-se a faixa etária de 16-25 anos com 20%, depois a
faixa etária entre 36-45 anos com 18%, seguindo a faixa etária dos vendedores com menos de 15
anos de idade com 15%, faixa etária entre 46-55 anos com 12% e por último a faixa etária com
mais de 56 anos de idade com 3%.
12% 3% 15%
18% 20%
32%
Fonte: AUTOR
Verifica-se, que a maior percentagem é composta por comerciantes informais com idades
iguais ou inferiores a 35 anos totalizando uma percentagem de 67%, isto é, somando as
percentagens dos comerciantes informais com idades iguais ou inferiores a 35 anos.
4.1.5. Sexo
Homens Mulheres
40%
60%
Fonte: AUTOR
O demonstrado pelo gráfico converge com LOFORTE (2000), ao afirmar que “as
mulheres envolvem-se cada vez mais no comércio informal porque para além de suprir o magro
orçamento familiar, o comércio informal emerge como uma estratégia para ganhar influência
social, constitui uma forma de luta e de resistência contra a ideologia do poder patriarcal que
relega as mulheres as actividades e/ou cuidados domésticas e a vida familiar.”
Segundo CRUZ & SILVA (2005) “as mulheres fazem parte dos primeiros grupos que
dinamizaram a criação e o desenvolvimento do comércio informal, e continuam a representar a
maior população de indivíduos que operam neste sector.”
No que tange, aos membros dos AFs dos comerciantes informais, a média é de 3,80
membros, o que faz uma média aproximada de 4,0 membros. Não estando distante da média
determinada pelo (INE, 2015) em que, a média total de pessoas por Agregado Familiar (AF) em
Moçambique é de 5,0 pessoas.
No que tange, ao nível de escolaridade e experiência profissional, denota-se que 29% têm
o nível básico incompleto seguido, pela percentagem de 23% em que são analfabetos, 20% têm o
nível básico completo, a percentagem de 18% é a dos que têm nível médio incompleto e por
último 10% que é composta por inqueridos com nível médio completo.
23% 20%
10%
18%
28%
Fonte: AUTOR
Fonte: AUTOR
28%
43%
5%
23%
Fonte: AUTOR
Resultados similares foram encontrados por MONGUELA et al., (2015) num estudo em
que o grupo alvo foram as empreendedoras no sector do turismo na província de Inhambane,
onde, constatou-se que 67% iniciaram a actividade com fundos próprios, apoiadas pelos maridos
ou fruto de uma poupança das actividades anteriores. Situação decorrente devido as altas taxas
de juros.
Resultados similares sobre a fonte de capital para o início do comércio informal, também
foram encontrados num estudo efectuado por LUBELL (1993) em Nova Delhi, tendo constatado
que 84% de empresários que estão no comércio informal, para o início do seu negócio usaram
poupanças pessoais ou empréstimos a familiares. Neste tipo de actividade, os indivíduos
envolvidos desenvolvem actividades económicas, tais como “bancos informais” que recolhem as
pequenas poupanças e fazem empréstimos para segmentos da população que não têm acesso ao
tradicional crédito bancário (NAZARÉ, 2006).
44% Dos comerciantes informais inqueridos que usaram poupanças próprias para o inicio
das actividades comerciais afirmam que o que causa essa preferência é a morosidade burocrática
das instituições financeiras formais na vila municipal de Vilankulo aliado as altas taxas de juros.
No que tange a renda mensal dos comerciantes informais inqueridos foi possível
constatar que 25% consegue como renda mensal decorrente da actividade do comércio informal
em uma quantia em meticais estimada entre 2.001,00-3.000,00; 14% com rendas estimadas entre
4.001,00-5.000,00; 12% com rendas entre 1.001,00-2.000,00; 10% entre 3.001,00-4.000,00; 10%
entre 7.001,00-8.000,00; 8% entre 8.001,00-9.000,00; 7% entre 6.001,00-7.000,00; 5% auferindo
mais de 10.000,00 por mês, 3% auferindo menos de 1.000,00; 3% entre 5.001,00-6.000,00 e
finalmente os restantes 3% auferindo uma quantia mensal entre 9.001,00-10.000,00 meticais.
3% 5% 3% 12%
8%
10%
7% 25%
3%
13% 10%
Fonte: AUTOR
para a obtenção de receitas para uma grande fasquia da população jovem, com níveis de
educação baixos que não têm possibilidade de ingressar no mercado formal. Estas receitas
arrecadadas pelos envolvidos no comércio informal contribuam também para a educação dos
seus filhos (MAPOSSE, 2011).
Neste trabalho, usa-se a linha de 1,25 dólares americanos (USD) por dia por indivíduo
para analisar a renda dos comerciantes informais de 2010 à 2014 e para o ano de 2015 é usada a
linha de 1,90 USD por dia por indivíduo. Visto que, a linha de 1,25 dólares americanos por dia
por indivíduo foi actualizada em 2015 pelo BM para 1,90 USD como o custo mínimo de vida no
mundo.
Tabela no 2: Custo de Vida Mensal dos Membros dos (AFs) dos Comerciantes Inqueridos
Ano Limiar Taxa de Limiar No Médio Custo de Mês Custo de Vida
de Câmbio de dos Vida (Dias) Mensal (MZN)
Pobreza Média Anual Pobreza Membros Diário
(USD) (USD/MZN) (MZN) dos AFs (MZN)
4.2.2. Relação Receitas Mensais e Custo de Vida Mensal dos Comerciantes Informais
Inqueridos
Fazendo a relação entre as receitas mensais e o custo de vida mensal dos comerciantes
informais inqueridos verificou-se que, de 2010 à 2014, 50% dos AFs dos comerciantes informais
inqueridos viviam abaixo da linha de pobreza e no ano de 2015, a percentagem subiu para 84%.
Olhando para o custo de vida e tendo em conta as receitas mensais conseguidas pelos
comerciantes informais constata-se que os comerciantes informais na vila de Vilankulo
sobrevivem, isto é, vivem sem dignidade, o que leva crer que arranjam-se. Visto que, de 2010 à
2014 a metade dos AFs dos comerciantes informais viviam abaixo da linha de pobreza e para o
ano de 2015 a situação agravou-se atingindo uma fasquia de 84% dos AFs dos comerciantes
abaixo da linha de pobreza.
As rendas conseguidas pelos comerciantes informais não chegam a fazer face de forma
cabal ao custo de vida, uma vez só conseguirem satisfazer despesas básicas, como as de
alimentação, acesso à água canalizada e energia eléctrica em seus domicílios. Ficando por fora
aspectos relativos ao lazer, ao custeio de estudos privados e/ou universitários, acesso a
medicamentos em farmácias dentre outros custos que oferecem uma certa dignidade a vida
humana. Contudo, a actividade do comércio informal é de maior importância no sustento e na
melhoria de condições de vida dos indivíduos que a desenvolvem.
Os resultados mostram que dos 60 inqueridos 60% têm em suas habitações água
canalizada e energia eléctrica instalada.13% têm somente água canalizada e 18% têm apenas
energia eléctrica em seus domicílios, sendo que 9% não têm energia eléctrica instalada em seus
domicílios e muito menos água canalizada.
No que tange a segurança alimentar os inqueridos (100%) afirmaram que têm segurança
alimentar garantida. Pois segundo os inqueridos, as suas familias, em todos os momentos, têm
acesso físico e económico a uma alimentação suficiente, segura, nutritiva e que atenda às
necessidades nutricionais e preferências alimentares. O que converge com Food and Agriculture
Organization (FAO, 1996), que afirma que “a segurança alimentar significa garantir, a todos,
condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo
permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas
alimentares saudáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna, em um contexto de
desenvolvimento integral da pessoa humana.
4.3. Tendência e Aplicação das Receitas Municipais Arrecadadas pelo CMVV Através do
Comércio Informal
Ano Previsão das Receitas por Cobrar Receitas Cobradas Grau de Execução
2014 2.000.000,00 1.397.756,00 70%
2013 1.500.000,00 1.391.000,36 93%
2012 2.000.000,00 1.544.000,74 77%
2011 1.700.000,00 1.511.000,09 89%
2010 1.500.000,00 1.309.000,26 87%
2500000
2000000
0
2014 2013 2012 2011 2010
Outro aspecto não menos importante que contribui para o não alcance das metas prende-
se com o facto de a edilidades local, não possuir programas e/ou projectos concretos de educação
fiscal CHICHONGUE (17 de Fevereiro de 2016 cp.).
5.1. Conclusão:
A faixa etária mais predominante é dos 26-35 anos (jovens). Este resultado leva a
afirmação de que os jovens desenvolvem o comércio informal como meio alternativo para a sua
ocupação criando o auto-emprego. É visível a maior presença de indivíduos com nível de
educação reduzido, com experiência de trabalho adquirida na própria aprendizagem do trabalho,
o que leva a concluir que esta actividade é praticada em geral por indivíduos com poucos anos de
escolaridade que privilegiam a auto-aprendizagem no próprio processo de trabalho.
A edilidades local não possui programas e/ou projectos concretos de educação fiscal, bem
como o facto de não ver os comerciantes informais como parceiros potenciais para o
desenvolvimento da autarquia. Ademais, a falta de uma base de dados é um entrave para uma
planificação de metas concretas em termos de taxas a serem cobradas para cada ano.
Portanto, não obstante aos entraves com os quais a edilidade e os comerciantes informais
se deparam, de forma holística, o comércio informal cria uma certa estabilidade social e alivia a
tensão social causada pela diminuição das possibilidades de emprego formal como do poder
aquisitivo, tornando-se uma fonte de renda e de segurança alimentar na vila municipal de
Vilankulo. Assim, contribui na promoção do desenvolvimento sócio-económico desta vila
municipal.
Ao CMVV
Para criar mecanismos de informar aos comerciantes informais sobre como aderir ao
crédito em instituições formais de financiamento bem como, sensibilizar aos
comerciantes sobre a importância do pagamento das taxas que são cobradas pela
edilidade local.
A intensificação das campanhas de educação fiscal; pode ser através da criação de
parceira com a Escola Superior de Desenvolvimento Rural (ESUDER) no que tange as
aulas práticas dos estudantes dos cursos de Economia Agrária e Comunicação e Extensão
Rural.
1. A edilidade está satisfeita com o nível de colecta das taxas através do comércio informal?
Sim ( )
Não ( )
1.1. Se não, a que se deve?
2. Como é feita a planificação do valor monetário a ser colectado por ano?
3. Qual é o destino do valor colectado pela edilidade através do comércio informal?
4. A edilidade conhece o número dos comerciantes adstrictos a actividade do comércio
informal?
5. Que mecanismo a edilidade usa para comunicar e persuadir os comerciantes informais
para que cumpram com zelo as suas obrigações fiscais?
Fim
1
Apêndice 2: Questionário Dirigido aos Comerciantes Informais da Vila Municipal de
Vilankulo
Meu nome é Aníbal da Cruz Amosse de Saúde. Sou estudante da Escola Superior de
Desenvolvimento Rural, da Universidade Eduardo Mondlane. Estou a fazer o curso de
Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural. Este questionário tem como objectivo principal
fazer o levantamento de informação para a elaboração do meu Trabalho de Culminação do Curso
cujo tema é “Análise do contributo do comércio informal na promoção do desenvolvimento
sócio-económico na vila municipal de Vilankulo de 2010 à 2015”. A sua opinião é muito
importante para a realização do trabalho e asseguro-lhe desde já a confidencialidade da
informação que me fornecer. O preenchimento deste questionário poderá levar cerca de dez
minutos. Agradeço desde já a sua colaboração. Todas as respostas aplicáveis deverão ser
assinaladas com “X”.
Vilankulo______/______/______
Nível básico completo ( ) Nível médio completo ( ) Nível básico incompleto ( ) Nível
médio incompleto ( ) Analfabeto/a ( )
2
A5. Situação Profissional
A10. A Fonte de Financiamento para o Inicio das Actividades no Comércio Informal foi:
3
Falta de financiamento bancário (falta de informação sobre como aderir ao financiamento de
instituições financeiras licenciadas para o efeito) ( )
Fim
4
ANEXOS