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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL

Contributo Sócio-económico de Pequenas e Médias Empresas (PME’s) do Sector


Industrial no Desenvolvimento do distrito de Nicoadala no período 2009-2013

Licenciatura em Economia Agrária

Autora:
Ancha Patrício Fernando

Vilankulo, Junho de 2015


Ancha Patrício Fernando

Contributo Sócio-económico de Pequenas e Médias Empresas (PME’s) do Sector


Industrial no Desenvolvimento do distrito de Nicoadala no período 2009-2013

Trabalho de Culminação de Curso


apresentado ao Departamento de
Sociologia Rural da Universidade
Eduardo Mondlane – Escola
Superior de Desenvolvimento
Rural para a obtenção do grau de
Licenciatura em Economia
Agrária

Supervisor:

dr. Adriano Carlos Chihanhe

Co-Supervisor
dr. Bernardo Dumba Tomocene

UEM - ESUDER
Vilankulo
2015
DECLARAÇÃO

Declaro que este trabalho é da minha autoria e resultado da minha investigação pessoal,
estando indicados no texto e na bibliografia as fontes utilizadas. Esta é a primeira vez que o
submeto para obter o grau de licenciatura, nesta instituição pública de ensino superior.

Vilankulo, ___ de Abril de 2015

_________________________________________

(Ancha Patrício Fernando)


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Patrício Fernando António e Ivone Filipe Maenato pelo
carinho que sempre demonstraram e por cultivarem em mim valores éticos e morais que hoje me
identificam, a minha avo Ancha Eugénia Fijamo pelo amor materno e pela educação que
proporcionou-me e ao meu namorado Michael Uamusse pelo companheirismo e pela força.

i
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecer a Allah todo-poderoso por ter me dado a vida, e ter iluminado o
meu caminho até os dias de hoje e por ter tornado o meu sonho e dos meus pais real e por ter-me
guiado pelo bom caminho e conseguido fazer a presente tese.

Ao meu querido pai por ter apostado em mim desde o dia em que eu nasci, por ter acreditado que
eu podia chegar onde cheguei, a minha adorável mãe pelo apoio incondicional, a minha avo pelo
amor materno e pela educação muito obrigada avo e a todos meus irmãos.

Ao meu supervisor dr Adriano Carlos Chihanhe, endereço a minha sincera gratidão, pela
excelente orientação que me prestou no desenvolvimento desta pesquisa.

Ao todo pessoal do SDAE e Autoridade Tributaria, especialmente ao eng Mário Artur, eng Ceia
Francisco e dr Joana, por todo apoio técnico e acompanhamento aos locais de pesquisa.

Estendo meus agradecimentos ao corpo docente e especial aos docentes eng Raitone Armando,
dr Benedito Nhatave, dr Eugenio Fernandes, dr Anito Chimela, dr Denis Sangwa, Bernardo
Tomocene por compartilharem seus conhecimentos ao longo dos quatro anos.

A todos meus colegas do curso de Economia Agrária, o meu muito obrigado vai especialmente
aos amigos Michael Uamusse, Paula Fumo, Constância Marrengula, Lúcia Matos, Francisco
Tembe, Esmenia Maugue, gostaria de externar meu imenso carinho e gratidão pela amizade,
companheirismo, por serem pessoas maravilhosas e simplesmente por fazerem parte da minha
vida.

Agradeço e especial a amizade, carinho e amor de Michael Uamusse, obrigado por tornar esta
caminhada menos árdua. E aos meus vizinhos Zilda Macaringue e Álvaro Cambula.

Sou muito grata aos meus inseparáveis amigos Amadeu Chico, Vânia Tomocene, António
Morela, André Bambo, Herman Lenço, Manjara Fernando. Apesar da distância sempre senti toda
a torcida de forma muito intensa e verdadeira.

E por fim agradecer a todos funcionários da Escola Superior de Desenvolvimento Rural e


especial a dr Lais Xavier pelo todo apoio dado durante a realização da minha tese.

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ATM - Autoridade Tributaria de Moçambique

CEMPRE - Censo as Empresas

EEA – European Environment Agency (Agencia Europeia do Ambiente)

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


IF’s - Intermediários Financeiros

INE - Instituto Nacional de Estatística

IPEME - Instituto para a promoção das pequenas e médias empresas

IRPC - Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas

IRPS - Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado

Lda - Limitada

MAE – Ministério de Administração Estatal

MIC - Ministério da Indústria e Comércio

MPD - Ministério de Planeamento e Desenvolvimento

MPME’s - Micro Pequenas e Medias Empresas

PIB - Produto Interno Bruto

PME’s - Pequenas e Medias Empresas

PNB - Produto Nacional Bruto

PVD’s - Países em Via de Desenvolvimento

SDAE – Serviços Distrital de Actividades Económicas

iii
OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico

ONG’s – Organização não Governamental

iv
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Tabelas Páginas

Tabela nº 01: Classificação sectorial do tamanho da empresa segundo o número de


trabalhadores…………………………………………………………………………………….. 8

Tabela nº 02: Distribuição de Empresas por dimensão ………………………………………… 11

Tabela nº 03: Classificação das micro pequenas e médias empresas…………………………... 13

Tabela nº 04: Número de Empresas, Número de Pessoas ao Serviço e o Volume de Negócios por
Tamanho…………………………………………………………………………………….….. 18

Tabela nº 05: Total de empresas licenciadas por sector de actividade no Distrito de Nicoadala
(2009-2013) ……………………………………………………………………………………...33

Tabela nº 6: Lista nominal das indústrias inqueridas…………………………………………… 33

Tabela nº 07: Média do Volume de negócio das empresas inqueridas (2009-2013)…………… 35

Tabela nº 08: Postos de empregos gerados (2009-2013)……………………………………….. 36

Tabela nº 09: Número de empregos gerados por empresa (2009-2013)………………………... 37

Tabela nº10: Nível de Escolaridade das Empresas inqueridas (2009-2013)…………………… 39

Tabela nº 11: Capacitação dos Funcionários das PME’s inqueridas (2009-2013) …………….. 40

Tabela nº 12: Proveniência da mão-de-obra nas empresas inqueridas (2009-2013).…………... 41

Tabela nº 13: Salários médios pagos pelas PME’s inqueridas (2009-2013)…………………… 42

Tabela nº 14: Contributo das PME’s nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala 2009-2013… 45

Tabela n°15: Contributo das Empresas nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala 2009-
2013……………………………………………………………………………………………... 47

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Gráficos Páginas

Gráfico nº 01: Evolução dos Postos de Emprego gerados pelas PME’s do sector Industrial no
distrito de Nicoadala (2009-2013)……………………………………………………………… 36

Gráfico nº 02: Contributo das empresas inqueridas de número de emprego gerados por empresa
no distrito de Nicoadala, (2009-2013)…………………………………………………….….… 38

Gráfico nº 03: Nível de Escolaridade…………………………………………………………… 39


Gráfico nº 04: Capacitação dos funcionário (2009-2013)……………………………………….40

Gráfico nº 05: Evolução do contributo das PME’s nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala
2009-2013……………………………………………………………………………………..... 46

Gráfico nº06: Contributo das Empresas nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala 2009-
2013……………………………………………………………………………………………... 47

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LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES

Anexos Páginas

Anexo 01: Distribuição das empresas por Regiões…………………………………………..…. .I

Anexo 02: Numero dos trabalhadores das empresas Inqueridas (2009-2013) ……………....….. II

Anexo 03: Volume de Negócio das Empresas Inqueridas em Mts (2009-2013) .……………… III

Anexo 04: Nível de Escolaridade das Empresas Inqueridas (2009-2013)……………….......… IV

Anexo 05: Contributo das Empresas nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala 2009-
2013…………………………………………………………………………………………….. V

Apêndices Páginas

Apêndice 01: Este guião foi feito ao órgão do governo local: Serviço Distrital de Actividades
Económicas do distrito de Nicoadala…………………………..…………………………….… VI

Apêndice 02: Este guião foi feito ao órgão do governo local: Autoridade Tributária..…......… VI

Apêndice 03: Este guião foi direccionado as Empresas do distrito de Nicoadala ...................... VI

Apêndice 04: Guião feito para os Trabalhadores das Empresas……………….………..….…. VII

Apêndice 05: Total dos Trabalhadores das empresas inqueridas até 2013…………………… VIII

Apêndice 06: Lista Nominal dos Entrevistados das Empresas Inquiridas…………………..…. IX

vii
GLOSSÁRIO

Empresa - é uma iniciativa para se obter lucro fornecendo produtos e serviços para atender as
necessidades de pessoas, ou de mercados. Para obter lucro e atender o compromisso com sua
prosperidade, o empreendedor precisa adquirir recurso e estruturar um sistema de operações, isso
relacionado sempre com as exigências e necessidades dos clientes (MAXIMIANO, 2006).

Desenvolvimento - é um processo a longo prazo, de aperfeiçoamento das capacidades dos


funcionários com o objectivo de torná-los membros valiosos para a organização. Ou seja, o
desenvolvimento tem como foco o desempenho futuro das pessoas na organização e para isso as
empresas fazem uso de alguns métodos que auxiliam nesse processo como a participação em
cursos e seminários, e entre outros (MILKOVICH & BOUDREU, 2010).

Crescimento Económico - é um aumento da capacidade produtiva da economia e, portanto, da


produção de bens e serviços de determinado país ou área económica. É definido basicamente
pelo índice de crescimento anual do Produto Nacional Bruto (PNB) per-capita (SANDRONI,
1999).

Indústria - é um Conjunto de actividades produtivas que se caracterizam pela transformação de


matérias-primas, de modo manual ou com auxílio de máquinas e ferramentas, no sentido de
fabricar mercadorias (SANDRONI, 1999)

Renda Per-Capita ou sejam renda por cabeça” - é um indicador utilizado para medir o grau de
desenvolvimento de um país, obtido a partir da divisão da renda total pela população
(SANDRONI, 1999).

Pobreza - é uma situação de escassez de recursos de que o indivíduo, ou família, dispõem para
satisfazer necessidades consideradas mínimas, acentua o aspecto distributivo do fenómeno (a
forma como os recursos se encontram distribuídos entre os indivíduos e/ou famílias na
sociedade) (PEREIRINHA, 1992).
Desemprego - é uma representação do segmento da população economicamente activa que
procura por uma ocupação, mesmo estando em condições de exercê-la imediatamente, ou seja,
“o segmento da população activa que supera as necessidades e exigências do processo de

viii
acumulação de capital conforme um conjunto de mão-de-obra excedente em cada país
(POCHMANN, 2001).

Produto interno bruto - é o valor de todos os bens e serviços produzido num Pais no período de
um ano, considerados a preços correntes do mercado (GASTALDI, 2002).

O Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) - é um imposto indirecto que se aplica sobre o
consumo e que é financiado pelo consumidor final. Diz-se que é um imposto indirecto, uma vez
que o fisco não o aufere directamente do tributário (contribuinte) (ATM, 2012).

Imposto sobre Pessoas Singulares (IRPS), - é um imposto directo que incide sobre valor global
dos rendimentos, mesmo provenientes de algo ilícito (ATM, 2012).

Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (IRPC) - é um imposto directo que incide
sobre os rendimentos obtidos pelos sujeitos passivos num determinado período de tributação,
independentemente, da sua fonte ou origem e mesmo que provenientes de actos ilícitos (ATM,
2012).

Salário - é a remuneração em dinheiro recebida pelo trabalhador pela venda de sua força de
trabalho. Costumam-se incluir também, como parte integrante do salário, vestimentos e calçados
especiais, alimentação e transporte que a empresa coloca à disposição do empregado. Há ainda o
que se convencionou chamar de salários indirectos, que são os benefícios sociais originários de
contribuições feitas pelos patrões, pelo Estado e, em parte, pelo conjunto dos trabalhadores
(SANDRONI, 1999).

ix
RESUMO

O presente trabalho tem como tema o contributo sócio-económico das Pequenas e Médias
Empresas do sector da indústria para desenvolvimento do distrito de Nicoadala no período de
2009-2013 em que se pretendeu: Identificar as PME’s do sector industrial no distrito de
Nicoadala, caracterizar as PME’s do sector da indústria no distrito de Nicoadala, Identificar o
número de empregos gerados pelas PME’s no distrito Nicoadala, Descrever as acções de
responsabilidade social das PME’s do sector industrial e Quantificar as contribuições fiscais das
PME’s do sector industrial no distrito de Nicoadala. A pesquisa privilegiou o uso da entrevista
com base em questionário para a recolha de dados. A pesquisa foi realizada entre os meses de
Outubro de 2014 à Janeiro de 2015 em nove (9) pequenas e duas (2) médias. O método de
pesquisa utilizando foi bibliográfico e de campo tendo sido extraído uma amostra de onze (11)
Indústrias e 75 trabalhadores que foi com base na técnica de amostragem não probabilística
intencional, e por fim entrevistou-se os técnicos dos serviços distritais de actividades económicas
(SDAE) e autoridade tributária de Moçambique (ATM), sendo que para o efeito recorreu-se ao
uso da técnica de amostragem designada por “bola de neve” ou “snowball technique”. Os
resultados encontrados foram coerentes com o que se esperava, que as pequenas e médias
empresas do sector da indústria do distrito de Nicoadala contribuem para o desenvolvimento do
distrito em termos de geração de emprego com uma média de 196 trabalhadores, em termos de
contribuição fiscal (impostos) o IRPS contribuiu em média com 49.962.361,534MT
correspondente a uma média de 999.472,31MT, IRPC em média com 6.351.822,77MT
correspondente a uma média de 1.270.364,55MT e o IVA com 3.374.405,843MT correspondente
a uma média de 674.881,17MT. Onde verificou-se que as PME’s contribuíram com uma média
de 8,44% no de desenvolvimento do distrito, onde a empresa que mais contribuiu é Tom Yin Lda
com 41,50% e a que contribuiu foi a Zhong Cheng Internacional com 2,85% em impostos e em
acções de responsabilidade social a nível do distrito, como é o caso da construção de escola,
fornecimento de carteiras as escolas e apoio em alimentos aos orfanatos. Portanto, constatou se
que as acções de responsabilidade social desenvolvidas pelas PME’s inqueridas tem contribuído
para o desenvolvimento das comunidades ao redor, assim como dos funcionários através de
criação de incentivos de diferente natureza.

Palavras-chave: Pequenas e médias empresas (PME’s), industria, contributo e desenvolvimento.

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ÍNDICE

Conteúdos Páginas

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ......................................................................................... 1

1.1. Contextualização .......................................................................................................... 1

1.2. Problema de estudo ....................................................................................................... 2

1.3. Justificativa ................................................................................................................... 4

1.4. Objectivos ..................................................................................................................... 5

1.4.1. Geral .......................................................................................................................... 5

1.4.2. Específicos ................................................................................................................. 5

CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA ................................................................ 6

2.1. Conceitos básicos ......................................................................................................... 6

2.1.1. Origem do debate sobre as PME’s ............................................................................ 6

2.1.2. Conceito geral de pequenas e médias empresas ........................................................ 7

2.1.3. Estudo das PME’s no Mundo .................................................................................... 8

2.1.4. Estudos sobre as PME’s em Moçambique .............................................................. 10

2.1.5. Conceitos de Pequenas e Médias Empresas em Moçambique ................................ 12

2.2. Classificação das indústrias ........................................................................................ 13

2.2.1. Conceito de Crescimento, desenvolvimento económico e social ............................ 14

2.2.2. Contribuições das Pequenas e Médias Empresas .................................................... 15

2.2.3. Características de pequenas e médias empresas ...................................................... 16

2.2.4. Importância das Pequenas e Médias Empresas no desenvolvimento económico ... 18


2.2.5. Constrangimentos ao desenvolvimento das PME’s ................................................ 19

2.2.5.1. Excessivas barreiras reguladoras .......................................................................... 20

2.2.5.2. Fraca qualificação da mão-de-obra....................................................................... 20

2.2.5.3. Uma carga fiscal excessiva e um custo elevado do pagamento dos impostos ..... 20

2.2.5.4. O fraco acesso aos mercados ................................................................................ 21

2.2.5.5. A falta de ligações horizontais e verticais entre empresas ................................... 21

2.2.5.6. O custo elevado e a falta de acesso ao financiamento .......................................... 21

2.2.5.7. Mercado Financeiro e Assimetrias de Informação ............................................... 21

2.3. Dificuldade na Gestão de Pequenas e Médias Empresas ........................................... 22

2.4. Responsabilidade social nas pequenas e médias empresas ........................................ 22

2.5.1. A responsabilidade social na estratégia da empresa ................................................ 25

CAPITULO III - METODOLOGIA ................................................................................. 26

3.1. Descrição da área de estudo........................................................................................ 26

3.1.1. Localização, superfície e população ........................................................................ 26

3.1.2. Organização Administrativa e Governamental........................................................ 26

3.1.3. Clima, Relevo e Solo ............................................................................................... 27

3.1.4. Infra-estruturas......................................................................................................... 27

3.1.5. Economia e serviços ................................................................................................ 28

3.2. Materiais usados ......................................................................................................... 28

3.3. Metodologias da pesquisa........................................................................................... 28

3.4. Amostra da população ................................................................................................ 29


3.5. Preparação do trabalho de campo ............................................................................... 30

3.5.1. Revisão bibliográfica e pesquisa documental .......................................................... 30

3.5.2. Recolha de dados (trabalho de campo) .................................................................... 30

3.6. Análise e Interpretação de Dados ............................................................................... 31

3.7. Variáveis ou indicadores em análise .......................................................................... 32

3.7.1. Indicadores económicos .......................................................................................... 32

3.7.2. Indicador social........................................................................................................ 32

CAPÍTULO IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 33

4.1. Pequenas e médias empresas existentes no Distrito de Nicoadala ............................. 33

4.2. Caracterização das PME’s que actuam no distrito de Nicoadala (2009-2013) .......... 35

4.3. Contributo das PME’s na geração de empregos no Distrito de Nicoadala ................. 37

4.4. Competência tecnológica das empresas inqueridas no distrito de Nicoadala, (2009-2013)


........................................................................................................................................... 39

4.4.1. i) Critério: Qualificação dos funcionários ............................................................... 40

4.4.2. ii) Critério: Capacitação e Desenvolvimento........................................................... 41

4.5. Acções de responsabilidade social das PME’s inquiridas no distrito de Nicoadala ... 45

4.5.1. i) Critério: responsabilidade social interna .............................................................. 45

4.5.2. ii) Critério: Responsabilidade social externa ........................................................... 45

4.6. Contribuição fiscal das PME’s no distrito de Nicoadala ............................................ 46

CAPITULO V - CONCLUSÕE E RECOMEDAÇÕES ................................................... 51

5.1. Conclusões .................................................................................................................. 51

5.2. Recomendações .......................................................................................................... 52


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 54

ANEXOS E APÊNDICES ................................................................................................ 58


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

A partir dos anos 1980, o mundo teve uma nova visão acerca das pequenas e médias
empresas (PME’s), por ocasião do surgimento de evidências empíricas de que em
diversos países, o desempenho destas empresas estava superando a das grandes firmas
(PUGA, 2002). O mesmo autor afirma que este reconhecimento da importância está
ligado à “mudança no paradigma tecnológico”, na qual se prioriza as inovações, sendo
que este aponta que as pequenas empresas e novas empresas não replicam simplesmente
o comportamento das grandes organizações, mas sim, actuam como agentes de mudança.

As pequenas e médias empresas (PME’s) desempenham um papel determinante na


economia mundial, mostrando-se importante, o reconhecimento da importância que as
pequenas e médias empresas (PME’s) exercem na economia é muito recente, datando da
década de 60, justifica-se a sua análise pela sua crescente importância no PIB, nas
exportações e, principalmente no emprego e este peso é crescente a medida que as
economias se desenvolvem (LALL, 2000).

Portanto em Moçambique pouco menos de 50% da população vive ainda em situação de


pobreza. O grosso dos pobres vive e trabalha nas zonas rurais, dedicando-se
fundamentalmente a actividades agrícolas ou outras actividades correlacionadas com a
agricultura. A pobreza rural explica-se, em parte, pelo fraco desempenho da agricultura.
A estrutura empresarial de base em Moçambique é constituída pelas pequenas e médias
empresas (PME’s), que se localizam maioritariamente nos distritos (MPD, 2007). O
sector empresarial Moçambicano é constituído maioritariamente pelas PME’s,
totalizando cerca de 78% do total do universo empresarial. Sendo assim, o
comportamento e desempenho das PME’s são fundamentais no desenvolvimento da
economia moçambicana (MIC, 2006).

As pequenas e médias empresas (PME’s) tem um papel crucial na redução da pobreza


nos Distritos de Moçambique, pois a maior parte dos pobres estão intervindo nesse tipo
de empresas. Elas estão actualmente a contribuir para a redução da pobreza através do

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 1


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

crescimento da produção, criação de empregos e geração de renda acrescida para a


população de baixa renda. Elas também estão a “empoderar” a população pobre, ao
oferecer um vasto espectro de produtos e serviços a preços mais baixos. No nosso país, as
PME’s já provaram ser viveiros para a inovação e o empreendedorismo, mas têm uma
relevância marginal no ecossistema económico nacional (VALÁ, 2007).

Em Nicoadala as pequenas e médias empresas (PME`s) constituem actualmente um


agente importante na estratégia de promoção de emprego, na inovação, na criação de
rendimentos e no crescimento e desenvolvimento económico e social. A promoção de
incentivos à criação e ao crescimento de actividade das PME’s são considerados um dos
vectores integrantes na redução da pobreza e a exclusão social, e numa melhoria do nível
do bem-estar do distrito, porque crê-se que a sua dinamização incentiva as camadas
pobres da sociedade a criarem os seus próprios negócios e a providenciarem os seus
rendimentos (MAE, 2005).

O papel estratégico que as PME’s, desempenha na economia do distrito actualmente, é


fundamental. Por isso é necessária uma gestão eficaz e eficiente, para poder minimizar os
riscos no ambiente de negócio, aumentar a sua produtividade e consequentemente, ser
mais competitivo no mercado (MAE, 2005).

Esta pesquisa tem em vista analisar o contributo das pequenas e médias empresas do
sector industrial para o desenvolvimento sócio-económico do distrito de Nicoadala.

1.2. Problema de estudo

Segundo VALÁ (2009), as PME´s têm uma importância para a economia de um país,
pela oferta de trabalho e de divisas, dado que proporcionam inovações e redução dos
desequilíbrios regionais. A estes elementos inclui-se o impulso ao bem-estar da
população e oferta de serviços básicos para a comunidade.

Segundo INE (2012), a economia nacional é dominada na sua maioria por pequenas e
grandes empresas orientadas para exportações, e com fraco impacto a nível de
desenvolvimento dos distritos. O distrito em estudo apresenta sectores que contribuem
eficientemente para dinâmica da economia bem como para o bem-estar da comunidade,
Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 2
Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

sectores estes como da agricultura, construção e da indústria, pelo facto de empregarem


muita mão-de-obra não qualificada que representam o grosso da população, contribuindo
deste modo para o aumento da renda, o que possibilita os residentes deste distrito terem
mais poder de escolha no que consumir.

Apesar da sua clamação como das grandes prioridades do governo e de organismos


internacionais efectivamente, o que se verifica é uma tendência de domínio da economia
nacional por empresas de larga escala (Mozal I e II, Sasol Petroleum, Areias Pesadas de
Moma, Projecto do Vale do Rio Doce etc) e de grande nível de capital privado e
estrangeiro e com peso cada vez crescente nas importações, no investimento, no PIB e
respectivamente taxa de crescimento.

Tais aspectos conduzem-nos, por um lado, a ignorar a importância que as PME’s


exercem para estabilidade económica, social e política e, por outro lado, a assentar os
padrões de crescimento económico e acumulação de capital em empresas estrangeiras
com fracas ligações internas de input-output, fracas ligações fiscais.

Empresas essas que chegam a contribuir em mais de metade no crescimento económico,


mas que grande parte deste produto é exportado para os países de origem de capital.
Portanto, é fácil notar que as ligações com desenvolvimentos económicos são muitos
fracos.

Com a informação sobre o tipo de empresas e sobre as características do crescimento da


economia nacional torna-se importante valorizar o crescimento via PME’s. Por forma
jurídica, elas são esmagadoramente de nome individual (99.89%), indivíduos que, em
geral, isoladamente não conseguem enfrentar o mercado além das suas fracas capacidades
empresariais.

A dificuldade das PME’s crescerem e tornarem-se mais rentáveis está fortemente


associada ao ambiente empresarial em que elas operam: dificuldades de acesso ao
crédito, taxas de juros elevadas, elevados custos de transacção e ausência de serviços de
apoio.

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 3


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Neste ambiente, perde-se a oportunidade de criar-se uma classe média sólida e dominada
por empresários virados para o mercado interno e com capacidades de liderarem os
objectivos de redução da pobreza. De igual modo, irá se perder uma parte essencial da
natureza de crescimento da economia nacional, isto porque, apesar das fraquezas das
PME’s, elas existem, e em grande número. Deste modo surge a seguinte questão:

 Até que ponto as PME’s do sector industrial contribuem para o


desenvolvimento sócio-económico do distrito de Nicoadala?

1.3. Justificativa

A escolha do tema deve-se a importância que as pequenas e médias empresas vêm


assumindo no desenvolvimento sócio-económico do País, na sua capacidade de criar
riqueza, e fomentar emprego.

Há muito tempo que as PME’s vêm sendo objecto de estudo de vários especialistas,
devido ao potencial de geração de emprego e de renda. Esta importância sócio-
económico fica evidenciada pelo censo as empresas realizada pelo INE (2004), que
apresenta que o total de PME’s, na época era de 98.6% do total de empresas existentes.

Ainda de acordo com esta pesquisa, a geração de emprego nas empresas formais
alcançava 301.145 ocupações até a data do censo. Desse total, 80% das pessoas estavam
empregadas em PME’s formando a maioria esmagadora de empresas empregando a
maior parte da força laboral.

Actualmente um dos grandes focos do governo e de organismos internacionais é o


desenvolvimento da economia nacional de forma sustentável e com foco na redução da
pobreza e estes organismos reconhecem que tal deverá ser feito com foco em pequenos
negócios.

Com o presente trabalho pretende-se medir o contributo das PME’s do ponto de vista
económico e social no distrito de Nicoadala, contribuindo com ideias para o desempenho
de políticas que incentivem o empreendedorismo e propor ainda às comunidades
residentes no distrito bem como a população em geral a optar pelo empreendedorismo na
Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 4
Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

criação de pequenos negócios, pois são estes que assumem um papel impulsionador da
economia dos distritos em particular do nosso País em geral.

Do ponto de vista prático espera-se que a presente pesquisa constitua uma fonte de
informação sobre o contributo do sector da indústria no processo de desenvolvimento do
distrito de Nicoadala.

1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
 Analisar o contributo sócio-económico das pequenas e médias empresas (PME’s)
do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala no período de
2009-2013.
1.4.2. Específicos

De uma maneira específica com a pesquisa pretende-se:

 Identificar as PME’s do sector industrial no distrito de Nicoadala;


 Caracterizar as PME’s do sector da indústria no distrito de Nicoadala;
 Identificar o número de empregos gerados pelas PME’s no distrito Nicoadala;
 Descrever as acções de responsabilidade social das PME’s do sector industrial; e
 Quantificar as contribuições fiscais das PME’s do sector industrial no distrito de
Nicoadala.

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CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Conceitos básicos

Empresa é uma iniciativa para se obter lucro fornecendo produtos e serviços para atender
as necessidades de pessoas, ou de mercados. Para obter lucro e atender o compromisso
com sua prosperidade, o empreendedor precisa adquirir recurso e estruturar um sistema
de operações, isso relacionado sempre com as exigências e necessidades dos clientes
(MAXIMIANO, 2006).

Indústria é um Conjunto de actividades produtivas que se caracterizam pela


transformação de matérias-primas, de modo manual ou com auxílio de máquinas e
ferramentas, no sentido de fabricar mercadorias (SANDRONI, 1999).

A actividade industrial consiste no processo de produção que visa transformar matérias-


primas em mercadoria através do trabalho humano e, de forma cada vez mais comum,
utilizando-se de máquinas (CERQUEIRA & FRANCISCO, 2014).

Responsabilidade social é quando as empresas decidem, voluntariamente, contribuir para


uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo (GONÇALVES, 2006).

Imposto é um pagamento para orçamento do Estado, com natureza unilateral e


obrigatória, incluindo encargos legais e juros previstos em normas tributárias
(LEGISLAÇÃO FISCAL, 2008).

2.1.1. Origem do debate sobre as PME’s

As PME’s formam, em número, a maioria das empresas em qualquer País e estágio de


desenvolvimento. Em muitas economias, elas detêm a maior parte da força do trabalho,
contribuem para as exportações, empreendedorismo, eficiência entre outros, o
reconhecimento da sua importância, tanto nos Países industrializados como nos não
industrializados e recente, e só em 1983 foi reconhecido o papel das PME’s na política
económica e social do governo (LALL, 2000).

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Em 1989, as PME’s nacionais empregavam 11% da força do trabalho na indústria,


comparado com 2% 1973, estimando-se que em 1989, o conjunto das PME’s
empregavam 30% da força de trabalho contra os 25% em 1973. As firmas de pequena
escala geram uma porção importante do valor acrescentado dos sectores indústrias em
África, embora muitas, a contribuição relativa do seu valor acrescentado não seja tão
grande quanto a sua contribuição para o emprego (LIEDHOLM, 1990)

Nos País em Via do Desenvolvimento (PVD’s) as PME’s contribuem com mais de 50%
do Produto Nacional Bruto (PNB) e do emprego, por isso são fonte de rendimento, de
geração de auto-emprego e de subsistência da maioria da população daqueles Países,
contribuído para a redistribuição do rendimento. Na realidade, muito emprego é gerado,
de certo modo, pela vasta maioria destas firmas. Estudos da Nigéria, Serra Leoa e
Zâmbia, concluíram que 95% ou mais destas firmas empregam poucas pessoas
justamente o número de trabalhadores e crescente nos Países Africanos tal como e outras
regiões. A título de exemplo, a nível nacional, as Micro Pequenas e Médias Empresas
(MPME’s) industriais detinham um total de 77,7% das empresas, dos quais 39,9% eram
PME’s, e em 2002, as PME’s representavam 98,6% das empresas, com aproximadamente
80% da força de trabalho e com o volume de negócios próximo de 76% (CEMPRE,
2002).

2.1.2. Conceito geral de pequenas e médias empresas

Pequenas e médias empresas correspondem a um grupo muito heterogéneo. Incluem uma


variedade muito grande de firmas e estão engajados na produção agrícola, não agrícola,
artesões, pequenos produtores, comércio, alimentos, bebidas, produtos agrícolas,
produtos manufacturados, entre outros e possuem uma série de sofisticações,
capacidades, dificuldades, operam em diferentes mercados (urbano, rural, local, nacional,
regional e internacional). Em ambientes sociais, podendo estar no sector formal como
informal. Seus proprietários poderão serem pobres ou não. Alguns são dinâmicos,
inovadores, orientados para o mercado, para o crescimento, outros são tradicionais que se
satisfazem ao permanecer pequenos (HALLBERG, 2001).

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O baixo limite para empresas de pequena escala varia entre 5 à 10 trabalhadores e o


limite máximo está entre 50 à 100 trabalhadores. Para a média escala, varia entre 100 à
250 trabalhadores (HALLBERG, 2001). Assim a definição de PME’s tem como limite
inferior 5 trabalhadores e o máximo de 250.

Existem literaturas que abordam a definição de forma qualitativa e quantitativa e, desta


última pelo número de trabalhador como a mais usual1. A definição das PME’s varia de
país para país e geralmente baseia-se no número de trabalhadores2, valor de activos, nível
de investimento inicial, potência instalada, ou mesmos pelo valor das receitas.

Veja-se na tabela 01 em que a classificação baseada no número de trabalhadores é


diferenciada, mostrando que o conceito de PME’s baseado em pessoas e serviços varia de
5 - 249 trabalhadores.
Tabela nº 01: Classificação sectorial do tamanho da empresa segundo o número de
trabalhadores.
Sector Micro Pequena Média Grande

Indústria <25 25 - 124 125 - 249 >250

Agricultura <25 25 - 124 125 - 249 >250

Construção <10 11 - 124 125 - 249 >200

Comércio <5 5 - 16 16 - 49 >20

e Serviço

Fonte: MIC, 2005

1
Deve-se ao facto de ser menos sensível ao tipo de actividades que as diferentes definições da escala de
operações, e é mais simples a colecta de dados. Assim e mais habitual definir PME’s pelo numero de
trabalhadores relativamente aos outros indicadores da escala se operações (CASTEL BRANCO, 2003;
OECD, 2010).
2
A União Europeia e um número considerável de países da OECD, economias desenvolvidas e em
transição, têm como limite máximo o número de trabalhadores entre 200 – 250, com poucas concepções
como Japão (300 trabalhadores) e EUA com 500 trabalhadores (OECD, 2004)

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2.1.3. Estudo das PME’s no Mundo

O Banco Mundial, em parceria com os doadores internacionais, afirma que um sector


privado activo com firmas fazendo investimentos, melhorando a produtividade e criado
empregos promove o desenvolvimento económico e aumenta as oportunidades para
pessoas pobres (AYYAGARD e TAL, 2003).

As PME’s dão essencialmente três (3) argumentos centrais para o desenvolvimento delas.
Em primeiro lugar advoga-se que as PME’s aumentam e fortificam a competição e o
empreendedorismo promovendo largos benefícios a eficiência, inovação e crescimento da
produtividade. Assim pelas razoes antes descritas, justifica-se o apoio directo ao governo
às PME’s de modo a colher-se enormes benefícios económicos e sociais (como é o caso
da redução da pobreza). Em segundo lugar os proponentes chamam que as PME’s são,
em geral, mais produtivas que as grandes firmas mas são impedidas de se desenvolverem
por falhas nos mercados financeiros, nos mercados de capitais, algumas intervenções
públicas, pelos custos de transacção assimetria de informação. Por último argumenta-se
que o crescimento das PME’s estimulam o emprego mais do que as grandes firmas, pois
que as PME’s são mais trabalho intensivo, são consumidoras de produtos nacionais
produzem para o mercado nacional. Deste modo subsidiando-se pode contribuir bastante
para a redução da pobreza (BECK & DEMRIGUC-KUNT, 2002).

Nos Países industrializados as PME’s geralmente contribuem em 99% no total de


empresas, como é o caso da Alemanha, Japão, Grécia, França, Itália, Estados Unidos da
América. Nos Países em desenvolvimento é mais difícil de dizer, porque as estatísticas
são poucos fiáveis ou simplesmente não estão disponíveis. Geralmente, elas contribuem
em 50% do emprego produtivo (PVD’s: 50-70%) e mais de 50% dos retornos do sector
privado (LALL, 2000).

O Banco Mundial defende que, num esforço de apoio aos pequenos negócios, pelo
mundo fora, o governo tem implementado várias reformas, incluído programas de
macroeconomia, liberalização de preços, privatização e redução de barreiras comerciais.
Entretanto o Banco Mundial observa que em alguns Países, as PME’s estiveram abaixo

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das expectativas, o empreendedorismo permanece limitado, pobreza elevada e economias


estagnadas (AYYAGARD e TAL, 2003).

Os parceiros de desenvolvimento vem o apoio as PME’s como uma parte importante do


seu trabalho e acreditam que apoiando mas firmas a iniciar e crescer tem um impacto no
crescimento económico e na redução da pobreza. A Comissão para África realça que tal
crescimento conduzirá, a redução mais rápida da pobreza se as pessoas estiverem melhor
capacitadas para participar na economia. Sugerem ainda que a redução da pobreza via
crescimento económico requer foco em pequenos negócios, programas estratégico de
redução a pobreza dos PVD’s invariavelmente incluem apoio as PME’s como parte
integrante. Tal encontra-se saliente, pelo facto do Banco Mundial, pelo Mundo fora ter
investido quase 10 biliões em apoio as PME’s entre 1998 à 2003. Esta política Pro-
PME’s é baseado no argumento de que relativamente as, PME’s promovem a
competição, empreendedorismo, crescimento do emprego, estimula a eficiência
económica, inovação, crescimento e alivio à pobreza (AYYAGARD e TAL, 2003).

2.1.4. Estudos sobre as PME’s em Moçambique

Apesar das evidências sobre o papel relevante das grandes empresas na determinação do
investimento industrial, estudos económicos vêm apontando uma importância crescente à
actuação das PME’s.

De acordo com o INE (2004), baseando-se nas pesquisas realizadas em 2004 pelo Censo
às Empresas (CEMPRE), o total de empresas em actividade em Moçambique até a data
do censo somava o total de 28.870 unidades.
Dentro destas estatísticas uma atenção especial deve ser dada às pequenas empresas que
se destacam com uma representatividade de 89,5% do total de empresas activas. E ao
somar as pequenas e médias empresas essa percentagem chega a 98,6% (INE, 2004).
As grandes empresas nacionais, com 396 unidades representam apenas 1,4% do total de
empresas.

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Ainda de acordo com o CEMPRE (2004), a geração de empregos nas empresas formais
alcançava até a data do censo, o total de 301.145 ocupações. Desse total, 80% das
pessoas estavam empregues em PME’s como mostra a tabela 02:

Tabela nº 02: Distribuição de Empresas Por Dimensão


Tamanho Empresa Trabalhadores

Número Percentagem Número Percentagem


(%) (%)
Pequena 25.853 89,5 171.920 57,1
Média 2.621 9,1 69.076 22,9
Total de 28.474 98,6 129.225 80
PME’s
Grande 396 1,4 60.149 20

Total 28.870 100 301.145 100


Fonte: INE (Censo as Empresas-2004)

Sendo assim, o comportamento e desempenho das PME’s são fundamentais no


desenvolvimento da economia moçambicana.

Um número significativo delas opera na informalidade, num ambiente de negócios ainda


deficiente, enfrentam carências de financiamento e capital de longo prazo, e tem reduzido
acesso às infra-estruturas económicas e sociais básicas, aos mercados e a tecnologias e
conhecimento.

No seio do sector privado, as PME’s têm uma contribuição auxiliar na medida em que
geram empregos, proporcionam a competitividade, diversificam as actividades,
estimulam a inovação e a criatividade e mobilizam recursos sociais e económicos para o
sector produtivo.

Em virtude do reconhecimento do contributo vital das PME’s para o desenvolvimento


económico do país, e mais particularmente dos Distritos, o Governo está apostado em
criar instrumentos que permitem estabelecer o ambiente adequado para a emergência,
desenvolvimento e consolidação do sector privado ao nível dos distritos. É nesse contexto

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que foi criado o Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME), ao
abrigo do Decreto n° 47/2008, de 03 de Dezembro, por forma operacionalizar a
implementação da Estratégia das PME’s, incentivar o desenvolvimento propício de
negócios.

Das empresas, prestar assistência técnica, facilitar acesso ao financiamento, bem como
promover, criar e gerir incubadoras de empresas.

Neste âmbito, foi igualmente criado o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes
(Lei n° 5/2009, de 12 de Janeiro), que tem em vista reduzir os custos de cumprimento das
obrigações tributárias e os encargos de fiscalização e controlo através da simplificação de
procedimentos, propiciando assim o alargamento da base tributária.

O Governo também aprovou, recentemente, o Código de Benefícios Fiscais (Lei n°


4/2009, de 12 de Janeiro), com o objectivo de racionalizar os benefícios fiscais para
investimentos e torná-los cada vez mais eficientes e eficazes como instrumento de
política económica.

A avaliação do ambiente de negócios no país, que de certa forma influencia no


desenvolvimento das PME’s, apresenta uma diversidade de constrangimentos que
bloqueiam o crescimento e consolidação das PME’s, a saber: i) excessivas barreiras
reguladoras, ii) elevado custo de financiamento e a sua limitação, iii) fraca qualificação
da mão-de-obra, iv) carga fiscal excessiva e custo elevado de pagamento de impostos, v)
deficiente acesso aos mercados e vi) baixo espírito empreendedor. É dentro desse quadro
que foi aprovada a Estratégia para o Desenvolvimento das PME’s, de forma a contribuir
para reforçar a economia (MIC, 2008).

Não existem dados estatísticos fidedignos sobre a participação das PME’s na economia
nacional quer quanto ao seu peso na produção nacional quer no que se refere ao emprego
da população, mas as informações disponíveis e estimativas apontam para que 75% da
produção anual de pesca venha das unidades artesanais, e que na agricultura 90% da
produção nacional venha do sector familiar rural. No comércio e serviços, aponta-se para

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70% das transacções serem informais. No conjunto representa níveis bastante elevados
em todos os sectores de actividade (Jornal Notícias, 2007).

2.1.5. Conceitos de Pequenas e Médias Empresas em Moçambique

Em Moçambique, a definição adoptada vai de acordo com a classificação quantitativa,


levando em consideração o número de pessoas ao serviço e o volume anual de negócio,
não havendo distinção de critério de tamanho de empresas por sector de actividade. Deste
modo, de acordo com o decreto n.º 44/2011 do Boletim da Republica de 21 de Setembro
capítulo 1 Artigo 2, as MPME’s classificam-se de acordo com o volume de negócio e o
número de trabalhadores, como base neste artigo considera-se em Moçambique como
mostra a tabela 03:

Tabela nº 03: Classificação das Micro Pequenas e Médias Empresas


Empresas N˚ de trabalhadores Volume de negócio anual
(MT)

Micro 0-4 1.200.000,00


Pequena 5 - 49 > a 1.200.000,00  a
14.700.000,00
Média 50 - 100 > a 14.700.000,00 
29.970.000,00
Fonte: Artigo 4 do decreto n.º 44/2011 do Boletim da República de 21 de Setembro

No desenvolvimento das actividades das MPME’s, são consideradas prioritárias as


seguintes área económicas: agro-negócios, embalagem, cadeia de valor da indústria
pesqueira, cadeia de valor da madeira, turismo, ramos que abastecem grandes empresas e
mega projectos, construção civil (nomeadamente produção de materiais de construção e
edificação), ramos que permitem a substituição das importações, metalomecânica,
mineração, indústria gráfica e cadeia de valor de couro (Artigo 4 do decreto n.º 44/2011
do Boletim da Republica de 21 de Setembro capítulo 2).

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2.2. Classificação das indústrias

Essa actividade é classificada conforme seu foco de actuação, sendo ramificada em três
grandes conjuntos: indústrias de bens de produção, indústrias de bens intermediários e
indústrias de bens de consumo (CERQUEIRA & FRANCISCO, 2002).

As indústrias de bens de produção, também chamadas de indústrias de base ou pesadas,


são responsáveis pela transformação de matérias-primas bruta em matérias-primas
processadas, sendo a base para outros ramos industriais. As indústrias de bens de
produção são divididas em duas vertentes: as extractivas e as de bens de capital.

Indústrias Extractivas são as que extraem matéria-prima da natureza (vegetal ou mineral)


sem que ocorra alteração significativa nas suas propriedades elementares. Exemplos:
indústria madeireira, produção mineral, extracção de petróleo e carvão mineral.

Indústrias de equipamentos são responsáveis pela transformação de bens naturais ou


semi-manufaturados para a estruturação das indústrias de bens intermediários e de bens
de consumo. Exemplos: siderúrgica, petroquímica, etc.

As indústrias de bens intermediários caracterizam-se pelo fornecimento de produtos


beneficiados. Elas produzem máquinas e equipamentos que serão utilizados nos diversos
segmentos das indústrias de bens de consumo. Exemplos: mecânica (máquinas
industriais, tractores, motores auto-motivos, etc); auto-peças (rodas, pneus, etc.).

As indústrias de bens de consumo têm sua produção direccionada para o mercado


consumidor, ou seja, para a população em geral. Também ocorre a divisão desse tipo de
indústria conforme sua actuação no mercado, elas são ramificadas em indústrias de bens
duráveis e de bens não duráveis.

Indústrias de bens duráveis: são as que fabricam mercadorias não perecíveis. São
exemplos desse tipo de indústria: auto-mobilistica, móveis comerciais, material eléctrico,
etc.

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Indústrias de bens não duráveis – produzem mercadorias de primeira necessidade e de


consumo generalizado, ou seja, produtos perecíveis. Exemplos: indústria alimentícia,
têxtil, de vestuário, remédios, cosméticos, etc.

2.2.1. Conceito de Crescimento, desenvolvimento económico e social

O desenvolvimento é um processo a longo prazo, de aperfeiçoamento das capacidades


dos funcionários com o objectivo de torná-los membros valiosos para a organização. Ou
seja, o desenvolvimento tem como foco o desempenho futuro das pessoas na organização
e para isso as empresas fazem uso de alguns métodos que auxiliam nesse processo como
a participação em cursos e seminários (MILKOVICH & BOUDREU, 2010).

Os conceitos de crescimento económico e de desenvolvimento económico se relacionam,


mas não são iguais. Diz-se isso antes de qualquer coisa a fim de que se evite confusão,
uma vez que é difícil apresentar um conceito unânime de desenvolvimento. Na tentativa
de conciliar os dois aspectos mais tratados na doutrina económica no que tange a
conceituação, pode-se dizer que desenvolvimento económico é o crescimento económico
adicionado das melhorias na qualidade de vida que proporciona à população (ESTEVA,
2000).

Desenvolvimento social é o conjunto de inovações tecnológicas, de subsistência


organizacional e cultural em que por meio do qual as pessoas se alimentam, vestem, tem
residência e se reproduzem; resolvem disputas dentro de suas comunidades, ampliam seu
poder e defendem-se contra as tentativas dos outros para estender o poder (MORRIS,
2010).

Crescimento económico é um aumento da capacidade produtiva da economia e, portanto,


da produção de bens e serviços de determinado país ou área económica. É definido
basicamente pelo índice de crescimento anual do PNB (SANDRONI, 1999).

2.2.2. Contribuições das Pequenas e Médias Empresas

Como parte da comunidade empresarial, as PME’s contribuem inquestionavelmente para


o bem-estar económico de um país uma vez que produzem uma parte substancial do total

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de bens e serviços, sendo que sua contribuição económica no geral seja similar à
contribuição dada pelas grandes empresas.

As PME’s, entretanto, possuem algumas qualidades que as tornam mais do que versões
em tamanho reduzido das grandes empresas. Elas oferecem contribuições excepcionais,
na medida em que fornecem novos empregos, introduzem inovações, estimulam a
competição, auxiliam as grandes empresas e produzem bens e serviços com eficiência
(LONGENECKER, et al, 2000).

Num momento em que as oportunidades de emprego num século em constante mudança


e inovação são escassas, as PME’s fornece muitas das oportunidades de emprego que
satisfaçam a economia em crescimento ao contrário das grandes empresas onde as
oportunidades são mais escassas e vêem demitindo cada vez mais funcionários.

Este ponto de vista de que as PME’s geram mais emprego do que as grandes é
comprovado pela pesquisa de LONGENECKER, et al (2000) de que o progresso dos
novos empregos vinha de pequenos empreendimentos

As PME’s apresentam considerável força relativa uma vez que novas contribuições à
teoria das organizações e operação de negócios sugerem que as empresas de tamanho
menor são menos afectadas pelas estruturas de tomada de decisão complexas, multi
escalonadas, que inibem a flexibilidade e a produtividade de muitas empresas grandes.
Uma vez que os donos das PME’s frequentemente são também seus gerentes, é menos
provável que elas sejam afectadas adversamente pela separação entre os interesses dos
proprietários e do controle gerencial.
Evidências empíricas da sobrevivência e produtividade das PME’s sugerem que, no que
diz respeito ao tamanho, ser maior não é necessariamente ser melhor.

2.2.3. Características de pequenas e médias empresas

Grande parte da economia de vários países, tanto desenvolvido como em


desenvolvimento, e formada por pequenas e médias empresas (PME’s). A título do
exemplo serão citados as contribuições das PME’s para alguns países tanto no PIB como

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na geração de emprego. Como tais exemplos pressupõe-se que semelhante situação


ocorra em diversas partes do mundo.

Na Nigéria as empresas desse porte contribuem com 50% do PIB do país (OLUTUNLA
OBAMUYI, 2008). Em Moçambique, 98,6% das empresas são do segmento das PME’s
(VALÁ, 2009) e empregam 42,9% da força do trabalho do país (MIC, 2007). Na china
pouco mais de 99% das empresas são constituídas pelas MPME’s e tem criado cerca de
79% dos novos postos de trabalho, e vem cobrindo cerca de 85% dos novos empregos no
sector industrial (CHEN, 2006)

As PME’s ganham destaquem pela heterogenidade delas e pelo seu papel de geradoras de
emprego (LEONE, 1999). Segundo LUNA (1983), estas são conhecidas pelo seu leque
de características económicas e sociais, que incluem:

 Absorvem grande parte da mão-de-obra de um país ou região. Com exemplo desta


realidade é que 42,9% da população activa em Moçambique foi captada por este
porte de empresa. Por outro lado, preparam os trabalhadores para servirem de
recursos humanos para grandes empresas;
 Contribuem significativamente na economia do país e no produto interno bruto;
 Contribuem para a distribuição de riqueza, pois permite que a classe média possa
emergir e contribuem, por outro lado, na solução de desequilíbrios regionais dada
à sua maior flexibilidade em termos de localização, promovendo, assim, o
desenvolvimento económico e a melhoria de vida das pessoas;
 São mais susceptíveis a se mover para áreas de comparativa vantagem e alto valor
agregado (PISSARIDES, 1999), introduzido muitas vezes inovações. Muitos
avanços científicos foram originados por pequenas organizações, tais como as
fotocopias, o helicóptero, a insulina, o zíper;
 São produtoras de uma parte substancial de bens e serviços em todo o mundo e
com eficiência;
 Completam o trabalho das grandes empresas servido como fornecedoras de
materiais e actuam em sectores incompatíveis as mesmas;

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 Estimulam a competição económica. Algumas pequenas empresas conseguem


captar grandes percentuais de vendas provenientes das grandes empresas e do
mercado e, outras vezes, uma PME por si só não conseguem, mas o sector de
PME’s num dado ramo de negócios também pode fazer face a estas;
 São vistas como geradoras de novas oportunidades de emprego líquidas;
 Conseguem providenciar bens mais procurados internamente;
 Prestam-se, por si mesmas, a estabilidade económica e a melhor distribuição de
actividades económicas e de oportunidades menos diferenciadas;
 Tendem a ser mais flexíveis e adaptáveis; e
 Suas actividades resultam em efeitos múltiplos nas actividades sócio-económicas.

Contudo nem sempre as PME’s contribuem para o crescimento económico. Embora as


PME’s tenham maior taxa de crescimento em termos percentuais, algumas não chegam a
crescer, uma vez que muitas delas são criadas por necessidades e não por oportunidade
(OLAWALE & GARWE, 2010). Outra desvantagens que as PME’s tem e o facto de
recrutarem recursos humanos sem muita ou nenhuma qualificação técnica e/ou académica
(IBGE, 2003). De modo geral as PME’s não investem em tecnologia de informação
(ARCHER, WANG KANG, 2008) nem em melhoria dos seus serviços ou produtos
(JOUBERT, 2004).

2.2.4. Importância das Pequenas e Médias Empresas no desenvolvimento económico

As PME’s servem como elementos importantes na cadeia produtiva de vários sectores da


economia moderna. Elas desempenham um papel de destaque no cenário actual,
propiciam um lastro de estabilidade económica e, servem em muitas situações de
incerteza e de refluxo de actividades económicas, como verdadeiros “colchões”
amortecedores dos impactos das crises. As PME’s actuam em actividades de baixa
intensidade de capital e com alta intensidade de mão-de-obra, estimulam inovações,
estimulam a competição, auxiliam as grandes empresas, produzem eficiência e são
responsáveis pela produção da maior parte de bens e serviços da economia contribuindo
para o bem-estar económico e social da nação (INE, 2002).

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O censo empresarial (CEMPRE) realizado pelo INE (2002) mostra que as PME’s eram
cerca de 28.474, representando cerca de 98% do total das empresas existentes, e
asseguram a maior parte da actividade económica respondendo com cerca de 76% do
volume de negócios por ano e ainda empregavam cerca de 80% da mão-de-obra como
mostra a tabela 04:

Tabela nº 04: Número de Empresas, Número de Pessoas ao Serviço e o Volume de


Negócios por Tamanho
Total de Pessoas Volume de negócios
empresas ao serviço (10^ 6MT)

Tamanho N˚ % N˚ % N˚ %

Grandes 396 1,4 60.149 20 15.952.381,00 24

Médias 2.621 9,1 69.076 22,9 11.649.419,00 17,5

Pequenas 25.853 89,5 17.1920 57,1 38.842.454,00 58,5

Total 28.870 100 301.145 100 66.444.254,00 100

Fonte: INE (2002)

Segundo MIC (2007) a importância das PME’s para a economia de uma nação tem três
dimensões que são:

 Geram emprego e um elevado volume de negócios;


 São cruciais para a competitividade de um país, pois encorajam a concorrência e a
produção e inspiram inovações e o empreendedorismo; e
 Diversificam as actividades, estimulam a inovação e a criatividade;

Em Moçambique, a tendência de crescimento económico, é sustentada em grande medida


por mega projectos que geram poucos benefícios líquidos à sociedade pois elas são
intensivas em capital e não permitem o aproveitamento dos recursos locais e como
resultado empregam uma parte relativamente insignificante da mão-de-obra, e ainda
geram fracas ligações com outros sectores ou empresas na economia na medida em que

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todos bens e serviços que usam são importados e consequentemente há pouca retenção
dos seus resultados na economia (CASTEL-BRANCO, 2008).
Pode-se então perceber a importância social das PME’s em Moçambique. Porém, apesar
da relevante importância das PME’s, para a economia, enfrentam constrangimentos de
vária ordem. Tais constrangimentos, serão analisados no ponto a seguir.

2.2.5. Constrangimentos ao desenvolvimento das PME’s

Segundo MIC (2007), a análise do ambiente de negócios das PME’s mostra que existe
uma série de barreiras que impedem o seu crescimento, dos quais se destacam:

 As excessivas barreiras reguladoras;


 A fraca qualificação da mão-de-obra;
 Uma carga fiscal excessiva e um custo elevado do pagamento dos impostos;
 O fraco acesso aos mercados;
 A falta de ligações horizontais e verticais entre empresas; e
 O elevado custo de financiamento e a limitação dos recursos financeiros

A gestão das PME’s difere muito das grandes empresas devido a duas diferenças
principais que são a escassez de recursos e os conflitos de objectivos. Para que uma
empresa chegue à falência, parte-se do princípio que lhe teve barreiras que lhe impediram
de se manter no mercado, no âmbito empresarial, barreiras são definidas como factores
internos ou externos que constrangem o potencial crescimento das empresas que desejam
crescer (BRIGHAM E FRED, 2000).

A seguir vai se analisar os constrangimentos acima citados, com maior ênfase à


problemática do acesso ao financiamento, que é um dos maiores obstáculos ao
desenvolvimento das PME’s.

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2.2.5.1. Excessivas barreiras reguladoras

Em Moçambique é muito difícil iniciar um negócio sobretudo aos procedimentos


morosos e dispendiosos a que as empresas se encontram sujeitas para obter licenças e/ou
registos necessários. No caso das PME’s, o processo torna os custos proibitivos fazendo
com que estas não abram os seus negócios ou prefiram estar no sector informal como
forma de contornar estas limitações e as que conseguem abrir acabam tendo problemas
financeiros e tornando-se pouco competitivos e com elevadas “taxas de mortalidade”.

2.2.5.2. Fraca qualificação da mão-de-obra

O baixo nível de educação, associado à má qualidade de nutrição e dos serviços de saúde,


faz com que a produtividade da mão-de-obra seja muito baixa o que influencia
negativamente a rendibilidade das PME’s pois, devido à sua baixa capacidade financeira
não conseguem empregar os poucos quadros qualificados existentes.

2.2.5.3. Uma carga fiscal excessiva e um custo elevado do pagamento dos impostos

Um aspecto a considerar no sistema de tributação moçambicano é a existência de uma


aplicação uniforme da avaliação dos impostos em todas as empresas, independentemente
da sua dimensão e atributos. Desta maneira, o actual regime fiscal na realidade
descrimina as PME’s, ao invés de as apoiar.

2.2.5.4. O fraco acesso aos mercados

Este problema deve-se a vários factores dentre os quais o elevado custo de informação
sobre as condições de procura e oferta dos produtos e ainda devido às deficientes infra-
estruturas básicas e vias de acesso em Moçambique.

2.2.5.5. A falta de ligações horizontais e verticais entre empresas

Uma das condições necessárias para que as PME’s prosperem é a forte ligação entre elas
e ainda entre as indústrias que elas compõem, pois uma PME’s aumenta a sua vantagem
competitiva, ao mesmo tempo que tenta sobreviver na cadeia da oferta. Com efeito
existem outros benefícios, por exemplo, uma massa de PME’s complementam-se umas as
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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
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outras no processo do valor acrescentado, forjando assim as ligações complementares.


Em resultado disso, as ligações irão evoluir ainda mais e consolidar-se-ão à medida que
mais PME’s são atraídas e procuram oportunidades de oferta, contribuindo assim para
economias de escala.

2.2.5.6.O custo elevado e a falta de acesso ao financiamento

O custo elevado e a falta de acesso ao financiamento são algumas das maiores limitações
do desenvolvimento das PME’s e são resultantes, dentre muitos factores, dos problemas
de assimetria de informação e dos custos de transacção existentes no mercado de crédito
pelo que antes de mais, a seguir, fazer-se-á uma resumo sobre estes factores que limitam
o acesso de crédito às PME’s.

2.2.5.7.Mercado Financeiro e Assimetrias de Informação

Segundo a teoria microeconómica neoclássica, os mercados são perfeitos e se auto


ajustam. E no caso dos mercados financeiros, isto significa a inexistência dos custos na
transacção dos produtos ou serviços financeiros e que as partes envolvidas na transacção
conhecem a qualidade dos produtos e serviços financeiros que são transaccionadas.
Porém, o que se verifica é a existência de elevados custos de transacção nos mercados
financeiros, o que faz com que as transacções não existam ou que sejam em número
bastante reduzido. Isto leva a chamar atenção a necessidade da intervenção dos
Intermediários Financeiros (IF’s) que facilitam a negociação e a redução dos custos de
transacção na medida em que possuem expertise e ganhos de escala na fase de locação
dos recursos entre quem quer emprestar e quem quer tomar emprestado.

2.3. Dificuldade na Gestão de Pequenas e Médias Empresas

As PME’s são em se muitas vezes frágeis e susceptíveis ao fracasso devido à gestão de


má qualidade, particularmente a gestão financeira, embora contribuam vitalmente para a
saúde financeira de seus países.

A gestão das PME’s difere muito das grandes empresas devido a duas diferenças
principais que são a escassez de recursos e os conflitos de objectivos. A gestão de PME’s

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é frequentemente muito concentrada, em um ou dois indivíduos chave, normalmente o


proprietário que assume a função de gerente, com mais responsabilidades na decisão da
compra ou não de um novo equipamento, na contratação de um novo funcionário. Estas
decisões são, em muitos casos, tomadas com pouca ou nenhuma análise formal,
procedendo com base na intuição, considerando que a análise formal consome muito
mais tempo.

Além da gestão ser muitas vezes bastante concentrada, as PME’s têm grande dificuldade
em adquirir novos recursos necessários para a sua expansão nas instituições bancárias
uma vez que estas recusam em conceder empréstimos por causa de um histórico
financeiro.

Desta forma, as PME’s têm restrições a seus talentos administrativos e à sua capacidade
de obter capital adequado, não sendo de admirar que as PME’s muitas vezes falhem,
tendo em conta a má qualidade de gestão, que pode estar sobrecarregada à falta de
capital. A falta de preparo dos profissionais responsáveis pela gestão das PME’s, conduz
em geral, para a tomada de decisões de forma empírica, muitas vezes essas decisões são
baseadas em preocupações de curto prazo dos sócios – proprietários da empresa (FRED E
BRIGHAM, 2000).

2.4. Responsabilidade social nas pequenas e médias empresas

FREDERICK (2001), vê a responsabilidade social como uma preocupação das empresas


para com as expectativas do público. Seria, então, a utilização de recursos humanos,
físicos e económicos para fins sociais amplos, e não simplesmente para satisfazer
interesses de pessoas ou organizações em particular.

Por outro lado FRIEDMAN (2002), um dos mais conceituados representantes da corrente
neoclássica da economia, afirma que a meta principal da empresa deve ser o lucro, sem
preocupações com responsabilidades sociais. Ele cita a já conhecida ideia de ADAM
SMITH, no sentido de que a empresa deve buscar os lucros, na certeza de que uma "mão
invisível" fará todo o complemento de uma forma automática. Este complemento inclui,
também, o aspecto social, sem contudo haver intromissão direita da empresa

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Segundo GONÇALVES (2006), responsabilidade social é quando as empresas decidem,


voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais
limpo. Este conceito pode ser compreendido em dois níveis: interno e externo

A partir do momento em que a empresa prática a responsabilidade social interna, ela pode
dar sequência à prática da responsabilidade social externa, onde poderá actuar em
diversas áreas a fim de melhorar a sua imagem externa assim colaborar para a melhoria
da qualidade de vida dos seus funcionários.

Responsabilidade social externa está relacionada ao desenvolvimento de acções sócio-


empresariais que gerem benefícios à comunidade na qual a mesma está inserida. Tais
acções podem ser de carácter filantrópico, por meio de doações ou transferência de
recursos para órgãos públicos, ONG’s ou a própria comunidade. As acções também
podem estar relacionadas ao trabalho voluntário no que se diz respeito à preservação do
meio ambiente.

Responsabilidade social empresarial pode ser definida como o compromisso que uma
organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de actos e atitudes que a
afectem positivamente, agindo proactivamente e coerentemente no que tange a seu papel
específico na sociedade e a sua prestação de contas para com ela. A organização assume
obrigações de carácter moral, além das estabelecidas em lei, mesmo que não directamente
vinculadas a suas actividades, mas que possam contribuir para o desenvolvimento
sustentável dos povos. (HARVARD, 2005).
Em outras palavras, a Responsabilidade Social empresarial pode ser definida como um
conjunto de iniciativas:
 Que preconizam o desenvolvimento de negócios sustentáveis, tanto do ponto de
vista económico, quanto do ponto de vista social e ambiental;
 De carácter voluntário;
 Voltadas aos seus diferentes públicos ou “partes interessadas”; e
 Focalizadas na dimensão ética de suas relações com esses públicos, bem como na
qualidade dos impactos da empresa sobre a sociedade e o meio ambiente.

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De acordo com CARROL, et al (2003), a responsabilidade social está subdividida em


quatro tipos:

a) Responsabilidade económica é a base visto que é o principal tipo de


responsabilidade social encontradas nas empresas, sendo os lucros o objectivo
pelo qual as empresas existem. Responsabilidade social económica significa a
produção de bens e serviços de que a sociedade necessita e deseja, a um preço que
garanta a continuidade do desenvolvimento das actividades da empresa, de
maneira que suas obrigações com os accionistas sejam satisfeitas.
b) Responsabilidade legal é o que a sociedade considera importante com relação ao
comportamento da empresa. As empresas devem atingir suas metas e objectivos,
sejam eles económicos ou não, dentro da estrutura legal. Assim, as empresas têm
de obedecer às exigências dos conselhos locais das cidades, assembleias
legislativas e agências de regulamentação do governo.
c) Responsabilidade ética são os comportamentos e atitudes que a sociedade espera
que uma empresa tenha, mas que não estejam necessariamente previstos em leis.
O comportamento antiético, decorrente da tomada de decisões que proporcionem
à empresa a obtenção de ganhos à custa da sociedade, deve ser evitado. Os
participantes do processo decisório da empresa devem respeitar os direitos
individuais, agir com equidade, imparcialidade e justiça.
d) Responsabilidade discricionária ou filantrópica é voluntária e direccionada pelo
desejo da empresa em contribuir no âmbito social de uma forma que não seja
imposta pela economia, lei ou pela ética. As doações, sejam elas financeiras ou
não, fazem parte desse tipo de responsabilidade.

2.5.1. A responsabilidade social na estratégia da empresa

Existem vários estudos que confirmam que as limitações existentes ao nível dos recursos
financeiros nas PME’s são um dos factores responsáveis pela insuficiente incorporação
da responsabilidade social na estratégia deste tipo de empresas. Muitos empresários
poderão desejar investir na formação dos colaboradores, no desenvolvimento local ou nas
tecnologias ambientais, mas adiam este tipo de investimento, privilegiando outros

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investimentos considerando que os seus impactos serão mais imediatos nas actividades
estratégica e operacionais da empresa. É necessário que as PME’s percebam que a
implementação de uma cultura de responsabilidade social não está necessariamente
associada ao acréscimo de custos, as empresas que integram plenamente a
responsabilidade social na estratégia da organização não a entendem e, por isso, não
entendem que a responsabilidade social implique custos adicionais, mas antes, vantagem
competitiva no mercado (CARROL, et al, 2003).

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CAPITULO III - METODOLOGIA

3.1. Descrição da área de estudo


3.1.1. Localização, superfície e população

Distrito de Nicoadala esta localizada a Sudoeste da Província da Zambézia, fazendo


Fronteira a Norte com Distrito de Mocuba e Namacurra e a Oeste com os Distritos de
Morrumbala e Mopeia e Sul com Distrito de Inhassunge e Oceano Indico.

Nicoadala apresenta uma superfície de 3.525 km e uma população recenseada em 1997


de 198.451 habitantes e estimada a data de 01/01/2005 em 248.020 habitantes, o distrito
tem uma densidade populacional de 73 hab/km.

A relação de dependência económica potencial e de aproximadamente 1:1.1,isto é, por


cada 10 crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa.

A população é jovem (45%, abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina


(taxa de masculinidade de 49%) e de matriz marcadamente rural.

3.1.2. Organização Administrativa e Governamental


O distrito tem dois postos administrativos: Nicoadala Sede e Maquival que, por sua vez,
esta subdivididos em nove (9) localidades: Nicoadala Sede, Munhonha, Namacata,
Nhafuba, Maquival Sede, Ionge, Madal, Marrongane, Nangoela
O governo Distrital é dirigido pélo Administrador do Distrito, esta estruturado nos
seguintes níveis e Coordenação:
 Gabinete do Administrador, Administração e Secretaria;
 Direcção Distrital de Agricultura e Desenvolvimento Rural;
 Direcção Distrital do Comercio, Industria e Turismo;
 Direcção Distrital da Educação;
 Direcção Distrital da Saúde;
 Direcção Distrital da Cultura, Juventude e Desporto;
 Direcção Distrital das Mulher e Coordenação e Acção Social;
 Delegação do registo civil e notário;
 Comando Distrital da PRM.

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3.1.3. Clima, Relevo e Solo

O clima do distrito é predominantemente do tipo tropical chuvoso de Savana – AW


(classificação de Kӧppen), com duas estacões distintas, a estacão chuvosa e a seca.

A precipitação media anual e cerca de 1.428 mm na faixa costeira (estacão da cidade de


Quelimane), enquanto a evapotranspiração potencial média anual é cerca de 1.477 mm. A
maior queda pluviométrica ocorre sobretudo nos meses de Novembro de um ano a Abril
do ano seguinte, variando significativamente na quantidade e distribuição, quer durante o
ano, quer durante o ano, quer do ano para ano, e a temperatura média é de 25,6˚C.

3.1.4. Infra-estruturas

Dada a sua localização geográfica, o distrito não se ressente da falta de transporte


público, já que por lá passam muitos autocarros e camiões de carga provenientes de
diversas parte da província, e do país em geral.

A rede rodoviária do distrito compreende 3 Estradas Nacionais e 2 estradas terciárias,


com extensões que variam de 20 a 40Km. Todas as estradas estão transitáveis, sendo que
as estradas terciárias beneficiam de manutenção periódica. Existem ainda, 16 estradas
não classificadas a necessitar de reabilitação e manutenção. O distrito e atravessado pela
linha férrea que liga a cidade de Quelimane à de Mocuba, actualmente paralisada.

A maior parte das estradas e pontes estão transitáveis. Todavia, existem algumas que
necessitam de reabilitação junto das pontes, como é o caso do troço Licuari- Nhafuba
numa extensão de 40Km que necessitam de 6 pontes, o troço Maria Rua/Nhafuba, com o
percurso de 50Km que necessitam de 7 pontes e o troço Zalala/Maquival, numa extensão
de 20Km a necessitar de 2 pontes.

Em termos de comunicação, o distrito dispõem de 3 sistemas de telefone via satélite das


TDM, instalados na Sede do distrito, no PA de Maquival e na localidade de Namacata
com 40 linhas, 2 linhas e 10 linhas respectivamente.

O abastecimento de água o distrito está dependente do aproveitamento de poços,


tradicionais e convencionais, alguns equipados com bombas manuais.

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O acesso das populações às fontes de água potável ainda e deficiente, devido à


distribuição irregular dos poços ou mesmo à insuficiência dos mesmos, havendo
comunidades cujas populações têm de percorrer entre 5Km a 20Km para alcançar a fonte
de água mais próxima.

3.1.5. Economia e serviços

Segundo SDAE (2014) o Distrito de Nicoadala possui várias empresas que actuam em
vários sectores, a saber: agricultura, industria, construção, comercio, prestação de
serviços, transporte e comunicações e turismo.

A agricultura e actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De o


modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares
em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

3.2. Materiais usados

Para a elaboração da presente pesquisa foram usados os seguintes materiais:


esferográficas, blocos de notas, uma resma, computador, flash, modem, manuais físicos e
electrónicos, máquina fotográfica, motorizada e questionário.

3.3. Metodologias da pesquisa

Metodologia é o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicas adoptadas para atingir


um determinado propósito ou conhecimento (GIL, 1999). Por outras palavras, refere-se
ao caminho trilhado para atingir um determinado resultado, por tanto, a metodologia
utilizada para a materialização deste trabalho seguiu as seguintes etapas.

3.4. Amostra da população

Amostra é uma parcela convenientemente seleccionada do universo, ou seja; é um


subconjunto representativo do universo (MARCONI & LAKATOS, 2003). Universo ou
população corresponde a um conjunto definido de elementos que possuem determinadas
características (GIL, 2008).

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A pesquisa teve como base a amostragem não probabilística intencional. No entanto, para
o levantamento de dados escolheu-se o uso de a amostra intencional que consiste na
selecção de um subgrupo da população, com base nas informações disponíveis, possa ser
considerado representativo de toda a população, e o pesquisador deve ter conhecimento
da população (GIL, 2008).

A amostra para o estudo depende do número total da população. Define-se 15% da


amostra se a população total abrangida não for superior a 100, 10% se estiver no intervalo
entre 100-500 e 5% se for superior a 500 (MATAKALA & MACUCULE, 1998). Assim
considerando que no intervalo de 2009 à 2013 foram licenciadas 71 empresas do sector
industrial, estabeleceu-se uma amostra de 15% correspondente a 11 empresas.

Para os trabalhadores dessas indústrias, os critérios consistem na selecção de


trabalhadores residentes a nível do Distrito de Nicoadala há pelo menos 6 anos.

Segundo os critérios de avaliação estabelecidos, ao longo da pesquisa viu-se necessárias


onze (11) indústrias e um total de 75 trabalhadores para representar a população. As
indústrias escolhidas como amostra representam a população na medida que possuem
características que espelham a realidade do que é, e como é visto, ou seja, representam o
nível de prestação de serviços no sector. Assim como os trabalhadores escolhidos como
amostra revelam a situação dos trabalhadores que operam no sector da indústria em
termos de salários, ambiente de trabalho. O sector da indústria se caracteriza em altas,
baixas e médias épocas, portanto, para a escolha do número de trabalhadores por empresa
levou-se em consideração a época com menor fluxo possível em que podemos encontrar
num empreendimento industrial pelo menos 25 funcionários.

Para a entrevista aos funcionários do SDAE e ATM, obedeceu-se a técnica de


amostragem designada “bola de neve” ou “snowball technique”.

Segundo PATTON (1989), esta técnica consiste em seleccionar pessoas conhecedoras de


informação, através das quais vão indicar outras pessoas a serem entrevistadas e assim o
número vai aumentado gradualmente

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3.5. Preparação do trabalho de campo

3.5.1. Revisão bibliográfica e pesquisa documental

Neste estudo, a pesquisa pode ser caracterizada como exploratória, uma vez que envolve
levantamento bibliográfico e documental, entrevistas e estudos de casos, consistiu na
recolha de informações em obras literárias que abordam sobre o tema em estudo, com
vista a fornecer uma base para fundamentação teórica, recorrendo-se a fontes como
manuais, relatórios, decretos, legislação, pesquisas científicas, trabalhos de teses que
abordem assuntos relacionados e interligados com as PME’s, desde a sua classificação,
importância e os constrangimentos, não se esquecendo da busca a internet para a busca de
informação adjacente (LAKATOS & MARCONI, 2003).

3.5.2. Recolha de dados (trabalho de campo)

Usou-se como instrumentos de recolha de dados as entrevistas com base em entrevista


semi-estruturadas e observação sistemática

a) Entrevista semi-estruturadas

A entrevista semi-estruturada mesmo apresentando o esquema prévio, não possui uma


aplicabilidade rígida, permitindo ao entrevistador realizar adaptações, quando julga
necessário (LUKDE e ANDRÉ, 2002). Assim sendo entrevistou-se os técnicos do SDAE
que dão assistência as empresas. E aos gerentes e trabalhadores das PME’s e ao todo
foram entrevistadas 75 pessoas, de um total de 11 indústria, das quais 23 são mulheres e
52 homens, sendo alguns jovens e outros adultos, como também aos dirigentes das
empresas.

b) Observação Sistemática

Consistiu na observação dos serviços prestados pelas indústrias após a realização das
entrevistas.

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3.6. Análise e Interpretação de Dados

Para a análise de dados recorreu-se ao uso do método estatístico, pois permite obter, de
conjuntos complexos, representações simples e constatar se essas verificações
simplificadas têm relações entre si, papel do método estatístico é de fornecer uma
descrição quantitativa da sociedade, considerada como um todo organizado.

Com este método faz-se o levantamento de dados estatísticos no Microsoft Office Excel
Worksheet, acerca do número de PME’s existentes no Distrito de Nicoadala que actuam
no sector da indústria, procurando estimar o contributo em termos numéricos neste caso
em médias o contributo sócio-económico das mesmas para o desenvolvimento do distrito
(MARCONI & LAKATOS, 2003).

O método comparativo realiza comparações, com a finalidade de verificar semelhanças e


explicar divergências. Este método é usado tanto para comparações de grupos no
presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de
iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento e permite também analisar o dado
concreto, deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstractos e gerais (MARCONI
& LAKATOS, 2003).

Com o método comparativo, permitiu a comparação do desempenho das PME’s do sector


da indústria em relação aos outros sectores de actividades para o desenvolvimento do
distrito.

Para analisar o contributo das PME’s do sector da indústria no distrito de Nicoadala


foram estudados e analisados os indicadores sociais e económicos: os indicadores sociais
correspondem variáveis qualitativas que observou-se (as acções de responsabilidade
social, formação dos trabalhadores, opiniões da sociedade e dos trabalhadores na
melhoria das condições de vida) e indicadores económicos que representam as variáveis
quantitativas (contributo de PME’s no PIB através da canalização de impostos, aumento
da renda per-capita da comunidade local que permite a população de ter acesso aos
serviços básicos, número de trabalhadores empregue, salários médios pagos, impostos
anuais).

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3.7. Variáveis ou indicadores em análise

Para a presente pesquisa foram analisados dois indicadores, os económicos e sócias.

3.7.1. Indicadores económicos

São grandezas de carácter económico, expressas em valor numérico, cuja principal


utilidade consiste na aferição dos níveis de desenvolvimento de países, regiões, empresas,
permitindo, também, como é evidente, efectuar comparações (EEA, 2010).

A análise do contributo das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de


Nicoadala foi feita através do estudo das seguintes variáveis:

 Quantitativas: onde procurou-se apurar o número de trabalhadores empregue,


salários médios e impostos anuais.

3.7.2. Indicador social

É uma medida, geralmente estatística, usada para traduzir quantitativamente um conceito


social abstracto e informar algo sobre determinado aspecto da realidade social, para fins
de pesquisa ou visando a formulação, monitoramento e avaliação de programas e
políticas públicas (EEA, 2010).

 Qualitativas: onde procurou-se apurar sobre a questão de formação dos


trabalhadores, responsabilidade social e benefícios sociais.

CAPÍTULO IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Neste capítulo são apresentados os resultados da pesquisa, onde os dados foram tabulados
e apresentados por meio de gráficos.

A apresentação dos resultados obtidos nas 11 empresas inqueridas foi feita por meio de
representação percentual e de forma subdividida de acordo com as dimensões definidas
no instrumento da pesquisa, as PME’s existentes no distrito de Nicoadala, características
das PME’s, contributo das PME’s do sector industrial, empregos gerados, salários pagos,
mão-de-obra, acções de responsabilidade social e contribuição fiscal das PME’s.

4.1. Pequenas e médias empresas existentes no Distrito de Nicoadala

O distrito de Nicoadala tem registado, nos últimos anos, um crescimento acentuado de


empreendimentos de pequena e média empresas (PME’s) em vários sectores de
actividade económica. Segundo SDAE (2014), o distrito até o ano 2013 apresentava um
total de 359 empresas distribuídas por vários locais e em vários sectores de actividade.

Segundo SDAE (2014), o distrito de Nicoadala até o primeiro semestre de 2013


apresentava um total de 359 PME’s licenciadas e registadas, distribuídas por vários
sectores de actividade económica a saber: sector comercial com 250 estabelecimentos,
como sendo o sector mais dominante em termos do número de estabelecimentos, sector
de alojamento turístico apresenta 8 estabelecimentos e por fim a rede Industrial que
apresenta 30 MICRO empresas e PME’s que é constituída por 71 unidades.

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 34


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Tabela nº 05: Total de empresas licenciadas por sector de actividade no distrito de


Nicoadala (2009-2013)
Sector Total de empresas Percentagem
(PME’s) (%)

Área comercial 250 70

Área de alojamento turístico 8 2

Área industrial (MICRO) 30 8

Área indústrial (PME’s) 71 20

Total das Empresas (PME’s) 359 100%

Fonte: Serviços Distrital de Actividades Económicas de Nicoadala, (2014)

O trabalho baseou-se somente nas PME’s que as suas actividades económicas estão
viradas para o sector da industrial, tendo sido efectuado o estudo em onze empresas do
sector da industrial (de um total de 71 industrias correspondente a 20%)

Tabela nº 6: Lista nominal das indústrias inqueridas


Empresa Actividade Localização

Soemone Produção de castanha de Nicoadala


caju
Pacific Internacional Produção de Mobiliário Licuar
JD Marques Processamento de madeira Maquival
Colosso Produção de mobiliários e Nicoadala
serração de madeira
Orizícola Produção de arroz Nicoadala
Graziara Lda Processamento de milho Longé
Timber Lda Processamento de madeira Madal
Zhong Cheng Internacional Produção de leite Namacata
PIM G Wang Produção de ferro Nicoadala
Rossi Flaminga Processamento de mandioca Nicoadala
Tom Yin Lda Serração de madeira Nicoadala
Fonte: SDAE, (2014)

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Das onze indústrias inqueridas todas foram constituídas antes do ano 2009 a destacar:

i) Soemone formada no ano de 2001 por investidores Moçambicanos;


ii) Pacific. Internacional formada em 2003 investimento próprio;
iii) JD Marques formada em 1999, 50% investimento próprio e 50%
financiamento estrangeiro;
iv) Colosso formada em 1989 por investimento próprio;
v) Orizicula formada em 2007 por União Europeia;
vi) Graziara formada em 2005, 50% por investimento próprio e 50%
financiamento moçambicano;
vii) Timber Lda formada em 2000 investimento Chinês;
viii) Zhong Cheng Internacional formada em 2006 investimento próprio;
ix) PIM G Lda formada em 2007, 50% investimento próprio e 50%
financiamento moçambicano;
x) Rossi Flaminga formada em 2005 investimento próprio; e
xi) Tom Yin formada em 2001 investimento Chinês.

Conclui-se que no distrito de Nicoadala a maior parte das indústrias foi formada por
capitais próprios, e as outras financiamento nacional e as restantes 3 por capitais
estrangeiro com excepção a empresa JD Marques que teve 50% do capital próprio e 50%
financiamento estrangeiro o que de algum modo é benéfico pois, há entrada e circulação
de divisas no país e há entrada de novas tecnologias de produção, deste modo,
estimulando o crescimento da economia.

4.2. Caracterização das PME’s que actuam no distrito de Nicoadala (2009-2013)

As pequenas e médias empresas existente no distrito de Nicoadala têm as seguintes


características:

 Empregam em média 196 trabalhadores;


 Absorvem muita mão-de-obra local e não qualificada;
 Apresentam um estrutura organizacional simples;
 Actuam na maoria em mercados locais; e
 Contribuem em média com um volume de negócio de 3.726.981,81MT

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 36


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Segundo as características acima notou-se que as PME’s têm contratado muita mão-de-
obra, privilegiando a mão-de-obra local não qualificada, tendo que dar alguma formação
no que concerne a especialização execução das actividades produtivas. Contudo
verificou-se nas empresas inqueridas que a mão-de-obra local está na sua maioria
direccionada as actividades produtivas, e em alguns casos são sempre sujeitas a uma
capacitação para a execução das actividades produtivas e os cargos mais importantes
(cargos de direcção, cargos de supervisionamento) a serem tomado por pessoas formadas
na área e não provenientes do local onde a empresa está situada.

Essa característica vai de acordo com LEONE, (1999) e LUNA, (1983) em que o autor
afirma que as PME’s absorvem grande parte da mão-de-obra de um país ou região, por
outro lado, preparam os trabalhadores para servirem de recursos humanos para grandes
empresas e converge com IBGE, (2003), quando afirmam que as PME’s têm a
capacidade de recrutarem significativos contingentes de recursos humanos sem muita ou
nenhuma qualificação técnica e/ou académica.

Tabela nº 07: Média do Volume de negócio das empresas inqueridas (2009-2013)

Empresa Volume de negócio em (MT)

Soemone 1.458.000,00
Pacific Internacional 1.560.000,00
JD Marques 1.254.000,00
Colosso Lda 14.820.000,00
Orizícola 1.234.000,00
Graziara Lda 1.220.000,00
Timber Lda 2.671.981,5
Zhong Cheng Internacional 1.144.000,00
PIM G Wang 1.602.000,00
Rossi Flaminga 1.444.000,00
Tom Yin Lda 15.260.800,00
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados das empresas, (2014)

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Segundo a tabela acima que representa o volume anual de negócio, sintetiza a


classificação de PME’s em Moçambique segundo o volume anual de negócio. Deste
modo as indústrias Soemone, Pacific Internacional, JD Marques, Orizícola, Graziara Lda,
Timber Lda, Zhong Cheng Internacional, PIM G Wang e Rossi Flaminga são
classificadas como pequenas empresas por apresentar um volume anual de negócio
superior a 1.200.000,00MT e as empresas Colosso Lda e Tom Yin Lda classificam-se
como sendo média empresa por apresentar um volume anual de negócio superior a
14.700.000,00MT e menor ou igual a 29.970.000,00MT. Enquadrando-se na classificação
de MPME’s descrita pélo decreto n.º 44/2011 do Boletim da República de 21 de Setembro
capítulo 1 Artigo 2.

4.3. Contributo das PME’s na geração de empregos no Distrito de Nicoadala

Tabela nº 08: Postos de empregos gerados (2009-2013)


Ano 2009 2010 2011 2012 2013

N° de empregos 239 341 409 452 719


gerados

Taxas de - 42,68% 19,94% 10,51% 59,07%


crescimento

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do SDAE, (2014)

Gráfico nº 01: Evolução dos Postos de Emprego gerados pelas PME’s do sector
Industrial no distrito de Nicoadala (2009-2013)

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do SDAE, (2014)

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

O gráfico acima referente a evolução dos postos de emprego gerados pelas PME’s do
sector industrial no distrito de Nicoadala entre os anos de 2009-2013, foram crescentes
com excepção dos anos 2010 a 2011 onde verifica-se uma tendência decrescente na
ordem de 22,74% situando-se na casa dos 19,94%, o decréscimo perdurou de 2011 a
2012, sendo que a redução foi de 9,43% e de salientar que o contributo em postos de
empregabilidade atingiu o pico nos anos 2012 a 2013 com uma taxa de 48,56% o que
significa que no ano 2013 criou-se muitos postos de emprego. Contudo esta evolução nas
taxas de crescimento é acompanhado com o aumento de postos de emprego gerados nos
anos ora em estudo tendo as PME’s do sector do industrial gerado 2.160 postos de
trabalho, facto este que deveu-se ao aparecimento de novas indústrias e no aumento da
capacidade produtiva das indústrias existentes, tendo como consequência uma demanda
massiva por emprego.

Tabela nº 09: Número de empregos gerados por empresa (2009-2013)


Empresa Nº de Empregos Gerados Percentagem (%)
Soemone 149 7
Pacific Internacional 126 6
JD Marques 387 18
Colosoo Lda 408 19
Orizicola 141 6
Graziara Lda 111 5
Timber Lda 214 10
Zhong Cheng Internacional 141 7
PIM G Wang 122 6
Rossi Flaminga 171 8
Tom Yin 185 8
Total 2.160 100
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do inquérito as empresas, (2014)

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Gráfico nº 02: Contributo das empresas inqueridas de número de emprego gerados


por empresa no distrito de Nicoadala, (2009-2013)

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do inquérito as empresas, (2014)

O gráfico acima representa o contributo em termos de geração de emprego das indústrias


inquiridas no distrito de Nicoadala, segundo o qual constatou-se que a indústria Colosso
Lda é a que mais contribuiu na geração de emprego com um contributo de 19% seguida
da JD Marques com um contributo de 18% e a indústria que menos contribui para a
geração de emprego é a Graziara Lda com um contributo de 5%.

Das empresas inqueridas constatou-se que até o período ora em estudo (2009-2013)
haviam sido contratados 2,160 pessoas provenientes de vários locais do Distrito
Nicoadala e arredores.

Conforme a tabela 05 (vide em apêndice) que faz a menção do total dos trabalhadores das
empresas inqueridas, pode-se constatar que a Colosso Lda é a indústria que apresenta
maior número de trabalhadores das onze empresas inqueridas com um total de 408
trabalhadores dos quais 390 homens e 18 mulheres, seguida da JD Marques com 387
trabalhadores com igual numero de homens. Notou-se que em todas as empresas
inqueridas o número de homens a operarem na empresa são superiores ao das mulheres,
facto este que deve-se as características das actividades desenvolvidas pelas indústrias e a
maior parte dos homens contratados estão ligados directamente a actividades relacionadas
a produção e as mulheres assumem os cargos administrativos e limpeza.

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

4.4. Competência tecnológica das empresas inqueridas no distrito de Nicoadala,


(2009-2013)

Esta dimensão é composta por dois critérios, a seguir:

4.4.1. i) Critério: Qualificação dos funcionários

A competência tecnológica, considerando-se que esta representa aumento da


competitividade nas empresas. O primeiro critério analisado foi da qualificação que teve
por finalidade verificar os níveis de qualificação formal das pessoas que trabalham nesse
grupo de empresas. A primeira constatação relaciona-se com o facto de que as pessoas
que trabalham nas empresas pesquisadas possuem predominantemente formação de nível
primário cerca de 42% delas, as de nível básico são cerca de 42%, 12% correspondem ao
nível médio e apenas 2% possuem nível de licenciatura. Portanto o perfil médio das
pessoas que trabalham nessas empresas, é marcado por poucos anos de qualificação
formal.

Tabela nº10: Nível de Escolaridade dos Trabalhadores das Empresas inqueridas


(2009-2013)

Nível
Primário Básico Médio Superior Especialização

N° de 916 903 264 37 40


trabalhadores

Percentagem 42 42 12 2 2
(%)

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do inquérito as empresas, (2014)

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Gráfico nº 03: Nível de Escolaridade

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do inquérito as empresas, (2014)

Quanto ao nível de escolaridade dos funcionários das empresas inqueridas, podemos


dizer que maioria das empresas tem como maior parte dos funcionários com o nível
primário, cerca de 42%, em seguida encontramos nível básico esses que representam
cerca de 42% dos funcionários, os com nível médio representam 12% dos funcionários,
os com nível superior feito são 2% dos funcionários e apenas 2% têm uma
especialização.

4.4.2. ii) Critério: Capacitação e Desenvolvimento

Tabela nº 11: Capacitação dos Trabalhadores das PME’s inqueridas (2009-2013)

Observações Sim Poucas vezes Não

Número de 6 3 2
empresas

Percentage (%) 18 27 55

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do inquérito as empresas, (2014)

No critério capacitação e desenvolvimento, foi perguntado aos responsáveis das empresas


se a empresa capacitava os seus trabalhadores em matérias ligadas a sua área de trabalho,
55% das empresas disseram que não, 27% disseram poucas vezes e apenas 18%
afirmaram positivamente que sim, pelo gráfico abaixo pode-se facilmente ver:

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Gráfico nº 04: Capacitação dos funcionários

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do inquérito as empresas, (2014)

Das empresas que responderam não na pergunta anterior foi perguntado o motivo para a tal
decisão e as mesmas disseram ser por falta de capital e não conhecer centros de formação.

A capacitação e desenvolvimento dos trabalhadores são práticas incomuns em maior


parte das empresas inqueridas, uma vez que 55% afirma que não capacita seus
trabalhadores devido a falta de capital, é portanto um aspecto negativo das PME’s
pesquisadas.

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Tabela nº 12: Proveniência da mão-de-obra nas empresas inqueridas, (2009-2013)

Empresas Mão-de-obra

Local Estrangeira

Soemone 149

Pacific Internacional 118 8

JD Marques 385 2

Colosso Lda 403 5

Orizícola 141

Graziara Lda 111

Timber Lda 204 10

Zhong Cheng Internacional 134 12

PIM G Wang 118 4

Rossi Flaminga 171

Tom Yin Lda 170 15

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do inquérito as empresas, 2014

De acordo com a tabela acima, nota-se que a maioria dos trabalhadores é de


nacionalidade Moçambicana e particularmente residentes no distrito de Nicoadala, com
excepção das empresas Pacific Internacional, JD Marques, Colosso, Timber Lda, Zhong
Cheng Internacional, PIM G Wang e Tom Yin que tem trabalhadores estrangeiros vindos
da China e Portugal. Facto este deve-se por algumas empresas ter sido investimento
estrageiro e estes a ocuparem cargos de direcção e de supervisão, com a excepção as
empresas Orizicula, Soemone, Graziara Lda e Rossi Flaminga em que todos os
trabalhadores são nacionais.

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Tabela nº 13: Salários médios pagos pelas PME’s inqueridas (2009-2013)


Empresas Salários mínimos Salários máximos Salário médio
(S.Min+S.Max)/2
Soemone 4.500,00 8.500,00 6.500,00

Pacific Internacional 3.200,00 9.500,00 6.350,00

JD Marques 4.000,00 11.000,00 7.500,00

Colosso Lda 5.000,00 12.500,00 8.750,00

Orizícola 2.500,00 25.854,00 14.177,00

Graziara Lda 4.320,00 7.000,00 5.660,00

Timber Lda 3.850,00 10.000,00 6.925,00

Zhong Cheng 1.500,00 10.000,00 5.750,00


Internacional

PIM G Wang 2.500,00 8.000,00 5.250,00

Rossi Flaminga 3.500,00 9.000,00 6.250,00

Tom Yin Lda 3.700,00 9.000,00 6.600,00

Total 38.570,00 120.354,00 79.720,00

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas, (2014)

De acordo com a tabela acima mostra quanto a informação dos salários pagos pelas
PME’s inqueridas, onde a média do salário mínimo pago pelas empresas é de
3.506,36MT e a média do salário máximo de 10.941,27MT e a média do salário total das
empresas é de 7.246,55MT.

No entanto, não foram aqui levantados valores referentes ao salário de cada trabalhador.
Ainda em relação a renda constatou-se que as posições cimeiras de algumas empresas são
ocupadas por estrangeiros e pessoas provenientes de outros pontos do país dada a
dificuldade de encontrar pessoas capacitadas e com experiência na área a nível local.

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 45


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Apesar dos salários se ajustarem aos salários mínimos para a maioria dos trabalhadores,
os salários contribuem na vida dos trabalhadores na construção da identidade, redução
das desigualdades sociais, garantia da segurança alimentar das famílias dado o aumento
do poder de compra, a partir dos salários as comunidades garantem pelo menos a
educação, saúde, alimentação melhorada e em alguns casos habitação melhorada para a
família. Com os salários algumas famílias procuram desenvolver algumas actividades
comerciais, criam o espírito empreendedor que propicia investimentos e estabilidade
económica das famílias e da comunidade em geral.

4.5. Acções de responsabilidade social das PME’s inquiridas no distrito de


Nicoadala

Esta dimensão é composta por dois critérios, a seguir:

4.5.1. i) Critério: responsabilidade social interna

As acções de responsabilidade social interna são desenvolvidas com objectivo de permitir


com que as industriais desenvolvam as suas responsabilidades com os trabalhadores.
Quanto as acções de responsabilidade interna das onze empresas inqueridas só nove
como Soemone, Pacific.Internacional, Orizicola, Graziara, Timber Lda, Zhong Cheng
Internacional, PIM G Lda, Rossi Flaminga, e Tom Yin tem responsabilidade com os
trabalhadores no caso de haver infelicidade nas suas famílias e as outras duas empresa
Colosso Lda e JD Marques dizem que nada fazem para seus trabalhadores, e os
trabalhadores alegam que nada essas empresas tem feito para ajudar a eles e no caso de
um dos funcionários faltar ao serviço por esses motivos sofrem um desconto no salário.

4.5.2. ii) Critério: Responsabilidade social externa

As acções de responsabilidade social externa são desenvolvidas com objectivo de


permitir com que as industriais desenvolvam as suas responsabilidades com a
comunidade do distrito. Quanto as acções de responsabilidade podem-se se destacar as
seguintes:

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

 Quatro (4) furos de água abertos;


 Construção de uma (1) escola do ensino primário situada na localidade de Longe;
 Noventa (90) carteiras entregues a escola;
 Apoio financeiro no caso de alguma infelicidade;
 Apoio de transporte no caso de alguma situação urgente;
 Reabilitação de algumas estradas;
 Fornecimento de corrente eléctrica;
 Apoio de alimentos;
 Cinco (5) casas construídas para os funcionários.

Das responsabilidades acima mencionado a empresa JD Marques construiu uma escola


primária de 4 salas de aulas, a empresa Zhong Cheng Internacional um furo de água que
abastece a população, a empresa Tom Yin ofereceu carteiras para 3 salas de aula da
escola primária Eduardo Mondlane tem construído casas para alguns trabalhadores e
furos de água para a comunidade e a empresa Orizicola oferece alimentos a 2 orfanatos
existentes no distrito.

Contudo, pode-se afirmar que em termos de responsabilidade social, as informações


retiradas no campo vem a vai de acordo FREDERICK (1979), vê a responsabilidade
social como uma preocupação das empresas para com as expectativas da população.
Seria, então, a utilização de recursos humanos, físicos e económicos para fins sociais
amplos, e não simplesmente para satisfazer interesses de empresas ou organizações em
particular e diverge com MILTON FRIEDMAN (1972), um dos mais conceituados
representantes da corrente neoclássica da economia, quando afirma que a meta principal
da empresa deve ser o lucro, sem preocupações com responsabilidades sociais.

4.6. Contribuição fiscal das PME’s no distrito de Nicoadala


No que concerne a contribuição fiscal, é de realçar que as empresas inquiridas pagam três
tipos de impostos a destacar IRPC, IRPS e o IVA.

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Os dados foram obtidos através de entrevistas feitas aos funcionários da autoridade


tributária área fiscal de Nicoadala, onde mostra a evolução da contribuição das PME’s em
impostos entre os anos 2009 à 2013. Essa evolução é sintetizada na tabela abaixo:

Tabela nº 14 Contributo das PME’s nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala


2009-2013

Ano Irps Irpc Iva Imposto total Impostos % Do


fiscais do contribut
distrito o fiscal

2009 839.944,6364 1.075.129,135 51.162,3527 1.966.236,12 21.438.970,00 9,17

2010 938.558,25 1.201.354,56 638.219,61 2.778.13,42 28.301.593,00 9,82

2011 1.025.906,227 1.313.159,971 697.616,2345 3.036.682,433 32.198.492,00 9,43

2012 1.056.819,977 1.352.729,571 718.637,5845 3.128.187,13 35.387.786,00 8,84

2013 1.101.132,443 1.409.449,527 748.770,0614 1.849.902,50 37.335.960,28 4,95

Total 4.962.361,534 6.351.822,764 3.374.405,843 12.759,140,61 154.662.801 42,21

Média 999.472,3068 1.270.364,553 674.881,1686 2.551.828,122 30.932.560,2 8,44

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas e Autoridade Tributária,
(2014)

De acordo com os dados da tabela acima, constata-se que o IRPS médio pago pelas
PME’s foi de 999.472,3068MT, o IRPC médio pago pelas PME’s foi de
1.270.364,553MT, o IVA médio pago pelas PME’s foi de 674.881,1686MT, o imposto
total médio pago pelas PME’s foi de 2,551,828.122MT, o imposto médio do distrito foi
de 30.932,5602MT e a contribuição média das PME’s inqueridas foi de 8,44% ao ano.

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Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Gráfico nº 05: Evolução do contributo das PME’s nas receitas fiscais no distrito de
Nicoadala 2009-2013

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pela Autoridade Tributária, (2014)

A partir do gráfico acima, pode se afirmar que as contribuições fiscais das PME’s no
distrito de Nicoadala, foram decrescentes em todo o período em estudo, sendo que, de
2010 a 2011 a taxa de contributo reduziu em 31,98% situando-se na casa dos 9,31%. O
decréscimo perdurou de 2011 a 2012, sendo que a redução foi de 6,3% situando se na
casa dos 3,01%. No ultimo período verificou se um decréscimo de 40,86%. A redução
dos impostos pagos pelas PME’s, resulta do decréscimo nos rendimentos das mesmas
causadas pela má gestão, falência, desvios de aplicação, negligência, falta de quadros
qualificados na área e outros.

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 49


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Tabela n°15: Contributo das Empresas nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala
2009-2013
Empresa
Impostos % Média de contributo

Soemone 1.078.920,00 12,68%

Pacific Internacional 1.154.400,00 3,88%

JD Marques 927.960,00 3,12%

Colosso Lda 10.966.800,00 36,86%

Orizícola 913.160,00 3,07%

Graziara Lda 902.800,00 3,03%

Timber Lda 1.977.266,31 6,65%

Zhong Cheng Internacional 846.560,00 2,85%

PIM G Wang 1.185.480,00 3,99%

Rossi Flaminga 1.068.560,00 3,60%

Tom Yin Lda 11.292.992,00 41,50%

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas e Autoridade Tributária,
(2014)

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 50


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

Gráfico nº06: Contributo das Empresas nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala
2009-2013

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas e Autoridade Tributária,
(2014)

O gráfico acima mostra que as empresas Tom Yin Lda, Colosso e Soemone são as que
mais contribuem nas receitas fiscais do distrito com cerca de 41,5%, 36,86% e 12,68%
respectivamente, as empresas que menos contribuíram são: Orizicola, Graziara Lda e
Zhong Cheng Internacional com 3,07%, 3,03 e 2,85 respectivamente.

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 51


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

CAPITULO V - CONCLUSÕE E RECOMEDAÇÕES

5.1. Conclusões

Depois de analisar o contributo sócio-económico das PME’s do sector indústrial para o


desenvolvimento do distrito de Nicoadala, conclui-se que o distrito de Nicoadala até 2013
contava com 359 empresas registadas e licenciadas no serviço distritais de actividade
económica, das quais 250 do sector comercial, 8 do sector turístico, 30 MICRO e PME’s
representam o sector industrial distribuídas por vários áreas de actividade e diferentes
localizações, destacando o sector do comércio com maior número de PME’s no distrito.

Os resultados indicam que as empresas, classificam-se como PME’s em termos de


volume anual de negócio e número de trabalhadores, sendo que o total das empresas
inqueridas apresenta em média um volume anual de negócio na ordem de
3.726.981,81MT e uma média de 197 trabalhadores, com maior destaque para a indústria
Tom Yin Lda com um volume anual de negócio de 15.260.800,00MT e com 185
trabalhadores.

Por conseguinte, conclui-se que as PME’s inqueridas no distrito têm as seguintes


características: Empregam em média 196 trabalhadores, absorvem muita mão-de-obra
local e não qualificada, apresentam um estrutura organizacional simples, actuam na
maioria em mercados locais, e contribuem em média com um volume de negócio de
3.726.981,818MT. Com maior destaque a geração de emprego, pois este sector no distrito
em estudo como no país tem absorvido maior número de mão-de-obra e neste distrito as
PME’s são na maioria de capital estrangeiro devido ao tipo de actividade desenvolvidas.

A presente pesquisa também evidenciou a importância deste grupo de empresas através


de geração de emprego no distrito de Nicoadala, que foi possível constatar que das
PME’s inqueridas até ao ano de 2013 haviam sido contratados 2.160 pessoas, sendo que a
indústria Colosso Lda é a que mais contribuiu na geração de emprego com um total de
408 trabalhadores o que corresponde a 19% e a Graziara Lda a que menos contribuiu na
geração de emprego com o total de 111 trabalhadores o que corresponde a 5%.

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 52


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

No que se refere ao desenvolvimento sócio-económico, observou-se que as PME’s do


sector da indústria contribuem para a satisfação de algumas necessidades básicas através
de rendimentos em forma de salários obtidos pelas PME’s notabilizou-se que a média dos
salários mínimos pagos situa-se em torno de 3.506,36MT, e a média do salário máximo
de 10.941,27MT e a média do salário total das empresas é de 7.246,55MT sendo que
através da entrevista feita aos funcionários acerca dos salários pagos todos foram
unânimes em afirmar que o salário pago é satisfatório e suficiente para satisfazer as
necessidades básicas.

Conclui-se que as PME’s inqueridas desenvolvem acções de responsabilidade social a


nível do distrito, como é o caso de aberturas de furos de água, construção de uma escola,
fornecimento de carteiras as escolas, financiamento as cerimónias fúnebres dos seus
trabalhadores e a comunidade em geral, reabilitação de estradas e apoio em alimentos aos
orfanatos. Portanto, constatou se que as acções de responsabilidade social desenvolvidas
pelas PME’s inqueridas tem contribuído para o desenvolvimento das comunidades ao
redor, assim como dos funcionários através de criação de incentivos de diferente
natureza.

No que concerne aos impostos das PME’s no distrito ao longo de todo período em estudo
contribuem em média com 2.551.828,12MT em impostos o correspondente a uma média
8,44% das receitas fiscais arrecadadas no distrito onde o IRPS médio verificado foi de
999.472,318MT, IRPC médio foi de 1.270.364,55MT, o IVA médio de 674.881,17MT. A
empresa que mais contribuiu em impostos foi a Tom Yin Lda com 11.292.992,00MT o
correspondente a uma média de 41,50% e a empresa que menos contribuiu foi a Zhong
Cheng Internacional com 846.560,00MT o correspondente a uma média de 2,85%.

No que concerne à pergunta de pesquisa, pode-se concluir que esta foi satisfeita uma vez
que as PME’s do sector industrial contribuem para o desenvolvimento do distrito de
Nicoadala, em termos de geração de emprego, contribuição fiscal (impostos) e em acções
de responsabilidade social.

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 53


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

5.2. Recomendações

Ao SDAE

 Deve criar um sistema de base de dados detalhado por sector de actividades;

As PME’s
 Devem dispor de uma estrutura organizacional descentralizada, não concentrando
a responsabilidade na tomada de decisões apenas no sócio/proprietário dando
espaço a outros integrantes da organização consoante o nível de decisão;
Ao Governo
 Devem criar condições de estabelecer taxas de juros atraentes nas instituições
fornecedoras de crédito de modo a influenciar investidores moçambicanos e a
novos empreendedores a aderirem ao financiamento bancário;
 O Governo deve traçar novas estratégias eficientes e eficazes que visa a
interacção e manutenção entre as empresas e a comunidade bem como enquadrar
as pessoas sem voz no processo de desenvolvimento sócio-económico
À Comunidade académica
 O presente trabalho analisou somente o contributo das PME’s do sector industrial
no desenvolvimento do distrito de Nicoadala, portanto fica limitado a tirar
conclusões gerais sobre o mesmo em outras regiões do país e da região. No
entanto recomenda-se para futuras pesquisas uma análise mais global a nível
nacional e uma possível comparação com os resultados encontrados no distrito de
Nicoadala.

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 54


Contributo sócio-económico das PME’s do sector industrial no desenvolvimento do distrito de Nicoadala
no período 2009-2013

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Leis e Decretos

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 Decreto nº 44/2001 do Boletim da República de 21 de Setembro capítulo I artigo


2 – Classificação das micro pequenas e médias empresas

 Lei nº4/2009,de 12 de Janeiro – Código de Benefícios Fiscais

 Lei nº 5/2009, de 12 de Janeiro – Imposto Simplificado de Pequenos


Contribuintes

Ancha Patrício Fernando Tese de Licenciatura 58


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no período 2009-2013

ANEXOS
E
APÊNDICES

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ANEXOS

Anexo 01: Distribuição das empresas por Regiões

Província Total de Empresas Volume de Negócio (10^6 Mt)

PME’s Grandes PME’s Grandes Empresas


Empresas

Nº % Nº % Nº % Nº %

Niassa 1.319,00 4,6 4 1 837.514,00 3 9.184,00 0,02

Cabo - 7.887,00 27,7 9 2,3 12.082.573,00 8 125.738,00 0,32


Delgado

Nampula 2.790,00 9,8 26 6,6 1.051.499,00 3,8 169.072,00 0,44

Zambézia 1,805.00 6,3 20 5,1 849,172,00 3,1 188.762,00 0,49

Tete 1.930,00 6,8 11 2,8 1.232.726,00 4,5 7.587.058,00 19,53

Manica 2.246,00 7,9 21 5,3 1.899.481,00 6,9 312.598,00 0,80

Sofala 671,00 2,4 33 8,4 590.145,00 2,1 1.948.351.00 5,02

Inhambane 2.396,00 8,4 16 4,1 2.856.230,00 10,3 123.730,00 0,32

Gaza 5.195,00 18,2 15 3,8 4.693.802,00 17 704.234,00 1,81

Maputo 1.419,00 5 42 10,6 587.377,00 2,1 9.040.284,00 23,27


Cidade

Maputo 817,00 2.9 198 50,1 920.270,00 3,3 18.633.443,00 47,9


Província

Total 28.475,00 100 395 100 27.600.789,00 100 38.842.454,00 100

Fonte: CEMPRE (2004)

I
Anexo 02: Numero dos trabalhadores das empresas Inqueridas (2009-2013)
2009 2010 2011 2012 2013
Empresas

Soemone 16 20 35 32 46

Pacific 15 17 20 18 56
Internacional

JD Marques 50 75 90 100 72

Colosso Lda 40 80 95 123 70

Orizícola 12 17 19 21 72

Graziara Lda 13 17 11 12 58

Timber Lda 19 22 40 37 96

Zhong Cheng 12 17 20 22 75
Internacional

PIM G Wang 17 22 18 15 50

Rossi 20 26 29 32 64
Flaminga

Tom Yin Lda 25 28 32 40 60

Total 239 341 409 452 719

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas (2014)

II
Anexo 03: Volume de Negócio das Empresas Inqueridas em Mts (2009-2013)

Empresas 2009 2010 2011 2012 2013

Soemone 1.250.000,00 1.360.000,00 1.450.000,00 1.590.000,00 1.640.000,00

Pacific 1.390.000,00 1.410.000,00 1.570.000,00 1.680.000,00 1.750.000,00


Internaciona
l

JD Marques 1.000.000,00 1.190.000,00 1.250.000,00 1.380.000.00 1.450.000,00

Colosso Lda 13.700.000,00 14.300.000,00 14.800.000.00 15.300.000,00 16.000.000,00

Orizícola 1.110.000,00 1.190.000,00 1.230.000,00 1.300.000,00 1.340.000,00

Graziara 1.050.000,00 1.170.000,00 1.260.000,00 1.290.000,00 1.330.000,00


Lda

Timber Lda 2.297.564,00 2.489.563,00 2.675.874,00 2.897.079,00 2999827.5

Zhong 1.060.000,00 1.100.000,00 1.090.000,00 1.190.000,00 1.280.000,00


Cheng
Internaciona
l

PIM G 1.280.000,00 1.430.000,00 1.530.000,00 1.790.000,00 1.980.000,00


Wang

Rossi 1.220.000,00 1.350.000,00 1.390.000,00 1.580.000,00 1.680.000,00


Flaminga

Tom Yin 11.600.000,00 14.307.000,00 16.894.000,00 16.503.000,00 17.000.000,00


Lda

Total 36.957.564,00 41.296.563,00 45.139.874,00 46.500.079,00 48.449.827.5

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas (2014)

III
Anexo 04: Nível de Escolaridade das Empresas Inqueridas (2009-2013)

Empresa Primário Básico Médio Superior Especialização

Soemone 60 30 10 4

Pacific I 80 35 15 10

JD Marques 75 44 19 3

Colosso Lda 85 50 22 5 12

Orizícola 85 63 14 5 9

Graziara Lda 95 52 40 6

Timber Lda 74 33 32 5

Zhong Cheng 79 77 25 4
Internacional

PIM G Wang 88 42 38

RossiFlaminga 95 86 24

Tom Yin Lda 100 47 25 5 9

Total 916 903 264 37 40

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas (2014)

IV
Anexo 05: Contributo das Empresas nas receitas fiscais no distrito de Nicoadala 2009-
2013

Empresa Imposto % De % De % De % De % De %
contr contribu contribu contribu contribu Média
ibuto to 2010 to 2011 to 2012 to 2013 de
2009 contribu
to

Soemone 1.078.920,00 5,03 3,81 3,04 3,35 2,89 12,68

Pacific 1.154.400.00 5,38 4,08 3,59 3,26 3,09 3,88


Internacio
nal

JD 927.960,00 4,33 3,28 2,88 2,62 2,48 3,12


Marques

Colosso 10.966.800,00 51,15 38,75 34,06 30,99 29,37 36,86

Orizicola 913.160,00 4,26 3,23 2,84 2,58 2,45 3,07

Graziara 902.800,00 4,21 3,19 2,8 2,55 2,42 3,03


Lda

Timber 1.977.266,31 9,22 6,99 6,14 5,59 5,3 6,65


Lda

Zhong 846.560,00 3,95 2,99 2,63 2,39 2,27 2,85


Cheng I

PIM G 1.185.480,00 5,53 4,19 3,68 3,35 3,18 3,99


Wang

Rossi 1.068.560,00 4,98 3,78 3,32 3,02 2,86 3,60


Flaminga

Tom Yin 11.292.992,00 52,68 39,9 35,07 31,91 30,25 41,50


Lda
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas e Autoridade Tributária, (2014)

V
APÊNDICES

Apêndice 01: Este guião foi feito ao órgão do governo local: Serviço Distrital de
Actividades Económicas do distrito de Nicoadala

1. Que tipo de empresas actuam no distrito?


2. Ate o ano antes de 2009, quantas PME’s existiam? Quais?
3. Quantos postos de emprego essas empresas criaram?
4. Existem acções de responsabilidade social? De 2009-2013 quais as acções de
responsabilidade social que foram desenvolvidas?

Apêndice 02: Este guião foi feito ao órgão do governo local: autoridade tributária

1. Todas empresas canalizam regularmente os seus impostos?


2. Se não, quais as empresas que não canalizam seus impostos e porque?
3. Quais são os critérios estabelecidos para o pagamento de impostos?
4. Em media, qual é a contribuição anual das PME’s do sector da industria em imposto?

Apêndice 03: Este guião foi direccionado as Empresas do distrito de Nicoadala

1. Qual é o nome da empresa?


2. Qual é o nome do responsável?
3. Quando é que a empresa foi fundada?
4. A empresa está registada?
5. A empresa tem alguma estrutura organizacional?
6. Quantos membros a empresa possui? (Homens e Mulheres)
7. Os trabalhadores têm alguma capacitação ou formação profissional?
8. A empresa têm capacitando seus trabalhadores?
9. Qual é a carga horária diária dos trabalhadores?
10. Qual é a renda salarial media dos trabalhadores (mínimo e máximo)?
11. Em que se baseia a actividade exercida?
12. Qual é a fonte da matéria-prima?
13. Quais os instrumentos usados na realização das actividade?
14. Teve alguma fonte de financiamento para iniciar com as actividades? Qual foi? E se
teve qual foi o período para o reembolso do financiamento?
15. Qual é o mercado alvo do produto final?

VI
16. Quais são as estratégias usadas face aos concorrentes e o ambiente de negócio com os
órgãos do governo?
17. A empresa paga algum tipo de imposto? Qual é? E qual e a percentagem?
18. Qual é o volume anual de venda da empresa?
19. A empresa tem acesso ao quadro legislativo?
20. A empresa exerce alguma acção de responsabilidade social?
21. Qual é o preço de venda por unidade?
22. Contacto da empresa?

Apêndice 04: Guião feito para os trabalhadores das empresas

1. Nome do trabalhador? ____________________________ Sexo ______ idade ______


2. Há quanto tempo mora na comunidade em que se encontra?
3. Nível de escolaridade?
4. Tem alguma formação profissional?
5. Tem exercido outras actividades de rendimento no seio familiar?
6. Como se sentes a trabalhar nesta empresa?
7. A renda média mensal supre as necessidades básicas do agregado?
8. Depois de ter entrado na empresa mudou alguma coisa na sua vida?
9. Como é o ambiente de trabalho?
10. A empresa cumpri com o que vem no contracto de trabalho?

VII
Apêndice 05: Total dos Trabalhadores das empresas inqueridas até 2013

Empresas Nº de trabalhadores Homens Mulheres

Soemone 149 140 9

Pacific Internacional 126 120 6

JD Marques 387 387

Colosso Lda 408 390 18

Orizícola 141 136 5

Graziara Lda 111 100 11

Timber Lda 214 200 14

Zhong Cheng 146 140 6


Internacional

PIM G Wang 122 120 2

Rossi Flaminga 171 171

Tom Yin Lda 185 178 7

2.160 2.082 78

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas (2014)

VIII
Apêndice 06: Lista Nominal dos Entrevistados das Empresas Inquiridas

Empresa Nomes dos responsáveis Nome dos trabalhadores


Soemone Weah António Chance Agusto Noqueira

Leong Feijão
Rabia Bacar
Flávia Rodrigues

Zubaida da Conceição

Emília Soares
Pacific Internacional Luís Francisco Jaime Vasco
Diolindo Américo
Manuel Luís
Dionísio Ceia

Sara Momad

JD Marques João Domingos Marques Nunes Servente

João Mateus
Roberto Alho

Renato Finado

Sequeira João
Félix Domingos

Colosso Carlos Latifo Gozalves Fernando Torneiro


Domingos Vale

Júlio Manuel
Graça João
Zulmira Murrinho

Orizicola Fraca António Ande Eurico Manuel


Octávio Norte
Miguel João

Lúcia faz-tudo

Maria Tomas

IX
Graziara Lda Manuel Luiz Marcos António Fabião
Evaristo Chave
Castigo Rodrigues

Mariana Pambane
Anita Tavares
Juliana Dinheiro

Timber Lda Guang An Huang Pedro António


João Paulo

Osvaldo Novais

Felisberto Tomas
Jaime Chico

Fauzia Abdul

Xin Gian Cheng Eduardo Afonso


Zhong Cheng
Internacional João Oliveira
Humberto da Conceição
Joaquim Milagre
Anifa Chico
Alzira das Dores

PIM G Wang Elias Johane Macheie Castigo Rodrigues


Alvos João
Evaristo Félix

Johane Sequeira
Zaida Abacar
Anaclista Botão
Rossi Flaminga Benjamim António Flamingues Daniel Maduma
António Jacinto

Pedro Manuel

Elias Neliao

Ângelo Maurício

X
Maurício Norvate

Tom Yin Huiling Yin Yang António Fernandes


João Madeira

Ana Paulino
Flávia Rodrigues
Joaquina Santar

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados fornecidos pelas empresas (2014)

XI

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