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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO

RURAL
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL

Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade de


Veterinária (Maputo), no Período de Janeiro à Dezembro de 2014.

Licenciatura em Economia Agrária

Autora:

Hortência Alberto Machava

Vilankulo, Novembro de 2015


Hortência Alberto Machava

Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade de


Veterinária (Maputo), no Período de Janeiro à Dezembro de 2014.

Trabalho de Culminação de Curso


Apresentado ao Departamento de
Sociologia Rural da Universidade
Eduardo Mondlane – Escola
Superior de Desenvolvimento
Rural para a obtenção do grau de
Licenciatura em Economia Agrária

Supervisor:

dr. Adriano Carlos Chihanhe

UEM – ESUDER

Vilankulo

2015
Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

Romanos 8:28

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria:

Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio


entendimento.

Provérbios 3:5

i
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Hortência Alberto Machava, declaro por minha honra que este trabalho é da
minha autoria e resultado da minha investigação, portanto, a verdade sobre a
originalidade do presente trabalho de Licenciatura em Economia Agrária que, foi
elaborado de acordo com a metodologia descrita e com base nas referências
bibliográficas mencionadas no trabalho.

Vilankulo, Novembro de 2015

Assinatura do Estudante

Hortência A. Machava

(Hortência Alberto Machava)

ii
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu Senhor e Salvador, Jesus Cristo, pois sem a graça, favor
e misericórdia por Ele concedidos, nada que se fez se faria! Obrigada Deus

iii
AGRADECIMENTOS

Na realização de todo curso, do estágio e da elaboração do relatório, várias pessoas


deram o seu contributo, de forma directa ou indirecta, as quais gostaria de deixar um
agradecimento super-especial:

Ao Deus Todo-Poderoso minha fonte de energia e sabedoria; pela vida, saúde,


família, protecção, força e coragem durante toda a caminhada na vida académica.

À minha família, pelo apoio moral total e incondicional, em especial os meus pais
Alberto Machava e Clara Machel, a quem devo tudo o que sou hoje (muito
obrigada), pois sempre se disponibilizaram para apoiar e motivar-me a estudar; tanto
acreditaram em mim em todo o momento, cada palavra de aconselhamento por eles
dita, serviu para a minha formação, nada se jogou fora; aos meus irmãos Juscelino,
Inácio, Ana Jeolinda, Emília Edna, pelo amor, força e carinho; à minha cunhada
Rosa e ao meu sobrinho Beto que o amo muito, foi mais um presente especial que
Deus me deu.

Ao meu supervisor dr. Adriano Carlos Chihanhe por me ter acolhido para orientação
do presente trabalho, por todo apoio concedido, disponibilidade, paciência e todo
cuidado em mim prestado, endereço a ele a minha gratidão. Muito obrigada.

Á Universidade Eduardo Mondlane-ESUDER, pela oportunidade que me


proporcionou de ter uma licenciatura no curso de Economia Agrária.

Á Granja da FAVET (Faculdade de Veterinária) por ter permitido o meu estágio.

Ao chefe do departamento da granja da FAVET, Dr. Zeiss Lacerda pela recepção,


atenção e transmissão de conhecimentos durante o estágio.

A Dra Quintília Nicolau, pela orientação, disponibilidade e acompanhamento do


trabalho durante o período do estágio.

Ao dr. Stenor Tomo, e ao engo Alfredo Zunguze pela força, revisão e organização
deste trabalho.

iv
Á todos os trabalhadores da granja, e em particular ao sr. Armando, Sércio e
Francelino que trabalharam directamente comigo, agradeço-lhes pela boa recepção,
momentos de alegria e humor tornaram o meu estágio leve, pela transmissão de
experiências, conhecimento e força. Valeu!

Aos meus amados e irmãos em Cristo, Donaldo Massango e Justino Maunze pelo
amor, pela compartilha da palavra de conforto “Palavra de Deus” e companheirismo
em todos os momentos bons e maus! Aos membros do conselho executivo “Porta
Fechada e Aberta” pela oração, força e intercessão pela vida em todos os sentidos!

Ao grupo cinco e SOS; grupos de intercessão onde buscava o poder de Deus pela
minha formação, ao Diacono Hélio e mãe Judite. O esperar e confiar no Senhor e Fé
sem limites são as melhores armas para quebrar qualquer tipo de barreira na vida,
ainda que leve tempo, Deus é FIEL.

As minhas amigas, Marta, minha chaca Glades, Virgínia Macamo “paz a sua alma”,
pela amizade, amor, felicidade sempre me dirigiram a Deus em orações e por tudo
que nem consigo dizer.

Ao Reinaldo, vai a minha gratidão muito mais especial pela amizade e estímulo
contribuindo de maneira fundamental para minha formação.

A minha companheira de casa, Arminda pela convivência e a Nilza pela alegria e


muito mais!

As minhas colegas da faculdade, Nancy, Silvina, Marcia da Glória, Orlanda Gomes


Cabral, Elisabeth por me terem enxugado as lágrimas sempre que chorei, pelos bons
momentos de aprendizagem (directas, decoras e mais…).

O apoio concedido não é mensurável, nem tampouco é enumerável, por isso


agradeço aos que não foram aqui mencionados sem diminuir a importância de cada
um deles!

EBENEZER!!!

v
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

AMA Associação Moçambicana de Avicultores


CA Conversão Alimentar
DNC Direcção Nacional do Comércio
DNP Direcção Nacional da Pecuária
DNSV Direcção Nacional dos Serviços de Veterinária
FAEP federação da Agricultura do Estado do Parana
FAO Organização Mundial da Alimentação
FAVET Faculdade de Veterinária
GMD Ganho de Peso Médio Diário
IEP Índice de Eficiência de Produção
IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Económico e Social
IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado
Kg Kilograma
MAP–PROAGRI Ministério da Agricultura e Pecuária-Programa de Agricultura
MIC Ministério da Indústria e Comércio
MINAG Ministério da Agricultura
m2 Metros quadrados
MT Metical
ONG,s Organização Não Governamental
USDA Departamento da Agricultura dos Estados Unidos
V Taxa de Viabilidade
% Percentagem

vi
LISTA DE TABELAS Páginas

Tabela no 01: Classificação das Empresas Produtoras de Frango em Moçambique,


2010.............................................................................................................................13
Tabela no 02: Indicadores de Produtividade de Frango...............................................22
Tabela no 03: Características do Sistema de Produção...............................................23
Tabela no 04: Parâmetros de Análises de Resultados De IEP.....................................24
Tabela no 06: Estrutura de Custos de Produção de Frango na FAVET (2015, lote
no2)..............................................................................................................................25
Tabela no 07: Receita, Custo e Lucro Total, na Produção de Frango, Lote no2,
2015.............................................................................................................................26

LISTA DE FIGURAS Páginas

Figura no1: Evolução dos Preços de Frango Nacional e Importado...........................16


Figura no2: Evolução dos Custos, Receitas e Lucros na Produção de Frango na Granja da
FAVET (2014),.............................................................................................................27

vii
LISTA DE APÊNDICES Páginas

Apêndice I: Ficha para Acompanhamento Técnico do Lote.........................................I


Tabela no 1.1: Registo De Recepção Do Lote................................................................I
Tabela no 1.2: Vacinas Administradas...........................................................................I
Tabela no 1.3: Tratamentos Efectuados.........................................................................I
Tabela no 1.4: Profilaxia Efectuada...............................................................................I
Tabela no 1.5: Registo de Mortalidade Diária..............................................................II
Tabela no 1.6: Causas da Mortalidade..........................................................................II
Tabela no 1.7: Mapa de Controlo de Crescimento de Frangos de Corte......................II
Tabela no 2. Mapa de Controlo de Vendas/Fac. Veterinaria 2015 - Lote nr 2............III
Tabela no 3. Vendas Efectuadas..................................................................................IV
Tabela no 4. Totais de Custos, Receitas e Lucros 2014...............................................V
Índice de Eficiência de Produção.................................................................................V
Imagens das Fases de Crescimento do Frango na granja da FAVET.........................VI

viii
GLOSSÁRIO

Dumpin: é a comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção.


Influenza: é uma infecção viral aguda do sistema respiratório.
Planilha: é um conjunto de linhas e colunas que se intersectam, formando células,
onde ficam armazenados os dados.
Frango de corte: são animais modificados geneticamente, com o propósito de obter
uma maior produção.
Pavilhão de Frangos: é uma construção leve, de dimensões consideráveis para o
abrigo das galinhas.
Granja: é um estabelecimento agropecuário para a criação de animais tais como
galinhas, perús, patos, gansos, e outras espécies animais com a finalidade de usá-los
como base alimentar.

ix
RESUMO

O estudo dos custos de produção do frango é importante para que o produtor possa
avaliar adequadamente a rentabilidade do seu negócio. O propósito deste trabalho é
de analisar os custos de produção de frango na granja da Faculdade de Veterinária da
Universidade Eduardo Mondlane (FAVET), para o alcance dos resultados recorreu se
a uma recolha de dados através de uma observação directa e entrevistas não
estruturadas. Calculou-se ainda alguns parâmetros como a taxa de conversão
alimentar, ganho de peso médio diário e viabilidade para avaliar a eficiência técnica
(IEP). Depois fez-se a discussão dos resultados, que consistiu na confrontação dos
resultados alcançados no campo, onde verificou-se que os elementos que demandam
mais atenção nos custos de produção de frango são a ração e o pinto de um dia,
ambos correspondendo a quase 90% dos custos de produção total. O processo de
produção de frango na FAVET é financeiramente rentável, apresentando um índice
de lucratividade de 6.1% da receita total, apesar de estar abaixo da lucratividade
legislada.

Palavras Chaves: Análise de custos, produção, frango de corte.

x
INDÍCE

Conteúdo Páginas

Declaração de Honra......................................................................................................................ii

Dedicatória....................................................................................................................................iii

Agradecimentos............................................................................................................................iv

Lista de Abreviaturas, Siglas e Símbolos.....................................................................................vi

Lista de Tabelas...........................................................................................................................vii

Lista de Figuras............................................................................................................................vii

Lista de Apêndices......................................................................................................................viii

Glossário.......................................................................................................................................ix

Resumo..........................................................................................................................................x

CAPITULO I.INTRODUÇÃO......................................................................................................1

Contextualização............................................................................................................................1

1.2 Problema de estudo..................................................................................................................2

1.3 Justificativa..............................................................................................................................2

1.4.Objectivos................................................................................................................................3

1.4.1 Geral......................................................................................................................................3

1.4.2 Específicos............................................................................................................................3
II. REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................................4

2.1 Conceitos Básicos....................................................................................................................4

2.2 Quadro Teórico........................................................................................................................5

2.2.1 Importância de Estudar os Custos de Produção....................................................................5

2.2.2 Características Gerais do Frango..........................................................................................6

2.2.3 Evolução da Produção de Frango no Mundo........................................................................7

2.2.4 Processos de Criaçao do Frango de Corte.............................................................................8

2.2.5 Cadeias de Produção de Frango............................................................................................9

2.2.6 Produção de Frango em Moçambique................................................................................10

2.2.7 Características das Empresas Produtoras de Frango em Moçambique...............................12

2.2.8 Cadeia de Produção e Etapa do Abate de Frango em Moçambique...................................13

2.2.9 Consumo Interno do Frango...............................................................................................15

2.10 Custos de Produção e Preço Final........................................................................................16

2.10.1 Sistemas de Custeio..........................................................................................................16

2.10.1.1 Diferença e Vantagem entre os Dois Métodos..............................................................17

III. METODOLOGIA..................................................................................................................18

3.1 Descrição da área de estudo...................................................................................................18

3.2 Métodos de Investigação, técnicas de recolha de dados, análise e interpretação..................18

3.2.1 Métodos de Investigação.....................................................................................................18


3.2.2 Técnicas de Recolha de Dados...........................................................................................19

3.2.3 Análise e Interpretação de Dados.......................................................................................20

IV. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS........................................................21

4.1 Processos de Produção de Frango na Granja da Faculdade de Veterinária...........................21

4.1.1 Caracterização do Sistema de Produção.............................................................................23

4.2 Custos de Produção de Frango na Granja da FAVET...........................................................25

4.2.1 Rentabilidade da Produção de Frango na Granja da FAVET.............................................26

4.2.1.1 Potenciais Clientes...........................................................................................................26

4.3 Tendências dos Custos, Receitas e Lucros na Produção de Frango na Granja da Faculdade
de Veterinária (Janeiro a Dezembro, 2014).................................................................................27

4.3.1 Lucratividade......................................................................................................................28

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..............................................................................30

5.1 Conclusões.............................................................................................................................30

5.2 Recomendações......................................................................................................................31

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................32


Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização
A avicultura é uma actividade económica cada vez mais relevante mundialmente e mais
dinâmica, quando está relacionada à produção de carne (SARCINELLI et al., 2007).

A globalização atingiu o sector avícola e por consequência, está excluindo da actividade os


produtores sem capacidade empresarial e sem capital suficiente para empreendimentos
modernos (SITOE, 2008).

O sector avícola, no sentido de satisfazer novas tendências de consumo, vem buscando


alternativas para atender rapidamente a demanda crescente por carnes que apresentem um
diferencial qualitativo. Entretanto, certas regras ainda não estão bem definidas e é necessário
que os critérios de diferenciação entre os produtos alternativos e os industriais sejam
estabelecidos de forma objectiva (SITOE, 2008).

Os frangos de corte são considerados aves com baixa conversão alimentar, rápido ganho de
peso, ciclo de produção curta, resistente a doenças e crescimento uniforme. A produção de
frangos de corte em Moçambique tem merecido nos últimos tempos um lugar de destaque na
economia nacional, pois para além de constituir uma fonte de emprego e rendimento, contribui
para a segurança alimentar para a população rural e urbana (MLAY, 2012).

A alta competitividade entre grandes empresas e a produção intensiva de frango de corte


contribuiu para o surgimento de novas tendências no consumo de carnes de aves, através de
uma forte demanda por carnes oriundas de sistemas de produção que garantam a segurança
alimentar (alimentação isenta de farinhas e gorduras animais, antibióticos, promotores de
crescimento, etc.), ou que se preocupem com o bem-estar animal. Esta tendência está
incentivando cada vez mais o consumo de produtos artesanais (SITOE, 2008).

Assim, o presente trabalho foi desenvolvido com o objectivo de analisar os custos de produção
de frango por meio de um estudo de caso realizado na granja da Faculdade de Veterinária da
Universidade Eduardo Mondlane, no período compreendido entre Janeiro e Dezembro de 2014.

1
Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

O trabalho está dividido em cinco capítulos, onde no primeiro abordam-se aspectos introdutórios
tais como a introdução, problema, justificação, e objectivos do trabalho. No segundo, a revisão
bibliográfica, onde se faz uma apresentação das ideias de vários autores sobre os custos de
produção de frango. Terceiro capítulo, a metodologia, que inclui a descrição da área de estudo,
métodos e os materiais usados no decurso da pesquisa. No quarto capítulo, os resultados obtidos
e a discussão dos mesmos e, por fim, no quinto capítulo, a conclusão e as recomendações.

1.2 Problema do Estudo


Na produção do frango, a gestão dos custos é fundamental para que o produtor possa avaliar
adequadamente a rentabilidade do seu negócio. Muitos avicultores reclamam que esta
actividade não proporciona rentabilidade suficiente para cobrir os custos e investimentos
realizados com os aviários (instalações e equipamentos) (FAEP & SENAR-PR, 2010).

A gestão inadequada e os elevados custos de matéria-prima estão a criar constrangimentos no


mercado que limitam a quantificação da produção, consumo e importação.

Por outro lado, a concorrência com o frango importado constitui um entrave para a expansão
desta actividade no país, porque depois da produção, o frango moçambicano é pouco
comercializado, devido aos altos preços em relação ao frango importado, causando deste modo
prejuízos para os produtores locais que já vêm enfrentando os altos custos do pinto de um dia e
ainda os altíssimos custos de ração (TechnoServe – Moçambique, 2005).

É neste contexto que surge a questão seguinte: Até que ponto os custos de produção do
frango afectam a lucratividade da granja da FAVET?

1.3. Justificativa
A avicultura constitui uma importante opção de renda para o produtor rural. Moçambique é um
país em que a maior parte da população (cerca de 80%) prática a agricultura e a actividade
avícola é, entre as actividades agropecuárias, a que constituí solução imediata para cobrir o
défice proteico das famílias de baixa renda (AGOSTINHO, 2010).

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

O preço do frango nacional é elevado comparativamente com o frango importado, devido aos
altos custos de aquisição de matéria-prima (ração, vitaminas, aquecedores, medicamentos),
contudo a carne de frango é muito consumida em Moçambique, quando comparada às outras
variedades de carnes (ex: carnes vermelhas).

Neste contexto, escolheu-se a granja da Faculdade de Veterinária para fazer a análise de custos
de produção de frango, de modo a colher subsídios que permitam identificar os problemas que
desviam a cadeia de valor avícola, os custos a eliminar e oferecer um contributo ao país de
modo a alargar o mercado do frango nacional e seus derivados. Isto poderá permitir aos
produtores responder à demanda cada vez crescente por este produto e quiçá exportar,
estabelecendo uma melhor relação entre o preço e a qualidade.

1.4 Objectivos

1.4.1 Geral
 Analisar os custos de produção de frango na granja da Faculdade de Veterinária, no
período de Janeiro a Dezembro/2014.

1.4.2 Específicos
 Descrever o processo de produção de frango na granja da Faculdade de Veterinária;
 Identificar os custos inerentes à produção de frango na granja da Faculdade de
Veterinária;
 Mostrar a tendência dos custos de produção de frango na granja de Janeiro a Dezembro
de 2014.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

CAPÍTULO II. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Conceitos Básicos

Avicultura
A avicultura é uma actividade que consiste na criação de aves para a produção de alimentos, em
especial carnes e ovos (LOPES, 2011).

Aves
São animais que possuem penas e são, pela evolução dos vertebrados, descendentes dos répteis
devido à presença de escamas nas canelas e outras semelhanças de natureza anatómica
(ALBINO & TAVERNARI, 2010).

Sao animais vertebrados, bípedes, ouviperos, com o corpo coberto de penas (LANA, 2000).

Frango de corte

É um animal doméstico geneticamente aprimorado para rápido crescimento com o mais


eficiente desempenho que se conhece (UBA, 2004).

Produção
É a actividade económica que fornece valor agregado, criação e fornecimento de bens e
serviços, ou seja, é a criação de produtos ou serviços e, ao mesmo tempo, cria valor.
(VASCONCELLOS, 2002).

É um processo que consiste na combinaçao dos factores de produçao, com a finalidade de


satisfazer as necessidades humanas em termos de bems ou serviços (GIROTTO, 2004).

Custo de Produção
É o valor de bens e serviços consumidos na produçao de outros bens e serviços (MATOS,
1998).

São os gastos realizados pela empresa na aquisição dos factores fixos e variáveis que foram
utilizados no processo produtivo (CÉSAR, s/d).

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

Custos Variáveis
São aqueles que contabilizam a compra dos factores variáveis. É o agrupamento de todos os
componentes que participam no processo produtivo, na medida em que a actividade se
desenvolve, ou seja, aqueles que somente ocorrem ou insidem se houver produção (CONAB,
s/d).

São os desembolsos realizados pelo avicultor durante o ciclo de produção. Nestes custos estão
incluídas as despesas como a cama do aviário, energia eléctrica, mão-de-obra, carregamento de
frangos, limpeza do aviário, etc. (DOLIVEIRA, 2012).

Custos Fixos

São aqueles que contabilizam os gastos com os factores fixos. São despesas suportadas pelo
produtor, independentimente do volume de produção. (CÉSAR, s/d).

Custo Operacional
Além dos custos variáveis, contempla também a depreciação dos equipamentos e instalações.
Considera os valores que serão necessários para a reposição desses itens ao final da sua vida útil
(DOLIVEIRA, 2012).

É composto de todos os itens de custos variáveis (despesas diretas) e a parcela dos custos fixos
directamente associada ao processo produtivo (CONAB, s/d).

Custo Total
Inclui a remuneração do capital investido pelo avicultor nos investimentos realizados e no
capital de giro da actividade (DOLIVEIRA, 2012).

2.2 Quadro Teórico

2.2.1 Importância de Estudar os Custos de Produção


O sucesso de qualquer empreendimento depende do controle e da capacidade de redução dos
custos de produção, sendo que a definição da metodologia de cálculo influencia na precisão das
informações obtidas (TRINDADE, 1995).

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

Para o produtor, o conhecimento detalhado dos componentes do custo auxilia a determinação


do sistema de produção a ser usado, relacionado com a utilização dos diversos factores e
levando em consideração a sua disponibilidade e preço. Assim, o produtor poderá alterar sua
planilha de custo, racionalizando a utilização de factores com o objectivo de maximizar o lucro
(FERREIRA, 1998).

Segundo LOPES & CARVALHO (2000), o estudo dos custos tem a finalidade de verificar
como os recursos empregues num processo de produção estão sendo remunerados,
possibilitando, também, verificar como está a rentabilidade da actividade, comparada a
alternativas de emprego do tempo e capital.

E segundo o mesmo autor, a importância de estudar os custos de produção deve-se aos


seguintes objectivos:

 Reduzir custos controláveis;


 Identificar e determinar a rentabilidade do produto;
 Identificar o ponto de equilíbrio da actividade;
 Auxiliar o processo de tomada de decisão do produtor;
 Avaliar os efeitos das políticas governamentais.

2.2.2 Características Gerais do Frango


É uma ave de rápido crescimento, com um ciclo produtivo curto, dando deste modo um bom
retorno num período relativamente curto (LANA, 2000).

De acordo com ARENALES & ROSSI (2001), os frangos possuem as seguintes características:
 Os filhotes se alimentam sozinhos logo ao nascer;
 São facilmente produzidos em cativeiro, dispensando condições especiais ou factores
ambientais específicos;
 Existência de uma “ordem social” entre as galinhas que permite a manutenção de um
grande número de aves num mesmo local;
 O frango possui carne de coloração branca.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

A carne de frango possui inúmeras características benéficas à saúde, das quais, SARCINELLI at
al., (2007), destacam as seguintes:
 A carne de frango é utilizada na alimentação, sendo classificada como alimento saudável,
pobre em gorduras, desde que seja consumido sem pele;
 A sua carne apresenta rico teor de proteínas de boa qualidade e é recomendada consumo
em todas as idades;
 A carne de frango constitui uma fonte importante de proteínas com um bom valor
biológico que é comparável ao das outras carnes.

2.2.3 Evolução da Produção de Frango no Mundo


As galinhas, dentre todas as aves domésticas, foram as que apresentaram maior valor
económico para a humanidade. Sua criação foi introduzida na Europa e disseminada,
posteriormente por todo o mundo, principalmente durante o período das grandes colonizações,
através de contactos comerciais e militares entre as regiões do mundo antigo (MESQUITA,
1970 citado por QUEIROZ, 2001).

Alguns autores referem que foi a partir da II Guerra Mundial, através do aumento da
necessidade de abastecimento das tropas com carnes vermelhas, que desse modo, deu início a
um processo de produção de carnes alternativas com curto ciclo de produção e proteínas
(NICOLAU, 2008).

No período compreendido entre o início dos anos 1970 e a primeira década do século XXI
ocorreram várias modificações na estrutura produtiva de frangos no que tange a genética e a
nutrição animal, a automatização das actividades e a elevação da escala (CONAB, s/d).

No mundo inteiro, a carne de frango é a mais movimentada, o continente americano lidera a


lista dos maiores produtores, exportadores e consumidores de frango no mundo. Os seus custos
de produção são baixos quando comparados com a África e em particular Moçambique. Esta
situação deve-se ao facto da maior parte dos factores de produção ser produzidos localmente
nos países desenvolvidos e a baixo custo. A produção de frango é muito dependente da
demanda por cereais, que constituem um “calcanhar de Aquiles” na produção da ração (SITOE,
2008).
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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

De acordo com o IPARDES (2002), a carne de frango já ocupou o lugar da carne bovina como
segundo tipo de carne mais consumida mundialmente, atrás somente da carne suína. Este bom
desempenho, pode ser atribuído a quatro factores principais:
a) Seu baixo preço relativo diante das outras carnes;
b) Sua imagem de produto saudável junto ao consumidor;
c) Sua aceitação pela maioria das culturas e religiões;
d) A gama mais variada de produtos à base de frango (principalmente produtos ditos de
conveniência).

2.2.4 Processos de Criaçao do Frango de Corte


Segundo a Equipe de Redação de Tecnologia e Treinamento (ERTT, 2011), as galinhas são
mantidas na granja até atingirem o peso desejado para abate. Em média, os frangos são abatidos
com 35 a 42 dias de idade e cerca de 2,5 kg de peso. É feita uma programação de abate e o
produtor é previamente informado pelo departamento técnico para programar suas actividades.

A alta densidade populacional reduz os custos com a mão-de-obra e equipamentos, promove


maior produção de peso vivo/m2 (LANA et al, 2001).

De acordo com ALBUQUERQUE (2006), a alta densidade num sistema de criação é uma
alternativa para viabilizar economicamente a produção, pois apesar de gerar frangos com menor
peso ao abate, em virtude do menor consumo de alimento, pode promover aumento da
remuneração aos produtores, pois a produção de carne por área é maior. A criação em alta
densidade visa o aumento da produção, com o mínimo de investimentos em construção e
optimização dos custos fixos.

Vários pontos negativos se mostram ao utilizarmos altas densidades populacionais de frangos,


como problemas com sanidade, velocidade no crescimento das aves, rendimento de carcaça e
problemas com a cama (HERNANDES, 1997).

Estudo demonstra que a alta taxa de lotação teve uma melhoria no desempenho das aves no
ambiente contendo isolante térmico, no qual estas consumiram maior quantidade de ração,

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

expressaram maior ganho de peso, melhor conversão alimentar, menor mortalidade e maior
produção por área (OLIVEIRA et al, 2000).

Para obter bons resultados deve existir um equilíbrio entre a produção e o bem-estar animal,
pois o aumento da densidade visando o aumento da produção por área pode elevar o índice de
mortalidade das aves. Estudos demonstram que a densidade está directamente relacionada com
o desempenho, pois quanto maior a densidade populacional, maior é a dificuldade de controlar
o ambiente interno do pavilhão. Na ausência de equipamentos que melhorem o conforto e a
adaptabilidade das galinhas, os índices de produtividade tendem a piorar, devido ao stress
calórico imposto nas aves (SOUZA et al, 2010).

Segundo FAO (2007), estima-se que a ração participa com aproximadamente 74% dos custos
de produção, que provavelmente são devido a dependência das importações dos componentes
volumosos (milho e soja) e dos concentrados (minerais e aminoácidos) para a formulação da
ração.

2.2.5 Cadeias de Produção de Frango


A cadeia produtiva de frango é caracterizada por uma sequência de operações que conduzem à
produção de bens. E de acordo com BATALHA (1997), pode ser desmembrada em três
importantes áreas:

a) Produção de insumos: É a etapa inicial da produção, definida como etapa de produção de


matéria-prima. Já que o produto final é o frango abatido, sua matéria-prima é o próprio frango na
sua fase inicial da vida. Esse ciclo diz respeito a todos os agentes envolvidos desde o nascimento
e crescimento dos frangos até a idade do abate.

b) Industrialização: O avozeiro é o primeiro elo da cadeia produtiva, onde ficam as poedeiras


avós, que são originadas a partir da importação de ovos das linhagens avós, as quais são cruzadas
para produzir as matrizes que, por sua vez, vão gerar os frangos comerciais criados para o abate.
O matrizeiro é o segundo elo da cadeia produtiva, pertencente, em geral a agroindustria onde se
originam os ovos. O incubatório/nascedouro é o terceiro elo da cadeia produtiva. Essa unidade
também é pertencente a agroindustria que recebem os ovos para chocá-los e, na sequência do

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

processo passam para os nascedouros, cujo objetivo é dar origem aos frangos de corte que serão
encaminhados para os aviários após algumas horas de seu nascimento.

c) Comercialização e distribuição: Representa as empresas que estão relacionadas diretamente


com o consumidor final da cadeia, viabilizando comércio e o consumo dos produtos finais. Essas
empresas distribuidoras são atacadistas, as grandes e pequenas redes de supermercados,
açougues, pequenos estabelecimentos varejistas, além de todo aparato que envolve as
negociações do mercado internacional para exportação.

d) Consumidor: É o último elo da cadeia produtiva, é representado tanto pelo mercado nacional
como pelo mercado internacional.

2.2.6 Produção de Frango em Moçambique


A prática da actividade avícola em Moçambique surgiu na década de 60, na região sul e
posteriormente expandiu-se para o centro e norte do país. Inicialmente esta actividade era
praticada apenas por pequenos produtores nas zonas urbanas e peri-urbanas. O fornecimento de
frangos para o mercado consumidor moçambicano sempre esteve sob responsabilidade de dois
sectores distintos de produção, o sector familiar (tradicional) e o sector comercial de produção
profissionalizada (empresarial) (NICOLAU, 2008).

No sector familiar, a doença de Newcastle (DN), constitui a principal limitante ao


desenvolvimento. A maioria das famílias constitui o seu bando de galinhas em regime
extensivo, muitas vezes sem suplemento alimentar, aproveitando-se periodicamente dos ovos e
da carne para a sua alimentação (MAP-PROAGRI, 2003).

No sector comercial, a produção de frango do tipo industrial é altamente dependente das


importações de medicamentos, matéria-prima para rações e pintos de um dia (MAP-PROAGRI,
2003).

Segundo NICOLAU (2008), com a independência política nacional em 1975, houve uma
destruição das pequenas e médias unidades de produção e do tipo industrial, decorrente do
êxodo dos seus proprietários acompanhado de actos de sabotagem das infraestruturas, o que
resultou na falta de carne de frango no mercado nacional.
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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

No final do período de consolidação e expansão da indústria sob a gestão do Estado (1978 à


1985), ocorre a estatização do sector avícola. Foi criada uma empresa estatal denominada
Empresa Nacional Avícola (Avícola E.E.), com a função principal de restabelecer e expandir a
actividade por todo o país. Para alcançar este objectivo, a empresa organizou-se em três centros
de coordenação da produção: no Sul, Centro e Norte respectivamente com a sede na região sul
(NICOLAU, 2008 citando MINAG, 1979; MINAG, 1995).

Segundo AGOSTINHO (2010), a dificuldade de comercialização do frango nacional gerou uma


crise na avicultura de corte nacional. O surto de influenza aviária na África do Sul também
afectou consideravelmente a produção nacional, porque este era o principal fornecedor de
matéria-prima (pintos de um dia e ovos para incubação), desviando a sua importação do Brasil e
Europa com maiores custos de transporte, reduzindo a competitividade e a oferta nacional
levando até alguns pequenos produtores a deixar de produzir.

Apesar desta contrariedade, no período 1978 a 1985 acima referido, a produção de carne de
frango registou um ligeiro crescimento na ordem de 16,2%, com uma produção de 4,156.1
toneladas contra 3,575.6 toneladas do ano de 2003 (DNP, 2005).

Apartir de 2003, o mercado nacional passou a ser abastecido pelo frango congelado importado
do Brasil atingindo cerca de U$D 5,000,000.00 (Cinco milhões de Dólares Americanos) em
2005. O governo autorizou o licenciamento de grandes empresas importadoras. O frango
importado chegou a ser comercializado a um preço 23% mais baixo do que do frango nacional
levantando suspeitas de subfacturamento e dumpin pelos importadores (USDA, 2005).

Com essa situação, o país tornou-se importador de insumos e do produto final, comprometendo
fortemente a cadeia de produção, levando ao abandono da actividade principalmente dos
pequenos produtores familiares que foram mais atingidos, tendo em conta que para estes
produzirem o frango, dependiam de insumos importados e reevendidos pelos grandes
produtores a um preço elevado (FAO, 2007).

Segundo o relatório sobre os resultados da produção avícola nacional da AMA (2007 e 2008),
de 2007 à 2008, a produção nacional de pintos de um dia registam um crescimento de 11%, um

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

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crescimento de 45% na produção de rações para frango de corte e o mercado está menos
dependente de importação de matéria-prima (ovos de incubação), contudo, a importação ilegal
continua a subir cada vez mais e tem afectado os produtores nacionais, pois, a importação de
frangos subiu em 120%, o consumo cresceu de 1,0kg para 1.1kg de frango per-capita.

Ainda segundo a AMA (2007 e 2008), em 2008, a produção nacional de frango congelado não
foi das melhores devido a paralisação de 2 matadouros. Mas em 2009, a produção superou-se
com o início de actividades de um novo matadouro com capacidade de processamento de 480
000 frangos por mês. No entanto, a indústria de processamento de frango tem enfrentado
grandes dificuldades de mercado devido à concorrência com o frango importado do Brasil e da
África do Sul.

2.2.7 Características das Empresas Produtoras de Frango em Moçambique


As empresas distinguem-se pelo seu histórico, características organizacionais e técnico
produtivo (vide a tabela abaixo).
Tabela no 1. Classificação das Empresas Produtoras de Frango em Moçambique.
Escala de Produtor Capacidade de produção anual de frango Representatividade no total
1ª Pequenos produtores Até 5000 70%
2ª Médios produtores De 5001 à 50.000 20%
3ª Grandes Produtores Acima de 50.000 10%
Total 100%

Fonte: Agostinho, 2010.

Os grandes produtores, 10% do total, são constituídos por empresas diferentes na sua estrutura
de produção, algumas dedicam-se à produção da matéria-prima (ração), outras à criação ou
produção dos frangos e outras ainda ao abate, e uma dedicada a todo o processo produtivo
(AGOSTINHO, 2010).

Os produtores de porte médio representam 20% das empresas. A sua produção é mais regular, a
tecnologia de produção é variada desde a mais simples do primeiro grupo até a mais avançada
existente no mercado do terceiro tipo de produtores. Comparativamente ao sector familiar, os

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

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produtores médios preocupam-se mais com as questões sanitárias e de qualidade e a mão-de-


obra é contratada (NICOLAU, 2008).

E por último, o primeiro tipo de produtores representa 70% dos produtores, na sua maioria do
sector familiar ou informal. O sector familiar representa aproximadamente 50% da produção
nacional, e é caracterizado por uma actividade sazonal, normalmente na época festiva e
irregularidade da produção. Este sector, contribui bastante para o emprego e auto-sustento das
famílias, usa tecnologia simples, com mão-de-obra familiar e normalmente localizam-se mais
perto dos consumidores (DNP, 2005).

2.2.8 Cadeia de Produção e Etapa do Abate de Frango em Moçambique

Segundo AGOSTINHO (2010), a cadeia de produção de frango em Moçambique está


interligada a outras cadeias produtivas auxiliares que são: fornecimento de matéria-prima como
ração, medicamentos, produtos veterinários, equipamentos e embalagens, além das
actividades/políticas levadas a cabo pelo Governo, por ONG’s e outros.

Segundo o mesmo autor, o ciclo de produção segue a seguinte ordem: produção, abate,
comercialização e consumo para os frangos congelados ou de corte. Em alguns casos, o ciclo
nao inclui a fase do abate, a comercialização é do frango vivo. No país existe apenas uma
empresa que detém todo processo da cadeia de produção, a empresa Abílio Antunes, localizada
em Manica, considerada primeira maior produtora do país.

Segundo a HIGEST (s/d), o processo de abate ainda é manual no país. Inicialmente, as galinhas
são penduradas em correntes numa cadeia de transporte, onde são anestesiadas e sangradas.
Feito isto, segue para a depenadora, onde se faz o acabamento e abertura do frango, a
evisceração, limpeza dos miúdos, resfriamento e, por fim a embalagem.

Segundo NICOLAU (2008), quase todos os grandes abatedouros existentes pertencem às


empresas avícolas, que apresentam diferentes graus de automação em suas actividades
intermediárias de abate. No entanto, a maior parte dos frangos abatidos no país ocorre nas

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

granjas e nos abatedouros comunitários cuja tecnologia de abate é toda manual tendo no
máximo, uma depenadora automática.

Os custos de produção para os pequenos e grandes produtores são diferentes e são muito
maiores se comparados, por exemplo, aos custos de produção enfrentados pelos produtores
Brasileiros (AMA, 2007).

Uma das razões para esta disparidade é a ausência de uma estrutura produtiva da cadeia de
produção completa em Moçambique, processo de produção manual, falta de investimentos em
tecnologia mais avançadas, o que eleva os custos de produção e o preço do frango no mercado
(AGOSTINHO, 2010).

A matéria-prima que mais impacta nos custos de produção é a ração que actualmente é toda
produzida internamente. Contudo, a soja, o milho amarelo e as vitaminas para produção desta
têm de ser importados, porque não existem no mercado nacional. A soja é mais cara no
mercado internacional, e o preço é muito instável, porque além de servir para produção de
ração, serve também para a produção de biocombustíveis, daí que a sua procura seja alta
(NICOLAU, 2008).

2.2.9 Consumo Interno do Frango

O consumo interno é representado pela totalidade da produção interna e das importações. O


mercado interno do frango congelado é abastecido pela produção nacional e pelo frango
importado do Brasil e África do Sul. Actualmente, no âmbito das campanhas do “Made in
Mozambique” que entrou em vigor no ano de 2010 para promoção do consumo do frango
nacional, foi criado um grupo de trabalho formado pelo MIC/DNC, MINAG, DNSV,
Alfândegas, Importadores e comerciantes e AMA para o planeamento da produção anual,
consumo e necessidade de importação do país. Como resultado, verifica-se que o consumo
interno do frango nacional tem aumentado (MINAG,1995).

A política de isenção do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) ao revendedor, que reduz
o preço do frango congelado no mercado, também estimula o consumo do frango nacional,

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

visto que, o principal critério de escolha do produto no mercado não é a qualidade, mas sim o
preço, dada a restrição orçamental dos consumidores (AGOSTINHO, 2010).

Segundo os boletins semanais da DNC de 2005 à 2009, os preços apresentam tendências


crescentes com oscilações. O frango importado apresenta preços mais baixos, mas sem grandes
diferenças em relação ao frango nacional como mostra o gráfico a seguir.

Figura no1 Evolução dos Preços Médios de Frango Nacional e Importado (Mts/Frango)
Fonte: boletins semanais da DNC de 2005 à 2009;

Segundo um estudo realizado por CAMBAZA (2009), da DNSV, do total da produção nacional
de frango, 90% dos frangos é vendido vivo do seguinte modo: 40% são vendidos aos
matadouros, 15% são vendidos vivos aos consumidores e 35% vendidos vivos à revendedores
nos mercados ou nos pequenos aviários. Os remanescentes 10% do total da produção, são
abatidos no local de venda a pedido dos clientes.

2.10 Custos de Produção e Preço Final

Uma das variáveis que mais impacta na formação do preço final do produto é o custo de
produção. Actualmente o frango nacional congelado é comercializado a um preço médio de
135Mt, e o importado a 99MT, ao passo que, o frango nacional vivo está a um preço médio de
120Mt. Nestes preços é adicionada a margem de lucro que se estima ser aproximadamente
12.12% do custo de produção. (DNC, 2010).

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

De acordo com os dados disponíveis, considerando uma capacidade de produção média dos
aviários de 225 385,71 mil frangos/ano em 2010, um peso médio de 1.008kg, 40 dias de abate,
e com operações manuais, a ração constitui o factor de produção que mais impacta nos custos
de produção com um custo unitário a fixar-se em 29,47 Mt, seguindo os pintos de um dia com
19,5 Mt (Dezanove Meticais e Cinquenta Centavos), que entre outros, totaliza um custo médio
de aproximadamente 75,5Mts para produzir um frango.

Assim sendo, a sustentabilidade do subsector da produção de frangos vai, em larga medida,


depender do melhoramento de produtividade e eficiência ao longo da toda a cadeia de valor
(AMA, 2008).

A avicultura de corte é uma actividade que precisa ser analisada junto com o sistema de
produção da propriedade, avaliando principalmente os impactos na ocupação da mão-de-obra e
no fluxo de caixa a curto, a médio e em longo prazo, antes de sua implantação (CARNEIRO et
al., 2004).

2.10.1 Sistemas de Custeio

Segundo COGAN (1999), há décadas que os gestores e cientistas são desafiados nas questões da
determinação dos custos dos produtos e serviços, os esforços para reduzi-los e a consequente
tomada de decisão que torne a empresa mais competitiva. Existem vários tipos de métodos de
custeio, porém, sem diminuir o papel de cada um deles, importa entender dois deles, a saber:
método de custeio por absorção e método de custeio variável.

Segundo HORNGREN, FOSTER E DATAR (2000), o custeio por absorção é o método de


custeio de estoque em que todos os custos, variáveis e fixos, são considerados custos
inventariáveis. “Isto é, o estoque “absorve” todos os custos de fabricação”.

Diante dessas afirmações, pode-se considerar o custeio por absorção como o método de custeio
em que são apropriados todos os custos de fabricação, sejam eles directos ou indiretos fixos ou
variáveis.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

O Custeio Variável, também conhecido por Direct Costing, só se consideram os custos


variáveis para o cálculo do custo do produto fabricado, uma vez que apenas estes custos variam
com o nível de produção. Para isso é necessário definir previamente os correspondentes custos
básicos de compras, centros de custo e fabricação (LOPES, 1990).

Este método é bastante usado, pois, consiste em se alocar aos produtos os custos variáveis,
ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o
resultado, dessa forma vão para os estoques somente os custos variáveis.

2.10.1.1 Diferença e Vantagem entre os Dois Métodos

Analisandos, em separado, os métodos de custeio observa se que suas posições são diferentes,
porém complementares, em relação às necessidades empresariais, pois, enquanto o método de
absorção atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) e à legislação fiscal, o
variável fornece informações para a tomada de decisão. É evidente que a adopção dos métodos
de custeio vai depender dos objetivos perseguidos pela empresa (KOLIVER, 2000).

O custeamento variável apresenta de imediato a margem de contribuição; enquanto que a


vantagem mais óbvia do custeamento por absorção é que ele está de acordo com os Princípios
Fundamentais de Contabilidade (PFC) e as leis tributárias (PADOVEZE 2000).

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

CAPÍTULO III. METODOLOGIA

3.1 Descrição da área de estudo


O estudo foi realizado na granja da Faculdade de Veterinária (FAVET) da Universidade
Eduardo Mondlane, localizada na cidade de Maputo, Distrito Municipal KaMubukwana, Bairro
Luís Cabral, Avenida de Moçambique, km 1.5.

O clima predominante nesta cidade é tropical húmido, com duas estações ao longo do ano, o
verão nos meses de Novembro a Abril, e inverno nos meses de Maio a Outubro. O período de
maior precipitação ocorre entre Novembro e Março, com médias anuais que variam entre 600 a
900 mm. A maior humidade relativa (média anual igual 79%) tem sido registada no mês de
Março, a menor humidade relativa (média anual igual 77%) é normalmente registada no mês de
Junho. As temperaturas médias anuais variam entre 23.3o e 27.2o C (NARCY et al, 2010).

No entanto, a granja da Faculdade de Veterinária é uma área que corresponde a um


departamento da Faculdade de Veterinária, o qual é responsável pela produção de várias
espécies animais, que por sua vez servem para os ensaios nas aulas práticas dos estudantes.

3.2 Métodos de Investigação, técnicas de recolha de dados, análise e interpretação.

3.2.1 Métodos de Investigação

a) Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos e textos retirados da Internet (GIL, 2008).

No presente trabalho, a pesquisa bibliográfica surgiu da necessidade do levantamento de


referenciais teóricos, que auxiliassem na selecção e definição de conceitos e de enfoques que
contribuíssem para a compreensão do problema em análise.

b) Pesquisa Documental
De acordo com GIL (2008), a pesquisa documental é muito parecida com a bibliográfica, a
diferença está na natureza das fontes. Enquanto na pesquisa bibliográfica se utiliza
fundamentalmente das contribuições de vários autores sobre determinado assunto, a pesquisa
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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

documental baseia-se em materiais que não receberam ainda um tratamento analítico ou que
podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

Para este trabalho, esta técnica consistiu em recolher dados disponíveis na granja da Faculdade
Veterinária.

3.2.2 Técnicas de Recolha de Dados

a) Observação directa e participativa


Consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma
situação determinada (GIL, 2008).

Neste trabalho, a observação consistiu no acompanhamento participativo das actividades diárias


no pavilhão, focando nos procedimentos utilizados para a produção de frango. Com base nos
dados e informações colectados, procurou-se caracterizar o sistema de produção tendo em conta
o tipo de maneio do pavilhão, forma de produção, tipo e quantidades de insumos, práticas
higieno-sanitários e parâmetros produtivos. Em seguida, foram elaborados os orçamentos
avícolas e analisados a estrutura de custos.

b) Entrevista não estruturada


Para o levantamento de dados, usou-se a entrevista não estruturada. Neste tipo de entrevista, o
entrevistador tem a liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direcção que
considere adequada (MARCONI & LAKATOS 2003).

Foram entrevistados 5 (cinco) técnicos, funcionários da granja. Deste número, 2 (dois) são
técnicos superiores, 1 (um) é técnico médio e 2 (dois) que não possuem formação na área,
contudo têm larga experiência de trabalho na criação de frangos.

Estas foram realizadas com o objectivo de colectar, confrontar e actualizar dados sobre os
custos de produção. Para a efectivação deste processo utilizou-se uma ficha para o
acompanhamento técnico do lote e uma planilha de custos previamente elaborada, sendo que a
primeira facilitou a recolha de dados e de informação inerente aos insumos e a segunda

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

permitiu o levantamento dos custos envolvidos (variáveis e fixos) para a produção do frango na
granja. Os documentos em referência encontram-se em anexo no trabalho.

3.2.3 Análise e Interpretação de Dados


Para a avaliação da eficiência técnica de produção, tomaram-se em consideração alguns
parâmetros produtivos citados por CARNEIRO et al. (2004), como o índice de conversão
alimentar (CA), ganho médio diário (gmd), viabilidade (V) e índice de eficiência de produção
(IEP), calculados pelas seguintes fórmulas:

Viabilidade = percentual de frangos vivos no final do lote

Após a colecta de dados no campo, os mesmos foram organizados e tratados com o uso do
pacote informático Microsoft Office 2010 (ferramentas Word e Excel), e foram elaborados
resumos dos dados em tabelas e gráficos relacionados com os custos de produção de frango.

Depois de processados os dados, procedeu-se à análise descritiva e interpretativa, isto é, os


dados obtidos foram descritos para permitir uma melhor visualização dos factos, bem como
uma melhor interpretação dos seus resultados. Posteriormente a apresentação de resultados fez-
se a discussão dos mesmos por meio da verificação da relação entre os dados obtidos e os
parâmetros de análise estabelecidos e recomendados por autores conceituados, de modo a
permitir a apresentação resumida da análise dos custos de produção de frango.

Para a interpretação dos resultados, usou se o sistema de custeio variável, tendo se baseado
apenas nos custos variáveis.
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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

CAPÍTULO IV. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS

4.1 Processos de Produção de Frango na Granja da Faculdade de Veterinária

O sistema de produção praticado na granja da Faculdade de Veterinária é intensivo e em piso, a


mais difundida a nível nacional, onde as aves encontram-se confinadas em pavilhões
melhorados com capacidade de 3000 aves/ciclo como podemos ver posteriormente na tabela 3.
O parâmetro usado para estabelecer o espaço do alojamento das aves na granja é de
1m2/12aves, e de acordo com FERREIRA (s/d) a lotação ideal para cada pavilhão varia de 9 a
12 aves/m². Neste caso, os parâmetros usados na granja da FAVET estão dentro dos padrões
internacionais.

A exploração de frango de corte está dividida em duas fases. A fase inicial vai do nascimento
até aos 18 dias de idade e, a fase de engorda também chamada fase de finalização, que
compreende o período de 19 dias de idade até à venda ou abate. Durante estas fases, vários
ajustamentos e mudanças ocorrem especificamente na quantidade e tipo de ração, capacidade,
altura e tipo de bebedouro e comedouro, na posição das cortinas e na temperatura do pavilhão.

Nos pavilhões da granja da Faculdade de Veterinária, a temperatura de aquecimento é


proporcionada através de lâmpadas infravermelhas e por vezes lenha e gás para impulsionar o
aquecimento em tempos de frio.

Em relação ao maneio alimentar, é usada a ração comercial sendo a ração A1 com


aproximadamente 20% de proteína bruta para a fase inicial e a A2 para a fase de finalização
com aproximadamente 16% de proteína bruta. Com os dados anotados no Mapa De Controlo
De Crescimento de Frango, obtidos durante o período de estágio, pode-se dizer que uma ave
consome 1 kg de ração A1 durante a fase inicial que se estende até aos 18 dias e, 2 kg de ração
A2 na fase de finalização até aos 28 dias. Entre o período 18-20 dias de idade, dá-se a passagem
não brusca (paulatina) das rações, isto é, a ração A1 e A2 são misturadas em proporções pré-
definidas de 25% de diminuição de A1 e 25% de aumento de A2 até atingir 100%. A água e a
ração são fornecidas em recipientes apropriados em função da idade das aves.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

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Tabela no 2: Indicadores de Produtividade de Frango.

Produtores familiares
Granja da FAVET, lote
Indicadores produtivos Padrão internacional integrados,
Maio 2015.
Technoserve Moz/2007.
Mortalidade 1,60% 5,44% 3,20%
Peso vivo final (aos 28
1,60kg 1,32kg 1,55kg
dias)
Taxa de conversão de
1,80kg/kg 4,00kg/kg 1,87kg/kg
ração

Fonte: Tecnoserve/Moçambique, 2009.

a) Taxa de mortalidade

De acordo com o padrão internacional a taxa de mortalidade na granja da Faculdade de


Veterinária está acima da média admissível (1,60%), pois esta apresenta uma taxa de (3.20%).
Contudo a granja encontra-se dentro dos padrões admissíveis para mortalidade em produtores
familiares integrados, que admite uma taxa de (5,44%).

b) Peso vivo final (28 dias)

Quanto ao peso vivo final constatou-se que, o frango da granja apresenta 1,55 Kg, o que
aproxima-se ao peso admissível pelo padrão internacional que admite 1,60 Kg para o peso vivo
final, por outro lado o frango da granja apresenta um peso acima do estipulado para os
produtores familiares integrados que admite 1,32 Kg após 28 dias.

No entanto a taxa de conversão alimentar da ração na granja aproxima-se à dos padrões


internacionais que admite uma taxa de 1,80kg/kg, o que mostra uma eficiência do pessoal
envolvido na actividade. A produção média das aves foi de 1,546 kg de peso vivo aos 28 dias,
numa área de criação de 240m2.

Em suma, pode-se verificar que comparativamente aos padrões internacionais e os produtores


familiares integrados reportados pela Technoserve/Moçambique, os indicadores produtivos
médios obtidos na granja para os frangos de abate são satisfatórios aproximando-se aos
indicadores produtivos internacionais.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

4.1.1 Caracterização do Sistema de Produção.

Tabela no 3: Características do Sistema de Produção.

Item Descrição
Área do pavilhão 240m2
Sistema de alojamento Em piso
Tipo de pavilhão Melhorado
Maneio no pavilhão Tudo dentro-tudo fora
Forma de produção Manual
Número de fases de criação 2 (fase inicial e de engorda)
Forma de aquecimento Lâmpadas infravermelhas
Maneio sanitário Preventivo
Maneio alimentar Fornecimento de água e ração
Tipo de avicultor Grande e Médio
Ciclo de espécie 28 à 30 dias
o
N de aves alojadas 3200
Nº de aves vivas no fim do ciclo 3098

Fonte: Dados recolhidos na granja da Faculdade de Veterinária, 2015.

Segundo a tabela acima, pode observar se que para a preparação do pavilhão, tudo começa com
o sistema “tudo dentro-tudo fora”, em que após a saída do lote anterior o pavilhão fica 15 dias
vazio, período este denominado vazio sanitário, em que acontece a limpeza e desinfecção do
pavilhão e de equipamentos e, de forma geral, aplicar as necessárias medidas preventivas. As
actividades de limpeza necessitam mais de tempo para a sua realização comparando com as
outras tarefas realizadas na produção de frango de corte.

Após o período do vazio sanitário, são recebidos os pintos, onde são seleccionados os que
apresentarem problemas e faz-se a pesagem aleatória de 10% dos pintos no intervalo de uma
semana até a saída. Pretende-se com esta actividade conhecer o peso inicial, isto é, na primeira
pesagem e a progressão de crescimento, ganho médio diário (gmd).

Relativamente ao uso de insumos na granja da Faculdade de Veterinária, utilizam-se


basicamente vacinas, vitaminas, desinfectantes e ração para a produção comercial de frangos.
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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

Em relação aos indicadores de produtividade no sistema, pode-se observar que das 3,200 aves
que entraram, 3,098 aves chegaram até ao abate com o peso médio de 1,546kg, significando
uma taxa de mortalidade de 3.2%. O índice de Conversão Alimentar (CA), que mostra a
eficiência da transformação da ração em peso vivo do frango é considerado um bom indicador
técnico, pelo que, quanto menor for o valor da CA, menor será o custo por unidade do peso
vivo, o que até certo ponto foi satisfatório comparativamente ao padrão internacional.

De acordo com a classificação das empresas produtoras de frango em Moçambique, citado por
AGOSTINHO (2010), a granja da FAVET ocupa o lugar de produtores de porte médio com
uma capacidade de produção anual de 5001 à 50 000 frangos.

Com base no ganho de Peso Médio Diário (GMD), a Taxa de Viabilidade (V) e Conversão
Alimentar (CA), calculou-se o Índice de Eficiência de Produção (IEP), onde se obteve o
resultado de 295. Segundo CARNEIRO et al. (2004), citado por FIGUEIREDO et al. (2006), o
valor encontrado do IEP conferiu a classificação de excelente à eficiência de produção da
granja da Faculdade de Veterinária, como ilustra a tabela 4.

Tabela no 4: Parâmetros de Análises de Resultados de IEP.

< 200 200 – 220 220 – 230 230 - 240 240 – 250 > 250
Péssimo Mau Regular Bom Óptimo Excelente

Fonte: CARNEIRO et al., 2004.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

4.2 Custos de Produção de Frango na Granja da FAVET

Tabela no 05: Estrutura de Custos de Produção de Frango na FAVET (2015, lote 2)

Designação Quantidade Custo Unitário (MT) Valor em (MT) Valor Percentual (%)
Serradura 60 50,00 3 000,00 1,03
Lenha 1 000,00 1 000,00 0,34
Desinfectante Cal 4 375,00 1 500,00 0,52
Des. Vet-GL 20 2 131,00 262,00 0,09
Pinto de 1 dia 3200 23,00 73 600,00 25,32
Ração: A1 88 1 028,00 90 464,00 31,12
Ração. A2 104 992,00 103 168,00 35,49
Vacina (Gumboro) 4 165,00 660,00 0,23
Vac. (Lasota) 4 110,00 440,00 0,15
Vitaminas (Power Vit) 4 1 800,00 3 600,00 1,24
Tylo - Dox 1 2 200,00 2 200,00 0,76
Keprocerly WSP 5 1 800,00 9 000,00 3,10
Mao-de-Obra (apanha) 5 300,00 1 500,00 0,52
Embalagens 2 rolos 139,00 278,00 0,10
Total 290 672,00 100,00

Fonte: Dados recolhidos na granja da Faculdade de Veterinária, 2015.

Os dados indicam que a ração e o pinto de dia são as componentes de custos mais onerosos
contribuindo em 66.6% e 25.3% dos custos variáveis, respectivamente (vide a tabela 6). Para a
ração, é também considerado o insumo que mais determina a eficiência e a rentabilidade da
empresa avícola.

Para uma produção total de frango na granja, com todos os custos variáveis envolvidos, num
lote de 3200 aves, foram necessários 290 672,00 Mt de custos variáveis.

O processo de expansão da granja, não tem sido fácil, devido aos processos burocráticos que
não se adequa ao ritmo flexível da actividade, por outro lado a insuficiência do pessoal que
exige a aplicação de esforço a dobrar por parte do pessoal existente, divergindo com o dito pelo
CARNEIRO et al., (2004), é necessário que haja mão-de-obra com dedicação permanente no
local de produção (24h) para atender a demanda de mão-de-obra na actividade de forma a
proporcionar um funcionamento satisfatório, o que não acontece na granja da FAVET, os
trabalhadores tem um horário específico para exercer as actividades, que é das 6h às 15h, e daí

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

até ao dia seguinte o pavilhão é desprovido da mão-de-obra. Por outro, lado as condições de
pavilhões não são favoráveis, chegando até a permitir a invasão de animais.

4.2.1 Rentabilidade da Produção de Frango na Granja da FAVET

Tabela no 6: Receita, Custo e Lucro Total, na Produção de Frango, Lote no2, 2015

Descrição Quant. de Frango Vendido Preço Unitário (MT) Valor em (MT)

Venda a Higest 2000 63Mt/kg 189 000,00


Compra na Higest 1470 122,50 180 075,00
Subtotal 8 925,00
Venda a DSS 1470 145,00 213 150,00
Venda a Talho do Triunfo 40 137,50 5 500,00
Vendas a Clientes Externos 100 115,00 11 500,00
Vendas a Clientes Internos 214 120,00 25 680,00
Aves no Matadouro 670 125,00 83 750,00
Receita Total 348 505,00
Custo Variável Total 290 672,00
Lucro Total 57 833,00

Fonte: Dados obtidos através dos cálculos, com base nos dados recolhidos durante o estágio, 2015.

Sobre a análise de custos, observa-se que há uma considerável margem da receita, a qual
ultrapassa os custos variáveis, o que resulta em lucro positivo. O frango produzido na
Faculdade de Veterinária é vendido ao um preço de 120,00 Mt (Cento e Vinte Meticais) vivo e
125,00 Mt (Cento e Vinte e Cinco Meticais) congelado. No entanto, observa-se que, a receita
total no lote em estudo foi de 348 505,00 Mt (Trezentos e Quarenta e Oito Mil e Quinhentos e
Cinco Meticais) no final do ciclo produtivo com um lucro de 57.833,00 Mt (Cinquenta e Sete
Mil e Oitocentos e Trinta e Três Meticais).

4.2.1.1 Potenciais Clientes

O frango produzido na granja é vendido em maiores quantidades para a HIGEST a um preço de


63,00 Mt/kg (Sessenta e Três Meticais), valor este que cria prejuízos de 51 000,00 Mt
(Cinquenta e Um Mil Meticais) para a granja, pois não compensa os gastos feitos de produção
de uma unidade de frango, considerando que o preço real de venda são 120,00 Mt (Cento e
Vinte Meticais). Para além da HIGEST, o frango da Faculdade de Veterinária é também

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

vendido para outras instituições, talhos, clientes externos e internos a preços variados e uma
parte da produção correspondente a 10% é abatida no local de venda com uma margem de
preço acrescida a pedido dos clientes, este relato converge com o estudo realizado por
CAMBAZA (2009), que do total da produção, 90% dos frangos são vendidos vivos. Os
remanescentes 10% do total da produção, são abatidos no local de venda a pedido dos clientes.

4.3 Tendências dos Custos, Receitas e Lucros na Produção de Frango na Granja da


Faculdade de Veterinária (Janeiro a Dezembro, 2014).

Figura no2. Evolução dos Custos, Receitas e Lucros na Produção de Frango na Granja da FAVET (2014).

Fonte: Dados obtidos na faculdade de veterinária, referentes à produção de frango 2014.

Conforme ilustra-nos a figura acima, as receitas e os custos apresentam uma tendência


oscilatória. Porém, ainda como base de análise, por quatro meses (Maio, Junho, Setembro e
Dezembro) a granja apresentou prejuízos, sendo que, as despesas foram maiores que as receitas,
este caso verificou-se devido à alta mortalidade e outras perdas anormais como: faltas de frango
no pavilhão (roubo e invasão de gatos no pavilhão) e muitas ofertas, principalmente no mês de
Dezembro. Contudo, as receitas conseguem cobrir os seus custos o que de algum modo é
satisfatório para a granja.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

A unidade de produção de frango apresenta custos mínimos de produção na ordem de 214


859,02 Mt (Duzentos e Catorze Mil e Oitocentos e Cinquenta e Nove Meticais e Dois
Centavos) e custos máximos na ordem de 307 286,70 Mt (Trezentos e Sete Mil e Duzentos e
Oitenta e Seis Meticais e Setenta Centavos).

Estes valores são aplicados na aquisição de insumos para garantir a continuidade do processo de
produção.

As receitas mínimas são de 230 895,00 Mt (Duzentos e Trinta Mil e Oitocentos e Noventa e
Cinco Meticais) e as máximas de 343 155,00 Mt (Trezentos e Quarenta e Três Mil e Cento
Cinquenta e Cinco Meticais) durante todo o processo produtivo (Janeiro a Dezembro de 2014).
No entanto, a granja da FAVET apresenta em média de produção, custos correspondentes a 274
600,97 Mt (Duzentos e Setenta e Quatro Mil e Seiscentos Meticais e Noventa e Sete Centavos)
e receita média de 292 411,78 Mt (Duzentos e Noventa e Dois Mil e Quatrocentos e Onze e
Setenta e Oito Centavos).

4.3.1 Lucratividade

Os índices de produtividade apresentam lucros positivos com uma tendência oscilatória em


quase todos os meses, excepto nos meses de Maio, Junho, Setembro e Dezembro nos quais
registou-se cenário negativo, ou seja, houve prejuízos, devido a problemas como a falta de
energia elétrica em determinados períodos, tal que contribui para aumentar o aquecimento e
diminuir o frio no pavilhão e também a ocorrência de doenças de difícil controle (como a
bronquite infecciosa, síndrome da cabeça inchada e entre outras) que contribuíram para a
redução da lucratividade no ano 2014.

No entanto, o lucro mínimo na produção foi negativo, na ordem de (30 936,70) Mt (Trinta Mil e
Novecentos e Trinta e Seis Meticais e Setenta Centavos) e o máximo foi de 67 391,75 Mt
(Sessenta e Sete Mil e Trezentos Noventa e Um Meticais e Setenta e Cinco Centavos). A média
do lucro na produção foi de 17 810,82 Mt (Dezassete Mil e Oitocentos e Dez Meticais e Oitenta
e Dois Centavos) em termos percentuais, com uma lucratividade de 6,1% indica que depois de

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

descontados os custos variáveis houve retorno financeiro de 6,1% do total do capital investido
nos ciclos de produção no ano de 2014.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

CAPÍTULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões

Da análise feita na granja da Faculdade de Veterinária, o processo de produção de frango de


corte demonstrou-se financeiramente rentável no periodo em analise, apresentando um índice
de lucratividade de 6,1%, apesar de estar abaixo da lucratividade legislada, estimada em 20 a
25% para médias empresas.

 O processo de produção de frango na granja da Faculdade de Veterinária está dividido em


duas fases, sendo a primeira a que vai desde o nascimento até aos 18 dias e a segunda
denominada fase de engorda que compreende o tempo que vai dos 19 aos 28 dias. As aves
são confinadas em pavilhões melhorados com capacidade de 3000 aves/ciclo, numa area
de 240m2. Os frangos produzidos têm o peso médio de 1,55 kg;
 A taxa de mortalidade na granja é maior em relação à dos padrões internacionais devido
ao fraco aquecimento no pavilhão;
 Constatou-se também o problema de frio no pavilhão que resultou em mortes, devido a
cortes frequentes de energia eléctrica que liga os aquecedores;
 Os factores que envolvem maiores custos para produção de frango na granja da Faculdade
de Veterinária são a ração e o pinto de um dia, correspondendo quase 90% dos custos de
produção total, seguidos das vitaminas e outros medicamentos;
 Conclui-se ainda que, na produção do frango os custos da ração são altos; a mão-de-obra é
insuficiente na granja da FAVET;
 Verifica-se que nos meses de Maio, Junho, Setembro e Dezembro, os lucros foram
negativos, devido ao frio, calor e ofertas execessivas;
 Os custos situam-se, em média, nos 100,00 Mt (Cem Meticais) por cada frango produzido
e o valor médio de comercialização por unidade situa-se em torno dos 120,00 Mt (Cento e
Vinte Meticais).

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

5.2 Recomendações

Tendo em conta as constatações verificadas, e tendo em vista gerir os seus custos, é oportuno
apresentar as seguintes recomendações:

Para a Granja da FAVET

 Aumentar as formas de aquecimento de maneira a reduzir a mortalidade em tempos de


frio, assim também fechar os buracos no pavilhão para evitar a invasão de gatos;
 Adquirir um gerador para evitar constrangimentos no pavilhão, como o caso de mortes,
devido a cortes frequentes e inesperados da energia eléctrica;
 Aumentar a mão-de-obra para a limpeza do pavilhão, equipamentos e carregamento dos
frangos, de modo a reduzir o desgaste do pessoal e manter ou aumentar o empenho na
produção;

Para o Governo

 Incentivar a produção local de soja e de variedades do milho apropriado para ração de


modo a reduzir os custos da matéria-prima;
 Implantar incubadoras locais de modo a reduzir o custo do pinto de dia e facilitar o acesso
deste pelos produtores.

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

CAPÍTULO VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Análise de Custos de Produção de Frango na Granja da Faculdade Veterinária (Maputo)

Janeiro a Dezembro de 2014

APÊNDICE

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I. FICHA PARA ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DO LOTE

Lote no 2. Proveniência Mês/ano: 2014

Tabela no 1.1.Registo De Recepção Do Lote

DATA DE ALOJAMENTO 14/04/15


NO DE AVES RECEBIDAS 3212
NO DE AVES DESCARTADAS 12
NO DE AVES ALOJADAS 3200
PRINCIPAIS DEFEITOS NAS AVES Baixo peso e apatia

Tabela no1.2.Vacinas Administradas

DATA VACINA VIA DE QUANT. NO DE AVES ASSINAT


(DIA/MES) UTILIZADA ADMIN. ADMIN. VACINADAS URA
Gumboro Oral 80l 3172

Tabela no1.3. Tratamentos Efectuados

PRINCIPAIS FARMACO VIA DE DOSE QUANTIDADE NO DE DATAS


SINTOMAS (NOM. ADMIN. ADMIN. AVES
EPA) TRATADAS
stress Power vit Oral 1g/4l 112l 3197
P.respiratórios Tylo-dox Oral 1g/2l 420l 3184
P.resp Tylo-dox Oral 1g/2l 400l 3178
P.resp Tylo-dox Oral 1g/2l 400l 3177
P.resp Tylo-dox Oral 1g/2l 452l 3174
Stress Power vit Oral 1g/4l 620l 3173
Stress Power vit Oral 1g/4l 800l 3172

Tabela no 1.4. Profilaxia Efectuada

AFECÇÃO FORMACO VIA DE DOSE QUANTIDADE DATAS


EM CAUSA (NOM.EPA) ADMIN. ADMIN.

I
Tabela no 1.5.Registo de Mortalidade Diária

SEMANA DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA 7 TOTAL % %


ACUM
1ᵃ 13 0 0 3 3 3 3 25 0,77
2ᵃ 3 6 1 3 1 0 0 14 0,44
3ᵃ
4ᵃ
5ᵃ
TOTAL

Tabela no 1.6.Causas da Mortalidade

SEMANA 1 Picada de cobra, Fraco aquecimento devido a falta de corrente eléctrica.


SEMANA 2 Síndrome de morte súbita, fraco aquecimento.
SEMANA 3 Fraco aquecimento e Síndrome de inchaço na cabeça.
SEMANA 4 Morte debaixo do comedouro e da cama.
SEMANA 5 Retirada dos animais para o matadouro interno e externo.

Tabela no 1.7.Mapa de Controlo de Crescimento de Frangos de Corte

DATA DIA EFECT CONS. CONS. REMAN. CONS. CONS/DIA P. OBSERV.


A1 A2 RAÇ/DIA DIA/AVE MÉDIO
0 50kg 21kg 12 37
1 71kg 30kg 12 #
2 80kg 7kg 15 #
3 3197 115kg 18kg 19 #
4 3196 107kg 15kg 24 #
5 3193 148kg 12kg 28 #
6 3190 135kg 38kg 32 #
7 3184 212kg 36kg 36 171
8 3184 238kg 28kg 41 #
9 3178 236kg 37kg 45 #
10 3177 228kg 35kg 49 #
11 3174 237kg 90kg 54 #
12 3173 335kg 77kg 59 #
13 3172 340kg 49kg 64 #
14 3170 327kg 98kg 70 487
15 3166 399kg 84kg 76 #
16 3162 348kg 100kg 92kg 81 #
17 3160 184kg 250kg 88kg 89 #
18 3158 492 84kg 94 #

II
19 3155 488kg 100 #
20 3153 484kg 106 #
21 3148 499kg 112 967
22 3144 492kg 119 #
23 3141 548kg 125 #
24 3137 544kg 132 #
25 3059 522kg 137 #
26 3055 532kg 141 #
27 3050 528kg 148 #
28 3040 417kg 152 1,553
29 2867 250kg 157 #
30 50kg 162 #

Tabela no II.Mapa de Controlo de Vendas/Fac. Veterinária 2015 - Lote numero 2

Designação Nome do cliente Quantidade comprada Custo Unitário Valor Total/MT


Frango Sofia 2 120,00 240,00
Frango Sezaltina 13 120,00 1 560,00
Frango Matavel 10 120,00 1 200,00
Frango Evaristo 2 120,00 240,00
Frango Jhon Keny 20 120,00 2 400,00
Frango Higgest 2000 63,00 126 000,00
Frango Lindinha 1 120,00 120,00
Frango Zandamela 4 120,00 480,00
Frango Celina 1 120,00 120,00
Frango Valter 12 120,00 1 440,00
Frango Daimane 1 120,00 120,00
Frango Chimunga 5 120,00 600,00
Frango 5 120,00 600,00
Frango Zandamela 3 120,00 360,00
Frango Paulinha 10 120,00 1 200,00
Frango Dra. Laurinda 7 120,00 840,00
Frango Telma 1 120,00 120,00
Frango Maria Mahingue 15 120,00 1 800,00
Frango Antonia 3 120,00 360,00
Frango Maria 1 120,00 120,00
Frango Jose 1 120,00 120,00
Frango Rassi 2 120,00 240,00
Frango Sandra 4 120,00 480,00
Frango Americo 2 120,00 240,00
Frango Hortência 13 120,00 1 560,00

III
Frango Madera 6 120,00 720,00
Frango Dercia 1 120,00 120,00
Frango Langa 4 120,00 480,00
Frango Jose 1 120,00 120,00
Frango Lúcia 4 120,00 480,00
Frango Albino 20 120,00 2 400,00
Frango Luzia 5 120,00 600,00
Frango Ermelinda 100 115,00 11 500,00
Frango Ermelinda 7 120,00 840,00
Frango Valter 8 120,00 960,00
Frango Albino 2 120,00 240,00
Frango Segurança 6 120,00 720,00
Frango Sr. Chilengue 6 120,00 720,00
Frango Domingos 6 120,00 720,00
Total 3 022,00 163 180,00

Fonte: Dados obtidos na granja, referentes às vendas efectuadas, lote nr 2, 2015.

Tabela no III. Vendas Efectuadas


Descrição Quantidade Preço Unitário Preço Total
Vendas a Higest 2000 63/kg 189 000,00
Venda a Talho do Triunfo 40 137,50 5 500,00
Vendas a Clientes Externos 100 115,00 11 500,00
Vendas a Clientes Internos 214 120,00 25 680,00
Aves no Matadouro 670 125,00 83 750,00
Total de Vendas 315 430,00
Vendas a DSS 1470 145,00 213 150,00
Preço de Compra na Higest 1470 122,50 180 075,00
Diferença 22,50 33 075,00
Receita Total 348 505,00

Fonte: Dados obtidos através dos cálculos, com base nos dados recolhidos durante o estágio, 2015.

IV
Tabela no IV. Totais de Custos, Receitas e Lucro, 2014
Descrição Receitas Custos Lucro
Janeiro 257 470,00 218 970,00 38 500,00
Fevereiro 336 507,40 269 115,65 67 391,75
Março 251 340,00 214 859,02 36 480,98
Abril 343 155,00 280 130,20 63 024,80
Maio 275 243,00 303 904,00 (28 661,00)
Junho 276 350,00 307 286,70 (30 936,70)
Julho 327 225,00 295 317,26 31 907,74
Agosto 297 815,00 269 229,30 28 585,70
Setembro 230 895,00 257 334,07 (26 439,07)
Outubro 339 054,00 287 666,74 51 387,26
Novembro 307 687,00 295 317,26 12 369,74
Dezembro 266 200,00 296 081,42 (29 881,42)

Fonte: Dados recolhidos na granja da FAVET, referentes a produção de frango em 2014.

V. Índice de Eficiência de Produção.

CA= IEP= =295 IEP= =295

CA=1,87kg/kg V=% de frangos vivos no final

GMD= =0,057kg/dia

V
VI. Imagens Ilustrativas das Fases de Crescimento do Frango na granja da FAVET.

Fase inicial da criação de frango: primeriro dia Fase inicial: primeira semana, aviário fechado.

Fase de crescimento: 140 dia, ilum. Natural. Fase de crescimento: terceira semana

Fase final da criação do frango, semana antes do abate.

VI

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