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Maputo - 2022
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Maputo – 2022
CI Controlo Interno
COSO Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission
CP Contabilidade Pública
EOIGFOrgânico da Inspecção-Geral de Finanças
IGF Inspecção-Geral de Finanças
INTOSAI Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores
IPs Instituições Públicas
MEF Ministério da Economia e Finanças
SCI Sistema de Controlo Interno
SISTAFE Sistema de Administração Financeira do Estado
TA Tribunal Administrativo
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LISTA DE TABELAS, GRÁFICOS
Lista de tabelas
Lista de gráficos
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DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Bensa Vandra Alberto Muhacha, juro por minha honra que o presente trabalho é da
minha autoria, e que nunca foi anteriormente apresentado, para avaliação em nenhuma
Instituição de Ensino Superior para obtenção de qualquer grau académico, cujas fontes
bibliográficas utilizadas encontram-se patentes no presente trabalho.
___________________________________
Dedico este trabalho a minha mãe, Ana Américo Mahumane e a minha avó, Maria
Zefanias Mucavel, pelo amor incondicional e ensinamentos da vida transmitidos durante
a minha caminhada académica.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus pela protecção e coragem para lutar pelos meus sonhos, por ser a
certeza de que estará sempre comigo caminhando e iluminando os meus caminhos
incondicionalmente.
À minha mãe, Ana Américo Mahumane, e avó, Maria Zefanias Mucavel, mulheres
exemplares, pela força, coragem e fé para que alcançasse os objectivos pretendidos na
vida.
Aos meus irmãos, Recildo Percio; Leovelgilda Prescila; Precioso Telço; Hélio Jorge;
Anastácio Milton e Artiel Nilton pelo amor, carinho e o apoio prestados.
I. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1
2.1. Conceitos............................................................................................................8
V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.................................................................41
5.1. CONCLUSÃO..........................................................................................................41
5.2. RECOMENDAÇÕES..............................................................................................41
According to the data, MEF ascertained a total of 11 cases from 2018 – 2020, meaning a
downward trend. In spite of the reduction, is noted that there still employees who follow
the path of financial fraud. Which leads to the conclusion that the Internal Control System
used in MEF is not yet fully effective, as it still allows fraud cases to occur. Despite the
constraints of ICS it can also be concluded that the ICS in the Public institutions in
Mozambique contributes greatly to fraud prevention. Through the results obtained it is
recommended to the Government, greater supervision in the compliance of the legislation
as well as the improvement of the current ICS through the introduction of internal audits
on a period basis, so that there are no cases of fraud.
Nos últimos tempos, com a dinâmica do mundo, os avanços tecnológicos, entre outros, as
organizações tornam-se mais eficientes, mas ao mesmo tempo tornaram-se vulneráveis a
situações fraudulentas.
As fraudes, por exemplo, podem ser cometidas com o objectivo de subtrair mercadorias,
matérias-primas, produtos e resíduos, subtrair dinheiro, subtrair títulos, fuga ao fisco,
entre outros. Diante deste cenário, as organizações precisam de se prevenir para defrontar
novos desafios de gestão e da vulnerabilidade dos sistemas tecnológicos e que exigem
cada vez mais profissionais competentes para efectuar o controlo.
Os casos de fraudes só vêm à tona através de denúncias, seja por parte de um empregado
insatisfeito, algum oportunista ou até mesmo de familiares, o que geralmente ocorre
quando o montante envolvido em actos ilícitos já atingiu a casa dos milhões de meticais.
Esta realidade denuncia a fragilidade ou a falta de um sistema de controlo interno
eficiente nas instituições.
Porém, ainda no Estado absolutista voltaram a aparecer estruturas similares aos Tribunais
de Contas, quando em 1661, o Império Austríaco criou sua Corte de Contas; e em 1714,
foi seguido pela Prússia e em 1767, e pela Espanha.
De salientar que a criação dessas Cortes, nunca foi a de controlar os gastos do Estado, ao
contrário, servia para justificar, legitimar, validar, a actuação do poder central. Ou seja, as
cortes de contas neste modelo de Estado formatavam uma espécie de “contabilidade do
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soberano”, isso porque a intenção não era o controlo das contas públicas e sim o controlo
do património do governante/Estado, daí o contexto da expressão.
Foi com o surgimento do Estado Democrático, que se concretizou de forma mais ampla e
clara que os bens e as receitas do Estado “deixaram de ser vistos como pertences do
soberano para ser encarados como propriedade de toda a colectividade, com direito ao
seu usufruto no atendimento de necessidades fundamentais”.
Assim, o controle assume importante papel na gestão da coisa pública, já que para todas
as actividades da administração havia a previsão de um controlo, pontual (quando se
estabelecem controlos para certa actividade), ou em abstracto (quando a actividade não
fora prevista e se controla de maneira genérica).
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(EOIGF), através do Decreto n.º 40/99, de 29 de Junho e o Regulamento, expresso no
Diploma Ministerial n.º 57/2000, de 21 de Junho, respectivamente.
4
Socialmente, a pesquisa poderá contribuir como instrumento de consulta e informação
para o cidadão, como contribuinte de impostos, de modo a perceber de que forma se
efectiva o CI na prevenção de fraude nas IPs.
Nos últimos tempos, Moçambique tem sido marcado por vários casos de julgamento de
agentes e funcionários do Estado indiciados de desvio de fundos e uso do património do
Estado para fins particulares.
Esta situação fez despertar entre vários actores da sociedade, diversos debates,
colocando-se em causa a eficácia e eficiência dos instrumentos de controlo interno
legalmente aprovados pelo Estado, bem como os sistemas de controlo interno em vigor
nas instituições públicas, pois, via-se no EOIGF e no seu regulamento instrumentos que
transmitiam confiança no fortalecimento do sistema de controlo interno nas IPs.
Diante do cenário acima exposto surge a seguinte pergunta de pesquisa: De que forma o
controlo interno contribui para a prevenção de fraudes nas instituições públicas em
Moçambique e em particular no Ministério da Economia e Finanças?
I.4. Objectivos
I.4.1. Objectivo Geral
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Explicar os procedimentos do controlo interno;
Quais são as práticas que do Controlo Interno que ajudam a prevenir as fraudes?
O terceiro capítulo é constituído pela revisão bibliográfica, onde são debruçados todos os
conceitos que norteiam o trabalho.
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I.7. Delimitação do tema
A presente pesquisa será realizada no Ministério da Economia e Finanças, como uma das
instituições do Estado que pode servir de caso para compreender como é
operacionalizado o controlo interno na prevenção de fraude. A escolha deste espaço
prende-se com o facto, não só de ser uma instituição do Estado, mas principalmente pelo
facto de ser a principal instituição que faz a gestão financeira do Estado.
Foram ainda limitações para esta pesquisa, obter dados sobre as sanções impostas aos
infractores.
Apesar das limitações encontradas na efectivação deste trabalho, para contornar a falta de
dados sobre o registo de fraudes recorreu-se aos dados cedidos na entrevista pelo
funcionário do MEF.
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II. REVISÃO DA LITERATURA
No presente capítulo aborda-se sobre o quadro bibliográfico, onde são discutidos os conceitos
fundamentais que nortearam o trabalho bem como todo conteúdo trazido por diferentes autores
sobre a temática do trabalho.
2.1.1. Auditoria
Etimologicamente, a palavra auditoria tem origem no verbo latino audire que significa
ouvir, sendo portanto o auditor reconhecido como aquele que ouve, o ouvinte. Nos
primórdios da auditoria, as conclusões dos auditores fundamentavam-se principalmente
nas informações verbais que lhes eram transmitidas.
De acordo com o Auditing Concepts Committee [ACC] (1992), auditoria como o processo
sistemático de obter e avaliar prova acerca da correspondência entre informações,
situações ou procedimentos e critérios pré-estabelecidos, assim como, comunicar
conclusões aos interessados.
Segundo o The Institute of Internal Auditors [IIA], traduzido pelo Instituto Português de
Auditoria Interna [IPAI], a auditoria interna é definida como uma actividade
independente, de garantia e de consultoria, destinada a acrescentar valor e a melhorar as
operações de uma organização. Ajuda a organização a alcançar os seus objectivos, através
de uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação e melhoria da eficácia dos
processos de gestão de risco, de controlo e de governação.
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todos os que necessitam da informação do auditor, tais como, clientes, Estado,
funcionários, público em geral, etc.
O controlo interno é uma entidade que tem por objectivo, a segurança do património,
além de gerar eficiência no alcance do objectivo social o que se manifesta como resultado
e obviamente ferramenta de apoio à contabilidade. Sendo que a partir de um sistema de
controlo interno, procura-se evitar desvios, perdas e desperdícios, assegurando de uma
forma razoável o cumprimento de normas administrativas e legais e proporcionando a
identificação fraudes e seus respectivos responsáveis.
1
Sigla em Inglês que traduzindo significa Comité de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano
de Contabilistas Públicos Certificados (CPAIA).
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c) Cumprimento das leis e normas estabelecidas – observância da aplicabilidade das
normas que a entidade está sujeita (Compliance).
Por sua vez, Franco (2001) define controlo interno como o conjunto de métodos e
medidas adoptadas pela empresa para proteger seu património, verificar a exactidão e o
grau de confiança de seus dados, bem como promover a eficiência operacional. Assim,
percebe-se que a grande relevância do CI é de que precisa possuir qualidade, pois, uma
das suas funções e de prevenção de fraudes nas organizações.
Numa acepção do controlo interno na administração pública, o foco desta pesquisa, pode-
se definir como aquele que o executivo exerce sobre as suas próprias actividades. Seu
objectivo é assegurar a execução de acções diárias, dentro dos princípios básicos da
administração pública definidos por diversos instrumentos legais e pela Lei mãe, a
Constituição da República (Idem.).
Com as definições apresentadas pode-se perceber que o CI deve ser visto não de forma
isolada, como simples conjunto de actos destinados a evitar perdas de activos da
organização, mas sim como um sistema (interligação de todas as partes).
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competências de estabelecer a ligação entre as Unidades Gestoras Executoras (UGE) e a
Unidade de Supervisão (US) deste Subsistema, as quais compete:
Em termos gerais, Costa (2000) e Cavalheiros e Flores (2007), pode dizer-se que os
modelos de controlo interno variam entre os vários países membros da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), contudo, para este trabalho
baseia-se em dois principais modelos, o Centralizado e Descentralizado. Os dois modelos
marcam a tradição no que toca ao controlo interno, pelo menos entre os países europeus,
daí merecerem uma breve abordagem.
Este modelo tem como referência “um controlo prévio por uma terceira parte”, sendo
encontrado em países como Portugal, França e Espanha, e que deriva da tradição legal
baseada no Código Napoleónico, o Ministério da Economia e Finanças, além de ter de
elaborar os orçamentos e alocá-los aos outros ministérios, intervém directamente no
controlo prévio, colocando o seu próprio pessoal nessas instituições.
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Neste ambiente o controlo interno tem como ponto focal numa organização ou órgão
criado para desempenhar certas funções de controlo, podendo ser um inspector-geral ou
um serviço externo de controlo do Tesouro.
De acordo com Costa (2000) entende-se por Sistema de Controlo Interno (SCI) o
processo que é levado a cabo desde os níveis mais altos de uma organização até aos
níveis mais baixos, envolvendo deste modo o Conselho de Administração, as direcções e
outros membros da organização.
"Um SCI estende-se para além das matérias que se relacionam directamente com as
funções do sistema contabilístico e compreendem o ambiente e procedimentos de
controlo" (Costa, 2004, p.36).
Todas as políticas e procedimentos (CI) adoptados pela gerência de uma entidade para
contribuir para a obtenção do objectivo da gerência de assegurar, tanto quanto praticável
a condução ordenada e eficiente do seu negócio, incluindo a aderência às políticas de
gestão, a salvaguarda de activos, a prevenção e detecção de fraudes, e o rigor da plenitude
2
Abordagem da responsabilidade da gerência
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dos registos contabilísticos, e preparação tempestiva de informação financeira credível.
(NIR3 400, p.8).
Em suma, o CI, segundo Attie (1998:114), sob perspectiva empresarial, visa os seguintes
objectivos: Salvaguardar e proteger seus activos; Verificar o grau de confiabilidade e
exactidão dos registos contabilísticos; Promover a eficiência operacional.
3
Norma Internacional de Revisão/Auditoria. IFAC
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controlo incluem controlos do tipo prevenção, detecção, orientação, correcção,
compensação, informáticos e de gestão;
De acordo com Cavalheiros e Flores (2007), o CI não pode ser considerado a salvação da
organização, mas garante o sucesso dessa entidade, ao mesmo tempo, pode incorrer no
insucesso caso não mantenha um SCI estável ou adequado.
Neste sentido, Cavalheiros e Flores (2007) avançam alguns riscos que qualquer sistema
de controlo pode correr:
Crença em sistemas perfeitos – Não existe sistema de controlo isento de falhas, até
porque a manutenção dos sistemas é feita por pessoas e estas estão sujeitas a falhas.
Rotina – A acção rotineira das pessoas quanto aos controlos pode impedir que se
preste atenção em determinadas actividades que se afastam das melhores práticas,
devido à fadiga, ao mau julgamento, à distracção.
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Custo/benefício dos controlos – O benefício advindo do controlo deve ser maior que o
custo do próprio controlo, sob pena de inviabilizá-lo no ponto de vista económico.
Contudo, alguns controlos estratégicos, mesmo que um pouco onerosos, podem ser
mantidos se houver objectivo de preservação da cultura dos controlos, e estudado caso a
caso.
De uma forma geral, como defende Costa (2000), os pequenos pagamentos como selos
fiscais e de correios, transportes públicos, táxis, devem ser efectuados apenas em
dinheiro, devendo neste caso os pagamentos normais a terceiros serem realizados via
bancos.
Dever-se-á constituir um “fundo fixo de caixa” o qual deverá ser reposto periodicamente
quando o numerário em caixa atinja um limite que se considere mínimo. Sempre que cada
pagamento for feito da caixa pequena, o seu responsável deverá constatar a autenticidade
do documento que origina e verificar se o mesmo foi devidamente aprovado, após isso é
que o poderá registar na chamada “folha de caixa”, depois de lhe ter confirmado como
pago (um carimbo de “PAGO”).
O uso da caixa pequena em sistema de fundo fixo possibilita ganhos para a instituição,
pois, limita um valor determinado (dependendo do tipo de empresa e/ou do volume de
transacções) o máximo do numerário existente em caixa e facilita as contagens de
surpresa à caixa uma vez que, em qualquer momento, o somatório do numerário existente
com os documentos pagos e não resgatados terá de ser, forçosamente, igual ao limite
estabelecido.
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2.4.1.4. Pagamento via banco
Por razões de segurança, nunca devem ser assinados cheques em branco. A alternativa
será alargar o número de pessoas com poderes de assinatura. Nos casos em que for de
todo impossível seguir este procedimento, a forma de minimizar o perigo será cruzar e
escrever o nome do beneficiário.
Para além de recorrer ao cheque para efectuar pagamentos a terceiros, a empresa poderá
recorrer à transferência bancária, que também tem os seus benefícios: A ordem de
transferência pode ser feita através de uma carta previamente preparada e padronizada; a
ordem de transferência pode ser colectiva, isto é, a empresa dá instruções ao seu banco
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para transferir, por débito da sua conta e para crédito das contas dos diversos
beneficiários, as importâncias mencionadas; as pessoas que assinam a ordem de
transferência só têm de assinar uma vez, ao contrário do que acontece no caso de os
pagamentos serem feitos por cheques; o lançamento a crédito da conta de depósitos à
ordem é feito pelo total das transferências, diferentemente, no caso de cheques terão de
ser feitos tantos lançamentos; como resultado da alínea anterior, as reconciliações
bancárias serão muito mais fáceis de efectuar.
Costa (2000) chama atenção para que se observem cuidados a ter com as assinaturas
deste tipo de transferência devem ser idênticos aos que se vê no caso de os pagamentos
serem efectuados por cheques.
Para o pagamento das despesas de água, electricidade, telefone, telefax, rendas, seguros,
quotas, assinaturas de jornais e revistas, entre outras, poderá se usar ordens permanentes
de pagamento. Assim, há no entanto, que ter atenção o facto de ser usual mediar um lapso
de tempo apreciável, entre a data do débito na conta por parte do banco e a data de
recepção do respectivo recibo ou borderaux. O controlo de tais situações deve ser feito
através da análise das reconciliações bancárias mensais. É no entanto, aconselhável
existir uma conta bancária específica para este tipo de pagamentos.
As reconciliações bancárias devem ser feitas de maneira normalizada e devem ser visadas
pelo responsável da contabilidade ou pelo director financeiro. Os itens de reconciliação
que apareçam dois meses consecutivos na reconciliação deverão ser adequadamente
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investigados. No caso de se tratar de débitos e/ou créditos do banco que não tenham sido
contabilizados na empresa haverá que detectar a razão do sucedido e, se não existirem ou
tiverem sido extraviados os respectivos documentos de suporte, solicitar ao banco as
respectivas segundas vias.
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"Fraude é uma acção premeditada cujo objectivo é de lesar alguém. Por tanto, a
corresponde ao dolo, ou seja, aquela acção premeditada que visa ao proveito de alguma
forma para si ou terceiros" (Costa, 2000, p.222).
No âmbito institucional, pode-se entender fraude o acto intencional praticado por uma ou
mais pessoas entre os membros do órgão de gestão, empregados ou terceiros que resultem
numa representação indevida das demonstrações financeiras.
As fraudes, segundo Sá (1998), são praticadas quase sempre por pessoas que possuem
autoridade, sobretudo quando acumula funções. Quando implicam maiores, as fraudes,
geralmente ocorrem mediante uma formação de conluio, sendo desta forma, mais difícil a
detecção.
Nos casos mencionados por Sá (1998), a fraude tende a perdurar se não existirem
controlos adequados e independência da auditoria.
Percebe-se desta explanação que a detecção de fraudes pelo e auditor pode ou não
acontecer no exercício das suas atribuições, mas detecta-los não é seu fim último.
Neste contexto, chama-se instituição toda a forma como se dispõe um sistema para atingir
os resultados pretendidos. Normalmente é formado por uma, duas ou mais pessoas que
executam funções de modo controlado e coordenado com a missão de atingir um
objectivo em comum com eficácia. Falar de instituição, no sentido organizacional, acaba-
se definindo tendo como perspectiva o conceito de organização. Instituição pode ser
empresa, escola, a prisão, igreja, etc. (Idem.)
A partir desta definição pode-se distinguir instituições privadas das públicas, estas
últimas que são o foco desta pesquisa.
Define-se como uma organização do Estado ou sob gestão do Estado que tem
por finalidade a prossecução das necessidades das populações no âmbito para
o qual foi criado. Uma instituição pública está enquadrada no âmbito das
funções das Administração pública em garantir serviços públicos aos
cidadãos, como são os casos de saúde, educação, justiça, entre outros
(Conceição, 2002, p. 31).
O controlo interno não é uma matéria exclusiva das empresas ou instituições privadas
mas também do sector público. A finalidade do controlo da Administração Pública, em
sentido amplo, é de verificar se o gestor aplica os recursos que lhes são repassados de
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maneira responsável, eficiente e moral. Contudo, o controlo não se restringe apenas às
aplicações de recursos, ele tem enfoque também sobre a gestão da coisa pública.
Nesta ordem de ideias, Cavalheiro e Flores (2007) citam vários princípios e regras que
concorrem para uma plena organização do sistema de controlo interno.
"Na administração pública, o controlo interno deve estar presente, actuando de forma
preventiva, em todas as suas funções, administrativa, jurídica, orçamental, contabilística,
financeira, patrimonial, de recursos humanos, dentre outra, na busca da realização dos
objectivos a que se propõe" (Idem.).
Diante do que foi aludido anteriormente, entende-se que o controlo interno nas
instituições públicas tem vista garantir o cumprimento dos princípios que norteiam as
actividades da administração pública, no geral.
Assim, de acordo com o artigo, do Decreto no. 30/2001, de 15 de Outubro, são princípios
da Administração Pública:
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Economicidade – pressupõe na utilização dos recursos (humanos, materiais e
financeiros) compatíveis com as necessidades e resultados esperados,
considerando-se a relação custo/benefício;
Eficácia – pressupõe que os resultados obtidos estejam dentro dos objectivos
propostos para a entidade. Obtém-se da relação entre a produção e os resultados,
não está ligada às actividades, mas sim aos resultados;
Publicidade – acto de tornar públicos actos administrativos;
Eficiência – pressupõe na obtenção de níveis máximos de produção com mínimos
de recursos possíveis. A eficiência obtém-se da relação entre produção e os
recursos aplicados;
Igualdade – tratamento de igualitário, proibição de actos que levam a
discriminação. Num processo licitatório o gestor não pode incluir cláusulas que
restrinjam ou frustrem o carácter competitivo favorecendo uns em detrimento de
outros, que acabam por beneficiar, mesmo que involuntários determinados
participantes;
Impessoalidade – o interesse público está acima dos interesses pessoais. Será
dispensado a todos os interessados tratamento igual, independente se a
organização é pequena, média ou grande;
Moralidade – a licitação deverá ser realizada em estrito cumprimento dos
princípios morais, de acordo com a Lei, não cabendo nenhum deslize, uma vez
que o Estado é custeado pelo cidadão que paga seus impostos para receber em
troca os serviços públicos;
Probidade Administrativa – o gestor deve ser honesto em cumprir todos os
deveres que lhe são atribuídos por força da legislação;
Vinculação ao Instrumento Convocatório – A Administração, bem como os
licitantes, ficam obrigados a cumprir os termos do Edital em todas as fases do
processo: documentação, propostas, julgamento e ao contrato;
Julgamento Objectivo – Pedidos da Administração em confronto com o oferecido
pelos participantes devem ser analisados de acordo com o que está estabelecido
no Edital, considerando o interesse do serviço público e os factores de qualidade
de rendimento, durabilidade, preço, eficiência, financiamento e prazo.
Apoiando-se na ideia de Meirreles (1990) e nos princípios atrás arrolados e considerando
que a Administração Pública deve rigorosamente servir aos fins para os quais o Estado
foi criado, evidencia-se a necessidade de permanente incidência do controlo sobre toda e
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qualquer actividade administrativa, zelando pela responsabilidade e transparência na
gestão pública.
De acordo com a Lei n.º 9/2002, o SISTAFE tem em vista “estabelecer, de uma forma
global, mais abrangente e consistente os princípios básicos e normas gerais de um sistema
integrado de administração financeira dos órgãos e instituições do Estado.”
O regulamento do SISTAFE, por sua vez, tem por objectivo estabelecer um sistema
integrado, que proporcione informação oportuna e fiável, e que assegure a uniformização
e harmonia da aplicação dos princípios universalmente aceites e a instituição de regras e
procedimentos.
24
Tratar e consolidar todos os registos contabilísticos produzidos pelo SISTAFE;
Preparar e propor normas e instruções para a produção de relatórios e mapas
necessários à avaliação dos procedimentos legais inerentes ao desempenho das
actividades prosseguidas pelos serviços ou unidades orgânicas.
Fiscalizar e fazer cumprir todas as normas e procedimentos legalmente definidos
no que respeita à disciplina de execução orçamental;
Estabelecer os mecanismos necessários aos procedimentos de abertura e
encerramento do exercício;
Elaborar a Conta Geral do Estado; e,
Preparar e propor medidas que visem melhorar os procedimentos contabilísticos
relativos aos processos de gestão orçamental, financeira e dos bens do património
do Estado em colaboração com os restantes subsistemas.
Com estas atribuições, fica claro que o subsistema de CP desempenha funções que se
enquadram no âmbito preventivo do controlo interno.
A IGF cabe, entre outras funções, realizar inspecções aos órgãos do Estado, suas
instituições e pessoas colectivas de direito público, incluindo as autarquias locais.
Procede ainda com inspecções ou auditorias a empresas públicas, estatais e mistas onde o
Estado comparticipa no capital, exceptuando instituições de crédito, bancários e de
seguros (n.°1, artigo 5, decreto n.º 40/99).
25
As outras funções de controlo interno estão basicamente voltadas aos objectivos. O
tamanho e a complexidade das organizações modernas, porém, têm dificultado e, por
vezes, impossibilitando a supervisão directa de todas operações por parte dos dirigentes
superiores, obrigando-os a delegar por parte dessas funções a outros profissionais (Idem.).
Assim, segundo Costa (2000), serão funções básicas do Controlo Interno: Prestar
informações permanentes à administração superior sobre todas as áreas relacionadas com
o controlo, seja contabilístico, administrativo, operacional ou jurídico; Preservar os
interesses da organização contra ilegalidades, fraudes ou outras irregularidades; Velar
para a realização das metas pretendidas; Recomendar os ajustes necessários com vista à
eficiência operacional.
26
III. METODOLOGIA DA PESQUISA
Outrossim, foi aplicado para a pesquisa o método monográfico, como considera Gil
(1999), parte do princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser
considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos casos semelhantes –
27
indivíduos, instituições, grupos, comunidades, etc.. Através deste método, buscou-se
analisar a situação do MEF de modo trazer resultados generalizados aplicáveis a todas as
instituições públicas.
A técnica documental permitiu trazer dados sobre a MEF, seja no que tange a aplicação e
historial do CI, desde os modelos e resultados do CI que permitiram aferir o seu
contributo na prevenção de fraudes.
Para a este trabalho foi aplicada a entrevista semi-estruturada que permitiu melhor
explorar todas as informações do entrevistados sem limitações, pois, de acordo com May
(20044) citado por Zapelini (2013:117), o entrevistador prepara uma lista padronizada de
perguntas, mas acrescenta, em cada entrevista, perguntas que porventura permitam maior
atingimento dos objectivos, de acordo com os comentários e as respostas do entrevistado.
4
May, T.(2004), Pesquisa social:Questões, métodos e processos, 2a ed., Artmed: Porto Alegre.
28
"O questionário é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito
pelo informante e acompanhadas de instruções que esclareçam o propósito e importância
da sua aplicação" (Silva & Menezes, 2001, p.25). A aplicação deste instrumento consistiu
no reforço à entrevista na recolha de informações.
Este trabalho definiu uma amostra composta por 10 funcionários do sector financeiro e
patrimonial do MEF. A selecção dos entrevistados obedece ao método não-probabilístico
por acessibilidade ou conveniência, onde o pesquisador apenas obtém os elementos a que
tem maior facilidade de acesso. (Beuren, 2004)
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Neste capítulo faz-se a apresentação, interpretação e discussão dos dados obtidos no
estudo de campo. Para tal, é feita uma breve caracterização do local de estudo (Ministério
da Economia e Finanças), desde a sua génese, sua natureza, missão e visão, bem como os
objectivos que nortearam a sua criação e actuação. Ainda neste capítulo, são apresentados
as normas que regulam a actividade administrativa e financeira do Estado bem como as
políticas e modelos do sistema do controlo interno aplicado no Ministério da Economia e
Finanças; e por fim, faz-se a avaliação da eficiência e eficácia do sistema de controlo
interno aplicado.
5
www.mef.gov.mz
30
Formulação de políticas de promoção, atracção, facilitação e retenção dos
investimentos público e privado nacional e estrangeiro e desenvolvimento das
zonas económicas especiais;
c) Competências
Para a concretização das suas atribuições, o Ministério da Economia e Finanças tem as
seguintes competências:
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do Orçamento do Estado; Acompanhar, controlar e avaliar a execução do Orçamento do
Estado, garantindo a aplicação racional dos recursos financeiros;
d) Unidades orgânicas
Constituem unidades orgânicas do MEF as seguintes: Direcção Nacional de Tesouro
(DNT), Direcção Nacional de Planificação e Orçamento (DNPO), Direcção Nacional de
Contabilidade Pública (DNCP), Direcção Nacional do Património do Estado (DNPE),
Direcção Nacional de Monitoria e Avaliação (DNMA), Direcção de Coordenação
Institucional e Imagem (DCII), Direcção de Cooperação (DC), Direcção de Estudos
Económicos e Financeiros (DEEF), Direcção de Assuntos Jurídicos e Notariais (DAJN),
32
Direcção de Administração e Recursos Humanos (DARH), Gabinete de Gestão do Risco
(GGR), Gabinete do Ministro (GM), Departamento de Organização e Gestão do Sistema
de Informação (DOGSI), Departamento de Aquisições (DA).
e) Organigrama
f) Instituições tuteladas
Inspecção-Geral de Finanças (IGF), Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze
(AdZ), Autoridade Tributária de Moçambique (ATM), Instituto de Gestão das
Participações do Estado (IGEPE), Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique
(ISSM), Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), Fundo de Apoio à Reabilitação
da Economia (FARE), Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Inspecção-Geral de
Jogos (IGJ), Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Finanças
(CEDSIF), Secretariado Nacional do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP).
33
criteriosas, bem como o controlo da utilização eficiente, eficaz e transparente dos
recursos públicos.
Visão: Impulsionar o desenvolvimento socioeconómico do País através da prestação de
serviços de excelência na gestão de políticas económicas e sociais integradas e de
prestação de contas, em prol do progresso e bem-estar do povo moçambicano.
Neste contexto, foi possível apurar no âmbito do presente trabalho que na actualidade a
administração financeira do Estado moçambicano é alicerçada nos seguintes instrumentos
normativos: SISTAFE (Sistema de Administração Financeira do Estado), criado através
da Lei número 9/2002, de 12 de Fevereiro; Regulamento do SISTAFE, Diploma número
181/2013; Inspecção-Geral de Finanças (IGF), criada através do Decreto número
60/2013, de 29 de Novembro; Estatuto Orgânico da Inspecção-Geral de Finanças criado
pela Comissão Interministerial da Administração Pública, através da Decreto Presidencial
número 3/2015, de 26 de Junho; O Decreto nº 23/2004.
No que tange a IGF, tutelada pelo MEF, foi criada com a finalidade principal de exercer
actividades de controlo interno da Administração Financeira do Estado nos domínios
orçamental, financeiro e patrimonial, através da realização de actividades de verificação
do cumprimento da legalidade, regularidade, economicidade, eficiência e eficácia (artigo
3, Decreto no. 60/2013).
34
4.3. Políticas e modelos de Controlo Interno e de Execução Financeira do
Departamento Financeiro - MEF
De acordo com o entrevistado A6, "Existem normas e procedimentos bem claros sobre a
execução dos processos de gestão financeiras e existe uma aplicação informática (e-
SISTAFE) que contem pontos fortes de controlo, baseados num princípio de segregação
de funções e controlo de acesso."
Por sua vez, soma-se o livro de controlo de conta bancária para permitir a obtenção do
somatório dos valores gastos no mês. Mensalmente o banco fornece o extracto da conta
bancária que é conferido e confrontado com os livros de controlo orçamental e controlo
da conta bancária, operação que permite aferir que as contas e o saldo que transita para o
mês estão conforme.
6
Funcionário do MEF entrevistado no dia 5 de Outubro de 2018, em Maputo.
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Quanto aos pagamentos, eles são efectuados através de transferências bancárias, conta a
conta e quem emite as cartas das referidas transferências bancarias e um dos funcionários
encarregues na administração e finanças e, posteriormente, o chefe administrativo e
financeiro assina a carta de transferência que de seguida é levada ao segundo assinante.
Importa sublinhar que a conta obriga-se a duas das três assinaturas: Ministro, vice-
ministro e o chefe do departamento de finanças. Não existe uma assinatura obrigatória,
apenas basta no mínimo estar assinada por dois assinantes que obrigam a conta.
A avaliação da eficiência e eficácia do SCI aplicado no MEF tem como ponto de partida
a aplicação da entrevista aos funcionários na área de finanças e questionário a outros
funcionários de outras áreas.
O CI É feito de conformidade com as normas, regras e procedimentos implantados pela
Gestão do Ministério, sendo que cada nível faz o controlo de aderência a essas normas e
reporta sempre ao nível superior.
Assim, de acordo com o entrevistado C: o controlo financeiro no MEF é feito cinco vezes
por ano de forma distribuída pelo IGF, Tribunal Administrativo (TA) e pelo auditor
externo: A IGF faz o controlo duas vezes por ano; o TA faz uma vez por ano, quando
verifica toda a execução ou todos os processos; e o auditor externo. O auditor externo
verifica a conta gerência e faz a amostra e exige todos os processos.
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Os procedimentos do SCI do MEF vão de encontro com a lógica de Costa (1996:35)
dentro das características do controlo interno segundo a qual "o CI em sentido lato
caracteriza-se por dois tipos de controlo: controlo interno administrativo (realizado pelo
TA) e controlo interno contabilístico (realizado pelo IGF)."
14%
29% 57%
Fonte: Própria.
Para o entrevistado C, "o sistema de controlo interno é eficaz e eficiente pois permite que
sejam alcançados os resultados esperados e facilita as operações financeiras, permitindo a
prevenção e detenção de fraudes com pouco tempo de investigação.
Visto que maioritariamente o SCI é considerado bom, através da presente pesquisa foi
possível apurar junto dos inquiridos o nível de satisfação em relação ao controlo
financeiro aplicado no MEF.
Assim, de acordo com dados colectados, o actual sistema de controlo é satisfatório, pois,
71% dos inquiridos dizem-se satisfeitos com o actual SCI e outros 29 dizem-se
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insatisfeitos, visto que, segundo eles, justificando o porquê da sua resposta, ainda há
registo de casos de fraudes dentro da instituição.
Sobre casos de fraudes, houve por parte da instituição limitação em fornecer documentos
de registos de casos de fraudes, contudo, o entrevistado B avançou os dados abaixo.
Casos de 6 3 2 11
fraudes
% 55 27 18 100
Fonte: Própria
Como pode-se ver na tabela acima, durante o período em análise foram registados um
total de 11 casos de fraudes no MEF. O ano de 2018 destaca-se negativamente por ter
sido o ano que mais teve casos de fraude, o correspondente a 55% do total de casos
registados durante o período. Situação contrária deu-se no ano de 2020 onde foram
apenas registados dois casos, em 18% do total de casos registados durante o período em
análise.
Fazendo-se uma análise dos dados da tabela percebe-se uma tendência de redução de
casos de fraudes (Gráfico 2). De 2018 a 2020 houve redução em cerca de 67% em relação
ao maior número de casos registados (2018) e corresponde igualmente a uma redução em
36% em relação ao total de casos registados em todo o período em análise. Este cenário
deve-se a cada vez sensibilização e responsabilização criminal que têm sido levadas a
cabo pelo Governo a partir de 2019.
38
7
0
2018 2019 2020
Fonte: Própria.
A tendência dos dados, a demonstrarem cada vez redução de casos de fraudes, mostraram
cada vez eficiência no sistema de controlo interno do MEF, pois, segundo o entrevistado
C, O actual SCI no MEF "dificulta em grande medida as acções de fraude através de
controlo de acesso e de segregação de funções; permite o rastreio de todo o ciclo de um
processo identificando o autor de cada acto, o que facilita a identificação e
responsabilização dos prevaricadores."
Do total dos inquiridos todos afirmaram nunca ter-se envolvido em situação de fraude o
que é justificado pelo facto das operações financeiras merecer registo por todos eles, tal
como responderam positivamente quando questionados se justificavam todos os gastos
por eles feito em nome da MEF com frequência.
Mas por outo lado, como pode-se ressalvar de Sá (1996), as fraudes perduram quando
não existem controlos adequados e independência da auditoria. O que significa que a
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prevalência de casos de fraude no MEF, embora esteja a reduzir, pode denunciar uma
situação de um SCI não adequado e uma auditoria dependente.
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V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1. CONCLUSÃO
De acordo com os dados sobre o registo de casos de fraudes no MEF, apurou-se um total
de 11 casos de 2018 a 2020, com uma tendência de redução. Apesar da redução nota-se
que ainda existem funcionários que enveredam pelo caminho da fraude financeira, ao se
pode concluir que o Sistema de Controlo Interno aplicado no MEF, ainda não é
totalmente eficaz na medida em que ainda permite que casos de fraude aconteçam, o que
faz com que parte dos funcionários inquiridos (29%) se mostre sem confiança no actual
SCI na prevenção de fraudes no departamento financeiro do MEF.
Conclui-se ainda que, a existência de fraudes no Ministério da Economia e finanças não está
relacionada exclusivamente associada a fragilidade do Sistema de Controlo Interno, mas
também a ignorância dos instrumentos legais que regem a instituição, por parte dos
funcionários, o que fragiliza o próprio sistema.
Apesar dos constrangimentos do SCI pode-se concluir que o SCI nas instituições do
Estado em Moçambique contribuem grandemente para a prevenção de fraudes, dados a
série de instrumentos e políticas de controlo financeiro desenhados pelo como o número
limitado em cada instituições que intervêm nas operações financeiras.
5.2. RECOMENDAÇÕES
Com a realização desta pesquisa, foi possível notar alguns aspectos dignos de
recomendação:
Desta feita, pode-se concluir que qualquer operação financeira feita deve obedecer
rigorosamente a esses instrumentos, qualquer acção a margem desses instrumentos
incorre numa fraude financeira, daí a necessidade de um controlo interno mais eficiente e
eficaz.
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Como forma de manter maior controlo e evitar fraudes, no MEF são aplicadas políticas e
modelos de controlo interno. Por isso, o processo de registo das operações contabilísticas
e efectuado em livros apropriados e previamente aprovados por lei, entre eles o livro de
controlo orçamental e controlo bancário.
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VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gil, A. C. (2008): Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, 6ª ed., São Paulo: Atlas.
Severino, A. J., (2009):Metodologia do Trabalho Científico, 23ª ed. revista, São Paulo:
Cortez Editora.
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Decreto n.º 40/99, de 29 de Junho, aprova o Estatuto Orgânico da Inspecção-Geral de
Finanças;
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Apêndices
v
Apêndice 1:Guião de entrevista destinado ao Ministério da Economia e Finanças
UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOCAMBIQUE
vi
Apêndice 2:Questionário dirigido aos funcionários do MEF.
UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOCAMBIQUE
Questionário
O presente questionário tem em vista a obtenção de informações que possibilitarão
a composição do trabalho de conclusão de licenciatura em gestão financeira e
bancária com tema. Neste âmbito, a sua opinião é muito importante para garantir
um trabalho fidedigno. Tendo uma finalidade científica, o pesquisador compromete-
se a observar os princípios éticos de forma a proteger a identidade do respondente.
Desde já agradecemos o tempo dispensado no preenchimento do presente
questionário.
Nome7:___________________________________________________________
Idade: _____ Sexo: Masculino____Feminino____ Nível académico___________
Função: ____________________________________________
a) se não, porque?
____________________________________________________________
7
Preenchimentonãoobrigatório
vii
3. Já esteve envolvido em esquema de fraude?
Sim____ Não____
a) Se sim, quantas vezes?
viii