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MANUAL DE CONTABILIDADE
INTERNACIONAL COMPARADA
2019
ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO
Direitos de autor (copyright)
Fax: 23323501
E-mail: mestrado@isced.ac.mz
Website: www.isced.ac.mz
i
Agradecimentos
Elaborado por:
ii
Lista de abreviaturas e de acrónimos
AAA - American Accounting Association
AAPA - Association of Authorised Public Accountants
AAUIA – American Association of University Instructors in Accounting
AIA – American Institute of Accoutants
AICPA - American Institute of certified public accountants
AISG - Accountant International Study Group
ASEAN - Association of Southeast Asian Nations
CAP - Committee on Accounting Procedures
CAPA Confederation of Asia and Pacifc Accountants
ECSAFA - Eastern Central and Southern African of Accountants
EU - União Europeia
FASB - Financial Accounting Standards Board
FED - Federal Reserve Board
FEE - Fedération des Experts ComptablesEuropéens
GAAP - Generally Accepted Accounting Principles
IAS – International Accounting Standards
IASB - International Accounting Standards Board
IFAC - International Federation of Accountants
IFRS – International Financial Reporting Standards
IOSCO - International Organization of Securities Commissions
IPSAS - International Public Sector Accounting Standards
IPSASB - International Public Sector Accounting Standards Board
IRFAA - International Regional Federation of Accountants and Auditors
NYSE - New York Stock Exchange
OECD - Organisation for Economic Cooperation and Development
OTC - Over The Counter
PAFA - Pan African Federation of Accountants
SEC - Securities and Exchange Commission
SFAS - Statement of Financial Standards
UN - United Nations
WTO - World Trade Organisation
iii
Índice
Visão geral 9
Bem-vindo ao Módulo de Contabilidade Internacional Comparada ................................ 9
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 9
Quem deveria estudar este módulo ............................................................................... 10
Como está estruturado este módulo .............................................................................. 10
Ícones de actividade ....................................................................................................... 12
Habilidades de estudo .................................................................................................... 12
Precisa de apoio? ............................................................................................................ 14
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 14
Avaliação ......................................................................................................................... 15
iv
Sumário ........................................................................................................................... 35
Auto-avaliação ................................................................................................................ 35
Exercícios ........................................................................................................................ 36
UNIDADE TEMÁTICA 2.2. A organização contabilística Internacional a nível Público ... 36
Introdução....................................................................................................................... 36
Resumo ........................................................................................................................... 46
Auto-avaliação ................................................................................................................ 46
Exercícios ........................................................................................................................ 47
UNIDADE TEMÁTICA 2.3. A organização contabilística Internacional a nível Privado ... 47
Introdução....................................................................................................................... 47
Resumo ........................................................................................................................... 49
Auto-avaliação ................................................................................................................ 49
Exercícios ........................................................................................................................ 49
v
Exercícios de auto-avaliação ........................................................................................... 91
Actividades de Aprendizagem ........................................................................................ 92
UNIDADE TEMÁTICA 4.3. Vantagens e Desvantagens do Processo Harmonizador ....... 93
Introdução....................................................................................................................... 93
Sumário ........................................................................................................................... 94
Exercícios de auto-avaliação ........................................................................................... 95
Actividades de Aprendizagem ........................................................................................ 95
UNIDADE TEMÁTICA 4.4. A Procura de Comparabilidade da Informação: A Resposta das
Empresas Multinacionais ................................................................................................ 96
Introdução....................................................................................................................... 96
Sumário ........................................................................................................................... 98
Exercícios de auto-avaliação ........................................................................................... 98
Actividades de Aprendizagem ........................................................................................ 99
UNIDADE TEMÁTICA 4.5. Organismos Institucionais Envolvidos na Harmonização
Contabilística................................................................................................................. 101
Introdução..................................................................................................................... 101
Sumário ......................................................................................................................... 106
Exercícios de auto-avaliação ......................................................................................... 106
Actividades de Aprendizagem ...................................................................................... 108
UNIDADE Temática 4.6. Revisão dos Principais Estudos sobre a Medida de
Harmonização ............................................................................................................... 109
Introdução..................................................................................................................... 109
Actividades de Aprendizagem ...................................................................................... 120
vi
TEMA VI: Contabilização dos Instrumentos Financeiros 143
UNIDADE TEMÁTICA 6.1. Contabilização dos contratos futuros .................................. 146
Introdução..................................................................................................................... 146
Exercícios de auto-avaliação ......................................................................................... 147
UNIDADE TEMÁTICA 6.2. Contabilização dos Contratos forward ................................ 154
Introdução..................................................................................................................... 154
Actividades de Aprendizagem ...................................................................................... 158
UNIDADE TEMÁTICA 6.3. Contabilização dos Contratos Swaps ................................... 159
Introdução..................................................................................................................... 159
Exercícios de auto-avaliação ......................................................................................... 160
Sumário ......................................................................................................................... 167
vii
Visão geral
Objectivos do Módulo
9
• Dar a conhecer aos estudantes as teorias que norteiam
a Contabilidade ao longo da sua evolução;
• Perceber a prática contabilística internacional e o papel
dos organismos internacionais de contabilidade;
• Compreender a origem e a necessidade do processo da
harmonização contabilística a nível internacional e a
sua influência no território nacional;
• Analisar os desafios das práticas contabilísticas
nacionais e a profissão de Contabilidade;
Objectivos
• Entender a contabilização dos instrumentos financeiros
de acordo com a NCRF 25 – Instrumentos Financeiros.
▪ Um índice completo.
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
10
Conteúdo desta Disciplina / módulo
Outros recursos
11
Comentários e sugestões
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade,
etc.
Habilidades de estudo
12
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de
manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor
com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de
intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; deve estudar cada ponto
da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que
já domina bem o anterior.
13
comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura
para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e
não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que
surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar;
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou
invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e
apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms,
E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a
preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
tornam incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante
– CR, etc.
As sessões presenciais/virtuais são um momento em que você, caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais/virtuais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do
tempo de estudos a distância, é de muita importância, na medida em
que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com
relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de
apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater
assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes
nos diferentes temas e unidade temática, no módulo.
14
conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor,
sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e
o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos
trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).
Avaliação
Introdução
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
15
UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Origens históricas da contabilidade
Introdução
Caro estudante, ao iniciar esta unidade temática, entra para o módulo
de Contabilidade Internacional Comparada. Portanto, iniciaremos com
as origens históricas da contabilidade, pois ao contrário da maioria das
outras profissões modernas, a contabilidade tem uma história que
geralmente é discutida em termos de um evento seminal - a invenção
e a disseminação dos processos de escrituração de dupla entrada de
Luca Pacioli. No entanto, uma visão da história da contabilidade que
começa a partir da sistematização do método das partidas dobradas,
negligencia uma longa evolução dos sistemas contabilísticos nos
tempos antigos e medievais.
Com esse propósito várias perguntas podem surgir com relação a
pertinência do estudo da história da contabilidade. Uma das questões
que pode surgir é porque devemos estudar a história da
contabilidade? E a outra se esse estudo agrega algum valor ao
conhecimento da contabilidade, principalmente ao se tratar de
contabilidade internacional comparada.
Ora seguramente, uma revisitação a esse passado longínquo da
civilização humana, ajuda a conjeturar o passado em geral e
especificamente ajuda a compreender e a explicar o fenomenal
crescimento que a profissão contabilística esteve subjacente durante
todo o seu percurso, assim como, pode também ajudar a deslumbrar
possíveis tendências futuras da profissão.
Nesta unidade temática abordaremos sobre os primórdios da
contabilidade e debruçaremos sobre porque a contabilidade ficou
sistematizada na Itália por Luca Pacioli.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:
16
registros contabilísticos fazem parte da matéria-prima dos
historiadores.
Registos contabilísticos datam de milhares de anos e foram
encontrados em várias partes do mundo. A principal e a mais
característica manifestação da contabilidade é tão antiga quanto a
civilização do homem, sendo uma consequência da evolução
humana, sobretudo no campo económico (Souza, M.A., Mezzomo,
2012).
17
4. Credito: o uso presente de recursos futuros, porque se não,
não existiria a necessidade de registar transações completadas
no presente.
Como se pode perceber com a lista apresenta por A.C. Litelon, muitos
destes factores não existiam na antiguidade, mas até a idade média
estes factores não eram encontrados simultaneamente de forma
suficientemente forte para forçar a inovação das partidas dobradas.
Sumário
18
simultaneamente encontrados nas sociedades antigas, exemplo
desses elementos são: Propriedade privada, Capital, Comércio,
Credito, Escrita, Moeda e a Aritmética.
Exercícios de auto-avaliação
Actividades de Aprendizagem
Introdução
19
e pesca disponíveis, ao contar os seus rebanhos ou as suas ânforas de
bebidas já estaria a praticar uma forma rudimentar de Contabilidade.
Sendo assim, pode se dizer que, a contabilidade existe desde que o
homem primitivo sentiu a necessidade de controlar só seus bens,
tendo para isso, se utilizado de registos de inscrições feitas em troncos
de arvores ou seixos representando a quantidade de seus recursos.
De acordo com Gonçalves (2010) estes registos em rochas ou em
placas de material diverso representam aquilo que se pode considerar
como os primeiros vestígios de Contabilidade, tendo como propósito
assegurar, como base de apoio memorialista, o posterior controlo dos
seus bens, direitos e obrigações.
A evolução da civilização humana, pode ser usada, para descrever
como ela influenciou a pratica contabilística. Assim, nesta unidade,
iremo-nos, debruçar sobre a contabilidade na antiguidade e na idade
média.
a) Civilização chinesa
Já há muito tempo, a escrita chinesa tinha sido inventada com o
sistema de caracteres que ainda hoje é utilizado na China. Sabe-se no
entanto, que cerca de 800 a.C. existiam, na China, notas de banco.
Também utilizavam moeda metálica, títulos de crédito, dando assim
origem ao aparecimento de entidades intermediárias que
desempenhavam as funções de banqueiros do nosso tempo.
20
industrial desta civilização aponta no sentido de que este não teria
podido processar-se sem a utilização de uma boa forma de
contabilidade adequada, mas como advoga infelizmente nada se
encontrou que nos possa elucidar sobre o funcionamento desta
contabilidade (Gonçalves, 2010).
b) Civilização hindu
Na velha Índia, a profissão de comerciante era tido como muito
honrosa, nesta civilização, tem-se o registo de uma legislação com
algum avanço em matérias económicas. Uma dessas obras é a
Arthasastra, de autoria de Kautiliya, um sábio oriental, que viveu a
dois mil e trezentos anos, na qual constam diversos conceitos e
definições relacionados com a Contabilidade, como definições e
classificações de lucros, custos, receitas e capital, bem como uma
distinção entre despesas ordinárias (constantes) e despesas
extraordinárias (variáveis) (Gonçalves, 2010).
d) Civilização egípcia
e) Civilização grega
21
Os banqueiros gregos, que eram na sua maioria sacerdotes,
praticavam a contabilidade que consistia em controlar os saldos
iniciais e finais, os recebimentos e os pagamentos.
De acordo com Kam (1990) citado por Gonçalves (2010) na Grécia “O
Estado realizava um inventário anual nos templos, e os contabilistas
preparavam as demonstrações financeiras apropriadas, as quais
indicavam as principais fontes de receitas (juros e rendas dos
empréstimos) e a origem das despesas (principalmente sacrifícios,
entretimentos e pagamento de salários)”.
f) Civilização romana
O império romano, um dos mais fortes que a humanidade conheceu, e
que dominou maior parte do mundo antigo, tornou-se o maior centro
politico-económico da época, tendo assim, forte influência sobre a
sociedade ocidental. Os intercâmbios comerciais eram realizados por
todo o Império, e entre este e o mundo bárbaro para lá das suas
fronteiras, o que permitiu um solido desenvolvimento da
contabilidade.
O desenvolvimento da Contabilidade foi paralelo ao da administração
pública e das empresas agrícolas: era já usada uma série de livros de
registo que constituía um sistema ordenado, devendo-se, assim, aos
romanos a primeira grande contribuição para o desenvolvimento da
Contabilidade, o que pode ser comprovado pela existência de alguns
conceitos contabilísticos. De acordo com Amorim (1968) citado por
(Gonçalves, 2010) alguns destes livros são:
− Commentarius (ou Libellus): este livro servia apenas para
registar, preliminarmente, o facto contabilístico exactamente
como havia sido constatado ou ocorrido.
− Adversaria (ou Ephemeris): livro para o qual se passava o
movimento do Commentarius e que segundo alguns autores
correspondia a uma espécie de diário.
− Codex accepti et expensi: uma espécie de caixa. Era
considerado o livro fundamental.
− Tabulae Rationum (ou Codex Rationum) – espécie de razão, “o
Codex Rationum era conservado e podia, na falta de
testemunhas, utilizar- se como meio de prova”.
− Calendarium – aqui se registavam os capitais cedidos, os
nomes dos devedores, a quantia em dívida, os juros mensais,
os dias em que se venciam, etc.
O Commentarius, o Adversaria, o Codex Accepti et Expensi, o
Tabulae Rationum e o Calendarium tanto eram usados na
22
Contabilidade privada como na pública. Os livros exclusivos da
administração pública eram: Breviarium e Rationarium. O primeiro
regista as receitas auferidas pelo governo e o segundo que
descrevia como eram aplicados os recursos do governo.
Sumário
Exercícios de auto-avaliação
23
definições relacionados com a Contabilidade, como definições e
classificações de lucros, custos, receitas e capital, bem como uma
distinção entre despesas ordinárias (constantes) e despesas
extraordinárias (variáveis) pertenceu a civilização grega. ( )
Actividades de Aprendizagem
Introdução
24
Os mil anos entre a queda do Império Romano e a publicação da
Summa de Luca Pacioli são amplamente vistos como um período de
estagnação da contabilidade, e as práticas medievais fora da Itália são
frequentemente ignoradas em resumos históricos.
O renascimento italiano e a invenção das partidas dobradas
Os renascentistas inovadores italianos (séculos XIV a XVI) são
amplamente reconhecidos como os pais da contabilidade moderna.
Eles elevaram o comércio e buscaram ativamente novos e métodos
melhores para determinar seus lucros. Embora os algarismos arábicos
tenham sido introduzidos muito antes, foi durante esse período que os
italianos se tornaram os primeiros a usá-los regularmente no
rastreamento de contas comerciais - uma melhoria em relação aos
numerais romanos cuja importância não pode ser exagerada.
25
completou sua formação universitária com o equivalente a um
doutorado.
Pacioli nunca alegou ter inventado contabilidade de dupla entrada.
Trinta e seis anos antes de seu monumental tratado sobre o assunto,
Benedetto Cotrugli escreveu Delia Mercatura e do Mercante Perfetto,
que incluiu um breve capítulo descrevendo muitas das características
da dupla entrada. Embora este trabalho não tenha sido publicado há
mais de um século, Pacioli estava familiarizado com o manuscrito e
creditou a Cotrugli a origem do método da dupla entrada (Alexander,
2002).
Pacioli tinha cerca de 50 anos em 1494 - apenas dois anos depois de
Colombo ter descoberto a América - quando retornou a Veneza para a
publicação de seu quinto livro, Summa de Arithmetica, Geometria,
Proportioni et Proportionalita (Tudo sobre Aritmética, Geometria e
Proporção). Foi escrito como um resumo e um guia para o
conhecimento matemático existente, e a contabilidade era apenas um
dos cinco tópicos abordados.
Os 36 capítulos curtos de Summa sobre contabilidade, intitulados "De
Computis et Scripturis" ("De considerações e escritos"), foram
acrescentados, "para que os súditos do mais gracioso duque de Urbino
possam ter instruções completas na condução dos negócios, "e para",
dar ao comerciante sem demora informações sobre seus ativos e
passivos.
O livro de Pacioli era, de seus três livros, o mais parecido com o
equivalente moderno. As colunas de dinheiro e data eram quase
idênticas às dos livros modernos, com entradas consistindo de breves
parágrafos, débitos no lado esquerdo de uma página dupla (deve dare)
e créditos no lado direito (deve avere).
26
esquerdo do balanço e os créditos à direita. Se os dois totais forem
iguais, o ledger antigo será considerado equilibrado. Se não, diz
Pacioli, "isso indicaria um erro em seu livro, erro esse que você terá
que procurar diligentemente com a indústria e a inteligência que Deus
lhe deu".
Sumário
Exercícios
Actividades de Aprendizagem
Responda as seguintes questões:
1. Porque se diz que entre a queda do Império Romano e a
Publicação da Suma de Luca Pacioli, são períodos de estagnação da
contabilidade?
2. Explique porque os renascentistas inovadores italianos são
reconhecidos como os pais da contabilidade moderna.
3. Porque o livro de Pacioli era o mais próximo ao moderno?
27
TEMA II: Profissão De Contabilidade Nacional e Internacional
Introdução
Introdução
28
sistema tributário, também permanecera como era durante o período
colonial, os ministros do novo governo nas áreas de Economia e
Finanças teriam sido educados no sistema de contabilidade português
(Macuácua, 2003). Com isto fundamenta-se, a herança que
Moçambique teve de Portugal a nível da prática da profissão
contabilística.
29
contabilidade e de auditoria, a atribuição e certificação das
categorias profissionais de Contabilista Certificado e de Auditor
Certificado, por meio da emissão das respectivas Cédulas
Profissionais;
b) a superintendência de todos os aspectos relativos ao acesso
e exercício das profissões de contabilidade e de auditoria, de
modo a garantir a sua independência técnica e funcional, a
defesa da dignidade e prestígio dos seus membros, bem como
dos seus direitos e prerrogativas, a afirmação da função social
da profissão e a promoção e respeito pelos respectivos
princípios deontológicos:
c) a representação dos interesses profissionais de todos
aqueles que exerçam ou venham a exercer em Moçambique
atividades de profissionais de contabilidade e de auditoria;
d) o exercício da jurisdição disciplinar relativamente a todos os
seus membros;
e) a promoção dos mais elevados padrões técnicos e níveis de
desempenho dos membros. (Grifo nosso)
30
membros, de forma a promover a melhoria da qualidade das suas
competências profissionais;
31
principais reformas ocorridas foram: (i) mudança do sistema
monopartidário para multipartidário; (ii) privatização das empresas
estatais; (iii) reformulação e liberalização do sistema financeiro; (iv)
estabelecimento do primeiro mercado de ações; (v) aumento de
investimento direto estrangeiro (IDE); (vi) reforma do sistema legal e
fiscal e Reforma da Administração Pública.
Apesar das reformas e mudanças mencionadas em cerca de 20
anos, o sistema de contabilidade para as empresas ainda era regulado
pelas normas coloniais e socialistas. Havia nesse caso, a necessidade
de adequar a contabilidade para o sistema de economia orientado
para o mercado. O plano não continha a estrutura conceitual e nem
fazia menção de princípios e políticas contabilísticas. O documento
era eminentemente técnico, fundamentado por regras de débito e de
crédito das contas do ativo, passivo, assim como da movimentação das
contas de resultado.
32
V Demonstrações Modelo de balanço e demonstração de resultados e
financeiras anexos sobre o detalhamento das contas.
VI Quadro e código Classe 1 meios circulantes financeiros, classe 2
de conta contas de meios circulantes materiais, classe 3
contas de meios imobilizados, classe 4 contas de
credores, classe 5 contas de capital e fundos
próprios, classe 6 contas de custos e perdas, classe 7
contas de proveitos e ganhos, classe 8 contas de
resultados, classe 5 contas analíticas de exploração.
VII Terminologia e Estabelece as regras de movimentação das contas
movimentação que constituem cada classe de contas.
das contas
S Modelo de Anexo do modelo de balanço e de demonstração de
Balanço e resultados.
Demonstração de
Resultados
Fonte: (JUANIHA, 2016)
33
Esta fase consiste num importante marco da mudança da
contabilidade. Pois, entra em vigor num momento em que as regras
estabelecidas no primeiro PGC (1984-2006) já estavam enraizadas na
prática e no ensino, e as do segundo PGC (2006-2009) em fase de
consolidação e aperfeiçoamento por se tratar de uma atualização do
primeiro.
Os normativos anteriores são baseados em regras, não
apresentam, a estrutura conceitual e, não fazem menção clara sobre
os princípios e políticas de contabilidade. Diferentemente, as normas
do IASB, tem subjacente os princípios e julgamentos com base em uma
estrutura conceitual que delineia toda a sua aplicabilidade. E está
organizado com se apresenta no Quadro 11.
Capítul
Titulo Elementos constituintes / conceituais do capítulo
os
1.1 Introdução ao PGC NIRF
1.2 Quadro conceptual
1.3 Regras para a primeira aplicação
I
1.4 Normas de Contabilidade e de Relato Financeiro
PGC-
1.5 Código de Contas
NIRF
1.6 Modelo de Demonstrações Financeiras
1.7 Glossário de termos e expressões
1.8 Tabela de correspondência NIRF e IAS/IFRS
2.1 Introdução ao PGC-PE
2.2 Bases, Conceitos e Princípios
II 2.3 Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras
PGC-PE 2.4 Quadro e código de contas
2.5 Modelos de demonstrações financeiras
2.6 Conteúdo e movimentação de algumas contas
Fonte: Decreto nº 70/ 2009 de 22 de dezembro
34
tradução oficial nem integral e, por conseguinte a sua aplicação não
dispensa, quando apropriado ou exigido, a leitura e aplicação das
normas que lhe serviram de base, bem como eventuais alterações que
possam ter sido efetuadas. Isso pressupõe constante preocupação do
organismo profissional em manter o corpo de profissionais
sistematicamente atualizados.
Sumário
Auto-avaliação
35
Exercícios
Introdução
36
organizações internacionais também aplicam as IPSAS.
37
Quadro 3 IPSAS e Objectivos Gerais
IPSAS DESIGNAÇÃO OBJETIVO GERAL BASEADA
Estabelecer os requisitos gerais
Apresentação de para a apresentação de
IPSAS 1 Demonstrações demonstrações financeiras, IAS 1
Financeiras estrutura e requisitos mínimos de
conteúdo.
Exigir a prestação de informação
Demonstrações de acerca das alterações históricas
IPSAS 2 IAS 7
Fluxos de Caixa de caixa e seus equivalentes
através de uma DFC
Estabelecer os critérios para a
Políticas seleção e alteração de políticas
Contabilísticas, contabilísticas, juntamente com o
Alterações em tratamento contabilístico e
IPSAS 3 IAS 8
Estimativas divulgação das alterações na
Contabilísticas e política, estimativas
Erros contabilísticas e na correção de
erros.
Estabelecer como incluir
Os efeitos de
transações e operações em
IPSAS 4 Alterações em IAS 21
moeda estrangeira nas
Taxas de Câmbio
Demonstrações Financeiras
Prescrever o tratamento
contabilístico, a norma exige
Custos de que sejam considerados como
IPSAS 5 Empréstimos gastos do período e permite IAS 23
Obtidos tratamento alternativo para os
custos de empréstimos
obtidos.
Estabelece os requisitos para a
preparação e apresentação de
Demonstrações DF consolidadas, e para a
Financeiras contabilização de entidades,
IPSAS 6 IAS 27
Consolidadas e entidades conjuntamente
Separadas controladas e associadas nas
DF’S da que controla, do
empreendedor e do investidor
Proporcionar as bases para a
Investimentos em contabilização dos interesses
IPSAS 7 IAS 28
Associadas de propriedade em
associadas.
38
Proporcionar as bases para a
Interesses em
contabilização dos interesses
IPSAS 8 empreendimentos IAS 31
de propriedade em
conjuntos
empreendimentos conjuntos.
Prescrever o tratamento
Rédito de
contabilístico do rédito
IPSAS 9 Transações em IAS 18
proveniente de transações e
Troca
acontecimentos com troca.
IPSAS DESIGNAÇÃO OBJETIVO GERAL BASEADA
Prescrever o tratamento
contabilístico nas DF’S individuais
e consolidadas de
Relato Financeiro em uma entidade cuja moeda
IPSAS 10 economias funcional é de uma economia IAS 29
Hiperinflacionárias hiperinflacionária; especificar o
tratamento contabilístico caso a
economia deixe de ser
hiperinflacionária.
Prescrever o tratamento
Contratos de contabilístico dos custos e réditos
IPSAS 11 IAS 11
Construção associados a contratos de
construção.
Proporcionar orientação prática
para a determinação do custo e o
IPSAS 12 Inventários seu subsequente reconhecimento IAS 2
como gasto, incluindo os
ajustamentos para VRL.
Prescrever para locatários e
Locadores as políticas
contabilísticas e divulgação
IPSAS 13 Locações IAS 17
apropriadas a aplicar
relativamente às locações
financeiras e operacionais.
Prescrever quando uma entidade
deve ajustar as suas DF’S
relativamente a acontecimentos
Acontecimentos após após a data de relato e quais as
IPSAS 14 IAS 10
a data de Relato divulgações a efetuar acerca da
data em que as DF’S foram
autorizadas para
emissão.
Prescrever o tratamento
Propriedade de contabilístico e respetivos
IPSAS 16 IAS 40
Investimento requisitos de divulgação para as
propriedades de investimento.
Prescrever o tratamento
contabilístico para AFT de forma
que os utilizadores das DF’S
IPSAS 17 Ativos Fixos Tangíveis IAS 16
percebam a informação sobre o
investimento de uma entidade e
as respetivas alterações.
Estabelecer princípios para
Relato por
IPSAS 18 relatar informação financeira por IAS 14
Segmentos
segmentos.
39
Definir provisões, passivos
contingentes e ativos
Provisões, Passivos contingentes, identificar as
IPSAS 19 Contingentes e circunstâncias em que as IAS 37
Ativos Contingentes provisões devem ser
reconhecidas, mensuradas e
quais as divulgações a efetuar.
40
Prescrever procedimentos que uma
entidade deve aplicar para
IPSAS 26 Imparidade de determinar se um ativo gerador de
(Fevereiro Ativos Geradores caixa está em imparidade e IAS 36
2008) de Caixa assegurar que as perdas são
reconhecidas e como reverter uma
perda por imparidade
41
Demonstrações Estabelecer requisitos para a
IPSAS 34 Financeiras elaboração das demonstrações IAS 27
Separadas financeiras separadas
Prescrever a contabilização de
investimentos em associadas e
Investimentos em empreendimentos e estabelecer os
Associadas e requerimentos para a aplicação do
IPSAS 36 IAS 28
Empreendimentos método de equivalência
Conjuntos patrimonial quando para
investimentos em coligadas e joint
ventures.
Estabelecer princípios para
relatórios financeiros por entidades
que tenham
IPSAS 37 Arranjos Conjuntos IFRS 11
interesse em arranjos que são
controlados em conjunto (ou seja,
acordos conjuntos).
Exigir que uma entidade divulgue
informações que permitam aos
usuários de seus demonstrações
financeiras para avaliar: (a) A
natureza e os riscos associados às
suas participações em entidades
Divulgação de
controladas, não consolidadas
IPSAS 38 interesses em IFRS 12
entidades controladas, joint-
outras entidades
ventures e coligadas, e entidades
estruturadas que não são
consolidado; e (b) Os efeitos desses
interesses em sua posição
financeira, desempenho financeiro
e fluxos de caixa.
Prescrever a contabilização e
divulgação para os benefícios de
empregado. O Padrão exige que
uma entidade reconheça: (a) Um
passivo quando um funcionário
forneceu serviço em troca de
Benefícios dos benefícios a empregados ser pago
IPSAS 39 IAS 19
Empregados no futuro; e (b) uma despesa
quando a entidade consome os
benefícios econômicos ou
potenciais de serviço decorrentes
do serviço prestado por um
empregado em troca de benefícios
do empregado.
42
Melhorar a relevância, a
representatividade fidedigna e
comparabilidade das informações
Combinações do IFRS 3
IPSAS 40 fornecidas por uma entidade que
Sector Público (partially)
divulga nas suas demonstrações
financeiras combinação do setor
público e seus efeitos.
Estabelecer princípios para o relato
financeiro de ativos financeiros e
passivos financeiros que
apresentem informações
Instrumentos relevantes e úteis aos usuários das
IPSAS 41 IFRS 9
Financeiros demonstrações financeiras para a
avaliação dos valores,
tempestividade e incerteza dos
fluxos de caixa futuros de uma
entidade.
Adaptado de : (C. S. F. Rodrigues, 2015)
Como se pode ver, pelo quadro acima, as IPSAS são próximas as IFRS,
assim, a doção desse normativo no sector público, pressupõe, a priori,
elevada capacidade técnicas dos contabilistas do sector público. O que
constitui um desafio, sobretudo para os países em vias de
desenvolvimento, onde esta ferramenta se apresenta como elemento
essencial para conferir maior transparência e credibilidade da
utilização dos recursos públicos.
43
Figura 2 Adoção das Normas de Relato Financeiro por Países
Fonte: IFAC
45
Resumo
Auto-avaliação
46
Exercícios
Introdução
Objectivos
Especifícos
1. O IFAC
47
(Nobes & Parker, 2010).
2. O AISG e o G4+1
3. O IOSCO
4. A União Europeia
5. O PAFA
48
lucrativos, atualmente com 53 organizações profissionais de
contabilidade (PAOs) de 43 países. Sua missão consiste em acelerar e
fortalecer a voz e a capacidade da profissão de contabilidade para
trabalhar no interesse público, facilitar o comércio e aumentar os
benefícios e serviços de qualidade aos cidadãos da África.
Resumo
Auto-avaliação
Exercícios
49
d. PAFA
Introdução
Para estudarmos esta unidade, ela foi dividida nos seguintes tópicos:
3.1.A corrente Europeia continental
3.2.A corrente Anglo-saxônica
3.3.O papel desempenhado pelo Financial Accounting Standard
Board e pelo International Accounting Standard Board
3.3.O papel desempenhado por outros organismos
internacionais de contabilidade
Introdução
50
avançar as principais características de países com influência desta
corrente.
Ao completar esta unidade, estamos convictos que você seja capaz de:
1. A Contabilidade na França
51
Geral de Contas, administrado pelo conselho Nacional de
Contabilidade (CNC), Comité de Regulamentação Contabilística (CRC),
Comissão de Operações de Bolsa (CDB) e influências das Diretivas da
União Europeia e padrões internacionais do IASB.
52
Operações de Bolsas é um organismo do sector público, mas de certa
forma como actuação independente do Governo. A COB é órgão
responsável pela proteção aos investidores dos mercados de acções e
pelo monitoramento quanto ao bom funcionamento do mercado,
aliás, sua actuação em termos de matéria contabilística é limitada,
pois não edita padrões ou normas. O seu presidente é também
membro do Conselho Nacional de Contabilidade - CNC (Ninam, 2010).
53
a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração do Regulamento do Exercício;
c) Notas Explicativas; e
d) Fluxo de Caixa (não é obrigatório, mas é recomendado pela
Ordem dos Especialistas de contabilidade).
Ninam (2010), escreveu que que até 1970 não haviam regras
específicas para demonstração consolidada, já que somente após
aquela data, com a globalização, desregulamentação e privatização
começou a despertar interesse das empresas entrarem mais
activamente no mercado de capitais (mercado norte-americano,
principalmente), com isso, a exigências de apresentar relatórios
contabilísticos, preparados com base em USGAAP e, posteriormente,
no IASB. Na França, a auditoria foi originariamente prevista na
legislação de 1867, sendo na actualidade obrigatório para empresas
que se enquadram em determinados parâmetros como vendas,
activos totais e número de funcionários. Por outro lado, a
regulamentação vigente exige que os auditores tornem públicos os
actos criminais e tenham contrato para auditar durante seis exercícios
e não anualmente.
2. A Contabilidade na Alemanha
54
este pensamento em detrimento de investidores.
55
estabelecendo a normalização contabilística, foi incorporada também
no Código Comercial Alemão visando estabelecer regras adicionais
para bancos e seguradoras, cooperativas sociedades por quotas de
responsabilidade limitada, entre outros. Na Alemanha, a legislação
fiscal influência princípios e práticas contabilísticas e,
consequentemente, o seu impacto é significativo no financial
reporting, ou seja, as despesas são somente dedutiveis se
reconhecidas na contabilidade societária. Exemplos, nesse sentido,
incluem depreciações, provisões (exigíveis e retificadores de ativo),
que são reflectidas conservadoramente.
56
c) Firmas individuais, associações e cooperativas.
a) Continuidade;
b) Separação dos exercícios ou competência;
c) c) Prudência; d) Permanência dos modelos ou consistência;
d) Não compensação;
e) Importância significativa ou materialidade;
f) Clareza ou transparência; Inteireza; e
g) Substancia sobre a forma.
57
2.4. Demonstrações Financeiras e Nível de Aderência às Normas Internacionais do IASB
a) O Balanço Patrimonial;
b) Demonstrações do resultado do exercício;
c) Notas Explicativas; e
d) Relatório da Diretoria.
58
tiveram que adaptar-se ao USGAAP ou reconciliado embora tem
revelado grandes diferenças.
Sumário
Exercícios de auto-avaliação
Agora, resolvendo os exercícios de auto-avaliação que se seguem,
certifique-se que entendeu a discussão proposta nesta unidade
temática.
1. Quais dos normativos contabilísticos estabelece as regras
contabilísticas para as sociedades francesas?
a. Lei Societária e Fiscal c. Plano Geral de Contas
b. Código Comercial d. Todos os normativos
2. A França e Alemanha, sendo países da corrente europeia
continental, a profissão contabilística:
a. Influencia significativamente na edição das normas
contabilísticas
b. É a que determina as regras para edição das normas
contabilísticas
c. Não exerce forte influência na edição das normas
contabilísticas
d. Nenhuma das alternativas é correcta
59
d. Nenhuma das alternativas é correcta.
4. Quais dos princípios contabilísticos não é previsto pela
contabilidade da França, mas é previsto pela contabilidade Alemã?
a. Materialidade c. Custo histórico;
b. Não compensação; d. Prudência;
Actividades de Aprendizagem
60
UNIDADE TEMÁTICA 3.2. A Corrente Anglo-saxónica
Introdução
61
1.2. Ambiente Legal e Regulamentar
62
voltou-se mais para questões relacionadas ao desenvolvimento do
currículo universitário e, só mais tarde para questões relacionadas ao
desenvolvimento da teoria contabilística, logo após o Crack da Bolsa
de Valores de New York em 1929, membros de instituto Norte-
americano de Contabilistas (AIA) e da própria Bolsa de Valores (NYSE)
reuniram-se para discutir diferentes aspectos contabilísticos de
interesse dos investidores das Bolsas e dos Contabilistas quanto a
elaboração e a publicação de demonstrações contabilísticas.
63
oficialmente reconhecidos como tendo autoridade substancial para
serem adoptados pelas companhias listadas nas bolsas e a sua não
observância deve ser considerada pelo auditor, na emissão de seu
parecer, de que as demonstrações financeiras podem estar enganosas
e o código de ética Profissional do AICPA pode até descredenciar o
auditor (Ninam, 2010).
64
2.Contabilidade na Grã-Bretanha
65
legislação (Companies act 1947) que além de estabelecer regras para
agrupamento de contas, introduziu exigências de evidenciação e, o
mais importante, decretou que contabilistas e auditores deveriam
preparar e apresentar demonstrações financeiras que reflectissem a
visão justa e verdadeira da companhia.
66
1. Instituto de Contabilistas Licenciados da Inglaterra e de Gales
(ICAEW);
2. Instituto de Contabilistas Licenciados da Escócia (ICAS);
3. Instituto de Contabilistas Licenciados da Irlanda (ICAI);
4. Associação de Contabilistas Licenciados Certificados (ACCA);
5. Instituto de Contabilistas Gerenciais Licenciados (CIMA); e
6. Instituto de Contabilidade e Finanças Públicas (CIPFA).
a) Continuidade da exploração;
b) Comprometimento ou Independência dos exercícios;
c) Consistência;
d) Prudência;
e) Não compensação;
f) Materialidade;
g) Custo histórico;
h) Intangibilidade do balanço; e
67
i) Prevalência da realidade sobre a aparência.
a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração do Resultado do Exercício;
c) Demonstração do Fluxo de Caixa);
d) Relatório de Diretoria (descrevendo as principais atividades
desenvolvidas no período); e
e) Relatório dos Auditores Independentes. É recomendada pelo
IASB uma declaração ou relatório sobre governança
corporativa.
3. A Contabilidade no Japão
a) É um país do Oriente;
b) É um aís totalmente diferente em termos de cultura;
c) Dificuldade de comunicação, provocada pela barreira da
linguagem e
d) Ora é classificado como país de influência anglo-saxã e Ora
como da Europa Continental.
68
a tecnologia, energia e o fortalecimento da economia como um todo.
a) Código comercial;
b) Legislação da área do Mercado de Capitais (securities and
Exchange law); e
c) Legislação da área fiscal.
69
O primeiro, liderando as sociedades anónimas e com especial atenção
legal e não económica, a semelhança da Alemanha, está sob jurisdição
do Ministério da Justiça, e por consequência, as regras da
contabilidade convergem mais para a protecção dos credores em vez
de investidores. Este normativo, diferentemente da Alemanha e
França, não contempla muitos detalhes, requerendo (não com muita
frequência) procedimentos ao longo da sua operacionalização.
70
investidores que foi influenciada pelos Estados Unidos após a Segunda
Guerra Mundial, um país de domínio anglo-saxónico. Finalmente, a
legislação fiscal que possui características próprias, cuja objectivo não
é muito de favorecer o financial reporting.
71
3.3. Princípios Contabilísticos no Japão
a) Balanço Patrimonial.
b) Demonstração do Resultado do Exercício.
c) Relatório da Administração e Notas Explicativas.
d) Relatório de Lucros ou Prejuízos Acumulados (com proposta de
destinação de lucro).
72
iii. Pesquisa e desenvolvimento: geralmente são lançados como
despesa quando incorridos; e
iv. Contatos de construção: permitindo tanto o método do
“estágio de acabamentos” ou “reconhecimento somente ao
final do contrato”.
4. A Contabilidade na Holanda
73
incorporado ao Código Civil (1976). Da mesma forma, os dispostos da
4ª e 7ª Directivas, promulgados pela União Europeia tratando de
matérias contabilísticas como avaliação de activos e elaboração de
demonstrações financeiras anuais, também foram incorporados ao
Código Civil holandês.
74
(Fundação para Investigação de Informações Corporativas), um
organismo privado criado em 1976 com o objectivo de monitorar e
fiscalizar o cumprimento de exigências legais nas demonstrações
financeiras publicadas. Sua actuação antecede às atribuições do
Enterprise Chamber (Ninam, 2010).
a) Realização;
b) Prudência
c) Competência;
d) Continuidade; e
e) Avaliação individual (semelhante à entidade).
75
princípio contabilístico, apesar da Holanda seguir a linha de capitalizar
o bem arrendado como activo na arrendatária, seguindo tendência
internacional. Ora seguramente, as demonstrações financeiras devem
reflectir fiel, clara e sistematicamente (ou consistentemente) a posição
financeira da empresa.
a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração do Resultado do Exercício;
c) Relatório da Directoria; e
d) Notas Explicativas.
76
Sumário
Exercícios de auto-avaliação
a. Anglo-saxônica;
b. Europeia continental;
c. Nem anglo-saxônica e nem da Europa continental;
d. Ora anglo-saxônica, ora europeia continental.
3. A França e a Grã-Bretanha são países cuja influência é da corrente
77
contabilística:
a. Europeia continental;
b. Anglo-saxônica;
c. O primeiro da Anglo-saxônica e o segundo da Europeia
continental;
d. O primeiro da Europeia continental e o segundo da Anglo-
saxônica.
4. São aspectos que caracterizam a corrente anglo-saxônica os
seguintes;
Actividades de Aprendizagem
78
79
UNIDADE TEMÁTICA 3.3. O Papel Desempenhado pelo FASB e IASB
Introdução
80
proposta de padrões de contabilidade a ser disponibilizada para
comentários públicos, antes da respectiva finalização e emissão como
um pronunciamento do FASB.
A relação deste organismo com o IASB, é que ambos condicionam a
uniformização internacional de padrões contabilísticos,
proporcionando por consequência, não apenas a qualidade da
informação produzida, mas também relatórios financeiros confiáveis e
credíveis, garantindo que estes sejam comparados e compreendidos
internacionalmente.
Sumário
81
Exercícios de auto-avaliação
Actividades de Aprendizagem
82
UNIDADE TEMÁTICA 3.4. O Papel Desempenhado por outros Organismos Internacionais de
Contabilidade
Introdução
O papel de alguns organismos internacionais de contabilidade já foi
discutido em tópico anterior, por isso, nesta unidade, iremos reforçar
esta temática, abordado outros organismos, incluindo, organismos
não contabilísticos, mas que, tem desempenhado papeis relevantes no
desenvolvimento da profissão.
1. O IAAA
2. O CAPA e o ESEAN
A Confederação dos Contabilistas da Ásia e Pacífico (CAPA) ser rastreadas até 1957,
embora ela não foi formalmente organizada até 1976 e o ASEAN Federação dos
Contabilistas (AFA) criada em Bangkok, em 1977, segundo Choi (1979) citado por
Nobes (2010) um dos seus objectivos era de juntar países contra a adoção integral
das normas internacionais que poderiam não ser adequadas as circunstancias locais.
No entanto, nem CAPA e nem AFA, reduziram a influência do IASC ou dos EUA na
harmonização contabilística.
3. O ECSAFA
83
'Grupo Intergovernamental de peritos em normas internacionais de contabilidade e
Reporting' (ISAR) em 1979 e, este grupo publicou algumas normas sobre divulgações
pelas multinacionais.
Resumo
Exercícios de auto-avaliação
Exercícios
84
TEMA IV: NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA INTERNACIONAL
Introdução
Prezado estudante, estamos agora entrando para o quarto (4º) tema
do nosso módulo, no qual pretendemos discutir seis (6) unidades
temáticas relacionadas a normalização contabilística internacional:
Seja bem-vindo!
Introdução
85
▪ Descrever os aspectos que demarcam a utilidade da classificação
dos sistemas contabilísticos no estudo da harmonização
internacional;
Objectivos ▪ Relacionar a classificação dos sistemas contabilísticos e o
Específicos processo de harmonização internacional;
86
Nobes (1983) analisou as diferenças entres práticas contabilísticas de
empresas de países desenvolvidos do mundo ocidental (14 países),
utilizando como base um programa de visitas, entrevistas e leituras
relacionadas a esses países. Essa classificação demonstra a tradicional
separação dicotômica dos sistemas contábeis entre países Anglo-
Saxões e países da Europa Continental, já que a primeira separação de
países foi em dois grupos. A figura a seguir apresenta a classificação de
Nobes (1983)
(Nobes & Parker, 2010) apresenta uma nova classificação dos sistemas
contábeis baseada nas escolhas contabilísticas feitas pelas maiores
empresas de oito países e compara os resultados com a classificação
proposta em 1983. Para o autor, apesar de 30 anos de harmonização,
diferenças significativas em termos de práticas contabilísticas ainda
podem ser encontradas e a tradicional separação dicotômica entre
países Anglo-Saxões e países da Europa Continental é evidente e
persiste.
87
IFRS não foram adotadas nos países que representam os 16 maiores
mercados de capitais do mundo. Conforme o autor, cuidado é
necessário ao afirmar que a adoção das IFRS é quase universal, já que,
mesmo que todas as empresas em compliance com as IFRS, os
incentivos dos preparadores permanecem essencialmente locais.
Sumário
88
Actividades de Aprendizagem
Introdução
89
Tua (2000) documentou que o inicio da harmonização internacional da
informação financeira começa a gerar-se nos Congressos Mundiais de
Profissionais de Contabilidade, tendo o primeiro sido realizado em
1904 em San Louis, nos EUA, e celebrados regularmente, de cinco em
cinco anos, desde então. Doupnik (1987, p. 47), citado por Jarne
(1997), situa a origem da harmonização internacional na proposta de
Kraayenhof (1960), relativa a possibilidade de estabelecer Comités
encarregues da emissão de normas de contabilidade de alcance
internacional.
90
económicas, com vista, a garantir a comparabilidade das informações
entre estas, a universalidade dos pronunciamentos financeiros e a sua
compreensibilidade pelos diversos agentes económicos.
Sumário
A origem do processo harmonizador deu-se inicialmente com os
Congressos Mundiais de Profissionais de Contabilidade em 1904 em
San Louis, nos EUA. Desde então, o seu desenvolvimento foi se dando
quando surgem organismos reguladores da contabilidade ao nível
internacional, como é o caso do IASB, FASB e IFAC. Em matérias de
contabilidade, além do conceito da harmonização, há outros conceitos
diferentes, entre eles, normalização, padronização, uniformização e
convergência.
Exercícios de auto-avaliação
91
2. A principal preocupação que originou o processo de harmonização
contabilística é:
a. Propor que a informação financeira fosse estruturada sob um e
único modelo em todos os países do mundo.
b. A procura de comparabilidade da informação.
c. Melhorar a qualidade das demonstrações financeiras.
d. Desenvolver critérios de reconhecimento e mensuração
universalmente aceites.
3. Quais destas alternativas, não constitui motivo que originou o
processo da harmonização contabilística!
a. Ausência na nova divisão internacional do trabalho.
b. Acesso as redes financeiras internacionais;
c. Penetração nos mercados mundiais;
d. Participação no processo global de industrialização;
4. Em relação ao conceito da harmonização, é certo afirmar que:
a. As normas objectivam a universalidade dos pronunciamentos
financeiros e a sua compreensibilidade pelos diversos agentes
económico.
b. As normas buscam a uniformidade das demonstrações
financeira de acordo com o padrão internacional, embora
respeitando as características de cada país;
c. As normas são traduzidas e adaptadas de acordo comas
características do país, sem, entretanto, perder as
características básicas das mesmas.
d. As normas constituem métodos comuns de contabilidade a
serem seguidas pelas entidades económicas em todo o mundo.
Actividades de Aprendizagem
92
UNIDADE TEMÁTICA 4.3. Vantagens e Desvantagens do Processo Harmonizador
Introdução
93
financeiras, a harmonização contabilística permitiria também, aos
países sem sistema contabilístico desenvolvido, utilização do modelo
contabilístico internacional, favorecendo com isso, a prática da
contabilidade organizada.
Sumário
94
Exercícios de auto-avaliação
Actividades de Aprendizagem
Exercícios
1. Auxiliando-se da literatura de matérias sobre a contabilidade
internacional, faça um levantamento em torno das vantagens e
desvantagens apontadas sobre o processo de harmonização
contabilística.
95
UNIDADE TEMÁTICA 4.4. A Procura de Comparabilidade da Informação: A Resposta das
Empresas Multinacionais
Introdução
96
reflectida ao nível das instituições harmonizadoras, seja no contexto
regional enquanto preocupados para a adopção e ou convergência às
normas internacionais, seja no contexto internacional enquanto
reguladoras da contabilidade internacional. Em terceira ordem, talvez
destaca-se o papel das empresas, desde que encarrem esta exigência
como requisito inicial para satisfazer a preocupação dos utilizadores
externos e olhando para as vantagens. Ora vejamos.
97
mundo todo.
Sumário
Exercícios de auto-avaliação
98
a. Accionistas, fornecedores e a equipa de gestão das empresas
multinacionais.
b. Os utilizadores da informação, com destaque aos externos, os
organismos reguladores e as empresas multinacionais.
c. Aquipa de gestão das empresas multinacionais, o governo e
outros utilizadores da informação financeira.
d. Os organismos reguladores e os utilizadores da informação
financeira.
2. De forma sintética, o papel das empresas multinacionais na procura
de comparabilidade da informação financeira, é:
a. Estabelecimentos de critérios de registos contabilísticos que
sejam universalmente compreendidos.
b. Propor que as demonstrações contabilísticas sejam o meio
para atrair investimentos externos.
c. Encarar esta exigência como requisito inicial para satisfazer a
preocupação dos utilizadores externos e olhando para as suas
vantagens para a entidade.
d. As alternativas B e C.
3. Na procura de comparabilidade da informação, as posições
adoptadas pelas empresas multinacionais poderão ser sistematizadas
do seguinte modo:
a. Não fazer nada; não efectuar traduções das demonstrações
financeiras; traduzir e e converter as demonstrações
financeiras; reconciliação das demonstrações financeira e
elaborar demonstrações financeiras secundárias.
b. Não fazer nada; efectuar traduções das demonstrações
financeiras; efectuar traduções e conversões de
demonstrações financeiras; reconciliação das demonstrações
financeira e elaborar demonstrações financeiras secundárias.
c. Efectuar traduções das demonstrações financeiras; efectuar
traduções e conversões de demonstrações financeiras;
reconciliação das demonstrações financeira e elaborar
demonstrações financeiras secundárias;
d. Não fazer nada; efectuar traduções das demonstrações
financeiras; efectuar traduções e conversões de
demonstrações financeiras; reconciliação das demonstrações
financeiras e retificar demonstrações financeiras secundárias.
Actividades de Aprendizagem
99
2. Descreva as posições tomadas pelas empresas multinacionais em
resposta da procura de comparabilidade informação financeira.
3. Como explica a inserção dos organismos reguladores da
contabilidade internacional no processo de procura pela
comparabilidade da informação financeira? e dos utilizadores?
4. No seu entender, em que consiste a procura de comparabilidade
informação financeira.
100
UNIDADE TEMÁTICA 4.5. Organismos Institucionais Envolvidos na Harmonização
Contabilística
Introdução
101
Quadro 4 - Organismos de Projecção Mundial e Carácter Publico
Organismo Principais destaques
− Fundado em 1961 com o objectivo de
potenciar o desenvolvimento económico;
− Criou em 1975 um Comité de Investimento
Internacional e Empresas Multinacionais;
− Em 1979, O Grupo de Trabalho sobre Normas
OECD de contabilidade publicou um compêndio
(Organisation sobre as práticas contabilísticas dos seus
for Economic países membros. Este grupo realizou na
Cooperation década de oitenta estudos comparativos sobre
and áreas concretas da informação financeira;
Development) − Realizou alguns estudos sobre harmonização
contabilística;
− Desde década de noventa intervém na
prestação de assistência e assessoria na
reforma da contabilidade de muitos países (em
especial na Europa Central e de Leste).
− Criado em 1945 visando preservar a paz e
promover o desenvolvimento a partir da
colaboração mútua;
− O Conselho Económico e Social da ONU criou
em Julho de 1972 a Comissão da Empresas
Transnacionais, um grupo de peritos para o
estudo do papel das empresas multinacionais
e o seu impacto no progresso económico
mundial;
− Em 1977, publicou o “International Standards
of Accounting and Reporting for Transnational
UN (United Corporations: Tchnical Papers”, relatório que
Nations) contém dados financeiros e de outra natureza
que deveriam ser incluídas nos relatórios
anuais das empresas multinacionais.
− O grupo de peritos ISAR (Intergovernamental
Work Group of Expertson Intrenational
Standards of Accounting Reporting),
propriedade da UN, tem vindo a efectuar
publicações periódicas sobre diversos temas
como a contabilidade em períodos de inflação,
fundos de pensões, subsídios e outras ajudas
oficiais, novos instrumentos financeiros e
contabilidade ambiental.
102
− Fundado em 1995. Instituição sucessora do
WTO (World GATT.
Trade − Em 1996, a WTO efectuou um comunicado em
Organisation) Singapura onde afirma o apoio à elaboração
do conjunto de normas do IASB e da IFAC.
Fonte: Rodrigues e Pereira (2004).
103
− A sua origem remonta ao tratado de Roma
assinado em 1957 no qual se estabeleceu como
objectivo alcançar a livre circulação de bens,
serviços, pessoas e capitais.
− A estratégia para a harmonização contabilística
seguida pela UE tem a sua origem nas Directivas
contabilísticas, cujo objectivo era de alcançar
“Comparabilidade” e “equivalência” na informação
proporcionada pelas empresas dos estados
UE (União membros.
Europeia) − Foram criados no interior da EU grupos específicos
para abordar os temas relacionados com
contabilidade: Comité de Contacto e Fórum
Consultivo.
− Concluída a primeira fase do processo
harmonizador europeu a UE, em 1995 inicia uma
nova etapa seguindo de perto os esforços
desenvolvidos pelo IASB cujas normas serão
utilizadas a partir de 2005 pelas empresas
europeias cotadas em mercado de valores.
− Fundado em 1991 com a celebração de um tratado
entre a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai,
passou em 1995 de zona de livre comércio a uma
União aduaneira.
MERCOSUR
− A nível contabilístico não tomou este organismo
nenhuma iniciativa específica, adoptando os seus
membros alguns posicionamentos em relação a
utilização das normas do IASB.
Fonte: Rodrigues e Pereira (2004) “adaptado”.
1.4. Organismos de Projecção Regional e Carácter Privado
104
Quadro 7 - Organismos de Projecção Regional e Carácter Privado
Organismo Principais destaques
− Foi criado em Outubro de 1986 em Lausane, pela
fusão da UEC (Union Européennedes Experts
Comptables, Economiqueset Financiers) o Group
FEE d’Etudes des Experts Comptables da CEE, por
(Fedération ocasião das V jornadas da UEC.
des Experts − A FEE é o principal organismo harmonizador
ComptablesE privado da Europa, com sede em Bruxelas, local
uropéens) onde se celebrou a sua 1a conferência formal em
Outubro de 1989. É também responsável pela
elaboração de alguns estudos sobre o grau de
harmonização alcançado na UE.
− Criado em 1949 em Porto Rico na Conferência
Interamericana de contabilidade, com sede no
IAA México. A IAA tem como principais objectivos a
(Interameric harmonização da profissão, terminologia e ensino
an Accouting de contabilidade, e o contacto com os professores
Association) de auditoria do continente americano.
− É constituído atualmente, por organismos
profissionais dos 25 países membros.
− Criado em 1976 em Hong Kong, e agrupa os
CAPA profissionais de mais de 20 países de referida área
(Confederati geográfica. O seu objectivo é o de celebrar
on of Asia reuniões periódicas para coordenar a profissão
andePacifc nos países membros.
Accountants − Em 1997, esta organização expressa o seu apoio à
) harmonização contabilística internacional
desenvolvida pelo IASB e pela IFAC.
− Criada em 1977 pelas Filipinas, Malásia, Sudanesa,
Singapura e Tailândia, conta actualmente com 10
ASEAN
países membros.
(Association
− O objectivo deste organismo é o de conseguir
of southeast
reconhecimento e prestígio da profissão nestes
Asian
países, bem como reconciliar as divergências dos
Nations)
princípios e práticas contabilísticas entre os seus
membros.
− Fundada em 1989, é composta por 25 organismos
ECSAFA
profissionais de 16 países, desempenhando um
(Eastern
importante papel no desenvolvimento económico
Central and
da região.
Southern
− Tem como objectivo coordenar o
African of
desenvolvimento da profissão e promover o
Accountants
reconhecimento de normas de contabilidade
)
internacionalmente reconhecidas.
105
− Criado em 1999 e composto por 17 organismos
IRFAA
profissionais de 9 países.
(Internation
− O Comité de normas de Contabilidade do IRFAA
al Regional
tem como objectivo a promoção da harmonização
Federation
das práticas contabilísticas e de auditoria da
of
EuroÁsia através da adopção das normas do IASB
Accountants
e da IFAC. Procedeu a emissão de guias de
and
implementação destas normas para as adaptar ao
Auditors)
ambiente específico desta região.
Fonte: Rodrigues e Pereira (2004) “adaptado”.
Sumário
Exercícios de auto-avaliação
106
regional;
107
Actividades de Aprendizagem
108
UNIDADE Temática 4.6. Revisão dos Principais Estudos sobre a Medida de Harmonização
Introdução
109
do IASB, com incidência das primeiras normas (NIC’s 1 a 10) em 37
países e publicado em um artigo, marca o início dos estudos
relacionado com a medida de harmonização. Através de análise
variância de Friedman, concluíram que durante período de existência
do IASB, se verificou um incremento na harmonização das normas
contabilísticas entre os países analisados.
110
referência, destacam o trabalho de 1989, quando este organismo, por
meio de questionários e das DF’s procura a harmonização alcançada
nos países da comunidade Europeia após implementação da 4ª
directiva, tendo observado, no entanto, um elevado nível de
harmonização apenas para as áreas abrangidas pelo normativo. Por
outro lado, em 1991, publica os resultados estendidos ao estudo
anterior, que analisando DF’s de 441 empresas europeias em 1989,
chega a existência de outros factores, além da directiva, influencia
significativamente na evolução da prática contabilística diferentes
países.
111
diferentes métodos e critérios de valorimetria, permitindo
assim, que duas DF’s sejam comparáveis; e
b) Harmonização da informação divulgada – dedicada ao estudo
de extinção ou nível de informação divulgada.
112
empresas cotadas durante o período de 1978 a 1988, nos 9 países da
união europeia que haviam implementado a quarta directiva antes de
1989, sendo este o primeiro estudo que estabeleceu resultados em
termos estatísticos.
Em 1992, Emenyonu e Gray, com base nos métodos definidos por Van
der Tas (1988) e pelas sugestões de Tay e Parker (1990),
desenvolveram um estudo, com base nas DF’s de 78 empresas da
França, Alemanha e Reino Unido, visando verificar a extensão da
harmonia “de facto” das práticas de valorimetria no final de 1989, no
contexto dos esforços harmonizadores da UE.
113
alemãs, 25 francesas, 90 norte americanas, 45 japonesas e 82 inglesas.
As análises deste estudo, giraram em torno da natureza e extensão da
harmonização internacional desde 1973, progressos verificados, desde
a criação do IASB em 1973, os maiores sucessos alcançados e áreas
continuavam problemáticas.
114
contabilística nas políticas e práticas contabilísticas em empresas
europeias. Dada a imperfeição da metodologia entendida por estes,
desenvolvem a mesma decompondo-o de forma a distinguir a
comparabilidade “intra países” reflectidos como “withincountry”, um
rácio do número total de comparações de empresas atuantes no
mesmo país com o número total de comparações entre empresas que
actuam nesses países e a comparabilidade “entre países”, reflectidos
como “between-country”, um rácio do número de pares de
comparações entre as empresas que seleccionam um determinado
método em diferentes países.
115
Partindo do impacto negativo harmonizador da 4ª directiva, Garcia
Benau desenvolvem em 1995, seu estudo visando oferecer uma
medida do grau de harmonia “de facto” europeu alcançado utilizando
a informação fornecida pela FEE em 1991, esperando por sua vez
apurar o nível actual da harmonização.
116
1989, haviam já adoptado a 4ª Directiva.
117
total de Archer et al., (1995), o índice I e o índice “between
countryem” (embora tenha acrescido o efeito da não-aplicabilidade)
em comparação com índices ajustados para reflectir o efeito da “não-
divulgação” de informação, analisaram DF’s de 1986 e 1993 em
empresas da Irlanda e Dinamarca, com destaque no tratamento
contabilístico dos impostos diferidos. Como conclusões, a semelhança
dos estudos anteriores, estes apuraram que as alterações nos valores
de índices de harmonia dependiam das alterações nos níveis de
harmonização.
Sumário
Na unidade 4.6. trazemos os principais estudos sobre a medida de
harmonização contabilística e constatamos que estes são vastos
consoante a literatura. Destes, avançamos inicialmente, os primeiros
estudos de Nair e Frank (1981), Evans e Taylor (1982), de Mackinnon
e Janell (1984), Nobes (1987) e os estudos da FEE, embora, entre
estes estudos, nenhum chegou a resultados estatísticos, quanto às
diferenças significativas na prática contabilística e nem o grau de
harmonização alcançado com a implementação das normas até então,
e apesar dos estudos de apresentados a posterior, com objectivos de
obtenção de resultados estatísticos como o de Van der Tas (1988 e
1992), ainda revelou-se a prevalência níveis baixos de harmonização
contabilística, ou seja, ainda continuam a existir diferenças nas
práticas contabilísticas entre os países.
Exercícios de auto-avaliação
Resolva as actividades propostas a seguir e assim conferimos que
entendeu abordado na unidade. Lembre-se: você pode contar com o
auxílio de seu tutor para esclarecer as dúvidas que tiver.
118
a. Precisar a concordância para o período de 1975-1988as
demonstrações financeiras em empresas da Alemanha, EUA,
França, Japão e Reino Unido com as normas do IASB.
b. Determinar o impacto das normas 2, 3, 4, 6 e 7 do IASB sobre a
informação financeira em empresas da Alemanha, EUA, França,
Japão e Reino Unido.
c. Avaliar o impacto harmonizador do IASB, com incidência das
primeiras normas (NIC’s 1 a 10) em 37 países.
d. Alternativas A e B.
3. Analisar a influência exercida pelo IASB descrevendo os seus
mecanismos de regulamentação contabilística, foi um dos objectivos
propostos pelo estudo de:
119
d. Alternativas B e C.
Actividades de Aprendizagem
120
TEMA V: OS SISTEMAS CONTABILÍSTICOS
Introdução
Vamos lá!
121
UNIDADE TEMÁTICA 5.1. Definição de Sistema Contabilístico
Introdução
122
d) Elaborada e verificada por membros da Profissão Contabilística
ou área determinada; e
e) Inserida numa estrutura económica, jurídico-política,
sociocultural e inclusivamente religiosa, que actua como
superestrutura determinando que informação fornecer, para
que, e que está capacitado para a elaborar e posteriormente
verificar.
Sumário
Nesta unidade, avançamos os aspectos que definem o sistema
contabilístico. Contatamos, entre tanto, que o seu conceito depende
das diferenças e semelhanças praticadas pela contabilidade em
123
determinados países ou área geográfica.
Exercícios de auto-avaliação
124
d. Nas alternativas a) e b).
Actividades de Aprendizagem
125
UNIDADE TEMÁTICA 5.2. As Abordagens de Estudo dos Sistemas Contabilísticos
Introdução
126
de exemplo, Rodrigues e Pereira, (2004) destacam as multinacionais
de auditoria, que aproveitando a rede de escritório que possuem a
nível internacional, foram responsáveis pela elaboração de estudos
orientados para sistematizar a comparação entre os diferentes países
relativamente a um conjunto de áreas ou variáveis, que com as
possíveis alternativas guiam a elaboração da informação financeira
nos diferentes países.
Por outro lado, estes destacam os estudos da Price Watershouse para
os anos de 1973 e 1975 e 1979, que descrevem os princípios e práticas
contabilísticas em 38, 46 e 64 países respectivamente, e cujo os dados
constituíram com base nos diferentes estudos “agrupamento” dos
países e classificação do sistemas contabilísticos. Outros estudos são
os dirigidos por Campbell e Shaw (1984) e a Deloitte Haskinse Sells,
incidindo nas práticas contabilísticas em 30 países e o estudo da
Coopers e lybrand para os anos de 1991, 1992 e 1993 (Rodrigues e
Pereira, 2004). Além destes, são destacados os estudos desenvolvidos
por Organismos Internacionais, como a Organization for Economic
Cooperation and Development (OCDE) e a Federation des experts
computables Europeans, analisando práticas contabilísticas para o ano
de 1980 e 1989, respectivamente de 20 dos seus países membros e
475 empresas de 15 países europeus.
Ao nível académico, foram desenvolvidos estudos com análise de
normativos e práticas contabilísticas de diferentes países. Destes
estudos, os autores em referência destacaram os do Choi e Bavish
(1983); Arpen e Radebourgh (1985); Gonsalo e Tua (1988); Nobes e
Paker (1988 e 1998) Bloom e Naciri (1989) salienta ainda os trabalhos
de: McEnroe (1991) Frost e Pownal (1994); Gorelik (1994); Flaningan
et al., (1994); Rahman et al., (1994) e Roberts (1994).
Alguns destes trabalhos, foram destacados nas tentativas de
classificação dos sistemas contabilísticos, embora para abordagem
apontem-se algumas desvantagens, como é o caso da necessidade
constante de atualizações, dada a modificação e evolução dos factores
analisados e as dificuldades de exatidão dos dados ou
heterogeneidade das fontes.
127
cultura, idioma, político, económico, sistema legal.
Sumário
Nesta unidade avançamos as abordagens que se destacam no estudo
dos sistemas contabilísticos. Entre estas abordagens, apontamos a
abordagem descritiva que se identifica com a busca de descrição de
práticas ou normas contabilísticas em cada país; a abordagem
analítica, cuja objectivo é apurar as diferenças nos princípios e
práticas da elaboração da informação financeira de diferentes países;
e a abordagem preditiva que se destina a analisar as relações ou
efeitos das alteração das variáveis ambientais configurados pelo
sistema contabilístico.
Exercícios de auto-avaliação
128
estabelecendo-se as semelhanças e diferenças entre os
mesmos. ( )
5. Comparativamente a outras abordagens, os trabalhos
desenvolvidos na abordagem descritiva buscam a descrição de
práticas ou normas de cada país. ( )
6. Na abordagem descritiva há necessidade constante de
atualizações, dada a modificação e evolução dos factores
analisados e as dificuldades de exatidão dos dados ou
heterogeneidade das fontes. ( )
7. A abordagem analítica baseia-se no estudo dos sistemas
contabilísticos dentro do ambiente em que desenvolveram. ( )
8. De forma genérica a classificação dos sistemas contabilísticos
pode ser indutiva, preditiva e dedutiva. ( )
9. A classificação indutiva permite ao analisar os sistemas
contabilísticos, o uso de técnicas estatísticas resultados em
diferentes grupos de diferentes países. ( )
Actividades de Aprendizagem
129
UNIDADE TEMÁTICA 5.3. Classificação de Sistemas Contabilísticos
Introdução
130
ciências sociais. A renomada AAA (1997), propôs que na apresentação
da classificação dos sistemas contabilísticos, deverão ser apresentadas
as seguintes propriedades:
a) As características das classificações devem complementar-se
de modo consistente, o que supõe diferenciar um elemento do
outro de forma clara;
b) Uma classificação adequada deverá conter um número
suficiente de categorias para classificar todos elementos;
c) As alternativas propostas são mutuamente exclusivas, de
forma a um elemento não poder integrar-se em mais que uma
alternativa; e
d) A classificação deverá ser estruturada hierarquicamente.
131
2.1. Classificação Intuitiva
Nesta classificação de sistemas contabilísticos, o universo (sistema
contabilístico nacional) é dividido em diferentes grupos de um só nível,
através da análise intuitiva realizada as características contabilísticas e
de outra índole dos diferentes países. Os estudos envolvidos por esta
classificação estão apresentados, de forma sintética, no quadro que se
segue:
132
Fonte: Adaptado de Rodrigues e Pereira (2004)
133
− Sugeriu uma classificação de sistemas contabilísticos
Amenkhinan com base nas diferenças e semelhanças entre os seus
(1986) ambientes;
134
− O autor começa por atribuir alguns problemas com
relação as classificações anteriores e com base nas
práticas contabilísticas seguidas pelas empresas de
países ocidentais apresenta a classificação de sistemas
contabilísticos hipotética, estruturada
hierarquicamente e baseada na evolução da
Nobes contabilidade nos diferentes países e na influência de
(1983, factores do ambiente legal ou económicos;
1992) − Define também, nove factores, ponderados de 0 a 3
que delimitam o sistema contabilístico reagrupados em
variáveis explicativas (3) e práticas de
medida/valorimetria (6).
− Em 1992 atualiza-a com base na origem das normas
contabilísticas que passou a ser atualizada em 1998 e
estabelece a classificação dos sistemas contabilísticos
em preposições.
− Classificação baseada na morfologia e estandardização
AlNajjar dos sistemas contabilísticos aplicados a Alemanha,
(1986, Bélgica, Comunidade dos Estados Independentes (CEI),
1992) Egipto, Franca, Iraque, Polónia e Reino Unido e chega a
escalas de 1 a 5, economia centraliza e normativo
profissional.
− Baseando-se na classificação de Nobes de 1983
Berry analisou os motivos que diferem as práticas
(1987) contabilísticas ao nível internacional e combina a
classificação hierárquica de Nobes para países
capitalistas e comunistas.
− Baseando-se na sua classificação de 1983 e no modelo
Nobes teórico de diversidade do propósito, analisa as causas
(1998) da diversidade contabilística e propõe novos conceitos
dos sistemas contabilísticos e sustentada a classificação
hierárquica;
Fonte: Adaptado de Rodrigues e Pereira (2004).
135
“valores contabilísticos”, que configuram a “subcultura contabilística”
e classifica as áreas culturais de Hofstede (1980) para chegar a
classificação dos sistemas contabilísticos com base na (a) autoridade
que regula as práticas contabilísticas e (b) critérios de valorimetria,
apresentadas através de uma função continua a partir das diferenças e
semelhanças entre as áreas culturais. O segundo autor mencionado,
por sua vez, utiliza-se da classificação proposta por Gray.
Classificação hipotética de sistemas contabilísticos na África
Em temos gerais, na África, a contabilidade pode ser periodizada em
três fases, nomeadamente, a fase colonial, fase pós-colonial e actual
fase de globalização.
Durante a era colonial, os sistemas utilizados nos diferentes países,
eram das potências imperialistas, que podem ser enquadrados nas
correntes anglo-saxônica e da Europa continental (Nobes, 1998).
Maior parte dos países africanos adptaram seus modelos dominantes,
o qual foi imposto na era da colonização, ou transmitido por meio do
comercio e investimento directo das companhias multinacionais (Elad,
2014)-Para visualizar o agrupamento dos sistemas contabilísticos na
África, em seu estudo sobre o desenvolvimento da contabilidade nas
zonas francófonas africanas, apresentou a Figura abaixo.
A classificação apresenta na figura abaixo, faz uma clara distinção
entre o sistema da Europa continental (contabilidade uniforme) e o
anglo-saxônico (julgamento profissional da contabilidade).
Esta classificação já foi reformulada em termos mais amplos, para
grupo A (mercado de capitais forte e direcionado ao investidor) versus
grupo B (fraco mercado de capitais, direcionado ao governo,
predominância da fiscalidade na contabilidade).
136
Figura 4 Sistemas Constabilíticos na África
Sumário
Sendo a contabilidade uma ciência social, apresentamos nesta
unidade, a importância da classificação em ciências sociais. Em
seguida, destacando os principais estudos, estudamos que as
principais propostas de classificação dos sistemas contabilísticos
tipificam-se em três modelos: intuitiva, indutiva e dedutiva. Além
disso, apresentamos, também uma proposta de sistemas
contabilísticos no continente africano.
Exercícios de auto-avaliação
137
a. Indutiva, preditiva e intuitiva.
b. Intuitiva, indutiva e dedutiva.
c. Intuitiva, construtiva e dedutiva.
d. Nenhuma destas é correcta.
Actividades de Aprendizagem
138
contabilísticos.
139
UNIDADE TEMÁTICA 5.4. A Evolução dos Sistemas Contabilísticos
Introdução
140
razões de suas diferenças e a direcção do seu desenvolvimento.
141
2. Países com um incipiente sistema contabilístico na década de
setenta e que sofreram uma grande transformação dos seus
modelos. Neste grupo distinguem-se dois grupos, um que
envolve os casos da Polónia, Hungria, China e Chile e o outro
que envolve casos Espanha, Portugal, Itália e em menor
medida a Grécia.
3. Países com sistemas contabilísticos com um desenvolvimento
elevado e praticamente já consolidados na década de setenta.
Referimo-nos dos EUA, Canada, México, Japão, e, em menor
medida, o Reino Unido e a França; e
4. Países que experimentaram uma evolução progressiva, embora
sem alterações traumáticas.
Sumário
Apontamos nesta unidade que além dos componentes do ambiente
contabilístico, as causas internas, externas e mistas instalam-se como
factores que provocam a evolução dos sistemas contabilísticos. Outros
factores, são o ambiente de práticas da contabilidade e seus efeitos no
reajuste de subsistemas contabilísticos.
Exercícios de auto-avaliação
142
a. À influência de práticas contabilísticas de outros países,
realizando-se sucessivas propostas de classificações dos
mesmos.
b. Aos aspectos ambientais da economia em que os mesmos se
encontram inseridos.
c. À influência das circunstâncias sociais e económicas,
realizando-se sucessivas propostas de classificações dos
mesmos.
d. Todas as alternativas estão correctas.
Actividades de Aprendizagem
143
uma dívida e Modificar a natureza de um investimento.
Para tal, a subunidade subdivide em:
6.1. Contabilização dos Contratos Futuros
6.2. Contabilização dos Contratos forward
6.3. Contabilização dos Contratos Swaps
O objectivo desta unidade consiste em dotar ao aluno de aspectos
teóricos e práticos relacionados com o reconhecimento, mensuração e
divulgação dos instrumentos financeiros derivados.
O tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros em geral, e
dos derivados em particular, é abordado, nos normativos
internacionais, nas IAS 32-Instrumentos Financeiros: Apresentação,
IAS 39-Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração,
IFRS7- Instrumentos Financeiros: Divulgações e na nova IFRS 9 -
Instrumentos Financeiros. E no normativo nacional pela NCRF 25 –
Instrumentos Financeiros.
Instrumentos financeiros derivados
Consoante a NCRF 25 do PGC NIRF, um derivado é um instrumento
financeiro ou outro contrato com todas as três características
seguintes:
a) “O seu valor altera-se em resposta à alteração numa
especificada taxa de juro, preço de instrumento
financeiro, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice
de preços ou de taxas, notação de crédito ou índice de
crédito, ou outra variável não seja específica de uma
parte do contrato (por vezes denominada
“subjacente”);
b) Não requer qualquer investimento líquido inicial ou
requer um investimento inicial líquido inferior ao que
seria exigido para outros tipos de contratos que se
esperaria que tivessem uma resposta semelhante às
alterações nos factores de mercado;
c) É liquidado numa data futura.”
Os tipos de contratos derivados são apresentados na figura abaixo:
144
Figura 1: Tipos de Instrumentos derivados
145
apenas permite a contabilização da cobertura somente para alguns
tipos de riscos:
a) risco de taxa de juro de um instrumento de dívida
mensurado ao custo amortizado;
b) risco de câmbio num compromisso firme ou numa
transacção de elevada probabilidade futura;
c) exposição a risco de preço em mercadorias que sejam
detidas ou abrangidas por um compromisso firme ou por uma
elevada probabilidade futura de transacção de compra ou de
venda de mercadorias que tenham preços de mercado
determináveis; ou
d) exposição de risco cambial no investimento líquido de uma
operação no estrangeiro.
Existem vários tipos de instrumentos financeiros derivados, no
entanto, por serem considerados instrumentos derivados mais usuais
(Borges, 2010) iremo-nos debruçar em três tipos: futuros, forwards e
os swaps.
Introdução
Contractos futuros
146
Nos contratos de futuro uma entidade pode assumir uma posição de
compra ou uma posição de venda. A posição nos contratos de futuro é
determinada em função das expectativas da entidade. Se se posicionar
como comprador, efectua um contracto por forma a adquirir numa
data futura um determinado activo (activo este que está subjacente
no contrato). Por outro lado, se se posicionar como vendedor, efectua
um contrato de forma a vender numa data futura um determinado
activo(Almeida et al., 2013).
Os contratos de futuros são contratos a prazo garantidos por uma
câmara de compensação. Assim, os negociadores de futuros não têm
de preocupar-se com o risco de crédito da sua contraparte, sendo este
normalmente assegurado por uma margem de segurança.
Quando uma entidade adquire um contrato de futuro, deposita uma
margem inicial que serve para assegurar o risco de crédito. Sempre
que as alterações de valor alcancem a margem de segurança, o
comprador do futuro deve efectuar uma reposição.
A margem inicial constitui o investimento inicial para assegurar este
tipo de contrato, sendo uma quantia reduzida face ao que se
esperaria para outros tipos de contratos.
Exercícios de auto-avaliação
147
Margem inicial (por contrato) 100,00
Vencimento 4 de Janeiro de N+1
Sabendo ainda que as condições neste mercado exigem que a
manutenção da conta margem da entidade não pode ser inferior, no
fecho, à margem inicialmente contratada, considere a seguinte
evolução dos preços de mercado verificada durante o período:
Data Preço dos
contratos
25 de Agosto de N 1000,00
26 de Agosto de N 970,00
… …
31 de Dezembro 1010,00
de N
… …
3 de Janeiro de 1060,00
N+1
No dia 3 de Janeiro de N+1 a entidade efectuou a liquidação dos
contratos.
Proceda ao tratamento contabilístico correspondente aos factos acima
descritos
Resolução:
Nesta resolução deve ser considerada o tipo de posição que a entidade
assume ao entrar no mercado de futuros. A problemática prende-se
com o reconhecimento e mensuração do contrato de futuros, assim
como do depósito da margem inicial e do pagamento da taxa de bolsa
(custos de transacção) pela entrada no mercado de futuros e da
manutenção desta margem.
(1) 25 de Agosto de N
Conta Nome da Conta Débito Crédito
131 Derivados - Margem em contratos futuros 10,000.00
121 Depóstos a ordem 10,000.00
A margem inicial dada de 100,00 é por contrato, logo o investimento é de 10.000,00 (100 x 1000)
(2) 26 de Agosto de N
Conta Nome da Conta Débito Crédito
671 Em instrumentos financeiros 3,000.00
131 Derivados - Margem em contratos futuros 3,000.00
O contrato de futuros diminuiu o seu valor, logo há que reconhecer a perda por redução do
justo valor de 3.000,00 [(1000,00 - 970,00) x 100]
148
(3) 26 de Agosto de N
Conta Nome da Conta Débito Crédito
131 Derivados - Margem em contratos futuros 3,000.00
121 Depóstos a ordem 3,000.00
O contrato de futuros diminuiu o seu valor, a perda por redução do justo valor de 3.000,00
afectou a Conta Margem na qual estava depositada a margem inicial. Devido então à
necessidade de manter a conta margem no valor inicialmente contratado (margem inicial =
1.000,00), a entidade repôs a perda através da transferência para a Conta Margem pela quantia
da redução verificada no valor dos contratos.
(4) 31 de Dezembro de N
Conta Nome da Conta Débito Crédito
131 Derivados - Margem em contratos futuros 4,000.00
791 Em instrumentos financeiros 4,000.00
O contrato de futuros aumentou o seu valor, logo há que reconhecer o ganho por aumento do
justo valor de 4.000,00 [(1.010,00 - 970,00) x 100].
(5) 31 de Dezembro de N
Conta Nome da Conta Débito Crédito
121 Depósitos a ordem 4,000.00
131 Derivados - Margem em contratos futuros 4,000.00
O contrato de futuros aumentou o seu valor, o ganho por aumento do justo valor de 4.000,00
afectou a Conta Margem na qual estava depositada a margem inicial. Assim sendo, a entidade
retirou da sua conta margem, através da transferência para a sua conta de depósitos à ordem,
a quantia do aumento verificado no valor dos contratos.
149
b. Futuros — contrato de compra com aquisição de activo
A entidade Xis, S.A. pretende adquirir acções da Épsilon, S.A. no início
de Dezembro de modo a rendibilizar os seus excedentes monetários.
Com este objectivo, a entidade Xis, S.A. optou por recorrer ao
mercado de futuros, no sentido de fixar o preço para a aquisição das
acções em 9,00 por acção. Assim sendo, à data de 4 de Outubro, a Xis,
S.A. efectuou uma transacção com as seguintes características:
Condições
Activo Subjacente 100 Acções Épsolon, SA
Margem inicial 80.00
Liquidação no vencimento Financeira
Taxa de operação 0.80
Vencimento 4 Dezembro
150
(1) 04 Outubro
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 80.00
121 Depósitos à ordem 80.00
A quantia inicial do investimento é apenas a margem inicial.
(2) 04 Outubro
Conta Nome de conta Débito Crédito
63226 Comissões 0.80
121 Depósitos à ordem 0.80
(3) 05 Outubro
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 15.00
791 Em Instrumentos Financeiros 15.00
(4) 05 Outubro
Conta Nome de conta Débito Crédito
121 Depósitos à ordem 15.00
131 Derivados 15.00
(5) 05 Outubro
Conta Nome de conta Débito Crédito
671 Depósitos à ordem 11.00
131 Derivados 11.00
(6) 05 Outubro
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 11.00
121 Depósitos à ordem 11.00
151
(7) 04 Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
671 Depósitos à ordem 22.00
131 Derivados 22.00
(8) 04 Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 22.00
121 Depósitos à ordem 22.00
(9) 04 Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
121 Depósitos à ordem 80.00
131 Derivados 80.00
(10) 04 Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
63226 Comissões 0.80
121 Depósitos à ordem 0.80
(11) 04 Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
132 Inst. financeiros detidos para negociação 882.00
121 Depósitos à ordem 882.00
Com as condições referidas, este tipo de instrumento financeiro é
mensurado ao justo valor com as alterações de justo valor a serem
152
A 31 de Janeiro de N+1, o justo valor do contrato de futuro
aumentou em 500,00€, sendo a cobertura avaliada agora como
se fosse totalmente eficaz.
Sabendo que a transacção tem um desfecho esperado e o
cliente paga dentro do prazo de vencimento, proceda ao
tratamento contabilístico correspondente dos factos acima
apresentados
Resolução
A problemática neste caso está relacionada com a designação
da relação de cobertura e com o tipo de risco a cobrir no
âmbito da NCRF 27
(1)31 Dezembro de N
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 1000.00
589 Outras variações no capital próprio 970.87
791 Em Intrumentos Financeiros 29.13
O aumento no justo valor no influxo esperado resulta da eficácia da cobertura, que neste
caso se traduz em 103%, ou seja, estan- do o euro mais forte que o dólar, então pelo
aumento de 1.000 no instrumento de cobertura verifica-se um aumento de apenas 970,87
(1.000,00 / 1,03) no influxo esperado. A parte eficaz da cobertura é creditada directamente
ao capital próprio; sendo a parte ineficaz reconhecida em ganhos do período.
153
(3) 31 Dezembro de N+1
Conta Nome de conta Débito Crédito
589 Outras variações no capital próprio 1500.00
791 Em Intrumentos Financeiros 1500.00
No desfecho do contrato de futuros as variações reconhecidas no capital próprio são
anuladas da sua rubrica e reconhecidas como resultados do período (neste caso como
ganhos).
Introdução
Contratos forward
Trata-se de um acordo, entre duas partes, para comprar ou vender um
determinado bem ou activo, numa determinada data futura e a um
determinado preço (ambos fixados no momento do contrato) (Dias &
Rito, 2009).
Os contratos forward são transacionados normalmente em mercados
não organizados ou informais, denominados mercado de balcão (OTC
– Over the counter), pelo facto do comprador e do vendedor
negociarem entre si todos os parâmetros do contrato, sendo que o
processo negocial é moroso e o sistema de preços ineficiente.
Os mercados forward são mercados a prazo, em que se celebram
contratos para uma entrega diferida. De acordo com Dias & Rito
(2009), a parte que acordou em comprar assume uma posição longa
no contrato forward. A parte que acordou em vender assume uma
posição curta no contrato forward.
154
Forward rate agreements (FRA)
São contratos a prazo de taxas de juro, nos quais a taxa de juro a pagar
ou a receber sobre um determinado montante, por um período de
tempo pré-determinado, com início no futuro, é estabelecida na data
de celebração do contrato (Lopes, Oliveira, Pires, Covane, & Rabaça,
2013)
O vendedor do FRA irá pagar ao comprador os juros acrescidos se a
taxa de juro subir acima da taxa acordada e o comprador irá pagar ao
vendedor o diferencial de juros se a taxa de juro descer abaixo da taxa
acordada.
O comprador do FRA pretende proteger-se contra o risco de subida de
taxas de juro, garantindo uma taxa de juro máxima. O vendedor do
FRA fica seguro contra uma descida das taxas abaixo da taxa de
referência que foi acordada entre as partes.
Os FRA têm objectivos semelhantes a um contrato de futuros isto é,
fixação a prazo de uma taxa de juro, mas são produtos mais simples, o
que lhes garante uma maior flexibilidade na utilização.
O cálculo do valor do FRA a pagar é obtido da seguinte forma:
155
De acordo com Lopes et al. (2013) em termos de procedimentos de
mensuração, este instrumento financeiro, assim como os outros,
utilizam, na mensuração inicial os seguintes métodos:
a) Ao custo amortizado menos qualquer perda por imparidade;
ou
b) Ao justo valor com as alterações de justo valor a ser
reconhecidas na demonstração de resultados.
A NCRF 25, parágrafo 43 refere que, “a entidade deve mensurar um
activo ou passivo financeiro pelo seu justo valor acrescido, nos casos
de activos que não sejam mensurados pelo seu justo valor, do seu
custo de transação que sejam diretamente atribuíveis à aquisição ou
emissão do activo ou passivo financeiro.
Na mensuração subsequente, após o reconhecimento uma entidade
deve mensurar os activos financeiros, incluindo os derivados que
sejam activos, pelos seus justos valores, sem qualquer dedução para
os custos de transacção em que possa incorrer na venda ou alinenação
(NCRF 25 parágrafo 45).
Entre as vantagens, encontra-se a sua flexibilidade, o que permite uma
adaptação personalizada às necessidades do comprador. Já para as
desvantagens, nota-se a reduzida transparência (o que acarreta
elevado custo de informação), uma baixa liquidez e um elevado risco
de incumprimento.
Exemplo de um contrato forward e dos seus resultados, segundo
(Ferreira, 2011).
A empresa A deseja adquirir um activo X dentro de seis meses e, a
empresa B pode vender esse mesmo activo dentro de seis meses. Face
aos objetivos de uma e de outra, é outorgado um contrato a prazo
(forward) através do qual fica acordado a entrega do activo por parte
de B e o pagamento por parte de A, com base no preço de 51 000
euros, dentro de seis meses.
A empresa A, compradora, assumiu uma posição longa no contrato
forward, enquanto a empresa B, vendedora, assumiu uma posição
curta naquele contrato forward. Passados os seis meses, o activo X
apresenta um valor de mercado de 52 500 euros. Como a empresa B é
obrigada a vender por 51 000 euros, pode concluir-se que a operação
forward lhe acarretou um prejuízo relativo de 1 500 euros
(51 000 – 52 500 = - 1 500)
enquanto a empresa A obteve um lucro relative naquele mesmo
montante.
Para se reconhecer o ganho da empresa da empresa A, terá de se
entender que ela tem o direito de comprar, através do forward, o
activo por 51 000 e de o vender de imediato no mercado por 52 500,
156
tudo dependendo de seus objectivos e da liquidez do mercado do
activo. Por outro lado, através do forward, a empresa B é obrigada a
vender por 51 000 aquilo que, naquele momento, vale no mercado 52
500. Este raciocínio é verdadeiro mas é necessário pensar que, devido
ao forward, ficou com o direito de receber pelo menos 51 500. E se o
preço de mercado tivesse caído para 49 500?
Em termos gerais, se assumirmos que o contrato forward teve lugar no
tempo t e que a maturidade era em T, o preço do forward é dado pela
expressão . Para a empresa compradora o resultado é dado pela
expressão - , em que, é o preço do activo subjacente na
maturidade. Por outro lado, para a empresa vendedora o resultado é
dado pela expressão -
2
Desde Janeiro de 2002, a gestão dos mercados regulamentados portugueses é da
responsabilidade da Euronext-Lisbon (integrada no grupo Euronext que reúne as
Bolsas de Amesterdão, Bruxelas e Paris).
157
Não existe risco de incumprimento Existe risco de incumprimento devido à
porque são negociados em mercados ausência de uma câmara de
organizados compensação
Existem
Existem várias datas de vencimento Geralmente existe apenas uma única
possíveis data de vencimento
Implicam a existência da margem inicial Os lucros e as perdas apenas são
e do marking to market diário apurados na data de vencimento
Maior liquidez (devido a ser um Menor liquidez (é mais difícil encerrar
contrato estardardizado e existência de uma posição)
um mercado organizado)
Custos de transacção mais reduzidos Custos de transacção mais elevados
Momento Momento
Momento de geração de fluxos de Momento de geração de fluxos de
caixa: no início do contrato de futuros caixa: apenas na maturidade
pelo depósito de uma margem inicial,
durante o contrato pelas variações na
margem e na maturidade
Actividades de Aprendizagem
158
d. Nenhuma das alternativas
4. A data e o preço do contrato forward podem ser fixados:
a. Âmbos antes do momento do contrato
b. Âmbos ao longo do momento do contrato
c. Âmbos no momento do contrato
d. Âmbos depois do momento do contrato
5. Indique quais das alíneas não constitui desvangem do contrato
forward:
a. Reduzida transparência
b. Baixa liquidez
c. Elevado risco de incumprimento
d. Flexibilidade
Introdução
Swaps
Este instrumento, surgiu em finais da década de 70, actualmente,
constitui uma das maiores inovações na área das finanças. O seu
aparecimento ficou a dever-se às enormes alterações ocorridas no
Sistema Monetário Internacional (SMI) e nos Mercados Financeiros
naquele tempo e o seu crescimento foi de alguma forma exponencial.
O termo, inglês, swap significa, por assim dizer, troca, e não é mais do
que “um acordo contratual celebrado entre dois agentes económicos
(designados como contrapartes) que decidem trocar, entre si, fluxos
financeiros em períodos temporais futuros e definidos” (Esteves,
2013:1) citado por (Cordeiro da Silva, 2014).
Estes fluxos dependerão de uma série de ativos subjacentes, que estão
claramente identificados e especificados nestes contratos, e que
podem ir desde taxas de juro (swap de taxa de juro), divisas (swaps
cambiais) e, ainda, muitos outros indexantes de mercado como o
preço de matérias-primas (commodity swap), o preço das ações e
índices acionistas (equity swap) e prémios de risco de crédito (credit
default swaps) (Cordeiro da Silva, 2014).
Apesar de no seu início constituírem uma ideia simples, aqueles
instrumentos transformaram-se em produtos sofisticados, e, por
vezes, de utilização complexa. São desenhados para satisfazer as
necessidades específicas de cada outorgante, sendo uma das partes
159
geralmente uma instituição financeira.
Os swaps são instrumentos financeiros comercializados “over the
counter” (OTC) em que as partes interessadas acordam uma troca
(swaps) de fluxos futuros, ambos calculados sobre um valor nocional
(montante de referência), em função da alteração dos preços do
activo subjacente (Almeida et al., 2013). Este activo subjacente ao
contrato pode ser uma taxa de juro, divisa ou preços de matérias-
primas.
Num swap sobre taxas de juro, as partes envolvidas acordam a troca
de fluxos efectivos, durante um determinado período de tempo (até
ao vencimento do contrato), que resultam da aplicação de taxas de
juro distintas a um montante de referência, sendo que uma taxa está
fixada e outra está indexada a uma taxa de juro variável (como a
Euribor). Este tipo de instrumento é mensurado ao justo valor.
Exercícios de auto-avaliação
160
Em 1 de Janeiro, a entidade Projecto, Lda efectuou um contrato swap
de taxas de juro de forma a aplicar excedentes de tesouraria. Este
contrato incide sobre um valor nominal de 50.000,00, sendo o
recebimento dos fluxos (variáveis) indexados à Euribor a 3 meses por
troca do pagamento trimestral de fluxos fixos a uma taxa de juro para
este período de 2%. O vencimento dos juros ocorre no final de cada
trimestre, sendo a duração do contrato de um ano (vencimento a 31
de Dezembro).
Sabe-se que a evolução da Euribor a 3 meses foi a seguinte:
Euribor a 3 meses
31 de Março 2,00%
30 de Junho 2,25%
30 de Setembro 2,30%
31 de Dezembro 2,20%
Resolução
Neste caso pretende-se averiguar o reconhecimento e mensuração a
efectuar para uma operação de swap, cujo objectivo não é de
cobertura, mas sim o de obter rendimentos / ganhos.
(1)31 de Março
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 358.74
791 Em Instrumentos Financeiros 358.74
O justo valor do swap neste momento é de 358,74 [125/(1,0225) +
125/(1,0225) ^2 + 125/(1,0225) ^3]
(2)30 de Junho
Conta Nome de conta Débito Crédito
121 Depósito à ordem 125.00
131 Derivados 125.00
O diferencial entre o influxo relativo ao juro indexado à Euribor de
1.125,00 (50.000,00 x 2,25%) e o exfluxo de juro fixo l.000,00 (50.000,00 x
2%) resulta no reconhecimento em depósitos à ordem de 125,00 em
contrapartida da redução do activo associado à operação
(3)30 de Junho
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 56.22
791 Em instrumentos financeiros 56.22
161
O justo valor do swap neste momento é de 289,96 [150/(1,023) +
150/(1,023) ^2], logo há que acrescer a quantia escriturada do derivado e
reconhecer o ganho pelo aumento no justo valor deste de 56,22 (289,96 -
358,74 + 125). Neste cálculo, considerou-se a taxa de juro de 2,3% de
forma a actualizar os fluxos futuros.
(4)30 de Setembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
121 Depósitos à ordem 56.22
791 Derivados 56.22
O diferencial entre o influxo relativo ao juro indexado à Euribor de
1.150,00 (50.000,00 x 2,30%) e o exfluxo de juro fixo l.000,00 (50.000,00 x
2%) resulta no reconhecimento em depósitos à ordem de 150,00 em
contrapartida da redução do activo associado à operação.
(5)30 de Setembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
671 Em Instrumentos Financeiros 42.11
131 Derivados 42.11
O justo valor do swap neste momento é de 97,85 [100/(1,022)], logo há
que reduzir a quantia escriturada do derivado e reconhecer a perda pela
diminuição no justo valor deste de 42,11 (97,85 - 289,96 + 150,00). Neste
cálculo, considerou-se a taxa de juro de 2,2% de forma a actualizar o fluxo
futuro
(6)31 de Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
121 Depósito à ordem 100.00
131 Derivados 97.85
791 Em Instrumentos Financeiros 2.15
O diferencial entre o influxo relativo ao juro indexado à Euribor de
1.100,00 (50.000,00 x 2,2%) e o exfluxo de juro fixo l.000,00 (50.000,00 x
2%) resulta no reconhecimento em depósitos à ordem de 100,00 em
contrapartida da redução do activo associado à operação. Uma vez que
estamos perante o vencimento do contrato, há que desreconhecer o
activo, pelo que o diferencial entre o influxo e o justo valor do swap é
reconhecido directamente em resultados, não tendo neste momento
qualquer consideração sobre o justo valor do swap
162
mensuração do swap (pela actualização dos futuros fluxos de caixa).
Em caixa ou depósitos à ordem não se efectua qualquer movimento,
porque o fluxo do juro fixo coincide com o fluxo do juro variável. Não
há influxo ou exfluxo a considerar pelo contrato swap de taxas de juro
efectuado.
A 30 de Junho a entidade reconhece o fluxo correspondente à
diferença entre o juro fixo a pagar e o juro variável a receber pela
quantia de 125,00. Nesta data é reconhecido o ganho por aumento do
justo valor do swap (ver quadro de cálculos auxiliares).
A 30 de Setembro a entidade reconhece o fluxo correspondente à
diferença entre o juro fixo a pagar e o juro variável a receber pela
quantia de 150,00. Também nesta data é reconhecida a perda por
redução do justo valor do swap pela quantia de 42,11. (ver quadro de
cálculos auxiliares).
Finalmente, em 31 de Dezembro vence o contrato e a entidade
reconhece o diferencial entre os fluxos variável e fixo e desreconhece
o swap, sendo a diferença entre o justo valor deste instrumento e o
fluxo recebido um ganho do instrumento financeiro.
Quadros auxiliares
163
2. Swap — contrato de cobertura da variabilidade da taxa de
juro
No dia 1 de Janeiro a entidade Gama, S.A. contraiu um empréstimo
bancário no montante de 50.000,00, sujeito à taxa Euribor a 3 meses,
com amortizações de capital postecipadas trimestrais de 12.500,00 e
vencimento a 31 de Dezembro.
Nesta mesma data, para precaver das variações da taxa de juro, a
Gama, S.A. efectua um contrato swap, através do qual pagará juros a
uma taxa fixa de 2% e receberá juros indexados à taxa Euribor a 3
meses.
As taxas Euribor a 3 meses verificadas foram as seguintes
(1) 1 de Janeiro
Conta Nome de conta Débito Crédito
121 Depósito à ordem 50000.00
431 Empréstimos bancários 50000.00
(2) 31 de Março
Conta Nome de conta Débito Crédito
6911 Juros de empréstimos bancários 1000.00
431 Empréstimos bancários 12500.00
121 Depósitos à ordem 13500.00
Os juros do empréstimo são calculados multiplicando a taxa Euribor
pelo montante do financiamento obtido (50.000,00 x 2%).
164
(3) 31 de Março
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 535.50
589 Outras variações no capital próprio 535.50
O diferencial entre a aplicação das taxas de juro do contrato swap à
quantia em dívida, actualizada em 31 de Março é o justo valor do
swap (ver quadro auxiliar). O justo valor do swap neste momento é
de 535,50 (187,50/1,025 +187,50 / 1,025 ^ 2 + 187,50 / 1,025 ^ 3) –
estamos perante um activo financeiro.
(4) 30 de Junho
Conta Nome de conta Débito Crédito
6911 Juros de empréstimos bancários 937.50
431 Empréstimos bancários 12500.00
121 Depósitos à ordem 13437.50
Os juros do empréstimo são calculados multiplicando a taxa Euribor
pela quantia escriturada do empréstimo (37.500,00 x 2,5%).
(5) 30 de Junho
Conta Nome de conta Débito Crédito
121 Depósitos à ordem 187.50
Outros ganhos em Instrumentos
789 Financeiros 187.5
O recebimento do fluxo líquido do swap é calculado através do
produto entre a diferença das taxas envolvidas pelo montante do
contrato swap [37.500,00 x (2,5%-2%)] e reconhecido em resultados
(alínea b) §41 da NCRF 27).
(6) 30 de Junho
Conta Nome de conta Débito Crédito
589 Outras variações no capital próprio 779.99
131 Derivados 779.99
O diferencial entre a aplicação das taxas de juro do contrato swap à
quantia em dívida, actualizada em 30 de Junho é o justo valor do
swap (ver quadro auxiliar). O justo valor do swap neste momento é
de -244,49 (-125/1,015 – 125 / 1,015 ^ 2) – é portanto um passivo
financeiro. Uma vez que foi reconhecido previamente um activo
pelo montante de 535,50, logo a variação no justo valor é de 779,99
(de forma a ficar evidenciado um passivo de 244,49 e uma
diminuição aos capitais próprios no mesmo valor)
(7) 30 de Setembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
6911 Juros de empréstimos bancários 375.00
165
431 Empréstimos bancários 12500.00
121 Depósitos à ordem 12875.00
Os juros do empréstimo são calculados multiplicando a taxa Euribor
pela quantia escriturada do empréstimo (25.000,00 x 1,5%).
(8) 30 de Setembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
Perdas em Instrumentos
671 Financeiros 125.00
121 Depósitos à ordem 125.00
O recebimento do fluxo líquido do swap é calculado através do
produto entre a diferença das taxas envolvidas pelo montante do
contrato swap [25.000,00 x (2%-1,5%)].
(9) 30 de Setembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
131 Derivados 275.05
589 Outras variações de capital próprio 275.05
O diferencial entre a aplicação das taxas de juro do contrato swap à
quantia em dívida, actualizada em 30 de Setembro é o justo valor
do swap (ver quadro auxiliar). O justo valor do swap neste
momento é de 30,56 (31,25/1,0225), logo há que reconhecer um
aumento de 275,05.
(10) 31 de Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
6911 Juros de empréstimos bancários 375.00
431 Empréstimos bancários 12500.00
121 Depósitos à ordem 12875.00
(11) 31 de Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
121 Depósitos à ordem 31.25
Ganhos em outros instrumentos
789 financeiros 31.25
O recebimento do fluxo líquido do swap é calculado através do
produto entre a diferença das taxas envolvidas pelo montante do
contrato swap [12.500,00 x (2,25 % - 2%)].
(12) 31 de Dezembro
Conta Nome de conta Débito Crédito
589 Outras variações no capital próprio 30.56
131 Derivados 30.56
166
Não há indicação das taxas de juro seguintes, pelo que se assume
neste lançamento que o justo valor do swap é zero – caso que
ocorrerá aquando do vencimento do contrato, pelo que se procede
à anulação do swap e das variações em capital próprio. Nesta data
o swap estava mensurado pela quantia de 30,56
O quadro seguinte evidencia o fluxo líquido que a entidade obtém ao
longo dos trimestres com o contrato swap efectuado. Os recebimentos
são efectuados pela indexação à Euribor a 3 meses e os pagamentos
pela taxa de juro fixa de 2%.
Sumário
Instrumentos financeiros são instrumentos cujo valor deriva do valor
de um determinado activo subjacente (uma acção, taxa de juro,
167
mercadorias, entre outros). São considerados instrumentos de elevado
risco, pois pequenas variações no preço do activo subjacente podem
provocar grandes oscilações no valor do instrumento derivado.
Geralmente tomam a forma de contratos, estabelecendo trocas de
dinheiro entre as partes contratantes numa data futura. Foram
abordados os Swaps, Forwards e Futuros.
4. (F)
5. (F)
6. (V)
5. (F)
6. (V)
7. (F)
8. (V)
5. (V).
6. (V)
7. (F)
8. (F).
6. (F)
7. (F)
8. (V)
9. (V)
10. (V)
6. (F).
168
7. (F).
8. (F)
9. (V)
10. (F)
5. (V)
6. (F)
7. (F)
8. (V)
1. b
2. c
3. b
4. a
1. c
2. d
3. c
4. b
5. a
1. c
2. b
3. c
3. (V)
4. (F)
169
Correção unidade temática 4.1.
1. b
2. a
1. d
2. b
3. a
4. c
1.
f) (V)
g) (F)
h) (F)
i) (V)
j) (V)
1. b
2. d
3. b
1. a
2. c
3. c
4. b
5. d
170
Correção unidade temática 4.6.
1.b
2. c
3. d
4. a
5. c
6. b
1. c
2. d
3. c
4. b
10. (F)
11. (F)
12. (F)
13. (V)
14. (V)
15. (V)
16. (V)
17. (F)
18. (V)
171
Correção unidade temática 5.3.
1. b
2. d
3. d
4. d
1. a
2. d
3. c
4. d
1. c
2. a
3. b
4. c
5. d
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