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Solvêncio Soto

Consequências da ma fiscalização na execução orçamental (2013-2016).

(Licenciatura em Gestão de empresas)

1° Ano, Pós-laboral

Universidade Pedagógica Maputo

Maputo

2023
Solvêncio Soto

Consequências da ma fiscalização na execução orçamental (DPEDHM).

Trabalho a ser apresentado na cadeira de Métodos de estudo e


investigação para fins de avaliação, sob orientação da Dra. Arlete
Ferrão

Universidade Pedagógica

Maputo

2023
INDICE
CAPÍTULO I..............................................................................................................................3

1.Contextualização
1.1.Introdução........................................................................................................................3

1.2.Objectivos........................................................................................................................5

1.2.1.Objectivo geral..........................................................................................................5

1.2.2.Objectivos específicos...............................................................................................5

1.3.Problematização...............................................................................................................5

1.4.Hipóteses..........................................................................................................................5

1.5.Justificativa da escolha do tema.......................................................................................5

1.6.Descrição da Área de Estudo...........................................................................................6

1.7.Metodologia.....................................................................................................................6

Tipos de pesquisas científica......................................................................................................7

Quanto a abordagem..............................................................................................................7

Quanto a natureza...................................................................................................................8

1.8.Organograma da DPEC-Maputo......................................................................................9

1.9.Lista de Abreviaturas.....................................................................................................10

CAPÍTULO II 2.Revisão Bibliográfica.................................................................................11

2.1.1.A Execução Orçamental..............................................................................................11

CAPITULO III.........................................................................................................................12

3.Desenvolvimento...............................................................................................................12

3.1.Regras Gerais da Execução do Orçamento....................................................................12

Tipicidade qualitativa.......................................................................................................14

Tipicidade quantitativa.....................................................................................................14

3.1.Execução Orçamental em geral......................................................................................14

3.1.1.A Execução do Orçamento das Receitas.................................................................15

3.1.2.Execução do Orçamento das Despesas...................................................................16


Capítulo IV...............................................................................................................................19

4. Análise de Dados..........................................................................................................19

Tabelas de Orçamento distribuídos por níveis de Ensino................................................19

Ensino Primário................................................................................................................19

Ensino Secundário I Ciclo................................................................................................19

Ensino Secundário II Ciclo..............................................................................................20

Alfabetização e Educação de Adultos..............................................................................20

Ensino Técnico Profissional.............................................................................................20

Tabela de Execução de Projectos (FASE).......................................................................21

Níveis de Execução do Orçamento da DPEDHM - 2016................................................21

CAPITULO V..........................................................................................................................22

Conclusão, Constrangimentos, Constatações e Sugestões.......................................................22

5.1.Conclusão.......................................................................................................................22

5.1. Constrangimentos..........................................................................................................24

5.2. Constatações..................................................................................................................24

5.3. Sugestões.......................................................................................................................25

CAPÍTULO VI.........................................................................................................................26

6.Bibliografia.......................................................................................................................26
CAPÍTULO I

1.Contextualização
1.1.Introdução
Em qualquer gestão, individual, privada ou pública, é condição essencial para a realização de
qualquer despesa, ter receita, realidades interligadas, no caso de entes públicos, à satisfação
de necessidades colectiva. O Estado tem que prever as despesas em função das necessidades
a satisfazer e com base nelas, programar as receitas a cobrar, uma vez aprovado o orçamento
e iniciado o ano financeiro, começam a ser cobradas as receitas e pagas as despesas a este
processo dá-se o nome de execução orçamental, que deve cingir-se na lei aquando da sua
aplicação, onde a Inspecção Provincial deve entrar para verificar o cumprimento das normas
estabelecidas. Vários autores estudam esta matéria de forma vasta mas quando o foco é
realidade moçambicana o resultado trabalho é sempre o mesmo, podendo um trazer a matéria
numa abordagem mais superficial em relação ao outro, porém, não foram limitados esforços
na busca de informações para materialização do presente relatório.

No presente trabalho iremos debruçar sobre as actividades desenvolvidas aquando da


realização do estágio profissional, sendo a principal actividade a execução orçamental iremos
procurar perceber o que está por detrás desta tarefa que é realizada por todos entes públicos
para que possa ser elaborado a Conta de Gerência desses mesmos entes. Na Direcção
Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano – Maputo (DPEDHM) a elaboração
desta Conta é dependente, uma parte, da execução orçamental. A Conta de Gerência é
elaborada a partir do dia 31 de Dezembro para que até ao dia 5 de Fevereiro possa ser
apresentada à Inspecção Provincial, órgão isolado da DPEDHM. Em suma pode afirmar-se
que um dos objectivos da execução orçamental na DPEDHM é o de prover dados para a
elaboração da Conta. Uma vez que o Estado carece de dinheiro para pagar as despesas, logo,
as receitas são cobradas para que essas despesas ou necessidades públicas possam ser
satisfeitas. Deve verificar-se se os princípios da economicidade, legalidade e a regra dos
duodécimos, estão a ser respeitados aquando da execução.
I Capítulo – Contextualização. Neste capítulo apresenta-se a Introdução, os objectivos (Geral
e Específicos), a Justificativa do Tema, a Descrição da área de estudo, a Lista de abreviaturas
e a Metodologia de Pesquisa.

II Capítulo – Revisão Bibliográfica. Neste capítulo iremos apresentar os conceitos básicos


que irão facilitar a compreensão do tema em estudo.

III Capítulo – Desenvolvimento, é neste capítulo onde iremos desenvolver o tema,


procurando explica-lo na sua essência

IV Capítulo – Análise de dados. É neste capítulo que você é convidado a conhecer os


resultados obtidos pela Direcção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano –
Maputo no ano de 2016.

V Capítulo – Conclusão, Constrangimentos, Constatações e Sugestões.

VI Capítulo – Bibliografia
1.2.Objectivos

1.2.1.Objectivo geral
 Compreender a importância do controlo na execução orçamental nas
instituições públicas.

1.2.2.Objectivos específicos
 Definir a execução orçamental;
 Explicar como é feita a execução orçamental das despesas e receitas na
DPEDHM;
 Identificar se as regras da execução orçamental estão a ser aplicadas na
DPEDHM.

1.3.Problematização
A fraca fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pelo controlo no preenchimento dos
mapas facultativos para o controlo da execução orçamental e a negligência dos funcionários
que não percebem o quão sensível é a informação com a qual trabalham, não colocando a
segurança devida nesses documentos, podendo qualquer alteração que não esteja
devidamente justificada induzir a emissão de relatórios de execução não credíveis,
culminando na apresentação de resultados que não correspondam a situação real da entidade.

Diante dos aspectos acima abordados podemos levantar a seguinte questão de pesquisa, até
que ponto a fraca fiscalização pelos órgãos responsáveis pelo controlo pode influenciar na
execução orçamental?

1.4.Hipóteses
H1 – a fraca fiscalização na execução pode influenciar os funcionários a executarem o
orçamento devidamente;

H2 – a fraca fiscalização na execução pode não influenciar os funcionários a executarem o


orçamento devidamente;

1.5.Justificativa da escolha do tema


Já dizia Thomas Füller, o conhecimento dirige a prática; no entanto, a prática aumenta o
conhecimento. Observamos que a DPEDHM tem consigo uma grande tarefa que é a de zelar
pela satisfação das necessidades do Ensino Primário e Secundário do distrito da Matola,
verifica-se que se este não desenvolver de maneira coerente as suas actividades poderá
prejudicar de certa forma o processo de ensino e aprendizado deste modo vê-se a necessidade
de perceber a importância que o controlo tem nas actividades que a REO desenvolve.

1.6.Descrição da Área de Estudo


A Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano – Maputo (DPEDHM) é
uma entidade pública, situada na Av. Nelson Mandela, Q “C” – Praça do Município, Fax
21724075, NUIT 500002778, que responde às necessidades do Sector da Educação a nível da
Província trabalha em conjunto com o Serviço Distrital e com a Direcção Provincial de
Imposto e Finanças.

Esta entidade conta com 145 colaboradores subdivididos em diversos departamentos


nomeadamente: DRH (18), DDP (21), DPE (11), DP (17), Inspecção Provincial (14), RAI
(30) e DAF (34) este último detêm maior número de colaboradores pois e neste departamento
onde há mais fluxo de actividades. Doravante o foco deste estudo são as actividades da REO
uma repartição do DAF, o departamento em que se estava a realizar o estágio profissional,
este Departamento conta com duas Repartições sendo elas a REO e a RP. São actividades da
RP, a realização de inventários na própria empresa bem como nas escolas. A REO tem como
actividades, financiamento de projectos de construção, pagamento de ordenados aos
professores das escolas e posterior lançamento desses dados na base de salários, o
preenchimento de balancetes mensais de pagamento das despesas das escolas e da própria
instituição, cabimentar seminários realizados nas escolas. Para a realização das despesas está
em uso o sistema operacional e-SISTAFE, deste modo a reduz uma parte do processo
burocrático.

1.7.Metodologia

Metodologia

Nesse ponto são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados para realização


desse estudo. Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos
em sua génese e em seu desenvolvimento, não se produz, portanto, a uma “metodologia” ou

tecnologia da medida dos fatos científicos. A metodologia deve ajudar a explicar não apenas
os produtos da investigação científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas
exigências não são de submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na
produção dos resultados (Bruyne,1991,p.29)
Tipos de pesquisas científica

Quanto aos tipos de pesquisas científicas na presente pesquisa foi usado o método

Hipotético - dedutivo. Segundo Leville e Dionne (1999), o método hipotético – dedutivo tem
o papel central de efectuar o levantamento das hipóteses da pesquisa através da observação
dos factores .

Quanto a abordagem

A presente pesquisa quanto a abordagem é uma pesquisa qualitativa. De acordo com Bogdan
e Biklen (2003), o conceito de pesquisa qualitativa envolve 5 características básicas que
configuram este tipo de estudo: ambiente natural, dados descritivos, preocupação com o
processo, preocupação com o significado e processo de análise indutivo.

Para Gil (1999), o uso dessa abordagem proporciona o aprofundamento da investigação das
questões relacionadas ao fenómeno em estudo e das suas relações, mediante a máxima
valorização do contrato tido com a situação estudada, buscando- se o quê era comum, mas
permanecendo entretanto, aberta para perceber a individualidade e os significados múltiplos.

Quanto aos Procedimentos

Quanto aos procedimentos foi usado em simultâneo as pesquisas bibliográfica e

documental visando explorar da melhor forma possível a temática em estudo. Os

fundamentos desta escolha apresentam-se a seguir.

a) Pesquisa bibliográfica

b) Segundo Gil (2002, p.44), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em

c) material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A

d) principal vantagem da pesquisa bibliográfica está no facto “permitir ao investigador a


de

e) uma gama de fenómenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar

f) directamente” (ibid., p.45).Dai finalidade é colocar o pesquisador em contacto com o

g) que já se produziu e se registou a respeito do tema de pesquisa. Tais vantagens


revelam

h) o compromisso da qualidade da pesquisa.

i) Assim, além de permitir o levantamento das pesquisas referentes ao tema estudado, a

j) pesquisa bibliográfica permite ainda o aprofundamento teórico que norteia a pesquisa.

k) Nesse estudo, foram utilizados autores que se fundamentam no referencial crítico e

l) dialéctico apresentam reflexões sobre o tema em estudo.

Quanto a natureza

Quanto à natureza a pesquisa é básica, que no entender de Prodanov e Freitas (2013, p.51)
objectiva gerar conhecimentos novos e úteis para o avanço da ciência sem prática prevista.

Do ponto de vista dos objectivos de pesquisa A pesquisa é exploratória, pois busca fazer um
levantamento bibliográficos obre o tema para melhor compreendê-lo. Que segundo Gil (2008,
p.27) “a pesquisa exploratória temcomo objectivo maior proporcionar maior familiaridade
com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou construir hipóteses.

Para a elaboração do presente relatório foram usadas as seguintes técnicas:

 Pesquisas bibliográficas e nas páginas da internet;


 Consulta aos arquivos da DPEDHM;
 Consulta a Trabalhos anteriormente elaborados;
 Procedimento monográfico ou estudo de caso;
1.8.Organograma da DPEC-Maputo1

GABINETE DO DIRECTOR PROVINCIAL

GABINETE DO DIRECTOR PROVINCIAL ADJUNTO

Inspecção Provincial

DDP DAF DRH DP DPE DC RAI

REG RET RAEA RP RAGP RP RPE REF RPC


RE
Legenda:
DDP – Departamento de Direcção Pedagógica
DAF – Departamento de Administração e Finanças
DRH – Departamento de Recursos Humanos
DPE – Departamento de Programas Especiais
DC – Departamento da Cultura
DP – Departamento de Planificação
REG – Repartição de Ensino Geral
RET – Repartição de Ensino Técnico
RAEA – Repartição de Alfabetização e Educação de Adultos
RAI – Repartição de Administração Interna
REO - Repartição de Execução Orçamental
RP – Repartição de Património
RAGP – Repartição de Administração e Gestão de Pessoas
RF – Repartição de Formação
RPE – Repartição de Plano e Estatística
REFD – Repartição de Educação Física e Desportos
RPC – Repartição de Património Cultural

1
Encontra-se em uso ainda o organograma aprovado no ano de 2013, porém existe uma proposta que aguarda
aprovação para a entrada de um novo organograma.
1.9.Lista de Abreviaturas
OE – Orçamento Estado
DPEDHM – Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano – Maputo
CED – Classificador Económico de Despesa
IICAEG – Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza
OP – Ordem de Pagamento
TA – Tribunal Administrativo
AR – Assembleia da República
CRM - Constituição da República de Moçambique
SISTAFE – Sistema de Administração Financeira do Estado
EGFAE – Estatuto Geral do Funcionário e Agente do Estado
REO – Repartição de Execução Orçamental
DAF – Departamento de Administração Financeira
MCTESTP – Ministério da Ciência e Tecnologia Ensino Superior e Técnico Profissional
IICM – Instituto Industrial e Comercial da Matola
SDEJT – Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia
IFP – Instituto de Formação de Professores
FASE – Fundo de Apoio ao Sector da Educação
SOE – Subsistema do Orçamento do Estado
ADE – Apoio Directo às Escolas
CAPÍTULO II
2.Revisão Bibliográfica

2.1.1.A Execução2 Orçamental


Antes de abordar o objecto de estudo deste trabalho devemos ter noção de alguns conceitos
que são de constante uso nessa matéria:

Orçamento do Estado (OE) – é o documento onde estão previstas as receitas a arrecadar e


fixadas as despesas a realizar num determinado exercício económico e tem por objecto a
prossecução da política financeira do Estado3;

Ano económico – período correspondente ao ano civil;

Dotação4 orçamental – é o montante inscrito em cada rubrica orçamental, acrescido dos


reforços e deduzidos das anulações, constituindo o limite máximo de despesa a realizar no
respectivo ano económica;

Dotação Inicial (DI) - Representa o total de créditos orçamentários para realização de


despesas autorizadas;

Dotação Disponível – é o resultado após a dedução de 10% da DI;

Cabimento orçamental – é acto administrativo de verificação, registo e cativo do valor do


encargo a assumir pelo Estado;

Anulação de receita – é a supressão5 de receitas cobradas indevidamente ou a mais,


mediante a anulação do valor na rubrica orçamental de receitas no respectivo exercício,
quando a sua arrecadação nele ocorre;

Anulação de despesa – corresponde ao processo através do qual despesas processadas e


liquidadas a mais, mas ainda não pagas têm contra – registo, originando-se um aumento da
dotação disponível;

2
acto ou efeito de executar, de passar do projecto ao ato; realização – in dicionário electrónico HOUAISS da
Língua portuguesa 2.0a
3
art. 12 da Lei 9/2002 – SISTAFE
4
verba destinada a determinado fim - in dicionário electrónico HOUAISS da Língua portuguesa 2.0a
5
acção ou resultado de cancelar ou extinguir: eliminação, extinção, cancelamento - in dicionário electrónico
HOUAISS da Língua portuguesa 2.0a.
CAPITULO III

3.Desenvolvimento

3.1.Regras6 Gerais da Execução do Orçamento


Uma vez aprovado o orçamento e iniciado o ano financeiro, a 1 de Janeiro, começam a
cobrar-se as receitas e a pagar as despesas, a este conjunto de actos e operações dá-se o nome
de execução orçamental.

Antes de avançarmos com o desenvolvimento do trabalho vamos recordar aquilo que são as 8
(oito) regras e princípios que o orçamento deve obedecer. As regras e princípios 7 a saber:
anualidade, unidade, universalidade, especificação, não compensação, não consignação,
equilíbrio e publicidade.

 Anualidade, nos termos do qual o OE tem um período de validade e de execução


anual.
 Unidade, na base do qual o OE é apenas um.
 Universalidade, pelo qual todas as receitas e todas as despesas que determinem
alterações ao património do Estado, devem nele ser obrigatoriamente inscritas;
 Especificação, segundo o qual cada receita e cada despesa deve ser suficientemente
individualizada;
 Não compensação, segundo o qual as receitas e as despesas devem ser inscritas de
forma ilíquida;
 Não consignação, por força do qual o produto de quaisquer receitas não pode ser
afectado à cobertura de determinadas despesas específicas;
 Equilíbrio, com o fundamento no qual todas as despesas previstas no orçamento
devem ser efectivamente cobertas por receitas nele inscritas; e
 Publicidade, em conformidade com a Lei Orçamental, as tabelas de receitas e as
tabelas de despesas e bem assim as demais informações económicas e financeiras
julgadas pertinentes devem ser publicadas no Boletim da República.

Segundo FRANCISCO (2013) apud WATY (2004), podemos entender execução como o
conjunto de actos e operações materiais de administração financeira e de tesouraria praticados
6
Para dar início a execução orçamental, o Governo aprova as disposições que se mostrem necessárias, sem
prejuízo da imediata aplicação das normas da Lei do Orçamento do Estado que sejam directamente exequíveis. -
art. 28 da Lei 9/2002 – SISTAFE.
7
nr. 1, art. 13 da Lei 9/2002 – SISTAFE
para cobrar as receitas e realizar as despesas inscritas ou para prover ao respectivo
ajustamento.

Compete ao Governo executar e fazer executar o orçamento, sendo para o efeito coadjuvado
pela Administração8. A execução do OE é fiscalizada pelo TA e pela AR, a qual, tendo em
conta o parecer daquele Tribunal, aprecia e delibera sobre a Conta Geral do Estado9 10.

A execução obedece a três princípios: o da legalidade, o da economicidade e o da prévia


justificação.

 O princípio da economicidade entende-se que é constituído por duas regras:


 A da utilização mais racional possível das dotações orçamentais aprovados; e
 A da melhor gestão de tesouraria11 12.

 O princípio da legalidade deverá entender-se como significando que na execução do


orçamento, o Governo respeita as leis em geral, isto é, as relativas à organização e
funcionamento da Administração e as definidoras de direitos dos cidadãos sejam eles
contribuintes, beneficiários ou funcionários – legalidade genérica – e as relativas ao
próprio orçamento – legalidade específica.

Neste sentido, na execução do orçamento a Administração não poderá:

 Liquidar e cobrar, nem inscrever no orçamento, uma receita que não esteja autorizada
por lei, segundo o princípio da legalidade13.

A cobrança de um imposto pode, todavia, superar o montante inscrito no orçamento, já que


ao contrário das despesas, para as quais são fixados limites máximos, as receitas são uma
previsão.

8
al. e), nr. 1, art. 204 da CRM.
9
Art. 131 da CRM.
10
A nível da DPEDHM a execução orçamental é Fiscalizada pela Inspecção Provincial que é o órgão interno
que zela e supervisiona as actividades administrativas, fazendo prevalecer as normas e decretos que regem as
actividades executadas por esta entidade.
11
WATY (2004: p. 93) apud SOUSA FRANCO (ob. cit,, p. 430).
12
WATY (2004: p. 93) apud BAZ TEIXEIRA, (ob. cit., p. 169) em sua obra considera as mesmas regras como
princípios.
13
O qual determina a observância integral das normas legais vigentes – al b), art 4 da Lei 2/2009 de 12 de
Fevereiro - SISTAFE
Podem variar de acordo com a conjuntura económica 14 e outros factores fora do controlo do
Governo;

 Realizar despesas que, não obstante tenham base legal, não se encontrem inscritas no
orçamento ou não tenham cabimento na correspondente verba orçamental, isto é,
superem o montante de verba fixado no orçamento.

Do princípio da legalidade decorre ainda a obrigatoriedade das receitas cobradas e das


despesas efectuadas terem que estar necessariamente inscritas no orçamento - tipicidade
orçamental.

A tipicidade orçamental (qualitativa e quantitativa) apresenta naturezas distintas, consoante


se trate do orçamento das despesas ou do orçamento das receitas.

Tipicidade qualitativa
No caso das receitas, apenas se condiciona a espécie de receita que poderá ser inscrita no
orçamento, não o seu montante que, podendo ser ultrapassado, não é vinculado;

Tipicidade quantitativa
No caso das despesas, pelo contrário, impõem-se limites aos montantes que poderão ser
gastos. Elas não poderão exceder as dotações globais fixadas no orçamento: são autorizadas
em espécie e em quantidade.

3.1.Execução Orçamental em geral


Como ponto de partida para executar o orçamento, o órgão coordenador do SISTAFE emite
as instruções para a execução do orçamento.

Por seu turno as entidades competentes do SOE tomam as necessárias medidas à execução e,
nesse sentido deverão:

 Elaborar a programação financeira do ano;


 Tomar as medidas necessárias para que os recursos sejam captados de acordo com a
programação; e
 Tomar as medidas necessárias para que os recursos sejam libertos com vista à
cobertura das despesas previstas em cada período.
14
Conjunção de elementos de que depende, num dado momento, a situação política, económica, social etc. dum
país ou de um grupo de países ou de uma região; situação, quadro – in Dicionário electrónica HOUAISS da
Língua portuguesa 2.0a.
3.1.1.A Execução do Orçamento das Receitas
O primeiro princípio que tem de ser respeitado na execução das receitas é, como foi atrás
referido, o da legalidade. A receita só poderá ser cobrada se, cumulativamente, for legal e
tiver inscrição orçamental. (WATY; 2004, p. 95)

As operações fundamentais de execução das receitas, que constituem as suas fases15 são:

 Lançamento e procedimento administrativo de verificação da ocorrência de facto


gerador da obrigação correspondente;

 As operações de liquidação - que consistem na determinação do montante que o


Estado tem a receberem de terceiros (contribuinte, utente, devedor, etc.), cabendo,
geralmente, a sua execução aos serviços liquidadores de receitas, como a Direcção
Nacional das Alfândegas (DNA) e a Direcção Nacional de Impostos e Auditoria
(DNIA) que constituem a RCE – Rede de Cobranças do Estado,

 As operações de arrecadação ou cobrança - normalmente asseguradas pelo Tesouro


Público, através das quais se cobra, se recebem ou se toma posse da receita,
garantindo a entrada efectiva da receita nos cofres do Estado.

O modo, prazos, lugar e processos de lançamento, liquidação e cobrança são variáveis.

A cobrança das receitas pode ocorrer sob forma de pagamento voluntário ou por recurso à
cobrança coerciva e, no que às dívidas tributárias diz respeito, a cobrança poderá também
processar-se sob a forma de cobrança virtual ou cobrança eventual16.

3.1.2.Execução do Orçamento das Despesas


Segundo De Sousa (1992; p. 117), em matéria de despesas, todavia, a execução do
orçamento apresenta uma particularidade: é a de, em regra, não ser permitido utilizar logo de
uma vez a totalidade de cada crédito
15
Art. 29 da Lei 9/2002 de 12 de Fevereiro – SISTAFE
16
Cobrança é eventual quando, após liquidação, a guia é entregue ao interessado, que procederá ao
pagamento, no próprio dia, na tesouraria; No caso de não haver pagamento no próprio dia, o serviço emissor
efectua um débito ao tesoureiro passando a partir daí a cobrança virtual, vencendo-se, desde logo, juros de
mora.
O processo de execução orçamental relativo às despesas é mais complexo.

Não obstante ele só inicia sob condição necessária de a despesa em causa ser legal.

Verificada condição de legalidade, respeitando as disposições legais aplicáveis, o processo


compreende os seguintes pressupostos:

 As despesas só poderão ser assumidas durante o ano económico para o qual estiverem
orçamentadas e deverão sempre respeitar os princípios de economia (minimização dos
custos), eficiência (maximização dos resultados) e eficácia (obtenção dos resultados q
pretendidos).

 Uma despesa para ser executada tem de estar inscrita numa classe e verba prevista no
OE , e tem de ter cabimento orçamental . No caso das despesas obrigatórias, a utilização
da dotação orçamental – do montante inscrito na rubrica de despesa – é obrigatória,
enquanto que no caso das despesas facultativas a sua utilização é opcional.

 A execução das despesas deverá obedecer à regra dos duodécimos, segundo a qual em
1
cada mês do ano não poderá ser utilizada uma verba superior a da verba global
12
fixada no orçamento, acrescida dos duodécimos dos meses anteriores vencidos e não
gastos, de acordo com esta regra, as despesas distribuir-se-ão uniformemente ao longo
do ano ou concentrar-se-ão na parte final do ano, quando a tesouraria já dispõe de
maiores recursos. Impede-se, assim, que as despesas se concentrem nos primeiros meses
do ano, quando a tesouraria ainda não dispõe de recursos suficientes, por ainda não ter
sido cobrada a maior parte das receitas.

Para DE SOUSA (1992; p.117), significa isto que os encargos devem ser assumidos e os
pagamentos autorizados por importâncias não excedentes aos duodécimos vencidos. Isto é:
não podem fazer-se em cada mês, por conta de determinado crédito orçamental.

Existem, todavia, excepções autorizadas por lei. Estas excepções resultam da necessidade de
realizar o grosso de certas despesas durante um determinado período do ano. Abrangem as
Despesas com o Pessoal, os Encargos da Dívida, Transferências ao Exterior, Outras Despesas
Correntes, Exercícios Findos e Encargos Aduaneiros.

As excepções previstas por lei incluem ainda despesas que pela sua especificidade
beneficiem de um regime especial de utilização das dotações orçamentais.

 Cumprimento rigoroso dum complexo condicionalismo legal 17, um formalismo exigente


e um longo processo burocrático que compreende a verificação de:
 Cabimento orçamental: a verificação da inclusão da despesa em processo próprio e
do cumprimento de todos os requisitos legais e financeiros aplicáveis;

 Autorização da realização da despesa: a permissão por quem tem competência para


tal, para a concretização e assumpção do compromisso para a realização da despesa
podendo tal permissão ser confirmada pela celebração de um acordo ou assinatura de
um contrato ou ainda pela emissão da respectiva requisição;

 Liquidação: o apuramento do valor da despesa a pagar e emissão da competente


ordem de pagamento;

 Autorização do pagamento: a permissão dada por quem tem competência para tal,
para que se proceda ao pagamento da despesa;

 Pagamento: a entrega do valor devido ao credor contra documento de quitação.


Ao nível central, a execução do orçamento das despesas é da responsabilidade da Direcção
Nacional da Contabilidade Pública (DNCP). Ao nível provincial, ela é da competência das
diferentes Direcções Provinciais do Plano e Finanças (DPPF).

Há despesas para as quais além desta rigorosa tramitação administrativa (legalidade,


cabimento e regularidade) se impõe a verificação de pré-requisitos essenciais tais como:

17
Art. 30 da Lei 9/2002 – SISTAFE
fiscalização prévia por órgão judicial através do visto ou declaração de conformidade do
Tribunal Administrativo.

Podemos, pois, aditar especificamente para a execução das despesas uma outra regra, para
além da legalidade e economicidade, a da prévia justificação para a sua eficácia técnica,
eficiência económica.

Capítulo IV

4. Análise de Dados
Para a execução do orçamento de 2016 foi atribuído um valor 954.563.100,00 (Novecentos e
Cinquenta e Quatro Milhões, Quinhentos e Sessenta e Três Mil e Cem Meticais) valor este
alocado em 5 (Cinco) diferentes ensinos sendo eles: Ensino Primário, Ensino Secundário I
Ciclo, Ensino Secundário II Ciclo, o Programa de Alfabetização e Educação de Adultos e o
Ensino Técnico Profissional. Do valor atribuído com o que havia sido programado verifica-se
uma diferença de cerca de 233.895.160,00 (Duzentos e Trinta e Três Milhões, Oitocentos e
Noventa e Cinco Mil e Cento e Sessenta Meticais) tendo sido programado cerca de
1.188.458.260,00 (Mil, Cento e Oitenta e Oito Milhões, Quatrocentos e cinquenta e Oito e
Duzentos e Sessenta Meticais).

Tabelas de Orçamento distribuídos por níveis de Ensino

Ensino Primário

Despesa Programado Aprovado Limites Indicativos Limites Indicativos (%) Programado (%)
Salários e Remunerações 687,000,970.00 588,197,900.00 588,197,900.00 100 85.62
Outras Despesas c/ Pessoal 4,300,000.00 300,000.00 300,000.00 100 6.98
Bens 7,800,000.00 5,500,000.00 5,500,000.00 100 70.51
Serviços 5,300,000.00 2,800,000.00 2,800,000.00 100 52.83
Total 704,400,970.00 596,797,900.00 596,797,900.00 100 84.72

Ensino Secundário I Ciclo

Despesa Programado Aprovado Limites Indicativos Limites Indicativos (%) Programado (%)
Salários e Remunerações 222,719,970.00 165,250,000.00 165,250,000.00 100 74.20
Outras Despesas c/ Pessoal 2,000,000.00 250,000.00 250,000.00 100 12.50
Bens 4,000,000.00 3,000,000.00 3,000,000.00 100 75.00
Serviços 3,500,000.00 2,000,000.00 2,000,000.00 100 57.14
Total 232,219,970.00 170,500,000.00 170,500,000.00 100 73.42

Ensino Secundário II Ciclo

Despesa Programado Aprovado Limites Indicativos Limites Indicativos (%) Programado (%)
Salários e Remunerações 205,536,500.00 155,300,000.00 155,300,000.00 100 75.56
Outras Despesas c/ Pessoal 2,500,000.00 1,300,000.00 1,300,000.00 100 52.00
Bens 4,500,000.00 2,500,000.00 2,500,000.00 100 55.56
Serviços 4,000,000.00 1,965,000.00 1,965,000.00 100 49.13
Total 216,536,500.00 161,065,000.00 161,065,000.00 100 74.38
Alfabetização e Educação de Adultos

Despesa Programado Aprovado Limites Indicativos Limites Indicativos (%) Programado (%)
Salários e Remunerações 5,885,580.00 3,000,000.00 3,000,000.00 100 50.97
Outras Despesas c/ Pessoal 650,000.00 250,000.00 250,000.00 100 38.46
Bens 1,500,000.00 700,000.00 700,000.00 100 46.67
Serviços 1,000,000.00 400,000.00 400,000.00 100 40.00
Total 9,035,580.00 4,350,000.00 4,350,000.00 100 48.14

Ensino Técnico Profissional

Despesa Programado Aprovado Limites Indicativos Limites Indicativos (%) Programado (%)
Salários e Remunerações 21,265,240.00 19,080,000.00 19,080,000.00 100 89.72
Outras Despesas c/ Pessoal 1,000,000.00 420,000.00 420,000.00 100 42.00
Bens 2,500,000.00 1,350,000.00 1,350,000.00 100 54.00
Servicos 1,500,000.00 1,000,000.00 1,000,000.00 100 66.67
Total 26,265,240.00 21,850,000.00 21,850,000.00 100 83.19

Conforme dito acima, analisando os dados das tabelas apresentada, conclui-se que as rubricas
mais críticas são os bens e serviços e as ajudas de custo.

 Embora tenha sido observado o limite indicativo na aprovação do Orçamento, o valor


está aprovado abaixo das reais necessidades das instituições de ensino;
 O valor aprovado no Ensino Primário na rubrica de bens e serviços, apenas representa
cerca de 61.67% das reais necessidades deste nível de ensino;
 No ensino Secundário o limite aprovado para a realização de despesas de bens e
serviços consegue cobrir apenas 59% das necessidades para este nível de ensino.
Tabela de Execução de Projectos (FASE)
Ordem Projecto Dotação Inicial Executado Nivel de Execução (%) Saldo
1 Construção - Ensino Primário 15,994,820.00 7,692,730.00 48.1 8,302,090.00
2 Construção - Ensino Secundário 9,296,820.00 - - 9,296,820.00
3 Supervisão Provincial 3,989,770.00 1,486,590.00 37.3 2,503,180.00
4 Supervisão Distrital 4,871,140.00 1,635,550.00 33.6 3,235,590.00
5 ADE 39,468,290.00 20,707,000.00 52.5 18,761,290.00
6 Alimentação Escolar 3,856,020.00 3,848,000.00 99.8 8,020.00
7 ADPP 1,643,390.00 684,520.00 41.7 958,870.00
8 HIV/SIDA 680,000.00 320,000.00 47.1 360,000.00
9 DICIP 6,492,290.00 1,735,560.00 26.7 4,756,730.00
10 Apoio aos IFP's 17,066,000.00 - - 17,066,000.00
11 Total 103,358,540.00 38,109,950.00 36.9 65,248,590.00

Relativamente a esta tabela deve-se saber primeiro que esta execução respeita ao primeiro
trimestre do ano de 2016, podemos ver que os projectos Construção – Ensino Secundário e
Apoio aos IFP’s ainda não haviam se iniciado com a execução, podemos perceber ainda que
mais que a metade dos projectos já havia sido executado em pelo menos 30% e com o
projecto de Alimentação Escolar sendo o projecto com o nível de execução mais avançando,
faltando somente a execução de 0.2% da sua dotação.

Níveis de Execução do Orçamento da DPEDHM - 2016


Orçamento Nível de Execução
Orçamento de Funcionamento 98%
Orçamento de Investimento Interno (OE) 91%
Orçamento de Investimento Externo (FASE) 81%
CAPITULO V

Conclusão, Constrangimentos, Constatações e Sugestões

5.1.Conclusão
Para a satisfação das necessidades sociais, o Estado realiza a actividade financeira, actividade
que consiste num conjunto de actos virados para a obtenção, gestão e aplicação de recursos
necessários para prossecução desse fim. Deste modo, para a obtenção, gestão e aplicação de
recursos, precisam de estar planificadas e autorizadas.

O Governo deve respeitar as leis aquando da execução, verifica-se que na DPEDHM compete
ao Departamento de Inspecção Provincial fazer cumprir as normas para que todas as
actividades desenvolvidas no DAF estejam dentro dos parâmetros previstos pela lei.

Abordamos sobre a execução orçamento das receitas e o das despesas, o primeiro respeitam o
princípio da legalidade tem três (3) operações fundamentais para a execução das receitas
nomeadamente as de liquidação e procedimentos administrativo, as de liquidação que
consiste na determinação da verba que o Estado tem de receber dos contribuintes, e por
último as operações de arrecadação, que cobram recebem e garantem a entrada nos cofres do
Estado. E a segunda, a execução orçamental das despesas, também obedece ao princípio da
legalidade tal como a execução das receitas e dita ainda que não é permitido a utilização de
uma só vez da totalidade do crédito disponibilizado por conta disto socorremo-nos da regra
dos duodécimos para que o crédito possa ser repartido em doze (12) partes, o principio da
legalidade não foi observado pela Administração no que tange a realização de despesas
verificando-se que nos casos em que as dotações iniciais não foram preenchidas os saldos
assumiram valores negativos e quando feita a actualização das dotações verifica-se que numa
rubrica foi utilizada uma verba acima do limite fixado, podendo ser possível evitar este
cenário desde que se faça uma fiscalização. Findo o ano económico para o qual foi aprovado
o orçamento em execução, serão imediatamente transportadas para o ano seguinte as verbas
remanescentes, não sendo esta política aplicável para as despesas, pois estas devem ser
realizadas no ano económico para o qual estão previstas.

Nas tabelas de distribuição de orçamento por níveis de ensino feita uma breve análise
verificou-se que o valor aprovado esta muito abaixo daquilo que são as necessidades reais das
instituições, sendo as rubricas mais críticas as de bens e serviços com um défice de cerca de
38.33% para satisfazer na totalidade as necessidades, e o Ensino Secundário Geral teve um
défice de 31% nas mesmas rubricas, concluindo que os dois ensinos enfrentaram dificuldades
média de 31.67%. Nestes casos o que vem amenizar esta situação é a execução do projecto de
apoio directo às escolas que entra em acção caso o orçamento atribuído as escolas não seja
suficiente para cobrir com as necessidades que não foram satisfeitas, projecto este financiado
pelo FASE que de acordo com a tabela de execução teve a maior parte dos seus projectos
executados em mais de 30% somente no primeiro trimestre do ano.
5.1. Constrangimentos
Um dos principais factores que causou a dificuldade no aprender foi a situação económica em
que o nosso País se encontra isso fez com que, para o sector da educação, o Estado cortasse
alguns “privilégios” que os professores tinham, mas não foram só os professores que foram
afectados, os alunos também de certa forma sentiram o efeito da dita “crise”. A questão agora
é de que forma os professores e alunos foram afectados? Sabe-se que dentre o leque de
actividades que a REO desenvolve, os pagamentos de Horas Extras e Segunda Turma
constam da lista, foi dessa forma que os professores foram afectados, o Estado não conseguiu
pagar essas duas despesas pois não dispunha de verbas. Os alunos das várias Escolas não
puderam receber as palestras que constavam do plano de actividades da DPEDHM. Deste
modo, se o Estado não pôde custear essas despesas certamente haveria falta de casos por
desenrolar resultando na limitação do conhecimento adquirido, só ficamos a saber
teoricamente que determinadas actividades são desenroladas no seu dia-a-dia, algumas das
actividades que não foram possíveis de desenvolver.

Outro factor que limitou o enriquecimento do presente relatório foi a negligência por parte de
alguns funcionários da REO mas que desempenham actividades diferentes da dos balancetes
mensais e salários, alegavam que estariam a ser atrasados nas suas actividades, por ter que
treinar o estagiário, simplesmente este era solicitado pelos ditos funcionários no caso de
necessidade de ajuda numa actividade complexa em que seria difícil ser executada por um só
funcionário, só era dito o que tinha de fazer não tendo a oportunidade de ser explicado o
assunto que se estava a tratar. Pelo facto do DAF trabalhar com dinheiros do Estado, para
pagamento das despesas que são de sua responsabilidade não foi possível fornecer ao
estagiário anexos para suportar a parte teórica do presente do presente relatório, pois trata-se
de informações confidenciais.
5.2. Constatações
 Os modelos/mapas facultativos não estão devidamente protegidos, possibilitando que
qualquer funcionário seja capaz de alterar os dados já registados.
 As dotações disponíveis não estão a ser constantemente actualizadas por
consequência os saldos por vezes assumem valores negativos, e não se verifica a
implementação da regra dos duodécimos.
 Os processos pagos enviados ao gabinete da directora provincial ficam demasiado
tempo a serem verificados.
 Os colaboradores não têm domínio dos mapas de controlo de pagamentos.
5.3. Sugestões
 Que os colaboradores sejam capazes de proteger com senhas e guardar em
dispositivos de armazenagem externa cópias dos mapas actualizados diariamente
com os quais trabalham no fim de cada dia de trabalho.
 Que devam ser sempre preenchido o campo das dotações disponíveis e obedecer a
regra dos duodécimos.
 Que os processos pagos sejam lançados nos mapas e posteriormente enviados ao
gabinete da Directora.
 Que se observe o n 1 do artigo 60 do EGFAE, que estabelece a todos funcionários e
Agentes do Estado devem desenvolver através de um processo de formação e
aperfeiçoamento, as suas qualidades técnico-profissionais, após a formação deve se
avaliar os níveis de dificuldades enfrentados pelos funcionários.
CAPÍTULO VI

6.Bibliografia
 WATY, Teodoro Andrade – Introdução às finanças Públicas e Direito Financeira,
WEW Editora, LDA, Maputo. 2011
 DE SOUSA, Domingos Perreira – Finanças Públicas, 1ª edição, Lisboa, 1992
 RIBEIRO, José Joaquim Teixeira – Lições de Finanças Públicas, 5ª edição, Coimbra
Editora, Lisboa, 2013.
 KOOGAN, A.; HOUAISS, A. (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 2a. Direcção
geral de André Koogan Breikmam. São Paulo: Delta: Estadão, 2007. 5 CD-ROM.
Produzida por Videolar Multimédia.

 MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias: trabalhos


académicos, projectos de pesquisa, relatórios de pesquisa, dissertações, Editora Atlas,
São Paulo. 1990.

 PRODANOV, Cleber Cristiano, DE FREITAS, Ernani César – Metodologia do


trabalho científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Académico,
Universidade Feevale, Rio Grande do Sul, 2003.
 MOÇAMBIQUE. Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro – SISTAFE. Imprensa Nacional,
E.P., 2002.
 MOÇAMBIQUE. Lei nº 14/2009, de 17 de Março – EGFAE. Imprensa Nacional,
E.P., 2009.
 MOÇAMBIQUE. Lei nº 62/2009, de 8 de Setembro – REGFAE. Imprensa Nacional,
E.P., 2009.
 MOÇAMBIQUE, Constituição da República, Imprensa Nacional, E.P., Maputo, 2011
 Disponível em: <www.cm-alijo.pt/perguntas-frequentes/resposta/id/12>, Acesso em
03 de Março de 2017, 15h: 27 minutos
 Disponível em: <pt.wikiquote.org/wiki/Conhecimento>, Acesso em 03 de Março de
2017, 18h: 35 minutos
 Disponível em: <odireitoacademico.blogspot.com/2013/11/teoria-do-orcamento-
cadeira-de-financas.html>, Acesso em 04 de Março 2017, 13h: 34 minutos

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