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Índice

1. Introdução..................................................................................................................................1
1.1. Contextualização....................................................................................................................2
1.2. Justificação.............................................................................................................................2
1.3. Problematização.....................................................................................................................3
1.4. Hipóteses................................................................................................................................3
1.5. Objetivos................................................................................................................................4
1.5.1. Objetivo geral.....................................................................................................................4
1.5.2. Objetivos específicos..........................................................................................................4
2. Referencial teórico.....................................................................................................................5
2.1. Enquadramento da Auditoria Interna......................................................................................6
2.2. Estudo da Fraude....................................................................................................................6
2.3. Tipos de Fraude......................................................................................................................7
2.4. Triângulo da Fraude................................................................................................................7
2.5. Aspectos Fundamentais de Análise de Risco da Fraude.........................................................8
2.6. Impacto Auditoria Interna e Fraude........................................................................................9
3. Metodologia.............................................................................................................................10
3.1. Tipo de Pesquisa...................................................................................................................10
3.2. Métodos de Abordagem........................................................................................................10
3.3. Métodos de Procedimento....................................................................................................10
3.4. Técnicas de Pesquisa............................................................................................................11
3.5. Métodos para Análise de Dados............................................................................................11
3.5.1. Delimitação do Universo e Amostra.................................................................................11
4. Cronograma..............................................................................................................................13
5. Orçamento................................................................................................................................13
6. Referências bibliográficas........................................................................................................14
Apêndice..........................................................................................................................................15
Lista de abreviaturas
AI – Auditoria Interna
BCI – Banco Comercial do Investimento
IPAI - Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna

Lista de figuras
Figura 1: Triangulo da fraude, fonte Donald Cressey (1953).................................................................8

Lista de tabelas
Tabela 1: Cronograma, fonte a autora (2023).......................................................................................13
Tabela 2: Orçamento, fonte a autora (2023).........................................................................................13
1. Introdução

O presente trabalho tem o tema o impacto da Auditoria Interna na mitigação da ocorrência da


Fraude, no sector Financeiro Moçambicano no período compreendido entre 2012 e 2022.

O mesmo surgiu da necessidade de compreender que a fraude é uma realidade muito presente
na vida das empresas, sendo cada vez mais, alvo de escrutínio e análise em Moçambique. A
crise pandémica de COVID-19, só veio a agravar esta tendência. Deste modo, a sua deteção e
prevenção revelou-se prioritária para as Organizações e Auditores em geral, mas em especial
para os Auditores Internos.

É fundamental para as empresas um bom investimento na área de auditoria interna, de modo a


garantir não só o bom funcionamento da empresa, como a continuidade da mesma. É
igualmente imprescindível que haja um constante acompanhamento e adaptação dos
controlos, como a volatilidade do mercado assim o exige. A tendência de melhoramento dos
controlos deveria ser feita conforme as necessidades das Organizações, e tendo em conta as
fragilidades a que estas se encontram expostas.

Ainda que a auditoria interna não tenha como principal função a deteção e prevenção de
fraudes, tem igualmente o objetivo ajudar a organização a alcançar os seus objetivos e a
proteger os seus ativos. Em Normas Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria
Interna (IPAI, 2009), são feitas diversas referências ao tema da fraude, pelo que, se pode
considerar um tema bastante relevante para a função de auditoria interna.

Em suma, a auditoria interna deve ser responsável pela implementação de controlos, que não
permitam a prática de fraudes, e garantam a existência de mecanismos de controlo interno que
sejam responsáveis pela mitigação do risco da sua ocorrência. (Ramos, 2019, p. 34).
1.1. Contextualização

A AI emerge como um tópico relevante na auditoria, onde sua importância como ferramenta
na mitigação da ocorrência da fraude é destacada. Seguindo a orientação de Gil (2017, p. 45)
quanto à delimitação de um tema de pesquisa científica, três critérios são considerados.

O primeiro critério, o espacial, é fundamental na pesquisa social, pois exige a especificação


do local onde o fenômeno ocorre. Neste projeto, a pesquisa será conduzida na área de
Auditoria e Finanças do Banco Comercial do Investimento SARL (BCI), refletindo o contexto
da AI.

O segundo critério, o temporal, define o período em que o fenômeno será estudado, sendo
escolhido o intervalo de 2012 a 2022 devido à relevância das mudanças ocorridas nesse
período, impactando a AI no BCI.

O terceiro critério, relacionado à população de estudo, concentra-se nos colaboradores do


departamento de Auditoria do BCI como a população-alvo, uma vez que suas perceções,
dilemas e experiências são cruciais para a compreensão do tema.

Dessa forma, a delimitação espacial, temporal e populacional estabelecida proporcionará uma


base sólida para a investigação sobre a Auditoria Interna na mitigação da ocorrência da fraude
no sector Financeiro Moçambicano, permitindo uma análise aprofundada do seu impacto
durante o período de 2012 a 2022 nesse contexto específico.

1.2. Justificação

A realização deste projeto de pesquisa sobre o impacto da AI na mitigação de fraudes no setor


financeiro moçambicano entre 2012 e 2022, emerge da urgência de compreender e enfrentar a
crescente ameaça das práticas fraudulentas, especialmente exacerbadas pela crise de COVID-
19. A análise se concentrará na área de Auditoria no BCI, proporcionando uma perspetiva
específica e relevante.

A importância deste projeto vai além dos limites institucionais, atendendo a diversas esferas
de relevância. Para as instituições financeiras, como o BCI, a pesquisa oferece entendimentos
estratégicos cruciais para fortalecer os mecanismos de controle interno. A incidência reduzida
de fraudes não só resguarda os ativos dessas instituições, mas também contribui para a
construção de um setor financeiro mais robusto e confiável.
Além disso, a relevância social do projeto é evidente ao considerar o impacto direto na
sociedade moçambicana. Ao fortalecer os controles internos, a pesquisa contribui para a
preservação da confiança dos cidadãos nos serviços bancários e na estabilidade financeira. A
redução das fraudes promove um ambiente mais seguro para investimentos, estimulando o
crescimento econômico e trazendo benefícios tangíveis para a comunidade em geral.

No contexto acadêmico, este projeto oferece uma oportunidade valiosa para os estudantes do
curso de mestrado em Auditoria. A aplicação prática dos conceitos teóricos, especialmente
aqueles derivados das Normas Internacionais para a Prática Profissional de AI, enriquecerá a
experiência acadêmica. A pesquisa contribuirá para o avanço do conhecimento, preenchendo
lacunas específicas relacionadas à mitigação de fraudes em instituições financeiras
moçambicanas.

1.3. Problematização

No contexto dinâmico do setor financeiro moçambicano, a problemática relacionada à


ocorrência de eventos de fraude emerge como uma preocupação central. A crescente
complexidade das transações financeiras e a interação contínua com fatores externos, como a
crise de COVID-19, acentuam a necessidade de estratégias eficazes para mitigar riscos de
fraudes. Nesse cenário, a Auditoria Interna desempenha um papel fundamental, mas a
compreensão detalhada de seu impacto específico na mitigação desses eventos permanece
uma lacuna a ser explorada.

O que faz emergir a seguinte questão:

Qual é o impacto da Auditoria Interna na mitigação da ocorrência de eventos de fraude


no sector Financeiro Moçambicano, no período compreendido entre os anos 2012 e
2022?

1.4. Hipóteses

Considerando o tema desta pesquisa e o contexto anteriormente delineado, foram formuladas


as seguintes hipóteses com base na afirmação de Rúdio (1997), que define a hipótese como
“uma suposição que se faz na tentativa de explicar o que se desconhece” (p. 13):
Hipótese Nula (H0): A eficácia do sistema de controle interno não influencia
significativamente a ocorrência de eventos relacionados a fraude em instituições financeiras
moçambicanas no período de 2012 a 2022;

Hipótese Alternativa Positiva (H1): Instituições financeiras moçambicanas com sistemas de


controle interno eficazes apresentam uma redução significativa na ocorrência de eventos
relacionados a fraude no período de 2012 a 2022.

Hipótese Alternativa Negativa (H2): Mesmo com sistemas de controle interno eficazes, não há
uma redução significativa na ocorrência de eventos relacionados a fraude em instituições
financeiras moçambicanas no período de 2012 a 2022.

1.5. Objetivos

1.5.1. Objetivo geral

 Analisar o impacto da AI na mitigação de ocorrências de eventos de Fraude no sector


Financeiro Moçambicano, no período compreendido entre 2010 a 2022.

1.5.2. Objetivos específicos

 Identificar o enquadramento da AI no sector Financeiro;


 Apresentar os aspetos fundamentais da Fraude e Risco da Fraude no sector Financeiro
Moçambicano; e
 Demostrar o impacto da AI na Mitigação da Fraude no Sector Financeiro em
Moçambicano.
2. Referencial teórico

A auditoria é uma ferramenta fundamental para a tomada de decisões dos utilizadores do seu
trabalho (Carlos Costa, Lisboa), sendo que, a qualidade da informação é um factor
extremamente relevante. Deste modo, é fundamental que a informação disponibilizada seja
autêntica e semelhante à realidade possível. Para que isso aconteça, é necessário compreender
as fragilidades a que a Organização se encontra exposta e como minimizar esses riscos.

O verdadeiro fundamento da auditoria passa pelo aumento do grau de credibilidade e


fiabilidade da informação financeira (Monteiro, 2016).

Segundo (Martins., 2013), a auditoria pode ser compreendida como um processo sistemático
que permite obter e analisar provas suficientes que permitam ao Auditor pronunciar-se sobre a
concordância da informação, com as Normas e critérios de comparação selecionados, para
que, a posterior possa transmitir os resultados aos utilizadores interessados.

Relativamente ao objetivo, as auditorias podem-se classificar da seguinte forma:

 Auditorias das Demonstrações Financeiras – Análise das demonstrações financeiras


e a sua concordância com os Normativos aplicáveis;

 Auditorias Operacionais – Avaliação da eficácia e eficiência das atividades das áreas


operacionais de uma empresa;

 Auditorias de Conformidade – Averiguação da conformidade com os Normativos


em vigor;

 Auditorias Estratégicas – Verificação da conformidade com as políticas previamente


definidas pela empresa;

 Auditorias de Gestão – Avaliação do desempenho dos gestores da organização.

A frequência é igualmente um factor preponderante, uma vez que, podem distinguir-se por:
permanente e ocasional.
No primeiro tipo de auditoria (Permanente) existe uma maior regularidade, implicando
normalmente a sua continuidade na empresa.

Quando no segundo tipo (Ocasional, são tarefas excecionais.

Os autores acima citados, revelam que apesar de algumas auditorias terem caráter de
obrigatoriedade legal, é igualmente possível observar auditorias de fonte contratual (como por
exemplo, auditorias operacionais).
2.1. Enquadramento da Auditoria Interna
Com a evolução das empresas e a crescente necessidade de informações credíveis e fidedignas
por parte dos investidores, surgiu a necessidade de existência da auditoria interna, que até à
Revolução Industrial não passava de uma função de vigilância, limitando-se a detetar erros,
irregularidades e fraudes, por meio da verificação minuciosa das operações (Martins., 2013).
É então possível compreender que, a crescente complexidade dos sistemas de Controlo
Interno, exigiu por parte dos Auditores internos uma evolução na mesma proporção.
A importância da auditoria interna tem sido cada vez mais reconhecida, uma vez que auxilia a
Gestão no alcance dos objetivos traçados (Monteiro, 2016), no entanto, a sua acção depende
sempre das caraterísticas e necessidades da organização onde o Auditor opera.
A atividade de auditoria interna e o seu conceito, foram sofrendo alterações ao longo dos
anos. Desde o início que este tipo de auditoria tem uma responsabilidade primária
relativamente à deteção de fraude, tornando-se cada vez mais uma responsabilidade
secundária quando comparada com as outras funções. A deteção de fraude passou a ser um
encargo da gestão de topo, ainda que a auditoria interna não se possa isentar da
responsabilidade. Hoje em dia, a função de auditoria interna é reconhecida como atividade
imprescindível para as organizações, uma vez que promove a prossecução dos seus objetivos
e a melhoria de performance (Monteiro, 2016).
2.2. Estudo da Fraude
Nos últimos anos tem-se evidenciado uma crescente preocupação com o tema da fraude, uma
vez que, são cada vez mais escândalos e crescente impacto nas empresas e nos mercados em
geral. É por isso essencial compreender o conceito de fraude e as motivações que a podem
originar.
É fundamental compreender o conceito de fraude, sem que este se confunda com o conceito
de erro, o que ocorre muitas vezes.
Segundo (ISA, 2009), o que distingue a fraude do erro, é a sua intencionalidade, ou seja, o
erro é uma acção involuntária, no qual resulta uma distorção da informação.
Quando de acordo com a ISA 240, a Fraude é uma prática voluntária e intencional, na qual se
traduz uma alteração das demonstrações financeiras (ISA, 2009).
O IIA, nas suas Normas para a Prática Profissional de Auditoria Interna (IPAI, 2009), define
fraude como “Qualquer acto ilegal caraterizado por engano, encobrimento ou violação de
confiança.”
Segundo (Monteiro, 2016), por fraude entende-se como um acto ilegal realizado de forma
intencional, do qual pretende a obtenção de algum tipo de benefício.
2.3. Tipos de Fraude
Existem vários tipos de fraude que, consoante diversos autores como Dubis et al (2009), se
dividem em três tipos: apropriação indevida de ativos, distorção das demonstrações
financeiras e corrupção.
A apropriação indevida de ativos trata-se do uso abusivo, ou até mesmo do fruto de ativos
da empresa (Monteiro, 2016).
A distorção das demonstrações financeiras traduz-se como o nome sugere, na alteração de
informação nas demonstrações financeiras de forma fraudulenta. O interesse deste tipo de
fraude é o de mudar a aparência de forma que a imagem da empresa se torne mais apelativa
para os utilizadores desta informação.
Por último, a corrupção é a utilização da influência de modo abusivo com o intuito de obter
benefício próprio. De acordo com (Monteiro, 2016), pode-se traduzir em situações de conflito
de interesse, suborno, gratificações ilegais e/ ou extorsão económica. O conflito de interesses
ocorre muitas vezes através do benefício pessoal ou de terceiros; o suborno trata-se muitas
vezes da oferta monetária a troco de um favorecimento e obtenção de benefícios; a
gratificação ilegal ocorre através de pagamentos de modo a obter a realização de determinado
serviço; a extorsão económica trata-se da obtenção de vantagem através da exigência de
pagamento de outrem (Ramos, 2019)
A verdade é que a fraude nem sempre é realizada com intuito de favorecer um indivíduo de
forma singular, mas também pode ocorrer para favorecer a organização em si, tudo depende
do benefício que se pretende obter.
Segundo (Deloitte, 2021), um questionário conduzido a empresas Moçambicanas dos mais
diversos sectores, as três principais causas de fraude em Moçambique são o tráfico de
influências, a corrupção e a escolha preferencial de parceiro. Isto vai de encontro às fraudes
conhecidas e faladas nos noticiários portugueses
2.4. Triângulo da Fraude
Um dos modelos mais usados para compreender as motivações que levam à ocorrência de
uma fraude é o Triângulo da Fraude desenvolvido por Donald Cressey num estudo em 1953.
Neste estudo, admite-se que os indivíduos que praticam fraude, utilizam estes mecanismos
como justificação para o seu comportamento fraudulento, tentando de certa forma, eliminar o
sentimento de culpa (Monteiro, 2016).

Figura 1: Triangulo da fraude, fonte Donald Cressey (1953)


Este modelo define que uma fraude normalmente ocorre quando alguém com necessidade
financeira – incentivo – tem a oportunidade e consegue justificar o seu acto fraudulento, a si
e/ ou a terceiros, através de uma racionalização.
O incentivo é a pressão que pode passar na forma de uma necessidade num indivíduo e que o
leva a cometer a fraude.
A oportunidade pode ocorrer de várias formas, podendo surgir através de controlos fracos e/
ou acesso a determinados bens e informação, que o podem ajudar a satisfazer a necessidade
de que padece. A atitude/ racionalização é a justificação que o indivíduo consegue elaborar
para fundamentar a sua ação.
Das três componentes de fraude, a única que pode ser controlada pela gestão e pelo Auditor é
a oportunidade, sendo muito importante existirem controlos internos eficazes que consigam
minimizar o risco de ocorrência de fraude. Quando mais eficientes forem os controlos, menos
oportunidades de fraude deveriam existir.
2.5. Aspectos Fundamentais de Análise de Risco da Fraude
O risco é definido pelas Normas para a Prática Profissional de Auditoria Interna (IPAI, 2009)
como a possibilidade de ocorrer um acontecimento com impacto negativo sobre os objetivos
definidos pela entidade. De forma a que estes objetivos não sejam comprometidos, é
fundamental que a entidade tenha em consideração que a organização se encontra exposta,
tentando fazer a melhor gestão possível, de modo a que a empresa obtenha uma mínima
segurança.
2.6. Impacto Auditoria Interna e Fraude
É cada vez mais importante que a Auditoria Interna assuma um papel estratégico e activo na
empresa. As próprias Normas Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna
(IPAI, 2009), fazem diversas referências a esta importância e ao seu papel fundamental na
gestão do risco de fraude.
Existe também a necessidade de fazer a distinção entre deteção e prevenção, pois trata-se de
conceitos distintos. Enquanto a deteção se foca no facto de confirmar se a fraude ocorreu ou
está a ocorrer na organização, a prevenção foca-se em políticas e procedimentos que possam
acautelar para que a fraude não ocorra.
Os Auditores internos devem ter em atenção as motivações que provocam a fraude, de modo a
que possam detetar com a devida antecedência, e prevenir que evoluam para fraudes.
É nítido para as empresas portuguesas, segundo o Fraud Survey conduzido pela Deloitte
(2021), que a existência de Auditoria Interna é um instrumento fundamental para minimizar, e
até mesmo difundir o risco de fraude. A função de Auditoria Interna encontra-se em constante
adaptação conforme o mercado assim o exige.
3. Metodologia

Lundin (2016), define metodologia de trabalho como sendo “a exposição que o pesquisador
faz sobre os passos a serem seguidos no desenvolvimento do trabalho com a identificação dos
métodos e técnicas a serem usados para tal”. As técnicas “devem ser vistas como instrumento
de operacionalização dos métodos”. Nesta ordem de ideias para a elaboração deste projeto,
utilizamos métodos de abordagem, procedimentos e técnicas para coleta e análise de dados.

3.1. Tipo de Pesquisa

Classificamos este estudo como uma pesquisa qualitativa. Conforme definido por Lakatos e
Marconi (2017), a pesquisa qualitativa é um enfoque não estatístico que se concentra na
identificação e análise aprofundada de dados difíceis de quantificar em relação a um grupo
específico de indivíduos e um problema específico. Este tipo de pesquisa explora sentimentos,
sensações e motivações que podem explicar comportamentos, enfocando o significado desses
comportamentos para os indivíduos. Esta pesquisa visa conhecer os impactos da auditoria
interna tem sobre o sector financeiro moçambicano na mitigação da fraude.

3.2. Métodos de Abordagem

Este estudo adopta o método indutivo. O método indutivo implica uma análise que parte de
observações específicas para inferir leis ou teorias mais gerais (Trivinos et al., 1987). Isso
significa que este estudo se concentra em extrair conclusões gerais com base em observações
específicas feitas no BCI.

3.3. Métodos de Procedimento

Os métodos de procedimento incluíram a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. A


pesquisa bibliográfica, conforme definida por Lakatos e Marconi (2017), envolve a leitura de
livros e manuais com o objetivo de obter informações para a compreensão do assunto em
estudo. Por outro lado, de acordo com Gil (1999, citado por Oliveira, 2011), a pesquisa
documental é semelhante à pesquisa bibliográfica, com a principal diferença sendo a natureza
das fontes: enquanto a pesquisa bibliográfica se baseia principalmente nas contribuições de
diversos autores, a pesquisa documental utiliza materiais que ainda não passaram por um
tratamento analítico e podem ser reorganizados de acordo com os objetivos da pesquisa.
Assim, a pesquisa bibliográfica abrange a revisão da literatura relevante para embasar
teoricamente o estudo, enquanto a pesquisa documental envolve a análise de documentos
pertinentes relacionados ao BCI.

3.4. Técnicas de Pesquisa

Observação: A observação foi empregada para coletar dados diretamente no campo de estudo,
permitindo que o pesquisador identificasse informações que os participantes podem não estar
cientes. Conforme definido por Cervo e Bervian (2007, p. 26), observar envolve a aplicação
atenta dos sentidos físicos a um objeto amplo para adquirir um conhecimento claro e preciso.
A observação é considerada vital para o estudo da realidade e de suas leis.

Entrevista: Realizaremos entrevistas semiestruturadas aos colaboradores e gestores do


departamento de Auditoria do BCI, para obter informações detalhadas sobre suas percepções e
experiências em relação à AI na mitigação da fraude. Seguindo a definição de Cervo e
Bervian (2007), a entrevista é uma das principais técnicas de coleta de dados e pode ser
descrita como uma conversa realizada face a face pelo pesquisador com o entrevistado,
seguindo um método específico para obter informações sobre um determinado assunto, (p.33).

3.5. Métodos para Análise de Dados

Para analisar os dados coletados, adotaremos métodos de amostragem por quotas e análise de
conteúdo de Bardin. A amostragem por quotas foi empregada para assegurar a
representatividade dos resultados, enquanto a análise de conteúdo possibilitou a interpretação
e organização dos dados. De acordo com Bardin (2011, p. 47), a análise de conteúdo se refere
a um conjunto de técnicas de análise de comunicações, visando à obtenção de indicadores
(quantitativos ou não) que permitam inferências sobre conhecimentos relativos às condições
de produção/recepção das mensagens.
3.5.1. Delimitação do Universo e Amostra

A população-alvo deste estudo é composta pelos profissionais do Departamento de Auditoria


do BCI. Realizaremos uma amostragem não probabilística intencional com critérios de
inclusão e exclusão para selecionar colaboradores diretamente envolvidos no processo de
auditoria interna, garantindo assim, a representatividade da amostra em relação à população
total.

São critérios de inclusão:

 Trabalhar no Departamento de Auditoria do BCI: Os participantes devem fazer parte


do Departamento de Auditoria do BCI para garantir que tenham conhecimento direto
das práticas de auditoria interna;
 Experiência no Período de 2012 a 2022: Os participantes devem ter experiência
durante o intervalo de 2012 a 2022 para oferecer perspectivas específicas sobre as
práticas de auditoria interna ao longo desse período, e;
 Participação Ativa nos Processos de Auditoria Interna: A inclusão de colaboradores
diretamente envolvidos nos processos de AI, como auditores e gestores de auditoria,
assegurando uma visão prática e informada.

São critérios de exclusão:

 Sem Vínculo com o Departamento de Auditoria: Os indivíduos sem associação com o


Departamento de Auditoria do BCI devem ser excluídos para garantir que os
participantes tenham conhecimento interno sobre as práticas de auditoria;
 Falta de Experiência no Período de Estudo: Colaboradores sem experiência relevante
entre 2012 e 2022 devem ser excluídos para manter a consistência temporal nas
respostas, e;
 Não Envolvimento Direto em Processos de AI: Os indivíduos sem participação ativa
nos processos de AI, como aqueles em funções não relacionadas à auditoria, podem
ser excluídos para garantir que os participantes forneçam uma visão direta e
especializada.
4. Cronograma

Actividades Dez Jan Mar Abr Mai


Identificação da Temática
Elaboração do projeto
Revisão bibliográfica e discussão teórica
Elaboração dos questionários (survey)
Realização das entrevistas
Recolha e sistematização de dados
Discussão dos resultados
Redação do relatório de pesquisa
(dissertação)
Revisão bibliográfica e Discussão Teórica
Defesa da Dissertação
Tabela 1: Cronograma, fonte a autora (2023)

5. Orçamento

Prevê se que o orçamento para o presente projecto de Pesquisa esteja avaliado em cerca de
MZN 30.000,00, (Trinta mil Meticais), dos quais, serão albergados pelas despesas de
pesquisas e as demais actividades que justificar-se-ão para a realização do mesmo, podendo
sofrer alterações em função das necessidades.

Ord. Descrição Q. Valor uni. (Mt) Valor total


(Mt)
1 Deslocação / transporte (Combustível) --- 10.000,00 10.000,00
2 Bloco de anotações 1 200,00 200,00
3 Esferográficas 2 100,00 200,00
4 Carregamento do inquérito para o Google
--- 500,00 500,00
Forms
5 Impressão e encadernamento 3 2.000,00 6.000,00
6 Outros custos que se justifiquem, em função
--- 13.100,00 13.100,00
das actividades
7 Total 30.000,00
Tabela 2: Orçamento, fonte a autora (2023)
6. Referências bibliográficas

BARDIN, Laurence. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70, São Paulo.

Carlos Costa, C. (. (Lisboa). Auditoria Financeira Teoria e Prática. 1. Edição, Lisboa: Editora
Rei dos Livros.

CERVO, A. L & BERVIAN, P. A. 2007. Metodologia Científica. 5.ed. São Paulo: Prentice
Hall.

Deloitte, C. (2021). Fraud Survey Mozambique. p. 137.


GIL, António Carlos. (2017). Como elaborar projectos de pesquisa. 6 ed São Paulo: Atlas.

IPAI. (2009). Auditoria Interna. Enquadramento Internacional de Práticas Profissionais.


ISA, I. (2009). The Auditor’s responsibilities relating to fraud in an audit of financial
statements.
LAKATOS, E. M, MARCONI, M de A. (2017). Metodologia do Trabalho Científico:
Procedimento Básicos, Pesquisa e Relatórios e Publicações e Trabalho Científico. 8ª. ed. São
Paulo: Atlas.

Marques, M. (1997). Auditoria e Gestão. Lisboa: Editora Presenca.


Martins., I. (2013). Auditoria Interna - Função e Processo (Vol. 4ª Edição). Lisboa: Áreas
Editora.
Monteiro, L. (2016). Auditoria interna. Contributo para a prevenção e deteção de fraude nas
organizações, p. 119.
OLIVEIRA, Maxwell Ferreira. (2011). Metodologia Científica: Um Manual para a
Realização de Pesquisas em Administração. Catalão-Go.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. (2013). Metodologia do trabalho
científico [recurso electrónico]. 2ª. ed. – Novo Hamburgo: Feevale.

Ramos, C. (2019). A importância da independência dos auditores-externos e internos-na


prevenção e deteção de fraude. Doctoral dissertation, p. 34.
RUDIO, F. V. (1997). Introdução ao projeto de pesquisa científica. 20ª ed. Petrópolis: Vozes.
TRIVINOS, Augusto N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: A pesquisa
qualitativa em educação. São Paulo: Atlas.

Apêndice

Apêndice: Questionário para Colaboradores do Departamento de Auditoria do BCI

Este questionário faz parte da execução do projeto de pesquisa, realizado no âmbito do curso
de Mestrado em Auditoria, especificamente no módulo de Metodologias de Investigação
Científica. Com natureza estritamente científica, tem como objetivo coletar dados sobre o
tema “O impacto da Auditoria Interna na mitigação de fraudes no setor financeiro
moçambicano no período de 2012 a 2022”. Agradecemos antecipadamente por sua
participação, que contribuirá significativamente para o desenvolvimento desta pesquisa.

Secção 1: Informações do Participante

1.1. Cargo ou Função Atual:

Auditor _____ Gestor de Auditoria_____ Outro (Especifique):___________

1.2. Há quanto tempo trabalha no setor financeiro moçambicano?

Menos de 1 ano___ 1-5 anos___ 6-10 anos___ Mais de 10


anos___

Secção 2: Conhecimento sobre Auditoria Interna

2.1. Como você descreveria o papel da Auditoria Interna na sua instituição?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2.2. Em sua opinião, qual é a importância da Auditoria Interna na deteção e prevenção de


fraudes no setor financeiro?

Pouca Importância ___ Alguma Importância___

Importante___ Muito Importante___

Secção 3: Práticas de Auditoria Interna

3.1. A Auditoria Interna na sua instituição realiza revisões regulares de controles internos para
prevenção de fraudes?

Sim___ Não___ Não tenho certeza___

3.2. A Auditoria Interna está envolvida na atualização e adaptação contínua dos controles
internos em resposta às mudanças no ambiente financeiro?

Sim___ Não___ Não tenho certeza___

Secção 4: Experiência com Fraudes

4.1. Na sua experiência, a Auditoria Interna já identificou e mitigou eficazmente casos de


fraude na sua instituição?

Sim___ Não___ Não tenho certeza___

4.2. Você pode compartilhar um exemplo específico de como a Auditoria Interna influenciou
positivamente na mitigação de fraudes? (Aberto)

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Secção 5: Observações Finais


5.1. Você tem alguma observação adicional ou comentário sobre o papel da Auditoria Interna
na mitigação da fraude no setor financeiro moçambicano? (Aberto)

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Fim

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