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Impactos das Cobranças Ilícitas no Atendimento aos Utentes do Hospital de Lalaua - 2019
Impactos das Cobranças Ilícitas no Atendimento aos Utentes do Hospital de Lalaua - 2019
O Candidata: O Supervisor:
_______________________________ _________________________
Eu, Elisa Basílio Bulacha, com identidade número 81160815, estudante do programa académico de
Gestão de Recursos Humanos do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância, declaro que
o conteúdo do trabalho intitulado: Impactos das Cobranças Ilícitas no Atendimento aos Utentes do
Hospital de Lalaua - 2019, é reflexo de meu trabalho pessoal e manifesto que perante qualquer
notificação de plágio, cópia ou falta em relação à fonte original, sou directamente o responsável legal,
económica e administrativamente, isentando Orientador, a Universidade e as instituições que
colaboraram com o desenvolvimento deste trabalho, assumindo as consequências derivadas de tais
práticas.
O declarante
________________________________
IV
RESUMO
O presente estudo debruça sobre Impactos das Cobranças Ilícitas no Atendimento aos Utentes do Hospital de
Lalaua – 2019. O estudo tem como objectivos: Analisar o processo de atendimento dos utentes do Hospital de
Lalaua, Verificar a ordem obedecida no atendimento dos utentes, Avaliar se existe prioridades no atendimento
dos utentes, Sugerir mediadas para um atendimento personalizado. Cujo a problemática levantada foi de saber
ate que ponto as cobranças ilícitas influenciam no atendimento ao público do Hospital de Lalaua? A pesquisa
apoia-se num paradigma predominantemente qualitativo, de estudo de caso com característica exploratória. O
desenvolvimento desta avaliação se deu através de questionários aplicados os funcionários e pacientes que
aguardam o seu atendimento ou que já foram atendidos, a amostra contemplara o fluxo de pacientes atendidos
durante um dia, estes dados foram analisados através do processo de tabulação e geração de gráficos onde cada
um representa uma pergunta, desta maneira, claramente, os pontos positivos e negativos em relação ao
atendimento e as cobranças ilícitas. O processo de pesquisa realizado contemplara informações de suma
importância ao objectivo deste trabalho.Com base no resultado dos inquéritos, se revela que a cobranças
ilícitas no HRL é uma realidade, ficando assim claro que os consumidores pagam subornos para terem acessos
aos serviços públicos fornecidos pelo Estado, deficiências significativas no cumprimento daqueles indicadores
de qualidade de serviços, o que pressupõe a não observância do estabelecido nos SNS, assim como há uma
fragilidade no estabelecimento dos mecanismos de controlo social.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida e tudo quanto ele tem feito por mim.
Considerando esta monografia como resultado de uma caminhada que não começou no ISCED,
agradecer pode não ser tarefa fácil, nem justa. Para não correr risco da injustiça, agradeço de antemão
a todos que de alguma forma passaram da minha vida e contribuíram para os meus estudos.
Particularmente meus agradecimentos vão a minha família, meus filhos, pelo apoio moral e material
que me foi dispensado.
Especial agradecimento vai para meu supervisor Moio Jorge Júnior, pela paciência na orientação e
incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia.
Aos meus colegas do curso de Gestao de Recursos Humanos pelos quatro anos de companheirismo e
amizade. A todos aqueles aqui não mencionados que directa ou indirectamente contribuíram para a
realização deste trabalho.
A todos o meu sincero obrigado!
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VI
DEDICATÓRIA
Ao meu querido esposo Castilo Pedro Buanahaque, um carinho especial pela força, compreensão e
solidariedade demonstrada nos momentos mais difíceis.
7
VI
I
Lista de abreviaturas
HL – Hospital de Lalaua
VIII
Lista de tabelas
Tabela I: O tempo estimado para a consulta dos pacientes........................................................28
Tabela II: Existência ou não das cobranças ilícitas no HRL......................................................29
Tabela III. Triagem Manchester.................................................................................................29
Tabela IV: Existência de prioridades no atendimento dos utentes no HRL...............................30
Tabela V: Classificação das prioridades no atendimento dos utentes deste hospital.................30
Tabela VI: A opinião dos funcionários sobre a influência das cobranças ilícitas no atendimento
ao público...................................................................................................................................31
9
IX
Lista de Gráficos
Gráfico 1. O motivo que levou aos utentes a consulta no HRL.....................................................33
Gráfico 2. O tempo que os utentes levam na espera do atendimento no HRL..............................33
Gráfico 3. Classificação dada pelos utentes sobre o tempo de espera no atendimento.................34
Gráfico 4. Os utentes que pagaram ou não para aceder algum serviço no HRL...........................35
Gráfico 5. A avaliação dos utentes a respeito do atendimento da equipe de Enfermagem do
HRL……........................................................................................................................................36
Gráfico 6. A classificação dos utentes quanto a satisfação no atendimento da sua consulta........36
Gráfico 7. Oimpacto das cobranças ilícitas na morosidade do atendimento?................................38
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X
DECLARAÇÃO DE HONRA.......................................................................................................III
RESUMO.......................................................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................V
DEDICATORIA............................................................................................................................VI
Lista de Abreviaturas ...................................................................................................................VII
Lista de Tabelas.........................................................................................................................VIII
Lista de Graficos............................................................................................................................IX
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO.....................................................................................................12
1.1. Problematização......................................................................................................................14
1.2. Hipóteses do estudo................................................................................................................15
1.3. Os objectivos do estudo..........................................................................................................15
1.3.1. O objectivo geral..................................................................................................................15
1.3.2. Objectivos específicos:........................................................................................................15
1.4. Justificativa da pesquisa..........................................................................................................15
1.5. Delimitação do Problema........................................................................................................16
CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................17
2.1. Cobranças Ilícitas....................................................................................................................17
2.1.1. As formas mais comuns de cobranças ilícitas no sector da saúde.......................................17
2.1.2. As causas das cobranças ilícitas no sector da saúde............................................................18
2.1.3. Os Actores das cobranças ilícitas na Saúde.........................................................................19
2.1.4. Consequências das cobranças ilícitas...................................................................................20
2.2. Atendimento do Paciente........................................................................................................21
2.2.1. Satisfação dos pacientes pelo atendimento hospitalar.........................................................23
CAPÍTULO III. METODOLOGIA DEPESQUISA......................................................................24
3.1. Tipo de Pesquisa.....................................................................................................................24
3.1.1. Do ponto de vista da forma de abordagem..........................................................................24
3.1.2. Do ponto de vista de sua natureza........................................................................................24
3.1.3. Do ponto de vista de seus objectivos...................................................................................25
3.1.4. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos....................................................................25
3.2. Método de pesquisa.................................................................................................................25
3.3. Participantes da pesquisa........................................................................................................25
3.4. Técnicas de colectas de dados.................................................................................................26
11
XI
3.4.1. Questionário.........................................................................................................................26
3.4.2. Observação...........................................................................................................................26
3.5. Técnicas de análise de dados..................................................................................................27
CAPITULO IV: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................................28
4.1. Resultados obtidos no inquérito dos funcionários do Hospital Rural de Lalaua....................28
4.2. Resultados obtidos no inquérito dos Utentes do Hospital Rural de Lalaua............................33
CAPÍTULO V: CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................39
5.1. Conclusão................................................................................................................................39
5.2. Recomendações.......................................................................................................................40
Referencias Bibliográficas.............................................................................................................41
APÊNDICES..................................................................................................................................43
Apêndice nº 1. Pedido de autorização para a implementação de investigação..............................44
Apêndice nº 2. TERMO DE COMPROMISSO DE INVESTIGADOR.......................................45
Apêndice 3. Guião do inquérito dirigido aos funcionários............................................................46
Apêndice 4. Guião do inquérito dirigido aos utentes.....................................................................47
12
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema Impactos das Cobranças Ilícitas no Atendimento aos Utentes do
Hospital Rural de Lalaua - 2019. Este trabalho é uma monografia produzida no âmbito de
cumprimento dos requisitos para obtenção do grau académico de Licenciatura em Gestão de Recursos
Humano (GRH).
Partindo deste princípio, o trabalho foi desenvolvido através duma pesquisa bibliográfica, exploratória
com o uso de questionários para investigar as possíveis manifestações afectivas de atendimento ao
paciente na busca de um padrão de qualidade; os possíveis problemas encontrados por pacientes e
profissionais na realização desse atendimento, portado foi levantada a seguinte questão ate que ponto
as cobranças ilícitas influenciam no atendimento ao publico do hospital de Laláua.
Com o desafio de responder a essas questões, consultei a literatura que aborta sobre este assunto, da
literatura revista constatei uma perspectiva que as cobranças ilícitas influenciam significativamente no
atendimento e na qualidade dos cuidados de saúde prestados no Hospital de Lalaua, na medida em que
prejudica os utentes, particularmente a camada pobre, por sinal a maioria da nossa população.
A pesquisa realizada foi relevante pela suas constatações no escassez de qualidade no atendimento,
talvez pela falta de informações sobre as necessidades e expectativas que os mesmos esperam receber,
falta de colaboradores capacitados em prestar esse serviço e por não haver troca de informações entre
os sectores. Trata-se de um assunto de extremo interesse social, porém pouco debatido no seio dos
académicos e dos órgãos de comunicação social. Espera-se que as revelações contidas no trabalho
sirvam de auxílio aos académicos e profissionais da área da saúde, e no atendimento aos pacientes para
que possam rever suas práticas e assim melhorarem as relações com a sociedade em geral.
No ponto de vista da autora, as cobranças ilícita que envolvem alguns profissionais e agentes de
serviço de saúde, acompanhantes e doentes em certos casos, afectam negativamente não só o
atendimento mas também afectam o perfil ético, deontológico e profissional do enfermeiro, parteira e
do MISSAU, em particular, trazendo um mau atendimento e relacionamento no interior do grupo
natural (família, comunidade, grupo de trabalho e de amizade). Geralmente, e nestes grupos onde
ocorrem os desajustamentos sociais e económicos.
Por razões organizacionais, o trabalho está estruturado em cinco capítulos com as seguintes
abordagens: no capítulo I procede-se com a introdução, seguida pela problemática, a hipótese, os
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objectivos do trabalho, logo depois a justificativa que reflecte as motivações que instigaram a escolha
deste, posteriormente a delimitação do tema e as limitações do trabalho, capítulo II aborda a Revisão
da Literatura dando ênfase a definição dos conceitos tomados como essenciais para a compreensão
deste estudo. Por sua vez o capítulo III, contém Metodologia de Pesquisa, precedida pelo
enquadramento teórico, que deu ênfase a suas teorias sobre as quais se espelhou o nosso trabalho.
Capitulo IV neste capítulo foi reservado a análise e discussão dos resultados dos dados recolhidos no
campo de pesquisa através dos instrumentos de colecta de dados definidos pela autora deste trabalho, o
capítulo V as considerações finais sobre o trabalho, isto é, as conclusões e as recomendações.
Finalmente vêm apresentados as Referencias bibliográficas, Apêndices e Anexos.
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1.1. Problematização
Segundo Gil (1989)ː uma adequada formulação de um problema de pesquisa e difícil, porque para o
mesmo problema, diferentes pesquisadores orientam-se em diferentes sentidos de resolução e outros
autores preferem classificar as capacidades de formular de pesquisa como um sinal de génio (P.57).
No actual cenário globalizado, a qualidade dos serviços prestados em órgãos públicos tem sido
discutida e polémica, principalmente tratando-se de instituições hospitalares, onde o seu atendimento
se faz com maior urgência devido ao seu trabalho que recebe situações de emergência, mas nem
sempre esse atendimento é completo e coerente, e muitas vezes acabam afectando sua eficiência e
eficácia deixando seus pacientes e usuários insatisfeitos.
As políticas de saúde definidas no Hospital de Lalaua ainda não conseguem suprir a maioria das
necessidades e carências na área da saúde, devido a muitas fraudes, cobranças ilícitas, que acarretam
na morosidade dos atendimentos médicos e hospitalares, na insuficiência de medicamentos entre
outras peculiaridades do sistema.
Importa referir, que no Hospital Rural de Lalaua ainda se convive com uma realidade desigual e
excludente no acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), relacionadas por um lado ao mau
atendimento, longas filas de espera, poucos Médicos por utente, burocracia excessiva, propiciando
assim os actos de cobranças ilícitas.
Do acima exposto resulta a nossa pergunta de partida: Até que ponto as cobranças ilícitas
influenciam no atendimento ao público do hospital de lalaua?
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Hipóteses 2: As cobranças ilícitas provavelmente têm estado na origem das longas filas, assim como
no desespero dos utentes para serem atendidos.
Hipótese 3: As cobranças ilícitas podem afectar o nível de satisfação do utente com relação ao
atendimento e qualidade de serviços prestados.
Justifica-se a importância deste trabalho por abordar a questão de qualidade no atendimento com
intuito de diagnosticar a satisfação dos usuários em relação aos serviços prestados pela organização,
para assim auxiliar o HRL nas tomadas de decisões na implantação de melhorias a este atendimento.
É desta forma que considerou-se relevante a realização deste estudo que debruçou acerca do Impactos
das Cobranças Ilícitas no Atendimento aos Utentes do Hospital de Lalaua, a fim de testar as diferentes
opiniões bem como procurar trazer soluções possíveis para o problema em destaque.
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No que tange a escolha do Hospital Rural de Lalaua como campo de pesquisa, a mesma deveu-se a
proximidade geográfica deste Hospital e na sequência da minha experiencia como técnica assistente
administrativa no hospital Rural de Lalaua. E, como cidadã residente e beneficiária ou utente dos
serviços de assistência medica e medicamentosa. Ao longo dessa estadia naquele distrito e hospital,
pude verificar, varias vezes, aspectos de movimentos de enfermeiros e outro pessoal da saúde como
tendências a estimular fenómeno; como a cobrança ilícita em dinheiro, produtos alimentares e animais
domésticos. Aliada a limitação de recursos financeiros para deslocações, todavia o Hospital Distrital
de Lalaua reúne condições mais favoráveis para a recolha dos dados.
A presente pesquisa foi realizada no ano de 2019, e pretendeu estudar O impacto das cobranças ilícitas
na qualidade de serviços prestados nos hospitais públicos: Hospital Rural de Lalaua. Pois acredito que
este período escolhido pela autora facilitou a análise dos dados recolhidos. Entretanto, a escolha deste
período deveu-se pelo facto de ser um tempo mais ou menos que a autora estima que tenham ocorrido
algumas cobranças ilícitas.
17
Mosse & Cortez (2006) definem Cobranças Ilícitas como o pagamento (em dinheiro ou espécie) que é
feito numa relação de corrupção, trata-se de uma soma fixada sobre forma de favorecimento em
dinheiro ou espécie (p.17). Entretanto, de acordo esta interpretação percebe-se que se um individuo
seja ele qual for, que pratica cobranças não recomendadas pela lei, comunidade/ sociedade, esta
perante as cobranças ilícitas, que em suma chamaremos de actos ilícitos e que em nenhuma sociedade
são plausíveis.
Pôs, as cobranças ilícitas nos hospitais, e um fenómeno que desorganiza o esquema de funcionamento
e os princípios éticos da realização das actividades inerentes a saúde, neste caso é um problema que a
sua abordagem a sensibilidade psicológica das pessoas. Por isso, no tratamento dos factos relacionados
com as cobranças ilícitas exigem muita coragem, e imparcialidade.
Moçambique. Por definição, o suborno é o pagamento (em dinheiro ou espécie) que é feito numa
relação de corrupção.
Num estudo sobre avaliação da corrupção em Moçambique, a USAID considerou que uma das causas
das cobranças ilícitas no sector da saúde está ligada à falta de controlo e fiscalização por parte dos
órgãos competentes, associado a falta de transparência e acesso limitado a informação. O documento,
faz também menção à cultura de impunidade que reina sobre essas cobranças ilícitas, já que este
fenómeno é visto como sendo uma actividade de baixo risco mas de grande recompensa pelos
praticantes (USAID, 2005 p.1).
Por outro lado podemos referenciar neste sector em estudo, que os actos tendentes a estas cobranças
ilícitas são frequentes, ganhando mais prática devido a falta de uma fiscalização eficaz, em diversos
subsectores que o compõem. Pois os funcionários as praticam com uma ligeira segurança, já que os
funcionários sabem que as possibilidades de serem flagrados são poucas.
19
Em suma, todos os perfis de quadros e funcionários do sector estão envolvidos, de uma ou de outra
forma, em práticas de corrupção, obviamente com contornos de troca específicos, com valores
diferentes e impactos diversos sobre a provisão de serviços públicos no sector constituído um grande
obstáculo à capacidade do Governo satisfazer as necessidades fundamentais dos cidadãos
Portanto serão aqui arroladas neste parágrafo as consequências das cobranças ilícitas, mas antes de
mencionar as tais consequências gostaria de considerar, que segundo Guilherme (2016, p.2) a origem
do estado está directamente ligada com a sua finalidade, isto é, manter a ordem, assegurar a defesa e
promover o bem-estar e o progresso da sociedade, não podendo desse ideal nunca se afastar, sob pena
de não ser possível justificar sua própria existência.
A Constituição da República de Moçambique (2004) no seu artigo 11, alíneas C e E que passo a citar,
estabelece:
A defesa e a promoção dos direitos humanos e a igualdade dos cidadãos perante a lei.
Importa referir, que evidentemente essa a cobrança ilícita que é considerada como um acto de
corrupção não acarreta as mesmas consequências em todos os cidadãos, já que a condição económica
do indivíduo tem uma grande influência criando uma diferenciação significativa nos danos advindos
deste mal. Ao afirmar isso, não deixo de reconhecer as consequências nefastas que este acto corrupção
possa ter até para indivíduos "com dinheiro", o que quero dizer, é que as consequências são
extremamente diferentes. Nos países pobres a estas cobranças ilícitas acentua a desigualdade, causa
ainda mais a injustiça social e não permite que políticas públicas sejam implementadas.
A esse respeito, a estas práticas de cobranças ilícitas propícia consequências ainda mais danosas já que
relaciona a pobreza e a exclusão a partir da falta de acesso a serviços públicos essências, para a autora
21
quanto maiores os índices de corrupção menores serão as políticas públicas de implementação nos
direitos sociais.
Uma outra abordagem sobre as consequências cobranças ilícitas como o acto de corrupção, nos é
trazida por Huntington (1975), onde o autor chama atenção ao facto das cobranças ilícitas aumentar a
ineficiência e morosidade burocrática pois, cria um estímulo para a procura de novos e mais rendas
ilícitas; impedindo a modernização burocrática ao cristalizar o nepotismo e o clientelismo na gestão da
coisa pública.
No entanto, a prática das cobranças ilícitas tem consequências desastrosas no sector em estudo, tais
como descritibilidade institucional, o que por sua vez reduz os investimentos na área da saúde e baixa
a qualidade dos serviços prestados, dado que, quem paga é quem tem bom atendimento, assim,
estatisticamente a maioria é prejudicada.
Ainda segundo o autor, o fato de procurar um atendimento médico gera uma crise: a relação entre
médico e paciente torna-se delicada e frágil, pois o paciente encontra-se num estágio onde seu
psicológico está abalado.
Adoecer, nesta sociedade, é consequentemente deixar de produzir, e portanto de ser; logo, a pessoa
deve ser ocultada ou excluída, até porque dificulta que os outros amigos e familiares também
produzam. O hospital perfaz este papel, recuperando quando possível e devolvendo sempre, com ou
sem culpa, o doente a sua situação anterior. (Pitta cit. em Garcia, 2005).
Garcia (2005) entende que o paciente/cliente percebe a qualidade de um serviço a partir de suas
necessidades anteriores, ou seja, se anteriormente ele precisou de algum atendimento de saúde e foi
bem atendido, superando ou satisfazendo suas expectativas, quando precisar novamente este retornará
com a expectativa de ser bem atendido. O autor, ainda, comenta que acolher com atenção, satisfazer as
necessidades, escutar e responder são importantes para um atendimento de qualidade.
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O atendimento pode ser considerado um serviço prestado a alguém que sinta necessidade de algo.
Uso do celular durante as horas de trabalho é apontado por Fernanda Chilundo, directora geral das
tecnologias de informação e comunicação em Moçambique, como um dos hábitos que precisam
mudar. Pede aos directores que observem o comportamento dos funcionários (Mueia, 2018).
De acordo Mueia (2018). A pessoa não pode chegar e, ao invés de facilitar ou atender o público estar a
usar redes sociais. A função pública não é para isso. Veja o WhatsApp nos tempos livres. Durante as
horas de serviço é para atender o cidadão, explica que os directores devem estar muito atentos e
controlar seus subordinados. Lamenta o autor que não será fácil combater os problemas de qualidade
no atendimento. Este problema enraizou-se Parece que em Moçambique tudo que é mal enraíza-se
facilmente, sugerindo que o cidadão também tem que queixar aos superiores que na sua instituição
está a acontecer isso, se for possível até com provas.
O significado de satisfação tem pelo acto ou efeito de satisfazer-se, contentamento, alegria e outras
interpretações, mas no âmbito de negócios as empresas estão cada vez mais buscando a satisfação que
fideliza o paciente e faz com que obtenham mais lucros.
Para Kotler (2000), as empresas, em sua maioria, visam a alta satisfação de seus consumidores, porque
se estes estiverem apenas satisfeitos há uma grande propensão de optarem pelo concorrente quando
este ofertar algo melhor. Se altamente satisfeitos criam afinidade com o produto ou serviço e sua
respectiva marca, tornando-se leais e promovendo a agregação de valor.
Um motivo possível para os altos resultados de satisfação, é simplesmente que os pacientes estejam
satisfeitos com os bens e serviços que habitualmente compram e consomem. É por isso que compram
estes produtos. Intuitivamente, isso faz sentido. Se a maioria dos clientes/pacientes fossem neutros ou
insatisfeitos, provavelmente mudaria para as ofertas de bens e serviços de concorrentes. É claro que
essa explicação pressupõe que os concorrentes existentes no mercado sejam melhores no fornecimento
de bens e serviços do que o fornecedor original. (Bateson & Hoffman, 2001).
Para Lazzarotto (2004), quando se fala de bom relacionamento com o pacientes, mais uma vez as
organizações prestadoras de serviços de saúde se diferenciam, pois fica complicado a elas solucionar e
satisfazer às necessidades dos clientes/pacientes quando ocorre a falta de equipamentos, negligência
no atendimento, falta de qualificação dos funcionários e até mesmo mal gerenciamento. O autor,
ainda, comenta que a satisfação do paciente se dá pelo fato de ter recebido um serviço de qualidade
que superou suas expectativas.
Desta maneira pode-se entender que satisfação é o grau de bem-estar que um serviço e/ou produto
pode proporcionar, se tratando de uma organização hospitalar o atendimento.
24
Nesta ordem de ideia, significa que os resultados na pesquisa qualitativa, são interpretados através de
descrições, que podem ser apresentados por discursos autênticos das pessoas entrevistados para
fundamento necessário à pesquisa. Explica-se que também podem ser recorridas fotografias,
acompanhadas de documentos pessoais ou partes de entrevista.
O método baseou-se no estudo de um caso isolado ou particularizado, gerando assim a dedução para o
geral o que acontece em todos os hospitais ao nível da vila de Lalaua. Este método visa generalizar,
isto é, a partir de um colher informações precisas para outro. Neste caso, as constatações particulares é
que levam as leis gerais – isto é, a partir do hospital escolhido pode chegar-se a uma conclusão sobre
as medidas das cobranças ilícitas praticada no Hospitais.
Para a consecução deste objectivo serviram-me de participantes por conveniências que segundo
Mulenga (2014): é geralmente utilizada nas investigações de opinião pública onde os entrevistados são
escolhidos tendo em conta a sua disponibilidade, por exemplo pacientes atendidos em um hospital
(p.90).
26
3.4.1. Questionário
3.4.2. Observação
Tendo como objectivo geral, compreender o impacto das cobranças ilícitas no contexto do ministério
da saúde, em particular no hospital distrital de Lalaua e, como objectivo específico o de identificar as
possíveis causas que justificam o envolvimento dos enfermeiros, das parteiras e dos agentes de
serviços, no fenómeno de cobranças ilícitas, o autor observou recorrendo a observação participante
dentro e fora dos sectores que os hospitais geram, que constitui em ver e memorizar as ocorrências
relacionadas com o caso em estudo.
a) O tipo de expressões frequentemente usadas para persuadir aos doentes a reacção destes a essas
exigências;
b) As exigências permanentemente, colocadas aos doentes e a reacção das mesmas as tais exigências;
c) As medidas tomadas por parte dos enfermeiros, serventes, das parteiras com os doentes que
reagissem de forma contrária às exigências.
27
Total - 100%
Total - 100%
Mosse & Cortez (2006) definem Cobranças Ilícitas como o pagamento (em dinheiro ou espécie) que é
feito numa relação de corrupção, trata-se de uma soma fixada sobre forma de favorecimento em
dinheiro ou espécie (p.17). Entretanto, de acordo esta interpretação percebe-se na tabela acima a
existência de cobranças ilícitas no HRL.
Não sei -
Total 100%
A defesa e a promoção dos direitos humanos e a igualdade dos cidadãos perante a lei.
Vale salientar que estes dados foram colhidos juntamente da técnica de observação.
Tabela V: Classificação das prioridades no atendimento dos utentes deste hospital
Nº Pergunta Respostas Nº de respondentes Percentagem
Ruim - -
Total 100%
Vale salientar que Segundo Nogueira, (1994) afirma que a qualidade dos serviços de saúde podem ser
vista por três prismas: na visão dos prestadores de serviços; na visão dos usuários e nas prioridades
consideradas pela sociedade em geral (p.107).
Tabela VI: A opinião dos funcionários sobre a influência das cobranças ilícitas no atendimento
ao público
Nº Pergunta Respostas Nº de respondentes Percentagem
Não sei - -
Total 100%
"As Cobrancas ilicitas prejudicam muito aos pobres, pois por mais que cheguem cedo sem dinheiro
são atendidos tardiamente…a verdade é que o pessoal da saúde está desviado daquele que deveria ser
seu comportamento como servidores público. F2
"Existem casos de mulheres que optam por dar a luz em casa por saber que aqui sem dinheiro na
ponta da capulana o atendimento não será dos melhores, por isso ouvimos casos de complicações pós
parto tanto para mãe ou para o recém-nascido" F4
Outro depoimento colhido dos funcionários focou no seguinte ponto:
32
"A prática das cobranças ilícitas tem consequências desastrosas no sector em estudo, tais como
descredibilidade institucional, o que por sua vez reduz os investimentos na área da saúde e baixa a
qualidade dos serviços prestados" F8
Dos comentários acima, concluí que no caso particular do HRL, as cobranças ilícitas tem prejudicado
significativamente os serviços de saúde e a própria imagem da instituição a nível dos utentes, e notei
que os impactos desta prática são ainda mais desastrosos para indivíduos desfavorecidos, pois estes se
deparam com problemas como a indisponibilidade de matérias, equipamentos e Medicamentos e
assim, não conseguem obter os serviços de que necessitam pois são obrigados a pagar uma
percentagem maior do que seus rendimentos para ter acesso a serviços que por lei deveriam ser
prestados a título gratuito ou a um valor mais baixo.
Os resultados comprovam com os encontrados em outros artigos, podendo ser comprovado por
Huntington (1975), onde o autor chama atenção ao facto das cobranças ilícitas aumentar a ineficiência
e morosidade burocrática pois, cria um estímulo para a procura de novos e mais rendas ilícitas;
impedindo a modernização burocrática ao cristalizar o nepotismo e o clientelismo na gestão da coisa
pública.
Que medidas acha que devem ser tomadas com vista dar um atendimento personalizado?
Para a sétima e última questão colocada aos funcionários, “Que medidas acha que devem ser tomadas
com vista dar um atendimento personalizado? ”, os informantes deram as seguintes respostas:
F1: “Acho que devia-se fazer palestras ao nível do Hospital para informar aos utentes sobre seus
deveres e direitos no que toca a saúde pública”.
F3: “A supervisão nos hospitais deve ser significativamente fortalecida de modo a detectar práticas de
mau atendimento dos utentes”.
F7: “É importante que os utentes tenham conhecimento de que os serviços de saúde são por lei
gratuitos ou de baixo preço”.
A óptica da autora o que se verifica nos hospitais moçambicanos, em particular o do distrito de Lalaua
desmotiva a procura dos serviços hospitalares como seria de preferência social.
33
Este gráfico espelha as opções dadas pelos utentes do HRL sobre o motivo que levou aos utentes a
consulta no HRL, sendo 55% das respostas indica a consulta médica, a 28% das respostas indica os
exames médicos e 17% das respostas indica o tratamento
Em suma, é de referir que a consulta médica, exames médicos, precedida pelo tratamento foram os
motivos que mais levaram aos utentes a consulta no HRL.
Chamei tempo de espera o tempo percorrido entre a chegada do utente ao Hospital até a marcação da
consulta, culminando com a entrada no consultório médico. Quando o utente se faz ao Hospital, para
ser atendido deve antes pagar a senha, no valor de 2 Meticais, neste local o utente é feito questões
como (nome, idade, bairro, doença.) posteriormente é encaminhado a fila onde deverá esperar para ser
atendido.
Então, Perguntei aos utentes quanto tempo levavam desde a marcação da consulta até a entrada no
consultório, dos vinte utentes inqueridos dez utentes responderam que levavam entre 30 minutos a 1
horas, significa que 50% da amostra classificou o tempo de espera nas seguintes termos (longas filas, e
morosidade no atendimento). Enquanto cinco (5) respondentes correspondente a 25% optaram pela
opção " mais de 1 horas ", três (3) respondentes correspondente a 15% optaram pela opção " entre 15 a
30 minutos ", e para os restantes dois (2) respondentes correspondente a 10% responderam que menos
de 15 minutos.
No que se refere, Classificação dada pelos utentes sobre o tempo de espera no atendimento, as
respostas apresentadas no gráfico mostram que dos vinte (20) respondentes, correspondentes a 100%,
de entre eles os 5% utentes responderam "Muito bom", para a classificação "Bom e Rui" se obteve o
mesmo resultado numa percentagem de 24% e os restantes 47% Classificaram por "Mau" sobre o
tempo de espera no atendimento.
35
Ao analisar os resultados pode-se perceber que Classificação dada pelos utentes sobre o tempo de
espera no atendimento, ccomprovam com o visualizado no gráfico 2 sobre O tempo que os utentes
levam na espera do atendimento no HRL.
Gráfico 4. Os utentes que pagaram ou não para aceder algum serviço no HRL
De acordo com as respostas apresentadas no gráfico acima, verifica-se que dos vinte (20)
respondentes, correspondentes a 100%, dez (10) inquiridos correspondentes a 50%, responderam
"Sim" enquanto os seis (6) respondentes correspondente a 30% discordam optando pela opção "Não",
e para os restantes quatros (4) respondentes correspondente a 20% não obtivemos as respostas.
Como se pode ver no gráfico 4, a maioria dos nossos inqueridos confirmou que existia sim cobranças
ilícitas naquela unidade sanitária.
Pós conforme Lopes (2011 p.80) “Altos níveis de cobranças ilícitas estão associados a fracos níveis de
desenvolvimento social, económico e político”, que subjacente a esta declaração, há que realçar
também a afirmação De Sousa (2011, p.44), referindo que “ (…) a corrupção está associada a Países
com grandes desigualdades sociais”, sendo duas afirmações claras e evidentes que espelham o
resultado e a verdadeira realidade do nosso País, de um País em via de desenvolvimento e não de um
País já desenvolvido.
36
As respostas apresentadas no gráfico acima mostram que dos vinte (20) respondentes, correspondentes
a 100%, de entre eles os 5% utentes responderam "Muito bom", para os 40% dos utentes responderam
"Bom", 45% dos utentes responderam "Aceitável" e para os restantes 10% Classificaram por "Mau" a
respeito do atendimento da equipe de Enfermagem do HRL.
Segundo Lazzarotto (2004), quando se fala de bom relacionamento com o pacientes, mais uma vez as
organizações prestadoras de serviços de saúde se diferenciam, pois fica complicado a elas solucionar e
satisfazer às necessidades dos clientes/pacientes quando ocorre a falta de equipamentos, negligência
no atendimento, falta de qualificação dos funcionários e até mesmo mal gerenciamento.
Como se pode observar no gráfico acima referente a classificação dos utentes quanto a satisfação no
atendimento da sua consulta, este critério está associado ao modo como o utente é atendido na sua
generalidade.
No entanto, para atingir o objectivo, recorri novamente ao inquérito por questionário, o que permitiu
avaliar o nível da satisfação do utente e o grau da qualidade apercebida na prestação dos cuidados de
saúde. Cientes de que não existe uma classificação padrão para medir o nível de satisfação do utente,
usei uma escala com a seguinte estrutura: o que acha da qualidade dos serviços de saúde prestados
neste Hospital? " Muito satisfeito", "Satisfeito", "pouco satisfeito" e "pouco satisfeitos".
Foi, no entanto, como já referi, escolhida uma amostra de vinte utentes questionados, a avaliação da
satisfação incidiu sobre as seguintes variáveis: serviços de Recepção, humanização na prestação dos
serviços, tempo de espera para consulta, tempo para atendimento, acesso aos medicamentos. Portanto,
dos utentes apenas 5% utentes considerou os serviços do HRL como muitos Satisfeitos, mas 35%
consideraram como satisfeito, 40% consideraram pouco satisfeito e o remanescente 20% como
insatisfeito.
Apesar dos resultados no gráfico acima revelarem que 5% de utentes estejam muito satisfação e 35%
satisfeito com atendimento da sua consulta, verifica-se que ao somar as percentagens dos cenários
negativas isto é 40% dos pouco insatisfeito e 20% do insatisfeito totalizando assim 70%, mostra-nos
claramente que e os pacientes deste Hospital não se beneficiam de um bom atendimento. Por isso
Garcia (2005) defende que o paciente/cliente percebe a qualidade de um serviço a partir de suas
necessidades anteriores, ou seja, se anteriormente ele precisou de algum atendimento de saúde e foi
bem atendido, superando ou satisfazendo suas expectativas, quando precisar novamente este retornará
com a expectativa de ser bem atendido.
Convertendo a afirmação de Bateson & Hoffman, (2001) sobre o alto índice de satisfação para o índice
de insatisfação pode-se dizer que, o motivo possível para os altos resultados de insatisfação, é
simplesmente que os pacientes estejam insatisfeitos com os bens e serviços que habitualmente
compram e consomem.
38
As políticas de saúde definidas no Sistema Único de Saúde ainda não conseguem suprir a maioria das
necessidades e carências na Área da saúde, devido a muitas fraudes, corrupção no sistema, entre outros
aspectos, que acarretam na morosidade dos atendimentos médicos e hospitalares, na insuficiência de
medicamentos entre outras peculiaridades do sistema; caracterizados por inúmeras questões como a
falta de investimentos e emprego correcto dos recursos na Área. (Nogueira 2001, p.102)
39
Apurei no decurso da investigação que as cobranças ilícitas no HRL são uma realidade, sendo que a
maioria dos nossos inqueridos confirmou que existia sim cobranças ilícitas naquela unidade sanitária.
Ficando assim claro que os consumidores pagam subornos para terem acessos aos serviços públicos
fornecidos pelo Estado, num cenário que faz com que os funcionários do sector exerçam o monopólio
do poder, ao determinarem a quantidade de serviços, seja ao atrasarem o seu fornecimento ou
simplesmente mantendo os serviços em espera. Uma consequência destas práticas, como aliás
acontece grosso modo com a corrupção burocrática, é que ela induz a sua própria reprodução,
perpetuando a ineficiência e o mau atendimento, que passam a ser oportunidades estratégicas para que
os funcionários do sector ganhem mais rendas.
Por extensão, verifica-se uma desigualdade no acesso aos serviços de Saúde. Isto quer dizer que os
utentes com menos posses ficarão remetidos para os últimos lugares das filas de atendimento.
Constatei também, que o sistema de prioridades no atendimento dos utentes tem uma fraca
aplicabilidade, pois, não funciona efectivamente devido aos problemas de cobranças ilícitas, amizades,
exceptuando casos graves como: acidente de viação, acidente de trabalho, violência doméstica,
mordedura animal, e envenenamento. Em termos de confirmação da minha hipótese, no âmbito das
respostas obtidas ao longo da recolha de dados, verifiquei que as consequências das cobranças ilícitas
são realmente negativas na medida em que enfraquecem a qualidade dos serviços prestados no HRL,
este cenário acaba criando morosidade no atendimento ao público, uma certa discredibilidade na
imagem do Hospital e satisfação do utente.
Reconheci também que para os utentes um serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de
forma confiável e no tempo certo as suas necessidades. Para medir a satisfação dos utentes face a
qualidade dos cuidados de saúde prestados no HRL, usei três indicadores, nomeadamente, tempo de
espera para consulta, tempo disponível para atendimento e o grau de satisfação do utente, aqui notei
que existia desagrado por parte dos utentes relacionado aos três indicadores e que estes incidiam
directamente num menor grau de satisfação.
40
Os objectivos dos planos criados pelo Governo no que toca ao sector da saúde entram em disparidade
com aquilo que é a realidade no sector público da saúde, particularmente no HRL, os cuidados de
saúde não apresentam uma qualidade aceitável e existe uma baixa humanização dos serviços situações
estas causadas pela generalizada e persistentes cobranças ilícitas. Por isso, consideramos que quantos
maiores os índices da cobrança ilícita menor serão a qualidade dos serviços de saúde prestados.
5.2. Recomendações
Hospital precisa melhorar este aspecto relacionado a motivação profissional, através da
melhoria das condições de trabalho destes profissionais e. Uma das maneiras de diminuir esta
prática é aumentar os incentivos que os funcionários recebem do Estado para motivar seu
melhor desempenho nas suas actividades; Introdução de práticas de gestão de recursos
humanos baseadas no mérito e no desempenho para a selecção, avaliação, promoção, e
determinação do salário dos funcionários.
Acho que devia-se fazer palestras ao nível do Hospital para informar aos utentes sobre seus
deveres e direitos no que toca a saúde pública, é importante que os utentes tenham
conhecimento de que os serviços de saúde são por lei gratuitos ou de baixo preço, qualquer
acto contrário a lei por parte dos funcionários é punível nos termos da lei, mas também devem
ser consciencializados de que pagar suborno é crime também punível quando denunciado.
A supervisão nos hospitais deve ser significativamente fortalecida de modo a detectar práticas
de corrupção nas suas diversas formas isto só pode ser possível através da melhoria de
fiscalização e controlo do pessoal, do material hospitalar e medicamentos.
Deve-se sancionar radicalmente todo e qualquer acto de cobranças ilícitas, tomando como base
a gravidade do caso para que isso se reflicta no tipo de sanção a ser aplicada ao corrupto ou
corruptor.
O gestor (director) não deve somente ser daqueles que os seus trabalhos só é com papeis, mas sim,
deve no seu dia-a-dia lidar – se com a realidade no terreno (campo de serviço) dos seus elementos.
41
Referencias Bibliográficas
Artigos 11 e 89 da Constituição da República de Moçambique (2004)
Petrópolis: Vozes.
Bateson, J. & Hoffman, K. D.(2001). Marketing de serviços. (4ª ed.). São Paulo: Brookman.
CEEI (2011). Segunda Pesquisa Nacional Sobre Governação e Corrupção em Moçambique, Instituto
Superior de Relações Internacionais, Maputo.
Cortez, E. (2005), Análise do Fenómeno Corrupção no Sector da Saúde: o caso do Hospital Central
de Maputo, texto inédito. Trabalho de conclusão para obtenção do grau de Licenciado. Faculdade de
Administração Publica e Ciência Política, UEM, Maputo.
Chizzoti, A. (2000). Pesquisa em ciências humanas e sociais, (4ª ed). São Paulo: Autores associados.
Gil, A. C. (1989) Médicos e técnicas de pesquisa social, (5ª ed.) São Paulo: Atlas.
Gil, A. C. (2008), Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, (6ª ed), São Paulo: Atlas,
Huntington, S. (1975) A ordem política nas sociedades em mudança, tradução de Pinheiro de Lemos,
São Paulo: Editora Forense-Universitária.
Kotler, P. (2000). Administração de marketing: o marketing na nova economia. (10ª ed.). São Paulo:
Prentice Hall.
Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica. (5ª ed.). São Paulo:
Atlantas.
42
Mueia, M. (2018). Zambézia: Mau atendimento nos hospitais e centros de saúde. 4, 15-18.
OMS (2010). “Financiamento dos sistemas de saúde – O caminho para a cobertura universal”,
Relatório Mundial da Saúde. Recuperado em: <http://www.who.int/whr/2010/whr10_pt.pdf>;
Power, T & Gonzaléz, J. (2003). Cultura política, Capital Social e percepções sobre corrupção: uma
investigação quantitativa em nível mundial, Revista de Sociologia e Política, Curitiba. Tradução de
Marília Gomide Mochel.
Silva, E. L. & Menezes, E.M. (2001). Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação (3ª ed.).
Florianópolis: UFSC.
Yin, R. K. (2005), Estudo de caso: planejamento e Métodos, (3ª ed), Porto Alegre: Brokman.
43
APÊNDICES
44
Eu, Elisa Basílio Bulacha, estudante do curso de Gestão de Recursos Humanos no Instituto Superior
de Ciências e Educação a Distancia, pretendo realizar uma investigação intitulada “Impactos das
Cobranças Ilícitas no Atendimento aos Utentes do Hospital de Lalaua - 2019.” Com o objectivo geral
Analisar o processo de atendimento dos utentes do hospital Rural de Lalaua . Com os seguintes objectivos
específicos: Identificar as causas das cobranças ilícitas no sector da saúde; Apresentar as formas de
manifestação da corrupção no Hospital Rural de Lalaua; Discutir as consequências das cobranças
ilícitas no Hospital Rural de Lalaua. Neste sentido, gostaría de solicitar à Vossa Excelência a
autorização para proceder à recolha dos dados para um trabalho de conclusão de curso no sentido de
encontrar possíveis soluções para minimizar e ou encontrar métodos adequados para o combate deste
fenómeno. Qualquer esclarecimento mais pormenorizado acerca desta actividade poderá ser dado pelo
telefone.
Pede Deferimento
____________________________
Eu, Elisa Basílio Bulacha, investigadora principal do estudo sobre “Impactos das Cobranças Ilícitas
no Atendimento aos Utentes do Hospital de Lalaua - 2019.” Comprometo-me em cumprir todos os
requisitos éticos nacionais e internacionais estipulados para pesquisa envolvendo humanos, respeitarei
autonomia individual dos participantes do estudo, maximizar os benefícios e minimizar os riscos, bem
como proteger a privacidade e manter a confidencialidade de todos os participantes da pesquisa.
Comprometo-me igualmente no facto de que todos os dados recolhidos no âmbito deste estudo não
serão usados para quaisquer outros fins que não sejam as levada a cabo pelo seu interesse científico.
____________________________
(Investigador Principal)
46
Perguntas Respostas
1. Qual é o tempo estimado para a consulta dos pacientes? a) Menos de 10min___ b) entre 10 a
15min___ c) entre 30min a 1 h_____
2. Acha que existe cobranças ilícitas aqui HRL? a) Sim_____ b) não____ c) não sei _____
3. Qual é critérios obedecida no atendimento dos utentes? R: _________________________________
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4. Na sua opinião existe prioridades no atendimento dos a) Sim_____ b) não____ c) não sei _____
utentes?
5. Como você classificaria as prioridades no atendimento a)Bom _____ b) Regular ____ c) Ruim
dos utentes deste hospital? _____
6. As cobranças ilícitas influenciam no atendimento ao a) Sim_____ b) não ____ c) não sei _____
público, como? _____________________________________
_____________________________________
7. Que medidas acha que devem ser tomadas com vista dar um atendimento personalizado? R:
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Obrigado pela atenção
47
Perguntas Respostas
2. Quanto tempo esperou para ser atendida? a) Menos de 15min___ b) entre 15 a 30min___ c)
entre 30min a 1 h_____ d) mais de 1h____ e) sem
resposta_____
7. Acha que as cobranças ilícitas afectam na a) Sim_____ b) não____ c) não sei _____
morosidade do atendimento?
Obrigado pela atenção
48
ANEXOS
49