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CUIABÁ-MT
2017
OHANNA KARUINY MAFFINI
CUIABÁ-MT
2017
OHANNA KARUINY MAFFINI
__________________________________
Prof. Dr. Varlindo Alves da Silva
Presidente
___________________________________
Prof. Me. João Soares da Costa
Membro titular
___________________________________
Prof. Me. Manoel dos Santos e Silva
Membro titular
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus, pois sem Ele nada sou e é Ele a
base da minha existência. E aos meus
pais que são o pilar da minha vida e da
minha trajetória.
AGRADECIMENTOS
Tax Substitution consists of assigning responsibility for the taxpayer's tax obligation
to a third party. Its implementation occurred with the objective of assisting the
Treasury in the collection of taxes, seeking to reduce and / or impede the evasion. In
this system of retention and collection there are two forms of taxpayers, the
substitute and the substituted, being the first responsible for the retention and
collection and the second is the taxpayer indeed, whose tax is withheld and collected
by the substitute. Through this work it is intend to understand the Substitution in
general; To identify their existence in the main taxes and social charges of all
spheres of government; To present and analyze examples of Substitution occurrence
in ISSQN, ICMS, IPI, PIS / PASEP, COFINS, CSLL, IR and INSS; And to indicate in
general the application of the Substitution in Argentina and Spain. It consists of
exploratory and descriptive research. The theoretical basis and the legal basis were
obtained through bibliographical research and it was sought to apply them through
examples. The results of the research show the existence of the substitution in all the
main taxes and social charge, its importance for the collecting organs and for society,
as well as their similarities and most relevant differences between the tributes and
social charge addressed.
Art. Artigo
CF Constituição Federal
CMV Custo da Mercadoria Vendida
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas
COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CTM Código Tributário do Município
CTN Código Tributário Nacional
DF Distrito Federal
DRE Demonstração do Resultado do Exercício
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FINSOCIAL Fundo de Investimento Social
ICMS Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação
IEG Imposto Extraordinário de Guerra
IN Instrução Normativa
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IVA Imposto sobre o Valor Agregado
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano
IR Imposto de Renda
IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte
ISSQN Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITBI Imposto sobre a Transmissão de Imóveis e de Direitos a eles Relativos
LC Lei Complementar
MT Mato Grosso
NBM/SH Nomenclatura Brasileira de Mercadorias/Sistema Harmonizado
NCM Nomenclatura Comum do Mercosul
NF Nota Fiscal
PIS/PASEP Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público
RFB Receita Federal do Brasil
RICMS/MT Regulamento do ICMS do Estado de Mato Grosso
RIPI Regulamento do IPI
SEFAZ/MT Secretaria de Estado de Fazenda do Estado de Mato Grosso
SESI Serviço Social da Indústria
SRF Secretaria da Receita Federal
SRFB Secretaria da Receita Federal do Brasil
ST Substituição Tributária
STN Sistema Tributário Nacional
TIPI Tabela de Incidência do IPI
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 14
2.1 Sistema Tributário Nacional ............................................................................ 14
2.2 Tributo ............................................................................................................... 15
2.2.1 Imposto .......................................................................................................... 17
2.2.2 Taxa ................................................................................................................ 17
2.2.3 Contribuição de Melhoria .............................................................................. 18
2.2.4 Empréstimo Compulsório.............................................................................. 19
2.2.5 Contribuições Sociais .................................................................................... 20
2.3 Obrigação Tributária ........................................................................................ 20
2.3.1 Lei ................................................................................................................... 21
2.3.2 Sujeito Ativo .................................................................................................. 22
2.3.3 Sujeito Passivo .............................................................................................. 22
2.3.4 Objeto ............................................................................................................. 23
2.3.5 Causa .............................................................................................................. 23
2.4 Competência Tributária ................................................................................... 24
2.4.1 Competência Privativa .................................................................................. 24
2.4.2 Competência Comum .................................................................................... 25
2.4.3 Competência Cumulativa .............................................................................. 26
2.4.4 Competência Especial .................................................................................. 26
2.4.5 Competência Residual .................................................................................. 27
2.4.6 Competência Extraordinária ......................................................................... 27
2.5 Definição dos Principais Tributos dos Entes Federados ............................. 28
2.5.1 Tributos Municipais ....................................................................................... 28
2.5.1.1 ISSQN .......................................................................................................... 28
2.5.2 Tributos Estaduais ........................................................................................ 30
2.5.2.1 ICMS ............................................................................................................ 30
2.5.3 Tributos Federais .......................................................................................... 31
2.5.3.1 IPI ................................................................................................................. 31
2.5.3.2 IR .................................................................................................................. 33
2.5.3.3 PIS/PASEP .................................................................................................. 34
2.5.3.4 COFINS ........................................................................................................ 35
2.5.3.5 CSLL ............................................................................................................ 35
2.6 Encargos Sociais ............................................................................................. 36
2.6.1 INSS ................................................................................................................ 37
2.7 Substituição Tributária .................................................................................... 38
2.7.1 Contribuinte Substituto ................................................................................ 39
2.7.2 Contribuinte Substituído .............................................................................. 39
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 40
3.1 Procedimentos Metodológicos Aplicados ..................................................... 40
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE EXEMPLOS DE SUBSTITUIÇÃO
TRIBUTÁRIA E SUA EXISTÊNCIA EM OUTROS PAÍSES ................................. 42
4.1 ISSQN ................................................................................................................ 42
4.1.1 Disposições Gerais ....................................................................................... 43
4.1.2 Cálculo e Contabilização .............................................................................. 45
4.2 ICMS .................................................................................................................. 47
4.2.1 Disposições Gerais ....................................................................................... 49
4.2.2 Cálculo e Contabilização .............................................................................. 51
4.3 IPI ....................................................................................................................... 58
4.3.1 Disposições Gerais ....................................................................................... 59
4.3.2 Cálculo e Contabilização .............................................................................. 60
4.4 PIS/PASEP, COFINS, CSLL E IR ...................................................................... 64
4.4.1 Disposições Gerais ....................................................................................... 65
4.4.2 Cálculo e Contabilização .............................................................................. 67
4.5 INSS ................................................................................................................... 69
4.5.1 Disposições Gerais ....................................................................................... 70
4.5.2 Cálculo e Contabilização .............................................................................. 71
4.6 Outros Países ................................................................................................... 74
4.6.1 Argentina ........................................................................................................ 74
4.6.2 Espanha ......................................................................................................... 76
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 79
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 82
APÊNDICE A – Plano de Contas ........................................................................... 88
12
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Sua previsão encontra-se nos artigos 145 a 162 da Constituição Federal (CF)
de 1988. Nesses artigos estão dispostos os princípios gerais, as limitações do poder
de tributar, os impostos da União, dos Estados e do Distrito Federal (DF) e dos
Municípios, e a repartição das receitas tributárias.
Porém a CF atribui à lei complementar o regulamento do Sistema Tributário
Nacional. No artigo 146 da CF é determinado que:
Art. 146
Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas
e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
15
2.2 Tributo
2.2.1 Imposto
2.2.2 Taxa
Art.77
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto à sua disposição.
Assim como há também a sua previsão no Art. 145, II, da CF; e o § 2º do Art.
145 da CF determina que não pode aplicar base de cálculo de imposto para taxa:
Art. 145
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos:
[...] II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados
ao contribuinte ou postos a sua disposição;
[...] § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Harada (2010, p. 308) conceitua taxa como uma atuação do Estado que se
dirige diretamente ao contribuinte, tanto no exercício do poder de polícia quanto na
prestação, de forma efetiva ou potencial, de um serviço público específico e divisível,
onde a sua base de cálculo tem que ser diferente da base de cálculo aplicada em
qualquer imposto.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada
e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.
O empréstimo compulsório só pode ser decretado pela União. Ele tem sua
previsão estabelecida no Art. 148, I e II, da CF:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da
lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Para que haja essa relação jurídica é necessário que estejam presentes seus
elementos fundamentais, que são: a lei, o sujeito ativo, o sujeito passivo, objeto e
causa.
2.3.1 Lei
Diante disso, Sabbag (2011, p. 678) declara, que devido ao disposto no Art.
7º, há dois tipos de sujeitos ativo: o direto e o indireto. O sujeito ativo direto é
composto pelos entes tributantes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios),
que são os que tem o poder de instituir os tributos; já o sujeito ativo indireto, que
compreende os entes parafiscais, tem o poder de arrecadar e fiscalizar os tributos.
2.3.4 Objeto
2.3.5 Causa
[...] Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou
direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
De acordo com Sabbag (2011, p.386), “ [...] a competência comum indica que,
“de modo comum”, União, Estados, Municípios ou Distrito Federal, poderão ser os
sujeitos ativos das taxas ou contribuições de melhoria, desde que realizem os fatos
geradores de tais gravames contraprestacionais.”
Luciano Amaro (1991, p. 95, apud Sabbag, 2011, p. 388) afirma que “diz-se
residual a competência (atribuída à União) atinente aos outros impostos que podem
ser instituídos sobre situações não previstas.”
É referente ao poder que a União tem para instituir, através de lei ordinária
federal, o Imposto Extraordinário de Guerra (IEG), externa ou na sua iminência.
Sua previsão está disposta no Art. 154, II, da CF e no Art. 76 do CTN:
CF/88:
CTN:
Diante disso, é possível verificar que o IEG é uma exceção no que diz
respeito ao fato de mais de um ente poder incidir o(s) tributo(s), através de normas
distintas, sobre o mesmo fato gerador do mesmo sujeito passivo; e quando um ente
tributa por mais de uma vez o mesmo sujeito passivo através do mesmo fato (bis in
idem).
2.5.1.1 ISSQN
De acordo com o Art. 2º, II, da LC 116/2003, não serão considerados fatos
geradores desse imposto:
É importante ressaltar que este imposto não pode incidir sobre os serviços de
transporte intermunicipal e interestadual e de comunicação, que são alcançados
pelos regimentos do ICMS.
Sabbag (2011, p. 991) informa que os seguintes serviços não são
considerados fatos geradores do ISSQN: a prestação de serviço a si próprio; a
prestação de serviço do vínculo empregatício; a prestação de serviço por
prestadores de trabalho avulso e por sócios ou administradores de sociedade; a
prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;
prestação de serviço para o exterior; e a prestação de serviço pelo próprio Poder
Público.
De acordo com o Art. 7º da LC 116/2003, a base de cálculo do ISSQN é o
preço do serviço ou, como informa Sabbag (2011, p. 993), “se não puder aferir o
valor correspondente, como no caso dos serviços prestados por advogados,
médicos ou dentistas, calcular-se-á o tributo a partir de um único valor pago
periodicamente”.
Conforme o disposto nos artigos 8º e 8º-A da LC 116/2003, a alíquota máxima
e mínima de ISSQN a incidir sobre o preço dos serviços é de 5% e 2%,
respectivamente.
30
2.5.2.1 ICMS
2.5.3.1 IPI
Art. 153.
[...] IV - produtos industrializados;
[...]§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos
incisos I, II, IV e V.
[...]§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação com o montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
2.5.3.2 IR
O Imposto de Renda compete à União, de acordo com o Art. 153 da CF: Art.
153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] III - renda e proventos de
qualquer natureza; [...].”
O IR é regulamentado pelo Decreto nº 3000/1999 (também denominado
Regulamento do Imposto de Renda), que regulamenta a tributação, fiscalização,
arrecadação e administração do Imposto sobre e Proventos de Qualquer Natureza.
Sabbag (2011, p. 1079) declara que ele possui caráter claro de função fiscal,
sendo a principal fonte de receita proveniente de tributos da União.
O Art. 45 do CTN, define quem é o sujeito passivo:
2.5.3.3 PIS/PASEP
Privado e as que lhe são equiparadas, tendo como fato gerador a obtenção de
faturamento mensal e base de cálculo o faturamento mensal, que corresponde à
receita bruta; entidades sem fins lucrativos (empregadoras), que possuem o
pagamento de salários como seu fato gerador e a folha de pagamentos como sua
base de cálculo; ou as Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno, que tem como
fato gerador a arrecadação de receitas ou transferências correntes e de receitas de
capital e tem como base de cálculo o valor das receitas ou transferências correntes
e de receitas de capital recebidas.
Conforme Silva (2016, p.50), a alíquota de contribuição é dividida conforme a
base de cálculo. No caso em que ele incide sobre o faturamento a alíquota é de
0,65% nas empresas do regime cumulativo é de 1,65% para as de regime não-
cumulativo; já com relação à folha de pagamento e as receitas e transferências a
alíquota é de 1%.
2.5.3.4 COFINS
2.5.3.5 CSLL
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido foi instituída pela Lei nº 7.689/88,
incidindo sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas. Diante da disposição do Art.
149 da CF, essa contribuição compete à União.
36
2.6.1 INSS
Art. 10. A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal e desta Lei,
mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e de contribuições sociais.
Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto
das seguintes receitas:
I - receitas da União;
II - receitas das contribuições sociais;
III - receitas de outras fontes.
Parágrafo único. Constituem contribuições sociais:
a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos
segurados a seu serviço; (Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005)
b) as dos empregadores domésticos;
c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-
contribuição; (Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005)
d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro;
e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.
Soares (2009, p. 40), informa que a empresa também deverá recolher 11%
sobre o valor de retirada do pró-labore e sobre os valores pagos aos profissionais
liberais que prestarem serviço para a empresa.
CF/88:
Art. 150
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição
de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato
gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador
presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
CTN:
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de
modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
É o sujeito que tem a sua obrigação tributária retida e/ou recolhida por um
terceiro que foi determinado como responsável pela sua obrigação tributária.
40
3. METODOLOGIA
4.1 ISSQN
Art. 6º
Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se
refere à multa e aos acréscimos legais.
§ 1o Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao
recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais,
independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte.
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são
responsáveis:
43
Art. 260
Fica atribuída a responsabilidade na qualidade do contribuinte substituto,
pela retenção e pelo recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza – ISSQN, todas as pessoas físicas, jurídicas e condomínios,
situadas no Município de Cuiabá e inscritas no Cadastro Mobiliário.
Desta forma é possível observar que o valor a ser pago na Nota Fiscal pelo
tomador do serviço fica reduzido, pois ele reterá e recolherá o ISSQN devido pela
empresa prestadora de serviços.
Para que essa redução ocorra dentro das normas legais do município, é
necessário que seja informado na Nota Fiscal que o ISSQN foi retido, além de
informar o valor da sua retenção, de acordo com determinação do Parágrafo Único
do Art. 3º do Decreto 5.358 de 2013 (que define as Notas Fiscais de Serviços,
regulamenta a forma e prazo de recolhimento, a retenção na fonte e o regime de
estimativa do ISSQN e dá outras providências):
Art. 3º
[...]Parágrafo único. Quando o serviço for prestado à empresa nomeada
pelo Município de Cuiabá como Substituta Tributária, deverá ser informado
que o ISSQN foi retido no campo da Nota Fiscal de Serviço denominado
"ISSQN Retido", devendo, ainda, ser informado o valor da retenção do
ISSQN, no campo "Retenção de Impostos".
4.2 ICMS
Art.6º [...]
§ 1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto
incidente sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam
antecedentes, concomitantes ou subsequentes, inclusive ao valor
decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nas
operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final
localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto.
Foi verificado também que amaciante está entre os produtos previstos como
permitidos, através de Protocolo, para a ocorrência de Substituição Tributária, por
51
Devido ao fato de não haver convênio ou portaria que determine valor para
produtos de limpeza, foi utilizado o que determina o §2º do artigo 448 do RICMS/MT.
A margem de lucro utilizada no cálculo foi a mesma apresentada no Quadro
8, pois nas duas situações foi considerado o mesmo CNAE para os varejistas.
referente aos produtos para o vendedor. Esse valor corresponde ao ICMS que ele
deveria recolher, mas que o próprio vendedor retém para repassá-lo para o devido
órgão de competência da arrecadação desse tributo, no caso, a SEFAZ/MT. Sendo
assim, o ICMS ST é lançado como despesa e passivo para o vendedor (substituto).
Na Substituição do ICMS não há a recuperação do imposto pelo comprador
(substituído); devido a isso não houve a presença do imposto na contabilização por
parte dele.
4.3 IPI
ICMS s/ Operação
10% R$ 5.049,00
Própria
IPI ST 5% R$ 2.524,50
Valor da NF
R$ 50.490,00
(pago/recebido)
Fonte: Elaborado pela autora
4.5 INSS
Esse encargo social, que compete à União, tem como uma forma de
Substituição a retenção na fonte em caso de cessão de mão de obra.
Na Lei 8.212 de 24 de julho de 1991, que é a Lei Orgânica da Seguridade
Social, há a previsão da Substituição Tributária nesse tipo de prestação de serviço,
em seu artigo 31:
Art. 31
[...] § 3o Para os fins desta Lei, entende-se como cessão de mão-de-obra a
colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de
terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou
não com a atividade-fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a
forma de contratação. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998).
Essa determinação do que vem a ser a cessão de mão de obra também está
prevista do §1º do Art. 219 do Decreto 3.048 de 1999 (que aprova o regulamento da
Previdência Social), porém nele consta uma informação adicional, que determina
que trabalho temporário também se enquadra nesse tipo de prestação serviço:
Art. 219
[...] § 1º Exclusivamente para os fins deste Regulamento, entende-se como
cessão de mão-de-obra a colocação à disposição do contratante, em suas
dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços
contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da empresa,
independentemente da natureza e da forma de contratação, inclusive por
meio de trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de
1974, entre outros.
Diante disso, essa forma de Substituição ocorre nos casos em que a empresa
contratada coloca à disposição da contratante prestadores de serviço que realizam
serviços contínuos, sem a obrigatoriedade dos serviços estarem ligados à atividade
fim da empresa, e independente se o trabalho é temporário ou não, ou se será
realizado nas dependências do contratante ou na de terceiros.
Art. 31
[...] § 1o O valor retido de que trata o caput deste artigo, que deverá ser
destacado na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, poderá ser
compensado por qualquer estabelecimento da empresa cedente da mão de
obra, por ocasião do recolhimento das contribuições destinadas à
Seguridade Social devidas sobre a folha de pagamento dos seus
segurados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 2o Na impossibilidade de haver compensação integral na forma do
parágrafo anterior, o saldo remanescente será objeto de
restituição. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998).
4.6.1 Argentina
4.6.2 Espanha
Estado, e dos impostos próprios. Há impostos pertencentes ao Estado que tem sua
gestão e arrecadação cedidas para as Comunidades Regionais, sendo eles: Imposto
sobre Transferência Patrimonial Onerosa e Atos Jurídicos Documentados (Impuesto
sobre Transmisiones Patrimoniales Onerosas y Actos Jurídicos Documentados) e
Imposto sobre Sucessões e Doações (Impuesto sobre Sucesiones y Donaciones).
(EL SISTEMA TRIBUTARIO AUTONÓMICO, [201-?]).
Referente aos impostos das Entidades Locais, elas têm disponíveis para si
um conjunto de imposto, onde o estabelecimento deles pode ocorrer de forma
obrigatória ou facultativa em alguns casos. Como ocorre no nível regional, os
municípios que são capitais de províncias ou comunidades regionais, e que
possuem mais de 75000 habitantes, estarão se beneficiando da transferência da
receita de certos impostos pertencentes ao Estado. Os impostos que
obrigatoriamente devem ser arrecadados pelos municípios são o Imposto sobre os
Bens Imóveis (Impuesto sobre Bienes Inmuebles), Imposto sobre Atividades
Econômicas (Impuesto sobre Actividades Económicas) e Imposto sobre Veículos de
Tração Mecânica (Impuesto sobre Vehículos de Tracción Mecánica). Já os impostos
que os municípios têm a opção de arrecadar de forma voluntária são o Imposto
sobre Construções, Instalações e Obras (Impuesto sobre Construcciones,
Instalaciones y Obras) e Imposto sobre o Aumento do Valor das Terras (Impuesto
sobre el Incremento del Valor de los Terrenos). (EL SISTEMA TRIBUTARIO LOCAL,
[201-?]).
Assim, como na Argentina, na Espanha são encontradas mais informações a
respeito do substituto do que da Substituição Tributária como um todo.
De acordo com Paulsen (2011, p.36) substituto tributário é a pessoa que lei
coloca no lugar do contribuinte. Desta forma, ocorre a substituição do contribuinte
(denominado substituído) por um terceiro (chamado substituto), no que se refere à
obrigação tributária.
Navas ([201-?], p.1) informa que os substitutos são uma das formas de sujeito
passivo.
O substituto é uma das técnicas que tem o intuito de facilitar a cobrança de
impostos; conhecido no direito positivo da Espanha como uma modalidade de
responsável pela obrigação tributária denominado agente de retenção ou de
recolhimento. (NAVAS, [201-?], p.5).
78
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CEPEL. Amaciante para Roupas Classic Comfort com 2 Litros. Disponível em:
<http://www.cepel.com.br/amaciante-para-roupas-classic-comfort-com-2-litros/p>.
Acesso em: 29 jan. 2017
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, Luís Martins de… et al. Manual de Contabilidade Tributária. 2 ed. São
Paulo: Atlas 2003.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3. ed. São Paulo: Saraiva: 2011.
SILVA, Varlindo Alves da. Livro 1 – Texto: Contabilidade Tributária. 18. ed. Mato
Grosso: [s.n.], 2016.
PLANO DE CONTAS
Contas Patrimoniais:
1 Ativo
1.1 Ativo Circulante
1.1.1 – Disponível
1.1.1-1 – Caixa
1.1.2 – Estoques
1.1.2-1 - Matéria Prima
1.1.2-2 - Mercadoria para revenda nacional
1.1.3 – Créditos
1.1.3-1 - ISSQN retido na fonte a compensar
1.1.3-2 - PIS/PASEP retido na fonte a compensar
1.1.3-3 - COFINS retida na fonte a compensar
1.1.3-4 - CSLL retida na fonte a compensar
1.1.3-5 - IR retido na fonte a compensar
1.1.3-6 - INSS retido na fonte a compensar
2 Passivo
2.1 Passivo Circulante
2.1.1 - ICMS a Pagar
2.1.1-1 - ICMS normal a pagar
2.1.1-2 - ICMS substituição tributária
2.1.2 - IPI a Pagar
2.1.2-1 - IPI substituição tributária
2.1.3 - ISSQN a Pagar
2.1.3-1 - ISSQN retido s/ serviço de terceiros a pagar
2.1.4 - INSS a Pagar
2.1.4-1 - INSS retido s/ serviços de terceiros a pagar
2.1.5 - PIS/PASEP a Pagar
2.1.5-1 - PIS/PASEP retido s/ serviços de terceiros a pagar
2.1.6 - COFINS a Pagar
2.1.6-1 - COFINS retida s/ serviços de terceiros a pagar
2.1.7 - CSLL a Pagar
2.1.7-1 - CSLL retida s/ serviços de terceiros a pagar
2.1.8 - IR a Pagar
2.1.8-1 - IR retido s/ serviços de terceiros a pagar
90
Contas de Resultado:
3 - Despesas/Custos
3.1 - Despesas e Custos Operacionais
3.1.1 - Despesas Tributárias Redutoras da Receita Bruta de Vendas/Serviços
3.1.1-1 - ICMS s/ vendas
3.1.2 - Despesas Tributárias Gerais
3.1.2-1 - IPI substituição tributária
3.1.3 - Despesas Gerais
3.1.3-1 - Manutenção de equipamentos prestado por PJ
3.1.3-2 - Serviço de vigilância prestado por PJ
3.1.3-3 - Limpeza e conservação prestado por PJ
4 – Receitas
4.1 Receita Bruta / Faturamento Bruto
4.1.1 – Vendas/Serviços Prestados
4.1.1-1 – Venda de mercadorias
(-) 4.1.1-1.1 - ICMS Substituição Tributária
4.1.1-2 - Serviços prestados