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Obrigação/dispensa de emissão de faturas


Casos práticos

FAQ da AT

Questão: Somos um organismo sem finalidade lucrativa. Os documentos que


emitimos nos termos do n.º 20 do artigo 29.º do CIVA são considerados
fiscalmente relevantes?

Resposta: Sim, os documentos emitidos nos termos do n.º 20 do artigo 29.º do


CIVA são considerados «documentos fiscalmente relevantes» para efeitos do DL
28/2019.

Apresentação
Casos práticos de|IVA
Autor
e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 21
DELIMITAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
EM MATÉRIA DE FATURAÇÃO
(artigo 35.º-A do CIVA)

Apresentação
Casos práticos de|IVA
Autor
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Página do manual 201

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
Desenvolvimento do tema

É aditado ao Código do IVA o artigo 35.º-A, com a seguinte redação:

«Artigo 35.º-A
Delimitação de competências em matéria de faturação

1 - A emissão de fatura pelas transmissões de bens e prestações de serviços


efetuadas no território nacional está sujeita às regras estabelecidas no presente
Código.

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Autor
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Página do manual 201

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
Desenvolvimento do tema

2 - A emissão de fatura fica ainda sujeita às regras previstas no presente Código quando o
sujeito passivo tenha no território nacional a sua sede, estabelecimento estável ou, na sua falta,
o domicílio a partir do qual a transmissão de bens ou prestação de serviços é efetuada e, de
acordo com as regras de localização:

a) A operação se considere localizada noutro Estado-Membro e a obrigação de liquidação


do imposto recair sobre o sujeito passivo a quem os bens foram transmitidos ou os
serviços prestados;
b) A operação não se considere efetuada na União Europeia.

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Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
Desenvolvimento do tema

3 – (autoliquidação) Não obstante o disposto no n.º 1, a emissão de fatura por sujeito passivo
que não possua no território nacional a sua sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o
domicílio a partir do qual a transmissão de bens ou prestação de serviços é efetuada, não está
sujeita às regras estabelecidas no presente Código quando a obrigação de liquidação do
imposto recai sobre o sujeito passivo adquirente dos bens ou destinatário dos serviços.

4 – (autofacturação + autoliquidação) As regras previstas no presente Código são ainda


aplicáveis à fatura elaborada pelo sujeito passivo adquirente dos bens ou destinatário dos
serviços que tenha sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio em território
nacional, quando as operações aqui se considerem efetuadas e a obrigação de liquidação do
imposto recair sobre ele.

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Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
Desenvolvimento do tema

5 – (MOSS) Não obstante o disposto no n.º 1, a emissão de fatura pelas operações


efetuadas por sujeitos passivos que utilizem Portugal como Estado-Membro de
identificação para efeitos do regime especial aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2014,
de 24 de outubro, está sujeita às regras estabelecidas no presente Código.

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Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
1.º caso prático

Quais as novidades relacionadas com obrigações de emissão de faturas nos termos


do CIVA introduzidas pelo aditamento do artigo 35.º-A desse Código?

• O artigo 35.º-A do CIVA vem, no entanto, clarificar quais as operações em que é obrigatória a
emissão de fatura nos termos do CIVA e quais as operações em que tal não é obrigatório.
• Como regra, todos os sujeitos passivos de IVA registados como tal em Portugal, incluindo as
entidades não residentes sem estabelecimento estável, que aqui pratiquem operações
(localizadas para efeitos de tributação em território nacional), são obrigados a emitir fatura
nos termos do CIVA para titular essas operações (exceto nas operações referidas de seguida).

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Autor
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Página do manual 204

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
2.º caso prático

Os sujeitos passivos de IVA não residentes, sem estabelecimento estável, com registo
em Portugal, são obrigados a emitir faturas nos termos do CIVA?

• Sim, para as operações realizadas e localizadas para efeitos de tributação em território


nacional, nos termos do n.º 1 do artigo 35.º-A do CIVA, nomeadamente para vendas de bens
efetuadas internamente no território nacional.

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Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
3.º caso prático

Um sujeito passivo português que efetue uma transmissão intracomunitária de bens


com destino a um sujeito passivo estabelecido noutro Estado-Membro é obrigado a
emitir uma fatura nos termos do CIVA, ainda que se trate duma operação isenta de
IVA em território nacional nos termos do artigo 14.º do RITI, e a obrigação de
liquidação recaia sobre o sujeito passivo adquirente sediado no outro Estado-
Membro?

• Sim, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 35.º-A do CIVA.

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e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 29
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Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
4.º caso prático

Um sujeito passivo português que efetue prestações de serviços a um adquirente,


sujeito passivo estabelecido noutro Estado-Membro, localizadas para efeitos de
tributação no local onde esse adquirente tem a sua sede a partir da qual adquire os
serviços (nos termos do artigo 6.º do CIVA), é obrigado a emitir uma fatura nos
termos do CIVA, quando a obrigação de liquidação recaia sobre o sujeito passivo
adquirente sedeado no outro Estado-Membro?

• Sim, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 35.º-A do CIVA.

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Autor
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Página do manual 205

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
5.º caso prático

E no caso de exportações de bens efetuadas por um sujeito passivo português?


E no caso de prestações de serviços efetuadas por um sujeito passivo português a um
adquirente sediado num país terceiro, que não sejam localizadas para efeitos de
tributação no território nacional nos termos das regras de localização do artigo 6.º do
CIVA?
• No caso de exportações efetuadas a partir do território nacional por um sujeito passivo
português, este é obrigado a emitir uma fatura nos termos do CIVA, ainda que seja isenta nos
termos do artigo 14.º do CIVA.
• No caso de serviços prestados por sujeito passivo português a um adquirente sediado num
país terceiro, o primeiro é obrigado a emitir fatura nos termos do CIVA, ainda que a operação
não seja localizada no território nacional nos termos do artigo 6.º do CIVA.

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Autor
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Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
6.º caso prático

E no caso de vendas de bens à distância com destino a particulares domiciliados em


território nacional, efetuada por um sujeito passivo sediado noutro Estado-Membro?

• Sim, é obrigatória a emissão de fatura nos termos do CIVA, quando os sujeitos passivos de
outros Estados-Membros efetuem vendas à distância a não sujeitos passivos com domicílio
em território nacional, desde que o IVA seja devido em Portugal, pelo facto de as vendas
para Portugal terem ultrapassado, no ano civil anterior ou no ano civil em curso, o limiar de
35.000 euros, e sejam obrigados, por esse facto, a registo em IVA em Portugal.

Apresentação
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Autor
e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 32
Página do manual 206

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
7.º caso prático

Um sujeito passivo português que efetue uma aquisição intracomunitária de bens no


território nacional pode considerar, nomeadamente para efeitos do direito à
dedução, uma fatura emitida por um sujeito passivo estabelecido noutro Estado-
Membro que não cumpre os requisitos previstos no CIVA?

• De acordo com o n.º 3 do artigo 35.º-A do CIVA, a emissão de fatura por sujeito passivo que
não possua no território nacional a sua sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o
domicílio a partir do qual a transmissão de bens ou prestação de serviços é efetuada, não
está sujeita às regras estabelecidas no CIVA quando a obrigação de liquidação do imposto
recai sobre o sujeito passivo adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, tal como
acontece no caso das aquisições intracomunitárias.

Apresentação
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Autor
e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 33
Página do manual 206

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
7.º caso prático

• Atendendo a que a fatura emitida pelo fornecedor do outro Estado-Membro não tem de
cumprir as regras do CIVA, para o exercício do direito à dedução do sujeito passivo
português, adquirente dos bens, é suficiente um documento interno com a comprovação da
autoliquidação do IVA ao Estado português, suportado por esse adquirente.
• A norma constante do n.º 2 do artigo 19.º do Código do IVA, que estabelece que só confere
direito a dedução o imposto mencionado em faturas passadas na forma legal, não se aplica
nos casos em que o IVA é autoliquidado.
• Consequentemente, a resposta à questão colocada é no sentido de que o sujeito passivo
português tem direito à dedução do IVA por si autoliquidado.

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e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 34
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Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
8.º caso prático

E no caso de se tratar de serviços adquiridos por um sujeito passivo português,


prestado por um sujeito passivo sediado nos EUA, que sejam localizados para efeitos
de tributação no território nacional nos termos do artigo 6.º do CIVA?

• De acordo com o n.º 1 do artigo 35.º-A do CIVA, a emissão de fatura por sujeito passivo que
não possua no território nacional a sua sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o
domicílio a partir do qual a transmissão de bens ou a prestação de serviços é efetuada, não
está sujeita às regras estabelecidas no CIVA quando a obrigação de liquidação do imposto
recai sobre o sujeito passivo adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, tal como
acontece no caso das aquisições de serviços a prestadores de países terceiros.

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Autor
e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 35
Página do manual 207

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
8.º caso prático

• Atendendo a que a fatura emitida pelo prestador de serviços estabelecido nos EUA não tem
de cumprir as regras do CIVA, para o exercício do direito à dedução do sujeito passivo
português, adquirente dos bens, é suficiente um documento interno com a comprovação da
autoliquidação do IVA ao Estado português, suportado por esse adquirente.

• Consequentemente, a resposta à questão colocada é no sentido de que o sujeito passivo


português tem direito à dedução do IVA por si autoliquidado.

Apresentação
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Autor
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Página do manual 207

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
9.º caso prático

E no caso de o fornecedor de outro EM acordar com o adquirente sujeito passivo


português a emissão da fatura por este último, através do procedimento de
autofaturação?
• Nos termos do n.º 4 do artigo 35.º-A do CIVA, é obrigatória a emissão de fatura nos termos
do CIVA, quando um fornecedor de bens, não residente no território nacional, efetue
transmissões de bens a sujeitos passivos estabelecidos no território nacional, caso se aplique
a regra de inversão do sujeito passivo em território nacional e exista acordo de
autofaturação, passando a obrigação de emissão da fatura para o adquirente, sujeito passivo
português.
• Se quem vai emitir a autofatura é um sujeito passivo português, faz todo o sentido que esse
documento tenha de cumprir as regras exigidas pelo Código do IVA.

Apresentação
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Autor
e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 37
Página do manual 207

Delimitação de competências em matéria de faturação


(artigo 35.º-A do CIVA)
10.º caso prático

Um sujeito passivo americano que utilize Portugal como Estado-Membro de


identificação para efeitos do regime especial do Mini Balcão Único (MOSS), que
efetue serviços por via eletrónica (por exemplo, disponibilização de downloads de
música num sítio de internet), é obrigado a emitir uma fatura nos termos do CIVA?

• Nos termos do n.º 5 do artigo 35.º-A do CIVA, se um prestador de serviços de um país


terceiro efetuar o registo no MOSS em Portugal, utilizando o território nacional como Estado-
Membro de identificação, é obrigado a emitir faturas nos termos do CIVA para todos os
serviços prestados por via eletrónica, independentemente do local do domicílio dos
adquirentes não sujeitos passivos.

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Autor
e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 38
ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS
NAS FATURAS
(Artigo 36.º do CIVA)

Apresentação
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Autor
e novas regras de faturação I Fernando Roriz 39
Página do manual 210

Elementos obrigatórios nas faturas (artigo 36.º do CIVA)


1.º caso prático

Quais os elementos obrigatórios nas faturas emitidas a consumidores finais (não


sujeitos passivos)?

• As faturas emitidas a consumidores finais (não sujeitos passivos de IVA) deixam de


conter a identificação (nome e domicílio) do adquirente não sujeito passivo,
independentemente do valor da fatura (deixa de existir o limite de 1.000 euros).

• O NIF dos adquirentes não sujeitos passivos continua apenas a ser obrigatório
quando estes o exijam.

Apresentação
Casos práticos de|IVA
Autor
e novas regras de faturação I Fernando Roriz Setembro de 2020 40

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