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O novo RITI e as alterações das regras do

IVA para o comércio eletrónico

Módulo 2

Rui Bastos

Mestrado em Fiscalidade

Junho de 2021
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o
comércio eletrónico

MÓDULO 2
CAPÍTULO II – QUICK FIXES 2020 (parte)
(…)
4. Vendas à consignação nas trocas intracomunitárias de bens
5. Operações em cadeia

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o
comércio eletrónico

MÓDULO 2
CAPÍTULO III – O IVA NO COMÉRCIO ELETRÓNICO

1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto


2. Novos conceitos introduzidos no Código do IVA
3. O recurso a uma Interface Eletrónica e a figura do fornecedor “presumido.
4. Regime do Balcão Único (OSS – One Stop Shop) – Regimes especiais
5. Alguns cenários sobre a intervenção da Interface Eletrónica

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
Capítulo II
QUICK FIXES 2020 (parte)
(…)
4. Vendas à consignação nas trocas intracomunitárias
de bens

5. Operações em cadeia

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4. Vendas à consignação nas trocas intracomunitárias de bens

4. Vendas à consignação nas trocas intracomunitárias de bens

4.1 Enquadramento das operações de vendas à consignação


4.2 Operações de consignação no âmbito do mercado interno
4.3 Operações de consignação no comércio intracomunitário
4.4 Alterações legislativas promovidas pela Diretiva 2018/1910
4.5 Nova declaração recapitulativa
4.6 Medidas de simplificação para as vendas à consignação no comércio
intracomunitário
4.7 Obrigações de registo
4.8 Substituição do destinatário dos bens
4.9 Devolução dos bens
4.10 Situações que determinam a cessação do regime simplificação das vendas à
consignação
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4.1 Enquadramento das operações de vendas à consignação

Consignação industrial (“call-of-stock”)


Uma empresa, sujeito passivo de IVA com sede em território nacional (consignante),
pretende celebrar contratos escritos de fornecimento de matérias-primas com alguns dos
seus clientes (consignatários), sujeitos passivos nacionais ou sujeitos passivos registados
para efeitos de IVA em outros Estados Membros da UE, nos termos dos quais essas
matérias-primas são colocadas à disposição dos clientes, nas suas próprias instalações,
sem que haja transferência de propriedade enquanto as mesmas não forem consumidas
e incorporadas no seu processo produtivo.
Periodicamente, os clientes enviarão à consignante listas de consumos das matérias-
primas, as quais, após conferência, emitirá a correspondente fatura.
Nos termos dos contratos a celebrar, os bens colocados em consignação nas instalações
dos clientes deverão estar devidamente identificados e separados das restantes
existências na posse dos mesmos.
Trata-se de um procedimento de consignação industrial, conhecido por "call-off-stock".

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4.1 Enquadramento das operações de vendas à consignação

Consignação comercial ou consignação para venda

Damos aqui por reproduzidas as mesmas circunstâncias do exemplo anterior,


no entanto os bens em causa não são matérias primas, mas mercadorias para
serem revendidas pelos consignatários.
Adicionalmente, por forma a garantir melhores condições concorrenciais, a
empresa em questão procedeu à constituição de depósitos de mercadorias
(com recurso a armazéns arrendados) nos países mais distantes, abastecidos
em bloco para garantir um custo de transporte muito mais baixo.
Desde já interessa realçar que não se afiguram razões que justifiquem
tratamentos distintos, em sede de IVA, para ambos os tipos de consignação
(industrial ou comercial).

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4.2 Operações de consignação no âmbito do mercado interno

• n.º 1 do art.º 3.º do Código do IVA

• alínea c) do n.º 3 do art.º 3.º do CIVA

• n.º 5 do art.º 7.º do CIVA

• alínea d) do n.º 3 do art.º 3.º, conjugada com o n.º 6 do art.º 7.º do CIVA

• art.º 38.º do CIVA

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4.3 Operações de consignação no comércio intracomunitário

Nos termos do disposto no n.º 1 do art.º 7.º do RITI, consideram-se operações


assimiladas a transmissões de bens, para além das previstas no art.º 3.º do
CIVA, a transferência de bens móveis corpóreos expedidos ou transportados
pelo sujeito passivo ou por sua conta, com destino a outro Estado membro,
para as necessidades da sua empresa.

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4.3 Operações de consignação no comércio intracomunitário

Assim, da conjugação do estipulado na alínea c) do n.º 2 do art.º 7.º do RITI


com o disposto na alínea c) do n.º 1 do art.º 14.º do RITI , resulta que a
transferência das mercadorias para os "depósitos de mercadorias" constituídos
nos outros Estados membros, ficando em "stockagem", dado não ter como
objetivo imediato a entrega aos respetivos clientes, consideram-se uma
transmissão intracomunitária de bens isenta de IVA.

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4.4 Alterações legislativas promovidas pela Diretiva 2018/1910

O propósito das alterações promovidas pela Diretiva 2018/1910 é o da


simplificação destas obrigações, libertando as empresas que transferem bens
entre dois Estados-Membros com vista à sua entrega subsequente a um
adquirente previsto (já conhecido) dos encargos administrativos associados à
obrigação de cumprir as exigências em matéria de IVA no Estado-Membro em
que as existências se encontrem.

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4.4 Alterações legislativas promovidas pela Diretiva 2018/1910

As disposições do RITI que foram alteradas, visando a transposição das


referidas disposições legais, são as seguintes:

• Art.º 4.º, n.º 3 (aditado) e art.º 7.º-A (aditado): disposições principais,


contendo as regras do novo regime de vendas à consignação em
transferências intracomunitárias de bens;
• Art.º 7.º n.º 4 (aditado) e art.º 12.º, n.º 3 (aditado): derrogações ao regime;
• Art.º 23.º, n.º 1, alínea c) e art.º 30.º, n.º 4: regulam a obrigação da entrega
da declaração recapitulativa;
• Art.º 31.º, n.º 1, alíneas f) e g): regem sobre a obrigação de se manter os
registos adequados.

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4.5 Nova declaração recapitulativa

A Portaria n.º 215/2020, de 10 de setembro, aprovou o novo modelo da


declaração recapitulativa () a que se referem a alínea i) do n.º 1 do art.º 29.º do
Código do IVA e a alínea c) do n.º 1 do art.º 30.º do RITI, bem como as
respetivas instruções de preenchimento.

A produção de efeitos desta Portaria retroage a 1 de janeiro de 2020, de


harmonia com o previsto no art.º 7.º da Lei n.º 49/2020, de 24 de agosto.

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4.5 Nova declaração recapitulativa

A nova declaração recapitulativa apresenta as seguintes novidades:

• No quadro 02 (campo 02) são acrescentadas novas circunstâncias


subjacentes à entrega de uma declaração de substituição, adicionando-se o
campo 2.4 e respetivos subcampos, campo este exclusivamente destinado a
assinalar a ocorrência no período de transferências intracomunitárias de
bens à consignação a discriminar no Quadro 06, sendo de preenchimento
obrigatório sempre que submeta uma declaração recapitulativa de
substituição.

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4.5 Nova declaração recapitulativa

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.5 Nova declaração recapitulativa

A nova declaração recapitulativa apresenta as seguintes novidades:

• É adicionado um novo quadro 06, que se destina a detalhar as


transferências intracomunitárias de bens no âmbito do regime de vendas
à consignação, incluindo a alteração do destinatário, o retorno ou
reexpedição dos bens para o território nacional, nas condições previstas
nos n.os 2 ou 3 art.º 7º-A do RITI, bem como qualquer alteração aos dados
anteriormente submetidos.

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4.5 Nova declaração recapitulativa

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4.5 Nova declaração recapitulativa

Neste Quadro deve indicar, na respetiva coluna, o país de destino (1) e respetivo
prefixo (2), o número de identificação fiscal do destinatário dos bens (3), o
número de identificação fiscal do destinatário originário, no caso de substituição
de destinatário dos bens (4), e o respetivo código da operação (5), na forma que
se segue:

1. Envio dos bens sob o regime de vendas à consignação;


2. Retorno dos bens e correções a informações anteriormente declaradas;
3. Alteração do destinatário dos bens (Este código pressupõe, em período anterior ou no
mesmo período, uma transferência (código 1) para o destinatário original, o qual será
objeto de substituição).
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4.6 Medidas de simplificação para as vendas à consignação no
comércio intracomunitário

Aquela simplificação concretiza-se no seguinte:

 Não tem lugar qualquer transmissão intracomunitária nem qualquer


aquisição intracomunitária à data da remessa dos bens à consignação para
outro Estado-Membro;

 A entrega intracomunitária isenta de imposto no Estado-Membro de partida


e uma aquisição intracomunitária tributada no Estado-Membro em que as
existências se encontrem só têm lugar numa fase posterior, quando o
adquirente passa a ser proprietário dos bens.

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4.6 Medidas de simplificação para as vendas à consignação no
comércio intracomunitário

Não abrange a situação em que uma empresa transfere bens de um Estado-


Membro para outro sem conhecer ainda o adquirente previsto a que se
destinam neste último Estado-Membro.

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4.6 Medidas de simplificação para as vendas à consignação no
comércio intracomunitário

Requisitos da simplificação:

• Os bens sejam expedidos ou transportados para outro Estado-Membro


tendo em vista a sua posterior transmissão (no prazo máximo de um ano);

• Os bens tenham sido remetidos a outro sujeito passivo que se tenha


comprometido a adquirir a propriedade desses bens nos termos de um
acordo existente entre ambos os sujeitos passivos

• O sujeito passivo que procede à expedição ou transporte não disponha de


sede nem estabelecimento estável no Estado-Membro de chegada dos
bens;
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4.6 Medidas de simplificação para as vendas à consignação no
comércio intracomunitário

Requisitos da simplificação:

• O sujeito passivo destinatário da transmissão de bens esteja registado para


efeitos do IVA no Estado-Membro de chegada dos bens e a sua identidade e
respetivo número de identificação sejam conhecidos do sujeito passivo
consignante, no momento em que se inicia a expedição ou transporte;

• O sujeito passivo proceda ao registo dessa transferência.

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4.6 Medidas de simplificação para as vendas à consignação no
comércio intracomunitário

Quando estejam reunidas as condições supramencionadas e a transferência do


poder de dispor dos bens como proprietário para o sujeito passivo
consignatário ocorra dentro do prazo de um ano, no momento dessa
transferência e apenas aí, considera-se que:

• É efetuada uma transmissão de bens nos termos do n.º 1 do art.º 14.º do


RITI pelo sujeito passivo que procedeu à expedição ou transporte dos bens
por si ou por sua conta;

• É efetuada uma aquisição intracomunitária de bens pelo sujeito passivo a


quem os bens são transmitidos no Estado-Membro para onde os bens foram
expedidos ou transportados.

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4.6 Medidas de simplificação para as vendas à consignação no
comércio intracomunitário

O art.º 7.º-A do RITI passa a definir a noção de «regime das vendas à


consignação em transferência intracomunitárias de bens», enumerando um
conjunto de condições para que exista o «regime das vendas à consignação».
Quando for esse o caso, o «regime das vendas à consignação» não é tratado
como uma transmissão (intracomunitária) de bens.

sistema em si não é obrigatório, uma vez que uma empresa pode decidir
aplicar ou não a simplificação da consignação industrial, preenchendo as
condições necessárias previstas para este regime no art.º 7.º-A do RITI.

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4.6 Medidas de simplificação para as vendas à consignação no
comércio intracomunitário

Ver enquadramento operação manual


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4.7 Obrigações de registo

No que se refere às obrigações de registo antes mencionadas, o Regulamento


de Execução do IVA (REIVA), de aplicação obrigatória e imediata em todos os
Estados membros, no respetivo art.º 54.º-A, regula as condições do registo que
deve ser mantido, quer pelos sujeitos passivos que transfiram os bens ao
abrigo do regime de vendas à consignação (consignantes), quer pelos sujeitos
passivos a quem sejam entregues esses bens (consignatários).

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4.8 Substituição do destinatário dos bens

Nos termos do art.º 7.º, n.º 4, alínea b), i), do RITI, a simplificação do regime de
vendas à consignação subsiste quando o sujeito passivo destinatário dos bens
for substituído por outro sujeito passivo, desde que estejam reunidas as demais
condições previstas no n.º 2 do art.º 7.º-A, anteriormente expostos, e a
substituição seja inscrita no registo previsto no art.º 31.º do RITI.

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4.8 Substituição do destinatário dos bens

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4.9 Devolução dos bens

A alínea b) do n.º 3 do art.º 7.º-A do RITI estabelece que as medidas de


simplificação para as vendas à consignação nas trocas intracomunitárias de
bens subsistem:

“Quando não venha a verificar-se a transferência do poder de dispor dos bens


como proprietário, desde que os bens sejam reexpedidos para o território
nacional dentro do prazo de um ano após a chegada dos bens ao Estado-
Membro de destino e o sujeito passivo referido na alínea b) do número anterior
proceda ao registo da respetiva reexpedição para território nacional nos termos
do artigo 31.º.”

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4.9 Devolução dos bens

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4.10 Situações que determinam a cessação do regime
simplificação das vendas à consignação

4.10 Situações que determinam a cessação do regime simplificação das


vendas à consignação

4.10.1 Art.º 7.º, n.º 4, alínea a) do RITI – Prazo de 12 meses


excedido
4.10.2 Art.º 7.º, n.º 4, alínea b), i) do RITI – Entrega a um terceiro
4.10.3 Art.º 7.º, n.º 4, alínea b), iii) do RITI – Destruição ou perda
dos bens

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4.10.1 Art.º 7.º, n.º 4, alínea a) do RITI – Prazo de 12
meses excedido

Ver enquadramento operação manual

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4.10.2 Art.º 7.º, n.º 4, alínea b), i) do RITI – Entrega a
um terceiro

Ver enquadramento operação manual

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4.10.3 Art.º 7.º, n.º 4, alínea b), iii) do RITI –
Destruição ou perda dos bens

Nesta circunstância, antes de B ter tomado posse dos bens recebidos, os


mesmos são destruídos, por exemplo, num incêndio.
Neste caso, quando os bens restantes são destruídos, deixam de estar
preenchidas as condições do regime das vendas à consignação em relação a
esses bens. Por conseguinte, considera-se que tem lugar uma transmissão de
bens, nos termos do n.º 1 do art.º 7.º do RITI, do Estado-Membro 1 para o
Estado-Membro 2. Uma vez que as condições para a simplificação da
consignação industrial deixam de estar preenchidas, considera-se que a
transferência tem lugar na data em que os bens foram efetivamente destruídos
ou, caso seja impossível determinar essa data, na data em que se constatou que
os bens foram destruídos nos termos do articulado supracitado.

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5. Operações em cadeia

5. Operações em cadeia

5.1 Enquadramento
5.2 Alterações legislativas promovidas pela Diretiva 2018/1910
5.3 Conceito de “operações em cadeia”
5.4 “Novo” enquadramento das operações em cadeia no RITI
5.5 Operações em cadeia no âmbito das operações “puras” triangulares
5.6 Operações em cadeia com quatro intervenientes
5.7 Operações em cadeia e o regime especial das vendas à distância

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5.1 Enquadramento

Pese embora aquela lei tivesse alterado diversos artigos do RITI (artigos 4.º, 7.º,
12.º, 14.º, 16.º, 17.º, 23.º, 30.º e 31.º e aditamento do art.º 7.º-A), importa frisar
que, no âmbito do presente tema (operações em cadeia), releva apenas o
aditamento dos n.ºs 3 a 5 ao art.º 14.º (estando a esmagadora maioria das
restantes alterações relacionadas com o novo regime das vendas à
consignação).

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5.3 Conceito de operações em cadeia

Antes de mais, interessa realçar que a aplicação daquele normativo, que de


seguida ilustraremos, pressupõe, como resulta da sua leitura, o cumprimento de
algumas condições, a saber:

• Os bens devem ser entregues sucessivamente. Deste modo, é necessário que pelo
menos três pessoas participem na operação em cadeia, ainda que a última pessoa seja
um consumidor final.
• Os bens devem ser expedidos ou transportados de um Estado-Membro para outro
Estado-Membro. Consequentemente, as operações em cadeia que envolvam
importações e exportações ou que envolvam apenas entregas no território de um
Estado-Membro não são abrangidas pela disposição.
• Os bens devem ser transportados ou expedidos diretamente do primeiro fornecedor
para o último destinatário ou adquirente da cadeia.

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5.3 Conceito de operações em cadeia

A entrega de A a B e a entrega de E a F
não se enquadram no âmbito da medida
adotada para as operações em cadeia,
constituindo transmissões
intracomunitárias “normais”.
Em contrapartida, as operações entre
B, C, D e E fazem parte de uma
operação em cadeia: os bens são
sucessivamente entregues entre estas
quatro partes, os bens são expedidos
ou transportados de um Estado-
Membro (EM 2) para outro Estado-
Membro (EM 5) e os bens são
transportados diretamente do primeiro
fornecedor (B) para o último adquirente
ou destinatário (E) na cadeia.
Fonte: Adaptado de notas Explicativas da Direção-Geral da Deste modo, deve considerar-se estas
Fiscalidade e da União Aduaneira da Comissão. três operações entre estas quatro
partes para imputar o transporte
unicamente a uma delas.

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5.3 Conceito de operações em cadeia

Se as referidas condições se verificarem somos confrontados com uma regra


geral e uma derrogação a essa mesma regra, a saber:

 Regra geral: a expedição ou o transporte dos bens é imputado à entrega


efetuada ao operador intermediário (art.º 36.º A, n.º 1 da Diretiva IVA e
art.º 14.º n.º 3 do RITI).
Derrogação à regra geral: quando o operador intermediário comunica ao seu
fornecedor o seu número de identificação IVA, emitido pelo Estado-Membro a
partir do qual os bens são expedidos ou transportados, a expedição ou o
transporte dos bens é imputado à entrega efetuada pelo operador
intermediário.

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5.4 “Novo” enquadramento das operações em cadeia no RITI

Esquema I (aplicação da regra geral):

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5.4 “Novo” enquadramento das operações em cadeia no RITI

Esquema II (aplicação da derrogação à regra geral):

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5.5 Operações em cadeia no âmbito das operações “puras”
triangulares

Sendo B o operador intermediário, que


comunica o seu número de identificação IVA
emitido pelo EM 2, aplica-se a regra geral do
artigo 14.º, n.º 3 do RITI, pelo que o transporte
é imputado à entrega efetuada por A. Deste
modo, a entrega efetuada por A a B é uma
transmissão intracomunitária de bens isenta no
EM 1 (se estiverem preenchidas as condições
inerentes à isenção).
A aquisição intracomunitária é efetuada por B,
que não se encontra estabelecido no EM 3, o
Estado-Membro de chegada dos bens, mas
está registado no EM 2.
Os bens são adquiridos por B para efeitos de
uma entrega subsequente de bens a C nesse
mesmo Estado-Membro, o EM 3.

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Capítulo III

O IVA no Comércio Eletrónico

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1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto


2. Novos conceitos introduzidos no Código do IVA
3. O recurso a uma Interface Eletrónica e a figura do fornecedor “presumido”
4. Regime do Balcão Único (OSS – One Stop Shop) – Regimes especiais
5. Alguns cenários sobre a intervenção da Interface Eletrónica

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

A Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto, transpôs os artigos 2.º e 3.º da


referida Diretiva (UE) 2017/2455 do Conselho, de 5 de dezembro de
2017, e a Diretiva (UE) 2019/1995 do Conselho, alterando o Código do
IVA, o Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias e legislação
complementar relativa a este imposto, no âmbito do tratamento do
comércio eletrónico.

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1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

Em bom rigor, aquela Lei procedeu às seguintes alterações legislativas:

• Alteração de 10 artigos do código do IVA: artigos 1.º, 3.º, 6.º-A, 7.º, 13.º,
14.º, 18.º, 28.º, 35.º-A e 94.º;
• Aditamento de três novos artigos ao referido código: artigos 51.º-A, 80.º-A e
80.º-B;
• Alteração de 7 artigos do RITI: artigos 1.º, 7.º, 10.º, 11.º, 14.º, 26.º e 31.º do
RITI;
• Revogação dos n.ºs 2 a 4 do artigo 10.º e dos n.ºs 2 a 4 do artigo 11.º,
ambos do RITI;
• Alteração ao art.º 64.º da Lei Geral Tributária;

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

Em bom rigor, aquela Lei procedeu às seguintes alterações legislativas:

• Aprovação, no anexo I da referida lei e que dela faz parte integrante, dos
regimes especiais do IVA aplicáveis aos sujeitos passivos que prestem
serviços a pessoas que não sejam sujeitos passivos, efetuem vendas à
distância e determinadas transmissões internas de bens (revogando,
consequentemente, o anterior regime especial do IVA);

• Republicação do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI)

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

Mais concretamente, as alterações responderão aos desafios decorrentes dos


regimes de IVA aplicáveis às vendas à distância de bens e à importação de
remessas de baixo valor, tendo em conta que:

• Uma vez que as empresas da UE, que vendem bens à distância a


consumidores finais localizados noutros Estados-Membros, têm de se
registar e declarar o IVA no Estado-Membro do consumidor quando as suas
vendas excedem o limiar de vendas à distância fixado em cada Estado-
Membro, ou seja, 35 000/100 000 EUR, tal acarreta um encargo
administrativo considerável para os comerciantes e impede o
desenvolvimento do comércio eletrónico intra-UE.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

Mais concretamente (…):

• Uma vez que se concede uma isenção de IVA à importação de bens de


baixo valor até 22 EUR e esta isenção conduz a práticas abusivas, os
Estados-Membros perdem parte das suas receitas fiscais.

• Uma vez que as empresas de países terceiros que vendem bens


provenientes de países terceiros a consumidores da UE podem efetuar
entregas isentas de IVA e não estão obrigadas a registar-se para efeitos de
IVA, beneficiam de uma clara vantagem comercial face aos concorrentes
estabelecidos na UE.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

Em síntese:

• Dado o êxito do regime de mini-balcão único do IVA, que permite aos


prestadores de serviços de telecomunicações, serviços de radiodifusão e
televisão ou serviços eletrónicos efetuarem o registo para efeitos de IVA num
Estado-Membro (registo) e contabilizarem nesse Estado-Membro o IVA
devido noutros Estados-Membros (consumo), este sistema será alargado a
outros serviços B2C, às vendas à distância intracomunitárias de bens, bem
como a algumas entregas internas de bens, resultando num balcão único de
maior dimensão.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

Em síntese:

• O atual limiar para as vendas à distância intracomunitárias de bens será


abolido e substituído por um novo limiar comum a toda a UE de 10 000 EUR,
abaixo do qual as prestações de serviços de telecomunicações, serviços de
radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos e as vendas à distância
intracomunitárias de bens (conjuntamente) podem continuar a estar sujeitas
a IVA no Estado-Membro em que o sujeito passivo que fornece esses
serviços está estabelecido ou em que esses bens se encontram no
momento em que se inicia a sua expedição ou transporte (Estado-Membro
da origem);

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

• Serão introduzidas disposições especiais segundo as quais se considera,


para efeitos de IVA, que uma empresa que facilita a entrega de bens
mediante a utilização de uma interface eletrónica recebeu ou entregou os
bens pessoalmente (“fornecedor presumido”);

• A isenção de IVA na importação de pequenas remessas até 22 EUR será


eliminada e criar-se-á um novo regime especial para as vendas à distância
de bens importados de territórios terceiros ou de países terceiros de valor
intrínseco não superior a 150 EUR (balcão único para as importações -
IOSS);

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
1. Lei n.º 47/2020, de 24 de agosto

• Em contrapartida, serão introduzidas medidas de simplificação para as


vendas à distância de bens importados em remessas não superiores a 150
EUR, no caso de o balcão único para as importações não ser utilizado
(regimes especiais);

• Serão introduzidos novos requisitos em matéria de manutenção de registos


para as empresas que facilitam a entrega de bens e a prestação de serviços
mediante a utilização de uma interface eletrónica, mesmo quando a interface
eletrónica não é um fornecedor presumido.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
2. Novos conceitos introduzido no CIVA

O conceito de “interface eletrónico” vem definido na alínea o) do n.º 2 do


art.º 1.º do CIVA, agora aditada, à luz da qual se considera estarmos
perante um mercado, uma plataforma, um portal ou outro meio similar (o
termo «meios similares» pretende abranger quaisquer tecnologias atuais e
futuras, que permitam realizar a venda eletronicamente, ex: marketplaces).

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
2. Novos conceitos introduzido no CIVA

A alínea p), agora aditada, define o conceito de “vendas à distância de bens


importados”, como sendo as transmissões de bens expedidos ou transportados
pelo fornecedor ou por conta deste, inclusive quando o fornecedor intervenha
indiretamente no transporte ou na expedição dos bens, a partir de um país terceiro
ou de um território terceiro, com destino a um adquirente num Estado-Membro,
quando se verifiquem, simultaneamente, as seguintes condições:

• O adquirente não se encontre abrangido por um regime de tributação das


aquisições intracomunitárias no Estado-Membro de chegada da expedição
ou transporte dos bens, ou seja, um particular;
• Os bens não sejam meios de transporte novos nem bens a instalar ou
montar;
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
2. Novos conceitos introduzido no CIVA

Nova alínea q) procede à definição do que se deverá entender por “Vendas à


distância intracomunitárias de bens”, considerando como tais, as transmissões
de bens expedidos ou transportados pelo fornecedor ou por conta deste, inclusive
quando o fornecedor intervenha indiretamente no transporte ou na expedição dos
bens, a partir de um Estado-Membro que não seja o Estado-Membro de chegada
da expedição ou transporte com destino ao adquirente, quando se verifiquem,
simultaneamente, as seguintes condições:

• O adquirente não se encontre abrangido por um regime de tributação das


aquisições intracomunitárias no Estado-Membro de chegada da expedição
ou transporte dos bens, ou seja, um particular;
• Os bens não sejam meios de transporte novos nem bens a instalar ou
montar.
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3. O recurso a uma IE e a figura do fornecedor “presumido”

3. O recurso a uma Interface Eletrónica e a figura do fornecedor


“presumido”
3.1 Novo conceito de transmissões de bens
3.2 Obrigações de registo e de responsabilidade solidária das
interfaces eletrónicas
3.3 Obrigação de conservação de registos pelas interfaces eletrónica
3.4 Responsabilidade solidária
3.5 Cláusula de responsabilidade limitada
3.6 Exemplos
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.1 O novo conceito de transmissão de bens

Art.º 3.º Conceito de transmissão de bens


(…)
“9 — Quando um sujeito passivo facilitar, mediante a utilização de uma interface eletrónica,
a realização de vendas à distância de bens importados em remessas de valor intrínseco não
superior a 150 €, considera-se que adquiriu e transmitiu pessoalmente esses bens.

10 — Quando um sujeito passivo facilitar, mediante a utilização de uma interface eletrónica,


a realização de transmissões de bens dentro da União Europeia por um sujeito passivo não
estabelecido na União Europeia a uma pessoa que não seja sujeito passivo, considera-se
que o sujeito passivo que facilita a transmissão adquiriu e transmitiu pessoalmente esses
bens.

11 — Quando um sujeito passivo adquiriu e transmitiu bens nos termos dos n.os 9 e 10, a
expedição ou transporte dos bens é atribuída à transmissão de bens efetuada por este
sujeito passivo.”
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.1 O novo conceito de transmissão de bens

O sujeito passivo que facilita a entrega de bens mediante a utilização de uma


interface eletrónica torna-se, assim, num fornecedor presumido para as seguintes
entregas efetuadas através daquela plataforma:

• Os bens em remessas de valor intrínseco não superior a 150 EUR entregues a


um adquirente na UE e importados para a UE, independentemente de o
fornecedor subjacente/vendedor estar estabelecido na UE ou fora da dela.

• Os bens que já tenham sido postos em livre prática na UE e os bens que se


encontrem na UE e estes sejam entregues a adquirentes na UE,
independentemente do seu valor, quando se trate de um fornecedor
subjacente/vendedor não estabelecido na UE.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.1 O novo conceito de transmissão de bens

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.1 O novo conceito de transmissão de bens

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.1 O novo conceito de transmissão de bens

Como se verifica, apesar de estarmos perante uma única transmissão


de bens do fornecedor original (o denominado fornecedor subjacente)
que vende bens através de uma interface eletrónica ao consumidor final
(entrega B2C), a mesma é, para efeitos de IVA, dividida em duas
transmissões (ficcionadas).

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.1 O novo conceito de transmissão de bens

Por um lado, ficciona-se uma transmissão de bens do fornecedor subjacente à


interface eletrónica (entrega B2B), considerada como uma transmissão de bens
sem transporte associado.

Esta transmissão poderá encaixar-se no n.º 9 do art.º 3.º (venda à distância de bens
importados), situada fora da UE (local de entrega fora da UE), logo, operação não
sujeita a IVA e, como tal, não se encontra abrangida pelas obrigações de faturação
do CIVA.

Alternativamente, poderá configurar-se numa transmissão de bens localizada na UE,


à luz do n.º 10 do art.º 9.º, logo, considerada localizada em Portugal, se esse for o
destino do bem.
No entanto, esta entrega, apesar de sujeita, está isenta de IVA nos termos da alínea
x) do n.º 1 do art.º 14.º do CIVA, agora aditada
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.2 Obrigações de registo e de responsabilidade solidária das
interfaces eletrónicas

Os artigos 51.º-A e 80.º-A do código do IVA, ambos aditados pela Lei


aqui em análise, preveem obrigações de registo e de responsabilidade
solidária, a sujeitos passivos que facilitem, mediante a utilização de uma
interface eletrónica, a realização de transmissões de bens ou de prestações
de serviços a pessoas que não sejam sujeitos passivos na União Europeia,
desde que que não esteja abrangido pelo disposto nos n.ºs 9 e 10 do artigo
3.º, anteriormente referidos.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.3 Clausula de responsabilidade limitada

Ainda relacionado com esta temática está o art.º 80.º-B do CIVA (aditado pela
Lei n.º 47/2020), sob a epígrafe “devedor do imposto”, que inclui uma cláusula
de responsabilidade limitada, sendo que o ónus da prova recai efetivamente
sobre sujeito passivo que opera a interface eletrónica (fornecedor presumido).

É nele referido que quando, nas situações abrangidas pelo disposto nos n.ºs 9 e
10 do artigo 3.º supramencionados, se verificarem as circunstâncias previstas
no artigo 5.º-C do Regulamento de Execução (UE) n.º 282/2011 do Conselho,
de 15 de março de 2011 (REIVA), o imposto liquidado adicionalmente é devido
pelos sujeitos passivos a quem a interface eletrónica adquiriu os bens.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.3 Clausula de responsabilidade limitada

À luz daquele artigo 5.º-C do REIVA, as referidas circunstâncias são as


seguintes:

• O sujeito passivo está dependente de informações prestadas pelos


fornecedores que vendem bens mediante a utilização de uma interface
eletrónica ou por outros terceiros para declarar e pagar corretamente o IVA
sobre esses bens;
• As informações a que se refere a alínea a) são erróneas;
• O sujeito passivo pode demonstrar que não sabia nem podia razoavelmente
saber que estas informações eram incorretas.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.3 Clausula de responsabilidade limitada

Em regra, o fornecedor presumido não está na posse dos bens e a transferência


de propriedade dos bens ocorre entre o fornecedor subjacente e o adquirente.
Por conseguinte, o fornecedor presumido não disporá frequentemente das
informações necessárias para determinar o lugar da entrega dos bens e cumprir
as suas obrigações em matéria de IVA, como o lugar onde os bens se
encontram no momento da operação (lugar de «expedição a partir de») ou a
natureza dos bens entregues, pelo que a interface eletrónica terá de receber
essa informação do fornecedor subjacente.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.4 Exemplos

Exemplo 1:

Um consumidor encomenda bens através de uma interface eletrónica a um


fornecedor subjacente e indica um endereço de entrega no Estado-Membro A. O
IVA cobrado pela interface eletrónica é aquele que se aplicar aos bens no
Estado-Membro A. Após a encomenda, o adquirente e o fornecedor subjacente
acordam que a entrega seja efetuada no Estado-Membro B, o qual aplica aos
bens entregues uma taxa do IVA superior à do Estado-Membro A. A interface
eletrónica não é informada desse acordo. Nesta situação, a interface eletrónica
não é responsável pela diferença de IVA, nem por eventuais penalidades por
atraso no pagamento e juros aplicáveis no Estado-Membro B.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
3.4 Exemplos

Exemplo 2:

A interface eletrónica é informada pelo fornecedor subjacente do valor e da


natureza do bem relativamente ao qual é devido o IVA no montante de 100 EUR.
Por engano, a interface eletrónica declara o IVA do montante de 70 EUR. Neste
caso, não se aplica a cláusula de responsabilidade limitada e a interface
eletrónica continua a ser o devedor do montante de 30 EUR (a diferença entre
os montantes de 100 EUR e de 70 EUR), bem como o responsável por
eventuais penalidades por atraso no pagamento e juros

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4. Regime do Balcão Único (OSS – One Stop Shop)

4. Regime do Balcão Único (OSS – One Stop Shop) – Regimes especiais


4.1 Enquadramento dos regimes especiais
4.2 Disposições comuns a todos os regimes especais
4.3 Recuperação do IVA suportado por via da dedução ou do reembolso
4.4 Obrigação de pagamento e obrigações acessórias
4.5 Declaração do IVA regime OSS
4.6 Obrigações de faturação
4.7 Regime especial aplicável às vendas à distância intracomunitárias de bens,
às transmissões de bens num Estado-Membro efetuadas por interfaces
eletrónicas e aos serviços prestados por sujeitos passivos estabelecidos na
União Europeia, mas não no Estado-Membro de consumo

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4.1 Enquadramento dos regimes especiais

Tendo em vista facilitar o cumprimento das obrigações pelos sujeitos passivos


que efetuem tais operações, procede-se à criação de um balcão único de âmbito
mais alargado, comportando três regimes distintos, que passa a designar-se
de “Balcão Único” ou “OSS – One Stop Shop”, a saber:

• Regime especial aplicável às vendas à distância intracomunitárias de bens,


às transmissões de bens num Estado-Membro efetuadas por interfaces
eletrónicas e aos serviços prestados por sujeitos passivos estabelecidos na
União Europeia, mas não no Estado-Membro de consumo;
• Regime especial aplicável a serviços prestados por sujeitos passivos não
estabelecidos na União Europeia;
• Regime especial aplicável às vendas à distância de bens importados (com ou
sem recurso a um intermediário).

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4.1 Enquadramento dos regimes especiais

4.1.1 Regime extra-união


O mini-balcão único será alargado, na perspetiva do regime extra-União, a todas as
prestações de serviços B2C que ocorram nos Estados-Membros nos quais o prestador não
esteja estabelecido na UE.

Caso o prestador opte por utilizar o regime extra-União, terá de aplicar o regime para
declarar e pagar o IVA relativamente a todas estas prestações de serviços B2C na UE.

O regime extra-União pode ser utilizado exclusivamente por sujeitos passivos


(fornecedores ou prestadores) não estabelecidos na UE. Ou seja, um sujeito passivo cuja
sede da sua empresa não se situe na UE nem tenha estabelecimento estável na UE. Ainda
que este sujeito passivo esteja registado ou seja obrigado a registar-se para efeitos de IVA
num dos Estados-Membros relativamente às entregas que não sejam prestações de
serviços B2C, poderá utilizar o regime extra-União para as entregas B2C.
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4.1 Enquadramento dos regimes especiais

4.1.2 Regime União

Ao nível do regime união o regime do balcão único assiste a um alargamento


de âmbito objetivo (operações abrangidas) e de âmbito subjetivo (pessoas que
dele beneficiam), a partir de 1 de julho de 2021.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

4.1.2 Regime União

Ao nível do alargamento objetivo, o leque de transmissões de bens ou


prestações de serviços que podem ser declarados ao abrigo do regime da
União é alargado, nomeadamente:

• Além das prestações de serviços de telecomunicações, serviços de


radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos transfronteiros, um prestador
pode também declarar todos os serviços transfronteiras prestados a pessoas
que não são sujeitos passivos (B2C) e que ocorram na UE;

• O fornecedor pode declarar neste regime todas as vendas à distância


intracomunitárias de bens;

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

4.1.2 Regime União

Ao nível do alargamento objetivo, o leque de transmissões de bens ou


prestações de serviços que podem ser declarados ao abrigo do regime da
União é alargado, nomeadamente:

• As interfaces eletrónicas que se tornem fornecedores presumidos


relativamente a entregas de bens efetuadas na UE podem declarar as
vendas à distância intracomunitárias de bens, bem como certas entregas
internas de bens no regime da União.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

4.1.2 Regime União

No que se refere ao novo âmbito subjetivo, o regime da União poderá ser aplicado
a:

i) Um sujeito passivo estabelecido na UE (que não seja um fornecedor


presumido) para declarar e pagar o IVA relativamente a:

• Prestações de serviços B2C que ocorrem num Estado-Membro no qual não


está estabelecido (EM de consumo);

• Vendas à distância intracomunitárias de bens;

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

4.1.2 Regime União


Exemplo 1:
Um fornecedor estabelecido em Portugal efetua vendas à distância intracomunitárias de
bens e presta serviços (B2C) a adquirentes, não sujeitos passivos, de vários Estados-
Membros da UE. O fornecedor pretende registar-se para efeitos do regime da União e
declarar e pagar o IVA exclusivamente quanto às prestações de serviços através do regime
da União. Pretende declarar e pagar o IVA relativo às vendas à distância de bens, em
conformidade com as regras gerais em matéria de IVA, na declaração de IVA nacional do
Estado-Membro em causa (de chegada dos bens).
O fornecedor que decidiu registar-se no balcão único deve declarar todas as suas entregas
ou prestações abrangidas pelo regime da União ao abrigo do balcão único. Por conseguinte,
o fornecedor não pode optar por utilizar o regime da União apenas às prestações de
serviços. Uma vez registado no regime da União, tanto as prestações de serviços como as
vendas à distância de bens têm de ser declaradas ao abrigo do balcão único.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

4.1.2 Regime União

ii) Um sujeito passivo não estabelecido na UE para declarar e pagar o IVA


relativamente a:

Vendas à distância intracomunitárias de bens.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

Regime extra- Regime de


OSS Regime da União
União importação
 TODAS as prestações de serviços B2C
intracomunitárias
TODAS as  Vendas à distância intracomunitárias de Vendas à distância
Tipos de prestações de bens de bens importados
entregas serviços B2C a  Entregas internas de bens B2C nos termos em remessas ≤ 150
adquirentes na UE do artigo 11.º, n.º 1, b). EUR

 Estabelecidos na UE apenas;
 Estabelecidos na UE e não estabelecidos Estabelecidos na UE
Sujeitos Não estabelecidos na UE; e não estabelecidos
passivos na UE  Interfaces eletrónicas estabelecidas na UE na UE, incluindo as
e não estabelecidas na UE interfaces eletrónicas

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

Os sujeitos passivos que pretendam aplicar qualquer dos referidos regimes


especiais a partir de 1 de julho de 2021, podem proceder ao seu registo no
“Balcão Único” até 30 de junho de 2021, por via eletrónica, acedendo, para o
efeito, à respetiva aplicação que se encontra disponível em:

https://www.portaldasfinancas.gov.pt/oss/

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

Nota:

Os sujeitos passivos que, em 30 de junho de 2021, se encontrem abrangidos


pelo regime atualmente em vigor (aprovado em anexo ao Decreto-Lei nº
158/2014, de 24 de outubro), transitam diretamente para o novo regime especial
a partir de 1 de julho. Existindo diferenças entre o atual e os novos regimes, em
especial no que respeita ao seu âmbito de aplicação, os sujeitos passivos
devem proceder à atualização de dados no registo existente até 30 de junho de
2021, mediante acesso ao referido sítio da Internet, conforme se retira do ofício
circulado n.º 30233, de 19-04-2021, da área de gestão tributária do IVA.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

No caso de um prestador ou fornecedor não estabelecido na UE prestar serviços a


adquirentes na UE e efetuar vendas à distância intracomunitárias de bens, que regime
deve ser utilizado?

No caso de um prestador ou fornecedor não estabelecido na UE simultaneamente prestar


serviços a adquirentes na UE e efetuar vendas à distância intracomunitárias de bens, fica
obrigado a utilizar e registar-se em dois regimes diferentes, a saber:
• O regime extra-União para as prestações de serviços, e
• O regime da União para as vendas à distância intracomunitárias de bens.

O fornecedor ou prestador não estabelecido na UE não pode declarar as transmissões de


bens ao abrigo do regime extra-União, uma vez que este regime apenas abrange as
prestações de serviços (B2C). Nem pode declarar as suas prestações de serviços ao
abrigo do regime da União, pelo facto de não estar estabelecido na UE.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

Exemplo 1:

Um fornecedor ou prestador está estabelecido na Suíça e presta serviços a


adquirentes na Áustria. Efetua também entregas de bens que são expedidos de
Portugal para adquirentes em Espanha. Pretende utilizar o balcão único para
declarar e pagar o IVA respeitante a estas entregas e prestações.

Que regimes está obrigado a utilizar para estas entregas e prestações?

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.1 Enquadramento dos regimes especiais

Exemplo 1:

O fornecedor ou prestador não está estabelecido na UE. Assim sendo, relativamente


à prestação de serviços a adquirentes na Áustria, tem de utilizar o regime extra-
União (liberdade de escolha do Estado-Membro de identificação).

Relativamente às vendas à distância intracomunitárias (quando os bens são


expedidos de Portugal para adquirentes em Espanha), está obrigado a utilizar o
regime da União. O Estado-Membro de identificação de um sujeito passivo não
estabelecido na UE é o Estado-Membro de expedição dos bens, ou seja, Portugal
(artigo 369.º-A da Diretiva IVA). Se o sujeito passivo expedir ou transportar os bens a
partir de mais do que um Estado‐Membro, o sujeito passivo deve indicar qual
desses Estados‐Membros é o Estado‐Membro de identificação.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.2 Disposições comuns a todos os regimes especais

Os sujeitos passivos em causa, desde que reúnam as condições previstas nos


respetivos regimes, podem optar pela aplicação dos regimes especiais, pelo
que os mesmos assumem um caráter opcional, devendo, para esse efeito,
efetuar eletronicamente o respetivo registo no portal da AT.

Quando exerçam a opção em causa, os sujeitos passivos ficam obrigados ao


cumprimento, por via eletrónica de todas as obrigações previstas no respetivo
regime especial.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.2 Disposições comuns a todos os regimes especais

Não obstante, a AT procede à exclusão dos sujeitos passivos e ao


cancelamento do respetivo registo nos regimes especiais quando:

• Tenham deixado de preencher os requisitos necessários para integrar o


regime especial;
• Tenham informado que deixaram de efetuar as operações abrangidas pelo
regime especial;
• Existam indícios de que as suas atividades tributáveis cessaram;
• Não cumprirem reiteradamente as regras relativas ao regime especial.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.3 Recuperação do IVA suportado por via da dedução
ou do reembolso

No que se refere ao exercício do direito à dedução, os sujeitos passivos


estabelecidos em território nacional que optem pela aplicação de qualquer dos
regimes especiais exercem o direito à dedução do imposto suportado em
território nacional para a realização das operações por ele abrangidas na
declaração periódica do IVA entregue no âmbito do regime geral.

De igual forma, os sujeitos passivos não estabelecidos em território nacional


que optem pela aplicação de qualquer dos regimes especiais, e se encontrem
registados em território nacional pelo exercício de outras atividades, exercem o
direito à dedução do imposto suportado em território nacional para a realização
das operações por ele abrangidas na declaração periódica do regime geral.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.3 Recuperação do IVA suportado por via da dedução
ou do reembolso

Já no que se refere aos sujeitos passivos não estabelecidos que optem pela
aplicação de um regime especial, e que não se encontrem registados em
território nacional pelo exercício de outras atividades, estão excluídos do direito
à dedução previsto nos artigos 19.º e seguintes do Código do IVA, podendo,
isso sim, solicitar o reembolso do imposto suportado em território nacional, de
acordo com o disposto nos artigos 18.º a 20.º do regime de reembolso do IVA a
sujeitos passivos não estabelecidos no Estado-Membro de reembolso, aprovado
em anexo ao Decreto-Lei n.º 186/2009, de 12 de agosto.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.3 Recuperação do IVA suportado por via da dedução
ou do reembolso

Sujeito passivo Dedução Obrigação do EMI Obrigação do EMC Diretiva IVA


(PT)
Estabelecido em PT IVA suportado no EMC Permite dedução do Procede ao reembolso ao Art. 369º-J
registado no OSS suporta não pode ser deduzido imposto suportado em abrigo da Diretiva 2008/9/CE do
imposto na UE em na declaração OSS PT na declaração imposto suportado no respetivo
aquisições de bens e periódica do art. 41.º do território
serviços destinados à CIVA
realização dessa atividade

Estabelecido fora da UE IVA suportado no EMC Procede ao reembolso ao Art. 368º


registado no OSS em PT não pode ser deduzido abrigo da Diretiva 86/560/CEE
na declaração OSS (13.ª Diretiva) do imposto
suportado no respetivo território

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.3 Recuperação do IVA suportado por via da dedução
ou do reembolso

Exemplo 1:
Um prestador não estabelecido na UE presta serviços relacionados com bens imóveis (por exemplo,
trabalhos de renovação) situados na Alemanha, em Portugal e na Hungria a adquirentes desses
Estados-Membros. O mesmo prestador encontra-se registado para efeitos de IVA na Alemanha
relativamente a outros tipos de entregas ou prestações (por exemplo, entregas de bens B2B).
O prestador opta por utilizar o regime extra-União em Portugal (Estado-Membro de identificação). Por
conseguinte, tem de declarar e pagar o IVA relativamente a todas as prestações de serviços abrangidos
pelo regime especial através do balcão único em Portugal. Não pode optar por declarar as prestações
destes serviços relacionados com os bens imóveis na Alemanha, através de uma declaração de IVA
alemã.
Outras entregas de bens (por exemplo, as entregas de bens B2B) na Alemanha, que não são
abrangidas pelo regime especial, terão de ser declaradas através da declaração de IVA nacional alemã.
Pode deduzir qualquer IVA alemão por si incorrido mediante a declaração de IVA nacional alemã.
Relativamente a qualquer IVA português ou húngaro incorrido por si, terá de efetuar um pedido de
reembolso do IVA, ao abrigo da 13.ª Diretiva, junto da autoridade fiscal do respetivo Estado-Membro.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.3 Recuperação do IVA suportado por via da dedução
ou do reembolso
Exemplo 2:

Caso o mesmo prestador decida registar-se para efeitos do balcão único na Alemanha,
tem de declarar e pagar o IVA relativamente a todas as prestações de serviços abrangidas
pelo regime especial através do balcão único na Alemanha. Outras entregas de bens na
Alemanha (por exemplo, as entregas de bens B2B), que não são abrangidas pelo balcão
único, terão de ser declaradas através da declaração de IVA nacional alemã. Pode deduzir
qualquer IVA alemão por si incorrido mediante essa declaração de IVA nacional.

Relativamente a qualquer IVA português ou húngaro incorrido por si, terá de efetuar um
pedido de reembolso do IVA, ao abrigo da 13.ª Diretiva, junto da autoridade fiscal do
respetivo Estado-Membro.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.3 Recuperação do IVA suportado por via da dedução
ou do reembolso
Exemplo 3:

Uma empresa estabelecida em Portugal, efetua entregas de bens de Portugal e de


Espanha a adquirentes nos Países Baixos e em França. A empresa está registada para
efeitos do regime da União em Portugal. A empresa está também registada para efeitos
de IVA na Alemanha. Poderá a mesma deduzir o IVA incorrido a montante na Alemanha
através da declaração do balcão único?

Efetua vendas à distância de bens que ocorrem nos Países Baixos e em França. Tem de
as declarar na sua declaração do balcão único que apresenta em Portugal (o seu Estado-
Membro de identificação) através do balcão único. No entanto, não pode deduzir o IVA
incorrido na Alemanha através da declaração do balcão único. Este IVA deve ser deduzido
na declaração de IVA nacional alemã.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.3 Obrigação de pagamento e obrigações acessórias

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7 Regime especial aplicável às vendas à distância intracomunitárias de bens, às
transmissões de bens num EM efetuadas por IE e aos serviços prestados por SP´s
estabelecidos na UE, mas não no EM de consumo.

4.7 Regime especial aplicável às vendas à distância intracomunitárias de bens, às


transmissões de bens num EM efetuadas por IE e aos serviços prestados por SP´s
estabelecidos na UE, mas não no EM de consumo.

4.7.1 Requisitos enquadramento


4.7.2 Declaração do IVA (OSS)
4.7.3 Vendas à distância intracomunitárias de bens
4.7.4 Regime especial aplicável a serviços prestados por sujeitos passivos não
estabelecidos na União Europeia - Prestações de serviços B2C (regime extra-
União)
4.7.5 Vendas à distância de bens importados – balcão único para as
importações
4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do IVA na importação

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7 Regime especial aplicável às vendas à distância intracomunitárias de bens, às
transmissões de bens num EM efetuadas por IE e aos serviços prestados por SP´s
estabelecidos na UE, mas não no EM de consumo.

Declaração do IVA regime OSS

Genericamente, sem prejuízo de algumas especificidades inerentes a cada um dos


regimes especiais, a declaração do IVA do regime especial do balcão único deve ser
expressa em euros, mencionar o número de identificação do sujeito passivo para efeitos
da aplicação do respetivo regime especial e, por cada Estado-Membro de consumo em
que o imposto é devido, mencionar:
• o valor total, líquido de imposto, das operações realizadas durante o período de
tributação, abrangidas pelo regime do balcão único;
• o montante de imposto correspondente discriminado por taxas;
• a taxa ou taxas aplicáveis, e
• o montante total do imposto devido.
A declaração do IVA aplicável ao referido regime deverá ser entregue por via eletrónica,
contendo as informações necessárias para determinar o montante do IVA devido em cada
Estado-Membro.
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.1 Requisitos enquadramento

Podem optar pelo registo no regime especial em território nacional, para efeitos
do cumprimento de todas as obrigações decorrentes das prestações de serviços
e transmissões de bens abrangidas pelo presente regime, utilizando o número
de identificação fiscal que lhes foi atribuído em território nacional:

• Os sujeitos passivos que efetuem vendas à distância intracomunitárias de


bens;

• Os sujeitos passivos que facilitem a transmissão de bens, nos termos do n.º


10 do artigo 3.º do Código do IVA, se a expedição ou transporte dos bens
transmitidos se iniciar e terminar em território nacional;

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.1 Requisitos enquadramento

Podem optar pelo registo no regime especial em território nacional (…) :

• Os sujeitos passivos com sede, estabelecimento estável ou, na sua falta,


domicílio em território nacional, não estabelecidos no Estado-Membro de
consumo, que prestem serviços a pessoas que não sejam sujeitos passivos
(consumidores finais), estabelecidas ou domiciliadas em qualquer outro
Estado-Membro da União Europeia.

Tendo exercido a referida opção, o regime especial aplica-se a todos os


serviços assim prestados e transmissões de bens assim efetuadas na União
Europeia pelo sujeito passivo em causa.

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4.7.2 Declaração IVA (OSS)

• A declaração do IVA (OSS), no âmbito deste regime especial, deve ser


submetida, eletronicamente, até ao fim do mês seguinte a cada trimestre do ano
civil a que respeitam as operações e cumprir o disposto no mencionado
anteriormente, aquando da análise das disposições comuns, relativa à DP.

• Aquele prazo é contínuo e não interrompe em fins de semana ou feriados, não


podendo a declaração ser entregue antes de terminado o trimestre a que
respeita.

• Se o sujeito passivo ou o intermediário que age por sua conta não apresentar
uma declaração de IVA (OSS), o Estado-Membro de identificação deve avisá-lo,
por via eletrónica, da sua obrigação de apresentar a declaração de IVA.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3 Vendas à distância intracomunitárias de bens

4.7.3 Vendas à distância intracomunitárias de bens

4.7.3.1 Enquadramento
4.7.3.2 O limiar dos € 10.000
4.7.3.3 Exemplos

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4.7.3.1 Enquadramento

O tratamento em sede de IVA das vendas à distância intracomunitária de bens


sofreu profundas alterações por via da Lei n.º 47/2020, com entrada em vigor a
1 de julho de 2021.

As alterações promovidas a este regime foram, essencialmente, as seguintes:

• Transposição para o Código do IVA (art.º 1.º, n.º 2, al. q)) da definição do
conceito de “vendas à distância intracomunitária de bens”;

• Alteração do limiar (de € 35.000 para € 10.000) a partir do qual as referidas


transmissões estão sujeitas a IVA no Estado-Membro de consumo;

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4.7.3.1 Enquadramento

O tratamento em sede de IVA das vendas à distância intracomunitária de bens


sofreu profundas alterações por via da Lei n.º 47/2020, com entrada em vigor a
1 de julho de 2021.
As alterações promovidas a este regime foram, essencialmente, as seguintes:

• Alargamento às vendas à distância do regime especial (balcão único)


aplicável às prestações de serviços de telecomunicações, de radiodifusão ou
televisão e serviços por via eletrónica, nomeadamente os descritos no anexo
D, efetuadas a um não sujeito passivo;

• Inclusão no referido limiar de € 10.000 quer dos serviços quer das


transmissões de bens referidos no ponto anterior.

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4.7.3.1 Enquadramento

A nova alínea q) do n.º 2 do art.º 1.º do CIVA define “vendas à distância


intracomunitária de bens” como referindo-se às transmissões de bens:

• expedidos ou transportados pelo fornecedor ou por conta deste, inclusive


quando o fornecedor intervenha indiretamente no transporte ou na expedição
dos bens, a partir de um Estado-Membro que não seja o Estado-Membro de
chegada da expedição ou transporte com destino ao adquirente;
• O adquirente não se encontre abrangido por um regime de tributação das
aquisições intracomunitárias no Estado-Membro de chegada da expedição
ou transporte dos bens, ou
• O adquirente seja, um particular;
• Os bens não sejam meios de transporte novos nem bens a instalar ou
montar.
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4.7.3.1 Enquadramento

• O n.º 1 do art.º 6.º do CIVA estabelece que, por regra, são tributáveis, ou seja, são
localizadas em território nacional, as transmissões de bens que estejam situados no
território nacional no momento em que se iniciam o transporte ou expedição para o
adquirente (local de partida).

• No entanto, analisando, conjugadamente, as novas disposições da alínea a) do art.º


10.º e alínea a) do artigo 11.º, ambos do RITI, concluímos que, no que toca às vendas
à distância intracomunitárias de bens, as mesmas são tributadas (localizadas), por
regra, no destino, ou seja, no Estado-Membro onde se registar o lugar de chegada da
expedição ou transporte dos bens com destino ao adquirente (não sujeito passivo).

• Caso o valor total, líquido do IVA, daquelas transmissões realizadas para outros
Estados-Membros da UE (VDIB PT-UE), não seja superior, no ano civil anterior ou
no ano civil em curso, a 10 000 €, as mesmas já são tributadas à luz do n.º 1 do art.º
6.º do CIVA, ou seja, em Portugal.
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.2 O limiar dos € 10.000

O limiar é calculado tendo em conta o valor total dos serviços de


telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos
transfronteiras e das vendas à distância intracomunitárias de bens, aplicando-se
tanto aos prestadores ou fornecedores como aos fornecedores presumidos.

Por conseguinte, as prestações de serviços de telecomunicações, serviços de


radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos transfronteiras e as vendas à
distância intracomunitárias de bens estarão sujeitas a IVA no Estado-Membro
em que o fornecedor ou prestador está estabelecido, verificadas as seguintes
condições:

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.2 O limiar dos € 10.000

• O fornecedor ou prestador está estabelecido ou tem domicílio ou residência


habitual num único Estado-Membro;

• Presta serviços de telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão


ou serviços eletrónicos transfronteiros a adquirentes que estejam
estabelecidos, tenham o seu domicílio ou residam habitualmente noutro
Estado-Membro ou efetua vendas à distância intracomunitárias de bens e
expede ou transporta esses bens para outro Estado-Membro diferente
daquele em que o fornecedor ou prestador está estabelecido;

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.2 O limiar dos € 10.000

• O valor total (necessariamente aferido em função das regras de cálculo da


base tributável definidas no art.º 26.º do CIVA) das prestações de serviços
de telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão ou serviços
eletrónicos e das vendas à distância intracomunitárias de bens efetuadas a
adquirentes noutros Estados-Membros não é superior a 10 000 EUR (líquido
de IVA) no ano civil em curso e no ano civil anterior.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.2 O limiar dos € 10.000

O referido limiar não se aplica a:

• prestações de serviços de telecomunicações, serviços de radiodifusão e


televisão ou serviços eletrónicos por um prestador não estabelecido na UE
(regime extra-União);
• vendas à distância intracomunitárias de bens efetuadas por um fornecedor
estabelecido fora da UE;
• vendas à distância de bens importados (regime de importação);
• outras prestações de serviços que não sejam serviços de telecomunicações,
serviços de radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos;
• entregas internas de bens efetuadas por um fornecedor presumido;
• entregas de bens por um fornecedor que está estabelecido ou tem domicílio
ou residência habitual em mais do que um Estado-Membro.
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4.7.3.3 Exemplos

Uma empresa estabelecida em Portugal possui um depósito de bens em


Espanha. Efetua vendas à distância de bens de Portugal e do depósito em
Espanha a adquirentes franceses no valor de 4 000 EUR e a adquirentes
belgas no valor de 4 500 EUR. O limiar de 10 000 EUR aplica-se a esta
empresa?

Não, o limiar de 10 000 EUR não se aplica a esta empresa, uma vez que os
bens são expedidos de dois Estados-Membros, o que resulta em vendas à
distância a partir de mais do que um Estado-Membro. Para que o limiar seja
aplicável, o fornecedor tem de estar estabelecido num Estado-Membro e os
bens têm de ser expedidos desse Estado-Membro de estabelecimento.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

Uma empresa estabelecida em Portugal possui um depósito de bens em


Espanha. Efetua vendas à distância de bens de Portugal e do depósito em
Espanha a adquirentes franceses no valor de 4 000 EUR e a adquirentes belgas
no valor de 4 500 EUR. O limiar de 10 000 EUR aplica-se a esta empresa?

Não, o limiar de 10 000 EUR não se aplica a esta empresa, uma vez que os
bens são expedidos de dois Estados-Membros, o que resulta em vendas à
distância a partir de mais do que um Estado-Membro. Para que o limiar seja
aplicável, o fornecedor tem de estar estabelecido num Estado-Membro e os
bens têm de ser expedidos desse Estado-Membro de estabelecimento.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

Uma empresa estabelecida (apenas) em Portugal, presta serviços de


telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão ou serviços
eletrónicos no valor de 2 500 EUR a adquirentes localizados na Bélgica e
na Alemanha e efetua vendas à distância de bens no valor de 7 000 EUR a
adquirentes nos Países Baixos. O limiar de 10 000 EUR aplica-se à referida
empresa? Pode esta optar por estabelecer o lugar de tributação no
Estado-Membro do adquirente apenas para as vendas à distância de
bens?

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

O valor total das prestações de serviços de telecomunicações, serviços de


radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos transfronteiras e das vendas à
distância intracomunitárias de bens é de 9 500 EUR, por conseguinte, inferior a
10 000 EUR.
Desta forma, pode aplicar o mesmo tratamento para efeitos de IVA a estas
entregas e prestações transfronteiras, exatamente como procede relativamente
às suas entregas e prestações internas. Pode também optar por estabelecer o
lugar de tributação no Estado-Membro do adquirente, mas, neste caso, esta
decisão abrangerá quer as prestações de serviços de telecomunicações, os
serviços de radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos, bem como as
vendas à distância de bens. Ficará vinculado por esta decisão durante dois
anos civis.
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

Tenho uma empresa estabelecida (apenas) em Portugal. Presto serviços


de telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão ou serviços
eletrónicos no valor de 2 500 EUR a adquirentes localizados na Bélgica e
na Alemanha, presto serviços de formação materialmente executados a
adquirentes (não sujeitos passivos) na Alemanha e na Dinamarca no valor
de 3 000 EUR e vendas à distância de bens no valor de 4 000 EUR a
adquirentes na Bélgica. O limiar de 10 000 EUR aplica-se a mim?

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

O limiar de 10 000 EUR só é aplicável às prestações de serviços de


telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos e
às vendas à distância intracomunitárias de bens.

Por conseguinte, o volume de negócios total das entregas e das prestações


abrangido pelo limiar é de 6 500 EUR. Para estas entregas e prestações, pode
aplicar o mesmo tratamento para efeitos de IVA que é aplicado às suas entregas
e prestações internas ou pode optar por aplicar o IVA do Estado-Membro do
adquirente.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

O limiar de 10 000 EUR não abrange as prestações de serviços de


formação (nem qualquer outro tipo de prestação de serviços, exceto os
serviços de telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão ou
serviços eletrónicos). Relativamente à declaração do IVA respeitante a
esses serviços de formação, tem duas hipóteses:

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

• Efetuar o registo em cada um destes Estados-Membros onde são prestados


os serviços de formação e, em seguida, declarar e pagar o IVA devido
através da declaração de IVA nacional do respetivo Estado-Membro (neste
caso: Alemanha e Dinamarca); ou

• Efetuar o registo para efeitos do regime da União. Trata-se aqui de um


registo simples em linha efetuado no portal neerlandês do balcão único do
IVA (país em que está estabelecido), que deve ser utilizado em todas as
vendas à distância intracomunitárias de bens e em todas as prestações de
serviços efetuadas a adquirentes de outros Estados-Membros da UE. Após o
registo, poderá declarar e pagar o IVA devido na Alemanha e na Dinamarca
através deste portal neerlandês do balcão único.
O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

Uma empresa estabelecida (apenas) em Portugal vende os bens a partir do


seu armazém em Território Nacional a adquirentes em Espanha e França
(vendas à distância intracomunitárias de bens). O valor total das vendas
transfronteiras a adquirentes não é superior a 10 000 EUR. O que muda a
partir de 1 de julho?

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

Em princípio, neste cenário, nada muda para aquela empresa. Uma vez
que se encontra estabelecido num Estado-Membro (Portugal) e o valor
total das entregas de bens a adquirentes noutros Estados-Membros da
UE não é superior a 10 000 EUR, estas serão objeto do mesmo
tratamento para efeitos de IVA que as entregas efetuadas a adquirentes
em Portugal (transmissões internas).

(…)

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

No entanto, se assim o pretender, aquele SP pode optar, nos termos do n.º 4 do


art.º 6.º-A do CIVA, por aplicar as regras normais e o imposto em vigor no
Estado-Membro de destino dos bens (EM consumo). Caso exerça esta opção,
pode registar-se para efeitos do regime da União em Portugal (país em que está
estabelecido). Trata-se de um registo simples em linha efetuado no portal do
balcão único do IVA da AT. Após o registo, poderá declarar e pagar o IVA devido
em Espanha e França através do portal da AT do balcão único. Porém, se optar
por não efetuar o registo no balcão único, pode efetuar o registo para efeitos de
IVA nos Estados-Membros de chegada dos bens, ou seja, em Espanha e na
França.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

Uma empresa estabelecida (apenas) em Portugal que efetua


vendas à distância de bens em toda a UE superiores a 10 000 EUR.
O que muda?

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

A partir de 1 de julho de 2021, o limiar estabelecido para as vendas à distância


intracomunitárias de bens passa a ser de 10 000 EUR por ano, abrangendo
todas as vendas à distância de bens efetuadas a adquirentes em todos os
Estados-Membros da UE. Desaparece o limiar anual anterior de 35 000 EUR
aplicado às vendas à distância para cada Estado-Membro (ou 100 000 EUR
para um número limitado de Estados-Membros).

Às suas vendas à distância de bens aplica-se o IVA dos Estados-Membros para


os quais os bens são expedidos/transportados. Tal significa que, no momento
da venda, terá de se aplicar ao adquirente a taxa do IVA correta do Estado-
Membro para o qual os bens serão expedidos/transportados.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

Para declarar o IVA, a empresa tem duas hipóteses:

• Efetuar o registo em cada um destes Estados-Membros e declarar e pagar o


IVA devido através da declaração de IVA nacional do respetivo Estado-
Membro; ou

• Efetuar o registo para efeitos do regime da União (em Portugal), que deve
ser utilizado em todas as suas vendas à distância transfronteiras de bens e
em todas as prestações de serviços efetuadas a adquirentes de outros
Estados-Membros da UE. Após o registo, poderá declarar e pagar o IVA
devido naqueles países através do Portal da AT.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

Uma empresa estabelecida (apenas) em Portugal efetua


exclusivamente vendas à distância de bens a adquirentes em
Espanha, na Alemanha e na Itália. O valor total das vendas
transfronteiras a adquirentes particulares é superior a 10 000 EUR,
mas em relação a cada Estado-Membro não é superior a 35000
EUR.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.3.3 Exemplos

A partir de 1 de julho de 2021, o limiar estabelecido para as vendas à distância


de bens passa a ser de 10 000 EUR por ano, abrangendo todas as vendas à
distância de bens efetuadas a adquirentes em todos os Estados-Membros da
UE. Desaparece o limiar anual anterior de 35 000 EUR aplicado às vendas à
distância para cada Estado-Membro (ou 100 000 EUR para um número
limitado de Estados-Membros).

Perante este cenário, uma vez que o limiar de 10 000 EUR é excedido, o lugar
da entrega dos bens objeto da venda à distância é o país para o qual os bens
são expedidos, aplicando-se à referida empresa o que foi referido no anterior
exemplo.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.4 Prestações de serviços B2C (regime extra-União)

As novas regras alargam o âmbito de aplicação do regime especial do balcão


único para os sujeitos passivos não estabelecidos na UE que prestam serviços
de telecomunicações, serviços de radiodifusão e televisão ou serviços eletrónicos
(regime extra-União) a todos os serviços prestados a pessoas que não são
sujeitos passivos que ocorrem num Estado-Membro, em conformidade com as
regras de localização das operações previstas no art.º 6.º do CIVA, sendo que,
note-se, as novas regras aqui exploradas em nada alteram as regras de
localização para efeitos de IVA dos serviços, apenas disponibilizam um
procedimento simplificado para a declaração do IVA devido nos Estados-Membros
da UE em que as prestações de serviços ocorrem.

Aquele regime especial encontra-se vertido no capítulo III do Anexo I à Lei n.º
47/2020 (artigos 14º a 18º).

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.4 Prestações de serviços B2C (regime extra-União)

Ao invés, o IVA devido relativamente a estas prestações de serviços pode (o


regime é opcional) ser declarado e pago num único Estado-Membro (o
denominado Estado-Membro de identificação) através do balcão único
(regime extra-União).

Caso o prestador de serviços opte por utilizar o regime extra-União, terá de


aplicar o regime para declarar e pagar o IVA relativamente a todas estas
prestações de serviços B2C na UE, independentemente do EM da sua
tributação efetiva Corresponde ao Estado -Membro escolhido pelo sujeito
passivo não estabelecido na União Europeia para declarar o início da sua
atividade na qualidade de sujeito passivo no território da União Europeia.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.4 Prestações de serviços B2C (regime extra-União)

Os serviços em causa, prestados por sujeitos passivos não estabelecidos na UE,


estão normalmente abrangidos pelas exceções existentes à aplicação da regra geral
da alínea b), do n.º 6, do artigo 6.º do Código do IVA, vertidas nas alíneas 7 a 12
daquele artigo, como sucede, a título meramente exemplificativo, com a seguintes:

• Serviços de alojamento prestados por sujeitos passivos;


• Admissões em manifestações culturais, artísticas, desportivas, científicas,
educativas, recreativas ou similares, como feiras e exposições;
• Serviços de transportes;
• Serviços de avaliação e trabalhos relativos a bens móveis corpóreos;

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.4 Prestações de serviços B2C (regime extra-União)

Os serviços em causa, prestados por sujeitos passivos não estabelecidos na UE,


estão normalmente abrangidos pelas exceções existentes à aplicação da regra geral
da alínea b), do n.º 6, do artigo 6.º do Código do IVA, vertidas nas alíneas 7 a 12
daquele artigo, como sucede, a título meramente exemplificativo, com a seguintes:
(…)
• Atividades acessórias dos transportes, como carga, descarga, manutenção ou
atividades similares;
• Serviços relacionados com os bens imóveis;
• Locação de meios de transporte;
• Prestações de serviços de restauração e de fornecimento de refeições para
consumo a bordo de embarcações, aeronaves ou comboios, etc.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.4 Prestações de serviços B2C (regime extra-União)

Note-se que, nos termos do n.º 1 do art.º 5.º do Anexo I à Lei n.º 47/2020, os
sujeitos passivos não estabelecidos que optem pela aplicação deste regime
especial, e que não se encontrem registados em território nacional pelo
exercício de outras atividades, estão excluídos do direito à dedução previsto nos
artigos 19.º e seguintes do Código do IVA, podendo solicitar o reembolso do
imposto suportado em território nacional, de acordo com o disposto no regime
de reembolso do IVA a sujeitos passivos não estabelecidos no Estado-Membro
de reembolso, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 186/2009, de 12 de
agosto (ao abrigo da 13.ª Diretiva).

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.4 Prestações de serviços B2C (regime extra-União)

Os sujeitos passivos em causa podem solicitar o reembolso do IVA suportado


noutros Estados -Membros para a realização das operações abrangidas pelo
regime especial, nos termos do regime de reembolso do IVA a sujeitos passivos
não estabelecidos no Estado-Membro de reembolso, sendo que tal possibilidade
não é aplicável se os sujeitos passivos estiverem registados para efeitos do IVA
no território dos Estados-Membros de consumo.

No que se refere às obrigações de faturação, se o prestador estiver registado


para efeitos do regime extra-União, aplicar-se-ão as regras de faturação do
Estado-Membro de identificação. Se o prestador não estiver registado para
efeitos do regime extra-União, aplicar-se-ão as regras de faturação do Estado-
Membro no qual ocorre a prestação.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.5 Vendas à distância de bens importados

4.7.5 Vendas à distância de bens importados – balcão único para as


importações

4.7.5.1 Enquadramento
4.7.5.2 Balcão único para as importações
4.7.5.3 Exemplo (venda à distância de bens importados)

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.5.1 Enquadramento

A partir de 1 de julho de 2021, todos os bens comerciais importados para a UE


de um país terceiro ou de um território terceiro estarão sujeitos ao IVA
independentemente do seu valor.

Como tal, foi criado um regime especial para as vendas à distância de bens
importados de países terceiros ou de territórios terceiros para a UE com vista a
facilitar a declaração e o pagamento do IVA devido na venda de bens de baixo
valor.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.5.1 Enquadramento

Este regime, mais comummente referido como regime de importação, permite


que os fornecedores e os fornecedores presumidos (ou seja, as interfaces
eletrónicas que facilitam este tipo de entrega de bens), que vendem bens
expedidos ou transportados de um país terceiro ou território terceiro a
adquirentes na UE, cobrem ao adquirente o IVA sobre as vendas à distância de
bens de baixo valor importados e declarem e paguem este IVA através do
balcão único para as importações (IOSS).

Daí que, para efeitos de registo, sejamos confrontados o Portal da AT com dois
regimes de importação: “regime de importação” e “regime de importação por
intermediário”.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.5.1 Enquadramento

Se for utilizado o balcão único para as importações, a importação


(introdução em livre prática) de bens de baixo valor para a UE está
isenta de IVA e o IVA é pago pelo adquirente como parte do preço de
compra.

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4.7.5.1 Enquadramento

Introduz-se um novo conceito de “vendas à distância de bens importados” de países


terceiros ou de territórios terceiros, cuja definição está expressa na alínea p) do n.º 2 do
artigo 3.º do CIVA, à luz da qual se integram naquele conceito, as transmissões de bens
expedidos ou transportados pelo fornecedor ou por conta deste, inclusive quando o
fornecedor intervenha indiretamente no transporte ou na expedição dos bens, a partir de
um país terceiro ou de um território terceiro, com destino a um adquirente num Estado–
Membro (importação), quando se verifiquem, simultaneamente, as seguintes condições:

• O adquirente não se encontre abrangido por um regime de tributação das aquisições


intracomunitárias no Estado-Membro de chegada da expedição ou transporte dos
bens, ou seja, um particular;

• Os bens não sejam meios de transporte novos nem bens a instalar ou montar.

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4.7.5.1 Enquadramento

Conforme resulta daquele articulado, para serem consideradas vendas à


distância de bens importados, os bens em causa devem ser fisicamente
expedidos de um país terceiro ou território terceiro, pelo que, se os bens são
colocados num entreposto aduaneiro num Estado-Membro da UE a partir do
qual, subsequentemente, serão entregues aos adquirentes na UE, essas
entregas não se enquadram no âmbito do conceito de vendas à distância de
bens importados.

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4.7.5.2 Balcão único das importações

Este regime especial, mais comummente referido como regime de importação,


de caráter opcional, aplicável às vendas à distância de bens importados está
previsto no capítulo IV do Anexo I à Lei 47/2020 e permite que os fornecedores
que vendem bens expedidos ou transportados de um país terceiro ou território
terceiro a adquirentes na UE cobrem ao adquirente o IVA sobre as vendas à
distância de bens de baixo valor importados e declarem e paguem este IVA
através do balcão único para as importações (IOSS).

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4.7.5.2 Balcão único das importações

• Se for utilizado o balcão único para as importações, a importação (introdução


em livre prática) de bens de baixo valor para a UE está isenta de IVA, sendo
que, na prática, o IVA é pago pelo adquirente como parte do preço de
compra.

• Note-se que a utilização deste regime especial (balcão único para as


importações) não é obrigatória.

• O regime especial em referência, assente na aplicação a este tipo de


transações do balcão único, aplicando-se às vendas à distância de bens
importados que não sejam produtos sujeitos a impostos especiais de
consumo (habitualmente, o álcool ou os produtos do tabaco), de valor
intrínseco não superior a 150 €
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4.7.5.2 Balcão único das importações

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4.7.5.3 Exemplos

• Tenho uma empresa estabelecida fora da UE e vendo bens de baixo valor a


adquirentes na UE exclusivamente através da minha própria loja online. O que preciso
de fazer?

• E no caso de a referida empresa, estabelecida fora da UE, vender os bens de baixo


valor a adquirentes na UE exclusivamente através de uma interface eletrónica que
facilita a entrega (por exemplo, mercado, plataforma, etc.) não usando quaisquer bens
através da minha loja online.
O que preciso de fazer?

• Tenho uma empresa estabelecida na UE ou fora da UE e trago bens para a UE onde


os coloco num entreposto aduaneiro antes de serem vendidos aos adquirentes na UE.
Posso utilizar o balcão único para as importações para estas operações?

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

• Na génese deste regime especial está o facto de a partir de 1 de julho de


2021, todos os bens de caráter comercial importados para a UE estarem
sujeitos a IVA, face à abolição da isenção do IVA na importação de pequenas
remessas prevista no artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 31/89, de 25 de janeiro.

• Mostrava-se assim necessária a introdução de um regime especial como


simplificação da cobrança do IVA na importação.

• É assim criado um regime de declaração e pagamento do IVA na importação


de bens cujo valor não exceda 150 euros, que não estejam sujeitos a
impostos especiais de consumo e quando não seja utilizado o regime
especial aplicável às vendas à distância de bens importados,
anteriormente explanado
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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

• Nestes casos, a declaração aduaneira será entregue, por conta do


destinatário dos bens, pela pessoa que apresenta as mercadorias à
alfândega (por regra um operador postal).

• O regime aqui tratado foi vertido nos n.ºs 10 e 11 do artigo 28.º do Código do
IVA, sendo que, ao abrigo do mesmo, o destinatário dos bens é o
responsável pelo pagamento do IVA.

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Reproduzem-se, de seguida, o teor daquelas disposições legais:

10 - Na importação de bens, com exceção de produtos sujeitos a impostos


especiais de consumo, o destinatário dos bens é o responsável pelo pagamento
do IVA quando, cumulativamente:
a) Não seja utilizado o regime especial aplicável às vendas à distância de bens
importados;
b) Se tratar de remessas de valor intrínseco não superior a 150 €;
c) A declaração aduaneira seja entregue, por conta do destinatário dos bens,
pela pessoa que apresenta as mercadorias à alfândega.

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

11 - Para efeitos do regime de declaração e pagamento do IVA na importação


previsto no número anterior, a pessoa que apresenta os bens à alfândega deve:

a) Enviar por transmissão eletrónica de dados, até ao dia 10 do mês seguinte ao


da importação, uma declaração com o montante global do IVA cobrado aos
destinatários dos bens durante o mês civil anterior;
b) Proceder ao pagamento do imposto aí referido nos termos previstos na
legislação aplicável ao diferimento do pagamento dos direitos aduaneiros, sem
prestação de garantia;
c) Conservar, pelo prazo de cinco anos a contar do final do ano em que ocorreu
a importação, registos detalhados das operações abrangidas pelo regime e,
quando sejam solicitados, disponibilizá-los por via eletrónica à Autoridade
Tributária e Aduaneira.
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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

• Por regra, quando os bens são encomendados de fora da UE, em geral, o IVA é
devido na UE pelo adquirente que faz a encomenda e importa os bens.
• Nos termos deste regime especial, o adquirente dos bens paga o IVA ao
declarante/pessoa que apresenta os bens na alfândega. Na maioria dos casos,
este declarante/pessoa é um operador postal, um transportador expresso ou
um despachante alfandegário.
• O regime especial em causa abrange a importação de bens de baixo valor, em
relação aos quais não é utilizado o regime do balcão único nas vendas à
distância de bens importados, nem o mecanismo normal de cobrança do
IVA nas importações e foi especificamente idealizada para os operadores
postais, os transportadores expresso ou outros despachantes alfandegários na
UE que habitualmente declaram bens de baixo valor para importação, seja como
representantes aduaneiros diretos ou indiretos.

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Para efeitos deste regime a pessoa que apresenta os bens à alfândega deve:

• Enviar por transmissão eletrónica de dados, até ao dia 10 do mês seguinte


ao da importação, uma declaração com o montante global do IVA cobrado
aos destinatários dos bens durante o mês civil anterior;
• Proceder ao pagamento do imposto aí referido nos termos previstos na
legislação aplicável ao diferimento do pagamento dos direitos aduaneiros,
sem prestação de garantia;
• Conservar, pelo prazo de cinco anos a contar do final do ano em que ocorreu
a importação, registos detalhados das operações abrangidas pelo regime e,
quando sejam solicitados, disponibilizá-los por via eletrónica à Autoridade
Tributária e Aduaneira.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Sintetizam-se, de seguida, as simplificações criadas por este regime:

I. Uniformização das taxas do IVA

II. Cobrança do IVA entregue

III. Pagamento global e periódico com base numa declaração mensal

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Exemplo prático da aplicação do regime

Um cidadão português compra dois livros em linha na loja virtual de um editor


brasileiro no valor total de 40 EUR. O preço não inclui IVA.
O editor brasileiro acondiciona os livros num envelope. Esta remessa é
recolhida pelos correios brasileiros no armazém do editor brasileiro, juntamente
com outras remessas idênticas. Os correios brasileiros enviam uma mensagem
ITMATT aos correios portugueses com base nas informações fornecidas pelo
editor brasileiro, entre outras, sobre a identidade e a morada do adquirente
português e uma descrição dos bens (incluindo o valor e o código dos bens
pertinente). A remessa é transportada por via aérea numa caixa postal e chega
a Lisboa, onde a caixa postal é entregue aos correios portugueses.

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Tratamento fiscal:

O IVA na importação é devido em Portugal. Ao abrigo do regime especial,


Portugal permitiu, como vimos, a aplicação sistemática da taxa normal do IVA
(23 %);

A pessoa que apresenta os bens na alfândega (por exemplo, os correios


portugueses) entrega uma declaração aduaneira de importação com um
conjunto de dados reduzido junto dos serviços aduaneiros portugueses. O
montante do IVA a pagar pelo adquirente à pessoa que apresenta os bens é de
9,20 EUR;

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Tratamento fiscal:
Quando os correios portugueses entregam os bens, o adquirente pode aceitar ou
recusar a encomenda:
• Se o adquirente aceitar a encomenda, paga o IVA aos correios portugueses muito
provavelmente antes ou no momento da entrega dos bens. Os correios
portugueses declaram e pagam este IVA juntamente com o IVA cobrado em todas
as importações ao abrigo do regime especial para o respetivo mês civil aos
serviços aduaneiros portugueses até dia 15 do mês seguinte ao mês em que o
IVA foi cobrado;
• Se o adquirente recusar a encomenda (por exemplo, foram enviados os livros
errados ou não estava a contar pagar um montante adicional) e não pagar o IVA
aos correios portugueses, não será cobrado o IVA. Por conseguinte, os correios
portugueses não terão de pagar o IVA em relação a esta operação.

O novo RITI e as alterações das regras do IVA para o comércio eletrónico Junho de 2021
4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Em conclusão, tal como explicado no Ofício Circulado n.º: 15827/2021, em


sede do IVA as mercadorias importadas poderão ter um dos seguintes
enquadramentos:

• Regime especial de vendas à distância de bens importados de países


terceiros e territórios previsto no título XII, capítulo 6, secção 4, da Diretiva
2006/112/CE, transposto para o direito nacional pela Lei n.º 47/2020, de 24
de agosto – Regime IOSS;

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Em conclusão, tal como explicado no Ofício Circulado n.º: 15827/2021, em


sede do IVA as mercadorias importadas poderão ter um dos seguintes
enquadramentos:

• Regime especial para a declaração e o pagamento do IVA sobre as


importações previsto no título XII, capítulo 7, da Diretiva 2006/112/CE,
transposto para o direito nacional pelas alterações introduzidas no Código do
IVA pela Lei n.º 47/2020 – Regime Especial assinalado neste capítulo;

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4.7.6 Regime especial para a declaração e pagamento do
IVA na importação

Em conclusão, tal como explicado no Ofício Circulado n.º: 15827/2021, em


sede do IVA as mercadorias importadas poderão ter um dos seguintes
enquadramentos:
• Regime ‘de importação para a declaração e o pagamento do IVA sobre as
importações previsto no artigo 28.º do CIVA – Regime Normal, tal como
sucedia até aqui;

• Isenção de IVA ao abrigo do DL 398/86, tratando-se de ‘remessa de particular


a particular’ e cumprindo-se os demais requisitos previstos nesse diploma.

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