Você está na página 1de 16

INSTITUTO POLITÉCNICO DO CÁVADO E DO AVE

ESCOLA SUPERIOR DE GESTÃO


LICENCIATURA EM FISCALIDADE

4. INCIDÊNCIA (PESSOAL E REAL)


TRIBUTAÇÃO DO RENDIMENTO DAS PESSOAS COLETIVAS (IRC)

Luís Filipe Esteves


Barcelos, 2022/2023

1
Incidência

▪ Os pressupostos de incidência são de natureza:


✓ Subjetiva
Quem está sujeito a imposto – previsão no art.º 2.º
✓ Objetiva
O que está sujeito a imposto – delimitado no art.º 3.º
✓ Territorial
Onde está sujeito a imposto – art.º 4.º
✓ Temporal
Quando está sujeito a imposto – definido no art.º 8.º
2
Incidência pessoal

▪ Incidência pessoal ou incidência subjetiva…


▪ Quem está sujeito a imposto?
▪ Quem é sujeito passivo de IRC?
▪ Art.º 1.º (Pressuposto do imposto): O imposto sobre o rendimento das
pessoas coletivas (IRC) incide sobre os rendimentos obtidos, mesmo
quando provenientes de atos ilícitos, no período de tributação, pelos
respetivos sujeitos passivos, nos termos deste Código.
▪ A definição de sujeito passivo encontra-se no art.º 2.º (Sujeitos passivos),
pese embora a própria denominação do imposto (IRC) permitir, desde logo,
inferir que os sujeitos passivos serão as pessoas coletivas.
3
Incidência pessoal
Art.º 2.º (Sujeitos passivos)
1 - São sujeitos passivos do IRC:
a) As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as
empresas públicas e as demais pessoas coletivas de direito público ou privado,
com sede ou direção efetiva em território português;
b) As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direção
efetiva em território português, cujos rendimentos não sejam tributáveis em
imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou em IRC diretamente
na titularidade de pessoas singulares ou coletivas;
c) As entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem
direção efetiva em território português e cujos rendimentos nele obtidos não
estejam sujeitos a IRS. 4
Incidência pessoal
Art.º 2.º (Sujeitos passivos)
2 - Consideram-se incluídas na alínea b) do n.º 1, designadamente, as heranças
jacentes, as pessoas coletivas em relação às quais seja declarada a invalidade, as
associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as sociedades
comerciais ou civis sob forma comercial, anteriormente ao registo definitivo.
3 - Para efeitos deste Código, consideram-se residentes as pessoas coletivas e
outras entidades que tenham sede ou direção efetiva em território português.

5
Incidência pessoal

▪ Pressuposto essencial: ser pessoa coletiva.


▪ Não é condição necessária que a entidade:
> Tenha personalidade jurídica;
> Tenha sede ou direção efetiva em TN (residente);
> Sendo não residente, tenha estabelecimento estável em TN ao qual os
rendimentos nele obtidos sejam imputáveis.
▪ Abrange as sociedades comerciais residentes, após e antes do registo
definitivo (neste caso desde que verificados os pressupostos de incidência
objetiva), v.g. Anónimas (…SA); por quotas (…Lda.); em nome coletivo; em
comandita, simples ou por ações.
6
Incidência pessoal

▪ Abrange também:
✓ As empresas públicas e demais pessoas coletivas do direito público
(designadamente, Estado, Institutos Públicos, Regiões Autónomas,
Autarquias Locais) ou privado (designadamente, Associações, Partidos
Políticos, Sindicatos e associações Sindicais, Fundações, ACE, AEIE);
✓ As cooperativas;
✓ As sociedades civis constituídas sob a forma comercial (podem adotar
qualquer um dos tipos societários previstos no CSC - contempla soc.
profissionais)
✓ As sociedades civis não constituídas sob a forma comercial (em princípio,
sem personalidade jurídica – abrangidas pela transparência fiscal)
7
Incidência pessoal

SUJEITOS PASSIVOS RESIDENTES


Entidades com sede ou direção efetiva em território português
COM PERSONALIDADE JURÍDICA SEM PERSONALIDADE JURÍDICA
• SOCIEDADES COMERCIAIS * (cujos rendimentos não sejam tributados
• SOCIEDADES CIVIS SOB A FORMA COMERCIAL * diretamente na titularidade das pessoas
• COOPERATIVAS * singulares ou coletivas)
• EMPRESAS PÚBLICAS *
• OUTRAS PESSOAS COLETIVAS DE DIREITO • HERANÇAS JACENTES
PÚBLICO OU PRIVADO • ASSOCIAÇÕES E SOCIEDADES CIVIS
• ASSOCIAÇÕES S/PERSONALIDADE JURÍDICA
* Considera-se que exercem sempre a título • SOCIEDADES AINDA SEM REGISTO DEFINITIVO
principal uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola

8
Incidência pessoal

▪ Não abrange:

- Consórcios (consorciados/membros)

- Heranças indivisas (herdeiros)

- Condomínios (condóminos)

❖ Rendimentos tributados diretamente na titularidade das pessoas


singulares ou coletivas (alínea b), n.º 1, art.º 2.º, a contrario)
9
Incidência real

▪ Incidência real ou incidência objetiva…


▪ O que está sujeito a imposto?
▪ Qual é a base sobre a qual incide o IRC?
▪ Art.º 1.º (Pressuposto do imposto): O imposto sobre o rendimento das
pessoas coletivas (IRC) incide sobre os rendimentos obtidos, mesmo
quando provenientes de atos ilícitos, no período de tributação, pelos
respetivos sujeitos passivos, nos termos deste Código.
▪ A base do IRC está definida em termos genéricos no art.º 3.º (Base do
imposto) e no art.º 15.º (Definição da matéria coletável).

10
Incidência real
Art.º 3.º (Base do imposto)
1 - O IRC incide sobre:
a) O lucro das sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, das
cooperativas e das empresas públicas e o das demais pessoas coletivas ou
entidades referidas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior que exerçam, a
título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola;
b) O rendimento global, correspondente à soma algébrica dos rendimentos das
diversas categorias consideradas para efeitos de IRS e, bem assim, dos
incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito, das pessoas coletivas ou
entidades referidas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior que não exerçam,
a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola;

11
Incidência real
Art.º 3.º (Base do imposto)
1 - O IRC incide sobre:
c) O lucro imputável a estabelecimento estável situado em território português de
entidades referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo anterior;
d) Os rendimentos das diversas categorias, consideradas para efeitos de IRS e,
bem assim, os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito por entidades
mencionadas na alínea c) do n.º 1 do artigo anterior que não possuam
estabelecimento estável ou que, possuindo-o, não lhe sejam imputáveis.

2 - Para efeitos do disposto no número anterior, o lucro consiste na diferença entre


os valores do património líquido no fim e no início do período de tributação, com as
correções estabelecidas neste Código.
12
Incidência real
Art.º 3.º (Base do imposto)
3 - São componentes do lucro imputável ao estabelecimento estável, para efeitos
da alínea c) do n.º 1, os rendimentos de qualquer natureza obtidos por seu
intermédio, assim como os demais rendimentos obtidos em território português,
provenientes de atividades idênticas ou similares às realizadas através desse
estabelecimento estável, de que sejam titulares as entidades aí referidas.

4 - Para efeitos do disposto neste Código, são consideradas de natureza


comercial, industrial ou agrícola todas as atividades que consistam na realização
de operações económicas de caráter empresarial, incluindo as prestações de
serviços.

13
Incidência Real

EXERCEM A TÍTULO PRINCIPAL UMA


ATIVIDADE DE NATUREZA COMERCIAL, LUCRO
INDUSTRIAL OU AGRÍCOLA
SUJEITOS PASSIVOS
RESIDENTES RENDIMENTO GLOBAL
NÃO EXERCEM A TÍTULO PRINCIPAL UMA
ATIVIDADE DE NATUREZA COMERCIAL,
INDUSTRIAL OU AGRÍCOLA

LUCRO DO ESTABELECIMENTO
ESTÁVEL
COM ESTABELECIMENTO ESTÁVEL

SUJEITOS PASSIVOS RENDIMENTOS DAS DIVERSAS CATEGORIAS DE


NÃO RESIDENTES IRS
SEM ESTABELECIMENTO ESTÁVEL
INCREMENTOS PATRIMONIAIS OBTIDOS A
TÍTULO GRATUITO

14
DR22

15
Notas finais
✓ Não residentes (com e sem estabelecimento estável): Capítulo 7 (vários
exemplos);

✓ Residentes que não exercem a título principal uma atividade empresarial:


Capítulo 5 (Exemplo de uma Associação);

✓ Residentes que exercem a título principal uma atividade empresarial: resto do


programa (sociedades comerciais dominam a esmagadora maioria do tecido
empresarial).

Regras de determinação do lucro tributável (artigos 17.º a 52.º), declaração


modelo 22, regime simplificado, tributações autónomas, regras de pagamento
(pagamento a final, pagamentos por conta, pagamento especial por conta,
retenções na fonte)
16

Você também pode gostar