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Tributação das Sociedades e do Consumo

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)

Ano letivo 2022/2023


Índice
2
 Introdução (3)  Regime Simplificado de Tributação (168)

 Incidência (7)  A determinação da matéria coletável e do lucro tributável


de outras entidades (173)
 Incidência Pessoal, Real e Temporal (8)
 Entidades que não exercem, a título principal, uma
 Rendimentos Não Sujeitos e Facto Gerador de Imposto atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola
(25) (174)

 Transparência Fiscal (28)  Entidades não residentes (179)

 Isenções (34)  Estabelecimento estável situado fora do território


português (54.º-A do CIRC) (183)
 A determinação da matéria coletável das entidades
residentes que exercem, a título principal, atividades de  Liquidação do imposto e cálculo do montante a pagar / a
natureza comercial, industrial ou agrícola (43) recuperar (185)

 A determinação do lucro tributável das entidades  Principais formas de pagamento do Imposto (201)
residentes que exercem, a título principal, atividades de
natureza comercial, industrial ou agrícola (46)  Obrigações Acessórias (211)

 Considerações iniciais (47)

 Tratamento fiscal a conferir aos rendimentos (58)

 Tratamento fiscal a conferir aos gastos (62)

 Tratamento fiscal a conferir às variações patrimoniais (82)

 Análise desenvolvida de rendimentos e gastos específicos


(92)
3

INTRODUÇÃO
Regime jurídico-fiscal e respetiva evolução

Antes da reforma fiscal de 1989, a tributação do rendimento obtido pelas pessoas coletivas era
efetuada de forma cedular (ou seja, através de diferentes impostos) em função da natureza/fonte do
rendimento (cfr. art.º 3.º do DL n.º 442-B/88, de 30 de Novembro). A título de exemplo, estavam então
em vigor a contribuição industrial, a contribuição predial, o imposto de capitais, entre outros impostos.

Com a reforma fiscal de 1989 foram abolidos aqueles impostos relativamente às pessoas coletivas e
foi criado o IRC, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88 de 30/11 e em vigor desde 01/01/1989 (com
a última alteração introduzida pela Lei n.º 32/2019, de 3 de Maio).

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Características do Imposto

O IRC é um imposto com as seguintes características:

▪ Sobre o Rendimento – por contrapartida aos impostos sobre a despesa ou património;

▪ Global – incide sobre um conjunto de rendimentos provenientes de diversas fontes;

▪ Estadual – o Estado é o sujeito activo da relação jurídico-tributária;

▪ Periódico – renova-se nos sucessivos períodos de tributação, que normalmente são anuais,
dando origem a sucessivas obrigações tributárias anuais que são independentes umas das
outras;

▪ Real – visa a tributação dos rendimentos das pessoas colectivas sem atender à sua situação
pessoal;

▪ Direto – incide sobre a manifestação directa ou imediata da capacidade contributiva;

▪ Proporcional – independentemente do valor da matéria colectável apurada a taxa mantém-se


constante;

▪ Principal – goza de autonomia, quer ao nível normativo quer ao nível das relações tributárias
concretas.
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Conceito de Rendimento Real

De acordo com o disposto no artigo 104.º n.º 2 da CRP, o IRC visa tributar o rendimento real obtido
pelas pessoas coletivas (sujeitos passivos) em determinado período de tempo (período de
tributação).

O conceito de rendimento assenta na teoria do rendimento acréscimo ou incremento patrimonial,


que consiste na diferença entre o valor do património no início e no fim do período de tributação,
incluindo as mais-valias e outros ganhos fortuitos (ex.: subsídios não destinados à exploração, as
indemnizações e os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito). Trata-se de uma noção
extensiva do rendimento que procura tributar o rendimento real e efectivo das empresas - visto na
óptica fiscal - o que é aliás um princípio de imperativo constitucional (art. 104.º, n.º 2 da CRP).

É, portanto, adotado um conceito alargado de rendimento, sendo o lucro tributável constituído pela
diferença entre os valores do património líquido no fim e no início do período de tributação, com as
correções estabelecidas no CIRC (17.º, n.º 1, do CIRC).

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7

INCIDÊNCIA
Incidência Pessoal, Real e Temporal

8
Incidência

As normas de incidência estão previstas nos artigos 1.º a 8.º do CIRC

São 3 os tipos de incidência em sede de IRC: incidência real ou objetiva, pessoal ou subjetiva e
temporal.

De acordo com os 3 tipos de incidência, e em termos gerais, o IRC pretende tributar de uma forma
global e unitária todos os rendimentos obtidos, ainda que provenientes de atos ilícitos - incidência
real - , pelas pessoas coletivas - incidência pessoal - por referência a um determinado período de
tempo - período de tributação (1º CIRC).

Vejamos cada um deles com mais atenção.

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Incidência Pessoal (ou Subjetiva)

Nos termos do art. 2.º do CIRC, podem ser sujeitos passivos de IRC as seguintes entidades
residentes e não residentes em território português:

Sujeitos Passivos Residentes

1. Pessoas coletivas com personalidade jurídica, cuja sede ou direção efetiva se localize em
território português (2º, n.º 1, a), CIRC):
❑ Sociedades civis sob a forma comercial – Não têm por objeto a prática de uma atividade de natureza
comercial ou industrial, mas são consideradas pessoas colectivas com personalidade jurídica – p.e.
sociedades constituídas para prestação de serviços;

❑ Cooperativas: as cooperativas são pessoas colectivas autónomas, de capital e composição variáveis,


que visam a satisfação, sem fins lucrativos, das necessidades económicas, sociais ou culturais dos seus
membros (Código Cooperativo: Lei n.º 119/2015, de 31 de agosto);

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Incidência Pessoal (ou Subjetiva)

Sujeitos Passivos Residentes – cont.

1. Pessoas coletivas com personalidade jurídica, cuja sede ou direção efetiva se localize em
território português (2º, n.º 1, a), CIRC) – cont.
❑ Sociedades comerciais
1.Sociedade em nome coletivo: o sócio, além de responder individualmente pela sua entrada, responde
pelas obrigações sociais subsidiariamente em relação à sociedade e solidariamente com os outros sócios (art.
175º/1 CSC). O sócio que satisfizer obrigações da sociedade tem direito de regresso contra os outros sócios,
na medida em que o pagamento efectuado exceda a importância que lhe caberia suportar segundo as regras
aplicáveis à sua participação nas perdas sociais (art. 175º/3 CSC).

2.Sociedade por quotas: o capital está dividido em quotas e os sócios são solidariamente responsáveis por
todas as entradas convencionadas no contrato social. Só o património social responde para com os credores
pelas dívidas da sociedade (art. 197º/1/3 CSC).

3.Sociedade anónima: na sociedade anónima, o capital é dividido em ações e cada sócio limita a sua
responsabilidade ao valor das ações que subscreveu (art. 271º CSC).

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Incidência Pessoal (ou Subjetiva)

Sujeitos Passivos Residentes – cont.

1. Pessoas coletivas com personalidade jurídica, cuja sede ou direção efetiva se localize em
território português (2º, n.º 1, a), CIRC) – cont.
❑ Sociedades comerciais – cont.
4.Sociedade em Comandita: cada um dos sócios comanditários responde apenas pela sua entrada; os
sócios comanditados respondem pelas dívidas da sociedade nos mesmos termos que os sócios da sociedade
em nome colectivo (n.º1). Uma sociedade por quotas ou uma sociedade anónima podem ser sócios
comanditados (n.º 2). Na sociedade em comandita simples não há representação do capital por acções; na
sociedade em comandita por ações só as participações dos sócios comanditários são representadas por
ações (n.º 3) (art. 465 do CSC).

❑ Empresas públicas (Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro)

❑ Demais PC de direito público (Estado, Regiões Autónomas e Autarquias Locais) e privado


(associações, fundações, sindicatos).

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Incidência Pessoal (ou Subjetiva)

Sujeitos Passivos Residentes – cont.

2. Entidades sem personalidade jurídica, com sede ou direção efetiva em território português,
cujos rendimentos não sejam diretamente tributados na titularidade das PS (IRS) ou coletivas
(IRC) que as integram (2º, n.º 1, b), CIRC). Exemplos (2º, n.º 2, CIRC):

❑ Heranças jacentes – heranças abertas mas ainda não aceites nem declaradas vagas para o Estado –
art.º 2046.º do C.C.;

❑ PC em relação às quais seja declarada a invalidade;

❑ Associações e sociedades civis sem personalidade jurídica;

❑ Sociedades comerciais e civis sob a forma comercial antes do registo definitivo – as sociedades
adquirem personalidade jurídica a partir da data do registo definitivo do contrato pelo qual se constituem.

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Incidência Pessoal (ou Subjetiva)

Sujeitos Passivos Não Residentes

Entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tendo sede ou direção efetiva em território
português aqui obtenham rendimentos não sujeitos a IRS (art. 2º, n.º 1, alínea c) do CIRC).

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Incidência Real (ou Objetiva)

De acordo com o disposto no artigo 3.º do CIRC, a base do imposto é diferente consoante
estejamos perante:

1. Entidades residentes que exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial, industrial
ou agrícola (entidades “comerciantes”)

2. Entidades residentes que não exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial,
industrial ou agrícola (entidades “não comerciantes”)

3. Entidades não residentes com estabelecimento estável (EE) em PT

4. Entidades não residentes sem estabelecimento estável (EE) em PT

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Incidência Real (ou Objetiva)

1. Entidades residentes que exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial,


industrial ou agrícola (“empresas”):

− Atividades relevantes: todas as operações económicas de caráter empresarial, incluindo as


prestações de serviços (3º, n.º 4, CIRC)

− São tributadas com base no lucro (3º, n.º 1, a), CIRC)

Conceito de lucro

Diferença entre o valor do património líquido no fim e no início do exercício, com as correções
previstas no CIRC (3º, n.º 2, CIRC) – conceito abrangente que não se restringe aos
rendimentos obtidos com a atividade exercida pela empresa.

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Incidência Real (ou Objetiva)

2. Entidades residentes que não exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial,
industrial ou agrícola – p.e. associações, fundações, etc., designadamente sob a forma de
IPSS ou PCUP (pessoas coletivas de utilidade pública)

− Tributadas com base no rendimento global (3º, n.º 1, b), CIRC):

Conceito de rendimento global

Soma algébrica dos rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS e
dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito (3º, n.º 1, b), CIRC) – remissão para as
normas e o regime do IRS de determinação do rendimento tributável

Tipos de rendimento:

Empresariais: categoria B do IRS (apenas acessoriamente). Capitais: categoria E do IRS.

Prediais: categoria F do IRS. Mais valias: categoria G do IRS.

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Incidência Real (ou Objetiva)

3. Entidades não residentes com estabelecimento estável (EE) em PT :

− Tributadas pelo lucro imputável ao EE (art. 3º, n.º 1, c), CIRC):

− Conceito de EE

➢ Qualquer instalação fixa através da qual seja exercida uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola (5º, n.º 1, CIRC).

➢ Exemplos: local de direção, sucursal, escritório, fábrica, oficina, mina (5º, n.º 2, CIRC)

➢ Dois elementos: estático (organização pela qual é exercida uma atividade) e dinâmico (a
atividade exercida em si mesma).

− Princípio da atração do EE (3.º, n.º 3, CIRC): integram o lucro imputável ao EE, não só os
rendimentos obtidos por seu intermédio, mas também os rendimentos provenientes de atividades
idênticas ou similares às realizadas através desse EE.
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Incidência Real (ou Objetiva)

3. Entidades não residentes com estabelecimento estável (EE) em PT – cont.

Nos termos do artigo 15º, n.º1, c) do CIRC:

MC = Lucro tributável do EE (55º CIRC) – Prejuízos fiscais imputáveis ao EE (52º CIRC)


– Benefícios fiscais

No essencial (55.º do CIRC), o lucro tributável é determinado de acordo com as regras aplicáveis às
entidades residentes que exerçam, a título principal, uma atividade comercial, industrial ou agrícola.

Reconhecendo-se a existência de gastos comuns à sede e ao EE, permite-se que possam ser deduzidos
para a determinação do lucro tributável os encargos gerais de administração que sejam imputáveis ao EE,
de acordo com critérios de repartição aceites pela AT. Na impossibilidade de se efetuar uma imputação com
base na utilização pelo EE dos bens e serviços a que respeitam os encargos gerais, são admissíveis, os
seguintes critérios de repartição: volume de negócios, gastos diretos e ativo fixo tangível.

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Incidência Real (ou Objetiva)

4. Entidades não residentes sem estabelecimento estável (EE) em PT:

Tributadas pelos rendimentos das diferentes categorias previstas para efeitos de IRS e pelos
incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito (3º, n.º 1, d), CIRC)

Necessidade de nomeação de um representante fiscal em Portugal – artigo 126º do CIRC

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Em resumo, a base objetiva e subjetiva do imposto é a seguinte:

Residentes Não Residentes

Comerciantes Com Estabelecimento Estável

Lucro Lucro imputável ao E. E.

Sem Estabelecimento Estável


Não comerciantes Rendimentos por categoria de IRS, tributados
autonomamente.
Este ponto também se aplica aos
Rendimento global
rendimentos não imputáveis ao E.E.)

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Extensão da Obrigação de Imposto (art.º 4.º do CIRC)

O artigo 4.º do CIRC ajuda-nos a compreender como funciona a base do IRC relativamente a todos
os rendimentos, independentemente de terem sido obtidos em território nacional ou não. Assim:

− SP residentes – sujeição a IRC relativamente a todos os rendimentos obtidos,


independentemente do local onde foram obtidos (mesmo no estrangeiro) – 4º, n.º 1, CIRC.
Obrigação pessoal – princípio do rendimento mundial.

− SP não residentes – sujeição a IRC relativamente aos rendimentos obtidos em território


português – 4º, n.º 2, CIRC. Obrigação real – princípio da fonte:

➢ Rendimentos imputáveis a EE; e

➢ Regras específicas (4º, n.º 3 e 4, CIRC): rendimentos considerados obtidos em PT, mesmo que não
imputáveis a EE.

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Extensão da Obrigação de Imposto (art.º 4.º do CIRC)

Residentes

• O IRC incide sobre a totalidade dos rendimentos


obtidos pela entidade, incluindo os rendimentos
obtidos fora do território português - artigo 4.º, n.º
1 do Código do IRC

• Worldwide income principle – critério do


rendimento mundial

Não residentes

• O IRC incide apenas sobre os rendimentos obtidos


em território português - artigo 4.º, n.º 2 e 3 do
Código do IRC

• Critério da fonte do rendimento

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Período de tributação – incidência temporal (8.º do CIRC)

➢ Regra: o IRC é devido por cada exercício económico que, em princípio, coincide com o ano civil
(8º, n.º 1, CIRC) – o IRC é um imposto periódico.

➢ Exceções (8º, n.ºs 2 a 8 do CIRC) - exemplos:

− Adoção de um período anual de imposto que não corresponde ao ano civil (artigo 8º, n.º 2 e 3
do CIRC)

− Período inferior a um ano (artigo 8.º n.º 4 do CIRC)

− Período superior a um ano (artigo 8.º n.º 8 do CIRC)

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Rendimentos Não Sujeitos e Facto Gerador de Imposto

25
Facto gerador de imposto (art. 8.º n.º 9 e 10 do CIRC)

➢ O facto gerador é o que faz nascer a obrigação de imposto:

➢ Regra: considera-se verificado no último dia do período de tributação (em regra, no dia 31 de
Dezembro de cada ano), ainda que o rendimento seja obtido de forma continuada.

➢ Exceções: rendimentos obtidos por entidades não residentes e que não sejam imputáveis a EE
(8º, n.º 10, CIRC).

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Rendimentos não sujeitos a IRC

Nos termos do art. 7.º do CIRC, os rendimentos diretamente resultantes do exercício da atividade
sujeita ao imposto especial de jogo não estão sujeitos a IRC.

Mas existem outros casos de rendimentos não sujeitos a IRC, como é o caso dos partidos políticos
(artº 10º da Lei 19/2003 de 20 de Junho, sobre o financiamento dos partidos políticos) – não estão
sujeitos a IRC e estão isentos de outros impostos, sob condições (IVA, IS, IMI, IMT, ISV).

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Transparência Fiscal

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Regime da Transparência Fiscal (art.º 6.º do CIRC)

Os rendimentos obtidos pelas entidades sujeitas a este regime são imputados aos sócios,
independentemente da distribuição de lucros – imputação teórica (apenas para efeito de tributação).
Assim:

➢ Recai sobre os sócios a obrigação de pagamento do imposto (em IRS ou IRC) – princípio da
"neutralidade fiscal“;

➢ As entidades abrangidas pelo regime de transparência fiscal não são tributadas em IRC, salvo
quanto às tributações autónomas (12.º do IRC), mas ficam sujeitas às obrigações acessórias
(declarativas, contabilísticas, etc.);

➢ Impossibilidade de imputar prejuízos fiscais aos sócios: a entidade sujeita ao regime deverá
efetuar o reporte de prejuízos para dedução aos lucros tributáveis obtidos (52.º, n.º 7, do IRC).

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Regime da Transparência Fiscal (art.º 6.º do CIRC)

Objetivos do regime:

➢ Eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos: uma vez que as entidades que
geram os rendimentos não são tributadas.

➢ Neutralidade fiscal: a tributação é feita na esfera dos destinatários dos rendimentos sem atender
à forma jurídica adoptada.

➢ Combate à evasão fiscal: a forma societária deixa de ser utilizada como meio de diminuição da
carga fiscal.

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Regime da Transparência Fiscal (art.º 6.º do CIRC)

Entidades sujeitas ao regime da transparência fiscal:

➢ Sociedades civis não constituídas sob forma comercial constituídas de acordo com o regime
da lei civil (art.º 980.º do CCivil) e não tendo por objecto a prática de uma atividade de natureza
comercial ou industrial. Não existe uma diferença nítida entre os sócios e a sociedade. Existe uma
comunhão de interesses entre os sócios, quer quanto à atividade e exercida, quer quanto aos
rendimentos gerados.

➢ Sociedades de profissionais (advogados, técnicos oficiais de contas, revisores oficiais de


contas, médicos, arquitetos, etc.) cujo exercício das respectivas profissões está devidamente
regulamentado por uma ordem profissional. É sociedade de profissionais:

− A sociedade constituída para o exercício de uma atividade profissional especificamente


prevista na lista de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS, na qual todos os sócios
pessoas singulares sejam profissionais dessa atividade; ou

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Regime da Transparência Fiscal (art.º 6.º do CIRC)

Entidades sujeitas ao regime da transparência fiscal – cont.

➢ Sociedades de profissionais. É sociedade de profissionais – cont:

− A sociedade cujos rendimentos provenham, em mais de 75%, do exercício conjunto ou isolado


de atividades profissionais especificamente previstas na lista constante do artigo 151.º do
CIRS, desde que, cumulativamente, em qualquer dia do período de tributação, o número de
sócios não seja superior a cinco, nenhum deles seja pessoa coletiva de direito público e, pelo
menos, 75% do capital social seja detido por profissionais que exercem as referidas
atividades, total ou parcialmente, através da sociedade.

➢ Agrupamentos Complementares de Empresas (ACEs) – Lei n.º 4/73, de 4/06, regulamentada


pelo D.L. n.º 470/73, de 25/08. São entidades dotadas de personalidade jurídica e constituídas
por pessoas singulares, colectivas ou sociedades comerciais, com a finalidade de "melhorar as
condições de exercício ou de resultado das suas atividades económicas“;

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Regime da Transparência Fiscal (art.º 6.º do CIRC)

Entidades sujeitas ao regime da transparência fiscal – cont.

➢ Sociedades de simples administração de bens, salientando-se que:

− A sociedade limita a sua atividade à administração de bens ou valores mantidos como reserva
ou para fruição; ou compra de prédios para a habitação dos seus sócios.

− A sociedade pode exercer conjuntamente outras atividades, desde que os correspondentes


rendimentos não atinjam, na média dos últimos três anos, mais de 50% da média da totalidade
dos rendimentos.

− O seu capital social pertence:


▪ Na maioria, direta ou indiretamente, durante mais de 183 dias do exercício social, a um grupo
familiar; ou

▪ Em qualquer dia do exercício social, a um número de sócios não superior a cinco e nenhum deles
seja pessoa coletiva de direito público.

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34

ISENÇÕES
Isenções

➢ Exceção à regra de tributação. Quando a lei subtrai à tributação situações e sujeitos que, de outro
modo, estariam abrangidos pela incidência do imposto.

➢ Distinção face à não sujeição (ex: rendimentos sujeitos ao imposto especial sobre o jogo) – o que
tem implicações, p.e., quanto ao cumprimento de obrigações acessórias.

➢ As isenções são benefícios fiscais – artigo 2º, n.º 1 e 2 do EBF

➢ Tipos de isenções:

− Reais – concedidas em função de certos rendimentos ou factos (objetivas)

− Pessoais – concedidas em função da qualidade da entidade que delas beneficia (subjetivas)

− Mistas – dependem, simultaneamente, da verificação de pressupostos de natureza pessoal e


real

35
Isenções

Isenções previstas no CIRC (9º a 14º) – essencialmente, de natureza pessoal


(Exceção: situação prevista no artigo 12º do CIRC, que não se trata de uma
isenção mas de uma situação de não sujeição)

➢ Estado, Regiões Autónomas, autarquias locais, suas associações de direito público e


federações e instituições de segurança social (9º CIRC):

− Isenção pessoal e automática (não precisa de ser requerida).

− Não abrange entidades públicas com natureza empresarial.

− Não compreende, em princípio, os rendimentos de capitais, tal como são definidos para efeito
de IRS.

36
Isenções

Isenções previstas no CIRC (9º a 14º) – essencialmente, de natureza pessoal

➢ Isenções aplicáveis a PC de utilidade pública e de solidariedade social (10º CIRC)

− PC de utilidade pública (DL n.º 391/2007, de 13 de dezembro);

− IPSS (DL n.º 119/83, de 25 de Setembro).

− PC de mera utilidade pública - pressupostos:


▪ Prossecução de fins científicos ou culturais, de caridade, assistência, beneficência, solidariedade
social ou defesa do meio ambiente.

▪ Reconhecimento pelo Ministério das Finanças.

37
Isenções

Isenções previstas no CIRC (9º a 14º) – essencialmente, de natureza pessoal

➢ Isenções aplicáveis a PC de utilidade pública e de solidariedade social (10º CIRC) – cont.

− Rendimentos considerados:
▪ Empresariais derivados do exercício de atividades comerciais ou industriais desenvolvidas no
âmbito dos fins estatutários (embora estejam excluídos os rendimentos de atividades desta
natureza desenvolvidas fora do âmbito dos fins estatutários);

▪ De capitais (estando excluídos os rendimentos de títulos ao portador, não registados nem


depositados);

▪ Prediais.

▪ Mais-valias.

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Isenções

Isenções previstas no CIRC (9º a 14º) – essencialmente, de natureza pessoal

➢ Isenções aplicáveis a PC de utilidade pública e de solidariedade social (10º CIRC) – cont.

− Manutenção da isenção - requisitos:


▪ Exercício efetivo de atividades dirigidas à prossecução dos fins que justificaram o reconhecimento
da qualidade de PC de utilidade pública administrativa, IPSS ou de PC de mera utilidade pública.
(os efeitos do incumprimento desta regra consistem na perda de isenção).

▪ Afetação a esses fins de, pelo menos, 50% do rendimento global líquido que seria sujeito a
tributação nos termos gerais até ao fim do 4.º período de tributação posterior.

▪ Inexistência de qualquer interesse direto ou indireto dos membros dos órgãos estatutários, por si
mesmos ou por interposta pessoa, nos resultados da exploração das atividades económicas
prosseguidas (os efeitos do incumprimento desta regra consistem na perda de isenção).

39
Isenções

Isenções previstas no CIRC (9º a 14º) – essencialmente, de natureza pessoal

➢ Isenções aplicáveis a atividades culturais, recreativas e desportivas (11º CIRC e 54.º EBF)

− Abrangem associações legalmente constituídas para o exercício de atividades culturais,


recreativas e desportivas.

− Requisitos:
▪ Exclusão de rendimentos provenientes de qualquer atividade comercial, industrial ou agrícola
exercida (ainda que a título acessório) e, nomeadamente, os provenientes de publicidade, direitos
respeitantes a transmissões, bens imóveis, aplicações financeiras e jogo do bingo.

▪ Total de rendimentos brutos sujeitos a tributação ≤ 7.500 €.

▪ Não distribuição de resultados.

▪ Inexistência de interesse direto ou indireto de membros dos órgãos sociais nos resultados de
exploração das atividades prosseguidas.

▪ Existência de contabilidade ou escrituração adequada.

40
Isenções

Isenções previstas no CIRC (9º a 14º) – essencialmente, de natureza pessoal

➢ Isenção de pessoas coletivas e outras entidades de navegação marítima ou aérea não


residentes (13.º CIRC): desde que seja reconhecida pelo Ministro das Finanças a reciprocidade
da isenção.

➢ Outras isenções de natureza mista (14.º CIRC):

− Isenção de lucros e reservas que uma entidade residente em território português coloque à
disposição de entidade residente noutro EM da UE (ambas nas condições estabelecidas no
artigo 2.º da Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de novembro) na qual detenha
diretamente uma participação no capital ≥ a 10% e desde que tal participação tenha
permanecido na sua titularidade, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à colocação à
disposição.

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Isenções

Isenções previstas no Estatuto dos Benefícios Fiscais

Existem diversas isenções previstas no EBF, podendo ser destacados alguns exemplos:

➢ Artigo 27.º - Mais-valias realizadas por não-residentes

➢ Artigo 33.º e 36.º - Entidades instaladas na Zona Franca da Madeira e Santa Maria

➢ Artigo 55.º - Associações e confederações

➢ Artigo 66.º-A – Cooperativas

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43

A DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLETÁVEL


DAS ENTIDADES RESIDENTES QUE EXERCEM, A
TÍTULO PRINCIPAL, ATIVIDADES DE NATUREZA
COMERCIAL, INDUSTRIAL OU AGRÍCOLA
Matéria Coletável

➢ Em que consiste: valor ao qual se aplica a taxa de imposto para apurar o montante da coleta.

➢ Regime: arts. 15º e segs. do CIRC

➢ Definição da MC (15º CIRC):

− Entidades residentes que exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial,


industrial ou agrícola: 15º, n.º 1, a), CIRC

Para estas entidades (“empresas”):


MC = Lucro tributável (17º e ss CIRC) – Prejuízos fiscais (52º CIRC) – Benefícios fiscais dedutíveis
ao lucro tributável

− Entidades residentes que não exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial,
industrial ou agrícola: 15º, n.º 1, b), CIRC

− Entidades não residentes com estabelecimento estável (EE) em PT: 15º, n.º 1, c), CIRC

− Entidades não residentes sem estabelecimento estável (EE) em PT: 15º, n.º 1, d), CIRC
44
Matéria Coletável

Métodos de determinação da Matéria Coletável (art. 16.º do CIRC):

Regra:
Matéria Coletável determinada por com base na
declaração do Sujeito Passivo (16.º, n.º 1)

Na falta de declaração (ou em caso de necessidade de


correção do declarado), a Matéria Coletável é
determinada pela AT (16.º, n.º 2 e 3)

Excecionalmente, a MC pode ser determinada pela AT


com base em métodos indiretos (16.º, n.º 4)

45
46

A DETERMINAÇÃO DO LUCRO TRIBUTÁVEL DAS


ENTIDADES RESIDENTES QUE EXERCEM, A
TÍTULO PRINCIPAL, ATIVIDADES DE NATUREZA
COMERCIAL, INDUSTRIAL OU AGRÍCOLA
Considerações iniciais

47
O Lucro Tributável

Iremos começar por focar a nossa atenção nas entidades residentes que exercem, a título
principal, atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola (15º, n.º 1, a), CIRC).

Para estas entidades, o lucro tributável consiste na diferença entre o VP líquido no fim e no início
do exercício, com as correções previstas no CIRC (art.3º, n.º 2): RLE + VPP – VPN +/- correções
fiscais

Base tributável do IRC:

RLE (resultado líquido do exercício / contabilístico)

+ VPP (Variações Patrimoniais Positivas)

- VPN (Variações Patrimoniais Negativas)

+ Correções positivas

- Correções negativas

= Lucro Tributável / Prejuízo Fiscal

48
O Lucro Tributável

Nos termos do art. 17.º do CIRC, a determinação do lucro tributável das empresas assenta na
contabilidade dos SP, com as correções previstas na legislação fiscal. Portanto, o lucro
tributável tem de ser determinado através dos seguintes passos lógicos:

1. Ponto de partida: resultado líquido contabilístico – através da demonstração de resultados

2. Incluem-se depois variações patrimoniais que, influenciando o património líquido, não estão
reflectidas no resultado líquido do período:
• Variações patrimoniais positivas: p.e. incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito
(doações), ganhos resultantes da alienação de partes do capital próprio - quotas ou ações
próprias - e determinados subsídios relacionados com ativos não correntes, sob determinadas
condições.

• Variações patrimoniais negativas: diminuições patrimoniais (p.e. perdas resultantes da


alienação de partes do capital próprio - quotas ou ações próprias).

3. Por fim, devem ser efetuadas as correções positivas ou negativas impostas pela legislação
fiscal (por exemplo, acrescendo ao RLE gastos contabilísticos que não são aceites para
efeitos fiscais)
49
O Lucro Tributável

➢ As correções referidas no ponto 3. resultam essencialmente de 3 ordens de razões:

− O resultado fiscal e o resultado contabilístico não são inteiramente coincidentes: questões de


aplicação territorial das regras fiscais – p.e. crédito de imposto por DTI

− Luta contra a fraude e evasão fiscal – p.e. gastos não documentados

− Prossecução de objectivos económicos e sociais – p.e. benefícios fiscais

Correções positivas (a acrescer ao RLE) – quando Correções negativas (a deduzir ao RLE) – quando
existem: existem:

− Proveitos ou ganhos fiscais não considerados − Proveitos ou ganhos contabilísticos que não relevam
proveitos ou ganhos contabilísticos. para efeitos fiscais.

− Custos ou perdas contabilísticas não aceites para − Custos ou perdas fiscais que não foram considerados
efeitos fiscais. no apuramento contabilístico.

− Exemplos: imputação de lucros, crédito de imposto − Exemplos: dedução de lucros distribuídos e


por dupla tributação internacional e gastos não benefícios fiscais.
documentados.

50
Periodização do Lucro Tributável

Para a correta determinação do lucro tributável importa a periodização do lucro – regime de


periodização económica (18.º do CIRC):

➢ Os rendimentos e os gastos, assim como as outras componentes positivas ou negativas do lucro


tributável, são imputáveis ao período de tributação em que sejam obtidos ou suportados,
independentemente do seu recebimento ou pagamento

➢ Os rendimentos e os gastos ou outras componentes respeitantes a períodos anteriores só são


imputáveis ao período de tributação quando na data de encerramento das contas daquele a que
deviam ser imputadas eram imprevisíveis ou manifestamente desconhecidas

51
Periodização do Lucro Tributável

Reconhecimento de réditos e gastos relativos a vendas e prestações de serviços (art. 18.º, n.º
3 a 6 e art. 19.º)
➢ O artigo 18, n.º 3, do CIRC, define os momentos em que deve ser reconhecido o rédito relativo a vendas,
prestações de serviços e contratos de construção, sendo que para este último caso remete para o art. 19.

➢ Para efeitos de apuramento do IRC foi rejeitada a possibilidade de o rédito, que deve ser mensurado pelo
justo valor da retribuição recebida ou a receber, ser reconhecido por um justo valor menor do que a
quantia nominal de dinheiro a receber (artigo 18., n.º 5).

➢ Quanto a vendas e/ou prestações de serviços com pagamento diferido, decorre do n.º 5 do art. 18.º
que “Os réditos relativos a vendas e a prestações de serviços são imputáveis ao período de tributação a
que respeitam pela quantia nominal da contraprestação”

52
Periodização do Lucro Tributável

Reconhecimento de réditos e gastos relativos a vendas e prestações de serviços (art. 18.º, n.º
3 a 6 e art. 19.º) – cont.
➢ Ainda que contabilisticamente se preveja que quando um influxo de dinheiro ou equivalentes de dinheiro
for diferido, o justo valor da retribuição possa ser menor do que a quantia nominal de dinheiro recebido
ou a receber e que, como tal, a diferença entre o justo valor e a quantia nominal da retribuição deva ser
reconhecida como rédito de juros [NCRF 20 e IAS 18], o rédito a considerar para efeitos fiscais terá
de ser sempre a quantia nominal ou bruta da contraprestação (art. 18.º, n.º 5).

➢ Se assim não fosse, seria difícil o controlo dos sucessivos diferimentos, para além de suscitar problemas
ao nível da retenção na fonte e do IVA.

➢ Na declaração modelo 22, Q.07 usam-se, para estas correcções, os seguintes campos:
➢ O campo 711 destina-se a corrigir a diferença entre o justo valor e a quantia nominal da retribuição a receber.

➢ Nos períodos em que for considerado o rédito dos juros, a respectiva quantia é deduzida no campo 757.

53
Tratamento fiscal a conferir aos RENDIMENTOS

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Rendimentos (art. 20.º do CIRC)

Conceito amplo de rendimento: resultantes de operações de qualquer natureza, em consequência


de uma ação normal ou ocasional, básica ou meramente acessória.

Enumeração exemplificativa dos rendimentos mais frequentes:


✓ Vendas ou prestações de serviços, descontos, bónus e abatimentos, comissões e corretagens.

✓ Rendimentos de imóveis e rendimentos da propriedade industrial

✓ Rendimentos de natureza financeira (p.e. juros, dividendos, descontos, ágios, transferências, diferenças
de câmbio, prémios de emissão de obrigações, entre outros)

✓ Ganhos por aumentos de justo valor em instrumentos financeiros e em ativos biológicos consumíveis que
não sejam explorações silvícolas plurianuais.

✓ Mais-valias realizadas (não concorrem para a determinação da matéria colectável as MVC. Só as fiscais).

✓ Indemnizações auferidas, seja a que título for.

✓ Subsídios à exploração: constituem rendimentos na totalidade no período de tributação a que respeitam


(p.e. verbas atribuídas com o objetivo de compensar preços de venda insuficientes ou de fazer face a
encargos de exploração).
55
Rendimentos (art. 20.º do CIRC)

Uma nota relativa aos subsídios à exploração – artigos 18.º e 20.º, n.º 1, alínea j)
✓ Contabilisticamente estes subsídios são contabilizados na conta 751 ou eventualmente diferidos
parcialmente quando digam respeito a mais que um período. O saldo da conta 75 - Subsídios à
exploração é uma componente positiva do resultado fiscal donde resulta uma igualdade entre o
rendimento contabilístico o rendimento fiscal no mesmo período de tributação.

✓ O regime-regra é o do reconhecimento integral no período de tributação da respetiva atribuição

✓ Contudo, no caso de subsídios à exploração de projeção económica plurianual (v.g. ações de formação
profissional de longa duração, criação de postos de trabalho com cláusula de concessão exigindo a
correspondente manutenção por um determinado número de anos, etc.) admite-se o diferimento da
correspondente imputação, concorrendo para a formação do lucro tributável no período de tributação da
atribuição e nos períodos de tributação subsequentes à medida e na proporção do reconhecimento de
gastos e/ou da redução de rendimentos.

✓ Entende-se que inclui as verbas destinadas a compensar excessos de gastos de exploração ou


insuficiências de rendimentos de exploração. Aqui se incluem, designadamente, os subsídios à formação
e os subsídios para a criação de postos de trabalho.

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Rendimentos (art. 20.º do CIRC)

Quanto aos subsídios não destinados à exploração assumem particular relevância os subsídios
não reembolsáveis relacionados com activos fixos tangíveis (AFT) ou activos intangíveis (AI)
✓ Estes subsídios passaram a ser reconhecidos directamente e inicialmente no Capital Próprio (593) e
como resultados (rendimentos), sistematicamente durante a vida do activo.
▪ De harmonia com a nota de enquadramento da conta 593, estes subsídios devem ser transferidos, numa base
sistemática, para a conta 7883 Imputação de subsídios para investimentos, à medida que forem contabilizadas as
depreciações/amortizações do investimento a que respeitem . Isto no caso de se tratar de subsídios relacionados com
activos fixos depreciáveis ou com vida útil definida.

▪ No caso de subsídios relacionados com activos não depreciáveis ou com vida útil indefinida, então o valor do subsídio
deve permanecer no Capital Próprio, excepto se for necessário para compensar uma eventual imparidade do activo.

✓ Subsídios relacionados com ativos não correntes: a sua inclusão no lucro tributável obedece às regras
previstas no art. 22.º do CIRC

✓ Ajustamentos extracontabilísticos para efeitos de apuramento do resultado fiscal, ao nível do campo 702
da DR M 22: quota-parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíveis não depreciáveis e ativos
intangíveis com vida útil indefinida
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Tratamento fiscal a conferir aos GASTOS

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Gastos (art. 23.º do CIRC)

➢ Requisitos cumulativos para que os gastos sejam fiscalmente aceites

− Necessários para obter ou garantir os rendimentos sujeitos a IRC (artigo 23.º, n.º 1)

− Estarem comprovados (artigo 23.º, n.º 3 e 4)

− Não se encontrarem expressamente excluídos por força do artigo 23.º-A do Código do IRC

➢ Enumeração exemplificativa dos gastos mais frequentes (artigo 23.º, n.º 2):
− Relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens ou serviços (p.e. matérias utilizadas, mão-de-
obra, energia).

− Relativos à distribuição e venda (abrangendo os de transportes, publicidade e colocação de


mercadorias e produtos e outros gastos inerentes à venda dos produtos, tais como comissões ou os
brindes e ofertas que fazem parte da sua promoção)

− De natureza financeira (tais como juros de capitais alheios aplicados na exploração, descontos,
ágios, transferências, diferenças de câmbio, gastos com operações de crédito, cobrança de dívidas
e emissão de obrigações e outros títulos, etc.).

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Gastos (art. 23.º do CIRC)

➢ Enumeração exemplificativa dos gastos mais frequentes (artigo 23.º, n.º 2) – cont.
− De natureza administrativa (p.e. remunerações, incluindo as participações nos lucros, ajudas de
custo, material de consumo corrente, transportes, rendas, contencioso e seguros).

− Relativos a análises, racionalização, investigação e consulta.

− De natureza fiscal e parafiscal.

− Depreciações e amortizações.

− Ajustamentos em inventários, perdas por imparidade e provisões.

− Gastos resultantes da aplicação do justo valor em instrumentos financeiros.

− Gastos resultantes da aplicação do justo valor em activos biológicos consumíveis (ex. o milho ou
gado para abate) que não sejam explorações silvícolas plurianuais (estes são sempre ao custo).
Assim, os ganhos e perdas resultantes da aplicação do justo valor concorrem para a formação do LT.

− Menos-valias realizadas (não concorrem para a determinação da matéria colectável as menos-valias


contab., só as fiscais).

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Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

Quais os gastos não aceites / não dedutíveis para efeitos fiscais (mesmo quando
contabilizados como gastos do período)?

➢ O IRC, incluindo as tributações autónomas, e quaisquer outros impostos que direta ou


indiretamente incidam sobre os lucros (estimativa de IRC, tributação autónoma e
derramas)  Acrescem ao Q 07 (Campo 724)
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea a)

− Esta correção deverá ser efetuada no campo 724 do Q 07, devendo ser acrescido o IRC, a derrama e
a tributação autónoma pagos ou estimados. Quando a estimativa para impostos sobre lucros não for
efetuada no ano anterior ou se mostrar insuficiente para fazer face aos impostos efetivamente pagos
no exercício (conta 6885), a diferença deverá ser acrescida neste campo.

− Ao contrário, se a estimativa efetuada no ano anterior se mostrar excessiva (conta 7882), a diferença
deverá ser deduzida no campo 765 do Q 07 para efeitos de apuramento do resultado fiscal na
declaração de rendimentos relativa ao período em que foi reconhecido aquele excesso.

61
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ O IRC, incluindo as tributações autónomas (cont.)


− Se forem reconhecidos impostos diferidos nos termos da NCRF 25, tal reconhecimento não concorre
para a formação do resultado tributável, pelo que terá sempre que ser corrigido no Q07 a acrescer no
campo 725 ou eventualmente a deduzir no campo 766, conforme o saldo da respetiva subconta 8122
seja devedor ou credor, tal efeito dos impostos diferidos deve ser expurgado do resultado fiscal. Como
se pretende transformar o resultado líquido do período (conta 81) no resultado antes de impostos
(conta 811), em termos práticos, os ajustamentos no Q.07 são os seguintes:

▪ Se o saldo da conta 8122 - Imposto diferido for credor (o que significa um rendimento de
impostos), o mesmo será deduzido para efeitos de apuramento do resultado fiscal (Campo 766);

▪ Se o saldo da conta 8122 - Imposto diferido for devedor (o que significa um gasto de impostos), o
mesmo será acrescido para efeitos de apuramento do resultado fiscal (Campo 725).

62
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ As despesas não documentadas  Acrescem ao Q 07 (campo 716).


− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea b)

− As despesas não documentadas não têm qualquer suporte documental. Não são aceites fiscalmente,
por determinação do artigo 23.º-A, n.º1, al. b) do CIRC, para além de sofrerem tributação autónoma,
conforme expressamente determina o n.º 1 do artigo 88.º do código. Para além de sujeitas a
tributação autónoma (50 ou 70% - n.ºs 1 e 2 do artigo 88.º do Código do IRC), sendo acrescidas no
modelo 22, quadro 07, campo 716.

➢ Os encargos indevidamente documentados Acrescem (campos 726 ou 731).


− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea c)

− Nos termos do n.º 4 do artigo 23.º-A, a AT deve disponibilizar a informação relativa à situação
cadastral dos SP que seja considerada relevante para efeitos do disposto nesta al. c)

➢ Despesas ilícitas Acrescem (campo 783).


− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea d)
63
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ As multas, coimas e demais encargos, incluindo os juros compensatórios e moratórios,


pela prática de infrações de qualquer natureza (p.e. fiscais, laborais, ambientais, de
trânsito, etc.) que não tenham origem contratual, bem como por comportamentos
contrários a qualquer regulamentação sobre o exercício da atividade  Acrescem Quadro
07 (Campo 728).
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea e)

− Ex.: coima devida pelo atraso na entrega da declaração de IVA.

➢ Impostos e quaisquer outros encargos que legalmente não devam ser suportados pela
empresa  Acrescem ao Q 07 (Campo 727).
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea f)

− No campo 727 inscrevem-se os impostos e outros encargos que incidam sobre terceiros mas que o
SP decida, por vontade própria, suportar, como por exemplo, o IVA que tenha de ser legalmente
repercutido nos clientes ou o IRS ou IRC que tenha de ser obrigatoriamente retido na fonte (situação
comum nos pagamentos a não residentes) ou o imposto do selo cujo encargo é de terceiro.
64
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Impostos (cont.).
− Trata-se de encargos alheios à actividade do SP pelo que não faz sentido permitir a sua influência
negativa no lucro. Também não é dedutível para efeitos de IRC o IVA suportado em resultado de não
ser exercido o direito à sua restituição por entender que não se verifica o requisito de
indispensabilidade exigido pelo n.º 1 do art. 23.º do CIRC (circular n.º 14/2008).

65
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ As indemnizações pagas a terceiros pela verificação de eventos cujo risco seja segurável
 Acrescem Q 07 (Cpo 729).
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea g)

− São gastos fiscais as indemnizações resultantes de eventos cujo risco não seja segurável. Porém,
não são considerados gastos as quantias pagas a terceiros a título de indemnização, para compensar
danos resultantes de eventos que poderiam ser objeto de seguro (exceto as indemnizações pagas a
terceiros de natureza contratual que são gasto fiscal). Estas indemnizações poderiam ser evitadas se
tivesse sido contratado um seguro adequado ao risco do evento.

− Exemplos de indemnizações não aceites:


▪ Acidentes de trânsito, causados por viaturas do sujeito passivo;

▪ Danos causados em propriedade alheia por despejo de resíduos industriais;

▪ Extravio ou avaria de mercadorias transportadas, no caso de tratarem-se de empresas transportadoras.

▪ Por ex., se um trabalhador sofre um acidente de trabalho e tem que ser indemnizado pela empresa, não possuindo
esta o seguro de acidentes de trabalho, esta indemnização não é considerada gasto uma vez que a empresa era
obrigada a dispor daquele seguro. Seriam considerados gastos fiscalmente dedutíveis os prémios de seguro
pagos. Sendo assim, a indemnização acresce no Q07, campo 729.
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Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ O artigo 23-A, n.º 1, al. h), afasta do campo da dedutibilidade fiscal as ajudas de custo e os
encargos com compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, quando
certos requisitos não sejam cumpridos, sendo os necessários ajustamentos operados no
campo 730 do Quadro 07.
− Casos de aceitação fiscal plena:

▪ Quando forem faturados a clientes, o que implica o débito separado destes encargos na respetiva
fatura

▪ Quando os encargos forem considerados rendimentos do trabalho dependente, nos termos do


artigo 2, n. 3, al d), do CIRS. Na parte destes encargos em que haja lugar a tributação em sede de
IRS na esfera do respetivo beneficiário – rendimentos de trabalho  dedução dos gastos
correspondentes (23.º, 2, d), do CIRC).

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Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Ajudas de custo e Compensação pela deslocação em viatura própria – cont.


− Aceitação condicionada (requisitos formais a cumprir):

▪ Ajudas de custo: Por cada pagamento, deve existir um mapa através do qual seja possível efetuar
o controlo das deslocações que deram direito ao recebimento das ajudas de custo, contendo o
nome do beneficiário, os locais da deslocação, tempo de permanência, objetivo e o montante
diário atribuído.

▪ Compensação pela deslocação em viatura própria: Por cada pagamento, deve existir um mapa
através do qual seja possível efetuar o controlo das deslocações que deram direito ao recebimento
do reembolso dos quilómetros, contendo o nome do beneficiário, os locais da deslocação, tempo
de permanência, objetivo, identificação da viatura e respetivo proprietário e dos quilómetros
percorridos.

Na ausência de qualquer um destes requisitos, os encargos terão de ser acrescidos ao resultado líquido do
período no campo 730 do Q.07. Ainda que cumpridos os requisitos, estes encargos são objeto de tributação
autónoma, à taxa de 5%, nos termos do artigo 88, n.º 9, primeira parte.

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Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Aluguer sem condutor de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas (ALD) (contratos de


renting, rent-a-car ou aluguer de longa duração - locação operacional), na parte
correspondente ao valor das depreciações dessas viaturas que não sejam aceites como
gastos (34.º do CIRC e Circular n.º 24/91, de 19-12, da DGGCI)
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea i) CIRC

− A sua aplicação pressupõe a existência de um plano financeiro, com a renda decomposta entre
amortização financeira e encargo financeiro.

− Visa equiparar o tratamento fiscal do ALD relativamente à aquisição direta e à locação financeira 
Acrescem ao Q 07 da DM 22 (Cpo 732). Assim, a parcela da amortização dedutível para efeitos
fiscais fica condicionada aos limites previstos na Portaria 467/2010, como se tratasse de uma
aquisição sem recurso ao regime de aluguer. Assim, a aceitação fiscal dos encargos com o
ALUGUER destas viaturas, fica condicionada à parte correspondente ao valor das depreciações
aceites se fossem contabilizadas.

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Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ ALD – cont.
− O valor que não é aceite como gasto será o resultado da diferença entre o valor da amortização
financeira incluída nas rendas pagas e o valor da depreciação económica máxima permitida,
correspondente ao mesmo período de tempo daquela que poderia ser praticada caso a viatura tivesse
sido adquirida directamente. Assim, o locatário deverá sempre procurar saber qual o valor de
aquisição da viatura e qual o valor da amortização financeira incluído nas rendas. Esta correção é de
relevar no campo 732.

− Devem ser incluídos no campo 732 do Q07 os encargos com o aluguer sem condutor de viaturas
ligeiras na parte correspondente ao valor das depreciações dessas viaturas que:

▪ Excedam os limites fiscalmente fixados;

▪ Excedam o montante definido por Portaria n.º 467/2010, alterada pela Lei nº 82-D/2014 de 31-12-
2014.

− O valor dos encargos suportados (rendas contabilizadas na conta 62) está também sujeito a uma
tributação autónoma de 10%, 27,5% ou 35%, atento ao art. 88.º, n.º 3.

70
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Encargos com combustíveis: Combustíveis na parte em que o sujeito passivo não faça
prova de que os mesmos respeitam a bens pertencentes ao seu ativo ou por ele utilizados
em regime de locação e de que não são ultrapassados os consumos normais → Acrescem
ao Q 07 (Campo 733).
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea j)

➢ Barcos de recreio e aeronaves de passageiros que não estejam afetos à exploração do


serviço público de transportes nem se destinem a ser alugados no exercício da atividade
normal do sujeito passivo → Acrescem ao Q 07 (Campo 784).
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea k)

71
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Menos-valias realizadas relativas a barcos de recreio, aviões de turismo e viaturas ligeiras


de passageiros ou mistas, que não estejam afetos à exploração de serviço público de
transportes nem se destinem a ser alugados no exercício da atividade normal do sujeito
passivo, exceto na parte em que correspondam ao valor fiscalmente depreciável ainda não
aceite como gasto (34.º do CIRC e Circular n.º 24/91, de 19-12 da DGGCI) → Acrescem ao Q
07 (Campo 780).
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea l)

➢ Juros e outras formas de remuneração de suprimentos e empréstimos feitos pelos sócios


à sociedade, na parte em que excedam o valor correspondente à taxa legalmente definida
(Portaria 279/2014, de 30 de Dezembro) → Acrescem ao Q 07 (Campo 734)
− Artigo 23.º-A, n.º 1, alínea m)

− O código estabeleceu um limite máx. a ser aceite na determinação do LT.

72
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Participação nos lucros (conhecidas gratificações de balanço)

Art. 23.º-A, n.º 1, al. n do CIRC

− As participações previstas nesta alínea são gasto na totalidade, sem qualquer limitação, desde que
sejam pagas ou colocadas à disposição dos seus titulares até ao fim do período de tributação
seguinte.

− Sempre que tais gratificações não sejam colocadas à disposição dos beneficiários até ao final do
período de tributação seguinte, «… ao valor do IRC liquidado relativamente ao período de tributação
seguinte adiciona-se o IRC que deixou de ser liquidado em resultado da dedução das importâncias
que não tenham sido pagas ou colocadas à disposição dos interessados no prazo indica do,
acrescido dos juros compensatórios correspondentes.» (art. 23.º-A, n.º 5).

− Esta correção será efectuada no campo 363 do Quadro 10, sendo os correspondentes juros
compensatórios incluídos no campo 366 do mesmo Quadro 10.

73
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Participação nos lucros (conhecidas gratificações de balanço) – cont.

Art. 23.º-A, n.º 1, al. o do CIRC

− Não são dedutíveis os gastos relativos à participação nos lucros por membros de órgãos sociais,
quando os beneficiários sejam titulares, direta ou indiretamente, de partes representativas de, pelo
menos, 1% do capital social, na parte em que exceda o dobro da remuneração mensal auferida no
período de tributação a que respeita o resultado em que participam.

− Para efeitos de verificação da percentagem antes referida, considera-se que o beneficiário detém
indiretamente as partes de capital da sociedade quando as mesmas sejam da titularidade do cônjuge,
respetivos ascendentes ou descendentes até ao 2.º grau, sendo igualmente aplicáveis as regras
sobre equiparação de titularidade estabelecidas no CSC (com as necessárias adaptações) – art. 23.º-
A, n.º 6 CIRC

− Acrescem ao Q 07, Campo 735, sempre que da aplicação das al. n) e o) do n.º1 resulte uma correção
fiscal.

74
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Participação nos lucros (conhecidas gratificações de balanço) – cont.

Art. 23.º-A, n.º 1, al. o do CIRC – cont.

− Relativamente aos trabalhadores que não sejam membros do órgãos sociais, não haverá lugar a
qualquer correção fiscal.

− Portanto o campo 735 só será preenchido, nos casos em que essas gratificações forem atribuídas a
membros de órgãos sociais, quando estes sejam titulares direta ou indiretamente, de partes
representativas de, pelo menos, 1% do capital social, na parte em que exceda o dobro da
remuneração mensal auferida no período de tributação a que respeita o resultado em que participam.

75
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Contribuições especiais previstas nas alíneas p), q) e s) do n.º 1


− Contribuição sobre o setor bancário

− Contribuição extraordinária sobre o setor energético

− Contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica

➢ Importâncias pagas a entidades residentes em paraísos fiscais


− Art. 23.º-A, n.º 1, alínea r) do CIRC

− As importâncias pagas ou devidas, a qualquer título, a pessoas singulares ou coletivas residentes fora
do território português e aí submetidas a um regime fiscal a que se referem os n.os 1 ou 5 do artigo
63.º-D da Lei Geral Tributária, ou cujo pagamento seja efetuado em contas abertas em instituições
financeiras aí residentes ou domiciliadas, salvo se o sujeito passivo provar que tais encargos
correspondem a operações efetivamente realizadas e não têm um caráter anormal ou um montante
exagerado.

− Aplicam-se neste contexto os n.º 7 e 8 do artigo 23.º-A do CIRC

76
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais (art. 23.º-A do CIRC)

➢ Menos-valias e outras perdas relativas a partes de capital


− Art. 23.º-A, n.º 2 do CIRC: “Não concorrem para a formação do lucro tributável as menos-valias e
outras perdas relativas a instrumentos de capital próprio, na parte do valor que corresponda aos
lucros ou reservas distribuídos ou às mais-valias realizadas com a transmissão onerosa de partes
sociais da mesma entidade que tenham beneficiado, no próprio período de tributação ou nos quatro
períodos anteriores, da dedução prevista no artigo 51.º, do crédito por dupla tributação económica
internacional prevista no artigo 91.º-A ou da dedução prevista no artigo 51.º-C”.

− Art. 23.º-A, n.º 3 do CIRC: “Não são aceites como gastos do período de tributação os suportados com
a transmissão onerosa de instrumentos de capital próprio, qualquer que seja o título por que se opere,
de entidades com residência ou domicílio em país, território ou região sujeito a um regime fiscal
claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças”

77
Tratamento fiscal a conferir às VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

78
Variações Patrimoniais

➢ Caracterização das variações patrimoniais (VP):


− As VP são negativas ou positivas, consoante diminuam ou aumentem o valor do património ou
situação líquida. São aumentos ou diminuição de capitais próprio sem ser pela via dos resultados
líquidos.

− As VP suscetíveis de influenciar o resultado fiscal não estão expressas no CIRC que se limita a
enumerar taxativamente as que não devam ser acrescidas (positivas) ou deduzidas (negativas) ao
resultado líquido.

− Todas as VP não expressamente referidas no CIRC são consideradas na determinação do lucro


tributável, devendo ser efetuados os correspondentes ajustamentos fiscais nos campos 702 a 706.

VP Positivas – exemplos: VP negativas – exemplos:

− Ganhos resultantes da alienação de partes do − Perdas resultantes da alienação de partes do capital


capital próprio. próprio.

− Incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito − Liberalidades.


(art. 21º nº 2).

79
Variações Patrimoniais

➢ VP positivas que não concorrem para a formação do lucro tributável (21.º do CIRC)

− Entradas de capital feitas pelos seus titulares, bem como as que decorram de operações sobre
instrumentos de capital próprio, destinadas quer à constituição/ aumento de capital, quer à cobertura
de prejuízos. As entradas de capital, incluindo os prémios de emissão de ações (e pela mesma lógica
de quotas), as coberturas de prejuízos, a qualquer título, feitas pelos titulares do capital, bem como
outras variações patrimoniais positivas que decorram de operações sobre instrumentos de capital
próprio da entidade emitente, incluindo as que resultem da atribuição de instrumentos financeiros
derivados que devam ser reconhecidos como instrumentos de capital próprio.

− Mais-valias potenciais ou latentes, incluindo as reservas de reavaliação ao abrigo de legislação de


carácter fiscal e as revalorizações efetuadas no âmbito da NCRF 7 - AFT. As mais-valias potenciais
ou latentes, ou seja, aquelas que não se realizaram por não ter havido transmissão onerosa dos bens,
como por exemplo, a valorização de participações financeiras por variação de cotação na bolsa.

80
Variações Patrimoniais

➢ VP positivas que não concorrem para a formação do lucro tributável (21.º do CIRC)

− As contribuições, incluindo a participação nas perdas do associado ao associante, no âmbito da


associação em participação e da associação à quota. A associação em participação é o contrato pelo
qual uma pessoa (associada) se associa a uma atividade económica exercida por outra (associante),
ficando primeira a participar nos lucros ou nos lucros e perdas que desse exercício resultarem para a
segunda, sendo elemento essencial a participação nos lucros, podendo a participação nas perdas ser
dispensada. O associado deve prestar ou obrigar-se a prestar uma contribuição de natureza
patrimonial, à qual deve ser contratualmente atribuído um valor em dinheiro. Este contrato permite,
por exemplo, que o associado não se torne conhecido dos clientes e fornecedores do associante
(Decreto-Lei n.º 231/81, de 28 de julho).

81
Variações Patrimoniais

➢ VP positivas que não concorrem para a formação do lucro tributável (21.º do CIRC)

− Relativas a impostos sobre o rendimento. Não concorrem para a formação do resultado fiscal as
variações patrimoniais positivas que resultem do reconhecimento em capital próprio de impostos
diferidos. Tal como consta no parágrafo 55 da NCRF 25 - Impostos sobre o rendimento, "[o] imposto
corrente ou imposto diferido deve ser debitado ou creditado diretamente ao capital próprio se o
imposto se relacionar com itens que sejam creditados ou debitados, no mesmo ou num diferente
período, diretamente ao capital próprio".

Em termos gerais, o reconhecimento de impostos diferidos é feito ao nível dos resultados (conta
8122) e não do capital próprio.

Todavia, existem situações que levam ao reconhecimento de impostos diferidos diretamente em


rubricas do capital próprio (conta 572) como é o caso de resultados das revalorizações do ativo fixo
tangível.

O critério para o reconhecimento de impostos diferidos diretamente no capital próprio assenta na


contabilização da operação que gerou a diferença temporária (tributável ou dedutível).

82
Variações Patrimoniais

➢ VP positivas que não concorrem para a formação do lucro tributável (21.º do CIRC)

− Aumento do capital próprio da sociedade beneficiária decorrente de operações de reorganização


empresarial (fusão, cisão, entrada de ativos ou permuta de partes sociais), com exclusão da
componente que corresponder à anulação das partes de capital detidas por esta nas sociedades
fundidas ou cindidas.

83
Variações Patrimoniais

➢ VP positivas que concorrem para a formação do lucro tributável (21.º do CIRC) – exemplos
Como já foi referido, as variações patrimoniais positivas que eventualmente poderão figurar no Campo
702 do Q07 são todas aquelas que não se encontrem excepcionadas no art. 21º do CIRC,
designadamente:

− Venda de ações/quotas próprias – alienação de uma quota própria por 1.000 € adquirida por 800 €. Temos
uma mais-valia de 200 € (não incluída no resultado líquido, porque o “ganho” foi reconhecido em capital
próprio na conta “55 – Reservas”);

− Quota-parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíveis não depreciáveis e ativos intangíveis com vida
útil indefinida [art. 22º n.º 1, al. b)] – (subsídio ao investimento na compra de um terreno, por exemplo);

− Aquisições de bens a título gratuito (doações), contabilizadas em “Outras Variações no Capital Próprio”,
conta 594. O valor fiscalmente considerado no termos do n.º 2 do art.º 21º do código deverá ser o valor de
mercado, «…não podendo ser inferior ao que resultar da aplicação das regras de determinação do valor
tributável previsto no Código do Imposto do Selo.». No caso de imóveis, por sua vez, o art. 13.º n.º 1 do
CIS dispõe que “o valor dos imóveis é o valor patrimonial tributário constante da matriz nos termos do
CIMI à data da transmissão, ou o determinado por avaliação nos casos de prédios omissos ou
inscritos sem valor patrimonial”.
84
Variações Patrimoniais

➢ VP negativas que não concorrem para a formação do lucro tributável (24.º do CIRC)

− Liberalidades ou encargos que não estejam relacionados com a atividade do contribuinte sujeita a IRC. Estas
liberalidade (transmissões gratuitas) vão beneficiar terceiros, originando uma VP- não refletida no resultado
líquido. [Nota: não se aplica aos donativos efetuados nos termos do regime do mecenato (que são
considerados como gastos), desde logo estes donativos estão reflectidos no RLP (“6882 – Donativos”); nem
a oferta de existências (6884)];

− Menos-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade. A exclusão verifica-se porque o
seu abatimento, ao tributar resultados potenciais, iria contrariar o princípio da tributação do rendimento real,
uma vez que a mais-valia/menos-valia só ocorre com a transmissão dos respectivos elementos.

− Saídas em favor dos titulares do capital, a título de remuneração ou de redução do mesmo, ou de partilha do
património, bem como as que decorram de operações sobre instrumentos de capital próprio da entidade
emitente ou da sua reclassificação.

85
Variações Patrimoniais

➢ VP negativas que não concorrem para a formação do lucro tributável (24.º do CIRC) – cont.

− Prestações do associante ao associado, no âmbito da associação em participação.

− Relativas a impostos sobre o rendimento (como é o caso de reconhecimento no capital próprio de passivos
por impostos diferidos resultantes de uma revalorização livre).

− Diminuição do capital próprio da sociedade beneficiária decorrente de operações de reorganização


empresarial (fusão, cisão, entrada de ativos ou permuta de partes sociais), com exclusão da componente
que corresponder à anulação das partes de capital detidas por esta nas sociedades fundidas ou cindidas.

86
Variações Patrimoniais

➢ VP negativas que concorrem para a formação do lucro tributável (24.º do CIRC) – exemplos
O campo utilizado para deduzir as variações patrimoniais negativas não reflectidas no resultado líquido e
não excepcionadas pelo art. 24.º é o Campo 704 do Modelo 22.

Serão de incluir nesta área, por exemplo:

− Perdas resultantes da alienação de ações e quotas próprias,

− Algumas regularizações (de gastos) não frequentes e de grande significado.

− Caso especial das gratificações de balanço: Quanto às remunerações atribuídas a título de participação nos
lucros, se não existir uma obrigação legal (disposição contratual ou estatutária) ou uma prática reiterada,
nem existir uma convicção ou expectativa fiáveis da gestão no sentido de vir a efetuar estes pagamentos,
ocorrerá uma variação patrimonial negativa dedutível (Campo 704).

87
Análise desenvolvida de rendimentos e gastos específicos

88
Inventários

Valorimetria dos inventários (26.º e 27.º do CIRC):

Segundo a norma contabilística (NCRF 18), os inventários são mensurados pelo custo ou pelo valor
realizável líquido (VRL ), dos dois o mais baixo (VRL = VR – gastos previsíveis de acabamento e venda). Se
n o final do período o custo exceder o V RL, procede-se a um ajustamento.

✓ Valor Realizável Líquido: preço de venda estimado no decurso normal da atividade do sujeito passivo
deduzido dos custos necessários de acabamento e venda.

✓ Preços de venda: os constantes de elementos oficiais ou os últimos que tenham sido praticados pelo
sujeito passivo ou ainda os que, no termo do período, forem correntes no mercado (26.º, n.º 4).

A influência que a valorização dos inventários, adquiridos ou produzidos pela empresa, pode ter no
apuramento do resultado contabilístico → regulamentação de critérios a utilizar para o efeito.

89
Inventários

Valorimetria dos inventários (26.º e 27.º do CIRC):

Os critérios fiscalmente aceites são os que utilizem os seguintes métodos (26.º do CIRC):

▪ Custos de aquisição ou de produção (custo histórico);

▪ Custos padrões apurados de acordo com técnicas contabilísticas adequadas (custos estimados) – a AT pode
efetuar correções em caso de desvios significativos;

▪ Preços de venda deduzidos da margem normal de lucro;

▪ Preços de venda dos produtos colhidos de ativos biológicos no momento da colheita, deduzidos dos custos
estimados no ponto de venda, excluindo os de transporte e outros necessários para colocar os produtos no
mercado;

▪ Outras valorimetrias especiais para os inventários tidos por básicos ou normais, carecendo este método de
autorização prévia da DGCI, solicitada em requerimento em que se indiquem os métodos e as razões.

Alteração de critérios (27.º do CIRC):

• Regra: obrigação de seguir o mesmo método valorimétrico. Exceção: podem ocorrer mudanças nos métodos por
razões de natureza económica ou técnica e sejam aceites pela AT.

• Perdas por imparidade: montante escriturado de um ativo que excede a sua quantia recuperável.
90
Perdas por Imparidade

− A imparidade tem por base a aplicação da prudência na preparação das demonstrações


financeiras, isto é, a inclusão de um certo grau de precaução face às incertezas de muitos
acontecimentos (tais como a cobrabilidade duvidosa de dívidas a receber; etc.).

− Podem ser deduzidas fiscalmente as seguintes PI (contabilizadas no mesmo período de


tributação ou em períodos anteriores):
▪ As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal que, no fim do período de tributação,
possam ser considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;

▪ As que consistam em desvalorizações excecionais verificadas em ativos fixos tangíveis, ativos


intangíveis, ativos biológicos não consumíveis, a propriedades de investimento.

91
Perdas por Imparidade

➢ Perdas por imparidade em dívidas a receber (28.º- A do CIRC)

✓ Perdas por imparidade contabilizadas no mesmo período de tributação ou em períodos de


tributação anteriores fiscalmente dedutíveis:
− As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal, incluindo juros, que, no fim do
período de tributação, possam ser considerados de cobrança duvidosa – com risco de
incobrabilidade devidamente justificado - e sejam evidenciados como tal na contabilidade. Os
critérios para aceitação destas perdas por imparidade estão previstos no artigo 28.º-B do CIRC

− As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros.

− As constituídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas pelo Banco de Portugal, pelas
entidades sujeitas à sua supervisão, destinadas à cobertura de risco específico de crédito e de
risco-país e para menos-valias de títulos e de outras aplicações.

✓ Estas perdas por imparidade e correções de valor que não devam subsistir, por deixarem de
se verificar as condições objetivas que as determinaram, consideram-se componentes
positivas do lucro tributável do respetivo período de tributação.
92
Perdas por Imparidade

➢ Perdas por imparidade em dívidas a receber (28.º- A do CIRC) – cont.

✓ Porque não se encontram previstas no art. 28.º-A, não são fiscalmente dedutíveis todas as
restantes PI contabilisticamente reconhecidas, as quais devem ser acrescidas pelo seu valor
total no campo 721 do Q07, designadamente as relacionadas com:
− Aplicações de tesouraria,

− Investimentos financeiros,

− Outras dívidas de terceiros, que não as que se enquadrem no art. 28.º-A, n.º 1, al. a).

✓ Caso se verifique a posterior reversão destas perdas por imparidade, deve ser efectuada a
correcção fiscal negativa correspondente por se tratar de perdas por imparidade anteriormente
tributadas (28.º-A, n.º 3), usando-se o campo 781

93
Perdas por Imparidade

➢ Perdas por imparidade em créditos (28.º- B do CIRC)

✓ Créditos de cobrança duvidosa - limites:


− Devedor com processo de execução, insolvência, revitalização ou recuperação por via extrajudicial,
pendentes: 100%.

− Créditos reclamados judicialmente/tribunal arbitral: 100%.

− Créditos em mora:

Créditos em Mora

Mais de 6 meses e até 12 meses : 25%.

Mais de 12 meses até 18 meses: 50 %.

Mais de 18 meses até 24 meses: 75%.

Mais de 24 meses: 100%.

94
Perdas por Imparidade

➢ Perdas por imparidade em créditos (28.º- B do CIRC) – cont.

✓ Não obstante o exposto, nunca são considerados de cobrança duvidosa os seguintes créditos:
− Sobre o Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais ou aqueles em que estas entidades
tenham prestado aval;

− Cobertos por seguro (excepto no que respeita ao valor do descoberto obrigatório) ou por garantia
real.

− Sobre pessoas singulares ou coletivas que detenham mais de 10% do capital da empresa ou sobre
membros dos seus órgãos sociais (salvo nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1)

− Sobre empresas participadas em mais de 10% do capital (salvo nos casos previstos nas alíneas a)
e b) do n.º 1)

− Entre empresas detidas em mais de 10% do capital pela mesma pessoa singular ou coletiva (salvo
nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1)

✓ Os créditos não dedutíveis ou que ultrapassem os limites legais acrescem no Campo 718 do Q
07.
95
Perdas por Imparidade

➢ Perdas por imparidade em ativos não correntes (31.º- B do CIRC)


✓ Podem ser aceites como gastos fiscais as perdas por imparidade em ativos não correntes
provenientes de causas anormais comprovadas (p.e. desastres, fenómenos naturais, inovações
técnicas excecionalmente rápidas ou alterações significativas, com efeito adverso, no contexto legal).
De notar que estão afastados deste regime os investimentos financeiros (conta 41) e os outros
instrumentos financeiros (conta 14).

 Autorização da AT, a requerimento fundamentado do SP.

✓ Quando os factos que determinaram as desvalorizações excecionais dos ativos e o abate físico, o
desmantelamento, o abandono ou a inutilização ocorram no mesmo período de tributação, o valor
líquido fiscal dos ativos, corrigido de eventuais valores recuperáveis pode ser aceite como gasto do
período, verificados determinados requisitos.

✓ As PI de ativos depreciáveis ou amortizáveis que não sejam aceites fiscalmente nos termos anteriores
são consideradas como gastos, em partes iguais, durante o período de vida útil restante desse (…)

96
Perdas por Imparidade

➢ Perdas por imparidade em ativos não correntes (31.º- B do CIRC) – cont.


✓ (…) ativo ou até ao período anterior àquele em que se verificar o abate físico, o desmantelamento, o
abandono, a inutilização ou a transmissão do mesmo.

✓ São igualmente aceites como gastos, de acordo com o n.º 7 do artigo 31.º-B do CIRC, as perdas por
imparidade de activos depreciáveis ou amortizáveis que não sejam aceites fiscalmente como
desvalorizações excepcionais. Estas perdas são reconhecidas em partes iguais durante o período de
vida útil restante do activo, sem prejuízo do disposto no artigo 46º, até ao período de tributação
anterior àquele em que se verificar o abate físico, o desmantelamento, o abandono, a inutilização ou a
transmissão do mesmo.

Os campos da M22 a utilizar são:

Para acrescer: Campo 719

Para deduzir: Campo 781

97
Perdas por Imparidade

➢ Perdas por imparidade em inventários (28.º do CIRC)

✓ São dedutíveis no apuramento do lucro tributável os ajustamentos em inventários reconhecidos no


período de tributação quando Valor Realizável Líquido < Custo de Aquisição ou de Produção.

✓ A reversão, parcial ou total, dos ajustamentos em inventários: concorre para a formação do lucro
tributável (28.º, n.º 3, do CIRC).

Nota: A conta que servirá de contrapartida aos ajustamentos e reversões é a própria conta de registo do inventário
(método direto).

Com os novos normativos contabilísticos, o regime fiscal dos inventários aproxima-se mais do tratamento
contabilístico.

Sempre que se verificar num período o registo contabilístico (conta 7622 do SNC) de reversões de ajustamentos em
inventários já tributados (incluídos no campo 718 do período em que foram reconhecidos), haverá que retirar essa
reversão (rendimento) do resultado líquido, deduzindo no campo 762 do Q07 o respetivo valor

98
Perdas por Imparidade

São dedutíveis no apuramento do lucro tributável os ajustamentos em inventários reconhecidos no período


de tributação até ao limite da diferença entre o custo de aquisição ou de produção dos inventários e o
respectivo valor realizável líquido (VRL) referido à da a do balanço, quando este for inferior àquele. O CIRC
(artigo 28, n.° 2) acolheu o conceito de VRL na NCRF 18, sendo então o preço de venda estimado no
decurso ordinário da atividade empresarial menos os custos estimados de acabamento necessários para
efetuar a venda.

Para este efeito, entende-se por VRL o preço de venda estimado no decurso normal da actividade do sujeito
passivo deduzido dos custos necessários de acabamento e venda.

Ajustamento fiscal: verificando-se que o ajustamento criado contabilisticamente é superior àquele que é
fiscalmente aceite, a correção fiscal é efectuada no campo 718 do Q 07.

99
Depreciações e Amortizações

➢ Regime das depreciações e amortizações: 29.º a 33.º do CIRC e Decreto Regulamentar n.º
25/2009, 14-09

➢ Por princípio, as depreciações e amortizações são aceites para efeitos fiscais: artigo 23.º, n.º 1,
alínea g) do CIRC. São aceites como gastos as depreciações e amortizações de elementos do
ativo sujeitos a deperecimento (ativos que, depois da sua entrada em funcionamento e com
carácter sistemático, sofram perdas resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo - art.
29.º, n.º 1 e 4 do CIRC), considerando -se como tais:
− Os ativos fixos tangíveis (p.e. imóveis, instalações, máquinas, veículos, etc.),

− Os ativos intangíveis (projetos de desenvolvimento, marcas, patentes, etc.). Nos termos do art. 16 do
DR n. 25/2009 os ativos intangíveis são amortizáveis quando sujeitos a deperecimento,
designadamente por terem uma vigência temporal limitada, sendo amortizáveis os seguintes ativos
intangíveis

100
Depreciações e Amortizações

➢ Datas consideradas para as depreciações e amortizações (1.º, 2, do Decreto Reg. n.º 25/2009):
✓ Ativos fixos tang. e a propriedades de investimento: a partir da sua entrada em funcionamento ou
utilização.

✓ Ativos biológicos não consumíveis: a partir da sua aquisição ou do início de atividade, se for posterior.

✓ Ativos intangíveis: a partir da sua aquisição ou do início de atividade, se for posterior, ou, ainda,
quando se trate de elementos associados à obtenção de rendimentos, a partir da sua utilização com
esse fim.

➢ Período considerado para as depreciações e amortizações de elementos do ativo – período de


vida útil (31.º, 5 do CIRC e 3.º do Decreto Regulamentar n.º 25/2009). Período durante o qual se
deprecia ou amortiza totalmente o seu valor (excluído o respetivo valor residual):
▪ Período mínimo de vida útil: o que decorre da aplicação da quota de depreciação ou amortização que
seja fiscalmente aceite.

▪ Período máximo de vida útil: o que decorre de quota igual a metade da referida anteriormente.

▪ Exceção: despesas com projetos de desenvolvimento – período máx. de vida útil: 5 anos.
101
Depreciações e Amortizações

➢ Depreciações e amortizações não dedutíveis para efeitos fiscais (34.º do CIRC):


✓ De elementos do ativo não sujeitos a deperecimento.

✓ De imóveis na parte correspondente ao valor dos terrenos ou não sujeita a deperecimento (10.º do
Decreto Regulamentar n.º 25/2009).

✓ Que excedam os limites legais.

✓ Praticadas para além do período máximo de vida útil (exceto as aceites pela AT).

✓ Das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, incluindo os veículos elétricos, na parte


correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente ao montante legalmente
definido (Portaria n.º 467/2010, de 7 de Julho), bem como dos barcos de recreio e aviões de turismo e
todos os gastos com estes relacionados, desde que tais bens não estejam afetos à exploração de
serviço público de transportes ou não se destinem a ser alugados no exercício da atividade normal do
sujeito passivo.

As depreciações e amortizações não aceites como gasto acrescem ao RLE (Q 07 – Campo 719)

102
Depreciações e Amortizações

➢ Valorimetria dos elementos depreciáveis ou amortizáveis

✓ O n.º 1 do art.º 31.º do CIRC e o art.º 2.º do DR n.º 25/2009 determinam que os elementos do
activo fixo devem ser valorizados do seguinte modo:
− Custo de aquisição, relativo aos elementos adquiridos a terceiros a título oneroso,
correspondendo ao respectivo preço de compra, acrescido dos gastos suportados até ao seu
funcionamento (ex: despesas de transporte, instalação e montagem);

− Custo de produção, relativo aos elementos fabricados ou construídos pela própria empresa,
correspondendo ao custo de aquisição das matérias-primas e de consumo e da mão-de-obra
directa adicionado de outros custos, assim como a parte dos custos indirectos respeitantes ao
período de fabricação ou construção que, de acordo com o sistema de custeio utilizado, lhe seja
atribuível.

− Valor resultante de reavaliação ao abrigo de legislação de carácter fiscal;

− Valor de mercado, à d ta de abertura da escrita, para os bens objecto de avaliação para esse
efeito (como acontece p. ex. no caso de realização da quota com bens em espécie), quando não
seja conhecido o custo d e aquisição ou de produção.
103
Depreciações e Amortizações

➢ Valorimetria dos elementos depreciáveis ou amortizáveis – cont.

✓ Em termos contabilísticos, dispõe o § 16 da NCRF 7 que os itens do ativo fixo tangível que
sejam classificados para reconhecimento como ativos devem ser mensurados pelo seu custo.

✓ Refere ainda o n.º 5 do art.º 2.º do DR 25/2009 que os custos de empréstimos obtidos
directamente atribuíveis à aquisição ou produção dos elementos depreciáveis constantes do
n.º 1 do art. 1.º do DR 25/20 09, na medida em que respeitem ao período anterior à sua
entrada em funcionamento ou utilização, desde que este seja superior a um ano, são de incluir
no custo de aquisição ou de produção.

✓ Devemos ainda ter em conta que o custo de aquisição ou de produção de verá ser acrescido
do valor do IVA caso este não seja dedutível nos termos dos art.ºs 19.º a 21.º do CIVA,
acrescendo assim ao valor d o próprio bem (n.º 4 do art.º 2.º do DR 25/2 009), conforme aliás
é definido para efeitos contabilísticos

104
Depreciações e Amortizações

➢ Valorimetria dos elementos depreciáveis ou amortizáveis – cont.

✓ Caso, pelo contrário, aquele IVA seja dedutível, uma vez que representa um encargo
recuperável para a empresa, não poderá ser adicionado ao custo do bem, sendo
contabilisticamente reflectido na conta “24332 – IVA dedutível”.

✓ Aquele custo do bem não pode ser influenciado por futuras regularizações, em particular no
caso das regularizações previstas no art.º 24.º do CIVA, ou mesmo nas regularizações anuais
do pro-rata.

➢ Elementos de reduzido valor (33.º do CIRC e 19.º do DR n.º 25/2009 ):

✓ Os elementos do ativo sujeitos a deperecimento cujo custo unitário não ultrapasse € 1.000 e
que não façam parte integrante de um conjunto de elementos que deva ser depreciado ou
amortizado como um todo, podem ser considerados como gasto num só período de tributação.

105
Depreciações e Amortizações

➢ Taxas de depreciação e amortização

✓ N.º 2 do art. 5.º do DR n.º 25/2009 (e n.º 5 do art. 31.º do CIRC): a taxa deve ser calculada
com base no período de utilidade esperada, o qual pode ser corrigido nos seguintes casos:
− Bens adquiridos em estado de uso;

− Bens avaliados para efeitos de abertura de escrita;

− Grandes reparações e beneficiações, considerando-se como tais as que aumentem o valor ou a


duração provável dos elementos a que respeitem (art. 5.º, n.º 5, al. a) do DR 25/2009);

− Obras em edifícios e em outras construções de propriedade alheia, considerando-se como tais as


que, não sendo de manutenção, reparação ou conservação, não dêem origem a elementos
removíveis ou, dando-o, estes percam então a sua função instrumental (art. 5.º, n.º 5, al. b) do DR
n.º25/2009).
Atenção! Caso seja conhecido o ano em que os bens adquiridos em estado de uso e os bens avaliados para
efeitos de abertura de escrita, entraram em funcionamento ou utilização, o período de utilidade esperada não
pode ser inferior à diferença entre o período mínimo de vida útil do mesmo elemento em estado de novo e o
número de anos de utilização já decorrido (n.º 4 do art. 5.º do DR).

106
Depreciações e Amortizações

➢ Métodos de cálculo das depreciações ou amortizações (30.º do CIRC):

O cálculo das depreciações e amort. do exercício far-se-á, em regra, pelo método das quotas
constantes/linha reta (art.º 30.º, n.º 1 do CIRC e art. 4.º, n.º 1 do DR 25/2009).

Porém, os SP poderão optar pelo método das quotas decrescentes (art. 30.º, n.º 2 do CIRC e art. 4,
n.º2 DR 25/2009), ou utilizar outros métodos, quando a natureza do deperecimento ou a actividade
económica da empresa o justifique e após reconhecimento prévio da AT (n.º 3 dos referidos art.).

107
Depreciações e Amortizações

➢ Métodos de cálculo das depreciações ou amortizações (30.º do CIRC) – cont.

− Método da linha reta (regra): aplicável a quaisquer elementos do ativo. Artigos 30.º e 31.º do CIRC e
artigo 4.º, n.º 5 do DR n.º 25/2009.

− Método das quotas decrescentes (opção). Artigos 30.º, n.º 2 e 31.º, n.º 4 do CIRC e artigos 4.º, n.º
2 e 6.º do DR n.º 25/2009. :aplicável a AFT que:
o Não tenham sido adquiridos em estado de uso;

o Não sejam edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, exceto quando afetas à exploração de
serviço público de transportes ou destinadas a ser alugadas no exercício da atividade normal do sujeito
passivo, mobiliário e equipamentos sociais.

− Aplicação de outros métodos (artigo 30.º, n.º 3 do CIRC): possível desde que resulte uma quota
anual de depreciação ou amortização ≤ à apurada pelos outros métodos.
o Se resultar uma quota anual de depreciação ou amortização > à apurada pelos outros métodos 
reconhecimento prévio da AT a requerimento dos SP.
108
Depreciações e Amortizações

➢ Métodos de cálculo das depreciações ou amortizações (30.º do CIRC) – cont.

Método da linha reta:

Determinação da quota anual de depreciação ou amortização fiscalmente aceite como gasto do período de
tributação - aplicação ao valor dos elementos do ativo (31.º, 1, do CIRC):

➢ Das taxas fixadas nas tabelas anexas ao Decreto Regulamentar n.º 25/2009:
✓ Taxas específicas (tabela I): para os elementos do ativo dos correspondentes ramos de atividade.

✓ Taxas genéricas (tabela II): quando não estejam fixadas taxas específicas.

➢ Das taxas calculadas com base no período de utilidade esperada nos seguintes casos (5.º, 2 e 3, do
Decreto Regulamentar n.º 25/2009):
✓ Elementos para que não se encontrem fixadas taxas de depreciação ou amortização  aceitação pela AT (31.º, 3, do
CIRC).

✓ Bens adquiridos em estado de uso e bens avaliados para efeitos de abertura de escrita.

✓ Grandes reparações e beneficiações.

✓ Operações que aumentem o valor ou a duração provável dos elementos a que respeitem.

✓ Obras em edifícios e em outras construções de propriedade alheia.


109
Depreciações e Amortizações

➢ Métodos de cálculo das depreciações ou amortizações (30.º do CIRC) – cont.

Método das quotas decrescentes (31.º n.º 3):

Determinação da quota anual de depreciação ou amortização fiscalmente aceite como gasto do período de
tributação - aplicação ao valor dos elementos do ativo, que ainda não tenham sido depreciados, das taxas de
depreciação referidas a propósito do método das quotas constantes, corrigidas pelos seguintes coeficientes
máximos:

➢ Período de vida útil do elemento < a 5 anos: 1,5.

➢ Período de vida útil do elemento = a 5 ou 6 anos: 2.

➢ Período de vida útil do elemento > a 6 anos: 2,5.

Correção do método das quotas decrescentes (6.º, 2, do Decreto Regulamentar n.º 25/2009):

Quando a quota anual de depreciação for < à que resulta da divisão do valor pendente de depreciação pelo
número de anos de vida útil que restam ao elemento  é aceite como gasto, até ao termo dessa vida útil,
uma depreciação de valor correspondente ao quociente daquela divisão.
110
Depreciações e Amortizações

➢ Métodos de cálculo das depreciações ou amortizações (30.º do CIRC) – cont.

Método das quotas decrescentes (31.º n.º 3) – cont.

O método das quotas decrescentes só pode, no entanto, ser utilizado em bens do activo fixo tangível novos,
adquiridos a terceiros ou construídos ou produzidos pela própria empresa e desde que não sejam:
➢ Edifícios;

➢ Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, excepto quando afectas à exploração de serviço público de
transportes ou destinadas a ser alugadas no exercício da actividade normal do sujeito passivo;

➢ Mobiliário e equipamentos sociais.

O SP pode variar a sua quota de amortização entre a taxa máxima, prevista no DR 25/2009, e a taxa mínima (metade da
taxa máxima). Se ultrapassar os limites estará perante quotas excessivas ou quotas perdidas respectivamente (as quotas
perdidas correspondem à diferença positiva entre a quota mínima de depreciação ou amortização e a quota
efectivamente praticada (abaixo daquela quota mínima)). O excesso não será considerado como gasto para efeitos fiscais
(art.º 34.º, n.º 1, al. c) e art.º 31.º n.º 1, ambos do CIRC). Esta quota excessiva originará uma correcção fiscal positiva no
campo 719 do Q 07 da Mod. 22 no próprio período em que ocorre a contabilização acima da quota máxima.

111
Depreciações e Amortizações

➢ Métodos de cálculo das depreciações ou amortizações (30.º do CIRC) – cont.


Ex. de aplicação do método das quotas decrescentes:

Valor de aquisição em N: 20 000 €

Taxa de depreciação: 20%

Período de vida útil: 5 anos. Taxa corrigida: 40% (20% x 2)

Ano Valor por Taxa corrigida Quota anual Quota Valor líquido
amortizar (€) (%) (€) acumulada (€)
(€)
N 20.000 40 8.000 8.000 12.000
N+1 12.000 40 4.800 12.800 7.200
N+2 7.200 40 2.880 15.680 4.320
N+3 4.320 40 2.160 17.840 2160
N+4 2.160 40 2.160 20.000 0

A partir de N-1 é aceite como gasto uma depreciação de valor correspondente ao que resulta da divisão do valor
pendente de depreciação pelo número de anos de vida útil (4 320 € / 2 = 2 160 €) porque > à quota anual de
depreciação (4 320 € x 40% = 1 728 €)
112
Depreciações e Amortizações

➢ Ajustamentos extracontabilísticos: Ajustamentos extracontabilísticos para efeitos de


apuramento do resultado fiscal, ao nível dos seguintes campos da declaração de rendimentos
Modelo 22: 719 (acréscimo), 720 (acréscimo), 754 (dedução) e 763 (dedução).

➢ Depreciações e amortizações por duodécimos (prevista nos n.ºs 7 e 8 do art.º 31.º do CIRC e
no art.º 7.º do DR 25/2009)

➢ Taxa de depreciação ou amortização no ano de início de funcionamento ou utilização dos


elementos (opção):
✓ Aplicação da taxa anual correspondente ao número de meses contados desde o mês de entrada
em funcionamento ou utilização dos elementos - por duodécimos (31.º, 7, do CIRC).

✓ No ano em que se verificar a transmissão, a inutilização ou o termo de vida útil dos mesmos
elementos só são aceites depreciações e amortizações correspondentes ao número de meses
decorridos até ao mês anterior ao da verificação desses eventos (31.º, 8, do CIRC).

113
Depreciações e Amortizações

➢ O regime dos duodécimos ("quotas mensais") permite que em determinados exercícios se


pratiquem quotas de depreciação ou amortização correspondentes a frações do período de
tributação, que, em regra, é anual, conforme artigo 8 do CIRC.

Em termos de expressão algébrica, o regime de duodécimos pode ser representado do seguinte


modo:

DUA : VA x t x n.º meses

12

DUA = Depreciação ou amortização

VA = Valor de aquisição

T = Taxa anual de depreciação (quotas constantes ou degressivas)

N= número de meses em que o ativo esteve em funcionamento num determinado ano.

114
Depreciações e Amortizações

115
Depreciações e Amortizações

➢ Depreciações aceleradas - Regime intensivo de utilização dos activos depreciáveis

✓ Nos termos do art.º 9.º do DR 25/2009, quando os elementos do activo fixo estiverem sujeitos
a um desgaste mais rápido que o normal, em consequência de laboração em mais do que um
turno, a quota de depreciação pode ser acrescida em:
▪ Até 25% se a laboração for em 2 turnos

▪ Até 50% se a laboração for superior a 2 turnos

✓ De acordo com o n.º 4 do mesmo artigo este acréscimo não é aplicável a edifícios e outras
construções assim como a bens que, pela sua natureza ou tendo em conta a actividade
económica em que especificamente são utilizados, estão normalmente sujeitos a condições
intensivas de exploração.

✓ No Método das Quotas Decrescentes, o acréscimo não se aplica no 1º ano de depreciação


nem pode decorrer, nos períodos seguintes, uma quota de depreciação superior à que puder
ser praticada nesse primeiro período (n.º 2 do art.º 9.º do DR 25/2009).
116
Depreciações e Amortizações

➢ Depreciações de imóveis (artigo 34.º, n.º 1, alínea b) do CIRC e artigo 10.º do DR 25/2009)

✓ De acordo com o art. 10.º do DR 25/2009, os terrenos são bens que, por regra, não se
consideram sujeitos a deperecimento e, como tal, a depreciação correspondente não é aceite
fiscalmente.

✓ Caso se verifique a aquisição de imóveis sem indicação expressa do valor do terreno, o valor a
atribuir a este, para efeitos fiscais, é fixado em 25% do valor global, a menos que o sujeito
passivo estime outro valor com base e m cálculos devidamente fundamentados e aceites pela
AT.

✓ O valor a atribuir ao terreno, para efeitos fiscais, nunca pode, porém, ser inferior ao
determinado nos termos do CIMI (valor patrimonial tributário – VPT).

✓ No que toca aos imóveis construídos, o valor depreciável corresponde ao seu valor de
construção.

117
Depreciações e Amortizações

➢ Depreciações de viaturas ligeiras de passageiras ou mistas (Portaria n.º 467/2010, de 7 de


Julho, alterada pela Lei nº 82-D/2014 de 31-12-2014):

✓ Adquiridas no período de tributação iniciado em 1/Jan/2010 ou após essa data: 40.000 €

✓ Adquiridas no período de tributação iniciado em 1/Jan/2011 ou após essa data:


• Veículos movidos exclusivamente a energia elétrica: 45.000 €

• Outros: 30.000 €.

✓ Adquiridas nos períodos de tributação que se iniciem entre 1/Jan/2012 e 31/Dez/ 2014:
• Veículos movidos exclusivamente a energia elétrica: 50.000 €.

• Outros: 25.000 €.

✓ Adquiridas no período de tributação iniciado em 1/01/2015 ou após essa data:


• Veículos movidos exclusivamente a energia elétrica: 62.500 €.

• Veículos híbridos plug-in: 50 000 € .

• Veículos movidos a gases de petróleo liquefeito ou gás natural veicular: 37.500 €.

• Outros: 25.000 €
118
Depreciações e Amortizações

➢ Depreciações de bens reavaliados

✓ Nos termos do n.º 2 do art. 15.º do DR 25/2009, quanto às reavaliações realizadas o abrigo de
diplomas de carácter fiscal, é de observar o seguinte:
▪ Não é aceite como gasto, para efeitos fiscais, o produto de 0,4 pela importância do aumento das
depreciações resultantes dessas reavaliações.

▪ Não é aceite como gasto, para efeitos fiscais, a parte do valor depreciável dos bens que tenham
sofrido desvalorizações excepcionais nos termos do artigo 31.º-B do CIRC que corresponda à
reavaliação efectuada.

▪ Não estão abrangidos por este regime as reavaliações efectuadas ao abrigo da Portaria n.º 20258,
de 28 de Dezembro de 1963, e do Decreto-Lei n.º 126/77, de 2 de Abril, desde que efectuadas nos
termos previstos nessa legislação e, na parte aplicável, com observância das disposições do
presente decreto regulamentar, caso em que o aumento das depreciações resultante da reavaliação
é aceite na totalidade como gasto para efeitos fiscais.

✓ Assim, no caso de reavaliações livres, não é aceite na totalidade o aumento das depreciações
anuais resultantes da reavaliação.
119
Depreciações e Amortizações

➢ Amortizações de ativos intangíveis (artigos 16.º e 17.º do DR 25/2009 e artigo 32.º do CIRC)

✓ Segundo o art. 16.º do DR 25/2009 apenas se consideram amortizáveis, para efeitos, fiscais,
os ativos intangíveis sujeitos a deperecimento, designadamente por terem uma vigência
temporal limitada: .

✓ De acordo com o n.º 2 daquele artigo, consideram-se, assim, amortizáveis os seguintes ativos
intangíveis:
▪ Despesas com projetos de desenvolvimento (32.º do CIRC): as despesas com projetos de
desenvolvimento podem ser consideradas como gasto fiscal no período de tributação em que
sejam suportadas (exceto se tais projetos forem efetuados para terceiros mediante contrato).
Despesas realizadas pelo SP através da exploração de resultados de trabalhos da investigação ou
de outros conhecimentos científicos ou técnicos com vista à descoberta ou à melhoria substancial
de matérias-primas, produtos, serviços ou processos de produção;

▪ Elementos da propriedade industrial, tais como patentes, marcas, alvarás, processos de produção,
modelos ou outros direitos assimilados, adquiridos a titule oneroso e cuja utilização exclusiva seja
reconhecida por um período limitado de tempo.
120
Depreciações e Amortizações

➢ Amortizações de ativos intangíveis (artigos 16.º e 17.º do DR 25/2009 e artigo 32.º do CIRC)
– cont.

✓ Pelo contrário, o n.º 3 do mesmo artigo estabelece que, salvo em caso de deperecimento
efetivo devidamente comprovado, reconhecido pela AT, não são amortizáveis:
▪ Trespasses (Goodwill) (§ 35 da NCRF 14);

▪ Elementos da propriedade industrial, tais como patentes, marcas, alvarás, processos de produção,
modelos ou outros direitos assimilados, quando não verificadas as condições referida s na al. b) do
n.º 2 do mesmo artigo, ou seja, quando não adquiridos a título oneroso e quando não se verifique
a sua utilização exclusiva por um período limitado de tempo.

Exemplo

Uma empresa adquiriu uma licença para operar no mercado de telecomunicações, pelo preço de
10.000.000, por um período de 10 anos.

A amortização fiscalmente aceite ascende a 1.000.000 ao ano, nos termos do art 16 do DR 25/2009, e
das anotações ao Cód 2475 da Tabela II (taxas genéricas) anexa ao mesmo DR.

121
Depreciações e Amortizações

➢ Grandes reparações e beneficiações

De acordo com o artigo 5, n.º 5, do DR n. 25/2009, para efeitos de depreciação e amortização,


consideram-se grandes reparações e beneficiações, as que aumentem o valor real ou a duração
provável dos elementos a que respeitem. Também o artigo 31, n.º 6 do CIRC define que para as
grandes reparações e beneficiações de elementos de ativo sujeitos a deperecimento, as
correspondentes taxas de reintegração são calculadas, pelo método das quotas constantes, com
base no período de utilidade esperada.

Exemplo

A ALUGA, SA recuperou totalmente um veículo de coleção, tendo para o efeito suportado gastos no montante
de 20.000.

Esse veículo é alugado para cerimónias várias, esperando que o mesmo tenha utilidade para esse fim nos
próximos 4 períodos.

A depreciação anual a praticar deverá ascender a 5.000.

122
Depreciações e Amortizações

➢ Bens adquiridos em estado de uso

Nos termos do art. 5, n.º 2, do DR n.º 25/2009, relativamente aos bens adquiridos em estado de uso,
as taxas de depreciação e amortização são calculadas com base no correspondente período de
utilidade esperada, o qual pode ser corrigido quando se considere que é inferior ao que
objetivamente deveria ser estimado. Contudo, nos termos do art. 5, n. 4, do DR n 25/2009, este
período de utilidade esperada não pode ser inferior à diferença entre o período mínimo de vida útil do
mesmo elemento em estado de novo e o número de anos de utilização já decorrido, nos casos em
que se conheça o ano em que pela primeira vez entrou em funcionamento.

123
Depreciações e Amortizações

➢ Quotas mínimas

✓ Variação das quotas de depreciação ou amortização - de acordo com o regime mais ou menos
intensivo ou com outras condições de utilização dos elementos a que respeitam (31.º- A do
CIRC):

✓ Quotas mínimas de depreciação ou amortização:


▪ Calculadas com base em taxas iguais a metade das fixadas segundo o método das quotas
constantes. Exceção: possibilidade de quotas inferiores na sequência de autorização da AT, a
requerimento fundamentado do SP.

▪ Sempre que num período de tributação não sejam utilizadas quotas de depreciação ou
amortização ou sejam utilizadas em valor inferior ao da quota mínima, não poderão os montantes
correspondentes à quota mínima ser deduzidos para efeitos de determinação do lucro tributável de
outros períodos de tributação.

124
Depreciações e Amortizações

➢ Quotas mínimas – cont.

✓ Quando se contabilize uma quota de depreciação inferior à quota mínima - taxa igual a metade
da taxa fixada no DR n.º 25/2009 - a diferença positiva entre a quota mínima e a contabilizada
não poderá ser deduzida para efeitos de apuramento do resultado fiscal de outros períodos de
tributação. Podem assim ser autorizadas quotas fiscais inferiores às mínimas, quotas perdidas.

✓ Existe a possibilidade de a diferença entre a quota contabilizada e as quotas mínimas não


representar um gasto irrecuperável em termos fiscais, sucedendo tal quando exista
autorização concedida pela AT para utilização de quotas inferiores às mínimas, na sequência
de requerimento devidamente fundamentado, nos termos do art. 18, n. 2, do DR n. 25/2009, in
fine.

125
Provisões

Nos termos da NCRF 21, uma provisão representa um passivo cujo valor ou data de liquidação é
incerta. As provisões distinguem-se de outros passivos, como dívidas a pagar a fornecedores e
remunerações a liquidar, uma vez que têm inerente a incerteza quanto ao valor e data de liquidação.

Uma provisão só pode ser reconhecida se cumprir, cumulativamente, três condições:

✓ Obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado de um acontecimento passado;

✓ For provável que a saída de recursos, incorporando benefícios económicos, será exigida para
liquidar a obrigação; e

✓ Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

126
Provisões

Pelo reconhecimento da provisão efetua-se o seguinte movimento contabilístico:

127
Provisões

Caso se verifique a contabilização de provisões que não tenham enquadramento fiscal à luz do art.
39.º do CIRC, o seu valor deve ser objecto de correção fiscal positiva a relevar no campo 721.

128
Provisões

➢ Provisões (passivos) fiscalmente dedutíveis (39.º do CIRC):

As destinadas a fazer face a:


✓ Obrigações e encargos derivados de processos judiciais em curso, quando essas obrigações e
encargos possam ser consideradas como um gasto dedutível para efeitos fiscais

✓ Encargos com garantias a clientes previstas em contratos de venda e de prestação de serviços.


Montante anual da provisão (n.º 5):

V e PS garantidas X Custos das garantias nos últimos 3 anos

V e PS garantidas nos últimos 3 anos

129
Provisões

➢ Provisões (passivos) fiscalmente dedutíveis (39.º do CIRC) – cont.

As destinadas a fazer face a: (cont.)


✓ Encargos com garantias a clientes previstas em contratos de venda e de prestação de serviços
(cont.)
Exemplo: Empresa que comercializa eletrodomésticos.

Em N: Provisão para garantias a clientes contabilizada: 10 000 €

Vendas: 180 000 €

Efeitos fiscais na determinação do lucro tributável em N?

Resolução:

Provisão contabilizada: 10 000 €

Provisão fiscalmente aceite:

15 000 € / 300 000 € = 5%

180 000 € x 5% = 9 000 €

Correção: 1 000 € a acrescer no Q 07 (Campo 721).

130
Provisões

➢ Provisões (passivos) fiscalmente dedutíveis (39.º do CIRC) – cont.

As destinadas a fazer face a: (cont.)


✓ As provisões técnicas constituídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas pelo Instituto de
Seguros de Portugal.

✓ As destinadas a fazer face aos encargos com a reparação dos danos de caráter ambiental dos locais
afetos à exploração, sempre que tal seja obrigatório e após a cessação desta, nos termos da
legislação aplicável (40.º do CIRC).

Reversão da Provisão
A parte da provisão que não deva subsistir por não se terem verificado os eventos a que se reportam e as
que forem utilizadas para fins diversos dos que se encontram previstos no art. 39.º do CIRC é
considerada rendimento do respectivo período de tributação (cf. n.º 4 do referido artigo). Quando a
reversão da provisão incluir uma parte que foi tributada, deve, em primeiro lugar, ser considerada a
provisão que anteriormente foi tributada, dando lugar à dedução deste montante no quadro 07 da
declaração modelo 22.

131
Créditos Incobráveis

Os créditos incobráveis podem ser diretamente considerados gastos ou perdas do período de


tributação - requisitos previstos no art. 41.º do CIRC:

❖ Não tenha sido admitida a perda por imparidade ou esta se mostre insuficiente, e

❖ Resultem de:
✓ Processo de execução.

✓ Processo de insolvência.

✓ Processo especial de revitalização.

✓ Decisão de tribunal arbitral relativa à prestação de serviços públicos essenciais

✓ Os créditos se encontrem prescritos e o seu valor não ultrapassa o montante de 750 euros (nos
termos do regime jurídico da prestação de serviços públicos essenciais)

✓ Quando for celebrado e depositado na Conservatória do Registo Comercial acordo sujeito ao Regime
Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE) que cumpra com o disposto no n.º 3 do artigo 27.º
desse regime e do qual resulte o não pagamento definitivo do crédito

132
Créditos Incobráveis

São portanto gastos certos, ao contrário dos créditos de cobrança duvidosa que são gastos
potenciais e para os quais é admitida a constituição de perda por imparidade nos termos do art.º
28.º-A.

Quando se verifique a não aceitação fiscal do gasto relativo a créditos incobráveis, a parte não
aceite deve ser mencionada no campo 722 do Q07.

133
Realizações de Utilidade Social

O artigo 43.º do CIRC prevê a dedutibilidade fiscal das despesas incorridas pelas empresas com
realizações de utilidade social (designadamente em benefício dos seus empregados, reformados
ou no ativo, e respetivos familiares). Estas realizações incluem:

• Manutenção facultativa de creches, lactários, jardins de infância, cantinas, bibliotecas e escolas,


incluindo depreciações ou amortizações e rendas de imóveis, ou outras realizações sociais
reconhecidas pela AT feitas em benefício do pessoal ou dos reformados da empresa e respetivos
familiares (de carácter geral e não revistam a natureza de rendimentos do trabalho dependente).

• Seguros de doença, acidentes pessoais, vida, fundos de pensões ou quaisquer regimes


complementares de segurança social, que garantam, exclusivamente, o benefício de reforma,
pré-reforma, complemento de reforma, benefícios de saúde pós-emprego, invalidez ou
sobrevivência a favor dos trabalhadores da empresa.

• Contratos de seguros de doença ou saúde em benefício dos trabalhadores, reformados ou


respetivos familiares.

134
Realizações de Utilidade Social

Quanto aos gastos relativos à manutenção facultativa de creches, lactários e jardins de infância em
benefício do pessoal da empresa, seus familiares ou outros, os gastos:

• São aceites na totalidade (art. 43.º n.º 1 do CIRC); e

• São ainda majorados em 140% (art. 43.º, n.º 1 do CIRC). Sendo esta majoração considerada
como benefício fiscal, será incluída no campo 774 do Q07, e explicitada no Anexo D da própria
modelo 22.

Exemplo: Uma sociedade escriturou durante o ano n gastos relativos à manutenção de uma
creche frequentada pelos filhos dos seus empregados, no montante de 50.000. Esta verba será
considerada um gasto fiscal na sua totalidade e ainda será deduzido, nos termos do art. 43, n.º 9,
ao resultado liquido, a quantia de 20.000 (40% x 50.000), ao nível do Cpo 774 – Benef. fiscais do
Q.07.

135
Realizações de Utilidade Social

Quanto aos gastos relativos a seguros de doença, acidentes pessoais, vida, fundos de pensões, ou a
quaisquer regimes complementares de segurança social, que garantam, exclusivamente, o benefício de
reforma, pré-reforma, complemento de reforma, benefícios de saúde pós-emprego, invalidez ou
sobrevivência a favor dos trabalhadores da empresa / seguros de doença ou saúde em benefício dos
trabalhadores, reformados ou respetivos familiares:

• Quando constituam rendimentos de trabalho dependente (ou seja, constituam direitos adquiridos e
individualizados para o trabalhador, isto é, não dependem da manutenção do vínculo laboral) - 2.º, 3, b),
3, do CIRS:

 Dedução total dos gastos (23.º, 1, d), do CIRC).

• Quando não constituam rendimentos de trabalho dependente (ou seja, tenham caráter geral):

 Dedução dos gastos até ao limite de 15% das despesas com o pessoal escrituradas a título de
remunerações, ordenados ou salários respeitantes ao período de tributação - 25% se os
trabalhadores não tiverem direito a pensões da segurança social (43.º, 2 e 3, do CIRC)

 Diversos requisitos (art. 43.º, n.º 4 a 9, do CIRC).

136
Quotizações

Regra: Nos termos do art. 44.º do CIRC, o total das quotizações pagas pelos associados a favor das
associações empresariais em conformidade com os estatutos é considerado gasto do período de
tributação, para efeitos da determinação do lucro tributável, em 150%.

Limite: 2‰ (0,002%) do volume de negócios.

137
Benefícios Fiscais

Conceito: Medidas de caráter excecional criadas para tutela de interesses públicos extra-fiscais
relevantes, que sejam superiores ao da própria tributação (2º EBF).

Declaração: O montante relativo a cada benefício deve ser discriminado no Q. 04 - Deduções ao


rendimento, do Anexo D da Modelo 22.

Divulgação: A AT deve, até ao fim do mês de Setembro de cada ano, divulgar os SP de IRC que
utilizaram benefícios fiscais, individualizando o tipo e o montante do benefício (15º - A EBF).

138
Benefícios Fiscais

Exemplos:
➢ Algumas matérias já analisadas, tal como as isenções de IRC, a majoração de quotizações empresariais,
a majoração dos gastos relativos a creches, lactários e jardins-de-infância…

➢ Fundos de pensões e equiparáveis (16º EBF) – isentos de IRC os respetivos rendimentos.

➢ Majoração aplicada aos gastos suportados com a aquisição, em território português, de combustíveis
para abastecimento de veículos (Art. 70, n.º 4 do EBF).

➢ Transporte rodoviário de passageiros e de mercadorias (59.º-A, EBF): majoração de gastos suportados


com a aquisição, em território português, de eletricidade (30%), GNV (20%) e GPL (20%) para utilização
em determinados veículos.

➢ Car-sharing e bike-sharing (59.º- B, EBF): majoração de gastos suportados com sistemas de car-sharing
(10%) e bike-sharing (40%).

➢ Donativos (61.º EBF)

➢ Cooperativas (66.º-A do RBF)

➢ Benefícios Fiscais ao Investimento Produtivo

139
Benefícios Fiscais

No que respeita concretamente aos donativos (61.º do EBF), tratam-se de entregas em dinheiro ou
em espécie, que configurem obrigações de caráter pecuniário ou comercial, concedidos sem
contrapartidas a determinadas entidades públicas ou privadas, cuja atividade consista
predominantemente na realização de iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva ou
educacional.

A dedução dos donativos para efeitos da determinação do lucro tributável das empresas (62.º do
EBF) encontra-se sujeita a diversos requisitos, majorações e limites.
✓ Donativos ao Estado e outra entidades (p.e. Reg. Aut. e Aut. Locais) - 62.º, 1 e 2, do EBF: considerados
gastos no período de tributação com majorações variáveis (20%, 30% ou 40%) em função dos fins a que
se destinam.

✓ Mecenato social (p.e. IPSS e ONG) - 62.º, 3 e 4, do EBF: considerados gastos no período de tributação
em 130% ou 140%.

Limite: 8% do volume de negócios.

140
Benefícios Fiscais

Dedução dos donativos – cont.


✓ Mecenato familiar (p.e. apoio a mães solteiras ou crianças abandonadas) - 62.º, 5, do EBF):
considerados gastos no período de tributação em 150%.

Limite: 8% do volume de negócios.

✓ Mecenato cultural, ambiental, científico ou tecnológico, desportivo e educacional (p.e. museus,


bibliotecas e instituições de ensino) - 62.º, 6 e 7, do EBF: considerados gastos no período de tributação
em 120%, 130% ou 140%. Limite: 6% do volume de negócios.

✓ Donativos a organismos associativos - 62.º, 8, do EBF - importâncias atribuídas pelos associados aos
respetivos organismos associativos : considerados gastos no período de tributação. Limite: 1% do
volume de negócios.

✓ Mecenato científico (62.º-A do EBF:) e mecenato cultural (62.º-B do EBF)

Alerta-se ainda para a importância de cumprir os requisitos previstos no artigo 66.º do


EBF para aproveitamento do benefício fiscal

141
Benefícios Fiscais

Destaca-se ainda a importância dos benefícios fiscais previstos no Código Fiscal do


Investimento (Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de outubro): concessão de benefícios fiscais para
projetos de investimento que reúnam determinadas condições, consideradas relevantes para a
economia nacional - Código Fiscal do Investimento – estabelece:

✓ O regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo;

✓ O Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI);

✓ O sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial II (SIFIDE II); e

✓ O regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR).

142
Mais-Valias e Menos-Valias (46.º a 48.º do CIRC)

➢ Enquadramento:
• Mais-valias: rendimentos (20.º, 1, h), do CIRC).

• Menos valias: gastos (23.º, 1, l, do CIRC).

➢ Situações suscetíveis de gerar mais-valias ou menos-valias para efeitos fiscais (46.º, 1, do CIRC):
• Transmissão onerosa de ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, ativos biológicos que não sejam
consumíveis, propriedades de investimento e instrumentos financeiros.

• Sinistros verificados em elementos do ativo.

• Afetação permanente de elementos do ativo a fins alheios à atividade exercida.

143
Mais-Valias e Menos-Valias

➢ Apuramento (46.º, 2, do CIRC):


As mais-valias e as menos-valias fiscais são obtidas deduzindo ao valor de realização, líquido dos
respetivos encargos, o valor de aquisição deduzido das depreciações e amortizações aceites
fiscalmente, das perdas por imparidade e outros gastos determinados, sendo o valor de aquisição
atualizado mediante a aplicação dos coeficientes de desvalorização da moeda (47.º do CIRC e Portaria
n.º 253/2022, de 20 de outubro) :

MVF/mvf = VR – Enc. – [(VA – PI - AA) x Coef]

VR: Valor de realização (46.º, 3, do CIRC):

• Regra: valor da contraprestação obtida.

• Na alienação de bens imóveis: não pode ser < ao VPT – artigo 64.º do CIRC

Enc.: Encargos inerentes à alienação

VA: Valor de aquisição

PI: Perdas por imparidade

AA.: Deprec. ou amort. acumuladas fiscalmente aceites (excluindo-se as quotas perdidas que tenham existido)

Coef: Coeficiente de desvalorização da moeda.


144
Mais-Valias e Menos-Valias

Para efeitos fiscais, o valor da mais ou menos-valia pode, ou não, coincidir com a mais ou menos–
valia contabilística.

A forma de apurar a mais-valia/menos-valia contabilística é feita a partir da seguinte fórmula:

MVc / mvc = VR – [(VA ou VAR) – (DAA/DAAR)]

Em que:
MVc/mvc..... Mais-valia cont. /menos-valia contabilística

VR .............. Valor de realização

VA…….…... Valor de aquisição

VAR............ Valor de Aquisição revalorizado

DAA............Depreciações/amortizações acumuladas contabilizadas

DAAR…… Depreciações/amortizações acumuladas revaloriza das contabilizadas

145
Mais-Valias e Menos-Valias

As diferenças que distinguem as mais (menos)-valias fiscais das contabilísticas poderão


resultar de:
(1)Em termos fiscais é possível deduzir os encargos inerentes à alienação do bem do activo, tais como encargos relaciona dos
com a sua instalação e montagem, no caso de activos fixos tangíveis, ou mesmo encargos relacionados a alienação de
participações sociais.

(2)As mais-valias realizadas (fiscais) que relevam em sede de IRC não coincidem, em regra, com as mais-valias
contabilísticas, designadamente em caso de reavaliação do activo, dado que, enquanto aquelas são determinadas em função
do valor de aquisição, estas têm como base este valor reavaliado diferente.

(3) As depreciações/amortizações contabilizadas nem sempre coincidem com as fiscalmente aceites: desde logo, caso tenham
existido reavaliações, fiscalmente as depreciações/amortizações reportam-se ao valor de aquisição não coincidindo, havendo
reavaliação, com as contabilizadas, não relevando o facto de terem excedido os limites legais; por outro lado, existindo quotas
excessivas, o excesso não é aceite fiscalmente; e, por último, outro diferença é o facto de que as depreciações/amortizações a
ter em conta na determinação da mais(menos)-valia realizada ter por limite mínimo o correspondente à própria quota mínima,
tal como nos refere o n.º 2 do art.º 46.º.

(4) Finalmente, tendo em vista transportar o valor contabilístico (VA- DAA) do bem para o mesmo momento do valor de
realização, e em virtude do facto do CIRC apelar ao princípio do custo histórico e menosprezar qualquer reavaliação, houve
necessidade de aplicar àquele valor contabilistico um coeficiente de desvalorização monetária, sempre que tenham decorrido
pelo menos 2 anos desde a aquisição do bem.
146
Mais-Valias e Menos.Valias

Ajustamentos relativos às mais e menos valias contabilísticas

As mais e as menos valias contabilísticas não relevam para efeitos fiscais, razão pela qual as mais-valias
contabilísticas são abatidas no quadro de apuramento do lucro tributável e as menos-valias contabilísticas
são acrescidas no referido quadro, dado que já influenciaram os resultados aquando do seu apuramento:

✓ Campo 767 e 768: dedução das menos-valias contabilísticas

✓ Campo 736: acréscimo das menos-valias contabilísticas

➢ Sempre que o resultado líquido do período estiver a ser influenciado negativamente por uma menos-valia
contabilística, ou seja, por uma perda resultante da alienação de investimentos financeiros ou não
financeiros, há a necessidade de a expurgar, efetuando o seu acréscimo no Campo 736/Q.07.

➢ Sempre que o resultado líquido se encontrar afetado positivamente por uma mais-valia contabilística, isto
é, por um ganho derivado da alienação de investimentos financeiros ou não financeiros, há necessidade
de a expurgar, através da sua dedução no campo 767. Campo 767/Q.07.

147
Mais-Valias e Menos.Valias

Ajustamentos relativos às mais e menos valias fiscais


São consideradas como gastos as menos-valias fiscais realizadas (23.º, n.º 1, alínea l), a, do CIRC).

Concorrem para a determinação do resultado tributável as mais-valias fiscais realizadas (20.º, n.º 1, al. h),
do CIRC).

148
Mais-Valias e Menos.Valias

Reinvestimento do valor de realização (48.º do CIRC)


➢ Efeito: consideração de apenas 50% do saldo positivo entre as mais-valias e as menos-valias para
efeitos da determinação do lucro tributável (n.º 1).

➢ Condições:
✓ Relativas aos bens do ativo: ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis e ativos biológicos que não sejam
consumíveis, detidos por um período não inferior a um ano (ou em consequência de indemnizações por
sinistros ocorridos).

✓ O valor de realização seja reinvestido:

▪ Na aquisição, produção ou construção de ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis ou de ativos biológicos que não
sejam consumíveis.

▪ Não sejam bens adquiridos em estado de uso a sujeito passivo de IRS ou IRC com o qual existam relações
especiais.

▪ Sejam detidos por um período não inferior a um ano contado do final do período de tributação em que ocorra o
reinvestimento ou, se posterior, a realização. [Redação dada pela Lei n.º 2/2014, de 16 de janeiro]

149
Mais-Valias e Menos.Valias

Reinvestimento do valor de realização (48.º do CIRC) – cont.


➢ Prazo de reinvestimento: no período de tributação anterior ao da realização, no próprio período de
tributação ou até ao fim do segundo período de tributação seguinte (art. 48.º, n.º 1, al. a do CIRC).

➢ Declaração de intenção de realização do reinvestimento: através da IES (117.º, n.º 1, c), do CIRC)
relativa ao período de tributação em que a realização ocorre, comprovando na mesma e nas declarações
dos dois períodos de tributação seguintes os reinvestimentos efetuados (48.º, n.º 5, do CIRC).

➢ Reinvestimento parcial do valor de realização: aplicação proporcional do efeito do reinvestimento da


determinação do lucro tributável (48.º, n.º 2, do CIRC). No caso de se verificar apenas o reinvestimento
parcial do valor de realização, o disposto previsto no n.º 1 é aplicado à parte proporcional da diferença
entre as mais-valias e as menos-valias a que o mesmo se refere.

➢ Não concretização do reinvestimento (total ou parcial): se o reinvestimento não se operar até ao fim
do segundo período de tributação seguinte ao da realização, considera-se como rendimento desse
período de tributação, respectivamente, a diferença ou a parte proporcional do saldo positivo entre as
mais-valias e as menos-valias não incluído no lucro tributável, majorado em 15% (48.º, n.º 6, do CIRC).

150
Mais-Valias e Menos.Valias

Reinvestimento do valor de realização (48.º do CIRC) – cont.


➢ Não sendo mantidas na titularidade do adquirente, durante o período não inferior a um ano, as partes de
capital em que se concretizou o reinvestimento (excepto se a transmissão ocorrer no âmbito de uma
operação de fusão, cisão, entrada de activos ou permuta de acções a que se aplique o regime previsto n
artigo 74º), será igualmente aqui coloca da a parte não antes tributada, acrescida dos mesmos 15%.

151
Mais-Valias e Menos.Valias

Mudanças no modelo de valorização

Nos termos do art. 46, n.º 5, al. b), do CIRC, as mudanças no modelo de valorização relevantes para
efeitos fiscais nos termos do artigo 18, n.º 9, que decorram, designadamente, de reclassificação
contabilística ou de alteração nos pressupostos referidos na alínea a) do n.º 9 desse mesmo artigo,
são assimiladas a transmissões onerosas.

Esta mais-valia ou menos-valia resultante desta assimilação a transmissão só é apurada para efeitos
fiscais. Como não decorre de uma verdadeira transmissão onerosa, não pode beneficiar do regime
do reinvestimento previsto no artigo 48, implicando um tratamento autónomo, não tendo um
contributo para o apuramento da diferença entre as MV e mv.

Ajustamentos nos Campos 738 e 768

152
Mais-Valias e Menos-Valias

Mais-valias e menos-valias realizadas com a transmissão onerosa de partes sociais (51.º-C, do CIRC):
Não concorrem para a determinação do lucro tributável dos SP de IRC com sede ou direção efetiva em
território português – requisitos:

▪ Partes sociais detidas ininterruptamente durante o ano anterior à distribuição.

▪ O SP detenha direta ou direta e indiretamente uma participação não inferior a 10% do capital social ou
dos direitos de voto da entidade.

▪ O SP não seja abrangido pelo regime da transparência fiscal.

▪ A entidade cuja parte social é transmitida:

▪ Não tenha residência ou domicílio em país, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais
favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do governamental.

▪ Esteja sujeita e não isenta de IRC, a imposto especial de jogo ou a imposto natureza idêntica ou similar
ao IRC e a taxa legal aplicável à entidade não seja inferior a 60% da taxa de IRC.

Exceção: regime não aplicável às mais e menos-valias realizadas mediante transmissão onerosa de partes sociais quando
o valor dos bens imóveis ou dos direitos reais sobre bens imóveis situados em território português, com exceção dos bens
imóveis afetos a uma atividade de natureza agrícola, industrial ou comercial que não consista na compra e venda de bens
imóveis, represente, direta ou indiretamente, mais de 50% do ativo.

153
Eliminação da Dupla Tributação Económica

Existe dupla tributação económica quando os lucros são tributados e depois distribuídos aos
detentores de capital (pessoas singulares ou coletivas), ocorrendo nestes uma nova tributação
derivada daquela distribuição.

Neste contexto, é possível proceder a ajustamentos extracontabilísticos para efeitos de apuramento


do resultado fiscal, ao nível do campo 771 da declaração de rendimentos Modelo 22, se cumpridos
os requisitos previstos no art. 51.º do CIRC

154
Eliminação da Dupla Tributação Económica

Regime de dedução de lucros anteriormente tributados (51.ºdo CIRC):

➢ Efeito: dedução de rendimentos, incluídos na base tributável, correspondentes a lucros e


reservas distribuídos.
▪ Tributação da entidade geradora de rendimentos.

▪ “Isenção” da entidade sujeita a IRC beneficiária dos lucros, em função das participações sociais
detidas:

✓ Dispensa de retenção na fonte pela entidade distribuidora de lucros (97.º, 1, c), do CIRC).- em
princípio estariam sujeitos a retenção na fonte à taxa de 25% (94.º, n.º 4 CIRC).

✓ Dedução dos lucros recebidos pela entidade beneficiária.

155
Eliminação da Dupla Tributação Económica

Regime de dedução de lucros anteriormente tributados (51.ºdo CIRC) – cont.

➢ Requisitos ao nível das sociedades beneficiária dos lucros (51.º, 1, a), b) e c) do CIRC):
▪ Sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, cooperativas e empresas públicas.

▪ Sede ou direção efectiva em território português.

▪ Participação direta ou indireta no capital da sociedade que distribui os lucros:

✓ ≥ a 10%.

✓ Detenção da participação, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da colocação à


disposição dos lucros ou, se detida há menos tempo, desde que a participação seja mantida
durante o tempo necessário para completar aquele período.

▪ Não abrangida pelo regime da transparência fiscal (6.º do CIRC).

156
Eliminação da Dupla Tributação Económica

Regime de dedução de lucros anteriormente tributados (51.ºdo CIRC) – cont.

➢ Requisitos ao nível das sociedades distribuidoras dos lucros ou reservas (51.º, 1, d) e e) do


CIRC):
▪ Sujeitas e não isentas de IRC ou sujeitas a imposto especial de jogo (7.º do CIRC) ou sujeitas a um
imposto previsto na Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30/11 ou sujeita a um imposto de
natureza idêntica ou similar ao IRC, desde que a taxa de imposto não seja inferior a 60% a taxa de
IRC

▪ Não pode ser residente ou domiciliada num paraíso fiscal

157
Eliminação da Dupla Tributação Económica

Regime de dedução de lucros anteriormente tributados (51.ºdo CIRC) – cont.

➢ Termos da dedução ao lucro tributável dos lucros distribuídos:


▪ Verificação de todos os requisitos do regime → Dedução de 100% (51.º, 1, do CIRC).

▪ Período de detenção < a 1 ano:

✓ Correção da dedução (51.º- A, n.º 2, do CIRC).

✓ Regularização efetuada através do envio da declaração de substituição, no prazo de 60 dias a


contar da data da verificação do facto que a determinou (120.º, 8, do CIRC).

158
Correções ao valor de transmissão de direitos reais sobre bens imóveis (art. 64.º
do CIRC)

Princípio geral

Os alienantes e adquirentes de direitos reais sobre bens imóveis (e.g., direito de propriedade) devem
adotar valores normais de mercado que não podem ser inferiores aos VPT's definitivos, considerados
para efeitos de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT),
independentemente de existir ou não liquidação deste imposto, por força de isenção ou não sujeição
eventualmente aplicável (art. 64,º n.º 1 do CIRC)

Nestas transmissões, sempre que o valor constante do contrato seja inferior ao VPT definitivo do
imóvel, é este o valor a considerar para efeitos de determinação do IRC (art. 64.º n.º 2 e 3 do CIRC)

Ajustamentos na Modelo 22

Campo 745: Acréscimos

Campo 772: Deduções

159
Correções ao valor de transmissão de direitos reais sobre bens imóveis (art. 64.º
do CIRC)

Não obstante:

É possível afastar a presunção anteriormente referida nos termos do art. 139.º do CIRC, que regula o
procedimento através do qual se pretende demonstrar que o preço efetivamente praticado foi inferior
ao VPT, afastando-se a presunção legal aqui em apreço.

Para efeitos de controlo da liquidação, o SP alienante deve inscrever o montante do ajustamento na


Decl. Modelo 22 (campo 416 do Q. 11) nos casos em que tenha havido recurso ao procedimento a
que refere o art. 139 do CIRC.

160
Outros ajustamentos a referir

Imputação do lucro ou prejuízo de sociedades transparentes:

▪ Lucro: Acréscimo no Campo 709

▪ Prejuízo: Dedução no Campo 755

Imputação de rendimentos de entidades não residentes sujeitas a um regime fiscal


privilegiado – art. 66.º do CIRC

▪ Acréscimo - campo 747;

▪ Dedução - campo 775.

161
Prejuízos Fiscais (52.º do CIRC)

✓ Os PF apurados em determinado período de tributação são dedutíveis aos lucros tributáveis, havendo-
os, de um ou mais dos 5 períodos de tributação posteriores OU de um ou mais dos 12 períodos de
tributação posteriores, no caso das empresas abrangidas pelo DL n.º 372/2007 de 6/11.

✓ Limite: a dedução a efetuar em cada um dos períodos de tributação não pode exceder o montante
correspondente a 70% do respetivo LT, não ficando, porém, prejudicada a dedução da parte desses
prejuízos que não tenham sido deduzidos, nas mesmas condições e até ao final do respetivo período de
dedução.

✓ Exceções à dedução de prejuízos:


▪ Nos períodos de tributação em que tiver lugar o apuramento do LT com base em métodos indirectos, os PF não
são dedutíveis (n.º 3) → Não fica prejudicada a dedução, dentro do período indicado, dos PF que não tenham
sido anteriormente deduzidos.

▪ Quando o SP beneficie de isenção parcial e ou de redução de IRC, caso em que os PF relativos ao setor
isento ou com redução de taxa não podem ser deduzidos aos LT das restantes (n.º 5).

▪ Quando se verifique a alteração da titularidade de, pelo menos, 50% do capital social ou da maioria dos
direitos de voto (n.º 8).→ Exceto autorização do Ministro das Finanças.
162
Regime Simplificado de Tributação

163
Regime Simplificado de Tributação

➢ O regime simplificado de determinação da matéria coletável (86.º A e 86.º- B do CIRC) é um


regime por opção.

➢ Aplicação: SP residentes, não isentos nem sujeitos a um regime especial de tributação, que
exerçam a título principal uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola.

➢ Requisitos cumulativos:
• Período de tributação anterior: montante anual ilíquido de rendimentos não superior a €200.000 e total
de balanço relativo ≤ a € 500 000.

• SP não legalmente obrigados à revisão legal das contas.

• Capital social não detido em mais de 20%, direta ou indiretamente, por entidades que não preencham
algum dos requisitos. Exceção: sociedades de capital de risco ou investidores de capital de risco.

• Adoção do regime de normalização contabilística para microentidades (DL n.º 36.º-A/2011, de 09.03).

• Não renúncia à aplicação do regime nos 3 anos anteriores.

164
Regime Simplificado de Tributação

➢ Início de aplicação do regime - a opção pelo regime simplificado deve ser formalizada pelos
sujeitos passivos (118.º, 2 e 3, do CIRC):
• Na declaração de início de atividade, de acordo com o valor anualizado dos rendimentos estimados.

• Na declaração de alterações a apresentar até ao fim do 2.º mês do período de tributação no qual
pretendam iniciar a aplicação do regime simplificado de determinação da matéria coletável.

➢ Cessação de aplicação do regime (118.º, 4 a 6 do CIRC):


• Causas:
✓ Falta de verificação dos requisitos.

✓ Renúncia.

✓ Incumprimento de obrigações de emissão e comunicação de faturas (CIVA e 3.º, 1, do DL n.º 198/2012, de 24.08).

• Efeitos: reportam-se ao 1.º dia do período de tributação em que:


✓ Deixe de se verificar algum dos requisitos referidos nas alíneas a) a e) do n.º 1 do art.º 86.º- A do CIRC).

✓ Em que se verifique o incumprimento de obrigações de emissão e comunicação de faturas.

✓ Em que seja comunicada a renúncia à aplicação do regime simplificado.

165
Regime Simplificado de Tributação

➢ Determinação da matéria coletável - aplicação de coeficientes (86.º- B do CIRC:

• Vendas de mercadorias e produtos e prestações de serviços efetuadas no âmbito de atividades hoteleiras e


similares, restauração e bebidas e de atividades hoteleiras e similares, com exceção da atividade de
exploração de estabelecimentos de alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento: 0,04
(reduzido em 50% no período de tributação do início da atividade e 25% no período seguinte).

• Atividades profissionais (tabela a que se refere o art.º 151º do CIRS): 0,75.

• Restantes rendimentos de prestações de serviços e subsídios destinados à exploração: 0,10 (reduzido em


50% no período de tributação do início da atividade e 25% no período seguinte).

• Rendimentos exploração estabelecimentos de alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento:


0,35.

• Subsídios não destinados à exploração: 0,30.

✓ Subsídios relacionados com ativos não correntes (ativos depreciáveis ou amortizáveis): são considerados, após a
aplicação do coeficiente, pelo montante que proporcionalmente corresponder à quota mínima de depreciação ou
amort. ou, nos restantes casos, de acordo com as regras estabelecidos para os subsídios relacionados com ativos
não correntes (art. 22.º).

166
Regime Simplificado de Tributação

➢ Determinação da matéria coletável - aplicação de coeficientes (86.º- B do CIRC) – cont.

• Rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou utilização temporária da
propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida
no setor industrial, comercial ou científico, dos outros rendimentos de capitais, do resultado positivo de
rendimentos prediais, do saldo positivo das mais e menos-valias e dos restantes incrementos patrimoniais:
0,95

✓ Mais-valias e as menos-valias: valor de realização (líquido dos encargos inerentes) – (valor de aquisição deduzido
das perdas por imparidade e outras correções de valor, das depreciações ou amortizações que tenham sido
fiscalmente aceites e, no que respeita a ativos depreciáveis ou amortizáveis, das quotas mínimas de depreciação
ou amortização relativamente ao período em que seja aplicado este regime simplificado de determinação da
matéria coletável * atualizado mediante a aplicação dos coeficientes de desvalorização da moeda).

✓ Aplicação do regime do reinvestimento: não sendo concretizado até ao fim do 2.º período de tributação seguinte ao
da realização, acresce à matéria coletável desse período de tributação a diferença não tributada, majorada em
15%.

• Valor de aquisição dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito: 1,00.

167
168

A DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLETÁVEL


E DO LUCRO TRIBUTÁVEL DE OUTRAS
ENTIDADES
Entidades que não exercem, a título principal, uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola
169
Entidades que não exercem, a título principal, uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola

Nos termos do art. 15º n.º 1 al. b) do CIRC, a matéria coletável destas entidades determina-se da
seguinte forma:

MC = Rendimento global (53º CIRC) – Gastos comuns e outros (54º CIRC)


– Benefícios fiscais

Determinação do rendimento global (53.º do CIRC):


➢ Rendimento global: soma algébrica dos rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos
de IRS e dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito (3º, n.º 1, b), CIRC) – remissão para as
normas e o regime do IRS de determinação do rendimento tributável.

➢ Tipos de rendimento:
• Capitais: categoria E do IRS.

• Prediais: categoria F do IRS.

• Mais valias: categoria G do IRS.

• Empresariais (apenas acessoriamente): cat. B do IRS.

170
Entidades que não exercem, a título principal, uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola

Determinação do rendimento global (53.º do CIRC) – cont.


➢ Prejuízos fiscais e menos-valias:
▪ Atividades empresariais (53.º, 2, a), do CIRC): podem ser deduzidos aos rendimentos da mesma categoria
(Categoria B – Empresariais) num ou mais dos 5 períodos de tributação posteriores - nos termos do art.º 52.º
do CIRC.

▪ Menos-valias (53.º, 2, b), do CIRC): podem ser deduzidos aos rendimentos da mesma categoria – Categoria
G – num ou mais dos 5 períodos de tributação posteriores.

➢ Incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito (53.º, 4, do CIRC): considera-se como valor de
aquisição o seu valor de mercado, não podendo ser inferior ao que resultar da aplicação das regras de
determinação do valor tributável previstas no Cód. do IS (21.º, 2, do CIRC).

➢ Dedução de lucros anteriormente tributados (53.º, 3 e 5, do CIRC): dedução correspondente a 50%


dos rendimentos incluídos na base tributável.

171
Entidades que não exercem, a título principal, uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola

Determinação do rendimento global (53.º do CIRC) – cont.


➢ Dedução de gastos comprovadamente relacionados com a realização dos fins de natureza social,
cultural, ambiental, desportiva ou educacional prosseguidos pelo SP (53.º, 7, do CIRC):
▪ Até à concorrência do rendimento global.

▪ Desde que não exista qualquer interesse dos membros de órgãos estatutários nos resultados da exploração.

➢ Quotas pagas pelos associados em conformidade com os estatutos e subsídios destinados a


financiar a realização dos fins estatutários (54.º, 3, do CIRC): rendimentos não sujeitos a IRC.

➢ Incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito destinados à direta e imediata realização dos
fins estatutários (54.º, 4, do CIRC): rendimentos isentos.

172
Entidades que não exercem, a título principal, uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola

Gastos comuns e outros (54.º do CIRC):


➢ Pressupostos da dedução ao rendimento global:
▪ Indispensáveis à obtenção dos rendimentos.

▪ Não considerados previamente na determinação do rendimento global.

▪ Não especificamente ligados à obtenção de rendimentos não tributados.

➢ Termos da dedução:
▪ Gastos sujeitos e não isentos: 100%.

▪ Gastos ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e não isentos, bem como à de rendimentos não sujeitos ou
isentos (comuns): dedução da parte imputável aos rendimentos sujeitos e não isentos.

 Repartição proporcional face ao total dos rendimentos brutos sujeitos e não isentos e dos rendimentos não
sujeitos ou isentos.

 Possibilidade de utilização de outro critério, desde que aceite pela AT.

173
Entidades não residentes

174
Entidades não residentes

Entidades não residentes com estabelecimento estável (EE) em PT (15º, n.º 1, c), CIRC):

MC = LT imputável ao EE (55º CIRC) – PF imputáveis ao EE (52º CIRC) - BF

No essencial (55.º do CIRC):

• O lucro tributável é determinado de acordo com as regras aplicáveis às entidades residentes que
exerçam, a título principal, uma atividade comercial, industrial ou agrícola.

• Reconhecendo-se a existência de gastos comuns à sede e ao EE, permite-se que possam ser
deduzidos para a determinação do lucro tributável os encargos gerais de administração que sejam
imputáveis ao EE, de acordo com critérios de repartição aceites pela AT.

• Na impossibilidade de se efetuar esta repartição, são admissíveis, nomeadamente, os seguintes critérios


de repartição: volume de negócios, gastos diretos e AFT.

175
Entidades não residentes

Entidades não residentes sem EE em PT (15º, n.º 1, d), CIRC):

MC = Rendimento das várias cat. do IRS [fundamentalmente cat. E e F do IRS] e incrementos


patrimoniais a título gratuito (56º CIRC)

Os rendimentos estão, em regra, sujeitos a retenção na fonte com caráter definitivo (94.º, 3, b), do
CIRC).

Exceção: rendimentos prediais (natureza de imposto por conta).

Prédios urbanos não arrendados ou não afetos a uma atividade económica que sejam detidos por
entidades sujeitas a regime fiscal claramente mais favorável (Portaria n.º 292/2011, de 8 de
Novembro): considera-se como rendimento predial bruto o montante correspondente a 1/15 do
respectivo valor patrimonial (56º, n.º 2, do CIRC).
176
Entidades não residentes

Os não residentes que obtenham rendimentos não imputáveis a estabelecimento estável, têm ainda
obrigação de entregar a declaração Mod. 22 de rendimentos nos seguintes casos:
• Relativamente a rendimentos derivados de imóveis, nos termos do art. 120.º, n.º 5, al. a) do CIRC

• Relativamente a ganhos resultantes da transmissão onerosa de imóveis – a declaração, deve, nestes


casos, ser enviada até ao 30.º dia posterior à data da transmissão, independentemente d e esse dia ser
útil ou não útil – art. 120.º, n.º 5, al. b).

• Relativamente a incrementos patrimoniais derivados de aquisições a título gratuito – a declaração, deve,


nestes casos, ser enviada até ao 30.º dia posterior à data da aquisição, independentemente de esse dia
ser útil ou não útil – art. 120.º, n.º 5, al. c).

O IRC é objecto de retenção na fonte relativamente aos rendimentos obtidos em Portugal referidos
no art. 94º, n.º 1.

177
Estabelecimento estável situado fora do território português (54.º-A do
CIRC)
178
Lucros e prejuízos de estabelecimento estável situado fora do território português
(54.º-A do CIRC):

O Sujeito Passivo residente em território português pode optar pela não concorrência para a
determinação do seu lucro tributável dos lucros e dos prejuízos imputáveis a estabelecimento
estável situado fora do território português – requisitos cumulativos:

• Lucros imputáveis ao EE estejam sujeitos e não isentos de um imposto referido no artigo 2.º da
Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30/11, ou de um imposto de natureza idêntica ou similar
ao IRC cuja taxa legal aplicável a esses lucros não seja inferior a 60% da taxa geral do IRC;

• EE não esteja localizado em país, território ou região sujeito a um regime fiscal mais favorável;

• O imposto sobre os lucros efetivamente pago não seja inferior a 50% do imposto que seria
devido em condições normais (exceto quando se verifique a aplicação do art. 66.º n.º 7 do CIRC)

179
180

LIQUIDAÇÃO DO IMPOSTO E CÁLCULO DO


MONTANTE A PAGAR / A RECUPERAR
Liquidação do Imposto

Liquidação: determinação do montante de imposto a pagar.

Competência (89.º do CIRC):

Pelo SP: Modelo 22 de IRC enviada, anualmente, por transmissão eletrónica de dados, até ao último
dia do mês de Maio, independentemente de esse dia ser ou não útil (120.º do CIRC).

Pela AT: Restantes casos (90.º, 1, b) do CIRC).

Caducidade do direito à liquidação: prazo 4 anos (101.º do CIRC e 45.º e 46.º da LGT).

181
Taxas de Imposto

➢ Taxa normal (87.º, 1 do CIRC) – SP residentes que exerçam, a título principal, atividades de
natureza comercial, industrial ou agrícola e SP não residentes com EE: 21%

➢ Outras taxas:
− SP que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade económica de natureza agrícola,
comercial ou industrial, que sejam qualificados como PME (DL n.º 372/2007, de 06-11):

❖ 17% até € 15 000 de matéria coletável; e

❖ 21% ao excedente.

− SP não residentes e que não possuam EE (87.º, 4, do CIRC): 25%

Exceções: relativamente a determinados rendimentos.

− SP residentes que não exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial, industrial ou
agrícola (87.º, 5, do CIRC): 21%.
182
Derrama Estadual (87.º-A do CIRC)

Incidência real: Taxas incidentes sobre a parte do lucro tributável superior a 1,5 M€ sujeito e não
isento de IRC apurado por sujeitos passivos:

Incidência pessoal: Residentes que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola; Não residentes com estabelecimento estável em Portugal.

Taxas:
o Lucro tributável > 1,5 M€ até 7,5 M€: 3%

o Lucro tributável > 7,5 M€ até 35 M€: 5% (até 6 M€, 3%).

o Lucro tributável > 35 M€: 7% (até 6 M€: 3%, e até 27,5 M€: 5%).

Liquidação: efectuada no Quadro 10 – Campo 373.

183
Derrama Municipal

Constitui um imposto municipal lançado anualmente pelos municípios até ao limite máximo de 1,5%
do lucro tributável do sujeito passivo, não isento de IRC (art. 18.º do regime financeiro das autarquias
locais e entidades intermunicipais – Lei n.º 73/2013, de 3/09).

As taxas de derrama municipal são anualmente publicadas pelo Ministério das Finanças.

Liquidação efectuada no Quadro 10 – Campo 364 - e Anexo A.

184
Tributação Autónoma

Taxas de tributação autónoma (88.º CIRC):

✓ O artigo 88.º do CIRC prevê que certos encargos sejam sujeitos a uma tributação adicional.

✓ Esta tributação adicional foi determinada por razões específicas, nomeadamente o combate à
fraude e evasão fiscais (evitar a distribuição camuflada de lucros ou pagamentos ilícitos).

✓ Estas tributações são inscritas no Campo 365 do Q.10 da Modelo 22. No Quadro 11 da Modelo
22 constam os campos que visam controlar, em parte, a consistência dos valores inscritos no
Campo 365.

Exemplos de encargos sujeitos a TA


✓ Despesas não documentadas: 50% ou 70% (caso efetuadas por SP total ou parcialmente isentos ou que
não exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola ou que aufiram
rendimentos sujeitos a imposto especial de jogo) (88.º, 1 e 2, do CIRC).

Além de não serem aceites como gastos (23.º-A, 1, b)).

185
Tributação Autónoma

Exemplos de encargos sujeitos a TA – cont.


✓ Viaturas ligeiras de passageiros, motos e motociclos: 10%, 27,5% ou 35%, respetivamente, se aquisição
< 25.000 €, ≥ 25.000 € e < 35.000 €, e ≥ 35.000 € (88.º, n.ºs 3 e 5, do CIRC).

Tratam-se de gastos suportados, por exemplo, com depreciações, rendas ou alugueres, seguros,
manutenção e conservação, combustíveis e impostos incidentes sobre a sua posse ou utilização.

186
Tributação Autónoma

Exemplos de encargos sujeitos a TA – cont.


✓ Despesas de representação: 10% (88.º, 7, do CIRC).

Ex: c/ recepções, refeições, viagens, passeios e espetáculos oferecidos no país ou no estrangeiro a


clientes ou a fornecedores ou outras pessoas (encargo efetuado ou suportado).

Não aplicável aos SP a que se aplique o regime simplificado (n.º15 do art.º 88).

✓ Pagamentos a entidades sujeitas a regime fiscal claramente mais favorável: 35% ou 55%, neste caso
quando efetuadas por SP total ou parcialmente isentos ou que não exerçam, a título principal, actividades
de natureza comercial, industrial ou agrícola ou que aufiram rendimentos sujeitos a imposto especial de
jogo (88.º, 8, do CIRC).

✓ As ajudas de custo e os encargos com compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador,
ao serviço da entidade patronal, não faturados a clientes (88.º, 9, do CIRC):

Não aplicável aos SP a que se aplique o regime simplificado (n.º15 do art.º 88).

187
Tributação Autónoma

Exemplos de encargos sujeitos a TA – cont.


✓ Lucros distribuídos por entidades sujeitas a IRC a sujeitos passivos que beneficiam de isenção total ou
parcial, abrangendo, neste caso, os rendimentos de capitais, quando as partes sociais a que respeitam
os lucros não tenham permanecido na titularidade do mesmo sujeito passivo, de modo ininterrupto,
durante o ano anterior à data da sua colocação à disposição e não venham a ser mantidas durante o
tempo necessário para completar esse período: 23% (88.º, 11, do CIRC).

Não aplicável aos SP a que se aplique o regime simplificado (n.º15 do art.º 88).

As taxas de tributação autónoma são elevadas em 10% quanto aos sujeitos passivos que apresentem
prejuízo fiscal no período de tributação (88.º, 14, do CIRC).

188
Coleta

A coleta resulta da aplicação da taxa à matéria coletável.

Ao montante assim obtido, ainda é possível efetuar as deduções previstas no artigo 90.º n.º 2 do
CIRC (sendo que estas deduções são limitadas nos casos em que o sujeito passivo opte pela
aplicação do regime simplificado, nos termos do n.º 8 daquele art. 90.º).

189
Crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional (91.º do CIRC):

1. Os rendimentos obtidos no estrangeiro a que se aplique o art. 91.º do CIRC devem ser
considerados, para efeitos de tributação, pelas respetivas importâncias ilíquidas dos impostos
sobre o rendimento pagos no estrangeiro (68.º, n.º 1 do CIRC).

Ajustamentos no Modelo 22: campo 749, acréscimo do montante de imposto pago no estrangeiro
(quando na contabilidade os rendimentos foram considerados pelo seu valor líquido)

190
Crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional (91.º do CIRC):

2. Sempre que na matéria coletável tenham sido incluídos rendimentos obtidos no estrangeiro,
haverá lugar a um crédito de imposto, dedutível à coleta, consistindo no menor dos seguintes
valores (art. 91.º do CIRC):
• Imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro.

• Fração do IRC, calculado antes da dedução, correspondente aos rendimentos que no país em causa
possam ser tributados, líquidos dos gastos direta ou indiretamente suportados para a sua obtenção
(sendo que nos casos em que existir convenção para eliminar a dupla tributação, o crédito de
imposto não poderá exceder o imposto pago nos termos da convenção).

Valor do crédito de imposto por DTJI => dedução no Campo 353 do Quadro 10 da DM 22

191
Crédito de imposto por dupla tributação económica internacional (91.º-A do CIRC)

Aplicável por opção do SP, quando na matéria coletável deste tenham sido incluídos lucros e
reservas, distribuídos por entidade residente fora do território português, aos quais não seja aplicável
o regime da eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas distribuídos (51º do
CIRC).

No entanto, é apenas aplicável ao imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro por entidades
nas quais o SP de IRC :
• Detenha uma participação não inferior a 10% do capital social ou dos direitos de voto; e

• Desde que essa participação tenha permanecido na sua titularidade, de modo ininterrupto, durante o ano
anterior à distribuição, ou seja mantida durante o tempo necessário para completar aquele período.

Esta dedução corresponde à menor das duas importâncias previstas no art. 91.º-A n.º 2 do CIRC
192
Crédito de imposto por dupla tributação económica internacional (91.º-A do CIRC)

Aplicável por opção do SP, quando na matéria coletável deste tenham sido incluídos lucros e
reservas, distribuídos por entidade residente fora do território português, aos quais não seja aplicável
o regime da eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas distribuídos (51º do
CIRC), com as seguintes limitações:

• É apenas aplicável ao imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro por entidades nas quais o SP de
IRC com sede ou direção efetiva em território português:

✓ Detenha direta ou indiretamente uma participação não inferior a 10% do capital social ou dos direitos
de voto; e

✓ Desde que essa participação tenha permanecido na sua titularidade, de modo ininterrupto, durante o
ano anterior à distribuição, ou seja mantida durante o tempo necessário para completar aquele
período.

193
Crédito de imposto por dupla tributação económica internacional (91.º-A do CIRC)

Aplicável por opção do SP, quando na matéria coletável deste tenham sido incluídos lucros e
reservas, distribuídos por entidade residente fora do território português, aos quais não seja aplicável
o regime da eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas distribuídos (51º do
CIRC), com as seguintes limitações – cont.

• Não é aplicável ao imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro por entidades com residência ou
domicílio em país, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de
lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, ou por entidades
detidas indiretamente pelo SP de IRC com sede ou direção efetiva em território português através
daquelas.

Esta dedução corresponde à menor das duas importâncias previstas no art. 91.º-A n.º 2 do CIRC

194
Benefícios Fiscais – Resultado da Liquidação (92.º do CIRC):

Para as entidades que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola, bem como as não residentes com EE, o imposto liquidado, líquido das deduções
correspondentes à dupla tributação e benefícios fiscais, não pode ser inferior a 90% do montante
que seria apurado se o sujeito passivo não usufruísse de benefícios fiscais e do regime especial
previsto para os limites estabelecidos para as realizações de utilidade social (43.º n.º 13 do CIRC)

Estamos perante uma limitação ao efeito negativo provocado pelos benefícios fiscais no imposto
liquidado. Esta limitação visa garantir uma taxa de tributação efetiva de 18,9% (90% x 21%).

Excetuam-se alguns benefícios fiscais (92.º, n.º 2 do CIRC)

O resultado da liquidação deve ser inscrito no Campo 371 do Quadro 10 da Modelo 22

195
196

PRINCIPAIS FORMAS DE PAGAMENTO DO


IMPOSTO
Pagamento por Conta (104.º n.º 1 al. a) e 105.º do CIRC)

SP sujeitos: regime aplicável às entidades residentes que, exerçam, a título principal, atividade
comercial, industrial ou agrícola e entidades não residentes com EE.

Datas: julho, setembro e 15/12 do ano a que respeita o lucro tributável.

Forma de cálculo (105.º do CIRC):


✓ Os PC são entregas pecuniárias feitas por antecipação do imposto devido a final.

✓ Base: IRC liquidado relativamente ao período de tributação anterior, líquido das retenções na fonte.

✓ A base de incidência (BI) dos pagamentos por conta (PPC) a efetuar num dado período de tributação é a
coleta do período de tributação imediatamente anterior líquida das retenções na fonte efetuadas por
terceiros sobre rendimentos do sujeito passivo incluídos na base tributável desse período de tributação
imediatamente anterior:

BIn = Coleta n-1 – Retenções na fonte n-1

197
Pagamento por Conta (104.º n.º 1 al. a) e 105.º do CIRC)

Forma de cálculo (105.º do CIRC) – cont.


✓ Esta base de incidência dá origem a 2 modos diferentes de cálculo dos PPC, consoante o nível do
volume de negócios do período de tributação imediatamente anterior:

1. VNn-1< 500.000

PPC = 80% x Colecta n-1 - Retenções na fonte n-1

2. VN n-l > 500.000

PPC n = 95% x Colecta n-1 - Retenções na fonte n-1

Os valores assim obtidos são arredondados, por excesso, para euros. A deduzir no Campo 360 do
Q10 da M22.

198
Pagamento por Conta (104.º n.º 1 al. a) e 105.º do CIRC)

Dispensa: IRC liquidado relativamente ao período de tributação anterior < a 200 € (104.º, 4 , do
CIRC).

Limitações: Se o montante do(s) pagamento(s) por conta efetuado(s) for ≥ ao imposto a pagar a
final, o SP pode deixar de efetuar o 3.º pagamento por conta (107.º do CIRC).

199
Pagamento Adicional por Conta (105.º-A do CIRC)

Obrigação: nos casos em que no período de tributação anterior é devida derrama estadual pelas
entidades obrigadas a efetuar pagamentos por conta e pagamentos especiais por conta (87.º- A do
CIRC).

Valor: resultante da aplicação das seguintes taxas à parte do lucro tributável > a € 1.500.000 relativo
ao período de tributação anterior.
▪ Lucro tributável > 1,5 M€ até 7,5 M€: 2,5%.

▪ Lucro tributável > 7,5 M€ até 35 M€: 4,5% (até 6 M€, 2,5%).

▪ Lucro tributável > 35 M€: 8,5% (até 6 M€, 2,5%, e a 27,5 M€, 4,5%).

Dedução: O pagamento adicional por conta será dividido em três partes iguais, arredondadas, por
excesso, para euros, com vencimento em julho, setembro e 15 de dezembro. O valor total deve ser
inscrito no campo 374 da Modelo 22.

200
Retenções na Fonte (94 a 98.º do CIRC)

Alguns dos rendimentos obtidos em território português estão sujeitos a retenção na fonte (94.º, 1, do
CIRC):
✓ Regra: natureza de imposto por conta  considerado no apuramento final do imposto devido em cada
período de tributação (94.º, 3, do CIRC).

✓ Retenção na fonte com carácter definitivo: p.e. rendimentos obtidos por não residentes sem EE,
exceto rendimentos prediais (94.º, 3, a), b) e c) do CIRC).

Taxas:
✓ Regra: 25% (art. 94.º, n.º 4, do CIRC).

✓ Retenção na fonte com carácter definitivo: aplicação das taxas do art.º 87.º do CIRC – P.e.
rendimentos obtidos por não residentes sem EE, excepto rendimentos prediais: taxa geral de 25% (art.
87.º, 4, do CIRC).

201
Retenções na Fonte (94 a 98.º do CIRC)

Dispensa de retenção na fonte - exemplos:


✓ Determinados casos em que a retenção na fonte tem a natureza de imposto por conta: p.e. lucros
obtidos por entidades a que seja aplicável o regime dedução de lucros anteriormente tributados (51.º do
CIRC), desde que a participação no capital tenha permanecido na titularidade da mesma entidade, de
modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua colocação à disposição (97.º, 1, c), do CIRC).

✓ SP que beneficiem de isenção (97.º, 2, do CIRC).

Valores das RF → dedução no Campo 359 do Q 10 da DM 22.

202
Pagamento Final do Imposto

Pagamento final: último dia do prazo para entrega da DM 22 de IRC (31 de maio):
✓ Entidades que exerçam, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, e não
residentes com EE (104.º do CIRC).

✓ Entidades que não exerçam, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola
(108.º do CIRC).

Reembolso (104.º, 2 CIRC): imposto a favor do SP.


✓ IRC apurado na DM 22 líquido das deduções à coleta < 0,00 € (valor negativo):  Reembolso: soma do
valor absoluto com o montante dos pagamentos por conta (104.º, 2, a), do CIRC).

✓ IRC apurado na DM 22 líquido das deduções à coleta > 0,00 € (valor positivo), mas < aos pagamentos
por conta:  Reembolso: pela diferença apurada (104.º, 2, b), do CIRC).

203
204

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Obrigações Acessórias

Regime previsto nos artigos 117.º a 132.º do CIRC

➢ Obrigações declarativas (117.º a 122.º do CIRC):

✓ Declaração de inscrição, alterações ou cessação (118.º e 119.º do CIRC):


− Inscrição: em qualquer SF ou por transmissão electrónica de dados.

− Prazo da inscrição: 90 dias após inscrição no RNPC ou 15 dias após apresentação a registo na
Conservatória do Registo Comercial (n.º 1 do art. 118). Os não residentes são igualmente
obrigados a apresentar a declaração de inscrição no registo, em qualquer serviço de finanças ou
noutro local legalmente autorizado até ao termo do prazo para entrega da declaração periódica
de rendimentos Modelo 22 (n.º 3 do art. 118).

− Alterações: Qualquer alteração da declaração de inscrição no cadastro ou de início de atividade


deve ser entregue no prazo de 15 dias, a contar da data de alteração, quando o sujeito passivo
exerça uma atividade sujeita a IVA (a) ou 30 dias a contar da data da alteração, nos restantes
casos (b) (n.º 5 do art. 118).

205
Obrigações Acessórias

➢ Obrigações declarativas (117.º a 122.º do CIRC) – cont.

✓ Declaração de cessação de atividade: deve ser apresentada no prazo de 30 dias a contar da


data da cessação da atividade (n.º 6 do artigo 118.º do CIRC e artigo 33.º do CIVA).

✓ Declaração periódica de rendimentos (120.º CIRC):


− Função: Determinar o lucro tributável ou prejuízo fiscal (Q 07) da entidade e a respetiva matéria
colectável (Q 09), tendo em vista o cálculo do imposto a pagar ou a recuperar a partir das taxas
do art. 87 (Q 10).

− Forma: DM 22, através de transmissão eletrónica de dados (Formulário em vigor em 2019


aprovado pelo Despacho n.º 616/2019)

− Prazo: 31 de maio . Quando o exercício fiscal é diferente do ano civil, até ao último dia do 5.º
mês seguinte à data de termo do exercício fiscal. No caso de cessação de actividade: até ao
último dia do 3.º mês seguinte ao da data da cessação.

206
Obrigações Acessórias

➢ Obrigações declarativas (117.º a 122.º do CIRC) – cont.

✓ Declaração periódica de rendimentos (120.º CIRC) – cont.


− Sujeitos passivos:

❖ Entidades residentes, que exercem ou não, a título principal, atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola, sem prejuízo do disposto no n.º 6 do artigo 117.º do CIRC;

❖ Entidades não residentes com estabelecimento estável em território português;

❖ Entidades que não tenham sede nem direção efetiva em território português e neste
obtenham rendimentos não imputáveis a estabelecimento estável aí situado, desde que não
haja lugar a retenção na fonte a título definitivo, sem prejuízo do disposto no n.º 8 do artigo
117.º do CIRC.

− Dispensa: 117.º, 6 e 8 do CIRC.

− É possível entregar uma declaração Modelo 22 de substituição: artigo 122.º do CIRC

207
Obrigações Acessórias

➢ Obrigações declarativas (117.º a 122.º do CIRC) – cont.

✓ Declaração anual de informação contabilística e fiscal – (IES) Informação Empresarial


Simplificada (121.º do CIRC):
− Forma: transmissão electrónica de dados (integra informação contabilística, fiscal e estatística).

− Prazo: 15 de julho. No caso de período de tributação diferente do ano civil: até ao 15.º dia do 7.º
mês posterior à data do termo desse período (n.º 3). No caso de cessação de actividade: até ao
30.º dia seguinte ao da cessação (n.º 4).

− A IES reúne toda a informação que as empresas têm de prestar relativamente às suas contas
anuais em matéria de obrigações de natureza contabilística, fiscal (IRC, IRS, IVA e IS) e
estatística.

− A entrega da IES constitui uma obrigação fiscal para as entidades residentes, quer exerçam ou
não, a título principal, uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, para as
entidades não residentes com EE em Portugal e para as entidades que não tenham sede nem
direcção efectiva em Portugal e neste obtenham rendimentos não imputáveis a estabelecimento
estável, desde que, neste caso, não haja lugar a retenção na fonte a título definitivo.
208
Obrigações Acessórias

➢ Obrigações contabilísticas e de registo (17.º 3 e 123.º a 125.º do CIRC):


✓ Contabilidade organizada: entidades residentes que exerçam atividade comercial, industrial ou
agrícola e entidades não residentes com EE (123.º CIRC).

✓ Programas e equipamentos informáticos de faturação dependem da prévia certificação da


administração fiscal e são de utilização obrigatória nos termos definidos por portaria do Ministério
das Finanças.

✓ Portaria n.º 22-A/2012, 24/01: regulamenta a utilização obrigatória de programas e equipamentos


informáticos de faturação e a emissão de documentos por equipamentos ou programas não
certificados.

✓ Regime simplificado de escrituração: entidades residentes que não exerçam atividade comercial,
industrial ou agrícola (124.º CIRC).

209
Obrigações Acessórias

➢ Designação de representante fiscal: entidades não residentes sem EE que aufiram


rendimentos em PT (126.º do CIRC).
✓ A designação é facultativa em relação às entidades que sejam consideradas, para efeitos fiscais,
como residentes noutros EM da UE ou do Espaço Económico Europeu, desde que neste último
caso, esse EM esteja vinculado à cooperação administrativa e fiscal equivalente à estabelecida no
âmbito da Directiva 2011/16/CE, do Conselho, de 15-02-2011 (art. 126..º, n.º 2).

✓ O representante fiscal está obrigado a informar a administração fiscal sobre a existência, ou não, de
um "gestor de bens ou direitos" do sujeito passivo não residente. No caso de existir um gestor
diferente da pessoa do representante fiscal, este deve proceder à sua identificação e apresentá-lo à
administração fiscal, bem como deve também informar esta última da sua inexistência, sob pena de,
salvo prova em contrário, ser presumido gestor dos bens ou direitos, nos termos do art. 27.º, n.ºs 1 e
3, da LGT. Os gestores de bens ou direitos de não residentes sem estabelecimento estável são
solidariamente responsáveis em relação a estes e entre si por todas as contribuições e impostos do
não residente. No caso de o representante fiscal ser considerado gestor presumido, pode ser citado
na qualidade de responsável solidário pelas dívidas fiscais do representado não residente (n.º 1 do
art. 27.º da LGT). 210
Obrigações Acessórias

➢ Obrigações de cooperação de entidades públicas e privadas (127.º do CIRC): apresentar


anualmente o mapa recapitulativo previsto na alínea f) do n.º 1 do art 29.º do CIVA.

➢ Obrigações das entidades que devam efectuar retenções na fonte (Artigo 128.º): os sujeitos
passivos devem preencher a Declaração Modelo 10, na qual devem constar todos os rendimentos
sujeitos a retenção que não se encontrem dela dispensados (art. 94.º a 98.º do CIRC). As
retenções na fonte efectuadas a sujeitos passivos não residentes devem constar na Declaração
Modelo 30 (Port. n.º 372/2013, de 27-12).

➢ Processo de documentação fiscal: 10 anos (artigo 130.º ).

211
Obrigações Acessórias

➢ Obrigações de cooperação de entidades públicas e privadas (127.º do CIRC): apresentar


anualmente o mapa recapitulativo previsto na alínea f) do n.º 1 do art 29.º do CIVA.

➢ Obrigações das entidades que devam efectuar retenções na fonte (Artigo 128.º): os sujeitos
passivos devem preencher a Declaração Modelo 10, na qual devem constar todos os rendimentos
sujeitos a retenção que não se encontrem dela dispensados (art. 94.º a 98.º do CIRC). As retenções na
fonte efectuadas a sujeitos passivos não residentes devem constar na Declaração Modelo 30 (Port. n.º
372/2013, de 27-12).

➢ Processo de documentação fiscal: 10 anos (artigo 130.º ).

➢ Pagamento de rendimentos a entidades não residentes (artigo 132.º ): 1 - Não podem realizar-se
transferências para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a IRC, obtidos em território português por
entidades não residentes, sem que se mostre pago ou assegurado o imposto que for devido. 2 - O
disposto no n.º 4 do art. 115.º do CIRS é aplicável com as necessárias adaptações aos rendimentos
sujeitos a IRC.

212
➢ Entre outras obrigações.

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