Você está na página 1de 76

TRIBUTOS FEDERAIS

PIS/COFINS

Ricardo Carvalho da Silva


Contador - PUC MINAS
Administrador de Empresas – UFMG
Especialista em Gestão Financeira: Controladoria e Auditoria - FGV.
Mestrado em Controladoria e Contabilidade - UFMG
Doutorando em Controladoria e Contabilidade – UFMG
Empresário Contábil 20 anos.
Professor Ciências Contábeis – UNIFAL (Universidade Federal de Alfenas)
1
Sumário
1. Princípios Tributários
2. Sistema Tributário Nacional
3. PIS/COFINS no Sistema Tributário Nacional
4. PIS/COFINS Não Cumulativo
• Conceito
• Fato Gerador
• Base de Cálculo
• Alíquotas
• Créditos
• Imobiliárias
• Recolhimento
5. PIS/COFINS Cumulativo
• Conceito
• Fato Gerador
• Base de Cálculo
• Alíquotas
6. Tributação Monofásica e Substituição Tributária 2
1 - Princípios Tributários

3
Princípios Tributários – CF88
• Princípio da Legalidade (Art. 150, I): aumento mediante Lei.
- Exceto ( IE, II, IOF, IPI) para alíquota.

• Princípio da Irretroatividade Tributária (Art. 150, III a):


cobrança após vigência da lei.

• Princípio da Anterioridade (Art.150, III b e 150) : criação de lei


que aumente ou institua tributo no mesmo ano da sua edição.
- Não se aplica a IPI e IOF.
 Anualidade (ano seguinte)
 Noventena (90 dias) após a publicação para (PIS,
4
COFINS,CSLL).
Princípios Tributários – CF88
Regras para a validade de normativos para aumento de tributos:
Aumento da BASE e da ALÍQUOTA (Art. 153, 195)
Anualidade e Apenas Apenas Em vigor
Noventena Anualidade Noventena Imediatamente
 Taxas  IR  IPI  II e IE
 Contribuição  Base de Cálculo  CSLL  IOF
de Melhoria do IPVA e IPTU  COFINS  Empréstimo
 ITBI e ITCD  INSS Compulsório
 ICMS e ISS  PIS/PASEP
 IPTU e IPVA
(exceto B.
cálculo)
 ITR e IGF
 Contribuições,
exceto Seg.
Social 5
Princípios Tributários – CF88
• Princípio da Imunidade de Impostos (Art. 150, VI): vedação da
tributação pelos entes federativos nos seguintes casos:
- Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
- Templos de qualquer natureza
- Partidos políticos, fundações, sindicatos, instituição de
educação e assistência social sem fins lucrativos.
- Livros, jornais, periódicos e papéis para a sua impressão.

• Princípio da Cumulatividade (Art. 155, p. 2, I e II e Art. 153,


p.3º, IV e Art. 195, p. 12): compensação dos impostos em cadeia
ICMS, IPI, PIS e Cofins.
6
Princípios Tributários – CF88
• Princípio da Seletividade: alíquotas em função do nível de
necessidade básica do produto ou serviço ou como forma de
incentivo na produção.
- IPI e ICMS
• Exemplos:
- Produtos da cesta básica.
- Bebidas destiladas .
- Higiene e Limpeza.
- Produtos de Informática

7
2 - Sistema Tributário Nacional

8
2.1 Hierarquia do STN – CF88
1. Constituição Federal

2. Leis Complementares:
LC no 5.172/66, que representa o Código Tributário Nacional.
LC no 7/70, que criou o PIS.
LC no 8/70, que criou o PASEP.
LC no 70/91, que criou a COFINS.
LC no 87/96, que definiu as regras básicas do ICMS.
LC no 116/2003, que redefiniu os serviços alcançados pelo ISS.
LC no 123/2003, que instituiu o Super Simples.(Simples Nacional)

9
2.1 Hierarquia do STN – CF88
3. Leis Ordinárias (As leis ordinárias são leis próprias de cada ente da
Federação e têm poder de normatização apenas dentro dos limites de
sua competência tributária.

4. Medidas Provisórias

5. Decretos ( Consolidação das leis D. 3000/99 IR);

6. Resoluções (limites de tributação);

7.Instrução Normativa ( Orientação);

8.Ato declaratório (esclarecimento de pontos obscuros)


10
2.2 Tributos Classificação
Classificação quanto a incidência

Renda IRPJ, CSLL Cobrados sobre o produto do capital, do


trabalho e da combinação de ambos.

Patrimônio IPTU, IPVA e ITBI Cobrados sobre o patrimônio de pessoas


físicas e jurídicas.

Consumo IPI, ICMS, ISS, II, Incidem sobre a cadeia produtiva


IE, PIS, COFINS,
CIDE e IOF

Encargos Sociais INSS, FGTS, Contribuições cobradas sobre a folha de


SESC, SENAC etc. pagamento.

06
11
2.2 Tributos Classificação
Classificação quanto a forma

Diretos IRPJ,IRPF, CSLL, Incidem diretamente sobre a renda e


IPTU, IPVA sobre o patrimônio.

Indiretos INSS, ICMS, IPI, Cobrados na formação dos preços.


PIS, COFINS, ISS

12
2.2 Tributos Classificação
Classificação quanto ao ente arrecadador

União IR, IPI, ITR, IOF, IE, II e as Arrecadados direto pela união.
contribuições sociais
(PIS/COFINS)

Estado ICMS, IPVA, ITCM, Taxa Arredados pelo Estado


de Incêndio.

Prefeituras ISS, IPTU, ITBI, Taxa Arrecadados pelo Município.


de Fiscalização e
Funcionamento.
06
13
2.3 Tributos Elementos
Elementos Fundamentais
Fato Gerador Situação definida em lei que faz ISS, IRPF, IR, IOF, IPVA, ITBI, INSS, ICMS, CSLL
nascer a obrigação tributária (principal
e ou assessória)
Contribuinte de fato e Sujeito passivo da obrigação tributária Exemplos
responsável podendo determinado em lei o
responsável.
Base de Cálculo Valor sobre o qual será aplicada a Exemplos
alíquota determinada em lei
complementar podendo incidir sobra
a unidade de medida (CIDE-
Combustíveis mil litros)
Alíquotas Percentual definido em lei determina Exemplos
o valor do tributo a ser pago

14
2.4 Renúncia Fiscal– arts. 175, 176 e 179 do CTN

• Isenção: não incidência da normas jurídica sobre determinada


situação.
 Tipos
1. Espacial : afasta aplicação da lei tributária sobre uma região.
2. Temporal : exclui a possibilidade da aplicação da lei tributária
durante um período sobre uma região ou regiões ou grupo de
contribuintes.
3. Pessoal: afasta a aplicação da lei de um grupo de pessoas físicas ou
jurídicas.
4. Material : diminui o alcance do fato gerador ou reduz a base de
cálculo ou a alíquota aplicável ao cálculo do montante do tributo
devido. 15
3 - PIS/COFINS
no
Sistema Tributário

16
PIS/COFINS no Sistema Tributário Nacional (Pêgas, 2022)
 LUCRO PRESUMIDO – A maioria paga 0,65% de PIS e 3% de COFINS sobre a receita bruta, com algumas
poucas deduções (ICMS, ISS, Descontos e Devoluções).

 LUCRO REAL – A maioria paga 1,65% de PIS e 7,6% de COFINS sobre a receita total – créditos permitidos em
lei.

 LUCRO REAL – Pouco mais de duas dezenas de setores têm a chamada modalidade mista, que representa o
pagamento de PIS e COFINS pelo método cumulativo (0,65% e 3%) para a receita principal da empresa, com
as demais receitas sendo tributadas pelo método não cumulativo e alíquota combinada de 9,25%.

 EMPRESA INDUSTRIAL OU IMPORTADORA DOS SETORES AUTOMOTIVO, BEBIDAS, COSMÉTICOS, HIGIENE


E BELEZA, COMBUSTÍVEIS, FUMO E MEDICAMENTOS – Paga uma alíquota diferenciada, maior que a
aplicada aos demais setores, concentrando a tributação das contribuições das etapas seguintes.

 EMPRESA COMERCIAL DOS SETORES ANTERIORMENTE CITADOS – Não paga PIS e COFINS sobre os
produtos que já foram tributados de forma concentrada na indústria/importador.
17
PIS/COFINS no Sistema Tributário Nacional (Pêgas, 2022)

• EMPRESA DO SIMPLES NACIONAL – Em regra, paga PIS e COFINS incluídos no documento único de
arrecadação (DAS-SIMPLES).

• ENTIDADE IMUNE A IMPOSTOS – Paga PIS sobre a folha de pagamento e a COFINS sobre as demais
receitas, fora do objeto social, pelo método cumulativo e alíquota de 3%.

• ENTIDADE ISENTA DE IMPOSTOS – Paga PIS sobre a folha de pagamento e a COFINS sobre as demais
receitas, fora do objeto social, pelo método não cumulativo e alíquota de 7,6%.

• INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E SEGURADORA – Paga PIS (0,65%) e COFINS (4%) sobre uma base
diferenciada, deduzindo do total de receitas as despesas de intermediação financeira e as provisões
matemáticas.

18
PIS/COFINS no Sistema Tributário Nacional (Pêgas, 2022)

• PIS/PASEP – Programa de Integração Social => FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador)

 Abono Anual

 Seguro-Desemprego

 BNDES

 Previdência Social

19
PIS/COFINS no Sistema Tributário Nacional (Pêgas, 2022)

• COFINS – Contribuição para o FINSOCIAL

 Saúde

 Assistência Social

 Previdência Social

20
PIS/COFINS no Sistema Tributário Nacional (Pêgas, 2022)
• COFINS - Histórico de Tributação

 1991 – Criação – Tributação sobre o Faturamento (receitas de vendas e serviços de todas as pessoas
jurídicas, exceto as sociedades cooperativas, sociedades civis de profissão regulamentada e as entidades
beneficentes de assistência social, instituições financeiras )

 Abril/1997 - Sociedade de Profissão - COFINS (art. 56 da Lei no 9.430/96).

 Fevereiro/1999 - Cobrança sobre cobrada sobre todas as receitas – Alíquota 3%

 Maio/2009 – Pis e Cofins somente a receita bruta das empresas Lucro Presumido e Real (Lei 11.941/2009)

 Fevereiro/2004 – Cofins não-cumulativa

 PIS/PASEP/COFINS - tem cobrança diferenciada por setores da atividade econômica, como instituições
financeiras, seguradoras, operadoras de planos de saúde, petróleo e bebidas, entre outros. 21
4 - PIS/COFINS
Não Cumulativo

22
4.1 - O que é tributação Não-Cumulativa ?
 Neste tipo de Tributação existe a possibilidade de utilização de créditos dos insumos;
 Em compensação as alíquotas são majoradas;
 Está presente nos tributos indiretos incidentes sobre o faturamento;
IPI – PIS/COFINS – ICMS

 Obrigatório para as empresas de Lucro Real !!!

 Exceto:
o As empresas submetidas ao modelo de tributação monofásica/concentrada, por exemplo, as
refinarias e as indústrias de produtos de higiene e beleza;

o As instituições financeiras e empresas equiparadas; e

o AS empresas com previsão de tributação de parte de suas receitas pelo método cumulativo,
por exemplo, o setor de telecomunicações.
23
4.1 - O que é tributação Não-Cumulativa ?

Não cumulatividade de PIS/COFINS


Compras no Mês : Vendas no Mês:
Valor Alíquota Valor Alíquota
Mercadoria P/ Revenda R$ 100.000,00 Mercadoria Vendida R$ 150.000,00
ICMS s/ Compras: R$ 18.000,00 18% ICMS s/ Vendas : R$ 27.000,00 18%
Base p/ PIS/COFINS R$ 82.000,00 Base p/ PIS/COFINS R$ 123.000,00
Crédito PIS R$ 1.353,00 1,65% Débito de PIS R$ 2.029,50 1,65%
Crédito COFINS R$ 6.232,00 7,60% Débito de COFINS R$ 9.348,00 7,60%

APURAÇÃO
PIS COFINS
R$ R$
Débito 2.029,50 9.348,00
R$ R$
Crédito 1.353,00 6.232,00
R$ R$
Saldo a Recolher 676,50 3.116,00
24
4.2 - Fato Gerador / Base de Cálculo

 As Contribuições para o PIS e para a COFINS não cumulativo incidem sobre o total das receitas
auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou
classificação contábil:

a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;

b) o preço da prestação de serviços em geral;

c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; e

d) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens “a”
a “c”.

25
4.2 - Fato Gerador / Base de Cálculo
As receitas financeiras integram o item d, sendo as alíquotas de 4% para a COFINS e 0,65% PIS :
(Decreto 8.426/2015)

1. juros e variações monetárias (por índice ou moeda) de aplicações financeiras em fundos de


investimentos e CDBs, por exemplo;

2. juros e variações monetárias (por índice ou moeda) decorrentes de empréstimos concedidos


pela empresa e oriundos de outros ativos recebidos em atraso;

3. descontos condicionais obtidos, normalmente por antecipação de pagamento;

4. juros e variações monetárias (por índice ou moeda) cobrados em atrasos de pagamentos ou


de entrega de mercadorias por parte de fornecedores.

5. Juros sobre o Capital Próprio.

26
4.3 - Exclusões da Base de Cálculo
• decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero;

• auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a


contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária;

• reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não


representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos
pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações
societárias, que tenham sido computados como receita;

• ganho de capital decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como
investimento, imobilizado ou intangível, de que trata o inciso IV do caput do artigo 187 da Lei
n° 6.404/1976,

27
4.3 - Exclusões da Base de Cálculo
• decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS, de créditos de ICMS
originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1° do artigo 25 da Lei
Complementar n° 87/1996;

• financeiras decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do artigo 183
da Lei n° 6.404/1976, referentes a receitas excluídas da base de cálculo da Contribuição para o PIS;

• relativas aos ganhos decorrentes de avaliação de ativo e passivo com base no valor justo;

• de subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas


como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e de doações feitas
pelo poder público;

• reconhecidas pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da


infraestrutura, cuja contrapartida seja Ativo Intangível representativo de direito de exploração, no
caso de contratos de concessão de serviços públicos
28
4.3 - Exclusões da Base de Cálculo
• Descontos Incondicionais Concedidos e Bonificações;

• Devolução de Vendas;

• Vendas Canceladas;

 ICMS incluído na Nota Fiscal de Venda ( TESE do SÉCULO – 05/2021- Pêgas, 2022)

• Retirada por decisão do STF do ICMS da base de cálculo da COFINS/PIS com efeitos retroativos
• Desde março de 2017. Mesmo quem não tem ação judicial terá direito a refazer suas bases e solicitar
restituição/compensação dos valores eventualmente desembolsados a maior.

• ICMS a ser retirado da base das contribuições será aquele destacado na nota fiscal de venda, seja de bens, produtos,
mercadorias ou serviços.

• As empresas que possuíam ação judicial protocolada até a decisão do STF de 15 de março de 2017 têm direito à restituição,
inclusive da parcela retroativa (não prescrita).
29
4.4 – Alíquota
• Regra geral, para determinação do valor da contribuição para o PIS será aplicada sobre a base
de cálculo apurada a alíquota de 1,65%.

• Para apuração de COFINS, alíquota é de 7,6%.

30
4.5 – Créditos / Alíquotas
• bens adquiridos para revenda (+ Fretes + Seguros + IPI – ICMS – ICMS/ST), exceto os produtos
sujeitos à tributação monofásica e à substituição tributária do PIS/COFINS;

• bens e serviços utilizados como insumo ( Parecer Normativo Nº 5/2018) na fabricação de produtos
destinados a venda ou prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes;
• http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=97407

• energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos
estabelecimentos da pessoa jurídica, incorrida no mês;

• aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica, utilizados nas atividades
da empresa, incorridos no mês;

• o valor das contraprestações, incorridas no mês, de operações de arrendamento mercantil de


pessoa jurídica, exceto de optante pelo Simples Nacional;
31
4.5 – Créditos / Alíquotas
• encargos de depreciação incorridos no mês, de máquinas, equipamentos e outros bens
incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para
utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;

• encargos de amortização ou depreciação incorridos no mês, de edificações e benfeitorias em


imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mão-de-obra, tenha sido suportado pela
locatária;

• dos bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado o faturamento do mês
ou de mês anterior e tributada de forma não-cumulativa;

32
4.5 – Créditos / Alíquotas
• armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos insumos utilizados par a
venda e ou prestação de serviços, bem como dos produtos sujeitos a tributação monofásica e ST
(quando o ônus for suportado pelo vendedor, incorridos no mês);

• vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos


empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza,
conservação e manutenção;

• encargos de amortização incorridos no mês, de bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos


para utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços.

• O desconto de crédito será determinado mediante a aplicação das alíquotas de 1,65% e 7,6% de
PIS e COFINS sobre os valores mencionados anteriormente.

33
4.5 – Créditos / Alíquotas
• Para desconto de créditos no regime não-cumulativo, é importante observar que, não dará direito a
crédito o valor:

a) de mão-de-obra paga a pessoa física; e

b) da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento das contribuições.

• A tratativa da alínea ‘b’, aplica-se inclusive na aquisição do bem ou serviço sujeitos à isenção,
quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0
(zero), isentos ou não alcançados pelas contribuições.

34
4.5 – Créditos / Alíquotas
• Para as pessoas jurídicas que estão sujeitas à incidência simultânea do regime cumulativo e não-
cumulativo de PIS e COFINS, o crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos,
despesas e encargos vinculados a essas receitas do regime não-cumulativo.

• Neste caso, à opção da pessoa jurídica, o crédito pode ser apurado por um dos seguintes métodos:

I) apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de contabilidade de custos
integrada e coordenada com a escrituração; ou

II) rateio proporcional, aplicando-se aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual
existente entre a receita bruta sujeita à incidência não-cumulativa e a receita bruta total, auferidas em
cada mês.

35
4.5 – Créditos / Alíquotas
• As empresas optantes pelo Simples Nacional ou pelo Lucro Presumido que por opção ou
obrigatoriedade passarem a ser tributadas na forma do Lucro Real sujeitas ao regime não-
cumulativo de PIS e COFINS, poderão descontar crédito presumido das referidas contribuições,
calculados sobre o estoque de abertura referente à produtos para revenda ou insumos, na data da
alteração do regime tributário adotado para fins do imposto de renda.

 O crédito presumido é apurado por meio do resultado da aplicação do percentual de 0,65% para PIS
e 3% para COFINS, sobre o valor do estoque.

 O crédito presumido será utilizado em 12 parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir da data da
mudança de regime.

36
Determinação do valor s/ Receita Tributável

1 Receitas Tributáveis Valor Alíquota


PIS COFINS
Receita de Vendas de Produtos R$ 2.000.000,00 1,65% 7,60%

Receita de vendas de Mercadorias R$ 100.000,00 1,65% 7,60%

Receita da Prestação de Serviços R$ 150.000,00 1,65% 7,60%


Outras Receitas : 1,65% 7,60%
Loacação de Espaço R$ 1.000,00 1,65% 7,60%
Locação de Imóveis R$ 10.000,00 1,65% 7,60%
Multa por rescisão de Contratos R$ 20.000,00 1,65% 7,60%
Juros s/ Capital Recebidos R$ 10.000,00 1,65% 7,60%

Receitas Financeiras R$ 100.000,00 1,65% 4,00%

37
Determinação do valor s/ Receita Tributável

2 Exclusões
Descontos Incondicionais R$ 10.000,00
Devoluções de Venda R$ 50.000,00
Vendas Canceladas R$ 30.000,00
ICMS s/ Vendas R$ 20.000,00
ICMS ST R$ 15.000,00
Receitas com Tributação Monofásica R$ 30.000,00
Receitas com Substituição Tributária R$ 40.000,00
Receitas Isentas R$ 50.000,00
Receitas sujeitas a alíquota Zero R$ 60.000,00

38
Determinação do valor s/ Receita Tributável

Receitas Tributáveis R$ 2.291.000,00


Exclusões R$ 305.000,00
Base de Cálculo R$ 1.986.000,00
PIS R$ 32.769,00
COFINS R$ 150.936,00

Receitas Financeiras R$ 100.000,00


PIS R$ 1.650,00
COFINS R$ 4.000,00

PIS R$ 34.419,00
COFINS R$ 154.936,00 39
4.6 – Imobiliárias
• As pessoas jurídicas com atividade imobiliária, assim entendida a pessoa jurídica que adquirir imóvel
para venda ou promover empreendimento de desmembramento ou loteamento de terrenos,
incorporação imobiliária ou construção de prédio destinado a venda, utilizará o crédito referente aos
custos vinculados à unidade construída ou em construção, somente a partir da efetivação da venda.

• Nas vendas de unidades imobiliárias não concluídas, a empresa poderá utilizar crédito presumido,
em relação ao custo orçado.

• O crédito presumido será calculado por meio da aplicação das alíquotas 1,65% de PIS e 7,6% de
COFINS, sobre o valor do custo orçado para conclusão da obra ou melhoramento, ajustado pela
exclusão dos valores a serem pagos a pessoa física, encargos trabalhistas, sociais e previdenciários,
e dos bens e serviços, acrescidos dos tributos incidentes na importação, adquiridos de pessoa física
ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, utilizados na proporção da receita relativa à venda
da unidade imobiliária.

40
4.6 – Imobiliárias
• A empresa que utilizar o crédito presumido deverá determinar, na data da conclusão da obra ou
melhoramento, a diferença entre o custo orçado e o efetivamente realizado, sendo que:

1. se o custo realizado for inferior ao custo orçado, em mais de 15% deste, considerar-se-á como
postergada a contribuição incidente sobre a diferença;

2. se o custo realizado for inferior ao custo orçado, em até 15% deste, a contribuição incidente sobre a
diferença será devida a partir da data da conclusão, sem acréscimos legais;

3. se o custo realizado for superior ao custo orçado, a pessoa jurídica terá direito ao crédito
correspondente à diferença, no período de apuração em que ocorrer a conclusão, sem acréscimos.

• A diferença de custo será, no período de apuração em que ocorrer a conclusão da obra ou


melhoramento, adicionada ou subtraída, conforme o caso, no cálculo do crédito a ser descontado,
devendo ainda, em relação às contribuições consideradas postergadas, ser recolhidos os acréscimos
legais.
41
4.6 – Imobiliárias
Construção Civil
Crédito Presumido
Antes do Término da Obra
Custo Orçado R$ 2.000.000,00 Vendas R$ 3.000.000,00 Valor Recolhido
Créditos Débitos
PIS R$ 33.000,00 1,65% PIS R$ 49.500,00 1,65% PIS R$ 16.500,00
COFINS R$ 152.000,00 7,60% COFINS R$ 228.000,00 7,60% COFINS R$ 76.000,00

Após o Termino da Obra Custo Orçado inferior ao Realizado mais que 15%
Custo Realizado R$ 1.500.000,00 25,00% Vendas R$ 3.000.000,00 Valor a Recolher
Créditos Débitos
PIS R$ 24.750,00 1,65% PIS R$ 49.500,00 1,65% PIS R$ 24.750,00
COFINS R$ 114.000,00 7,60% COFINS R$ 228.000,00 7,60% COFINS R$ 114.000,00

Diferença Postergada PIS R$ 8.250,00


COFINS R$ 38.000,00

Após o Termino da Obra Custo Orçado inferior ao Realizado menos que 15%
Custo Realizado R$ 1.800.000,00 -10,00% Vendas R$ 3.000.000,00 Valor a Recolher
Créditos Débitos
PIS R$ 29.700,00 1,65% PIS R$ 49.500,00 1,65% PIS R$ 19.800,00
COFINS R$ 136.800,00 7,60% COFINS R$ 228.000,00 7,60% COFINS R$ 91.200,00

Diferença Devida PIS R$ 3.300,00


na Conclusão da Obra COFINS R$ 15.200,00

Após o Termino da Obra Custo Orçado inferior ao Realizado menos que 15%
Custo Realizado R$ 2.200.000,00 Vendas R$ 3.000.000,00 Valor a Recolher
Créditos Débitos
PIS R$ 36.300,00 1,65% PIS R$ 49.500,00 1,65% PIS R$ 13.200,00
COFINS R$ 167.200,00 7,60% COFINS R$ 228.000,00 7,60% COFINS R$ 60.800,00

Diferença Pago PIS -R$ 3.300,00


a Maior COFINS -R$ 15.200,00
a Compensar

42
4.7 - Não Incidência
• No regime não-cumulativo, não haverá incidência de PIS e COFINS, sobre as receitas decorrentes das
operações de:

a) exportação de mercadorias para o exterior;

b) prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo
pagamento represente ingresso de divisas; e

c) vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação.

• Itaipu Binacional.

• receita de venda de querosene de aviação, quando auferida, a partir de 10.12.2002, por pessoa
jurídica não enquadrada na condição de importadora ou produtora .

43
4.8 - Recolhimento

• As Contribuições de PIS e COFINS, deverão ser pagas até o 25° dia do mês subsequente ao de
ocorrência do fato gerador.

• Se o dia do vencimento de que trata este artigo não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo
para o primeiro dia útil que o anteceder.

• Os códigos de DARF para recolhimento das Contribuições serão:

• a) PIS não-cumulativo: 6912;

• b) COFINS não-cumulativo: 5856.

44
5 - PIS/COFINS
Cumulativo

45
5.1 INCIDÊNCIA CUMULATIVA - CONCEITO

• O regime cumulativo é regido pela Lei n° 9.718/98 e alterações posteriores. Consiste em um


método de apuração na qual o tributo é calculado sobre o faturamento da empresa, sem a
dedução de créditos.

 Portanto, é cumulativo o tributo que incide em duas ou mais etapas da circulação de


mercadorias ou serviços, sem a possibilidade de se amortizar nessa operação o valor do tributo
incidido na operação anterior.

• Nesse sentido, as pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação
do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado estão
sujeitas à incidência cumulativa

46
5.1 INCIDÊNCIA CUMULATIVA - CONCEITO

Cumulatividade de PIS/COFINS
Compras no Mês : Vendas no Mês:
Valor Alíquota Valor Alíquota
Mercadoria P/ Revenda R$ 100.000,00 Mercadoria Vendida R$ 150.000,00
ICMS s/ Compras: R$ 18.000,00 18% ICMS s/ Vendas : R$ 27.000,00 18%
Base p/ PIS/COFINS R$ 82.000,00 Base p/ PIS/COFINS R$ 123.000,00
Débito de PIS R$ 799,50 0,65%
Débito de COFINS R$ 3.690,00 3,00%

APURAÇÃO
PIS COFINS

Débito R$ 799,50 R$ 3.690,00


Crédito R$ - R$ -

Saldo a Recolher R$ 799,50 R$ 3.690,00

47
5.2 INCIDÊNCIA CUMULATIVA - EXEMPLOS

• SIMPLES;

• pessoas jurídicas imunes a impostos;

• Os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais, e as


fundações cuja criação tenha sido autorizada por lei, referidas no art. 61 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição;

• sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária,

• as receitas decorrentes de prestação de serviços de telecomunicações;

• as receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das


empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

48
5.2 INCIDÊNCIA CUMULATIVA - EXEMPLOS

• as receitas decorrentes de prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário,


ferroviário e aquaviário de passageiros;

• as receitas decorrentes de prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental e


médio e educação superior.

• as receitas decorrentes de prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros, efetuado


por empresas regulares de linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da prestação de serviço
de transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo;

• as receitas decorrentes de prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing,


telecobrança e de teleatendimento em geral;

49
5.2 INCIDÊNCIA CUMULATIVA - EXEMPLOS

• as receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de


obras de construção civil;

• as receitas auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e de


organização de feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios da
Fazenda e do Turismo.

• as receitas decorrentes da prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e


turismo.

• as receitas auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades de


desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem como de
análise, programação, instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte técnico e
manutenção ou atualização de software, compreendidas ainda como softwares as páginas
eletrônicas.
50
5.3 – Exclusões da Base de Cálculo
• as vendas canceladas ou as devoluções de mercadorias vendidas;

• os descontos incondicionais concedidos;

• o IPI, quanto destacado na nota fiscal;

• o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto
tributário;

• ICMS s/ a nota fiscal de vendas. (Tese do Século)

• as reversões de provisões;

• as recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas;

• o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido;


51
5.3 – Exclusões da Base de Cálculo
• os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que
tenham sido computados como receita;

• a receita decorrente da venda de bens do Ativo Não Circulante, exceto do Realizável a Longo
Prazo;

• a receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento da


infraestrutura, cuja contrapartida seja o Ativo Intangível representativo de direito de
exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos decorrentes de saídas
isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero;

52
5.4 – Outras Receitas
• Poder Público : No artigo 7° da Lei n° 9.718/98 diz que no caso de construção por
empreitada ou de fornecimento a preço determinado de bens ou serviços, contratados por
pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou suas
subsidiárias, o pagamento das contribuições para o PIS e para a COFINS, será considerado
excluindo-se então da base de cálculo do mês de auferimento da receita o valor da parcela
ainda não recebida e incluindo o valor das parcelas na base de cálculo do mês do efetivo
recebimento.(Regime de Caixa)

• Não há incidência do PIS e da COFINS sobre os valores recuperados judicialmente a título


de tributo pago indevidamente (o principal), por não representarem ingresso de nova
receita (Lei n° 10.833/2003, artigo 1°, § 3°, inciso V, alínea “b”).

Os juros incidentes sobre o indébito tributário recuperado é considerando receita nova e


sobre ela, incidem a contribuição para o PIS e para a COFINS (Ato Declaratório Interpretativo
SRF n° 025/2003, artigo 3°). => Não cumulativo

• Regime de Caixa – reconhecimento das receitas ( Aplica-se obrigatoriamente ao IRPJ/CSLL) 53


5.4 – Base de Cálculo
1 Receitas Tributáveis Valor Alíquota
PIS COFINS
Receita de Vendas de Produtos R$ 2.000.000,00 0,65% 3,00%
Receita de vendas de Mercadorias R$ 100.000,00 0,65% 3,00%
Receita da Prestação de Serviços R$ 150.000,00 0,65% 3,00%
2 Exclusões/Deduções
Descontos Incondicionais R$ 10.000,00 D
Devoluções de Venda R$ 50.000,00 D
Vendas Canceladas R$ 30.000,00 D
ICMS s/ Vendas R$ 20.000,00 D
ICMS/ PIS-COFINS/ IPI ST R$ 15.000,00 D
Receitas com Tributação Monofásica R$ 30.000,00 E
Receitas com Substituição Tributária R$ 40.000,00 E
Receitas Isentas R$ 50.000,00 E
Receitas sujeitas a alíquota Zero R$ 60.000,00 E

Receitas Tributáveis R$ 2.250.000,00


Exclusões / Deduções R$ 305.000,00
Base de Cálculo R$ 1.945.000,00
PIS R$ 12.642,50
COFINS R$ 58.350,00
Total a Recolher
PIS R$ 12.642,50
COFINS R$ 58.350,00
54
5.5 – Retenção na Fonte
• O fato gerador da retenção do PIS e da COFINS é o simples pagamento dos serviços elencados a
outra pessoa jurídica.

• Deste modo, os valores retidos serão considerados como antecipação do que for devido pelo
contribuinte que sofreu a retenção, em relação às respectivas contribuições.

• A empresa que sofreu a retenção poderá deduzir os valores retidos das contribuições devidas da
mesma espécie, relativamente a fatos geradores a partir do mês da retenção.

• Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela
prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de
valores e locação de mão-de-obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,
bem como pela remuneração de serviços profissionais, estão sujeitos às retenções na fonte das
contribuições sociais.

55
5.6 – Alíquota
• De acordo, com o artigo 52 da Instrução Normativa RFB n° 247/2002, as alíquotas do PIS e da
COFINS aplicáveis sobre o faturamento das pessoas jurídicas que estão na incidência
cumulativa, são de:

a) 0,65% para o PIS; e

b) 3,0% para a COFINS.

=> As pessoas jurídicas mencionadas na Instrução Normativa RFB n° 1.285/2012, possuem o


percentual da COFINS de 4% (I - os bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas e as agências de fomento, II - as sociedades de crédito, financiamento e
investimento, as sociedades de crédito imobiliário e as sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e
valores mobiliários; III - as empresas de arrendamento mercantil; IV - as cooperativas de crédito;
V - as empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito;
VI - as entidades de previdência complementar privada, abertas e fechadas, sendo irrelevante a forma de sua
constituição; e VII - as associações de poupança e empréstimo.)

56
5.7 – Recolhimento

• As Contribuições de PIS e da COFINS, deverão ser pagas, de forma centralizada na matriz, até o
25° dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, pelas demais pessoas
jurídicas, conforme dispõe o artigo 18 da Medida Provisória n° 2.158-35/2001.

• Os códigos de receita (DARF) para recolhimento das contribuições serão:

a) PIS cumulativo (empresas em geral): 8109;

b) COFINS cumulativo (empresas em geral): 2172.

57
6 – Tributação Monofásica
X
Substituição Tributária

58
6.1 Tributação Monofásica

 tributação monofásica é um tratamento tributário diferenciado em relação ao PIS/Pasep e à


COFINS;
 incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de grupo de produtos específicos;
 com a finalidade em concentrar a tributação nas etapas de produção e importação e
 desonerando as etapas subsequentes da incidência de PIS/Pasep e COFINS.

 A concentração da tributação ocorre com a aplicação de alíquotas maiores do que as usuais,


ou seja, de acordo com a modalidade de recolhimento/regime tributário adotado.

 Sendo assim, na tributação monofásica, o importador e/ou o fabricante são responsáveis em


recolher com alíquotas majoradas do PIS/Pasep e a COFINS, desonerando então o restante da
cadeia, como o comerciante atacadista/varejista.

 No entanto, tem-se uma exceção a essa regra, para o álcool e as bebidas frias relacionadas no
artigo 14 da Lei n° 13.097/2015, em que o distribuidor e o atacadista, respectivamente,
também são responsáveis pelo recolhimento do PIS/Pasep e a COFINS. 59
6.1 Tributação Monofásica

60
6.2 Tributação Monofásica – Alíquotas
Produtos Alíquota do PIS/Pasep Alíquota da COFINS
Gasolina e suas correntes, exceto gasolina de
5,08% 23,44%
aviação
Óleo diesel e suas correntes 4,21% 19,42%
Gás liquefeito de petróleo (GLP) derivado de petróleo
10,20% 47,40%
e de gás natural
Querosene de aviação 5,00% 23,20%
Produtos farmacêuticos 2,10% 9,90%
Produtos de perfumaria, toucador e higiene pessoal 2,20% 10,30%
Máquinas e Veículos 2,00% 9,60%
Autopeças (Venda para comerciantes ou a
2,30% 10,80%
consumidores)
Autopeças (Venda para fabricantes de veículos,
1,65% 7,60%
máquinas e autopeças)
Pneus e Câmaras de ar 2,00% 9,50%
Bebidas Frias (Venda para consumidor final ou
1,86% 8,54%
pessoa jurídica varejista)
Bebidas Frias (Venda para atacadista) 2,32% 10,68%
Álcool (Venda realizada por produtor ou importador) 1,50% 6,90%
Álcool (Venda realizada por distribuidor) 3,75% 17,25%
Álcool (Venda realizada por produtor ou importador)
R$ 23,38 (por metro cubico) R$ 107,52 (por metro cubico)
(Regime Especial)
Álcool (Venda realizada por distribuidor) (Regime
R$ 58,45 (por metro cubico) R$ 268,80 (por metro cubico)
Especial)
Biodiesel 6,15% 28,32%
Biodiesel (Regime Especial) R$ 120,14 (por metro cubico) R$ 553,19 (por metro cubico
61
6.1 Tributação Monofásica x Tributação Normal
(SEM ICMS)
Tributação Normal
Empresas Lucro Real - Pneus e Câmara de Ar
PIS/COFINS Não Cumulativo - 9,25%
ICMS : 18%
IPI : 10%
MVA: 10%
Cadeia de Produção e Consumo
Indústria Atacadista Varejista

Compra R$ 10.000,00 Compra R$ 15.793,78 Compra R$ 24.944,36


Compra + MVA R$ 11.111,11 Compra + MVA R$ 17.548,65 Compra + MVA R$ 27.715,96
Venda R$ 15.793,78 Venda R$ 24.944,36 Venda R$ 36.624,99
ICMS R$ 2.439,02 ICMS R$ 3.852,14 ICMS R$ 6.083,99
IPI R$ 1.111,11 IPI R$ 1.754,86
PIS/COFINS R$ 1.132,54 PIS/COFINS R$ 1.788,71 PIS/COFINS R$ 2.825,04

Apuração PIS/COFINS R$ 104,76 R$ 656,17 R$ 1.036,34


Total a Recolhido R$ 1.797,26
Preço de Venda Compra + MVA + ICMS + PIS/COFINS
ICMS (MVA/0,82)*18%)
IPI (MVA * 10%)
PIS/COFINS (MVA /0,9075)*9,25%)
MVA Compras + 10%

62
6.1 Tributação Monofásica x Tributação Normal
(COM ICMS)
Tributação Normal
Empresas Lucro Real - Pneus e Câmara de Ar
PIS/COFINS Não Cumulativo - 9,25%
ICMS : 18%
IPI : 10%
MVA: 10%
Cadeia de Produção e Consumo
Indústria Atacadista Varejista

Compra R$ 10.000,00 Compra R$ 16.384,12 Compra R$ 26.843,93


Compra + MVA R$ 11.111,11 Compra + MVA R$ 18.204,57 Compra + MVA R$ 29.826,58
Venda R$ 16.384,12 Venda R$ 26.843,93 Venda R$ 40.998,74
ICMS R$ 2.749,14 ICMS R$ 4.504,22 ICMS R$ 7.379,77
IPI R$ 1.111,11 IPI R$ 1.820,46 IPI
PIS/COFINS R$ 1.412,75 PIS/COFINS R$ 2.314,67 PIS/COFINS R$ 3.792,38

Apuração PIS/COFINS R$ 487,75 R$ 901,92 R$ 1.477,71


Total a Recolhido R$ 2.867,38
Preço de Venda Compra + MVA + ICMS + PIS/COFINS
ICMS (MVA/0,7275)*18%)
IPI (MVA * 10%)
PIS/COFINS (MVA /0,7275)*9,25%)
MVA Compras + 10%

63
6.1 Tributação Monofásica

Tributação Monofásica
Empresas Lucro Real - Pneus e Câmara de Ar
PIS/COFINS MONOFÁSICO - 11,50%
ICMS : 18%
IPI : 10%
MVA: 10%
Cadeia de Produção e Consumo
Indústria Atacadista Varejista
Compra R$ 10.000,00 Compra R$ 16.105,06 Compra R$ 23.612,03
Compra + MVA R$ 11.111,11 Compra + MVA R$ 17.894,51 Compra + MVA R$ 26.235,59
Venda R$ 16.105,06 Venda R$ 23.612,03 Venda R$ 31.994,62
ICMS R$ 2.439,02 ICMS R$ 3.928,06 ICMS R$ 5.759,03
IPI R$ 1.111,11 IPI R$ 1.789,45 IPI R$ -
PIS/COFINS R$ 1.443,82 PIS/COFINS R$ - PIS/COFINS R$ -

Apuração PIS/COFINS R$ 518,82 R$ - R$ -

Total a Recolhido R$ 518,82


Preço de Venda Compra + MVA + ICMS + PIS/COFINS
ICMS (MVA/0,82)*18%)
IPI (MVA * 10%)
PIS/COFINS (MVA /0,885)*11,5%)
MVA Compras + 10%

64
6.3 Substituição Tributária
=> Substituição Tributária de PIS/Pasep e de COFINS é o regime no qual é atribuída a
responsabilidade do recolhimento das contribuições ao fabricante ou importador.

 A tributação se dará através de dois recolhimentos pelo fabricante e/ou importador,


 como contribuinte e como substituto tributário,
 em DARF’s separados, utilizando da alíquota aplicável para a modalidade cumulativa, ou seja,
0,65% para o PIS/Pasep e 3% para a COFINS.

Cigarros e Cigarrilhas

Veículos Autopropulsados (Motocicletas)

65
6.4 Fabricante/Importador, Atacadista, Varejista
1. Tributação Monofásica

 Incidência monofásica concentra a tributação no primeiro da cadeia que é o fabricante ou o


importador.

 O atacadista e o varejista não pagam as contribuições sobre as suas receitas da venda de


produtos monofásicos, pois esta já foi recolhida pelo fabricante ou importador, com exceção
das bebidas frias e do álcool, em que o atacadista e o distribuidor, respectivamente,
também são responsáveis pelo recolhimento do PIS/Pasep e COFINS.

2. Substituição Tributária

 Nesta situação o varejista e o atacadista não recolhem as contribuições, pois a indústria ou


o importador (primeiro da cadeia) já efetuou o recolhimento.

66
6.5 Substituição Tributária x Tributação Monofásica

 A diferença entre a substituição tributária e a tributação monofásica

 é que na primeira ocorrem recolhimentos separados, ou seja, dois recolhimentos por parte
do fabricante e/ ou importador, como contribuinte e o segundo como substituto tributário,
com alíquotas aplicáveis ao regime cumulativo,

 já a tributação monofásica é a modalidade em que o importador e/ou o fabricante são


responsáveis em recolher com alíquotas majoradas o PIS/Pasep e a COFINS, desonerando
então o restante da cadeia, como o comerciante atacadista/varejista, em observância as
exceções à regra.

67
6.1 Tributação Monofásica X Substituição Tributária
Tributação Substituição Tributária
Empresas Lucro Real - Pneus e Câmara de Ar
PIS/COFINS Não Cumulativo - 9,25%
ICMS : 18%
IPI : 10%
MVA: 10%
Cadeia de Produção e Consumo
Indústria Atacadista Varejista

Compra R$ 10.000,00 Compra R$ 17.486,29 Compra R$ 19.429,21


Compra + MVA R$ 11.111,11 Compra + MVA R$ 19.429,21 Compra + MVA R$ 21.588,01
Venda R$ 17.486,29 Venda R$ 19.429,21 Venda R$ 21.588,01
ICMS R$ 2.439,02 ICMS R$ - ICMS R$ -
IPI R$ 1.111,11 IPI R$ - IPI
PIS/COFINS R$ 1.132,54 PIS/COFINS R$ - PIS/COFINS R$ -
PIS/COFINS ST R$ 1.692,50 R$ 656,17 R$ 1.036,34

Apuração PIS/COFINS R$ 104,76


Total a Recolhido R$ 1.797,26
Preço de Venda Compra + MVA + ICMS + PIS/COFINS
ICMS (MVA/0,7275)*18%)
IPI (MVA * 10%)
PIS/COFINS (MVA /0,7275)*9,25%)
MVA Compras + 10%

68
6.5 Substituição Tributária x Tributação Monofásica
Simples Nacional :
 A permissão para que as empresas do Simples Nacional passassem a não tributar PIS/Pasep e
COFINS sobre produtos com incidência monofásica, iniciou-se a partir de 01.01.2009, através
do artigo 3° da Lei Complementar n° 128/2008.

 As empresas do Simples Nacional na condição de varejista, quando obtém receitas da venda de


produtos monofásicos não recolhem o PIS/Pasep e a COFINS sobre estas receitas, pois o
mesmo já foi recolhido antecipadamente pelo produtor ou fabricante.

 O atacadista também utiliza da incidência monofásica, com exceção das bebidas frias.

 É interessante mencionar sobre as bebidas frias, em relação ao Simples Nacional, pois a


permissão para que uma pessoa jurídica do Simples Nacional possa efetuar a fabricação ou
venda no atacado dessas bebidas somente se deu com a publicação da Lei Complementar n°
155/2016 em seu artigo 1° que alterou a Lei Complementar n° 123/2006, anteriormente

69
6.5 Substituição Tributária x Tributação Monofásica
Simples Nacional :

 Porém, apesar de atualmente não ser mais vedada a uma pessoa jurídica optante pelo Simples
Nacional efetuar a fabricação ou venda no atacado desses produtos, essas empresas precisam
atender alguns requisitos para permanecer no regime especial de tributação:

 quando as empresas do Simples Nacional estiverem na condição de fabricante, produtor ou


importador, elas deverão efetuar o recolhimento da alíquota monofásica de acordo com os
produtos produzidos, pois é o primeiro da cadeia e, portanto, é o responsável pelo recolhimento de
toda a cadeia seguinte.

 O importador e a indústria devem selecionar no PGDAS a atividade de "venda de mercadorias


industrializadas, com substituição tributária/tributação monofásica“

 Recolherão o PIS/Pasep e a COFINS em DARF, nos códigos 8109 e 2172, respectivamente, sendo esses
recolhimentos efetuados pelos códigos da modalidade cumulativa, separadamente do DAS. Irão
considerar as alíquotas constantes do ANEXO correspondente. 70
Código SPED Contribuições

Código Descrição
CST Operações Com Crédito de Imposto

50 Vinculada exclusivamente a receita tributada no mercado interno


51 Vinculada exclusivamente a receita não tributada no mercado interno
52 Vinculada exclusivamente a receita de exportação
53 Vinculada a receitas tributadas e não-tributadas no mercado interno
54 Operação com direito a crédito - vinculada a receitas tributadas no mercado interno
e de exportação

55 Operação com direito a crédito - vinculada a receitas não-tributadas no mercado


interno e de exportação

56 Operação com direito a crédito - vinculada a receitas tributadas e não-tributadas no


mercado interno, e de exportação

71
Código SPED Contribuições

Código Descrição
CST Operações Sem Crédito de Imposto
60 Operação de aquisição vinculada exclusivamente a receita tributada no mercado interno
61 Operação de aquisição vinculada exclusivamente a receita não-tributada no mercado interno
62 Operação de aquisição vinculada exclusivamente a receita de exportação
63 Operação de aquisição vinculada a receitas tributadas e não-tributadas no mercado interno
64 Operação de aquisição vinculada a receitas tributadas no mercado interno e de exportação
65 Operação de aquisição vinculada a receitas não-tributadas no mercado interno e de exportação
66 Operação de aquisição vinculada a receitas tributadas e não-tributadas no mercado interno, e
de exportação
67 Outras operações
78 Operação de aquisição sem direito a crédito
98 Outras Operações de Entrada

72
Código SPED Contribuições
Simples Nacional :

Código Descrição
CST Operações Saídas
02 Operação tributável com alíquota diferenciada - itens que estão sujeitos à tributação
monofásica - inclusive optante ao Simples Nacional
03 Operação tributável com alíquota por unidade de medida de produto - combustíveis,
álcool e bebidas frias
04 Operação tributável monofásica - revenda a alíquota zero

06 Operação tributável a alíquota zero - bebidas frias varejista

73
Referências

Constituição da República Federativa do Brasil


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Parecer Normativo COSIT, Nº 05 de 17 de Dezembro de 2018


http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=97407

Lei 10.637 de 30 de Dezembro de 2002


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10637.htm

Lei 10.833 de 29 de Dezembro de 2003


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.833.htm

Lei 12.973 de 13 de Maio de 2014


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm

Instrução Normativa 1911 de 15 e Outubro de 2019


http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=104314

Pêgas, Paulo H. Manual de Contabilidade Tributária. Disponível em: Minha Biblioteca, (10th edição). Grupo GEN, 2022.

74
Contatos
Ricardo Carvalho da Silva
(31) 99825-0779
E-mail: rickmaisbh@gmail.com
ricardo.silva@unifal-mg.edu.br

75
76

Você também pode gostar