Você está na página 1de 114

DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS

Prof. Paulo Cesar da Silva

UBERLANDIA / MG
2º SEMESTRE 2010

Pag. 1 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

1
PARTE I – ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

INTRODUÇÃO

A análise das demonstrações financeiras constitui um dos estudos mais importantes da


administração financeira e desperta enorme interesse tanto para os administradores internos da
empresa, como para os diversos segmentos de analistas externos.

Para o administrador interno da empresa, a análise visa basicamente a uma avaliação de seu
desempenho geral, notadamente como forma de identificar os resultados (consequências)
retrospectivos e prospectivos das diversas decisões financeiras tomadas. Deve-se notar que essa tarefa
de avaliação interna da empresa é bastante simplificada, em termos de obtenção de seus principais
indicadores, pela natural facilidade de acesso as informações contábeis.

O analista externo, por sua vez, apresenta objetivos mais específicos com relação à avaliação do
desempenho da empresa, os quais variam segundo sua posição, de credor, de investidor, prestador de
serviços, dentre outros. É de assinalar, ainda, que a analise externa desenvolvida basicamente por meio
das demonstrações financeiras usualmente publicadas pela empresa, traz dificuldades adicionais de
avaliação, em função das limitações de informações contidas nos relatórios contábeis.

A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo do desempenho


econômico-financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar, em

Pag. 2 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

conseqüência, sua posição atual e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências
futuras. Na realidade o que se pretende avaliar são os reflexos que as decisões tomadas por uma
empresa determinam sobre sua liquidez, estrutura patrimonial e rentabilidade.

Deve-se ressaltar que a utilização de um simples índice isolado de outros complementares, não
fornece elementos suficientes para uma conclusão satisfatória. Um índice isolado, na realidade,
dificilmente contribui com informações relevantes para o analista.

Para uma analise mais detalhada e mais bem fundamentada, é necessário lançar mãos de todos
os métodos e técnicas de analise, com isso é possível extrair o maximo de informações que podem ser
analisadas em conjunto, permitindo assim a elaboração de um relatório de analise completo.

TÉCNICAS CONTÁBEIS
É o conjunto de métodos organizados de forma sistemática, desenvolvidos e postos em
execução com o propósito de obter informações úteis à tomada de decisões, a partir de quaisquer
demonstrações e relatórios contábeis. O quadro abaixo demonstra as técnicas contabeis mais
expressivas, todas utilizadas de forma sistemática:

TECNICA COMENTARIO

Consiste no registro em livros próprios (Razão, Diário, Caixa e Contas


Escrituração Correntes), de todos os fatos administrativos, bem como dos atos
administrativos relevantes que ocorrem no dia a dia das empresas.
São os relatórios ( quadros ) técnicos que apresentam dados extraídos dos
Demonstrações
registros contábeis da empresa. As demonstrações mais conhecidas são o
Financeiras
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.
È a verificação da exatidão dos dados contidos nas demonstrações contábeis,
Auditoria através do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos
que deram origem a eles.
Compreende o exame e a interpretação dos dados contidos nas demonstrações
Analise de
contábeis, a fim de transformar esses dados em informações úteis aos diversos
Balanços
usuários da contabilidade.
Corresponde à unificação das demonstrações contábeis da empresa
Consolidação
controladora e de suas controladas, visando apresentar a situação econômica e
de balanços1
financeira de todo o grupo, como se fosse uma única empresa.

1
Aplicável apenas aos grupos econômicos, a Lei das Sociedades Anônimas, por meio dos arts. 249, 250 e 275, dispõem sobre a
necessidade da elaboração de demonstrações financeiras consolidadas por parte das companhias abertas.

Pag. 3 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA
IS : Analise das Demonstraçõ
ções Financeiras

RELATÓRIO CONTÁBIL
É a exposição resumida
umida e ordenada de dados colhidos pela contabilid
ontabilidade. Seu objetivo é
demonstrar aos usuários oss princip
principais fatos registrados pela contabilidade em dete
determinado período. Os
Relatórios Contábeis são também
mbém cconhecidos por informes contábeis com as seguintes
seguin terminologias:

• Demonstrações financeiras
anceiras - terminologia utilizada pela (LSA) Lei das
as Socied
Sociedades por Ações.

• Ou Demonstraçõess contábe
contábeis - terminologia preferida pelos contadores.

1 – OBJETIVOS E METODOLOGIA
DOLOGIA DA ANÁLISE DE BALANÇOS

A Análise de Balanços
ços obje
objetiva extrair informações das Demonstrações
rações Financeiras
F que sejam
úteis para a tomada de decisões.
cisões.
As demonstrações financeiras
finance fornecem uma série de dados sobree a empresa,
emp de acordo com
regras contábeis. A Análisee de Ba
Balanços transforma esses dados em informaçõe
formações e será tanto mais
eficiente quanto melhor informaçã
formação produzir.
Diante destas demonstraçõ
onstrações, é importante salientar a distinção entre
tre dados
dado e informações:
DADOS são números
meros ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente,
isoladam não provocam
nenhuma reação no
o leitor;
INFORMAÇÕES represe
representam, para quem as recebe uma comunicaçã
unicação que pode produzir
reação ou decisão, frequ
uentemente acompanhada de um efeito-surpresa.
rpresa.
O objetivo da Análisee de Balanço
Ba é produzir informação e uma avaliação
avaliaç de desempenho,
permitindo que seja traçado
ado tendências
ten estatísticas de uma entidade por me
meio da utilização dos
métodos próprios de análise.
Para tanto é indispensável
ável que seja seguida a seqüência do processo contábil
ntábil, a saber:

TECNICAS DE ANALISE
DAS DEMONSTRAÇOES
FINANCEIRAS • Informações
rmações
• Fatos ou
Economico
omico -
eventos
Financeiro
eiro para
par
economicos - • Demonstrações tomada
ada de
contabeis Contabeis = decisões
cisões
Dados
RELATORIO
ATORIO PARA
P
PROCESSO CONTABIL
ANALISE

Pag. 4 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA
IS : Analise das Demonstraçõ
ções Financeiras

O contador procuraa captar, organizar e compilar todos os dados. Sua


ua matéria-prima
matér são fatos de
significado econômico-financeiro
anceiro expressos em moeda. Seu produto final sã
são as demonstrações
financeiras.
O analista de balanços
nços transforma
tran os dados em informações e conclui
clui se a empresa merece ou
não crédito, se é bem ou mal
al administrada.
admin
O grau de excelência
cia da Análise
An de Balanços é dado exatamente pela
ela qualidade
qual e extensão das
informações que se consegue gerar a partir destes.
A Análise de Balanços
ços deve ser elaborada como se fosse descomplicada,
licada, assumindo
a o papel de
tradução dos elementos contidos
ntidos nas
n demonstrações financeiras.
Após a análise, podemos
emos incluir
in no relatório final as seguintes informações:
mações:
Situação financeira
nanceira.
Situação econômic
conômica.
Desempenho.
Eficiência naa utiliza
utilização dos recursos.
Pontos fortes
tes e frac
fracos.
Tendênciass e perspectivas,
persp quadro evolutivo.
Adequação das fontes
fon às aplicações de recursos.
Causas das alterações
alteraçõ na situação financeira.
Causas das alterações
alteraçõ na rentabilidade.
Evidência dee erros da administração.
Providências
ias que deveriam
d ser tomadas e não foram.
Avaliação dee altern
alternativas econômico-financeiras futuras.
Segue abaixo o fluxo
o do processo
p de tomada de decisão com base nos indic
indicadores:

Diagnostico
1 Escolha dos
indicadores 2 Comparação
com padroes 3 ou
conclusoes
4 Decisões

ANALISE

Pag. 5 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

A não observância da seqüência apresentada acima ocasiona distorções graves na Análise de


Balanços, fica esta prejudicada e sem muita utilidade para fins de tomada de decisões. Por falta de
padrões ou por não saber construí-los a análise fica comprometida. Como fazer afirmativas se não
temos elementos de referencia.
Mais a frente estudaremos cada uma dessas etapas.

2 – PANORAMA DAS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS

1895 – Conselho Executivo da Associação dos Bancos do Estado de New York – recomenda
solicitar a análise aos tomadores de crédito.
1900 – Conselho Executivo da Associação dos Bancos do Estado de New York – na proposta
do formulário de crédito incluía espaço para balanço.
1906 – Willian Post – declara facilidade para obter tais informações.
1913 – a atenção é voltada para índices que não fossem Ativo Circulante e Passivo
Circulante.
1915 – Federal Reserve Board - a análise tornou-se praticamente obrigatória nos EUA.
1918 – Federal Reserve Board – através de um livreto, foram criados formulários
padronizados para Balanços e Demonstrações de lucros e Perdas.
1919 – Alexandre Wall (Pai da Análise) – apresentou um modelo de análise através dos
índices.
1923 – James H. Biss (obra: Financial and Operating ratios in Management) – escreveu sobre
os coeficientes característicos que podem ser obtidos através de médias.
1931 – Dun & Bradstreet – índices padrão para diversos ramos de atividades.
1925 – Stephen Gilman – índices encadeados que indicasse as variações havidas nos
principais itens (análise horizontal).
Década de 30 – Du Pont – análise de rentabilidade que decompunha a taxa de retorno em
taxa de margem de lucro e giro dos negócios ROI (Return on Invetiment).
Década de 40 – técnicas de análise de balanços.
1968 – Brasil – Serasa começou a operar.
Atualmente, a utilização da analise de balanço é amplamente utilizada por diversos usuários
que, direta ou indiretamente tem alguma relação com as empresas.

Pag. 6 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

TÉCNICAS DE ANÁLISE

2.1. ANÁLISE ATRÁVES DOS ÍNDICES

A Análise de Balanços surgiu por motivos práticos e mostrou-se logo instrumento de grande
utilidade.
Alguns dos índices que surgiram inicialmente permanecem em uso até hoje. As atuais técnicas
de Análise de Balanços possibilitam grande número de informações sobre a empresa.
Através de certos índices de balanços pode-se prever a insolvência; cada índice tem seu peso e
sua importância na análise. Os índices-padrões permitem uma adequada avaliação do índice de uma
determinada empresa e proporciona ao usuário da análise informação objetiva do seu desempenho.
Os índices de balanço fornecem avaliações genéricas sobre diferentes aspectos da empresa em
análise, sem descer a um nível maior de profundidade. Essa profundidade é alcançada por outras
técnicas.
Conforme já comentado, a análise dos índices isoladamente não fornece subsídios sólidos para
tomada de decisões, é imprescindível complementá-los com outros métodos.
Os indicadores básicos de analises estão divididos em quatro grandes grupos:

INDICE COMENTARIO

Visam medir a capacidade de pagamento (folga financeira) de uma empresa,


LIQUIDEZ ou seja, sua habilidade em cumprir corretamente as obrigações passivas
assumidas.
E Visam a mensuração das diversas durações de um “ciclo operacional”, o qual
envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, que vão desde a
ATIVIDADE aquisição de insumos básicos ou mercadorias, até o recebimento das vendas
realizadas.
Servem para aferir a composição (estrutura) das fontes passivas de recursos de
ENDIVIDAMENTO
uma empresa. Evidencia a forma pela qual os recursos de terceiros são usados
E ESTRUTURA
pela empresa e sua participação com relação ao capital próprio.

Visam avaliar os resultados auferidos por uma empresa em relação a


RENTABILIDADE
determinados parâmetros que melhor revelem suas dimensões.

Objetivam avaliar os reflexos do desempenho da empresa sobre suas ações.


ANALISE
São de grande utilidade para os analistas de mercado e acionistas (potenciais e
DE ACOES
atuais), como parâmetro de apoio a suas decisões de investimentos.

Pag. 7 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2.2 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

Presta-se fundamentalmente ao estudo de tendências. No entanto, pesquisas efetuadas


recentemente com insolvência de pequenas e médias empresas têm ressaltado a utilidade da Análise
Vertical e Horizontal como instrumento de análise.
Esta analise é importante, pois fornece ao administrador uma visão do comportamento
evolutivo da empresa ao longo dos períodos e quais os percentuais que cada item / grupo representa na
estrutura do demonstrativo analisado.

2.3 ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO

Através do cálculo dos índices de rotação ou prazos médios (recebimento, pagamento e


estocagem), é possível construir um modelo de análise dos investimentos e financiamentos do capital
de giro, de grande utilidade gerencial, bem como para a avaliação da capacidade de administração do
capital de giro por parte da empresa.

2.4 MODELOS DE ANÁLISE DE RENTABILIDADE

2.4.1 ANÁLISE DO ROI (RETORNO OPERACIONAL DOS INVESTIMENTOS)

Permite ampla decomposição dos elementos que influem na determinação da taxa de


rentabilidade de uma empresa e explica quais os principais fatores que levaram ao aumento ou à queda
de rentabilidade.
Possibilita ainda identificar as alternativas para modificações da rentabilidade quando esta
estiver em estudo.

2.4.2 ANÁLISE DA “ALAVANCAGEM FINANCEIRA”

É utilizada para comparar o custo das diferentes alternativas de capitais de terceiros com o
custo do capital próprio, a análise da “alavancagem financeira” é imprescindível para as decisões de
subscrição de ações e muito recomendável nas decisões de financiamentos de longo prazo.

Pag. 8 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2.5 ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS E DO FLUXO DE CAIXA

A partir de 31/12/78 a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) começou a ser
divulgada por determinação da Lei n.º 6.404.
Os analistas de balanço pouco conhecem das potencialidades informativas dessa demonstração e
não vêm utilizando para emissão de seus pareceres.
Com a utilização dos dados da DOAR, pode-se construir a Demonstração do Fluxo Líquido de Caixa,
cuja análise é a última palavra sobre a situação financeira da empresa e sobre sua gestão de caixa.
Contudo, a DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa passou a ser obrigatória com a lei 11.638/2007,
sendo adotada em substituição à DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
A DFC- Demonstração do Fluxo de Caixa centra sua atenção nas origens e aplicações de caixa, ou
seja, revela onde os recursos de caixa foram obtidos e onde foram investidos, em determinado periodo.
A DFC- Demonstração do Fluxo de Caixa é muito importante para a avaliação da situação financeira
da empresa, podendo se conhecer sua efetiva capacidade de pagamento.

2.6 ANÁLISE PROSPECTIVA

A Análise de Balanços tradicional detém-se exclusivamente no passado da empresa, por serem os


dados do passado os únicos contidos nas demonstrações financeiras. Nesse tipo de análise supõe-se que
o comportamento da empresa no futuro seja igual ao do passado.
As Técnicas previsionais de análises juntamente com novas variáveis, têm superado em muito os
resultados que se obtém pela análise do passado, entretanto seu grau de erro é maior do que na analise
historica. Em vista das dificuldades, a análise previsional ainda é muito pouco usada no Brasil.

3 – USOS E USUÁRIOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS

Um dos elementos mais importantes na tomada de decisões relacionadas a uma empresa é a


análise das suas demonstrações financeiras.
Saber analisar balanços está se tornando uma necessidade cada vez maior para grande numero
de pessoas, principalmente para aqueles que pretendem se relacionar com a empresa em questão.
Cada usuário está interessado em algum aspecto particular da empresa, de acordo com seu grau
de relacionamento com a mesma.

Pag. 9 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA
IS : Analise das Demonstraçõ
ções Financeiras

O diagnostico de uma
ma empresa
emp quase sempre começa com uma rigorosa Analise de Balanços,
cuja finalidade é determinar
ar quais são os pontos críticos e permitir, de imediato,
ediato, apresentar
a um esboço
das prioridades para a solução
ção de sseus problemas.
A análise de balanços
os é fundamental
fun para quem pretende relacionar-se
se com a empresa, sendo a
profundidade da analise conforme
nforme o grau de relacionamento estabelecido com a empresa.
em
Vamos relembrar agora
gora os principais usuários da analise de balanços,, lembrando
lemb que a presente
lista é apenas exemplificativa,
iva, podendo
pode ter outros além dos citados.

Investidores /
Socios

Bancos/
Outros Financiadores

Empre
pregados /
Analistas / Demonstrações
Administradores Prest
stadores
Financeiras
de Serviços
Se

Fornecedores
Setor P
Publico
/ Consultores

Sindicatos/
IBGE/
Clientes

3.1 FORNECEDORES

O fornecedor de mercador
ercadorias precisa conhecer a capacidade de pagament
gamento de seus clientes, ou
seja, a sua liquidez. Geralmente
ente os fornecedores observam para sua segurança
rança at
até o próximo balanço
índices também de rentabilidade
ilidade e endividamento.

Pag. 10 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.2 CLIENTES (COMPRADORES)

Raramente o comprador analisa a situação do fornecedor. Em geral ocorre análise por parte do
comprador quando depende de fornecedores que não possuam o mesmo porte dele ou que possam de
alguma forma oferecer riscos.
Outra possibilidade de ocorrer análise se dá quando existem poucos fornecedores no mercado e
a relação entre comprador e fornecedor é bastante forte.

3.3 BANCOS COMERCIAIS (ou Carteira Comercial do Banco Múltiplo)

A análise do banco comercial dá maior ênfase a aspectos de curto prazo (empréstimos que
devem ser pagos dentro de dois ou três meses), embora não relege os pontos de longo prazo, como a
rentabilidade e a capitalização do cliente.
O banco comercial preocupa-se com o endividamento do cliente, pois sabe que é um forte
indicador de insolvência.

3.4 BANCOS DE INVESTIMENTOS (ou Carteira de Investimentos no Banco Múltiplo)

Os bancos de investimentos concedem investimentos dependendo da situação futura do cliente.


Por isso analisar a tendência e fazer previsões é muito mais importante para o banco de investimento do
que fazer análise da atual situação do cliente.

3.5 SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (ou carteira de Crédito Imobiliário do Banco Múltiplo)

Essas sociedades concedem créditos a construtoras por prazos superiores a um ano. A análise
delas, feitas pela sociedade de crédito imobiliário, geralmente fica no meio termo entre a análise de um
banco de investimento e a de um comercial.

3.6 SOCIEDADES FINANCEIRAS (ou Carteiras de Financiamento ao Consumidor do Banco Múltiplo)

Essas sociedades concedem crédito diretamente aos consumidores. As lojas vendem para seus
clientes e estes recebem o crédito da Sociedade Financeira, sendo que a loja intervém como avalista dos
empréstimos. É por essa razão que tais sociedades necessitam conhecer avais a seus clientes.

Pag. 11 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.7 CORRETORAS DE VALORES E PÚBLICO INVESTIDOR

Neste caso as análises são para investimento em ações. As corretoras, como agentes dos
investidores, preocupam-se basicamente com a rentabilidade da empresa. A liquidez interessa apenas
como questão de sobrevivência.

3.8 CONCORRENTE

A análise dos concorrentes de uma empresa é de vital importância. O conhecimento profundo


da situação de seus concorrentes pode ser fator de sucesso ou de fracasso da empresa no mundo.
A empresa deve também saber qual sua posição em relação a seus concorrentes e como se situa
quanto à liquidez e à rentabilidade.
Os concorrentes fornecem os padrões necessários para a empresa auto-avaliar-se. É
fundamental analisar empresas concorrentes.

3.9 DIRIGENTES

A análise para os administradores é um instrumento complementar para a tomada de decisões.


Ela será utilizada como auxiliar na formulação de estratégia da empresa, pois pode fornecer subsídios
úteis como informações fundamentais sobre a rentabilidade e a liquidez da empresa hoje em
comparação com as dos balanços orçados.
A liquidez é uma preocupação para os administradores da empresa, pois, se for muito baixa,
ainda que dê condições de a empresa operar, pode representar sério entrave para a obtenção do
crédito bancário.

3.10 GOVERNO
O governo utiliza intensamente a Análise de Balanço em diversas situações. Por exemplo, numa
concorrência aberta, ele escolherá aquela empresa que estiver em melhor situação financeira. E ao
longo do desenvolvimento dos trabalhos da empresa vencedora, ele buscará através da análise
informações sobre a continuidade dos trabalhos.
Da mesma maneira, o governo também controla as empresas públicas e autarquias,
estabelecendo níveis de investimentos e índices de desempenho.

Pag. 12 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.11 ACOMPANHAMENTO DE CLIENTES E FORNECEDORES


A Análise de Balanços proporciona bons resultados na previsão de insolvência. Muitos
fornecedores e bancos tiveram enormes prejuízos com empresas que vão à falência ou concordata
simplesmente porque deixaram de acompanhar, ainda que de forma simples, a situação financeira desta
empresa. A análise detalhada revela se os fornecedores inicialmente contratados teriam ou não
condições de cumprir os acordos assinados.

Pag. 13 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

1 - INTRODUÇÃO
Atividades Práticas

1. MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

1. A Análise de Balanços objetiva:


a) Extrair dados do departamento de contabilidade de uma empresa.
b) Transformar os dados financeiros em uma linguagem complicada, embora útil.
c) Extrair informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões.
d) Nenhuma das alternativas anteriores

2. As informações da Análise de Balanços podem ser classificadas em:


a) Informações sobre a situação financeira e sobre a rentabilidade da empresa.
b) Informações para o fisco e informações para a direção da empresa.
c) Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Planejamento.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

3. Os primeiros passos da Análise de Balanços ocorreram:


a) Após a 2º guerra mundial.
b) No final do século XIX.
c) Nos anos 70.
d) Nenhuma das alternativas anteriores

4. O fornecedor de mercadorias utiliza a Análise de Balanços para:


1. Conhecer as estratégias da empresa-cliente.
2. Conhecer a capacidade de pagamento de seus clientes.
3. Conhecer a capacidade econômica da empresa-cliente para que possa concorrer a curto prazo.
4. Nenhuma das alternativas anteriores.

2. QUESTÕES:
1. Qual a diferença entre dado e informação?

Pag. 14 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2. Que tipo de informações podemos incluir no relatório?

3. Qual é a seqüência do processo de tomada de decisão?

4. Fale sobre as técnicas de análise.

5. Relacione os principais usuários de Análise de Balanços.

3. RELACIONE E NUMERE AS COLUNAS:

Permite elaborar um diagnostico geral da situação


1. Padronização ( )
econômico-financeira da empresa.

Possibilita descrição detalhada da situação


2. Analise através de índices ( )
econômico-financeiro.

Coloca as demonstrações financeiras sob forma


3. Analise vertical e horizontal ( )
adequada para análise.

Pag. 15 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

1 - ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A Análise das demonstrações financeiras exige noções do seu conteúdo, significado, origens e

limitações.

Através de uma abordagem resumida, apresenta-se o que revelam as demonstrações

financeiras e cada uma das principais contas que nela aparecem quando publicadas.

As principais partes dessas publicações são:

Pag. 16 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

ITEM COMENTARIO

Através desse relatório, a diretoria presta informação aos acionistas, sobre diversos
Relatório da aspectos do desempenho e de perspectivas da sociedade relativas aos resultados,
Diretoria orçamentos, planejamento estratégico, dentre outros assuntos que são relevantes para
a empresa.

O Art. 176 da Lei 6.404/76 estabelece que “ ao fim de cada exercício social, a diretoria
fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes
demonstrações financeiras ( Contábeis ), que deverão exprimir com clareza a situação
do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no período ”.

BP - Balanço Patrimonial;
Demonstrações
DLPA - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (Opcionalmente algumas
Financeiras
empresas optam pela DPML - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido);
DRE - Demonstração do Resultado do Exercício;
DFC - Demonstração dos Fluxos de Caixa (Companhia fechada com patrimônio
liquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 está desobrigada à
elaboração e publicação);
DVA - Demonstração do Valor Adicionado (Se companhia aberta).

São dados e informações que ora complementam as demonstrações financeiras, ora


Notas fornecem critérios contábeis ou ainda acrescentam informações relativas a eventos
Explicativas subsequentes que tenham efeitos relevantes sobre a situação financeira da companhia.
Enfim contem elementos que possibilita uma analise mais ampla da empresa.

É obrigatório apenas para as companhias abertas e empresas de grande porte, ou seja,


aquelas que têm papéis negociáveis – ações ou debêntures – colocados junto ao
público. Os auditores independentes são contadores que, sem manter vínculo
Parecer empregatício, são contratados para emitir opiniões sobre a correção e veracidade das
dos Auditores demonstrações financeiras. Verificam os controles internos da empresa, conferem
lançamentos, dentre outros processos, tudo por amostragem, o que necessariamente
não detecta todos os erros e fraudes. Por isso, fala-se em Parecer dos Auditores e não
em Certificados dos Auditores.

1.1 O QUE MOSTRAM AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A estrutura básica das quatro demonstrações financeiras, referidas anteriormente, é


determinada pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76).
Essa lei trouxe consideráveis aperfeiçoamentos contábeis em relação às práticas anteriores
vigentes e tornou-se um marco na história da Contabilidade no Brasil, apesar de ainda não incorporar
todos os aperfeiçoamentos que seriam possíveis.
Basicamente, suas disposições referem-se a:

Pag. 17 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Demonstrações Financeiras Obrigatórias: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado


do Exercício, Demonstração de Lucros/Prejuízos Acumulados ou Demonstrações das
Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstrações do Fluxo de Caixa e Demonstração de
Valor Adicionado.
Conteúdo das Demonstrações Financeiras
Critérios de avaliação de Ativo e Passivo
Determinação do Lucro Líquido
Consolidação de Demonstrações Financeiras.
Para efeito de Análise de Balanços, a Lei das S.A. representou notável avanço. O conteúdo e a
forma de apresentação das demonstrações financeiras atendem às necessidades da Analise de Balanços.
Vejamos como se compõem essas demonstrações.

1.2 BALANÇO PATRIMONIAL ( BP )

É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa representados pelo


ATIVO, assim como as obrigações - PASSIVO EXIGÍVEL - em determinada data. A diferença entre Ativo e
Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da empresa,
quer através de recursos trazidos de fora da empresa, quer gerados por esta em suas operações e
retidos internamente.
Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa no fim do ano ou
em qualquer data prefixada.
Segundo Robert N. Antony2, o balanço mostra:
1) As fontes de onde provieram os recursos utilizados para a empresa operar: Passivo e
Patrimônio Líquido, e
2) Os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos.
Essa definição evidência os termos fontes e investimentos de recursos, o que é ideal para
Análise de Balanços, pois analisar é, em grande parte, avaliar a adequação entre as diversas fontes e os
investimentos efetuados.
No Ativo temos comprovadamente por documentos o que existe de concreto na empresa.
Todos os bens e direitos com exceção das despesas antecipadas e diferidas, pois representam
investimentos que beneficiarão exercícios futuros. O Passivo Exigível e o Patrimônio Líquido mostram a
origem dos recursos que se acham investidos no Ativo.

2
ANTHONY, Robert Newton. Contabilidade Gerencial: Introdução à contabilidade. São Paulo: Ed. Atlas, 1981

Pag. 18 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

O Ativo engloba dois tipos de itens:


1) Aqueles cujo valor é absolutamente indiscutível porque possui estampado o seu valor;
2) As mercadorias (PEPS, UEPS ou média ponderada) e os bens do ativo imobilizado (custo de
aquisição corrigido monetariamente) cujo valor depende de avaliação.
No Passivo Exigível tem valor líquido e certo no que se refere às dívidas assumidas junto a
terceiros, porém no que se refere a débitos fiscais e previdenciários em atraso, praticamente nenhuma
empresa os atualiza corretamente.
Todas as variações do Ativo e do Passivo Exigível em relação ao que deveriam registrar os seus
valores corretos são refletidos no Patrimônio Líquido, que assim estará mais próximo ou menos próximo
da realidade segundo as eventuais distorções desses Ativos e Passivos.
A estrutura de balanço patrimonial descrita abaixo (Visão sintética do balanço) está em
conformidade à deliberação CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nº 488, de 03/10/2005, que
aprovou o Pronunciamento IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) NPC nº 27.
Além disso, a estrutura apresentada abaixo está citada na Lei 6.404/76 atualizada pelas leis
11.638/2007 e 11.941/2009 nos Art. 178, 179, 180 e 182. ( Ver Capitulo XV Lei 6.404/76 que trata do
Exercício Social e Demonstrações Financeiras ):

Pag. 19 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

VISÃO DETALHADA DOS GRUPOS DO BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO e PATRIMÔNIO LIQUIDO


CIRCULANTE CIRCULANTE

Compreende contas que estão constantemente


Compreende obrigações exigíveis que serão liquidadas
em giro- em movimento-, sua conversão em
no próximo exercício social, nos próximos 365 dias após
dinheiro ocorrera no Maximo até o próximo
o levantamento do balanço.
exercício social.

NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

Compreende todas as contas do Ativo que não Compreende todas as contas do Passivo que não
tenham seus recebimentos marcados até o tenham seus pagamentos marcados até o próximo
próximo exercício social. exercício social.

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Incluem-se nessa conta bens e direitos


que se transformarão em dinheiro Relacionam-se nessa conta obrigações exigíveis
após o exercício seguinte. que serão liquidadas com prazo superior a um
ano – dividas a longo prazo.
INVESTIMENTOS

São as aplicações de caráter


permanente que geram rendimentos
não necessários à manutenção da
atividade principal da empresa.
PATRIMÔNIO LIQUIDO
IMOBILIZADO São recursos dos proprietários aplicados na
empresa. Os recursos significam o capital mais o
seu rendimento – lucros e reservas . Se houver
Abarca os itens (bens corpóreos) de
prejuízo, o total dos investimentos dos
natureza permanente que serão
proprietários serão reduzidos.
utilizados para a manutenção da
atividade básica da empresa e as
decorrentes de operações que
transfiram à empresa os benefícios,
riscos e controle desses bens (leasing).

INTANGÍVEL

São direitos que tenham por objetos


bens incorpóreos, isto é, que não
podem tocar, destinados à
manutenção da empresa ou exercidos
com essa finalidade.

Pag. 20 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

1.2.1. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS QUE EXPLICAM O BALANÇO PATRIMONIAL

Todas as demonstrações contábeis ajudam a explicar o BP – Balanço Patrimonial


conforme apresentado no exemplo abaixo:

1.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ( DRE )

É uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações
da empresa. As receitas representam normalmente aumento do Ativo através de ingresso de novos
elementos, como Duplicatas a Receber ou dinheiro proveniente das transações. Aumentando o Ativo,
aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam redução do Patrimônio Líquido, através de um
entre dois caminhos possíveis: Redução do Ativo ou Aumento do Passivo Exigível.

Pag. 21 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Enfim, a Demonstração do Resultado é o resumo do movimento de certas entradas e saídas no


balanço, entre duas datas. Por isso, há autores clássicos americanos que chamam a Demonstração do
Resultado de Fluxo (movimento) de Renda.
A Demonstração do Resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário (fluxo
de dinheiro). Para a demonstração do Resultado não importa se uma receita ou despesa tem reflexos
em dinheiro, basta apenas que afete o Patrimônio Líquido.

1.4 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS ( DLPA )

Esta demonstração possibilita a evidenciação do lucro do período, sua distribuição e a


movimentação ocorrida no saldo da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Devemos lembrar que a referida demonstração é também obrigatória para as Limitadas e outros
tipos de sociedades, conforme a legislação do Imposto de Renda ( art. 274 do RIR/1999 ).

1.5 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ( DMPL )

Essa demonstração não é obrigatória pela lei 6.404/76, das Sociedades por Ações, mas sua
publicação é exigida pela CVM em sua instrução Nº 59/86, para as companhias abertas.
È de muita utilidade, pois fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas
contas componentes do Patrimônio Liquido; faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra e
indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no Patrimônio Liquido durante o exercício.
Sua importância torna-se mais acentuada em face dos critérios da lei, pois a demonstração
indicará claramente a formação e a utilização de todas as reservas, e não apenas das originadas por
lucros; servirá também para melhor compreensão, inclusive quanto ao calculo dos dividendos
obrigatórios.
Reconhecendo a importância dessa demonstração é que a Lei das Sociedades por Ações
mencionou-a, aceitando-a como exposto no § 2º art. 186; estabelece esse parágrafo que a
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados “poderá ser incluída na demonstração das mutações
do Patrimônio Liquido, se elaborada e publicada pela companhia”.
Dessa forma, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido não costuma ser analisado
no sentido tradicional em que o são o Balanço e a DRE.

Pag. 22 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

1.6 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS ( DOAR ) – Substituída pela DFC

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) mostra as novas origens e


aplicações verificadas durante o exercício, não a sua totalidade, mas apenas as ocorridas nos itens não
Circulante do Balanço (Não Circulante: Exigível a Longo Prazo, Patrimônio Líquido, Ativo Não Circulante:
Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado, Intangível ), ou seja, a DOAR evidencia as
variações ocorridas no Capital Circulante Líquido – CCL, num período. Assim temos: Variação CCL = PL +
ELP – ANC. O CCL é definido também como sendo a diferença, positiva ou negativa entre o AC e o
PC, ou seja, CCL = AC – PC.
Traçando um paralelo entre o Balanço e a DOAR, pode-se dizer que o Balanço mostra a posição
dos investimentos e financiamentos da empresa em determinado momento, mas não torna claro, como
a empresa passou de determinada posição de investimento e financiamento para outra posição, ou seja,
quais os recursos adicionais de que a empresa se utilizou e onde os aplicou.
É aí que a DOAR entra, apresentando estes últimos dados. Através da DOAR é possível conhecer
como fluíram os recursos ao longo de um exercício: quais foram os recursos obtidos, qual a participação
das transações comerciais no total de recursos gerados, como foram aplicados os novos recursos etc.
Enfim, a DOAR visa permitir a análise do aspecto financeiro da empresa tanto no que diz
respeito ao movimento de investimentos e financiamentos quanto relativamente à administração da
empresa sob o ângulo de obter e aplicar compativelmente os recursos. A DOAR oferece uma visão mais
completa e profunda de sua posição financeira.
Contudo, conforme já mencionado anteriormente este demonstrativo foi substituído pela DFC –
Demonstração do Fluxo de Caixa, conforme alteração introduzida pela lei 11.638 de Dezembro de 2007,
constante no Art. 176, IV da Lei 6.404/76.

1.7 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ( DFC )

Em termos gerais, a DFC é uma demonstração contábil que procura apresentar informações
sobre os fluxos das transações e eventos que afetaram o caixa da empresa ao longo de um determinado
período, de forma organizada e estruturada por atividades, permitindo melhor compreensão da
articulação entre as diversas demonstrações financeiras.
As informações da DFC, principalmente quando analisadas em conjunto com as demais
demonstrações financeiras, podem permitir que investidores, credores e outros usuários avaliem:
A capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa;

Pag. 23 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

A capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar


empréstimos obtidos;
A liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa;
A taxa de conversão de lucro em caixa;
A performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de distintos
tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos;
O grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa;
Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimentos e de
financiamento, etc.
Além de ser um relatório que gera informações para a tomada de decisão, a DFC é um
importante instrumento de análise, pois fornece informações referentes à capacidade financeira da
empresa de autofinanciamento das operações, de independência do sistema bancário no curto prazo,
de gerar recursos para manter e expandir o nível de investimentos, e sobre as condições da empresa
para amortizar suas dívidas bancária de curto e longo prazo.
O formato geral da DFC abrange três classes de fluxos de caixa:
I. Atividades Operacionais: Envolvem todas as atividades relacionadas com a produção e
entrega de bens e serviços e os eventos que não sejam definidos como atividades de
investimento e financiamento. Normalmente, relacionam-se com as transações que
aparecem na DRE – Demonstração de Resultado do Exercício;
II. Atividades de Investimento: Relacionam-se normalmente com o aumento e diminuição dos
ativos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir bens e serviços.
III. Atividades de Financiamento: Relacionam-se com os empréstimos de credores e
investidores na entidade que resultam em mudanças no tamanho e na composição do
capital, bem como nos empréstimos a pagar da empresa.
O somatório dos três fluxos líquidos de caixa evidencia o acréscimo ou decréscimo líquido
ocorrido ao caixa no período, o qual, somado ao saldo existente no início do período, produz seu
montante final.
No Brasil, na década de 90, a DFC passou a ser sugerida de forma facultativa pela resolução da
CVM nº. 48 de 03/10/2005, baseando-se na IAS 7, aprovada em julho de 1977 pelo IASB. Em 28 de
dezembro de 2007, foi aprovada a Lei 11.638, estabelecendo a substituição da DOAR – Demonstração
das Origens e Aplicações de Recursos pela DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa (art. 176, IV).

Pag. 24 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2 - ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


Atividades Práticas

1. Questões:

1. Quais são as principais partes de uma publicação?


2. Quais são as demonstrações financeiras publicadas? Dê o conceito de cada uma.
3. O que é CCL? E como se calcula seu valor?
4. Como se divide o Ativo e o Passivo no Balanço Patrimonial?
5. Quais os elementos / contas que integram o PL?
6. Como se encontra a Receita Operacional Líquida?
7. O que são despesas operacionais? E como se dividem?
8. Conceitue Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido.
9. O que são usos, aplicações ou investimentos?
10. O que são recursos, fontes ou financiamentos?

2. Escreva se esta conta é D (despesa), R (receita), A (ativo), P (passivo) e PL (patrimônio líquido)

( ) Despesas administrativas ( ) Disponibilidades ( ) Custo de Serv. Prestados


( ) Vendas a Prazo ( ) Reserva de Reavaliação ( ) Investimentos
( ) Fornecedores ( ) Móveis e Utensílios ( ) Imobilizado
( ) Terrenos p/aluguel ( ) Terrenos da fábrica ( ) Dupl. A Rec (2 anos)
( ) Juros Ativos ( ) Diferido ( ) Financiamento (4 anos)
( ) Capital Social ( ) Prejuízos Acumulados ( ) Impostos a Pagar
( ) Aplicações a LP ( ) Banco C/ Movimento ( ) Duplicatas Descontadas
( ) Dinheiro ( ) Estoques ( ) Despesas Financeiras
( ) Receitas Financeiras ( ) Contas a Pagar ( ) Títulos a receber
( ) Empréstimo ( )P&D ( ) Clientes

3. Uma empresa que apresente grandes lucros, sempre terá plena condição de pagar suas contas em
dia?

Pag. 25 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

4. Classifique as contas colocando os valores nas respectivas colunas para efeito de análise:

5. Porque a analise de empresas é importante para empregados, fornecedores de mercadorias,


financiadores e acionistas? Seria a analise importante apenas para usuários externos? E as pessoas de
dentro da empresa, não precisam analisá-la?

Pag. 26 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3
PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

1. PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As demonstrações financeiras devem ser preparadas para a análise, da mesma forma que um
paciente que vai submeter-se a exames médicos. Antes de iniciar a análise, devem-se examinar
detalhadamente as demonstrações financeiras.
Este trabalho é chamado Padronização e consiste numa crítica às contas das demonstrações
financeiras, bem como na transcrição delas para um modelo previamente definido.
A padronização é feita pelos seguintes motivos:
SIMPLIFICAÇÃO – um balanço apresentado segundo a Lei das S.A., por exemplo,
compreende cerca de 60 contas. Isso dificulta a visualização como um todo. Se
compararmos três balanços com 60 valores cada um, e se calcularmos os percentuais de

Pag. 27 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

variação de um ano para outro, bem como a composição (análise vertical e horizontal),
chegaremos a 540 números, complicando assim o trabalho do analista. Utilizando o modelo
de balanço proposto reduziremos para cerca de 20 o número de contas.
COMPARABILIDADE – com exceção das companhias onde existe um plano de contas legal
obrigatório (bancos, seguradoras etc.), todas as outras empresas tem seu próprio plano de
contas. Como a análise se baseia em comparação, só faz sentido analisar um balanço após o
seu enquadramento num modelo que permita comparação com outros balanços.
ADEQUAÇÃO AOS OBJETIVOS DA ANÁLISE – há pelo menos uma conta que deve sempre ser
reclassificada: Duplicatas Descontadas; do ponto de vista contábil, é uma dedução de
Duplicatas a Receber; do ponto de vista de financiamentos, porém, é um recurso tomado
pela empresa junto aos bancos, devido à insuficiência de recursos próprios. Em nada se
distingue de empréstimos bancários, do ponto de vista financeiro. Por isso, as Duplicatas
Descontadas devem figurar no Passivo Circulante. Há outras também que merecem analise
como: Despesas do Exercício Seguinte.
PRECISÃO NAS CLASSIFICAÇÕES DE CONTAS – é freqüente encontrarmos balanços e
demonstrações de resultados com falhas nas classificações de contas, como, por exemplo,
empréstimos de curto prazo que aparecem no Exigível a Longo Prazo, investimentos de
caráter permanente que aparecem no Ativo Circulante; tudo isso visa embelezar os
balanços. Uma padronização rigorosa deve corrigir isso.
DESCOBERTA DE ERROS – há casos de erros, intencionais ou não.
a) Estoques finais ou iniciais da DRE não coincidem com os estoques dos balanços;
b) Provisão para Devedores Duvidosos do balanço não coincide com a que foi constituída
na DRE;
c) Impossível conciliar Patrimônio Líquido Final com os resultados do exercício mais o
Patrimônio Líquido Inicial.
Nesses casos, deve-se desconfiar da veracidade das demonstrações financeiras e suspender a
análise até que se esclareçam as dúvidas.
Uma padronização rigorosa deveria sempre ser precedida da elaboração de um Fluxo de Caixa.
O Fluxo de Caixa – método do Fluxo Líquido – tem a virtude de mostrar a coerência entre dois
balanços e a demonstração do resultado, descobrindo qualquer eventual falsificação de uma dessas
peças.
INTIMIDADE DO ANALISTA COM AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA EMPRESA – a
padronização obriga o analista a pensar em cada conta das demonstrações financeiras e a
decidir sobre sua consistência com outras contas, sobre a classificação que deve dar a ela,
enquanto a transcreve para o modelo predefinido de padronização. Ao terminar esse

Pag. 28 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

trabalho, o analista adquire grande familiaridade com os números da empresa e em


conseqüência, poderá enxergar detalhes que, de outra forma, não conseguiria.
As principais características do modelo de padronização são:
O ativo apresenta apenas as contas essenciais.
O Passivo Circulante é dividido em Operacional e Financeiro, sendo que as “Duplicatas
Descontadas” fazem parte deste último.
No lado do Passivo, acha-se um subtotal representado por Capitais de Terceiros (Passivo
Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo).
No Patrimônio Líquido aparecem apenas o “Capital Social” já deduzido de eventuais “Capital
a Realizar” e somado às “Reservas”.
A “Demonstração do Resultado” evidencia apenas os valores fundamentais para análise.
Receita Líquida de Vendas está deduzida das “Devoluções e Abatimentos” e “Impostos”.

1.1. RESUMO DAS PRINCIPAIS RECLASSIFICAÇÕES

2. A EMPRESA EXEMPLO: CIA BIG


Toda as técnicas de análise serão numericamente exemplificadas com base em demonstrações
financeiras de uma hipotética empresa, denominada Cia. BIG, cujos dados foram adaptados de um caso
real.
A cada nova técnica introduzida, reporta-se à Cia. Big, de forma que o aluno possa perceber
como as diversas técnicas de análise se relacionam.
Além das demonstrações financeiras já padronizadas, encontram-se dados adicionais
necessários para as analises.
A seguir o modelo de padronização das seguintes demonstrações respectivamente:
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido ( Com informações detalhadas
da DPLA )
BP – Balanço Patrimonial

Pag. 29 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Pag. 30 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Pag. 31 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3 - PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


Atividades Práticas

1. Marque a Alternativa Correta

1. Duplicatas Descontadas no balanço padronizado:


a) Fazem parte do Passivo Circulante Operacional.
b) Devem ser deduzidas de Contas a Receber.
c) Não precisam figurar no balanço.
d) São incluídas no Passivo Circulante Financeiro.

2. Vendas Líquidas representam:


a) As Vendas Totais da empresa.
b) As Vendas Totais menos Devoluções.
c) As Vendas Totais menos as Despesas de Vendas.
d) As Vendas Totais menos Impostos e menos Devoluções e Abatimentos.

3. A Provisão para Devedores Duvidosos no balanço é considerada como:


a) Acréscimo de Patrimônio Líquido.
b) Dedução de Ativo Não Circulante.
c) Acréscimo de Passivo Circulante.
d) Dedução de Contas a Receber de Clientes.

4. A Depreciação Acumulada é:
a) Uma reserva.
b) Uma provisão somada às demais contas do Patrimônio Líquido.
c) Uma conta retificadora de Ativo Não Circulante.
d) Um fundo para reposição de máquinas.

2. Questões:

1. Qual o motivo de padronizarmos as demonstrações financeiras antes da análise?


2. O que é Ativo Circulante Operacional?
3. O que é Passivo Circulante Operacional?
4. O que é Capitais de Terceiros?
5. O que é padronização?
6. Dê sua opinião sobre Análise de Balanços na visão de Gestão Empresarial, “ você como um
administrador que irá depender destas análises para a tomada de decisão.”

Pag. 32 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3. A Cia Soninho apresentou o seguinte balanço em 31/12/2009


CIA SONINHO
BALANÇO PATRIMONIAL
31/12/2009
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Obras –de –arte 10 Duplicatas a receber 100
Máquinas e equipamentos 40 Lucros Retidos 55
Imóveis 100 Contas a pagar 15

Não Circulante Exigível a Longo prazo


Fornecedores 100 Capital 200
Participações Societárias 50 Impostos a Recolher 10
Móveis e utensílios 30
Patrimônio Líquido
Caixa 70 Salário a pagar 40
Veículos 80 Empréstimos a pagar (1,5 ano) 45
Duplicatas descontadas (15)

TOTAL 465 TOTAL 465


Pede-se : Apresentar o balanço patrimonial de forma correta em 31/12/2009

Pag. 33 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

4. Reclassifique o BP e a DRE da Cia Bem Feito.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3 PASSIVO 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades Fornecedores 24.612 32.816 56.492
Caixa Bancos 1.202 1.451 1.927 INSS a recolher 1.854 2.640 5.805
Aplic de Liq Imed 4.482 4.055 4.779 FGTS a recolher 630 822 1.290
5.684 5.506 6.706 Impostos a Pagar 4.230 4.428 3.586
Clientes Divid a Pagar 1.890 1.036 4.778
Duplicatas a Rec 37.454 59.117 126.627 Contas a Pagar 970 2.173 1.233
Prov Dev Duvid (1.132) (1.476) (2.064) Empréstimos Banc 2.294 8.061 20.592
Duplicatas Descont (10.100) (20.226) (55.127)
26.222 37.415 69.436 Total do Passivo Circ 36.480 51.976 93.776
Estoques
Produtos Acabados 8.469 29.060 60.464 NÃO CIRCULANTE
Produtos em Proces 3.255 11.329 14.120 EXIG L PRAZO
Matéria-prima 14.370 12.986 26.970 Empréstimos Banc 10.920 40.706 115.176
26.094 53.375 101.554 Financiamento - . 19.414 41.160

Total do Circulante 58.000 96.296 177.696 Total do Exigível L P 10.920 60.120 156.336

NÃO CIRCULANTE
Investimentos PATRIMÔNIO LÍQ
Ações Outras Emp 2.100 4.120 8.100 Capital Social
Incentivos Fiscais 410 915 4.480 Subscrito 26.167 46.660 70.748
2.510 5.035 12.580 A realizar (3.342) (3.000) - .
Imobilizado 22.825 43.660 70.748
Imóveis 13.300 21.200 41.969 Reservas de Capital
Instalações 2.060 9.100 20.600 C M do Capital 8.491 17.144 35.940
Máquinas e Equip 7.300 26.500 55.107
Veículos 5.290 12.250 23.010 Reservas de Lucro
Móveis e Utensílios 1.710 3.110 6.781 Reserva Legal 388 516 1.141
Depreciação Acum (5.572) (9.336) (18.920) Lucros Retidos 5.494 10.939 18.068
Imobiliz em andam - . 20.200 57.186 5.882 11.455 19.209
24.088 83.024 185.733
Total do Patrim Líq 37.198 72.259 125.897

Total Não Circulante 26.598 88.059 198.313

TOTAL DO ATIVO 84.598 184.355 376.009 TOTAL PASSIVO 84.598 184.355 376.009

DRE 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3


Receita Bruta 182.616 237.169 455.000
( - ) Deduções
Devoluções, Abatimentos (7.556) (16.175) (26.807)
Impostos (13.128) (16.583) (21.670)
Receita Líquida 161.932 204.411 406.523
( - ) Custo dos Prod Vendidos (123.373) (147.440) (252.927)
Lucro Bruto 38.559 56.971 153.596
Despesas Operacionais
De Venda (7.860) (11.397) (19.200)
Administrativa (7.151) (9.171) (13.190)
Financeira (10.608) (26.060) (114.503)
Lucro Operacional 12.940 10.343 6.703
Receita / Despesa Não Operacional
Lucro na Venda Invest 120 - -
Lucro na Venda Imobilizado - 230 390
Saldo da Correção Monetária (1.598) (2.650) 2.030
Lucro Antes do IR 11.462 7.923 9.123
Provisão para IR (3.690) (3.777) (2.410)
Lucro Líquido 7.772 4.146 6.713

Pag. 34 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Balanço Patrimonial
31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3
VA AV AH VA AV AH VA AV AH
ATIVO CIRCULANTE

SOMA

NÃO CIRCULANTE
REALIZ A LONGO PRAZO

SOMA

TOTAL DO ATIVO

PASSIVO CIRCULANTE

SOMA

NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

SOMA

CAPITAIS DE TERCEIROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

SOMA

TOTAL DO PASSIVO

Pag. 35 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO X1 X2 X3
EXERCÍCIO FINDO EM
VA AV AH VA AV AH VA AV AH
RECEITA LÍQUIDA
( - ) Custo dos Produtos Vendidos
= LUCRO BRUTO
( - ) Despesas Operacionais
* de Vendas
* Administrativas
* Financeiras
= LUCRO OPERACIONAL
( + ) Receitas Não Operacional
( + ) Saldo Correção Monetária
= LUCRO ANTES DO I.R.
( - ) Imposto de renda
LUCRO LÍQUIDO

Pag. 36 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

4
PARTE II – AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
EMPRESARIAL

ANALISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES

1 – RECORDANDO
1.1 INTRODUÇÃO

Numa empresa, freqüentemente os responsáveis pela administração estão tomando decisões,


quase todas vitais para o sucesso do negócio. Por isso, há necessidade de maiores informações e outros
subsídios que contribuam para uma boa tomada de decisões. Basicamente as decisões financeiras
inerentes à atividade de uma empresa presumem-se na captação de recursos – decisões de
financiamento, e na aplicação dos valores levantados – decisões de investimento. Os montantes
provenientes destas decisões, assim como suas diferentes naturezas, estão apurados nos ativos
(investimentos) e passivos (financiamentos) contabilizados pela empresa. São decisões que toda
empresa toma de maneira contínua e inevitável.
Os recursos próprios de uma empresa são os provenientes do capital subscrito e integralizado
pelos sócios e acionistas, das reservas em geral e dos lucros retidos. Estes valores são identificados no
patrimônio líquido.
O recursos de terceiros são originados de fonte externa, mais especificamente do mercado
financeiro, podendo assumir a modalidade de empréstimos e financiamentos, repasses de recursos
internos e externos etc. Deve-se notar, ainda, a existência de determinados passivos (basicamente de
curto prazo) que não são provenientes de instituições financeiras, tais como créditos concedidos por
fornecedores, contribuições e encargos sociais e impostos a recolher, etc.

Pag. 37 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Para dirigir qualquer empreendimento é indispensável dispor, no momento certo, das


informações corretas em quantidade adequadas.
Através da análise das demonstrações contábeis levantadas pela empresa, pode-se extrair séries
de informações sobre a posição financeira e econômica. Por exemplo, um analista poderá obter
conclusões sobre a atratividade de investir em ações em determinada empresa, se um crédito solicitado
merece ou não ser atendido, se a capacidade de pagamento (liquidez) está boa ou má, se existe
rentabilidade adequada na atividade operacional da empresa, se as políticas empregadas são
compatíveis com a estrutura da empresa , e assim por diante.

1.2 CONCEITOS

A análise de balanços é uma técnica que visa extrair das Demonstrações Contábeis, as
informações úteis para o gerenciamento das atividades econômico-financeiras. É o processo que visa
decompor os elementos do Balanço em sua formas usuais simples e irredutíveis, para efeito de
interpretação.
Para que a empresa busque a continuidade, dependerá da capacidade desta, atingir alguns
objetivos, dentre estes, a liquidez (capacidade da empresa pagar, nas datas acertadas, os compromissos
financeiros por ela assumidos).

1.3 OBJETIVOS

A análise de balanços visa relatar, a partir das Demonstrações Contábeis fornecidas pelas
empresas, a posição Patrimonial , Econômica e Financeira atual, as causas que determinaram a
evolução apresentada, e as tendências. Irá extrair informações para à tomada de decisões.
Pela análise pode-se constatar se a empresa está sendo bem administrada, identificar sua
capacidade de solvência (estimar se é uma empresa que irá ou não falir), avaliar se é uma empresa
lucrativa, e se tem condições de saldar suas dívidas com recursos gerados internamente, além de
possibilitar o conhecimento e avaliação das políticas empregadas, quanto aos investimentos, aos
créditos concedidos, níveis de estoque, etc..

1.4 USUÁRIOS

Os usuários da análise financeira de balanços poderá ser: acionistas, concorrentes, instituições


financeiras (bancos), fornecedores, clientes, governos, administradores e diretores da própria empresa.

1.5 A ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As Demonstrações Contábeis são de fundamental importância para toda a análise de balanços.


Somente através do entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se pode desenvolver
avaliações mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo o processo de análise requer
conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações contábeis.

1.5.1 BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço apresenta a posição patrimonial de uma empresa em dado momento. A informação


que esse demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito provavelmente, a sua estrutura se
apresentará relativamente diferente algum tempo após o seu encerramento. No entanto, pelas
relevantes informações de tendências que podem ser extraídas de seus diversos grupos de contas , o
balanço servirá como elemento de partida indispensável para o conhecimento da situação econômica e
financeira de uma empresa.

Pag. 38 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

1.5.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A Demonstração de Resultados do Exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os


resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais são
transferidos para contas do patrimônio líquido. O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e
despesas incorridos pela empresa no período e apropriados segundo o regime de competência, ou seja,
independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos.

1.5.3 DEMONSTRAÇÕES DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS E DAS MUTAÇÕES DO


PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados retrata as movimentações ocorridas na


conta de lucros Retidos do Patrimônio Líquido, fornecendo explicações sobre o seu comportamento ao
longo do exercício social. Enquanto a Demonstração do Resultado do Exercício evidencia a formação do
lucro do exercício, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados revela as alterações verificadas
nos lucros retidos da sociedade.
Portanto a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados revela unicamente as variações
ocorridas nos lucros retidos da empresa, a demonstração das mutações do Patrimônio Líquido (mesmo
não sendo obrigatória pela legislação ) aborda os movimentos verificados ao longo do exercício social
em todas as contas do Patrimônio Líquido, demonstrando os acréscimos e reduções verificadas na conta
de lucros ou prejuízos acumulados, reservas de reavaliação, reservas estatutárias, capital realizado etc.

1.5.4 DEMONSTRAÇÕES DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS ( DOAR )

A demonstração das origens e aplicações de recursos é simplesmente a comparação de dois


balanços consecutivos, os quais identificam as variações ocorridas na estrutura financeira da empresa
durante o período considerado, permitindo, por conseguinte, melhores critérios para a análise
financeira. O demonstrativo, num sentido mais amplo, permite a identificação clara dos fluxos
financeiros que aumentaram ou reduziram o capital circulante líquido, indicando suas origens (origens
dos recursos que elevaram o capital circulante líquido ) e aplicações (aplicações dos recursos que
diminuíram o capital circulante líquido).

1.6 INFORMAÇÕES PRODUZIDAS PELA ANÁLISE DE BALANÇOS

Situação financeira
Desempenho
Adequação das fontes às aplicações de recursos
Causas das alterações na rentabilidade
Evidencia de erros na administração
Providências que deveriam ser tomadas e não foram
Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras
Eficiência na utilização dos recursos
Pontos fortes e fracos
Tendências e perspectivas
Quadro evolutivo

1.7 SEQUENCIA DA ANÁLISE

Pag. 39 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA
IS : Analise das Demonstraçõ
ções Financeiras

1) Extrair-se os índicess das demonstrações


de financeiras
2) Compara-se os índices
ices com os padrões
3) Pondera-se as diferentes
rentes informações
in e chega-se a um dignóstico ou
u conclusões
conclu
4) Tomada de decisões

1.8 PADRONIZAÇÃO DAS DEMONS


EMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Simplificação
Comparabilidade
Adequação aos objetivos
jetivos d
da análise
Precisão nas classificações
ficações de contas
Descobertas de erros
Intimidade do analista
lista com as demonstrações financeiras

2 – ÍNDICES FINANCEIROS

2.1 QUANTOS ÍNDICES SÃO


O NECES
NECESSÁRIOS PARA UMA BOA ANÁLISE?

O importante não é o calcu


calculo de grande número de índices, mas dee um co
conjunto de índices que
permita conhecer a situação
ção da empresa,
e segundo o grau de profundidadeade des
desejada na análise. A
análise é variável de usuário
rio para usuário. Ex: o fornecedor pode apenass querer rápidas informações
sobre a empresa, a respeitoito de sua
s rentabilidade, de seu índice de liquidez.
uidez. C
Como irá saldar seus
compromissos.

2.2 ASPECTOS DA EMPRESA


A REVEL
REVELADOS PELOS ÍNDICES

Índice é a relação entre contas


c ou grupo de contas das Demonstrações
strações Contábeis, que visa
evidenciar determinado aspecto
pecto da situação econômica ou financeira de umama empresa.
empr
O Uso de índices (quocie
(quocientes) tem como finalidade principal permitir
permiti ao analista extrair
tendências e comparar os índices com
c padrões preestabelecidos. A finalidade
ade da aanálise é, mais do que
retratar o que aconteceu no passado,
passa fornecer algumas bases para inferirir o que poderá acontecer no
futuro.
A periodicidade daa análise depende dos objetivos que se pretenda nda alcançar.
alca Tratando-se de
análise para finalidades externas
xternas um
u cálculo anual ou semestral é suficiente.
nte. Par
Para a análise gerencial
interna, alguns índices merecerão
erecerão acompanhamento mensal, outros atéé de intervalos
int mais curtos,
dependendo de quão críticoco seja o índice como um sinal de alarme do sistema
stema de informação contábil
financeiro.
Pode-se subdividir a análise
anális das Demonstrações Financeiras em análiseálise da situação financeira e
análise da situação econômica.

LIQUIDEZ
IQUIDEZ
FINANCEIRA
ESTRUTURA
RA DE C
CAPITAL
ANALISE DA SITUAÇÃO

ECONOMICA RENTABILIDA
ABILIDADE

Pag. 40 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3 DESCRIÇÃO DETALHADA DOS ÍNDICES

3.1 ESTRUTURA DE CAPITAIS

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de


obtenção e aplicação de recursos.

3.1.1. IPCT INDICE DE PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS

O índice de Participação de Capitais de terceiros relaciona, as duas grandes fontes de recursos


da empresa ou seja Capitais Próprios ( PL ) e Capitais de Terceiros ( PC + ELP ). É um indicador de risco ou
de dependência à terceiros.

A empresa em 31.12.x1. Para cada $ 100 de capital próprio (patrimônio líquido) tomou $ 154 de
capital de terceiros, e em 31.12.x2 tomou $ 183 emprestado. Neste caso, o índice de Participação de
Capitais de Terceiros indica que o endividamento da empresa piorou de 31.12.x1 para 31.12.x2.

Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação Capitais de Terceiros / PL menor
a liberdade de decisões financeiras da empresa. Sendo assim, este índice quanto menor, melhor.

Lembrar de comparar com padrões do mesmo ramo de atividade para saber se o nível do
endividamento da empresa está dentro ou fora de certos padrões.

Pag. 41 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.1.2. CE COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO

Tais índices indicam que a empresa tinha 81% de suas dívidas vencíveis a Curto Prazo e este
percentual caiu para 54%, melhorando o perfil da dívida.

A empresa em expansão deve procurar financiá-la, em grande parte, com endividamento de


longo prazo, à medida que ela ganhe capacidade operacional , tenha condições de começar a amortizar
suas dívidas. Deve evitar financiar expansão com empréstimos de curto prazo.

3.1.3. IPL IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

!"# $ã# &!'()*+, -


= 1
+ '!.#,!# !/)!0#

Pag. 42 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Importante : CCP = PL - ANC

CCP : Capital Circulante Próprio


PL : Patrimônio Líquido
ANC : Ativo Não Circulante
O CCP é a parcela do Patrimônio Líquido Investida no Ativo Circulante.

Indica que a empresa em 31.12.x1 investiu no Ativo Não Circulante ( Investimentos, Imobilizado
e Intangível ) a importância equivalente à 71% do PL, o restante 29% ( CCP ) é aplicado Ativo Circulante.

Em 31.12.x2 subiu para 121% , a empresa usou de 21% de Capitais de Terceiros além do PL,
para imobilização. O Ativo Circulante é totalmente financiado por Capitais de Terceiros, os quais
financiam ainda uma parte do Ativo Não Circulante. A empresa está nas mãos de terceiros para o
financiamento de seu giro comercial.

3.1.4. IRNC IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES

4 3ã
23 =
+ 6 6 7

Pag. 43 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Importante : CCL = CCP ( PL – ANC ) + ELP

CCL : Capital Circulante Líquido


CCP : Capital Circulante Próprio
PL : Patrimônio Líquido
ANC : Ativo Não Circulante
ELP : Exigível a Longo Prazo

O CCL representa a folga financeira a curto prazo, ou seja, financiamentos de que a empresa dispõe
para o seu giro e que não serão cobrados a curto prazo.

Estes índices mostram que a empresa destinou ao Ativo Não Circulante, respectivamente 55% e 66%
dos Recursos não correntes. Este índice não deve em regra ser superior a 100%, deve sempre existir
parte dos recursos não correntes, em relação às imobilizações, destinado ao Ativo Circulante.

A parcela de recursos não correntes destinada ao Ativo Circulante é denominada Capital Circulante
Líquido ( CCL ).

Pag. 44 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

EXERCÍCIOS ÍNDICES ESTRUTURA DE CAPITAIS.

A empresa JR Comércio Ltda. apresentou nos anos abaixo, os seguintes valores em suas
Demonstrações Financeiras:

ATIVO Ano 20x1 Ano 20x2 PASSIVO Ano 20x1 Ano 20x2
Circulante Circulante
Disponível 2.000 3.200 Salários a Pagar 19.000 31.000
Clientes /Contas a Receber 13.000 26.800 Fornecedores 13.000 43.000
Estoques 20.000 30.000 Impostos a recolher 5.000 15.000
Total do Ativo Circulante 35.000 60.000 Total do Passivo Circulante 37.000 89.000
Não Circulante
Não Circulante Exigível a Longo Prazo
Realizável a Longo Prazo Financiamentos 5.000 12.000
Duplicatas a receber 1.200 3.300 Patrimônio Líquido
Investimentos 1.800 2.700 Capital Social 9.000 28.500
Imobilizado 35.000 107.000 Reservas 12.000 26.500
Total do Não Circulante 38.000 113.000 Lucros Retidos 10.000 17.000
Total do PL 31.000 72.000
TOTAL DO ATIVO 73.000 173.000 TOTAL PASSIVO 73.000 173.000

Pede-se calcular os índices financeiros da Estrutura de Capitais, comentar sobre eles e avaliar o
desempenho desta empresa, considerando apenas os índices de estrutura de capital.

Índices Ano 20x1 Ano 20x2

Participação Capital
de Terceiros

Composição
Endividamento

Imobilização do PL

Imobilização do Recursos
não correntes

Pag. 45 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.2 INDICES DE LIQUIDEZ

Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. São índices que, a
partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuraram medir quão sólida é a base
financeira da empresa.

3.2.1. ILG INDICE DE LIQUIDEZ GERAL

4 +2 7 6 7
8=
+ 6 6 7

O índice de Liquidez Geral em 31.12.x1 de 1,18 indica que para cada $ 1,00 de dívida a empresa
tem 1,18 de investimentos realizáveis à curto prazo, ou seja, consegue pagar todas suas dívidas e ainda
dispõe de uma folga, excedente ou margem, de 18% (CCP). Pagando sua dívidas totais inclusive à longo
prazo.

Em 31.12.x2 o Ativo Circulante ficou menor que os Capitais de Terceiros, para cada $ 1,00 de
dívida existem investimentos circulantes $0,88 (não conseguiria nesta data pagar a totalidade de suas
dívidas) insuficiência de 0,12% para cada $ 1,00 de dívida.

Lembrete: O índice evidencia a solidez financeira e não a capacidade de pagamento,


pois alguns itens do Ativo não são converseis em dinheiro rapidamente, como por
exemplo: Estoques.

Pag. 46 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.2.2. ILC INDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE

4
=

Nos dois exercícios o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante, isto significa que os
investimentos do Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda permitir
uma folga de 46% e 61% respectivamente.

OBSERVAÇÃO:

O fator tempo foi desconsiderando no calculo do índice de Liquidez Corrente, no que diz
respeito aos seguintes pontos que distanciam da realidade: Exemplo:

Impossibilidade de vender instantaneamente todos os estoques,


É impossível receber todas as duplicatas (ciclo financeiro), a antecipação destas pode
ocasionar redução no valor em função dos encargos cobrados;
Os valores de liquidações não são necessariamente os valores contábeis registrados no Ativo
e Passivo Circulante;
O Ativo Circulante pode compreender certos valores não recuperáveis, como despesas
antecipadas, Seguros a Vencer, etc.

A margem de folga para manobras de prazos visa equilibrar as entradas e saídas de caixa.
Quanto maiores os recursos, maior essa margem, maior segurança da empresa, melhor a situação
financeira.

Pag. 47 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.2.3. ILI INDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA

9 :
=

Este índice evidencia qual a capacidade pagamento da empresa a curto prazo, pois leva em
consideração somente os recursos disponíveis da empresa.

3.2.4. ILS INDICE DE LIQUIDEZ SECA

9 +4 çõ > +
; = : ?

Pag. 48 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Indica que a empresa conseguiria em 31.12.x1 pagar 90% de suas dívidas somente com as
disponibilidades imediatas. Em 31.12.x2 este reduziu para 87% , mantendo dentro das normalidades.

Em ambos os casos pode-se afirmar que a empresa tem uma boa performance, independente
de padrões.

Este índice é um teste que visa medir o grau de excelência da situação financeira da empresa.

Pag. 49 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

EXERCÍCIOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ:

A empresa JR Comércio Ltda. apresentou nos anos abaixo, os seguintes valores em suas
Demonstrações Financeiras:

ATIVO Ano 20x1 Ano 20x2 PASSIVO Ano 20x1 Ano 20x2
Circulante Circulante
Disponível 2.000 3.200 Salários a Pagar 19.000 31.000
Clientes /Contas a Receber 13.000 26.800 Fornecedores 13.000 43.000
Estoques 20.000 30.000 Impostos a recolher 5.000 15.000
Total do Ativo Circulante 35.000 60.000 Total do Passivo Circulante 37.000 89.000
Não Circulante
Não Circulante Exigível a Longo Prazo
Realizável a Longo Prazo Financiamentos 5.000 12.000
Duplicatas a receber 1.200 3.300 Patrimônio Líquido
Investimentos 1.800 2.700 Capital Social 9.000 28.500
Imobilizado 35.000 107.000 Reservas 12.000 26.500
Total do Não Circulante 38.000 113.000 Lucros Retidos 10.000 17.000
Total do PL 31.000 72.000
TOTAL DO ATIVO 73.000 173.000 TOTAL PASSIVO 73.000 173.000

Pede-se calcular os índices de liquidez , comentar sobre eles e avaliar o desempenho


desta empresa analisando somente os índices de liquidez.

INDICES ANO 20x1 ANO 20x2

Liquidez Geral

Liquidez Corrente

Liquidez Imediata

Liquidez Seca

Pag. 50 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.3 INDICES DE RENTABILIDADE

Os índices desse grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto
renderam os investimentos e, portanto qual o grau de êxito econômico da empresa.

3.3.1. GA GIRO DO ATIVO:

@
84 =
4

Será analisado o nível de desempenho comercial da empresa, o mercado será o principal


termômetro desta análise.

A empresa vendeu em 31.12.x1 a quantia de R$1,75 para cada R$ 1,00 investido: o volume de
vendas atingiu 1,75 vezes o volume de investimentos. Em 31.12.x2, houve queda acentuada do volume
relativo de vendas, em que para cada R$ 1,00 de investimento a empresa vendeu apenas R$ 1,11.
O desempenho comercial da empresa não manteve em 31.12.x2, o mesmo nível alcançado no
ano anterior.
A justificativa pode ter sido diferentes causas:
Retração do mercado como um todo,
Perda de participação de mercado.
Estratégia da empresa: Aumento dos preços, dispõe vender menos, mas com margem de lucro
maior, compensando assim a queda das vendas ( Verificar Índice ML – Margem Liquida )

Pag. 51 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3.3.2. ML MARGEM LÍQUIDA:

A =
@

Houve considerável queda na margem de lucro da empresa, o próprio valor absoluto do lucro
líquido caiu. A empresa auferiu menor lucro global e ganhou muito menos por unidade vendida. Para
cada R$ 100 vendidos obteve R$ 4,66 de lucro em 31.12.x1 e R$ 3,77 em 31.12.x2.

Dessa forma, a hipótese de a empresa ter diminuído vendas em função do aumento da margem
de lucro fica descartada. Houve queda do seu volume relativo de vendas simultaneamente à queda da
margem de lucro.

3.3.3. RSA RENTABILIDADE SOBRE ATIVO

)('# !/)!0#
BC = 1
!"# D# +*

Pag. 52 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Para cada R$ 100 investidos, a empresa ganhou R$ 8,20 em 31.12.x1 e R$ 4,19 em 31.12.x2.
Houve, portanto, apreciável queda na Rentabilidade do Ativo de um exercício para outro.

Este índice é um teste que visa medir o grau de excelência da situação econômica da empresa,
ou seja, a capacidade da empresa de gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma
medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano.

3.3.4. RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

)('# !/)!0#
BC = 1
+ '!.#,!# !/)!0# Eé0!#3

3 UVWXYZ[\Y[ ]Y^_Y`[ a\YbYVcdUVWXYZ[\Y[ ]Y^_Y`[ eY\Vc


HIJKLMNOLN PLQRLSN TéSLN =
f

Pag. 53 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Para cada R$ 100 de Capital Próprio investido, a empresa conseguiu R$ 23,64 de lucro em
31.12.x1. A taxa de 23,64% é superior ao que oferecem os títulos de mercado, que oscilam em torno de
6%. Normalmente, espera-se das empresas rentabilidade superior à dos títulos de renda fixa; possuir o
investimento na empresa representa capital de risco, ou seja, nada garante sua rentabilidade que
poderá ser inclusive negativa.

Em 31.12.x2, entretanto, ocorreu queda acentuada na rentabilidade da empresa.

Este índice mostra qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada
com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta de Poupança, CDBs, Ações, etc.
Com isso pode avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções.

Pag. 54 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

EXERCÍCIOS RENTABILIDADE

A empresa JR Comércio Ltda. apresentou nos anos abaixo, os seguintes valores em suas
Demonstrações Financeiras:

ATIVO Ano 20x1 Ano 20x2 PASSIVO Ano 20x1 Ano 20x2
Circulante Circulante
Disponível 2.000 3.200 Salários a Pagar 19.000 31.000
Clientes /Contas a Receber 13.000 26.800 Fornecedores 13.000 43.000
Estoques 20.000 30.000 Impostos a recolher 5.000 15.000
Total do Ativo Circulante 35.000 60.000 Total do Passivo Circulante 37.000 89.000
Não Circulante
Não Circulante Exigível a Longo Prazo
Realizável a Longo Prazo Financiamentos 5.000 12.000
Duplicatas a receber 1.200 3.300 Patrimônio Líquido
Investimentos 1.800 2.700 Capital Social 9.000 28.500
Imobilizado 35.000 107.000 Reservas 12.000 26.500
Total do Não Circulante 38.000 113.000 Lucros Retidos 10.000 17.000
Total do PL 31.000 72.000
TOTAL DO ATIVO 73.000 173.000 TOTAL PASSIVO 73.000 173.000

Pede-se calcular os índices de rentabilidade comentar sobre eles e avaliar o


desempenho desta empresa.
DRE
31.12.20x1 31.12.20x2
Vendas 22.000 36.720
CMV (6.000) (16.080)
Lucro Bruto 16.000 20.640
Despesas operacionais ( 6.400 ) (13.640 )
Resultado Líquido 9.600 7.000

INDICES ANO 20x1 ANO 20x2


Giro do Ativo

Margem Líquida

Rentabilidade do Ativo

Rentabilidade do PL

Pag. 55 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

4 – COMO AVALIAR OS ÍNDICES

Há três tipos básicos de avaliação de um índice:

Avaliação Intrínseca de um Índice: É limitada e só deve ser usada quando não se dispõe de índices-
padrão proporcionados pela análise de um conjunto de empresas.

Comparação dos Índices no Tempo: A comparação dos índices de uma empresa com os valores
observados nos anos anteriores revela-se bastante útil por mostrar tendências seguidas pela
empresa. É fundamental em qualquer avaliação que os índices que sejam analisados
conjuntamente.

Comparação com Padrões: A avaliação de um índice e a sua conceituação como ótimo, bom,
satisfatório, razoável ou deficiente só pode ser feita através da comparação com os padrões. Não
existe o bom ou o deficiente em sentido absoluto. O bem só é bom em relação a outros elementos.

4.1. PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE ÍNDICES FINANCEIROS

Uma vez calculados os índices e comparados com padrões, pode-se fazer primeiro uma
avaliação individual de cada índice, depois uma avaliação conjuntamente, assim, avaliar-se a empresa e
sua administração.

Essa forma de avaliação é uma técnica científica seguida largamente por outras ciências e também
pela Análise de Balanços que, basicamente, tem a seguinte ordem:
a) Descoberta de indicadores (participação de capital de terceiros, liquidez etc.);
b) Definição do comportamento do indicador ( quanto maior, melhor; quanto menor, melhor;
ponto ótimo em torno de um parâmetro);
c) Tabulação de padrões (comparar índices de uma empresa com as demais do mesmo ramo);
d) Escolha dos melhores indicadores e atribuição dos respectivos pesos (esses onze índices
estudados já foram escolhidos ao longo dos anos e o peso veremos a seguir).

4.2 A IMPORTÂNCIA RELATIVA DE CADA ÍNDICE (PESO)

A atribuição de pesos pode adquirir contornos altamente científicos, porém não deixa de ser
algo de absolutamente intuitivo. Quando um analista chega a uma conclusão, terá atribuído algum peso
aos índices encontrados, mesmo que igual para todos e ainda que o faça inconscientemente.

4.3 RELATÓRIO PARCIAL DE ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES

Esse relatório da Cia Big comenta conjuntamente os índices até agora expostos.

Relatório: Cia Big

A Cia Big aumentou seu endividamento de 154%, em 20x1, para 183%, em 20x2, e passou a depender
muito mais de terceiros. Entretanto, em 20x2, alterou o perfil de sua dívida, pois o percentual de dívidas
de curto prazo, que era de 81% no ano precedente, passou para 54%, dando-lhe mais prazo para
pagamento das mesmas. O grau de imobilização do Patrimônio Líquido que era de 71%, em 20x1, subiu
para 121%, absorvendo, em 20x2, todo o Patrimônio Líquido e ainda uma parcela de capitais de terceiros
equivalente a 21% deste último. Com isso, a empresa ficou sem Capital Circulante Próprio em 20x2.

Pag. 56 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Entretanto, a imobilização de recursos não correntes permaneceu dentro de níveis equivalentes e


permitiu à empresa até mesmo aumentar o Capital Circulante Líquido. Em virtude de não ter Capital
Circulante Próprio em 20x2, a Liquidez Geral caiu para 0,88, quando havia sido de 1,18 em 20x1. Isto
significa que a relativa tranqüilidade existente em 20x1 deixou de existir em 20x2, pois a longo prazo a
empresa dependerá de geração de recursos para manter boa liquidez. Contudo, em decorrência do
aumento do Capital Circulante Líquido, a empresa conseguiu melhorar ligeiramente a Liquidez Corrente
(donde se conclui que o nível de Capital Circulante Líquido mantido é satisfatório); isso indica que a curto
prazo não haverá problemas de liquidez. Quanto à Liquidez Seca, houve queda insignificante de 0,90, em
20x1, para 0,87, em 20x2.

Se do ponto de vista financeiro piorou a situação, com algumas compensações, do ponto de vista
econômico a situação piorou completamente. Para cada $ 1,00 investido a empresa vendeu $ 1,76 em
20x1. Já em 20x2 vendeu $ 1,11 o que significa apreciável queda nas vendas em relação ao investimento
efetuado. Enquanto isso, a margem de lucro líquido caía de 4,66% para 3,77%, ou seja, em cada $ 100
vendidos a empresa passou a ganhar muito menos, em 20x2. Para se ter uma idéia do efeito conjunto
dessas duas quedas, a rentabilidade do Ativo caiu pela metade ou seja, de 8,20% para 4,19% isso
significa que seu poder de capitalização desceu a níveis muito baixos: enquanto pela rentabilidade do
Ativo, em 20x1, a empresa demoraria cerca de 9 anos para dobrar o seu Ativo, se contasse
exclusivamente com os recursos dos lucros retidos, em 20x2 demoraria 17 anos. Como reflexo disso, a
rentabilidade do Patrimônio Líquido desceu de 23,64, para 13,48%, mostrando que a empresa conseguiu
remuneração modesta do seu capital em 20x2.

Pag. 57 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

4 - ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES


Atividades Práticas

1. Questões:

1 ) Qual o conceito de Análise de Balanços e de Índice?


2 ) Quais os objetivos da Análise de Balanços e dos Índices?
3 ) Quais são as Demonstrações Financeiras utilizadas para extrair as informações para a análise?
4 ) Quais são os usuários que utilizam a Análise de Balanços? Citar alguns dos objetivos pelo qual os
usuários utilizam da Análise de Balanços na avaliação do desempenho da empresa.
5 ) Listar em linhas gerais, algumas informações que são produzidas pela Análise de Balanços.

2. Pede-se: calcular os índices financeiros da Estrutura de Capitais, comentar sobre eles e avaliar o
desempenho desta empresa.

A empresa JR Comércio Ltda apresentou nos anos abaixo, os seguintes valores em suas Demonstrações
Financeiras:

CONTA ANO 31.12.x1 ANO 31.12.x2


Capital de Terceiros R$ 698.400,00 R$ 908.600,00
Patrimônio Líquido R$ 490.600,00 R$ 350.200,00
Passivo Circulante R$ 463.000,00 R$ 590.000,00
Ativo Não Circulante R$ 604.400,00 R$ 670.800,00
Exigível a longo Prazo R$ 235.400,00 R$ 318.600,00

3. Calcule os índices de estrutura de capital das demonstrações financeiras apresentadas abaixo da


Empresa Comercial JB de peças Ltda.
A) Faça uma análise da imobilização e o endividamento desta empresa

ATIVO ANO x1 ANO x2 PASSIVO ANO x1 ANO x2


Circulante Circulante
Disponível 5..000 3.200 Salários a Pagar 25.000 31.000
Clientes /Contas a Receber 16.000 15.800 Fornecedores 10..000 22.000
Estoques 20.000 20.000 Impostos a recolher 8.000 5.000
Total do Ativo Circulante 41.000 39.000 Total do Passivo Circulante 43.000 58.000
Não Circulante
Não Circulante Exigível a Longo Prazo
Realizável a Longo Prazo Financiamentos 15..000 17.000
Duplicatas a receber 2.300 5.000 Patrimônio Líquido
Investimentos 2.800 3.000 Capital Social 9.100 18.500
Imobilizado 35.000 52.000 Lucros Retidos 14.000 5.500
Total do Não Circulante 40.100 60.000
Total do PL 23.100 24.000
TOTAL DO ATIVO 81.100 99.000 TOTAL PASSIVO 81.100 99.000
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Pag. 58 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

4. A Indústria de Móveis São Luiz Ltda, apresentou em seus Balanços Patrimoniais os seguintes
Saldos.

ATIVO ANO x1 ANO x2

Circulante
Disponível 187.700 83.600
Clientes 268.992 277.423
Estoques 395.000 450.330
Total do Circulante 851.692 811.353

Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Clientes 245.600 365.000
Investimentos 90.200 119.517
Imobilizado 402.100 890.700
Total do Não Circulante 737.900 1.375.217
TOTAL DO ATIVO 1.589.592 2.186.570
PASSIVO ANO x1 ANO x2
Circulante
Impostos a recolher 83.086 102.841
Fornecedores 249.115 340.345
Empréstimos Bancários 244.091 290.557
Total do Circulante 576.292 733.743
Não Circulante
Exigível a Longo Prazo
Financiamentos 290.800 353.081
Total do Exigível a Longo Prazo 290.800 353.081
Patrimônio Líquido
Capital Social 468.200 609.567
Lucros Retidos 254.300 490.179
Total do Patrimônio Líquido 722.500 1.099.746
TOTAL DO PASSIVO 1.589.592 2.186.570

Com base nesse Balanço, pede-se:

A ) Calcular os índices de Liquidez (Geral, Imediata ,Corrente e Seca) e índices da Estrutura de Capital
(Composição do Endividamento, Imobilização do PL, Imobilização de Recursos não Correntes e
Participação de Capital de Terceiros).

B ) Comentar sobre os índices de Liquidez e Estrutura de Capital.

Pag. 59 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

5. Abaixo apresentamos as Demonstrações Financeiras da empresa Metalúrgica São Carlos S/A


* Calcule os índices financeiros - Liquidez, Estrutura de Capital e Rentabilidade
* Identifique os pontos fortes e fracos desta empresa.
* Faça uma análise do desempenho desta empresa nos três anos apresentados.

BP - Balanço Patrimonial Empresa : Metalúrgica São Carlos S/A


Ano Ano Ano Ano Ano Ano
ATIVO PASSIVO e PATR. LIQUIDO
20X1 20X2 20X3 20X1 20X2 20X3
Circulante Circulante
Disponível 5.000 4.800 3.200 Salários a Pagar 25.000 28.000 31.000
Clientes /Contas a Receber 16.000 14.800 15.800 Fornecedores 10..000 12.600 22.000
Estoques 20.000 21.000 20.000 Impostos a recolher 8.000 6.700 5.000
Total do Ativo Circulante 41.000 40.600 39.000 Total do Passivo Circulante 43.000 47.300 58.000

Não Circulante Não Circulante


Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Duplicatas a receber 2.300 4.000 5.000 Financiamentos 15..000 16.000 17.000
Investimentos 2.800 3.800 3.000 Patrimônio Líquido
Imobilizado 35.000 37.500 52.000 Capital Social 9.100 15.000 18.500
Total do Não Circulante 40.100 45.300 60.000 Lucros Retidos 14.000 7.600 5.500
Total do PL 23.100 22.600 24.000
TOTAL DO ATIVO 81.100 85.900 99.000 TOTAL PASSIVO 81.100 85.900 99.000

DRE - Demonstração do Resultado do Exercício.


31/12/20X1 31/12/20X2 31/12/20X3
Vendas Liquidas 22.000 36.720 53.000
CMV (6.000) (17.900) (23.200)
Lucro Bruto 16.000 18.820 29.800
Despesas operacionais ( 6.400 ) (13.640 ) (23.390)
Lucro Líquido 9.600 5.180 6.410

ÍNDICES ANO 20X1 ANO 20X2 ANO 20X3


Liquidez Geral
Liquidez Imediata
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Participação Capital de Terceiros
Composição Endividamento
Imobilização do PL

Imobilização do Recursos Não Correntes


Giro do Ativo
Margem Líquida

Rentabilidade do Ativo
Rentabilidade do PL

Pag. 60 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

6. Numere:

1. Participação de Capitais de Terceiros ( ) AC / PC


2. Composição do Endividamento ( ) V /AT
3. Imobilização do Patrimônio Líquido ( ) CT / PL
4. Liquidez Geral ( ) AP / PL
5. Liquidez Corrente ( ) LL / PL
6. Giro do Ativo ( ) PC / CT
7. Margem Líquida ( ) AC + RLP / PC + ELP
8. Rentabilidade do Patrimônio Líquido ( ) LL / V

7. Complete o quadro abaixo:

ÍNDICE ASPECTO REVELADO

Participação de Capital de Terceiros

Imobilização do Patrimônio Líquido

Liquidez Corrente

Rentabilidade do Patrimônio Liquido

8. Preencha os espaços em branco:

a) O índice de Liquidez Geral mostra quanto a empresa................................................................................

........................................................................................................................................................................

b) O índice de Composição do Endividamento que mostra o percentual de dívidas de curto prazo em


relação à dívidas totais é quanto menor...............................................................................................

c) O índice de margem Líquida é calculado através da fórmula: ...................................................................

d) O índice de Giro do Ativo relaciona as vendas com o .............................................................................

Pag. 61 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

9. Com base nos dados das demonstrações financeiras seguintes, preencha os quadros A e B:

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO E PL
Circulante Circulante
Caixa e Bancos 300 Fornecedores 1.600
Duplicatas a Receber 1.800 Empréstimos Bancários 1.200
Estoques 1.200 Outras Contas 200
Total do Circulante 3.300 Total do Circulante 3.000

Não Circulante Não Circulante


Investimento 400 Exigível a Longo Prazo
Imobilizado 2.000 Financiamentos (6 anos) 800
Total do Não Circulante 2.400
Patrimônio Líquido
Capital 1.200
Reservas 700
Total do Patrimônio 1.900

TOTAL 5.700 TOTAL 5.700


Demonstração do Resultado do Exercício
Vendas Liquidas 6.000
( - ) CMV 4.400
Lucro Bruto 1.600
( - ) Despesas Operacionais 1.000
Lucro Operacional 600
( - ) Resultado Não Operacional 200
Lucro Líquido 400

QUADRO A

CT / PL ____________ %
AP / PL ____________%
AC + RLP / PC + ELP ____________
AC – Estoque / PC ____________
V / AT ____________
LL / VL ____________%
LL / PL ____________%

QUADRO B

Para cada $ 100,00 de capital próprio, a empresa tomou $_______ de terceiros.

Para cada $ 1,00 de dívidas a curto prazo, a empresa possui $_______ investidos no Ativo
Circulante.

Para cada $ 1,00 investidos em seu Ativo Total, a empresa vendeu $ ________.

Pag. 62 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

5
ANALISE VERTICAL (A.V.)
e ANALISE HORIZONTAL (A.H.)

1 – ANÁLISE VERTICAL / HORIZONTAL

A Análise de Balanços deve partir do geral para o particular. A Análise através de Índices
Financeiros é genérica; relaciona grandes itens das demonstrações financeiras e permite dar uma
avaliação à empresa. A Análise Vertical / Horizontal desce a um nível de detalhes que não permite a
visão ampla da empresa, mas possibilita localizar pontos específicos de falhas, problemas e
características da empresa e explicar os motivos de a empresa estar em determinada situação.

2 – OBJETIVOS DA ANÁLISE VERTICAL / HORIZONTAL.

ANÁLISE ( ) VERTICAL: Quando fazemos a divisão de uma grandeza por outra ( = 1.500 /
2.000 ), nossos olhos vêem no sentido vertical, considerando dados de um mesmo período.
Mostra a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e,
através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos
anteriores, permitir inferir se há itens fora das proporções normais.

ANÁLISE ( ) HORIZONTAL: Quando comparamos vários períodos, pois nossos olhos vêem no
sentido horizontal Ano 2007 = 1.000 Ano 2008 = 1.400 Ano 2009 = 1.800. Mostra a
evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permitir
tirar conclusões sobre a evolução da empresa.
Em sentido específico, destacam-se os seguintes objetivos da Análise Vertical / Horizontal
conjuntamente:

Pag. 63 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

a) INDICAR A ESTRUTURA DE ATIVO E PASSIVO, BEM COMO SUAS MODIFICAÇÕES.

O balanço evidencia os recursos tomados – financiamentos – e as aplicações desses recursos –


investimentos. A análise vertical mostra, de um lado, qual a composição detalhada dos recursos
tomados pela empresa, qual a participação dos capitais próprios e de terceiros, qual o percentual de
capitais de terceiros a curto e longo prazo, qual a participação de cada um dos itens de capitais de
terceiros ( fornecedores, bancos, etc). De outro lado, a Análise Vertical mostra quanto por cento dos
recursos totais foi destinado ao Ativo Circulante e quanto ao Ativo Não Circulante. Dentro do Ativo
Circulante, a Análise Vertical mostra que percentagem de investimento foi destinada a cada um dos
itens principais, como Estoques e Duplicatas à receber (clientes) .
A análise de percentual de cada item do Ativo permite detectar a política de investimento da
empresa em relação a estoques, duplicatas, imobilizado, enquanto no Passivo permite visualizar a
política financeira de obtenção de recursos.

A Análise Horizontal do Balanço mostra a quais itens do Ativo a empresa vem dando ênfase na
alocação de seus recursos e, comparativamente, de quais recursos adicionais se vem valendo. Por
exemplo, a Análise Horizontal pode mostrar que a empresa investe prioritariamente em bens do Ativo
Não Circulante ( Imobilizado, Intangivel, etc. ), enquanto o principal incremento de recursos se verifica
no Passivo Circulante; daí se conclui que a empresa tomou financiamentos de curto prazo para investir
em Ativo de Longo Prazo. É interessante na Análise Horizontal do balanço observar comparativamente
os seguintes itens:
Crescimento dos totais do Ativo Não Circulante e Circulante e de cada um dos seus principais
componentes;
Crescimento do Patrimônio Líquido comparativamente ao do Exigível Total;
Crescimento do Patrimônio Líquido mais Exigível à Longo Prazo comparativamente ao
crescimento do Ativo Não Circulante ( Investimentos, Imobilizado e Intangível );
Crescimento do Ativo Circulante em comparação com o crescimento do Passivo Circulante;
Verificação de quanto cada balanço da série contribuiu para a variação final obtida entre o
primeiro e o último balanço.

b) ANALISAR EM DETALHES O DESEMPENHO DA EMPRESA

A Análise Vertical atinge seu ponto máximo de utilidade quando aplicada à Demonstração do
Resultado. Toda a atividade de uma empresa gira em torno das vendas. São elas que devem determinar
o que a empresa pode consumir em cada item de despesa. Por isso, na Análise Vertical da
Demonstração do Resultado, as vendas são igualadas a 100, e todos os demais itens de despesas da
Demonstração do Resultado pode ser controlado em função do seu percentual calculado em relação as
Vendas. Esse controle é extremamente importante quando se lembra que o percentual de lucro líquido
em relação a Vendas costuma ser muito pequeno. Por isso, o aumento percentual de qualquer item da
Demonstração do Resultado em relação a Vendas é indesejável.

3 – RELAÇÃO ENTRE ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL

É recomendável que estes dois tipos de análise sejam usados conjuntamente. Não se deve tirar
conclusões exclusivamente da Análise Horizontal, ou vice-versa.
É desejável que as conclusões baseadas na Análise Vertical sejam complementadas pelas da
Análise Horizontal, devem ser usadas como uma só técnica da análise; por isso a denominamos Análise
Vertical / Horizontal.

Pag. 64 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Vejamos o modelo do BALANÇO PATRIMONIAL e da DRE com ANÁLISE VERTICAL / HORIZONTAL da Cia
Big.

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇOS EM: 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3


VA AV AH VA AV AH VA AV AH
ATIVO
CIRCULANTE
FINANCEIRO
* Disponível 34.665 1 100 26.309 1 76 25.000 0,5 72
* Aplicações Financeiras 128.969 5 100 80.915 2 63 62.000 1,5 48
SOMA 163.634 6 100 107.224 3 65 87.000 2 53
OPERACIONAL
* Clientes 1.045.640 38 100 1.122.512 28 107 1.529.061 27 146
* Estoques 751.206 28 100 1.039.435 26 138 1.317.514 23 175
SOMA 1.796.846 66 100 2.161.947 54 120 2.846.575 50 158
Total do Circulante 1.960.480 72 100 2.269.171 57 116 2.933.575 52 150

NÃO CIRCULANTE
* Investimentos 72.250 3 100 156.475 4 217 228.075 4 316
* Imobilizado 693.448 25 100 1.558.404 39 218 2.491.685 44 359
Total do Não Circulante 765.698 28 100 1.714.879 43 224 2.719.760 48 355

TOTAL DO ATIVO 2.726.178 100 100 3.984.050 100 146 5.653.335 100 207

PASSIVO
CIRCULANTE
OPERACIONAL
* Fornecedores 708.536 26 100 639.065 16 90 688.791 12 97
* Outras Obrigações 275.623 10 100 289.698 7 105 433.743 8 157
SOMA 984.159 36 100 928.763 23 94 1.122.523 20 114
FINANCEIRO
* Empréstimos Bancários 66.165 2 100 83.429 2 126 158.044 3 238
* Duplicatas Descontadas 290.633 11 100 393.885 10 136 676.699 12 233
SOMA 356.798 13 100 477.314 12 134 834.743 15 234
Total do Circulante 1.340.957 49 100 1.406.077 35 105 1.957.277 35 146

NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
* Empréstimos 314.360 12 100 792.716 20 252 1.494.240 26 475
* Financiamentos -.- - 100 378.072 10 - 533.991 9 -
Total do Exigível a Longo Prazo 314.360 12 100 1.170.788 30 372 2.028.231 35 645

CAPITAIS DE TERCEIROS 1.653.317 61 100 2.576.865 65 156 3.985.508 70 241

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
* Capital e Reservas 657.083 24 100 1.194.157 30 182 1.350.830 24 206
* Lucros Retidos 413.778 15 100 213.028 5 51 316.997 6 77
Total do Patrimônio Líquido 1.070.861 39 100 1.407.185 35 131 1.667.827 30 156

TOTAL DO PASSIVO 2.726.178 100 100 3.984.050 100 146 5.653.335 100 207

Pag. 65 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

DRE – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO 31.12.x1 31.12.x2 31.12.x3


EXERCÍCIO FINDO EM VA AV AH VA AV AH VA AV AH
RECEITA LÍQUIDA 4.793.123 100 100 4.425.866 100 92 5.851.586 100 122

( - ) Custo dos Produtos Vendidos 3.621.530 76 100 3.273.530 74 90 4.218.671 72 116


= Lucro Bruto 1.171.593 24 100 1.152.336 26 98 1.632.915 28 140
( - ) Despesas Operacionais 495.993 10 100 427.225 9 86 498.025 8 100
( + ) Outras Rec./Desp. Operacionais 8.394 - 100 17.581 - - 27.777 - -

= LUCRO OPERACIONAL 683.994 14 100 742.692 17 108 1.162.671 20 158


(antes dos Resultados Financeiros)

( + ) Receitas Financeiras 10.860 - 100 7.562 - - 5.935 - -


( - ) Despesas Financeiras 284.308 6 100 442.816 10 156 863.298 15 304

= LUCRO OPERACIONAL 410.546 8 100 307.438 7 75 305.304 5 75

( + ) Resultado não Operacional 1.058 - 100 -.- - - -.- - -

LUCRO ANTES I.R. E CONTRIB. SOCIAL 411.604 8 100 307.438 7 75 305.304 5 75

LUCRO LÍQUIDO 223.741 4,66 100 167.116 3,77 75 165.956 2,83 75

Simbologia utilizada no modelo:

VA = Valores Absolutos AV = Análise Vertical AH = Análise Horizontal

4 – CONCLUSÃO DA ANÁLISE VERTICAL HORIZONTAL DA CIA BIG

O ativo total da empresa cresceu 107% de 31-12-x1 a 31-12-x3 em termos reais. Esse crescimento deve-
se principalmente ao Ativo Não Circulante que teve expansão de 255%. Já o Ativo Circulante apresentou
crescimento de apenas 50%. Dessa forma, alterou-se a estrutura de ativo da empresa. Em 31.12.x1, 72%
dos recursos achavam-se investidos no Ativo Circulante, percentual esse que caiu para 52% em 31.12.x3.
Esse crescimento foi financiado basicamente por Capitais de Terceiros de Longo Prazo que passaram, em
31.12.x1, de 12% do Passivo Total para 35%, em 31.12.x3, constituindo-se no principal grupo de
financiamento neste último ano. O Passivo Circulante caiu nesse mesmo período de 49% para 35%.
Tendo o Passivo Circulante crescido menos que o Ativo Circulante, a empresa financiou parte deste
último com Exigível a Longo Prazo (o que, diga-se de passagem, é correto). Os Capitais de Terceiros
tiveram crescimento superior ao do Ativo – ou seja, 141% contra 107% do Ativo – em virtude do terreno
cedido pelo Patrimônio Líquido. Outro aspecto que se destaca é a alteração havida em “Fornecedores”.
Essa era a principal fonte de recursos da empresa, em 31.12.x1, representando 26% do Passivo. Nesse
ano, “Fornecedores” financiavam quase totalmente os Estoques. Em 31.12.x3 o percentual de
“Fornecedores” sobre o Passivo Total caiu para 12%, cobrindo apenas metade dos estoques mantidos
pela empresa. Essa alteração é desfavorável, pois, normalmente, “Fornecedores” representam uma
fonte estável de recursos e freqüentemente mais barata. A empresa substituiu-a em boa parte por
financiamentos bancários que representam uma fonte de risco maior devido a incerteza da renovação.
Em resumo, a empresa investiu maciçamente no Ativo Não Circulante, fez ainda algum investimento no
Ativo Circulante, financiou a maior parte dessa expansão com Capitais de Terceiros e aumentou o risco
global. A situação financeira não ficou sacrificada em virtude de a empresa Ter-se valido de Exigíveis a
Longo Prazo, tendo o Passivo Circulante crescido menos que o Ativo Circulante.

Pag. 66 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Enquanto os investimentos tiveram grande impulso no período analisado, as vendas apresentaram


pequena expansão. O crescimento real foi de 22% mo período. A empresa teve bom desempenho no
Custo dos Produtos Vendidos, os quais passaram de 76% para 72% de absorção das vendas. Com isso o
Lucro Bruto que representava 24% das vendas subiu para 28%. Esse acréscimo de 4 pontos percentuais é
extremamente significativo diante do fato de o Lucro Líquido representar 4,66% das vendas em 31.12.x1.
Se tudo o mais se mantivesse constante, a empresa poderia alcançar a invejável percentagem de 8,66%
de Lucro Líquido sobre as Vendas.
Infelizmente para a empresa, porém, suas despesas financeiras explodiram, crescendo 204% e, portanto,
muito mais do que as vendas. Essas despesas que consumiram 6% da Receita em 31.12.x1 passaram a
consumir 15% em 31.12.x3, fazendo a empresa perder 9 pontos percentuais. Ao final, o percentual de
Lucro Líquido / Vendas desceu para 2,83%, ou seja, quase metade daquele que havia alcançado em
31.12.x1. As Despesas Operacionais mantiveram-se em proporções aceitáveis para a empresa.

Pag. 67 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

7 – ANÁLISE VERTICAL / HORIZONTAL


Atividades Práticas

1. Marque a Alternativa Correta

1. Na Análise Vertical, o percentual de uma conta mostra:


a) O resultado de uma divisão que em princípio nada permite concluir.
b) A comparação de uma conta em relação ao ano anterior.
c) Sua real importância no conjunto.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

2. Na Análise Horizontal, a evolução de cada conta mostra:


a) Os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências.
b) A participação de cada conta em relação a um todo.
c) Uma divisão entre duas contas distintas.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

2. Questões:

a) Qual o objetivo da Análise Vertical?


b) Qual o objetivo da Análise Horizontal?

3. Faça a Análise Vertical / Horizontal da Cia Bem Feito no Capítulo 3 da Apostila.

4. Seguem as Demonstrações Financeiras levantadas em 31.12.2008 e 31.12.2009 da Empresa


Indústria de Papel Celulose Gonzaga Ltda. Pede-se:

a) Calcule os índices de Estrutura de Capital, Liquidez e Rentabilidade. Faça os comentários sobre eles
b) Faça a Análise Vertical/Horizontal e comente sobre: a Imobilização, Capital de Giro, Capital de
Terceiros e Capital Próprio desta empresa .
c) Dê sua opinião se a imobilização feita será vantajosa para a empresa.
d) A empresa terá condições de pagar seus compromissos (Capital de Terceiros)?

ÍNDICES ANO 2008 ANO 2009


Participação Capital de Terceiros
Estrutura
Composição Endividamento
De
Imobilização do PL
Capitais
Imobilização de Recursos Não Correntes
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez
Liquidez Imediata
Liquidez Seca
Giro do Ativo
Margem Líquida
Rentabilidade
Rentabilidade do Ativo
Rentabilidade do PL

Pag. 68 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

BALANÇO PATRIMONIAL
Ano Ano Ano Ano
ATIVO AV AH AV AH PASSIVO AV AH AV AH
2008 2009 2008 2009
Circulante Circulante

Disponível 150 200 Fornecedores 150 170

Clientes 190 110 Salários a Pagar 89 100

Estoques 220 190 Impostos a recolher 56 85

Total do Ativo Circulante 560 500 Total do Passivo Circulante 295 355

Não Circulante

Não Circulante Exigível a Longo Prazo

Realizável a Longo Prazo Financiamentos 160 280

Duplicatas a receber 80 155 Patrimônio Liquido

Investimentos 95 180 Capital Social 260 290

Imobilizado 170 350 Lucros Retidos 190 260

Total do Não Circulante 345 685 Total do Patrimônio Líq 450 550

TOTAL DO ATIVO 905 1.185 TOTAL DO PASSIVO 905 1.185

DRE - DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO


DESCRIÇÃO 31.12.2008 AV AH 31.12.2009 AV AH
Vendas 650 880
CMV (215) (422)
Lucro Bruto 435 458
Despesas operacionais (212) (209)
Lucro Líquido 223 249

5. Abaixo apresentamos as Demonstrações financeiras da empresa Cia JR de Calçados S/A, elabore:

A análise vertical e horizontal de balanços nos anos 2008 e 2009 , e compare o desempenho dos
principais grupos e variações ocorridas de um ano para o outro.

Pag. 69 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

BP – BALANÇO PATRIMONIAL
Ano Ano Ano Ano
ATIVO AV AH AV AH PASSIVO AV AH AV AH
2008 2009 2008 2009
Circulante Circulante

Caixa 80 50 Salários a Pagar 90 80

Banco 120 90 Fornecedores 120 150

Clientes 40 80 Impostos e tx. Recolher 30 50

Estoque 30 80 Total do Circulante 240 280

Total Circulante 270 300 Não Circulante

Não Circulante Exigível a Longo Prazo

Realizável a Lg Prazo Financiamentos 80 80

Clientes 70 40 Patrimônio Líquido

Equipamentos 40 100 Capital Social 100 140

Móveis e Utensílios 40 60 Lucros Retidos 90 100

Veiculos 90 100 Total Patr. Líquido 190 240

Total do Não Circulante 240 300

TOTAL DO ATIVO 510 600 TOTAL DO PASSIVO 510 600

6. Seguem as Demonstrações Financeiras levantadas em 31/12/2008 e 31/12/2009 da Empresa


Comercial Santo André Ltda.
Faça a Análise Vertical/Horizontal e comente qual o percentual aumentou seu imobilizado e por qual
(quais) contas foram financiados este crescimento. Comente as principais variações evidenciadas pela análise
vertical/horizontal.

Ano Ano Ano Ano


ATIVO AV AH AV AH PASSIVO AV AH AV AH
2008 2009 2008 2009

Circulante Circulante

Disponível 7.800 18.300 Fornecedores 13.000 56.000

Clientes 13000 49.310 Salários a Pagar 19.000 45.000

Estoques 14.800 48.190 Impostos a recolher 4.500 11.400

Total do Circulante 35.600 115.800 Total do Circulante 36.500 112.400

Não Circulante

Não Circulante Exigível a L Prazo

Realizável a L Prazo Financiamentos 5.000 24.270

Clientes 7.900 25.720 Patrimônio Líquido

Investimentos 8.600 27.600 Capital Social 9.000 39.000

Imobilizado 16.770 50.950 Reservas 8.370 16.400

Total Não Circulante 33.270 104.270 Lucros Retidos 10.000 28.000

Total do PL 27.370 83.400

TOTAL DO ATIVO 68.870 220.070 TOTAL DO PASSIVO 68.870 220.070

Pag. 70 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

6
TOPICOS ESPECIAIS DE ANALISE
DE BALANÇOS

1- ECONÔMICO versus FINANCEIRO

Talvez não existam palavras mais empregadas no mundo dos negócios do que econômico e financeiro.

ECONÔMICO: Refere-se a lucro, no sentido dinâmico, de movimentação. Estaticamente,


refere-se a patrimônio líquido.

FINANCEIRO: Refere-se a dinheiro. Dinamicamente, representa a variação de Caixa.


Estaticamente, representa o saldo de Caixa. O termo financeiro tem significado amplo e restrito.
Quando encarado de forma restrita, refere-se a Caixa; quando seu significado é amplo, refere-se
a Caixa Circulante Líquido.

FINANCEIRO
ECONÔMICO
AMPLO RESTRITO
Capital Circulante
Estaticamente Patrimônio Líquido Saldo de Caixa
Líquido
Variação do Capital Variação do
Dinamicamente Lucro Líquido
Circulante Líquido Saldo de Caixa

Pag. 71 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

O lucro aumenta o patrimônio Líquido, mas não as disponibilidades de dinheiro, por essa razão,
a análise deve tomar tanto a Demonstração do Resultado – que evidencia lucro ou prejuízo – como a
DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa.

DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa: Evidência o movimento de Caixa da empresa e


serve para mostrar o resultado financeiro de curto prazo.

A variação do Saldo de Caixa mostra se a empresa conseguiu ou não aumentar as suas


disponibilidades de dinheiro.
Um empréstimo bancário em que o dinheiro entra instantaneamente em Caixa, melhora a
situação financeira só a curtíssimo prazo, por isso, certas entradas de caixa podem nada significar. Já os
aumentos de Capital Circulante Líquido (CCL) representam acréscimos no Ativo Circulante e/ou redução
de Passivo Circulante que acabarão por desaguar no Caixa, melhorando a capacidade de pagamento da
empresa. Por isso, o termo financeiro é muito mais bem empregado quando relacionado a Capital
Circulante do que quando relacionado a Caixa.

2 – INVESTIMENTO versus FINANCIAMENTO

Para cada investimento existe um financiamento certo. Toda aplicação em bens, direitos ou
custos que beneficiarão exercícios seguintes é Investimento.
O Ativo representa o investimento total. Em qualquer investimento efetuado existe uma origem
de recursos mostrada pelo Passivo. Essa origem constitui o Financiamento.
Na Análise de Balanços, procura-se identificar investimentos e financiamentos, pois a situação
da empresa e seus resultados econômicos dependem da adequação entre investimentos e
financiamentos. Todos os índices extraídos do balanço procuram de certa forma medir a adequação
entre investimentos e financiamentos.

3 – CONCEITO E FORMAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO - CCL

O CCL pode ser encontrado por dois caminhos:

Na primeira, o CCL é mostrado como excesso do Ativo Circulante sobre o Passivo Circulante e no
último caminho o excesso de Recursos Não Correntes sobre Aplicações Não Correntes.
Outro aspecto que merece ser ressaltado é a composição do CCL.
Quando o Patrimônio Líquido cobrir todo o Ativo Não Circulante e tem uma parte investida no
Ativo Circulante, essa parcela é chamada de Capital Circulante Próprio (CCP) ou Capital de Giro Próprio e
representa a parcela de capital próprio no Ativo Circulante.
O CCL é, portanto, formado por dois tipos de recursos:

Pag. 72 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Essa distinção é muito importante, porquanto o CCP permanecerá na empresa


indeterminadamente, enquanto os Capitais de Terceiros a Longo Prazo têm um tempo limitado de
permanência.

Pag. 73 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

CONCLUSÕES:

O Ativo da empresa é determinado em função do volume de operações (vendas) e,


simultaneamente, de condições ditadas pelo mercado, como prazo de faturamento etc. O Passivo é
determinado em função da disponibilidade de capital dos sócios, obtenção de financiamentos de
curto e longo prazo, etc.
Existe relação entre Financiamentos e Investimentos. O Ativo Não Circulante deve
preferencialmente ser financiado com Capital Próprio, mas é aceitável o seu financiamento, em
parte, com recursos de terceiros exigíveis a longo prazo, desde que os Recursos Gerados Disponíveis
sejam suficientes para o pagamento das prestações dos financiamentos a longo prazo e desde que o
endividamento não saia fora dos padrões aceitos pelo mercado;
Havendo Capital Circulante em proporção adequada em relação ao PL, pode-se dizer que há
adequação entre financiamentos e investimentos de recursos;
É desejável que uma parcela do Capital Circulante Líquido seja constituída por Capital Próprio (caso
em que o Patrimônio Líquido é maior que o Ativo Não Circulante);
Só em ramos especiais é aceitável a existência de Capital Circulante Líquido negativo.

4 – LIQUIDEZ X FLUXO DE CAIXA

Decompondo-se o índice de Liquidez Corrente, é possível verificar que as suas alterações não
afetam o Fluxo de Caixa da empresa.
Se um analista estiver analisando o balanço de uma empresa e se deparar com o índice de
Liquidez Corrente inferior a 1,00, não deve, em princípio, considerá-la sem condições de pagar suas
dívidas em dia.
O índice de Liquidez Corrente tem haver com a situação financeira da empresa, mas não com o
Fluxo de Caixa.
Vejamos a análise pelo avesso, no exemplo do índice de Liquidez Corrente de 1,5. O inverso
disso é:

Significa que 66,6 % do Ativo Circulante estão comprometidos com o Passivo Circulante e que,
33,4% são provenientes do CCL.

Em síntese, a empresa pode operar com qualquer liquidez que seu fluxo de caixa será o mesmo
enquanto as vendas não se alterarem. Entretanto, quanto maior o índice de Liquidez Corrente maior a
independência da empresa em relação a credores e maior a sua capacidade de enfrentar crises e
dificuldades inesperadas.

Pag. 74 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

5 – FALÁCIAS DE LIQUIDEZ

Uma liquidez alta pode decorrer tanto de excesso de Recursos não Correntes no Ativo
Circulante, quanto de pequeno Passivo Circulante.

Se houver excesso de Recursos Não Correntes aplicados no Ativo Circulante, como excesso de
Estoque e de Duplicatas a Receber decorrentes de uma má administração desses itens, estaremos
diante de uma liquidez indesejável.
Já o baixo Passivo Circulante, poderá ser indício de sabia administração que evita despesas
financeiras de empréstimos bancários ou que obtém significativos descontos de fornecedores com
pagamentos a vista.

Em resumo, alta liquidez, indica uma boa situação financeira, que pode até ser do aumento da
rentabilidade, embora não esteja afastada a hipótese de haver recursos ociosos (seria um caso de má
administração de Ativo Circulante).

6 – LIMITE DE ENDIVIDAMENTO

Não existe uma fórmula para medir o endividamento global, mas certos conceitos podem levar
às dimensões suportáveis das diversas categorias de dívidas.

Essas categorias devem ser subdivididas em pelo menos três:

Crédito de funcionamento: São fontes operacionais e a empresa pode assumir esses créditos
até o limite em que os pagamentos fiquem ligeiramente aquém das entradas de caixas
decorrentes do recebimento das vendas. Por exemplo: Fornecedores, Salários, Impostos,
Encargos Sociais, etc.

Financiamentos: Recursos obtidos em instituições financeiras. São recursos que a empresa


utiliza por certo tempo, durante o qual deve efetuar a devolução dos mesmos em parcelas.

Empréstimo Bancário: Recursos obtidos em instituições financeiras a curto prazo ou a pouco


mais de um ano. Destinam-se a complementar o financiamento do Ativo Circulante, ou seja,
financiam uma parcela de Ativo Circulante que as demais fontes de recursos não conseguem
financiar.

7 – O RISCO DOS EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS

Vimos que a empresa pode operar com Liquidez Corrente abaixo de 1,00. Mas para isso é
necessário que o Passivo Circulante se renove constantemente.
Financiar ativos constantes com empréstimos inconstantes pode complicar a situação financeira.
Em vista disso apresentaremos 4 ( quatro ) índices que visam medir o grau de Dependência
Bancária da empresa junto aos bancos. São eles:

Pag. 75 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

7.1. FAIC FINANCIAMENTO DE ATIVO POR INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

h.i'-j !.#j - g!,+,(!+.-, #j 0- ,j ! )!çõ-j 0- &'é0! #j


g &= 1
!"# D# +*

7.2. PICE PARTICIPAÇÃO DE INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO ENDIVIDAMENTO

g!,+,(!+.-, #j 0- ,j ! )!çõ-j 0- &'é0! #j


&h = 1
&+i! +!j 0- D-'(-!'#j

Pag. 76 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

7.3. FACICCP FINANCIAMENTO DE ATIVO CIRCULANTE POR INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO A


CURTO PRAZO

g!,+,(!+.-, #j 0- ,j ! )!çõ-j 0- &'é0! # + &)' # '+k#


g & && = 1
!"# &!'()*+, -

7.4. NDDP NÍVEL DE DESCONTO DE DUPLICATAS

l)i*!(+ +j l-j(#, +0+j


$ll = 1
l)i*!(+ +j + B-(-m-'

Duplicatas a Receber

Interpretação dos índices de relacionamento bancário. A Cia BIG aumentou consideravelmente sua
dependência às instituições de créditos de 31.12.x1 para 31.12x2. Enquanto no primeiro ano menos de
25% dos recursos eram supridos pelas instituições de crédito, no ano seguinte esse percentual atingiu a
marca de 41,4%. Em relação aos Capitais de Terceiros, a empresa viu subir a participação das

Pag. 77 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

instituições de crédito de 40,5% para 64,0%. Comparando os índices de relacionamento bancário da Cia
BIG com índices médios do ramo de atividade obtém-se:
ÍNDICES PADRÃO ÍNDICES DA CIA BIG
INDICES
31.12.x1 31.12.x2 31.12x1 31.12.x2
Financiamento de Ativo por Instituições
20% 22% 24,6% 41,4%
de Crédito
Participação das Instituições de Crédito no
37% 38% 40,5% 64,0%
Endividamento
Financiamento de Ativo Circulante por
18% 25% 18,2% 21,0%
Instituições de Créditos a Curto Prazo

Nível de Desconto de Duplicatas 20% 22% 27,8% 35,1%

Em vista disso, pode-se considerar excessiva a dependência global às instituições de crédito.

8. ÍNDICES DE AVALIAÇÃO DE AÇÕES

Estes índices serão chamados de “Índices de Bolsa”, daqui em diante. Eles avaliam a viabilidade
de investimentos em ações de determinada empresa.
A análise através de Índices de Bolsa serve para mostrar elementos quantitativos e objetos a
respeito de ações. Entretanto, o mercado acionário é algo extremamente complexo, no qual interferem
inúmeros fatores de ordem conjuntural, psicológica, monetária etc.
Assim, a análise de ações dos Índices de Bolsa é apenas um dos múltiplos aspectos a serem
levados em conta na avaliação de ações.

8.1. VISÃO GERAL DOS INDICES DE BOLSA

Os índices de bolsa podem ser agrupados em três categorias:

Pag. 78 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Antes de apresentamos os Índices de Bolsa, consideraremos os seguintes dados:

EXERCÍCIO
DADOS
2008 2009
Capital social Realizado 7.000.000 16.000.000
Ações Ordinárias 350.000 800.000
Ações Preferenciais 350.000 800.000
Total de Ações 700.000 1.600.000
Patrimônio Líquido 11.218.000 23.094.000
Lucro Líquido 1.311.000 2.822.000
Cotação Média das Ações 7,20 5,50
Dividendos Pagos 327.750 705.500

Os índices apresentados a seguir podem ser agrupados em três categorias:

8.1.1. ÍNDICES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

Mostra quanto vale cada ação em termos de Patrimônio Líquido, ou seja, que fatia do
Patrimônio Líquido cabe a cada ação.

A) VPA - VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO

+ '!.#,!# !/)!0#
n = 1
$).-'# 0- çõ-j

Pag. 79 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

8.1.2. ÍNDICE DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS AÇÕES

Mostra, sob diversos ângulos, qual o lucro do acionista.

A) LPA - LUCRO POR AÇÃO

)('# !/)!0#
= 1
$).-'# 0- çõ-j

Nota: este deve ser obrigatoriamente apresentado pelas Sociedades por Ações após o Lucro
Líquido na Demonstração do Resultado do Exercício.

B) PLPA - PREÇO SOBRE LUCRO POR AÇÃO

n+*#' 0+ &# +çã# 0+ çã#


=
)('# i#' çã#

Pag. 80 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

C) RDA - RENTABILIDADE DE AÇÃO

)('# i#' çã#


Bl =
n+*#' 0+ &# +çã# 0+ çã#

8.1.3. ÍNDICE DE AVALIAÇÃO MONETÁRIA DAS AÇÕES

Mostra qual o lucro fica retido na empresa, conforme o estatuto. Conseguindo portanto, o
investidor, realizar apenas parte dos lucros que a empresa auferiu.

A) DPA - DIVIDENDOS POR AÇÃO

l!"!0-,0#j +o#j
l =
$).-'# 0- çõ-j

Nota: a apresentação deste índice é obrigatória às Sociedades por Ações que deverão incluí-lo
na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Pag. 81 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

B) RETORNO DE CAIXA – RDC

l!"!0-,0#j i#' çã#


l =
&# +çã# 0+j çõ-j

C) RELAÇÃO CAIXA / RENTABILIDADE DA AÇÃO – C/RDA

,0!(- 0- B- #',# 0- &+!1+


&pBl =
,0!(- 0- B-, +m!*!0+0- 0+ çã#

O investimento em ações, em circunstâncias normais, deve ser o de maior rentabilidade entre as


opções de aplicação em títulos no mercado.
Para minimizar o risco de investir em ações de empresas deficitárias, o investidor tem a
possibilidade de fazer uma carteira de ações, ou seja, um conjunto de ações de diferentes empresas, de
tal sorte que o prejuízo eventual de alguma delas seja compensado com o lucro de outras.

Pag. 82 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

O mercado de ações é a base da economia de diversos países, mas no Brasil ainda não obteve
êxito. Em primeiro lugar, porque é um mercado muito complexo, não acessível a grande maioria; depois
porque a falta de segurança do investimento e as incertezas quanto à renda afugentam o investidor. E
por último, o fator desilusão monetária das ações, em contraposição à ilusão monetária de
investimentos de renda fixa, como por exemplo a caderneta de poupança. A não-realização em dinheiro
do lucro da empresa causa desilusão no investidor. O inchaço do depósito na caderneta de poupança
causa ilusão.
Atualmente está crescendo cada vez mais a participação de pessoas físicas no mercado de
ações, isso dado a maior acesso a informações e a facilidade com que os investidores realizam suas
operações. O serviço de intermediação via Home Broker na grande maioria é oferecido pelas próprias
instituições financeiras, que disponibilizam ferramenta para que o próprio usuário emita suas ordens.
O volume de negociações cresce a cada ano, sinal que os brasileiros também estão migrando
parte de seus investimentos para o mercado de ações.

Pag. 83 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

8 – TÓPICOS ESPECIAIS DE ANÁLISE DE BALANÇOS


Atividades Práticas

1. Marque a Alternativa Correta

1. Investimento é:
a) Uma aplicação de dinheiro.
b) Toda aplicação em bens, direitos ou custos que beneficiarão exercícios seguintes.
c) Uma aplicação no mercado financeiro.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

2. Em qualquer investimento efetuado, existe uma origem de recursos mostrada pelo passivo. Essa
origem constitui:
a) O financiamento.
b) Os fornecedores.
c) Os empréstimos.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

3. Decompondo o Índice de Liquidez Corrente, é possível verificar que:


a) Do seu valor decorre automaticamente o fluxo de caixa da empresa.
b) Suas alterações podem não afetar o fluxo de caixa da empresa.
c) Reflete o que vai entrar comparado com o que vai sair do Caixa.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

4. Empréstimos bancários são:


a) Recursos obtidos junto a instituições financeiras a curto prazo ou a pouco acima de um ano.
b) Créditos obtidos em instituições financeiras privadas ou oficiais para financiamento de aplicações
não específicas no giro ou no Ativo Não Circulante.
c) Créditos de funcionamento.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

5. Diferente dos Índices de avaliação de situação econômica e financeira, os índices de avaliação de


ações (Índices de Bolsa) objetivam:
a) Avaliar a situação econômica-financeira das diversas empresas.
b) Determinar o preço da ação na Bolsa.
c) Avaliar a viabilidade de investimentos em ações de determinada empresa.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.

2. Questões:

a) O que é Capital Circulante Líquido? Qual a diferença entre Capital Circulante Líquido e Capital
Circulante Próprio?
b) Qual a diferença entre econômico e financeiro?
c) Quais os principais índices de avaliação de ações?

Pag. 84 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

3. Complete o quadro:

Financeiro
Econômico
Amplo Restrito
Estaticamente Saldo de Caixa

Dinamicamente Lucro Líquido

4. Numere:

1 – Demonstração do Fluxo de Caixa


2 – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
3 – Capital Circulante Líquido

( ) Ativo Circulante menos Passivo Circulante

( ) Evidencia o movimento de Caixa de uma empresa e serve para demonstrar o resultado financeiro
de curtíssimo prazo.

( ) Evidencia a variação do Capital Circulante Líquido e serve para mostrar o resultado financeiro de
médio prazo.

Pag. 85 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

7
PARTE III – ANALISE DE GESTÃO DE CAIXA

INDICES DE PRAZOS MÉDIOS: A DINAMICA DA


EMPRESA

1 - ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS: A DINÂMICA DA EMPRESA.

Na Análise de Balanços, através dos dados das demonstrações financeiras, podem ser calculados
os seguintes índices:

a. PMRV - Prazo Médio de Recebimento;


b. PMRE - Prazo Médio de Renovação de Estoque e;
c. PMPC - Prazo Médio de Pagamento de Compras.

Os índices de prazos médios não devem ser analisados individualmente, mas sempre em
conjunto. Também não é recomendável misturar a análise dos índices de prazos médios com a dos
índices econômicos e financeiros.

A conjugação dos três índices de prazos médios leva à analise dos ciclos operacional e de caixa,
elementos fundamentais para a determinação de estratégias empresariais, tanto comerciais quanto
financeiras, geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.

Pag. 86 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

1.1 PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUES (PMRE)

Mostra por quantos dias as mercadorias (estoque) ficam parados nas prateleiras da empresa.
Entre a compra do estoque e a sua venda decorrem alguns dias sendo estes o prazo médio de
renovação de estoques.
O Prazo médio de Renovação de Estoques (PMRE) representa:
Na empresa Comercial: O tempo de estocagem de mercadorias;
Na empresa industrial: O tempo de produção e estocagem.

hj #/)-j
EBh = 1 rs
&En 4

1.2 PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS ( PMRV )

Expressa o tempo decorrido entre a venda e o recebimento – Número de dias que os clientes
têm para pagar suas compras. Entre a venda da mercadoria e o recebimento decorre um prazo de x
dias = prazo médio de recebimento de vendas .

l)i*!(+ +j + B-(-m-'
EBn = 1 rs
n-,0+j B-+*!k+0+j 5

1.3 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTOS DE COMPRAS ( PMPC):

Número de dias que os fornecedores nos concedem para pagamento de nossas compras. Entre
a compra e o pagamento, decorre um prazo de x dias = prazo médio de pagamento de compras.

g#',-(-0#'-j
E &= 1 rs
&#.i'+j 6

2 A INTER-RELAÇÃO DOS ÍNDICES DO PRAZO MÉDIO

A análise dos prazos médios só é útil quando os três prazos são analisados conjuntamente.

A soma dos prazos PMRE + PMRV representa o que se chama CO = Ciclo Operacional; ou seja, o
tempo decorrido entre a compra e o recebimento da venda da mercadoria. O Ciclo Operacional mostra o
prazo do investimento.

4
CMV: Custo das Mercadorias Vendidas ( Formula: CMV = EI + Compras – EF )
5
VENDAS:Vendas Brutas – Devoluções - Abatimentos
6
COMPRAS: Se necessário utilizar formula para calculo CMV

Pag. 87 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

O tempo decorrido entre o momento em que a empresa coloca o dinheiro (pagamento ao


fornecedor) e o momento em que recebe pelas vendas (recebimento do cliente) é o período em que a
empresa precisa arrumar financiamento. É o Ciclo de Caixa, também chamado Ciclo Financeiro (CF =
PMRE + PMRV – PMPC ou simplesmente CF = CO – PMPC). Existe ainda o Ciclo Econômico que é o
tempo decorrido entre a compra até o momento da venda ou pagamento do fornecedor.

Vejam duas situações possíveis:


a) Os Fornecedores financiam totalmente os estoques a uma parte das vendas.

b) Os Fornecedores financiam apenas parte do estoque.

Pag. 88 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Quanto maior o ciclo financeiro, pior para a empresa, pois representa maior tempo de utilização
de financiamento e, portanto, maior custo.
A precisão dos índices de prazos médios está diretamente ligada à uniformidade das vendas e
compras. Se a empresa tem vendas e compras aproximadamente uniformes durante o ano, os índices
de prazos médios calculados a partir dos dados do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do
Exercício refletirão satisfatoriamente a realidade. Agora, se as vendas e/ou compras flutuarem, tiverem
picos e vales ou concentração em determinadas épocas do ano, os índices de prazos médios poderão
estar completamente distorcidos.

2.1 EXEMPLO: A CIA BIG

Ver dados do Balanço e da demonstração de Resultados padronizados no capítulo 3

Os prazos médios padrões, segundo as medianas das tabelas de índices-padrão, são:

Pag. 89 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

COMENTÁRIOS

A Cia BIG tinha, em 31.12.x1, ciclo de caixa bem inferior ao padrão mediano do ramo: a empresa
necessitava tomar financiamentos para o giro por um prazo 20 dias aquém da média do ramo. Isto se
devia sobretudo ao maior prazo obtido de seus fornecedores em relação à média do ramo, bem como ao
menor ciclo operacional.
No último exercício, a empresa não conseguiu manter o prazo acima da média do ramo e seu
ciclo operacional cresceu demasiadamente em virtude do excessivo Prazo Médio de Renovação de
Estoques de 75 dias, em 31.12.x1, para 112 dias, em 31.12.x3.
Como o Prazo Médio de Renovação de Estoques depende mais da própria administração do que
do mercado, aparece haver um descontrole da empresa em relação aos seus estoques. Com isso, o ciclo
de caixa em 31.12.x3 passou a 40 dias acima da mediana do ramo e 59 dias daquele de 31.12.x1.

3 – PRAZOS MÉDIOS versus ROTAÇÕES

Se a empresa mantém estoques para 90 dias, seus estoques renovam-se quatro vezes ao ano. Se
vende a prazo médio de 60 dias, as Duplicatas a Receber renovam-se seis vezes ao ano. O número de
vezes em que determinado item se renova, roda ou gira é calculado dividindo-se 360 pelo prazo médio:

Embora úteis e de certa forma didáticos em alguns relatórios, os índices de rotação não são tão
informativos quanto os de prazos médios e dificultam a conjugação dos três índices.

É interessante observar que alguns autores juntam indevidamente aos índices de rotação o
índice de Giro do Ativo (também chamado de Rotação do Ativo) – Vendas / Ativo – numa total
impropriedade interpretativa, pois o Índice de Giro do Ativo visa dimensionar o volume de vendas
relativamente ao investimento total, enquanto os índices de rotação que foram apresentados informam
efetivamente quantas vezes ao ano se renovam Duplicatas a Receber, Estoques e Fornecedores.

Pag. 90 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

9 – ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS: A DINÂMICA DA EMPRESA


Atividades Práticas

1. Teste de múltipla escolha

a. O prazo médio de recebimento de vendas é dado pela fórmula:


a. Vendas ÷ Estoques.
b. Vendas ÷ 360.
c. 360 x (vendas ÷ Duplicatas a Receber).
d. 360 x (Duplicatas a Receber ÷ Vendas).

b. O número de vezes em que o estoque se renova é dado pela fórmula:


a. CMV ÷ Estoques.
b. Vendas ÷ Estoques.
c. Estoques ÷ Vendas.
d. Estoques ÷ Compras.

c. Se as vendas e/ou compras flutuarem, se tiverem picos e vales ou concentração em determinadas


épocas do ano, os índices de prazo médio:
a. Deverão representar adequadamente, uma vez que se trata de uma média.
b. Poderão estar distorcidos.
c. São ainda mais úteis.
d. As afirmações anteriores são falsas.

d. Os índices de rotação:
a. São mais informativos que os de prazos médios, facilitam a conjugação dos três índices.
b. Fornecem dados completamente distorcidos.
c. São obtidos dividindo os prazos médios por 360 e são mais informativos que estes.
d. Embora úteis e de certa forma didáticos em alguns relatórios, não são tão informativos quantos
os prazos médios e dificultam a conjugação dos três índices.

e. O índice de Giro do Ativo:


a. É considerado um índice de rotação, visto que é chamado rotação do ativo e pode ser analisado
juntamente com os demais índices de rotações.
b. Visa dimensionar o volume de vendas relativamente ao investimento total e não tem nada a ver
com prazos.
c. Não representa uma informação adequada à Análise de Balanços.
d. As duas primeiras afirmações estão corretas.

f. Dias, em média que a empresa terá de esperar para receber as suas duplicatas:
1) PMRV.
2) PMRE.
3) PMPC.
4) Nenhuma das alternativas anteriores.

Pag. 91 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2. Questões:

1. Quais os prazos que podemos calcular através das Demonstrações Financeiras?


2. O que é Prazo Médio de Recebimento de Vendas? Qual é a sua fórmula?
3. O que é Prazo Médio de Pagamento de Compras? Qual é a sua fórmula?
4. O que é Prazo Médio de Renovação de Estoque? Qual é a sua fórmula?
5. Qual a inter-relação dos índices de prazo médio?
6. O que é ciclo operacional?
7. O que é ciclo financeiro?

3. Numere as colunas:

Coluna A Coluna B

1 - Prazo médio de pagamento de compras ( ) 360 .


PMRV

2 - Prazo médio de renovação de estoques ( ) 360 .


PMRE

3 - Prazo médio de recebimento de vendas ( ) Fornecedores x 360


Compras

4 - Rotação de estoque ( ) Estoque x 360


CMV

5 - Rotação de Duplicatas a Receber ( ) 360 .


PMPC

6 - Rotação de Fornecedores ( ) Dupl. Rec. X 360


Vendas

4. Complete:

Pag. 92 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

5. A Cia Prado S/A apresentava os seguintes dados em suas Demonstrações Financeiras:

Conta Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009


Estoques 751.000 890.000 900.000
Fornecedores 690.000 701.000 680.000
C.M.V 3.400.000 3.600.000 3.800.000
Vendas 6.060.000 6.500.000 7.800.000
Duplicadas a Receber 1.200.000 1.100.000 1.524.000
Compras 2.900.000 1.690.000 2.500.000

Pede-se :
a) Calcular PMRE , PMRV e PMPC
b) Calcular o Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro

6. Calcule os Índices de Atividade da Cia Amnésia e faça análise do Ciclo Operacional e Ciclo
Financeiro.
BALANÇO PATRIMONIAL
BP 31.12.x6 31.12.x7
ATIVO
CIRCULANTE
100 1.000
Disponível
500 1.000
Dupl. a Receber
1.100 2.000
Estoques
1.700 4.000
Total do Ativo Circulante

PASSIVO
CIRCULANTE
Fornecedores 600 1.200
Outras Obrigações a pagar 300 2.200
Empréstimos Bancários 2.000 3.000
Total do Passivo Circulante 2.900 6.400

Vendas Brutas R$ 4.000 R$ 7.000


Compra R$ 3.000 R$ 5.000

Pag. 93 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

8
ANALISE DO CAPITAL DE GIRO E
ELABORAÇÃO E ANALISE DO FLUXO DE CAIXA

1 – ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO

A Necessidade de Capital de Giro é a chave para a administração financeira de uma empresa.

Necessidade de Capital de Giro, que designaremos NCG, é não só um conceito fundamental para
a análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou seja, análise de caixa, mas também de estratégias
de financiamento, crescimento, e lucratividade.

Tanto o Ativo como o Passivo Circulante estão divididos em Operacional e Financeiro.


a) ACO - ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL: É o investimento que decorre automaticamente
das atividades de compra/produção/estocagem/venda.
b) PCO - PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL: É o financiamento, também automático, que
decorre dessas atividades.

A diferença entre esses investimentos (ACO) e financiamentos (PCO) é quanto a empresa


necessita de capital para financiar o giro, ou seja, a NCG. Portanto:

Pag. 94 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Três situações básicas podem ocorrer na empresa:

a) ACO > PCO É a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para a qual a
empresa deve encontrar fontes adequadas de financiamento.
b) ACO = PCO Neste caso a NCG é igual a zero e portanto a empresa não tem necessidade de
financiamento para o giro.
c) ACO < PCO Este é o caso em que sobram recursos das atividades operacionais, os quais
poderão ser usados para a aplicação no mercado financeiro ou para expansão da planta fixa.

Vejamos a NCG da Cia BIG.

A NCG pode ser financiada normalmente por três fontes:

a) Capital Circulante Próprio (CCP);


b) Empréstimos e Financiamentos Bancários de Longo Prazo;
c) Empréstimos bancários de Curto Prazo e Duplicatas Descontadas.

1.1 DECOMPONDO O CICLO FINANCEIRO DA NCG

A decomposição do Ciclo Financeiro (em dias de vendas) permite a análise sobre o


comportamento da NCG. Uma vez que o dimensionamento dos recursos necessários para o giro dos
negócios medido pela NCG é dado pelo Ciclo Financeiro e pelo montante das Vendas Brutas.

Sendo o Ciclo Financeiro determinado pela relação:

Pag. 95 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Podemos desmembrar este parâmetro nos seguintes componentes:

O Ciclo Financeiro, desta forma fica decomposto analiticamente em todos os seus componentes.

Vamos fazer a decomposição da Cia BIG

1.2 TESOURARIA

Tesouraria é o resultado das contas que não fazem parte da atividade operacional da empresa e
que depois de realizadas ou liquidadas, se constituem, definitivamente, em entradas ou saídas de caixa.
Sendo assim, através da diferença entre o Ativo e Passivo Circulante Financeiro encontraremos a
Tesouraria, variável que vai expressar a situação financeira de curto prazo das empresas. Representada
pelas contas que não se relacionam com a atividade operacional da empresa, e não são
necessariamente renovadas.

OU:

Pag. 96 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

A tesouraria é estudada da seguinte forma:

TESOURARIA COMENTÁRIOS

Expressa uma situação financeira folgada, pois as contas do Ativo Circulante


POSITIVA Financeiro (ACF) transformarão em disponível, suficiente para liquidar as contas
do Passivo Circulante Financeiro (PCF).

Indica que a empresa está utilizando fonte de recursos financeiros de curto prazo
para financiar suas atividades, pois as contas do Ativo Circulante Financeiro (ACF)
NEGATIVA
não são suficientes para cobrir os compromissos expressos em Passivo Circulante
Financeiro (PCF).

Todavia é grande o número de empresas que apresentam a Tesouraria Negativa como forma de
financiamento. Na verdade, a existência de saldos negativos nesta variável não implica,
necessariamente, situação financeira apertada. O que deve ser analisado, e com muita atenção, é a
proporção da Tesouraria negativa em relação a NCG e a tendência dessa relação.
A relação T (Tesouraria) dividida pela NCG (Necessidade de Capital de Giro) é o verdadeiro
termômetro da situação de liquidez da empresa.

DADOS 20x1 20x2 20x3


T = Tesouraria (193.164) (370.090) (747.743)
NCG 812.687 1.233.184 1.724.041
T NCG - 23,76% - 30,01% - 43,37%

A análise dessas variáveis revela situação diferente daquela evidenciada pelos indicadores: ano a
ano a empresa vem aumentando a utilização de capitais financeiros de terceiros a curto prazo
(empréstimos e financiamentos) para cobrir as Necessidades de Capital de Giro.
A Tesouraria Negativa passou de – 23,76 % para – 43,37 % do valor da NCG.

Pag. 97 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

1.3 COMENTÁRIOS SOBRE O FINANCIAMENTO DA NCG

A Necessidade de Capital de Giro teve um crescimento de 112% de 20x1 para 20x3. Entre as
fontes de financiamento do giro destacou-se o uso do Passivo Circulante financeiro que cresceu 134% no
período e aumentou a sua participação no financiamento da NCG de 23% para 44%. Isso ocorreu apesar
do excepcional crescimento do Exigível a Longo Prazo de 545%. É que os recursos do Exigível a Longo
Prazo foram carreados para financiar a elevada expansão das imobilizações que chegaram a 255%.
Repare-se que o Capital Circulante Próprio, que em 20x1 cobria 38% da Necessidade de Capital de Giro,e
passou para a taxa negativa de 61% em 20x3.
Assim, o Exigível a Longo Prazo foi duplamente requisitado: para cobrir a elevada expansão do
Ativo Não Circulante e manter a participação do Capital Circulante Líquido no financiamento do Giro.

Pag. 98 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2. ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

Muitas empresas vão a falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa. Fluxo significa
movimento. Assim fluxo de caixa pode ser definido como movimento de caixa.

Os principais objetivos da Demonstração do Fluxo de Caixa são:


Avaliar alternativas de investimento;
Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na
empresa, com reflexos monetários;
Avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não
chegue a situação de iliquidez;
Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados.

2.1 A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA – DFLC

Essa demonstração mostra o efeito de cada variável no caixa, tal como a Necessidade de Capital
de Giro. Além disso, é construída sob a forma que permite uma série de relações e avaliações referentes
à capacidade de pagamento da empresa e à administração financeira.
As principais informações dessa demonstração referem-se à capacidade financeira da empresa
de:
Autofinanciamento das operações (compra, produção e vendas).
Independência do sistema bancário no curto prazo.
Gerar recursos para manter e expandir o nível de investimento.
Amortizar dívidas bancárias de curto e de longo prazo.

METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DA DFC7


VARIAÇÃO DAS CONTAS
GRUPO
AUMENTO REDUÇÃO

ATIVO Aplicação Origem

PASSIVO E PL Origem Aplicação

Aplicação = Consumo de Caixa Origem = Geração de Caixa

7
Nota: A lei 11.638/2007 introduziu a obrigatoriedade da demonstração dos fluxos de caixa; entretanto,
a demonstração que estaremos apresentando aqui tem algumas diferenças quanto a estrutura,
evidenciando os sub-grupos de Geração Bruta de Caixa e Geração Corrente de Caixa, visando uma
analise financeira; por isso estamos denominando-a de DFLC – Demonstração do Fluxo Liquido de
Caixa. (MATARAZZO, 2010, p. 235)

Pag. 99 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2.1.1 EXEMPLO SIMPLIFICADO DA DLFC


A Cia Líquida agora apresentada será o modelo para nosso estudo de DLFC que construiremos a
seguir:

Pag. 100 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2.1.2 CONSTRUÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA


GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA: O ajuste do lucro por despesas não desembolsáveis mostra o
montante de caixa gerado pelas atividades econômicas, ou seja, pelas atividades comerciais.

DADOS VALORES
Prejuízo do Exercício (500)
( + ) Depreciação 600
( = ) GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA 100

GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA: O confronto das variações dos itens de Ativo Circulante
Operacional (ACO) e do Passivo Circulante Operacional (PCO) resultam na variação de
Necessidade de Capital de Giro (NCG). Adicionando a variação da NCG à Geração Bruta de Caixa
chega-se a Geração Operacional de Caixa, cujo significado é o caixa gerado pelas atividades
comerciais acopladas aos investimentos operacionais e fontes operacionais.

SALDO
DADOS INICIAL - x8 FINAL – x9
VARIAÇÃO

Duplicatas a Receber 1.800 2.030 (230)


Estoques 1.400 1.185 215
( - ) Fornecedores 1.100 1.400 300
( = ) NCG 2.100 (1.815) 285

DADOS VALORES
Geração Bruta de Caixa 100
Variação NCG 285
( = ) GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA 385

Pag. 101 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

GERAÇÃO CORRENTE DE CAIXA: Adicionando-se à Geração Operacional de Caixa a variação dos


empréstimos bancários de curto prazo, chega-se à Geração Corrente de Caixa, cujo significado
é o caixa gerado pelas atividades de curto prazo.

SALDO
DADOS INICIAL - x8 FINAL – x9
VARIAÇÃO

Empréstimos Bancários 400 370 (30)

DADOS VALORES
Geração Operacional de Caixa 385
( - ) Variação de Empréstimos Bancarios (30)
( = ) GERAÇÃO CORRENTE DE CAIXA 355

CIA LÍQUIDA
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA - EXERCÍCIO FINDO EM 31-12-x9

Pag. 102 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2.2 ANÁLISE DA GESTÃO DE CAIXA


Analisar a gestão de caixa significa analisar os fatores que influenciam o movimento de caixa a
curto e longo prazo.
A DFLC mostra se a empresa está gerando recursos para financiar suas atividades comerciais, se
pode pagar suas dívidas bancárias e se sobram recursos para investimentos ou amortização de
financiamento de longo prazo, ou seja, mostra quase tudo que é preciso saber em termos de análise da
gestão de caixa.
Sugerimos que a avaliação da DFLC se faça item a item, ou seja, aprecia-se sucessivamente:
Geração Bruta de Caixa;
Geração Operacional de Caixa;
Geração Corrente de Caixa e;
Geração Líquida de Caixa.

Quando uma empresa não apresenta Geração Bruta de Caixa, é obvio que sua situação é difícil.
Entretanto, quando há Geração Bruta de Caixa, em princípio nada poderá ser concluído, pois a partir daí
existem algumas possibilidades, por exemplo:

GERAÇÃO BRUTA
COMENTÁRIOS
DE CAIXA

Decorre do baixo lucro e pode ser insuficiente para cobrir o crescimento


a) PEQUENA
da NCG.

Mas pode ser insuficiente para cobrir o crescimento da NCG, em virtude


b) BOA
da expansão da empresa.

Porém pode ser insuficiente para cobrir o crescimento da NCG, em virtude


c) ELEVADA das alterações desfavoráveis de ciclo operacional e financeiro da
empresa.

Se a Geração Bruta de Caixa é inferior ao crescimento NCG significa que a empresa não tem
Geração Operacional de Caixa, e consequentemente não tem capacidade de pagar dívidas bancárias de
curto prazo.
Na situação prevista no item “b”, um volume elevado de absorção operacional de caixa será um
indicador de comprometimento da situação financeira da empresa, porém reversível, na medida em que
a empresa se dispuser a reduzir suas operações.
Em resumo, diante de tantas alternativas, não é possível estabelecer um método matemático de
avaliação da DFLC, porém alguns roteiros básicos podem auxiliar na avaliação:

2.3 O QUE REVELAM OS PRINCIPAIS ITENS DA DFLC

O quadro abaixo mostra o significado de cada item da DFLC para um melhor


entendimento, ou seja, para uma boa analise é imprescindível conhecer a estrutura da mesma:

Pag. 103 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

REPRESENTA RECURSOS COM OS QUAIS A


ITEM REVELA
EMPRESA PODERÁ:

1) Financiar as operações de compra, produção e


O caixa para vendas;
a) Geração Bruta atividades 2) Pagar dívidas bancárias de curto prazo;
de Caixa
comerciais 3) Realizar investimentos; e
4) Amortizar as dívidas de longo prazo

b) Geração O caixa gerado pela 1) Pagar dívidas bancárias de curto prazo;


Operacional de operações, incluindo 2) Realizar investimentos; e
Caixa variações da NCG 3) Amortizar dívidas de longo prazo

c) Geração O caixa gerado a 1) Realizar investimentos; e


Corrente de
curto prazo 2) Amortizar dívidas de longo prazo
Caixa

d) Saldo Positivo
da Geração
Corrente de O caixa gerado
Caixa Menos após a realização 1) Amortizar dívidas de longo prazo
Variação dos de investimentos
Itens Não
Circulantes

e) Geração O caixa final gerado 2) Reforçar sua posição de tesouraria


Líquida de
no exercício
Caixa

2.4 NOVAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANALISE


Para avaliar a importância relativa de cada item da DFLC e suprir a carência de informações
acerca da movimentação dos itens não circulantes são elaboradas duas demonstrações:
1) Demonstração da Capital de Giro (DCG);
2) Demonstração da Movimentação do Capital de Giro (DMCG)

Pag. 104 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

Pag. 105 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2.5. INDICES PARA ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES


Além das analises vertical e analise horizontal da DCG, alguns indicadores podem ser
extraídos dos números do conjunto das seguintes demonstrações:
DFLC: Demonstração dos Fluxos Líquido de Caixa;
DCG: Demonstração do Capital de Giro;
DMCG: Demonstração da Movimentação de Capital de Giro.

PRINCIPAIS INDICES PARA ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES

INDICE FORMULA DE CALCULO INDICA

Capacidade de Geração Bruta de Caixa Qual a capacidade da empresa em


Financiamento = x 100 financiar o crescimento da atividade
da NCG Variação NCG comercial.

Capacidade de Geração Operacional de


Pagamento de Caixa Qual a capacidade da empresa em
Dividas = x 100 pagar empréstimos bancários de curto
Bancarias de Saldo Inicial de E.B.B. prazo.
Curto Prazo
Geração Operacional de
Caixa Qual a capacidade da empresa de
Capacidade
= x 100 efetuar investimentos com recursos
de Investimentos Variação dos Itens Não próprios.
Circulantes
Geração Operacional de
Caixa Qual a capacidade da empresa em
Capacidade de - Variação Não
amortizar financiamentos de longo
Amortização de = Circulantes de Caixa x 100
prazo, com os recursos próprios, sem
Financiamentos
Saldo Inicial de ELP prejuízo dos investimentos.

CALCULO INDICADORES CIA LIQUIDA EM x9

Pag. 106 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

2.6 COMENTÁRIOS SOBRE A GESTÃO DE CAIXA DA CIA LÍQUIDA


A Cia Líquida sofreu prejuízo no exercício em 31.12.x9, entretanto, computando as despesas que
não afetam o caixa, acabou apresentando geração bruta de caixa. Como a NCG reduziu-se em 13,57%,
de $2.100 em x8 para $ 1.815 em x9 (o que revela boa administração de Ativo Circulante Operacional e
Passivo Circulante Operacional), a empresa mostrou geração operacional de caixa. Em função de suas
operações produziu caixa de $ 385, suficiente para amortizar 96% das dívidas bancárias de curto prazo
(Saldo final em x8 $ 400) ou, alternativamente, financiar 97% dos investimentos líquidos realizados, (isto
é, os investimentos não cobertos pela entrada de recursos dos sócios, ou seja, aportes de capital menos
os dividendos pagos).
A opção da empresa, entretanto, foi utilizar a geração operacional de caixa para uma ligeira
redução das dívidas bancárias de curto prazo (R$ 30) e mais acentuadamente para financiar os
investimentos (R$ 345 acréscimo do imobilizado). Com isso não sobraram recursos para amortizar
financiamentos de longo prazo, (o índice de capacidade de amortização de financiamentos foi de – 2%).
Pelo contrário, houve incremento desses financiamentos (R$ 160), os quais, a rigor, foram
desnecessários, pois acabaram sobrando no caixa.

Pag. 107 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

8 – ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO E


ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA
Atividades Práticas
1. Teste de múltipla escolha

a. O tempo decorrido entre o momento em que a empresa coloca o dinheiro (pagamento ao


fornecedor) e o momento em que recebe as vendas (recebimento do cliente) é o período em que a
empresa precisa arrumar financiamento. Esse ciclo é também chamado de:
a. Ciclo Financeiro.
b. Ciclo Econômico.
c. Ciclo Operacional.
d. Nenhuma das alternativas anteriores.

b. Encaixe e Desencaixe são expressões que significam:


a. Entradas e Saídas de Caixa.
b. Tomada de Empréstimos e Pagamentos de Empréstimos
c. As duas alternativas anteriores.
d. Nenhuma das alternativas anteriores.

2.Numere:

1 - NCG
2 - Ciclo Financeiro
3 - Cálculo aproximado de Vendas Diárias.
4 - Ciclo Operacional
5 - Ciclo Econômico

( ) Vendas Anuais ÷ 360


( ) Reflete o montante de $ que a empresa necessita tomar para financiar o seu Ativo Circulante em
decorrência das atividades de compra, produção e venda.
( ) PMRE + PMRV – PMPC
( ) Prazo de investimento, ou seja, o intervalo que vai da Compra até o Recebimento de Vendas.
( ) Período que vai da compra até a venda.

3. Questões:
1) O que é NCG?
2) Quais as situações básicas que podem ocorrer numa empresa?
3) O que permite a decomposição do Ciclo Financeiro da NCG?
1) O que é tesouraria?
2) Como pode ser estudada a tesouraria? Explique.
3) A relação entre tesouraria e NCG resulta em quê?
4) O que é Fluxo de Caixa (Cash-Flow) e por que é chamado fluxo?
5) Quais as principais informações da Demonstração do Fluxo Líquido de Caixa?

Pag. 108 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

4. A Empresa Estudos S.A apresenta os seguintes relatórios.


Pede-se:
a) Calcule os prazos médios PMRE, PMRV e PMPC
b) Calcule o ciclo operacional e o ciclo financeiro
c) Calcule a NCG
d) Calcule a Tesouraria (T)
e) Decomponha o ciclo financeiro da NCG
f) Medir o termômetro da situação financeira dessa empresa
g) Faça um comentário geral dessa empresa

CIA ESTUDO S.A

BALANÇO PATRIMONIAL 2008 2009


ATIVO
Ativo Circulante
Disponibilidade 200 420
Aplicações Financeiras 400 280
Duplicatas a Receber 280 1.100
Estoques 200 450
Total do Ativo Circulante 1.080 2.250

Ativo Não Circulante 2.500 2.500

TOTAL DO ATIVO 3.580 4.750

PASSIVO
Passivo Circulante
Fornecedores 300 400
Outras obrigações 250 250
Empréstimos 170 850
Total do Passivo Circulante 720 1.500

Patrimônio Líquido 2.860 3.250

TOTAL DO PASSIVO 3.580 4.750

DADOS ADICIONAIS

ITEM 2008 2009

Compras 1.250 1.590


CMV 1.100 1.650
Vendas 1.300 5.900

Pag. 109 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

5. A Cia Revisão Ltda. apresenta os seguintes relatórios.


Pede-se:
a) Calcule os prazos médios PMRE, PMRV e PMPC
b) Calcule o ciclo operacional e o ciclo financeiro
c) Calcule a NCG
d) Calcule a Tesouraria (T)
e) Decomponha o ciclo financeiro da NCG
f) Medir o termômetro da situação financeira dessa empresa
g) Faça um comentário geral dessa empresa

BALANÇO PATRIMONIAL

BALANÇO PATRIMONIAL 2008 2009


ATIVO
Circulante
Disponibilidade 500 500
Aplicações Financeiras 400 100
Duplicatas a Receber 1.420 2.000
Estoques 530 650
Total do Ativo Circulante 2.850 3.250

Ativo Não Circulante 3.000 3.000

TOTAL DO ATIVO 5.850 6.250

PASSIVO
Circulante
Fornecedores 450 600
Outras obrigações 260 270
Empréstimos 1.190 1.298
Total do Passivo Circulante 1.900 2.168

Patrimônio Líquido 3.950 4.082

TOTAL DO PASSIVO 5.850 6.250

DADOS ADICIONAIS

ITEM 2008 2009


Compras 1.640 1.980
CMV 2.430 2.950
Vendas 6.250 10.500

Pag. 110 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

6. A Cia Geral Ltda. apresenta os seguintes relatórios. Pede-se:


a) Calcule os prazos médios PMRE, PMRV e PMPC
b) Calcule o ciclo operacional e o ciclo financeiro
c) Calcule a NCG
d) Calcule a Tesouraria (T)
e) Decomponha o ciclo financeiro da NCG
f) Medir o termômetro da situação financeira dessa empresa
g) Faça a DFLC (Demonstração do Fluxo Líquido de Caixa)
h) Faça um comentário geral dessa empresa

CIA GERAL LTDA

BALANÇO PATRIMONIAL 31.12.2008 31.12.2009


ATIVO
CIRCULANTE
Disponível 1.400 2.000
Duplicatas a Receber 12.000 15.000
Estoques 7.150 8.370
Total do Ativo Circulante 20.550 25.370

NÃO CIRCULANTE
Duplicatas a Receber 350 490
Imobilizado 21.900 28.800
Depreciação (900) (1.800)
Total do Não Circulante 21.350 27.490
TOTAL DO ATIVO 41.900 52.860

PASSIVO
CIRCULANTE
Fornecedores 4.700 4.000
Empréstimos Bancários 20.000 24.190
Total do Passivo Circulante 24.700 28.190

NÃO CIRCULANTE
EXIGIVEL A LONGO PRAZO
Financiamentos 7.250 10.870

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 8.550 11.000
Lucros Retidos 1.400 2.800
Total Patrimônio Líquido 9.950 13.800
TOTAL DO PASSIVO 41.900 52.860

DADOS ADICIONAIS – CIA GERAL


ITEM 2008 2009
CMV 36.800 64.500
Vendas 72.000 126.000
Compras 75.000 89.000
Dividendos Pagos - 140
Aquisição de Imobilizado - 6.900
Lucro do Período 400 1.400

Pag. 111 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

7) Elabore o Fluxo de Caixa da Empresa Cia Legal.

CIA LEGAL
BALANÇO PATRIMONIAL 31.12.2008 31.12.2009
ATIVO
CIRCULANTE
Disponível 1.269 1.106
Duplicatas a Receber 2.464 2.474
Estoques 1.469 1.838
Total do Ativo Circulante 5.202 5.418
NÃO CIRCULANTE
Imobilizado 3.429 5.542
Depreciação (852) (1.704)
Total do Não Circulante 2.577 3.838
TOTAL DO ATIVO 7.779 9.256

PASSIVO
CIRCULANTE
Fornecedores 865 1.022
Empréstimos Bancários 200 492
Total do Passivo Circulante 1.065 1.514

NÃO CIRCULANTE
EXIGIVEL A LONGO PRAZO
Financiamentos 406 1.188
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 5.107 5.453
Lucros Retidos 1.201 1.101
Total Patrimônio Líquido 6.308 6.554
TOTAL DO PASSIVO 7.779 9.256

INFORMAÇOES ADICIONAIS – CIA LEGAL

ITEM 2009

Dividendos Pagos 400


Lucro do Período 300

Pag. 112 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

8. De acordo com os Relatórios abaixo elabore o fluxo de caixa da Cia Balas Brasil

CIA BALAS BRASIL


BALANÇO PATRIMONIAL ANO 2008 ANO 2009
ATIVO
CIRCULANTE
Disponível 14.000 18.500
Duplicatas a Receber 22.000 50.000
Estoques 35.000 43.020
Total do Ativo Circulante 71.000 111.520
NÃO CIRCULANTE
Imobilizado 40.000 45.000
Depreciação (4.000) (8.000)
Total do Não Circulante 36.000 37.000
TOTAL DO ATIVO 107.000 148.520

PASSIVO
CIRCULANTE
Fornecedores 19.000 24.000
Empréstimos Bancários 20.900 26.011
Total do Passivo Circulante 39.900 50.011

NÃO CIRCULANTE
EXIG.LONGO PRAZO
Financiamentos 20.800 33.270
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 40.000 50.000
Lucros Retidos 6.300 15.239
Total Patrimônio Líquido 46.300 65.239
TOTAL DO PASSIVO 107.000 148.520

INFORMAÇOES ADICIONAIS – CIA BALAS BRASIL

ITEM 2009

Dividendos Pagos 2.103


Lucro do Período 11.042

Pag. 113 Prof.: Paulo Cesar da Silva


DISCIPLINA : Analise das Demonstrações Financeiras

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ASSAF Neto, Alexandre. Estrutura e Analise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro. 9ª ed. São
Paulo: Atlas, 2010.

ASSAF Neto, Alexandre. Estrutura e Analise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro: comércio


e serviços, industrias, bancos comerciais e múltiplos: Livro de exercícios. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Tradução Allan Vidigal Hastings, Revisão
Jean Jacques Salim. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2010.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 5ª ed. – São Paulo: Atlas, 2009

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial – 7ª ed. São Paulo:
Atlas, 2010

MATARAZZO, Dante Carmine. PESTANA, Armando Oliveira. Análise Financeira de Balanços: Abordagem
basica e gerencial: livro de exercícios – 3ª ed. 8ª reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

Pag. 114 Prof.: Paulo Cesar da Silva

Você também pode gostar