Você está na página 1de 16

N o m

Conceito e evolução da auditoria

Observação: A aula demonstrativa, apesar de abordar parte do conteúdo


programático, constitui uma amostra do curso e, portanto, é menor e contém
menos exercícios do que as aulas seguintes.

Hoje, em nossa aula demonstrativa, vamos começar a “aquecer as turbinas” e


mostrar que a auditoria é uma ciência muito lógica e intuitiva.

O que iremos discutir agora, apesar de ser um tema introdutório da disciplina,


vai nos fornecer conceitos muito importantes que utilizaremos ao longo do
curso e atacar uma pergunta que muitos têm dificuldade em responder: o que
é auditoria?

A auditoria surgiu para atender uma necessidade decorrente da evolução do


sistema capitalista. No início, as empresas eram fechadas e familiares,
posteriormente, a evolução da economia trouxe, para algumas empresas, a
necessidade de captar dinheiro de terceiros. Ou seja, para crescer é necessário
dinheiro e, em muitas ocasiões, esse recurso tem que vir de investidores
externos à empresa (bancos, credores, acionistas etc.)

Bom, agora se coloque na posição desses investidores. Com certeza, você vai
querer saber onde está colocando seu dinheiro – vai se perguntar se o
investimento é seguro, se a empresa é saudável, quais são seus ativos e
passivos...

Em resumo, esses investidores precisavam conhecer a posição patrimonial e


financeira das empresas em que iriam investir. Essa necessidade de
informação era essencial para que pudessem avaliar a segurança, a liquidez e
a rentabilidade de seu futuro investimento.

As empresas passaram, então, a publicar suas demonstrações contábeis


(balanço patrimonial, demonstrativo de fluxo de caixa3 etc.), como forma de
prover informações sobre a sua situação econômico-financeira para o mundo
exterior.

Entretanto, ainda havia um problema: como garantir a completude, correção e


idoneidade dessas informações?

3
A Lei nº 11.638/07 substituiu a demonstração das origens e aplicações de recursos pela demonstração dos fluxos de
caixa, em função da facilidade de melhor entendimento da posição financeira da empresa.
N o m e d o

É nesse momento que surge a necessidade de uma avaliação


independente da real situação da empresa. Nasce, então, a auditoria!
Auditar é, antes de tudo, avaliar.

Fique atento: Você deve saber que a Lei nº 11.638/07 instituiu várias
modificações nos padrões de contabilidade até então vigente no Brasil.
Porém, ficou mantida na norma a expressão “demonstrações
financeiras” ao invés de “demonstrações contábeis”, que é a
nomenclatura correta, por ser mais abrangente do que a adotada na
legislação. Assim, você pode encontrar na prova tanto uma como outra
expressão, indistintamente.

Podemos definir auditoria como o exame sistemático e independente das


atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor.

De forma geral, a auditoria pode ser dividida em dois grandes grupos:


auditoria externa e auditoria interna.

A auditoria externa (=independente) é aquela executada por profissionais ou


empresas que não possuem vínculo e/ou subordinação à empresa auditada,
com o objetivo de trazer uma opinião independente sobre a entidade.

Já a auditoria interna é aquela executada por profissionais (geralmente


funcionários da empresa) ou empresas que possuem vínculo e/ou
subordinação à empresa auditada, com o objetivo de auxiliar a entidade a
atingir seus objetivos, por meio de uma avaliação sistemática do seu sistema
de controle interno.

Esse tipo de auditoria surgiu como uma evolução ou ramificação da auditoria


independente.

Historicamente, as empresas passaram a sentir necessidade de dar mais


ênfase às normas e aos procedimentos internos, como forma de se antecipar
às demandas por regularidade do ambiente externo. Contudo, de nada
adiantava criar normas e procedimentos, sem que houvesse o
acompanhamento e a avaliação se estes estavam sendo seguidos pelos
empregados.

Enfim, a auditoria interna nasceu da necessidade de acompanhar e de


avaliar a correta aplicação das normas e procedimentos internos da
empresa. Falaremos com mais detalhes sobre auditoria interna ainda nessa
aula.
N o m e d o A l u n o -

Outra forma de classificar auditoria é de acordo com seus objetivos específicos.


Por exemplo, como o próprio nome diz, a auditoria contábil é uma técnica da
contabilidade que objetiva avaliar as demonstrações contábeis de uma
entidade.

Vejamos como o Cespe já cobrou esse tipo de conhecimentos:

01. (CESPE/Auditor de Contas Públicas – CGE PB/2008) O surgimento


da auditoria externa está associado à necessidade das empresas de captarem
recursos de terceiros.

Resolução:

Vimos que a auditoria surgiu com a necessidade de captação de recursos com


terceiros (acionistas, credores, bancos etc.) que demandavam uma avaliação
independente da real situação financeira e patrimonial da empresa.

Em outras palavras, os investidores necessitam de informações confiáveis


sobre aquilo em que pretendem investir – cabe a auditoria suprir essa
necessidade.

Gabarito: Certo.

02. (CESPE/Auditor de Contas Públicas – CGE PB/2008) A auditoria


externa surgiu como decorrência da necessidade de um acompanhamento
sistemático e mais aprofundado da situação da empresa.

Resolução:

A auditoria interna nasceu com esse propósito: necessidade de acompanhar e


de avaliar a correta aplicação das normas e procedimentos internos da
empresa. Ou seja, como forma de a administração se antecipar as demandas
de regularidade do público externo.

Gabarito: Errado.

Conforme descrevemos no nosso rápido panorama histórico, a auditoria nasceu


com o viés contábil, com o objetivo específico de gerar confiança nas
informações descritas nos demonstrativos financeiros.

Nesse ponto, é importante destacar as recentes inovações nas normas


brasileiras de auditoria, editadas no ano passado no intuito de convergir as
normas brasileiras (NBC TAs) às internacionais.
N o m e d o A l

Na última aula desse curso, entraremos em mais detalhes das normas


brasileiras de auditoria

Por hora, nos basta dizer que as novas normas, apesar de em grande
quantidade, não alteraram o espírito, nem os objetivos, muito menos, a lógica
da auditoria independente consagrada pela legislação hoje revogada (NBC T 11
e seus complementos).

Veja, por exemplo, o comparativo entre a definição da auditoria das


demonstrações contábeis antes e depois das alterações:

NBC T 11 (revogada) NBC TA 200 (em vigor)


A auditoria das demonstrações O objetivo da auditoria é aumentar o
contábeis constitui o conjunto de grau de confiança nas demonstrações
procedimentos técnicos que tem por contábeis por parte dos usuários. Isso
objetivo a emissão de parecer sobre a é alcançado mediante a expressão de
sua adequação, consoante os uma opinião pelo auditor sobre se as
Princípios Fundamentais de demonstrações contábeis foram
Contabilidade e as Normas Brasileiras elaboradas, em todos os aspectos
de Contabilidade e, no que for relevantes, em conformidade com
pertinente, a legislação específica. uma estrutura de relatório financeiro
aplicável.

Observe que o objetivo do auditor é emitir um parecer (norma antiga), que


nada mais é que uma opinião (norma nova), sobre a adequação das
demonstrações contábeis, levando em consideração:

NBC T 11 (revogada) NBC TA 200 (em vigor)


• os Princípios Fundamentais de • a estrutura de relatório
Contabilidade financeiro aplicável.
• as Normas Brasileiras de
Contabilidade
• a Legislação específica (no que
for pertinente)

Ora, a estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatórios


financeiros (Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício
etc.) adotada pela administração que é considerada aceitável em vista da
natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou que seja
exigida por lei ou regulamento, ou seja, nada mais é do que seguir os mesmos
parâmetros citados pela revogada NBC T 11, enfim, apesar das palavras
diferentes, nada mudou...

Vejamos uma questão sobre esse tema:


N o m e d o A l

03. (CESPE/Agente Fiscal de Tributos Municipais – Prefeitura de


Teresina/2008) A auditoria contábil utiliza técnicas e procedimentos que
permitem atestar a veracidade e a adequação dos registros e demonstrações,
mas não se restringe à escrituração da entidade objeto dos trabalhos da
auditoria.

Resolução:

Vimos que a auditoria contábil (auditoria independente das demonstrações


contábeis) objetiva aumentar o grau de confiança nas demonstrações
contábeis por parte dos usuários, por meio de uma opinião do auditor sobre se
as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos
relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro
aplicável.

Ou seja, se os relatórios divulgados pela empresa de fato refletem as leis e os


regulamentos exigidos e permitem a correta interpretação das informações,
não apenas em termos de forma (restrito à escrituração), mas também em
termos de conteúdo.

Gabarito: Certo.

Bom... já falamos que a auditoria nasceu com um viés contábil, contudo,


atualmente, a auditoria pode ter diversas vertentes e ramificações: auditoria
de sistemas, auditoria de recursos humanos, auditoria da qualidade, auditoria
de demonstrações financeiras, auditoria jurídica, auditoria governamental, etc.

Nosso curso é focado em Auditoria Governamental, entretanto, a noção básica


de auditoria, seja qual for o seu foco, é sempre a mesma: avaliar, emitir uma
opinião, dar segurança aos usuários (credores, acionistas, fisco, gestores
públicos, cidadãos etc.) das informações geradas pelas instituições, sejam elas
privadas ou públicas.

Antes de definir auditoria governamental, é interessante apresentar para você


as EFS e a INTOSAI4.

As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) são as instituições do Estado


responsáveis por executar a auditoria governamental. Aqui no Brasil, esse
papel é exercido por instituições como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a
Controladoria Geral da União (CGU).

4
International Organization of Supreme Audit Institutions
N o m e d o A l u n

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 70, estabelece que a


fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta será exercida pelo
Congresso Nacional (com o auxílio do TCU), mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.

Essas instituições verificam as demonstrações financeiras, a obediência às


normas, regulamentos e buscam salvaguardar ativos de fraudes e desvios de
recursos no setor público. Enfim, são os auditores externos e internos dessa
grande “empresa” que é o governo.

Já a INTOSAI é entidade internacional que congrega as EFS e emite normas e


regulamentos que orientam as atividades e procedimentos de auditoria
governamental.

Dessa forma, segundo a INTOSAI, a auditoria governamental é a atividade


independente e objetiva que, através da aplicação de procedimentos
específicos, tem a finalidade de emitir opinião sobre a adequação das
contas governamentais, assim como apresentar comentários sobre o
desempenho organizacional e o resultado dos programas de governo.

Veja que, de forma semelhante à auditoria independente das demonstrações


contábeis, a auditoria governamental também se caracteriza por uma atuação
autônoma (independente) com dois objetivos específicos:

• emitir uma opinião sobre a adequação das contas governamentais


(=auditoria de regularidade ou auditoria de conformidade); e

• avaliar e apresentar recomendações sobre o desempenho das atividades


e programas governamentais (=auditoria de desempenho ou auditoria
operacional ou auditoria de otimização de recursos)

Dessa forma, as auditorias de regularidade objetivam avaliar a legalidade e a


legitimidade dos atos de gestão do ente público, certificando-se, por exemplo,
que as entidades responsáveis cumpriram sua obrigação de prestar contas,
que as decisões administrativas foram tomadas com probidade e que os
dispositivos legais e normativos estão sendo seguidos.

Já, a auditoria de desempenho preocupa-se em verificar a economia, a


eficiência e a eficácia da gestão pública.

Portanto, fique atento: a auditoria governamental pode ser de


regularidade ou de desempenho e o que as diferencia é o seu escopo. A
primeira foca os critérios de legalidade e legitimidade, enquanto que a
segunda foca os critérios de economicidade, eficácia, eficiência e
efetividade.
N o m e d o A l u

Bom... isso é apenas a “ponta do iceberg”... ainda falaremos bastante sobre


Auditoria Governamental, suas características e seus tipos, no decorrer das
próximas aulas. Por enquanto, vejamos como esses conceitos introdutórios
podem ser cobrados na sua prova.

04. (CESPE/Analista de Controle Externo – TCU/2008) No Brasil, as


disposições constitucionais e legais conferem às entidades fiscalizadoras
superiores poderes para examinar a economicidade, a eficiência e a eficácia da
ação governamental, o que a INTOSAI denomina de auditoria de otimização de
recursos, que se insere, juntamente com a auditoria de regularidade, no
âmbito geral da fiscalização pública.

Resolução:

Vimos que a auditoria governamental é a atividade independente e objetiva


que tem como finalidade emitir opinião sobre a adequação das contas
governamentais, assim como apresentar comentários sobre o desempenho
organizacional e o resultado dos programas de governo.

Essa atividade, no Brasil, de acordo com a CF/88, é exercida pelos órgãos de


controle externo e de controle interno.

Assim, a auditoria de desempenho (=operacional ou de otimização de


recursos) é um tipo de auditoria governamental que se preocupa em verificar a
economia, a eficiência e a eficácia da gestão pública.

Esse tipo de auditoria, juntamente com a auditoria de regularidade, compõe as


principais formas de auditoria governamental.

Gabarito: Certo.
N o m e d o A l u n o -

Auditoria interna e externa

Já falamos que as auditorias podem ser classificas em dois grandes grupos:


auditoria externa e auditoria interna.

A auditoria externa ou independente é aquela executada por profissionais ou


empresas que não possuem vínculo e/ou subordinação à empresa auditada,
com o objetivo de trazer uma opinião independente sobre a entidade.

A auditoria interna, por sua vez, é aquela executada pela própria organização,
com o objetivo de garantir o atendimento de seus objetivos institucionais, por
meio da avaliação contínua de seus procedimentos e controles internos.

Os controles internos são o conjunto integrado de métodos e procedimentos


adotados pela própria organização para proteção de seu patrimônio e
promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros contábeis
(falaremos sobre os detalhes dos controles internos de uma organização nas
aulas seguintes).

Assim, a auditoria interna funciona como um órgão de assessoramento da


administração e seu objetivo é auxiliar no desempenho das funções e
responsabilidades da administração, fornecendo-lhes análises, apreciações, e
recomendações.

Observe que o auditor interno vai além da simples verificação da correta


aplicação de normas e procedimentos. Ele atua como um consultor para a
empresa, por exemplo, promovendo medidas de incentivo e propondo
aperfeiçoamentos no funcionamento organizacional. Dizemos que, além da
auditoria contábil, também realiza auditoria operacional.

Trata-se, portanto, de uma atuação muito mais proativa, quando comparada à


do auditor externo ou independente.

Isso quer dizer que o auditor independente, no decorrer do seu trabalho, não
pode propor melhorias à organização?

Claro que não! O auditor independente deve descrever os principais problemas


organizacionais, constatados no curso do seu trabalho, e emitir recomendações
sempre que necessário. Contudo, esse não é o seu objetivo principal. A
auditoria independente é, primordialmente, contábil, enquanto que a auditoria
interna é contábil e operacional.

Assim, a principal diferença entre as auditorias interna e externa é a finalidade


do trabalho.
N o m

Na auditoria independente, o objetivo é a emissão da opinião sobre as


demonstrações contábeis, destinado, principalmente, ao público externo
(acionistas, credores, fisco etc.). Já na auditoria interna, o objetivo é a
elaboração de um relatório que comunique os trabalhos realizados, as
conclusões obtidas e as recomendações e providências a serem tomadas.

É importante ressaltar que, de acordo com as novas normas de auditoria5,


tanto o auditor independente quanto o auditor interno emitem relatórios para
fundamentar, respectivamente, sua opinião e suas recomendações.

Outra diferença que caracteriza o auditor interno é a sua subordinação à


empresa auditada.

O auditor interno, geralmente, é um empregado da empresa. Isso não quer


dizer que essa atividade não possa ser desenvolvida, de forma terceirizada,
por uma firma de auditoria. O que interessa é o grau de subordinação
existente, seja do “empregado pessoa física” ou do “empregado pessoa
jurídica”.

Já o auditor externo ou independente, como o próprio nome remete, não é


subordinado à administração, pois deve emitir uma opinião sobre as
demonstrações contábeis fidedigna e livre de qualquer pressão da empresa
auditada.

Ainda sobre esse tópico, apesar de ser subordinado à administração, o auditor


interno deve ter certa autonomia, naturalmente, menor que a do auditor
independente. Contudo, aquele auditor deve produzir um trabalho livre de
interferências internas.

Dessa forma, a auditoria interna deve ser subordinada apenas ao mais alto
nível da administração, como, por exemplo, à Presidência ou ao Conselho de
Administração. O responsável pelas atividades de auditoria interna deve,
portanto, reportar-se a um executivo ou órgão cuja autoridade seja suficiente,
para garantir uma ação efetiva, com respeito aos assuntos levantados e à
implantação das recomendações efetuadas. É fundamental que os auditores
internos atuem com liberdade dentro da organização, sem medo de serem
demitidos.

Em algumas empresas e conglomerados, os auditores internos são


subordinados diretamente à holding, permitindo que atuem livres de pressão
em todas as controladas, pois apenas a administração da empresa investidora
pode admitir ou demitir esses profissionais.

5
A NBC TA 700 define que a opinião do auditor independente deve ser expressa em um documento denominado
relatório de auditoria. As normas de auditoria anteriormente vigentes e hoje revogadas faziam uma distinção na
nomenclatura dos documentos emitidos pelo auditor independente (parecer) e o auditor interno (relatório).
N o m e d o A l u n o - C P F d o A l u n o

Outro ponto importante se refere à extensão do trabalho nesses dois tipos de


auditoria.

Na auditoria interna, os trabalhos são desenvolvidos de forma contínua ao


longo do tempo, pois isso é inerente às atividades de acompanhamento e
avaliação. Enquanto isso, na auditoria independente, os trabalhos são
realizados esporadicamente, de acordo com as exigências legais ou outras
demandas para esse tipo de auditoria. Consequentemente, o volume de testes
e procedimentos realizados pelo auditor interno é maior que aquele realizado
pelo auditor externo.

A auditoria interna, assim como a independente, pode ser exercida nas


pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Além disso, o auditor interno também deve ser contador registrado no
Conselho Regional de Contabilidade.

Vamos resumir as principais diferenças entre a auditoria interna e a auditoria


externa no quadro abaixo.

Auditor Externo ou
Auditor Interno
Independente
Relação com a não possui vínculo
é empregado da empresa
empresa empregatício
Grau de
menor maior
independência
elaboração de um relatório
que comunique os trabalhos
emissão de uma opinião
realizados, as conclusões
Finalidade sobre a adequação das
obtidas e as recomendações
demonstrações contábeis
e providências a serem
tomadas
N o m e d o A l u n o

Tipos de
contábil e operacional contábil
auditoria
interno e externo
Público alvo interno
(principalmente o último)

Duração contínua pontual

Volume de
maior menor
testes
Quem exerce a
contador com registro no CRC
atividade
Documento que
Relatório
produz
Onde é em pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo,
realizada e de direito privado.

05. (CESPE/Analista de Controle Externo: Contabilidade – TCE


TO/2009) O vínculo de emprego do auditor interno lhe retira a independência
profissional desejável para atuar nos termos das normas vigentes.

Resolução:

Essa questão é bem interessante, pois pode causar certa confusão.

Por mais que o vínculo de emprego do auditor interno cause certa


dependência, sua autonomia deve ser preservada dentro da instituição em que
trabalha.

Vimos que uma das formas de preservar essa autoctonia é manter a auditoria
interna subordinada apenas ao mais alto nível da administração, como, por
exemplo, à Presidência ou ao Conselho de Administração.

Em outras palavras, esse profissional deve tentar manter sua independência


(que de fato é menor que a do auditor externo) para atuar nos termos das
normas vigentes.

Gabarito: Errado.
N o m e d o

Vamos aproveitar a oportunidade para avaliar a definição de auditoria interna


do Institute of Internal Auditors (IIA).

De acordo com o IIA6, a auditoria interna é uma atividade independente e


objetiva que presta serviços de avaliação e de consultoria com o objetivo
adicionar valor e melhorar as operações de uma organização.

A auditoria auxilia a organização a alcançar seus objetivos através de uma


abordagem sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia
dos processos de gerenciamento de risco, controle e governança corporativa.

Dessa forma, o IIA divide a auditoria interna em dois grandes grupos: serviços
de avaliação (assurance) e os serviços de consultoria (consulting).

O primeiro tem como objetivo avaliar as atividades desenvolvidas dos


diferentes processos existentes na organização, ou seja, saber se tudo está
funcionando como deveria estar.

Já, o segundo tem como finalidade propor medidas de melhoria dos processos
da instituição, atuando como uma verdadeira consultoria dentro da empresa,
auxiliando, assim, na melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de
risco, controle e governança corporativa.

É muito parecido com o que já tínhamos discutido anteriormente, não?

Os serviços de avaliação (assurance) compreendem uma avaliação objetiva da


evidência por parte do auditor interno com o objetivo de apresentar uma
opinião ou conclusões independentes sobre um processo ou outra matéria
correlata.

A natureza e o escopo do trabalho de avaliação são determinados pelo auditor


interno. Normalmente, três partes participam dos serviços de avaliação:

(1) a pessoa ou grupo diretamente responsável pelo processo, sistema ou


outro assunto correlato – o proprietário do processo;
(2) a pessoa ou grupo que faz a avaliação – o auditor interno; e
(3) a pessoa ou grupo que faz uso da avaliação – o usuário.

Por outro lado, os serviços de consultoria são aqueles relacionados a


assessoria e, normalmente, são prestados por solicitação específica de um
cliente de auditoria.

A natureza e o escopo dos trabalhos de consultoria estão sujeitos a uma


acordo mútuo com o cliente do trabalho. Os serviços de consultoria,
normalmente, compreendem dois participantes:
6
Normas Internacionais para o Exercício Profissional da Auditoria Interna (Standards), 2002, The Institute of Internal
Auditors (traduzido peloInstituto dos Auditores Internos do Brasil – AUDIBRA)
N o m e d o A l u

(1) a pessoa ou grupo que oferece a consultoria – o auditor interno; e


(2) a pessoa ou grupo que necessita e recebe a consultoria – o cliente do
trabalho.

Ao realizar serviços de consultoria o auditor interno deve manter a objetividade


e não assumir responsabilidades gerenciais.

Bom... vamos ver uma questão recente sobre o assunto:

06. (CESPE/Analista de Controle Externo – TCU/2008) Na definição do


Institute of Internal Auditors, a auditoria interna, que presta serviços de
avaliação e de consultoria, visa à eficácia dos processos de gestão de risco,
controle e governança corporativa.

Resolução:

Essa questão é praticamente uma transição literal do documento do IIA.

De qualquer forma, não precisamos decorar nada para responder uma questão
como essa, não é mesmo? Veja só...

• a auditoria interna presta serviços de avaliação e de consultoria (OK); e


• a auditoria interna visa à eficácia dos processos de gestão de risco,
controle e governança corporativa, ou seja, a melhoria das operações da
empresa (OK).

Gabarito: Certo.
N o m e d o A

Lista de questões resolvidas na aula

01. (CESPE/Auditor de Contas Públicas – CGE PB/2008) O surgimento


da auditoria externa está associado à necessidade das empresas de captarem
recursos de terceiros.

02. (CESPE/Auditor de Contas Públicas – CGE PB/2008) A auditoria


externa surgiu como decorrência da necessidade de um acompanhamento
sistemático e mais aprofundado da situação da empresa.

03. (CESPE/Agente Fiscal de Tributos Municipais – Prefeitura de


Teresina/2008) A auditoria contábil utiliza técnicas e procedimentos que
permitem atestar a veracidade e a adequação dos registros e demonstrações,
mas não se restringe à escrituração da entidade objeto dos trabalhos da
auditoria.

04. (CESPE/Analista de Controle Externo – TCU/2008) No Brasil, as


disposições constitucionais e legais conferem às entidades fiscalizadoras
superiores poderes para examinar a economicidade, a eficiência e a eficácia da
ação governamental, o que a INTOSAI denomina de auditoria de otimização de
recursos, que se insere, juntamente com a auditoria de regularidade, no
âmbito geral da fiscalização pública.

05. (CESPE/Analista de Controle Externo: Contabilidade – TCE


TO/2009) O vínculo de emprego do auditor interno lhe retira a independência
profissional desejável para atuar nos termos das normas vigentes.

06. (CESPE/Analista de Controle Externo – TCU/2008) Na definição do


Institute of Internal Auditors, a auditoria interna, que presta serviços de
avaliação e de consultoria, visa à eficácia dos processos de gestão de risco,
controle e governança corporativa.

Gabarito:

01 02 03 04 05 06
Certo Errado Certo Certo Errado Certo
N o m e d o A l

Exercícios propostos

01. (CESPE/Inspetor de Controle Externo – TCE RN/2009) A auditoria


governamental visa estabelecer a melhoria e a homogeneização dos
procedimentos administrativos e dos controles internos das unidades da
administração direta e indireta, daí resultando a padronização dos processos
de licitação e dos contratos firmados com entidades privadas.

02. (CESPE/Contador – Prefeitura de Rio Branco/2007) Uma das áreas


em que atuam preferencialmente os auditores internos é a auditoria
operacional, que envolve a obtenção e avaliação de evidências a respeito da
eficiência e da eficácia das atividades operacionais de uma entidade em
comparação com objetivos estabelecidos.

03. (CESPE/Auditor de Contas Públicas – CGE PB/2008) Os sócios-


gerentes e acionistas fundadores são os que têm maior necessidade de
recorrer aos auditores independentes para aferir a segurança, liquidez e
rentabilidade de seus investimentos na empresa.

04. (CESPE/Auditor de Contas Públicas – CGE PB/2008) A auditoria


interna é uma resposta à necessidade de independência do exame das
transações da empresa em relação aos seus dirigentes.

05. (FCC/Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ SP/2009) O trabalho de


auditoria interna tem maior independência que o de auditoria externa.

06. (CESPE/Auditor – UNIPAMPA/2009) Uma das condições para justificar


os serviços de uma auditoria independente decorre da existência de múltiplas
fontes de informação acerca de uma entidade, tornando disponível
considerável diversidade de dados, todos igualmente relevantes e confiáveis
para a tomada de decisões sobre investimentos, empréstimos e outras
aplicações na entidade.

07. (FCC/Auditor Fiscal Tributário Municipal – ISS SP/2006) Uma das


diferenças entre o auditor independente e o auditor interno é que o primeiro
necessita de registro no Conselho Regional de Contabilidade e o segundo, não.

08. (CESPE/Analista de Controle Externo: Contabilidade – TCE


TO/2009) A auditoria interna não tem como objetivo precípuo a emissão de
opinião sobre as demonstrações contábeis, sendo executada mais para fins
administrativos internos do que para prestação de contas a terceiros.
N o m e d o A l u n o

09. (CESPE/Analista de Controle Externo: Contabilidade – TCE


TO/2009) A auditoria externa deve atuar permanentemente e continuamente,
exercendo um controle prévio, concomitante e consequente.

10. (CESPE/Auditor – UNIPAMPA/2009) As instituições de ensino superior


integrantes da administração pública federal indireta deverão dispor de uma
unidade de auditoria interna ou, pelo menos, de um auditor interno. Essa
unidade ou esse servidor terá de se vincular ao conselho de administração,
órgão de atribuições equivalentes ou ao dirigente máximo da entidade.

Gabarito:

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Errado Certo Errado Errado Errado Errado Errado Certo Errado Certo

Você também pode gostar