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AUDITORIA CONTÁBIL

5º/6º PERÍODOS

2019 1/2

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Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
1 – AUDITORIA CONTÁBIL – Origem e Aspectos Gerais
Auditoria: atividade que tem como objetivo opinar sobre a eficácia e eficiência do controle interno de
uma entidade, bem como da adequação da posição financeira constante nas demonstrações contábeis.
A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente representado pela origem latina
(aquele que ouve, o ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir,
certificar). Não existe unanimidade quanto à sua origem, algumas fontes apontam que a atividade de auditoria
é originária da Inglaterra que, como dominadora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado
a disseminação de investimentos em diversos locais e países e, por conseqüência, o exame dos investimentos
mantidos naqueles locais. Entretanto, segundo Perez Jr. (2004, p.11), a prática de auditoria teria surgido
provavelmente no século XV ou XVI, na Itália. Os italianos foram os precursores da contabilidade. O
reconhecimento oficial da prática da auditoria, segundo esse autor, ocorreu em Veneza, onde, em 1581, foi
constituído o primeiro colégio de contadores, para cuja admissão o candidato tinha de completar aprendizado
de 6 anos de contador praticante e submeter-se a exame. Inicialmente a função da auditoria era muito limitada
e os trabalhos realizados ficavam restritos a verificação de registros contábeis no sentido da comprovação de
sua exatidão.
Tratando-se a auditoria de uma especialização contábil, por conseguinte o seu aparecimento deu-se
pela necessidade da confirmação dos registros contábeis por parte dos grandes investidores de capitais cuja
participação acionária redundaram no surgimento de grandes empresas.
Em 1880 foi criada a Associação dos Contadores Públicos Certificados (Institute of Chartered
Accountants in England and Wales), na Inglaterra.
Nos Estados Unidos, em 1886, foi criada a AICPA (American Institute of Certified Public Accountants –
Instituto Americano dos Contadores Públicos Certificados).
Com o desenvolvimento do capitalismo, a partir de 1900, a profissão do auditor tomou novo impulso,
tornando-se uma profissão propriamente dita.
Em 1934, com a criação do SEC, Security and Exchange Comission nos Estados Unidos, - semelhante
a CVM no Brasil, a profissão do auditor se consolidou, tendo em vista que as empresas que negociavam ações
na Bolsa de Valores foram obrigadas a utilizar-se dos serviços de auditoria, para dar maior fidedignidade às
suas demonstrações financeiras.
O termo auditor não é exclusivo do ramo contábil, existindo a mesma nomenclatura em outras diferentes
atividades, porém exercidas com objetivos similares.

1.1 Definição de auditoria


FRANCO e MARRA (2000, p.26), definem auditoria como sendo:
A técnica contábil que – através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados
no exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações,
relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos de
convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os
princípios fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações contábeis deles
decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os
resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.
Basicamente, a auditoria contábil tem por objetivo proporcionar credibilidade nas informações
divulgadas por meio dos balanços e demais peças contábeis pelas empresas. (CARLIN, 2001).
Atualmente, segundo Perez Jr. (2004), a auditoria tem objeto perfeitamente identificado e definido. O
objeto da auditoria é múltiplo, por exemplo:
a. Comprovação, pelo registro, de que são exatos os fatos patrimoniais;
b. Demonstração dos erros e fraudes encontradas;
c. Sugestão das providências necessárias no sentido da prevenção de erros e fraudes;
d. Verificação de que a contabilidade é satisfatória sob o aspecto sistemático e de organização;
e. Verificação do funcionamento e da segurança dos controles internos;
f. Proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais visando a manutenção da empresa dentro
dos limites de organização e legalidade.

Nesse sentido, observa-se que o objeto da auditoria não se limita apenas a descoberta de erros e fraudes,
para proteger a empresa contra eles e contra eventuais multas fiscais (previdenciárias, trabalhistas, tributárias,
etc), mas também a produção de informações a respeito da realidade das demonstrações contábeis.
Atualmente, as funções do auditor vão muito além do conceito tradicional de fiscalização. Além de averiguar
e detectar eventuais falhas nos sistemas de controle interno e no plano da organização, o auditor preocupa-se
também com a manutenção desses sistemas de forma que as não conformidades sejam minimizadas, atuando
de modo preventivo e apresentando sugestões para eventuais desvios (aplicação do conceito de Qualidade
Total). (PEREZ JR. 2004, p. 12).
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1.2 Evolução da auditoria no Brasil
A auditoria chegou ao Brasil na década de 1940 com as instalações das companhias multinacionais.
O desenvolvimento da auditoria no Brasil foi influenciado pelos seguintes fatores:
1. instalação de filiais e subsidiárias de empresas estrangeiras;
2. obtenção de financiamento concedido por empresas estrangeiras às empresas nacionais;
3. Formalização por parte do governo da profissão de auditor e exigida principalmente após a publicação da
Lei n 4.728, de 14/07/1965 (primeira lei do mercado de capitais);
4. criação das normas de auditoria promulgadas pelo BCB (Banco Central do Brasil) em 1972, através da
Circular n 179 que baixou Normas Gerais de Auditoria e Princípios e Normas de Contabilidade,
simultaneamente à Resolução n 321/72 do Conselho Federal de Contabilidade
5. criação da CMV (Comissão de Valores Mobiliários) através da Lei n 6.385, de 7 de dezembro de 1.976 e
da Lei das Sociedades Anônimas (Lei das S/As), através da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
A Lei 6.404/76 determinou que as companhias abertas, além de observarem as normas expedidas pela
CVM, fossem obrigatoriamente auditadas por auditores externos ou independentes registrados naquela
comissão. Esse momento, juntamente com o Decreto-Lei n 1.598/77 foi o início da profissionalização das
auditorias independentes no Brasil.
Atualmente, a Lei 11.638/2007, que entrou em vigor em 2008, provocou uma verdadeira revolução na
atividade dos auditores independentes, pois a obrigatoriedade da realização de auditoria que estava restrita às
Sociedades anônimas de Capital Aberto e Instituições financeiras, passou também a ser exigida para as
sociedades de grande porte (ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações) que tenham
receita bruta anual de R$ 300 milhões ou ativos totais no valor de R$ 240 milhões. Tais sociedades passam
agora a ter as mesmas obrigações que as sociedades por ações no que se refere à sua escrituração, elaboração
de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente. Essas mudanças objetivam colocar
em prática novos conceitos na contabilidade brasileira e dar início à harmonização com os padrões
internacionais, conhecidos por IFRS (International Financial Reporting Standard). Estas normas, adotadas pela
União Européia desde 2005, são um conjunto de pronunciamentos de contabilidade internacionais publicados
e revisados pelo IASB (International Accounting Standards Board).

1.3 Órgãos e entidades relacionadas com os auditores


Os principais órgãos da classe dos auditores são:

1.3.1 Órgãos Nacionais


a) CVM – Comissão de Valores Mobiliários - http://www.cvm.gov.br
a) criação: Lei n 6.385 de 07 de dezembro de 1.976;
b) objetivo: órgão fiscalizador do Mercado de Capitais
c) exigência: o registro como auditor externo na CVM – o auditor deve comprovar:
➢ estar registrado no CRC e inscrito no CNAI - Cadastro Nacional dos Auditores Independentes (aprovado no
exame de qualificação técnica – Res. CFC 995/04).
➢ haver exercido atividade de auditoria por um período não inferior a 5 anos, contados a partir da data de
registro no CRC;
➢ estar exercendo atividade de auditoria, mantendo escritório profissional legalizado, em nome próprio, com
instalações compatíveis com o exercício de atividade de auditoria independente.

b) IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - http://www.ibracon.com.br


• criação: julho de 1982, anteriormente conhecido como Instituto dos Contadores Públicos do Brasil – criado
na década de 1960, depois IAIB – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, fundado em 13/12/1971,
legalmente reconhecido em 1972 através da Resolução 317, do Conselho Federal de Contabilidade e da
Resolução 220 do Banco Central do Brasil;
• objetivos: fixar princípios de Contabilidade e elaborar normas e procedimentos relacionados com auditoria
(externa e interna) e perícias contábeis.

c) CFC e CRCs - www.cfc.org.br


• criação: Decreto-Lei n 9.295 de 27/05/1946.
• objetivos: registro e fiscalização do exercício da profissão Contábil.
• NORMAS BRASILEIRAS DE AUDITORIA/PERÍCIAS 2018:
http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_normas_auditorias_pericia.pdf
• NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE volumes 1, 2 e 3:
http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_principios_normas_v1.pdf
http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_principios_normas_v2.pdf
http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_principios_normas_v3.pdf
FONTE: http://www.crcrs.org.br/

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d) AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil (antigo OIO)
criação: 20/11/1960;
A Audibra - IIA Brasil. Filiada ao The Institute of Internal Auditors - IIA, Instituto Internacional a partir de 2002.
O IIA Brasil promove desde 1976 o Congresso Brasileiro de Auditoria Interna - CONBRAI que em 2018 realizou
sua 38ª edição.
http://www.iiabrasil.org.br/new/

e) CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis- http://www.cpc.org.br/index.php


O foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades: ABRASCA;
APIMEC NACIONAL; BOVESPA; CFC; FIPECAFI; e o IBRACON.
Em função das necessidades de:
- convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis,
redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital);
- centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem);
- representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil,
auditor, usuário, intermediário, academia, governo).
CRIAÇÃO E OBJETIVO
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo "o estudo, o preparo e a emissão de
Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa
natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e
uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade
Brasileira aos padrões internacionais".
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
-O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de seus membros;
-O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária;
- As seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente;
- Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria Contadores, não auferem remuneração.
Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes órgãos:
Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Secretaria da Receita Federal;
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Outras entidades ou especialistas poderão ser convidados. Poderão ser formadas Comissões e Grupos de
Trabalho para temas específicos. Produtos do CPC: Pronunciamentos Técnicos; Orientações; e Interpretações.
Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências públicas. As Orientações e
Interpretações poderão, também, sofrer esse processo.
1.3.2 Órgãos Internacionais
As entidades em nível internacional que se ocupam com o desenvolvimento e harmonização de normas
e procedimentos para a área contábil são:

a) IASB (International Accounting Standards Board). Sediada em Londres, elabora e divulga normas
evoluídas e uniformes, para elaboração das demonstrações contábeis, tornando-as aceitáveis em
níveis internacionais. Especialistas de todo o mundo compõem seu quadro.
http://www.iasb.org/Home.htm
b) IFAC – International Federation of Accountants (Federação Internacional de Contadores) -
http://www.ifac.org
a) fundação: 07/10/1977, como resultado de acordo assinado por 63 organismos de
contabilidade representando 49 países;
b) sede: Nova Iorque;
c) objetivo: desenvolver e aprimorar uma profissão contábil internacionalmente coordenada,
mediante a harmonização das normas e procedimentos para a área contábil;
c) Outros órgãos internacionais de Normas Contábeis e de Auditoria:
Nos Estados Unidos, as práticas contábeis são oriundas de entidades classistas e surgem
naturalmente do meio profissional, já os United State Generally Accepted Accounting Principles
(U.S.G.A.A.P.) resultam de pronunciamentos oficiais realizados pelos órgãos de peritos contadores,
procedimento similar ao do Brasil.
• Financial Accounting Standards Board (FASB): estabelece normas de contabilidade financeira e de
relatórios que se aplicam a todas as companhias de capital aberto e fechado, exceto entidades públicas.
Atualmente, integrado ao IASB, trabalham juntos no processo de harmonização das normas de
Contabilidade, uma vez que os EUA possuem a maior movimentação no mercado de capitais no mundo;
http://www.fasb.org/home
• Governmental Accounting Standards Board (GASB): estabelece normas de Contabilidade Financeira
e de relatório para atividades e transações de entidades públicas; http://www.gasb.org/
• American Institute of Certified Public Accountants (A.I.C.P.A.): estabelece normas para ramos de
negócios específicos, após receber concordância do FASB; http://www.aicpa.org/Pages/default.aspx
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• Securities and Exchange Commission (SEC): órgão federal, equivalente à C.V.M. (Comissão de
Valores Mobiliários) no Brasil, que tem autoridade estatutária para estabelecer a forma, o conteúdo e os
requisitos para as demonstrações contábeis em companhias abertas;http://www.sec.gov
• Emerging Issues Task Force (E.I.T.F.): grupo de treze membros designados pela FASB, para fornecer
orientações em questões de implementação e de Contabilidade.
http://www.fasb.org/jsp/FASB/Page/SectionPage&cid=1218220137528

1.4 Tipos de Auditoria


Segundo Perez Jr (2004, p.13), a auditoria pode ser classificada em três tipos:
Quadro I - Comparativo dos três tipos de Auditoria
AUDITORIA AUDITORIA INTERNA OU AUDITORIA DA FAZENDA
INDEPENDENTE OU OPERACIONAL (Federal, estadual e
EXTERNA Municipal)
Sujeito Profissional independente Funcionário da empresa Funcionário público
Vínculo com a Contrato de prestação de Contrato de trabalho Força de lei
empresa auditada serviços
Exame das demonstrações Exame dos controles Verificação da observância e
Ação contábeis ou de alguma internos e avaliação da cumprimento dos preceitos
e área específicas ou eficiência e eficácia da legais vigentes para apuração
objetivo procedimento predefinido gestão e recolhimento dos diversos
como objeto de trabalho tributos
fiscal
Principalmente, emitir Promover melhoria nos Evitar a sonegação de tributos
Finalidade parecer sobre a adequação controles operacionais e na
das Demonstrações gestão de recursos
Financeiras
Parecer do auditor Recomendações para Relatório de fiscalização ou
Relatório principal independente melhoria dos controles auto de infração
internos e eficiência
administrativa
Usuários do A empresa e o público em A empresa Poder público
trabalho geral
Responsabilidade Profissional, civil e criminal Trabalhista Poder público

Nesse sentido, pode-se estabelecer um paralelo entre a auditoria interna e externa:


AUDITORIA INTERNA AUDITORIA INDEPENDENTE
a) A auditoria é realizada por um funcionário da a) A auditoria é realizada através da contratação de
empresa. um profissional independente.
b) O objetivo principal é atender as necessidades de b) O objetivo principal é atender as necessidades de
administração. administração.
c) A revisão das operações e do controle interno é c) A revisão das operações e do controle interno é
principalmente realizada para desenvolver principalmente realizada para determinar a
aperfeiçoamento e para induzir ao cumprimento de extensão do exame e a fidedignidade das
políticas e normas; sem estar restrito aos assuntos informações contábeis.
financeiros.
d) O trabalho é subdividido em relação às áreas d) O trabalho é subdividido em relação às principais
operacionais e às linhas de responsabilidade contas do balanço e da demonstração de resultado.
administrativa.
e) O auditor diretamente se preocupa com a e) O auditor incidentalmente se preocupa com a
identificação e prevenção de fraude. identificação e prevenção de fraude, a não ser que
haja possibilidade de substancialmente afetar as
demonstrações contábeis.
f) O auditor deve ser independente em relação às f) O auditor deve ser independente em relação à
pessoas cujo trabalho ele examina, porém administração.
subordinado às necessidades e desejos da alta
administração.
g) A revisão das atividades da empresa é contínua. g) O exame das informações comprobatórias das
demonstrações é periódico, geralmente anual.
Carlin (2001, p.18-19) cita os tipos de auditoria:

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Auditoria Operacional Contábil
Consiste na confrontação dos elementos da contabilidade com as operações da empresa, visando
especificamente dar credibilidade às informações, números e resultados que os demonstrativos contábeis
devem obrigatoriamente transmitir ao público em geral, por meio do parecer, ou mesmo apenas para atender
aos interesses dos proprietários e executivos quanto á transparência de gestão e prestação de contas mediante
relatórios específicos.
Auditoria de Gestão
Sendo um trabalho mais específico, pois tem como objetivo geral a avaliação da estrutura e cultura
organizacional, acaba se utilizando da contabilidade para extrair Informações da situação econômica e
financeira, avaliando os sistemas de informações e a forma de utilização dos controles internos. Quanto aos
processos, os mesmos acabam sendo revisados e avaliados juntamente com a estrutura do quadro funcional,
em que os sistemas de informações, aliados aos controles internos, são revistos juntamente com a capacidade
de quem os alimenta e os executa.
Auditoria de Riscos
Em síntese, seria a auditoria contratada para um determinado assunto normalmente de interesse da alta
administração da empresa, como exemplo: Revisão completa dos controles internos, avaliação dos recebíveis
(Due dilligence), possibilidades de resultados operacionais & qualidade dos sistemas de informações de
orçamento etc.
Auditorias Específicas
Poderíamos até mesmo incluir este item, junto com a auditoria de riscos, porém acredita-se que outras
necessidades de auditoria nem sempre representam riscos, e sim simplesmente confirmações, como exemplo
avaliação de ativos e passivos por meio de laudo para fins de instruir atos societários (fusões, incorporações
ou cisões) auditoria de avaliações de estoques, auditoria financeira etc.
Auditoria Integral
Muito comentada e questionada no momento, a auditoria integral não acaba por representar a soma de
várias auditorias, mas sim a otimização das diversas formas de se auditar, visando aproveitar as técnicas e
habilidades dos profissionais da auditoria, para dar algo a mais para as empresas, ou seja, um trabalho mais
completo e seguro.

1.5 – Fundamentos da auditoria das demonstrações contábeis

O objetivo da auditoria das demonstrações contábeis é expressar uma opinião sobre a propriedade
desses demonstrativos, de tal forma que seja assegurado que elas representam adequadamente a situação
patrimonial e financeira, o resultado de suas transações e as origens e aplicações de recursos correspondentes
aos períodos sob análise, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade aplicados com
uniformidade durante os períodos enfocados.

A complexidade e o grande volume de transações exercidas por uma empresa fazem com que os
procedimentos de auditoria sejam aplicados por meio de provas seletivas, testes e amostragem, cabendo ao
auditor, com base no controle interno e nos elementos de juízo de que dispõem, determinar o número de
operações a serem examinadas, para obter elementos de convicção que sejam válidos para o todo.

As empresas são auditadas pelos seguintes motivos:

Auditoria Independente
a. Por disposições legais:
• A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige auditoria nas S.A. de capital aberto e nas
sociedades de Grande Porte (S.A. fachadas e Sociedades Limitadas com Receita acima de R$300
milhões e Ativo acima de R$240 milhões)
• O Banco Central (BACEN) exige auditoria em:
o Bancos Comerciais
o Bancos de Investimentos
o Financeiras
o Distribuidores de títulos e valores mobiliários
o Corretoras de câmbio e valores mobiliários
o Sociedades de arrendamento mercantil
o Sociedades de crédito imobiliário
o Cooperativas de Crédito
• As Entidades Filantrópicas beneficentes, isentas da contribuição previdenciária (Decreto:
DECRETO Nº 8.242, DE 23 DE MAIO DE 2014) – Artigo 3º:
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§ 4o As demonstrações contábeis a que se referem os incisos V a VIII do caput serão relativas
ao exercício fiscal anterior ao do requerimento da certificação e elaboradas por profissional
legalmente habilitado, atendidas as normas do Conselho Federal de Contabilidade.
§ 5o As entidades de que trata o art. 1o cuja receita bruta anual for superior ao limite máximo
estabelecido no inciso II do caput do art. 3o da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro
de 2006, deverão submeter sua escrituração a auditoria independente realizada por instituição
credenciada junto ao Conselho Regional de Contabilidade.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/decreto/d8242.htm

• O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) exige auditoria em sociedades seguradoras e


de previdência privada.
b. Por outros motivos
As instituições financeiras, podem exigir nos contratos de empréstimos vultuosos exigir auditoria nas
demonstrações contábeis das empresas tomadoras.
c. Acionista controlador
Pode exigir auditoria em empresas coligadas, controladas ou filiais, no próprio país ou no exterior.
d. Outros motivos: A administração da empresa pode solicitar auditorias especiais específicas para
verificações de fraudes ou erros, por exemplo. Empresas adquirentes de controle acionário podem
solicitar auditoria para verificar a posição patrimonial e financeira da empresa que está sendo adquirida.

Auditoria Interna
Pode ser determinada pela administração da empresa, que utiliza a auditoria interna como instrumento
de assessoria e controle.
Por também ser determinada pela matriz ou controladora para a verificação da observância das normas
de controles internos estabelecidas para todas as empresas do grupo.

1.6 - Etapas da realização da auditoria


As etapas de realização de uma auditoria numa empresa são as seguintes:
Fase inicial de auditoria - Esta fase compreende:
a) pedido dos serviços de auditoria por companhia interessada;
b) levantamento dos trabalhos de auditoria, e
c) carta-proposta dos serviços profissionais de auditoria.
Fase de execução dos trabalhos de auditoria - Esta fase compreende:
a) planejamento do trabalho de auditoria;
b) estudo e avaliação dos sistemas de controles internos da empresa;
c) testes de procedimentos de controles internos;
d) seleção e programa de trabalho;
e) aplicação dos procedimentos de auditoria, e
f) evidenciação dos exames efetuados.
Fase de conclusão dos trabalhos de auditoria - Esta etapa conclusiva compreende:
a) estudo e avaliação das evidências detectadas;
b) emissão do relatório (parecer) de auditoria, e
c) elaboração dos relatórios de auditoria.

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Algumas empresas de auditoria, clique nos links para conhece-las:

http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/

1.7 - Regulamentação profissional

A prática de auditoria contábil, seja ela interna ou externa, é atividade privativa do contador.
Para realizar a auditoria das demonstrações contábeis de empresas de capital aberto exige-se, além
do registro no CRC, também o registro do contador na CVM.

1.8 – Regulamentação técnica

http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/

A ESTRUTURA DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE (NBCs)


A crescente inserção do Brasil no mundo globalizado, que culminou na obtenção do grau de
investimento passou a demandar um alinhamento aos padrões internacionais que possam ser
universalmente compreendidos.
Em resposta a essa demanda as normas brasileiras passam a seguir os mesmos padrões de
elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais.

As Normas Brasileiras de Contabilidade compreendem:


• Código de Ética Profissional do Contabilista
• Normas de Contabilidade
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• Normas de Auditoria Independente e de Asseguração
• Normas de Auditoria Interna e
• Normas de Perícia
Essas normas são classificadas em;
• Normas Técnicas e
• Profissionais

As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais estabelecem preceitos de conduta para o


exercício profissional.

As NBC Técnicas estabelecem conceitos doutrinários, estrutura técnica e procedimentos a serem


aplicados, sendo classificadas em Contabilidade, Auditoria Independente e de Asseguração, Auditoria
Interna e Perícia.

Os Princípios Contábeis estão definidos na Resolução 1.282/2010,ua alterou a Resolução 750/93.


Clique aqui para baixar a Resolução e a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade está
regulamentada na Resolução CFC nº. 1.328/11.Cique: Resolução

As Normas Profissionais estabelecem regras de exercício profissional e classificam-se em:


• NBC PG – Geral
• NBC PA – do Auditor Independente
• NBC PP - do Perito Contábil

As Normas Técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos aplicados de


Contabilidade e classificam-se em:

NBC TG – Geral

• Normas Completas
• Normas Simplificadas para PMEs
• Normas Específicas
• NBC TSP – do Setor Público
• NBC TA – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica
• NBC TR – de Revisão de Informação Contábil Histórica
• NBC TO – de Asseguração de Informação Não Histórica
• NBC TSC – de Serviço Correlato
• NBC TI – de Auditoria Interna
• NBC TP – de Perícia

REVISÕES NBC - alteram a redação de Normas:

• Revisão 001/2018
• Revisão 002/2018

Firmas de auditoria de pequeno e médio porte:

• Guia de Controle de Qualidade


• Perguntas e Respostas
• IAPN 1000 – Guia Prático da Auditoria de Instrumentos Financeiros

IMPORTANTE: As Normas foram renumeradas, de acordo com a Resolução do CFC nº. 1.329/11,
para se ajustarem a nova estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) na forma
aprovada pela Resolução CFC nº. 1.328/11. As Normas cuja numeração ainda obedecem a
Resolução CFC nº. 751/93 (NBC P ou NBC T), serão revisadas e reeditadas adotando-se a nova
estrutura de numeração das NBCs.

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NOVA ESTRUTURA DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
CÓDIGO DE ÉTICA
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
AUDITORIA AUDITORIA
CONTABILIDADE PERÍCIA
INDEPENDENTE INTERNA
P
R
O
F
I Normas Profissionais do Normas Normas
S Auditor Independente Profissionais do Profissionais
S
I
NBC – P Auditor Interno do Perito
O NBC PA
N NBC PI NBC - PP
A
I
S
S
S E E A R A
T
O T S U E S O
É C O P D V S U
C I R E I I E T AUDITORIA PERÍCIA
N E C T S G R
T P Í O Ã U O
I INTERNA
Á Ú F R O R S
C R B I I A
A I L C A Ç
S A I A Ã
C O
NBC NBC
O
NBC NBC NBC NBC NBC NBC NBC TI TP
TS TSP TE TA TR TO TSC

As normas de auditoria representam os meios necessários para sua execução pelos auditores
independentes no desenvolvimento dos trabalhos de auditoria. Representam as regras as serem
seguidas pelos auditores no exercício de suas funções.
As normas de auditoria atualmente são elaboradas pelo Conselho Federal de Contabilidade,
IBRACON, CVM, BACEN e SUSEP.
As normas de auditoria vigentes são:
a) Normas Profissionais de Auditor Independente;
b) Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis.

2 – SUPERVISÃO E CONTROLE DE QUALIDADE


A opinião expressada pelo auditor quando da emissão do parecer estará fundamentada nos
trabalhos executados por toda e equipe. Nesse sentido, é necessário uma revisão adequada de todos
os trabalhos, que é, em primeira instância, realizada pelos próprios membros da equipe, por cada
elemento segundo o grau de hierarquia dos componentes da equipe de trabalho. Posteriormente,
deverá ser realizado um controle de qualidade interno ou externo, como será estudado nesse capítulo.

2.1 – Supervisão do trabalho


O trabalho de auditoria é realizado por uma equipe formada por auditores de vários níveis
técnicos. A cada nível são atribuídos graus de responsabilidade e autoridade definidos que formam
uma cadeia de accountability.
Accountability é a obrigação de prestar contas de um trabalho realizado decorrente de uma
responsabilidade assumida relativa a uma autoridade delegada.

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2.1.1 – Delegação de autoridade
Ocorre de cima para baixo. A autoridade pode ser delegada ou descentralizada, entretanto a
responsabilidade é indelegável.

Agente Ação
Acionista controlador ou a Contrata a firma de auditoria independente e delega autoridade para que ela
alta administração possa executar os trabalhos de auditoria que julgue necessários para a
emissão do parecer (opinião).
Sócio da firma de auditoria Assume a responsabilidade pela execução do trabalho e emissão do parecer
e delega autoridade para o gerente planejar e administrar a execução do
trabalho
Assume a responsabilidade pelo planejamento, administração e supervisão do
Gerente trabalho e delega ao auditor sênior autoridade para executar o trabalho
planejado
Assume a responsabilidade pela execução do trabalho planejado que envolve
Sênior a elaboração de programas de auditoria, a distribuição de tarefas entre os
assistentes e sua adequada orientação e controle. Delega aos assistentes
autoridade para aplicação dos procedimentos de auditoria descritos nos
programas de auditoria.
Assistentes Assumem a responsabilidade pela aplicação dos procedimentos previstos nos
programas de auditoria e elaboração dos papéis de trabalho.
Fonte: Perez Jr. (2004, p.44)

2.1.2 – Prestação de contas


Ocorre de baixo para cima, da forma que é apresentada no quadro a seguir:
Agente Ação
Assistentes Executam os programas de auditoria, elaboram e submetem os papéis de
trabalho à revisão e aprovação do sênior.
Sênior Revisa os papéis de trabalho elaborados pelos assistentes e discute os
principais pontos observados com o gerente.
Gerente Revisa os papéis de trabalho dos assistentes e sênior e elabora o projeto de
relatório. Discute com o sócio os principais pontos observados.
Revisa os papéis de trabalho, discute os principais pontos com o gerente e,
Sócio caso seja necessário, com a direção da empresa auditada e elabora o relatório
final, que é entregue aos acionistas que contrataram a auditoria.

3. AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS


3.1 Definição e abrangência de controle interno
Almeida (1996, p.50), assim define controle interno:
O controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou
rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a
administração na condução ordenada dos negócios da empresa.
Esse autor enfatiza ainda que os dois primeiros objetivos, ou sejam, proteger os ativos e
produzir dados contábeis confiáveis, referenciam controles contábeis, tais como: sistemas de
conferência, aprovação e autorização; segregação de funções; controles físicos sobre ativos e
auditoria interna.
A empresa define a estrutura da administração por meio de organogramas estruturais e
funcionais: representação gráfica de determinados aspectos da estrutura organizacional, que
possibilite a visualização das unidades que compõem o sistema e as suas respectivas subordinações.
Especificando a autoridade e a responsabilidade de cada cargo/função.
A empresa define os limites de responsabilidade ou delimitação de acesso aos ativos, ou seja,
a organização deve estabelecer quem são as pessoas que terão acessos aos ativos da entidade: ex.
que assinarão os cheques ou irão autorizar os pagamentos via ordem bancária eletrônica, tendo como
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premissa básica que sempre serão necessárias, pelo menos, duas assinaturas. Outro aspecto que
não pode ser esquecido é que a validade das assinaturas e senha deve ser constantemente
verificada; pessoas que irão manusear o numerário recebido antes de ser depositado em conta
corrente bancária;
A segregação de funções - a estrutura das unidades da organização deve prever a separação
entre as funções de preparo, aprovação/autorização e pagamento de operações, execução, controle
e contabilização, de tal forma que nenhuma pessoa detenha todo o ciclo de uma transação comercial
sob seu controle. A segregação de funções consiste em estabelecer que uma mesma pessoa não
pode ter acesso aos ativos e aos registros contábeis, devido ao fato de essas funções serem
incompatíveis dentro do sistema de controle interno.
A organização deve possuir, em relação ao seu quadro de pessoal, um funcionograma que
deve detalhar a atribuição (autoridade) e responsabilidade de cada cargo/função.
Além disso, deve estruturar um fluxograma das operações e atividades: representada por meio
de símbolos convencionais, o fluxo ou a seqüência de um trabalho (rotinas e tarefas).
➢ Deve ser previsto em todos os níveis, profissionais com capacidade, formação e experiência
compatíveis com as funções a serem desempenhadas.
➢ Considerar todas funções de todos os setores da empresa
As principais rotinas internas devem ser manualizadas para assegurar a fiel observância das
políticas da administração e diretrizes estabelecidas, assim como para evitar a descontinuidade ou a
interrupção dos serviços pela mudança de estrutura organizacional ou alguma eventualidade (férias,
faltas, etc.).
Segundo Almeida (1996, p. 55), as rotinas internas de controle devem ser determinadas de modo
que uma área controle a outra.
Além dos manuais de procedimentos, são usados também formulários internos e externos para
deixar registradas as diversas ações da organização, como por exemplo, formulários para requisição
de aquisição de material ou serviços; uso do telefone; ordens de serviços; boletim de controle e custo
dos veículos; requisição de materiais; mapa de controle de programação financeira; adiantamento
para viagem e relatório de prestação de contas; etc.
Por sua vez o último objetivo delineado na definição de controle interno, ou seja – ajudar a
administração na condução ordenada dos negócios da empresa – representa controles
administrativos, quais sejam: análises estatísticas de lucratividade por linha de produtos; controle de
qualidade e treinamento de pessoal; controle das obrigações assumidas, porém ainda não realizados
economicamente, entre outros.

3.2 Objetivos do controle interno


Os objetivos do controle interno são:
• Obtenção de informação adequada
• Estimulação do respeito e da obediência às políticas da administração
• Proteção de ativos
• Promoção da eficiência e da eficácia operacional

3.3 Classificação dos controles internos


Para delimitar a extensão dos trabalhos de auditoria quanto à revisão do controle interno e
necessário dividir os controles internos em dois grupos:
a) Controles administrativos
b) Controles contábeis
O controle administrativo compreende, mas não se limita ao plano de organização e aos
procedimentos e registros ligados aos processos de decisão que levam à autorização das transações
pela administração.
Essa autorização é função da administração, diretamente associada com sua responsabilidade
para atingir os objetivos da organização e é o ponto de partida para estabelecimento do controle
contábil das transações.

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O controle contábil compreende o plano de organização e os procedimentos e registros
envolvidos na proteção dos ativos e na confiabilidade dos registros financeiros, que se destinam a
fornecer uma segurança razoável de que:
a) as transações são executadas de acordo com a autorização geral ou específica da
administração;
b) as transações são registradas conforme for necessário:
1- para permitir a preparação de demonstrações financeiras de conformidade com
princípios de contabilidade ou qualquer outro critério aplicável a essas demonstrações,
e
2- para manter a contabilização dos ativos;

c) acesso aos ativos só é permitido de acordo com a autorização da administração;


d) a contabilização dos ativos é comparada com os ativos existentes a intervalos razoáveis,
tomando-se providências necessárias com respeito a quaisquer diferenças.

Sistema contábil está


Sistema: controle interno
inserido na estrutura de
controle interno
Subsistema: sistema contábil

O auditor, referente ao trabalho de campo, deve avaliar o sistema de controle interno da


empresa auditada, a fim de determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos de
auditoria.

3.4 Avaliação do controle interno


A seguir é apresentado um modelo de avaliação de controle interno:

Modelo de avaliação de controle interno e volume de testes

8
NOTAS 7
6
5
4
3
2
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 → VOLUME (QUANTIDADE)
DE TESTES
Fonte: Almeida (1996)

Para que o auditor possa avaliar os controles internos das empresas é necessário executar
os seguintes passos:

• levanta o sistema de controle interno existente;


• verifica se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática;
• avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato erros e irregularidades;
• determina tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria.

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Colella (1979, p.5), ao abordar sobre controle interno, destaca:

Os elementos básicos que contribuem e identificam um bom sistema de controle interno são:
- políticas e procedimentos claramente determinados que levam em conta as funções de todos
os setores da organização;
- um organograma adequado onde a linha de autoridade e conseqüente responsabilidade sejam
definidas entre os diversos departamentos, chefes encarregados de setores, tendo-se em conta a
necessária segregação de funções;
- empregados com um grau de qualificação e habilidade para o cargo que ocupam;
- a certeza de que as normas estabelecidas estão sendo bem executadas.

Cabe à administração a responsabilidade pela criação e manutenção do controle interno. Porém,


a responsabilidade do auditor em relação ao controle interno limita-se:
- apreciar de modo inteligente os procedimentos em vigor e determinar que os mesmos ofereçam
um razoável grau de confiança;
- verificar se o sistema está sendo corretamente aplicado; e
- reportar as falhas observadas oferecendo recomendações para saná-las.

Colella (1979, p.8/12), apresenta através de cinco figuras elementos essenciais para um
perfeito entendimento do controle interno, a seguir destacados:
a) conceito de controle interno;
b) essência do controle interno;
c) objetivos do controle interno e da auditoria externa;
d) elementos do controle interno que mais interessam ao auditor; e
e) processo básico do controle.

3.5 Levantamento do Controle Interno

O controle interno de uma empresa como sendo a base de sustentação para o trabalho do
auditor evidencia-se através das seguintes fases: meios de obtenção da informação e registro e
manutenção da constância da informação.
Almeida (1996, p.55), assim descreve o levantamento do sistema de controle interno:

No início do processo de auditoria de uma empresa, o auditor deverá fazer um


levantamento do sistema de controle interno.
Para tal deverá fazer uma leitura dos manuais internos da organização e procedimento,
manter conversas com funcionários da empresa, inspecionar fisicamente os ativos.
Normalmente as empresas de auditoria preparam questionários padrão de controle
interno para serem preenchidos pelos auditores.
Estes questionários padronizam o levantamento do sistema de controle interno e evitam
que partes importantes sejam omitidas.
Um aspecto fundamental do levantamento é verificar se o sistema de controle interno
levantado é o que está sendo efetivamente usado. Esta inclusive é uma das limitações do
controle interno, como pudemos verificar no item anterior.
O levantamento do sistema de controle interno e o seu resultado vai ser fator
preponderante para a determinação do volume de testes de auditoria: um sistema de controle
interno forte permitirá ao auditor efetuar um volume menor de testes de auditoria. Por outro
lado, um sistema de controle interno fraco obrigará ao auditor realizar um volume maior de
testes de auditoria.

3.5.1 Meios de obtenção da informação

A obtenção das informações sobre o posicionamento do controle interno de uma empresa é


normalmente obtido pelos seguintes meios:

a) leitura dos manuais internos de organização e procedimentos;


b) entrevistas e ou diálogo com funcionários da empresa;

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c) registros ou documentos, tais como: livros, fichas, mapas, boletins, papéis, formulários,
pedidos, notas, faturas, documentos, guias, impressos, ordens internas, regulamentos,
etc.
d) inspeção física da operação (por exemplo: compra, venda, pagamentos etc).

3.5.2 Registro e manutenção da constância da informação

A forma de manutenção da constância da informação sobre o controle interno se dá por meio


de:
a) organogramas;
b) fluxogramas;
c) memorandos;
d) questionários padronizados de avaliação.

Via de regra, as empresas de auditoria utilizam-se de questionários-padrão de controle interno


para serem preenchidos pelos auditores como elemento guia a ser utilizado em seu trabalho.

Esse trabalho do auditor caracteriza o Teste de Observância, trabalho esse em que ele
certifica se o sistema de controle interno levantado é o que efetivamente está sendo utilizado
levantado-se em consideração o controle interno descrito no manual de procedimentos da empresa.

3.6 Questionário de Controle Interno

Evidenciaremos a seguir, como exemplo, um modelo resumido de questionário de controle


interno abordando algumas das principais operações da empresa.

QUESTIONÁRIO SOBRE PESSOAL E ORGANIZAÇÃO


Cliente:________________________________________
Período:_______________________________________

Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:


1. A empresa tem uma política descritiva de organização?
2. A empresa tem filiais?
3. A contabilidade da empresa é centralizada?
4. É prática normal o rodízio de funções?
5. Há um departamento de auditoria interna?
6. O plano de contas é adequado?
7. É adequado o sistema de arquivo?
8. A empresa possui organograma mostrando áreas de
responsabilidade e subordinação?
9. Os seguros são efetuados pelo mais baixo custo possível?
10. Houve ocorrências de fraudes ou irregularidades?
11. Há plano de cargos e salários?

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QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO
Cliente:________________________________________

LANÇAMENTOS DE “DIÁRIO” e “RAZÃO” GERAL


Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:
1. Existe verificação dos lançamentos do Diário e Razão
com base na documentação de suporte?
2. O Razão é mantido atualizado?
2.1. São elaborados balancetes mensais?
2.2. As contas são conciliadas periodicamente?
3. Há plano de contas para a contabilidade?
4. O sistema contábil é integrado eletronicamente
(Contábil, folha, financeiro, custos, estoques, etc)?
5. Existe estrutura de níveis de senha para registro das
transações?
6. Existe uma sistemática de segregações de funções nos
procedimentos administrativo-contábeis?
7. Existem manuais e políticas de procedimentos
específicos para a contabilização de operações?
8. São aprovados e atualizados (revisão periódica)?

QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO


Cliente:________________________________________

CAIXA E BANCOS
Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:
1. A empresa mantém fundo fixo de caixa ?
2. Os procedimentos em uso no que se refere a recebimentos
dão plena segurança de evitar que alguém utilize o dinheiro
da empresa ?
3. São efetuadas conciliações bancárias periódicas?
4. É efetuado o cancelamento de documentação após o
pagamento?
5. É proibida a emissão de cheques ao portador ?
6. Qual o procedimento dos cheques devolvidos?
7. Os cheques têm apenas uma assinatura, ou duas ?
8. A empresa efetua pagamento de pequenas despesas em
dinheiro? Qual é o limite deste montante ?
9. Na emissão de cheques nominativos, a favor de terceiros,
no verso é feita declaração mencionando o documento a cujo
pagamento se destina ?
10. São realizadas transações eletrônicas de pagamentos e
recebimentos?
11. Existem manuais e políticas de procedimentos específicos
para Contas a Pagar e registro de pagamentos?
12. São aprovados e atualizados (revisão periódica)?

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QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO
Cliente:________________________________________

CONTAS A RECEBER
Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:
1. É feito controle das duplicatas a receber ?
2. A empresa efetua desconto de duplicatas em bancos
?
3. É feito o confronto mensal entre o razão analítico e o
sintético das contas a receber ?
4. É adotada a prática de solicitar confirmação de saldos
dos clientes ?
5. As contas em atraso ou natureza duvidosa são
revisadas periodicamente ?
6. Existem manuais de políticas e procedimentos
específicos para o cadastro de fornecedores? Estão
devidamente aprovados e atualizados (revisão
periódica)?

QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO


Cliente:________________________________________
COMPRAS E RECEBIMENTOS DE MATERIAIS
Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:
1. A empresa mantém registros e informações sobre condições e
capacidade dos seus fornecedores ?
2. A empresa efetua cotação de preços para efetuar suas compras ?
3. São emitidos relatórios de recebimentos para cada compra de
material (conformidade com o pedido – quantidade, qualidade e
especificações solicitadas) ?
4. É adotado o critério de rodízio de compradores ?
5. São analisados os relatórios de planejamento das necessidades de
materiais e/ou relatórios de insuficiências no estoques?
6. As demais compras são suportadas por requisições devidamente
aprovadas por pessoas autorizadas?
8. As aprovações estão formalizadas em manual de assinaturas
autorizadas?
9. Somente são contratados os fornecedores cadastrados?
10. Existem níveis de aprovação das compras/contratos de acordo com
o valor das contratações?
11. Existem manuais de políticas e procedimentos específicos para a
função de compras (origem e escolha do fornecedor)?
12. Os manuais são devidamente aprovados e atualizados com
revisões periódicas?
13. Os materiais sujeitos a controle de qualidade são inspecionados no
recebimento?

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QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO
Cliente:________________________________________
ESTOQUES
Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:
1. Os controles existentes são adequados para assegurar que todos
os estoques sejam incluídos nos inventários?
2. Os estoques pertencem efetivamente à empresa?
3. Existe controle de verificação dos estoques e dos registros, para
detectar itens deteriorados, imprestáveis?
4. Os estoques estão guardados em locais seguros, existindo
adequada proteção contra roubos?
5. A sistemática de entrada e saída dos estoques é adequada, no
sentido de evitar desvios? O recebimento dos materiais é
centralizado num determinado ponto? Todas as mercadorias têm
que passar por esse ponto
6. Os registros de entrada e saída são periodicamente analisados e
conciliados com as existências e com a contabilidade?
7. Os procedimentos de inventário são adequados?
8. O armazenamento de estoques é satisfatório?
9. Os estoques estão segurados contra roubo, incêndio?
10. Existem manuais de políticas e procedimentos específicos para o
controle de estoques?
11. Os manuais de procedimentos são revisados periodicamente
(atualizados)?

QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO


Cliente:________________________________________

INVESTIMENTOS
Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:
1. Os títulos são nominativos ?
2. Existe custódia dos investimentos e em local adequado?
3. Há registros independentes para o controle dos investimentos ?
4. Como são controlados os juros sobre os investimentos?
5. Os investimentos são contabilizados em contas distintas? É
satisfatório o controle?
6. Ë feito o controle periódico entre a existência física e o valor
contábil dos investimentos?
7. Os valores das obrigações resgatáveis são corrigidos, ao final do
exercício, para os novos valores oficiais?
8. São verificados os valores de mercado dos investimentos para
efeitos de determinar a necessidade de provisões para
desvalorização desses investimentos?
9. Se a empresa mantém investimento majoritário em empresas
coligadas, são estas inspecionadas por auditores internos?
10. São feitas pesquisa para determinar o investimento mais
conveniente para aplicação de sobra de caixa ou de incentivos do
imposto de renda?
11. Os investimentos estão classificados no Ativo Permanente?

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QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO
Cliente:________________________________________
ATIVO IMOBILIZADO
Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:
1. Os controles existentes são adequados para evitar a contabilização ou a
permanência de bens obsoletos, depreciados ou sem valor?
2. São realizados levantamentos, controles e inspeções periódicas?
2.1. Há revisão periódica dos registros para investigar bens sem uso ?
3. As baixas ou vendas de bens do imobilizado são precedidas de
autorização competente ?
4. Há uma política de capitalização em forma descritiva?
5. Há norma estipulando valor mínimo para capitalização?
6. São feitas cotações para todas as compras do ativo fixo?
7. Os bens adquiridos são controlados individualmente?
8. São feitos levantamentos periódicos dos saldos analíticos para confronto
com a razão?
9. Descreva a política de capitalização, manutenção e reparos?
10. Quais as taxas de depreciação que estão sendo utilizadas? Qual o
método?
11. A empresa elabora mapa de controle para depreciação mensal?
12. A empresa utiliza mais de um turno de fabricação?
(aplica depreciação acelerada?)
13. As divergências entre os levantamentos físicos e o razão são ajustadas?

QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO


Cliente:________________________________________
FOLHA DE PAGAMENTO
Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:
1. A folha de pagamento é informatizada? O sistema de
contabilização é integrado com a contabilidade geral?
2. A rotatividade do pessoal é razoável ?
3. O pagamento da folha é feito com cheques ou depósito em
bancos ?
4. Como é feito o controle dos cartões de pontos ?
5. As fichas de registros individuais estão atualizadas ?
6. Existe efetivo controle de adiantamento salarial?
7. Que segurança dispõe a empresa para evitar a inclusão de
funcionários fantasmas ?
8. Os direitos trabalhistas, férias, 13 salário etc., possuem efetivo
controle ?
9. Há uma perfeita divisão de funções na área de pessoal,
preparação da folha e pagadoria?
10. Ë feito um confronto dos totais das folhas com os mapas de
distribuição da mão de obra?
11. Qual a política sobre salários não reclamados?
11. As folhas de pagamento são aprovadas por um diretor?
12.A empresa mantém manual de procedimentos para admissão
de funcionários, promoção e dispensa?
13. São controladas as férias devidas aos funcionários para evitar
o pagamento em dobro?
14. Na seção pessoal há rodízio de funções? Descreva os créditos
em uso.
15. As alterações na folha (salários, benefícios) são aprovadas?

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QUESTIONÁRIO DE CONTROLE INTERNO – ESPECÍFICO
Cliente:________________________________________

VENDAS E RECEBIMENTOS

Quesitos SIM NÃO VISTO OBS:


1. São aprovados os limites de créditos ?
2. É satisfatório o procedimento para emissão de nota fiscal?
3. São adequadas as normas para despacho de mercadorias ?
4. Há controles para evitar vendas fictícias ?
5. Há controles para assegurar que todas as vendas efetuadas
sejam faturadas ?
6. Os canhotos comprovantes das entregas de mercadorias são
fixadas na via fixa do talonário de notas ?
7. Existe controle de que as vendas faturadas foram
contabilizadas ?
8. A empresa efetua controle das vendas a prazo das vendas a
vista ?
9. Os preços praticados fora da tabela são aprovados?
10. Os descontos e abatimentos concedidos são aprovados?

3.7 Teste de cumprimento das normas internas

Após a revisão e a avaliação dos procedimentos do controle interno o auditor deve testar as
rotinas de procedimento.
São aplicados nesse caso os testes de observância ou de cumprimento com objetivo de:
• Confirmar o conhecimento dos auditores sobre os controles.
• Confirmar o funcionamento na prática (cumprimento das normas existentes).
• Descobrir eventuais falhas na sua aplicação e seus efeitos sobre as demonstrações contábeis.
• Verificar se o sistema é capaz de fornecer informações adequadas para o sistema de
informações gerenciais.

Para a realização dos testes de auditoria são utilizados os programas de auditoria.

3.8 Regulamentação da avaliação do controle interno para o setor público

O CRC define as normas de avaliação dos controles internos através da NBC-T-11:


RESOLUÇÃO CFC Nº 1135/08, que aprova a NBC T 16.8 – Controle Interno. Link:
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2008/001135

PESQUISAS:

3.8.1 - Compliance: O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa
agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, estar em
“compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos. Portanto,
manter a empresa em conformidade significa atender aos normativos dos órgãos reguladores, de
acordo com as atividades desenvolvidas pela sua empresa, bem como dos regulamentos internos,
principalmente aqueles inerentes ao seu controle interno.

Quando surgiu a atividade de compliance, principalmente nas instituições financeiras, a maioria


direcionou a atividade para ser desempenhada pela assessoria jurídica, considerando a expertise
dos mesmos nas interpretações dos instrumentos legais. As empresas que possuem grande
responsabilidade jurídica e normativa em seus atos, são as que mais precisam implantar um
departamento que garanta a conformidade de seus atos ou, pelo menos, ter uma assessoria
externa para agir em apoio à sua alta direção.
20
Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
Os controles internos têm um papel importante, independentemente de tamanho ou atividade
econômica, as normas legais emanadas pelos órgãos reguladores devem ser cumpridas à risca e a
auditoria interna deve ser eficiente e eficaz. O tamanho do universo da amostragem numa auditoria
é inversamente proporcional à eficiência dos controles internos.

Mais informações para Pesquisa:


• http://www.lecnews.com/web/
• https://endeavor.org.br/compliance/

3.8.2 - Due Diligence: significa “devida diligência”, ou seja fazer um “pente fino” para avaliar riscos
da empresa, em todos os aspectos: fiscais/tributários, jurídicos (trabalhistas, previdenciários e
societários) ambientais, financeiros, mercadológicos, etc. É um check up da empresa, muito usado
os processos de compra de empresa, fusão, incorporação, etc.
É uma verdadeira radiografia da empresa que, no aspecto contábil, tem como objetivo a análise e
revisão de balanços; contratos com fornecedores, clientes, instituições financeiras; garantias;
faturamento; projeções; despesas e ônus ”.
Atualmente, identificar, avaliar e atenuar os riscos legais da empresa são tarefas primordiais para
qualquer negócio. A “due diligence” é um procedimento importante e fundamental à segurança de
qualquer investimento, e também é um instrumento importante para o empresário que pretende
conseguir investimentos através de fundos privados. Porém a ”due diligence” poderá ser realizada
para se avaliar a situação atual da empresa em um determinado momento, sem que necessariamente
a empresa esteja à venda, trata-se de um “check up” preventivo, mas que pode se tornar determinante
para obter-se um diagnóstico real da situação da empresa. O diagnóstico será o balizador do
empresário, para evoluir no seu plano empresarial. Este procedimento conduzirá a organização de
diversas áreas da empresa, trazendo o empresário aos trilhos. Os trabalhos de “due diligence” devem
ser praticados para o benéfico da organização e compreendem:
• Estudo completo de todas as atividades produtivas da empresa;
• Diagnóstico legal da situação societária, comercial, tributária, previdenciária, trabalhista da
empresa, levantamento de passivos da empresa;
• Extração de relatórios de pontos críticos e recomendações pertinentes ao negócio;
• Análise de riscos;
• Auditoria do ativo físico da empresa;
• Avaliação em operações de aquisição, alienação, fusão, associação ou emissão de títulos,
envolvendo agentes no Brasil ou no exterior;
• Relatório das reais condições da empresa analisada.
• Verificação da situação legal, contábil e financeira da empresa, especialmente contingências
não provisionadas no balanço e passivos ocultos;
• Análise ambiental para a obtenção do certificado ISO 14000.

Portanto, a “due diligence” é um procedimento detalhado e criterioso, com a análise das informações
e documentos de uma empresa, que tem como objetivo um procedimento preventivo, ou
predeterminado tais como:
Fusões & aquisições, planejamento de reestruturações societárias, operações financeiras complexas
ou processos de privatização de empresas. O “check-up” para saber como anda a saúde de nossa
empresa, ajudará a diagnosticar precocemente problemas e, consequentemente reduzir gastos
extraordinários.

3.8.3 – Governança Corporativa:


Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas,
monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de
administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações
objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo
prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão
da organização, sua longevidade e o bem comum.

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3.8.3.1 - Princípios Básicos da Governança
Transparência - Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações
que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou
regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também
os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que condizem à
preservação e à otimização do valor da organização.
Equidade - Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes
interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades,
interesses e expectativas.
Prestação de Contas (accountability) - Os agentes de governança devem prestar contas de sua
atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as
consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos
seus papeis.
Responsabilidade Corporativa - Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade
econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e
suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os
diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional,
etc.) no curto, médio e longo prazos.

3.8.3.2 - Origens da Governança Corporativa


Ao longo do século 20, a economia dos diferentes países tornou-se cada vez mais marcada pela
integração aos dinamismos do comércio internacional, assim como pela expansão das transações
financeiras em escala global. Neste contexto, as companhias foram objeto de sensíveis
transformações, uma vez que o acentuado ritmo de crescimento de suas atividades promoveu uma
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readequação de sua estrutura de controle, decorrente da separação entre a propriedade e a gestão
empresarial. A origem dos debates sobre Governança Corporativa remete a conflitos inerentes à
propriedade dispersa e à divergência entre os interesses dos sócios, executivos e o melhor
interesse da empresa.
A vertente mais aceita indica que a Governança Corporativa surgiu para superar o "conflito de
agência" clássico. Nesta situação, o proprietário (acionista) delega a um agente especializado
(administrador) o poder de decisão sobre a empresa (nos termos da lei), situação em que podem
surgir divergências no entendimento de cada um dos grupos daquilo que consideram ser o melhor
para a empresa e que as práticas de Governança Corporativa buscam superar. Este tipo de conflito
é mais comum em sociedades como os Estados Unidos e Inglaterra, onde a propriedade das
companhias é mais pulverizada.
No Brasil, em que a propriedade concentrada predomina, os conflitos se intensificam à medida que
a empresa cresce e novos sócios, sejam investidores ou herdeiros, passam a fazer parte da
sociedade. Neste cenário, a Governança também busca equacionar as questões em benefício da
empresa.
A preocupação da Governança Corporativa é, portanto, criar um conjunto eficiente de mecanismos,
tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos
administradores esteja sempre alinhado com o melhor interesse da empresa.

3.8.3.3 - A Evolução da Estrutura de Propriedade


O modelo de propriedade dispersa expandiu-se inicialmente nos Estados Unidos, devido a aspectos
econômicos, culturais e políticos que datam dos anos 1920. Naquele período, o país viveu um
momento de prosperidade econômica, consolidando-se como potência mundial. Seu poder de
influência na época foi evidenciado pelos efeitos da Crise de 1929, episódio da queda da bolsa de
Nova Iorque, que rapidamente atingiram praticamente todos os países do globo, ocasionando
graves consequências políticas e sociais.
Na cultura empresarial predominante até aquele momento, os proprietários – um ou alguns
indivíduos ou famílias – tinham o poder sobre as decisões administrativas de suas empresas,
frequentemente ocupando os mais importantes cargos da gestão. Décadas mais tarde, já no
contexto pós-1945 (fim da Segunda Guerra Mundial), a força e o dinamismo da economia dos
Estados Unidos apontava rumo à complexidade das organizações empresariais, notadamente para
as companhias listadas em bolsa de valores. A partir de então, a estrutura de propriedade dispersa,
com ações negociadas no mercado de capitais, tornava-se característica cada vez mais comum
entre suas empresas. Paulatinamente, esse tipo de controle passou a caracterizar empresas
também em outros países.
A partir do momento em que passou a existir um conjunto disperso de proprietários – ou acionistas
– esta interferência direta na empresa tornou-se impraticável, sendo frequentemente privilégio de
controladores majoritários que, a exemplo do que ocorria nas empresas familiares, muitas vezes
ocupavam a função de presidente do conselho de administração (Chairman) e a de principal
executivo (ou CEO - Chief Executive Officer), ou optavam pela contratação de gestores profissionais
para essa função.

3.8.3.4 - A Teoria do Agente-Principal


Em 1976, Jensen e Meckling publicaram estudos focados em empresas norte-americanas e
britânicas, mencionando o que convencionaram chamar de problema de agente-principal, que deu
origem à Teoria da Firma ou Teoria do Agente-Principal. Segundo esses acadêmicos, o problema
agente-principal surgia quando o sócio (principal) contrata outra pessoa (agente) para que
administrasse a empresa em seu lugar.
De acordo com a teoria desenvolvida, os executivos e conselheiros contratados pelos acionistas
tenderiam a agir de forma a maximizar seus próprios benefícios (maiores salários, maior
estabilidade no emprego, mais poder, etc.), agindo em interesse próprio e não segundo os
interesses da empresa, de todos os acionistas e demais partes interessadas (stakeholders). Para
minimizar o problema, os autores sugeriram que as empresas e seus acionistas deveriam adotar
uma série de medidas para alinhar interesses dos envolvidos, objetivando, acima de tudo, o
sucesso da empresa. Para tanto, foram propostas medidas que incluíam práticas de monitoramento,
controle e ampla divulgação de informações. A este conjunto de práticas convencionou-se chamar
de Governança Corporativa.
23
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3.8.3.5 - Os Primeiros Códigos
As discussões envolvendo acadêmicos, investidores e legisladores, originando teorias e marcos
regulatórios, avolumaram-se nos anos 1990, após os graves escândalos contábeis da década
anterior, envolvendo diferentes e importantes empresas. Em 1992 foi publicado na Inglaterra o
Relatório Cadbury, considerado o primeiro código de boas práticas de Governança Corporativa.
No mesmo ano, foi divulgado o primeiro código de Governança elaborado por uma empresa, a
General Motors (GM) nos Estados Unidos. Sintomas do mesmo movimento são verificados pouco
depois nos resultados de uma pesquisa realizada pelo fundo de pensão Calpers (California Public
Employees Retirement System), nos Estados Unidos, que constatou que mais da metade das 300
maiores companhias daquele país já tinham seus manuais de recomendações de Governança
Corporativa.

3.8.3.6 - O Movimento no Brasil e o Debate Internacional


Em paralelo, no Brasil, o movimento por boas práticas mostrou-se mais dinâmico a partir das
privatizações e a da abertura do mercado nacional nos anos 1990. Neste interim, em 1995, ocorreu
a criação do Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA), que a partir de 1999
passou a ser intitulado Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), almejando influenciar
os protagonistas da nossa sociedade na adoção de práticas transparentes, responsáveis e
equânimes na administração das organizações. Ainda em 1999 o IBGC lançou seu primeiro Código
das Melhores Práticas de Governança Corporativa.
Ademais, as discussões internacionais foram fortalecidas pelas iniciativas da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que criaram um fórum para tratar
especificamente sobre o tema, o Business Sector Advisory Group on Corporate Governance.
Diretrizes e princípios internacionais passaram a ser considerados na adequação de leis, na
atuação de órgãos regulatórios e na elaboração de recomendações.
Com o passar do tempo, verificou-se que os investidores estavam dispostos a pagar valor maior por
empresas que adotassem boas práticas de Governança Corporativa e que tais práticas não apenas
favorecessem os interesses de seus proprietários, mas também a longevidade das empresas.
Na primeira década do século 21, o tema Governança Corporativa tornou-se ainda mais relevante, a
partir de escândalos corporativos envolvendo empresas norte-americanas como a Enron, a
WorldCom e a Tyco, desencadeando discussões sobre a divulgação de demonstrações financeiras
e o papel das empresas de auditoria. O congresso norte-americano, em resposta às fraudes
ocorridas, aprovou a Lei Sarbanes-Oxley (SOx), com importantes definições sobre práticas de
Governança Corporativa.

3.8.3.7 - Bibliografia Consultada


FRENTROP, Paul. A history of corporate governance: 1602-2002. Amsterdam: Deminor, 2002.
IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das Melhores Práticas de
Governança Corporativa, 4ª edição, São Paulo: IBGC, 2009.
SILVA, André Luiz Carvalhal. Governança Corporativa e Sucesso Empresarial: melhores práticas
para aumentar o valor da firma. São Paulo: Saraiva, 2006.

Consulta de publicações: http://www.ibgc.org.br/inter.php?id=18180/publicacoes

Mais informações sobre Governança Corporativa:


• http://exame.abril.com.br/pme/noticias/3-praticas-de-governanca-corporativa-essenciais-as-
empresas

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4. ELEMENTOS COMPROBATÓRIOS – DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA E PAPÉIS
DE TRABALHO: http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA230(R1)

Todo trabalho realizado pelo auditor deve estar documentado nos papéis de trabalho que são
de propriedade exclusiva do auditor.

4.1 Finalidade e conteúdo dos papéis de trabalho (planilha)

As finalidades dos papéis de trabalho são:

a) Fornecer um registro escrito permanente do trabalho efetuado, incluindo:


• Descrição dos fatores referentes à extensão dos trabalhos, conforme o planejamento.
• Evidência da revisão e avaliação do sistema de controle interno.
• Extensão do exame realizado sobre os registros analíticos e testes de auditoria.
• Natureza e grau de credibilidade das informações obtidas.

b) Fornecer informações importantes relacionadas ao planejamento contábil, financeiro e fiscal.


c) Serem apresentados, quando solicitados, para fundamentar o relatório apresentado.
d) Fornecer subsídios aos superiores hierárquicos para avaliação da equipe quanto à competência
da equipe de auditoria, seu senso de organização e planejamento.

Os papéis de trabalho incluem reúnem informações tais como:


• Planejamento dos trabalhos
• Descrição e avaliação dos controles internos
• Mapas preparados pelo setor de contabilidade, financeiro e fiscal ou pelo auditor
• Documentos e correspondências relevantes
• Confirmações de saldos obtidas com terceiros
• Outros documentos e papéis preparados ou reunidos durante os exames
Os papéis de trabalho, segundo as informações contidas, devem ser arquivados em pastas:
• Pasta permanente: que contem informações permanentes da empresa: estatutos ou
contrato social, procurações, plano de contas, fluxogramas, manuais de
procedimentos, etc.
• Pasta corrente: papéis de trabalho com exame das transações, programas de
auditoria, questionários de avaliação dos controles internos, reconciliações, etc.

4.2 Pontos fundamentais dos papéis de trabalho

Os pontos fundamentais dos papéis de trabalhos são:


a) Completabilidade: os papéis de trabalho devem ser completos (começo, meio e fim) por si só para
a execução do trabalho de auditoria.
c) Objetividade: os papéis de trabalho devem ser objetivos enfocando do caminho executado pelo
auditor.
d) Concisão: os papéis de trabalhos precisam ser concisos de tal forma que todos entendam o seu
conteúdo.
e) Lógica: os papéis de trabalho devem ser confeccionados segundo raciocínio lógico enfatizando as
sequências naturais dos fatos e o objetivo a ser atingido.
f) Limpeza: os papéis de trabalho devem limpos eliminando-se assim erros, rasuras, imperfeições,
entre outros.

4.3 Indicação dos exames nos papéis de trabalho


O trabalho do auditor que se consubstancia em exames contábeis deve possuir indicação nos
papéis de trabalho é via de regra praticada com o uso dos seguintes meios:
- tiques explicativos;
- letras explicativas, e
- notas explicativas.
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4.3.1 Tiques explicativos
Os tiques explicativos representam sinais peculiares – símbolos - utilizados pelo auditor para
referenciar um exame praticado objetivando indicar a fonte de obtenção ou conferência de um valor.
Exemplos:
V – Conferido com o razão
T – Somado
Ou
 = somas conferidas;
 = conferência do razão;
 = inspecionamos a contabilização;
 = inspecionamos a contabilização e conferimos com o extrato bancário;
 = verificamos tabelas;
 = verificamos ordem da fabricação;
 = verificamos mapa de custo;
C = conferimos nota fiscal;
 = conferimos com livros fiscais.

- o auditor deve evitar a utilização excessiva de símbolos em uma mesma folha (o ideal é até oito
símbolos), devido ao fato de que dificulta consultas e revisões dos papéis de trabalho. Caso
necessário, o auditor poderá usar letras ou números dentro de círculos, em vez de símbolos;
- o auditor também pode utilizar o sistema de notas para dar explicações necessárias nos papéis de
trabalho;
- a forma de apresentação e o conteúdo dos papéis de trabalho devem ser de modo a permitir que
uma pessoa que não participou do serviço de auditoria possa compreendê-los de imediato.

4.3.2 Letras explicativas


As letras explicativas correspondem aos exames efetuados pelo auditor, e que cujo trabalho
carece de uma explicação adicional ao exame efetuado. As letras explicativas são identificadas
através de letras minúsculas do alfabeto.
Exemplo: (a) Conforme pude constatar, pela prestação de contas (...)

4.3.3 Notas explicativas


Por sua vez as notas explicativas correspondem aos exames efetuados pelo auditor, via de
regra tem conotação de ordem geral e não podem ser indicados por meio de tiques e letras
explicativas.
O seu uso podem denotar, o procedimento de confirmação de um trabalho, a seleção de
componentes de estoque identificados para a contagem física, entre outros.
A seguir, apresentam-se exemplos de papéis de trabalho. No papel de trabalho wp A-
Disponível encontra-se a nota explicativa na auditagem do Ativo Circulante-disponível - bancos, com
a seguinte mensagem:

“Nota: Durante o transcorrer do trabalho, baseado nas confirmações recebidas e o


relacionamento com outras áreas de trabalho, constatei a inexistência de restrições às
contas bancárias da empresa”.

4.4 Codificação dos papéis de trabalho


A título de exemplificação de codificação de papéis de trabalho abordaremos a seguir uma
codificação parcial do Ativo e Passivo Circulantes (Disponível e Contas a Receber e a Pagar):

BLA - Balancete de Trabalho do Ativo,


A - Disponível,
A-1 - Contagem Física de Caixa,
A-2 - Bancos,
A2-1 - Conciliação do Banco Fernanda S.A.
A2-2 - Conciliação do Banco Maysa S.A.,
1-A - Lançamento de Ajuste e/ou Reclassificação,

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2-A - Pontos de Recomendação,
B - Contas a Receber,
B-1 - Duplicatas a Receber,
B1-1 - José da Mata Ltda.,
B1-2 - Máquinas Fortes Ltda.,
B1-3 - Comercial Aurora Ltda.,
B-2 - Duplicatas Descontadas,
B-3 - Provisões para Devedores Duvidosos,
B3-1 - Aging das Duplicatas a Receber,
1-B - Lançamento de Ajuste e/ou Reclassificação,
2-B - Pontos de Recomendação,
BLP - Balancete de Trabalho do Passivo
2.1 – Outros impostos e contas a pagar

4.5 Tipos (modelos) de papéis de trabalho

ATTIE (1998:165), aborda em seu trabalho que os papéis de trabalho representam os meios
onde estão evidenciados todos os exames executados, todas as provas e conclusões detectadas
pelo auditor.
Inúmeros são os tipos de papéis de trabalho, dentre os quais destacam-se:
- Lançamento de ajuste e/ou reclassificação;
- Ponto para recomendação;
- Memorando;
- Balancete de trabalho;
- Análise;
- Conciliação;
- Programa de auditoria.

De conformidade com SOUZA & PEREIRA (1999), vide a seguir alguns exemplos de papéis
de trabalho, a seguir:
Cia. UNIFOR S.A.
Disponível
31/12/X8 wp A
__________________________________________________________________
Conta do Saldos Ajustes Saldos
Razão Descrição Ref. 31/12/X7 31/12/X8 Débito Crédito Ajustes
______________________________________________________________________
W V
1.001 Caixa A-1 84,34 156,87
1.002 Bancos c/Mo-
vimento A-2 314,83 716,00
______________________________________________________________________
BLA 399,17 872,87
______________________________________________________________________
T T
Nota : Durante o transcorrer do trabalho, baseado nas confirmações recebidas e o relacionamento com outras
áreas de trabalho, constatei a inexistência de restrições às contas bancárias da empresa.

W Conforme wps do ano anterior.


V Conferido com razão.
T Somado.

Preparação Data Revisão Data Aprovação Data


J. E.Rei 05/02/X9 M.E. Duque 06/02/X9 Aud Tey 07/02/X9

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MODELO DE PAPÉIS DE TRABALHO

PREPARADO POR: DATA:


REVISADO POR: DATA: wp - 2-1
ALFA S/A
31.12.20X4
OUTROS IMPOSTOS E CONTAS A PAGAR
DISCRIMINAÇÃO MES DE VENCIMENTO $ $
ICMS 30.01.X4  120.500 
28.02.X4  151.400 271.900
IPI 30.01.X4  195.800 
28.02.X4  220.200 416.000
PIS 30.01.X4 57.500
28.02.X4 51.000
31.03.X4 52.000
30.04.X4 55.500
31.05.X4 55.000
30.06.X4 56.000 327.000
COFINS 20.01.X4 50.100 
ALUGUEL 31.01.X4 85.000 
Telefone, Luz e gás 31.01.X4 250.500 
1.400.500 
 = soma conferida
 = conferimos com livros fiscais
 = vimos liquidação subseqüente através dos nossos testes de passivos emitidos.

4.6 Revisão dos papéis de trabalho

A revisão dos papéis de trabalho tem por objetivo garantir que a execução do serviço foi
efetuada de conformidade com as normas de auditoria.
Almeida (1996:73) enfatiza que:
“Uma equipe de auditoria é composta normalmente de auditores-assistentes, semi-
seniores, sênior, gerente e sócio. O auditor-assistente tem de 0 a 2 anos de experiência, o
semi-sênior de 2 a 4 anos, o sênior de 4 a 8 anos, o gerente de 8 a 12 anos e o sócio acima
de 12 anos.”

5. PROCEDIMENTOS E TESTES DE AUDITORIA


5.1 – Procedimentos de auditoria
Os principais tipos de procedimentos de auditoria são:
- exame físico;
- confirmação;
- exame dos documentos originais;
- conferência de cálculos;
- exame de escrituração;
- investigação minuciosa;
- inquérito;
- exame dos registros auxiliares;
- correlação das informações obtidas, e
- observação (revisão analítica)
- Testes de observância e substantivos

5.1.1 Exame físico


É a verificação in loco, que fornece ao auditor a formação de opinião quanto a existência física
do item examinado. O procedimento de auditoria do exame físico deve contemplar os seguintes
elementos: identificação, existência física, autenticidade, quantidade e qualidade.

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ATTIE (1998:133),assim descreve relativamente às características do exame físico:
a) Identificação: comprovação através da constatação visual do item específico a ser
examinado.
b) Existência física: comprovação, através da constatação visual, de que o objeto ou item
examinado existe realmente
c) Autenticidade: poder discernimento de que o item ou objeto examinado é fidedigno.
d) Quantidade: a apuração das quantidades reais existentes fisicamente, somente se dando
por satisfeito após apuração adequada.
e) Qualidade: exame visual de que o objeto examinado permanece em uso, não está
deteriorado e merece fé.

Principais exemplos de procedimentos de auditoria de exame físico:


contagem de caixa;
contagem de estoques (matérias-primas, prod. em elaboração, prod. acabados, etc;)
contagem de investimentos;
contagem de ativo imobilizado;
contagem de duplicatas a receber e a pagar;

5.1.2 Confirmação externa (circularização)


É a obtenção de declaração formal e imparcial de pessoas não relacionadas à empresa
auditada e que estejam habilitadas a confirmar.
Os tipos de confirmação usualmente utilizados pela auditoria são: positivo e o negativo.
Na aplicação do procedimento de confirmação deve ser levado em consideração:
data-base
amplitude do teste de confirmação; e
tipo de confirmação a ser empregado

5.1.2.1 Pedido de confirmação positivo


Este tipo de pedido é usado quando se faz necessário a resposta da pessoa de quem se quer
uma determinada confirmação formal. O pedido de confirmação positivo por sua vez pode ser
solicitado de duas formas:, ou sejam:
a) branco: quando não é colocado valores nos pedidos de confirmação.
b) Preto: quando são informados saldos e valores a serem confirmados na data-base nos
pedidos de confirmação.

5.1.2.2 Pedido de confirmação negativo


Este tipo de pedido de confirmação via de regra é utilizado como complemento do pedido de
confirmação positivo o qual deve ser expedido em carta registrada de tal forma que possa ser
assegurada de que a pessoa de quem quer obter a confirmação efetivamente receberá o pedido de
confirmação.

Principais exemplos de procedimentos de auditoria de confirmação:


• confirmação de bancos conta movimento
• confirmação de contas a receber;
• confirmação de advogados;
• confirmação de bancos conta movimento;
• confirmação de estoques em poder de terceiros; e
• confirmação de empréstimo;
• coberturas de seguros.

5.1.3 - Exame dos documentos originais


Este tipo de procedimento de auditoria é utilizado como forma de comprovação das transações
comerciais ou de controle. Na aplicação deste tipo de procedimento o auditor deve levar em
consideração, a autenticidade, a normalidade a aprovação e o registro.
ATTIE (1998, p.137), destaca que o auditor ao realizar o exame dos documentos originais,
deve ter em mente os seguintes fatores:
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a. autenticidade: poder de discernimento para verificar se a documentação examinada é fidedigna
e merece fé.
b. normalidade: determinação de que a transação realizada é adequada em função da atividade da
empresa.
c. aprovação: verificação de que a transação e a documentação-suporte foram efetivamente
aprovadas por pessoas em níveis adequados e responsáveis.
d. registro: comprovação de que o registro das operações é adequado em função da documentação
examinada e de que está refletida contabilmente em contas apropriadas.

Principais exemplos de procedimentos de auditoria de exame dos documentos originais:


documentação de aquisição de matérias-primas;
documentação de aquisição ou adições de itens do imobilizado;
documentação de vendas realizadas;
documentação de requisição de matérias-primas à produção;
documentação de serviços adquiridos ou vendidos;
documentação de despesas de viagens;
documentação de apontamento de mão-de-obra direta; e
documentação de contratos de empréstimos obtidos.

5.1.4 Conferência de cálculos


Esse procedimento é utilizado para constatar a adequação dos cálculos aritméticos e
financeiros.

Principais exemplos de procedimentos de auditoria de exame de conferência de


cálculos:
cálculo da listagem de estoques (matérias primas, produtos em elaboração e Produtos
acabados;
soma do diário auxiliar de clientes/fornecedores;
soma do razão auxiliar de clientes/fornecedores;
cálculo dos juros a receber/pagar;
cálculo da depreciação dos bens do imobilizado;

Exame de escrituração
É a técnica de auditoria usada para examinar a veracidade das informações contábeis.
Principais exemplos de procedimentos de auditoria de exame de escrituração:
 análise de contas a receber;
 adições do imobilizado;
composição do saldo de importação em andamento;
análise de despesas de viagens;
conciliação bancária.

5.1.5 Investigação minuciosa


Trata-se de um exame aprofundado da matéria auditada, podendo ser: uma informação obtida,
um documento, etc.

Principais exemplos de procedimentos de auditoria de exame de investigação


minuciosa:
análise minuciosa de razoabilidade da provisão para devedores duvidosos;
análise minuciosa das adições do imobilizado;
exame detalhado dos relatórios de despesas de viagens;
exame detalhado da documentação de compras/vendas;
exame minucioso da conta de manutenção e reparos; e
exame minucioso dos pagamentos realizados.

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5.1.6 Inquérito (inquirição oral)
É uma técnica de auditoria que trata da formulação de perguntas e obtenção de respostas
convincentes. É muito útil para averiguar e estudar o sistema de controle interno.

Principais exemplos de procedimentos de auditoria de inquérito:


inquérito acerca do aumento das vendas do período;
inquérito sobre a situação dos investimentos;
inquérito sobre a existência de materiais de movimentação morosa ou obsoleta;
inquérito sobre a existência de duplicata a receber em atraso; e
inquérito sobre os controles internos existentes.

5.1.7 Exame dos registros auxiliares


Representam o suporte da autenticidade dos registros principais examinados.
Principais exemplos de procedimentos de auditoria dos registros auxiliares:
exame de contagem de caixa;
exame do registro auxiliar de contas a receber/a pagar;
exame do registro auxiliar de vendas;
exame do registro do imobilizado;
exame do registro auxiliar de recebimentos/pagamentos;
exame do registro auxiliar de estoques.

5.1.8 Correlação das informações obtidas


Trata-se harmônico do sistema contábil de partidas dobradas. Exemplo, correlação de
duplicatas a receber com o disponível.

Principais exemplos de procedimentos de auditoria de informações obtidas:


recebimento de duplicatas a receber, que afetam as disponibilidades e contas a receber;
pagamentos a fornecedores, que afetam contas a pagar e o disponível;
depreciação do imobilizado, que afeta o resultado e as depreciações acumuladas

5.1.9 Observação e revisão analítica


É uma técnica que exige senso crítico, conhecimentos e experiência do auditor, que colocada
em prática, possibilitará que sejam identificados quaisquer problemas com relação ao item em exame.
Principais exemplos de procedimentos de auditoria de escrituração:
observação de despesas consideradas como disponível;
observação de itens de movimentação morosa ou obsoletos durante a contagem de
estoques;
observação quanto à uniformidade de obediência aos princípios de contabilidade;
observação quanto à correta classificação contábil; e
observação de passivos não contabilizados.
Os procedimentos de exame analítico abrangem o estudo e confirmação da informação. Os
procedimentos de revisão analítica podem ser empregados em qualquer das três etapas do processo
de auditoria:
• Durante o planejamento, como parte da atualização da informação base.
• Durante a execução dos exames, para produzir evidências de auditoria.
• Na finalização, ao considerar os relatórios gerenciais em conjunto.
A revisão analítica pode envolver:
1. Uma comparação sistemática da informação correspondente ao período atual com os orçamentos
correspondentes a esse período e aos seguintes e com a informação referente a um ou mais
períodos precedentes e/ou seguintes. As variações significativas deverão ser examinadas e

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explicadas adequadamente pelo pessoal da empresa. O procedimento não se esgota com a
obtenção de explicações relativas as variações: elas devem ser analisadas e interpretadas em
relação às informações disponíveis, para verificar se são pertinentes. Em muitos casos, o sistema
de informação gerencial da empresa produz relatórios com explicações e comentários muito úteis
para a auditoria no sentido das respostas à questões levantadas no exame analítico.

2. O estudo da inter-relação entre os componentes das demonstrações contábeis.


A existência de tendências significativas pode ser evidenciada mediante a elaboração e
interpretação de índices, como, por exemplo:
• Lucratividade por produto
• Taxas de remuneração de aplicações com as de mercado
• Índices econômicos e financeiros
• Comparação de informações da empresa com as de empresa do mesmo setor econômico
e do mesmo ramo de atividade e obtenção de explicações sobre as diferenças mais
significativas em índices, etc.

5.1.10 – Testes de auditoria - Testes de observância e substantivos


Os testes de observância visam à obtenção de uma razoável segurança sobre a eficácia e a
eficiência dos procedimentos de controles internos estabelecidos pela administração. Como exemplo
de teste de observância, poder-se-ia citar a entrevista formulada ao responsável pelas atividades
auditadas, o levantamento inicial de informações etc.
Os testes substantivos visam à obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e
validade dos dados produzidos pelo sistema de controle interno da entidade, dividindo-se em:
a) testes de transações e saldos; e
b) procedimentos de revisão analítica.
Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar
os seguintes procedimentos técnicos básicos:
a) Inspeção: exame de registros, de documentos e de ativos tangíveis.
b) Observação: acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução.
c) Investigação e confirmação: obtenção de informações junto a pessoas ou entidades
conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade.
d) Cálculo: conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e
demonstrações contábeis.
e) Revisão analítica: verificação do comportamento de valores significativos,mediante índices,
quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas na identificação de situações ou
tendências atípicas.

Na aplicação dos testes de observância, cabe ao auditor verificar a existência, a efetividade


e a continuidade dos controles internos.
Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões:
a) Existência: se o componente patrimonial existe em certa data.
b) Direitos e obrigações: se efetivamente existentes em determinada data.
c) Ocorrência: se a transação de fato ocorreu.
d) Abrangência: se todas as transações estão registradas.
e) Mensuração, apresentação e divulgação: se os itens estão avaliados, divulgados, classificados
e descritos de acordo com os Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

5.1.11 – Direção dos testes de auditoria

Segundo Almeida (1996, p.35), os saldos de uma conta do balanço patrimonial ou da


demonstração do resultado, podem estar errados para mais (superavaliado) quando para menos

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(subavaliado). Por causa desse risco, os saldos das contas devem ser testados para superavaliação
e para subavaliação.
O que se observa na prática, é que o direcionamento dos testes principais de superavaliação
deve ser para as devedoras (ativo e despesas) e de subavaliação para as contas credoras (passivo
e receitas).
Essa metodologia é usada pelo fato de que as transações serem registradas em partidas
dobradas, e, quando se testam as contas devedoras para supereavaliação, as contas credoras
também acabam sendo testadas indiretamente. Se, por exemplo, a despesa de salários estiver
superavaliada, por terem sido provisionadas indevidamente (a maior) no período, é evidente que a
conta salários a pagar no passivo circulante também estará superavaliada. Nesse sentido também,
quando forem testadas as contas credoras para superavaliação as contas devedoras também estarão
sendo testadas secundariamente. Por exemplo: quando a conta de fornecedores for auditada (testada
por subavaliação) descobre que uma fatura referente a compra de matéria prima não foi lançada,
nesse caso as duas contas – fornecedores e estoques – estarão subavaliadas. No quadro abaixo são
demonstrados os direcionamentos dos testes de subavaliação e de superavaliação:

DIREÇÃO DOS TESTES


TESTE TESTE TESTE TESTE
PRINCIPAL SECUNDÁRIO PRINCIPAL SECUNDÁRIO

ATIVO ATIVO
sub sub

PASSIVO PASSIVO
super. super.
ATIVO DESPESA
super. DESPESA super. DESPESA
sub sub

RECEITA RECEITA
super. super.

ATIVO ATIVO
sub sub

PASSIVO PASSIVO
super. super.
PASSIVO RECEITA
sub DESPESA sub DESPESA
sub sub

RECEITA RECEITA
super. super.

Fonte: Almeida (1996, p.38)

5.2 – Diferenças entre normas e procedimentos de auditoria


Como foi visto, as normas de auditoria são requisitos a serem observados no desempenho dos
trabalhos de auditoria. Elas diferem dos trabalhos de auditoria. Elas são diferentes dos procedimentos
de auditoria naquilo em que os procedimentos relacionam-se com os atos a serem praticados,
enquanto as normas tratam das medidas de qualidade na execução desses atos e dos objetivos a
serem alcançados com o uso dos procedimentos adotados.

33
Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
5.3 – Satisfação global da auditoria
Para cada componente significativo auditado, geralmente, haverá muitas fontes potenciais de
evidência de controle e de comprovação, para atingir os objetivos da auditoria.
Para se escolher as fontes potenciais de evidência, deve-se considerar que o grau de satisfação
da auditoria pode ser conseguido combinando-se diversos procedimentos de auditoria. Entretanto,
deverá ser atingido um equilíbrio entre a eficácia e a eficiência, isto é, dificilmente será necessário ou
viável o exame de todas as fontes de evidência.
A decisão sobre qual a evidência a examinar dependerá de todo o universo de informações que
forem julgadas suficientes, para se obter uma base razoável, no sentido da fundamentação da opinião
sobre os objetivos da auditoria.

5.4 – Procedimentos de auditoria


Nos arquivos em anexo são apresentados os procedimentos e os relatórios de auditoria.

5.5 – Regulamentação Técnica

O CFC regulamentou os procedimentos de auditoria através das Resoluções 820/97,


1012/05 e 1022/05 – NBC-T-11:

RESOLUÇÃO CFC Nº 1203/09


Aprova a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em
Conformidade com Normas de Auditoria

5.6 – Conclusão da Auditoria


EVENTOS SUBSEQÜENTES

SOUZA & PEREIRA (1999, p.13), apud ATTIE, assim se expressam sobre a possível
ocorrência de eventos subseqüentes nos trabalhos de auditoria:

O parecer do auditor é emitido sobre as demonstrações financeiras que reflitam sua


posição patrimonial e financeira, bem como o resultado das operações relativas ao período
findo em certa data.
Como regra geral, as companhias auditadas jamais encerram suas demonstrações
financeiras logo após o término de seu exercício social. Do ponto de vista do auditor, seu
trabalho se inicia após a companhia ter encerrado suas demonstrações financeiras, e
conseqüentemente, grande parte de seu exame é realizado nesta época em que um novo
exercício social é iniciado pela companhia.
....................................................................................................................
Embora o auditor não tenha obrigação de estudar procedimentos de auditoria com a
finalidade de cobrir as transações do período subseqüente, é recomendável que em seu
programa de trabalho inclua certos procedimentos aplicáveis a este período, pois certas
manipulações ou erros realizados pela companhia para o encerramento de suas
demonstrações financeiras podem ser ora constatadas, cujo reflexo deveria ter sido registrado
nas demonstrações financeiras auditadas.

LANÇAMENTOS DE AJUSTES E/OU RECLASSIFICAÇÃO


Durante o trabalho de auditoria numa empresa, o auditor pode vir a detectar erros e
irregularidades nos dados contábeis sob exame que necessitam correções por parte da empresa
auditada. Ocorrendo tais circunstâncias o auditor apontará eventuais erros e irregularidades em
papéis de trabalhos específicos de cada grupamento de contas do balanço e de resultado, os quais,
na finalização do trabalho de auditagem serão transferidos para um novo papel de trabalho-resumo
o qual será levado ao conhecimento da diretoria da empresa para exame e possível adoção e
ajustamento contábil.

PONTOS DE RECOMENDAÇÃO (ou CARTA DE RECOMENDAÇÃO)

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Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
Depois de constatados eventuais irregularidades e erros no exame contábil conforme enfoque
no item precedente, o auditor prepara o papel de trabalho denominado pontos de recomendação onde
evidencia a existência de fraquezas no controle interno da empresa destacando sugestões de
melhorias para os pontos observados.
Este documento é de uso interno da empresa, cabendo a diretoria avaliar as sugestões
apresentadas para a melhoria do resultado da empresa.

6 – PROGRAMAS DE AUDITORIA
Os objetivos do planejamento de auditoria poderão ser atingidos de forma mais eficiente quando
esse planejamento é preparado por escrito. Quando as idéias ou as decisões relativas ao quê, como
e por quê fazer são convertidos em procedimentos de auditoria evidenciados por escrito na forma de
programa os objetivos da auditoria são realizados de forma mais efetiva e mais eficiente.
Os programas de auditoria são a forma escrita de uma série de procedimentos de verificação a
serem aplicados a elementos determinados, com a finalidade de obter informações adequadas que
possibilitam o auditor formar sua opinião sobre as demonstrações contábeis.

6.1 – Elaboração dos programas de auditoria


A elaboração de um programa de auditoria exige, no mínimo, a definição de quatro fases:
• Que características ou circunstâncias devem ser levadas em conta
• Como apreender essas características e circunstâncias
• A ocasião
• Por quem deve ser preparado o programa
O programa deve ser preparado analisando, entre outros aspectos, a natureza e o tamanho
da empresa ou o setor examinado, as políticas e o sistema de controle interno estabelecidos pela
administração e as finalidades do exame que será efetuado.
Essas características e circunstâncias devem ser analisadas através de um estudo geral que
englobe as informações contidas em trabalhos anteriores, o conhecimento do ramo de atividade, a
avaliação dos controles internos, etc.
A época mais adequada para se fazer um programa ocorre na fase final do planejamento dos
trabalhos, depois de ter conhecimento geral das operações através dos manuais dos serviços ou
elaboração de fluxogramas.
A responsabilidade do programa poderá ser do auditor sênior ou do gerente responsável pelo
trabalho.
As características do programa de auditoria variam de caso para caso. Todavia, é possível
estabelecer certos conteúdos mínimos que todo programa deve conter, que são:
a. Objetivo do trabalho
b. Aspectos fundamentais de controles internos
c. Procedimentos de auditoria e momento em que serão efetuados
d. Extensão dos trabalhos que se considera necessária para que o auditor possa concluir
sua opinião.

6.2 – Revisão dos programas de auditoria

Os programas de trabalho deverão ser revisados constantemente para determinar se cumprem


seus objetivos. Para isso, devem ser adaptados às mudanças que ocorrem na empresa auditada e
no contexto em que são aplicados.
O auditor deve suar o seu julgamento para determinar que mudanças requerem simples
adaptações dos programas e quais requerem uma reformulação geral, tendo sempre em conta o
esforço necessário às reformulações e os benefícios que poderão propiciar aos seus trabalhos.

6.3 – Vantagens e desvantagens da utilização de programas de auditoria


As principais vantagens de um programa de auditoria bem elaborado são:
• permitir a fixação da importância relativa de cada trabalho
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Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
• enfatizar o exame das idéias prioritárias
• possibilitar a divisão racional do trabalho entre os elementos da equipe
• facilitar a administração do trabalho
• antecipar a descoberta de problemas
• poder ser empregado, com adaptação, em mais de um trabalho

As desvantagens são muito menores que as vantagens e quase sempre estão ligadas à má
preparação do programa. O programa pode se limitar a capacidade de criação pessoal, à medida que
o trabalho do auditor pode tornar rotineiro e mecânico. Há ainda o risco de que algum procedimento
não seja aplicado simplesmente porque foi omitido no programa.
Grande parte das desvantagens pode ser eliminada desde que o auditor tenha experiência e
conhecimento não só do quê e como fazer, mas principalmente do porquê fazer.

6.4 – Exemplo de programa de auditoria

Em anexo constam os arquivos com os PA (programas de auditoria)

7 - RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS -


em vigor a partir de 01.01.2010 – emitidos e 2011.
(Antigo PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES)

Tipos de relatórios:

1 – OPINIÃO NÃO MODIFICADA - O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando
concluir que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de
acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável

2 – OPINIÃO MODIFICADA – É quando o auditor deve emitir um relatório apropriado nas


circunstâncias em que, ao formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis de acordo com a
NBC TA 700, o auditor conclui que é necessária uma modificação na sua opinião sobre as
demonstrações contábeis. A modificação da opinião tem o significado de emitir um relatório
diferente do “limpo”, ou seja, observando um dos tipos a seguir apresentado.

TIPOS DE RELATÓRIO MODIFICADO: opinião com ressalva, opinião adversa e abstenção de


opinião.

3 – PARÁGRAFOS DE ÊNFASE E PARÁGRAFOS DE OUTROS ASSUNTOS NO RELATÓRIO


DO AUDITOR INDEPENDENTE – São comunicações adicionais incluídas no relatório do auditor,
quando este considerar necessário para:

(a) chamar a atenção dos usuários para um assunto ou assuntos apresentados ou divulgados nas
demonstrações contábeis, de tal relevância que são fundamentais para o entendimento das
demonstrações contábeis; ou
(b) chamar a atenção dos usuários para quaisquer assuntos que não os apresentados ou
divulgados nas demonstrações contábeis e que sejam relevantes para o usuário entender a
auditoria, a responsabilidade do auditor ou o relatório de auditoria

Para os fins das normas de auditoria, os termos a seguir possuem os significados a eles atribuídos:

Parágrafo de ênfase é o parágrafo incluído no relatório de auditoria referente a um assunto


apropriadamente apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, de acordo com o
julgamento do auditor, é de tal importância, que é fundamental para o entendimento pelos usuários
das demonstrações contábeis.
http://www.tbg.com.br/ra2015/relatorio-auditores.html

Relatório dos auditores independentes


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Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
Aos Administradores e Acionistas
Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. – TBG
Rio de Janeiro – RJ

Examinamos as demonstrações contábeis da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A.


(a “Companhia”) que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2015 e as
respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio
líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, assim como o resumo das principais
políticas contábeis e as demais notas explicativas.

Responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis

A Administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas


demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles
internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações
contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou por erro.

Responsabilidade dos auditores independentes

Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base
em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria.
Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelo auditor e que a auditoria seja
planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações
contábeis estão livres de distorção relevante.
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a
respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos
selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção
relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou por erro.

Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e
adequada apresentação das demonstrações contábeis da Companhia para planejar os procedimentos
de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para expressar uma opinião sobre a
eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui também a avaliação da
adequação das políticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela
administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em
conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa
opinião.

Opinião

Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em


todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Transportadora Brasileira
Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. em 31 de dezembro de 2015, o desempenho de suas operações e os seus
fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil.

Ênfase

Chamamos a atenção para as Notas 1 e 7 às demonstrações contábeis, que descrevem que as


operações da Companhia são basicamente efetuadas com empresas do Sistema Petrobras e,
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Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
portanto, estas demonstrações contábeis devem ser lidas nesse contexto. Nossa opinião não está
ressalvada em função desse assunto.

Outros assuntos
Informação suplementar – demonstração do valor adicionado

Examinamos também a demonstração do valor adicionado (DVA), referente ao exercício findo em 31


de dezembro de 2015, preparada sob a responsabilidade da Administração da Companhia e
apresentada como informação suplementar. Essa demonstração foi submetida aos mesmos
procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, está adequadamente
apresentada, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações contábeis tomadas
em conjunto.

Rio de Janeiro, 10 de março de 2016.

PricewaterhouseCoopers
Auditores Independentes
CRC 2SP000160/O-5 “F” RJ

Christiano Augusto Beleze dos Santos


Contador CRC
1SP219266/O-7 “S” RJ

Parágrafos de outros assuntos é o parágrafo incluído no relatório de auditoria que se refere a um


assunto não apresentado ou não divulgado nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o
julgamento do auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, a responsabilidade do
auditor ou o relatório de auditoria.

http://cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/02/NBC_TA_03112016.pdf lista de todas

NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as


Demonstrações Contábeis;
NBC TA 701 – Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do Auditor
Independente;
NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente, e
NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor
Independente.

http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/001336 PME

http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2015/CTA02 INDIVIDUAIS E
CONSOLIDADAS

7.1 - OPINIÃO NÃO MODIFICADA - RESOLUÇÃO CFC Nº 1231/09 - APROVA A NBC TA 700 –
FORMAÇÃO DA OPINIÃO E EMISSÃO DO RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE SOBRE
AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.

Objetivos do auditor
(a) formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões
atingidas pela evidência de auditoria obtida; e
(b) expressar claramente essa opinião por meio de relatório de auditoria por escrito que também
descreve a base para a referida opinião.

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Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
Forma da opinião
O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando concluir que as demonstrações
contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório
financeiro aplicável.

O auditor deve modificar a opinião no seu relatório de auditoria de acordo com a NBC TA
705 se:

(a) concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas
em conjunto apresentam distorções relevantes; ou
(b) não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as
demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.

Se as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com os requisitos de uma estrutura de


apresentação adequada não atingem uma apresentação adequada, o auditor deve discutir o
assunto com a administração e, dependendo dos requisitos da estrutura de relatório financeiro
aplicável e como o assunto é resolvido, deve determinar se é necessário modificar a opinião no seu
relatório de auditoria de acordo com a NBC TA 705.

Quando as demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com a estrutura de conformidade, o


auditor não precisa avaliar se as demonstrações contábeis atingem uma apresentação adequada.
Entretanto, se em circunstâncias extremamente raras o auditor concluir que essas demonstrações
contábeis são enganosas, deve discutir o assunto com a administração e, dependendo de como o
assunto é resolvido, deve determinar a necessidade e a forma de comunicar isso no seu relatório de
auditoria.

Aplicação e outros materiais explicativos

Tipos de opinião modificada

A1. A tabela a seguir mostra como a opinião do auditor sobre a natureza do assunto que gerou a
modificação, e a disseminação de forma generalizada dos seus efeitos ou possíveis efeitos sobre as
demonstrações contábeis, afeta o tipo de opinião a ser expressa.

Exemplos de parágrafos com opinião modificada

http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA705 modificações

Base para opinião com ressalva

Os estoques da Companhia estão apresentados no balanço patrimonial por $ xxx. A administração


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não avaliou os estoques pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, mas
somente pelo custo, o que representa um desvio em relação às práticas contábeis adotadas no
Brasil. Os registros da Companhia indicam que se a administração tivesse avaliado os estoques
pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, teria sido necessário uma provisão de
$ xxx para reduzir os estoques ao valor líquido de realização. Consequentemente, o lucro líquido e
o patrimônio líquido teriam sido reduzidos em $ xxx e $ xxx, respectivamente, após os efeitos
tributários.

Opinião com ressalva

Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para opinião com
ressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os
aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de
20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela
data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

São Paulo/SP, 31 de março de 2010.

AUDITATUDO AUDITORES INDEPENDENTES S.S. LTDA.


CRC/MG 099.999/0

Aldo Escriba da Silva


Contador - CRC/MG 011.111/1

(1) Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de expressar uma opinião
sobre a eficácia dos controles internos em conjunto com a auditoria das demonstrações contábeis, a
redação dessa sentença seria como segue: “Nessas avaliações de risco, o auditor considera os
controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações
contábeis da entidade para planejar procedimentos de auditoria que são apropriados nas
circunstâncias.”

Base para opinião adversa

Conforme explicado na Nota X, a Companhia não consolidou as demonstrações contábeis da


controlada XYZ, que foi adquirida durante 20X1, devido não ter sido possível determinar os valores
justos de certos ativos e passivos relevantes dessa controlada na data da aquisição. Esse
investimento, portanto, está contabilizado com base no custo. De acordo com as normas
internacionais de relatório financeiro, a controlada deveria ter sido consolidada. Se a controlada
XYZ tivesse sido consolidada, muitos elementos nas demonstrações contábeis teriam sido afetados
de forma relevante. Os efeitos da não consolidação sobre as demonstrações contábeis não foram
determinados.

Opinião adversa

Em nossa opinião, devido à importância do assunto discutido no parágrafo Base para opinião
adversa, as demonstrações contábeis consolidadas não apresentam adequadamente a posição
patrimonial e financeira consolidada da Companhia ABC e suas controladas em 31 de dezembro de
20X1, o desempenho consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados para o
exercício findo em 31 de dezembro de 20X1 de acordo com as normas internacionais de relatório
financeiro.

São Paulo/SP, 31 de março de 2010.

AUDITATUDO AUDITORES INDEPENDENTES S.S. LTDA.


CRC/MG 099.999/0

Aldo Escriba da Silva


Contador - CRC/MG 011.111/1
40
Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
(1) Título no plural em decorrência do uso mais frequente pelas firmas (pessoa jurídica), todavia
deve ser adaptado às circunstâncias de auditor pessoa física.

(2) Adaptar este parágrafo e o da opinião caso seja inclusa outras demonstrações.

(3) Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de expressar uma opinião
sobre a eficácia dos controles internos em conjunto com a auditoria das demonstrações contábeis, a
redação dessa sentença seria como segue: “Nessas avaliações de risco, o auditor considera os
controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações
contábeis da entidade para planejar procedimentos de auditoria que são apropriados nas
circunstâncias.”

Base para opinião com ressalva

O investimento da Companhia ABC na Empresa XYZ, uma coligada estrangeira adquirida durante o
exercício e contabilizada pelo método de equivalência patrimonial, está registrado por $ xxx no
balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1, e a participação da Companhia ABC no lucro
líquido da Empresa XYZ de $ xxx está incluído no resultado do exercício findo em 31 de dezembro
de 20X1 da Companhia ABC. Não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e
suficiente sobre o valor contábil do investimento da Companhia ABC na Empresa XYZ em 31 de
dezembro de 20X1 e da participação dela no lucro líquido da investida XYZ em razão de não termos
tido acesso às informações contábeis, à administração e aos auditores da Empresa XYZ.
Consequentemente, não nos foi possível determinar se havia necessidade de ajustar esses valores.

Opinião com ressalva

Em nossa opinião, exceto pelos possíveis efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para
opinião com ressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente,
em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de
dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício
findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

São Paulo/SP, 31 de março de 2010.

AUDITATUDO AUDITORES INDEPENDENTES S.S. LTDA.


CRC/MG 099.999/0

Aldo Escriba da Silva


Contador - CRC/MG 011.111/1

Base para abstenção de opinião

O investimento da empresa no empreendimento XYZ (localizado no País X e cujo controle é


mantido de forma compartilhada) está registrado por $ xxx no balanço patrimonial da Companhia
ABC, que representa mais de 90% do seu patrimônio líquido em 31 de dezembro de 20X1.

Não nos foi permitido o acesso à administração e aos auditores da XYZ, incluindo a documentação
de auditoria do auditor da XYZ. Consequentemente, não nos foi possível determinar se havia
necessidade de ajustes em relação à participação proporcional da Companhia nos ativos da XYZ,
que ela controla em conjunto, assim como sua participação proporcional nos passivos da XYZ pelos
quais ela é responsável em conjunto, e sua participação proporcional nas receitas, despesas e nos
elementos componentes das demonstrações das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de
caixa do exercício findo naquela data.

Abstenção de opinião

Devido à relevância do assunto descrito no parágrafo Base para abstenção de opinião, não nos foi
41
Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de
auditoria. Consequentemente, não expressamos uma opinião sobre as demonstrações contábeis
acima referidas.

São Paulo/SP, 31 de março de 2010.

AUDITATUDO AUDITORES INDEPENDENTES S.S. LTDA.


CRC/MG 099.999/0

Aldo Escriba da Silva


Contador - CRC/MG 011.111/1

(1) No caso de também incluir demonstrações consolidadas, adaptar o texto, inclusive no que tange
a inclusão da expressão “e controladas”. De forma similar, caso o exame inclua outras
demonstrações (exemplo Demonstração do Valor Adicionado), este parágrafo também deve ser
adaptado.

(2) Adaptar no caso de auditor pessoa física ou firma individual.

Base para abstenção de opinião

Fomos nomeados auditores da Companhia ABC após 31 de dezembro de 20X1 e, portanto, não
acompanhamos a contagem física dos estoques no início e no final do exercício. Não foi possível
nos satisfazer por meios alternativos quanto às quantidades em estoque em 31 de dezembro de
20X0 e 20X1 que estão registradas no balanço patrimonial por $ xxx e $ xxx, respectivamente.
Adicionalmente, a introdução do novo sistema informatizado de contas a receber em setembro de
20X1 resultou em diversos erros no saldo das contas a receber. Na data do nosso relatório de
auditoria, a administração ainda estava no processo de sanar as deficiências do sistema e de
corrigir os erros. Não conseguimos confirmar ou verificar por meios alternativos as contas a receber
incluídas no balanço patrimonial no valor total de $ xxx em 31 de dezembro de 20X1. Em
decorrência desses assuntos, não foi possível determinar se teria havido necessidade de efetuar
ajustes em relação aos estoques registrados ou não registrados e no saldo de contas a receber,
assim como nos elementos componentes das demonstrações do resultado, das mutações do
patrimônio líquido e dos fluxos de caixa.

Abstenção de opinião

Devido à relevância dos assuntos descritos no parágrafo Base para abstenção de opinião, não nos
foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de
auditoria. Consequentemente, não expressamos opinião sobre as demonstrações contábeis acima
referidas.

São Paulo/SP, 31 de março de 2010.

AUDITATUDO AUDITORES INDEPENDENTES S.S. LTDA.


CRC/MG 099.999/0

Aldo Escriba da Silva


Contador - CRC/MG 011.111/1

(1) Título no plural em decorrência do uso mais frequente pelas firmas (pessoa jurídica), todavia
deve ser adaptado às circunstâncias de auditor pessoa física.

(2) No caso do relatório cobrir outros aspectos legais e regulatórios, seria necessário um subtítulo
para especificar que essa primeira parte do relatório refere-se às demonstrações contábeis e após a
opinião sobre elas e eventuais parágrafos de ênfase e de outros assuntos, seria incluso outro
subtítulo.
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(3) No caso de também incluir demonstrações consolidadas, adaptar o texto, inclusive no que tange
a inclusão da expressão “e controladas”. De forma similar, caso o exame inclua outras
demonstrações (exemplo Demonstração do Valor Adicionado), este parágrafo também deve ser
adaptado.

(4) Ou outro termo que seja apropriado no contexto da estrutura legal específica. Para relatórios
emitidos no Brasil sobre entidades brasileiras deve ser utilizada essa expressão.

(5) Adaptar no caso de auditor pessoa física ou firma individual.

7.3 PARÁGRAFOS DE ÊNFASE E PARÁGRAFOS DE OUTROS ASSUNTOS NO RELATÓRIO


DO AUDITOR INDEPENDENTE.

http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA706 ênfase e outros


assuntos

Definições

5. Para os fins das normas de auditoria, os termos a seguir possuem os significados a eles
atribuídos:

Parágrafo de ênfase é o parágrafo incluído no relatório de auditoria referente a um assunto


apropriadamente apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, de acordo
com o julgamento do auditor, é de tal importância, que é fundamental para o entendimento
pelos usuários das demonstrações contábeis.

Parágrafos de outros assuntos é o parágrafo incluído no relatório de auditoria que se refere a


um assunto não apresentado ou não divulgado nas demonstrações contábeis e que, de
acordo com o julgamento do auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, a
responsabilidade do auditor ou o relatório de auditoria.

Requisitos

Parágrafos de ênfase no relatório do auditor independente

6. Se o auditor considera necessário chamar a atenção dos usuários para um assunto apresentado
ou divulgado nas demonstrações contábeis que, segundo seu julgamento, tem tal importância e é
fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações contábeis, ele deve incluir
parágrafo de ênfase no relatório, desde que tenha obtido evidência de auditoria suficiente e
apropriada, de que não houve distorção relevante do assunto nas demonstrações contábeis. Tal
parágrafo deve referir-se apenas a informações apresentadas ou divulgadas nas demonstrações
contábeis (ver itens A1 e A2).

7. Quando o auditor incluir um parágrafo de ênfase no relatório, ele deve:

(a) incluí-lo imediatamente após o parágrafo de opinião no relatório do auditor;

(b) usar o título “Ênfase” ou outro título apropriado;

(c) incluir no parágrafo uma referência clara ao assunto enfatizado e à nota explicativa que descreva
de forma completa o assunto nas demonstrações contábeis; e

(d) indicar que a opinião do auditor não se modifica no que diz respeito ao assunto enfatizado (ver
itens A3 e A4).

Parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independente


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8. Se o auditor considera necessário comunicar outro assunto, não apresentado nem divulgado nas
demonstrações contábeis, e que de acordo com seu julgamento é relevante para o entendimento,
pelos usuários, da auditoria, da responsabilidade do auditor ou do relatório de auditoria, e não for
proibido por lei ou regulamento, ele deve fazê-lo em um parágrafo no relatório de auditoria, com o
título “Outros assuntos” ou outro título apropriado. O auditor deve incluir esse parágrafo
imediatamente após o parágrafo de opinião e de qualquer parágrafo de ênfase, ou em outra parte
do relatório, se o conteúdo do parágrafo de outros assuntos for relevante para a seção Outras
Responsabilidades de Relatório (ver itens A5 a A11).

Exemplo de relatório de auditoria que inclui parágrafo de ênfase

As circunstâncias incluem:

• Auditoria de conjunto completo de demonstrações contábeis elaborados pela administração


da entidade, em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
• Os termos do trabalho de auditoria refletem a descrição da responsabilidade da
administração pelas demonstrações contábeis na NBC TA 210.
• Há incerteza relativa a um assunto litigioso excepcional.
• Um desvio da estrutura de relatório financeiro aplicável resultou em uma opinião com
ressalva.
• Além da auditoria das demonstrações contábeis, o auditor pode ter outras responsabilidades
exigidas pela lei local. No Brasil inexiste tal responsabilidade, uma vez que as normas do
CFC são de âmbito nacional, portanto, não considerado no exemplo.

Base para opinião com ressalva

As aplicações financeiras em títulos e valores mobiliários destinadas à negociação da Companhia


estão apresentadas no balanço patrimonial por $ xxx. A administração não ajustou essas aplicações
ao valor de mercado na data do balanço, ao invés disso, apresentou tais aplicações pelo valor de
custo, o que constitui um desvio em relação às práticas contábeis adotadas no Brasil. Os registros
da Companhia indicam que se a administração tivesse apresentado essas aplicações ao valor de
mercado, a Companhia teria reconhecido a perda não realizada de $ xxx na demonstração do
resultado para o exercício findo em .... O valor contábil das aplicações em títulos e valores
mobiliários no balanço patrimonial teria sido reduzido no mesmo valor em 31 de dezembro de 20X1
e o resultado líquido, assim como o patrimônio líquido teriam sido reduzidos em $ xxx e $ yyy,
respectivamente, após os efeitos tributários.

Opinião com ressalva

Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para a opinião com
ressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os
aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de
20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela
data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Ênfase

Chamamos à atenção para a Nota X às demonstrações contábeis, que descreve a incerteza(1)


relacionada com o resultado da ação judicial movida contra a Companhia pela Empresa XYZ. Nossa
opinião não contém ressalva relacionada a esse assunto.

São Paulo/SP, 31 de março de 2010.

AUDITATUDO AUDITORES INDEPENDENTES S.S. LTDA.


CRC/MG 099.999/0

Aldo Escriba da Silva


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Contador - CRC/MG 011.111/1

(8) Ao destacar a incerteza, o auditor usa a mesma terminologia usada na nota às demonstrações
contábeis.

PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA (PAAs) APARTIR DE 2017 SOMENTE PARA CIAS


ABERTAS LISTADAS EM BOLSA:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0a
hUKEwj59pODkd3WAhWIhZAKHTssB58QFggmMAA&url=http%3A%2F%2Fcfc.org.br%2Fwp-
content%2Fuploads%2F2016%2F01%2FNBCTA701_aud.docx&usg=AOvVaw2xglPYvPOVze2EZ41
2IlhQ

RELATÓRIO DE AUDITORIA PARA PME:

http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/001336 PME

RELATÓRIO DE AUDIPRIA PARA DEMONSTRAÇÕES INDIVIDUAIS E CONSOLIDADAS

http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2015/CTA02 INDIVIDUAIS E
CONSOLIDADAS

8 - Conclusão
Como foi visto, o trabalho de auditoria contábil das demonstrações contábeis deve ser
realizado de acordo com as Normas de Auditoria Independente emitidas pelo CFC. Dessa forma, o
responsável pelo trabalho da auditoria deve estar em condições de responder afirmativamente e
comprovar por meio de papéis de trabalho as seguintes questões:

1. NORMAS RELATIVAS À PESSOA (EQUIPE):


• A equipe de auditoria (sócio, gerente, sênior e assistentes) tinha competência para
realizar o trabalho e havia sido devidamente treinada para assumir suas
responsabilidades?
• A equipe era mentalmente independente em relação ao trabalho?
• Todos os membros da equipe executaram suas funções com zelo profissional?

2. NORMAS RELATIVAS À EXECUÇÃO DOS TRABALHOS


• O trabalho foi devidamente planejado?
• O trabalho da equipe foi supervisionado e teve sua qualidade controlada?
• O controle interno da empresa foi devidamente avaliado e testado?
• Os papéis de trabalho contêm evidências de todo o trabalho executado e constituem
suporte adequado para o parecer emitido?

1. NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO


• O parecer identifica as demonstrações contábeis auditadas e a responsabilidade do
auditor e da administração?
• O trabalho da auditoria foi realizado na extensão julgada necessária nas circunstâncias
sem que houvesse restrição que prejudicasse a aplicação das normas de auditoria?
• As demonstrações contábeis auditadas estão de acordo com as Práticas Contábeis
Adotadas no Brasil (princípios fundamentais de contabilidade)

➢ Postulado da Entidade: todos os bens, direitos e obrigações apresentados


referem-se a operações reais da empresa e todos os bens, direitos e obrigações
estão apresentados nas demonstrações contábeis?

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➢ Postulado da Continuidade: há algum fato que ameace de forma significativa a
continuidade das operações da empresa e que deva ser mencionado em parágrafo
ênfase?
➢ Princípio do Custo como Base de Valor (Valor original): os ativos estão
avaliados pelo custo de produção ou aquisição?
➢ Princípio da Realização da Receita em Regime de Competência: todas a
receitas apropriadas no período foram devidamente realizadas, ou seja, os bens
relativos às operações de venda foram efetivamente entregue aos clientes e os
serviços efetivamente prestados?
➢ Princípio da Confrontação das Despesas com as Receitas e com os Períodos
em Regime de Competência: todas as despesas relativas às receitas realizadas
no período foram reconhecidas no mesmo período e todas as despesas relativas
ao período contábil encerrado foram reconhecidas?
➢ Princípio do Denominador Comum Monetário: as operações e as
demonstrações contábeis foram mensuradas em moeda nacional de poder
aquisitivo da data do balanço?
➢ Convenção da Objetividade: todos os registros contábeis estão suportados por
documentos e critérios contábeis objetivos?
➢ Convenção do Conservadorismo ou Prudência: os valores atribuídos aos ativos
são inferiores aos valores de realização e os passivos estão avaliados pelo valor
máximo das obrigações conhecidas até a data do encerramento do balanço?
➢ Convenção da Relevância: todos os itens relevantes que poderiam afetar a
análise e interpretação das demonstrações contábeis foram devidamente
avaliados?
➢ Convenção da Consistência: foram mantidos os critérios contábeis aplicados em
exercícios anteriores?

Quando o auditor responder afirmativamente a todas essas questões e possuir em seus


papéis de trabalho evidencia que comprove essas afirmações, poderá estar ciente de que o seu
trabalho de auditoria foi executado de acordo com as Normas de Auditoria Independente.

8.1 - Princípios Fundamentais de Contabilidade (extintos, mas importantes para a


auditpria)

Os princípios contábeis se constituem num conjunto de regras fundamentais para a execução do


sistema contábil.

A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade1 enumera os princípios contábeis de acordo com as


Normas Internacionais de Contabilidade, são regulamentadas no Brasil pelo Conselho Federal de
Contabilidade - CFC, pela Resolução CFC No. 1.374/11 (disponível em NBC TG Estrutura Conceitual
- Resolução nº. 1.374/11). 2

De conformidade com a antiga Resolução CFC n 750/93 os Princípios Fundamentais de


Contabilidade conceituados nos artigos 4 ao 10 são:

1 Princípio da entidade (Entity)


Art. 4º - O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de
pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o

1 Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro - Correlação às Normas


Internacionais de Contabilidade – The Conceptual Framework for Financial Reporting (IASB – BV 2011 Blue Book) em
http://www.cpc.org.br/pdf/CPC00_R1.pdf
Ou ainda em word: CFC - NBC TG Estrutura Conceitual - Resolução nº. 1.374/11.
2

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patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de
sociedade ou instituição.
Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence á ENTIDADE, mas a recíproca não é
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova
ENTIDADE, mas numa unidade e natureza econômico-contábil.

2 Princípio da continuidade (Going Concern)


Art. 5 A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou
provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações
patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
Parágrafo 1 A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos
casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE
tem prazo determinado, previsto ou previsível.
Parágrafo 2 A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta
aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA por efeito de se relacionar diretamente à
quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de se constituir
dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.”“.

3 Princípio da oportunidade
Art. 6 O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade
e à integridade do registro do patrimônio e de suas mutações, determinando que este seja
feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram
Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser
feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os
aspectos físicos e monetários;
III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no
patrimônio da Entidade em um período de tempo determinado, base necessária para gerar
informações úteis ao processo decisório da gestão.”“.

4. Princípio do registro pelo valor original (Cost basic of valuation)


Art. 7 Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais
das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que
serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando
configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.

5. Princípio da atualização monetária


Art. 8 Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser
reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores
dos componentes patrimoniais.

6. Princípio da competência (Accrual basics of accounting)


Art. 9 As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do
período em que ocorreram, sempre simultaneamente quando se correlacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento.

7. Princípio da prudência
Art. 10. O princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alteram o
Patrimônio Líquido.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE – ALTERAÇÕES
HISTÓRICAS
Por intermédio da Resolução CFC nº 1.282, de 28/05/2010 (DOU de 02/06/2010), foram atualizados e
consolidados dispositivos da Resolução CFC nº 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de
Contabilidade.

Dentre as alterações promovidas pela referida Resolução, destacam-se:

a) A nova denominação dos princípios contábeis que passarão a ser chamados apenas de “Princípios de
Contabilidade (PC)”, anteriormente denominados como “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)”.

b) O novo texto inserido na consideração inicial da Resolução que passou a constar “Considerando a
necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de
Contabilidade” onde constava “Considerando que a evolução da última década na área da Ciência Contábil
reclama a atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a
Resolução CFC 530/81”.

c) Atualizações aos Princípios:

c.1) da Continuidade:

Que se mostra mais sucinto em seu texto atual, porém com a mesma previsão prática: “O Princípio da
Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a
apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância”.

c.2) da Oportunidade:

Atualização que inova apenas no tocante ao descumprimento do princípio que pode ensejar a sua
irrelevância:

“O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes


patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e
tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua
relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação”.

c.3) do Registro pelo Valor Original:

Atualização mais extensa, consiste na previsão de atualização monetária pela variação do poder aquisitivo da
moeda nacional, bem como, das possíveis alterações de custo histórico dos ativos e passivos:

a) Custo corrente: os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das
demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa,
não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das
demonstrações contábeis.

b) Valor realizável: os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa
e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes
obrigações no curso normal das operações da Entidade.

c) Valor presente: os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida
de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são
mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja
necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade.

d) Valor justo: é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos.

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e) Atualização monetária: os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser

reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos
componentes patrimoniais.

c.4) da Competência:

O Princípio da Competência em contrapartida, não apenas deixa de inovar como foi resumido, resultando em
apenas dois parágrafos que tratam do efeito das transações, dispondo que as transações sejam reconhecidas
nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento, bem como, pressupõe a
simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

c.5) da Prudência:

Na mesma linha do princípio anterior, não inova, foi apenas resumido, passando à seguinte redação:

“O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos
necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam
superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao
processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais”.

d) a revogação expressa do Princípio da Atualização Monetária.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

➢ ATTIE, Willian. Auditoria – Conceitos e Aplicações. 4ª ed. – São Paulo: Atlas, 2009
➢ CRCRS - Normas brasileiras de contabilidade, auditoria independente, auditoria interna e perícia
contábil. Porto alegre: CRCRS, 2009. Disponível em:
http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_normas_auditorias_pericia.PDF
➢ OLIVEIRA, Luis Martins; PEREZ JR. José Hernandez. Auditoria das demonstrações contábeis: Testes,
Casos Práticos e Exercícios. São Paulo, Atlas, 2004
➢ ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria. São Paulo: Editora Atlas, 6ª edição, 2003
➢ ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Auditoria de impostos e contribuições: IRPJ, CSLL, PIS/PASEP,
COFINS, ICMS, IPI, ISS. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
➢ ATTIE, William, Auditoria Interna. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
➢ OLIVEIRA, Luiz Martins; DINIZ FILHO, André. Curso Básico de Auditoria. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
➢ PEREZ JR. José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 3 ed.
São Paulo: Atlas. 2004.

PROCESSO DE CONVERGÊNCIA DA NORMAS INTERNACIONAIS NO BRASIL – CPC e CFC.

O CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis representa a perspectiva de importantes avanços no caminho


da atualização e da modernização de normas e preceitos contábeis. Na perspectiva da história, ele é o resultado
da abertura da economia brasileira para o exterior, a qual colocou nossas empresas em contato direto com
economias mais avançadas, inclusive com títulos negociados nas bolsas de maior movimento do mundo, e ao
alcance dos investidores sediados em outros países.

Como conseqüência, ficou muito claro que a diversidade de práticas contábeis entre as diversas economias
representava um significativo custo extra e uma dificuldade a mais para a indispensável troca de informações
e para a acomodação de posições.

Essa questão, aliás, não se apresentou apenas para nós: também as economias centrais, pelas mesmas
razões, buscam uma maneira de compatibilizar normas e procedimentos contábeis.
A necessidade, portanto, de harmonização das normas contábeis passou a fazer parte das preocupações dos
principais organismos envolvidos com tais assuntos – como o Conselho Federal de Contabilidade, o IBRACON
e a Comissão de Valores Mobiliários –, dos quais resultou uma série de medidas já em andamento.

Na verdade, estamos diante de uma dupla convergência: de um lado, a necessidade universal de integrar regras
contábeis aos padrões internacionais; de outro, a participação, no debate interno, de representantes de todos

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os atores do mercado brasileiro – governo, iniciativa privada e órgãos acadêmicos – dialogando livre e
democraticamente no CPC.

O CPC foi criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo "o estudo, o preparo e a emissão
de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa
natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e
uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade
Brasileira aos padrões internacionais".

Os pronunciamentos, interpretações e orientações emanadas pelo CPC são elaborados com base nas normas
internacionais e análisados por especialistas e dos representantes dos segmentos envolvidos. E, apenas após
audiência pública são aprovados e publicados para regulamentar e orientar a elaboração e divulgação das
informações contábeis das empresas. http://www.cpc.org.br/index.php

O CFC – Conselho Federal de Contabilidade possui representatividade de todos os estados da Federação e do


Distrito Federal. Tem por finalidade orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por
intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade. Tem como missão e visão institucional promover o
desenvolvimento da profissão contábil, primando pela ética e qualidade na prestação dos serviços, realizando
o registro e a fiscalização de profissionais e organizações contábeis e atuando como fator de proteção da
sociedade – tudo isso com o fim de ser reconhecido como um Conselho atuante e representativo da profissão
contábil.

Para cada Pronunciamento do CPC, o CFC emite uma resolução que passa a ser a norma para todos os
contabilistas.

A seguir são apresentados os pronunciamentos, interpretações e orientações do CPC e as correspondentes as


Resoluções do CFC que regulamentam NBC (Normas Brasileiras de Contabilidade), e no sentido da
convergência internacional da contabilidade brasileira. www.cfc.org.br

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NBC Correlação
Nova Numeração Resolução CFC Nome da Norma CPC IASB
NBC TG ESTRUTURA 1.374/11 Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro CPC 00R1 Framework
CONCEITUAL
NBC TG 01 (R4) DOU 22/12/17 Redução ao Valor Recuperável de Ativos CPC 01R1 IAS 36
NBC TG 02 (R3) DOU 22/12/17 Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações CPC 02R2 IAS 21
Contábeis
NBC TG 03 (R3) DOU 22/12/16 Demonstração dos Fluxos de Caixa CPC 03R2 IAS 7
NBC TG 04 (R4) DOU 22/12/17 Ativo Intangível CPC 04R1 IAS 38
NBC TG 05 (R3) DOU 01/12/14 Divulgação sobre Partes Relacionadas CPC 05R1 IAS 24
NBC TG 06 (R2) DOU 06/11/15 Operações de Arrendamento Mercantil (revogada a partir de 31/12/2018) CPC 06R1 IAS 17
NBC TG 06 (R3) DOU 22/12/17 Operações de Arrendamento Mercantil (vigora a partir de 1º/01/2019) CPC 06R2 IFRS 16
NBC TG 07 (R2) DOU 22/12/17 Subvenção e Assistência Governamentais CPC 07R1 IAS 20
NBC TG 08 1.313/10 Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários CPC 08R1 IAS 39(part)
NBC TG 09 1.138/08 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) CPC 09 Não há
NBC TG 10 (R3) DOU 22/12/17 Pagamento Baseado em Ações CPC 10R1 IFRS 2
NBC TG 11 (R2) DOU 22/12/17 Contratos de Seguro CPC 11 IFRS 4
NBC TG 12 1.151/09 Ajuste a Valor Presente CPC 12 Não há
NBC TG 13 1.152/09 Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08 CPC 13 Não há
NBC TG 15 (R4) DOU 22/12/17 Combinação de Negócios CPC 15 R1 IFRS 3
NBC TG 16 (R2) DOU 22/12/17 Estoques CPC 16R1 IAS 2
NBC TG 18 (R3) DOU 22/12/17 Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em CPC 18R2 IAS 28
Conjunto
NBC TG 19 (R2) DOU 06/11/15 Negócios em Conjunto CPC 19R2 IAS 31
NBC TG 20 (R2) DOU 22/12/17 Custos de Empréstimos CPC 20 IAS 23
NBC TG 21 (R4) DOU 22/12/17 Demonstração Intermediária CPC 21 IAS 34
NBC TG 22 (R2) DOU 06/11/15 Informações por Segmento CPC 22 IFRS 8
NBC TG 23 (R2) DOU 22/12/17 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro CPC 23 IAS 8
NBC TG 24 (R2) DOU 22/12/17 Evento Subsequente CPC 24 IAS 10
NBC TG 25 (R2) DOU 22/12/17 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes CPC 25 IAS 37
NBC TG 26 (R5) DOU 22/12/17 Apresentação das Demonstrações Contábeis CPC 26R1 IAS 1
NBC TG 27 (R4) DOU 22/12/17 Ativo Imobilizado CPC 27 IAS 16
NBC TG 28 (R4) DOU 22/12/17 Propriedade para Investimento CPC 28 IAS 40
NBC TG 29 (R2) DOU 06/11/15 Ativo Biológico e Produto Agrícola CPC 29 IAS 41
NBC TG 31 (R4) DOU 22/12/17 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada CPC 31 IFRS 5
NBC TG 32 (R4) DOU 22/12/17 Tributos sobre o Lucro CPC 32 IAS 12
NBC TG 33 (R2) DOU 06/11/15 Benefícios a Empregados CPC 33R1 IFRS 19
NBC TG 35 (R2) DOU 26/12/14 Demonstrações Separadas CPC 35 R2 IAS 27
NBC TG 36 (R3) DOU 06/11/15 Demonstrações Consolidadas CPC 36 R3 IAS 27
NBC TG 37 (R5) DOU 22/12/17 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade CPC 37R1 IFRS 1
NBC TG 39 (R5) DOU 22/12/17 Instrumentos Financeiros: Apresentação CPC 39 IAS 32
NBC TG 40 (R3) DOU 22/12/17 Instrumentos Financeiros: Evidenciação CPC 40 IFRS 7
NBC TG 41 (R2) DOU 22/12/17 Resultado por Ação CPC 41 IAS 33
NBC TG 43 1.315/10 Adoção Inicial das NBC Ts Convergidas em 2009 CPC 43R1 Não há
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NBC TG 44 DOU 26/06/13 Demonstrações Combinadas CPC 44 Não há
NBC TG 45 (R3) DOU 22/12/17 Divulgação de Participações em Outras Entidades CPC 45 IFRS 12
NBC TG 46 (R2) DOU 22/12/17 Mensuração do Valor Justo CPC 46 IFRS 13
NBC TG 47 DOU 22/12/16 Receita de Contrato com Cliente CPC 47 IFRS 15
NBC TG 48 DOU 22/12/16 Instrumentos Financeiros CPC 48 IFRS 9
ITG 01 (R1) DOU 22/12/17 Contratos de Concessão ICPC 01R1 IAS 12
ITG 07 (R1) DOU 20/12/13 Distribuição de Lucros in Natura ICPC 07 IAS 17
ITG 08 1.398/12 Contabilização da Proposta de Pagamento de Dividendos ICPC 08 R1 Não há
ITG 09 (R1) DOU 22/12/16 Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações ICPC 09 Não há
Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial
ITG 10 1.263/09 Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para ICPC 10 Não há
Investimento
ITG 12 1.265/09 Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares ICPC 12 IAS 1
ITG 13 (R2) DOU 22/12/17 Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e ICPC 13 IAS 5
Reabilitação Ambiental
ITG 15 1.289/10 Passivos Decorrentes de Participação em Mercado Específico – Resíduos de ICPC 15 IAS 6
Equipamentos Eletroeletrônicos
ITG 16 (R2) DOU 22/12/17 Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos Patrimoniais ICPC 16 IAS 19
ITG 17 1.375/11 Contratos de Concessão: Evidenciação ICPC 17 SIC 29
ITG 18 DOU 19/09/13 Custos de Remoção de Estéril de Mina de Superf Fase de Produção ICPC 18 IFRIC 20
ITG 19 DOU 01/12/14 Tributos ICPC 19 IFRIC 21
ITG 20 DOU 28/11/14 Limite de ativo de benefício definido, requisitos de custeio (funding) mínimo e sua ICPC 20 IFRIC 14
interação
ITG 21 DOU 22/12/17 Transação em Moeda Estrangeira e Adiantamento ICPC 21 IFRIC 22
CTG 01 1.154/09 Entidades de Incorporação Imobiliária OCPC 01 Não há
CTG 02 1.157/09 Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008 OCPC 02 Não há
CTG 04 1.317/10 Aplicação da Interpretação Técnica ITG 02 – Contrato de Construção do Setor OCPC 04 Não há
Imobiliário
CTG 05 1.318/10 Contratos de Concessão OCPC 05 Não há
CTG 06 DOU 26/06/13 Apresentação de Informações Financeiras Pro Forma OCPC 06 Não há
CTG 07 DOU 01/12/14 Evidenciação na divulgação dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral OCPC 07 Não há
CTG 08 DOU 12/12/14 Reconhecimento de determinados ativos e passivos nos relatórios contábil-financeiros OCPC 08 Não há
de propósito geral das distribuidoras de energia elétrica emitidos de acordo com as
normas brasileiras e internacionais de contabilidade

http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/normas-completas/

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Auditoria Contábil – FACESM – Prof Ms. Fábio Luiz de Carvalho – 5/6º ano - 2019
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IAS:
O comitê de pronunciamentos contábeis internacionais chamado IASC em inglês (International Accounting
Standards Committee), foi criado em 1973 pelos organismos profissionais de contabilidade de 10 países:
Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos da América, França, Irlanda, Japão, México, Países baixos e
Reino Unido. A nova entidade foi criada com o objetivo de formular e publicar de forma totalmente independente
um novo padrão de normas contábeis internacionais que possa ser mundialmente aceito. O IASC foi criado
como uma fundação independente sem fins lucrativos e com recursos próprios procedentes das contribuições
de vários organismos internacionais assim como das principais firmas de auditoria. Os primeiros
pronunciamentos contábeis publicados pela IASC foram chamados de International Accounting
Standard (IAS). Numerosas normas IAS ainda estão vigentes atualmente, a pesar de terem sofrido
alterações ao longo do tempo.

IFRS
Em 1 de abril de 2001, foi criado o IASB (International Accounting standards Board) na estrutura do IASC
que assumiu as responsabilidades técnicas do IASC. A criação do IASB teve objetivo de melhorar a
estrutura técnica de formulação e validação dos novos pronunciamentos internacionais a serem
emitidas pelo IASB com o novo nome de pronunciamentos IFRS (International Financial Reporting
Standard). O novo nome que foi escolhido pelo IASB demostrou a vontade do comitê de transformar
progressivamente os pronunciamentos contábeis anteriores em novos padrões internacionalmente aceites de
reporte financeiro com o fim de responder as expectativas crescentes dos usuários da informação financeira
(analistas, investidores, instituições etc.). Dentre todos, o sistema alemão e canadense foram considerados os
mais adequados, enquanto os sistemas inglês e americano como os que mais necessitam de adaptações. Em
dezembro do mesmo ano o nome do SIC (Standing Interpretations Committee), foi mudado para IFRIC
(International Financial Reporting Interpretations Committee). O IFRIC passou portanto a ser responsável pela
publicação a partir de 2002 de todas interpretações sobre o conjunto de normas internacionais.

"Framework" (Estrutura conceitual)


A estrutura conceitual de preparação e apresentação das demonstrações financeiras internacionais é detalhada
no "framework" ("Framework for the preparation and presentation of Financial Statements").

Os pressupostos básicos da contabilidade internacional


Os pressupostos básicos da contabilidade internacional estão detalhados no "framework" (estrutura conceitual).
• Regime de competência
• Continuidade

As características qualitativas das demonstrações financeiras em IFRS


• Compreensibilidade
• Relevância
• Confiabilidade
• Comparabilidade

Os elementos das demonstrações financeiras


• O balanço patrimonial
• A demonstração de resultado
• A demonstração de fluxo de caixa.
• Informações por segmento de negocio
• As notas e as divulgações

Os princípios de avaliação dos elementos das demonstrações financeiras em IFRS


• Valor justo
• Custo histórico
• Custo amortizado
• Valor realizável
• Valor presente

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GLOSSÁRIO DOS TERMOS UTILIZADOS NESTE TRABALHO:

• ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas


• ADR – American Depositary Receipts – São recibos emitidos por um banco depositário norte-americano e
que representam ações de um emissor estrangeiro que se encontram depositadas e sob custódia deste
banco
• AICPA - American Institute of Certified Public Accountants (EUA). Associação profissional nacional dos
CPAs (Certified Public Accountants - Contadores Públicos Certificados) dos Estados Unidos. Atua na
regulamentação técnica e ética, bem como no monitoramento de qualidade das empresas contábeis, em
relação à maioria dos CPAs. É o órgão semelhante ao CFC do Brasil.
• ÁGIO - Diferença entre valor de mercado e valor de custo (se o 1º for maior) – Deságio é o contrário, ou
seja, se o valor de custo de aquisição for maior que o valor de mercado.
• APIMEC – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais
• ARB - accounting research bulletin (boletim de estudos contábil - EUA). Com surgimento do FASB - financial
accounting Standard board, criaram-se vários organismos, comitê e publicações de difusão da profissão
contábil: aaa-american accounting association (associação americana de contabilidade), arb-accounting
research bulletin (boletim de estudos contábil), asb-auditing Standard board (conselho de normas de
auditoria), aicpa-american institute of certified public accountants (instituto americano de contadores
públicos), entre outros.
• BACEN – Banco Central do Brasil
• BOOKKEEPERS – Tecnicos em contabilidade - “guarda-livros”. No Brasil, apenas a partir de 1946 é que
surgiram os cursos superiors em Ciências Contábeis. Atualmente é contabilista que só faz escrituração
contábil e elabora guias e declarações para o fisco. Esse profissional não tem espaço no mercado de
trabalho contábil globalizado atual.
• BOVESPA – bolsa de valores de São Paulo
• BP – Balanço Patrimonial
• BRGAAP – Princípios Fundamentais de Contabilidade Brasileiros (Brazil Generally Accepted Accounting
Principles). São normas contábeis brasileiras regidas pela Lei nº 6.404/76 que dispõe sobre as Sociedades
por Ações. Os resultados apurados na elaboração das demonstrações financeiras são função também dos
critérios definidos pela Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que dispõe sobre a legislação tributária
federal, e pelo regulamento do imposto de renda, Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999.
• CFC – conselho Federal de Contabilidade
• CODE LAW: detalhamento das regras, o que não é permitido é proibido - tem de ter previsão legal - não
propicia maior flexibilidade na apresentação das financial report (Demonstrações Contábeis - ou financeiras).
Enfase maior é atribuída à proteção de credores e ao cumprimento da legislação tributária.
• COMMON LAW: Flexibilidade de regras - o que não é proibido é permitido. True and fair view. propicia a
inovação no financial report. Possibilita “gerenciamento” de resultados ou flexibilidade (creative accounting).
• CONTABILIDADE CRIATIVA - Window-dressing - traduzido literalmente: “cortinar uma janela”. Esse sentido
é aplicado à Contabilidade quando as informações contábeis são evidenciadas para fazer uma entidade
parecer em melhor ou pior condição econômica e financeira, mais ou menos eficiente do que realmente ela
é. Seria, segundo o romancista português Eça de Queiroz, um esforço para “cobrir a nudez forte da verdade
com o manto diáfano da fantasia”. O termo Contabilidade Criativa é “o processo mediante o qual os
contadores utilizam seus conhecimentos sobre as normas e procedimentos contábeis para manipular valores
refletidos nas contas e demonstrações contábeis de uma empresa”. Nesse sentido, os dados contábeis são
manipulados, preparados e apresentados segundo diferentes interesses e opiniões, ou seja, as
demonstrações contábeis apresentadas aos usuários são resultado da contabilidade criativa praticada por
contadores inescrupulosos.
• CONTROLLERS - Segundo Atkinson (2000), controller é “executivo sênior de finanças e contabilidade que
prepara e interpreta as informações financeiras para os administradores, investidores e credores”. Para
Crepaldi (2004), “o Controller é o executivo de normas, controles, metas, objetivos, orçamentos,
contabilidade, finanças e informática”. Hoji (2004) diz que “a principal função do controller é dar suporte à
gestão dos negócios da empresa, para que esta atinja seus objetivos, por meio de informações gerenciais
geradas em tempo hábil para tomada de decisões, a um custo razoável”.
• COSO - Commitee of Sponsoring Organizations of the treadway commission (EUA). Criado em 1985
para patrocinar a Comissão Nacional de fraudulentos Financial Reporting, uma iniciativa independente do
setor privado, que estudou os fatores causais que podem conduzir a relatórios financeiros fraudulentos.
Participam:
• American Accounting Association (AAA),
• American Institute of Certified Public Accountants (AICPA),
• Financial Executives International (FEI),
• The Institute of Internal Auditors (IIA),
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• Institute of Management Accountants – IMA (antiga Associação Nacional dos Contabilistas)
Fornece orientações sobre aspectos críticos da gestão organizacional:
• ética empresarial,
• controle interno,
• gestão empresarial de risco, fraude
• emissão de relatórios financeiros.
• CPC – O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (BR) é um comitê formado por 6 entidades (ABRASCA,
APIMEC, BOVESPA, CFC, FIPECAFI e IBRACON), criado com o objetivo de estudar, preparar e emitir
Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de contabilidade para permitir a emissão de normas
contábeis pelas entidades reguladoras brasileiras,visando à centralização e uniformização do seu processo
de preparação, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões
internacionais de contabilidade. Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a
audiências públicas. Foi criado pela Resolução CFC nº. 1.055/05. Tem 12 membros representantes das
entidades representadas (2 por entidade); Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a
participar representantes dos seguintes órgãos:
• Banco Central do Brasil;
• Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
• Secretaria da Receita Federal;
• Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
• Produtos do CPC:
• Pronunciamentos Técnicos;
• Orientações; e
• Interpretações.
• CVM – Comissão de Valores Mobiliários
• DFC – Demonstração do Fluxos de Caixa
• DLPA – Demonstração da conta Lucros ou prejuízos Acumulados
• DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
• DVA – Demonstração do Valor Adicionado
• DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
• FASB - (Financial Accounting Standard Board) - Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (EUA) –
é o órgão norte americano responsável pela emissão de normas contábeis (é o CPC do EUA). Criado em
1973.
Base Conceitual: United States Generally Accepted Accounting Principles - USGAAP
Pronunciamento: Statement of Financial Accounting Standards – SFAS
Empresas de outros países: Desde 1982 a SEC exige ou full US GAAP ou reconciliação do GAAP nacional
com US GAAP. A obrigação de reconciliação é cara, demorada e um grande desincentivo para as empresas
não americanas acessarem os mercados de capitais americanos. FASB & IASB: 10/2002 Norwalk
Agreement: acordo entre a IASB e a FASB em que se formaliza o compromisso com a convergência entre
IFRS e US GAAP. Visa eliminar a necessidade de reconciliação nas demonstrações financeiras
apresentadas a SEC
• FINANCIAL REPORTING – Demonstrações Contábeis
• FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.
• FRAMEWORK (estrutura conceitual) – Framework for the Preparation and Presentation of Financial
Stataments.
• GOODWILL: Diferença entre o valor pago e o valor de mercado (goodwill). Se o 2º for maior. Ativo Intangível.
• GOVERNANÇA CORPORATIVA -
"Governança corporativa é o sistema que assegura aos sócios-proprietários o governo estratégico da
empresa e a efetiva monitoração da diretoria executiva. A relação entre propriedade e gestão se dá através
do conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal, instrumentos fundamentais para
o exercício do controle. A boa governança corporativa garante eqüidade aos sócios, transparência e
responsabilidade pelos resultados (accountability)."
http://www.ibgc.org.br/Home.aspx
Movimento iniciado nos EUA, na primeira metade dos anos 90, acionistas despertaram para a necessidade
de novas regras que os protegessem dos abusos da diretoria executiva das empresas, da inércia de
conselhos de administração inoperantes e das omissões das auditorias externas.
Conceitualmente, a Governança Corporativa surgiu para superar o "conflito de agência", decorrente da
separação entre a propriedade e a gestão empresarial. Nesta situação, o proprietário (acionista) delega a
um agente especializado (executivo) o poder de decisão sobre sua propriedade. No entanto, os interesses
do gestor nem sempre estarão alinhados com os do proprietário, resultando em um conflito de agência ou
conflito agente-principal.

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A preocupação da Governança Corporativa é criar um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos
quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado
com o interesse dos acionistas.
A boa Governança proporciona aos proprietários (acionistas ou cotistas) a gestão estratégica de sua
empresa e a monitoração da direção executiva. As principais ferramentas que asseguram o controle da
propriedade sobre a gestão são o conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal.
A empresa que opta pelas boas práticas de Governança Corporativa adota como linhas mestras a
transparência, a prestação de contas, a equidade e a responsabilidade corporativa. Para tanto, o conselho
de administração deve exercer seu papel, estabelecendo estratégias para a empresa, elegendo e destituindo
o principal executivo, fiscalizando e avaliando o desempenho da gestão e escolhendo a auditoria
independente.
A ausência de conselheiros qualificados e de bons sistemas de Governança Corporativa tem levado
empresas a fracassos decorrentes de:
• Abusos de poder (do acionista controlador sobre minoritários, da diretoria sobre o acionista e dos
administradores sobre terceiros);
• Erros estratégicos (resultado de muito poder concentrado no executivo principal);
• Fraudes (uso de informação privilegiada em benefício próprio, atuação em conflito de interesses).
• IAS - International Accounting Standard (pronunciamentos emitidos pelos IASC). (NIC – Normas
Internacionais de Contabilidade)
• IASC - International Accounting Standards Committee (substituído pelo IASB)
• IASB - International Accounting Standards Board (sucessor do IASC)
• IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
• IFAC - International Federation of Accountants (Federação Internacional de Contadores) Organização
mundial que representa a profissão contábil com participação de 118 países membros (CFC e IBRACON
são nossos representantes) Fundada em 1917 por ocasião do 11o Congresso Mundial de Contadores.
• IFRIC – International Financial Reporting Interpretations Committee - comitê para interpretação dos IFRS
(substituiu o antigo SIC – Standing Interpretations Committee).
• IFRS - International Financial Reporting Standards (Normas Internacionais de Contabilidade) elaboradas
pelo IASB, entidade sem fins lucrativos sediada em Londres, criado em 1º de abril de 2001 para promover
ajustes nas normas contábeis internacionais elaboradas pelo seu precedente, o International Accounting
Standards Committee (IASC), denominadas de IAS (International Accounting Standard), hoje responsável
pela padronização das normas contábeis, e, utilizadas também como padrão contábil pela União Européia
e por vários países.
• IMPAIRMENT – Teste de recuperabilidade de Ativos
• IOSCO - International Organization of Securities Commissions- Organização Mundial das Comissões de
Valores Mobiliários. Conta com participação de mais de 115 órgãos reguladores. objetiva promover a
regulamentação do mercado de capitais em nível global,de modo a refletir um mercado justo, eficiente e
sadio. Na reunião de 1995 endossou a obrigatoriedade de adoção das normas internacionais do IASB pelas
companhias que transacionam no mercado de capitais.O Brasil é representado pela Superintendência de
Normas Contábeis da Comissão de Valores Mobiliários.
• ISAR - Intergovernmental Working Group of Experts on International Standards of Accounting and Reporting.
(ONU) Grupo Intergovernamental de Especialistas em Padrões Internacionais de Contabilidade e Relatórios.
Criado em 1976, tendo por preocupação da ONU em analisar o impacto das empresas multinacionais em
países emergentes. Principal objetivo – examinar práticas de financial reporting e recomendar conjunto
mínimo de informações a serem evidenciadas. Mantém secretária geral na ONU submetida da United
Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), com duas atividades básicas
• assistência técnica – apoio financeiro em matéria contábil, em especial, países emergente e com problemas
de transição econômica;
• exame e discussão de temas contábeis em conferencia anual com participação de mais de 50 países
• LEASING – Arrendamento Mercantil
• NBC T – Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica
• NE – Notas Explicativas
• NPA – Normas e Procedimentos de Auditoria emitidos pelo IBRACON
• NPC – Normas e Procedimentos de Contabilidade emitidos pelo IBRACON
• RFB – Receita Federal do Brasil
• RIR – Regulamento do Imposto de Renda
• SAC - Standards Advisory Council, conselho consultivo do IASB
• SEC - Securities and Exchange Commission (equivalente a CVM nos EUA)
• SFAS - Statement of Financial Accounting Standards – Pronunciamentos do FASB/EUA
• SHAREHOLDER – Acionista. Exempo: The shareholders seemed to be pleased with the results presented
in the meeting = Os acionistas pareciam estar satisfeitos com os resultados apresentados na reunião.
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• SIC - Standing Interpretations Committee (antigo comitê para recomendações interpretação dos IAS).
Substituido pelo IFRIC.
• STAKEHOLDER - é qualquer pessoa ou organização que tenha interesse, ou seja afetado pelo projeto. A
palavra vem de:
Stake: interesse, participação, risco
Holder: aquele que possui
Em sentido amplo, podem ser:
• A comunidade
• Outras áreas da empresa
• Concorrentes
• Fornecedores
• Investidores e acionistas
• Governo
A importância de identificar os stakeholders é que além de serem afetados pelas decisões e destinos da
empresa, eles podem ter uma influência direta ou indireta no seu resultado. Uma falha nesta identificação
significará que a administração da entidade não estará pensando nas necessidades de todos os
envolvidos, e isto é um fator de risco para a empresa.
• SUSEP – Superintendência dos Seguros Privados
• SRF – Secretaria da Receita Federal
• USGAAP – Princípios Contábeis Norte Americanos (United States Generally Accepted Accounting
Principles). Normas contábeis aceitas nos Estados Unidos, elaboradas pelo FASB é a organização
designada para estabelecer os padrões de contabilidade financeira e de elaboração das demonstrações
financeiras para as empresas do setor privado dos Estados Unidos. A edição de normas pelo FASB para a
elaboração das demonstrações financeiras é autorizada e reconhecida oficialmente pelo Securities and
Exchange Commission (SEC), organismo do governo americano responsável pela proteção dos investidores
e manutenção da integridade do mercado. Estas normas são consideradas pelo SEC como essenciais para
o eficiente funcionamento da economia porque os investidores, credores, auditores e outras partes
interessadas necessitam que as informações financeiras possuam credibilidade, transparência e
comparabilidade.

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ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – A PARTIR DE 2012.


ESCRITURAÇÃO/ ELABORAÇÃO
ENTIDADE CARACTERÍSTICAS DAS D.C. DISPOSITIVOS LEGAIS
DISPENSADO DE
MEI – MICROEMPRENDEDOR INDIVIDUAL RECEITA BRUTA DE ATÉ ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL/D.C. Código Civil, art. 970 e 1.179.
R$60.000/ano Art. 68 da LC 139/11
OBRIGADOS A MANTER • Artigos 1.179 e 1.180 do Código Civil.
MICRO E EPP - SIMPLES NACIONAL Receita Bruta até ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E • ITG 1000 - Modelo Contábil para
LC 123/2006, atualizada até a LC 139/2011 $3.600.000/ano ELABORAR: Microempresa e EPP - Resolução CFC nº 1.418 de
• BP, DRE, DLPA, NE 05.12.2012, a partir de 1º de janeiro de 2012.
Opcionais: DMPL, DFC
OBRIGADOS A MANTER
LUCRO PRESUMIDO, DECR. 3000/99 Receita Bruta até ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E CONTABILIDADE PARA MPE
(RIR/99) $48.000.000/ano ELABORAR: • Resolução CFC 1.255/09 – NBC-TG 1000. (de
• BP/DRE acordo com as IFRS FOR SME a partir de 2010)
DEMAIS SOCIEDADES: Receita Bruta até • DLPA/DMPL/DFC*/NE • Foi revogada a RES. CFC 1.115/07.
LTDAS E S/A FECHADAS, $300.000.000/ano e/ou Ativo *PL > $2 milhões – LEI 11.638/07 • Lei 11.638/07 e 11.941/09.
COOPERATIVAS. < $240.000.000
Obrigatório BP, DRE, DMPL, Entidades sem fins lucrativos: Resolução CFC
Associações e fundações sem DFC, NE. nº 1.409/2012 - ITG 2002 (a partir de 01.01.2012)
ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS fins lucrativos – Entidades - ITG 2002 - NBC T 10 Aspectos e Art 12 e 15 da Lei nº 9.532/97
sindicais, ONG, OSCIP, etc. contábeis de entidades diversas Filantrópicas – Decreto 7.237/10 (art.11)
Lei 12.101/09 (art 40) – lei da filantropia.
Idem, OBRIGATÓRIO
• CIAS ABERTAS PARA AS SGP: RECEITA • BP / DRE / DMPL / DFC
• INST.FINANCEIRAS/SEGURADORAS BRUTA > A • DVA (somente para S/A Lei 6.404/76, alterada pelas Leis 11.638/07 e
• SGP (S/A FECHADAS E LTDA) $300.000.000/ANO e/ou abertas) 11.941/09.
(prestação pública de contas) ATIVO > $240.000.000. • NE IRFS FULL (COMPLETO)
Atenção:
(a) Todo contabilista responsável técnico pela contabilidade de qualquer entidade deve elaborar o Contrato de Prestação de Serviços Contábeis (Anexo I incluído
pela Resolução CFC n.º 1.457/13)
(b) Deve também, na elaboração das demonstrações contábeis, anexar a Carta de Responsabilidade das Administração. (Anexo III incluído pela Resolução CFC
n.º 1.457/13)

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