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CONCEITO DE AUDITORIA
O conceito de Auditoria pode ser expresso com maior propriedade mediante a determinação de seus
objetivos, do que mediante uma definição especifica; desta forma diversos órgãos de estudo da
classe tem aventado e concluído sobre esta questão, assim temos que de acordo com o “SAS
número 1 (“Statement on Auditing Standars”):
Em outras palavras, Auditoria é um “exame” de demonstrativos contábeis, que quando efetuado por
auditor independente, serve para consubstanciar uma opinião que este deverá expressar sobre os
mesmos.
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CONCEITO DE AUDITORIA (cont.)
Fica também claro que esta opinião não é concluinte por estabelecer apenas a “razoabilidade” com
que estes demonstrativos estão apresentados, é, portanto, fundamental entender que os relatórios
de Auditoria apresentam sempre a possibilidade de “erro” de apreciação, apenas que esta
possibilidade deverá ficar circunscrita a margens aceitáveis a tal ponto que seu efeito não influencie
de forma material o “todo” sobre o qual é emitida a tal opinião.
Para tanto o auditor deve conhecer suficientemente o assunto, sobre o que está opinando para que
seu juízo seja valido, isto é: “ele deve conhecer a empresa auditada”.
Ou seja, uma opinião só pode ser emitida por pessoa que saiba do que está falando, sob pena de
invalidade da mesma; um médico, por exemplo, será muito melhor sucedido em seu diagnostico na
medida em que conheça os meandros e detalhes sobre a vida do seu paciente, não que não possa
diagnosticar sobre a saúde de pacientes que não conhece, apenas que seu diagnostico será muito
mais difícil e será necessária a obtenção de informações mais detalhadas que levam tempo a serem
obtidas, e elevam o custo total do diagnóstico.
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CONCEITO DE AUDITORIA (cont.)
Por outro lado, como o auditor opina sobre se os relatórios de uma companhia são confiáveis e
íntegros, então deve antes certificar-se, se esta confiabilidade pode ser referendada, sabendo-se
que ela depende fundamentalmente de:
b) a razoabilidade das estimativas, avaliações e juízos gerenciais que são refletidos de uma ou
outra forma nesses relatórios.
Desta forma, pode se concluir que o auditor deve entender, pelo menos, sobre:
as políticas e práticas gerenciais que possam afetar a confiabilidade dos controles e decisões
financeiro/contábeis;
as características do ambiente empresarial que rodeia a empresa (fatores externos), e que
possam de algum modo afetar os relatórios; e
as limitações legais, reais ou potenciais, sob quais deve funcionar a empresa auditada.
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ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA UMA ABORDAGEM DE
AUDITORIA
Teoricamente, o entendimento de alguma coisa deve conter alguns elementos, de tal forma que o
configurem, assim sendo, em auditoria dizemos que para se entender alguma coisa, é preciso:
1) Conhecimento do assunto; e
2) A corroboração deste conhecimento.
Conhecimento
Corroboração Entendimento
do assunto
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ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA UMA ABORDAGEM DE
AUDITORIA (cont.)
Esta é a razão pela que os auditores, após tomarem conhecimento sobre todos os aspectos que
levaram a um determinado relatório contábil, são obrigados a fazer os trabalhos de campo, pois é
mediante o levantamento das evidências ou provas de auditoria que corroboram as informações por
eles conhecidas (NBC TA 500 (R1) – Evidência de Auditoria).
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RELACIONAMENTO DO AUDITOR COM A GERÊNCIA
Todavia, o auditor pode exercer funções de assessoramento, de ajuda a até mesmo pode participar
da implementação de sistemas contábeis, desde que fique bem claro o nível de responsabilidade
que lhe cabe (alguns autores até advogam por esta possibilidade alegando que “o conhecimento
profundo de um sistema contábil dá mais subsídios ao auditor para emitir seu parecer”).
No entanto, sabemos que trabalhos de assessoria em níveis superiores aos trabalhos de Auditoria
(superiores em termos de faturamento), têm levado a que empresas de auditoria independente
reinterpretem conceitos de ética, adequando-os de tal forma que justifiquem fatos injustificáveis,
que, como todos sabem, foram a razão de práticas fraudulentas no mercado de ações dos EUA, ou
pelo menos as acobertaram, e que geraram atitudes do Congresso Norte Americano tais como a Lei
Sarbanes-Oxley.
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NORMAS E RESPONSABILIDADES
PROFISSIONAIS
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NORMAS GERAIS DE AUDITORIA
Treinamento e capacidade: “a revisão deve ser efetuada por pessoas com adequado treinamento e
habilitadas como auditores”.
No Brasil a profissão de auditor, está devidamente regulamentada por lei, sendo que o Código Civil
Brasileiro define que:
Neste contexto, apenas os contadores podem exercer a profissão de auditor, e, portanto, emitir o
sua opinião em um relatório de auditoria. Por outro lado, existe obrigatoriedade de que os auditores
participem de programas de treinamento continuado, regulamentado pela NBC PG 12 (R2) –
Educação Profissional Continuada, para que seja possível a manutenção dos registros que os
habilitam como auditores.
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NORMAS GERAIS DE AUDITORIA (cont.)
Com base em nossa percepção de evolução do mercado, e no perfil dos investidores, a necessidade
de transformação que vem impactando os mercados chegou ao exercício da função de auditor
independente.
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NORMAS GERAIS DE AUDITORIA (cont.)
Independência: “Em todos os aspectos relacionados com o trabalho, o auditor deve manter uma
atitude mental de independência”. Note-se que o conceito de independência, refere-se à atitude
independente definida por uma liberdade mental de tal expressão, que possa permitir exarar uma
opinião sobre as questões analisadas, sem qualquer viés pessoal que possa de algum modo
distorcê-la - NBC PA 290 (R2) - Independência dos Trabalhos de auditoria e revisão; e NBC PA 291
(R2) – Independência de outros trabalhos de asseguração
A independência a que se refere esta norma tem um alcance muito maior que a simples
independência física do auditor quanto à questão objeto de sua opinião, mas envolve todos os
aspectos que possam, de alguma maneira, afetar seu raciocínio critico, essa é a razão pela quais os
contatos pessoais que possam existir entre o auditor e o usuário, são e devem ser de caráter
apenas profissional.
Existem disposições normativas, aceitas internacionalmente, que dispõem sobre os casos em que o
auditor fica incapacitado de dar uma opinião, face a seu relacionamento pessoal com determinados
usuários, dessa forma parentes em linha direta tanto vertical quanto horizontal, e até o terceiro
grau, podem interferir no raciocínio critico e lógico do profissional, inabilitando-o para esta tarefa.
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NORMAS GERAIS DE AUDITORIA (cont.)
É sabido que um erro, por mais banal que possa parecer, em determinadas circunstâncias pode
causar danos extremados a um bom trabalho. O auditor, tanto interno quanto externo, é
profissional com uma grande responsabilidade perante os usuários dos demonstrativos contábeis,
uma vez que referenda de certa forma a veracidade de representação da “imagem fiel” do
patrimônio, e ajuda na execução do método de gestão da corporação para que este garanta a
necessária transparência das operações.
A opinião do auditor é, pois, levada em consideração por todos os usuários dos demonstrativos no
processo de tomada de decisão, e por isso mesmo, os fatos nos quais está fundamentada devem
ser exatos e objetivos, o que não deixa margem a trabalhos executados sem os devidos cuidados.
Mesmo quando induzido a erro, o auditor ainda tem certa responsabilidade sobre estes fatos, face à
necessidade que o mesmo tem de possuir um poder critico baseado no profundo conhecimento de
sua profissão.
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NORMAS GERAIS DE AUDITORIA (cont.)
A revisão dos papéis de trabalho executada por auditores mais experientes ajuda a evitar que
pequenos erros de execução possam levar a considerações errôneas e, consequentemente, opiniões
errôneas. A importância dos papéis de trabalho será analisada no capitulo referente à
documentação da evidência.
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NORMAS DE TRABALHO EM CAMPO
Avaliação do controle interno: “deve ser feito um estudo e avaliação adequados do controle interno
existente, que sirva como base confiável para determinar o alcance das provas e a aplicação dos
procedimentos de auditoria”.
Obtenção de evidência suficiente e competente: “Deve ser obtida evidência suficiente e competente
por meio da inspeção, observação, perguntas e confirmações, para ter uma base razoável para
emitir uma opinião sobre os relatórios que são examinados”.
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NORMAS DE INFORMAÇÃO
Expressão de opinião: “O parecer deve conter a expressão de opinião sobre os relatórios contábeis
tomados em conjunto, ou declaração de que não pode emitir opinião, expressando as razões para
tal. Em todos os casos em que o nome do auditor esteja associado aos relatórios contábeis, deve
ser indicado inequivocamente o caráter do exame praticado, e o grau de responsabilidade assumido
pelo auditor”.
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ABORDAGEM DE AUDITORIA
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PLANEJAMENTO INICIAL
Nesta etapa são atualizados os conhecimentos sobre o cliente e/ou seu entorno econômico; é lógico
que, se o cliente é novo para o auditor, esta atualização é transformada em obtenção do
conhecimento necessário para executar o trabalho. Os passos comumente seguidos nesta etapa
são:
1. Proposta de Trabalho
i. Saibamos de que forma, fatores externos afetam a empresa, tais como fatores econômicos,
grau de liderança, as normas fiscais, etc.; e
ii. saibamos quais são os fatores internos que afetam suas operações, tais como políticas de
pessoal, sindicatos, etc.
“Procedimentos analíticos” é o termo usado para uma variedade de técnicas usadas pela equipe
de auditoria para estudar relações e correlações de dados internos e externos, financeiros ou
não. Os procedimentos analíticos podem ser usados para ajudar a identificar possíveis erros
importantes indicando se saldos de e relações entre contas parecem razoáveis conforme as
expectativas desenvolvidas a partir de resultados passados, resultados esperados ou outras
tendências – (NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos).
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PLANEJAMENTO INICIAL (cont.)
4. Determinação da materialidade
Documenta e informa à equipe, sobre as decisões gerais do trabalho a ser executado – NBC TA
300 (R1) – Planejamento de Auditoria de Demonstrações Contábeis, que aborda, geralmente:
Nesta fase são identificados os riscos de que se produzam erros refletidos nas diversas áreas dos
relatórios, sendo que os passos seriam:
Vendas;
Recebimentos;
Compras; e
Pagamentos.
Contagens físicas;
Valorização de estoques;
Cálculo das provisões;
Folha de pagamentos;
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Outros cálculos, tais como impostos, ativo imobilizado (amortizações), produção e etc.
ANÁLISE DO RISCO
Naturalmente esta parte do trabalho está condicionada a um grau de decisão do auditor, que é
quem deve decidir quais dos sistemas deve analisar em termos de controle interno, e quais não
devem ser analisados.
Sabemos que as conclusões a que um auditor pode chegar ao analisar um sistema, são as de
que, ou os controles internos são bons, caso em que o risco de erro pode ser considerado
pequeno, e, portanto o alcance das provas de auditorias será menor, ou os controles internos
são ruins, caso em que o risco de erro torna-se médio alto, caso em que será necessário
programar provas de auditoria de alcance maior.
Se o auditor resolver não analisar um sistema, então os controles internos, por não terem sido
investigados, possuem um grau de risco de erro desconhecido, e portanto, o alcance das provas
programadas deverá ser maior.
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ANÁLISE DO RISCO
São os testes mediante os quais fica evidenciada a qualidade dos sistemas analisados.
Pode ser feita mediante a aplicação dos modelos de cálculo dos riscos existentes, tais como o
proposto pelo AICPA, sendo:
RI RC RD RA
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EXECUÇÃO DO TRABALHO
Que nada mais é do que o trabalho de campo propriamente dito, fase esta onde são
confeccionados os papéis de trabalho, utilizando-se as técnicas conhecidas para isso.
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RESULTADO FINAL DO TRABALHO
Consiste em papel de trabalho onde são resumidos os aspectos mais significativos identificados
e surgidos durante a auditoria. Poderá, entre outros itens, conter:
2. Relatório de auditoria
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