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Discursiva 01 (Cespe/Analista de Controle Externo – TCU/2007) -

Adaptada

Texto dissertativo (máx. 50 linhas)

O Tribunal de Contas da União (TCU), obedecendo a plano específico aprovado


por seu Plenário em sessão extraordinária de caráter reservado, realizou
fiscalização em determinada entidade que recebera recursos públicos oriundos
de contratos administrativos. Para tanto, adotou auditoria contábil, financeira e
orçamentária nas licitações e contratos dessa entidade, celebrados com a
União no ano de 2006, com o objetivo de apurar a consistência de
prestações/tomadas de contas apresentadas ao TCU, assim como verificar os
aspectos técnicos da legalidade e legitimidade na aplicação desses recursos.

Em virtude da grande quantidade de contratos celebrados entre a União e a


entidade auditada, a auditoria utilizou-se da técnica de amostragem para
otimizar seu trabalho. Após a conclusão, apurou-se que 20% das prestações
de contas dos contratos apresentavam irregularidades de natureza financeira,
causando danos ao erário.

Com referência ao trabalho de auditoria acima descrito, realizado pelo TCU,


redija um texto dissertativo que atenda aos seguintes
questionamentos/instruções:

• em que consiste a auditoria contábil, financeira e orçamentária do


TCU? Em sua resposta, aborde a importância do aspecto técnico da
legalidade e de legitimidade na aplicação dos recursos pela auditada;
• em que consistem a avaliação dos controles internos e a auditoria
interna da entidade auditada?
• que técnicas de amostragem probabilística o TCU pode utilizar em
situações como a descrita? Comente o risco na aplicação de cada uma
dessas técnicas.
EXEMPLO DE RESPOSTA (ELABORADA PELOS PROFESSORES):

A Constituição Federal de 1988 atribuiu ao Tribunal de Contas da União a


competência por realizar auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Dessa forma, no exercício de suas funções constitucionais, o TCU realiza dois


tipos de auditoria: conformidade e operacional. A primeira delas, que envolve
fiscalizações contábeis, financeiras e orçamentárias, tem seu escopo focado na
análise da legalidade e da legitimidade da gestão.

Em outras palavras, em auditorias de conformidade, o Tribunal busca avaliar


se os gestores públicos pautaram suas ações pelo que está disposto nas leis e
regulamentos, bem como se essas ações foram pautadas por princípios e
condutas éticas aceitas pela sociedade.

Dentro de um processo de auditoria conduzido pelo TCU, a construção da visão


geral do objeto auditado é etapa fundamental que permite à equipe de
auditoria compreender como este objeto está estruturado, permitindo que
sejam identificadas as questões que mereçam ser examinadas.

Nesse sentido, parte desse conhecimento é obtido por meio da avaliação do


grau de confiabilidade dos controles internos que auxiliam a administração no
cumprimento das leis e regulamentos. Ademais, outros subsídios importantes
são os resultados dos trabalhos da auditoria interna – ferramenta necessária
para avaliação contínua e aperfeiçoamento dos controles internos de uma
instituição.

Assim, os resultados do diagnóstico do controle interno permitem ao auditor


definir o escopo do seu trabalho, identificando, por exemplo, que
procedimentos serão necessários, em que extensão serão aplicados e se será
preciso recorrer a técnicas de amostragem probabilística.

Caso opte por realizar amostragem probabilística, o auditor pode dispor dos
processos de amostragem aleatória simples e estratificada.

O processo aleatório simples é o tipo mais comum de amostragem, no qual os


itens que irão compor a amostra são retirados de uma única população. Nesse
caso, supõe-se que todos os elementos que compõem a população são
homogêneos, o que por um lado simplifica o desenho da amostra, mas por
outro lado não identifica heterogeneidades existentes na população
eventualmente importantes.

Já no processo de amostragem estratificada, a população é dividida em


subgrupos (extratos) que são heterogêneos entre si, mas cujos elementos que
os formam são homogêneos entre si. Dessa forma é possível separar
heterogeneidades que podem macular o teste estatístico e aumentam a
variância da população, no entanto, o processo pode ser se tornar mais
trabalhoso.

Observa-se, portanto, que o processo fiscalizatório conduzido pelo TCU pode


ser complexo, envolvendo várias fases e procedimentos que lhe permitam
avaliar a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão.

EXEMPLO 1 - RESPOSTA DE ALUNO:

“O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou fiscalização na entidade X com


o objetivo de verificar a regularidade das licitações e contratos firmados entre
essa entidade e a União no ano de 2006.
A fiscalização consistiu na realização de uma auditoria contábil, financeira e
orçamentária em que o tribunal verificou se os recursos repassados à entidade
estavam sendo aplicados conforme previsto no orçamento, se os registros e
demonstrativos contábeis refletiam as operações efetuadas, como também se
estavam baseados em documentação e legislação suporte.
Para tanto, foi primordial que o tribunal verificasse a legalidade e a
legitimidade da aplicação desses recursos. Quanto à legalidade, o TCU verificou
se as transações ocorreram com base na legislação vigente. Em relação à
legitimidade, além do amparo legal, foram avaliados aspectos como a
moralidade, a conveniência, a oportunidade, a realidade social, entre outros.
O TCU avaliou, também, os controles internos e a atuação da auditoria interna
da entidade auditada para determinar a extensão e a profundidade dos
trabalhos a realizar. Na avaliação dos controles internos, o TCU analisou sua
existência, suficiência e adequação. Por exemplo, verificou se a área
responsável por certa tarefa era a mais adequada, se havia segregação de
função, etc.. Quanto à auditoria interna, verificou se realizava auditoria com
freqüência, se acompanhava o cumprimento das recomendações e qual o seu
grau de independência.
No caso em questão, o TCU poderia utilizar técnicas de amostragem como
seleção aleatória dos itens da amostra e o uso da amostragem por unidade
monetária. No primeiro caso, as licitações e os contratos seriam escolhidos de
forma aleatória, sem o estabelecimento de critérios prévios, o que poderia
gerar a escolha de itens com saldos irrelevantes, não representativos do
montante de recursos repassados à entidade. Na segunda situação, poderia
selecionar as operações de valor mais expressivo, pois assim a amostra
tenderia a representar a maior parte da população e a inferência do resultado
seria o mais próximo da realidade.
Dessa forma, a Corte de Contas desempenhou o seu papel no que tange à
fiscalização da aplicação dos recursos públicos em benefício da sociedade”.
EXEMPLO 2 - RESPOSTA DE ALUNO:
“De acordo com a Constituição Federal de 1988, compete ao Tribunal de
Contas da União (TCU) a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e entidades da administração direta e
indireta, mediante análise da legalidade, legitimidade e economicidade.
Um dos instrumentos que efetivam essa fiscalização é a auditoria, que pode
ser classificada como de conformidade e operacional, sendo que esta trata dos
aspectos relacionados à eficiência, eficácia e efetividade dos atos praticados
pelas entidades fiscalizadas e aquela verifica a legalidade e legitimidade dos
atos de gestão dos responsáveis por essas entidades.
A avaliação quanto à legalidade envolve o confronto entre o ato praticado e
aquilo que é preceituado pelo ordenamento jurídico em vigor. Já em relação à
legitimidade, a análise engloba aspectos éticos e morais, utilizando-se como
parâmetro de análise o interesse público.
No exemplo mencionado, na análise do TCU dos contratos e licitações da
entidade, a auditoria pode envolver tanto os aspectos operacionais (por
exemplo, análise dos responsáveis por cada fase do procedimento), quanto os
aspectos de conformidade desses com a legislação vigente.
Para se definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames a serem
realizados, é necessário que o auditor tenha conhecimento da entidade,
incluindo a análise dos controles internos relevantes em relação ao objetivo da
auditoria que está sendo realizada.
No caso em questão cabe a verificação de controles que impeçam a realização
de licitações e contratos em desacordo com a legislação. O entendimento
desses controles permite ao auditor avaliar o grau de confiabilidade das
informações obtidas no decorrer de seu trabalho.
Essa avaliação é realizada mediante o levantamento do sistema de controles
internos e posterior análise, em que se verifica se esses procedimentos são
realizados na prática e se são suficientes para evitar erros e fraudes. Dessa
forma, o auditor independente verifica em que medida poderá utilizar os dados
gerados pelos sistemas da entidade.
A auditoria interna é baseada em um sistema contínuo de acompanhamento e
avaliação dos trabalhos realizados na entidade. Apesar de possuir maior
volume e extensão em relação aos levantamentos realizados pela auditoria
independente, tem comprometida parte de sua independência, por ser
realizada por funcionários da empresa.
Na situação descrita, perante a grande quantidade de contratos celebrados, a
auditoria deve fazer uso de técnicas de amostragem, que permitam, a partir da
análise de alguns contratos, conclusões para todos os demais. No entanto,
para que se obtenha sucesso nessa extrapolação, se faz necessário conhecer
os tipos de contrato em análise. Caso os contratos sejam homogêneos pode
ser utilizada a escolha aleatória para seleção da amostra, em que todos os
contratos têm igual probabilidade de escolha. A população também pode ser
estratificada de acordo com semelhanças, como por exemplo, o valor dos
contratos, combinando-se ao final o resultado dos diversos extratos.
Em ambos os casos, o auditor deve analisar os desvios e distorções
encontradas e, a partir das características encontradas, projetá-las para toda a
população com o uso de fórmulas e técnicas estatísticas.
Tendo como base o exposto acima, entende-se que a adoção dos conceitos
descritos é necessária ao trabalho de auditoria proposto”.
Discursiva 02: (Elaborada pelos professores)
Questão (máx. 20 linhas)

Você está auditando a empresa “XYZ” que atua na área varejista e possui
milhares de clientes espalhados por todo o Brasil.

Redija um texto dissertativo descrevendo dois procedimentos de auditoria


diferentes que poderiam ser utilizados para formar sua opinião sobre o “contas
a receber” desta empresa. Exemplifique.

EXEMPLO DE RESPOSTA (ELABORADA PELOS PROFESSORES):

Os procedimentos de auditoria são técnicas que permitem ao auditor identificar


achados capazes de fundamentar suas conclusões a respeito das
demonstrações em análise. No caso da avaliação do “Contas a Receber”, o
auditor pode utilizar, por exemplo, o exame documental e a confirmação
externa.

O primeiro permite analisar documentos como notas fiscais e faturas que


suportam os lançamentos contábeis existentes e, consequentemente, o saldo
da conta em análise.

O segundo, por sua vez, permite coletar evidências junto a terceiros externos
à instituição auditada. Por exemplo, com essa técnica é possível confirmar com
clientes da empresa os créditos em aberto que compõem o saldo do “Contas a
Receber”.

O auditor, portanto, deve utilizar todos os procedimentos disponíveis para


atingir seus objetivos e ser capaz de emitir uma opinião com razoável
segurança sobre a adequação das demonstrações contábeis.

EXEMPLO DE RESPOSTA DE ALUNO:

“Os Procedimentos de Auditoria constituem-se no conjunto de técnicas que


permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para
fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas.

Cumpre salientar que, hodiernamente, o auditor dispõe de vários métodos e


técnicas de auxílio à busca por evidências, por intermédio de um rol apenas
exemplificativo de técnicas e procedimentos.

Dentre estes procedimentos de auditoria, mencionados tanto pelo CFC –


Conselho Federal de Contabilidade quanto pelo TCU – Tribunal de Contas da
União, podemos enfatizar a “Confirmação” e o “Recálculo”.
Como exemplo, podemos citar o caso de uma auditoria nas demonstrações
contábeis de uma empresa, especificamente no item “Contas a receber”, no
qual o auditor pode confirmar diretamente com terceiros, externos à entidade
auditada, a veracidade da transação e a confirmação do saldo da referida
conta.

Ainda pertinente àquela auditoria, o auditor pode ser mais detalhista e verificar
ainda a exatidão matemática dos registros, isto é, repetir os cálculos realizados
pela empresa, procedimento este conhecido também como “conferência de
cálculos”.

Diante do exposto, podemos inferir que o auditor possui plena liberdade para
escolher o procedimento que melhor o auxilie na procura por evidências e/ou
distorções, consentâneo preconiza os manuais de auditoria.”
Discursiva 03: (Elaborada pelos professores)
Questão (máx. 20 linhas)

Evidências são informações obtidas que compõem elementos essenciais e


comprobatórios do achado, este corresponde a qualquer fato significativo,
digno de relato pelo auditor, constitui-se um uma descoberta que fundamenta
as conclusões e recomendações da auditoria.

Redija um texto respondendo as seguintes perguntas:

• Qual a relação existente entre evidências e achados?


• O que são indícios?
• Quais são os atributos que um achado deve ter? Explique-os.

EXEMPLO DE RESPOSTA (ELABORADA PELOS PROFESSORES):

O objetivo da fase de execução de auditoria é buscar achados que


fundamentem as conclusões e recomendações do auditor. Esses achados
devem ser fundamentados em evidências – informações suficientes,
completas, pertinentes, adequadas e fidedignas obtidas durante a auditoria.

Entretanto, é importante não confundir evidências com indícios, que consistem


na discordância entre a situação encontrada e o critério, mas que ainda não
foram devidamente investigados. Assim, um indício não pode fundamentar um
achado, mas somente apontar o caminho na direção das evidências que devem
ser coletadas.

O achado, portanto, decorre da comparação entre a situação encontrada e o


critério estabelecido. Esses dois atributos permitem entender em que medida a
situação existente constatada pelo auditor difere dos padrões esperados
segundo normas, leis, melhores práticas etc.

Ademais, os achados também devem contar com outros dois atributos: causa
e consequência, que permitem identificar, respectivamente, a razão do desvio
com relação ao critério e a consequência da situação encontrada.

Assim, os achados de auditoria consistem na comparação do “que é” com o


“que deveria ser”, sempre devidamente comprovados por evidências juntadas
ao relatório.

EXEMPLO DE RESPOSTA DE ALUNO:

“Os achados de auditoria são os desvios encontrados do ‘critério’, isto é, um


padrão pré-estabelecido para a situação encontrada e, que por sua relevância,
determinam as conclusões e recomendações que serão emitidas no relatório de
auditoria.
Os achados são comprovados por meio de evidências, não existindo, portanto,
achados sem evidências.

Quando são encontrados desvios entre critério e a situação encontrada e, no


entanto, não houve devida investigação que pudesse identificar evidências,
fala-se em indícios, que não podem ser considerados achados pela ausência de
elemento essencial comprobatório.

Os achados tem como atributos a comparação entre o esperado e o


encontrado, a causa e o efeito. A causa é a razão pela qual ocorre a situação
encontrada e o efeito é o resultado do desvio. Estes atributos são relevantes
para permitir que a auditoria, a partir dos achados, recomende ações que
possam efetivamente prevenir novos desvios entre o esperado e o encontrado.

Dessa forma, conclui-se que os procedimentos de auditoria devem ser


definidos da melhor forma possível para a obtenção de evidências que
permitam comprovar os achados e, ainda, que permitam definir a causa e
efeito destes.”
Processo de contas e relatório de gestão

O processo de contas (tomada e prestação de contas) e a apresentação do


relatório de gestão são disciplinados no âmbito do TCU por sua Lei Orgânica
(LOTCU), pelo seu Regimento Interno RITCU, pela IN TCU nº 57/08 e pelas
Decisões Normativas nº 100/09 (relatório de gestão) e nº 102/09 (processo de
contas).

O último edital cobrava o exame de conformidade e de desempenho no


processo de contas conforme disposto na Instrução Normativa TCU nº
54/2007, essa IN foi revogada pela IN TCU nº 57/08, que será o objeto de
nossa aula.

Mas, antes de estudarmos a IN TCU nº 57/08, vamos analisar os dispositivos


da LOTCU acerca desse assunto.

Você deve saber que segundo a Constituição Federal (art. 71) compete ao TCU
julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos.

A LOTCU disciplina que as contas dos administradores e responsáveis citados


nos incisos I a VI do seu art. 5º (quadro abaixo) serão anualmente submetidas
a julgamento do Tribunal, sob forma de tomada ou prestação de contas,
organizadas de acordo com normas estabelecidas em instrução normativa.

I - qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere o inciso I do art. 1°


desta Lei, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta assuma
obrigações de natureza pecuniária;

II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que


resulte dano ao Erário;

III - os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob intervenção ou


que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou permanentemente, o
patrimônio da União ou de outra entidade pública federal;

IV - os responsáveis pelas contas nacionais das empresas supranacionais de cujo


capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado
constitutivo.

V - os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito


privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviço de interesse
público ou social;

VI - todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à
sua fiscalização por expressa disposição de Lei;
A LOTCU determina que só por decisão do Tribunal de Contas da União os
administradores e responsáveis citados podem ser liberados da
responsabilidade de apresentar as contas.

Nas tomadas ou prestações de contas devem ser incluídos todos os recursos,


orçamentários e extra-orçamentários, geridos ou não pela unidade ou
entidade.

A omissão do dever de prestar contas é uma das hipóteses que enseja a


instauração da tomada de contas especial (TCE), nesse caso, a autoridade
administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária, deverá
imediatamente adotar providências com vistas a sua instauração para
apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano.

A TCE que é um processo devidamente formalizado, com rito próprio, para apurar
as responsabilidades pela ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou
valores públicos, ou, ainda, da prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou
antieconômico de que resulte dano ao Erário e obtenção do respectivo
ressarcimento.

A TCE é uma medida de exceção que só deve ser instaurada quando esgotadas as
devidas providências administrativas.

Importante destacar que qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público


ou privado, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta assuma obrigações de natureza pecuniária, está sujeita à TCE, ou seja,
não é necessário que responsável esteja vinculado à administração direta ou
indireta da União, basta que esteja envolvido, de alguma forma, dano ao Erário
da União.

A TCE deve ser encaminhada imediatamente ao Tribunal para julgamento, se o


dano causado ao Erário for de valor igual ou superior à quantia fixada na forma
estabelecida no seu Regimento Interno. Se o dano for de valor inferior à
quantia estabelecida, a TCE será anexada ao processo da respectiva tomada
ou prestação de contas anual do administrador ou ordenador de despesa, para
julgamento em conjunto.

Já, o TCU pode determinar a instauração da tomada de contas especial, a


qualquer tempo, fixando prazo para cumprimento dessa decisão.

Vamos ver como esse assunto pode ser cobrado:

1. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Na hipótese de desvio de aplicações em curso, as
tomadas de contas especiais serão encaminhadas imediatamente ao TCU,
independentemente do valor do dano que já tiver sido causado ao erário.

Resolução:

A TCE só será encaminhada imediatamente ao TCU se o dano causado ao


Erário for de valor igual ou superior à quantia fixada pelo Tribunal, se o dano
for de valor inferior a essa quantia, a TCE será anexada ao processo da
respectiva tomada ou prestação de contas anual do administrador ou
ordenador de despesa, para julgamento em conjunto.

Portanto, item errado.

Peças do processo de contas

Segundo a LOTCU integrarão a tomada ou prestação de contas, inclusive a


tomada de contas especial, dentre outros elementos estabelecidos no
Regimento Interno, os seguintes documentos:

• relatório de gestão;

• relatório do tomador de contas, quando couber;

• relatório e certificado de auditoria, com o parecer do dirigente do órgão


de controle interno, que consignará qualquer irregularidade ou
ilegalidade constatada, indicando as medidas adotadas para corrigir as
faltas encontradas; e

• pronunciamento do Ministro de Estado supervisor da área ou da


autoridade de nível hierárquico equivalente.

Relatório de gestão e processo de contas (IN TCU nº 57/08)

Vamos analisar agora a IN nº 57/08, que encontra fundamento nos arts. 1º,
6º, 7º, 8º e 9º da LOTCU e arts. 1º, 188, 189, 194, 195 e 197 do RITCU.

O processo de contas no TCU leva em consideração dois aspectos


fundamentais:

O exame da conformidade engloba a


análise da legalidade, legitimidade e
economicidade da gestão em relação a
Integração do controle da conformidade e
padrões normativos e operacionais, expressos
do desempenho da gestão a fim de
nas normas e regulamentos aplicáveis, e da
contribuir para o aperfeiçoamento da
capacidade dos controles internos de
administração pública.
identificar e corrigir falhas e irregularidades.

O exame do desempenho atua na análise da


eficácia, eficiência, efetividade e
economicidade da gestão em relação a
padrões administrativos e gerenciais,
expressos em metas e resultados negociados
com a administração superior ou definidos
nas leis orçamentárias, e da capacidade dos
controles internos de minimizar riscos e evitar
falhas e irregularidades.
O Tribunal disciplinará, em ato normativo,
procedimentos de análise técnica
simplificada, entre os quais o diferimento da
Racionalização e simplificação do exame e instrução de processos de tomada e
do julgamento das tomadas e prestações de prestação de contas que contenham parecer
contas. do controle interno pela regularidade ou
regularidade com ressalva, observados,
ainda, critérios de materialidade,
relevância e risco.

O diferimento da instrução de processos de tomada e prestação de contas é o


sobrestamento da análise do processo na unidade técnica por prazo
determinado, findo o qual, inexistindo elementos supervenientes que infirmem
o parecer do controle interno, será encaminhado ao relator, após ouvido o
Ministério Público, para julgamento por Relação.

A racionalização e simplificação do exame e do julgamento das tomadas e


prestações de contas deve observar os critérios de risco, materialidade e
relevância:

Critérios Definição
Suscetibilidade de ocorrência de
eventos que afetam negativamente a
Risco
realização dos objetivos das unidades
jurisdicionadas.
Representatividade dos valores
orçamentários, financeiros e
Materialidade patrimoniais colocados à disposição
dos gestores e/ou do volume de bens
e valores efetivamente geridos
Importância social ou econômica das
ações desenvolvidas pelas unidades
jurisdicionadas para a administração
pública federal ou para a sociedade,
em razão das funções, programas,
Relevância
projetos e atividades sob a
responsabilidade de seus gestores,
assim como dos bens que produzem e
dos serviços que prestam à
população.
Vamos analisar uma questão que cobra o conhecimento desses critérios:

2. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Em relação à organização e apresentação de
processos de tomadas e prestações de contas, o conceito de risco está
associado, segundo o TCU, à importância social ou econômica de um órgão ou
entidade para a administração ou a sociedade, sendo a relevância
correspondente à representatividade das dotações orçamentárias atribuídas a
uma unidade ou gestor.

Resolução:

Você deve estar lembrado que comentamos essa questão na aula 04,
trouxemos ela de volta para reforçar a importância desses conceitos e para
reforçar o conceito de risco no âmbito do processo de contas do TCU.

Como vimos, o conceito de risco está associado à suscetibilidade de ocorrência


de eventos que afetam negativamente a realização dos objetivos das unidades
jurisdicionadas, já o conceito de relevância está relacionado à importância
social ou econômica de um órgão ou entidade para a administração ou a
sociedade.

O enunciado da questão troca os conceitos, associa risco ao conceito de


relevância, e relevância ao conceito de materialidade. Portanto, o item está
errado.

Processo de contas

O Processo de contas consiste em um processo de trabalho do controle


externo destinado a avaliar a conformidade e o desempenho da gestão dos
administradores e demais responsáveis com base em um conjunto de
documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional ou patrimonial, obtidos direta ou indiretamente.

O relatório de gestão é parte integrante do processo de contas, consiste no


conjunto de documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial relativos à gestão dos
responsáveis por uma ou mais unidades jurisdicionadas, organizado de forma a
possibilitar a visão sistêmica da conformidade e do desempenho desta gestão.

A apresentação do relatório de gestão é condição necessária para a


admissibilidade dos processos de contas.

O processo de contas pode ser aplicado de forma ordinária ou extraordinária, o


que difere um do outro é o momento de sua apresentação:
Ordinário Extraordinário
Na extinção, liquidação, dissolução,
transformação, fusão, incorporação ou
Anualmente.
desestatização de unidades
jurisdicionadas.

Bom, nesse ponto você deve estar se perguntado: qual a diferença entre a
tomada e a prestação de contas?

A tomada de contas é aplicada à gestão dos responsáveis por unidades


jurisdicionadas da administração federal direta.

Já, a prestação de contas é aplicada à gestão dos responsáveis por unidades


jurisdicionadas da administração federal indireta e daquelas não
classificadas como integrantes da administração direta federal (fundações e
sociedades mantidas pelo Poder Público Federal, Serviços Sociais Autônomos
etc.).

Tomada de Contas Prestação de Contas


Administração Direta Administração Indireta

O processo de contas ordinárias poderá ser organizado tendo por base a


gestão de:

• Uma unidade jurisdicionada (chamado de processo de contas individual);

• Um conjunto de unidades jurisdicionadas que:

o se relacionam em razão de hierarquia, função ou programa de


governo, de modo a possibilitar a avaliação sistêmica dessa gestão
(chamado de processo de contas consolidado);

o não se relacionem em razão de hierarquia, função ou programa


de governo, mas cujo exame em conjunto e em confronto
possibilite a avaliação sistêmica dessa gestão (chamado de
processo de contas agregado).

Os processos de contas ordinárias dos responsáveis por unidades


jurisdicionadas com parecer do dirigente do órgão do controle interno pela
irregularidade deverão ser apresentados como processos de contas
individuais.

Nesse caso, deverão conter informações sobre a conduta apresentada e o seu


nexo de causalidade entre esta e o resultado do ilícito, bem como
considerações relacionadas à responsabilidade do agente.
Quem deve apresentar o relatório de gestão ou processo de contas:

Os relatórios de gestão e o processo de contas ordinárias abrangerão a gestão


dos seguintes responsáveis (titulares e seus substitutos):

• dirigente máximo da unidade jurisdicionada que apresenta as contas ao


Tribunal;

• membro de diretoria;

• membro de órgão colegiado que, por definição legal, regimental ou


estatutária, seja responsável por atos de gestão; e

• outros definidos, a critério do Tribunal, em decisão normativa.

Das seguintes unidades jurisdicionadas:

• órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta,


incluídas as fundações e empresas estatais, bem como suas unidades
internas;

• fundos de transferência e de destinação cujo controle se enquadre como


competência do Tribunal;

• serviços sociais autônomos;

• contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a


União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do respectivo
tratado constitutivo;

• empresas encampadas, sob intervenção federal ou que, de qualquer


modo, venham a integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio
da União ou de entidade pública federal; e

• entidades cujos gestores, em razão de previsão legal, devam prestar


contas ao Tribunal.

Já, os processos de contas extraordinárias serão apresentados para


julgamento do Tribunal pelos responsáveis pelos processos de extinção,
liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização
das unidades jurisdicionadas.

Dispensa da apresentação

Já vimos que o TCU pode dispensar da apresentação das contas pessoas que
estão obrigadas (art. 6º da LOTCU).
Anualmente são definidas em decisão normativa de natureza sigilosa as
unidades jurisdicionadas cujos responsáveis apresentarão contas ordinárias
para fins de julgamento, sob a forma de tomada ou prestação de contas. As
demais unidades jurisdicionadas estão dispensadas de sua apresentação.

Além dessas, estão dispensados de apresentar o relatório de gestão ou o


processo de contas ordinário, os responsáveis pelas entidades de fiscalização
do exercício profissional, sem prejuízo da manutenção das demais formas de
fiscalização exercidas pelo controle externo (art. 2º, § 1º, IN TCU 57/08).

É importante lembrar também que os beneficiários de transferência de


recursos federais não apresentam as contas perante o TCU, pois, nesse caso,
prestarão contas ao órgão ou entidade repassadora (art. 2º, § 2º, IN TCU
57/08).

O órgão de controle interno poderá, a seu critério, realizar trabalhos sobre as


unidades jurisdicionadas dispensadas da apresentação do processo de contas,
o qual apenas será encaminhado ao Tribunal caso as contas sejam julgadas:

• regulares com ressalva, ou seja, quando evidenciarem impropriedade ou


qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao
Erário;

• irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências:

a) omissão no dever de prestar contas;

b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à


norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional ou patrimonial;

c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao


antieconômico;

d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos.

Vamos ver como esse assunto pode ser cobrado:

3. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Os conselhos de fiscalização do exercício
profissional deixaram de se sujeitar à jurisdição do TCU. Atualmente, tais
conselhos, quer o de âmbito federal, quer os de âmbito regional, prestam
contas reciprocamente de suas ações e da utilização dos recursos disponíveis,
mantendo vinculação com o poder público.

Resolução:
Os responsáveis pelas entidades de fiscalização do exercício profissional estão
dispensados de apresentar o processo de contas, contudo continuam sujeitos à
jurisdição do TCU, sem prejuízo da manutenção das demais formas de
fiscalização exercidas pelo controle externo.

Item errado.

Prazos

A apresentação dos relatórios de gestão e dos processos de contas


ordinárias deverá ocorrer de acordo com os prazos definidos em decisões
normativas, (para o exercício de 2009: Decisão Normativa nº 100/09 -
relatório de gestão – e, Decisão Normativa nº 102/09 - processo de contas).

Por sua vez, os processos de contas extraordinárias deverão ser


apresentados ao Tribunal em até cento e vinte dias da efetiva extinção,
liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização
da unidade jurisdicionada.

Os prazos do relatório de gestão, dos processos de contas ordinárias e


extraordinárias poderão ser prorrogados pelo Plenário do Tribunal, em caráter
excepcional, mediante solicitação fundamentada formulada, conforme o caso,
pelas seguintes autoridades:

• Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, do Supremo


Tribunal Federal, dos demais Tribunais Superiores, dos Tribunais
Federais nos Estados e no Distrito Federal e do Tribunal de Contas da
União;

• Ministro de Estado ou autoridade de nível hierárquico equivalente; e

• Procurador-Geral da República.

Se o processo de contas ordinárias não puder ser concluído no prazo definido


pelo Tribunal, o dirigente máximo do órgão também poderá solicitar, em
caráter excepcional, mediante pedido fundamentado, a prorrogação de prazo
para apresentação dos referidos processos devidamente auditados.

Note que a inobservância dos prazos previstos na decisão normativa ou de sua


prorrogação, quando autorizada, poderá configurar omissão no dever de
prestar contas, sendo nesse caso, as contas julgadas irregulares.

O prazo para apresentação só será considerado cumprido quando do envio do


processo de contas, devidamente formalizado, contendo todas as peças e
conteúdos exigidos na IN 57/08 e na respectiva decisão normativa.
No caso inadimplemento, o órgão de controle interno competente será
informado do fato pela unidade técnica do Tribunal, para que, em até quinze
dias, comunique a situação aos responsáveis.

Os responsáveis pela gestão da unidade jurisdicionada terão quinze dias para


sanear a pendência, permanecendo, enquanto isso, em situação de
inadimplência no dever de apresentar contas.

Atenção: Em razão da complexidade do relatório de gestão ou da necessidade


de acompanhamento mais tempestivo dos atos de gestão das unidades
jurisdicionadas envolvidas, o Tribunal poderá determinar, por meio de decisão
normativa, a apresentação de relatórios de gestão parciais, em
periodicidade inferior a um ano, que comporão o relatório de gestão final.

Rol de responsáveis

O rol de responsáveis é a relação dos titulares e seus substitutos que


desempenharam qualquer das seguintes naturezas de responsabilidade:

• dirigente máximo da unidade jurisdicionada que apresenta as contas ao


Tribunal;

• membro de diretoria;

• membro de órgão colegiado que, por definição legal, regimental ou


estatutária, seja responsável por atos de gestão; e

• outros definidos, a critério do Tribunal, em decisão normativa.

Nesse rol deverão constar as seguintes informações relativas a cada


responsável:

• nome, completo e por extenso, e número do Cadastro de Pessoa Física


do Ministério da Fazenda (CPF/MF) do responsável arrolado;

• identificação das naturezas de responsabilidade e dos cargos ou funções


exercidos;

• indicação dos períodos de gestão, por cargo ou função;


• identificação dos atos formais de nomeação, designação ou exoneração,
incluindo a data de publicação no Diário Oficial da União ou em
documento de divulgação pertinente;

• endereço residencial completo; e

• endereço de correio eletrônico, se houver.

Para fins de documentação e acesso por parte dos órgãos de controle, as


unidades jurisdicionadas deverão manter cadastro, preferencialmente
informatizado, com todos os responsáveis, mesmo aqueles não compreendidos
no rol de responsáveis.

Os órgãos de controle interno poderão, a seu critério, avaliar a gestão de


outros responsáveis, ainda que não arrolados no processo de contas. No caso
de ser constatada gestão irregular e houver dano ao Erário, o respectivo órgão
de controle interno, sob pena de responsabilidade solidária, deverá determinar
a instauração de processo de tomada de contas especial.

Caso não ocorra dano ao Erário, o responsável terá as suas responsabilidades


certificada pelo órgão de controle interno.

Forma, peças e conteúdo.

O Tribunal define por meio de decisão normativa a forma como serão


apresentados os relatórios de gestão dos responsáveis pelas unidades
jurisdicionadas, bem como seu conteúdo mínimo e as orientações para a sua
apresentação ou encaminhamento em meio informatizado.

O relatório de gestão deverá incluir todos os recursos, orçamentários e extra-


orçamentários, utilizados, arrecadados, guardados ou geridos pelas unidades
jurisdicionadas ou pelos quais elas respondam, inclusive aqueles oriundos de
fundos de natureza contábil, recebidos de entes da administração pública
federal ou descentralizados para execução indireta.

O relatório de gestão do responsável por unidade jurisdicionada que for instado


a apresentar contas ordinárias deverá ser submetido à auditoria de gestão e às
demais providências a cargo do respectivo órgão de controle interno.

Os relatórios de gestão poderão ser encaminhados ao Tribunal:

• pelos responsáveis; ou

• pelo órgão de controle interno a que estiver vinculada a unidade


jurisdicionada dos respectivos responsáveis.
Eles ficarão disponíveis na rede mundial de computadores, para consulta pela
sociedade, na forma definida por ato da presidência do Tribunal.

Os processos de contas ordinárias serão compostos pelas peças abaixo


arroladas e demais peças fixadas pelo Tribunal em decisão normativa:

• rol de responsáveis;

• relatório de gestão dos responsáveis;

• declaração expressa da respectiva unidade de pessoal de que os


responsáveis constantes do rol de responsáveis estão em dia com a
exigência de apresentação da declaração de bens e rendas de que trata a
Lei nº 8.730, de 1993 (imposto de renda);

• relatórios e pareceres de órgãos, entidades ou instâncias que devam se


pronunciar sobre as contas ou sobre a gestão dos responsáveis pela
unidade jurisdicionada, consoante previsão em lei ou em seus atos
constitutivos;

• relatório de auditoria de gestão, emitido pelo órgão de controle interno


competente;

• certificado de auditoria, emitido pelo órgão de controle interno


competente;

• parecer conclusivo do dirigente do órgão de controle interno competente;


e

• pronunciamento expresso do Ministro de Estado supervisor da unidade


jurisdicionada cujo responsável apresenta o processo de contas
ordinárias, ou da autoridade de nível hierárquico equivalente, sobre o
parecer do dirigente do órgão de controle interno competente, atestando
haver tomado conhecimento das conclusões nele contidas.

Atenção: O pronunciamento ministerial ou de autoridade de nível hierárquico


equivalente sobre o parecer do dirigente do órgão de controle interno
competente não poderá ser objeto de delegação.

Os exames do órgão competente de controle interno sobre os processos de


contas ordinárias abrangerão todos os recursos, orçamentários e extra-
orçamentários, utilizados, arrecadados, guardados ou geridos pelas unidades
jurisdicionadas ou pelos quais elas respondam, inclusive aqueles oriundos de
fundos de natureza contábil, recebidos de entes da administração pública
federal ou descentralizados para execução indireta.
O relatório de auditoria de gestão emitido pelo órgão de controle interno
deverá ser composto apenas de achados caracterizados, ao menos, pela
indicação da situação encontrada e do critério adotado, evidenciados por
papéis de trabalho que não comporão o referido relatório, mas que deverão ser
mantidos em arquivo à disposição do Tribunal.

Processos de contas extraordinárias

O órgão ou entidade da administração pública federal que for submetido a


processo de extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão,
incorporação ou desestatização deverá apresentar a julgamento do Tribunal
processo de contas extraordinárias, abrangendo o período compreendido entre
o início do exercício financeiro e a data da efetiva extinção, liquidação,
dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização.

As unidades jurisdicionadas que extrapolem o ano civil deverão apresentar os


relatórios de gestão do exercício correspondente.

Os processos de contas extraordinárias deverão conter os documentos e


informações relativos às providências adotadas para encerramento das
atividades da unidade, em especial os termos de transferência patrimonial e a
situação dos processos administrativos não encerrados, com o aceite dos
respectivos destinatários.

Prazo de guarda dos documentos comprobatórios

As unidades jurisdicionadas deverão manter os documentos comprobatórios,


inclusive de natureza sigilosa, pelo prazo mínimo de dez anos, contado a partir
da apresentação dos relatórios de gestão ao Tribunal.

O descumprimento sujeitará o responsável à multa, sem prejuízo da


instauração de tomada de contas especial, para apuração dos fatos,
identificação dos responsáveis e quantificação do dano ao erário, se for o caso.

4. (UnB/CESPE/TCE – AC Analista de Controle Externo – Especialidade:


Administração Pública e/ou de Empresas/2008) – Adaptada - A
auditoria do controle interno deve ser registrada por meio de relatório,
parecer, certificado ou nota.

O parecer do dirigente do órgão do controle interno é peça documental que


externaliza a avaliação conclusiva do controle interno e deve ser inserida,
compulsoriamente, nos processos de tomada e prestação de contas.

Resolução:
Vimos que os processos de contas ordinárias serão compostos por diversas
peças, entre elas, o parecer conclusivo do dirigente do órgão de controle
interno competente. Item correto.

Decisões em Processo de Tomada ou Prestação de Contas

Segundo o art. 10 da LOTCU a decisão em processo de tomada ou prestação


de contas pode ser preliminar, definitiva ou terminativa.

Preliminar Æ é a decisão pela qual o Relator ou o Tribunal, antes de


pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o julgamento,
ordenar a citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar
outras diligências necessárias ao saneamento do processo.

Definitiva Æ é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas regulares,


regulares com ressalva, ou irregulares.

As contas serão
Quando
julgadas:
Expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos
Regulares demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a
economicidade dos atos de gestão do responsável.
Regulares com Evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de
ressalvas natureza formal de que não resulte dano ao Erário.
Comprovada qualquer das seguintes ocorrências:
• omissão no dever de prestar contas;
• prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo,
antieconômico, ou infração à norma legal ou
regulamentar de natureza contábil, financeira,
Irregulares
orçamentária, operacional ou patrimonial;
• dano ao Erário decorrente de ato de gestão
ilegítimo ao antieconômico; ou
• desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores
públicos.

Terminativa Æ é a decisão pela qual o Tribunal ordena o trancamento das


contas que forem consideradas iliquidáveis.

As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito ou de força


maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, tornar
materialmente impossível o julgamento de mérito.

O Tribunal ordenará o trancamento das contas que forem consideradas


iliquidáveis e o consequente arquivamento do processo.
Se, dentro do prazo de cinco anos contados da publicação da decisão
terminativa no Diário Oficial da União surgirem novos elementos, o Tribunal
poderá autorizar o desarquivamento do processo e determinar que se ultime a
respectiva tomada ou prestação de contas. Transcorrido esse prazo sem que
tenha havido nova decisão, as contas serão consideradas encerradas, com
baixa na responsabilidade do administrador.

Vamos agora resolver mais algumas questões:

5. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Uma decisão do TCU, em processo de tomada ou
prestação de contas, só será considerada terminativa quando, transcorridos
cinco anos do seu arquivamento, não for possível comprovar os fatos que
tenham sobrestado o seu julgamento, por indícios de irregularidades.

Resolução:

Uma decisão é considerada terminativa quando o Tribunal ordena o


trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, o prazo de cinco
anos a contas da publicação da decisão terminativa no Diário Oficial da
União, e não do arquivamento do processo como afirma o enunciado, é para
efeitos do encerramento das contas, com baixa na responsabilidade do
administrador. Portanto, item errado.

6. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - O conceito de irregularidade, na acepção da Lei
Orgânica do TCU, é mais abrangente do que a existência de dano provocado
por desfalque ou desvio de valores públicos, ou a prática de atos ilegais ou a
mera omissão no dever de prestar contas. Atualmente, para julgar irregulares
as contas, é suficiente a comprovação de dano provocado por ato
antieconômico ou de prática de ato de gestão qualificado como antieconômico.

Resolução:

Conforme vimos, a prática de ato de gestão antieconômico é suficiente para


ensejar que as contas sejam consideradas irregulares.

Item correto.

7. (Elaborada pelos professores) - O órgão ou entidade da administração


pública federal que for submetido a processo de extinção, liquidação,
dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização deverá
apresentar a julgamento do Tribunal processo de contas ordinárias,
abrangendo o período compreendido entre o início do exercício financeiro e a
data do respectivo evento.
Resolução:

O caso previsto pelo enunciado enseja a tomada de contas extraordinárias e


não ordinárias. Item errado.

8. (Elaborada pelos professores) – Entre outras peças, os processos de


contas ordinárias serão compostos pelo rol de responsáveis; pelo relatório de
gestão dos responsáveis; pelo relatório de auditoria de gestão, emitido pelo
órgão de controle externo competente; pela declaração de bens e rendas dos
responsáveis, pelo certificado de auditoria, emitido pelo órgão de controle
interno competente; e, pelo parecer conclusivo do dirigente do órgão de
controle interno competente.

Resolução:

O erro da questão está em afirmar que o relatório de auditoria de gestão é


emitido pelo órgão de controle externo competente, quando na verdade é o
controle interno que o emite, além disso, inclui entre as peças exigidas a
declaração de bens e rendas dos responsáveis, quando na verdade, é exigido a
declaração expressa da respectiva unidade de pessoal de que os responsáveis
constantes do rol de responsáveis estão em dia com a exigência de
apresentação da declaração de bens e rendas.

Item errado.

9. (Elaborada pelos professores) – O prazo para apresentação do processo


de contas só será considerado cumprido quando do envio ao TCU, devidamente
formalizado, de todas as peças e conteúdos exigidos pelo Tribunal. No caso de
inadimplemento, será considerado omisso o responsável que não sanear a
pendência no prazo de até quinze dias a contar do recebimento da
comunicação de controle interno competente.

Resolução:

Conforme vimos o prazo para apresentação só será considerado cumprido


quando do envio do processo de contas, devidamente formalizado, contendo
todas as peças e conteúdos exigidos na IN 57/08 e na respectiva decisão
normativa.

No caso inadimplemento, o órgão de controle interno competente será


informado do fato pela unidade técnica do Tribunal, para que, em até quinze
dias, comunique a situação aos responsáveis.

Os responsáveis pela gestão da unidade jurisdicionada terão quinze dias para


sanear a pendência, permanecendo, enquanto isso, em situação de
inadimplência no dever de apresentar contas.
Item correto.

10. (Elaborada pelos professores) – Nem todas as unidades jurisdicionadas


são obrigadas a apresentação do processo de contas. Nesse sentido,
anualmente são definidas em instrução normativa de natureza sigilosa as
unidades jurisdicionadas cujos responsáveis apresentarão contas ordinárias
para fins de julgamento, sob a forma de tomada ou prestação de contas.

Resolução:

O instrumento normativo utilizado para definir as unidades jurisdicionadas


cujos responsáveis apresentarão contas ordinárias para fins de julgamento é a
decisão normativa. Item errado.

Finalizamos aqui a nossa aula de hoje, faça os exercícios propostos e participe


do fórum de dúvidas.

Um grande abraço,
Davi e Fernando
Exercícios Propostos

1. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Para efeito de organização e apresentação dos
processos de tomada e prestação de contas, o TCU considera que a relevância
está relacionada à participação que um órgão ou entidade tem no orçamento
público e a materialidade é a dimensão econômica ou social de um órgão ou
entidade em função das ações de que é responsável. A importância de
qualquer uma dessas características exclui a outra.

2. (UnB/CESPE/TCU – Auditor Federal de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria de Obras
Públicas/2009) - Julgue os próximos itens com base nas normas da Lei
Orgânica do TCU relativas às decisões em processos de tomada ou prestação
de contas.

Se o relator de um processo decidir determinar a audiência de um dos


responsáveis listados no mesmo processo, tal determinação se classificará
como preliminar.

3. (UnB/CESPE/TCU – Auditor Federal de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria de Obras
Públicas/2009) - Julgue os próximos itens com base nas normas da Lei
Orgânica do TCU relativas às decisões em processos de tomada ou prestação
de contas.

Se o TCU, ao examinar um processo de tomada de contas, julgar as contas


como regulares, tal decisão será classificada como terminativa.

4. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2007) - Em cada auditoria realizada, o auditor
governamental deverá elaborar relatório que refletirá os resultados dos
exames efetuados. Entretanto, nos relatórios de auditorias realizadas com base
no processo de tomada e prestação de contas, nas quais se detectar desvio de
bens públicos, a autoridade administrativa competente deverá comunicar
imediatamente o resultado ao TCU, para que este instaure processo de tomada
de contas especiais.

5. (UnB/CESPE/Unipampa – Auditor/2009) - Considere que o órgão de


controle interno de instituição de ensino superior fundacional da União tenha
constatado que o dirigente de uma unidade da instituição mantém os recursos
de um convênio com o MEC em aplicação financeira para prevenir atrasos ou
insuficiência em outras transferências. Nesse caso, o órgão de controle deve
solicitar diretamente ao TCU a instauração de tomada de contas especial, fato
que será, então, comunicado à autoridade responsável.

6. (UnB/CESPE/TST - Analista Judiciário – Área: Administrativa –


Especialidade: Contabilidade/2008) - A respeito da auditoria no setor
público federal, julgue o item a seguir.

No apoio ao controle externo, os órgãos de controle interno do Poder Judiciário


devem alertar a autoridade administrativa competente para que instaure
tomada de contas especial, se tomarem conhecimento de prática de ato
antieconômico de que resulte dano ao erário.

7. (Elaboração dos professores) - Qualquer pessoa física ou jurídica que


utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta assuma
obrigações de natureza pecuniária, está sujeita à TCE, mesmo que não haja
dano ao Erário da União.

8. (Elaboração dos professores) - O exame do desempenho engloba a


capacidade dos controles internos de identificar e corrigir falhas e
irregularidades; o exame da conformidade atua na análise da eficácia,
eficiência, efetividade e economicidade da gestão em relação a padrões
administrativos e gerenciais.

9. (Elaboração dos professores) - O Tribunal poderá diferir a instrução de


processos de tomada e prestação de contas que contenham parecer do
controle interno pela regularidade ou regularidade com ressalva.

10. (Elaboração dos professores) - O processo de contas ordinárias poderá


ser organizado tendo por base a gestão de uma unidade jurisdicionada ou de
um conjunto de unidades jurisdicionadas que se relacionam em razão de
hierarquia, função ou programa de governo, de modo a possibilitar a avaliação
sistêmica dessa gestão, nesse último caso o processo de contas é consolidado.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Errado Certo Errado Errado Errado Certo Errado Errado Certo Errado
Lista de questões resolvidas na aula

1. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Na hipótese de desvio de aplicações em curso, as
tomadas de contas especiais serão encaminhadas imediatamente ao TCU,
independentemente do valor do dano que já tiver sido causado ao erário.

2. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Em relação à organização e apresentação de
processos de tomadas e prestações de contas, o conceito de risco está
associado, segundo o TCU, à importância social ou econômica de um órgão ou
entidade para a administração ou a sociedade, sendo a relevância
correspondente à representatividade das dotações orçamentárias atribuídas a
uma unidade ou gestor.

3. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Os conselhos de fiscalização do exercício
profissional deixaram de se sujeitar à jurisdição do TCU. Atualmente, tais
conselhos, quer o de âmbito federal, quer os de âmbito regional, prestam
contas reciprocamente de suas ações e da utilização dos recursos disponíveis,
mantendo vinculação com o poder público.

4. (UnB/CESPE/TCE – AC Analista de Controle Externo – Especialidade:


Administração Pública e/ou de Empresas/2008) – Adaptada - A
auditoria do controle interno deve ser registrada por meio de relatório,
parecer, certificado ou nota.

O parecer do dirigente do órgão do controle interno é peça documental que


externaliza a avaliação conclusiva do controle interno e deve ser inserida,
compulsoriamente, nos processos de tomada e prestação de contas.

5. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - Uma decisão do TCU, em processo de tomada ou
prestação de contas, só será considerada terminativa quando, transcorridos
cinco anos do seu arquivamento, não for possível comprovar os fatos que
tenham sobrestado o seu julgamento, por indícios de irregularidades.

6. (UnB/CESPE/TCU - Analista de Controle Externo –


Área/Especialidade: Controle Externo – Orientação: Auditoria
Governamental/2008) - O conceito de irregularidade, na acepção da Lei
Orgânica do TCU, é mais abrangente do que a existência de dano provocado
por desfalque ou desvio de valores públicos, ou a prática de atos ilegais ou a
mera omissão no dever de prestar contas. Atualmente, para julgar irregulares
as contas, é suficiente a comprovação de dano provocado por ato
antieconômico ou de prática de ato de gestão qualificado como antieconômico.

7. (Elaborada pelos professores) - O órgão ou entidade da administração


pública federal que for submetido a processo de extinção, liquidação,
dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização deverá
apresentar a julgamento do Tribunal processo de contas ordinárias,
abrangendo o período compreendido entre o início do exercício financeiro e a
data do respectivo evento.

8. (Elaborada pelos professores) – Entre outras peças, os processos de


contas ordinárias serão compostos pelo rol de responsáveis; pelo relatório de
gestão dos responsáveis; pelo relatório de auditoria de gestão, emitido pelo
órgão de controle externo competente; pela declaração de bens e rendas dos
responsáveis, pelo certificado de auditoria, emitido pelo órgão de controle
interno competente; e, pelo parecer conclusivo do dirigente do órgão de
controle interno competente.

9. (Elaborada pelos professores) – O prazo para apresentação do processo


de contas só será considerado cumprido quando do envio ao TCU, devidamente
formalizado, de todas as peças e conteúdos exigidos pelo Tribunal. No caso de
inadimplemento, será considerado omisso o responsável que não sanear a
pendência no prazo de até quinze dias a contar do recebimento da
comunicação de controle interno competente.

10. (Elaborada pelos professores) – Nem todas as unidades jurisdicionadas


são obrigadas a apresentação do processo de contas. Nesse sentido,
anualmente são definidas em instrução normativa de natureza sigilosa as
unidades jurisdicionadas cujos responsáveis apresentarão contas ordinárias
para fins de julgamento, sob a forma de tomada ou prestação de contas.

Gabarito:

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Errado Errado Errado Certo Errado Certo Errado Errado Certo Errado

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