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SOBRE AS
PESSOAS
COLECTIVAS
(IRC)
ESTRUTURA DO CÓDIGO DO IRC
• Regime geral
• Regimes especiais
- Regime de transparência fiscal
- Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades “RETGS” (Art. 69º do CIRC)
• Regime de redução de taxas
- Taxas das Regiões Autónomas
- Regime especial da Zona Franca da Madeira (empresas devidamente registadas no Centro
Internacional de Negócios da Madeira) - taxa reduzida de 5% até 2027, em sede de IRC –
art. 36.º-A EBF (alterado pela Lei n.º 21/2021, de 20 de Abril).
• Regime de isenção definitiva
- Pessoas colectivas de utilidade pública e de solidariedade social
- Isenção de pessoas colectivas e outras entidades de navegação marítima ou aérea
• Modalidades de determinação da
matéria coletável
• Regime simplificado de tributação
• Taxas de IRC
D E T E R M I N A Ç Ã O DA • Derrama estadual
M AT É R I A
COLETÁVEL • Derrama municipal
DE TE RMI NAÇ ÃO DA MATÉ RI A C O L E TÁVE L
Não residentes
Sem estabelecimento estável
- rendimento global das
entidades com ou sem
personalidade jurídica – art.
3.º/1/d)
M O DA L I DA D E S D E D E T E R M I N A Ç Ã O DA M A T É R I A C O L E T Á V E L
Regime simplificado ou
contabilidade organizada.
CASO PRÁTICO
O “Clube Grandes Leitores” é uma associação cultural que tem por objetivo
a promoção de atividades culturais de divulgação literária, nomeadamente
colóquios. Nas suas instalações, possui um pequeno bar que é explorado
diretamente pela associação. No ano de 2021, os seus registos contabilísticos
evidenciam os seguintes rendimentos brutos:
• quotizações de associados: € 3.000,00;
• rendimentos das atividades culturais: € 2.000,00;
• receitas do bar: € 10.000,00;
Estão também registados os seguintes custos:
• custos específicos do bar: € 8.000,00;
• custos comuns: € 1.200,00.
Há lugar ao pagamento de IRC? Em caso afirmativo como se determina
neste caso a base do imposto?
• A entidade é sujeito passivo de IRC, por força do disposto na
alínea a) do nº 1 do artigo 2º do CIRC.
A associação em causa é um sujeito passivo de IRC, por força do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do CIRC.
Como se trata de um sujeito passivo que não exerce a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola, o IRC incide sobre o rendimento global, conforme alínea b) do n.º 1 do art. 3.º do CIRC, que corresponde à
soma algébrica dos rendimentos líquidos das diversas categorias, determinados nos termos do IRS.
Os rendimentos das atividades desportivas estão isentos nos termos do n.º 1 do art. 11.º do CIRC.
Mas os rendimentos do restaurante já não estão isentos – n.º 3 do art. 11.º do CIRC. As quotas pagas pelos
associados não estão sujeitas a imposto, conforme prevê o n.º 3 do artigo 54.º do CIRC.
Como se deduzem os custos? Art. 54.º/1/a) e b)
Ao rendimento global da atividade do restaurante, vamos deduzir os custos específicos do restaurante = 5.000€
Quanto aos custos comuns, fazemos uma regra de 3 simples:
24.000 --------------------- 3.000
15.000 ---------------------- x
X = 1875 €
• 0,04 (4%) das vendas de mercadorias e produtos, bem como das prestações de serviço efetuadas no
âmbito de atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas;
• 0,75 (75%) dos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstos na tabela a que se
refere o artigo 151.º do Código do IRS;
• 0,10 (10%) dos restantes rendimentos de prestações de serviços e subsídios destinados a exploração;
• 0,95 (95%) dos rendimentos provenientes de contratos que tenho um projeto a sessão ou utilização
temporária da propriedade intelectual ou industrial ou prestação de informações respeitantes a uma
experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, dos outros rendimentos de capitais,
do resultado positivo de rendimentos Prediais, do saldo positivo das mais e menos valias e dos
restantes incrementos patrimoniais;
• 1,00 (100%) do valor descrição dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito.
COEFICIENTES – ART. 86.º-B CIRC
Mesmo havendo rendimentos o valor mínimo constante da norma, entendido como mera
presunção de rendimento, será sempre ilidível (art.73º LGT aplicável a todas normas
que influenciam directa ou indirectamente a determinação da matéria colectável).
A tese da Fazenda Pública (aplicação do regime simplificado segundo um critério
forfetário, independentemente do apuramento de rendimento positivo, nulo ou negativo)
é inaceitável:
a) constitui violação do princípio constitucional segundo o qual a tributação das
empresas incide fundamentalmente sobre o seu rendimento real; admitindo-se a
tributação do rendimento normal por aplicação de métodos indirectos, mas nunca a
tributação de um rendimento inexistente, equiparado a confisco fiscal (art.104º nº2
CRP RC/97);
b) constitui violação do princípio constitucional da igualdade (na sua vertente de
tratamento diferenciado de situações diferentes), ao tributar identicamente empresas em
actividade que geram lucro e empresas inactivas, sem fundamento material bastante
(art.13º CRP)
c) radica em interpretação da norma sobre o rendimento tributável que ficciona um
rendimento inexistente para o submeter a tributação
R E G I M E S I M P L I F I C A D O E M S E D E D E I RC E I R S
• Estes regimes são diferentes quanto ao seu acesso, quanto aos requisitos a preencher, quantas com
eficientes para o apuramento da matéria coletável e, ainda, por no regime simplificado em IRC se prever
uma coleta mínima.
• Umas das diferenças do regime simplificado em sede de IRC e em sede de IRS prende-se com a
necessidade, ou ausência da mesma, de aderir a esse regime.
• Ou seja, no regime simplificado em sede de IRS o legislador optou por incluir diretamente neste regime
todos aqueles que não tenham ultrapassado no período de tributação imediatamente anterior um
montante anual ilíquido de rendimentos dessa categoria de € 200.000,00. Contudo, os sujeitos passivos
abrangidos pelo regime simplificado podem optar pelo regime da contabilidade (art. 28.º n.ºs 2, 3 e 4
CIRS). Optando por um ou outro regimes o sujeito passivo é obrigado a permanecer no mesmo por um
período mínimo de três anos (art. 28.º, n.º 5 CIRS).
• Não significa isto que o regime simplificado em sede de IRS não é opcional. De facto, continua a ser
uma opção do sujeito passivo, mas aqui em se manter neste regime ou sair do mesmo
R E G I M E S I M P L I F I C A D O E M S E D E D E I RC E I R S
• Assim, ao contrário do IRS onde o sujeito passivo já está à partida dentro do mesmo,
tendo de declarar que pretende o regime de contabilidade se pretender sair daquele
regime, no IRC o sujeito passivo, mesmo que preencha os requisitos do art. 86.º-A, n.º
1, não está dentro deste regime, tendo de optar, aqui, por entrar no mesmo.
• A opção pela aplicação do regime geral de determinação do lucro tributável deve ser
formalizada pelos sujeitos passivos nomeadamente na declaração de início de atividade
(al. a) do n.º 3 do art. 86-A).
OPTA POR SAIR
IRS
SUJEITO
PASSIVO
IRC
SUJEITO PASSIVO
OPTA POR ENTRAR
• No regime simplificado em sede de IRS exige-se apenas que sujeitos passivos, no
exercício da sua atividade, não tenha ultrapassado no período tributação
imediatamente anterior o montante anual e líquido de rendimentos de €200.000 e
não tenham optado pelo regime de contabilidade organizada – art. 28.º, n.º 2 CIRS;
• Quanto aos coeficiente de base para o apuramento da matéria coletável,
constantes do art. 31.º do Código do IRS e do artigo 86.º-B do Código do IRC,
embora coincidam em geral, isso não se verifica:
• Em relação às vendas de mercadorias e produtos e prestações de serviço efetuadas no
âmbito da atividade de restauração e bebidas e de atividades hoteleiras e similares, em que o
coeficiente em IRS é 0,15 e em IRC 0,04;
• Em relação às prestações de serviços que não integram as atividades profissionais
especificamente previstas na tabela é que se refere o artigo 151.º do Código do IRS, em que
o coeficiente em IRS é de 0,35 e em IRC de 0,10.
A opção pelo regime simplificado ou pelo regime geral dependerá da dimensão da
matéria colectável que em princípio possa decorrer da aplicação de cada um:
António e Ana pretendem dar início à atividade da sua empresa decoração de interiores, a
DécoCoimbra, Lda., e consultam-no para saber se têm de ter contabilidade organizada ou se
podem optar pelo regime simplificado de determinação da matéria coletável.
1. Art. 86.º-A, n.º 1, do CIRC - podem optar pelo regime simplificado de determinação da matéria
coletável, os sujeitos passivos residentes, não isentos nem sujeitos a um regime especial de tributação,
que exerçam a título principal uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e que
verifiquem, cumulativamente, as condições aí previstas.
Segundo o art. 86.º-A, n.º 3, a opção pelo regime simplificado deve ser formalizada na declaração de
início de atividade.
Sendo o período de início de atividade, então o enquadramento no regime simplificado faz-se em
conformidade com o valor anual dos rendimentos estimado (n.º 2 do artigo).
Art. 86.º-B, n.º 1, do CIRC - aplica-se o coeficiente da alínea b), ou seja, 0,75% dos rendimentos das
atividades profissionais previstas na tabela (código 1322) a que se refere o art. 151.º do CIRS.
Sendo período de início de atividade, os coeficientes são reduzidos nos termos do n.º 5 do art. 86.º-B,
para as alíneas a) e c) do n.º 1 (que não é o caso).
A empresa “GoodLiving”, sem sede ou direção efetiva em Portugal, adquire uma moradia
em Lisboa para aí desenvolver a atividade de alojamento local.
1. Será esta entidade tributada em sede de IRC? Fundamente.
2. Pode a empresa optar por ser tributada através do regime simplificado? Justifique.
3. Suponha que é uma entidade residente em Portugal que explora o Alojamento Local e
que decide optar pelo regime simplificado de determinação da matéria coletável. Qual
o coeficiente aplicável?
CASO PRÁTICO 3 – RESOLUÇÃO
1. A empresa em causa é um sujeito passivo de IRC que é não residente em Portugal (art. 2.º, n.º 1, al.
c) do CIRC).
Nos termos do n.º 1 do art. 5.º do CIRC, considera-se estabelecimento estável qualquer instalação
fixa através da qual seja exercida uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola. A
atividade de Alojamento Local está intrinsecamente ligada ao imóvel e dele não se pode dissociar. É
através do imóvel (instalação fixa) que a atividade se desenvolve, configurando assim a existência de
um estabelecimento estável.
A existência de estabelecimento estável determina, para efeitos de IRC, que a entidade não residente
tem obrigações fiscais e contabilísticas idênticas às de um sujeito passivo residente, sendo o seu lucro
tributável determinado nos termos do art. 55.º do CIRC (que remete para o art. 17.º e seguintes).
2. Não, o regime simplificado apenas se aplica a sujeitos passivos residentes – art. 86.º-A, n.º 1.
3. Art. 86.º-B – iremos aplicar o coeficiente da alínea a), da alínea g) ou da alínea h) consoante o AL
fique em área de contenção ou não e seja em moradia ou apartamento.
As autarquias locais podem definir, por meio de regulamento, e desde que com deliberação
fundamentada, dentro dos respetivos municípios, quais as quotas para a concessão de licenças para
exploração de imóveis em regime de Alojamento Local - criação de zonas de contenção -
procurando-se controlar, assim, a proporção de imóveis disponíveis para habitação. Nestas zonas
impõem-se um limite máximo de licenças de AL, com o objetivo de combater a instalação de novos
estabelecimentos turísticos nos bairros onde a sua presença já tem um peso excessivo em relação à
residência total disponível.