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TRIBUTAÇÃO DAS EMPRE-

SAS EM MOÇAMBIQUE

Cláudio Pene
Licenciado em Direito, FDUEM (2003)
Mestre em Direito, FDUEM (2010)
Doutorando em Direito, FDUEM (2013)
TRIBUTAÇÃO DAS EMPRESAS EM
MOÇAMBIQUE
1. Regime geral de tributação das empresas no desenvolvi-
mento da actividade
2. Principais obrigações das empresas em sede do IRPS
3. Tributação da empresa em nome individual
4. Tributação das alterações empresariais
5. Regimes especiais de tributação das empresas que operam
na prospecção, pesquisa e exploração de petróleo, gás, carvão
e outros recursos naturais
6. Responsabilidade dos sócios, administradores, membros de
órgãos de fiscalização e terceiros pelo pagamento do imposto
devido pela empresa
Conceito de Tributação:
Direito Financeiro Público – conjunto de normas
jurídicas que regulam a obtenção e utilização de
recursos financeiros pelos entes públicos.
Dto das Receitas
Dto Financeiro Dto das Despesas
Dto da Admin. ou Gestão Finan.
Dto Patrimonial – Dto do Credito Púb. – Dto Tributário

Conjunto de normas que disciplinam a obtenção de re-


ceitas coactivas não sancionatórias (art. 3 da LGT – im-
postos, taxas e contribuições especiais).
Conceito de Tributação:
Tributação – (s. f.) Acto ou efeito de tributar.

Tributar – (v. tr.) Lançar tributo sobre; colectar...

Dicionários do Estudante, Porto Editora, Porto,


1981, p. 981.
Conceito de Empresa:
Nos dias que correm o direito vai assimilando como
noção básica de empresa, a de unidade económica
de produção. 1.SOCIEDADE COMERCIAL
2.EMPRESA EM NOME INDIVID-
UAL
Organização erigida pelo comerciante para o de-
senvolvimento do seu tráfico mercantil.

No sentido amplo, abrangendo o produtor, o


grossista e o retalhista, como também o industrial e
o prestador de serviços – o empresário.
Personalidade Tributária das empresas:
A empresa tem personalidade jurídica distinta da
do comerciante/empresário.

Susceptibilidade de ser titular de dtos e obrigações.

A titularidade de dtos e obrigações tributárias (ser


sujeito de relações jurídico-tributárias), designa-se
por personalidade tributária (art. 15 da LGT) e esta
é independente da existência de personalidade ju-
rídica (prevalência da substância sobre a forma).
Responsabilidade pelo cumprimento das obri-
gações tributárias das empresas:
“Empresas” sem personalidade jurídica

Pessoas que administram, legalmente ou de facto,


os seus interesses (nº 2 do art. 16 da LGT).

Empresas com personalidade jurídica

Representantes estatutários ou, na sua falta, a ad-


ministração de dto ou de facto (nº 1 do art. 18 da
LGT).
Responsabilidade pelo cumprimento das obri-
gações tributárias das empresas:
Terceiros
(substitutos trib-
utários)
Administradores ,
directores, ger-
Sócios entes, etc

Membros de
órgãos de fis-
calização
Tributação das empresas no momento da constitu-
ição e início de actividade:
O acto de constituição (escritura pública) e au-
mento de capital social estão isentos do imposto
do selo (art. 6/1/g) do CIS).

Obrigatoriedade de ap-
Livros obrigatórios resentação ao Fisco da
(arts. 43, 167 e 371 declaração de inscrição
no registo/declaração
do Ccom) são tributa- de inicio de actividade
dos (5Mt/folha) – art. 15 dias antes do inicio
da actividade – arts.
15 TIS 36/1/a) e 37 do RCIRPC
e 25/1/a) do CIVA
Tributação das empresas no momento da constitu-
ição e início de actividade:
Entrada para o capital social da empresa com
imóveis situados em território moçambicano

SISA (art. 1/5/b) do CSISA) ou IASISA (art.


59/5/b) da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro
2% sobre
Valor Pat-
rimonial
Encargo da empresa (pessoa a quem se
transmite o imóvel). O imposto deve ser
liquidado e pago antes da celebração da
escritura pública de constituição da so-
ciedade
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade:
Sociedades Comerciais

IVA IRPC ISPC (VN ≥


2.500.000MT)

Empresas em Nome Individual

IRPS ISPC(VN ≥
IVA (2ª cat) 2.500.000MT)
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade:

Direitos
Aduaneiros

Empresas que no desenvolvimento da sua ac-


tividade realizam importação de bens.
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
SUJEIÇÃO:
1. TRANSMISSÕES DE BENS
EFECTUADAS A TÍ- NO TERRIT.
TULO ONEROSO MOÇ.
2. PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS

Art. 3 POR SU-


JEITOS PAS-
Art. 4 Art. 6 SIVOS

3. IMPORTAÇÃO DE BENS
Entrada de
bens no ter- Art. 2
rit. Moç. (Art.
5)
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
Transmissões de Bens – transferência onerosa de bens
corpóreos por forma correspondente ao exercício do
direito de propriedade.
1. Apenas transmissões onerosas são consideradas;
2. Excluem-se as transmissões de bens incorpóreos
(estes são tributados no IVA como prestação de
serviços, p. ex. transmissão electrónica online);
3. Não é necessário que o transmitente seja propri-
etário do bem, basta que tenha a disponibilidade
económica do mesmo.

Operações assimiladas à trans-


missões de bens – art. 3/2 e 3
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
Importação de Bens – entrada de bens no território na-
cional (independentemente da qualidade da pessoa que
efectua a importação e do fim a que se destina o bem).

Tratando-se de bens postos em regime de ZEE, Zona Franca,


Depósito Franco, Depósitos Gerais Francos, Depósito de
Regime Aduaneiro, Lojas Francas, bens que se encontrem
em regime de trânsito, draubaque ou importação tem-
porária (art. 14/1), a importação considera-se materializada
se e quando forem introduzidos para consumo.
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
Prestações de Serviços – qualquer operação re-
alizada a titulo oneroso que não constitua
transmissão ou importação de bens (art. 4).
Conceito residual/negativo. Trata-se de uma
definição económica de prestação de serviços muito
mais abrangente que a definição jurídica que se en-
contra no art. 1154 do CC

Tendencialmente, a vocação de universalidade deste imposto implica que se


entenda que qualquer tipo de atribuição patrimonial que não seja uma con-
trapartida de uma transmissão de bens tenha subjacente uma prestação de
serviços tributável.
Todavia, (…) para que se considere que existe uma prestação de serviços, dev-
erá, naturalmente, existir um serviço enquadrável em uma actividade
económica.
Clotilde Celorico Palma, Introdução ao IVA Moçambicano, pp. 66 e 67.
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
REGIME NORMAL
Requisitos de enquadramento (não cumulativos)
 sujeitos passivos com volume anual de negócios igual
ou superior a 2 500 000,00MT;
 os sujeitos passivos que para efeitos de tributação so-
bre o rendimento (IRPS ou IRPC) possuem ou sejam
obrigados a possuir contabilidade organizada;
 os sujeitos passivos que efectuam operações de impor-
tação, exportação ou actividades conexas; e
 os sujeitos passivos que, tendo um volume anual de
negócios inferior a 2500000,00MT, tenham optado
pela aplicação do regime normal
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
Liquidação do IVA

• Nas transmissões de bens e prestações de serviços que efec-


tuam a titulo oneroso no território nacional, salvo se se en-
contrarem abrangidas por uma isenção (art. 9), mediante
aplicação da taxa de 17% (art. 17) ao valor da con-
traprestação obtida ou a obter do adquirente dos bens e
serviços (art. 15), INCLUINDO os impostos (excepto o IVA); os
direitos; as taxas; as despesas acessórias debitadas quando
respeitem a comissões, embalagens, transporte e seguros por
conta do cliente (art. 15/5); e EXCLUINDO as indemnizações
declaradas judicialmente, por incumprimento dos contratos;
os descontos, abatimentos ou bónus concedidos; as quantias
pagas em nome e por conta do adquirente, registadas em
contas de terceiros; e as quantias respeitantes a embalagens
efectivamente transaccionadas quando na factura ou docu-
mento conste a indicação de que foi acordada a sua de-
volução (art. 15/6).
Tributação das empresas no desenvolvimento da activi-
dade (IVA):

IVA LIQUIDADO = VALOR DA CONTRAPRESTACAO × 17%

deve ser adicionado ao valor da factura ou documento


equivalente, para efeitos da sua exigência aos
adquirentes das mercadorias ou aos utilizadores dos
serviços, ou incluído no preço nos casos em que não é
exigível factura ou documento equivalente - reper-
cussão do imposto (art. 28)

Cfr. art. 31
Art. 9 (Transmissões de bens e
prestações de serviços isen-
tas)
Art. 13 (exportações, oper-
ações assimiladas e trans-
portesv internacionais isen-
tos)
Art. 14 (outras isenções)

NAS OPERACOES ISENTAS NÃO HÁ LUGAR A


LIQUIDACAO DO IVA
ISENÇÕES
Salvo se o beneficiário op-
tar pela renúncia a
COMPLETAS (s.p. n liquida o isenção, conforme previsto
IVA + deduz o IVA supor-
INCOMPLETAS no art. 11/1.
tado) - da al. b) do nº 7 do Podem renunciar os su-
art. 9, do nº 10 do art. 9, das (s.p. n liquida o
als. d) e f) do nº 13 do art. 9, IVA e n deduz o jeitos passivos que efec-
das als. b) e d) nº 1 do art. IVA suportado) tuam transmissão de bens
14 e do nº 2 do art. 14 – por e prestação de serviços do
força do art. 19/1, b) art. 9/7, a).
IVA NAS EMPRESAS
IVA A ENTREGAR AO ESTADO

Mensalmente
IVA LIQUIDADO Excepto IVA su-
portado nas de-
(arts. 23/1 e 32) ⁻ spesas sump-
tuárias, de di-
IVA SUPORTADO vertimento e de
luxo (art.20)

IVA suportado pelo passivo, cuja


factura, documento equivalente ou bilhete de despa-
cho de importação se encontre na sua posse e tenha
sido passado em forma legal e o imposto tenha inci-
dido sobre bens ou serviços adquiridos ou utilizados
pelo sujeito passivo para as operações descritas no
art. 19
IVA NAS EMPRESAS
REGIME SIMPLIFICADO (arts. 42 – 50)
Requisitos de enquadramento (não cumulativos):
volume anual de negócios superior a 750
000,00MT e inferior a 2 500 000,00MT;
para efeitos de tributação sobre o rendimento
(IRPS ou IRPC) não possuem e não sejam obrigados
a possuir contabilidade organizada;
 não efectuam operações de importação, expor-
tação ou actividades conexas; e não tenham optado
pela aplicação do regime normal.
IVA NAS EMPRESAS
Regime Simplificado

sujeitos passivos deste


regime estão obrigados a os sujeitos passivos
liquidar o IVA nas suas oper- do regime simplifi-
ações activas (contudo como cado não deduzem
referimos o mesmo não con- o IVA eventual-
fere ao adquirente dos bens mente suportado
e/ou serviços o direito à de- nas suas operações
dução do IVA suportado/ passivas
mencionado na factura) “IVA
– Não confere direito à de-
dução”.
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
Regime Simplificado

IVA A ENTREGAR AO ESTADO



Volume de negócios trimestral
x
Abril, Julho, Outubro e 5%
Janeiro
IVA NAS EMPRESAS
REGIME DE ISENÇÃO (arts. 35 – 41)
Requisitos de enquadramento (comulativos):
sujeitos passivos que tenham volume anual de negó-
cios igual ou inferior a 750 000,00MT,
para efeitos de tributação sobre o rendimento (IRPS
ou IRPC) não possuem e não sejam obrigados a possuir
contabilidade organizada,
não efectuam operações de importação, exportação
ou actividades conexas e
não tenham optado pela aplicação do regime normal.
IVA NAS EMPRESAS
REGIME DE ISENÇÃO

IVA even-
Não lugar a liquidação do IVA
nas operações activas.
tualmente
Embora isentos, estes sujeitos suportado
passivos estão obrigados a nas oper-
emitir factura ou documento
equivalente, fazendo a ações passi-
menção “IVA – Regime de vas não é de-
Isenção”.
dutível
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
Tributação de prestações de serviços enumer-
adas no art. 6/7, cujo prestador não tenha sede,
estabelecimento estável ou domicílio em territo-
rio moçambicano:

Deve nomear represen- Na falta de nomeação


tante para cumprimento de representante, cabe
das obrigações em IVA e ao adquirente dos
comunicar ao adquirente serviços (que o faça no
dos serviços. Represen- exercício de uma acti.
tante é responsavel com, ind ou profis-
solidário (art. 26/1 e 2). São considera- sional) cumprir com as
dos SP por isso obrigações (art. 26/3).
liquidam e su-
portam o mesmo
IVA
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
Tributação das operações realizadas por via
electrónica:
1. Aquisição onerosa de bens offline (en-
comenda online e entrega tradicional):
Transmissão de Importação de
bens se a en- Bem Cor-
bens se a en-
comenda não póreo
comenda vier de
vem de fora do fora do pais
pais

TRIBUTAÇÃO A TITULO DE
TRANSMISSÃO DE BENS OU DE
IMPORTAÇÃO DE BENS
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IVA):
Tributação das operações realizadas por via
electrónica:
2. Aquisição onerosa de bens online (en-
comenda e entrega online): DIREITO COM-
PARADO
NÃO HÁ TRANS- Portanto, trata-se Directiva nº
FERÊNCIA DE UM 2002/38/CE, de
de Prestação de
BEM CORPÓREO 7/Maio
NEM IMPOR- Serviços (art. 4/1)
TAÇÃO

NÃO TRIBUTÁVEL EM MOÇAMBIQUE, salvo se o


prestador tiver sede, EE, ou domicilio em Moçam-
bique a partir do qual os serviços sejam prestados
(art. 6/3)
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IRPC): IRPC incide sobre o
LUCRO (art. 4/1, a)
Incidência: e b)
RESIDENTES
Com estab-
elecimento
Sociedades Comerciais, estável
Empresas Públicas, e de-
mais pessoas colectivas
NÃO RESI-
que exercem a título prin- DENTES
Sem estab-
cipal actividades de na- elecimento
tureza comercial, indus- estável
trial ou agrícola, incluindo
a prestação de serviços Com personali-
(art. 2/1) dade jurídica IRPC incide sobre os
rendimentos das di-
versas categorias
consideradas para
efeitos do IRPS, obti-
Sem personali- dos em territ. Moç.
dade jurídica (art. 4/1, d, art. 5/2 e
3)
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IRPC):
SEDE OU DIRECÇÃO
RESIDENTE EFECTIVA EM TERRIT. NÃO RESI-
SIM NÃO
MOÇ.? DENTE

Instalação fixa através


COM ESTABELECI- COM ou SEM
da qual é exercida uma
actividade comercial, MENTO ESTÁVEL
industrial ou agrícola,
incluindo a prestação de
serviços.
Local ou um estaleiro de con- Actividade exercida em
Incluem-se: strução, de instalação ou de Moçambique através de uma
montagem, actividades de coor-
•Local de direcção, su- denação, fiscalização e super- pessoa, que não seja agente
visão em conexão com os mes- independente (ou seja que
cursal, escritório, fab- mos; e Instalações, plataformas não actue no âmbito da sua
rica, oficina, poço de ou barcos de perfuração utiliza-
dos para prospecção ou explo- actividade), por conta de
petróleo ou de gás, pe-
ração de recursos naturais. uma empresa, com poderes
dreira ou qualquer
Quando a duração da obra ou de intermediação e de con-
outro local de extracção das actividades exceder 6 meses, clusão de contratos que a
de recursos naturais incluindo activ. preparatórias
vinculem.
situados em Moç.
Tributação das empresas no desenvolvimento da
actividade (IRPC):
Âmbito:

RESIDENTES NÃO RESIDENTES

Tributação pela totali- Tributação apenas dos


dade dos rendimentos rendimentos obtidos em
(art. 5/2) Moç. (art. 5/2)

NÃO RESIDENTES NÃO RESIDENTES SEM


LUCRO TOTAL (art. COM ESTAB. ESTÁVEL ESTAB. ESTÁVEL
4/1, a) LUCRO DO ESTABELEC- RENDIMENTOS DAS
IMENTO ESTÁVEL (art. CATEGORIAS DO IRPS
4/1, c) (art. 4/1, d)
Tributação das empresas não residentes sem estabelec-
imento estável no desenvolvimento da actividade
(IRPC): Prémios de jo-
Ganhos obtidos com a
venda de imóvel situado gos, quando o
Rendimentos relativos a devedor tenha
em Moçambique
imóveis situados em Moç residência

Ganhos obtidos com a Rendimentos deriva-


transmissão de partes rep- RETENÇÃO NA FONTE A dos do uso de
resentativas de capital de TAXA DE 20% COM NA- equipamentos,
entidades com sede ou di- TUREZA LIBERATÓRIA quando o devedor
recção efectiva em Moç. ou (ART. 5/2 e art. 62/2 tenha residência, sede
COM ALTERAÇÃO IN- ou direcção efectiva
quando pagto imputado a TRODUZIDA PELA LEI Nº
EE localizado em Moç em Moç ou seja um EE
4/2012 DE 23/01
Rendimentos
Rendimentos derivados da Rendimentos de de intermedi-
propriedade ind. ou intelec- Rendimentos de outras ação nos con-
tual, quando o devedor capital, quando prestações de tratos,
tenha residência, sede ou di- o devedor tenha serviços, quando quando o
recção efectiva em Moç. ou residência em o devedor tenha devedor tenha
seja um EE moç Moç ou seja um residência ou EE residência ou
EE moç moç EE moç
Tributação das empresas não residentes sem estabelec-
imento estável no desenvolvimento da actividade (IRPC):
Construção e reabilitação de infra-estru-
turas de produção, transporte e de dis-
tribuição de energia nas zonas rurais, no
âmbito de projectos públicos de electrifi-
cação rural
Prestação de
serviços de teleco-
municações e Afretamento de
RETENÇÃO NA FONTE A embarcações
transporte interna-
TAXA DE 10% COM NA- marítimas para
cionais, bem como
TUREZA LIBERATÓRIA realização de ac-
os resultantes de
(ART. 5/2 e art. 62/3 e 4 tividades
montagem e insta-
COM ALTERAÇÃO INTRO- pesqueira e de
lação de equipa-
DUZIDA PELA LEI Nº cabotagem
mentos
4/2012 DE 23/01

Rendimentos de títulos cotados na bolsa de valores


de Moç.
NÃO RESIDENTES SEM ESTABELECIMENTO ESTÁVEL

Dispõe o art. 43 do RCIRPC que estes sujeitos passivos


são obrigados a designar uma pessoa singular ou
colectiva residente em território moçambicano para
os representar junto da AT quanto as suas obrigações
tributárias.
A nomeação de representante é feita na declaração de
inscrição no registo a que se refere a al. a) do nº 1 do
art. 36 do RCIRPC, na DAF do representante, no prazo
de 15 dias a contar da data da ocorrência do facto que
originou o direito aos mesmos rendimentos, segundo o
art. 43 e nº 2 do art. 37 do RCIRPC.
Tributação das empresas residentes e não residentes
com estabelecimento estável, no desenvolvimento da
actividade (IRPC): IRPC é devido por cada exercício
PERIODO DE TRIBUTAÇÃO económico, que coincide com o
ano civil (art. 7/1)

PERIODO DE TRIBUTAÇÃO INFERIOR OU SUPERIOR AO ANO CIVIL:

No exercício do início de actividade (data de início de actividade fim do exercício


No exercício da cessação da actividade (início do exercício  data da cessação)
Quando o inicio e cessação da actividade ocorre no mesmo exercício (data do início de

actividade  data da cessação)


No exercício em que seja adoptado um período de tributação diferente (data do início
do exercício  dia anterior ao do início do novo período)
Sociedades em liquidação, em que todo o período de liquidação conta como um só ex-
ercício (até ao limite de 3 anos)

PERIODO DE TRIBUTAÇÃO DIFERENTE DO ANO CIVIL:

Quando razões determinadas o justifiquem, mediante autorização do MF


Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (IRPC):
DECORRE DA ADOPÇÃO DO PERÍODO ANUAL DE
TRIBUTAÇÃO QUE A LIQUIDAÇÃO DO IRPC SÓ PODE
SER EFECTUADA APÓS FINDO ESTE PERÍODO

Porém, no decurso do período de tributação os su-


jeitos passivos (as empresas) são obrigadas a efectuar
pagamentos antecipados do seu imposto

PAGAMENTOS POR PAGAMENTO ESPECIAL


RETENÇÕES NA FONTE
CONTA POR CONTA
Tributação das empresas residentes e não residentes
com estabelecimento estável, no desenvolvimento da
actividade (IRPC):
PAGAMENTOS POR CONTA (art. 70 do CIRPC conjugado
com a al. a) do nº 1 do art. 27 e 28 do RCIRPC):

PC = (IRPCLAA – RFAA) x 0,80


3
limitação/suspensão
dos pagamentos por
conta (art. 70)

MAIO/JULHO/SETEMBRO
5º/7º/9º mês (no caso de adopção de período de tribu-
tação diferente do ano civil)
Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (IRPC):
PAGAMENTO ESPECIAL POR CONTA (do art. 71 do CIRPC
conjugado com art. 29 do RCIRPC):

PEC = (VNAA x 0,5%) - PCAA


Com excepção das que
iniciam a actividade e
das abrangidas pelo
regime simplificado de
determinação do lucro
JUNHO/AGOSTO/NOVEMBRO tributável
6º/8º/10º mês (no caso de adopção de período de tribu-
tação diferente do ano civil)
Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (IRPC):
Retenções na Fonte:
Retenção na fonte mediante a aplicação da taxa de 20% aos
rendimentos elencados no art. 67:
 Rendimentos da propriedade industria, intelectual ou
know how;
Uso ou concessão de uso de equipamentos;
Aplicação de capitais;
Membro de orgãos estatutários;
Prémios de jogos, lotrias, rifas e apostas mútuas e outros
jogos de diversão social;
Intermediação na celebração de contratos e outras
prestações de serviços realizadas ou utilizadas em Moç.
etc
Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (IRPC):
Determinação do Lucro Tributável, da Matéria colec-
tável e do IRPC

Regras variam em função do regime de tributação em


que se encontra enquadrado o sujeito passivo (art. 75)

REGIME SIMPLIFICADO
REGIME DE CONTABILI- REGIME SIMPLIFICADO
DE DETERMINAÇÃO DO
DADE ORGANIZADA DE ESCRITURAÇÃO
LUCRO TRIBUTÁVEL
Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (IRPC):
REGIME DE CONTABILIDADE ORGANIZADA:

empresas públicas e as sociedades anónimas;


sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, cooperativas e
demais entidades que exerçam, a título principal, uma actividade
comercial, industrial ou agrícola, com sede ou direcção efectiva em
território moçambicano ou com estabelecimento estável em território
moçambicano, cujo volume de negócios do ano anterior seja superior
a 2.500.000,00Mt;
sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, cooperativas
demais entidades que exerçam, a título principal, uma actividade
comercial, industrial ou agrícola, com sede ou direcção efectiva em
território moçambicano ou com estabelecimento estável em território
moçambicano, cujo volume de negócios do ano anterior seja igual ou
inferior a 2.500.000,00Mt, desde que tenham optado pelo regime de
contabilidade organizada.
RESULTADO LÍQUIDO DE EXERCÍCIO
+/-
Variações Patrimoniais Positivas (art. 21) e Variações Patrimoniais Negativas (art. 24) e
Correcções Fiscais dos proveitos e custos não aceites fiscalmente
=
LUCRO TRIBUTÁVEL (art. 17)
-
Prejuízos Fiscais de anos anteriores (art. 41) e Benefícios Fiscais (art. 15/4)
+/-
Correcções Previstas nos artigos 49 à 52
=
MATÉRIA COLECTÁVEL
x
Taxa (art. 61)
=
Colecta
-
Deduções relativas à Dupla Tributação Económica de Lucros Distribuídos (art. 64), Dupla
Tributação Internacional (art. 65), Benefícios Fiscais (art. 66), Pagamento Especial por
Conta (art. 66), Pagamentos por Conta (art. 70 e 72) e Retenções na Fonte (art. 67/3)
=
IRPC
Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (IRPC):
REGIME SIMPLIFICADO DE ESCRITURAÇÃO:

sociedades comerciais ou civis sob forma comercial,


cooperativas e demais entidades residentes que exerçam,
a título principal, uma actividade comercial, industrial ou
agrícola, (com a excepção das empresas públicas e so-
ciedades anónimas) com sede ou direcção efectiva em
território moçambicano ou com estabelecimento estável
em território moçambicano, cujo volume de negócios do
ano anterior seja igual ou inferior a 2.500.000,00Mt,
desde que tenham optado por este regime.
Os sujeitos passivos residentes, que exerçam, a
título principal actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola, enquadrados no regime
simplificado de escrituração, apuram a sua
matéria colectável e liquidam o imposto
seguindo as regras aplicáveis aos sujeitos pas-
sivos residentes com contabilidade organizada.
Porém, nos termos do n º 2 do art. 15 do CIRPC,
estes não deduzem os prejuízos fiscais.
Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (IRPC):
REGIME SIMPLIFICADO DE DETERMINAÇÃO DO LUCRO
TRIBUTÁVEL:

sujeitos passivos residentes que exerçam a título


principal, uma actividade de natureza comercial, in-
dustrial ou agrícola, (com a excepção das empresas
públicas e sociedades anónimas) e que apresentem,
um volume de negócios não superior a
2.500.000,00Mt e que não tenham optado pelo
regime de contabilidade organizada ou pelo regime
simplificado de escrituração.
Valor das Vendas (Proveitos)
0,20 Vendas de mercadorias e x
de produtos e prestações de 0,20 ou 0,30 (art. 47/3)
serviços de alojamento, restau- =
ração e bebidas Lucro Tributável
0,30 outras prestações de -
Não há dedução de
serviços Benefícios Fiscais
prejuízos fiscas (art.
=
Matéria Colectável 15/2 e 4)
x
Taxa (art. 61)
=
Colecta
-
Dupla Tributação Económica de Lucros Distribuídoslo
Dupla Tributação Internacional
Benefícios Fiscais
Pagamentos por Conta Não há dedução de
Retenções na Fonte PEC (art. 71/4)
=
IRPC
Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (ISPC):
O ISPC é um imposto optativo
Art. 2

Podem optar as pessoas que exercem actividades comer-


ciais, industriais, agricolas e prestação de serviços de pe-
quena dimensão (volume de negócios anual igual ou infe-
rior a 2.500.000MT + não estar obrigado a possuir con-
tabilidade organizada nos impostos sobre os rendimentos)

A opção pelo ISPC afasta a tributação em IVA e IRPC (pes-


soas colectivas) ou IRPS 2ª categoria (pessoas singulares)

Art.
5
Tributação das empresas residentes e não resi-
dentes com estabelecimento estável, no desen-
volvimento da actividade (ISPC):
Sujeitos pas-
sivos podem
Imposto anual (Janeiro –
optar pela apli-
Dezembro), com taxa
fixa de 75.000,00MT cação da taxa
de 3% sobre o
VN
Opção é feita na
declaração de inicio de
Pagamento trimestral (4-7-
actividades ou na 10-1)
declaração de alter-
ações. Feita a opção
deve permanecer no TAXA REDUZIDA EM 50% NO EXERCICIO
minimo 2 anos DO INICIO DA ACTIVIDADE OU EXERCI-
CIO EM QUE SE OPTA PELA 1ª VEZ PELO
ISPC
Principais obrigações das empresas em sede do IRPS
(retenção na fonte): Art. 31 RCIRPS

RETENÇÃO NA FONTE SOBRE RENDIMENTOS DE TRABALHO DE-


PENDENTE (arts. 2 a 5):

Remunerações (ordenados, salários, vencimentos, subsídios ou prémios,


senhas de presenças, multas ou emolumentos, comissões, subsídio de
residência, subsídio de refeição, utilização pessoal de viatura de em-
presa, gratificações, pagamento de viagens de turismo, pagamento de
impostos devidos pelo trabalhador, pagamento a membros de órgãos es-
tatutários, pagamento de ajudas de custo, abonos para falhas, abonos de
familia, indemnizações) auferidas no âmbito de:

• contrato de trabalho ou equivalente;


• contrato de prestação de serviços sob autoridade e direcção do
adquirente dos serviços;
• membros de órgãos estatutários;
• pré-reforma;
Principais obrigações das empresas em sede do IRPS
(retenção na fonte):

Rendimentos de Trabalho dependente não sujeitos:

• Subsídios de refeição, na parte que não exceder o salário mín-


imo
• Ajudas de custo - até ao limite dos funcionários do Estado
• Abonos de família, até aos limites legais estabelecidos
• Abonos para falhas - até 5% da remuneração mensal fixa
• Acções de formação profissional
• Indemnização por cessação do contrato de trabalho
• Contribuições para regimes obrigatórios de Segurança Social
• Realizações de utilidade social e de lazer

Rendimentos de Trabalho dependente isentos:


• Peñsões
Principais obrigações das empresas em sede do IRPS
(retenção na fonte):
Equivalência em MT dos Rendimentos em Espécie:

• Viatura da empresa = (V. Aq.*0.25%)*Nº de


Meses (Ex.: (50.000*0.25%)*12=1500) – Art. 28
nº 4
• Habitação= V. Uso (renda) – Imp. Paga pelo
Beneficiário – Art. 28 nº 2
• Empréstimos= Taxa de Juro normal – Taxa de
Juro paga pelo Beneficiário – Art. 28 nº 3
• Aq. Viatura = (VMM – soma dos Rend. Anuais
Trib.) – Imp. Paga a Título de Aquisição (Ex.:
(25.000-6000)-5000=14.000 – Art. 28 nº 5
Principais obrigações das empresas em sede do IRPS
(retenção na fonte):
Taxa liberatória
REGRAS A OBSERVAR 20% p não resi-
dentes (art. 57)

1ª Categoria – Rendimentos de Trabalho Dependente (art. 30


Reg):
– Retenção mensal no momento de pagto ou colocação a
disp.
– Soma de todos os rendimentos brutos pagos nesse mês
(incluindo rendimentos em especie);
– Aplicação da taxa (tabelas publicadas anualmente)

– Subsídios de férias, 13º e 14º sálarios (retenção autónoma)


Nao Retenção – (1) subsídios de residência ou equivalente e utilização de
viatura, desde que não sejam certas e regulares – art. 30 (2) gratificações não
atribuídas pela entidade empregadora – art. 30 (3) rendimentos não sujeitos e
rendimentos isentos
Principais obrigações das empresas em sede do IRPS
(retenção na fonte):
RETENÇÃO NA FONTE SOBRE OUTROS RENDIMENTOS
Art. 32 RCIRPS
Rendimentos de Capitais (excepto juros de depósito a prazo e
rendimentos de títulos cotados na BVM) – 20%
Pendimentos Prediais – 20% (sobre 70% do rendimento predial
bruto)
Rendimentos da propriedade intelectual, industrial ou Know-
how auferidos pelo titular originário – 20%
Rendimentos de trabalho independente (consultórias, estudos,
pareceres, e outros trabalhos técnico-cientificos exercidos em
regime livre) – 20%
Jogos de diversão social, juros de depósito a prazo, rendimen-
tos de títulos cotados na BVM, remuneração de artistas de
teatro, circo, dança - 10% (art. 57/3)
Principais obrigações das empresas em sede do IRPS
(retenção na fonte):
ENTREGA DAS QUANTIAS RETIDAS
Art. 29

Na DAF do domicilio do sujeito passivo

Até 20 do mês seguinte

Incorrecções nos montantes retidos por facto im-


putável ao substituto devem ser corrigidas na
primeira retenção após a detenção do erro (até ao
mês de Dezembro)
Tratamento Fiscal da Reestruturação empresarial:

Compulsando a legislação fiscal depreende-se a pre-


ocupação do legislador em estabelecer um regime de
neutralidade relativamente as operações de reestrutu-
ração empresarial.

Esta preocupação consubstancia-se na consagração de


um conjunto de normas desenhadas de modo a que
os impostos não constituam obstaculo a este tipo de
operações, e nem que as mesmas produzam efeitos
fiscais.
Pretende-se que tais operações tenham subjacente objectivos eco-
nomicos e não fiscais.
Tratamento Fiscal da Reestruturação empresarial:
NORMAS COM PRÓPOSITO DE NEUTRALIDADE:

Art. 3/5 CIVA: Embora sejam consideradas transmis-


sões, o imposto não é exigível nas cessões a título
oneroso ou gratuito de um estabelecimento comercial,
da totalidade de um patrimonio ou de parte dele, que
seja susceptível de constituir um ramo de actividade
independente, quando, em qualquer dos casos, o
adquirente seja, ou venha a ser, pelo facto da aquisição,
um sujeito passivo de entre os referidos na al. a) do nº
1 do art. 2, que pratique apenas operações que conce-
dem direito à dedução.
Tratamento Fiscal da Reestruturação empresarial:
NORMAS COM PRÓPOSITO DE NEUTRALIDADE:

Art. 20/3,a) CIRPC: Não são considerados


como proveitos ou ganhos do exercício os resul-
tantes de operações de concentração de acticvi-
dades empresariais, tais como fusões de so-
ciedades e aquisição de activos e passivos,
desde que os bens, direitos e obrigações trans-
feridos constituam uma universalidade.
Tratamento Fiscal da Reestruturação empresarial:
NORMAS COM PRÓPOSITO DE NEUTRALIDADE:

Art. 38 CIRPS e 58 CIRPC: Não há lugar ao apura-


mento de qualquer resultado tributável por virtude
da realização do capital social com patrimonio em-
presarial da pessoa singular. Os bens que con-
stituem o activo e o passivo do referido patrimonio
devem ser inscritos no patrimonio da sociedade
para a qual se transmitem com os valores men-
cionados nos registos da pessoa singular. As reite-
gações e provisões têm o mesmo regime que tin-
ham na pessoa singular.

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