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Fiscalidade

Imposto sobre
Rendimento das
Pessoas Coletivas
(IRC)

Sofia Gomes
Bruno Pereira
2022/2023

IMP.GE.193.0

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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

2. Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas

2.1. Caracterização do Imposto

2.2. Incidência Objetiva

2.3. Incidência Subjetiva

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CARACTERIZAÇÃO DO IMPOSTO

O IRC é um imposto que, surgindo na sequência da reforma fiscal sobre a


tributação global do rendimento de 1989, procurou criar um sistema de
tributação unitária do rendimento das pessoas coletivas.

Porém, a Lei 30-G/2000 de 29/12, atenta à dificuldade de lidar com um número


elevado de pequenos e médios contribuintes e contextos em que as práticas de
evasão fiscal abundam, procede a uma nova reforma da tributação do
rendimento, avançando para um regime alternativo de determinação do
rendimento – o regime simplificado de tributação – de cujas linhas
orientadoras falaremos no Capítulo III (Determinação da Matéria Coletável).

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CARACTERIZAÇÃO DO IMPOSTO

O conceito de rendimento assenta na teoria do rendimento do acréscimo ou


incremento patrimonial que consiste na diferença entre o valor do património no
início e no fim do período de tributação, incluindo as mais-valias e outros
ganhos fortuitos (ex.: subsídios não destinados à exploração, as indemnizações e
os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito).

Trata-se de uma noção extensiva do rendimento que procura tributar o


rendimento real e efetivo das empresas, o que é aliás um princípio de
imperativo institucional.

Art. 104.º, n.º 2 da CRP

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CARACTERIZAÇÃO DO IMPOSTO

Artigo 104.º da Constituição da República Portuguesa: Impostos

1. O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será


progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.

2. A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre o seu rendimento real.

3. A tributação do património deve contribuir para a igualdade entre os cidadãos.

4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à evolução das necessidades


do desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os consumos de luxo.

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CARACTERIZAÇÃO DO IMPOSTO

• Sobre o rendimento: por contrapartida aos impostos existentes sobre a


despesa (ex.: IVA) e sobre o património (ex.: IMI, IMT);

• Direto: se atendermos ao critério económico poderemos dizer que o IRC é um


imposto direto na medida que incide sobre a manifestação direta ou imediata da
capacidade contributiva;

• Real: porque visa a tributação dos rendimentos das pessoas coletivas sem
atender à sua situação pessoal;

• Periódico: porque se renova nos sucessivos períodos de tributação, que


normalmente são anuais, dando origem, consequentemente, a sucessivas
obrigações tributárias anuais independentes umas das outras

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CARACTERIZAÇÃO DO IMPOSTO

• Estadual: porque é o Estado o sujeito ativo da relação jurídico- tributária;

• Proporcional: já que a taxa se mantém constante, independentemente da


matéria coletável apurada;

• Global: porque incide sobre um conjunto de rendimentos provenientes de


diversas fontes;

• Principal: porque goza de autonomia quer ao nível normativo quer ao nível das
relações tributárias concretas.

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CARACTERIZAÇÃO DO IMPOSTO
Ainda relativamente à caracterização do imposto, refira-se por último que tratando-se
de um imposto sobre o rendimento, o IRC integra, contudo, algumas medidas de
tributação sobre a despesa, tendo em vista controlar excessos dos sujeitos passivos
relativamente a d eterminados gastos. Veja-se por exemplo:

•art. 88º (taxas de tributação autónoma):


despesas não documentadas
despesas de representação
despesas com ajudas de custo
despesas com viaturas ligeiras
……
• art. 23.º-A (encargos não dedutíveis para efeitos fiscais):
“As despesas com ajudas de custo”, ... “as despesas com combustíveis”... “as
coimas” …Etc.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

Incidência
Artigo 1.º

Pressuposto do imposto
O imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) incide
sobre os rendimentos obtidos, mesmo quando provenientes de atos ilícitos, no período
de tributação, pelos respetivos sujeitos passivos, nos termos deste Código.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

A existência de personalidade jurídica não é determinante para efeitos de tributação

em IRC.

Consagra-se aqui os pressupostos de incidência do IRC:


• Natureza objeIva (obtenção de rendimentos – art. 3º e 4º)
• Natureza subjeIva (por um Sujeito Passivo – art. 2º)
• Natureza temporal (no período de tributação – art. 8º)

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

• O âmbito da aplicação pessoal - quem está sujeito a imposto – incidência


subjetiva (art. 2.º);

• A delimitação do objeto da sua incidência - o que está sujeito:


rendimentos obtidos pelo Sujeito Passivo – incidência objetiva (art. 3.º);

• E operíodo de tributação- quando está sujeito: elemento temporal do


facto tributário - (art. 8.º).

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

1. Sujeitos passivos residentes com personalidade jurídica;


• Sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial;
• Cooperativas;
• Empresas públicas;
• Outras entidades de direito público ou privado;

2. Sujeitos passivos residentes sem personalidade jurídica,


• Heranças jacentes;
• Associações e sociedades civis sem personalidade jurídica;
• Sociedades civis ou comerciais sem registo definitivo.

3. Sujeitos passivos não residentes;


• Entidades que obtenham em território nacional rendimentos não sujeitos a IRS.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

1. Sujeitos passivos residentes com personalidade jurídica


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As sociedades comerciais são comerciantes e os comerciantes em nome


individual (art. 13.º do Código Comercial).

São sociedades comerciais as que tenham por objeto a prática de atos de


comércio e adotem o tipo de sociedade (art. 1.º n.º 2 do Código das Sociedades
Comerciais):
• Por quotas;
• Anónimas;
• Em nome coletivo;
• Em comandita simples;
• Em comandita por ações.
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

1. Sujeitos passivos residentes com personalidade jurídica

Sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial (art. 2º, nº 1, a), nº 3)

Sociedades Civis

• Por exclusão de partes, as sociedades civis são aquelas que não têm por objeto a
prática de atos comerciais ou de qualquer um dos tipos de atividade previsto no art.
230º do Código Comercial.

• As sociedades civis podem adotar qualquer um dos tipos societários já


referidos, previstos para as sociedades comerciais.

• Neste caso designar-se-ão por sociedades civis sob forma comercial e estarão
sujeitas ao regime do CSC, adquirindo, por isso, personalidade jurídica própria a
partir do registo definitivo do contrato de sociedade.
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

1.Sujeitos passivos residentes com personalidade jurídica


Sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial (art. 2º, n.º 1 a), n.º 3)
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As restantes são sociedades civis sob forma civil ou sociedades civis puras e
regular-se-ão pelo disposto nos artigos 980º e seguintes do CC, não sendo, em
princípio, dotadas de personalidade jurídica e não cabendo portanto no elenco
da al. a) do art. 2.º. Estas sociedades estarão, como veremos mais adiante,
sujeitas ao regime de transparência fiscal.
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Art. 2.º (Atos de comércio): Serão considerados atos de comércio todos aqueles
que se acharem especialmente regulados neste código, e, além deles, todos os
contratos e obrigações dos comerciantes, que não forem de natureza
exclusivamente civil, se o contrário do próprio ato não resultar.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

1. Sujeitos passivos residentes com personalidade jurídica


Cooperativas (art. 2º, n.º 1 a), n.º 3) do CIRC)

As cooperativas são pessoas coletivas autónomas, de capital e composição


variáveis, que visam através da cooperação e entreajuda dos seus membros e
na observância dos princípios cooperativos, a satisfação, sem fins lucrativos, das
necessidades económicas, sociais ou culturais destes, podendo ainda, na
prossecução dos seus objetivos, realizar operações com terceiros.

Prevê-se ainda como ramos do setor cooperativo: o consumo, a


comercialização, a agricultura, o crédito, a habitação e construção, a produção
operária, o artesanato, as pescas, a cultura, os serviços, o ensino e a
solidariedade social.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

1.Sujeitos passivos residentes com personalidade jurídica


Empresas públicas (art. 2º, n.º 1 a), n.º 3) do CIRC)

As empresas públicas são as empresas nacionalizadas e as criadas pelo


Estado, com capitais próprios ou fornecidos por outras entidades públicas para
a exploração de atividades de natureza económica ou social de acordo com o
interesse público.

As empresas públicas são, em regra, pessoas coletivas de direito privado a


não ser que a lei expressamente as qualifique de outra maneira (Bancos e
Companhias de Seguros nacionalizados) ou tal, resulte dos seus estatutos.

Trata-se de pessoas coletivas de tipo institucional, i.e., não são grupos


organizados de pessoas mas sobretudo massas organizadas de bens.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
1. Sujeitos passivos residentes com personalidade jurídica

Outras entidades de direito público ou privado (art. 2º, n.º 1 a), n.º 3) do CIRC)

São também sujeitos passivos de IRC, ainda por força da al. a) do art. 2.º, as demais
pessoas coletivas de direito público ou privado.

As pessoas coletivas dizem-se de direito público quando prosseguem


primariamente fins de interesse público os quais se refletem relevantemente na
sua constituição ou no seu regime.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
1. Sujeitos passivos residentes com personalidade jurídica

Outras entidades de direito público ou privado (art. 2º, n.º 1 a), n.º 3) do CIRC)

São pessoas coletivas de d


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, e como tal sujeitos passivos de IRC, entre outras:
• O Estado;
• As Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;
• As Autarquias Locais.

Serão pessoas coletivas de direito privado, sujeitas a IRC, sem prejuízo dos
benefícios fiscais que lhe sejam atribuídos, as restantes nomeadamente:
• Partidos Políticos;
• Sindicatos;
• Associações Sindicais:
• Associações Patronais.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

Sujeitos passivos residentes sem personalidade jurídica

Heranças jacentes (art. 2º, n.º 1 b), n.º 2) do CIRC)

• Heranças abertas, mas ainda não aceites nem declaradas vagas para o Estado
(art. 2046 do CC)

• São heranças em que não se conhecem os herdeiros, ou então estes


renunciaram à herança.

• Estas cessam para efeito de IRC quando se verificar a aceitação da herança


jacente ou na data em tiver lugar a declaração de que se encontra vaga a favor
do Estado (art. 8-5-a) do CIRC).
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Sujeitos passivos residentes sem personalidade jurídica

Heranças jacentes (art. 2º, n.º 1 b), n.º 2) do CIRC)

• As heranças Jacentes não de confundem com as heranças indivisas.

• As heranças indivisas não são SP de IRC porque a tributação se faz


diretamente em nome dos herdeiros (art. 19.º do CIRS - contitularidade de
rendimentos).

As situações de compropriedade, designadamente rendimentos prediais,


rendimentos comerciais, industriais ou agrícolas integrados em heranças indivisas,
rendimentos partes comuns de condomínios, estão abrangidos pelo art. 19.º do
CIRS).
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

Sujeitos passivos não residentes (art. 2º, n.º 1, c) do n.º 3)

Entidades que obtenham em território nacional rendimentos não sujeitos a


IRS.
Por sua vez a al. c) do n.º 1 do art. 2.º qualifica como sujeitos passivos de IRC,
as entidades:
• com ou sem personalidade jurídica;
• sem sede nem direção efetiva em território português; e
• Cujos rendimentos obtidos em território português não estejam sujeitos a
IRS.

São as chamadas “entidades não residentes” que obtêm em território


português rendimentos não sujeitos a IRS.
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

Sujeitos passivos não residentes (art. 2º, n.º 1, c) do n.º 3)

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Sede e direção efetiva da pessoa coletiva

A sede das pessoas coletivas é um conceito jurídico que se contrapõe como


figura afim e paralela ao domicílio das pessoas singulares.

Assim, a sede da pessoa coletiva é aquela que os respetivos estatutos designem


ou, na falta de designação, o lugar em que funciona a administração principal (art.
159.º do CC).

Nas sociedades comerciais, a designação da sede em local concretamente


definido é um dos elementos obrigatórios do contrato de sociedade (cfr. art. 9.º n.º
1 al. e) do CSC).

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Sede e direção efetiva da pessoa coletiva

Em alternativa à sede, o CIRC (à semelhança das convenções sobre dupla


tributação internacional) elegeu a direção efetiva como ele
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em território português.

• Direção efetiva é um conceito pelo qual se pretende designar o local onde a


empresa é de facto gerida, isto é, o lugar onde são praticados os atos mais
importantes de gestão global da empresa, tais como reuniões, assembleias, etc.
ou até mesmo o próprio lugar de residência dos seus administradores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

• Residentes fiscais:
As pessoas coletivas e outras entidades que tenham sede ou direção efetiva em
território português

• Não residentes fiscais:


As entidades que não tenham sede ou direção efetiva em Portugal.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

1. O IRC é um imposto que incide sobre:

a) O rendimento das pessoas singulares;


b) O consumo de bens e serviços das pessoas singulares e coletivas;
c) O rendimento das pessoas coletivas;
d) O património das pessoas singulares e coletivas;
e) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

2. O IRC é um imposto proporcional:

a) Porque a taxa se mantém constante, independentemente da matéria coletável


apurada;
b)Porque incide sobre o conjunto de rendimentos provenientes de diversas fontes;
c) Porque visa a tributação das pessoas coletivas sem atender à sua situação
pessoal;
d) Porque é o Estado o sujeito passivo da relação jurídico-tributária;
e) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

3. No âmbito do IRC, a tributação das empresas incide, fundamentalmente:

a) Sobre o rendimento presumido das empresas;


b) Sobre o património das empresas;
c) Sobre o rendimento real das empresas;
d) Sobre o consumo das empesas;
e) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

4. O rendimento proveniente da venda de droga por parte de uma empresa


portuguesa a um particular:

a) Está sujeita a IRC;


b) Não está sujeita a qualquer imposto;
c) Trata-se de um ato ilícito, por isso não tributado no âmbito do IRC;
d) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

5. No âmbito do IRC, são sujeitos passivos de imposto:

a) O Estado;
b) As Autarquias Locais;
c) As Regiões Autónomas;
d) Todas as respostas anteriores estão corretas, porque se tratam de sujeitos
passivos residentes, com personalidade jurídica;
e) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

6. São sujeitos passivos de IRC:

a) Os partidos políticos;
b) Os sindicatos;
c) As associações sindicais;
d) Todas as respostas anteriores estão corretas, porque são pessoas coletivas de
direito privado;
e) Nenhuma resposta está correta.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

7. São sujeitos passivos de IRC:

a) Os consórcios;
b) As cooperativas;
c) As heranças indivisas;
d) Os condomínios;
e) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

8. São sujeitos passivos de IRC:

a) Os estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada;


b) As heranças indivisas;
c) Os consórcios;
d) As sociedade unipessoais de quotas;
e) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - SUBJETIVA
Exercício

9. Numa operação de venda de sapatos por parte de uma empresa


portuguesa, sociedade por quotas, a um empresário em nome individual em
Espanha:

a) Constitui a empresa portuguesa sujeito passivo de IRC;


b) Constitui o ENI espanhol sujeito passivo de IRC;
c) Ambas as empresas são sujeitos passivos de IRC,
d) Nenhuma das anteriores

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Base do Imposto (art. 3º)

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Base de Imposto

• O n.º 2 do art. 3.º fornece-nos a noção de lucro definindo-o como a diferença


entre os valores do património líquido no fim e no início do período de
tributação, com as correções estabelecidas no código.

• Trata-se de um conceito extensivo de rendimento que adota o conceito de


rendimento–acréscimo o qual abrange todo e qualquer incremento patrimonial.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Base de Imposto

Resultado Antes dos Impostos (RAI)

• Lucro tributável = [Resultado Líquido do Exercício + Estimativa IRC]

+
• Variações Patrimoniais Positivas não refletidas no resultado

-
• Variações Patrimoniais Negativas não refletidas no resultado

+/-
• Restantes correções previstas no CIRC

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Base de imposto
Artigo 3.º, n.º 4 do CIRC

Para efeitos de IRC, são consideradas de natureza comercial, industrial ou agrícola


todas as atividades que consistam na realização de operações económicas de
caráter empresarial, incluindo as prestações de serviços.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Extensão da obrigação de imposto


Artigo 4.º do CIRC

• O art. 4.º do CIRC é uma norma de incidência territorial e objetiva e que


estipula as realidades sujeitas a tributação em Portugal, com especial enfoque
nos casos dos rendimentos obtidos por entidades não residentes.

• Art. 4º, n.º 2 do CIRC: “As pessoas coletivas e outras entidades que não tenham
sede nem direção efetiva em território português ficam sujeitas a IRC apenas
quanto aos rendimentos nele obtidos.”
(Está implícito o princípio da fonte, isto é, os que resultarem de uma fonte situada em
território nacional)
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Extensão da Obrigação de Imposto

Residentes Obrigação pessoal e ilimitada Totalidade

dos rendimentos obtidos, incluindo os obtidos fora do Território Nacional.

Não residentes Obrigação real ou limitada Apenas


rendimentos obtidos em Território Nacional

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Extensão da Obrigação de Imposto


Rendimentos obtidos em território nacional por não residentes

1) Os rendimentos imputáveis a estabelecimento estável situado em Portugal


(Artigo 4.º, n.º 3 do CIRC).

2) Rendimentos não imputáveis a estabelecimento estável (Artigo 4.º, n.º 3, a), b) e


d) do CIRC):
• Relativos a imóveis situados no território português (Ex: rendimentos prediais, mais-
valias);
• Ganhos resultantes da transmissão onerosa de partes do capital de entidades
residentes e resultantes de valores mobiliários emitidos por entidades residentes;
• Rendimentos derivados do exercício em território português da atividade de
profissionais de espetáculos ou desportistas;
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Extensão da Obrigação de Imposto

Rendimentos obtidos em território nacional por não residentes


(Artigo 4.º, n.º 3 c) do CIRC

3) Rendimentos cujo devedor tenha residência, sede ou direção efetiva em


território português ou cujo pagamento seja imputável a um estabelecimento
estável:
a) Os provenientes da propriedade intelectual ou industrial e prestação de informações
respeitantes a uma experiência adquirida no sector industrial, comercial ou científico;
b) Rendimentos do u so ou da concessão do uso de equipamento agrícola, industrial,
comercial ou científico;
c) Outros rendimentos de aplicação de capitais;
d) Remunerações de membros de órgãos estatutários (MOE);
e) Prémios de j ogo, l otarias, rifas, too
tloto e apostas mútuase em quaisquer
sorteios ou concursos;
f) Rendimentos na intermediação em contratos (comissões)
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Extensão da obrigação de imposto


Rendimentos obtidos em território nacional por não residentes
Artigo 4.º, n.º 3 c) do CIRC

4) Rendimentos cujo devedor tenha residência, sede ou direção efetiva em


território português ou cujo pagamento seja imputável a um estabelecimento
estável:
• Rendimentos de outras prestações de serviços realizados ou utilizados em
território PT, com exceção dos relativos as transportes, comunicações e
atividades financeiras;
• Os provenientes de operações relativas a instrumentos financeiros
derivados;

5) Incrementos patrimoniais derivados de aquisições a título gratuito.


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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Tributação de Não Residentes

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Extensão da obrigação de imposto

• Tributação dos não residentes sem estabelecimento estável


- Por retenção na fonte a título definitivo;
- Através da entrega do modelo 22, na qual é feita a autoliquidação do IRC e do
Anexo E da IES.

• Entrega do modelo 22 e anexo E da IES


- Mais/menos valias decorrentes da venda de imóveis;
- Mais/menos valias decorrentes de operações sobre partes sociais ou de outros
valores mobiliários;
- Rendimentos prediais (estes estão sujeitos a retenção não definitiva à taxa de
25%);
- Incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito.
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Extensão da obrigação de imposto
Tributação dos não residentes sem estabelecimento estável

Taxa de 25%

• Rendimentos de artistas ou desportistas; royalties; aluguer de equipamento


agrícola, industrial, comercial ou cientifico; assistência técnica; dividendos; juros
de suprimentos; juros de título de divida; outros rendimentos de capitais;
remunerações de órgãos estatutários; comissões; rendimentos de outras
prestações de serviços.

Taxa 35%
• Prémios de rifas, totoloto, jogo de loto, ou de quaisquer sorteios ou concursos.

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51
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício

1. Para efeitos da incidência do imposto, a noção de lucro acolhida no


CIRC corresponde:

a) Ao lucro apurado pela Contabilidade regularmente organizada;


b) Ao incremento patrimonial verificado no período de tributação, com as
correções estabelecidas no CIRC;
c) Ao incremento dos meios financeiros líquidos verificados no período de
tributação, com as correções estabelecidas no CIRC;
d) À matéria coletável;
e) Nenhuma das anteriores.

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52
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício

2. As empresas que não tenham sede e direção efetiva em território


português ficam sujeitas a IRC:

a) Pela totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora do território


português;
b) Pela totalidade dos rendimentos, excluindo os obtidos nos Açores e Madeira;
c) Apenas quanto aos rendimentos obtidos em território português;
d) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício

3. Uma empresa, com sede em Guimarães, pagou a uma sociedade francesa


os honorários relativos à montagem de um pavilhão numa feira internacional
realizada em Paris, para promoção dos respetivos produtos. Tais
rendimentos:

a) Estão sujeitos a retenção na fonte de IRC com carácter definitivo;


b) Só não serão tributados em Portugal se a empresa portuguesa tiver na sua
posse um certificado de residência válido nos termos da convenção bilateral;
c) Não se consideram obtidos em território português na medida em que
respeitam a serviços realizados integralmente fora daquele território embora
utilizados cá, dizem respeito a um bem nele situado;
d) Estão isentos de IRC.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício
4. Uma sociedade residente no Japão cobra a uma sociedade residente, em
território português honorários pela instalação e montagem numa feira
internacional realizada naquele país, de vitrines para exposição de produtos cuja
venda esta última sociedade pretende promover:
a) Os rendimentos obtidos pela empresa japonesa são rendimentos de natureza
comercial, não sendo tributados em território português uma vez que os mesmos não
são imputáveis a estabelecimento estável da mesma empresa sito neste território;
b) Trata-se de rendimentos derivados de uma prestação de serviços e, embora os
serviços sejam prestados fora do território português, sendo utilizados neste território
estão aqui sujeitos a tributação;
c) Os rendimentos auferidos pela empresa japonesa não se consideram obtidos em
território português, porque derivam de prestações de serviços que são realizados
fora do território português embora utilizados cá, não dizem respeito a um bem nele
situado;
IMP.GE.193.0

d) Nenhuma das anteriores. 55


INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Noção de estabelecimentos estável


(Artigo 5.º, n.º 1 do CIRC )

Considera-se EE qualquer instalação fixa através da qual seja exercida uma


atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola.

Incluem-se na noção de estabelecimento estável (Artigo 5.º, n.º 2 do CIRC):

a) Um local de direção;
b) Uma sucursal;
c) Um escritório;
d) Uma fábrica;
e) Uma oficina;
f) Uma mina, um poço de petróleo ou de gás, uma pedreira ou qualquer outro
local de extração de recursos naturais situado em território português.

IMP.GE.193.0

56
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Noção de estabelecimentos estável


(Artigo 5.º, n.º 3 do CIRC)

No caso de:

• Um local ou um estaleiro de construção, de instalação ou de montagem;

• Plataformas ou barcos de perfuração utilizados para a prospeção ou exploração


de recursos naturais

Só constituem um estabelecimento estável se a sua duração e a duração da


obra ou da atividade exceder seis meses.

IMP.GE.193.0

57
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Noção de estabelecimentos estável


(Artigo 5.º, n.º 6 do CIRC)

Considera-se também Estabelecimento Estável:

Quando uma pessoa, que não seja um agente independente, atue em território
português por conta de uma empresa e tenha, ou habitualmente exerça, poderes de
intermediação e de conclusão de contratos que vinculem a empresa.

IMP.GE.193.0

58
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Noção de estabelecimentos estável
A expressão «estabelecimento estável» não compreende as atividades de
carácter preparatório ou auxiliar a seguir exemplificadas (Artigo 5.º, n.º 8 do
CIRC):
a) As instalações utilizadas unicamente para armazenar, expor ou entregar
mercadorias pertencentes à empresa;
b) Um d epósito de mercadorias pertencentes à empresa mantido unicamente para
as armazenar, expor ou entregar; ou para serem transformadas por outra empresa;
c) Uma instalação fixa mantida unicamente para comprar mercadorias ou reunir
informações para a empresa;
d) Uma instalação fixa mantida unicamente para exercer, para a empresa, qualquer
outra atividade de carácter preparatório ou auxiliar;
e) Uma instalação fixa mantida unicamente para o exercício de qualquer
combinação das atividades referidas, desde que de carácter preparatório ou auxiliar.
IMP.GE.193.0

59
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício

1. Qual das seguintes situações é considerada como um estabelecimento


estável:

a) Comissionista para vendas, por sua conta e risco;


b) Estaleiro durante mais de 6 meses;
c) Estaleiro durante 5 meses;
d) Nenhuma das anteriores.

IMP.GE.193.0

60
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício

2. Considera-se que uma sociedade não residente tem estabelecimento


estável no território português se neste tiver:

a) Uma instalação fixa para compra de mercadorias;


b) Um agente independente por conta própria;
c) Uma instalação fixa apenas para exposição de mercadorias;
d) Um agente que não atua por conta própria.

IMP.GE.193.0

61
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício

3. A Sociedade BETA, com sede em Viana do Castelo, possui um


estabelecimento estável em França. Através desse estabelecimento pagou
a uma sociedade francesa que opera no respetivo mercado comissões por
intermediação na venda de mercadorias realizadas diretamente pela sede
da empresa em Portugal, sem intervenção daquele seu estabelecimento
estável. De acordo com a legislação, os rendimentos em causa:
a) Não se consideram obtidos em Portugal, pelo que não estão sujeitos a
retenção na fonte;
b) Consideram-se obtidos em Portugal, pelo que não estão sujeitos a retenção na
fonte;
c) Consideram-se obtidos em Portugal, pelo que estão sujeitos a retenção na
fonte a taxa liberatória;
d) Nenhuma das opções.
IMP.GE.193.0

62
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício

4. Uma sociedade residente no Canadá que tem por objeto a compra e venda de
material eletrónico, tem uma sucursal em Portugal que se dedica à prospeção
de mercado e à prestação de informações para a empresa. Esta sucursal:

a) Configura desde logo um estabelecimento estável, visto a sucursal constituir um


dos exemplos paradigmáticos de estabelecimento estável:
b) Embora se trate de uma instalação fixa, configura um estabelecimento estável,
visto se exercer, através dela, uma atividade de natureza de comercial, industrial ou
agrícola;
c) Não configura um estabelecimento estável porquanto a atividade exercida através
da sucursal tem um caráter meramente preparatório ou auxiliar;
d) É um estabelecimento estável, sendo o mesmo tributado pelo lucro que lhe é
imputável:
IMP.GE.193.0
e) Um agente que não atua por conta própria. 63
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Exercício

5. Uma sociedade não residente vende mercadorias para o território português,


dispondo para o efeito de um agente neste território que procede à angariação
de clientes para a empresa não residente e lhe presta um serviço de entrega
das mercadorias vendidas, assumindo o risco de negócio em Portugal. Este
agente:

a) É um representante permanente da sociedade não residente, sendo portanto, um


estabelecimento estável desta sociedade;
b) É um agente independente, como tal, não configura um estabelecimento estável da
sociedade não residente;
c) Não configura um estabelecimento estável porquanto não dispõe de poderes de
intermediação e de celebração de contratos que vinculem a empresa;
d) É um estabelecimento estável da sociedade não residente pois esta sociedade
realiza as suas vendas em território português.
IMP.GE.193.0

64
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6º do CIRC)

Objetivos:

• Para efeitos de IRC, as sociedades de pessoas têm tratamento idêntico às


sociedades de capitais sendo-lhes, todavia, aplicado um regime especial de
tributação designado de transparência fiscal, consignado no art. 6º.

• A tributação em imposto sobre o rendimento recaí, na esfera dos sócios e não


na esfera da sociedade.

• A matéria coletável da sociedade é imputada aos sócios de acordo com a sua


participação social, ou em conformidade com outro critério que tenha sido
estabelecido no pacto social.
IMP.GE.193.0

65
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6º do CIRC)

Trata-se de um regime que surgiu com a finalidade de atingir três objetivos:


• A neutralidade fiscal, relativamente à forma jurídica sob a qual as atividades
são desenvolvidas, alcançada pela tributação dos sócios ou membros da
sociedade, quer sejam pessoas singulares ou coletivas, tal como se
exercessem diretamente a atividade;

• O combate à evasão fiscal, de forma a evitar a possibilidade dos sujeitos


passivos constituírem sociedades intermediárias com a finalidade de fuga ao
imposto;

• A eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos aos


sócios na medida em que estas sociedades não são tributadas em IRC, mas
sim na pessoa dos seus sócios ou membros, em sede de IRC ou de IRS,
consoante se trate de pessoas coletivas ou singulares.
IMP.GE.193.0

66
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6º e 88º do CIRC;)

Caraterísticas do Regime

As sociedades abrangidas pelo regime não são tributadas em IRC, exceto no


que se refere às tributações autónomas.

IMP.GE.193.0

67
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6º do CIRC)

Entidades abrangidas:
a) As sociedades civis não constituídas sob a forma comercial;
b) As sociedades de profissionais;
c) As sociedades de simples administração de bens;
d) Ao agrupamentos complementares de empresas (ACE);

e) E os agrupamentos europeus de interesse económico (AEIE)

IMP.GE.193.0

68
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6.º do CIRC)

As Sociedades de Profissionais

Duas noções distintas:


1. “A sociedade constituída para o exercício de uma atividade profissional
especificamente prevista na lista de atividades a que se refere o artigo 151.º do CIRS, na
qual todos os sócios pessoas singulares sejam profissionais dessa atividade”; ou,
2. A sociedade cujos rendimentos provenham, em mais de 75%, do exercício conjunto ou
isolado de atividades profissionais e s p e c i f i c a m e n t e p r e v i s t a s n a l i s t a a q u e
se refere o artigo 151.º do Código do IRS, desde que, cumulativamente, durante mais de
183 dias do período de tributação, o número de sócios não seja superior a cinco,
nenhum deles seja pessoa coletiva de direito público e, pelo menos, 75 % do capital
social seja detido por profissionais que exercem as referidas atividades, total ou
parcialmente da sociedade.
IMP.GE.193.0

69
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6.º do CIRC)

As Sociedades de Profissionais

A 1ª noção assenta em três condições:

• Sociedade constituída para o exercícios de uma (única) atividade profissional


especificamente prevista na lista anexa ao código do IRS;
• Todos os sócios da sociedade sejam profissionais dessa (única) atividade;
• E os sócios exerçam efetivamente essa atividade através da sociedade.

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6.º do CIRC)

As Sociedades de Profissionais
A 2ª noção assenta em duas condições:

• A sociedade pode exercer várias atividades profissionais e também atividades


não profissionais. Desde que os rendimentos dessas atividades profissionais
representem mais de 75% do total dos rendimentos da sociedade;

• Podem existir sócios profissionais e sócios não profissionais, ou que exerçam a


sua atividade através da sociedade. Mas, pelo menos, 75% do capital social seja
detido por profissionais que exercem as referidas atividades, total ou
parcialmente, através da sociedade.

IMP.GE.193.0

71
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6.º do CIRC)
As Sociedades de Profissionais

São duas as condições de exclusão deste conceito na 2ª noção:

• Quando tenham um número de sócios superior a cinco;

• Quando um dos sócios seja uma pessoa coletiva de direito público.

Verificação de todas as condições para o enquadramento no regime de


transparência fiscal: durante mais de 183 dias do período de tributação.

IMP.GE.193.0

72
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


(Artigo 6.º do CIRC)

As Sociedades de Simples Administração de Bens

1º requisito: sociedade cuja a maioria do capital social pertença, direta ou indiretamente,


durante mais de 183 dias do exercício social, a um grupo familiar, ou cujo capital social
pertença, em qualquer dia do exercício social, a um número de sócios não superior a
cinco e nenhum deles seja pessoa coletiva de direito privado;

2º requisito: sociedade que limita a sua atividade à administração de bens ou valores


mantidos como reserva ou para fruição ou à compra de prédios para a habitação dos
seus sócios, bem como aquela que conjuntamente exerça entre outras atividades e cujos
rendimentos relativos a esses bens, valores ou prédios atinjam, na média dos últimos 3
anos, mais de 50% da média, durante o mesmo período, da totalidade dos seus
rendimentos.

IMP.GE.193.0

73
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal

• Se os sócios de uma sociedade de profissionais forem pessoas singulares, nos


termos do artigo 20.º do Código do IRS (CIRS), constitui rendimento tributável no
âmbito da categoria B, os rendimentos imputados pela sociedade de profissionais, ou
seja, a matéria coletável que foi apurada.

• No momento da distribuição dos lucros, já não há sujeição destes lucros a IRS. Tais
lucros (ou os adiantamentos por conta dos lucros) são excluídos de tributação na
categoria e, por isso, também não ficam sujeitos a retenção na fonte aquando do seu
pagamento ou colocação à disposição.

IMP.GE.193.0

74
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal

• Se o valor auferido pelo sócio a título de adiantamento por conta de lucros for de
montante superior ao resultado imputado, então, o que vai constituir rendimento da
categoria B do sócio da sociedade transparente é este adiantamento por conta de
lucros.

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Regime de Transparência Fiscal


1 - Exercício
Cinco pessoas (3 economistas e 2 advogados) decidem no ano t, constituir uma sociedade
comercial por quotas, a XXX Lda, com capital social de 5.000 € (1.000 € cada), que se
dedica à elaboração de estudos económicos e aconselhamento jurídico.

Qual o enquadramento desta sociedade em sede de IRC?

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Regime de Transparência Fiscal

2 - Exercício

Um professor e um consultor constituem uma sociedade com uma quota de 50% cada um,
para o exercício das respetivas atividades que constam da tabela a que se refere o art. 151º
do CIRS.

Qual o enquadramento fiscal desta sociedade?

IMP.GE.193.0
IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Regime de Transparência Fiscal

3 - Exercício

Dois irmãos constituem uma sociedade com uma quota de 50% cada um, para o
exercício da atividade de arquitetura, atividade elencada no art 151º do CRIS,
embora apenas um deles exerça essa atividade.

Qual o enquadramento em sede de IRC?

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Regime de Transparência Fiscal

4 - Exercício

Um casal constituiu uma sociedade em que um deles, com uma quota de 25% será
apenas sócio de capital. O outro sócio com uma quota de 75% irá exercer a
atividade de auditoria. O volume de negócios da empresa diz apenas respeito à
atividade de auditoria.

Qual o enquadramento em sede de IRC?

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Regime de Transparência Fiscal

5 - Exercício

No ano t, dois técnicos oficiais de contas constituem uma sociedade, em partes


iguais, para o exercício através da sociedade da respetiva atividade (prevista no
artigo 151º do CIRS), ficando portanto enquadrada no regime de transparência
fiscal.

Neste período de tributação, a sociedade apresentou um prejuízo fiscal de 10.200 €


e no ano seguinte a sociedade teve um lucro tributável de 35.000 €.

Qual seria o valor a imputar aos sócios em cada ano?

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Regime de Transparência Fiscal

5 - Exercício
Um casal de médicos constituiu, no ano t, uma sociedade para o exercício através
da sociedade da sua atividade.

No ano t, a sociedade teve um prejuízo fiscal de 40.000 € e, no ano t+1, um lucro


tributável de 65.000 €, tendo contabilizado, a título de despesas não documentadas
o valor de 22.000 €.

Terá a empresa, no ano t+1, que pagar imposto?

IMP.GE.193.0

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Regime de Transparência Fiscal

6 - Exercício

Face ao regime de transparência fiscal, nas sociedades profissionais:


a) Os rendimentos são imputados aos sócios;
b) Os lucros têm natureza de rendimentos de capital:
c) A matéria coletável é imputada aos sócios;
d) Nenhuma das opções

IMP.GE.193.0

82
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Regime de Transparência Fiscal

7 - Exercício

No âmbito do regime de transparência fiscal:


a) Considera-se uma sociedade de profissionais, a sociedade constituída por 3
médicos para venda de material clínico;
b) Considera-se uma sociedade de profissionais, a sociedade constituída em parte
iguais por um economista e um contabilista, em que apenas o primeiro exerce
através da sociedade a respetiva atividade;
c) Considera-se uma sociedade de profissionais, a sociedade constituída por um
médico cardiologista e uma médico cirurgião;
d) Considera-se uma sociedade de profissionais, a sociedade constituída no ano
IMP.GE.193.0
anterior por três arquitetos e três decoradores. 83
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA

Período de Tributação
(Artigo 8.º do CIRC)

Início e fim do período de tributação:

• Em regra o período de tributação coincide com o ano civil, decorrendo de 1 de


janeiro a 31 de dezembro.

• O facto gerador do imposto considera-se verificado no último dia do período


de tributação.

• Adoção de um período de tributação diferente do ano civil por opção sem


necessidade de prévia autorização. Esta opção deve ser mantida por cinco
anos.
IMP.GE.193.0

84
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Período de Tributação
(Artigo 8.º do CIRC)

Quem pode optar por um período de tributação diferente do ano civil:

• Pessoas coletivas com sede ou direção efetiva em território português;


• Pessoas coletivas ou outras entidades sujeitas a IRC que não tenham sede nem
direção efetiva neste território e desde que disponham de estabelecimento estável.
• Opção:
- Declaração de Início de Atividade;
- Declaração de Alterações.

IMP.GE.193.0

85
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
Período de Tributação
(Artigo 8.º do CIRC)
Duração do Período de Tributação
Inferior a um ano:
- No ano de início de atividade;
- No ano de cessação de atividade;
- Quando as condições de sujeição a imposto ocorram e deixem de se verificar
no mesmo período de tributação, em que é constituído pelo período
efetivamente incorrido;
- No ano em que seja adotado um período de tributação diferente do ano civil, ou
quando se retorne a um período coincidente com o ano civil.
Superior a um ano:
- Liquidação da sociedade com vista ao seu encerramento.
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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
1 - Exercício

1. O período de tributação em sede de IRC:

a) Coincide com o semestre civil;


b) Coincide com o ano civil;
c) Coincide com o mês civil;
d) A empresa tem liberdade para definir a duração do período económico;
e) Nenhuma das anteriores.

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INCIDÊNCIA DO IMPOSTO - OBJETIVA
2 - Exercício

2. Nos termos do CIRC, o facto gerador:

a) Ocorre apenas com a realização de rendimentos ou ganhos tributáveis;


b) Ocorre no último dia do ano civil mas apenas quando os rendimentos sejam
obtidos por entidades residentes;
c) Ocorre no último dia do ano civil mas apenas quando os rendimentos sejam
obtidos por entidades não residentes com estabelecimento estável;
d) Ocorre no último dia do período de tributação, desde que os rendimentos
sejam obtidos por entidades residentes ou por não residentes com
estabelecimento estável ao qual aqueles rendimentos sejam imputáveis.

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