Você está na página 1de 114

Aspectos essenciais

de IRPC
Formadora : Lucília Marques
Objectivos

 Conhecer os diferentes aspectos do IRPC;


 Compreender o mecanismo do IRPC;
 Conhecer as diferentes tributações em sede de IRPC;
 Conhecer as alterações da Lei n.º 20/2022;
 Dominar a autoliquidação do IRPC ;

Formadora: Lucília Marques 2


Programa
 Caraterização do IRPC
 Incidência Real;
 Incidência Pessoal;
 Isenções;
 Determinação da matéria colectável
 Determinação do Lucro Tributável ;
 Variações Patrimoniais;
 Amortizações;
 Provisões;
 Imparidades;
 Gastos não dedutíveis fiscalmente;
 Mais e Menos valias Fiscais;
 Dupla tributação económica e Internacional;
 Retenções na Fonte:
 Obrigações de pagamento e Declarativas

Formadora: Lucília Marques 3


Introdução

A lei n.º 34/2007, de 31 de Dezembro, veio


reformular a Lei n.º 15/2002, de 26 de Junho,
introduzindo alterações à tributação directa  sobre
o rendimento das pessoas colectivas.

. A lei n.º 34/2007 que aprovou o Código do IRPC, 


que entrou em vigor a 1/01/2008

Formadora: Lucília Marques 4


Características do IRPC
 O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas – IRPC, é:

 Directo – tributa o rendimento e riqueza obtidos;


 Pessoal – devido pelas sociedades comerciais ou entidades equiparadas
 Incide sobre o valor global anual dos rendimentos, mesmo quando
provenientes de actos ilícitos – a proveniência não importa para efeitos
fiscais.
 Periódico e proporcional – proporcional aos rendimentos obtidos

Formadora: Lucília Marques 5


Características do IRPC
Proporcional uma taxa
geral de 32%*;
As actividades agrícola,
Global: porque incide
pecuária, aquacultura e
sobre um conjunto de
transporte urbano
rendimentos
beneficiam, até 31 de
provenientes de diversas
Dezembro de 2025, de
fontes;
uma taxa reduzida de
10%.
(art.º61 do CIVA)

*    Excepto nos


Principal: porque goza seguintes casos 35% para
de autonomia quer a os encargos não
nível normativo quer ao devidamente
nível das relações documentados e as
tributáveis concretas. despesas de carácter
confidencial;

Formadora: Lucília Marques 6


Incidência PESSOAL

As sociedades civis sob a forma


sujeitos passivos de IRPC: As sociedades comerciais;
comercial;

As demais pessoas coletivas de


As cooperativas As empresas públicas;
direito público ou privado.

Sujeitam-se ainda a IRPC,


determinados entes de facto,
designadamente as heranças
jacentes, as associações e
sociedades civis sem
7
personalidade jurídica e as
sociedades irregulares. (art.º2 do
CIRPC).
Incidência Pessoal

Formadora: Lucília Marques 8


Incidência Real

Formadora: Lucília Marques 9


Estabelecimento
Estável

Formadora: Lucília Marques 10


Estabelecimento Estável 
(art.º 3.º do CIRPC)
 Não se considera estabelecimento estável:
 a) As instalações utilizadas unicamente para armazenar,
expor ou entregar mercadorias pertencentes à empresa;
 b) Um depósito de mercadorias pertencentes à empresa
mantido unicamente para as armazenar, expor ou
entregar;
 c) Um depósito de mercadorias pertencentes à empresa
mantido unicamente para serem transformadas por outra
empresa;
 d) Uma instalação fixa mantida unicamente para comprar
mercadorias ou reunir informações para a empresa;
 e) Uma instalação fixa mantida unicamente para exercer,
para a empresa, qualquer outra actividade de carácter
preparatório ou auxiliar;
Formadora: Lucília Marques 11
Estabelecimento
estável

Formadora: Lucília Marques 12


extensão da obrigação do
imposto
(artigo 5.º CIRPC)

As Pessoas Colectivas e outras entidades com sede


ou direção efetiva em território moçambicano, são
tributadas em IRPC pela totalidade dos seus
rendimentos, incluindo os obtidos fora desse
território (n.º1 artigo 5.º CIRPC)

As pessoas colectivas e outras entidades que NÃO


tenham sede nem direção efetiva em território
moçambicano ficam sujeitas a IRPC apenas quanto
aos rendimentos nele obtidos (n.º2 artigo 5.º
CIRPC).
Formadora: Lucília Marques 13
Isenções em
IRPC

Formadora: Lucília Marques 14


Isenções - art.º
9-º

Formadora: Lucília Marques 15


Isenções - art.º
10.º

Formadora: Lucília Marques 16


ISENÇÃO - art.º 11

Formadora: Lucília Marques 17


Exemplos

Formadora: Lucília Marques 18


Isenções - art.º 12

Formadora: Lucília Marques 19


                                  Isenções -  art.º 13

Formadora: Lucília Marques 20


21

Transparência r
fiscal – art.º 6.º

Formadora: Lucília Marques


 a)    Sociedades civis não constituídas sob forma
Transparência comercial;

Fiscal – art.º 6.º  b)    Sociedades de profissionais, onde todos os


sócios são profissionais da mesma área e
coincidente com a actividade da sociedade
 c)    Sociedades de simples administração de bens,
cuja maioria do capital social pertença, directa ou
indirectamente, durante mais de 180 dias do
exercício social, a um grupo familiar, ou cujo
capital social pertença, em qualquer dia do
exercício social, a um número de sócios não
superior a cinco e nenhum deles seja pessoa
colectiva de direito público.

 É imputada aos sócios nos termos que resultarem


do acto constitutivo das entidades aí mencionadas
ou, na falta de elementos, em partes iguais

22
Formadora: Lucília Marques
Determinação do Lucro
tributável
 O lucro tributável é constituído pela soma algébrica do
resultado líquido do exercício e das variações
patrimoniais positivas e negativas verificadas no
mesmo período e não reflectidas naquele resultado,
determinados com base na contabilidade e
eventualmente corrigidos nos termos do Código

 A contabilidade do sujeito passivo deve estar


organizada de acordo com a normalização
contabilística e outras disposições legais em vigor para
o respetivo sector de atividade
Formadora: Lucília Marques 23
Tributação de IRPC  do
regime geral 
Determinação do Lucro Tributável

Formadora: Lucília Marques 24


Lucro Tributável
art.º 17.º

Formadora: Lucília Marques 25


26

Artigo 18.º  - Regime de periodização económica (especialização do exercício)

Periodização
Lucro Tributável
As componentes positivas ou negativas consideradas como
respeitando a períodos anteriores só são imputáveis ao exercício
quando na data de encerramento das contas daquele a que
deviam ser imputadas eram imprevisíveis ou manifestamente
desconhecidas

São acrescidos os gastos relativos a períodos de tributação


anteriores e que à data do encerramento das respectiva contas,
não eram imprevisíveis ou manifestamente desconhecidos

Formadora: Lucília Marques


Periodização do LT
Art 18
 Os proveitos relativos a vendas e a prestações de serviços
são imputáveis ao período de tributação a que respeitam
pela quantia nominal da contraprestação.

27

Formadora: Lucília Marques


Principio de especialização do
exercício:
 subsídios governamentais cujo recebimento não dependa de
qualquer condição ou limitação são imputáveis ao exercício numa
base sistemática, durante os períodos necessários para compensar
os custos com eles relacionados ;
 Os custos e proveitos originados pelos instrumentos financeiros
valorizados pelo método do custo amortizado. O método do custo
amortizado tem subjacente o conceito do valor temporal do
dinheiro, a que corresponde um exercício de actualização de acordo
com o método do juro efectivo, que consiste em imputar um
rendimento (ou gasto) dos juros durante o período relevante são
imputados ao exercício a que respeitem
 Os sujeitos passivos que têm como objecto a produção e venda de
produtos agrícolas e de outros activos biológicos (Activos biológicos
são animais ou plantas vivos) , que: - disponham de adequados
registos e controlo sobre o ciclo de produção, incluindo a
orçamentação e o acompanhamento dos custo ou gastos, e - cujo
produto final tenha uma cotação de mercado previamente estimada
e divulgada
Principio de especialização do exercício:
 As actividades plurianuais são aquelas em que o ciclo de
produção ou tempo de construção seja superior a um ano, pelo
que, os custos e proveitos se repartem por mais de um
exercício, através de critérios definidos por lei.
 No caso das obras plurianuais, existem os seguintes critérios
para imputação dos proveitos e custos:
 Critério da percentagem de acabamento;
 Critério de encerramento da obra.
 A aplicação de cada um destes critérios depende da natureza
da obra, sendo que o critério da percentagem de acabamento é
obrigatório quando:
 Se verifiquem cumulativamente estas duas condições:
 Emissão de facturas parciais do preço (no caso de obras em
regime de empreitada), e
 Grau de acabamento das obras correspondente aos montantes
facturados
Principio de especialização do exercício:
 Exemplo
 Simão em 2022, foi contratado para uma realizar uma empreitada, tendo
sido acordado com o cliente que a facturação será efectuada em 4
facturas de igual valor em função da percentagem de acabamento da
obra, ou seja:
 1ª factura, quando 25% da obra estiver concluída;
 2ª factura, quando 50% da obra estiver concluída;
 3ª factura, quando 75% da obra estiver concluída;
 Última factura, quando a obra estiver totalmente concluída. Em cada
factura, é feita uma retenção de 5% a título de garantia para boa
execução da obra. A empreitada foi adjudicada pelo valor
1.100.000.000MT, sendo que os custos incorridos nos 2 anos de execução
foram de 800.000.000 MT Apuramento dos resultados fiscais nos anos de
execução da empreitada:
Principio de especialização do exercício
 Ano 2022:
 31.12.2022
 A Custos incorridos 460.000.000
 B Grau de acabamento (1) 57,50%
 C 1ª Factura (2) 275.000.000
 D 2ª Factura (2) 275.000.000
 E Montantes das Retenções efectuadas [5% x (C+D)] 27.500.000
 Resultado fiscal 2022
 F Custos fiscais (50% x 800.000.000) (3) 400.000.000
 G Proveitos fiscais (C+D) - E (4) 522.500.000
 H Resultado fiscal (G-F) 122.500.000
Principio de especialização do exercício
 Notas:
 (1) Grau de acabamento = 460.000.000 / 800.000.000 x 100
 (2) Valor de cada factura = 25% x 1.100.000.000
 (3) Os custos fiscais serão os subjacentes à facturação emitida,
devendo os remanescentes ser considerados em obras em curso.
Assim, como foi facturado 50% do valor da empreitada, os custos
fiscais serão equivalentes a um grau de acabamento de 50%.
 (4) Os proveitos fiscais correspondem aos montantes das facturas
menos as garantias efectuadas. As garantias são apenas consideradas
proveitos: - nos exercícios do período de garantia em montantes
equivalentes aos custos, ou - no exercício da recepção definitiva da
obra, em caso de saldo positivo entre os custos incorridos no período
de garantia e o valor das retenções.
Variações Patrimoniais
 As variações patrimoniais que resultem de
operações com implicações no património,
qualificam-se como positivas ou negativas,
consoante o património aumenta ou diminui o seu
valor. Como anteriormente mencionado na fórmula
de cálculo da matéria colectável, as variações
patrimoniais positivas não reflectidas no resultado
do exercício são acrescidas no campo 202 do Quadro
10 do M/ 22. As variações patrimoniais positivas não
reflectidas no resultado do exercício são as que
decorrem de operações que não são registadas em
contas de exploração (conta 7), como por exemplo:
 os ganhos resultantes da venda de partes de
capital próprio;
 subsídios recebidos que não se destinem a
investimentos amortizáveis nem à exploração (ex:
doações):e
 Correções materialmente relevantes de exercícios
anteriores.
Formadora: Lucília Marques 34
Variações Patrimoniais positivas

 Exemplo  

 Uma determinada empresa recebeu gratuitamente um prédio urbano, tendo


sido o mesmo regis­tado na respectiva contabilidade pelo valor de MT 500 000
000 De acordo com a notificação recebida, o respectivo valor patrimonial do
prédio urbano ascendia, à data da transmissão, a MT 500 000 000.

 Pretende-se saber qual o enquadramento fiscal da referida aquisição gratuita


e quais os ajusta­mentos a efectuar no Quadro 10 da Mod 22, caso aplicável. 

Formadora: Lucília Marques 35


Variações patrimoniais positivas

 Resolução 
 As aquisições gratuitas são realidades que não se encontram excepcionadas no
artigo 21.º do CIRPC, pelo que consubstanciarão variações patrimoniais
relevantes para efeitos fiscais., desde que não estejam sujeitas a imposto de
sucessões e doações
 Nos termos do artigo 8.º do Código do Imposto do Selo, o valor tributável dos
imóveis deve ser determinado pelo valor do mercado em condições de
concorrência, alínea c) do artigo 10.º do CIS
 Desta forma, deverá não ser acrescido, pois não contribui para a formação do
lucro tributável- 

Formadora: Lucília Marques 36


37

Variações patrimoniais
Negativas – art.º 24
 Concorrem ainda para a formação do lucro tributável, excepto:
 As que consistam em liberalidades ou não estejam relacionadas
com a actividade do contribuinte sujeita a IRPC;
 As menos-valias potenciais ou latentes, 
 As saídas, em dinheiro ou em espécie, em favor dos titulares do
capital, a título de remuneração ou de redução do mesmo, ou de
partilha do património;
 As prestações do associante ao associado, no âmbito da
associação em participação;
 As relativas ao diferimento do IRPC ou de outros impostos sobre o
rendimento;
 As resultantes das reclassificações das próprias acções ou quotas
para passivos

Formadora: Lucília Marques


Variações patrimoniais negativas art.º 24
 Não concorrem para a formação do lucro tributável, as
variações patrimoniais negativas relativas a gratificações e
outras remunerações do trabalho de membros do órgão de
administração da sociedade, a titulo de participação nos
resultados, quando os beneficiários sejam titulares directa ou
indirectamente de partes representativas de pelo menos, 1%
do capital social e as referidas importância ultrapassem o
dobro da renumeração mensal auferida no exercício a que
respeita o resultado em que participam, sendo a parte
excedentária assimilada, para efeitos de tributação a lucros
distribuídos.
Formadora: Lucília Marques 38
Variações
Patrimoniais
negativas
 Exemplo  

 Uma determinada empresa


distribuiu, em Março gratificações
a todos os funcionários, incluindo
os 2 sócios gerentes, no montante
de MT 750.000, sabendo-se que os
sócios gerentes receberam MT
500.000, a sua remuneração
mensal era no valor de MT
50.000, cada, prevendo-se o seu
pagamento até Maio do ano
seguinte. Qual o tratamento fiscal

Formadora: Lucília Marques 39


VARIAÇÕES PATRIMONIAIS NEGATIVAS
 Resolução
 Como a remuneração mensal de cada sócio gerentes é de MT
50.000, logo não concorre para a formação do lucro
tributável, as variações patrimoniais negativas relativas às
gratificações dos sócios gerentes que ultrapassem o dobro da
remuneração mensal,    
 50.000*2 = 100.000
 100.000*2= 200.000
 500.000 - 200.000 = 300.000
 750.000 - 300.000 = 450.000
 O valor de 450.000, será inserido  no Quadro 10 do Modelo
22 a subtrair ao Resultado do exercício para determinar o
Lucro Tributável / Prejuízo para efeitos fiscais

Formadora: Lucília Marques 40


Proveitos e Ganhos para efeitos de Lucro Tributável
art.º 20.º

PARA EFEITOS OS RESULTANTES OS OS OS


DO LUCRO DE OPERAÇÕES DE RESULTANTES RESULTANTES RESULTANTES
TRIBUTÁVEL, CONCENTRAÇÃO DE AUMENTOS DE ALTERAÇÕES DO DIFERIMENTO
DE ACTIVIDADES
NÃO SÃO EMPRESARIAIS
DE VALOR DE DE VALOR DE DO IRPC E DE
CONSIDERADOS (FUSÕES,ETC.) MERCADO DOS MERCADO DE QUAISQUER
COMO DESDE QUE OS ACTIVOS ACTIVOS E OUTROS
PROVEITOS OU BENS, DIREITOS E TANGÍVEIS DE PASSIVOS IMPOSTOS
GANHOS:  OBRIGAÇÕES INVESTIMENTO; FINANCEIROS; SOBRE OS
TRANSFERIDOS LUCROS
CONSTUTUAM UMA
UNIVERSALIDADE;

Formadora: Lucília Marques 41


Diferenças de cambio

Formadora: Lucília Marques 42


Amortizações

Formadora: Lucília Marques 43


Amortizações

Os elementos do activo imobilizado


(activos tangíveis, intangíveis ativos
biológicos não consumíveis e as
Regime das Reintegrações, propriedades de investimento
Amortizações e Perdas por Imparidades contabilizados ao custo histórico) só se
em ativos não correntes (art.º 26.º a consideram sujeitos a deperecimento,
28.ºdo CIRPC e Decreto n.º 72/2013). desde que, com carácter sistemático,
sofram perdas de valor resultantes da
sua utilização ou do decurso do tempo,
salvo quando aceite pela AT.

Formadora: Lucília Marques 44


Amortizações

 Artigo 6.º Regime de Amortizações - Métodos de cálculo das


amortizações

 Regra, o método das quotas constantes


 Opção, o método das quotas decrescentes relativamente
aos activos fixos tangíveis que:
 a)    Não tenham sido adquiridos em estado de uso;
 b)    Não sejam edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou
mistas, excepto quando afectas à exploração de serviço
público de transportes ou destinadas a ser alugadas no
exercício da actividade normal do sujeito passivo, ou
mobiliário e equipamentos sociais

Formadora: Lucília Marques 45


Amortizações - Exemplos

 A sociedade Maputo, Lda. utiliza o método das


quotas constantes ( art.º 7.º D. n.º 72/2013)
relativamente a um ativo tangível, adquirido
por 100.000,00 MT, amortizado à taxa de 20%.
No ano 2 reconheceu uma perda por
imparidade no montante de 30.000,00MT, não
aceites para efeitos fiscais.

Formadora: Lucília Marques 46


resolução

Formadora: Lucília Marques 47


Amortizações- Quotas degressivas
 Quotas Degressivas ( art.º8,º D. n.º 72/2013).
 São as que resultam da aplicação das taxas referidas
no D.º 72/2013, corrigidas por coeficientes variáveis
em função do período de vida útil, aos valores que, em
cada período de tributação, ainda não tenham sido
depreciados.
 Os coeficientes são os seguintes:
 - 1,5 se o período de vida útil < 5 anos;
 - 2 se o período de vida útil = 5 ou 6 anos;
 - 2,5 se o período de vida útil >6 anos.
 Este método, de carácter optativo, que gera
aceleração das amortizações nos primeiros anos tem,
no entanto, um âmbito de aplicação que se
circunscreve aos ativos fixos que:
Formadora: Lucília Marques 48
49

AMORTIZAÇÕES-
QUOTAS DEGRESSIVAs
circunscreve aos ativos fixos que:

 Não tenham sido adquiridos em estado de uso;


 Edificios;
 Viaturas ligeiras de passageiros; e
 Mobiliário e equipamentos sociais

Formadora: Lucília Marques


Caso Pratico do método as quotas
degressivas
 A sociedade X, utilizou o método das quotas degressivas na aquisição de  ativo
tangível com vida útil de 6 anos. Taxa de amortização = 16,66%. Coeficiente =
2 . Valor de aquisição = 500.000,00 MT.

Formadora: Lucília Marques 50


Resolução

Formadora: Lucília Marques 51


Resolução

 148.237,00x33,32= 49.593,00
 148.237,00/3 =49.412,00
 500.000,00x0,0833= 41.650,00 amortização minima

Formadora: Lucília Marques 52


resolução

Formadora: Lucília Marques 53


resolução

 Nos anos em que a quota resultante da divisão do


valor não depreciável pelo número de anos que
falta decorrer, for superior à quota que resulta da
utilização do método das quotas degressivas, esta
deve ser substituída por aquela não podendo, no
entanto, ser inferior à quota mínima de acordo
com o método das quotas constantes.

Formadora: Lucília Marques 54


55

 As reintegrações e amortizações de elementos do


activo não sujeitos a deperecimento
 As reintegrações de imóveis na parte correspondente Amortizações não
ao valor dos terrenos ou na não sujeita a
deperecimento aceites
 As reintegrações e amortizações que excedam os fiscalmente 
limites
 As reintegrações e amortizações praticadas para além
do período máximo de vida útil
 As reintegrações das viaturas ligeiras de passageiros ou
mistas na parte em que o seu valor de aquisição
exceda os 800.000,00 MZN
 As reintegrações dos bens em que se tenha
concretizado o reinvestimento do valor de realização
na parte correspondente à dedução que lhe foi
imputada

Formadora: Lucília Marques


Provisões e Perdas por Imparidade – art.º 28
Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes provisões ou perdas por imparidade contabilizadas no
mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores:

As que tiverem por fim a cobertura de créditos de cobrança duvidosa;

As que se destinarem a cobrir as perdas de valor que sofrerem as existências;

As que se destinarem a ocorrer a obrigações e encargos derivados de processos judiciais em curso por factos que
determinariam a inclusão daqueles entre os custos do exercício;

As que tiverem sido constituídas pelas empresas sujeitas à supervisão do Banco de Moçambique e pela Inspecção-
Geral de Seguros de Moçambique;

As que forem constituídas por empresas extractivas de petróleo com a finalidade da reconstituição de jazigos;

As que se destinarem a fazer face a encargos com a recuperação paisagística e ambiental dos locais afectos à
exploração
Formadora: Lucília Marques 56
Provisões e
Perdas por
Imparidade

Formadora: Lucília Marques 57


Perda por Imparidade para clientes de Cobrança Duvidosa
 Contudo, para efeitos fiscais, só são aceites como custo as
seguintes perdas por imparidade:
 As constituídas para cobrir créditos de cobrança duvidosa,
mediante aplicação da taxa de 1,5%, com limite acumulado
de 6%, sobre o valor dos créditos resultantes da actividade
normal da empresa existentes no fim do exercício.
 Exemplo: O balancete da empresa Y apresentou em
31.12.22 nas contas de devedores (somatório das contas
clientes e outros devedores) um montante de 100.000MT. A
empresa decidiu reforçar a conta de perdas por imparidade
para cobranças duvidosas em 1.500MT, sendo que esta conta
passou a ter um saldo de 11.500MT. Embora a perda por
imparidade constituída corresponda a 1,5% do saldo das
contas de devedores (1,5% x 100.000 = 1.500MT), esta não é
aceite como custo, na medida em que o saldo acumulado da
conta de perdas por imparidade para cobranças duvidosas
ultrapassa 6% do saldo das contas de devedores (11.500 > (6%
x 100.000)). Assim, os 1.500MT devem ser acrescidos ao
resultado do exercício no campo 209 do Quadro 10 do Modelo
22.
59

 São dedutíveis os custos do período de


tributação relativos à manutenção facultativa Realização de
de creches, lactários, jardins-de-infância,
cantinas, bibliotecas e escolas, prevenção e utilização social
assistência médica e medicamentosa aos
doente infectados com SIDA, bem como outras
realizações de utilidade social como tal
reconhecidas pela AT, feitas em benefício do
pessoal da empresa ou seus familiares, desde
que tenham carácter geral e não revistam a
natureza de rendimentos do trabalho
dependente ou, revestindo-o, sejam de difícil
ou complexa individualização relativamente a
cada um dos beneficiários.

Formadora: Lucília Marques


REALIZAÇÃO DE UTILIZAÇÃO SOCIAL art.º 31

São igualmente considerados custos do período de


tributação, até ao limite de 10% das despesas com
o pessoal escrituradas a título de remunerações,
ordenados ou salários respeitantes ao período de
tributação, os suportados com contratos de seguros
de doença e de acidentes pessoais, bem como com
O limite é elevado para 20% se os trabalhadores
contratos de seguros de vida, contribuições para
não tiverem direito a pensões da Segurança Social.
fundos de pensões e equiparáveis ou para
quaisquer regimes complementares de segurança
social, que garantam, exclusivamente, o benefício
de reforma, complemento de reforma, invalidez ou
sobrevivência a favor dos trabalhadores da
empresa

Formadora: Lucília Marques 60


Artigo 31.º Realizações de utilidade
social
 Os benefícios devem ser para a generalidade dos
trabalhadores
 Os benefícios devem ser estabelecidos de acordo
com um critério de objectivo e idêntico para todos
os trabalhadores
 Não sejam considerados de trabalho dependente  -
Tributados em IRPS

Formadora: Lucília Marques 61


62

 São considerados como custo os donativos concedidos


até ao limite de 5% da matéria coléctável do ano
anterior se as entidades beneficiárias: Donativo – art.º
 Forem associações constituídas nos termos da Lei n.º
8/91, e sua regulamentação, e as demais associações 34,º
ou entidades públicas ou privadas, que sem objectivos
de proselitismo confessional ou partidário,
delsenvolvem, sem fins lucrativos, acções no âmbito da
Lei n.º 4/94
 Forem pessoas jurídicas privadas, singulares ou
colectivas, que levem a cabo ou apoiem, sem fins
lucrativos para os membros ou proprietários, acções no
âmbito da Lei n.º 4/94

 São considerados na sua totalidade os custos com os


donativos concedidos ao Estado e às autarquias.

Formadora: Lucília Marques


Exercício

 A socieae  limpopo, SA no exercício N, deu um


donativo à Associação  "Criança africana" no
montante de 100.000,00 MT, sabendo-se que  a
empresa apresentava os seguintes dados:

Formadora: Lucília Marques 63


Resolução
 Donativos no âmbito do mecenato

 Resultado Liquido…………………..     500.000,00MT


 Correções fiscais …………………..     120.000,00MT
 Lucro Tributável ……………………     620.000,00MT
 Dedução de prejuízos …………….    320.000,00MT
 Matéria Coléctavel …………………   300.000,00MT
 300.000,00 * 5% = 15.000,00 MT limite
 100.000,00 – 15.000,00 = 85.000,00 valor não
aceite fiscalmente

Formadora: Lucília Marques 64


Encargos Não
dedutíveis para
efeitos fiscais
art.º 36,º 

Formadora: Lucília Marques 65


ENCARGOS NÃO DEDUTÍVEIS PARA EFEITOS FISCAIS​
ART.º 36,º
Impostos diferidos

As indeminizações pela verificação de eventos cujo risco seja segurável

50% das despesas com ajudas de de custo e de compensação pela deslocação em viatura
própria do trabalhados, não faturadas a clientes, escrituradas a qualquer título excepto na
parte em que haja lugar a tributação em sede de IRPS, na esfera do beneficiário

80% das despesas de representação, escrituradas a qualquer título


Formadora: Lucília Marques 66
ENCARGOS 67

NÃO DEDUTÍVEIS
ENCARGOS
Os encargos não NOTA: Quando
NÃO DEDUTÍVEIS devidamente
documentados e as
considerados como
gastos estão  sujeitos a
PARA EFEITOS despesas de carácter
confidencial ou ilícito
tributação autónoma a
35%
FISCAIS
ART.º 36,º
As despesas com
As importância devidas combustíveis na parte
pelo aluguer sem em que o sujeito passivo
condutor de viaturas não faça prova de que as
ligeiras de passageiros ou mesmas respeitam a
mistas, na parte bens pertencentes ao
correspondente ao valor seu activo ou por ele
das reintegrações dessas utilizadas em regime de
viaturas que não sejam locação e de que não são
aceites como custo ultrapassados os
consumos normais

Formadora: Lucília Marques


ENCARGOS NÃO DEDUTÍVEIS PARA EFEITOS FISCAIS 
ART.º 36,º

Os juros e outras
Os encargos
formas de
evidenciados em
remuneração de
documentos
empréstimos
As despesas com emitidos por
concedidos pelos
publicidade, na sujeitos passivos
Os impostos sócios à sociedade,
parte em que com número de
específicos das na parte em que
exceda 1% do identificação fiscal
actividades mineira excedam o valor
volume de vendas inexistente ou
e petrolífera correspondente à
resultante da inválido ou por
taxa de referência
actividade normal  sujeitos cuja
(MAIBOR 12 meses),
cessação de
acrescida de 2
actividade tinha
pontos percentuais
sido declarada
à data de liquidação

Formadora: Lucília Marques 68


69

Mais e Menos Valias Fiscais –


art.º 37 a 39 
 Ganhos obtidos ou as perdas sofridas mediante transmissão
onerosa,  bem como os decorrentes de sinistros ou os
resultantes da afectação permanente a fins alheios à actividade
exercida

 +/- valia = V. Realização – ( V. aquisição – Deprec fiscais) * Coef


correc. Monetária
 Artigo 38.º Correcção monetária das mais-valias e das menos-
valias
 O valor de aquisição é corrigido mediante a aplicação dos
coeficientes de desvalorização da moeda sempre que à data da
realização tenham decorrido pelo menos dois anos desde a data
da aquisição, sendo o valor dessa actualização deduzido para
efeitos da determinação do LT

Formadora: Lucília Marques


Formadora: Lucília Marques 70
71

 Não concorre para o lucro tributável do exercício a


diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias
realizadas mediante transmissão onerosa de elementos do
activo imobilizado corpóreo sempre que o valor de
Mais e Menos
realização correspondente à totalidade dos referidos
elementos seja reinvestido na aquisição, fabrico ou valias fiscais
construção de elementos do activo imobilizado corpóreo
até ao fim do terceiro exercício  seguinte ao da realização.
 Em caso de reinvestimento parcial, não concorre para a o
LT a parte proporcional da diferença referida no número
anterior.
 Em caso de não se concretizar o reinvestimento, ao valor
de IRPC liquidado  é adicionado o IRPC que deixou de ser
liquidado acrescido dos juros compensatórios
correspondentes.
 O valor do reinvestimento é deduzido ao custo de aquisição
do activo onde se verificou tal situação para o cálculo da
correspondente reintegração

Formadora: Lucília Marques


Formadora: Lucília Marques 72
Dupla Tributação económica 73

 Artigo 40.º Eliminação da dupla tributação económica de lucros


distribuídos

 Para efeitos da determinação do LT são deduzidos os


rendimentos incluídos na base tributável correspondentes a
lucros distribuídos por entidades com sede ou direcção efectiva
em território moçambicano desde que:
 Entidade participada esteja sujeita e não isenta de IRPC ou
sujeita ao Imposto Especial sobre o Jogo;
 O sujeito passivo detenha directamente uma participação no
capital não inferior a 20%; e
 A participação tenha permanecido na sua titularidade, de modo
ininterrupto, durante os dois anos anteriores à data de
colocação à disposição dos lucros ou, se detida há menos
tempo, seja mantida até completar aquele período.

Formadora: Lucília Marques


Dedução de Prejuízos  art.º 41.º

Os prejuízos fiscais
apurados são deduzidos
aos lucros tributáveis de
Prejuízos Fiscais um ou mais dos cinco
exercícios de tributação
seguintes, de acordo com
a imagem abaixo.
Formadora: Lucília Marques 74
Pagamentos a entidades residentes em países
com regime fiscal privilegiado – art-º 50 do CIRPS

Para efeitos de determinação do lucro tributável, não são


dedutíveis as importâncias pagas ou devidas, a qualquer título, a
pessoas singulares ou colectivas residentes em países com um
regime fiscal claramente mais favorável.

Contudo, esta regra não se aplica sempre que o sujeito passivo


comprovar que tais importâncias correspondem a operações
efectivamente realizadas e não têm um carácter anormal ou um
montante exagerado. Esta prova deve ser efectuada no prazo de
30 dias, após notificação do sujeito passivo
Complementos de Fiscalidade Mestrado de Auditoria 2 Docente : Lucília Marques 06/08/2023 75
Pagamentos a entidades residentes em países com regime
fiscal privilegiado – art-º 50 do CIRPS

O Código do IRPC estabelece que uma pessoa


singular ou colectiva está sujeita a um regime
fiscal claramente mais favorável quando no
território de residência da mesma não for
tributada em imposto sobre o rendimento ou,
esteja sujeita a uma taxa efectiva de tributação
igual ou inferior a 60% da taxa de IRPC, ou seja ≤
19,2% (=60%x32%)
Complementos de Fiscalidade Mestrado de Auditoria 2 Docente : Lucília Marques 06/08/2023 76
Imputação de lucros de sociedades residentes em
países com regime fiscal privilegiado - art.º 51 do
CIRPC

Sempre que os sujeitos passivos residentes em Moçambique sejam sócios


de sociedades residentes em países onde o regime fiscal seja
claramente mais favorável, serão imputados aos sócios os lucros gerados
por essas sociedades na proporção da respectiva participação social e
independentemente de ter havido distribuição dos mesmos, desde que:

o sócio detenha, directa ou indirectamente, uma participação social não


inferior a 25%, ou

Complementos de Fiscalidade Mestrado de Auditoria 2 Docente : Lucília Marques 06/08/2023 77


Imputação de lucros de sociedades residentes em
países com regime fiscal privilegiado - art.º 51 do
CIRPC

no caso da sociedade não residente ser detida, directa ou


indirectamente, em mais de 50%, por sócios residentes, com uma
participação social individual não inferior a 10%.

O lucro a ser imputado deverá ser somado ao resultado do


respectivo exercício e deverá corresponder ao seguinte:

Lucro a imputar = % da Participação Social x (lucro obtido pela


sociedade não residente – imposto sobre esses lucros de acordo com
o regime fiscal aplicável no Estado de residência dessa sociedade)
Complementos de Fiscalidade Mestrado de Auditoria 2 Docente : Lucília Marques 06/08/2023 78
Subcapitalização - art,º 52 do CIRPC
O Código do IRPC estabelece que existem
relações especiais entre o sujeito passivo e uma
entidade não residente quando:
• a entidade não residente detenha uma
Para efeitos de determinação participação directa ou indirecta no capital do
do lucro tributável, sempre que sujeito passivo de, pelo menos, 25%;
o sujeito passivo esteja numa • a entidade não residente, sem atingir esse
situação de endividamento, nível de participação, exerça, de facto, uma
considerado excessivo, para influência significativa na gestão;
com uma entidade não • a entidade não residente e o sujeito passivo
residente em território estejam sob o controlo da mesma entidade,
moçambicano com a qual nomeadamente em virtude de por esta serem
existam relações especiais, não participados directa ou indirectamente;
serão dedutíveis os juros • uma das entidades tenha prestado aval ou
suportados em excesso. garantia à outra numa situação de
endividamento.
• O excesso de endividamento verifica-se
quando o valor das dívidas, com referência a
qualquer data do período de tributação, seja
Complementos de Fiscalidade Mestrado de Auditoria 2 Docente : Lucília Marques
superior ao dobro
06/08/2023
do valor da
79
correspondente
participação no capital próprio do sujeito
passivo
Subcapitalização - art,º 52 do CIRPC

 em numerário ou em espécie, ou qualquer que seja o tipo


de remuneração acordada, e ainda,

 os créditos resultantes de operações comerciais, quando


decorridos mais de seis meses após a data do respectivo
Considera-se para o cálculo do
vencimento
endividamento todas as formas de
crédito, ou seja

Complementos de Fiscalidade Mestrado de Auditoria 2 Docente : Lucília Marques 06/08/2023 80


Matéria colectável

Lucro
Tributáve
l

Prejuízos Fiscais

Benefícios fiscais
=

Matéria
Colectiva
-

Formadora: Lucília Marques 81


Deduções à
IRPC Liquidado Regime geral (32%) - Colecta

Colecta
Consiste na dedução de 60% do
IRPC correspondente aos lucros
que não poderam beneficiar do
disposto no artigo 40.º até à
Dupla Tributação Económica
concorrência do IRPC liquidado
(Artigo 64.º)
que corresponda aos lucros depois
de acrescido o crédito de imposto
de acordo com o art.º 53.º, n.º1
al. a) CIRPC.

Assim, o crédito de imposto é


Posteriormente é deduzido ao
acrescido no quadro 10 para
IRPC liquidado no exercício
determinação  do Lucro Tributável

82
Formadora: Lucília Marques
83

Dupla
 empresa Alfa, sujeita a IRPC, participa no capital da empresa
Beta com sede em Moçambique em 10%. Tributação
 No ano N, a empresa Beta distribuiu lucros no montante de
1.000.000 MZN, cabendo à empresa Alfa 100.000 MZN, ilíquidos
económica -art.º
de retenção na fonte que foram reconhecidos em proveitos. 64
 Como a quantia de 100.000 MZN foi tributada em N-1 na empresa
Beta, poderá beneficiar na empresa Alfa de crédito de imposto Exemplo
na declaração de N.
 Assim, o crédito de imposto a deduzir à colecta do IRPC do
exercício N deverá ser acrescido ao lucro tributável respeitante a
esse exercício.

Formadora: Lucília Marques


Resolução

 Lucro antes de imposto da empresa Beta =


2.000.000,00 MZN
 IRPC da empresa Beta em N = 32% x 2.000.000,00 =
640.000,00 MZN

 Crédito de imposto = 60% x (640.000 / 1- o,32) = 


564. 705,88 MZN

Formadora: Lucília Marques 84


Deduções à Colecta

Dupla Tributação Internacional (Artigo 65.º)

Apenas aplicável quando na matéria colectável tenham sido incluídos rendimentos obtidos no estrangeiro e
corresponderá à menor das seguintes importâncias:

Imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro;

Fracção do IRPC, antes da dedução, correspondente aos rendimentos que no país em causa possam ser tributados

Esta dedução não pode ultrapassar o imposto pago no estrangeiro nos termos previstos na convenção para eliminar
a dupla tributação, quando aplicável

Benefícios fiscais – previstos no Código dos Benefícios Fiscais

Formadora: Lucília Marques 85


Dupla tributação internacional

Formadora: Lucília Marques 86


Dupla tributação internacional

Formadora: Lucília Marques 87


Dupla tributação
internacional

Formadora: Lucília Marques 88


89

Dupla tributação
internacional

Formadora: Lucília Marques


Exemplo 2 (Continuação)

 Tratando-se de Royalties, o Modelo apropriado para efeitos de aplicação da


Convenção é o M/1 – DTI, o qual deve ser devidamente preenchido e enviado
às Autoridades Fiscais do beneficiário efectivo dos rendimentos para efeitos
de certificação da residência fiscal da entidade não residente, modelo esse
que poderá ser adquirido junto à Repartição de Tributação de Não Residentes
ou na Área Fiscal do seu domicílio.

Formadora: Lucília Marques 90


Exemplo 3

 Enquadramento fiscal ao abrigo da Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a


Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, relativamente aos rendimentos
provenientes da execução de um contrato que tem como objecto a prestação de serviços
de, desenho conceptual, consultoria e projecto conceptual da totalidade das obras, onde
os serviços objecto do contrato serão executados a partir das instalações pertencentes à
empresa moçambicana.

 R: Nos termos da Convenção, o lugar de tributação dos rendimentos relacionados com os


serviços objecto do contrato retro mencionado é no Estado Contratante da Fonte, ou seja,
Moçambique.
Formadora: Lucília Marques 91
Exemplo 3 (continuação)

 Estando reunidos os pressupostos de estabelecimento estável previstos na


Convenção,  por se tratar de uma instalação fixa, o lucro do estabelecimento
estável será determinado nos termos do Artigo 44 do Código do IRPC, havendo
pagamento do IRPC, à taxa de 32%, nos termos do artigo 61 do CIRPC.

 A entidade não residente, por obter rendimentos em território moçambicano,


é obrigada a designar um representante legal em Moçambique, para em seu
nome, cumprir com as obrigações fiscais decorrentes da execução das
actividades objecto do contrato supracitado, nos termos da alínea a) do nº 3
do Artigo 17 da Lei nº 2/2006, de 22 de Março, Lei Geral Tributária.
Formadora: Lucília Marques 92
EXEMPLO 3 (CONTINUAÇÃO)

 representante legal deverá efectuar o registo do estabelecimento estável,


conforme o estabelecido no nº 2 do Artigo 37 do Regulamento do Código do
IRPC,  devendo ainda preencher a declaração de registo de pessoa colectiva
ou equiparada e de atribuição do NUIT, M/06.

Formadora: Lucília Marques 93


Deduções à
Colecta
 Pagamento Especial por Conta
 O Pagamento Especial por Conta é efectuado em 3
prestações nos meses de Junho, Agosto e Outubro
 O montante do pagamento corresponde a 0,5% do
Volume de Negócios com o mínimo de 30.000,00 MZN
e o máximo de 100.000,00 MZN descontado dos
Pagamentos por Conta efectuados no ano anterior
 A dedução é efetuada ao montante de IRPC liquidado
apurado no próprio ano ou até ao 3º exercício
seguinte, depois de efectuadas as deduções relativas
a dupla tributação económica de lucros distribuídos,
a dupla tributação internacional e a relativa a
benefícios fiscais, até à concorrência da colecta do
IRPC, não havendo lugar a reembolso.
Formadora: Lucília Marques 94
PEC

Volume de Negócios PEC

Até 6.000.000,00 MT 30.000,00MT – Pagamentos por conta no


ano anterior (n-1)

Entre 6.000.001,00 MTe 0,05% * VN – Pagamento por conta N-1


20.000.000,00MT
Mais de 20.000.000,00 MT 100.000,00 MT – Pagamentos por conta
no ano anterior(n-1)

Fórmula Aritmética

Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 95


“Artigo 62
(Taxas de retenção na fonte)

1. Tratando-se de rendimentos de entidades que não tenham sede, nem direcção


efectiva no território moçambicano e não possuam estabelecimento estável
em Moçambique, ao qual os mesmos sejam imputáveis, são tributados por
uma taxa liberatória de 20%, excepto os rendimentos derivados de juros
provenientes de financiamento externo destinados a projectos agrícolas.
2. São igualmente tributados à taxa de 10%, os rendimentos provenientes de
prestações de serviços das entidades não residentes as empresas agrícolas
nacionais.”

Abatimentos ao
IRPC Liquidado
97

 Retenções na fonte (Artigo 67.º)


 Pagamento por Conta  (Artigo 70..º)
 O Pagamento por Conta é efectuado em 3 prestações, iguais
arredondadas por excesso, nos meses de Maio, Julho e
Setembro
 O montante do pagamento corresponde a 80% do imposto
liquidado no exercício anterior
 No caso de o sujeito passivo verificar que os pagamento por
conta já são suficientes para o imposto devido a final, pode
deixar de efetuar novo pagamento por conta desde que
remeta à Direcção da Área Fiscal da sede uma limitação de
pagamento por conta
 A dedução é efetuada à colecta montante de IRPC até à sua
concorrência, havendo lugar a reembolso. O reembolso é
efectuado quando a declaração periódica for apresentada no
prazo legal, até ao final do terceiro mês imediato ao da sua
apresentação.

Formadora: Lucília Marques


 A empresa  MOZA, SA , no exercício N apresentou os seguintes elementos
Caso Prático contabilísticos:

 A empresa contabilizou como gasto uma fatura no valor 100.000,00 MT

  referente a uma grande campanha publicitária elaborada por um fornecedor


sediado na Ilha de Cannan;
 Constituiu uma perda por imparidade de 80.000,00MT, relativa a um crédito
100. 000,00MT sobre o cliente X, desde Outubro de n-2;
 Contabilizou, igualmente como gasto, o montante de 30 000,00MT relativos
a despesas para as quais não possui suporte documental;
 Despesas de representação no montante de 50.000MT;
 Multas e coimas fiscais no montante de 50.000,00 MT;
 Amortização de 150. 000,00 MT relativamente a uma viatura ligeira de
passageiros que havia sido adquirida em n-3 por 480.000,00 MT
 Despesas com combustíveis, reparações, seguros e imposto municipal sobre
veículos relativas a viaturas ligeiras de passageiros e mistas, pertencentes
ao ativo fixo tangível da empresa, no montante de 100.000,00 MT (as
despesas de combustível estão suportadas pelo mapa de consumos);
98
Formadora: Lucília Marques
99

   Ganho extraordinário de 300. 000,00 MT relativo à


redução de uma perda por imparidade investimentos
financeiros; CASO Prático
 A empresa registou como ganho do exercício 300.
000,00MT relativos a lucros distribuídos pela Sociedade
Socibex, SA, com sede em Maputo, (na qual detém ações
correspondentes a 30% do capital social, adquiridas em n-
3);
 Lucros de uma empresa participada, sediada em Luanda,
no montante de 400.000,00 MT, os quais foram tributados
em Angola à taxa de 30%,
 O sócio X, doou à sociedade um imóvel no valor de
500.000,00 MT;
   Regularização de um rendimento de exercícios
anteriores no montante de 150.000,00MT

Formadora: Lucília Marques


 Ajudas de custo faturadas a clientes, registadas em mapa
100
apropriado no valor de  15.000, 00MT;
 Despesa com o berçário para os filhos dos funcionários no
montante de 300.000,00 MT;
 Gratificações de balanço aos trabalhadores no montante de Caso prático
€300.000,00, incluindo 200.000,00MT a cada um dos dois
gerentes, sendo um dos gerentes sócio e outro não sócio, mas
genro do sócio maioritário, o ordenado médio mensal de cada
gerente é de 20.000,00MT
 Outras informações:
     Gastos com o pessoal no montante de 1.300.000,00MT, onde
se inclui  300.000,00MT de seguros de saúde para todo o
pessoal.
 Outros dados:
 Pagamento especial por conta 100.500,00MT;
 Pagamento por conta 200.200,00MT
 Retenções na fonte 100.800,00MT.

Formadora: Lucília Marques


Caso prático

 Pretende-se:
 Enquadramento da empresa em sede de IRPC; 
 Determine o Lucro Tributável, Matéria Colectável e o
imposto a pagar ou a recuperar referente a n;
 Determinação se for o caso de pagamentos por conta e
especial por conta a efetuar em n+1; 
 Identifique as principais obrigações fiscais em sede de IRPC

Formadora: Lucília Marques 101


Pessoas colectivas residentes
que não exerçam a titulo
principal, uma actividade
comercial, industrial ou
agrícola
Determinação do rendimento global

Formadora: Lucília Marques 102


Determinação do rendimento global – art.º 42,º

 O rendimento global é formado pela soma


algébrica dos rendimentos liquidos das várias
categorias  determinados nos termos do código do
IRPS.
 Estão sujeitos a esta tributação as associações,
fundações e outras entidades sem fins lucrativos.

Formadora: Lucília Marques 103


Custos comuns e outros- art.º 43.º

 Os custos comprovadamente indispensáveis a obtenção dos


rendimentos que não tenham sido considerados na determinação do
rendimento global e que não sejam especificamente ligados à
obtenção dos rendimentos não sujeitos ou isentos de IRPC são
deduzidos no todo  ou em parte a esse rendimento global para
efeitos de determinação da matéria coletável de acordo com as
seguintes regras:
 se estiverem apenas ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e
não isentos são deduzidos na totalidade ao rendimento global;
 se estiverem ligados à obtenção de rendimento sujeitos e não
isentos bem como a de rendimentos não sujeitos ou isentos é
deduzida ao rendimento global a parte dos custos comuns que for
imputável aos rendimentos sujeitos e não isentos.
 A parte dos custos comuns é imputar é determinada através da
repartição proporcional daqueles ao total dos rendimentos brutos
sujeitos e não isentos e dos rendimentos não sujeitos ou isentos ou
de  acordo com outro critério considerado mais adequado aceite
Formadora: Lucília Marques 104
pela administração tributável
Exemplo

Uma associação profissional, cujo objecto social é promover a profissão, num


determinado período, obteve os seguintes rendimentos e gastos:
Rendimentos:
Quotas pagas pelos associados – 2.000.000,00MT;
Rendas de um edifício que arrendou – 500.000,00 MT;
Formação prestada – 300.000,00MT;
Vendas de camisolas e bonés – 200.000,00MT.
 

Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 105


Exemplo (Cont.)
Gastos
Custo das vendas das camisolas – 100,000,00 MT;
Gastos com a reparação do imóvel arrendado – 200.000,00MT;
Gastos com o pessoal – 450.000,00MT;
Fornecimentos e serviços com gastos de estrutura – 600.000,00 MT;
Honorários aos formadores – 100.000,00MT;
Amortizações e Depreciações – 50.000,00MT .
Pretende-se a determinação do rendimento global líquido e matéria
colectável.

Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 106


Resolução

Total dos rendimentos sujeitos e não sujeitos – (2.000.000,00


+500.000,00+300.000,00+200.000,00) = 3.000.000,00MT
Rendimento Global Liquído;
2,º Categoria – rendimentos comerciais - Quadro 6 do Modelo 20C
200.000,00 -100.000,00 = 100.000,00 Venda das camisolas e bonés
300.000,00 – 100.000,00 = 200.000,00 Formação
4.º Categoria – rendimentos Prediais – Quadro 9 do Modelo 20C
Rendas recebidas – 500.000,00
Dedução das despesas - 200.000,00 – devidamente documentadas (art.º 48 do
CIRPS)
Rendimento liquido – 300.000,00
Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 107
Resolução

Total dos rendimentos líquidos sujeitos = 600.000,00


Cheve de repartição baseado na porporção dos rendimentos sujeitos e não sujeitos, conforme
art.º 43 do CIRPS, para determinar a dedução depois gastos comuns é a seguinte:
Rendimento Brutos Sujeito / Rendimento Bruto total
1.000.000,00 / 3.000.000,00 = 0,3333
Dedução dos gastos comuns
Total dos gastos comuns – 450.000,00 + 600.000,00+50.000,00 = 1.100.000,00
1.100.000,00 * 0,3333=366.630,00 Quadro 11 campo 535 do Modelo 20 C
Matéria Colectável = 600.000,00 – 366.630,00 = 233.370,00 Quadro 11 campo 537 do modelo
20 C e quadro 10 campo 290 modelo 22.

Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 108


Regime
Simplificado de Artigo 47.º

determinação do
Lucro Tributável

Formadora: Lucília Marques 109


O REGIME
SIMPLIFICADO DE Este regime aplica-se aos sujeitos passivos
residentes que exerçam a título principal uma
DETERMINAÇÃO actividade comercial, industrial ou agricola e que
não apresentem um volume de negócios inferior a
DO LUCRO 2 500 000,00 MT e que não tenham optado pelo
regime geral nem pelo regime de escrituração
TRIBUTÁVEL simplificada

Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 110


O REGIME SIMPLIFICADO DE DETERMINAÇÃO DO
LUCRO TRIBUTÁVEL
enquadramento deste regime faz-se através da declaração de início de actividades
ou da declaração de alterações, confirmar o caso.
O apuramento do Lucro tributável resulta da aplicação dos respectivos coeficientes
sobre os correspondentes rendimentos Assim:
0,20 sobre o valor das vendas de mercadorias e de produtos;
0,20 sobre o valor das vendas e prestações de serviço de alojamento e restaurante;
0,30 nos restantes proveitos.
O Regime simplificado de determinação do lucro tributável, cessa quando num
determinado exercício for ultrapassado o limite do valor total de volume de negócios
(2.500.000,00 MT), Quando ultrapassado o limite, no exercício imediatamente a
seguir ficará enquadrado no regime geral de determinação do lucro tributável.
  Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 111
Regime simplificado da determinação do
lucro tributável
Exemplo

 Uma dada empresa, que se dedica à exploração de um restaurante num


determinado exercício, apresenta de volume de proveitos no montante de
2.000.000,00MT, assim descriminados:
 Venda de refeições – 1.850.000,00
 Juros de depósito – 150.000,00
 Pretende-se o cálculo do lucro tributável e cálculo do imposto.

Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 112


Regime simplificado da determinação
do lucro tributável
Resolução
 A empresa apresenta um volume de negócios inferior a 2.500.000,00 MT, logo fica
enquadrada no regime de determinação do lucro tributável, partindo.se do pressuposto
que não exerceu a opção para o regime geral de determinação do lucro tributável.
 Determinação do lucro tributável:
 Vendas - 1.850.000,00 *0,20 = 370.000,00MT (Quadro 7 campo 201 do Modelo 22 A)
 Juros – 150.000,00 *0,30 = 45.000,00MT (Quadro 7 campo 203 do Modelo 22 A )
 Total do Lucro tributável – 415.000,00 MT (Quadro 7 campo 209 do Modelo 22 A )
 Cálculo do imposto:
 415.000,00 * 32% = 132.800,00 MT (Quadro 8 campo 300 do Modelo 20 A ).

Formadora: Lucília Marques 06/08/2023 113


Formadora: Lucília Marques 08/06/2023 114

Você também pode gostar