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Caxias do Sul
2011
APROVAÇÃO
Banca examinadora:
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Presidente/orientador Prof. MS. Eduardo Tomedi Leites
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Examinadores Nome e titulação do banqueiro – UCS
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Nome e titulação do banqueiro – UCS
IE – Imposto de Exportação
II – Imposto de Importação
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ................................................................................. 12
1.2 QUESTÃO DE PESQUISA .................................................................................... 13
1.3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 13
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................ 13
1.3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 14
1.4 METODOLOGIA ................................................................................................. 14
1.5 ESTRUTURA DO ESTUDO ................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 16
2.1 DESENVOLVIMENTO DE MANAUS ....................................................................... 16
2.1.1 História e projeto da Zona Franca de Manaus ............................................... 16
2.1.2 O modelo Zona Franca de Manaus ............................................................... 18
2.2 TRIBUTOS EXTRAFISCAIS................................................................................... 20
2.2.1 Incentivos fiscais ........................................................................................... 20
2.2.2 A política industrial da Zona Franca de Manaus e os incentivos para a região . 25
4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 41
1 INTRODUÇÃO
1.3 OBJETIVOS
1.4 METODOLOGIA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O modelo ZFM foi criado com o intuito de desenvolver as cidades que fazem
parte da região norte do país, tanto economicamente quanto socialmente, além de
garantir a soberania nacional sobre as suas fronteiras com países vizinhos.
A ZFM recebeu incentivos fiscais dos governos municipal, estadual e federal
voltados à exploração do potencial econômico da região e ao desenvolvimento
social de sua população, gerando empregos e riquezas.
O modelo ZFM passou por quatro fases distintas até chegar à fase atual. Na
primeira fase, de 1967 a 1975, onde predominava a atividade comercial, houve
estímulo pela venda de produtos cuja importação estava proibida no restante do
país. Marcou o início da atividade industrial com produtos totalmente ou
semidesmontados, havia liberdade de importação de insumos. Em meio à política
nacional de substituição das importações, a atividade comercial (terciária)
predominava em função da quase ilimitação às importações, contribuindo para a
intensificação do turismo e para a iniciação da atividade industrial (MINORI e
COUTINHO, 2009).
Na segunda fase, que foi de 1975 a 1990, foram estabelecidos índices
mínimos de nacionalização para produtos industrializados na ZFM e comercializados
no restante do país, além de se estabelecerem limites máximos globais, e
contingenciamento para importação. Cresceu a indústria de montagem em Manaus,
sendo que em 1990 foi registrado, por esta, um dos seus melhores desempenhos,
com a geração de oitenta mil empregos diretos e faturamento de 8,4 bilhões de
dólares, e consolidou-se o parque industrial de bens de consumo duráveis,
destacando-se o setor eletroeletrônico. Foi prorrogado, pela primeira vez, o prazo de
vigência do modelo ZFM, de 1997 para 2007.
Já na terceira fase, de 1991 a 1996, ocorreram profundas mudanças no
modelo ZFM, passando pela fase mais difícil, sendo obrigado a adaptar-se à nova
política industrial de referência do país. Perdeu a exclusividade das importações
como vantagem comparativa; ocorreu a adoção de redutor de 88% do Imposto de
Importação (II). As indústrias ficaram obrigadas a implantar novas técnicas de
qualidade conforme padrões do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (INMETRO). Houve um amplo processo de modernização industrial, com
ênfase na automação, qualidade e produtividade, o que gerou, em 1996, um
faturamento recorde, da ordem de 13,2 bilhões de dólares.
Foi na quarta fase, de 1996 a 2002, que houve uma adaptação aos cenários
de uma economia globalizada pelos ajustes demandados devido aos efeitos do
Plano Real, como o movimento das privatizações e desregulamentação.
Aconteceram estímulos às exportações no Pólo Industrial de Manaus (PIM); criação
do Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pólo Industrial de Manaus (CT-PIM)
na busca de ampliação competitividade tecnológica das indústrias. Nesse período, a
ZFM passou a funcionar como plataforma de exportação de seus produtos
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Os incentivos fiscais são adotados pelos Estados, sendo uma forma de atrair
investimentos de grandes empresas, visando diversificar o processo produtivo, gerando
mais empregos para a população da região, assim destacam Queiroz e Frota (2008).
Ressalta-se a seguir o relato sobre os incentivos fiscais em Manaus, por
Minori e Coutinho (2009, p. 4132).
o
Art. 81. São isentos do imposto (Decreto-Lei n 288, de 28 de fevereiro de
o o
1967, art. 9 , e Lei nº 8.387, de 1991, art. 1 ):
Art. 9°. Estão isentas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) todas
as mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus, quer se destinem
ao seu consumo interno, quer à comercialização em qualquer ponto do
Território Nacional.
§ 1°. A isenção de que trata este artigo, no que respeita aos produtos
industrializados na Zona Franca de Manaus que devam ser internados em
outras regiões do País, ficará condicionada à observância dos requisitos
estabelecidos no art. 7° deste Decreto-Lei.
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Art. 13. O incentivo fiscal do crédito estímulo do ICMS, será concedido por
produto, observado tratamento isonômico para bens classificados na
mesma posição e subposição do código tarifário NCM/SH, de acordo com
sua caracterização definida no art. 10, nos seguintes níveis:
II – 75% (setenta e cinco por cento) para os produtos previstos nos incisos
II, III, V e VI;
III - 55% (cinqüenta e cinco por cento) para os produtos previstos no inciso
VIII.
Para usufruir dos incentivos fiscais as empresas do setor industrial devem ter
sua viabilidade demonstrada em projeto econômico-financeiro submetido à análise
do Conselho de Administração da SUFRAMA, governos dos estados da Amazônia
Ocidental, prefeituras das capitais da região, entidades de classes (empresariais e
de trabalhadores), além da Secretaria da Receita Federal (ARAUJO FILHO, 2005).
Somente após a aprovação, a empresa estará preparada para implantar seu projeto
industrial.
Lyra (1995) também acrescenta que, quanto aos resultados obtidos, apesar
de favoráveis, não se pode negligenciar a dimensão dos custos econômicos e fiscais
envolvidos. Afirma Silva (2008) que a ZFM foi uma estratégia fundamental para pôr
um fim na estagnação econômica e isolamento em que se encontrava a Amazônia
Ocidental com o declínio da economia da borracha. Fato este inegável, assim como
a urbanização acelerada de Manaus e crescimento econômico do município e da
região.
Ainda para Maciel, Machado e Rivas (2003), a grande maioria das indústrias
instaladas na ZFM utiliza tecnologia avançada e apresenta um elevado grau de
integração nacional e internacional. Elas têm-se desenvolvido e modernizado,
contribuindo para a integração da economia do Amazonas à economia mundial.
Nesse sentido, a ZFM se apresenta como modelo capaz de desenvolver
sustentavelmente, como descrevem Minori e Coutinho (2009), apesar da delimitação
do período dos incentivos fiscais insinuar a insustentabilidade do modelo por causa
dos problemas ainda presentes no seu funcionamento (concentração de renda em
Manaus e nas elites da cidade). Há uma busca em agregar valor à produção, por
parte da iniciativa privada, com insumos locais e o fortalecimento do pólo industrial,
independente das prerrogativas extras fiscais.
Também relatam Minore e Coutinho (2009), que há inúmeras condicionantes
a serem observadas pelas indústrias para obterem os incentivos fiscais da ZFM,
tanto sociais como ambientais, sem contar a necessidade delas atentarem para o
princípio da reciprocidade. Minore e Coutinho (2009, p. 19) citam que:
Para que o pólo industrial de Manaus se consolide, falta desatar alguns nós.
Um deles é o da infraestrutura logística da região. Manaus é ainda hoje uma
cidade praticamente isolada: o acesso a ela só é possível de avião ou por
meio de longas viagens de barco ou navio. Há também o gargalo da
energia, que, a exemplo do que acontece no restante do estado, é
alimentada pelo poluente e caro óleo combustível. Ainda no capítulo da
logística, é necessário que a estrutura portuária da cidade seja
modernizada. A orla de Manaus, ao longo do Rio Negro, é um verdadeiro
caos, com o engarrafamento diário de centenas de embarcações de
passageiros e de cargas.
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Tabela 1 – Municípios com maior PIB da região norte (valores em R$ milhões) – 2008
Região / Municípios PIB (milhões) Classificação Participação
Região Norte 154.704 - 100,0%
Manaus/AM 38.116 1º 24,6%
Belém/PA 15.316 2º 9,9%
Parauapebas/PA 6.572 3º 4,2%
Porto Velho/RO 5.218 4º 3,4%
Macapá/AP 4.295 5º 2,8%
Barcarena/PA 3.860 6º 2,5%
Marabá/PA 3.594 7º 2,3%
Boa Vista/RR 3.578 8º 2,3%
Rio Branco/AC 3.549 9º 2,3%
Ananindeua/PA 3.083 10º 2,0%
Fonte: Coordenadoria de Estudos Econômicos Sociais – SEPLAN/RR
Na Tab. 2, que se refere ao PIB per capita, trata-se da renda média para cada
habitante do Estado, que é calculado dividindo a renda total acumulada pelo número
de habitantes da região. Os valores em reais referentes à Manaus que está na 15ª.
posição é de 22.303 bilhões.
Tabela 2 – Municípios com maior PIB per capita da região norte (valores em reais) – 2008
População
Região / Municípios Valor Classificação
2008*
Região Norte 15.990 15.142.684 -
Canaã dos Carajás/PA 48.639 26.135 1º
Parauapebas/PA 45.225 145.326 2º
Mateiros/TO 45.193 1.788 3º
Barcarena/PA 42.937 89.909 4º
Serra do Navio/AP 37.259 3.921 5º
São Salvador do Tocantins/TO 33.430 3.102 6º
Peixe/TO 30.760 9.002 7º
Lagoa da Confusão/TO 28.810 8.481 8º
Tucuruí/PA 27.564 94.015 9º
Fortaleza do Tabocão/TO 26.609 2.160 10º
Manaus/AM 22.303 1.709.010 15º
Palmas/TO 14.095 159.110 32º
Porto Velho/RO 13.762 379.186 34º
Boa Vista/RR 13.714 260.930 35º
Macapá/AP 11.963 359.020 55º
Rio Branco/AC 11.776 359.020 61º
Belém/PA 10.755 1.424.124 80º
*: População referente ao dia 1º de julho de 2008
Fonte: Coordenadoria de Estudos Econômicos Sociais – SEPLAN/RR
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3.1.1.2 Faturamento
de Manaus, sendo que para 2011 foi orçada uma arrecadação de 80 milhões de
reais para o IPTU e R$ 46.478.000,00 para as taxas. E até o mês de setembro do
ano corrente arrecadou-se o valor de R$ 43.518.138,67 no primeiro e R$
21.861.315,53 no segundo. Segue a Tab. 5, com o comparativo dos anos de 2009
e 2010.
Verifica-se que tanto o IPTU quanto as taxas tiveram uma redução na sua
arrecadação no ano de 2010 em comparação com 2009, mas apresenta uma
melhora no ano de 2011. Quanto ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
(ISSQN), foi onde teve a maior arrecadação, com uma variação de 21,54% de um
ano para outro. Em 2011, o valor arrecadado até o mês de Setembro está em R$
293.409.271,17 e orçado em 42 milhões de reais.
Receita Tributária do Estado do Amazonas – Em destaque o ICMS. O Estado
do Amazonas, em 2009, teve uma arrecadação abaixo da prevista, conforme Tab. 6,
mas em 2010 houve um acréscimo de 29,29% em relação ao ano anterior. O Estado
distribui, aos municípios, 25% do valor arrecadado no mês.
3.1.2.1 Demografia
3.1.2.2 Empregos
3.1.2.3 Renda
Participação
Encargos e Faturamento
ANOS (%)
Salários Benefícios Total (D)
(E = C/D)
(A) Sociais (C = A + B)
(B)
Índice de Índice
Esperança Renda Índice de
esperança de PIB Ranking Ranking
Município UF de vida ao Per educação IDH-M
de vida (IDH- por UF Nacional
nascer Capita (IDHM-E)
(IDHM-L) R)
Fonte: ONU
4 CONCLUSÃO
A ZFM foi idealizada em 1957 e sua implementação foi no ano de 1967, com
o objetivo de levar desenvolvimento econômico e social para aquela região. O
modelo apresenta características de livre comércio de importação e exportação e
também de incentivos fiscais que são disponibilizados pelos governos municipal,
estadual e federal. Os incentivos abrangem os seguintes impostos: IPTU, taxas da
prefeitura, ICMS, IPI, Imposto de Importação e Exportação, PIS e COFINS e IRPJ.
A cidade de Manaus é a maior da região norte e a mais industrializada. O PIB,
que tem por objetivo mensurar a atividade econômica de uma região, ultrapassou os
38 bilhões de reais, sendo que o Pólo Industrial representa 88,8% do setor. O PIM
permitiu, ao município, faturamentos recordes no decorrer dos anos. Em 2010
faturou acima de 61 bilhões de reais, sendo que a maior parte, 81,78% foi através
das vendas efetuadas para as demais unidades da federação do país.
Os impostos gerados com as vendas seguem na mesma proporção do
faturamento, pois as receitas tributárias do município em 2010 foram superiores ao
ano anterior, onde a arrecadação de ICMS passou de uma média de 53 bilhões de
reais mensais em 2009, para 113 bilhões de reais mensais no ano seguinte.
A demografia da cidade de Manaus sofreu muitas alterações após a
implementação da Zona Franca, conforme dados do IBGE. No Censo, realizado em
2010, a população deste município é de 1.802.525 habitantes, provocando
crescimentos desordenados em alguns bairros da cidade. Os incentivos fiscais
serviram de atrativos para a migração de estrangeiros fronteiriços e moradores do
interior, que, em busca de emprego, provocaram inúmeros problemas sociais, já que
a cidade não acompanhou esse crescimento, tendo déficit em saneamento básico,
transporte, moradia, saúde, educação e a alta taxa de desemprego.
Os índices de desigualdade apresentados pelo PNUD demonstram que a
maioria da população tem rendimentos baixos, onde 20% dos mais pobres ficam
com apenas 1,6% da renda gerada pelo município. E um terço da população vive
com menos de meio salário mínimo, enquanto que um quarto é considerado
indigente. Apesar desses índices, a movimentação da mão de obra no PIM tem sido
positiva, considerando que há mais contratações do que demissões.
A cidade de Manaus apresenta o melhor IDH do Estado do Amazonas e no
ranking nacional encontra-se na posição de número 1.206. A FIRJAN também
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, Glauco Lubacheski de. Tributação na Zona Franca de Manaus. MP: São
Paulo, 2008.
EDWARD, José. Amazônia: uma cidade de costas para a selva. (2009) Disponível
em: <http//www.veja.abril.com.br>. Acesso em: 23 set. 2011.
LEIS. In: Zona Franca de Manaus. Leis, Decretos, Portarias, Instruções Normativas
e Atos Declaratórios. Disponível em: <http//www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso
em: 02 nov. 2011.
PIMENTEL, Nelson. Política Industrial: tema para discussão. (2006). Disponível em:
<http//www.seplan.am.gob.br>. Acesso em: 20 set. 2011.
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PRADO JUNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2000.