Você está na página 1de 63

ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL

Análise da rentabilidade económica da cadeia de valor da madeira no Município


da Maxixe no período de 2009 á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Licenciatura em Economia Agrária

Autor:

Márcia Nhavura Sibanda

Vilankulo, Junho de 2016


Márcia Nhavura Sibanda

Análise da rentabilidade económica da cadeia de valor da madeira no Município


da Maxixe no período de 2009 á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Trabalho de Culminação de Curso


apresentado ao Departamento de
Sociologia Rural da Universidade
Eduardo Mondlane – Escola
Superior de Desenvolvimento
Rural para a obtenção do grau de
Licenciatura em Economia
Agrária.

Supervisor:

dr. Eugénio Fernandes

UEM - ESUDER
Vilankulo
2016
DECLARAÇÃO

Declaro que este trabalho é da minha autoria e resultado da minha investigação pessoal,
estando indicados no texto e na bibliografia as fontes utilizadas. Esta é a primeira vez que o
submeto para obter o grau de licenciatura, nesta instituição pública de ensino superior.

Vilankulo, 13 de Junho de 2016

_________________________________________

(Márcia Nhavura Sibanda)

Aprovação do Júri

Este trabalho foi aprovado no dia ___ de Junho de 2016 por nós, membros do júri
examinador da Escola Superior de Desenvolvimento Rural da Universidade Eduardo Mondlane,
com a nota de ___ Valores.

______________________________

(Presidente do Júri)

______________________________

(Arguente)

______________________________

(Supervisor)
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de culminação do curso ao grau de licenciatura a família Sibanda que de
forma afável contribuiu para o meu sucesso académico, em especial aos meus pais Daremba
Fernando Sibanda e Amélia Maeja Mapossa Sibanda que através deles Deus colocou-me na
Terra. Através deles dependeu todo apoio moral, material e inspiração para todos sucessos
alcançados enquanto estudante.

i
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus por ter me dado forças, coragem e saúde para a
realização deste curso.
Ao supervisor dr. Eugénio Fernandes pela forma paciente e incansável com que me
orientou no trabalho.
Agradeço ao corpo docente da Escola Superior de Desenvolvimento Rural que não
pouparam esforços para me transmitir conhecimento com profissionalismo.
O meu muito obrigado vai ao meu pai e a minha mãe pelo apoio moral e financeiro
prestado durante a realização deste curso.
Quero também direccionar os meus agradecimentos aos meus irmãos: Manuel Sibanda,
Maucha Sibanda, João Sibanda e Catio Sibanda e as minhas primas em especial Ilza Maria
Mateus e as minhas amigas e amigos que me ofereceram apoio incondicional em todos os
momentos que necessitei.
O muito obrigado vai também ao Eng. Sacir Viagem pela atenção, recepção e ajuda
prestada na minha vinda a Vilankulo pela primeira vez.
Agradeço ao SDAE pela ajuda prestada na cedência do espaço para a realização do
estágio.
Quero endereçar os meus agradecimentos ao pessoal do SDAE em especial ao Senhor
director e ao meu esposo técnico fiscal Cremildo Carlos pelo apoio no acompanhamento ao local
de estágio e pela forma incasável na transmissão de conhecimentos referentes a área madeireira.
Agradeço a todos colegas, amigos e companheiros de batalha em especial Maria Augusta
Maindo, Amarina Rafael, Lurdes Maraca, Laura Sinai, Adilson Alfinete, Paula Fumo, que
ajudaram-me a alcançar os meus objectivos e a não desistir durante as batalhas do fundo do meu
coração o meu muito obrigado.
TABONGA a todos e que DEUS vos abençoe.

ii
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SIMBOLOS

BIM- Banco Interncional de Invetimento


BCI- Banco Comercial de investimentos
DNTF- Direção Nacional de Terras e Florestas
FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
FNB- First National Bank
INSS- Instituto Nacional de segurança Social
cm- Centímetros
Km2- Quilómetros quadrado
m3 - Metros Cúbicos
m3/ano- Metros cúbicos por ano
mm- Milímetros
MAE- Ministério da Administração Estatal
Mt- Meticais
PMGA- Plano Municipal de Gestão Ambiental
RFFB- Regulamento de Floresta e Fauna Bravia
%- Percentagem
o
C- Graus célsius
SDAE- Serviços Distritais de Actividades Económicas

iii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabelas Página

Tabela 01: Preços de madeira em touro …………………………………………………………23

Tabela 02: Preços de madeira serrada…………………………………………………………...24

Tabela 03: Valores dos indicadores de economia de escala na empresa Construtora Integral da
Maxixe…………………………………………………………………………………………...28

Tabela 04: Análise do volume, custo e lucro da cadeia de valor da empresa Construtora Integral
da Maxixe....…...…………..……….……………………………………………………………30

Figuras

Figura 01: Figura1. Fluxograma da cadeia de valor da madeira da empresa Construtora Integral
da Maxixe…………………..……………………………………………....................................24

Figura 02: Diagrama da estrutura de custos da cadeia de valor da madeira serrada empresa
Construtora Integral…………..………………………………………………………………….26

Gráficos
Gráfico 01: Evolução dos custos médios……….………….……………………………………29

Gráfico 02: Evolução do Rácio benefício-custo…………………………………………………32

Gráfico 03: Evolução da margem bruta………………………………………………………….33

Gráfico 04: Evolução da taxa de retorno sobre o investimento………………………………….34

iv
LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES

Anexos

Figura 01: Mapa da localização do Município de Maxixe………………………………..………I

Apêndices

Figuras

Figura 01: Charriot de fita………………………………………………………………………..II

Figura 02: Camioneta usado para o transporte de toros………………………………………….II

Figura 03: Toros após o descarregamento na empresa…………………………………………...II

Figura 04: Serragem de toros em madeira serrada……………………………………………….II

Figura 05: Afiador de fitas……………………………………………………………………….III

Figura 06: Serra de disco………………………………………………………………………...III

Figura 07: Tábuas após a serragem………………………………………………………............III

Figura 08: Escritório da empresa………………………………………………………………...III

Tabelas

Tabela 01: Volume de produção, receitas, custos e lucros anuais da empresa Construtora
Integral…………………………………………………………………………….……………..IV

Tabela 02: Taxas de juro do depósito a prazo do mercado………………………….……………V

v
Tabela 03: Custos de oportunidade………………………………………………………….……V

Tabela04: Taxas de Crescimento dos indicadores de rentabilidade económica....……….,……..V

Tabela 05: Percentual dos custos fixos e variáveis……………………………………………....V

Gráfico I: Tendências do preço…………………………………………………………………..V

vi
RESUMO

Um dos grandes desafios actuais das empresas é manter bons índices de rentabilidade associada a
baixos custos com maior produção. Neste contexto o presente trabalho visa analisar a rentabilidade
económica da cadeia de valor da madeira da empresa Construtora Integral da Maxixe no período
entre 2009 á 2013. Foi feito um estudo de caso através da pesquisa exploratória e uso de variáveis
quantitativas que permitiu determinar e interpretar os resultados económicos da cadeia de valor da
madeira, determinar e interpretar os indicadores de rentabilidade económica da cadeia de valor da
madeira. A cadeia de valores da empresa Construtora Integral da Maxixe engloba sete fases
nomeadamente: a selecção e abate de árvores, carregamentos de toros, recepção e
descarregamento de toros, cubicagem de toros, vendas de toros, processamento de toros em
madeira serrada e por fim a comercialização da madeira serrada. Neste processo a produção média
foi de 392.86m3 sendo comercializado a um preço médio de 30,600.00Mt/m3 que gerou uma
receita média anual de 12,434,012.80Mt. De 2009 á 2013 a produção aumentou em cerca de
47.98% , o custo total aumentou em cerca de 16.47%, os custos unitários baixaram em 60,58% e o
preço esteve estável nos primeiros dois e os últimos dois anos. Os indicadores de economia de
escala confirmaram a existência na empresa. Após a dedução dos custos médios totais que foram
de 1,872,608.30Mt obteve-se um lucro médio anual de 10,561,404.50Mt o que proporcionou um
rácio benefício-custo médio de 6.61 indicando que em cada um metical investido na produção de
madeira serrada gerou cerca de seis meticais e sessenta e um centavos de benefício, como também
obteve-se uma margem bruta média de 84.87% indicando que em cada um metical obtido na
comercialização da madeira obteve-se um lucro de 85 centavos, como também obteve-se a taxa de
retorno sobre o investimento média que foi de 561% indicando que em cada um metical investido
na cadeia de valor da madeira da empresa gerou em média um retorno correspondente a cinco
meticais e sessenta e um centavos, que superou a taxa de juro média aplicada aos bancos
comerciais BIM, BCI, BARCLAYS, Standard Bank, FNB e Socremo no Município da Maxixe
que foi de 8% indicando que o investidor consegue obter lucros satisfatórios com o negócio como
também a margem bruta superou o custo de oportunidade que foi de 16% indicando claramente
que tendo em conta os riscos o negócio é viável e economicamente rentável para a empresa
Construtora Integral da Maxixe.

Palavras chave: Rentabilidade Economica, cadeia de valor, Madeira.

vii
ÍNDICE

Conteúdo Páginas

I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

1.1.Contextualização .................................................................................................................. 1

1.2.Problema do Estudo .............................................................................................................. 3

1.3.Justificativa ........................................................................................................................... 4

1.4.Objectivos ............................................................................................................................. 5

1.4.1. Geral: ................................................................................................................................ 5

1.4.2. Específicos:....................................................................................................................... 5

1.4.3. Hipóteses .......................................................................................................................... 5

II. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 6

2.1.Base conceitual ..................................................................................................................... 6

2.1.1.Rentabilidade ..................................................................................................................... 6

2.1.2. A cadeia de valor .............................................................................................................. 6

2.1.3.Madeira .............................................................................................................................. 7

2.1.4.Serração ............................................................................................................................. 7

2.1.5. Empresa ............................................................................................................................ 7

2.2. Base teórica.......................................................................................................................... 7

2.2.1. Serração ............................................................................................................................ 7

2.2.Teoria de empresa ................................................................................................................. 9

2.2.3. Teoria das variáveis económicas ...................................................................................... 9


2.2.4.Análise de volume, custo e lucro ..................................................................................... 13

2.2.5.Análise dos indicadores de rentabilidade económica ...................................................... 14

2.3. Literatura focalizada .......................................................................................................... 16

2.3.1. Exploração florestal em Moçambique ............................................................................ 16

2.3.2. Situação das indústrias madeireiras em Moçambique .................................................... 17

2.3.3. Processamento da madeira em Moçambique.................................................................. 18

III. ABORDAGEM METODOLÓGICA ................................................................................. 19

3.1. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................................... 19

3.2. Técnicas de colecta de dados ............................................................................................. 20

3.2.1. Tipo de pesquisa ............................................................................................................. 20

3.3. Estudo de caso ................................................................................................................... 21

3.4. Fonte de dados ................................................................................................................... 21

3.5.Colecta de dados ................................................................................................................. 22

3.6.Método de Análise e interpretação de dados ...................................................................... 22

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 25

4.1. Cadeia de valor da madeira da empresa construtora integral no município da Maxixe .... 25

4.2. Determinação e Interpretação dos Resultados Económicos da Cadeia de Valor da Madeira


Serrada da Empresa Construtora Integral da Maxixe ............................................................... 27

4.3. Determinação e interpretação dos indicadores de rentabilidade económica da cadeia de


valor da madeira da empresa Construtora Integral da Maxixe ................................................. 32

V.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................ 36

5.1. Conclusão .......................................................................................................................... 36


5.2.Recomendações .................................................................................................................. 38

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 40


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

I. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização

As características da madeira permitiram que ela fosse utilizada, ao longo da história


humana por vários povos. Todavia, o seu emprego passou por processos nem sempre lineares de
evolução tecnológica. Decorrente do avanço de técnicas de emprego da madeira, ela tornou-se
uma matéria-prima versátil capaz de ser a base para um grande número de produtos
(BENEVENTE, 1995).

A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra por volta de 1760, foi um acontecimento


histórico muito importante para o real surgimento das serrações. James Watt, em 1781,
aperfeiçoou a máquina a vapor, conferindo à mesma movimento circular. A partir de então, foi
possível gerar a força motriz necessária para impulsionar as máquinas de serrar madeira
(LATORRACA, 2004).

A indústria madeireira em Moçambique é constituída por cerca de 147 unidades industriais,


entre serrações e carpintarias. Cerca de 66% das serrações estão localizadas na zona centro e
norte do país. A indústria madeireira desempenha um papel muito importante na melhoria das
condições de vida das comunidades contribuindo para o alívio da pobreza, criação de postos de
emprego e disponibilização de produtos madeireiros processados (DIRECÇÃO NACIONAL DE
TERRAS E FLORESTAS, 2012).

A cadeia de valor da madeira reúne as actividades relativas à madeira e seus derivados. É


caracterizada pelo conjunto de actividades que asseguram a produção, a colheita e a
transformação da madeira até o estágio onde por associação de seus derivados a outras matérias,
perde a característica de constituinte essencial do produto (SELMANY, 1993).

A cadeia produtiva com base no sector florestal constitui uma actividade económica
complexa e diversificada de produtos e aplicações energéticas e industriais. No mundo inteiro, o
sector florestal tem a importância como fornecedor de matéria-prima para a indústria de
construção civil e de transformação (BUAINAIN & BATALHA, 2007).

Para uma avaliação da rentabilidade económica é necessário entender que actualmente é


possível perceber as diferentes mudanças que ocorrem no cenário económico, provocado por
diversos factores, que dentre esses podemos destacar, o processo de globalização, alterações na

1 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

legislação fiscal, tributária e na taxa de juros, que podem afectar directa ou indirectamente o
sistema financeiro das empresas. Diante das considerações apresentadas percebe-se que os
gestores deverão estar preparados para lidar com essas situações, tendo em vista que a empresa
poderá correr sérios riscos de liquidez, e consequentemente poderá ter dificuldade em obter
resultados económicos capazes de subsidiar essa liquidez (OLIVEIRA, et al., 2005).

Moçambique é um dos cinco principais países africanos exportadores de madeira, sendo que
mais de 90% da madeira moçambicana destina-se ao mercado chinês principalmente na forma de
tora (MAHANZULE, 2013).

Diante disso, o trabalho tem por objectivo geral analisar a rentabilidade económica da
cadeia de valor da madeira da empresa construtora integral da Maxixe no período entre 2009 á
2013. Para tanto, focou-se nos seguintes objectivos específicos: Descrever a cadeia de valor da
madeira na empresa construtora integral; Determinar e interpretar os resultados económicos da
cadeia de valor da madeira; Determinar e interpretar os indicadores de rentabilidade económica
da cadeia de valor.

2 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

1.2. Problema do Estudo

De acordo com a DIRECÇÃO NACIONAL DE TERRAS E FLORESTAS (2003) &


FALCÃO (2005), em Moçambique existe uma grande preocupação pela rentabilidade da
indústria madeireira que não se mostra capaz de responder às necessidades do mercado nacional.
Esta indústria é caracterizada por possuir maquinaria obsoleta de baixo rendimento e ineficiência
industrial, falta de peças sobressalentes, escassez de algumas espécies madeireiras e acesso a
créditos limitados, o que faz com que uma grande parte delas funcione com deficiência ou esteja
paralisada.

A empresa construtora integral não está isenta dessa realidade, embora esteja próxima ao
principal factor de produção, a madeira, depara-se com dificuldades de várias ordens, o que tem
elevado relativamente os custos operacionais em toda cadeia de valor da madeira, facto que
originou a seguinte questão para a análise:

“Até que ponto é economicamente rentável o abate, o processamento e a comercialização da


madeira para a empresa Construtora Integral no município da Maxixe?”

3 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

1.3. Justificativa

A pesquisa se justifica na medida em que as empresas necessitam avaliar constantemente se


as receitas cobrem suficientemente a aplicação dos recursos, de modo a auferir lucros que
atendam às expectativas dos acionistas. No atual cenário, esse tipo de avaliação tem sido cada vez
mais relevante, uma vez que em Moçambique existe uma grande preocupação pela rentabilidade
da indústria madeireira que não se mostra capaz de responder às necessidades do mercado
nacional devido a varias dificuldades que têm enfrentado.

Qualquer investimento na indústria madeireira só faz sentido se o mesmo obter lucros. Dentre
os diferentes factores que incidem para a obtenção de lucros a que considerar a maquinaria usada,
sistemas de corte e serragem usados, energia requerida , níveis de preço da matéria-prima,
qualificação e ou experiência dos operadores.

A escolha do Município da Maxixe como local de estudo deve-se ao facto da existência de


serrações, motivadas pela proximidade do principal factor de produção, a madeira. A escolha do
período entre (2009-2013) deveu-se ao facto da facilidade de obtenção de dados registados pela
empresa.

O presente estudo servirá como uma ferramenta capaz de ajudar a se perceber como os
custos variáveis da empresa Construtora Integral incidem sobre a produção da madeira serrada e
como é que é feita a manutenção das suas actividades quotidianas para geração de lucro.

Os resultados deste estudo poderão ser úteis para a empresa, sector privado, comunidade
académica e a comunidade local do município da Maxixe, podendo utilizar os dados aqui
contidos em seus projectos. Poderão ser igualmente úteis ao governo, ajudando na tomada de
decisões políticas de apoio e controle das serrações.

4 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

1.4. Objectivos

1.4.1. Geral:

 Analisar a rentabilidade económica da cadeia de valor da madeira da empresa construtora


integral da Maxixe no período entre 2009 á 2013.

1.4.2. Específicos:

 Descrever a cadeia de valor da madeira na empresa Construtora Integral da Maxixe;


 Determinar e interpretar os resultados económicos da cadeia de valor da madeira;
 Determinar e interpretar os indicadores de rentabilidade económica da cadeia de valor da
madeira.

1.4.3. Hipóteses
Podemos considerar a hipótese como um enunciado geral de relações entre variáveis de fatos
formulado como solução provisória para um determinado problema. A hipótese pode também ser
uma suposta, provável e provisória resposta a um problema, cuja adequação será verificada
através da pesquisa (MARCONI & LAKATOS, 2006).
Desta feita para a presente pesquisa tem-se como hipóteses as seguintes:

 Hipótese nula: O custo de abate não corresponde ao preço de venda da madeira em toro e
serrada fazendo com que a empresa não continue a operar de forma eficaz.

 Hipótese alternativa: O custo de abate corresponde ao preço de venda da madeira em


toro e serrada fazendo com que a empresa continue a operar de forma eficaz.

5 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

II. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Base conceitual


2.1.1. Rentabilidade

É uma das variáveis que estudam em análises económicas e financeiras e representa a taxa de
retorno (ou rendimento) de uma determinada grandeza ou capital investido (NUNES, 2006).

Os proprietários, credores e administradores preocupam-se muito com lucro, pois isso é visto
como algo muito importante no mercado. Diante dessas considerações percebe-se a importância
de conhecermos as principais medições de rentabilidade, uma vez que estas permitem ao analista
avaliar os lucros da empresa tendo como base vários aspectos relacionados a suas actividades
(GITMAN, 2004).

Rentabilidade é o grau de êxito económico da empresa e a sua analise relaciona os retornos da


empresa em relação as suas vendas, activo e património liquido. Diante dessas considerações
percebe-se a importância de conhecermos as principais medições de rentabilidade, uma vez que
estas permitem ao analista avaliar os lucros da empresa tendo como base vários aspectos
relacionados a suas actividades. (MATARAZZO, 2007).

O rendimento em madeira serrada é influenciado por diversos factores, tais como características
da espécie, produtos, maquinaria, mão-de-obra e, principalmente, pelo diâmetro das toras. Além
desses factores, o tratamento que é dado às toras ainda no pátio da serraria e outras decisões de
como desdobrá-las são factores fundamentais para que se atinjam bons níveis de rendimento
(MURARA et al., 2005).

2.1.2. A cadeia de valor 1

É o conjunto de actividades realizadas por uma empresa que cria valor e aumenta a sua
capacidade competitiva. Desagrega uma empresa nas suas actividades de relevância estratégica
para que se possa compreender o comportamento dos custos, das fontes existentes e potenciais de
diferenciação (PORTER, 1989).

1
A análise da cadeia de valor descreve o conjunto de actividades necessárias a levar um produto, desde a sua
conceptualização, através das diferentes fases de produção (envolvendo a combinação da sua transformação física e
dos insumos dos vários serviços de produção), ate a entrega ao consumidor final, incluindo todo o processo de
criação de mais-valias geradas pelo processo produtivo (KAPLINSKY, 2001).
6 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

A cadeia de valor permite que a empresa conheça como se estrutura o processo de formação do
valor do bem ou serviço, como se agrega valor no processo e como isso é percebido pelo cliente
final, quais são as suas relações de mercado com outros agentes económicos e quais seriam os
factores que alterariam o custo ao longo da cadeia (SILVA, 2002).

2.1.3. Madeira

É um recurso natural renovável com propriedades estruturais e um dos materiais mais


resistentes por unidade de peso. Além disso, é fácil de se trabalhar, resultando em grande
diversidade de formas e sessões. Por ser relativamente leve, implica em baixo custo de transporte
e montagem, e por ser biodegradável, os seus resíduos podem ser totalmente aproveitados
(MELO, 2002).

O processo de produção da madeira cobre uma série de actividades planificadas para


converter árvores em toros, madeira serrada ou outro produto florestal que pode ser
comercializado. Este processo é dividido essencialmente em três actividades: corte de árvores e
produção de toros, transporte e, por fim, o processamento (RIBEIRO, 1992).

2.1.4. Serração

Denomina-se serração, o local onde toras são armazenadas e processadas em madeira


serrada, sendo posteriormente estocadas por um determinado período para secagem. (ROCHA,
1999).

2.1.5. Empresa

É uma reunião de actividades que são executadas para projectar, produzir, comercializar,
entregar e sustentar seu produto. Todas estas actividades podem ser representadas, fazendo-se uso
de uma cadeia de valores (PORTER, 1989).

2.2. Base teórica

2.2.1. Serração

As serrações podem ser definidas como indústrias de transformação de madeira redonda


(toros) em madeira serrada a partir de máquinas cujos elementos principais de trabalho são as
serras. Os factores como volume, dimensão e distribuição dos recursos madeireiros, bem como a
disponibilidade de recursos financeiros para a operação na serração podem afectar no tamanho da
7 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

serração. Assim, as serrações grandes são normalmente instaladas onde existem grandes volumes
de madeira em áreas externas e as pequenas onde a floresta é muito pouco densa, com baixo
rendimento por hectare de madeira extraída (EGAS, 2000).

História da serração

Os egípcios, 6000 anos antes de Cristo, já utilizavam serras de bronze para serrar madeira,
porém esta não era rígida o suficiente para o esforço requerido. Os romanos com a utilização do
ferro desenvolveram uma serra alternativa manual ou, eventualmente, movida por roda de água
(WILLINSTON, 1976).

A primeira serração surgiu na América do Norte no ano de 1634, e utilizava uma serra do
tipo “gate saw” (serra-de-quadro), precursora das serras de fita múltiplas actuais. Em 1896 surgiu
a primeira serra alimentada por motor movido a corrente eléctrica. Desde então, o progresso no
aperfeiçoamento das máquinas para serrar madeira e dos elementos de corte, conjuntamente com
os motores eléctricos, nos levou a uma tendência cada vez maior à automação dos processos
industriais, com produção em série, e os elevados rendimentos na produção (LATORRACA,
2004).

Constituição de uma serração

Segundo LATORRACA (2004), uma serraria é constituída basicamente por: depósito de


matéria-prima, área destinada ao maquinário, local para a classificação da madeira serrada e o
depósito da madeira serrada.

Classificação das serrações

Para classificar serrações, existem na literatura diversas maneiras várias maneiras, as quais
consideram tamanho, tipo de matéria-prima, equipamentos utilizados e produtividade. Porem a
forma mas eficiente de se classificar uma serração é através da sua produção. Sendo assim tem-se
três tipos de serrações:

 As pequenas com um consumo de 50m3 de toros por dia;


 As medias com um consumo de 50 a 100m3 de toros por dia;
 Grandes, com um consumo acima de 100m3 por dia.

8 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

As serrações ainda podem ser classificadas como serrações fixas ou móveis. As serrações
fixas, são aquelas instaladas em um local fixo e a matéria-prima e deslocada até a mesma. As
serrações móveis são unidades compactas que podem ser transportadas até a floresta, e cuja
vantagem é de que todo resíduo fica no campo, ou seja o que é transportado fora da floresta é
somente madeira serrada (ROCHA, 2002).

2.2.Teoria de empresa

A teoria de empresa diz que o nível de produção de uma empresa aumenta ou diminui em
resposta a um aumento nos níveis salariais ou um decréscimo no preço de matéria-prima. Esta
teoria enfatiza a premissa de que as empresas procuram maximizar seus lucros. Explicando desta,
como as empresas determinam a mão-de-obra, capital e matéria-prima que empregam na
produção, volume produzido, bem como o preço de venda dos seus produtos (PINDYCK &
RUBINFELD, 2006). Esta teoria permite-nos perceber de um modo geral como é que as
empresas aplicam os seus recursos na produção de modo a maximizar os seus benefícios de uma
maneira economicamente rentável.

Para que a empresa comece a operar de fato, ela precisa de capital (dinheiro, bens, recursos).
O capital próprio é os recursos dos próprios sócios ou accionistas (Fonte Interna de Capital) e
capital de terceiros, recursos de indivíduos ou entidades emprestados à empresa (Fonte Externa
de Capital). Nesse sentido pode-se dizer que os recursos são investidos no empreendimento com
o objectivo de obter benefícios futuros, ou seja, lucros. Na tentativa de identificar o sucesso ou
fracasso de seu negócio as empresas analisam a rentabilidade, essa análise é feita com base no
resultado económico, vendas e investimentos (MARION, 2006).

2.2.3. Teoria das variáveis económicas

Com esta análise pretende-se aqui apresentar-se os primeiros passos que são os conceitos
básicos sobre custos, receitas e lucro no processo produtivo e enfatizando como se relacionam e
de que modo interferem no desempenho económico da empresa (SILVA, 1999).

I. Custos de produção

Os custos de produção são os custos que um agente económico enfrenta ao iniciar seu
processo produtivo. É de fundamental importância para a empresa o conhecimento e a análise de
seus custos para a organização e implementação de estratégias de aumento de ganhos.
9 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Assim, produção e custos são palavras que caminham pela mesma trilha, o que torna tão
necessário o estudo de ambas (SILVA, 1999).

 Custo total

Custo total é a soma dos custos de factores de produção variável e dos factores de produção
fixo. Custo total representa a menor despesa monetária total necessária para produzir cada nível
de quantidade de produção e o custo fixo representa a despesa monetária total que é paga mesmo
que não haja qualquer produção, sendo o custo fixo não afectado por qualquer variação de
quantidade produzida. Em relação ao custo para fabricar uma quantidade q de um certo produto,
teremos que analisar os dados e tentar determinar a que melhor se adapte (SILVA, 1999). As
curvas de custos totais sofrem a influência da lei dos rendimentos decrescentes, o qual determina
a taxa de variação dos custos à medida que se aumenta a quantidade produzida do bem.

 Custos fixos e variáveis

O custo variável é a parte do custo total da empresa que varia conforme ocorrem alterações
na produção. Este custo depende do nível (quantidade) produzido pela empresa, pois ela esta
directamente relacionadas as modificações na quantidade utilizada de factor de produção
variável, que por sua vez é o único caminho da firma, em curto prazo para as alterações na
quantidade produzida. Enquanto o custo fixo é a parcela do custo total da empresa que não
depende do nível de produção, pois ela esta relacionado ao factor de produção fixa, exemplo,
mão-de-obra, depreciação (SILVA, 1999).

 Depreciação

O activo imobilizado sejam imóveis, móveis ou maquinarias sofrem a acção do tempo e o


desgaste físico pelo trabalho realizado e, muitas vezes, se tornam impróprios para o uso pois
perdem a capacidade produtiva, tornando-se obsoletos. A depreciação vem para estimar a valor
desta perda durante a vida útil do bem.

O cálculo da depreciação requer que se estime a vida útil do activo. Diante disso é
necessário que se considerem, tanto as causas funcionais, como as causas físicas da depreciação.
As causas funcionais ou não físicas, segundo SANTOS et al. (2007), são decorrentes da
obsolescência e das mudanças nas condições económicas. Já as causas físicas da depreciação

10 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

ocorrem devido ao uso e a acção da natureza, tais como a chuva, vento, efeitos químicos
(oxidação e electrólise).

 Custo fixo médio

Os custos fixos médios obtêm-se dividindo o custo fixo pela quantidade produzida. É sempre
decrescente, os custos fixos vão-se diluindo (SILVA, 2012).

 Custo marginal

O custo marginal traduz o acréscimo de custo necessário para que seja possível aumentar o
volume de produção numa pequena unidade, ou seja, o custo marginal representa o acréscimo do
custo total que ocorre quando se aumenta a quantidade de bens produzidos em uma unidade
(SILVA, 2012).

Segundo PINDYCK & RUBINFELD (1999), se o custo marginal é menor do que a receita
marginal, a empresa pode aumentar seu lucro, aumentando a produção, isto ocorre quando a
produção for baixa. Se o custo marginal for maior do que a receita marginal, a empresa pode
aumentar seus lucros reduzindo a produção, isto ocorre quando a produção está elevada.

II. Receita Bruta total

Receitas são todos os recursos provenientes da venda de mercadorias ou de uma prestação de


serviços (SANDRONI, 1999). Segundo OLIVEIRA et al., (2005) receita bruta total é a
quantidade monetária adquirida após a venda de seu produto. Logo, fica evidente que a renda
bruta depende de duas variáveis: O preço e a quantidade vendida ou é o valor total arrecadado por
uma companhia ou pessoa.

 Preço

Preço é o valor monetário expresso numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou


património (LEONE, 1997).

A correcta formação de preços de venda é uma questão fundamental para a sobrevivência e


crescimento das empresas, independentemente do porte e de área de actuação’’, estabelecer o
correcto preço de venda é imprescindível para a sobrevivência das empresas, principalmente
nos dias de hoje onde o que prevalece é a concorrência (WERNKE, 2008).

11 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

 Comercialização

Compreende o conjunto de actividades realizadas por instituições que se acham


empenhadas na transferência de bens e serviços desde o ponto de produção inicial ate que eles
atinjam o consumidor final (PIZA & WELSH citado por GERALDO BARROS, 2007).

III. Lucro total

Em termos estritamente económicos, uma empresa busca a maximização de seu lucro através
de uma regra básica: O máximo lucro com o menor custo. Em outras palavras, pode-se afirmar
que a empresa busca optimizar seu processo produtivo. Em busca deste objectivo, a empresa
actua no mercado mobilizando vários instrumentos capazes de deixá-la mais bem posicionada em
seu mercado, acções de marketing, expansão de unidades produtivas e/ou pontos de venda,
qualificação profissional (VERGARA, 2000).

O Lucro é o valor que sobra quando se extrai da receita total as despesas (impostos, custos,
diversos e abatimentos) (REZENDE et al., 2005).

Mesmo em um nível de produção igual a zero, a farma possui custos. O lucro da empresa só
aparecerá quando a receita superar os custos. (SILVA, 1999).

 Maximização de lucros

O objectivo último da empresa é a maximização do lucro, a diferença entre as receitas


provenientes da venda dos seus produtos e os custos derivados da remuneração dos factores
produtivos e bens intermédios utilizados na produção. Para maximizar o lucro, a empresa deve ter
em conta tanto as receitas como os custos. A maximização do lucro implica que a empresa
escolha um volume de produção tal que o custo marginal e o rendimento marginal sejam iguais
(Cmg=Rmg). Assim:

a) Se Rmg > Cmg, há interesse em se aumentar a produção, pois cada unidade adicional
fabricada aumenta o lucro.
b) Se Rmg < Cmg, há interesse em se diminuir a produção, pois cada unidade adicional
que deixa de ser fabricada aumenta o lucro.
c) Se Rmg = Cmg, o lucro total será máximo (SILVA, 2012).

12 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

O nível óptimo de produção que maximize o lucro pode ser facilmente encontrado. O
lucro acontece quando a produção de uma unidade adicional de produto adiciona mais à
receita do que ao custo. Por outro lado, os lucros caem quando a produção adicional
aumenta mais o custo do que a receita. Portanto, a regra de maximização do lucro é
produzir até ao ponto em que o custo marginal iguala a receita marginal (PINHEIRO &
CARVALHO, 2003).

2.2.4. Análise de volume, custo e lucro


i) Rendimentos de escala de produção

Mede o efeito sobre o volume de produção provocado por uma variação de todos os factores
produtivos na mesma proporção (SILVA, 2012).

Quando analisarmos a produção de uma empresa no longo prazo, onde todos os factores de
produção são variáveis, nos deparamos com o conceito de rendimentos de escala de produção
(FIGUEIREDO, 2007).

Variando-se as quantidades empregadas de factores de produção e medindo-se o volume


atingido, são determinados três tipos fundamentais de rendimentos de escala de produção:
Rendimentos crescentes de escala, rendimentos constantes de escala e rendimentos decrescentes
de escala. Os rendimentos crescentes de escala: é quando a produção varia menos do que
proporcionalmente, rendimentos constantes de escala: é quando a produção varia na mesma
proporção, rendimentos decrescentes de escala: é quando a produção varia mais do que
proporcional (SILVA, 2012).

ii) Economias de Escala

À medida que os produtores produzem maiores quantidades, têm a possibilidade de diluírem


seus custos fixos e com isso reduzirem o custo médio, e portanto, realizarem economias de escala
(GARCIA, 2003) e (GOMES & FERREIRA FILHO, 2002).

Temos economias de escala quando um aumento do volume de produção implica que o custo
total de período longo aumenta numa proporção inferior (ou seja, quando o custo médio de
período longo é decrescente). Temos economias de escala quando o custo médio de período
longo é decrescente, e temos deseconomias de escala quando o custo médio de período longo é
crescente (SILVA, 2012).
13 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

As economias de escala podem ser medidas pela elasticidade custo da escala (quantidade) de
produção, a elasticidade custo permite verificar o comportamento dos custos quando o nível de
produção é alterado. O conceito matemático da elasticidade custo é dado pela relação entre o
custo marginal e o custo médio (PINDYCK E RUBINFELD, 1994). Assim:

a) Quando EC = 1, ou seja, o custo médio é igual ao custo marginal, o que implica a não
existência de economias ou deseconomias de escala;
b) Quando EC > 1, ou seja, custo marginal for maior que custo médio, o que implica a
existência de deseconomias de escala.
c) Quando EC < 1, ou seja, custo marginal for menor que custo médio, o que implica a
existência de economias de escala.
2.2.5. Análise dos indicadores de rentabilidade económica

Os indicadores de rentabilidade ou índices de rentabilidade servem para medir a capacidade


económica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito económico obtido pelo capital
investido da empresa (ASSAF, 2009).

Segundo GITMAN (2004) destaca que existem inúmeras medições de rentabilidade, ele
acredita que como grupo, essas medições permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em
relação a certo nível de vendas, a certo nível de activos ou ao volume de capital investido pelos
proprietários. Sem lucros uma empresa não poderia atrair capital externo. Os proprietários,
credores e administradores preocupam-se muito com lucro, pois isso é visto como algo muito
importante no mercado. Diante dessas considerações percebe-se a importância de conhecermos as
principais medições de rentabilidade, uma vez que estas permitem ao analista avaliar os lucros da
empresa tendo como base vários aspectos relacionados a suas actividades.

Esses indicadores têm por objectivo avaliar os resultados auferidos por uma empresa em
relação a determinados parâmetros que melhor revelam, e também medem o quanto uma empresa
está sendo lucrativa ou não, através dos capitais investidos, o quanto renderam os investimentos
e, qual o resultado económico da empresa (ASSAF, 2009).

PONSSIANO (2000), Definem um indicador de rentabilidade como sendo uma medida


expressa em valores absolutos ou relativos que compara as entradas e as saídas de recursos da
empresa durante o período de análise.

14 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

i) Margem Bruta (MB)

Segundo SILVA, (2008) margem bruta é a diferença entre o total de proveitos associados a
uma actividade e a totalidade de custos variáveis que lhe estão associado. Quanto mais alto for a
margem bruta melhor é a produção, ou seja, a produção superou os custos de produção. Se a
margem bruta for negativa a actividade não consegue cobrir os custos com os proveitos que
produz.

A margem bruta indica quanto a empresa lucrou após a dedução dos custos da mercadoria
vendida para cada receita líquida. Ou seja, quanto é obtido de lucro bruto para cada quantidade
vendida (SANTOS, et al., 2006).

ii) Taxa de Retorno sobre o investimento dos custos operacionais (TRICO)

Esse índice indica quanto a empresa ganha para cada um Metical investido, é o poder de
ganho da organização. Quanto maior o resultado, melhor para a empresa, pois ela estará tendo um
alto retorno sobre o capital investido e consequentemente, um retorno mais rápido do
investimento (BARBOSA, 2010).

A taxa de retorno sobre os custos operacionais deverá ser comparada a uma taxa de juros
mínima em média das outras alternativas de investimento, de modo a balançar se houve
rentabilidade ou não, caso a taxa de cobertura dos custos for superior que a taxa mínima pode
significar um ganho para a empresa se o contrario vice-versa (VIEIRA et al., 2004).

Taxa de juro

A taxa de juro representa o preço que um banco ou outro intermediário financeiro paga a
quem empresta pelo uso de dinheiro durante um certo período de tempo; as taxas de juro são
indicadas como uma certa percentagem de rendimento anual (SAMUELSON & NORDHAUS,
1999).

iii) Rácio benefício-custo

É um indicador que relaciona os benefícios de um projecto ou propostas expressos em


termos monetários, e os seus custos também expressos em termos monetários. Tanto os
benefícios como os custos devem ser expressos em valores presentes (PEREIRA, 2008).

15 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

O rácio custo-benefício é uma medida de quanto se espera ganhar por unidade de capital
investido (FOSTER, 2004).

O rácio benefício custo avalia os benefícios em relação aos custos através da divisão dos
benefícios pelos custos. O resultado deve ser superior a um nos casos onde os benefícios são
superiores aos custos e inferiores a um nos casos contrários. Isto é:

 Se o rácio beneficio/custo for maior que 1 então os benefícios são maiores que os custos
logo o projecto pode ser aprovado.

 Se o rácio beneficio/custo for menor que 1 então os custos são maiores que os benefícios
logo o projecto pode não ser aprovado.

 Se o rácio benefício custo for igual a 1 é indiferente a realização ou não do projecto


(SILVA, 2008).

2.3. Literatura focalizada

2.3.1. Exploração florestal em Moçambique

Segundo CHITARÁ (2003), existem duas modalidades aplicáveis para o acesso a recurso
florestal que são: A licença simples e a concessão florestal. Os operadores florestais simples
(OFS) na sua maioria não possuem indústria de processamento primário. Os operadores florestais
simples (OFS) participam principalmente no abate, e transporte primário dos toros. O transporte
final para o mercado é geralmente levado a cabo pelos transportadores individuais alugados ou
comerciantes de toros, que levam os toros para os portos ou para os principais mercados, onde
revendem às serrações ou a utilizadores individuais (carpintarias). Para além dos transportadores
individuais, que muitas vezes actuam como comerciantes de toros, existem nos principais
mercados, comerciantes de toros, com estâncias, onde vendem toros e outros produtos florestais.
Estes são pequenas empresas intermediárias que comercializam toros tanto para o mercado
interno como para exportação.

Segundo o artigo 16º do RFFB (2002), a exploração por licença simples só será permitida às
pessoas singulares Moçambicanas, às pessoas colectivas constituídas, exclusivamente, por
cidadãos Moçambicanos, e às comunidades locais que pretendam explorar os recursos florestais
para fins comerciais, industriais e energéticos. A cada operador nacional será emitida apenas uma

16 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

licença simples válida por um ano, até o limite de 500 metros cúbicos, ou equivalente,
independentemente das espécies. A cada licença simples corresponderá uma área contígua
equivalente ao volume a explorar, de acordo com o plano de maneio simplificado, ouvido o
ministério para a coordenação da acção ambiental.

Segundo o artigo 250 do RFFB (2002), Considera-se concessão florestal, a área do domínio
público delimitada, concedida a um determinado operador, através do contrato de concessão
florestal, destinada à exploração florestal para o abastecimento da indústria, mediante um plano
de maneio previamente aprovado. A exploração, sob o regime de concessão florestal, será
permitida a qualquer pessoa singular ou colectiva nacional ou estrangeira, bem como às
comunidades locais interessadas em explorar os recursos florestais para fins comerciais,
industriais ou energéticos, em função da capacidade do operador e de acordo com o Plano de
maneio elaborado observando o regulamento sobre o processo de avaliação do impacto ambiental
e aprovado pelo sector. Os produtos florestais madeireiros destinados às indústrias nacionais de
contraplacados, folheados, aglomerados, painéis, parquet-mosáico e similares, beneficiam de uma
redução na taxa de exploração, a definir por Diploma específico do Ministro da Agricultura e
Desenvolvimento Rural.

2.3.2. Situação das indústrias madeireiras em Moçambique

RAIMUNDO (2001), define madeira serrada como sendo produto obtido a partir do
desdobramento de toros por meio de serras, desde que esse produto tenha espessura superior à
5mm. Este autor refere ainda que as peças de madeira serrada são designadas conforme os
formatos, dimensões e usos das mesmas, sendo as principais: pranchas, vigas, tábuas, sarrafos,
ripas e caibros.

As pranchas devem apresentar espessura de 40 mm a 70 mm, largura superior a 200 mm e


comprimento é variável e as tábuas apresentam espessura entre 10 e 40 mm, largura superior a
100 mm e comprimento variável, de acordo com o pedido do solicitante. As tábuas são geradas a
partir de toras, pranchas e pranchões (OLIVEIRA, 2003).

Barrotes são peças com espessura de 4,0 cm e altura variando de 9 a 30 cm. As indústrias
florestais são constituídas por serrações e carpintarias. A maior parte destas indústrias estão

17 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

localizadas na zona centro e norte, nomeadamente nas províncias de Sofala, Zambézia, Nampula,
Cabo Delgado e Manica (CHITARÁ, 2003).

Nas indústrias madeireiras de transformação primária (serrações) do país a capacidade


estimada e actual de produção das serrações é de aproximadamente 120.000 m3/ano e 65.000
m3/ano de madeira serrada, respectivamente. Em que as províncias de Manica, Sofala e
Zambézia constituem as províncias com maior capacidade de produção (EUREKA, 2001).

A indústria madeireira desempenha um papel importante na melhoria das condições de vida


das comunidades contribuindo para o alívio a pobreza, através da criação de postos de trabalho e
disponibilização de produtos madeireiros processados. Assim, o desenvolvimento da indústria
florestal é uma das formas de contribuir para o desenvolvimento do país (EUREKA, 2001).

2.3.3. Processamento da madeira em Moçambique

Durante o processamento os toros são cortados e convertidos em produtos florestais como


madeira serrada, vigas, barrotes, lâmina e folheados. Em Moçambique, o processamento de
madeira é confinado à transformação mecânica de madeira e o produto mais comum é a madeira
serrada (RIBEIRO, 1992).

A indústria madeireira em Moçambique é formada basicamente por serrações a nível de


transformação primária de madeira. A nível de transformação secundária a indústria é composta
por carpintarias que geralmente estão acopladas a serrações como unidades de aproveitamento.
Estas dedicam-se principalmente a produção de mobiliário, portas, janelas geralmente por
encomenda de particulares ou empresas (EUREKA, 2001).

18 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

III. ABORDAGEM METODOLÓGICA

3.1. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

a) Localização Geográfica

O Município da Cidade de Maxixe é limitado a Norte pelo Distrito de Morrumbene através


do Rio Nhanombe, a Sul pelos Distritos de Jangamo e Homoíne, a Este pela Cidade de
Inhambane através da Baía do mesmo nome e a Oeste pelos Distritos de Homoíne através do Rio
Nhanombe (PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE
MAXIXE., 2009).

b) Divisão Administrativa

O Município da Cidade de Maxixe é constituído por 5 localidades, nomeadamente


Nhaguiviga, Mabil, Chambone, Nhabanda e Bembe. Estas encontram-se subdivididas por 30
Bairros. Existem ainda 6 Bairros autónomos, isto é, que não pertencem a nenhuma localidade, a
saber: Macuamene Macupula, Malalane, Nhamaxaxa, Nhambiho e Rumbana (PMGA, 2009).

c) Característico físico – naturais

 Clima

Maxixe é caracterizado por um clima tropical húmido. A temperatura média anual varia de
20,50C a 26,90 C, onde a média máxima ocorre no mês de Janeiro e a mínima em Julho.

A temperatura máxima média varia entre os 24,80C e 30,90C e a mínima média entre 15,70C e
22,80C, com uma precipitação média anual de aproximadamente 965mm. Os ventos
predominantes são de sul a este e por vezes de norte a este. A Cidade tem sido afectada por
ventos fortes, ciclones e tempestades, pela influência dos factores marinhos (PMGA, 2009).

 Solos e Vegetação

Os solos são constituídos por areias finas de fertilidade e retenção de água baixa surgindo,
contudo algumas áreas onde os solos são férteis.

Praticamente não ocorre qualquer espécie de vegetação natural, havendo apenas referências
vegetais constituídas por coqueiros, cajueiros, mangueiras, principalmente nas áreas do interior e

19 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

alguma vegetação rasteira constituída por ervas e arbustos apenas no período de pousio (PMGA,
2009).

d) Características sócio – económicas

Na ausência de oferta de emprego nos sectores formais, recorre a actividade de carácter


informal. A maioria da população de Maxixe empregue no sector formal da economia, trabalha
no sector terciário, representando cerca de 43% dos empregados da Cidade. Asseguir esta o
sector secundário com 37% seguindo-se do sector primário que ocupa o 3º lugar com 20% dos
trabalhadores da cidade. Entretanto a Cidade de Maxixe dispõe de algumas indústrias ligadas a
produção de óleos, sabões e processamento de madeira. Existem também algumas serralharias e
latoarias dentro do Município da cidade (PMGA, 2009).

 Infra-estruturas

Transportes e Telecomunicações

No diz respeito aos transportes, pelo facto de o município ser atravessado pela EN1 tem se
verificado um grande movimento de viaturas ligeiras, pesadas e de passageiros o que representa
uma mais-valia para a urbe quanto a disponibilidade de transporte.

A partir deste município é possível fazer ligações telefónicas, via satélite para dentro e fora da
cidade. Existe ainda o sistema dos serviços de telefonia móvel, actualmente explorada pelas
empresas Mcel e Vodacom.

O Município é também dotado de delegações e filiais do Banco de Moçambique, BARCLAYS,


Millenium Bim e BCI Fomento, Standard Bank e Socremo (PMGA, 2009).

3.2. Técnicas de colecta de dados

3.2.1. Tipo de pesquisa

A presente pesquisa é de natureza exploratória. Segundo SERRA (2003) a pesquisa


exploratória envolve o levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e
estudos de caso. Desta feita, o método permitiu analisar a rentabilidade económica da cadeia de
valor da madeira na empresa construtora Integral no Município da Maxixe.

20 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

3.3. Estudo de caso

O presente estudo foi considerado como sendo um estudo de caso, que segundo YIN (2001)
um método de estudo de caso é uma pesquisa que enquadra-se como uma abordagem que é
frequentemente utilizado para colecta de dados nas áreas de estudo organizacionais. O estudo de
caso trata-se de uma abordagem metodológica de investigação especialmente adequada quando
procura-se compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos quais
estão simultaneamente envolvidos diversos factores.

Os estudos de caso existem em que se combinam com toda a legitimidade de métodos


quantitativos e qualitativos (COUTINHO & CHAVES, 2002).

3.4. Fonte de dados

A referida pesquisa foi constituída de fontes primárias e secundárias. Segundo ANDRADE


(2010) a fonte primária procura buscar informações, que ainda não foram analisadas a respeito do
tema, enquanto que fontes secundárias busca informações por meio de pesquisas em livros,
artigos, teses que retrata aquilo que já foi estudado. Para a obtenção de dados e informação com
vista a produção do relatório final observou-se as seguintes etapas:

 Primeira etapa: Levantamento bibliográfico e documental

O levantamento bibliográfico e documental, ou de fontes secundárias, abrange toda


bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico e meios de
comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua
finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou
filmado sobre determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido
transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas. (MARKONI & LAKATOS, 2003).

 Segunda etapa: Entrevistas não padronizadas

As entrevistas foram dirigidas ao corpo directivo da empresa Construtora Integral da Maxixe,


como forma de obter informação sobre processo de produção e comercialização, volume de
produção, preço de venda e custos de produção.

21 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

3.5. Colecta de dados


Os dados foram colectados na empresa Construtora Integral no Município da Maxixe de onde
tendo acesso aos relatórios mensais foi possível extrair dados acerca das quantidades produzidas
e quantidades vendidas de madeira bruta e serrada incluindo os custos.

3.6. Método de Análise e interpretação de dados

Um método é um conjunto de processos pelos quais se torna possível conhecer uma


determinada realidade, produzir determinado objecto ou desenvolver certos procedimentos ou
comportamentos (OLIVEIRA, 1999).

Para o presente estudo optou-se pelo uso do método quantitativo, pois resulta de valores
expresso em números.

Para a análise de dados usou-se o pacote Microsoft Excell para gerar gráficos e tabelas. O
software permitiu calcular, gerar relatórios tabelados e gráficos que foram utilizados na análise
descritiva de variáveis. Segundo GIL (2010) uma vez colectados os dados estes devem ser
analisados, a fim de dar sustentação para as respostas ao problema proposto para a investigação,
além disso, o autor relata que estes dados precisam ter uma interpretação mais ampla, que por sua
vez, irá depender dos conhecimentos adquiridos anteriormente pelo pesquisador.

Para a análise dos dados foram usados as variáveis económicas e indicadores das
rentabilidades. As variáveis económicas são receitas, custos e lucro e os indicadores são Margem
Bruta, Margem liquida, Rácio benefício-custo (RBC) e taxa de retorno sobre o investimento dos
custos operacionais (TRICO). Através das fórmulas abaixo foi possível se determinar a
rentabilidade económica da cadeia de valor da madeira da empresa construtora integral da
Maxixe.

CT = CF + CV Onde: CT -Custo total; CF - Custo fixo; CV- Custo variável.


𝑪𝑻𝟐−𝑪𝑻𝟏
Cmg= 𝑸𝒑𝟐−𝑸𝒑𝟏 Onde: Cmg- Custo marginal; CT2- Custo total do ano anterior; CT1- Custo total

do ano presente; QP2- Quantidade produzida do ano anterior; QP1- Quantidade produzida do ano
presente.

RBT= P x Q Onde: RBT- Receita bruta total; P-preço; Q- Quantidade.

22 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

𝑹𝑻𝟐−𝑹𝑻𝟏
Rmg= Onde: RT2- Receita total do ano anterior; RT1- Receita total do ano presente;
𝒑𝟐−𝒑𝟏

p1- Produção do ano anterior; p2- produção do ano presente.

LT= R – C Onde: L- Lucro; R-Receita; C-custo.


𝒍𝒖𝒄𝒓𝒐
Lu=𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖çã𝒐 Onde: Lu- lucro unitário

𝑪𝑻
Cme= 𝒒 Onde: 𝐶𝑀𝑒- Custo Médio; 𝐶𝑇- Custo Total; 𝑞- Quantidade produzida.

𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝒃𝒓𝒖𝒕𝒐
MB= 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔 𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂𝒔*100% Onde: MB- Margem bruta.

𝜮𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂 𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍
𝑹𝑩𝑪 = Onde: RBC- Rácio benefício-custo.
𝜮𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍

𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝑳𝒊𝒒𝒖𝒊𝒅𝒐
TRI = *100% Onde: TRICO- Taxa de retorno sobre o investimento dos custos
𝑨𝒄𝒕𝒊𝒗𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍

operacionais.

Co = [(1*J1)+(1*J2)+(1*J3)]-1 Onde: Co- custo de oportunidade; J1- risco económico e


financeiro; J2- taxa de inflação; J3- taxa de juro de mercado.
𝑽𝒄
D=𝑽𝒖 onde: D-depreciação; Vc- valor de compra; Vu- vida útil

TV= (P2-P1)-P1*100% onde: TV- Taxa de variação; P2- Produção do ano anterior; Produção do
ano corrente.

Tabela no1: Preços de madeira em touro na empresa CIM

Espécies 1aclasse (1m3/Mt)


Chanfuta 15,000.00
Umbila 13,000.00

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

23 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Tabela no2: Preços de madeira serrada em tábuas na empresa CIM

Espécies 1aclasse (1m3/Mt) 2aclasse (1m3/Mt) 3aclasse (1m3/Mt)


Chanfuta 25,000.00 13,500.00 4,000.00
Umbila 38,000.00 30,000.00 20,000.00

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

24 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Cadeia de valor da madeira da empresa construtora integral no município da Maxixe

Selecção e corte de árvores

Carregamento de toros

Recepção e descarregamento

Cubicagem de toros Venda de toros

Produção da madeira

Venda da madeira

Figura n° 01: Fluxograma da cadeia de valor da madeira da empresa construtora Integral


da Maxixe.
A figura um acima exposta, ilustra a cadeia de valor da madeira serrada na empresa
construtora Integral da Maxixe. A mesma compreendeu seis fases, nomeadamente:

1a fase: Selecção e abate da árvore segundo a maturação e o diâmetro, em uma área


autorizada ao corte pela Direcção Provincial da Agricultura (Departamento de florestas e fauna
bravia) através da licença de exploração florestal. A concessão florestal está localizada na
localidade de Muabsa posto administrativo de Mapinhane, distrito de Vilankulo. As licenças
pagas pela empresa são efectuadas anualmente em que a mesma licença está subdividida em três
fases nomeadamente a licença A, B e C em casos em que a empresa não consiga pagar toda
licença de uma única vez. Nesta ordem ideia a empresa paga somente a licença A e B.

2a fase: Carregamento de toros através de uma camioneta, a partir do local de exploração


até a empresa, este processo demora de acordo com a dispersão que se encontra as árvores na
floresta;

3a fase: De seguida, temos a terceira fase que é a recepção e descarregamento de toros na


empresa, este processo é efectuado com cautela de modo a não provocar racha nos touros;

25 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

4a fase: Nesta fase efectua-se a cubicagem de toros por uma fita métrica para se definir o
preço unitário de cada toro, o mesmo durante todo período em análise sofreu algumas alterações;

5a fase: A quinta fase compreende a venda de toros não processado, geralmente os


clientes tem sido pessoas singulares portadores de carpintarias ao nível da zona sul;

6a fase: A sexta fase corresponde o processamento de toros em madeira serrada, por meio
de um Charriot de fita, máquina esta que transforma o toro em tábuas e ripas de diferentes
milímetros e dimensões de acordo com as solicitações dos clientes. O desdobramento ou
processamento da madeira é feito manualmente com o auxílio de alavancas até junto do carro
para toros (Charriot de fita) onde a madeira é fixada por meio de grifes de aperto mecânico após
um breve estudo do esquema de corte a proceder. Terminado o processo de instalação do toro no
Charriot faz-se o seu processamento fazendo-se passar o Charriot através de serra de fita donde
resultam as tábuas e as pranchas. Devido ao valor acrescentado, o preço de venda da madeira é
relativamente elevado em relação ao touro;

7a fase: Por fim, após a autorização do controle de qualidade a madeira é comercializada.

A madeira processada na empresa construtora integral é de espécies como a Chanfuta


(Afzelia quanzensis) e Umbila (Pterocarpus angolensis). As técnicas de produção de madeira
serrada nesta empresa cobrem uma série de actividades planificadas que conjugam com a ideia de
RIBEIRO (1992) ao afirmar que as actividades planificadas de produção da madeira serrada
partem de processos como corte de árvores em toros, transporte e por fim o processamento.

26 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

4.2. Determinação e Interpretação dos Resultados Económicos da Cadeia de Valor da


Madeira Serrada da Empresa Construtora Integral da Maxixe

i. Estrutura de custos da cadeia de valor da madeira serrada da empresa CIM

Figura n° 02: Estrutura de custos da cadeia de valor da madeira serrada

1% 0% 0% Salarios
CF- 71%
11% Depreciacao dos Equipamentos

Agua
CT - 9,363,041.50Mt
13% Energia
49%
4% Combustivel

0% CV-29% Custo de licencas de corte

22% Custo de inventario florestal


Q - 1,964.28 m3
Taxa de Lixo

INSS

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

O gráfico acima referente a estrutura de cadeia valor da madeira da empresa Construtora


Integral da Maxixe, revela que durante o período em análise foram produzidos nesta empresa
cerca de 1,964.28m3 de madeira serrada, o que custou um investimento de cerca de
9,363,041.50Mt, sendo que 71% o correspondente a 6,665,279.50Mt destinou-se aos custos fixo,
e o restante 29% o correspondente a 2,697,762.00Mt foram destinados aos custos variáveis.

Por outro lado, o gráfico também ilustra que o salário foi a rubrica que exigiu grande
investimento por parte da empresa, pois, o mesmo abarcou cerca de 49% (4,620,000.00Mt) do
investimento total. O elevado valor da depreciação das máquinas (2,045,279.50Mt) fizeram com
que esta rubrica estivesse situada em 22% do investimento total, facto este que conduziram ao
elevado custo fixo.

O custo com água, energia, combustível, licenças de corte, inventário florestal, taxa de
lixo e o INSS foram os que menos custaram aos cofres da empresa, pois estiveram situados em
apenas 0.18%, 3.68%, 12.86%, 10.62%, 0.94%, 0.51%, 0.03% respectivamente, factos estes que
conduziram ao baixo custo variável.
27 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Os dados nos remetem a concluir que a empresa funciona numa situação de risco,
justificado pelo elevado custo fixo e baixo custo variável, tal conclusão é suportada pela
abordagem dos autores NOREEN e BREWER (2011) que advogam que quanto maior for o peso
dos custos fixos, maior será o risco do negócio, na medida em que a queda da procura tem um
impacto mais que proporcional no resultado operacional da empresa.

Tabela 03: Valores dos indicadores de economia de escala na empresa construtora integral
da Maxixe

Anos Produção (m3) CT(Mt) CF (Mt) CV (Mt) CTM (Mt) CFM (Mt) CVM (Mt) CMg (Mt) Receita (Mt) RMg (Mt) Taxa de variação (%)
2009 271.55 1,712,854.90 1,333,055.90 379799 6,307.70 4,909.06 1,398.63 - 6,924,474.00 - -
2010 324.56 1,776,949.90 1,333,055.90 443894 5,474.95 4,107.27 1,367.68 1,209.11 8,276,229.00 25,500.00 19.64
2011 405.88 1,779,985.40 1,333,055.90 446929.5 4,385.50 3,284.36 1,101.14 37.33 11,364,668.00 37,977.44 24.40
2012 440.31 2,042,603.90 1,333,055.90 709548 4,639.01 3,027.54 1,611.47 7,627.61 16,291,470.00 143,100.35 8.48
2013 521.98 2,050,647.40 1,333,055.90 717591.5 3,928.59 2,553.84 1,374.75 98.49 19,313,223.00 37,000.00 18.55
Total 1,964.28 9,363,041.50 6,665,279.50 2,697,762.00 24,735.75 17,882.08 6,853.67 8,972.53 62,170,064.00 243,577.79
Média 392.86 1,872,608.30 1,333,055.90 539,552.40 4,947.15 3,576.42 1,370.73 1,794.51 12434012.8 48715.55742

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

Da tabela acima referente a análise dos valores dos indicadores de economia de escala,
constata-se que durante o período em análise a produção cresceu em média 392.86. Os custos
unitários reduziram em média de 4,947.17, os custos médios foram maiores que os custos
marginais, como consequência a elasticidade custo foi menor do que 1 e os custos marginais por
sua vez foram menores que a receita marginal.

Também observa-se que em média a empresa gastou 1,872,608.30Mt para uma produção
média anual de 392.86m3 da madeira.

A medida que se aumentavam as quantidades de produção de madeira serrada os custos


variáveis foram aumentando, esse exposto vai ao encontro da ideia proposta por SILVA (1999)
ao afirmar que os custos variáveis dependem do nível da quantidade produzida pela empresa e
estão directamente relacionadas as modificações na quantidade utilizada de factor de produção
variável.

28 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Consoante a mesma tabela a medida que a produção aumentava os custos médios


diminuíam, de acordo com GARCIA (2003) e GOMES & FERREIRA (2002) a empresa teve
oportunidade de diluir os seus custos fixos e observou economia de escala.

O custo unitário durante o período em análise decresceu, de acordo com SILVA (2012) também
evidencia a economia de escala nesta empresa.

Esta conclusão também é reforçada por PINDYCK & RUBINFELD (1994) e (1999) visto que o
custo marginal foi menor do que o custo médio (EC=0.36) e a receita marginal foi maior do que o
custo marginal.

Constata-se também que durante o período em análise a receita marginal foi maior que o
custo marginal, segundo SILVA (2012), houve maior acréscimo da receita em relação aos custos
a um mesmo aumento da quantidade de madeira serrada.

A receita marginal maior que o custo marginal há interesse em se aumentar a produção da


empresa, pois cada unidade adicional fabricada aumenta o lucro da empresa, convergindo
também com as ideias propostas por PINDICK & RUBINFELD (1999), ao afirmar que o custo
marginal menor do que a receita marginal, a empresa pode aumentar seu lucro aumentando a
produção.

A medida que o volume de produção aumentava, embora os custos totais também tenham
aumentado, os custos variáveis aumentaram mas não alcançaram os custos fixos, os custos fixos
unitários reduziram, consequentemente o custo por cada m3 da madeira ou o custo unitário da
madeira também tendeu a reduzir, demonstrando que, aumentar a produção só trará vantagens a
esta empresa, conforme ilustra o gráfico a seguir.

29 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Gráfico 01: Evolução dos custos unitários da empresa CIM

7.000,00

Custo unitario (Mt)


6.000,00
5.000,00
4.000,00
3.000,00 Série
1
2.000,00
1.000,00
-
0 200 400 600
Quantidades (m3)

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

De acordo com o gráfico verifica-se que os custos médios tiveram uma tendência
decrescente ao longo dos anos a medida em que se aumentou a quantidade produzida de madeira
serrada. Portanto, o gráfico também evidencia a economia de escala.

i. Análise do volume, custo e lucro da cadeia de valor da madeira serrada da empresa


construtora integral da Maxixe

Tabela 04: Análise do volume, custo e lucro da cadeia de valor da empresa CIM

Anos Q (m3) CT (Mt) C. unit (Mt) Preço (Mt) Receita (Mt) Lucro (Mt) L. unit (Mt)

2009 271.548 1,712,854.90 6,307.74 25,500.00 6,924,474.00 5,211,619.10 19,192.26

2010 324.558 1,776,949.90 5,474.98 25,500.00 8,276,229.00 6,499,279.10 20,025.02

2011 405.881 1,779,985.40 4,385.49 28,000.00 11,364,668.00 9,584,682.60 23,614.51


2012 440.31 2,042,603.90 4,639.01 37,000.00 16,291,470.00 14,248,866.10 32,360.99

2013 521.979 2,050,647.40 3,928.60 37,000.00 19,313,223.00 17,262,575.60 33,071.40

Total 1,964.28 9,363,041.50 24,735.83 153,000.00 62,170,064.00 52,807,022.50 128,264.17

Media 392.86 1,872,608.30 4,947.17 30,600.00 12,434,012.80 10,561,404.50 25,652.83

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

30 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

A tabela 4 apresenta um resumo demonstrativo das variáveis económicas, a mesma mostra


que durante o período em análise foram investidos cerca de 9,363,041.50Mt para uma produção
de 1,964.28m3 de madeira serrada o que gerou uma receita de 62,170,064Mt um lucro de
52,807,022.50Mt aos cofres da empresa Construtora Integral da Maxixe.
A mesma tabela também ilustra que durante o período em análise foram investidos em
média cerca de 1,872,608.30Mt para uma produção média de 392.86m3 de madeira serrada o que
gerou uma receita média de 12,434,012.80Mt e um lucro médio de 10,561,404.50Mt aos cofres
da empresa Construtora Integral da Maxixe.

E observa-se na mesma tabela que o custo, o preço, a receita e o lucro tiveram suas máximas em
2013, e suas mínimas em 2009.

A baixa produção, observado em 2009 foi devido a uma avaria grossa do principal
equipamento de processamento de touro em madeira serrada, o Charriot de fita, acompanhada de
um aumento não muito significativo dos custos de licenças de exploração da madeira e bem
como a alta intensidade das chuvas que dificultaram o processo de corte e transporte do mesmo.

Ao longo do período a produção aumentou de 271,548m3 em 2009 para 521,979 m3 em


2013. O aumento da produção em cerca de 47.98% foi por um lado devido a recuperação do
equipamento de processamento da madeira serrada e por outro devido ao aumento da procura da
madeira serrada.

No mesmo período os custos totais aumentaram de 1,712,854.90Mt em 2009 para


2,050,647,00Mt em 2013. O aumento do custo total em cerca de 16.47% foi influenciado pelo
aumento dos custos variáveis motivados pelo aumento da produção em 47,98%.

Os custos unitários baixaram de 6,307.74Mt para 3,928.00Mt no período acima. A


redução dos custos médios de produção em 60,58% proporcionou a economia de escala.

Ao longo do período em análise o preço esteve estável nos primeiros dois e os últimos
dois anos, tendo variado em 19,64% de 2010 para 2011, e 24,4% de 2011 para 2012 em parte
devido ao aumento do preço das licenças de 112,279.00Mt em 2010 para 360,465.00Mt em 2012.

O lucro unitário aumentou de 19,192.26Mt de 2009 para 33,071.40Mt em 2013, o


correspondente a 41,96% devido ao aumento do preço de venda e redução do custo unitário do
metro cúbico da madeira serrada.
31 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Durante todo período em análise o processamento de cada m3 da madeira gerou um lucro


unitário de 25,652.83Mt o correspondente a cerca de 84% do preço médio, os outro cerca de 16%
foi a parcela correspondente aos custos unitários que foi de 4,947.17Mt.

A tabela acima mostra igualmente que durante todo período em análise a receita marginal
sempre foi superior aos custos marginais, facto que demonstra segundo SILVA (2012), que os
gestores podem continuar a aumentar os seus lucro e a empresa pode aumentar a produção da
madeira, pois segundo este mesmo autor se a receita marginal for maior que o custo marginal, há
interesse em se aumentar a produção, pois cada unidade adicional fabricada aumenta o lucro. O
lucro máximo será alcançado quando a receita marginal for igual ao custo marginal.

4.3. Determinação e interpretação dos indicadores de rentabilidade económica da cadeia


de valor da madeira da empresa Construtora Integral da Maxixe

i. Rácio benefício-custo

De acordo com o gráfico 2 abaixo, durante todo período a relação benefício-custo da cadeia de
valor da madeira da empresa Construtora Integral da Maxixe foi crescente, tendo a mínima sido
alcançada em 2009, e a máxima alcançada em 2013. A mesma teve uma tendência linear
crescente a uma taxa média de 19.63%, onde grande parte do seu crescimento é notabilizado a
partir de 2011 quando devido a diminuição dos custos unitários médios.

Segundo os cálculos efectuados, os resultados indicam que a empresa Construtora Integral da


Maxixe pode continuar a operar, pois apresenta uma relação benefício custo média de 6.61 que
segundo FOSTER (2004), este resultado indica que as receitas em média superaram os custos. E
de acordo com CAMARGO (2007), em cada um metical investido na produção de madeira
serrada gerou cerca de seis meticais e sessenta e um centavos de benefício.

Este resultado vai ao encontro do SILVA (2008) ao afirmar que o rácio benefício-custo maior
que um, significa que a empresa consegue obter benefícios maior que os custos logo o projecto
de produção de madeira serrada é viável.

O elevado rácio benefício-custo de 6.61 é justificado pelo baixíssimo custo unitário de


3
1m da madeira serrada comparado com o preço de venda da respectiva quantidade, visto que em
média o custo unitário de 1m3 corresponde a 16,17% do preço de venda.

32 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

Gráfico 02: Evolução do Rácio benefício-custo

10,00
9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
2009 2010 2011 2012 2013
RBC 3,96 4,57 6,38 7,98 9,42

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

ii. Margem Bruta

De acordo com o gráfico 3 abaixo, os dados mostram que a margem bruta foi crescente durante
todo período em análise. Contudo em 2009, esteve significativamente baixo, se recuperando no
ano seguinte. A mínima foi alcançada em 2009 e foi de 75%, e a máxima foi alcançada em 2013
e foi de 89%. Durante todo período a mesma teve uma tendência linear crescente a uma taxa
média 3.05%, com grande parte do seu crescimento observada a partir de 2011.

A elevada margem bruta é devido ao baixo custo médio de produção da madeira serrada durante
o período em análise que proporcionou altos lucros unitários.

Porem, vale ressaltar que a redução de custos não deve influenciar na qualidade do produto, pois
as vendas podem ser afectadas negativamente. Nessa perspectiva, a empresa deve buscar a
redução de desperdícios no processo produtivo.

A margem bruta média, que relaciona as receitas com os lucros, durante o período em
referência na empresa Construtora Integral da Maxixe foi de 84.87%, o que significa que em cada
um metical obtido na comercialização da madeira obteve-se um lucro de cerca 85 centavos,
indicando que, segundo o autor SANTOS, et al., (2007), a cadeia de valor da madeira da empresa
Construtora Integral da Maxixe foi rentável visto que o resultado foi positivo.

De acordo com o resultado a margem bruta média foi de 84.87% maior que o custo de
oportunidade que foi de 16%, que segundo SILVA (2008), tendo em conta os riscos a actividade
33 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

é viável, pois segundo o mesmo autor, para que um investimento tenha lógica financeira, o seu
rendimento deve ser, no mínimo, igual ao custo de oportunidade. Quanto mais alto for a margem
bruta melhor é a produção, ou seja, a produção superou os custos de produção.

Gráfico 03: Evolução da Margem Bruta

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2009 2010 2011 2012 2013
MB 75% 78% 84% 87% 89%

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

iii. Taxa de Retorno do investimento

Os cálculos ilustram que a taxa de retorno do investimento média durante o período em


referência na Empresa Construtora Integral da Maxixe foi de cerca de 561%, o que significa que
em cada metical investidos na cadeia de valor da madeira da empresa gerou em média um retorno
correspondente a 5 meticais e 61 centavos de benefício, tal facto conjuga com as ideias propostas
por BARBOSA (2010).

A taxa de retorno do investimento de 561% foi superior a taxa de juro aplicada pelos bancos
comerciais do Município em referência, o BIM, BCI, Barclays, Standard Bank, Socremo e FNB
que foi de 8% demonstrando que foi mais vantajoso o empresário investir 9,363,041.50Mt na
cadeia de valor da madeira ao invés de depositar o valor a prazo em um dos bancos comerciais do
Município, conjugando com o exposto por SOARES et al. (2007) ao afirmarem que, a taxa de
retorno do investimento é utilizada para avaliar a rentabilidade do investimento sobre os custos
da empresa, ou por outra. Só através dela, é que o empresário (produtor) poderá conhecer o
retorno gerado por cada metical usado nos custos de operação anual.

34 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

De acordo com os bancos comerciais BIM, BCI, Barclays, Standard Bank, Socremo e FNB a
taxa de juro média anual do depósito a prazo do mercado aplicado é de 8%, esta mostrou-se
abaixo do custo de oportunidade que foi de 16% indicando que o negócio é viável indicando que
o investidor pode continuar a investir no negócio de madeira.

No que se refere a variação da taxa de retorno do investimento, o indicador apesar de ter sido
baixo em 2009 quando foi de 296% em decorrência dos problemas técnicos enfrentados pela
empresa, em seguida cresceu continuamente até 2010 onde atingiu 357%, mantendo-se
equilibrado até 2013.

Tal como a relação benefício-custo e a margem bruta, a taxa de retorno do investimento


também teve uma tendência linear crescente a uma taxa média de 24.34% com a maior parte do
seu crescimento verificado de 2011 após a empresa ter ultrapassado uma avaria técnica nos
equipamentos de processamento da madeira.

Gráfico 04: Evolução da Taxa de Retorno do Investimento

900%
800%
700%
600%
500%
400%
300%
200%
100%
0%
2009 2010 2011 2012 2013
TRICO 296% 357% 538% 698% 842%

Fonte: Elaborado a partir de dados da empresa construtora integral da Maxixe

35 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

V.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusão

Verificado o desempenho em rentabilidade económica da empresa Construtora Integral da


Maxixe no concernente a cadeia de valor da madeira no período de 2009 á 2013, observou-se que
a mesma compreendeu seis fases, nomeadamente selecção e abate da árvore, carregamento de
toros, recepção e descarregamento de toros na empresa, a cubicagem de toros, venda de toros,
processamento de toros em madeira serrada e por fim a comercialização da madeira.

Foram produzidos neste período cerca de 1,964.28m3 de madeira serrada, o que custou
um investido de cerca de 9,363,041.50Mt ao cofre da empresa, sendo que 71% o correspondente
a 6,665,279.50Mt destinou-se aos custos fixo, e o restante 29% o correspondente a
2,697,762.00Mt foram destinados aos custos variáveis.

Com a venda da madeira serrada a empresa arrecadou uma receita de 62,170,064Mt e


consequentemente um lucro de 52,807,022.50Mt. O processamento de cada m3 da madeira gerou
um lucro unitário de 52,807,022.50Mt o correspondente a 84% do preço médio, os outro 16% foi
a parcela correspondente aos custos unitários que foi de 4,947.17Mt.

De 2009 á 2013 a produção aumentou em cerca de 47.98% por um lado devido a


recuperação do equipamento de processamento da madeira serrada e por outro devido ao aumento
da procura da madeira serrada.

O custo total aumentou em cerca de 16.47% devido ao aumento dos custos variáveis
motivados pelo aumento da produção em 47,98%.

Os custos unitários baixaram em 60,58% o que proporcionou a economia de escala.

Ao longo do período em análise o preço esteve estável nos primeiros dois e os últimos
dois anos, tendo variado em 19,64% de 2010 para 2011, e 24,4% de 2011 para 2012 em parte
devido ao aumento do preço das licenças. O lucro unitário aumentou em 41,96% devido ao
aumento do preço de venda e redução do custo unitário do metro cúbico da madeira serrada.

A relação dos indicadores aumento da produção com a redução dos custos médios, custos
médios decrescentes, elasticidade custo menor do que um, custo médio maior do que o custo

36 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

marginal e a receita marginal menor do que custo marginal levaram a concluir que houve
economia de escala.

A receita marginal foi maior do que custo marginal, portanto, os gestores podem
continuar a operar aumentando a sua produção.

Em relação aos indicadores de rentabilidade, a relação benefício-custo média foi de 6.61


indicando que a empresa pode continuar a operar, pois as receitas em média superaram os custos,
e em cada metical investido na produção de madeira serrada gerou cerca de seis meticais e
sessenta e um centavos de benefício.

A margem bruta média foi de 84.87% o que significa que em cada um metical obtido na
comercialização da madeira obteve-se um lucro de cerca 85 centavos, indicando que a cadeia de
valor da madeira da empresa foi rentável visto que o resultado foi positivo. A mesma foi maior
que o custo de oportunidade que foi de 16%, o que significa que tendo em conta os riscos a
actividade é viável.

A taxa de retorno do investimento média foi de 561%, o que significa que em cada metical
investido na cadeia de valor da madeira da empresa Construtora Integral da Maxixe gerou em
média um retorno correspondente a cinco meticais e sessenta e um centavos de benefício. A
mesma foi superior a taxa de juro aplicada pelos bancos comerciais do Município da Maxixe
(BIM, BCI, Barclays, Standard Bank, Socremo e FNB) que foi de 8% demonstrando que foi mais
vantajoso o empresário investir 9,363,041.50Mt na cadeia de valor da madeira ao invés de
depositar a prazo o valor em um dos bancos comerciais do Município.

Apesar da crise ocorrida em 2009 após a avaria grossa do principal equipamento de


processamento de touro em madeira, a Charriot de fita bem como a alta intensidade das chuvas
que dificultaram o processo de corte e transporte do mesmo, durante todo período a os
indicadores de rentabilidade económica da cadeia de valor da madeira da empresa construtora
integral da Maxixe foram crescentes, tendo a mínima sido alcançada em 2009, e a máxima
alcançada em 2013. As mesmas tiveram uma tendência linear a taxas crescentes, grande parte dos
seus crescimentos foi notabilizado a partir de 2011 quando devido ao aumento da produção, a
receita cresceu em maior desproporcionalidade em relação aos custos unitários. Os indicadores de
rentabilidade indicam que o investidor pode continuar a operar no negócio de madeira e os

37 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

mesmos mostraram-se muito sensíveis à variação produtiva, evidenciado na análise da variação


dos mesmos. Portanto aceita-se a hipótese alternativa de que o custo de abate corresponde ao
preço de venda da madeira em touro e serrada e que a empresa pode continuar a operar de forma
eficaz e rejeita-se a alternativa de que o custo de abate não corresponde ao preço de venda da
madeira em touro e serrada e que a empresa não pode continuar a operar de forma eficaz

5.2.Recomendações

De acordo com os resultados e conclusões tiradas pode-se deixar as seguintes recomendações:

A empresa Construtora Integral:

 Há necessidade de uma maior conscientização dos trabalhadores a respeito da importância de


uso de equipamentos de protecção individual de modo a garantir a segurança no que concerne
aos acidentes de trabalho bem como a saúde.
 Recomenda-se a empresa a construir um depósito para o armazenamento de toros (pátio de
toras) de modo que os toros não venham sofrer ataques por humidade e fungos, pois isso
contribui para a baixa qualidade da madeira serrada e o baixo rendimento do mesmo.
 Recomenda-se a empresa a manutenção das máquinas de processamento de modo a tornar o
processo produtivo e as actividades mais eficientes e economicamente rentável sobre o ponto
de vista dos indicadores avaliados.
 Como o custo fixo é maior do que o custo variável e a receita marginal é maior do que o custo
marginal e estes ainda não se igualaram recomenda-se o aumento contínuo do volume de
produção até que a empresa atinja o lucro máximo.
Ao governo:
 Continuar o fomento do processamento da madeira serrada dentro do país, evitando
exportação em toros.
 Recomenda-se ao governo a criação de mecanismos de venda de peças, maquinarias e serras
no país, de modo que as nossas serrações sejam capazes de manipular outras espécies difíceis
de processar por exemplo: Mondzo, Sândalo e Micaia, que são espécies demasiadas rígidas
que as nossas serrações ou indústrias madeireiras locais não tem capacidade de serrar.
 De modo a evitar a extinção de algumas espécies florestais de madeira recomendaria ao
governo a levar a cabo o controle do reflorestamento por parte dos operadores florestais
abolindo a emissão de licenças simples passando somente a emitir as concessões florestais.
38 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

As instituições financeiras

Recomenda-se a concessão de financiamento das indústrias de processamento de madeira visto


que os indicadores, particularmente a margem bruta, mostraram esta actividade ser altamente
rentável.

39 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

ASSAF NETO, Alexandre (2009). Finanças corporativas e valor: um enfoque econômico-


financeiro 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

BARBOSA, Reginalda. (2010) Planejamento e Controle Financeiro de uma Empresa


familiar,Porto Alegre.

BENEVENTE, V. A.(1995). Directrizes gerais de indicação de madeira preservada nas


edificações em madeira ainda na fase de projecto, 5aed In: Encontro brasileiro em madeiras e
estruturas de madeiras.

CAMARGO, Camila. (2007) Planeamento Financeiro. 2a ed. Curitiba.

CHITARÁ, S. (2003). Instrumentos para Promoção de Investimento Privado na Indústria


Florestal Moçambicana.

COUTINHO, C.P. & CHAVES, J.H. (2002). O estudo de caso na investigação em tecnologia.

DNTF (2003), Relatório anual de 2005, Ministério da agricultura.

DIREÇÃO NACIONAL DE TERRAS E FLORESTAS. (2012). Relatório de Balanço Anual de


Terras, Florestas e Fauna Bravia, Maputo – Moçambique.

EUREKA. (2001). Inquérito à Indústria Madeireira. MADER. Maputo.

EGAS, F. A. (2000). Noções sobre a produção de madeira serrada. UEM/FAEF,DEF. Maputo.

GIL, Antônio Carlos (2010). Métodos e técnicas de pesquisa social, 6 ed. São Paulo: Atlas.

FAO (1999). Asserraderos pequenos y medianos en los países en desarrollo, Guia para seu
planification y estabelecimiento, Roma.

FERREIRA, Eric Baptista e OLIVEIRA, Marcelo da Silva (2008). Introdução á estatística, 1ed,
Universidade Federal de Lavras.

FIGUEIREDO (2007). Microeconomia (Curso de administração), Sao Paulo.

FOSTER, Caldeira (2004). Elaboração e Análise de Projectos de Investimento,Edições Sílabo.

40 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

GARCIA, L. A. F. Economias de escala na produção de frangos de corte no Brasil. (2003). Tese


(Doutorado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,Universidade de São Paulo,
Piracicaba –SP.

GITMAN, L. J. (2004). princípios da administração financeira, 10aed, São Paulo: Pearson


Addison Wesley.

GOMES, A. L. Determinantes da queda do preço do leite recebido pelo produtor: uma


abordagem de curto e longo prazo (2002). Dissertação (Mestrado) -Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa - MG.

KAPLINSKY, R. (2001). Learning networks in the South African auto components industry.
Innovation News.

LAKATOS, Maria Eva, MARCONI, Marina de Andrade. (2003) Fundamentos de metodologia


científica. 5aed. - São Paulo : Atlas.

LATORRACA, J.V.F. (2004). Processamento mecânico da madeira. Seropédica: Universidade


Federal Rural do Rio de Janeiro.

LEONE, George S. G.(1997). Curso de contabilidade de custos. São Paulo : Atlas.

MAHANZULE, R. (2013). Dinâmica das Exportações e Avaliação da Competitividade do Sector


de Base Florestal de Moçambique. Universidade Federal do Paraná.

MARION, José Carlos (2006). Contabilidade empresarial. 12aed. São Paulo: Atlas.

MATARRAZO, Dante Carmine (2003). Análise financeira de balanço, abordagem básica e


gerêncial, São Paulo: Atlas.
a
MELO, J.E. (2002). Madeira: Características e aplicações. 1 ed. Brasília: MMA, IBAMA, LPF.

MARCONE, M. A & LAKATOS, E. M (2006). Técnicas de pesquisa: planeamento e execução


de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração analise e interpretação de dados.
São Paulo 6 Ed. Atlas editor.
MURARA JÚNIOR, M. I.; ROCHA, M. P. da; TIMOFEICZYK JÚNIOR, R. (2005).
Rendimento em Madeira Serrada de Pinus taeda para Duas Metodologias de Desdobro.

NOREEN, Eric; BREWER, Peter (2011), Contabilidade gerêncial, 11aed, editora: LTC.
41 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

NUNES, P. Dicionário de gestão. 2006. Disponível em:


http://www.notapositiva.com/dicionario_gestao/taxa_interna_rentabilidade.htm. Acesso em: 03
set. 2007.

SANTOS, José Luiz dos; SCHMIDT, Paulo; MARTINS, Marco António (2006), Fundamentos
de análise das demonstrações contábeis. São Paulo:Atlas, (Colecção de resumos de contabilidade;
v.21).

SANDRONI, P. (1999). Dicionário de Economia do século. Rio de Janeiro.

SERRA, Andrêa (2003) Manual de metodologias de investigação cientifica, Maputo.

SELMANY, Y.(1993). Analyse Des Flux Physique De Bois À L’interieur De La Filiére-Bois.


Nancy. ENGREF. Tese. Doutorado.

SILVA, C. (2002).Simulações e cenários a partir da cadeia de valor:uma aplicação na industria


de celulose. Rev. FAE, Curitiba, v.5, n.1, jan./abril.

SILVA, P, N. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com.br/autor/marcos, (1999).

SILVA, Francisco Gomes (2008), Gestão da Empresa Agrícola - Manual para Agricultores
1ªEdição.

SILVA, João Correia (2012). MacroeconomiaII, universidade de Porto.

OLIVEIRA, Djalma de P.R. (1999). Planejamento estratégico: Conceitos, metodologias e


práticas, 4ed. São Paulo: Atlas.

OLIVEIRA, L, M. et al (2005). Manual de contabilidade tributária -Atlas. 4 ed. São Paulo:


Brasil.

OLIVEIRA, A. S. (2003). Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil. IPT – Instituto de


Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A.

PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE MAXIXE, (2009).

PINHEIRO, António Cipriano Afonso & CARVALHO, Maria Leonor da Silva (2003).
Economia e Políticas Agrícolas. 1 ª ed. Lisboa. 326 p.

PIMENTEL-GOMES, F. Curso de Estatística Experimental. 12a ed. Piracicaba: Livraria Nobel,


1985.
42 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

PIZA, C.T.; R.W. WELSH, (1999). Introdução à Análise da Comercialização. Série Apostila n.º
10. Departamento de Economia - ESALQ/USP, Piracicaba-SP.

PORTER, M.E. (1989). Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior.


Rio de Janeiro: Campus.

PONSSIANO, (2000) Analise dos Indicadores de Rentabilidade, Estadual Norte Fluminense.

RAIMUNDO, Y. M. (2001). Análise das Exportações Brasileira de Madeira Serrada e Painéis à


Base de Madeira no período de 1961 a 1999. 2001. 141 f. Dissertação (Mestrado) – Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz”. Universidade de São Paulo.

REZENDE, José Luiz Pereira, PADUA, Cláudio Túlio Jorge, OLIVEIRA, António Donizette
(2006). Análise Económica De Fomento Florestal Com Eucalipto No Estado De Minas Gerais.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, (2002). Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia.


Boletim da República: 12/2002. De 6 de Junho.

RIBEIRO, A. (1992). Development of forest industry in Mozambique. University of Oxiford.

ROCHA, M.P. (1999). Desdobro primário da madeira, Série Didáctica n° 02/99, Curitiba: Fupef,
1999.

ROCHA, M. P. (2002). Técnicas e planeamento em serrarias, Curitiba.

SANTOS, José Luiz; SCHIMIDT, Paulo; FERNANDES, Luciane Alves; MACHADO, Nilson
Perinazzo (2007). Teoria da contabilidade: introdutória, intermediaria e avançada. São Paulo:
Atlas.

SOARES, C.P.B., NETO, F.P. & SOUSA, A. L. (2007). Dendrometria e inventário florestal,
Viçosa.

PEREIRA, J, (2008). Gestão de projectos: Teoria geral de Administração.

PINDYCK, Robert & RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. S. Paulo: Makron Books, 1994.

PINDYCK, Roberts & RUBINFELD, Daniel L.(1999), Microeconomia. 4ª ed. Markron.

PINDYCK, R. S & RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. Ed. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 2006.

43 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral

VERGARA, S. C. (2000). Projectos de pesquisa em administração, São Paulo: Atlas.

VIEIRA, C, B, H, A, et al. (2004). Índices de rentabilidade, 2ª ed, Brasil.

WERNKE, Rodney. (2008). Gestão de custos: uma abordagem pratica.São Paulo: Atlas.

WILLINSTON, E.M. (1976). Lumber Manufacturing: The Design and Operation of Sawmills
and Planer Mills. San Francisco: Editora Miller Freeman Publications.

WILSON, Peter. Indicadores. 42 p.

YIN, Robert K.(2001). Estudo de caso – planejamento e métodos. 2ed. Porto Alegre: Bookman.

44 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária


APÊNDICES E ANEXOS
ANÊXOS
Figura 01- Mapa da localização do Município de Maxixe

Fonte: MAE: Perfil do Distrito da Maxixe

I
APÊNDICES

Fig1: Charriot de fita (carro para toros) Fig2: Camioneta usado para transporte de toros

Fig3: Toros após descarregamento na empresa Fig4: Serragem de toro em madeira serrada

II
Fig5: Afiador de fitas Fig6: Serra de disco

Fig7: Tábuas após a serragem

Fig8: Escritório da empresa

III
Tabela 01: Volume de produção, receitas, custos e lucros anuais da empresa Construtora
Integral da Maxixe

Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 Total Média custo% Total%
Quantidades vendidas de madeira (m3) 271.55 324.56 405.88 440.31 521.98 1,964.28 392.86
Preço da Madeira (Mt/m3) 25,000.00 25,000.00 28,000.00 37,000.00 37,000.00 152,000.00 30,400.00
Receitas Madeiras (Mt) 6,788,700.00 8,113,950.00 11,364,668.00 16,291,470.00 19,313,223.00 61,872,011.00 12,374,402.20

Custos fixos -
Salários 924,000.00 924,000.00 924,000.00 924,000.00 924,000.00 4,620,000.00 924,000.00
salario com contabilista (1) 108,000.00 108,000.00 108,000.00 108,000.00 108,000.00 540,000.00 108,000.00 5.77%
salario do Motorista (1) 60,000.00 60,000.00 60,000.00 60,000.00 60,000.00 300,000.00 60,000.00 3.20%
Salario com processador (2) 756,000.00 756,000.00 756,000.00 756,000.00 756,000.00 3,780,000.00 756,000.00 40.37%
Depreciacao dos Equipamentos 409,055.90 409,055.90 409,055.90 409,055.90 409,055.90 2,045,279.50 409,055.90
Charriot de fita (1) 185,600.00 185,600.00 185,600.00 185,600.00 185,600.00 928,000.00 185,600.00 9.91%
Serra disco (1) 25,000.00 25,000.00 25,000.00 25,000.00 25,000.00 125,000.00 25,000.00 1.34%
Afiador de serrasv (1) 6,178.90 6,178.90 6,178.90 6,178.90 6,178.90 30,894.50 6,178.90 0.33%
Tupia (1) 7,352.00 7,352.00 7,352.00 7,352.00 7,352.00 36,760.00 7,352.00 0.39%
Garlopa (1) 15,500.00 15,500.00 15,500.00 15,500.00 15,500.00 77,500.00 15,500.00 0.83%
Lichadora (1) 11,442.50 11,442.50 11,442.50 11,442.50 11,442.50 57,212.50 11,442.50 0.61%
Camionete (1) 55,000.00 55,000.00 55,000.00 55,000.00 55,000.00 275,000.00 55,000.00 2.94%
Instalações (1) 102,982.50 102,982.50 102,982.50 102,982.50 102,982.50 514,912.50 102,982.50 5.50%
Sub total 1 1,333,055.90 1,333,055.90 1,333,055.90 1,333,055.90 1,333,055.90 6,665,279.50 1,333,055.90 71%
Custos Variaveis -
Agua 1,932.00 2,502.00 3,336.00 4,056.00 4,890.00 16,716.00 3,343.20 0.18%
Energia 62,376.00 67,596.00 69,036.00 71,250.00 73,956.00 344,214.00 68,842.80 3.68%
Combustivel 210,000.00 240,000.00 250,000.00 250,000.00 254,000.00 1,204,000.00 240,800.00 12.86%
Custo de licencas de corte 85,774.00 112,279.00 102,940.50 360,465.00 332,968.50 994,427.00 198,885.40 10.62%
Custo de inventario florestal 12,000.00 12,000.00 12,000.00 12,000.00 40,000.00 88,000.00 17,600.00 0.94%
Taxa de Lixo 7,200.00 9,000.00 9,000.00 11,160.00 11,160.00 47,520.00 9,504.00 0.51%
INSS 517.00 517.00 617.00 617.00 617.00 2,885.00 577.00 0.03%
Sub total 2 379,799.00 443,894.00 446,929.50 709,548.00 717,591.50 2,697,762.00 539,552.40 29%
Custo total 1,712,854.90 1,776,949.90 1,779,985.40 2,042,603.90 2,050,647.40 9,363,041.50 1,872,608.30
Lucro bruto 5,075,845.10 6,337,000.10 9,584,682.60 14,248,866.10 17,262,575.60 52,508,969.50 10,501,793.90 - -
Lucro liquido 4,970,354.10 6,203,204.10 9,460,125.10 13,864,624.10 16,877,830.10 51,376,137.50 10,275,227.50 100% 100%
Indicadores de rentabilidade
MB 75% 78% 84% 87% 89% 4.14 84.87
RBC 3.96 4.57 6.38 7.98 9.42 6.61 6.61
TRICO 296% 357% 538% 698% 842% 5.61 561%
ML 296% 357% 538% 698% 842% 27.31 549%

IV
Tabela 02: Taxas de juro do depósito á prazo do mercado
Descrição Taxas de juro
BIM 13%
BCI 9%
Standard Bank 7%
Barclays 5%
FNB 6.45%
Média 8%

Tabela 03: Custo de oportunidade


Descrição Taxas
Risco Economico e financeiro 3%
Inflação 3%
Taxa de juro do mercado 8%
Custo de oportunidade 16%

Tabelas 04: Taxas de Crescimento dos indicadores de rentabilidade económica


RBC Taxas de crescimento % TRI Taxas de crescimento% Margem bruta Taxas de crescimento %
396 - 296 0 75 0
457 15.40 357 20.61 78 4
638 39.61 538 50.70 84 7.69
798 25.08 698 29.74 87 3.57
942 18.05 842 20.63 89 2.30
Totais 98.13 Totais 121.6785377 Totais 15.26
Média 19.63 Média 24.34 Média 3.05

Tabela 05: Percentual dos custos fixos e variáveis Gráfico I: Tendências do preço

Você também pode gostar