Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Autor:
Supervisor:
UEM - ESUDER
Vilankulo
2016
DECLARAÇÃO
Declaro que este trabalho é da minha autoria e resultado da minha investigação pessoal,
estando indicados no texto e na bibliografia as fontes utilizadas. Esta é a primeira vez que o
submeto para obter o grau de licenciatura, nesta instituição pública de ensino superior.
_________________________________________
Aprovação do Júri
Este trabalho foi aprovado no dia ___ de Junho de 2016 por nós, membros do júri
examinador da Escola Superior de Desenvolvimento Rural da Universidade Eduardo Mondlane,
com a nota de ___ Valores.
______________________________
(Presidente do Júri)
______________________________
(Arguente)
______________________________
(Supervisor)
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de culminação do curso ao grau de licenciatura a família Sibanda que de
forma afável contribuiu para o meu sucesso académico, em especial aos meus pais Daremba
Fernando Sibanda e Amélia Maeja Mapossa Sibanda que através deles Deus colocou-me na
Terra. Através deles dependeu todo apoio moral, material e inspiração para todos sucessos
alcançados enquanto estudante.
i
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus por ter me dado forças, coragem e saúde para a
realização deste curso.
Ao supervisor dr. Eugénio Fernandes pela forma paciente e incansável com que me
orientou no trabalho.
Agradeço ao corpo docente da Escola Superior de Desenvolvimento Rural que não
pouparam esforços para me transmitir conhecimento com profissionalismo.
O meu muito obrigado vai ao meu pai e a minha mãe pelo apoio moral e financeiro
prestado durante a realização deste curso.
Quero também direccionar os meus agradecimentos aos meus irmãos: Manuel Sibanda,
Maucha Sibanda, João Sibanda e Catio Sibanda e as minhas primas em especial Ilza Maria
Mateus e as minhas amigas e amigos que me ofereceram apoio incondicional em todos os
momentos que necessitei.
O muito obrigado vai também ao Eng. Sacir Viagem pela atenção, recepção e ajuda
prestada na minha vinda a Vilankulo pela primeira vez.
Agradeço ao SDAE pela ajuda prestada na cedência do espaço para a realização do
estágio.
Quero endereçar os meus agradecimentos ao pessoal do SDAE em especial ao Senhor
director e ao meu esposo técnico fiscal Cremildo Carlos pelo apoio no acompanhamento ao local
de estágio e pela forma incasável na transmissão de conhecimentos referentes a área madeireira.
Agradeço a todos colegas, amigos e companheiros de batalha em especial Maria Augusta
Maindo, Amarina Rafael, Lurdes Maraca, Laura Sinai, Adilson Alfinete, Paula Fumo, que
ajudaram-me a alcançar os meus objectivos e a não desistir durante as batalhas do fundo do meu
coração o meu muito obrigado.
TABONGA a todos e que DEUS vos abençoe.
ii
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SIMBOLOS
iii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabelas Página
Tabela 03: Valores dos indicadores de economia de escala na empresa Construtora Integral da
Maxixe…………………………………………………………………………………………...28
Tabela 04: Análise do volume, custo e lucro da cadeia de valor da empresa Construtora Integral
da Maxixe....…...…………..……….……………………………………………………………30
Figuras
Figura 01: Figura1. Fluxograma da cadeia de valor da madeira da empresa Construtora Integral
da Maxixe…………………..……………………………………………....................................24
Figura 02: Diagrama da estrutura de custos da cadeia de valor da madeira serrada empresa
Construtora Integral…………..………………………………………………………………….26
Gráficos
Gráfico 01: Evolução dos custos médios……….………….……………………………………29
iv
LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES
Anexos
Apêndices
Figuras
Tabelas
Tabela 01: Volume de produção, receitas, custos e lucros anuais da empresa Construtora
Integral…………………………………………………………………………….……………..IV
v
Tabela 03: Custos de oportunidade………………………………………………………….……V
vi
RESUMO
Um dos grandes desafios actuais das empresas é manter bons índices de rentabilidade associada a
baixos custos com maior produção. Neste contexto o presente trabalho visa analisar a rentabilidade
económica da cadeia de valor da madeira da empresa Construtora Integral da Maxixe no período
entre 2009 á 2013. Foi feito um estudo de caso através da pesquisa exploratória e uso de variáveis
quantitativas que permitiu determinar e interpretar os resultados económicos da cadeia de valor da
madeira, determinar e interpretar os indicadores de rentabilidade económica da cadeia de valor da
madeira. A cadeia de valores da empresa Construtora Integral da Maxixe engloba sete fases
nomeadamente: a selecção e abate de árvores, carregamentos de toros, recepção e
descarregamento de toros, cubicagem de toros, vendas de toros, processamento de toros em
madeira serrada e por fim a comercialização da madeira serrada. Neste processo a produção média
foi de 392.86m3 sendo comercializado a um preço médio de 30,600.00Mt/m3 que gerou uma
receita média anual de 12,434,012.80Mt. De 2009 á 2013 a produção aumentou em cerca de
47.98% , o custo total aumentou em cerca de 16.47%, os custos unitários baixaram em 60,58% e o
preço esteve estável nos primeiros dois e os últimos dois anos. Os indicadores de economia de
escala confirmaram a existência na empresa. Após a dedução dos custos médios totais que foram
de 1,872,608.30Mt obteve-se um lucro médio anual de 10,561,404.50Mt o que proporcionou um
rácio benefício-custo médio de 6.61 indicando que em cada um metical investido na produção de
madeira serrada gerou cerca de seis meticais e sessenta e um centavos de benefício, como também
obteve-se uma margem bruta média de 84.87% indicando que em cada um metical obtido na
comercialização da madeira obteve-se um lucro de 85 centavos, como também obteve-se a taxa de
retorno sobre o investimento média que foi de 561% indicando que em cada um metical investido
na cadeia de valor da madeira da empresa gerou em média um retorno correspondente a cinco
meticais e sessenta e um centavos, que superou a taxa de juro média aplicada aos bancos
comerciais BIM, BCI, BARCLAYS, Standard Bank, FNB e Socremo no Município da Maxixe
que foi de 8% indicando que o investidor consegue obter lucros satisfatórios com o negócio como
também a margem bruta superou o custo de oportunidade que foi de 16% indicando claramente
que tendo em conta os riscos o negócio é viável e economicamente rentável para a empresa
Construtora Integral da Maxixe.
vii
ÍNDICE
Conteúdo Páginas
I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1.Contextualização .................................................................................................................. 1
1.3.Justificativa ........................................................................................................................... 4
1.4.Objectivos ............................................................................................................................. 5
1.4.2. Específicos:....................................................................................................................... 5
2.1.1.Rentabilidade ..................................................................................................................... 6
2.1.3.Madeira .............................................................................................................................. 7
2.1.4.Serração ............................................................................................................................. 7
4.1. Cadeia de valor da madeira da empresa construtora integral no município da Maxixe .... 25
I. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
A cadeia produtiva com base no sector florestal constitui uma actividade económica
complexa e diversificada de produtos e aplicações energéticas e industriais. No mundo inteiro, o
sector florestal tem a importância como fornecedor de matéria-prima para a indústria de
construção civil e de transformação (BUAINAIN & BATALHA, 2007).
legislação fiscal, tributária e na taxa de juros, que podem afectar directa ou indirectamente o
sistema financeiro das empresas. Diante das considerações apresentadas percebe-se que os
gestores deverão estar preparados para lidar com essas situações, tendo em vista que a empresa
poderá correr sérios riscos de liquidez, e consequentemente poderá ter dificuldade em obter
resultados económicos capazes de subsidiar essa liquidez (OLIVEIRA, et al., 2005).
Moçambique é um dos cinco principais países africanos exportadores de madeira, sendo que
mais de 90% da madeira moçambicana destina-se ao mercado chinês principalmente na forma de
tora (MAHANZULE, 2013).
Diante disso, o trabalho tem por objectivo geral analisar a rentabilidade económica da
cadeia de valor da madeira da empresa construtora integral da Maxixe no período entre 2009 á
2013. Para tanto, focou-se nos seguintes objectivos específicos: Descrever a cadeia de valor da
madeira na empresa construtora integral; Determinar e interpretar os resultados económicos da
cadeia de valor da madeira; Determinar e interpretar os indicadores de rentabilidade económica
da cadeia de valor.
A empresa construtora integral não está isenta dessa realidade, embora esteja próxima ao
principal factor de produção, a madeira, depara-se com dificuldades de várias ordens, o que tem
elevado relativamente os custos operacionais em toda cadeia de valor da madeira, facto que
originou a seguinte questão para a análise:
1.3. Justificativa
Qualquer investimento na indústria madeireira só faz sentido se o mesmo obter lucros. Dentre
os diferentes factores que incidem para a obtenção de lucros a que considerar a maquinaria usada,
sistemas de corte e serragem usados, energia requerida , níveis de preço da matéria-prima,
qualificação e ou experiência dos operadores.
O presente estudo servirá como uma ferramenta capaz de ajudar a se perceber como os
custos variáveis da empresa Construtora Integral incidem sobre a produção da madeira serrada e
como é que é feita a manutenção das suas actividades quotidianas para geração de lucro.
Os resultados deste estudo poderão ser úteis para a empresa, sector privado, comunidade
académica e a comunidade local do município da Maxixe, podendo utilizar os dados aqui
contidos em seus projectos. Poderão ser igualmente úteis ao governo, ajudando na tomada de
decisões políticas de apoio e controle das serrações.
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral:
1.4.2. Específicos:
1.4.3. Hipóteses
Podemos considerar a hipótese como um enunciado geral de relações entre variáveis de fatos
formulado como solução provisória para um determinado problema. A hipótese pode também ser
uma suposta, provável e provisória resposta a um problema, cuja adequação será verificada
através da pesquisa (MARCONI & LAKATOS, 2006).
Desta feita para a presente pesquisa tem-se como hipóteses as seguintes:
Hipótese nula: O custo de abate não corresponde ao preço de venda da madeira em toro e
serrada fazendo com que a empresa não continue a operar de forma eficaz.
É uma das variáveis que estudam em análises económicas e financeiras e representa a taxa de
retorno (ou rendimento) de uma determinada grandeza ou capital investido (NUNES, 2006).
Os proprietários, credores e administradores preocupam-se muito com lucro, pois isso é visto
como algo muito importante no mercado. Diante dessas considerações percebe-se a importância
de conhecermos as principais medições de rentabilidade, uma vez que estas permitem ao analista
avaliar os lucros da empresa tendo como base vários aspectos relacionados a suas actividades
(GITMAN, 2004).
O rendimento em madeira serrada é influenciado por diversos factores, tais como características
da espécie, produtos, maquinaria, mão-de-obra e, principalmente, pelo diâmetro das toras. Além
desses factores, o tratamento que é dado às toras ainda no pátio da serraria e outras decisões de
como desdobrá-las são factores fundamentais para que se atinjam bons níveis de rendimento
(MURARA et al., 2005).
É o conjunto de actividades realizadas por uma empresa que cria valor e aumenta a sua
capacidade competitiva. Desagrega uma empresa nas suas actividades de relevância estratégica
para que se possa compreender o comportamento dos custos, das fontes existentes e potenciais de
diferenciação (PORTER, 1989).
1
A análise da cadeia de valor descreve o conjunto de actividades necessárias a levar um produto, desde a sua
conceptualização, através das diferentes fases de produção (envolvendo a combinação da sua transformação física e
dos insumos dos vários serviços de produção), ate a entrega ao consumidor final, incluindo todo o processo de
criação de mais-valias geradas pelo processo produtivo (KAPLINSKY, 2001).
6 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral
A cadeia de valor permite que a empresa conheça como se estrutura o processo de formação do
valor do bem ou serviço, como se agrega valor no processo e como isso é percebido pelo cliente
final, quais são as suas relações de mercado com outros agentes económicos e quais seriam os
factores que alterariam o custo ao longo da cadeia (SILVA, 2002).
2.1.3. Madeira
2.1.4. Serração
2.1.5. Empresa
É uma reunião de actividades que são executadas para projectar, produzir, comercializar,
entregar e sustentar seu produto. Todas estas actividades podem ser representadas, fazendo-se uso
de uma cadeia de valores (PORTER, 1989).
2.2.1. Serração
serração. Assim, as serrações grandes são normalmente instaladas onde existem grandes volumes
de madeira em áreas externas e as pequenas onde a floresta é muito pouco densa, com baixo
rendimento por hectare de madeira extraída (EGAS, 2000).
História da serração
Os egípcios, 6000 anos antes de Cristo, já utilizavam serras de bronze para serrar madeira,
porém esta não era rígida o suficiente para o esforço requerido. Os romanos com a utilização do
ferro desenvolveram uma serra alternativa manual ou, eventualmente, movida por roda de água
(WILLINSTON, 1976).
A primeira serração surgiu na América do Norte no ano de 1634, e utilizava uma serra do
tipo “gate saw” (serra-de-quadro), precursora das serras de fita múltiplas actuais. Em 1896 surgiu
a primeira serra alimentada por motor movido a corrente eléctrica. Desde então, o progresso no
aperfeiçoamento das máquinas para serrar madeira e dos elementos de corte, conjuntamente com
os motores eléctricos, nos levou a uma tendência cada vez maior à automação dos processos
industriais, com produção em série, e os elevados rendimentos na produção (LATORRACA,
2004).
Para classificar serrações, existem na literatura diversas maneiras várias maneiras, as quais
consideram tamanho, tipo de matéria-prima, equipamentos utilizados e produtividade. Porem a
forma mas eficiente de se classificar uma serração é através da sua produção. Sendo assim tem-se
três tipos de serrações:
As serrações ainda podem ser classificadas como serrações fixas ou móveis. As serrações
fixas, são aquelas instaladas em um local fixo e a matéria-prima e deslocada até a mesma. As
serrações móveis são unidades compactas que podem ser transportadas até a floresta, e cuja
vantagem é de que todo resíduo fica no campo, ou seja o que é transportado fora da floresta é
somente madeira serrada (ROCHA, 2002).
2.2.Teoria de empresa
A teoria de empresa diz que o nível de produção de uma empresa aumenta ou diminui em
resposta a um aumento nos níveis salariais ou um decréscimo no preço de matéria-prima. Esta
teoria enfatiza a premissa de que as empresas procuram maximizar seus lucros. Explicando desta,
como as empresas determinam a mão-de-obra, capital e matéria-prima que empregam na
produção, volume produzido, bem como o preço de venda dos seus produtos (PINDYCK &
RUBINFELD, 2006). Esta teoria permite-nos perceber de um modo geral como é que as
empresas aplicam os seus recursos na produção de modo a maximizar os seus benefícios de uma
maneira economicamente rentável.
Para que a empresa comece a operar de fato, ela precisa de capital (dinheiro, bens, recursos).
O capital próprio é os recursos dos próprios sócios ou accionistas (Fonte Interna de Capital) e
capital de terceiros, recursos de indivíduos ou entidades emprestados à empresa (Fonte Externa
de Capital). Nesse sentido pode-se dizer que os recursos são investidos no empreendimento com
o objectivo de obter benefícios futuros, ou seja, lucros. Na tentativa de identificar o sucesso ou
fracasso de seu negócio as empresas analisam a rentabilidade, essa análise é feita com base no
resultado económico, vendas e investimentos (MARION, 2006).
Com esta análise pretende-se aqui apresentar-se os primeiros passos que são os conceitos
básicos sobre custos, receitas e lucro no processo produtivo e enfatizando como se relacionam e
de que modo interferem no desempenho económico da empresa (SILVA, 1999).
I. Custos de produção
Os custos de produção são os custos que um agente económico enfrenta ao iniciar seu
processo produtivo. É de fundamental importância para a empresa o conhecimento e a análise de
seus custos para a organização e implementação de estratégias de aumento de ganhos.
9 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral
Assim, produção e custos são palavras que caminham pela mesma trilha, o que torna tão
necessário o estudo de ambas (SILVA, 1999).
Custo total
Custo total é a soma dos custos de factores de produção variável e dos factores de produção
fixo. Custo total representa a menor despesa monetária total necessária para produzir cada nível
de quantidade de produção e o custo fixo representa a despesa monetária total que é paga mesmo
que não haja qualquer produção, sendo o custo fixo não afectado por qualquer variação de
quantidade produzida. Em relação ao custo para fabricar uma quantidade q de um certo produto,
teremos que analisar os dados e tentar determinar a que melhor se adapte (SILVA, 1999). As
curvas de custos totais sofrem a influência da lei dos rendimentos decrescentes, o qual determina
a taxa de variação dos custos à medida que se aumenta a quantidade produzida do bem.
O custo variável é a parte do custo total da empresa que varia conforme ocorrem alterações
na produção. Este custo depende do nível (quantidade) produzido pela empresa, pois ela esta
directamente relacionadas as modificações na quantidade utilizada de factor de produção
variável, que por sua vez é o único caminho da firma, em curto prazo para as alterações na
quantidade produzida. Enquanto o custo fixo é a parcela do custo total da empresa que não
depende do nível de produção, pois ela esta relacionado ao factor de produção fixa, exemplo,
mão-de-obra, depreciação (SILVA, 1999).
Depreciação
O cálculo da depreciação requer que se estime a vida útil do activo. Diante disso é
necessário que se considerem, tanto as causas funcionais, como as causas físicas da depreciação.
As causas funcionais ou não físicas, segundo SANTOS et al. (2007), são decorrentes da
obsolescência e das mudanças nas condições económicas. Já as causas físicas da depreciação
ocorrem devido ao uso e a acção da natureza, tais como a chuva, vento, efeitos químicos
(oxidação e electrólise).
Os custos fixos médios obtêm-se dividindo o custo fixo pela quantidade produzida. É sempre
decrescente, os custos fixos vão-se diluindo (SILVA, 2012).
Custo marginal
O custo marginal traduz o acréscimo de custo necessário para que seja possível aumentar o
volume de produção numa pequena unidade, ou seja, o custo marginal representa o acréscimo do
custo total que ocorre quando se aumenta a quantidade de bens produzidos em uma unidade
(SILVA, 2012).
Segundo PINDYCK & RUBINFELD (1999), se o custo marginal é menor do que a receita
marginal, a empresa pode aumentar seu lucro, aumentando a produção, isto ocorre quando a
produção for baixa. Se o custo marginal for maior do que a receita marginal, a empresa pode
aumentar seus lucros reduzindo a produção, isto ocorre quando a produção está elevada.
Preço
Comercialização
Em termos estritamente económicos, uma empresa busca a maximização de seu lucro através
de uma regra básica: O máximo lucro com o menor custo. Em outras palavras, pode-se afirmar
que a empresa busca optimizar seu processo produtivo. Em busca deste objectivo, a empresa
actua no mercado mobilizando vários instrumentos capazes de deixá-la mais bem posicionada em
seu mercado, acções de marketing, expansão de unidades produtivas e/ou pontos de venda,
qualificação profissional (VERGARA, 2000).
O Lucro é o valor que sobra quando se extrai da receita total as despesas (impostos, custos,
diversos e abatimentos) (REZENDE et al., 2005).
Mesmo em um nível de produção igual a zero, a farma possui custos. O lucro da empresa só
aparecerá quando a receita superar os custos. (SILVA, 1999).
Maximização de lucros
a) Se Rmg > Cmg, há interesse em se aumentar a produção, pois cada unidade adicional
fabricada aumenta o lucro.
b) Se Rmg < Cmg, há interesse em se diminuir a produção, pois cada unidade adicional
que deixa de ser fabricada aumenta o lucro.
c) Se Rmg = Cmg, o lucro total será máximo (SILVA, 2012).
O nível óptimo de produção que maximize o lucro pode ser facilmente encontrado. O
lucro acontece quando a produção de uma unidade adicional de produto adiciona mais à
receita do que ao custo. Por outro lado, os lucros caem quando a produção adicional
aumenta mais o custo do que a receita. Portanto, a regra de maximização do lucro é
produzir até ao ponto em que o custo marginal iguala a receita marginal (PINHEIRO &
CARVALHO, 2003).
Mede o efeito sobre o volume de produção provocado por uma variação de todos os factores
produtivos na mesma proporção (SILVA, 2012).
Quando analisarmos a produção de uma empresa no longo prazo, onde todos os factores de
produção são variáveis, nos deparamos com o conceito de rendimentos de escala de produção
(FIGUEIREDO, 2007).
Temos economias de escala quando um aumento do volume de produção implica que o custo
total de período longo aumenta numa proporção inferior (ou seja, quando o custo médio de
período longo é decrescente). Temos economias de escala quando o custo médio de período
longo é decrescente, e temos deseconomias de escala quando o custo médio de período longo é
crescente (SILVA, 2012).
13 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral
As economias de escala podem ser medidas pela elasticidade custo da escala (quantidade) de
produção, a elasticidade custo permite verificar o comportamento dos custos quando o nível de
produção é alterado. O conceito matemático da elasticidade custo é dado pela relação entre o
custo marginal e o custo médio (PINDYCK E RUBINFELD, 1994). Assim:
a) Quando EC = 1, ou seja, o custo médio é igual ao custo marginal, o que implica a não
existência de economias ou deseconomias de escala;
b) Quando EC > 1, ou seja, custo marginal for maior que custo médio, o que implica a
existência de deseconomias de escala.
c) Quando EC < 1, ou seja, custo marginal for menor que custo médio, o que implica a
existência de economias de escala.
2.2.5. Análise dos indicadores de rentabilidade económica
Segundo GITMAN (2004) destaca que existem inúmeras medições de rentabilidade, ele
acredita que como grupo, essas medições permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em
relação a certo nível de vendas, a certo nível de activos ou ao volume de capital investido pelos
proprietários. Sem lucros uma empresa não poderia atrair capital externo. Os proprietários,
credores e administradores preocupam-se muito com lucro, pois isso é visto como algo muito
importante no mercado. Diante dessas considerações percebe-se a importância de conhecermos as
principais medições de rentabilidade, uma vez que estas permitem ao analista avaliar os lucros da
empresa tendo como base vários aspectos relacionados a suas actividades.
Esses indicadores têm por objectivo avaliar os resultados auferidos por uma empresa em
relação a determinados parâmetros que melhor revelam, e também medem o quanto uma empresa
está sendo lucrativa ou não, através dos capitais investidos, o quanto renderam os investimentos
e, qual o resultado económico da empresa (ASSAF, 2009).
Segundo SILVA, (2008) margem bruta é a diferença entre o total de proveitos associados a
uma actividade e a totalidade de custos variáveis que lhe estão associado. Quanto mais alto for a
margem bruta melhor é a produção, ou seja, a produção superou os custos de produção. Se a
margem bruta for negativa a actividade não consegue cobrir os custos com os proveitos que
produz.
A margem bruta indica quanto a empresa lucrou após a dedução dos custos da mercadoria
vendida para cada receita líquida. Ou seja, quanto é obtido de lucro bruto para cada quantidade
vendida (SANTOS, et al., 2006).
Esse índice indica quanto a empresa ganha para cada um Metical investido, é o poder de
ganho da organização. Quanto maior o resultado, melhor para a empresa, pois ela estará tendo um
alto retorno sobre o capital investido e consequentemente, um retorno mais rápido do
investimento (BARBOSA, 2010).
A taxa de retorno sobre os custos operacionais deverá ser comparada a uma taxa de juros
mínima em média das outras alternativas de investimento, de modo a balançar se houve
rentabilidade ou não, caso a taxa de cobertura dos custos for superior que a taxa mínima pode
significar um ganho para a empresa se o contrario vice-versa (VIEIRA et al., 2004).
Taxa de juro
A taxa de juro representa o preço que um banco ou outro intermediário financeiro paga a
quem empresta pelo uso de dinheiro durante um certo período de tempo; as taxas de juro são
indicadas como uma certa percentagem de rendimento anual (SAMUELSON & NORDHAUS,
1999).
O rácio custo-benefício é uma medida de quanto se espera ganhar por unidade de capital
investido (FOSTER, 2004).
O rácio benefício custo avalia os benefícios em relação aos custos através da divisão dos
benefícios pelos custos. O resultado deve ser superior a um nos casos onde os benefícios são
superiores aos custos e inferiores a um nos casos contrários. Isto é:
Se o rácio beneficio/custo for maior que 1 então os benefícios são maiores que os custos
logo o projecto pode ser aprovado.
Se o rácio beneficio/custo for menor que 1 então os custos são maiores que os benefícios
logo o projecto pode não ser aprovado.
Segundo CHITARÁ (2003), existem duas modalidades aplicáveis para o acesso a recurso
florestal que são: A licença simples e a concessão florestal. Os operadores florestais simples
(OFS) na sua maioria não possuem indústria de processamento primário. Os operadores florestais
simples (OFS) participam principalmente no abate, e transporte primário dos toros. O transporte
final para o mercado é geralmente levado a cabo pelos transportadores individuais alugados ou
comerciantes de toros, que levam os toros para os portos ou para os principais mercados, onde
revendem às serrações ou a utilizadores individuais (carpintarias). Para além dos transportadores
individuais, que muitas vezes actuam como comerciantes de toros, existem nos principais
mercados, comerciantes de toros, com estâncias, onde vendem toros e outros produtos florestais.
Estes são pequenas empresas intermediárias que comercializam toros tanto para o mercado
interno como para exportação.
Segundo o artigo 16º do RFFB (2002), a exploração por licença simples só será permitida às
pessoas singulares Moçambicanas, às pessoas colectivas constituídas, exclusivamente, por
cidadãos Moçambicanos, e às comunidades locais que pretendam explorar os recursos florestais
para fins comerciais, industriais e energéticos. A cada operador nacional será emitida apenas uma
licença simples válida por um ano, até o limite de 500 metros cúbicos, ou equivalente,
independentemente das espécies. A cada licença simples corresponderá uma área contígua
equivalente ao volume a explorar, de acordo com o plano de maneio simplificado, ouvido o
ministério para a coordenação da acção ambiental.
Segundo o artigo 250 do RFFB (2002), Considera-se concessão florestal, a área do domínio
público delimitada, concedida a um determinado operador, através do contrato de concessão
florestal, destinada à exploração florestal para o abastecimento da indústria, mediante um plano
de maneio previamente aprovado. A exploração, sob o regime de concessão florestal, será
permitida a qualquer pessoa singular ou colectiva nacional ou estrangeira, bem como às
comunidades locais interessadas em explorar os recursos florestais para fins comerciais,
industriais ou energéticos, em função da capacidade do operador e de acordo com o Plano de
maneio elaborado observando o regulamento sobre o processo de avaliação do impacto ambiental
e aprovado pelo sector. Os produtos florestais madeireiros destinados às indústrias nacionais de
contraplacados, folheados, aglomerados, painéis, parquet-mosáico e similares, beneficiam de uma
redução na taxa de exploração, a definir por Diploma específico do Ministro da Agricultura e
Desenvolvimento Rural.
RAIMUNDO (2001), define madeira serrada como sendo produto obtido a partir do
desdobramento de toros por meio de serras, desde que esse produto tenha espessura superior à
5mm. Este autor refere ainda que as peças de madeira serrada são designadas conforme os
formatos, dimensões e usos das mesmas, sendo as principais: pranchas, vigas, tábuas, sarrafos,
ripas e caibros.
Barrotes são peças com espessura de 4,0 cm e altura variando de 9 a 30 cm. As indústrias
florestais são constituídas por serrações e carpintarias. A maior parte destas indústrias estão
localizadas na zona centro e norte, nomeadamente nas províncias de Sofala, Zambézia, Nampula,
Cabo Delgado e Manica (CHITARÁ, 2003).
a) Localização Geográfica
b) Divisão Administrativa
Clima
Maxixe é caracterizado por um clima tropical húmido. A temperatura média anual varia de
20,50C a 26,90 C, onde a média máxima ocorre no mês de Janeiro e a mínima em Julho.
A temperatura máxima média varia entre os 24,80C e 30,90C e a mínima média entre 15,70C e
22,80C, com uma precipitação média anual de aproximadamente 965mm. Os ventos
predominantes são de sul a este e por vezes de norte a este. A Cidade tem sido afectada por
ventos fortes, ciclones e tempestades, pela influência dos factores marinhos (PMGA, 2009).
Solos e Vegetação
Os solos são constituídos por areias finas de fertilidade e retenção de água baixa surgindo,
contudo algumas áreas onde os solos são férteis.
Praticamente não ocorre qualquer espécie de vegetação natural, havendo apenas referências
vegetais constituídas por coqueiros, cajueiros, mangueiras, principalmente nas áreas do interior e
alguma vegetação rasteira constituída por ervas e arbustos apenas no período de pousio (PMGA,
2009).
Infra-estruturas
Transportes e Telecomunicações
No diz respeito aos transportes, pelo facto de o município ser atravessado pela EN1 tem se
verificado um grande movimento de viaturas ligeiras, pesadas e de passageiros o que representa
uma mais-valia para a urbe quanto a disponibilidade de transporte.
A partir deste município é possível fazer ligações telefónicas, via satélite para dentro e fora da
cidade. Existe ainda o sistema dos serviços de telefonia móvel, actualmente explorada pelas
empresas Mcel e Vodacom.
O presente estudo foi considerado como sendo um estudo de caso, que segundo YIN (2001)
um método de estudo de caso é uma pesquisa que enquadra-se como uma abordagem que é
frequentemente utilizado para colecta de dados nas áreas de estudo organizacionais. O estudo de
caso trata-se de uma abordagem metodológica de investigação especialmente adequada quando
procura-se compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos quais
estão simultaneamente envolvidos diversos factores.
Para o presente estudo optou-se pelo uso do método quantitativo, pois resulta de valores
expresso em números.
Para a análise de dados usou-se o pacote Microsoft Excell para gerar gráficos e tabelas. O
software permitiu calcular, gerar relatórios tabelados e gráficos que foram utilizados na análise
descritiva de variáveis. Segundo GIL (2010) uma vez colectados os dados estes devem ser
analisados, a fim de dar sustentação para as respostas ao problema proposto para a investigação,
além disso, o autor relata que estes dados precisam ter uma interpretação mais ampla, que por sua
vez, irá depender dos conhecimentos adquiridos anteriormente pelo pesquisador.
Para a análise dos dados foram usados as variáveis económicas e indicadores das
rentabilidades. As variáveis económicas são receitas, custos e lucro e os indicadores são Margem
Bruta, Margem liquida, Rácio benefício-custo (RBC) e taxa de retorno sobre o investimento dos
custos operacionais (TRICO). Através das fórmulas abaixo foi possível se determinar a
rentabilidade económica da cadeia de valor da madeira da empresa construtora integral da
Maxixe.
do ano presente; QP2- Quantidade produzida do ano anterior; QP1- Quantidade produzida do ano
presente.
𝑹𝑻𝟐−𝑹𝑻𝟏
Rmg= Onde: RT2- Receita total do ano anterior; RT1- Receita total do ano presente;
𝒑𝟐−𝒑𝟏
𝑪𝑻
Cme= 𝒒 Onde: 𝐶𝑀𝑒- Custo Médio; 𝐶𝑇- Custo Total; 𝑞- Quantidade produzida.
𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝒃𝒓𝒖𝒕𝒐
MB= 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔 𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂𝒔*100% Onde: MB- Margem bruta.
𝜮𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂 𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍
𝑹𝑩𝑪 = Onde: RBC- Rácio benefício-custo.
𝜮𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍
𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝑳𝒊𝒒𝒖𝒊𝒅𝒐
TRI = *100% Onde: TRICO- Taxa de retorno sobre o investimento dos custos
𝑨𝒄𝒕𝒊𝒗𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍
operacionais.
TV= (P2-P1)-P1*100% onde: TV- Taxa de variação; P2- Produção do ano anterior; Produção do
ano corrente.
Carregamento de toros
Recepção e descarregamento
Produção da madeira
Venda da madeira
4a fase: Nesta fase efectua-se a cubicagem de toros por uma fita métrica para se definir o
preço unitário de cada toro, o mesmo durante todo período em análise sofreu algumas alterações;
6a fase: A sexta fase corresponde o processamento de toros em madeira serrada, por meio
de um Charriot de fita, máquina esta que transforma o toro em tábuas e ripas de diferentes
milímetros e dimensões de acordo com as solicitações dos clientes. O desdobramento ou
processamento da madeira é feito manualmente com o auxílio de alavancas até junto do carro
para toros (Charriot de fita) onde a madeira é fixada por meio de grifes de aperto mecânico após
um breve estudo do esquema de corte a proceder. Terminado o processo de instalação do toro no
Charriot faz-se o seu processamento fazendo-se passar o Charriot através de serra de fita donde
resultam as tábuas e as pranchas. Devido ao valor acrescentado, o preço de venda da madeira é
relativamente elevado em relação ao touro;
1% 0% 0% Salarios
CF- 71%
11% Depreciacao dos Equipamentos
Agua
CT - 9,363,041.50Mt
13% Energia
49%
4% Combustivel
INSS
Por outro lado, o gráfico também ilustra que o salário foi a rubrica que exigiu grande
investimento por parte da empresa, pois, o mesmo abarcou cerca de 49% (4,620,000.00Mt) do
investimento total. O elevado valor da depreciação das máquinas (2,045,279.50Mt) fizeram com
que esta rubrica estivesse situada em 22% do investimento total, facto este que conduziram ao
elevado custo fixo.
O custo com água, energia, combustível, licenças de corte, inventário florestal, taxa de
lixo e o INSS foram os que menos custaram aos cofres da empresa, pois estiveram situados em
apenas 0.18%, 3.68%, 12.86%, 10.62%, 0.94%, 0.51%, 0.03% respectivamente, factos estes que
conduziram ao baixo custo variável.
27 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral
Os dados nos remetem a concluir que a empresa funciona numa situação de risco,
justificado pelo elevado custo fixo e baixo custo variável, tal conclusão é suportada pela
abordagem dos autores NOREEN e BREWER (2011) que advogam que quanto maior for o peso
dos custos fixos, maior será o risco do negócio, na medida em que a queda da procura tem um
impacto mais que proporcional no resultado operacional da empresa.
Tabela 03: Valores dos indicadores de economia de escala na empresa construtora integral
da Maxixe
Anos Produção (m3) CT(Mt) CF (Mt) CV (Mt) CTM (Mt) CFM (Mt) CVM (Mt) CMg (Mt) Receita (Mt) RMg (Mt) Taxa de variação (%)
2009 271.55 1,712,854.90 1,333,055.90 379799 6,307.70 4,909.06 1,398.63 - 6,924,474.00 - -
2010 324.56 1,776,949.90 1,333,055.90 443894 5,474.95 4,107.27 1,367.68 1,209.11 8,276,229.00 25,500.00 19.64
2011 405.88 1,779,985.40 1,333,055.90 446929.5 4,385.50 3,284.36 1,101.14 37.33 11,364,668.00 37,977.44 24.40
2012 440.31 2,042,603.90 1,333,055.90 709548 4,639.01 3,027.54 1,611.47 7,627.61 16,291,470.00 143,100.35 8.48
2013 521.98 2,050,647.40 1,333,055.90 717591.5 3,928.59 2,553.84 1,374.75 98.49 19,313,223.00 37,000.00 18.55
Total 1,964.28 9,363,041.50 6,665,279.50 2,697,762.00 24,735.75 17,882.08 6,853.67 8,972.53 62,170,064.00 243,577.79
Média 392.86 1,872,608.30 1,333,055.90 539,552.40 4,947.15 3,576.42 1,370.73 1,794.51 12434012.8 48715.55742
Da tabela acima referente a análise dos valores dos indicadores de economia de escala,
constata-se que durante o período em análise a produção cresceu em média 392.86. Os custos
unitários reduziram em média de 4,947.17, os custos médios foram maiores que os custos
marginais, como consequência a elasticidade custo foi menor do que 1 e os custos marginais por
sua vez foram menores que a receita marginal.
Também observa-se que em média a empresa gastou 1,872,608.30Mt para uma produção
média anual de 392.86m3 da madeira.
O custo unitário durante o período em análise decresceu, de acordo com SILVA (2012) também
evidencia a economia de escala nesta empresa.
Esta conclusão também é reforçada por PINDYCK & RUBINFELD (1994) e (1999) visto que o
custo marginal foi menor do que o custo médio (EC=0.36) e a receita marginal foi maior do que o
custo marginal.
Constata-se também que durante o período em análise a receita marginal foi maior que o
custo marginal, segundo SILVA (2012), houve maior acréscimo da receita em relação aos custos
a um mesmo aumento da quantidade de madeira serrada.
A medida que o volume de produção aumentava, embora os custos totais também tenham
aumentado, os custos variáveis aumentaram mas não alcançaram os custos fixos, os custos fixos
unitários reduziram, consequentemente o custo por cada m3 da madeira ou o custo unitário da
madeira também tendeu a reduzir, demonstrando que, aumentar a produção só trará vantagens a
esta empresa, conforme ilustra o gráfico a seguir.
7.000,00
De acordo com o gráfico verifica-se que os custos médios tiveram uma tendência
decrescente ao longo dos anos a medida em que se aumentou a quantidade produzida de madeira
serrada. Portanto, o gráfico também evidencia a economia de escala.
Tabela 04: Análise do volume, custo e lucro da cadeia de valor da empresa CIM
Anos Q (m3) CT (Mt) C. unit (Mt) Preço (Mt) Receita (Mt) Lucro (Mt) L. unit (Mt)
E observa-se na mesma tabela que o custo, o preço, a receita e o lucro tiveram suas máximas em
2013, e suas mínimas em 2009.
A baixa produção, observado em 2009 foi devido a uma avaria grossa do principal
equipamento de processamento de touro em madeira serrada, o Charriot de fita, acompanhada de
um aumento não muito significativo dos custos de licenças de exploração da madeira e bem
como a alta intensidade das chuvas que dificultaram o processo de corte e transporte do mesmo.
Ao longo do período em análise o preço esteve estável nos primeiros dois e os últimos
dois anos, tendo variado em 19,64% de 2010 para 2011, e 24,4% de 2011 para 2012 em parte
devido ao aumento do preço das licenças de 112,279.00Mt em 2010 para 360,465.00Mt em 2012.
A tabela acima mostra igualmente que durante todo período em análise a receita marginal
sempre foi superior aos custos marginais, facto que demonstra segundo SILVA (2012), que os
gestores podem continuar a aumentar os seus lucro e a empresa pode aumentar a produção da
madeira, pois segundo este mesmo autor se a receita marginal for maior que o custo marginal, há
interesse em se aumentar a produção, pois cada unidade adicional fabricada aumenta o lucro. O
lucro máximo será alcançado quando a receita marginal for igual ao custo marginal.
i. Rácio benefício-custo
De acordo com o gráfico 2 abaixo, durante todo período a relação benefício-custo da cadeia de
valor da madeira da empresa Construtora Integral da Maxixe foi crescente, tendo a mínima sido
alcançada em 2009, e a máxima alcançada em 2013. A mesma teve uma tendência linear
crescente a uma taxa média de 19.63%, onde grande parte do seu crescimento é notabilizado a
partir de 2011 quando devido a diminuição dos custos unitários médios.
Este resultado vai ao encontro do SILVA (2008) ao afirmar que o rácio benefício-custo maior
que um, significa que a empresa consegue obter benefícios maior que os custos logo o projecto
de produção de madeira serrada é viável.
10,00
9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
2009 2010 2011 2012 2013
RBC 3,96 4,57 6,38 7,98 9,42
De acordo com o gráfico 3 abaixo, os dados mostram que a margem bruta foi crescente durante
todo período em análise. Contudo em 2009, esteve significativamente baixo, se recuperando no
ano seguinte. A mínima foi alcançada em 2009 e foi de 75%, e a máxima foi alcançada em 2013
e foi de 89%. Durante todo período a mesma teve uma tendência linear crescente a uma taxa
média 3.05%, com grande parte do seu crescimento observada a partir de 2011.
A elevada margem bruta é devido ao baixo custo médio de produção da madeira serrada durante
o período em análise que proporcionou altos lucros unitários.
Porem, vale ressaltar que a redução de custos não deve influenciar na qualidade do produto, pois
as vendas podem ser afectadas negativamente. Nessa perspectiva, a empresa deve buscar a
redução de desperdícios no processo produtivo.
A margem bruta média, que relaciona as receitas com os lucros, durante o período em
referência na empresa Construtora Integral da Maxixe foi de 84.87%, o que significa que em cada
um metical obtido na comercialização da madeira obteve-se um lucro de cerca 85 centavos,
indicando que, segundo o autor SANTOS, et al., (2007), a cadeia de valor da madeira da empresa
Construtora Integral da Maxixe foi rentável visto que o resultado foi positivo.
De acordo com o resultado a margem bruta média foi de 84.87% maior que o custo de
oportunidade que foi de 16%, que segundo SILVA (2008), tendo em conta os riscos a actividade
33 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral
é viável, pois segundo o mesmo autor, para que um investimento tenha lógica financeira, o seu
rendimento deve ser, no mínimo, igual ao custo de oportunidade. Quanto mais alto for a margem
bruta melhor é a produção, ou seja, a produção superou os custos de produção.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2009 2010 2011 2012 2013
MB 75% 78% 84% 87% 89%
A taxa de retorno do investimento de 561% foi superior a taxa de juro aplicada pelos bancos
comerciais do Município em referência, o BIM, BCI, Barclays, Standard Bank, Socremo e FNB
que foi de 8% demonstrando que foi mais vantajoso o empresário investir 9,363,041.50Mt na
cadeia de valor da madeira ao invés de depositar o valor a prazo em um dos bancos comerciais do
Município, conjugando com o exposto por SOARES et al. (2007) ao afirmarem que, a taxa de
retorno do investimento é utilizada para avaliar a rentabilidade do investimento sobre os custos
da empresa, ou por outra. Só através dela, é que o empresário (produtor) poderá conhecer o
retorno gerado por cada metical usado nos custos de operação anual.
De acordo com os bancos comerciais BIM, BCI, Barclays, Standard Bank, Socremo e FNB a
taxa de juro média anual do depósito a prazo do mercado aplicado é de 8%, esta mostrou-se
abaixo do custo de oportunidade que foi de 16% indicando que o negócio é viável indicando que
o investidor pode continuar a investir no negócio de madeira.
No que se refere a variação da taxa de retorno do investimento, o indicador apesar de ter sido
baixo em 2009 quando foi de 296% em decorrência dos problemas técnicos enfrentados pela
empresa, em seguida cresceu continuamente até 2010 onde atingiu 357%, mantendo-se
equilibrado até 2013.
900%
800%
700%
600%
500%
400%
300%
200%
100%
0%
2009 2010 2011 2012 2013
TRICO 296% 357% 538% 698% 842%
V.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusão
Foram produzidos neste período cerca de 1,964.28m3 de madeira serrada, o que custou
um investido de cerca de 9,363,041.50Mt ao cofre da empresa, sendo que 71% o correspondente
a 6,665,279.50Mt destinou-se aos custos fixo, e o restante 29% o correspondente a
2,697,762.00Mt foram destinados aos custos variáveis.
O custo total aumentou em cerca de 16.47% devido ao aumento dos custos variáveis
motivados pelo aumento da produção em 47,98%.
Ao longo do período em análise o preço esteve estável nos primeiros dois e os últimos
dois anos, tendo variado em 19,64% de 2010 para 2011, e 24,4% de 2011 para 2012 em parte
devido ao aumento do preço das licenças. O lucro unitário aumentou em 41,96% devido ao
aumento do preço de venda e redução do custo unitário do metro cúbico da madeira serrada.
A relação dos indicadores aumento da produção com a redução dos custos médios, custos
médios decrescentes, elasticidade custo menor do que um, custo médio maior do que o custo
marginal e a receita marginal menor do que custo marginal levaram a concluir que houve
economia de escala.
A receita marginal foi maior do que custo marginal, portanto, os gestores podem
continuar a operar aumentando a sua produção.
A margem bruta média foi de 84.87% o que significa que em cada um metical obtido na
comercialização da madeira obteve-se um lucro de cerca 85 centavos, indicando que a cadeia de
valor da madeira da empresa foi rentável visto que o resultado foi positivo. A mesma foi maior
que o custo de oportunidade que foi de 16%, o que significa que tendo em conta os riscos a
actividade é viável.
A taxa de retorno do investimento média foi de 561%, o que significa que em cada metical
investido na cadeia de valor da madeira da empresa Construtora Integral da Maxixe gerou em
média um retorno correspondente a cinco meticais e sessenta e um centavos de benefício. A
mesma foi superior a taxa de juro aplicada pelos bancos comerciais do Município da Maxixe
(BIM, BCI, Barclays, Standard Bank, Socremo e FNB) que foi de 8% demonstrando que foi mais
vantajoso o empresário investir 9,363,041.50Mt na cadeia de valor da madeira ao invés de
depositar a prazo o valor em um dos bancos comerciais do Município.
5.2.Recomendações
As instituições financeiras
COUTINHO, C.P. & CHAVES, J.H. (2002). O estudo de caso na investigação em tecnologia.
GIL, Antônio Carlos (2010). Métodos e técnicas de pesquisa social, 6 ed. São Paulo: Atlas.
FAO (1999). Asserraderos pequenos y medianos en los países en desarrollo, Guia para seu
planification y estabelecimiento, Roma.
FERREIRA, Eric Baptista e OLIVEIRA, Marcelo da Silva (2008). Introdução á estatística, 1ed,
Universidade Federal de Lavras.
KAPLINSKY, R. (2001). Learning networks in the South African auto components industry.
Innovation News.
MARION, José Carlos (2006). Contabilidade empresarial. 12aed. São Paulo: Atlas.
NOREEN, Eric; BREWER, Peter (2011), Contabilidade gerêncial, 11aed, editora: LTC.
41 UEM-ESUDER Márcia Nhavura Sibanda Licenciatura em Economia Agrária
Análise da Rentabilidade Económica da Cadeia de Valor da Madeira no Município da Maxixe no período entre 2009
á 2013: Caso da Empresa Construtora Integral
SANTOS, José Luiz dos; SCHMIDT, Paulo; MARTINS, Marco António (2006), Fundamentos
de análise das demonstrações contábeis. São Paulo:Atlas, (Colecção de resumos de contabilidade;
v.21).
SILVA, Francisco Gomes (2008), Gestão da Empresa Agrícola - Manual para Agricultores
1ªEdição.
PINHEIRO, António Cipriano Afonso & CARVALHO, Maria Leonor da Silva (2003).
Economia e Políticas Agrícolas. 1 ª ed. Lisboa. 326 p.
PIZA, C.T.; R.W. WELSH, (1999). Introdução à Análise da Comercialização. Série Apostila n.º
10. Departamento de Economia - ESALQ/USP, Piracicaba-SP.
REZENDE, José Luiz Pereira, PADUA, Cláudio Túlio Jorge, OLIVEIRA, António Donizette
(2006). Análise Económica De Fomento Florestal Com Eucalipto No Estado De Minas Gerais.
ROCHA, M.P. (1999). Desdobro primário da madeira, Série Didáctica n° 02/99, Curitiba: Fupef,
1999.
SANTOS, José Luiz; SCHIMIDT, Paulo; FERNANDES, Luciane Alves; MACHADO, Nilson
Perinazzo (2007). Teoria da contabilidade: introdutória, intermediaria e avançada. São Paulo:
Atlas.
SOARES, C.P.B., NETO, F.P. & SOUSA, A. L. (2007). Dendrometria e inventário florestal,
Viçosa.
PINDYCK, Robert & RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. S. Paulo: Makron Books, 1994.
WERNKE, Rodney. (2008). Gestão de custos: uma abordagem pratica.São Paulo: Atlas.
WILLINSTON, E.M. (1976). Lumber Manufacturing: The Design and Operation of Sawmills
and Planer Mills. San Francisco: Editora Miller Freeman Publications.
YIN, Robert K.(2001). Estudo de caso – planejamento e métodos. 2ed. Porto Alegre: Bookman.
I
APÊNDICES
Fig1: Charriot de fita (carro para toros) Fig2: Camioneta usado para transporte de toros
Fig3: Toros após descarregamento na empresa Fig4: Serragem de toro em madeira serrada
II
Fig5: Afiador de fitas Fig6: Serra de disco
III
Tabela 01: Volume de produção, receitas, custos e lucros anuais da empresa Construtora
Integral da Maxixe
Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 Total Média custo% Total%
Quantidades vendidas de madeira (m3) 271.55 324.56 405.88 440.31 521.98 1,964.28 392.86
Preço da Madeira (Mt/m3) 25,000.00 25,000.00 28,000.00 37,000.00 37,000.00 152,000.00 30,400.00
Receitas Madeiras (Mt) 6,788,700.00 8,113,950.00 11,364,668.00 16,291,470.00 19,313,223.00 61,872,011.00 12,374,402.20
Custos fixos -
Salários 924,000.00 924,000.00 924,000.00 924,000.00 924,000.00 4,620,000.00 924,000.00
salario com contabilista (1) 108,000.00 108,000.00 108,000.00 108,000.00 108,000.00 540,000.00 108,000.00 5.77%
salario do Motorista (1) 60,000.00 60,000.00 60,000.00 60,000.00 60,000.00 300,000.00 60,000.00 3.20%
Salario com processador (2) 756,000.00 756,000.00 756,000.00 756,000.00 756,000.00 3,780,000.00 756,000.00 40.37%
Depreciacao dos Equipamentos 409,055.90 409,055.90 409,055.90 409,055.90 409,055.90 2,045,279.50 409,055.90
Charriot de fita (1) 185,600.00 185,600.00 185,600.00 185,600.00 185,600.00 928,000.00 185,600.00 9.91%
Serra disco (1) 25,000.00 25,000.00 25,000.00 25,000.00 25,000.00 125,000.00 25,000.00 1.34%
Afiador de serrasv (1) 6,178.90 6,178.90 6,178.90 6,178.90 6,178.90 30,894.50 6,178.90 0.33%
Tupia (1) 7,352.00 7,352.00 7,352.00 7,352.00 7,352.00 36,760.00 7,352.00 0.39%
Garlopa (1) 15,500.00 15,500.00 15,500.00 15,500.00 15,500.00 77,500.00 15,500.00 0.83%
Lichadora (1) 11,442.50 11,442.50 11,442.50 11,442.50 11,442.50 57,212.50 11,442.50 0.61%
Camionete (1) 55,000.00 55,000.00 55,000.00 55,000.00 55,000.00 275,000.00 55,000.00 2.94%
Instalações (1) 102,982.50 102,982.50 102,982.50 102,982.50 102,982.50 514,912.50 102,982.50 5.50%
Sub total 1 1,333,055.90 1,333,055.90 1,333,055.90 1,333,055.90 1,333,055.90 6,665,279.50 1,333,055.90 71%
Custos Variaveis -
Agua 1,932.00 2,502.00 3,336.00 4,056.00 4,890.00 16,716.00 3,343.20 0.18%
Energia 62,376.00 67,596.00 69,036.00 71,250.00 73,956.00 344,214.00 68,842.80 3.68%
Combustivel 210,000.00 240,000.00 250,000.00 250,000.00 254,000.00 1,204,000.00 240,800.00 12.86%
Custo de licencas de corte 85,774.00 112,279.00 102,940.50 360,465.00 332,968.50 994,427.00 198,885.40 10.62%
Custo de inventario florestal 12,000.00 12,000.00 12,000.00 12,000.00 40,000.00 88,000.00 17,600.00 0.94%
Taxa de Lixo 7,200.00 9,000.00 9,000.00 11,160.00 11,160.00 47,520.00 9,504.00 0.51%
INSS 517.00 517.00 617.00 617.00 617.00 2,885.00 577.00 0.03%
Sub total 2 379,799.00 443,894.00 446,929.50 709,548.00 717,591.50 2,697,762.00 539,552.40 29%
Custo total 1,712,854.90 1,776,949.90 1,779,985.40 2,042,603.90 2,050,647.40 9,363,041.50 1,872,608.30
Lucro bruto 5,075,845.10 6,337,000.10 9,584,682.60 14,248,866.10 17,262,575.60 52,508,969.50 10,501,793.90 - -
Lucro liquido 4,970,354.10 6,203,204.10 9,460,125.10 13,864,624.10 16,877,830.10 51,376,137.50 10,275,227.50 100% 100%
Indicadores de rentabilidade
MB 75% 78% 84% 87% 89% 4.14 84.87
RBC 3.96 4.57 6.38 7.98 9.42 6.61 6.61
TRICO 296% 357% 538% 698% 842% 5.61 561%
ML 296% 357% 538% 698% 842% 27.31 549%
IV
Tabela 02: Taxas de juro do depósito á prazo do mercado
Descrição Taxas de juro
BIM 13%
BCI 9%
Standard Bank 7%
Barclays 5%
FNB 6.45%
Média 8%
Tabela 05: Percentual dos custos fixos e variáveis Gráfico I: Tendências do preço