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Autor:
Supervisor:
Co – Supervisor
UEM - ESUDER
Vilankulo
2015
DECLARAÇÃO DE HONRA
________________________________________
A minha mãe Elsa Francisco Ramiro & Wilson Niquice Matsinhe (in memorial).
Ao meu irmão Silvestre J. Campos António e junto com a sua esposa Maimuna Abu-Bakar.
A minha esposa Anastância Savene Come e aos meus filhos Edy, Sheron e Wanaya
AGRADECIMENTOS
Agradeço à DEUS todo-poderoso, por me dar saúde para concretizar mais um objectivo na
minha vida.
Ao meu supervisor dr. Anito Xavier Chimela Gomes, pela orientação, estímulo,
disponibilidade e paciência que teve durante a realização deste trabalho. E também
aproveitar agradecer ao corpo docente da Universidade Eduardo Mondlane em especial a
Escola Superior de Desenvolvimento Rural pela sua contribuição para a minha formação.
À minha família que sempre soube dar apoio moral, em especial a minha mãe Elsa Francisco
Ramiro Banze e Wilson Niquice Matsinhe (in mimorial) por me terem feito o homem que
hoje sou, a minha esposa Anastância Come, aos meus irmãos em especial Silvestre José
Campos, Telma Wilson, Irene Wilson, Saquina Carlos,e a minha cunhada Maimuna Abu-
Bakar que tanto torceram, pressionaram-me e ajudaram-me por ideias e opiniões para o
desenvolvimento deste trabalho. E sem me esquecer de meus amigos em especial o dr.
Agostinho Timbe e dr. Jaime Julião Panguene, e aos colegas do curso especialmente para
Lourenço Paulo Nhavotso, Nilsa Mucavele, Elisabeth Carlos, Geraldo da Silva, Mércio
Maheme, entre outros que directo ou indirectamente contribuíram para que o presente
trabalho se concretizasse.
i
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de Tabelas
Tabela nº 4 Número de Membros de Agregado Familiar por cada Chefe de Família ............. 22
Tabela nº 5 Nível de Educação dos Comerciantes e a Forma Usada para o Controlo das
Contas ....................................................................................................................................... 24
Tabela nº 6: Relação entre o Rendimento com o Método usado para o Controlo das Contas . 24
Tabela nº 8: Nível de contribuição das receitas colectadas no comércio informal nas receitas
totais do Município de Vilankulo (2008-2013). ....................................................................... 33
Lista de Figuras
iii
LISTA DE APÊNDICES
Lista de Apêndices
Parte II. Descrever o impacto do comércio informal no mercado central ................................ III
Apêndice 2: Receitas anuais arrecadadas pelo município pela realização do comércio informal
em meticais. ............................................................................................................................... V
iv
GLOSSÁRIO
Ambulante- Pessoa que comercializa seus produtos em constantes movimentos, isto é, sem
local fixo.
Xitique- consiste em pequeno grupo de (4-10) que se reúnem com objectivos de contribuir
com mesmo montante para um fundo comum, que é tomado rotativamente por um
determinado membro do grupo, até se completar um ciclo, em que cada um tem a sua vez de
receber.
v
RESUMO
O presente trabalho tem em vista analisar o contributo do comércio informal no
desenvolvimento socioeconómico da Vila de Vilankulo tendo como o caso do mercado
Central entre os anos 2008 à2013.Temos como objectivos específicos classificação dos
comerciantes informais do mercado central de Vilankulo, a identificação das formas usadas
pelos comerciantes na prática do comércio informal e descrição do impacto do mesmo na
Vila de Vilankulo. O trabalho foi feito na base de dados primários e secundários, em que os
primários foram os questionários usando o método descritivo aplicados aos comerciantes
informais, chefe do mercado central, chefe de mercados e feiras a nível de Vilankulo e dados
secundários foram baseados em pesquisas bibliográficas e consulta de documentos. O
trabalho concluiu que existem dois tipos de comerciantes informais, os que exercem o
comércio informal por ser uma actividade alternativa e os que exercem por ser
complementar. O trabalho mostra-nos ainda que com o comércio informal criam-se postos
de trabalho para as famílias carenciadas sobretudo as mulheres, e que traduz mudança de
padrão de vida dos que o praticam, visto que, conseguem através de rendimentos a compra
de bens duradouros e outros produtos da primeira necessidade para a sua sobrevivência, e
por fim a pesquisa constatou que ao praticar-se o comércio informal o Município arrecada
receitas fiscais pelo exercício desta actividade e com as mesmas fazem-se investimentos
patrimoniais e correntes promovendo desta forma o desenvolvimento do mesmo do
Município.
vi
ÍNDICE
Conteúdo Páginas
CAPITULO I. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
CAPITULO I. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
A actividade do comércio informal, surge como mecanismo de reverter o cenário trazido pelo
sector formal, por ter uma fraca capacidade em gerar emprego e rendimentos em muitos
países, fazendo com que o sector informal ganhe um papel importante e cabe por ser um meio
amortecedor de tensões económico-sociais. Ainda o mesmo sector assegura a manutenção dos
níveis mínimos de coesão da sociedade através da criação de empregos em situação de crise
sócio económico e da geração de oportunidades de obtenção de rendimentos para os grupos
mais desfavorecidos (LOPES, 1999).
O sector informal (SI) compreende unidades de pequena escala que produzem e distribuem
bens e serviços e é composto, essencialmente, por produtores independentes, à conta própria,
em zonas urbanas dos países em desenvolvimento, alguns dos quais, também, empregam a
mão-de-obra familiar e ou poucos trabalhadores recrutados. Este sector funciona com pouco
capital e arrecada receitas mas os seus postos de emprego são instáveis. (ANDELA, 2008).
O sector informal tem vindo a crescer na África Subsahariana, empregando uma percentagem
elevada da população Economicamente Activa. Evidências sugerem que o sector informal é
maior na África Subsahariana do que em outras partes do mundo em desenvolvimento, pois
ocupa 60-80% do total do emprego não agrícola (CHARMES citado por MAPOSSE, 2011).
De acordo com o AMARAL (2005), “está provado que nas cidades dos países em
desenvolvimento, com manifestas dificuldades do estado e do sector dito formal darem
respostas às necessidades básicas da população, o sector informal supre essas faltas, quer nas
áreas da produção, da distribuição, da construção, dos serviços sociais e, sobretudo, do
emprego gerador de oportunidades salariais de uma grande parte da população.” Apesar de se
associar mais o sector informal às grandes cidades, a informalidade é um fenómeno tanto rural
como urbano. No meio urbano, o sector informal abrange 68%, contra cerca de 32% no sector
formal. No meio rural, o sector informal tem um peso muito maior, cerca de 95% do total dos
trabalhadores, contra 5% no sector formal (FRANCISCO&PAULO, 2006).
Estima-se que na África Subsaariana o sector formal absorve apenas 6% dos que se
empregam pela 1a vez enquanto que, o sector informal recebe 75% (SANDHOP citado por
ARNALDO, 1996). E em Moçambique, de acordo com (CENSO, 2005) até o ano de
2005cerca de 75,2% da população activa encontrava-se no sector informal contra 7,9% no
formal.
1.3 Justificativa
Inquérito realizado pelo INE em 2005 aponta que 75% da população economicamente activa
em Moçambique tem emprego informal (INE, 2006). Segundo os autores como CRUZ &
SILVA (2006), o comércio informal é uma actividade que surge para aliviar a pobreza e
acalmar os anseios da população pelo emprego formal.
A escolha deste tema deve-se ao facto ser o sector informal que quase oferece mais postos de
trabalho quando comparado com os outros ramos de actividades no município de Vilankulo,
e desta forma, expressa extrema importância para a sobrevivência de muitas famílias, e ao
mesmo tempo contribuindo no desenvolvimento da autarquia, daí a pertinência em realizar o
presente estudo.
Do ponto de vista prático, pretende-se despertar a população que o comércio informal tem
sido um meio para suprimir as necessidades dos que se encontram no desemprego, e para os
governantes é um meio de arrecadação das receitas que contribuem no melhoramento de
patrão de vida dos munícipes dai que, esta actividade deve ser vista como uma oportunidade
conducente ao desenvolvimento.
1.4Objectivos:
1.4.1 Geral
Analisar o contributo do comércio informal no desenvolvimento sócio-económico da
Vila de Vilankulo.
1.4.2 Específicos
2.1 Conceptualização
Enquanto isso, CHICHAVA (1998) define comércio informal como sendo “fora da lei,
ilegalidade e clandestino onde fazem parte todas actividades não registadas nas contas
Nacionais”.
Segundo este autor, considera ainda que existem aqueles que dão o realce dos aspectos
económicos, alvejando o comércio informal como sendo uma economia secundária alternativa
e marginal. Este referiu ainda que existem também aqueles que vêem o comércio informal sob
ponto de vista político e que afirmam que o comércio informal é uma alternativa de
desenvolvimento da economia Nacional. Todavia, este autor aborda que o comércio informal
é todo o trabalho que os indivíduos realizam além de suas unidades de produção e escritórios
formais, facto que se caracteriza pela inexistência de contrato, ou seja, acordo de trabalho
reconhecido pelas partes.
Mercado informal - Não é tarefa fácil dar a definição de mercado informal, dada a existência
de variedades de definições. No entanto, um grande número de autores define o Mercado
Informal como sendo aquele onde prevalece o mínimo de intervenção do governo, não
cumpre as leis ou regras, especialmente as legislações fiscais e trabalhistas, sem contratos
registados junto à seguridade social, sem tempo de duração e sem que sejam definidos de
forma clara itens básicos como função, horas trabalhadas, descanso semanal remunerado,
entre outros (CORREA & LOPES, 2009).
Como se pôde ver, estes elementos de caracterização do estado de uma economia nacional
demonstram que será sempre necessária uma base económica bem estruturada para que na
economia e sociedade de um país existam esses elementos. Desta forma, assume-se que o
crescimento económico seja uma condição necessária, mas não suficiente para que haja
desenvolvimento económico. Através do crescimento económico criam-se as condições
materiais para que o desenvolvimento económico surja como consequência.
Para a OIT (2006) o sector informal pode ser definido como “um conjunto de unidades
empenhadas na produção de bens ou serviços, tendo como principal objectivo a criação de
empregos e de rendimentos para as pessoas nelas envolvidas”.
Estas actividades funcionam normalmente com um fraco nível de organização, com pouca
ou nenhuma divisão entre trabalho e capital, enquanto factores de produção, e operam em
escala reduzida. As relações de trabalho quando existem baseiam-se, na maior parte das
vezes, no emprego ocasional, no parentesco, e nas relações pessoais e sociais, mais do que
em acordos contratuais formais.
Não existe uma definição única e nem de consenso, para a designação do sector informal e o
problema não tem a ver só com o significado da expressão sector informal, mas também com
a escolha da expressão que melhor traduz este fenómeno.
Para NORONHA (2003) a utilização dos conceitos “formal” e “informal” não é clara, assim
como não há coesão sobre o papel da legislação nos contratos de trabalho. Este autor sugere
o uso do conceito “informalidade”, cujo significado depende sobretudo da compreensão do
conceito “formalidade” predominante em cada país, região, sector ou categoria profissional.
Ainda, a OIT (2006) considera ainda que qualquer negócio/empresa não matriculado junto
do governo nacional local pertence ao sector informal; não se incluem as actividades ilícitas
(contra bando, roubo, tráfico de droga, etc.) e compreende essencialmente, as chamadas
actividades de sobrevivência, abrangendo as pequenas empresas, as microempresas, os
trabalhadores independentes e o auto-emprego.
Conforme com o aludido pelos autores, as definições dão muito enfoque às actividades de
subsistência e não captadas pelas estatísticas oficiais, devido ao motivo de estas serem
desenvolvidas clandestinamente, não no sentido de uma prática criminal, mas apenas no
sentido de não formalização daquilo que por lei é expressamente proibido.
Neste sentido, e para efeito do presente trabalho, considera-se sector informal como sendo
segmento da economia onde ocorre a prática de actividades legalmente permitidas ou pelo
menos não expressamente proibidas por lei, mas que para além de não estarem registadas,
quer para fins tributários oficiais, como para efeito de cadastro comercial, estão fora das
estatísticas oficiais do país, o que conclui-se que é um sector que funciona à margem do
controle estatístico ou contabilístico e fiscal e que ainda não apresenta contractos para os
seus trabalhadores.
De acordo com ABREU (2007), os espaços dos países em desenvolvimento (como é o caso
Moçambique) caracterizam-se basicamente por se organizarem em função de interesses
estrangeiros. São espaços descontínuos, instáveis e multipolarizados, marcados por grandes
diferenças em termos de renda.
Ainda de acordo com o mesmo autor, o circuito superior é directamente organizado a partir
da modernização tecnológica. Este circuito compreende as actividades de capital-intensivas,
realizadas em grande escala, usando técnicas modernas. O circuito inferior consiste em
actividades de pequena escala destinadas principalmente à população pobre. A formação
destes dois circuitos é directamente ligada à modernização tecnológica actual. E essa
modernização não consegue gerar um número suficiente de empregos.
Por isso, na sociedade rural, existe um grande número de pessoas que vivem de salários
extremamente baixos ou sem trabalho fixo, ao lado de uma minoria com renda extremamente
alta. São estas diferenças que constituem a causa e o efeito da existência de dois circuitos de
produção, distribuição e consumo de bens nesses locais. Os dois circuitos não são sistemas
isolados, pelo contrário, estão em permanente interacção.
É uma nova reacção à crise de emprego no sector formal que está associada a perda de
emprego e às Políticas de Ajustamento Estrutural.
As actividades do sector informal, até os anos 80, eram realizadas por trabalhadores auto
empregados e baseados nas cidades. As maiorias destes eram imigrantes rurais sem nenhuma
educação formal. Eram trabalhadores pobres engajados na produção marginal ou na
importação de bens de consumo que eram escassos nas zonas dos países em
desenvolvimento, mas muito procurados (HOPE, 1996).
Segundo o mesmo autor, com o passar do tempo, tanto as actividades assim como as pessoas
envolvidas neste sector mudaram consideravelmente e passaram a incluir a classe de
trabalhadores profissionais e gestores, alguns dos quais são funcionários do Estado ou estão
no sector formal a tempo inteiro e permutam entre o sector formal e subterrâneo até no
mesmo dia. As actividades expandiram-se de tal forma que o sector formal expande
actividades para o sector informal para resolver alguns problemas como o fornecimento de
medicamentos e outros produtos.
Durante algum tempo o sector subterrâneo (informal) foi visto como um fenómeno
passageiro que ia desaparecer à medida que o sector formal crescesse e absorvesse muita
mão-de-obra. Esta visão foi baseada na perspectiva da (OIT, 1996) que considerou o sector
informal essencialmente disfuncional e isso levou a que as pessoas pensassem que fosse
Feliciano Wilson N. Matsinhe Licenciatura em Economia Agrária Página 10
Contributo do Comércio Informal no Desenvolvimento Socioeconómico da Vila de Vilankulo. Estudo de Caso:
Mercado Central de Vilankulo (2008-2013)
passageiro. Mas, estudos realizados por KING (1996) &HOPE (1996) mostram que o sector
informal não desapareceu, pelo contrário cresceu substancialmente no Terceiro Mundo e
deixou de ser exclusivamente do domínio dos pobres urbanos e passou a incluir profissionais
e gestores do sector formal.
Alguns autores como CHICHAVA (1998), FRANCISCO & PAULO (2006) afirmam que as
actividades informais registaram um grande crescimento, a partir dos anos 80, com a
introdução das reformas de reabilitação económica. Afirma CHICHAVA (1998), que em
Moçambique, o impulso ao desenvolvimento de actividades informais dá-se em 1987 no
com a implementação e impacto do Programa de Reabilitação Económica (PRE).
Tal como em qualquer país com um programa de reformas económicas financiadas pelas
instituições de Bretton Woods1, Moçambique ressentiu-se do impacto de tais medidas,
sobretudo nas camadas mais pobres, afectando os seus rendimentos, através da mudança nos
seus salários, quer através da alteração nos preços e também na diminuição do seu poder de
compra. Estas medidas também mudaram o nível e o grau de consumo, via redução das
despesas públicas, afectando particularmente o sector social. Ainda de acordo com o mesmo
autor, em Moçambique, as primeiras medidas de depreciação do metical (moeda nacional)
em 1987, provocaram o aumento de preços em 200%, e os salários nominais apenas
cresciam em 70%. (ABRAHAMSON& NILSSON, 1994).
Tendo em conta que 50% das famílias trabalhadoras moçambicanas o salário mínimo é a
principal fonte de rendimento, o nível acumulado da inflação (188% de 1986 a 1987) e o
consequente aumento dos preços, as reduções dos subsídios ao consumo e das despesas
sociais do Estado foram no seu conjunto, determinantes para a redução do rendimento real
das famílias, dado que a retirada subsídio de alimentação por exemplo implica que o
trabalhador do Estado tenha que custear as suas despesas com o valor que recebe no entanto
o valor real do seu vencimento é muito baixo dado o elevado custo dos alimentos, faz com
1
Bretton Woods foi o nome dado a um acordo de 1944 no qual estiveram presentes 45 países aliados e que tinha
como objectivo reger a política económica mundial. Segundo o acordo de Bretton Woods as moedas dos países
membros passariam a estar ligadas ao dólar variando numa estreita banda de +/- 1%, e a moeda norte-americana
estaria ligada ao Ouro a 35 dólares. Para que tudo funcionasse sem grandes sobressaltos foram criadas com o
acordo Bretton Woods duas entidades de supervisão, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco
Mundial.
Assim, com o acordo de Bretton Woods, o dólar passou a ser a moeda forte do sistema financeiro mundial e os
países membros utilizavam-na para financiar os seus desequilíbrios comerciais, minimizando custos de detenção
de diversas moedas estrangeiras.
que haja. Assim, algumas famílias não pobres antes do PRE, passaram à categoria de pobres
e os já pobres passaram para o grupo de indigentes (CHICHAVA, 1998).
FRANCISCO & PAULO (2006), analisam o PRE num sentido diferente de CHICHAVA
(1998). Para estes autores, a introdução do PRE, em 1987, permitiu que a economia informal
saísse da clandestinidade e do subterrâneo a que estava remetida, essencialmente por
imposição legal e determinação política do Estado. Porém, o que o PRE fez, foi converter
parte da economia nacional reprimida em economia informal consentida, pois, antes dessa
evolução, não se distinguia mercado negro (ilícito, criminoso e delituoso) de economia
informal consentida. Tudo era designado “candonga” (economia paralela).
Ainda de acordo com FRANCISCO & PAULO (2006), a partir da década de 80,
imediatamente após a decisão do Governo de liberalizar os preços de alguns produtos
(hortícolas, frutas e vegetais) em1985, as bancas dos mercados oficiais, até então totalmente
abandonadas e vazias, passaram a ficar repletas de produtos. Os mesmos produtos, até então,
eram vendidos em circuitos clandestinos, por se exigir que os preços a serem praticados
fossem os administrativos fixados pela burocracia governante.
O sector informal tem dois tipos de trabalhadores: “os assalariados e os não assalariados”
que geralmente são familiares não pagos regularmente, mas a quem lhes são concedidas
certas condições, como alojamento, alimentação e alguns subsídios (PROGRAMA DE
NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2001).
Acredita-se que a maior parte da força de trabalho ocupada no comércio informal é do sexo
feminino. Segundo CRUZ & SILVA (2005), os dados da Associação dos Operadores e
O sector informal inclui actividades económicas, tais como “bancos informais” que recolhem
pequenas poupanças e fazem empréstimos por segmentos da população que não têm acesso
ao crédito bancário (NAZARÉ, 2006).
O comércio informal não tem uma estrutura definida, nem registo. Funciona sem infra-
estruturas físicas mínimas e na maior parte dos casos, para além das construções precárias
onde estão instalados, não estão abrangidos por um sistema de saneamento de água, ou um
serviço de sanitários públicos, este processo mostra-se bastante insuficiente para as
necessidades existentes.
A sofisticação surge quando os locais de venda são estabelecidos territorialmente (e, por
isso, normalmente negociados) dentro do espaço dos mercados ou ao longo de passeios
concorridos. Os proprietários de bancas em mercados provisórios não oficiais normalmente
negociam um preço para aquisição do direito de vender a partir de um determinado local. A
partir daí, e nos locais mais recônditos, os proprietários de bancas e vendedores de rua –
embora tecnicamente ilegais e muitas vezes sujeitos à perseguição policial, multas e
confiscação dos seus produtos – têm de pagar taxas regulares diárias que são dadas aos
cobradores oficiais dos conselhos municipais.
Esta atitude parece ser lógica se considerar a existência de um sector informal cujos direitos
devem ser defendidos pelo Estado. Considerando que os recursos financeiros que circulam
no sector informal não entram no sector financeiro nacional, portanto não contribuem para o
aumento de poupanças nacionais nem os operadores se predispõem a pagar taxas ou
impostos. Pode se dizer que a sua actividade tem sido em grande medida exercida em
prejuízo do Estado e até mesmo da própria sociedade.
Contudo, importa notar que a posição do governo face ao sector informal tem vindo a mudar
drasticamente pois já existem facilidades para um registo rápido de actividades, sistema de
Feliciano Wilson N. Matsinhe Licenciatura em Economia Agrária Página 14
Contributo do Comércio Informal no Desenvolvimento Socioeconómico da Vila de Vilankulo. Estudo de Caso:
Mercado Central de Vilankulo (2008-2013)
pagamento de taxas para o pequeno contribuinte formal ou informal que não precisa de
nenhumas demonstrações contabilísticas nem questionamentos maiores. A existência destas
políticas poderá no futuro contribui para encaminhar os operadores do sector informal para o
sector formal.
Um sistema de recolha de taxas para estes operadores também poderá ser um incentivo.
Importa referir que uma das vantagens que o comércio informal terá no futuro, será a
facilidade de obter empréstimos, recursos a consignação de produtos, benefícios em
descontos para grandes aquisições, períodos de pagamento aos fornecedores mais amplos,
descontos nos impostos relativos aos investimentos efectuados nos seus estabelecimentos ou
melhoramentos.
Este capítulo consistiu em apresentar as fases pelas quais foram aplicadas para a realização
do trabalho, principalmente aspectos relacionados com os métodos e técnicas que se
aplicaram para a execução do mesmo.
Com semelhança de outros mercados do País, o mercado conheceu momentos em que quase
ficou sem comerciantes devido a guerra de desestabilização que afectou o País e só depois dos
acordos de Paz o mercado começou a registar maior fluxo dos comerciantes informais vindos
de muitos pontos do País.
O inquérito foi conduzido aos comerciantes informais do mercado Central de Vilankulo, que
são compostos uma população de 2051 comerciantes informais.
A amostragem é a técnica para obter uma amostra (parte) de uma população. Uma população,
por sua vez, é um conjunto de elementos que possuem algumas características em comum. A
colecta de uma amostra faz-se necessária quando se pretende saber informações sobre a
população em estudo. O levantamento por amostragem apresenta algumas vantagens em
relação ao levantamento de toda a população. A amostragem implica em custo menor e
resultado em menor tempo (KARMEL, P H.; POLASEK, 1977).
Neste processo foram no total conduzidas 103 entrevistas junto aos comerciantes informais do
mercado Central de Vilankulo mais duas (sendo uma ao chefe do departamento dos mercados
e uma junto ao chefe do mercado.
Nas variáveis qualitativa para o presente trabalho temos como variável a melhoria de
qualidade de vida (Educação, Saúde e Habitação condigna).
A pesquisa abrangeu 103 comerciantes, dos quais 34 (33%) eram homens e 69 (67%)
mulheres, com idades compreendidas entre 15 aos 65 anos, como ilustra a Tabela 1. De
acordo com a tabela, verifica-se maior presença de jovens entre 15 a 25 anos de idade na sua
maioria mulheres desenvolvendo o comércio informal.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da entrevista (2014)
Duma forma geral, a maior parte dos comerciantes informais (93%), não têm outra
actividade que gera rendimentos para além do comércio informal, assim esta actividade para
eles torna-se a base de sustento para as suas famílias, sendo que, a minoria (7%) têm outras
fontes de renda (Tabela 2). Para além disso, os dados indicam a maior presença de mulheres
a praticarem o comércio como actividade alternativa em conta própria em 72%, do que, os
homens que se representam em 28%, no entanto, essa predominância de mulheres
trabalhadoras está relacionada ao facto de ser uma actividade de fácil acesso que exige
reduzido investimento inicial e não requer qualificações profissionais específicas (LOPES,
2003).
Por outro lado, a maior participação das mulheres está relacionada ao facto da actividade
permitir o acesso e o controlo directo dos rendimentos, autonomia… (LOFORTE, 2000).
As mulheres envolvem-se cada vez mais no comércio informal porque para além de suprir o
magro orçamento familiar, o comércio informal emerge como uma estratégia para ganhar
influência social, constitui uma forma de luta e de resistência contra a ideologia do poder
patriarcal que relega as mulheres à domesticidade e vida familiar (Ibid).
Os dados revelam também maior destaque de jovens com idades compreendidas na faixa
etária entre (15-25) anos, (26-35) anos, em 42 e 26 comerciantes, respectivamente (Tabela
1). De acordo com MELO & TELES, (2000) a ocupação desta força de trabalho no comércio
informal pode estar relacionada com a dificuldade que encontram em conseguir ocupação
formal, uma vez que, para jovens “o mercado exige uma experiência que esta camada não
possui, e a induz indirectamente a obter a mesma experiência em uma ocupação informal”
Fonte: Elaborado pelo autor de com base nos dados da entrevista (2014)
2
O trabalhador por conta própria é aquele que, ao exercer a sua profissão, fá-lo sem empregados assalariados
e que o rendimento do seu trabalho reverte para ele próprio. Este pode ter empresa e também pode desenvolver a
sua actividade em casa, na barraca, na rua, no mercado ou na esquina. Difere do empregador por este ser
proprietário de um estabelecimento que emprega trabalhadores
assalariados (ARNALDO, 1999).
Feliciano Wilson N. Matsinhe Licenciatura em Economia Agrária Página 21
Contributo do Comércio Informal no Desenvolvimento Socioeconómico da Vila de Vilankulo. Estudo de Caso:
Mercado Central de Vilankulo (2008-2013)
Comerciantes informais
Chefes de família Não chefes de família
Idade H M Total H M Total
15-25 9 27 36 2 4 6
26-35 15 8 23 1 2 3
36-45 3 19 22 0 1 1
46- > 4 8 12 0 0 0
Total 31 62 93 3 7 10
Percentagem 33% 67% 100% 30% 70% 100%
Total
Total dos comerciantes 93 10 103
Percentagem 90% 10% 100%
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da entrevista (2014)
2-4 36 35%
5-7 57 65%
Total 93 100%
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da entrevista (2014)
De acordo com dados da pesquisa, indicam que, 90% dos comerciantes são chefes de família,
em que 33% são homens e 67% são mulheres (Tabela 3) na sua maioria solteiras e viúvas. As
mulheres solteiras, viúvas e chefes de família têm um grande desafio em sustentar o seu
agregado familiar, visto que já estão numa idade em que a sua capacidade produtiva é baixa o
que pode ter implicações directas no rendimento. De acordo com os dados da Tabela 4, o
número de agregado familiar destes chefes de famílias é de 2 a 7 membros, em que, 35% tem
um agregado de 2 à 4 e 65% têm 5 a 7 membros, estes compostos por filhos, netos e outros
familiares.
O baixo nível de formação académica parece impedir uma organização racional de comércio.
Por exemplo a maioria dos comerciantes que não fazem o registo contabilístico têm nível de
formação académica mais baixo (Tabela 5).
Tabela 5: Nível de Educação dos Comerciantes e a Forma Usada para o Controlo das
Contas
Educação Nº de Comerciantes Comerciantes que não
Comerciantes que fazem fazem registo das
registo das contas
contas
Sem formação 40 0 40
Primário 34 1 33
Elementar
Primário 16 1 15
segundo grau
Secundário 13 7 6
Superior 0 0 0
Total 103 9 94
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da entrevista (2014)
Nesta categoria é notório o facto de (38% de homens - mulheres) exercerem esta actividade
no intervalo entre 6 a 10 anos. Estes testemunham o crescimento da actividade informal
naquele local, conforme ilustra a Figura nº 1.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da entrevista (2014)
Os vendedores informais deste mercado referiram que vendiam numa banca móvel, que na
verdade refere-se a uma pequena mesa precária e em sacos onde colocam os seus
diversificados produtos e no final de cada jornada de trabalho removem-nos para o local
onde armazenam.
Os produtos são vendidos de maneiras diferenciadas das quais, a categoria de chão é a mais
usada perfazendo (58%). Sendo que 21% são da categoria ambulante, 13% na categoria dos
que vendem na mesa, e nas barracas um número reduzido de 8% de acordo com a Figura 2.
VILANCULOS (15 de Agosto, 2014,cp.) disse: “Prefiro usar o chão pois, as pessoas têm
preferência em coisas organizadas. No chão consigo arrumar muito bem os produtos, para
além de que faz com que os compradores apreciem melhor as coisas e atrai facilmente os
clientes”.
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da entrevista (2014)
(…) Passamos quase todos os dias nesse lugar, o que podemos dizer é que a nossa
verdadeira casa é aqui mesmo (…) descansamos normalmente aos domingos pois
precisamos de ir a igreja. Às vezes mesmo depois de termos ido a igreja voltamos para
vender um pouco mais”3
Actividade
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da entrevista (2014)
3
TANGUNE, (15 de Agosto, 2014,Cp.)
Feliciano Wilson N. Matsinhe Licenciatura em Economia Agrária Página 26
Contributo do Comércio Informal no Desenvolvimento Socioeconómico da Vila de Vilankulo. Estudo de Caso:
Mercado Central de Vilankulo (2008-2013)
São comercializados produtos alimentares a retalho4, este tipo de comércio está associado ao
tipo de produtos vendidos e com o facto de o comércio informal incluir todas as actividades
que envolvem a venda directa de bens e serviços ao consumidor final, para o uso pessoal,
familiar ou doméstico, isto é, os bens transaccionados não requerem transformação, são
vendidos da maneira como foram adquiridos, o que poupa tempo e os livra de qualquer
esforço5. Desta feita, a Figura 4, mostra-nos a maior frequência de produtos alimentares
(60%), material escolar (20%), calcados (5%), vestiários (4%) e outros em (11%).
Ainda, o motivo para que o comércio a retalho seja o mais dominante no informal está
associado ao tipo de venda e ao poder de compra, uma vez que muitas famílias não têm
possibilidades de comprar produtos em grandes quantidades e as vendas são efectuadas em
unidades ou quantidades muito pequenas, como por exemplo o açúcar em vez de ser vendido
em quilogramas pode ser vendido em copos ou em colheres para as famílias que não têm
posses para comprar em quilogramas. O imperativo de satisfazer as obrigações de
solidariedade familiar e comunitária e a insuficiência de infra-estruturas materiais relativas a
exposição, conservação e armazenamento de produtos (LOPES, 2003), também faz com que
os indivíduos se refugiem no comércio a retalho. Por outro lado, o próprio comerciante em
algumas vezes possui pequenas quantidades de stock que não permite vender em grandes
quantidades.
4
Identificação baseada na observação (100%) dos inqueridos vende os seus produtos a retalho
5
Citado por MAPOSSE (2011)
Feliciano Wilson N. Matsinhe Licenciatura em Economia Agrária Página 27
Contributo do Comércio Informal no Desenvolvimento Socioeconómico da Vila de Vilankulo. Estudo de Caso:
Mercado Central de Vilankulo (2008-2013)
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da entrevista (2014)
As senhoras que vendem roupa usada vulgarmente conhecida por (calamidade) quando
questionadas pela preferência deste tipo de negócio responderam o seguinte: “Um grupo,
dizia (…), nós escolhemos este negócio porque rende, conseguimos dar de comer aos
nossos filhos, mandar lhes a escola e quando compramos um fardo para venda antes de
começar a vender conseguimos tirar algumas roupas para eles, depois vendemos e
conseguimos o valor para compra de um outro fardo, assim a vinda anda”6
Quase todos os produtos são adquiridos nas lojas e nos armazéns existentes na Vila de
Vilankulo e da cidade de Maxixe assim como na província de Maputo.
São vários os motivos que levam os vendedores informais a preferirem esta actividade,
contudo os mesmos resumem-se em dois, nomeadamente: a Falta de emprego e consequente
necessidade de procura do sustento para as suas famílias, facto que não se pode subestimar
esta actividade que embora seja praticada em algum momento num espaço impróprio
participa do desenvolvimento económico das famílias moçambicanas no caso concreto das
que se encontram no local em estudo.
6
Senhoras Benilde José & Sauneta Jonas (25 de Agosto de 2014, Cp.)
Feliciano Wilson N. Matsinhe Licenciatura em Economia Agrária Página 28
Contributo do Comércio Informal no Desenvolvimento Socioeconómico da Vila de Vilankulo. Estudo de Caso:
Mercado Central de Vilankulo (2008-2013)
Por isso que quase todos foram unânimes em frisar que se houver interdição desta actividade
podem enfrentar sérios problemas no que se refere à busca de sustento para as suas famílias.
“Ainda com este negócio conseguimos ganhar lucros que nos permite abrir outros negócios
noutros sítios…por exemplo: Quatro senhoras disseram que tinham construído casas próprias
e três, compraram viaturas.”
“Nós não temos problemas de falta de dinheiro para levar nossas famílias ao hospital
porque conseguimos guardar algum no banco.”Dizia a Sra. Paula (20 de Agosto de 2014,
Cp.)
Em relação aos homens, estes estão mais virados para além da roupa usada vendem roupa
nova, calçado, créditos, produtos de beleza, material escolar e outros.
Alguns chegaram a dizer que conseguiram comprar talhões para construírem casas próprias e
deixaram de viver em casas arrendadas ou dos seus familiares, isto é, alcançaram a sua
independência com a prática do comércio informal.
Por isso quando perguntamos, se um dia se o município lhes proibisse a prática desta
actividade, neste local que seria deles? Responderam: (…) seria triste, porque nós vendemos
por falta de emprego, ficaríamos sem ocupação e passaríamos a roubar ou entraríamos no
mundo das drogas, como forma de nos disfarçarmos dos problemas da carência.”7
Dizia um dos vendedores ambulantes, com 18 anos de idade, órfão dos pais, vive com dois
irmãos menores, é o mais velho e eles precisam ir a escola, comer, vestir. Os familiares, que
são tios paternos não têm condições para lhes sustentar, por isso que ele encontrou esta saída
para o sustento dos irmãos e ele estuda a noite.
Referiu ainda que para começar o negócio pediu emprestado um valor ao primo funcionário
do Estado, aplicou e que já conseguiu reembolsar a dívida e agora está a vender na base de
fundos próprios. Está conseguindo pagar a sua escola e dos irmãos, a vida deles está normal.
Resultados similares sobre a fonte de capital para o início do comércio informal foram
encontrados num estudo efectuado por LUBELL8 (1993) em Nova Delhi, tendo constatado
7
Pedro (19 de Agosto, 2014, Cp.)
8
Citado por MAPOSSE, A. H. S. (2011): O papel do comércio informal na ocupação da força de trabalho em
Moçambique. Maputo:UEM
que 84,0% de empresários que estão no comércio informal, para o início do seu negócio,
usaram poupanças pessoais ou empréstimos a familiares.
Para entender as condições de vida de uma população, o trabalho (emprego) tem uma
importância fundamental, seja no sentido social, seja no económico. Individualmente, é uma
das principais formas de realização social. Além disso, é a maior fonte geradora de
rendimento e riquezas, tanto para o indivíduo, quanto para a sociedade como um todo IPEA
(2005).
Fonte: Elaborado pelo autor de acordo com dados fornecidos pelo Município (2014)
2013, foi o pico do período com 6400 postos de emprego criados, este crescimento deve-se
ao facto de haver rigidez de oferta no emprego formal.
Fonte: Elaborado pelo autor de acordo com dados recolhidos no Município (2014)
Para além de análise da evolução do emprego disponibilizado por este sector, preocupou-nos
a análise da evolução das receitas provenientes da colecta dos impostos ou taxas pelo
exercício da mesma actividade durante o período em estudo.
2013)
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados fornecidos pelo Município de Vilankulo (2014)
De acordo com a Tabela 7, no período em análise, o ano de 2012 é que apresenta maior
contribuição em 22%, das receitas do comércio informal sobre as receitas fiscais totais do
Município de Vilankulo, tendo se registado menor impacto no ano de 2013 que foi de 3%,
em geral para todo o período houve uma contribuição de 18%.
9
Informação disponibilizada por Sr. CHICHAVA, 10 de Setembro de 2014,cp.
Feliciano Wilson N. Matsinhe Licenciatura em Economia Agrária Página 33
Contributo do Comércio Informal no Desenvolvimento Socioeconómico da Vila de Vilankulo. Estudo de Caso:
Mercado Central de Vilankulo (2008-2013)
5.1 Conclusões
mesma, pois, é notório nas falas dos inqueridos que muitas das dificuldades que estes tinham
antes de enveredar por essa actividade foram sanadas, de uma refeição que tinha por dia nas
suas famílias passaram a ter quase todas, de problemas com materiais escolares para os
filhos estes também foram sanados, para além de absorver grande parte dos que não tinham
acesso ao emprego.
Contudo, o comércio informal é de maior importância no sustento e na melhoria de
condições de vida dos indivíduos que desenvolvem actividades neste ramo sendo que, o
Município no seu todo, alcança o desenvolvimento através das receitas colectadas pelo
exercício desta actividade quando as mesmas são aplicadas nos investimentos patrimoniais e
correntes.
5.2 Recomendações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, J. F. (2007). Tributo a Milton Santos: Programa de Pós –Graduação em Geografia
– Tratamento da Informação Espacial. Pontifícia Universidade Católica Minas Gerais,
Entrevistados:
VILANCULOS, Marta. Comerciante informal do mercado central de Vilankulo. Entrevista
realizada no dia 15 de Agosto de 2014.
MUTONDO, Isaías Maziquimbane. Chefe do mercado Central de Vilankulo. Entrevista
realizada no dia 15 de Agosto de 2014.
TANGUNE,C. Comerciantes do mercado Central de Vilankulo. Entrevista realizada no dia
15 de Agosto de 2014.
PEDRO, Cacilda .Comerciante informal do mercado central de Vilankulo. Entrevista
realizada no dia 19 de Agosto de 2014.
JOSÉ. Benilde & JONAS. Sauneta. Comerciante do mercado Central de Vilankulo.
Entrevista realizada no dia 10 de Agosto de 2014.
CHICHAVA. Mário. Chefe da secção de finanças. Entrevista realizada no dia 25 de Agosto
de 2014.
I
A) diário ( ) B) mensal ( ) C) anual ( )
16) Onde tem guardado o dinheiro das vendas?( Marque com X) A) Em casa ( ) B) No banco ( )
17. Faz algum xitique? (Marque com X) Sim ( ) Não ( ) se sim quanto paga?_________
Parte II
Pergunta dirigida ao sector de mercados e feiras?
1. Qual é a evolução dos comerciantes informais desde o ano 2008 a 2013?
2. Quais são as receitas anuais que o município colectou de 2008 a 2013 pelo exercício de comercio
informal?
3. Para que fins são canalizados os impostos ou taxas colectados no comercio informal?
II
Apêndice 2: Receitas anuais arrecadadas pelo município pela realização do comércio informal em meticais.
III
APÊNDICES
APÊNDICES
Apêndice 1: Questionário
DADOS DO ENTREVISTADO
Nome: _____________________________________
Data da entrevista: ____/___/2014
8) Pratica esta actividade como principal ou tem outra fonte de geração de renda?
(Marque X)
I
9) Com que periodicidade (Marque com X)
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
A) Em casa ( ) B) No banco ( )
II
18) Faz algum Xitique? (Marque com X)
(Marque com X)
A) Mau ( ) B) medíocre ( ) C) mais ao menos ( ); 4. Bom ( ); 5.muito bom ( )
3.4. De modo geral, o que acha que pode acontecer se haver interdição deste negócio?
_________________________________________________________________________
A) Alternativa ( ) B) principal ( )
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
III
3.9. Que tipo de taxa ou imposto pagam?
_________________________________________________________________________
3.10. A quem pagam? Quanto?
_________________________________________________________________________
IV
Apêndice 2: Receitas anuais arrecadadas pelo município pela realização do comércio informal em meticais.