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Reconhecido por Decreto do Conselho de Ministros n.º 26/07, de 07 de Maio
LUANDA, 2022
Dedico este trabalho a todos os estudantes
trabalhadores e que ao mesmo tempo são pais e
chefes de família e que dia a dia perdem noites, dias
e se esforçam para obterem o tão esperado grau de
licenciatura.
AGRADECIMENTOS
Quero primeiramente agradecer a Deus Pai todo-poderoso por me permitir chegar até
aqui, com saúde e com a mente sã de forma a concluir esta fase tão importante da minha vida.
A seguir gostaria de agradecer a minha mãe, dona Domingas Manuel António Francisco, por
ser a pessoa que para além de me gerar, deu-me a educação necessária para eu me tornar no
homem que sou agora, e mesmo sendo pai e mãe ao mesmo tempo, nunca ter deixado nos
faltar o essencial para a nossa formação e educação, à minha esposa Maura João por ter-me
incentivado à inscrever-me na faculdade, apesar do momento crítico da minha vida, sem
condições financeiras necessárias; ao meu irmão mais velho Jó Barreto, por ter contribuído
para que este objectivo se concretizasse; à tia da ginguba que nos momentos cruciais se portou
como uma mãe para mim. A todos quanto directa ou indirectamente torceram e continuam
torcendo por mim e que durante a caminhada contribuíram com alguma coisa para que este
projecto se tornasse realidade.
O meu muito obrigado.
EPÍGRAFE
O sector informal compõe-se de actividades legais realizadas por agentes económicos ilegais.
Duns (2014)
III
RESUMO
O crescimento económico em Angola tem grande influência dos agentes económicos do
sector informal. Estes exercem acções que não são regulamentadas pelo Estado, formando o
sector formal. Para uma estabilidade económica é necessário que se inclua a actividade
informal no sector formal, por isso a perguntamos à partida sobre as estratégias necessárias
para a inclusão dos agentes económicos informais no sector formal. Estudamos o caso dos
agentes económicos do bairro da Cuca, situado no município do Cazenga. O objectivo geral
foi de analisar a formalização do mercado informal, fizemo-lo de modo específico definindo
os mercados, caracterizando os agentes económicos, avaliamos a relação dos sectores e
finalmente apresentamos as estratégias para a formalização do mercado informal. Utilizamos
a pesquisa exploratória, por isso, empregamos o método dedutivo, descritivo e estatístico,
com a técnica de estudo de caso dos vendedores ambulantes por intermédio de questionários,
com margem de respostas abertas aplicado a 63 agentes, processamos os dados por tabelas e
gráficos para a análise. 73% dos participantes têm como actividade negocial a venda, sendo
que a falta de emprego, a procura do lucro fácil e a renda extra são os principais factores
influenciadores da venda ambulante e os bens alimentares, bem como os vestuários, são os
principais produtos de venda. Observando os resultados da pesquisa, notamos que é
necessário políticas públicas para criação de empregos, medidas adequadas ao local de vendas
e um paradigma socioeconómico multidimensional, como estratégias de inclusão.
IV
ABSTRACT
agents in the informal sector. These carry out actions that are not regulated by the State,
forming the formal sector. For economic stability it is necessary to include informal activity
in the formal sector, which is why we asked it at the outset about the necessary strategies for
the inclusion of informal economic agents in the formal sector. We studied the case of
economic agents in the neighborhood of Cuca, located in the municipality of Cazenga. The
general objective was to analyze the formalization of the informal market, we did it in a
specific way, defining the markets, characterizing the economic agents, evaluating the
relationship between the sectors and finally presenting the strategies for the formalization of
the informal market. We used exploratory research, therefore, we used the deductive,
descriptive and statistical method, with the case study technique of street vendors through
questionnaires, with a margin of open answers applied to 63 agents, we processed the data
through tables and graphs to the analysis. 73% of the participants have sales as a business
activity, with the lack of employment, the search for easy profit and extra income being the
main factors influencing street sales and food, as well as clothing, are the main products of
sale. Observing the research results, we note that public policies for job creation, appropriate
measures for the sales location and a multidimensional socio-economic paradigm, such as
inclusion strategies, are needed.
V
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Apud – citado por;
EPs – Empresas Públicas;
et al – e outros;
H1- hipótese primeira;
IDE – Índice de Desenvolvimento Económico;
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano;
IFC – International Finance Corporatio;
MPME – Micros, Pequenas e Médias Empresas;
OIT – Organização Internacional do Trabalho;
ONU – Organização das Nações Unidas;
p. - página;
PIB – Produto Interno Bruto;
pp. – páginas;
S.d – sem data.
VI
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Idade dos Vendedores Ambulantes .......................................................................... 28
Tabela 2: Género dos Vendedores Ambulantes ....................................................................... 29
Tabela 3:Tempo de Trabalho .................................................................................................... 30
Tabela 4: Classificação da Actividade Negocial ...................................................................... 31
Tabela 5:Factores que Influenciam a Venda Ambulante.......................................................... 33
Tabela 6: Qual é o melhor comércio: formal ou informal? ...................................................... 35
Tabela 7: Tabela de Principais Produtos Vendidos .................................................................. 36
Tabela 8:Volume de Renda Mensal ......................................................................................... 37
Tabela 9: Troca do Sector Informal ao Sector Formal ............................................................. 39
VII
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................ II
EPÍGRAFE ............................................................................................................................................ III
RESUMO .............................................................................................................................................. IV
ABSTRACT ............................................................................................................................................V
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................................... VI
ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................................................... VII
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 4
1.1. Conceito de Agente Económico .............................................................................................. 4
1.1.1. As Famílias...................................................................................................................... 4
1.1.2. As Empresas .................................................................................................................... 5
1.1.3. O Estado .......................................................................................................................... 5
1.1.4. Instituições Financeiras ................................................................................................... 6
1.1.5. O Exterior ou o Resto do Mundo .................................................................................... 6
1.2. Conceito de Actividade Económica ........................................................................................ 6
1.3. Noção de Mercado .................................................................................................................. 7
1.4. O Conceito de Mercado Formal .............................................................................................. 8
1.5. A Estrutura do Mercado Formal .............................................................................................. 9
1.6. A Formulação do Conceito Informalidade ............................................................................ 12
1.7. Do Sector Informal para a Economia Informal ..................................................................... 13
1.8. Formalidade versus Informalidade ........................................................................................ 14
1.8.1. Tipos de Custos da Informalidade ................................................................................. 15
1.8.2. Resultados dos Custos de Informalidade....................................................................... 16
CAPÍTULO II – DISCUSSÃO TEÓRICA DO OBJECTO DE ESTUDO .................................... 18
2.1. Panorâmica Geral da Economia Angolana: Estudos ............................................................. 18
2.2. Impacto da Economia Informal ............................................................................................. 20
2.3. Mercado Informal Angolano ................................................................................................. 20
2.4. Causas e Importância do Crescimento do Mercado Informal em Luanda ............................ 22
CAPÍTULO III – ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ...................................................... 24
3.1. Tipos de Pesquisas Aplicados no Estudo ................................................................................... 24
3.2. Tipo de Abordagem de Pesquisa ................................................................................................ 24
3.3. Método de Pesquisa.................................................................................................................... 25
3.4 Técnicas e instrumentos de recolha de dados .............................................................................. 25
3.5. Unidade de Análise e População Alvo ....................................................................................... 26
3.6. Amostra ...................................................................................................................................... 26
3.7. Instrumentos de Analise e Interpretação dos Dados .................................................................. 27
3.8. Procedimentos de Pesquisa ........................................................................................................ 27
CAPÍTULO IV – ENQUADRAMENTO EMPÍRICO .................................................................... 28
4.1 Apresentação dos Resultados ...................................................................................................... 28
4.1.1 Idade dos Vendedores ................................................................................................... 28
4.1.2. Género ................................................................................................................................. 29
4.1.3. Tempo de Venda ................................................................................................................. 30
4.1.4. Actividade Negocial ............................................................................................................ 31
4.1.5 Factores Influenciadores da Escolha por ser Vendedor Ambulante ..................................... 32
4.1.6 Comércio Informal e Comércio Formal: Qual é o Melhor? ................................................. 34
4.1.7. Principais Produtos à Venda................................................................................................ 36
4.1.8. Volume de Renda Mensal ................................................................................................... 37
4.1.9.Troca para o Sector Formal .................................................................................................. 38
4.2. Discussão dos Resultados........................................................................................................... 39
4.2.1. Âmbito das Estratégias ........................................................................................................ 42
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 43
RECOMENDAÇÕES OU SUGESTÕES ............................................................................................. 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 46
APÊNDICE ........................................................................................................................................... 48
II
INTRODUÇÃO
3
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4
um conjunto de receitas e despesas que é gerido em conjunto e cuja gestão tem impacto sobre
o bem-estar da família no seu todo.
Às famílias é atribuído um duplo papel no sistema económico: cabe-lhes fornecer a
força de trabalho que permitirá produzir bens e serviços; além disso, é o agente a quem está
associada a noção de consumo. (Onto, 2016)
Consomem bens e serviços para satisfazer as suas necessidades. O consumo por si
realizado designa-se consumo final, pois opõe-se ao consumo intermédio; este não tem por
fim satisfazer directamente necessidades, consistindo sim na utilização de determinados bens
e serviços para produzir bens e serviços adicionais, ou seja, «as famílias consomem bens e
serviços finais e são as detentoras dos factores produtivos a que as empresas recorrem para
criar riqueza, nomeadamente a força de trabalho». (Gomes, 2015, p. 41).
1.1.2. As Empresas
.
As empresas são outro grupo com homogeneidade de comportamentos que podemos
identificar na economia. São «unidades institucionais cuja principal função económica é a
produção de bens e serviços comercializáveis, isto é, bens ou serviços que podem ser
transaccionados nos mercados» (Varian, 2015).
As Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) têm sido dos principais
instrumentos de sustentação das economias modernas, incluindo nos países mais
desenvolvidos, por participarem na redução do desemprego, bem como por se ajustarem às
necessidades das comunidades, contribuindo para a redução da informalidade e da pobreza.
No nosso país, estas distinguem-se por dois critérios essenciais: a) o número de
trabalhadores efectivos e, b) o volume de facturação total anual. Esta última tem prevalecido
sempre que for necessário decidir sobre a classificação das mesmas. (Lei 30/11, de 11 de
Setembro, 2011)
1.1.3. O Estado
Quanto ao Estado, cabe-lhe um conjunto de atribuições que o mercado é incapaz de
suprir, nomeadamente a produção de bens e serviços não transaccionáveis e uma
redistribuição do rendimento que visa tornar mais equitativa a distribuição original que o
mercado promove. (Gomes, 2015)
Percebe-se que trata-se de bens e serviços que não são passíveis de serem objecto de
transacção nos mercados e que, normalmente, satisfazem necessidades colectivas. A própria
actividade financeira do Estado é entendida como:
5
Aquela que visa satisfazer necessidades colectivas ou alcançar outro tipo de objectivos
económicos, políticos e sociais e que concretiza na arrecadação de receitas e na
realização de despesas. Em segundo lugar, a possibilidade do Estado recorrer aos
impostos implica que nas finanças públicas, ao contrário do que sucede nas finanças
privadas, não são as receitas que determina as despesas. (Ministério das Finanças,
2011, p. 13)
6
agentes (por exemplo, as famílias adquirem bens e serviços às empresas); os fluxos
monetários constituem a contrapartida aos fluxos reais, sendo portanto de sentido contrário a
estes.
Silva e Luiz (2001) e Souza (2007) dividem essas actividades económicas em três
grandes sectores da economia de acordo com as características fundamentais de sua
produção:
Sector primário: é constituído pelas unidades produtoras que utilizam intensamente
recursos naturais. Envolve as actividades agrícolas, pesqueiras, pecuárias, extracção vegetal,
reflorestamento e mineração.
Sector secundário: é constituído pelas unidades produtoras dedicadas às actividades
industriais através das quais os bens são transformados. Inclui a produção de veículos
automotores, materiais de construção, produtos químicos e farmacêuticos, plásticos,
electrodomésticos, tractores, produtos alimentares.
Sector terciário: é formado pelas unidades produtoras que prestam serviços, tais
como bancos, empresas de transporte, hospitais, comércio, turismo, meios de comunicação.
7
A curva de oferta é analisada conjuntamente com a curva de demanda, para que se
possa visualizar o funcionamento do mercado. Então, podemos dizer que no mercado ocorre o
encontro da oferta com a demanda.
O encontro entre a oferta e a demanda determina o preço e quantidade do produto.
Isso ocorre porque não é possível determinar a quantidade e o preço analisando isoladamente
as curvas de oferta ou demanda. Significa o ponto onde a oferta será igual à demanda. Esse
ponto é chamado de ponto de equilíbrio. Esse ponto de equilíbrio mostra o preço e as
quantidades que atendem às aspirações dos empresários e dos consumidores simultaneamente.
8
quanto às estratégias seguidas pelos indivíduos, o que contribui para a heterogeneidade de
ambas (Hirata & Machado, 2007).
Neste caso mercado formal pode-se definir como um mercado como sendo um local
onde se encontram quem quer comprar e quem quer vender e que através de um processo de
negociação determinam o preço e a quantidade do bem a ser transaccionado. Se os
intervenientes nesse mercado forem trabalhadores que querem vender o seu trabalho e as
empresas que querem adquirir essa força de trabalho, então temos o mercado de trabalho e o
preço determinado é o salário.
Segundo Souza (2007), o produto produzido nesse tipo de mercado é uniforme, isto
é, o bem produzido por uma empresa é igual ao bem produzido por outra. O consumidor não
9
percebe a diferença entre os produtos oferecidos pelos diferentes agentes e não consegue
determinar de forma exacta o produtor.
Para Mendes, Tredezini, Fagundes e Bitencourt (2015) as condições básicas para a
existência de concorrência pura são:
- A homogeneidade do produto: implica que todos os vendedores de um dado
produto vendam unidades homogéneas deste, e os compradores também considerem o
produto homogéneo.
- Insignificância de cada comprador ou vendedor diante do mercado: cada comprador
e/ou vendedor precisa ser pequeno o suficiente para não ser capaz de influenciar, sozinho, o
preço de mercado.
- A ausência de restrições artificiais: é preciso que os preços sejam livres para oscilar
de acordo com as exigências de mercado.
- A mobilidade: é necessário que haja mobilidade de bens, serviços e recursos. Novas
firmas podem entrar sem dificuldade nesse mercado, assim como não deve existir
impedimento à saída.
- O pleno conhecimento (atributo da palavra “perfeita”): a concorrência perfeita
incorpora o pleno conhecimento do sistema económico e de todas as suas inter-relações por
parte dos agentes partícipes desse.
Monopólio puro
O monopólio é uma situação de mercado em que apenas uma firma vende um
produto que não tem substitutos próximos, ou seja, é uma situação de mercado em que existe
um só produtor de um bem (ou serviço) que não tem substitutos próximos. Devido a isso, o
monopolista exerce grande influência na determinação do preço a ser cobrado pelo seu
produto, pois constitui um agente sem concorrência (Mendes, Tredezini, Fagundes, &
Bitencourt, 2015).
Nele existem, de um lado, um único empresário (empresa) dominando inteiramente a
oferta e, de outro, todos os consumidores. Não há, desta sorte, concorrência nem produto
suplente ou opositor. Neste caso, os consumidores submetem-se às condições impostas pelo
vendedor ou simplesmente deixam de consumir o produto.
No monopólio puro apenas uma empresa oferece um bem, para o qual não existem
produtos substitutos satisfatórios (Souza, 2007). Essa empresa controla todo o mercado, pois é
a única que produz o bem. Nesse caso, se essa empresa deixar de produzir o produto, o
mercado deixará de existir. De acordo com Silva e Luiz (2001), os produtos não são
10
homogéneos, são diferenciados e o produto não pode ser substituído por outro. Exemplos
desse tipo de mercado são encontrados principalmente no sector público, como o
abastecimento de água e energia eléctrica.
Oligopólio
Outra estrutura bastante conhecida, nos dias de hoje, no campo da competição
imperfeita é o oligopólio. «Este tipo de estrutura normalmente é caracterizada por um
pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado» (Mendes, Tredezini,
Fagundes, & Bitencourt, 2015, p. 76), como a indústria automobilística, ou, então, por um
grande número de empresas, mas poucas dominando o mercado, como a indústria de bebidas,
no caso concreto de Angola.
No oligopólio existe um grande número de compradores e um pequeno número de
vendedores (empresas). Geralmente, poucas empresas dominam a maior parte do mercado, de
forma que as acções de uma empresa afectam as outras (Souza, 2007). Essas empresas
produzem bens diferenciados, mas que podem ser substituídos entre si.
O oligopólio pode ser: «puro: quando os concorrentes oferecem exactamente os
mesmos produtos homogéneos, iguais, substitutos entre si; ou - diferenciado: quando o
produto não é homogéneo» (Mendes, Tredezini, Fagundes, & Bitencourt, 2015, p. 78).
O oligopólio apresenta como principal característica o facto de os agentes serem
interdependentes, já que são em pequeno número no respectivo sector industrial; e significa
que elas levam em consideração as decisões quanto a preço e produção de outras firmas,
reagindo a qualquer alteração.
Concorrência monopolística
Na concorrência monopolística, a empresa tem determinado poder sobre a fixação de
preços. A diferenciação do produto pode ocorrer por características físicas, de embalagem ou
pelo esquema de promoção de vendas (Mendes, Tredezini, Fagundes, & Bitencourt, 2015).
Na concorrência monopolística existe um número razoavelmente grande de empresas
produzindo um mesmo bem, de modo que cada produtor individualmente não é importante
(Silva & Luiz, 2001). Os produtos produzidos pelas empresas neste tipo de mercado são os
mesmos, mas os consumidores os consideram diferenciados. Esse tipo de mercado apresenta
características da concorrência perfeita (número de empresas produzindo o mesmo bem) e do
oligopólio (cada produtor é diferente dos demais).
11
1.6. A Formulação do Conceito Informalidade
Pelo facto de não existir um consenso geral sobre a definição de sector informal ou,
em termos mais amplos, economia informal, tanto conceptual como operacional, e sobre a sua
medição e limitação, é difícil dar uma definição exacta. Existem várias definições da
economia informal. Entre elas: empresa não registada (exclusivamente, ou em combinação
com outros critérios como o da dimensão da empresa), a dimensão das unidades produtivas,
etc.
Na linha da concepção da ONU apresentada por Queiroz (1999, p. 26):
É todo um vasto leque de comportamentos económicos, socialmente admissíveis,
realizados fundamentalmente com finalidades de sobrevivência e que escapam quase
totalmente ou, pelo menos, parcialmente ao controlo dos órgãos de poder público
local/regional/nacional em matéria fiscal, laboral, comercial, sanitária ou de registo
estatístico.
M. Laguerre apud (Silva, s.d., p.15) procura uma definição separando o sector
informal da economia informal, o sector informal é um processo que não se restringe apenas à
dimensão económica, estando presente em todos os aspectos do funcionamento da sociedade
nomeadamente no plano das relações sociais, nos quadros dos sistemas de comunicação no
âmbito dos processos de tomada de decisão; refere-se à existência de um subsector formal da
formalidade institucional. A economia informal é limitada a actividades meramente
económicas, que podem ser total ou parcialmente ilegais.
Para a Organização Internacional do Trabalho estão contempladas todas as
actividades económicas de trabalhadores e unidades económicas que não estão cobertas – pela
legislação ou pela prática – pelas disposições oficiais que as enquadram, regulamentam e
disciplinam (OIT, 2002).
Na definição de Lopes (2004) apud (Silva, s.d., p.16) «são todas as actividades e
práticas económicas legais realizadas por agentes económicos totais ou parcialmente ilegais».
O sector informal compõe-se assim de actividades económicas legais realizadas por agentes
económicos ilegais e engloba geralmente a pequena produção mercantil (artesanal-industrial:
indústria alimentar, confecções, mobiliário, etc.), os transportes, o pequeno comércio
(grossista e retalhista), os mercados informais (onde encontramos a venda ambulante) a
prestação de serviços e as actividades de intermediação financeira.
Desta sorte, percebe-se que a condição de informalidade implica uma série de
desvantagens, especialmente a exclusão de mercados que exigem provas de regularidade
12
fiscal, a exemplo dos casos de vendas com notas fiscais, licitações no sector público e
privado, empréstimos no mercado livre de crédito, entre outras situações.
13
2. Segurança do emprego: protecção contra despedimentos arbitrários consignada
em geral numa legislação que regulamenta a contratação e o despedimento;
3. Segurança ocupacional: implica a oportunidade de inserção num segmento
profissional e possibilidade de desenvolver um sentido de pertença como consequência
do melhoramento profissional;
4. Segurança no trabalho: possibilidade de contar com a protecção em caso de
acidentes de trabalho e doença profissionais;
5. Segurança para o desenvolvimento das competências: oportunidade de manter
e desenvolver as habilitações e conhecimentos profissionais mediante acções de
formação ao longo da vida;
6. Segurança do ingresso: implica possibilidade de obtenção de ingressos
adequados para o trabalhador e a família;
7. Segurança de representação: possibilidade de exercício do direito a
representação colectiva de trabalhadores e empregados através de organizações
independentes, assim como do direito à negociação colectiva e ao diálogo social.
Assim, concordamos com Charmes (2000) apud (Dum, 2014) que o sector informal é
e sempre será um campo de dupla contradição com o Estado. A sua negação é, especialmente,
a sua imagem invertida, como ela cresce e prospera fora da regulamentação do Estado. Mas
ela também se tornou uma condição de reprodução, para o fornecimento de bens e serviços
para o mercado e oportunidade para o poder de compra.
14
como a definição dos critérios que identificam e delimitam, parecem existir algumas
convergências quanto aos objectivos que determinam a realização dos comportamentos
económicos informais, a inclusão do seu campo conceptual das designadas actividades ilegais
ou ilícitas e ainda a alguns dos critérios de pertença ao sector formal. (Dum, 2014).
Determinados autores abordam o mercado informal como práticas económicas legais
realizadas por agentes económicos ilegais, comportamentos económicos que se efectuam à
margem, que estão excluídos ou que escapam ao sistema institucional de leis, regras, direitos,
regulamento e condutas que estruturam o sistema formal de produção e troca.
O mercado informal foi chamado por Soto (2000) apud (Dum, 2014) de revolução
invisível do Terceiro mundo, porque, para ele, este processo mostra que as pessoas são
capazes de violar um sistema que as exclui, não para que possam viver em desordem, mas que
possam construir um sistema diferente, que lhes garanta um mínimo de direitos essenciais.
Uma definição de economia informal circunscrita a actividades laborais e empresariais
apenas, em associação à sua legalidade e registro formal, limita muito as possibilidades de
uma análise dos mecanismos de protecção social, porque tais mecanismos contemplam uma
vasta gama de actividades e práticas económicas de diversos mercados.
Rocha (2012) define a informalidade como uma estrutura de acção, implicando a
existência de um espaço (casa/escritório/rua/etc.) onde a acção é desenvolvida, a existência de
actores (cujo comportamento pode ser formal ou informal), a existência de um sistema formal
(que permite e delimitar o que é informal) e a existência de uma intencionalidade (explicita ou
implícita) no sentido de concretizar objectivos específicos.
15
- Custos de transferências nítidas: as actividades informais estão a transferir
continuamente recursos para o Governo e a outras instituições formais através de impostos
indirectos, da inflação e das diferenças das taxas de juros;
- Custos de evitar impostos: esta é a terceira diferença entre os formais e informais.
Estes últimos não pagam impostos directos, nem cumprem com as leis trabalhistas. A amostra
disso é que a mão-de-obra contratada pelo sector informal na sua maioria não é qualificada,
no que diz respeito aos impostos.
16
- Dificuldades para formular políticas macroeconómicas: a existência das actividades
informais produz grandes dificuldades para a obtenção de informação sobre o rendimento
económico nacional, isto faz com que as decisões que um Governo toma a nível
macroeconómico sejam excessivamente especulativos. Reduz igualmente a receita do Estado
e assim a sua capacidade para fornecer bens e serviços públicos, especialmente em matéria de
protecção social e promoção do crescimento económico.
17
CAPÍTULO II – DISCUSSÃO TEÓRICA DO OBJECTO DE ESTUDO
18
Este facto remete-nos a realidade de que os investimentos na economia têm sido
importantes, mas não resultaram num sector privado mais forte. Nos anos que se seguiram ao
conflito, Angola adoptou uma estratégia de desenvolvimento liderada pelo Estado usando o
investimento público para reconstruir infra-estruturas e revitalizar sectores económicos, como
a agricultura. No entanto, o baixo desempenho dos investimentos e projectos públicos,
inúmeras empresas estatais de baixo desempenho e, de maneira mais geral, o domínio de
interesses politicamente conectados em sectores produtivos, impediram o desenvolvimento de
sectores não petrolíferos.
A maior parte do investimento privado é estrangeiro, e a maioria dos fluxos de IDE
tem como alvo o sector petrolífero. Um novo modelo de crescimento baseado numa economia
diversificada requer a redução de barreiras que dificultam o desenvolvimento do sector
privado.
O crescimento recente não foi globalmente favorável aos empregos que foram
criados principalmente nos sectores de consumo. O valor agregado real aumentou em 229%
em 1992-2015, mas o emprego em apenas 116%. A maioria dos novos empregos estava no
sector de serviços, seguida pela administração pública e, depois. Agricultura, fabricação e
transporte e comunicações, por outro lado, perderam empregos. A agricultura ainda responde
por quase 45% do emprego total, incluindo o emprego informal. (Ministério das Finanças,
2020)
De acordo com as estatísticas disponíveis, registaram-se 46.096 negócios activos em
2016 (um aumento de 11,1% em relação ao ano anterior), a maioria em Luanda (58%), sendo
o restante distribuído de forma relativamente uniforme noutras províncias. 50% dessas
empresas estão no comércio e na manutenção de veículos. Entre as empresas activas, 54,6%
eram empresas em nome individual e 42,1%, empresas de responsabilidade limitada. Quase
50% das empresas têm menos de 10 anos, sugerindo uma alta taxa de atrito. O número médio
de empregados é 21. Os dados revelaram um alto número (104.088) de empresas registradas
que ainda não iniciaram actividades. (International Finance Corporatio IFC, 2019)
O estado dessas empresas não é claro e deve ser investigado. Além disso, esses
números não incluem empresas informais, para as quais não há dados disponíveis. Segundo
um estudo recente, a economia informal representa 36% do PIB. (International Finance
Corporatio IFC, 2019). No geral, é necessário melhorar os dados sobre as características de
empresas e outros agentes económicos em Angola.
19
2.2. Impacto da Economia Informal
Alguns autores sobre a economia informal referem que as consequências deste tipo
particular de economia apresentam um forte impacto no crescimento económico a dois níveis
distintos. Por um lado, a economia informal leva à contracção do crescimento do PIB, na
medida em que, o aumento de negócios obtido através da economia informal leva a uma
redução nas receitas fiscais, e por conseguinte, uma retracção da taxa de crescimento
económico. Existem outros estudos que afirmam que a economia informal é mais competitiva
e competente que a formal, e, por conseguinte, um aumento na economia informal leva a um
aumento no crescimento económico, pois, os cerca de dois terços do rendimento gerado na
economia informal são rapidamente gastos na economia oficial através do aumento do
consumo de bens e serviços.
Nesta linha de pensamento, Nuno Gonçalves (2014) apud (Bento, 2014, p. 5) conclui
que «os efeitos positivos da expansão do consumo privado através de rendimentos informais
potenciam o crescimento económico».
O crescimento da economia informal envolve um aumento de factores como a
procura e oferta de trabalho informal que pode adoptar formas distintas que referimos no
capítulo passado, especificamente:
- O trabalho secundário realizado após ou mesmo durante o horário de trabalho
regular;
- O trabalho realizado por indivíduos que não participam activamente no mercado de
trabalho formal seja por se encontrarem no desemprego, seja por auferirem outra prestação
social;
- O trabalho realizado por indivíduos que não se encontram em situação regular de
permanência no país.
Determinados dados indicam que a informalidade constitui a maior fonte de renda
para 93% da população rural, e 51% do total da população urbana que depende da economia
informal para viver (ONU, 2005).
21
direitos de propriedade dos vendedores de rua, assim como da necessidade de oferecer aos
potenciais clientes uma oferta mais diversificada de bens e serviços, de acordo com a
utilização de técnicas de venda mais apelativas, motivando e influenciando a decisão de
compra. O mercado informal foi-se desenvolvendo à medida que o país atravessava fases
diferentes que apresentavam desafios específicos.
A economia informal de Luanda é e tem sido uma fonte de subsistência para muitos
indivíduos que se encontram no desemprego e por todos os outros que por diversas razões não
conseguem emprego no sector formal e se vêem obrigados a recorrer a este sector para
poderem obter algum rendimento.
Luanda, assim como outras capitais da África Subsariana, ilustram um crescimento
acelerado das actividades económicas não reguladas e que são, portanto, desconhecidas pelo
estado e pelas Instituições públicas.
Os factores de crescimento acelerado dos mercados informais em Luanda, segundo
ABC comercial (2001), são:
- A procura de melhores condições de vida por parte das populações que foram
forçadas a sair da sua área de residência devido à guerra, instabilidade, falta de segurança e de
condições mínimas essenciais à sobrevivência humana;
- A facilidade de obtenção de rendimentos mais elevados ou outra fonte de
rendimentos, na cidade de Luanda para onde confluía toda a espécie de recursos,
financiamentos e actividades económicas;
- O fluxo migratório prolongado e intenso para a capital do país, devido ao conflito
armado que havia por todo o país, principalmente nas zonas do interior;
- Remunerações ou salários insuficientes para o sustento das famílias, direccionando
as pessoas para o mercado informal, como fonte complementar de rendimentos;
- A falta de resposta do sector formal em gerar emprego, isto é, a taxa de desemprego
demasiado elevada;
- A pobreza extrema da população;
- A contracção verificada no sector agrícola devido ao abandono das zonas
favoráveis à exploração agrícola e à redução de campos de cultivo devido à existência de
minas;
- O acentuado desequilíbrio entre a oferta e a procura de bens e serviços;
22
- O desequilíbrio acentuado entre a quantidade e a distribuição geográfica de
estabelecimentos comerciais e o crescimento demográfico da população;
- A formação académica, profissional, científica e técnica insuficiente da maioria dos
agentes económicos e de comerciantes angolanos;
- A falta de capacidade financeira do comerciante;
- O crescimento da carga tributária, isto é, impostos, taxas, contribuições sociais,
entre outras;
- A Inflação, isto é, o aumento gradual no nível geral de preços praticados que
origina a diminuição do poder de compra da população;
- O aumento da regulação no mercado formal, ao nível do aumento de normas e leis,
aumentando, assim, a burocracia e os custos relativos à constituição de empresas, por um
lado, aos impostos a pagar pelo empregador, por outro, são factores chaves para o
aparecimento e desenvolvimento da economia informal;
- A reforma antecipada;
- Uma elevada taxa demográfica urbana devido ao aumento da taxa de fecundidade
e, por conseguinte, da taxa de natalidade e de vagas sucessivas de deslocados provenientes de
áreas rurais;
- O nível elevado de analfabetismo entre a população mais carenciada;
- A redução e declínio do salário real devido a hiperinflação.
23
CAPÍTULO III – ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
24
3.3. Método de Pesquisa
A distinção entre método e técnica é feita por Ruiz (1991, p. 138), na seguinte
maneira:
A rigor, reserva-se a palavra método para significar o traçado das etapas
fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra técnica significa os diversos
procedimentos ou a utilização de diversos recursos peculiares a cada objecto de
pesquisa, dentro das diversas etapas do método.
25
questionários; medidas de opinião e de atitudes; testes; pesquisas de mercado e história de
vida.
3.6. Amostra
26
3.7. Instrumentos de Analise e Interpretação dos Dados
27
CAPÍTULO IV – ENQUADRAMENTO EMPÍRICO
Os dados aqui apresentados são frutos da pesquisa realizada junto com os vendedores
ambulantes, os quais foram organizados, analisados, tabelados e transcritos para que se
pudessem conhecer os resultados. Tais inferências nos mostram uma visão de que os estudos
até aqui realizados apresentam, quase nada do todo que o tema “inclusão de agentes
económicos provenientes do sector informal para o sector formal” nos reserva. De acordo
com a literatura pesquisada para fins de desenvolvimento desta monografia, pouco ou quase
nada se traduz a informalidade como uma possível reviravolta no mundo económico em que
vivemos, apesar de sabermos, como foi apresentado na fundamentação teórica, que a
informalidade é a responsável por grande parte da economia. O que não se justifica que o
sector informal seja um sector que contribui para desequilíbrios económicos na nossa vasta
Angola. Dada a necessidade de alcançar os objectivos propostos, serão expostos a seguir os
dados obtidos durante a colecta.
4.1.1 Idade dos Vendedores
As idades médias dos trabalhadores do sector mostram uma diversificação, visto que
entre as camadas mais jovens dessa população o desemprego é maior. Sabendo disso,
esperava-se uma proporção maior de trabalhadores informais nas faixas etárias abaixo de 30
anos, conforme Luna (2017). Para Pena (2008) apud Lima (2017) esta faixa etária é de longe
a população que mais sofre no cenário de crise, dada a pouca experiência de mercado que lhes
força a assumir posições precárias.
28
acima de 46 anos envidam actividades económicas também, apesar de tudo quanto possa
acontecer e a estes acrescentam-se os menores que ocupam a percentagem mínima, importa
aqui referir que existem mais crianças.
13%
21%
4.1.2. Género
Quanto ao género ou ao sexo, de acordo com a pesquisa realizada, questionou-se
diferentes homens e mulheres, o que tornou a pesquisa, integradora.
Tabela 2: Género dos Vendedores Ambulantes
29
necessidade de independência e complemento da renda familiar (SORJ, 2005) apud (Lima,
2017).
Gráfico 2: Representação por Género
Masculino
41%
Feminino
59%
30
Gráfico 3:Tempo de Trabalho/Venda
5%
13%
Inferior a 5 anos
41% Entre 6 e 10 anos
Entre 11 e 15 anos
16%
Entre 16 e 25 anos
Acima de 25 anos
25%
Classificação da Actividade
Negocial Vendedores Percentagem
Trabalho/Prestação de
serviços 8 13%
Vendas 46 73%
Produção 2 3%
Entretenimento 5 8%
Outro 2 3%
Total 63 100%
Fonte: Pesquisa directa (Dezembro de 2021).
31
De acordo com a pesquisa aplicada, dos 63 questionados,73% ou 46 escolheram a
opção de vendas, 13% ou 8 de serviços, 8% ou 5 de entretenimento e apenas 3% ou 2, de
produção e outro, respectivamente. Vale salientar que muitos dos funcionários que colocaram
como actividade negocial a opção vendas prestam serviços. O que se pode deduzir é que, ao
preencher o questionário, tais funcionários sequer sabiam que sua actividade negocial.
Gráfico 4:Classificação da Actividade Negocial
3%
8% 13%
3% Trabalho/Prestação de
serviços
Vendas
Produção
Entretenimento
73%
Outro
32
Tabela 5:Factores que Influenciam a Venda Ambulante
Almeida (2013) apud (Lima, 2017) mostra que as actividades, por mais que sejam
em busca de um sustento para a família, podem ser frutos de uma escolha própria devido
alguns benefícios que este tipo de trabalho apresenta. Ela destaca este ponto de vista no
trecho:
[...] O trabalho informal se tornou uma alternativa, que pode até agradar ao trabalhador
por algumas vantagens, como fazer seu próprio horário de trabalho, não estar sob a
pressão de um patrão e a possibilidade de se conseguir uma remuneração maior do que
com um trabalho formal onde também teria que seguir as regras do empregador e um
horário determinado. Eleva até sua auto-estima, porque ele pode dizer que tem um
emprego e passa a ter mais respeito [...] (Almeida, 2013, apud Lima, 2017, p.53).
33
Gráfico 5: Factores Influenciadores da Venda Ambulante
5% Escolha Própria
6%
Gosto de Negociar
27% 6%
Negócio Familiar
Renda Extra
11% Lucro Fácil
Necessidade
5% Oportunidade
3%
Não Fazer outra Coisa
5% Ser dono do meu negócio
24%
8% Falta de emprego
Diante das alternativas apontadas pelos dados do Gráfico 5, podemos perceber que a
falta de emprego, quer seja no sector público quer seja no sector privado, vem em primeiro
lugar, com 27% , como factor principal para tomada de decisão em abrir um negócio, mesmo
que informal. Em seguida, vem o lucro fácil, com 24%, abarca-se ali a falta de burocracia no
reconhecimento da documentação, a falta de pagamento de impostos, a ausência de
pagamento no final de cada mês. A renda extra constitui o terceiro factor com 11%, que se
pode traduzir na ideia de aumentar no rendimento precário dos sectores de trabalho. O
negócio familiar, ser dono do próprio negócio, a oportunidade de iniciar um negócio, a
necessidade de se fazer este tipo de negócio, outros factores que influenciam os vendedores
ambulantes do bairro da Cuca a aderirem a este tipo de actividade económica.
34
Tabela 6: Qual é o melhor comércio: formal ou informal?
40%
Formal
60% Informal
35
carga horária pode ser muito mais pesada, a desvalorização social, e a falta de credibilidade
nos produtos que estejam à venda.
Quando já estavam a nos devolver os questionários uma participante, que vendia
peixe e que todos os dias tira da praia para o bairro disse: «ser zungueira é um dom, não é
para qualquer um ficar aqui não, você tem que saber vender e ter aquele jeito para conquistar
os clientes».
Na pesquisa feita aos vendedores ambulantes, podemos notar que existe uma
variedade de produtos tal qual existem no sector informal, todavia, pode ver-se que no
mercado informal existe quase uma distribuição uniforme na compra dos produtos
identificados, embora os bens alimentares tenham registado uma percentagem maior (43%,
correspondente a 27 respostas).
Tabela 7: Tabela de Principais Produtos Vendidos
36
Gráfico 7: Principais produtos vendidos pelos participantes
13%
3%
Bens Alimentares
6%
43% Vestuários
Sapatos
Mobílias
Outros
35%
37
Gráfico 8: Rendimento Mensal
13% 10%
Entre 30.000 a 50.000 kzs
6%
25%
Entre 201.000 kzs e 300.000
kzs
Acima de 300.000 kzs
38
Tabela 9: Troca do Sector Informal ao Sector Formal
40%
Sim
Não
60%
Tendo em conta os resultados que apresentamos, importa aqui aferir que apreciando
a faixa etária média dos vendedores ambulantes, entre 19 e 35 anos, as vantagens e
desvantagens que este sector económico apresenta, o rendimento e a economia em geral do
país, é necessário que se melhore a qualidade da política microeconómica do Estado.
Várias podem ser a estratégias para que se possa ao menos inverter a adesão
excessiva ao sector informal, pois faz com que a própria economia pode estar baixa por falta
de indicadores concretos. Como realçou-se no Plano de Desenvolvimento Nacional de
Angola:
Deve também sublinhar-se que a economia informal tem, ainda, um peso muito
relevante na actividade económica e uma parte significativa do emprego está
concentrada em actividades com baixa produtividade e, portanto, salários pouco
compensadores. Por isso mesmo, a promoção da competitividade das empresas no
mercado interno e nas exportações é uma pré-condição essencial para assegurar a
39
diversificação da estrutura económica, reduzir o défice da balança comercial, alargar
a base de incidência tributária, facilitar a integração nos mercados à escala regional e
internacional com reflexos positivos no crescimento económico, na criação de
empregos remuneradores e na redução da pobreza (Governo de Angola, 2018, p. 21).
Desta sorte, é preciso que desde a educação básica ao ensino superior se melhore a
qualidade de ensino superior para que as pessoas comecem a pensar em uma economia formal
desde cedo, sem pôr de parte a universalização do ensino do empreendedorismo.
Reformas semelhantes na saúde, voltadas para universalizar a adopção de
procedimentos básicos de alta eficácia e baixo custo, focalizando os subsídios públicos na
população de baixa renda e expandindo os sistemas de seguro privado para cobertura de riscos
médios e altos, com disponibilização de menu variado de opções.
Nos dois casos, se deve recorrer mais intensamente a esquemas de parceria público-
privada para a gestão de unidades de saúde e ensino. Melhorar o ambiente de negócios e
investimentos no país. Para isso se deveria fortalecer a segurança jurídica; simplificar o
relacionamento das empresas com a autoridade pública, aí incluídas as normas para
instalação, fechamento e operação de empresas; e simplificar e tornar mais eficientes as
regulações tributárias e trabalhistas, reduzindo a informalidade. Com estas medidas os
vendedores ambulantes sentir-se-ão atraídos por ser um procedimento normal.
Vimos que a falta de emprego constitui o factor principal que influencia muitos a
aderirem ao sector informal, isto corresponde uma hipótese da nossa pesquisa, outrossim o
Executivo angolano já sabe disto, visto que no seu Plano de Desenvolvimento Nacional
sustenta que «o emprego por conta própria é a fracção dominante da economia informal,
limitando o crescimento das receitas fiscais e a normalização do funcionamento dos
mercados» (Governo de Angola, 2018, p. 188). É mister que se defina políticas mais
inclusivas para diminuir o índice de desemprego para os vendedores ambulantes.
Embora existam vantagens de horário e negócio próprio, lucro fácil e outros factores,
é necessário que as políticas públicas fossem mais concretas para o comércio informal
exercido pelos vendedores ambulantes, não no sentido de intervencionismo público, mas
como garantia da transição do sector informal para o sector formal.
Para que se maximize o nível de emprego, e consequentemente haja uma mudança
do sector informal ao formal, cabe ao Estado prover a igualdade de oportunidade para todos
os cidadãos (educação económica e saúde); prover um sistema jurídico satisfatório; proteger à
propriedade privada; garantir o funcionamento de um sistema eficiente de alocação dos
40
recursos, através do mercado, onde se estabelecem livremente os preços e; garantir a
estabilidade interna do poder de compra do kwanza, nossa moeda nacional.
A experiência histórica mostra que uma boa definição e protecção da propriedade
privada são fundamentais por garantir aos agentes a apropriação dos retornos de sua
actividade. O respeito a esta instituição é fundamental porque os agentes são movidos por
incentivos e devem ser moralmente responsáveis por suas acções (Sicsú & Castelar, 2009).
Os vendedores ambulantes, como apresentamos, eximem-se de uma actividade
económica formal em parte por causa dos impostos. Posto isto, é preciso que exista um
equilíbrio fiscal com uma carga tributária mais leve e um endividamento líquido mais
modesto do Estado, que estimularão um crescimento sustentado forte. (Dornbusch, Fischer, &
Startz, 2013). A sociedade rejeita qualquer aumento de impostos e o sistema financeiro se
recusa a financiar o aumento do endividamento. Logo, não resta outra alternativa para
melhorar o equilíbrio fiscal a não ser um programa sério, capaz de estimular ao longo de
alguns anos.
O mercado é compatível com a liberdade individual, pois faz parte dos principais
factores influenciadores, mas não oferece nenhuma garantia para uma relativa igualdade que é
intensamente desejada e necessária para a coesão e o equilíbrio sociais, o que exige uma
acção inteligente e cuidadosa do Estado. A eficiência do mercado será percebida como
socialmente injusta, se não tiver na sua retaguarda uma política que aumente, paulatinamente,
a igualdade de oportunidade para todos os cidadãos, não importando sua origem, cor, religião
etc. É isso que garante que a “competição no mercado” será uma corrida honesta, onde todos
começarão no mesmo ponto de partida e terminarão de acordo com sua capacidade. (Rocha,
Paulo, Bonfim, & Santos, 2016).
Em matéria de infra-estrutura é melhor que o Estado faça apenas aquilo que o sector
privado não tenha condições de fazer, e que o controlo com bons sistemas regulatórios,
através de Agências de Estado, com mandatos fixos que as tornem imunes à pressão política
do poder incumbente passageiro.
Os lucros são importantes por três razões: primeiro, porque é a expectativa de lucros
futuros que move os empresários na sua decisão de produzir e de investir; segundo, porque a
existência de lucros presentes facilita o financiamento de suas actividades sem apelar
demasiadamente ao endividamento; e, finalmente, porque os lucros acumulados no passado
protegem as empresas contras desapontamentos de expectativas, permitindo o cumprimento
de compromissos assumidos sem ameaçar a solvência da empresa. (Souza, 2007).
41
4.2.1. Âmbito das Estratégias
Tendo em conta os resultados que obtivemos e pelos estudos feitos por Ramos e
Patrício (2014) eis o âmbito em que as estratégias de inclusão ao sector formal devem
orientar-se:
- É necessário um modelo de crescimento sustentável que crie emprego e tenha como
objectivo o respeito pela qualidade de vida e do trabalho dos cidadãos e pelos direitos sociais
básicos;
- É necessário um novo paradigma socioeconómico e uma economia
multidimensional que reconheça a paridade entre os diferentes pilares do desenvolvimento
sustentável, em que os bem-estares social, económico, ambiental e cultural é inseparáveis,
para construir uma sociedade ecológica e socialmente viável.
- É necessário promover uma consciência ambiental orientada para o
desenvolvimento sustentável e centrada na cidadania e na reformulação dos valores éticos,
individuais e colectivos. Se queremos uma educação para a sustentabilidade, recomendada em
documentos oficiais, nacionais e internacionais, o ensino e a investigação deverão introduzir
mais e melhor informação sobre a sustentabilidade, a cidadania e a responsabilidade social;
- É fundamental sensibilizar as empresas e os cidadãos para as exigências de um
desenvolvimento sustentável e duradouro, repensar as políticas e as estratégias que
contemplem as especificidades territoriais e aplicar as agendas europeias e nacionais que
preconizam o modelo de sustentabilidade económica, social e ambiental. Há que reforçar a
coerência das políticas públicas. Apesar de o discurso comum apelar ao desenvolvimento das
regiões e das localidades do interior de Portugal, as medidas e políticas aplicadas nem sempre
vão neste sentido;
- Há que (re) pensar as políticas públicas de desenvolvimento local, de ordenamento
do território, planeamento e definição das estratégias, com impacto no crescimento sustentado
das comunidades e no reforço do tecido económico e social envolvente.
É no domínio social e territorial que se encontram os maiores desafios onde se
podem criar alternativas que garantam a equidade, a justiça e as relações entre o local e o
global.
42
CONCLUSÃO
43
produtivas realizadas fora da lei, porém socialmente lícitas, na qual não considera factores de
natureza tecnológica, nem no tamanho das unidades produtivas e nem interacções com
mercados, portanto, praticadas sem o amparo da administração pública. Por fim,
caracterizamos os agentes económicos no sector informal, avaliamos a relação com o sector
formal que é meramente de aquisição de produtos.
É preciso que se tenha em conta que a economia é um factor principal para o
desenvolvimento sustentável do país, a diferença exacerbada entre os agentes económicos nos
seus respectivos sectores só afasta cada vez mais o próprio desenvolvimento integral e
solidário e o crescimento económico. Os vendedores ambulantes, com suas práticas,
pressupõem que existe desigualdade de oportunidades económicas.
Sem que se tenha em conta o conceito de sustentabilidade, que envolve as diferentes
dimensões interligadas entre si, (social, ambiental, económica, territorial, cultural e política)
não será possível uma inclusão ou uma diferença mínima entre o mercado informal e o
mercado formal. Afirmamos isto de pé juntos porque numa sociedade onde há um respeito e
protecção pelo meio ambiente, dificilmente se coloca o mercado em qualquer sítio por causa
do lixo que o mercado produz, sobretudo o alimentar, que é o produto que os vendedores
ambulantes do bairro da Cuca mais comercializam; outrossim, onde há um sistema jurídico
célere é mais fácil existir investir, pois sabe-se ao certo que determinados conflitos que
potencialmente aconteçam por causa dos bens económicos serão dirimidos a tempo, junta-se a
isto a criação de várias infra-estruturas mais justas, inclusivas e humanas para que se possa
exercer a actividade económica sem sobressaltos, estimulando o emprego em sectores visando
o desenvolvimento endógeno; e a promoção de emprego decente e/ou auto-emprego para
todos, de forma a assegurar a sustentabilidade social e o crescimento económico.
Para tal é necessário enquadrar, e apropriar-se, o que os outros países desenvolvidos
já debatem há anos:
O crescimento inteligente, mediante o desenvolvimento de uma economia baseada no
conhecimento e na inovação, melhorando a qualidade e a eficiência da educação e da
formação;
- O crescimento sustentável, através da promoção de uma economia mais eficiente na
utilização dos recursos, isto é, mais ecológica, permitindo reduzir os impactos ambientais;
- O crescimento inclusivo, fomentando uma economia com níveis elevados de
emprego, que assegure coesão social e territorial, promova a equidade na distribuição dos
recursos e serviços e a cidadania activa.
44
RECOMENDAÇÕES OU SUGESTÕES
Contudo, após análises feitas em função das respostas dos vendedores inquiridos e
tendo em conta o funcionamento do mercado, sugere-se para melhor desenvolvimento e
inclusão das actividades económicas dos mesmos o seguinte:
- Construção de infra-estruturas de mercados;
- Criação de meios que permitem o acesso fácil dos vendedores ao mercado, uma vez
que estes são obrigados a fazerem gastos diários para deslocações das suas casas para o
mercado e vice-versa;
- Criação de programas de registo de negócios e impostos proporcionais;
- Criação de programas de educação financeira, que ensinam os vendedores a terem o
melhor controlo das suas receitas, visto que movimentam grandes quantidades em dinheiro;
- Criação de um seguro interno de extravio de mercadoria, de maneira a ter maio
organização, segurança e cumprimento de regras e normas.
Para a nossa instituição e para novos problemas a abordar estudos posterior
sugerimos:
a) Identificar as linhas de pesquisas da Instituição;
b) Publicação dos temas já apresentados em cada ano;
c) Insuficiências de trabalhos passados serem referidos aos novos estudantes para
conhecimento e aprofundamento;
d) Criar parcerias com organizações internacionais para pesquisas, assim evita-se
monografias para arquivos.
45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
46
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Concorresntes na Política Antitruste. Tempo Social: Revista de Sociologia, 29, pp.
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Trad.) Rio de Janeiro: Elsevier.
Yin, R. K. (2006). Estudo de Caso: Planejamento e Métodos (3ª ed.). Bookman.
47
APÊNDICE
48
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Reconhecido por Decreto do Conselho de Ministros n.º26/07, de 07 de Maio
TERMO DE CONSENTIMENTO
Sou Ângelo Barreto Francisco João, estudante do Curso Superior de Economia do Instituto
acima escrito.
No âmbito do Trabalho de Conclusão de Curso para a obtenção do grau de licenciado em
Economia estou a realizar um trabalho de investigação com o tema: Estratégias De Inclusão
De Agentes Económicos Provenientes Do Sector Informal Para O Sector Formal: Caso
Dos Vendedores Ambulantes Do Bairro Cuca – Cazenga. Assim e perante a necessidade
da recolha de opiniões e dados da realidade em estudo, peço a sua colaboração no
preenchimento deste questionário.
As respostas serão anónimas e confidenciais, os dados serão apenas vistos por mim, pelo
professor orientador da investigação e demais entidades do mesmo Instituto Superior, pelo
que está protegido e agradecemos que não seja fornecido mais nenhum dado para além dos
dados solicitados de forma a manter o anonimato e confidencialidade.
O Estudante Investigador
_______________________________________
Ângelo Barreto Francisco João
49
QUESTIONÁRIO
1. Qual é a faixa etária (anos de idade) se encontra?
R:
________________________________________________________________________
2. Qual é o seu género? (assinale com X)
a) Masculino ___
b) Feminino ____
3. Há quanto tempo trabalha aqui na Cuca?
R:___________________________________________________________________
4. Qual é exactamente a sua actividade negocial?
R:___________________________________________________________________
5. O que o motiva a fazer a venda ambulante?
R:___________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6. Para si qual é o melhor mercado: formal ou informal? (é melhor vender nos
supermercados, por empresas, organizados pelo Estado ou este tipo de venda que
fazes?)
R:___________________________________________________________________
7. Quais são os produtos que vende?
R:___________________________________________________________________
8. Normalmente por mês tem lucrado quanto?
R:___________________________________________________________________
9. Trocarias a venda ambulante por estar empregado numa empresa ou no Estado?
R:___________________________________________________________________
Exponha qualquer coisa que gostaria que o Estado e as Empresas fizessem por vós
vendedores ambulantes (zungueiros).
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
50