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Tema:
Autora:
Delfina Isabel Nhunzane
UEM-ESUDER
Vilankulo
2015
Índice
Conteúdo Página
Declaração de Honra ........................................................................................................................ i
Dedicatória ...................................................................................................................................... ii
4.1. Identificação dos produtores de hortícolas na localidade sede do distrito de Vilankulo ........ 30
4.4. Comparação dos rendimentos obtidos pelos produtores durante os anos de 2010 à 2014 ..... 35
4.5. Impacto da produção e comercialização das hortícolas. ......................................................... 37
5.2. Recomendações....................................................................................................................... 40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 42
Eu, Delfina Isabel Nhunzane, declaro que este relatório é resultado da minha investigação pessoal,
que todas as fontes estão devidamente referenciadas e que nunca foi apresentado para obtenção de
qualquer grau nesta universidade, escola ou em qualquer outra instituição de educação.
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i
Dedicatória
Dedico este trabalho ao meu pai Samuel Macohane Nhunzane, ao meu marido Ivan Salatiel
Francisco, e às minhas irmãs Clara Isabel Nhunzane e Olina Regina Nhunzane.
ii
Agradecimentos
O meu primeiro agradecimento vai para Deus por ter me acompanhado nesta caminhada até os
dias de hoje, me iluminando e guiando pelo bom caminho dando saúde e força para superar as
dificuldades até chegar nesta fase. Agradeço ao meu pai Samuel Macohane Nhunzane e ao meu
marido Ivan Salatiel Francisco pelo apoio moral, material e financeiro que sempre souberam me
prestar.
Uma palavra de apresso vai para todos os meus colegas do curso em particular ao Fluêncio
Mujovo, Filipe Chambela, Emília Chivale que ao longo da minha formação sempre souberam
ceder o seu apoio amigável em todos momentos da vida estudantil e social.
Meu agradecimento estende-se aos meus irmãos Jorge Nhunzane, Sara Nhunzane, Sérgio
Nhunzane e Marcos Nhunzane, que estiveram sempre do meu lado neste grande percurso
apoiando-me e dando força incondicional. O meu obrigado vai ao pessoal dos Serviços Distritais
de Actividades Económicas de Vilankulo, em particular ao extensionista José Mateus e a todos
colegas, amigos que directa ou indirectamente contribuíram para a realização deste sonho, a
todos o meu muito obrigado.
iii
Lista de abreviaturas
iv
Lista de tabelas
Tabela 1……………………………………………………………………………………………..25
Tabela 2………………………………………………………………………………………..……32
Tabela 3………………………………………………………………………………………..……35
v
Lista de gráficos
Gráfico 1……………………………………………………………………………………………36
vi
Lista de apêndice e anexo
Apêndice 1: Guiões de inquérito por via de entrevista semi-estruturada destinadas aos produtores,
comerciantes e extensionistas da localidade sede do distrito de
Vilankulo……………,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,…………………..
II
Apêndice 2: Tabelas de rendimentos médios por cada produtor durante o período de 2010 a
2014…..………………...………………………………………………..………………………..VI
vii
Resumo
viii
Análise do contributo socio-económico da produção e comercialização das hortícolas no distrito de Vilankulo na
localidade sede no período de 2010 - 2014
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
As hortícolas desempenham um papel importante na dieta humana visto que são fontes de sais
minerais, vitaminas e demais nutrientes que fazem com que o corpo humano funcione de forma
plena e perfeita. Também são geradoras de renda visto que, o cultivo de hortícolas chegam a
complementar 70% da receita salarial familiar, além de contribuir para o abastecimento das cidades
vizinhas, proporcionando maior segurança alimentar e nutricional da população (LOVATO,
2006:151).
Nos últimos anos tem se verificado no mundo, em geral, e Moçambique em particular, um aumento
constante da produção das hortícolas. Este aumento deve se à maior procura das mesmas para
consumo a fresco, em produtos industriais e outras ( RIBEIRO & RULKENS,1999: 2).
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1.2. Problema
De acordo com JUSCELINO (2001:63) A ocorrência de pragas e doenças constitui uma das
principais causas das perdas nas hortícolas. Onde as doenças mais comuns nas hortícolas são
causadas por fungos, bactérias, vírus e deficiência nutricional que cria um mau desenvolvimento
das plantas, amarelecimento das folhas, murchamento e morte das plantas. A falta ou excesso de
água, excesso de calor ou frio podem ser responsáveis por esses sintomas.
A ocorrência de pragas e doenças, a falta de contentores de frio para conservação das hortícolas, as
péssimas condições das vias de acesso para escoar a produção da zona rural para o mercado, a
insuficiência de recurso financeiros para aquisição dos insumos da produção, fraco conhecimento
de técnicas de produção e assistência técnica deficiente constituem problemas que afectam com
certa severidade o sector da agricultura no distrito de Vilankulo na localidade sede para a produção
das hortícolas.
Deste modo, torna-se pertinente questionar: Qual é o contributo social e económico da produção e
comercialização das hortícolas produzidas no distrito de Vilankulo na localidade sede?
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1.3. Justificativa
O interesse pelo estudo deveu-se ao facto da actividade agrícola constituir uma das estratégias do
governo no combate e na redução da pobreza absoluta em Moçambique, e o distrito de Vilankulo
tendo uma influência de entrada em grandes quantidades de hortícolas provenientes de vários
pontos do pais bem como da África do sul, tornou pertinente perceber a aceitação das hortícolas
produzidas a nível local nos mercados do distrito e nível externo (distritos circunvizinhos) uma vez
que o preço estabelecido no mercado é o mesmo e por vezes as hortícolas produzidas a nível
externo são vendidos a preços relativamente baixos, procurar saber se a produção das hortícolas tem
um impacto positivo ou não ao nível social e económico dos praticantes desta actividade.
O presente trabalho pretende contribuir para uma melhor compreensão da situação dos produtores
de hortícolas na localidade sede do distrito de Vilankulo, dos comerciantes de hortícolas que
abastecem os mercados do distrito, identificando como reagem na geração de renda, emprego e na
melhoria das condições de vida dos agricultores.
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1.4. Objectivos
1.5. Hipóteses
H0: A produção e comercialização das hortícolas não contribuem para geração de renda,
emprego e para a melhoria das condições de vida dos agricultores do distrito de Vilankulo na
localidade sede;
Ha: A produção e comercialização das hortícolas contribuem para geração de renda, emprego e
para melhoria das condições de vida dos agricultores do distrito de Vilankulo na localidade da
sede.
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Produção
De acordo com JOSÉ (2005: 1), produção é o aumento da utilidade de bens e/ou serviços,
considerando como factores de produção, a natureza, o trabalho e capital, além da tecnologia.
Comercialização
A Comercialização compreende o conjunto de actividades realizadas por instituições que se acham
empenhadas na transferência de bens e serviços desde o ponto de produção inicial até que eles
atinjam o consumidor final (PIZA & WELSH, 2009:1).
Indicador social
Segundo VALDECIR (2012:17), indicador social é um recurso metodológico, empiricamente
referido, que informa algo sobre um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se
processando na mesma.
Indicador económico
Segundo MENDES et al.(s/d:27), os indicadores económicos são grandezas de carácter económico,
expresso em valor numérico, cuja principal utilidade consiste na aferição dos níveis de
desenvolvimento de países, regiões, empresas, permitindo também como é evidente, efectuar
comparações.
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De acordo com o mesmo autor no sector privado, o complexo de produção não é constituído apenas
pelo agregado familiar, pois há contratação de mão-de-obra, quer em regime sazonal quer em
regime permanente. Há maior uso de tecnologia moderna, onde o trabalho envolve uso de
maquinaria particularmente nas operações de lavoura e gradagem. Há maior utilização de insumos,
como sementes melhoradas, pesticidas e adubos. o tamanho da exploração é relativamente maior, se
comparado com o sector familiar e, o sistema visa fundamentalmente fornecer o mercado, e
envolve poucas actividades económicas (culturas de rendimento e criação de animais domésticos),
quer dizer, há maior especialização das suas actividades.
CARRILHO et al. (s/d:8) apresenta a seguinte classificação: Sector privado é sector empresarial
agrícola ou sector de grande escala, com áreas maiores de 10 hectares e é orientado para o mercado.
Enquanto que Agricultura familiar comercial é a agricultura com forte e regular interacção com o
mercado e usa mais frequentemente e regularmente mão-de-obra remunerada.
Uma outra categorização é dada por FAEF (2001) citado por Ibraimo (2005:6), esta classificação
leva em consideração o tamanho das áreas e agrupa em 3 categorias:
Pequenos agricultores, são aqueles que exploram 0, 25-3 ha;
Médios agricultores, exploram áreas de 3 a 20 ha;
Grandes agricultores, exploram mais de 20 ha.
Segundo OLIVEIRA & BENTO (2005: 1), a produção de hortícolas constitui uma das fontes de
renda para o sector familiar. No entanto as culturas estão sujeitas as grandes variações devido as
mudanças climáticas que tem se verificado nos últimos anos, prejudicando principalmente o sector
familiar porque a produção de hortícolas é praticada maioritariamente pelo sector familiar, onde a
mesma esta cada vez mais crescente, sendo responsável por uma grande parcela da produção
agrícola. Mas há um reconhecimento geral a respeito da falta de informações sobre a realidade
sócio económica da agricultura familiar assim como das reais dificuldades enfrentadas pelos
agricultores familiares.
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De acordo com BEVILACQUA (2006:2), uma horta define-se como um lugar onde se praticam
culturas hortícolas; o termo horticultura vem do latim hortus, que significa jardim; as plantas
hortícolas são aquelas que podem ser cultivadas em hortas de pequeno porte. São de fácil cultivo
além de trazerem um enorme prazer para as pessoas que as cultivam pois podem ser usados para
alimentação dos seres humanos;
As hortícolas são mais adaptadas em ambientes frescos e húmidos. No mundo a sua produção
representa 20% do total da produção agrícola e Sua produção comercial é estimada em mais de 15
biliões de dólares. Pelo seu alto valor comercial, que alcançam no mercado, são explorações
bastante compensadoras (ALMEIDA, 2006: 3).
2.3.1.1. Solo
O solo é um dos elementos necessário para a produção de hortícola, pois o preparo é uma das
operações mais importantes para o sucesso do cultivo das hortícolas, porem a manutenção de um
solo sadio, vivo e equilibrado é que garantirá o desenvolvimento das plantas saudáveis, capazes de
suportar as adversidades de factores climáticos desfavoráveis tais como ataques de pragas e
doenças, entre outros (MARTINS, 2001: 29).
Um solo é classificado como de textura arenosa quando mais de 85% das partículas estão na
fracção areia; textura argilosa quando mais de 35% das partículas estão na fracção argila; textura
barrenta ou franca (média), quando ocorre equilíbrio entre as fracções. O Solo arenoso é aquele que
é fácil de se trabalhar, bem arejado, a água infiltra rapidamente e armazena baixa quantidade de
água enquanto que o solo argiloso é mais pesado e difícil de se trabalhar, resistindo às ferramentas;
a água infiltra mais lentamente, porém apresenta melhor capacidade de armazenamento de água
(MARTIN, 2001: 37).
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O grau de acidez de um solo é medido pela concentração de iões hidrogénio (H+) na solução do
solo e é normalmente expresso pelo símbolo pH (p = potencial; H = Hidrogénio). A escala de pH
vai de 0 a 14, sendo 7 o ponto médio, onde se diz que o pH é neutro. Acima de 7 se diz que o solo
tem reacção alcalina ou básica, e abaixo de 7 que o solo tem reacção ácida. A maioria das hortícolas
se desenvolve melhor em valores de pH variando de 5,5 a 6,8 o que significa que as hortícolas se
desenvolvem bem em solo que tem a reacção ácida (MARTIN, 2001: 38).
2.3.1.2. Clima
As hortícolas possuem diferentes exigências climáticas, especialmente com relação à temperatura,
luz e humidade, encontrando melhores condições de desenvolvimento e produção quando o clima é
ameno, com chuvas leves e pouco frequentes. As temperaturas elevadas favorecem o florescimento
e aceleram a maturação. As baixas temperaturas retardam o crescimento, a frutificação e a
maturação, podendo também induzir o florescimento indesejável (MARTIN, 2001: 27).
As diferentes exigências das espécies em temperatura é que vão definir as épocas adequadas de
plantio. As temperaturas ideais para a produção de hortícolas de espécie tuberosa e herbácea variam
de 15 ºC a 23ºC,enquanto que as espécies de fruto as temperaturas variam de 18 a 30ºC. A luz solar
é um dos factores climáticos mais importantes para a vida vegetal, pois é aquele que promove o
processo da fotossíntese. O aumento da intensidade luminosa provoca o aumento da actividade
fotossintética da planta e consequente aumento da produção de hidratos de carbono, elevando o teor
de matéria seca nos vegetais. A deficiência luminosa provoca um maior alongamento celular,
resultando no estiolamento da planta, aumento em altura e extensão da parte aérea, caule, folhas,
sem elevação do teor de matéria seca (MARTINS, 2001: 29).
Outro factor climático importante é a humidade, uma vez que a água é imprescindível à vida
vegetal e constitui mais de 90% do peso da maioria das hortícolas. O grau de humidade do ar
influencia na perda de água das plantas por meio da transpiração e o teor de humidade do solo
influencia a absorção de água e nutrientes pelas plantas. A humidade do solo pode ser controlada
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por meio da irrigação, sendo esta uma prática imprescindível ao cultivo de hortícola. O alto teor de
humidade do ar afecta o estado fitossanitário das hortícolas, pois favorece o ataque de fungos e
bactérias patogénicas, a baixa humidade do ar, por outro lado, oferece condições adequadas para a
proliferação de ácaros, a humidade ideal está em torno de 45 a 50% (MARTIN, 2001: 28).
2.3.1.3. Sementeira
SHIRAKE (2001: 32), diz que sementeira é o processo que consiste em lançar a semente para que
estas germinem e se desenvolvam em planta ou é a acção e o efeito de semear (atirar e espalhar
semente na terra para germinar).
A Construção dos canteiros para sementeiras, deve ser feito com as seguintes dimensões: largura
entre 0,80 e 1,20m; altura de 20 a 25cm e comprimento variável de acordo com a dimensão do
terreno, normalmente não superior a 10m, em hortas para auto consumo. Distância entre canteiros
(caminhos): 30 a 40cm. Os caminhos bem como as entrelinhas das plantas, devem ser mantidos e
protegidos com cobertura morta para controlo do mato, manutenção da humidade e do equilíbrio
térmico do solo (SHIRAKE, 2001: 32).
Alfobre
É uma cama feita a parte onde se colocam as sementes por um determinado tempo, quando as
sementes se transformam em mudas, essas são transplantadas para o local definitivo canteiros ou
covas (HORTICULTURA…. 1985:14).
Transplante
De acordo com SHIRAKE (2001: 32), transplante consiste na retirada das mudas do alfobre e
replantio das mesmas para o local definitivo (em canteiros ou covas). Deve ser feito quando as
mudas estiverem com 4 a 6 folhas definitivas ou com o tamanho entre 4 a 5cm, para que o
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pegamento seja bom e não haja retardamento no seu crescimento; o objectivo do transplante é de
dar a cada planta mais espaço, assim as plantas podem desenvolver melhor as suas raízes e folhas.
Propagação vegetativa
Conforme SHIRAKE (2001: 33), algumas hortícolas são propagadas pelo plantio de partes
vegetativas diversas (propagação assexuada), procedentes da planta - matriz e não por sementes,
Como exemplos, cebola e a couve. A propagação pode ser feita por sementes ou vegetativamente;
sendo que a propagação vegetativa tem como vantagem há redução no ciclo cultural, antecipando a
colheita e tem como desvantagem o acúmulo de vírus e outros patógenos, responsáveis pela perda
de vigor e de produtividade.
2.3.1.4. Irrigação
Segundo WALDEMIR, & WASHINTON (2006:20), o desenvolvimento das hortícolas é
influenciado pela humidade do solo, onde a deficiência de água e um dos factores limitante para
obtenção de elevada produtividade e boa qualidade; A falta dela retarda o crescimento, piora a
qualidade do produto, acelera a maturação e diminui a produtividade. O excesso da água favorece a
erosão e a lixiviação dos nutrientes; assim a suplementação das necessidades hídricas das plantas
por meio de irrigação e essencial para o sucesso da produção da maioria das hortícolas. Em
Moçambique a área total Equipada com o sistema de Regadio e de 118.119ha onde área
actualmente Irrigada e 40.063ha;onde % de aproveitamento da área equipada para rega é de 33,9%
(IRRIGACÃO EM MOÇAMBIQUE, 2006:7).
2.3.1.5. Adubação
A adubação de hortícolas deve ser feita visando suprir, praticamente, todas as necessidades
nutricionais da planta pelo menos em macro nutrientes e esta pode ser mineral ou orgânica.
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Adubação mineral
São sais muito solúveis, simples ou formulados, que apresentam um ou mais nutrientes,
normalmente em concentrações bem maiores quando comparados aos orgânicos. O uso destes
adubos é proibido em agricultura orgânica porque altera as condições químicas e biológicas do
solo; os efeitos sobre processos de absorção e metabolismos das plantas, com estímulos à proteólise
(quebra das proteínas) acumulando substâncias simples na seiva (aminoácidos, glicose, etc.) e
tornando-as mais susceptíveis ao ataque de pragas e doenças. Em síntese, a regra de utilização é de
150 a 250g da fórmula 4-14-8 ou 4-16-8 por m². Deve-se considerar as exigências nutricionais das
espécies, os grandes espaçamentos, a duração do clima, o nível de produtividade esperado e as
indicações de real estado de fertilizante do solo (ADÃO, 2001: 44).
Adubação orgânica
São produtos de origem vegetal ou animal que quando, aplicados ao solo em quantidades e em
épocas de maneira adequada, proporcionam melhorias das suas propriedades físicas, químicas e
biológicas, fornecendo às raízes nutrientes suficientes para produzir colheitas compensadoras, com
produtos de boa qualidade, sem causar danos ao solo, à planta ou ao ambiente, o adubo orgânico é
de maior importância para o cultivo das hortícolas pelo fornecimento de nutrientes, a matéria
orgânica torna o solo muito solto mas ligado, conferindo-lhe maior capacidade de retenção de água
e nutriente, favorecendo a sobrevivência de minhocas, fungos e bactérias benéficas, também
reduzem a necessidade de aplicar fósforo (P) e potássio (K). Fornecem um leque de nutrientes para
as culturas e podem ser preparados num período de 2,5 – 3 meses (SHANKARA et al, 2006: 19).
BEVILACQUA (2001:54-55), as hortícolas exigem tractos culturais intensivos e diários, com vista
a proporcionar às plantas melhores condições para seu desenvolvimento e produção, é necessária a
execução de diversos tratos culturais, essas operações devem ser executadas na época certa e com
todo cuidado; contudo as hortícolas exigem os seguintes tractos culturais.
Cobertura morta - consiste em cobrir o solo com vários tipos de materiais, que podem ser capim
cortado, serragem, palha de trigo ou de milho, casca de amendoim ou de girassol, ou bagacinho de
cana. É utilizada para proteger o solo do sol forte e das chuvas, reter a humidade natural do solo,
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manter a temperatura do solo mais amena, e manter os nutrientes mais disponíveis ao acrescentá-los
ao solo pela decomposição da matéria orgânica imitando a natureza, a cobertura do solo deve ser
feita, principalmente após a sementeira e logo depois do transplante caso contrario poderá afectar o
crescimento normal delas.
Controle do mato (capinas) - operação que pode ser feita manualmente, ou com o auxílio de
enxada ou do sacho, utilizada para manter a cultura “no limpo”, isto é, sem plantas daninhas (que
são todas aquelas plantas diferentes das que foram plantadas). Deve-se retira-las de modo evitar a
competição com água, luz e nutrientes.
Raleação ou desbaste - consiste na eliminação das plantas menos desenvolvidas para deixar
espaço adequado entre as plantas restantes, permitindo que elas cresçam bem. São feitas quando as
plantas têm mais de 5cm de altura, naquelas hortícolas de sementeira directa, tanto nas covas como
nos canteiros.
Desbrota - utilizada para eliminar o excesso de brotos e galhos para arejar a planta, a luz poder
penetrar com maior facilidade e também eliminar o excesso de frutos, para haver um melhor
desenvolvimento dos que restaram. É utilizada na couve, no tomate. Essa operação é feita quando a
planta já está um pouco desenvolvida e pode ser usada como fonte de mudas que dão origem a
novas plantas adultas, como é o caso da couve.
Amontoa - em certas culturas é necessário chegar terra ao pé da planta, após certo grau de
desenvolvimento, para que as raízes ou tubérculos fiquem enterrados (como é o caso cenoura.).
Estaqueamento - é feito para algumas hortícolas que necessitam de suporte para evitar o seu
crescimento em contacto com a terra, ou protecção contra ventos ou excesso de produção, como é o
caso de tomate, pimenta.
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Segundo SHIRAKI (2001: 62), umas das principais causas das perdas nas hortícolas é a ocorrência
de pragas e doenças que é o resultado de um desequilíbrio nutricional das plantas; que é provocada
pela falta ou excesso de água, que provoca estresse na planta e consequentemente há uma alteração
no seu metabolismo; Uso de variedades não adaptadas à região; Uso de defensivos agrícolas
(insecticidas, fungicidas, herbicidas) que alteram o metabolismo da planta e provocam um acúmulo
dos compostos orgânicos simples, pois estes organismos só conseguem se alimentar de substâncias
orgânicas simples porque não possuem enzimas que degradam substâncias orgânicas complexas.
Para o controlo das doenças recomenda-se a aplicação preventiva pois, a maioria delas são muito
difíceis de serem tratadas e para o controlo das pragas deve-se usar insecticidas, caso os níveis de
infestação justifiquem o seu controle.
As pragas mais comuns que atacam nas hortícolas são insectos, ácaros, nematóides, e as doenças
mais comuns nas hortícolas são causados por fungos, bactérias e vírus.
2.3.1.7.1. Pragas
São causadas por vários tipos de organismos, visíveis ou não a olho nu, tais como: insectos ácaros,
nematóides.
2.3.1.7.2. Insectos
Pulgões - são insectos sugadores, com 3 a 5mm, que se alojam nos brotos das plantas, roubando-
lhes toda a seiva. Em geral são verdes, mas algumas espécies possuem coloração que vai do vinho
ao preto. Eles se reproduzem rapidamente, causando o atrofiamento das folhas e brotos. Entretanto,
é fácil combatê-los, esmagando-os manualmente ou aplicando-se a calda de fumo, outro método é
através de inimigos naturais, os chamados predadores, como, por exemplo, as joaninhas que comem
os pulgões. Encontramos na couve, repolho, tomate, pimenta.
Formigas - as formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns) são as principais pragas numa horta. São
insectos de coloração marrom que causam danos às plantas, cortando suas folhas, como controle
pode-se utilizar pão embebido em vinagre, ou preventivamente plantar o gergelim em volta da
horta.
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Ácaros - são pequenos aracnídeos (“parentes” das aranhas) que se alojam na parte inferior das
folhas, onde tecem uma teia muito fina, que dá impressão de uma sombra prateada. As folhas
atacadas enrolam-se, chegando a secar. Para combater os ácaros utiliza-se uma solução de fumo em
corda com sabão. Encontramos em tomate, pimentão.
2.3.1.8. Doenças
De acordo com SHIRAKI (2001:64), as doenças São causadas por microrganismos, observáveis
somente com o auxílio de um microscópio,a melhor forma de combater as doenças é a prevenção,
pois, a maioria delas são muito difíceis de serem tratadas.
Ferrugem - são manchas na parte inferior das folhas, causadas por fungos, que variam de coloração
do pardo ao laranja avermelhado. Em geral aparecem em locais onde a temperatura é amena, mas,
com alta humidade. Para prevenir a ferrugem, evite regas excessivas e proporcione um bom
arejamento das plantas. Para combatê-las utilize calda bordalesa.
Míldio - é causado por fungos; a identificação do míldio é feita através de manchas irregulares
pardas na parte superior das folhas e de uma película branca acinzentada em sua face inferior, a alta
humidade e o fato das plantas serem colocadas bastante próximas umas das outras, favorece a
ocorrência dessa doença, que também ataca os ramos e brotos novos. Para controlar o míldio,
espace as mudas, de modo a favorecer a ventilação e evite o excesso de humidade. Para combatê-lo,
pode-se utilizar alho + sabão + óleo mineral + água.
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De acordo com HELEN (2001:4), as plantas hortícolas são classificadas quanto a sua maneira de
consumo, e de acordo com essa situação temos as seguintes espécies hortícolas:
2.4.1. Tuberosas – são as espécies vegetais hortícolas que crescem na parte de baixo do solo. São
espécies vegetais desse grupo: a cebola, a cenoura e várias outras espécies hortícolas;
Cebola
De acordo CACIANA (s/d: 6), a cebola (Allium cepa L.) é originária da Ásia Central de seguida foi
trazida para as Américas pelos primeiros colonizadores europeus para a região do Rio Grande do
Sul, daí disseminando-se para África; a planta de cebola pertence à família Alliaceae, género
Alliume espécie Allium cepa L.
A cebola é uma planta herbácea de ciclo anual para produção de bulbos (150 a 220 dias da
sementeira a colheita) e bianual para produção de sementes (130-180 dias), e cresce bem na estação
fria e é tolerante à seca (RESENDE et al., 2002:1).
O pH do solo para o cultivo da cebola deve estar em torno de 6,0 – 6,8 e as temperaturas entre 15°C
e 20°C, (COSTA, s/d: 31).
Segundo EMBRAPA (2005:2), a produção mundial de cebola em 2007 foi de 55.153.027 t/ ha ano;
é uma actividade praticada principalmente por pequenos agricultores. Em Moçambique, a
sementeira é feita entre os meses de Março a Abril e a colheita em Agosto a Setembro. Quando
feita na época chuvosa e muito quente é prejudicial, por causa das perdas de semente devido ao
excesso de humidade no solo que é prejudicial na formação do bolbo, É excelente fonte de
vitaminas A, B, e principalmente C, possuindo compostos sulfurosos que dão odor ao produto e têm
função bacteriostática.
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Cenoura
De acordo com HORTICLTURA… (2007: 26), A cenoura (Daucus carota sativus) é uma hortícola
da família Apiaceae, do grupo das raízes tuberosas, as cenouras cultivadas amais de mil anos atrás
eram roxas onde as de cor laranja surgiram na Holanda durante o século XVII e são as mais
conhecidas.
Cenoura é uma das hortaliças mais populares do mundo. Onde a produção mundial da cenoura para
o ano de 2004, estimava-se em 24milhões de toneladas, distribuídos por uma superfície de cerca de
1,1 milhões de hectares (HORTICULTURA…, 2007: 43).
O pH do solo para o cultivo da cenoura deve estar em torno de 6,0 a 6,5 a elevação exagerada do
pH pode causar reduções na produção, diminuindo a disponibilidade de micro nutrientes, tais como:
Boro (B), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn) e Zinco (Zn) e as temperaturas entre 16°C e
22°C porque a cenoura cresce melhor (HORTICULTURA…,2007: 19).
Em Moçambique, a sementeira é feita entre os meses de Abril a Junho para o plantio do inverno e
de Setembro a Fevereiro para o cultivo do verão. Cenoura é colhida entre 85-120 dias depois do
semeio. Entre as hortícolas cujas partes comestíveis são as raízes, a cenoura é a de maior valor
económico, destaca-se pelo valor nutritivo, sendo uma das principais fontes de pro-vitamina A
(beta-caroteno), C e E (EMBRAPA, 2005:22).
2.4.2. Herbáceas – são as espécies vegetais hortícolas que crescem na parte de cima do solo. São
espécies vegetais deste grupo: alface, repolho, couve e outras espécies hortícolas;
Alface
A alface (Lactuca sativa) é uma das hortícolas mais conhecidas e mais cultivadas no mundo, e que
tem um grande número de cultivares. É originária da Ásia Ocidental, de acordo com os dados da
FAO, a produção mundial de alface em 2004 estimava-se em 22 milhões de toneladas distribuídas
por uma superfície de 1 milhão de hectares (HORTICULTURA…, 2007: 22).
Conforme HORTICULTURA… (2007: 22), a temperatura ideal para cultivar alface se situa entre
10°C e 24°C, embora existam cultivares que toleram temperaturas mais altas e outros que toleram
temperaturas mais baixas. A faixa de pH ideal para o solo é de 6 a 7.
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A cultura do alface pode ser plantada durante o ano todo preferindo período de frio. A colheita
pode ser feita entre 55 e 130 dias depois da sementeira, dependendo do cultivar plantado e das
condições de cultivo. Em muitos dos cultivares, a planta normalmente pode rebrotar após o corte
da cabeça, podendo proporcionar assim uma nova colheita após algumas semanas. Para isso, corte a
planta cerca de 2,5 cm acima do solo, permitindo que fique um pequeno pedaço do caule, onde
surgirão os novos brotos. E rica em vitamina A, E, C.
Repolho
Repolho (Brassica oleracea var. capitata L.), é originária do sul da Europa e regiões mediterrâneas;
repolho é uma planta bienal típica e desenvolve-se melhor em clima temperado (climas frescos e
húmidos), Em 2003 a produção desta brássica foi de 65 443 toneladas e a superfície cultivada de 2
417 hectares (HORTICULTURA….,s/d:35).
O repolho é exigente em humidade do solo durante todo o ciclo vegetativo, especialmente durante a
adaptação das posturas e na fase de formação da cabeça e também não suporta a excessiva
humidade do solo, porque diminui o acesso de oxigénio às raízes, diminuindo consideravelmente a
actividade da planta, repolho ocupa um dos primeiros lugares entre as hortícolas, empobrecendo o
solo consideravelmente. A produção de 30 toneladas de repolho pode extrair do solo cerca de 120
kg de nitrogénio, 20 kg de fósforo, 100 kg de potássio e 85 kg de cálcio (JERÓNIMO, 2001: 7-10).
Conforme HORTICULTURA…. (2007:22) A temperatura ideal para cultivar repolho se situa entre
4,5C e 24°C. A faixa de pH ideal para o solo é de 6 - 7,5.
Em Moçambique a época de sementeira do repolho é feita nos meses de Março a Maio e nas zonas
montanhosas Fevereiro a Junho e a colheita pode ser feita entre 90-120 dias. A cultura é rico em
Vitamina C (vit. C), cálcio (Ca), A e K (JERÓNIMO, 2001:15).
Couve
A couve Brassica oleracea acephala é originária do norte do mediterrâneo e no oeste da Europa,
De acordo com os dados da FAO, a produção mundial de couves para o ano de 2004 estimava-se
em 68,2 milhões de toneladas, distribuídas por uma superfície de 3,2 milhões de hectares
(HORTICULTURA…., 2007:27).
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A temperatura ideal para produção de couve deve ser de 15-18ºC e a faixa do pH ideal para o solo
deve ser de 6,5-7,5.
A sementeira é feita nos meses de marco a Agosto e o seu ciclo vária de 90-180. É rica em vitamina
C e provitamina A, o consumo das couves é importante porque previne a incidência de certos tipos
de cancro, devido à presença nas plantas de glucosinolatos metabolitos secundários que para além
de determinarem o aroma característico destas plantas, previnem a iniciação daquela doença (JOÃO
MOREIRA, 2014:1).
2.4.3. Frutos – são espécies vegetais que a parte aproveitada para o consumo é o fruto. São
espécies vegetais deste grupo: pimentas, tomates e outras espécies hortícolas.
Tomate
O tomate (Lycopersicum esculentum Mill) é originário da América do Sul, tomateiro é uma planta
normalmente cultivada como anual, embora a sua duração vegetativa em condições climáticas
muito favoráveis se possa prolongar por vários anos.
De acordo com NAIKA et al. (2006: 6), tomate é uma cultura comercial importante para pequenos
agricultores e agricultores comerciais de escala média, proporcionando altos rendimentos, a cultura
de tomate tem boas, perspectivas económicas e a área cultivada está a aumentar cada dia. Em 2001,
a produção mundial do tomate atingiu um nível de, aproximadamente 105 milhões de toneladas de
frutos frescos produzidos numa área estimada em 3,9 milhões de hectares.
A temperatura ideal para cultivar tomateiro se situa entre 15C- 28°C, A faixa de pH ideal para o
solo deve ser de 5,5 – 6,8 (NAIKA et al.,2006:10).
Em Moçambique há uma preferência por variedades de tomate com baixo teor de água, porque este
pode ser armazenado por períodos muito longos a sua sementeira é feita nos meses de Fevereiro a
Agosto e a colheita 89 a 99 dias apois a sementeira, tomate é rico em vitaminas A, B e C (RIBEIRO
& RULKENS, 1999:81).
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Pimento
HORTICULTURA…. (2007:35), Pimento pertence ao grupo da espécie Capsicum annuum, é
originário da América do Sul e Central. Existe pimenta do tipo doce, ou seja, são pimentas que não
têm capsaicina e outros capsaicinoides nos frutos, que são as substâncias que produzem a sensação
de ardência.
Segundo HORTICULTURA… (2007:38) , os frutos do pimento podem ser colhidos ainda verdes
ou podem ser colhidos quando estão maduros. A produção mundial do pimento em 2004 foi de
47637 toneladas e a área cultivada foi 1695 hectares.
A temperatura ideal para cultivar pimenta se situa entre 16C0- 35°C, A faixa de pH ideal = 5 – 5,7
(MELO, s/d: 38).
Em Moçambique a sementeira é feita nos meses de Setembro - Fevereiro nas zonas alta e Março -
Julho nas zonas baixas e a colheita 90 a 110 dias após a sementeira prolongando-se por três a cinco
meses, pimento é rica em vitaminas C e E (MELO, s/d: 48).
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Mercado
Segundo BARROS (2007:2), mercado é o local em que operam as forças da oferta e demanda,
através de vendedores e compradores, de tal forma que ocorra a transferência de propriedade da
mercadoria através de operações de compra e venda. O termo “local” usado na definição acima é
um tanto abstracto de modo a acomodar os diferentes tipos de mercados existentes; Deste modo,
mercado pode se referir um local específico como o mercado do produtor, mercado grossista e
mercado retalhista.
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De acordo com MARQUES & AGUIAR, (2003:2), mercado do produtor é aquele em que os
produtores oferecem sua produção aos intermediários.mercado grossista refere-se aquele segmento
do mercado onde as transacções mais volumosas têm lugar; nesse nível ocorrem fundamentalmente
transacções entre intermediários grossista e retalhista, sendo pequena a participação do produtor e
consumidores.
E o mercado retalhista é aquele onde os consumidores adquirem suas mercadorias. Os vendedores
são chamados retalhista que, colocando a mercadoria no momento, na forma e no lugar desejados
pelos consumidores, constituem o último elo da cadeia de intermediários envolvidos na
comercialização (MARQUES & AGUIAR, 2003:2).
Conforme MARTIN (2006: 89), a comercialização de hortícolas é uma actividade importante onde
Se for bem planeada, dará rendimentos, e se não for efectuada adequadamente, poderá dar origem a
grandes perdas. Portanto, deve-se adoptar os melhores métodos de comercialização para obter bons
rendimentos das actividades comerciais. Os produtores das hortícolas, no geral preocupam-se na
maior parte do tempo com os aspectos relacionados à produção (escolha das espécies e cultivares,
sementeira, irrigação), visando obter o máximo de produtividade. No momento da colheita, todo o
esforço dedicado à produção pode tornar-se um pesadelo, por conta da inabilidade ou inaptidão de
muitos em comercializar sua mercadoria.
No mercado, os produtos são vendidos por atacado ou em pequenas quantidades (venda a retalho).
A rede comercial constitui uma das ferramentas fundamentais na cadeia de valor da
comercialização agrícola, que estabelece a ligação entre as zonas de produção e o mercado, sendo a
sua expansão uma das prioridades do governo. As lojas rurais desempenham um papel fundamental
para desenvolvimento sócio-económico do país (Moçambique), porque assumem uma grande
importância na comercialização dos excedentes agrícolas. A realização de feira agrícola contribui
para a expansão da comercialização dos excedentes agrícolas; para além de constituírem uma
oportunidade de negócio, elas constituem uma alternativa a fraca abertura da rede comercial (MIC,
2013:8).
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Segundo MARJA (2006:94), os preços das hortícolas são determinados pela oferta e a procura dos
produtos; Pode ser necessário que se entre em negociações para se efectuar uma venda. O momento
da venda das hortícolas depende de dois factores importantes a ser considerados pelo agricultor:
O primeiro factor refere-se ao momento mais oportuno de venda a fim de ganhar a maior
quantidade de dinheiro possível, quer dizer, geralmente, quando os preços são altos.
O segundo factor refere-se à redução de riscos, visto que, geralmente, os preços das hortícolas
frescas seguem um padrão regular. Além disso, a natureza dos produtos e a sua dificuldade de
armazenamento não permitem muita autonomia para tomar decisões em relação a escolha do
momento, a não ser que o produto seja processado, isto pode implicar o risco do agricultor vender
na época da colheita, recebendo preços baixos pelos seus produtos.
Devido a esses factores recomenda-se que os agricultores procurem obter os melhores preços
possíveis dos compradores potenciais, como por exemplo dos exportadores, processadores; isto
pode implicar muita negociação, recomenda-se levá-las a cabo com suficiente antecipação à altura
dos produtos estarem prontos para serem colhidos. Em alguns casos, os agricultores podem efectuar
a venda dos seus produtos antes do plantio da cultura. Isto é característico das hortícolas frescas
destinadas a serem processadas por grandes empresas processadoras.
Segundo os economistas CLASSICOS, renda é a remuneração paga aos factores produtivos (terra,
trabalho, capital) pela sua participação no processo produtivo. Os agricultores familiares têm
grande potencial para fornecer hortícolas de qualidade para a população, gerando assim renda e
qualidade de vida no ambiente rural; admite a integração dos agricultores familiares ao mercado,
por meio das feiras livres. A renda derivada dessa comercialização promove a aquisição de
produtos básicos, que por não produzirem precisam ser adquiridos, como é o caso de material de
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limpeza, açúcar, o sal, vestuário além de produtos que trazem maior comodidade e conforto ao dia a
dia das famílias (RIBEIRO, 2007:25).
Segundo LOVATO (2006:151), o cultivo de hortícola gera renda chegando a complementar 70% da
receita salarial familiar, além de contribuir para o abastecimento das cidades vizinhas,
proporcionam uma maior segurança alimentar e nutricional da população, aém disso as hortícolas
apresentam altas produtividades possibilitando a geração de renda em pequenas áreas de produção,
contribuindo para inclusão social de famílias carentes.
Segundo FRANCISCO (2010:65), todo o homem tem direito a condições de vida adequado e bem-
estar de si próprio e sua família, incluindo acesso a educação, comunicação, habitação, transporte,
alimentação, assistência médica, acesso ao emprego, a produção de hortícola pode melhorar a
economia familiar, o que melhora os níveis de segurança alimentar apesar das condições adversas
em que é praticada, ela desempenha um papel notório na segurança alimentar, principalmente das
famílias rurais, reflectindo-se no melhoramento da dieta alimentar e da nutrição.
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O distrito de Vilankulo localiza-se a Norte da província de Inhambane e faz limite a Norte com o
distrito de Inhassoro, a Sul com o distrito de Massinga, a Oeste com o distrito de Mabote e
Funhalouro e a Este com Oceano Indico. Possui uma superfície de 5867km2, MINISTERIO DA
ADMINISTRACAO ESTATAL (MAE 2005:2).
O clima do distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior, e húmido, à medida que
se caminha para a costa, com duas estações a quente ou chuvosa que vai de Outubro a Março e a
fresca ou seca de Abril a Setembro.
A zona litoral, com solos acidentados e permeáveis, é favorável para a agricultura e pecuária,
apresentando temperaturas médias entre os 180C e os 330C.
A precipitação média anual na época das chuvas (Outubro a Março) é de 1500mm, com maior
incidência nos meses de Fevereiro e Março, em que chegam a ocorrer inundações.
O distrito tem dois postos administrativos: Vilankulo - Sede e Mapinhane que, por sua vez, estão
subdivididos em 4 Localidades, para além da Vila de Vilankulo, onde o distrito tem a sua Sede.
Este distrito engloba, ainda, as ilhas de Benguera e Magaruque, com 34km2 e 9km2 (MAE,
2005:11).
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Vilankulo
Quewene
Mapinhane Mapinhane
Belane
Muabsa
3.2. Amostra.
De acordo com GIL (2008: 89), as pesquisas sociais abrangem um universo de elementos tão
grande que se torna impossível considerá-los em sua totalidade.Por essa razão, torna-se necessário
trabalhar com uma amostra, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o
universo.
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Para o cálculo do tamanho da amostra usou-se os dados fornecidos pelos SERVIÇOS DISTRITAIS
DE ACTIVIDADES ECONOMICAS (SDAE) referentes ao número total de agricultores assistidos
no período de 2010-2014, sendo 2225 agricultores subdivididos em 875 do sexo masculino que
corresponde a 39% e 1350 do sexo feminino que corresponde a 61%. Determinou-se a amostra
1
baseando-se na forma da primeira aproximação da amostra 𝑛0 = 𝐸 2 Onde, o erro (E0) tolerável foi
0
de 10% (0,1).
1 1 1
𝑛0 = 2 = 0,12 = 0,01 = 100
𝐸0
𝑁x𝑛𝑜 2225x100
𝑛= = = 95,69~ 96
𝑁 + 𝑛𝑜 2225 + 100
Após o cálculo obteve-se n0 = 100, em seguida determinou-se o tamanho da amostra com a seguinte
𝑁x𝑛
fórmula 𝑛 = 𝑁+𝑛0 e obteve-se 95,69~ 96 que corresponde ao total da população entrevistado na
0
localidade sede.
Onde:
n = tamanho da amostra;
E0=erro tolerável;
Para a colecta de dados da pesquisa usou-se a técnica de entrevista semi- estruturada que de acordo
com CRISTINA et al. (2004: 8), é aquela cujo investigador tem uma lista de questões ou tópicos
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para serem preenchidos ou respondidos, como se fosse um guia. A entrevista tem relativa
flexibilidade, as questões não precisam seguir a ordem prevista no guia e poderão ser formuladas
novas questões no decorrer da entrevista. Mas, em geral, a entrevista seguirá o que se encontra
planejado. A principal vantagem da entrevista semi-estruturada é que é flexível;
É na base destes conceitos que optamos por uma entrevista semi-estruturada para os agricultares da
localidade Sede. A razão da escolha desta técnica de recolha de dados deveu-se ao facto de fornecer
informações relacionadas com o tema da pesquisa e permitindo assim responder os objectivos com
maior precisão; permitiu-nos uma maior flexibilidade ao longo da entrevista o que significa que foi
possível esclarecer o significado das perguntas e adaptar-se mais facilmente às pessoas e às
circunstâncias em que se desenvolvia a entrevista e também esta técnica permitiu-nos ter acesso a
informações qualitativas nomeadamente nível de bem-estar dos agricultores de hortícolas desde o
acesso a educação, comunicação, habitação melhorada, transporte e alimentação.
Consulta bibliográfica permite maior interpretação do problema e parte de principio de que o estudo
de caso pode ser considerado representativo de muitos outros casos semelhantes, a principal
vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma
gama de fenómenos muito mais amplo do que aquele que poderia pesquisar directamente (GIL,
2008:50).
Para melhor conhecimento do tema em estudo foi realizada a consulta bibliográfica em diversos
manuais de modo a obter informações para análise dos dados quantitativos dos agricultores,
posteriormente consultou-se a documentação fornecida pelo SDAE.
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O método qualitativo é aquele que não emprega um instrumento estatístico como base na análise de
um problema, não pretendendo medir ou numerar categorias (RICHARDSON, 1989:29), ou é
aquele que trabalha predominantemente com dados qualitativos, isto é, a informação colectada pelo
pesquisador não é expressa em números, ou então os números e as conclusões neles baseados
representam um papel menor na análise. Os dados qualitativos incluem também informações não
expressas em palavras, tais como pinturas, fotografias, desenhos, filmes, vídeo e até mesmo trilhas
sonoras (TESCH, 1990:9).
Entretanto o método qualitativo ajudou a perceber qual é o nível de bem-estar dos agricultores de
hortícolas desde o acesso a educação, comunicação, habitação melhorada, transporte e alimentação.
Enquanto o método quantitativo, segundo RICHARDSON (1989: 7), caracteriza-se pelo emprego
da quantificação, tanto nas modalidades de colecta de informações, quanto no tratamento destas
através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas. Conforme foi
mencionado, o método quantitativo possui como diferencial a intenção de garantir a precisão dos
trabalhos realizados, conduzindo a um resultando com poucas chances de distorções.
De acordo com o mesmo autor, este método é frequentemente aplicado nos estudos descritivos
(aqueles que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis), os quais propõem
investigar “o que é”, ou seja, a descobrir as características de um fenómeno como tal. Deste modo,
o método quantitativo permitiu-nos obter informações e dados referentes aos rendimentos obtidos
no período em estudo, e os preços das hortícolas através do inquérito.
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De acordo com o SDAE (2014), na localidade sede do distrito de Vilankulo existem 2225
agricultores dos quais 61% são mulheres e 39% são homens. Estes agricultores realizam suas
actividades nas seguintes zonas: na baixa de Wamutxitxe (50congresso), baixa de Pambarra
(Pambarra), baixa de Mungonze (Mungonze), baixa de Nhamalonzda e baixa de NHamulewe
(bairro do aeroporto), baixa de Pewane e baixa de Macurro (bairro19 de Outubro) e baixa de
Macassa (bairro do alto macassa).
Os agricultores que praticam o cultivo das hortícolas na Vila sede do distrito são na sua maioria
agricultores que vivem perto das baixas ao longo das margens do rio Govuro e das lagoas existentes
ao nível local. Entretanto, a sua distribuição espacial está dependente de diversos factores
destacando-se a proximidade aos mercados, os hábitos alimentares dos produtores e a renda dos
consumidores. A tecnologia de produção em uso é maioritariamente manual. A rega quando não
seja manual recorre-se a rega por aspersão sendo raras a utilização dos outros tipos rega.
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Garantir o acesso à escola, meio de comunicação e saúde aos seus membros bem como ter
habitação melhorada e meio de transporte para escoamento da produção;
Na localidade sede do distrito de Vilankulo são produzidas diversas hortícolas tais como: o tomate,
alface, couve, pimento, repolho, cebola e cenoura. De acordo com os entrevistados as principais
hortícolas produzidas no período de 2010 a 2014 são: tomate, couve, repolho, pimento, cebola,
alface e cenoura. Dentre as quais tomate, couve e repolho são produtos da primeira necessidade,
deste modo sendo os mais comercializados juntamente com alface, pimento e a cebola. De acordo
com os agricultores entrevistados, há uso de sementes certificadas por parte dos agricultores locais
e escolha de variedades com baixo teor de água. Tomate é a hortícola mais produzida e
comercializada nos principais mercados da vila sede do distrito de Vilankulo, o que denota a partida
o grau de importância que esta cultura detém na dieta alimentar das famílias ao nível local.
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Pambarra X X X X X X X
Mungonze X X X X X X
Bairro 19 de Outubro X X X X X X
Bairro do Aeroporto X X X X X X
Bairro 50congresso X X X X X X X
Tomate, alface, cebola, couve e repolho são produzidos pelos agricultores das distintas zonas de
produção, o que pode indicar a existência de condições agro-ecológicas para a produção destas
hortícolas. Algumas hortícolas são produzidas em menor escala como é o caso de cenoura e
pimento com uma percentagem média de canteiros correspondente a 0.68 e 6.78 respectivamente
porque são culturas com baixa aceitação junto dos produtores, a falta de mercado e a falta de
semente para a sua produção. A produção de hortícolas na localidade sede do distrito de Vilankulo
é colocada à disposição dos mercados locais, não é suficiente para cobrir as necessidades dos
consumidores locais, de tal forma que se recorra a Maputo, e até a África do Sul.
Segundo o SDAE (2015), o volume da produção de hortícolas tem conhecido a nível distrital uma
tendência de crescimento, passando de 517,5 toneladas na campanha agrícola 2010 para os cerca de
678,5 toneladas na campanha de 2014.
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Clima: o clima do distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco, no interior, e húmido, à
medida que se caminha para a costa, com duas estações: a quente ou chuvosa que vai de Outubro a
Março e a fresca ou seca de Abril a Setembro. A zona litoral com solos acidentados e permeáveis, é
favorável para a agricultura e pecuária, apresentando temperaturas médias entre os 18 0C e os 330C.
A precipitação média anual na época das chuvas (Outubro a Março) é de 1500mm, com maior
incidência nos meses de Fevereiro e Março, em que chegam a ocorrer inundações. A zona interior
do distrito apresenta solos franco-arenosos e areno-argilosos e uma precipitação média anual de
1000 a 1200mm, com temperaturas elevadas, que provocam deficiência de água (MAE, 2005:2).
Hidrografia: a bacia hidrográfica do distrito é composto por inúmeras lagoas e o rio Govuro com
maior caudal e de regime periódico.
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Acesso a mercados: a colocação da produção nos mercados constitui um desafio enfrentado por
grande parte dos agricultores de hortícolas, sobretudo na cultura de pimento, cenoura e repolho
influenciando a baixa oferta destes produtos nos principais mercados locais.
Baixa qualidade dos produtos: o mau acondicionamento do produto (sem sistemas de frio)
durante o transporte dos campos de produção da localidade sede do distrito constitui o principal
factor, aliado às condições de estrada menos boas em quase todo troço do trajecto.
Custos de transporte: o custo está relacionado em primeiro lugar com a distância percorrida pelo
produto e em segundo as perdas originadas pelo mau acondicionamento do produto.
Capital: pimento, repolho e cenoura, são produtos que os vendedores encontram dificuldades de
comercializar por falta de recursos financeiros para os adquirir.
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No cômputo geral, todos entrevistados foram unânimes em afirmar que os baixos volumes de
produção e a sazonalidade da produção são factores que têm limitado a disponibilidade de produto
no mercado.
4.4. Comparação dos rendimentos obtidos pelos produtores durante os anos de 2010 à 2014
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localidade sede no período de 2010 - 2014
Gráfico 1: Evolução da renda média anual por agricultor no período de 2010 a 2014
95000
Renda Media/Agricultor (em
86210.16
80000
73681.46 76331.85
68019.75
65000 67286.36
meticais)
Renda Media
Anual/Agricultor
50000
35000
20000
2010 2011 2012 2013 2014
Anos
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados colectados
O gráfico acima mostra a evolução do rendimento médio anual dos agricultores da vila sede do
distrito de Vilankulo durante o período de 2010 a 2014. Porém, os dados mostram claramente uma
tendência crescente do rendimento médio anual por agricultor durante todo período em estudo. A
menor taxa média da evolução da renda média anual por agricultor registou-se no período de 2010-
2011 com o valor de 1.09% devido ao uso de semente não certificada, o fraco conhecimento de
técnicas de produção, a fraca assistência técnica ao produtor e fraco controlo de pragas e doenças; e
a maior taxa média da evolução da renda média anual por agricultor registou-se no período de
2013-2014 com o valor de 12.94%, a evolução da renda média anual deveu-se ao facto de ao longo
do período em estudo haver melhorias dos factores que influenciaram nos baixos rendimentos
durante os primeiros anos. A taxa de crescimento geométrico de todo o período foi de 5.09%
mostrando que neste período o rendimento teve uma tendência positiva de crescimento.
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localidade sede no período de 2010 - 2014
Segundo os dados colectados, com base nos rendimentos obtidos, os produtores conseguem
matricular os seus filhos e comprar o material escolar necessário. Dos produtores entrevistados
92.7% conseguiram ingressar 356 filhos nas escolas, das quais 3 estão a frequentar o ensino
superior. Dos 96 produtores entrevistados 57.3% criaram postos de emprego dos quais 9.4% fixos e
47.9% sazonais. A agricultura familiar colabora na fixação do homem no campo, uma vez que gera
por hectare 3 a 6 empregos directos e o mesmo número de indirectos e serve como um meio de
subsistência, o que por sua vez pode garantir a sustentabilidade e promover desenvolvimento local.
De acordo com CALIMA (2013:13), as hortícolas produzidas pelos agricultores locais não são só
para o auto-consumo das famílias mas também concorrem para a segurança alimentar e nutricional
das famílias beneficiárias e como fonte alternativa de geração de renda.
Os altos custos de semente, altos custos para escoamento da produção, falta de tecnologias de
conservação dos produtos, falta de capacidade para controlo de pragas e doenças, fraco
conhecimento de técnicas de produção, falta de semente certificada, assistência técnica deficiente
são constrangimentos durante a produção e comercialização das hortícolas ao nível local. Apesar
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5.1. Conclusões
Os produtores das hortícolas na localidade sede do distrito de Vilankulo realizam suas actividades
nas seguintes zonas: na baixa de Wamutxitxe (50congresso), baixa de Pambarra (Pambarra), baixa
de Mungonze (Mungonze), baixa de Nhamalonzda e baixa de NHamulewe (bairro do aeroporto),
baixa de Pewane e baixa de Macurro (bairro19 de Outubro) e baixa de Macassa (bairro do alto
macassa). A maior parte desses produtores se encontram na baixa de Wamutxitxe, Nhamalonzda,
NHamulewe e Pewane.
Na localidade sede do distrito de Vilankulo são produzidas diversas hortícolas tais como: tomate,
alface, couve, pimento, repolho, cebola, cenoura. Tomate, repolho, couve e alface são as hortícolas
mais produzidas e comercializadas. As hortícolas possuem o potencial de melhorar a
sustentabilidade económica das comunidades residentes na localidade sede do distrito de Vilankulo,
que são produtos com certa procura regular nos principais mercados locais, as quantidades
produzidas ao nível local não são suficiente para satisfazer a demanda local, principalmente na
época quente, recorrendo as hortícolas importada da vizinha África do sul.
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No que se refere ao âmbito económico, os produtores tem acumulado rendimentos médios anuais
que variam entre 67 286.37 a 86 210.10 meticais por agricultor, equivalendo uma taxa de
crescimento geométrico de 5.09% em todo o período, o que quer dizer que nestes rendimentos
tiveram uma tendência positiva de crescimento. Com base no rendimento proveniente das suas
actividades os produtores das hortícolas conseguem suprir as necessidades básicas dos seus
agregados familiares e constitui uma oportunidade pois alguns até chegam a adquirir motorizadas e
bicicletas.
No âmbito social as actividades desenvolvidas pelos produtores de hortícolas tem contribuído na
educação escolar em diferentes níveis de ensino dos seus filhos tendo em média 4 filhos que cada
agricultor consegue colocar na escola, contribui no auto-emprego, as hortícolas produzidas também
desempenham um papel importante na dieta humana visto que são fontes de sais minerais, vitaminas
e demais nutrientes que fazem com que o corpo humano funcione de forma plena e perfeita.
Desta feita é aceite a hipótese pela qual: “A produção e comercialização das hortícolas contribuem
para geração de renda, emprego e para melhoria das condições de vida dos produtores de hortícolas
no distrito de Vilankulo na localidade sede”.
5.2. Recomendações
Aos produtores recomenda-se que se empenhem na produção de hortícolas durante a época
quente, de modo que as hortícolas nacionais estejam disponíveis ao longo de todo ano,
reduzindo desta forma, a importação de hortícolas provenientes da RSA.
Aos produtores recomenda-se a produção por contracto visto que esta abordagem tem-se
mostrado uma via alternativa de melhoria do acesso aos mercados por parte dos pequenos,
médios e grandes produtores no mundo actual. Adicionalmente, a produção por contracto tem
contribuído consideravelmente para a melhoria da competitividade destes produtores, no
entanto é que apenas produzem em função das necessidades do mercado em termos de
variedades, produtos, períodos, padrões de qualidade e finalidade. Estes ganhos são possíveis
porque estes produtores se ligam a grandes companhias de processamento de hortícolas e a
supermercados, a cadeia de valor fluirá com alguma eficiência;
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Recomenda-se aos produtores de hortícolas a produzirem relatórios para facilitar o controlo das
suas actividades;
Recomenda-se às ONGs e ao governo distrital que invistam na abertura das casas agrárias, visto
que não existe, ao nível local, entidades capazes de fornecer insumos de produção no nível
desejável.
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localidade sede no período de 2010 - 2014
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ASTI VERA, Arnaldo. (1979). Metodologia da pesquisa científica. 5. ed. Porto Alegre: Globo;
BENTO, C.A & OLIVEIRA, A.P (2005). Avaliação sócio económica da produção orgânica do
projecto cinturão Verde. Município de João Pessoa;
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 5. ed.São Paulo:
Atlas, 2002;
MENSURE. (2008). Análise de dados. Maputo Moçambique; meio rural: experiências e reflexões
de agentes de desenvolvimento local. Chapecó: Argos;
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localidade sede no período de 2010 - 2014
PIZA, C.T. & WELSH. (1968). Introdução à Análise da Comercialização. Série Apostila n.º 10,
Piracicaba-SP;
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1989;
ROHR, P.V. (2007) comparação entre os factores que influencia o produtor na comercialização de
Arroz dos municípios de camaquã viamão. Porto alegre;
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APÊNDICES E ANEXO
I
Apêndice 1
As respostas que serão obtidas a partir desta entrevistas serão utilizadas para elaboração de um
projecto de pesquisa académica; para a obtenção do grau académico de licenciatura em Economia
Agrária no Departamento de Sociologia Rural, Escola Superior de Desenvolvimento Rural – UEM.
o projecto tem como objectivo analisar o contributo sócio-económico da produção e
comercialização de hortícola no distrito de Vilankulo na localidade sede no período de 2010-
2014.as informações disponibilizadas pelos entrevistados através das respostas desta entrevista são
confidenciais e serão utilizadas apenas para responder os objectivos do projecto académico.
Ressaltar que este projecto apenas tem fins académicos e não irá trazer prejuízos para os seus
entrevistados.
Identificação:
1. Nome___________________________________________________________
2. Idade_________
Secção A: produção
II
3. Possui trabalhadores? E quantos são?
Secção B: Comercialização
III
10. O rendimento obtido dá para sustentar a família? Se sim, é suficiente para teracesso à
assistência médica e medicamentosa e custear os estudos para os seus filhos?
11. Qual é o meio de transporte que conseguiu adquirir com a prática desta actividade?
12. Que tipo de meio de comunicação conseguiu adquirir?
13. Será que conseguiu construir alguma habitação melhorada?
14. Deste que começou com a produção e a comercialização de hortícolas tem registado alguma
melhoria na sua vida? Se sim diga de que tipo?
15. Quais são os principais problemas enfrentados na comercialização de hortícolas?
Secção C: Incentivos
IV
Guião de inquérito por via de entrevista semi–estruturada destinado ao Técnico do Serviço
Distrital das Actividades Económicas (SDAE) no distrito de Vilankulo na localidade sede.
As respostas que serão obtidas a partir desta entrevistas serão utilizadas para elaboração de um
projecto de pesquisa académica; para a obtenção do grau académico de licenciatura em Economia
Agrária no Departamento de Sociologia Rural, Escola Superior de Desenvolvimento Rural – UEM.
O projecto tem como objectivo analisar o contributo sócio-económico da produção e
comercialização de hortícola no distrito de Vilankulo na localidade sede no período de 2010-2014.
As informações disponibilizadas pelos entrevistados através das respostas desta entrevista são
confidenciais e serão utilizadas apenas para responder os objectivos do projecto académico
Ressaltar que este projecto apenas tem fins académicos e não irá trazer prejuízos para os seus
entrevistados.
Identificação:
1. Nome___________________________________________________________
2. Função_________
Secção A: produção
2. Quantas povoações a localidade sede possui e quantos agricultores possui em cada povoação?
4. Quantas associações a localidade sede possui e como estão distribuídas por povoação?
6. Qual é a quantidade produzida de cada tipo de hortícola em cada época do período de 2010 –
2014?
V
7. Quantos sistemas de rega possuem a localidade de Vilankulo sede?
8. Quantos extensionistas possui a localidade de Vilankulo sede e como estão distribuídos por
povoações?
Secção B: Comercialização
Secção C: Responsabilidade
VI
Apêndice 2
Tabela 1: Rendimentos obtidos em cada hortícola no período de 2010 a 2014
Rendimento (em
meticais)
Hortícolas 2010 2011 2012 2013 2014
Alface 42400 135500 286200 668800 703450
Tomate 112800 226250 607950 1022588 1181625
Couve 25200 42800 106000 259500 288000
Cebola 17100 36720 88560 247020 287250
Repolho 399500 733975 2160000 4284000 4837350
Pimento 113900 165900 264600 823200 912000
Cenoura 19250 19250 23400 22750 66500
Rendimento Total 730150 1360395 3536710 7327858 8276175
VII
Tabela 3: Rendimentos médios obtidos pelos produtores durante o ano de 2011
Rend. Médio /
Hortícolas Produtores Rendimento agricultor
Alface 48 286200 5962.5
Tomate 48 607950 12665.625
Couve 48 106000 2208.333333
Cebola 48 88560 1845
Repolho 48 2160000 45000
Pimento 48 264600 5512.5
Cenoura 48 23400 487.5
TOTAL 73681.45833
VIII
Tabela 5: Rendimentos médios obtidos pelos produtores durante o ano de 2013
IX
Anexo 1