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i
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Faculdade de Educação e Comunicação
ii
Índice
DECLARACÇÃO DE HONRA.............................................................................................................v
AGRADECIMENTO............................................................................................................................vi
DEDICATÓRIA...................................................................................................................................vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..........................................................................................viii
LISTA DE TABELAS...........................................................................................................................ix
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................................x
RESUMO..............................................................................................................................................xi
ABSTRACT.........................................................................................................................................xii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.........................................................................................................13
1.1. Contextualização...........................................................................................................................13
1.2. Formulação do Problema...............................................................................................................13
1.3. Objectivo Geral.............................................................................................................................14
1.3.1. Objectivos Específicos...............................................................................................................14
1.4. Hipóteses.......................................................................................................................................14
1.5. Justificativa....................................................................................................................................14
1.6. Delimitação da Pesquisa................................................................................................................15
1.7. Estrutura do trabalho.....................................................................................................................15
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................16
2.1. Conceitos-chave............................................................................................................................16
2.1.1. Responsabilidade........................................................................................................................16
2.1.2. Comunidade...............................................................................................................................16
2.1.3. Responsabilidade social empresarial..........................................................................................16
2.2. Tipos de responsabilidade social...................................................................................................17
2.3. Importância da responsabilidade Social.........................................................................................18
2.4. Objectivos da responsabilidade social...........................................................................................19
2.5. Motivações da responsabilidade social empresarial.......................................................................19
2.6. Características da responsabilidade social.....................................................................................20
2.7. Responsabilidade social em Moçambique.....................................................................................21
2.8. Desafios da responsabilidade social..............................................................................................21
2.8.1. No âmbito geral..........................................................................................................................21
2.8.2. No âmbito empresarial...............................................................................................................22
iii
CAPÍTULO III: METODOLOGIA.............................................................................................23
3.1. Quanto a abordagem......................................................................................................................23
3.2. Quanto aos procedimentos técnicos...............................................................................................24
3.3. Quanto aos objectivos....................................................................................................................25
3.4. Quanto a técnicas de colecta de dados...........................................................................................25
3.5. Amostra.........................................................................................................................................26
3.6. Método de análise e interpretação de dados...................................................................................26
3.7. Considerações éticas......................................................................................................................26
CAPÍTULO IV: APRESENTACÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETACÇÃO DE DADOS...........27
4.1. Discussão de resultados.................................................................................................................34
4.1.1. Confirmação das hipóteses.........................................................................................................34
CAPÍTULO V: CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................35
5.1. Conclusão......................................................................................................................................35
5.2. Sugestões.......................................................................................................................................36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................37
APÊNDICE 1.......................................................................................................................................38
iv
DECLARACÇÃO DE HONRA
Eu, Reiner António Lemax Likaunga declaro por minha honra que este trabalho é da minha
autoria, resultado da minha investigação e sob orientação do meu supervisor. O seu conteúdo
é original e todas as fontes consultadas são devidamente mencionadas no texto e nas
referências bibliográficas.
Declaro ainda que a presente monografia nunca foi apresentada em qualquer instituição como
trabalho científico.
O Autor
Nampula, aos ___ de _________________de 2023
____________________________
(Reiner António Lemax Likaunga)
Visto
O Supervisor
Nampula, aos ___ de _________________de 2023
____________________________
(Armando Sucute, MA)
v
AGRADECIMENTO
Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter-me dado força e sabedoria. Sem a minha fé, não
teria terminado o trabalho com sucesso.
O meu agradecimento aos meus pais, que sempre me apoiaram proporcionando o melhor para
os meus estudos. Agradeço aos meus irmãos pelo apoio moral.
Agradeço, ao Dr. Armando Sucute, supervisor desta monografia pelo apoio e paciência
oferecido.
vi
DEDICATÓRIA
Dedico
vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
p. - Página
RS - Responsabilidade Social
LISTA DE TABELAS
viii
Tabela 1 - Características da responsabilidade social...............................................................20
Tabela 2 - Caracterização dos participantes..............................................................................27
Tabela 3 - Grelha de apresentação de resultados......................................................................27
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição do Género dos inqueridos....................................................................27
Figura 2 - Distribuição das idades dos inqueridos....................................................................28
Figura 3 - A percepção do contributo da RSE na melhoria da condição de vida.....................28
Figura 4 - O conhecimento de actividade social desenvolvida pela empresa X.......................29
Figura 5 – Benefício da existência da empresa X no Bairro de Muepelume............................30
Figura 6 - A prática da responsabilidade social na empresa X.................................................30
x
Figura 7 - A importância em investir na responsabilidade social na empresa X......................31
Figura 8 - Caso a responsabilidade social fazer parte das estratégias e planos da empresa.....32
Figura 9 - Os objectivos da prática da responsabilidade social na empresa.............................32
Figura 10 - Influência da responsabilidade social no sucesso das vendas da empresa X.........33
RESUMO
O presente estudo visa compreender o contributo da responsabiludade social das empresas na melhoria
de condicao de vida da comunidade do Bairro de Muepelume, abraçando aos principais factores que
esta apresenta. A responsabilidade social agrega um imperativo ético ao fazer coisas que melhoram a
sociedade, e não fazer aquelas que poderiam piorá-la. Ou seja, a responsabilidade social da empresa na
para o autor, é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com os
públicos com que se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresarias conciliáveis com o
desenvolvimento sustentável da sociedade. A pesquisa combina os métodos qualitativos e
quantitativos, sendo assim uma pesquisa mista. Após o estudo se chegou a seguinte conclusão, que a
com a prática da responsabilidade social empresarial, a empresa tanto como a comunidade saem a
xi
ganhar, velar pela sociedade faz com que a empresa exista e progrida, e por outro lado a comunidade
beneficente tem a melhoria da qualidade de vida salvaguardada. Recomenda-se a associar-se a
projectos de educação do ministério da educação, com intuito de abrir novos horizontes para a
sociedade; pesquisar instrumentos de mensuração de resultados de práticas sociais; e estudar o
processo de comunicação empresarial voltada para acções sociais internas e externas na empresa e as
relações entre esse processo e a adesão de voluntários internos.
ABSTRACT
This study aims to understand the contribution of corporate social responsibility in improving living
conditions of the neighborhood de Muepelume community, embracing the main factors that this it
presents. Social responsibility adds an ethical imperative to doing things that improve society, and not
do those that could make it worse. That is, the social responsibility of the company, for the author, is
the form of management that is defined by the company's ethical and transparent relationship with the
public with which it works relates and for the establishment of business goals reconcilable with the
sustainable development of the society. The research combines qualitative and quantitative methods,
thus being a mixed research. After the study, the following conclusion was reached, that with the
practice of corporate social responsibility, both the company and the community gain, caring for
xii
society makes the company exist and progress, and on the other hand the charitable community has the
improvement of the quality of life safeguarded. It is recommended to associate with education projects
of the Ministry of Education, with the aim of opening new horizons for society; research instruments
for measuring the results of social practices; It is studying the business communication process
focused on internal and external social actions in the company and the relationships between this
process and the adherence of internal volunteers.
xiii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
A responsabilidade social é importante para as empresas porque o mercado e a forma de
consumir vem se modificando a cada dia novos conceitos vão surgindo. Isso só prova que os
consumidores estão mudando e as empresas precisam acompanhar essas mudanças ou ficarão
fora do mercado. Uma dessas mudanças diz respeito à responsabilidade social das empresas. As
pessoas estão se preocupando mais em adquirir produtos e serviços de negócios que se importam
com os funcionários, que pagam o que é devido, que se preocupam com o meio ambiente e com a
comunidade ao redor, ou seja, empresas que causam impactos positivos para sociedade.
14
1.2. Formulação do Problema
Segundo Barros (1999) “toda a pesquisa tem origem num problema sentido, numa perspectiva
frustrada, numa dificuldade teórica ou frustrada” (p. 28).
Baseando-se neste autor, o problema desta pesquisa, parte da constatação da realização deficiente
ou menos satisfatória da responsabilidade social por parte das empresas numa perspectiva de
melhorar a condição de vida de pessoas circundantes da mesma, o que faz com que se verifique o
índice estacionário ou crescente da pobreza nas comunidades circunvizinhas.
1.4. Hipóteses
Seguidamente são apresentadas as hipóteses que nortearam a pesquisa nomeadamente:
Hipóteses 1: A responsabilidade social da empresa X contribui na melhoria de condição
de vida da comunidade do Bairro de Muepelume.
Hipóteses 2: A responsabilidade social da empresa X não contribui na melhoria de
condição de vida da comunidade do Bairro de Muepelume.
15
1.5. Justificativa
A pesquisa parte da constatação da realização deficiente da responsabilidade social por parte das
empresas numa perspectiva de melhorar a condição de vida das comunidades onde essas estão
instaladas, o que faz com que se verifique o índice crescente da pobreza nessas comunidades.
A nível social, a escolha do tema, é um contributo ao debate que já tem acontecido, sobre o
desenvolvimento social e económico e o que é esperado em termos de atuação das empresas. Este
estudo poderá ser importante para a sociedade na medida em que o mesmo pode servir como
fonte de informação para as comunidades dos seus direitos de assistência pública por parte das
empresas inseridas nestas comunidades. A escolha deste tema é uma oportunidade de discutir a
RSE com novas perspectivas de análise, visto que este tema já tem sido alvo de estudos em
ciências como a administração, economia, gestão, entre outras, e por esta via através da
sociologia podem ser levantados novos problemas e sugestões de pesquisa.
No âmbito acadêmico pensamos que este trabalho irá constituir como mais um material de
consulta ou apoio para questões relacionadas com o tema em destaque.
16
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Conceitos-chave
Neste ponto apresentamos os principais conceitos que buscam dar consistência ao trabalho,
trazendo visões e abordagens de autores conceituados.
2.1.1. Responsabilidade
Segundo Reis (2014), responsabilidade é um termo de origem latina (respondere) que significa
responder pelos actos próprios ou pelos alheios, ou ainda por uma coisa confiada. Trata-se de um
substantivo feminino que representa o dever de cada indivíduo em assumir as consequências de
seu comportamento e actos ou do comportamento e actos do outro.
2.1.2. Comunidade
Segundo Volpato (2009), o conceito de comunidade está intimamente ligado com o surgimento
da sociologia como ciência, na medida em que no referido contexto, as sociedades europeias
passavam por transformações profundas, em que os modos de vida tradicional davam lugar a
modernização da sociedade, impulsionados pelos processos de urbanização e individualização
Na perspectiva de Brint (2001), este define comunidade como agregados de pessoas que
partilham atividades comuns e crenças, estando ligados por relações de afecto, lealdade, valores
comuns ou preocupações pessoais (com os acontecimentos das vidas dos seus semelhantes).
Assim sendo, se define comunidade como uma relação social na medida em que a orientação da
acção social, na média ou no tipo-ideal, baseia-se em um sentido de solidariedade: o resultado de
ligações emocionais ou tradicionais dos participantes.
A responsabilidade social como um conceito segundo o qual “as empresas numa base voluntária
decidem contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo” Isto implica
para as empresas irem mais além das suas obrigações legais plasmadas nos quadros jurídicos
nacionais e internacionais, através de acções como investimento em capital humano, no ambiente,
e nas relações com outras partes. A definição de responsabilidade social empresarial que
adoptamos é que ela é uma forma da empresa retribuir a sociedade pelos recursos naturais,
capitais financeiros e tecnológicos, e força de trabalho usados no seu funcionamento.
18
2.3. Importância da responsabilidade Social
As acções de responsabilidade social devem ser implementadas como estratégias com vista a
catapultarem as empresas no mercado em que elas estão inseridas, pois assim poderão se firmar
por longos tempos e gradualmente poderão monopolizar o seu mercado, portanto o uso das
acções de responsabilidade social dotará as empresas, mecanismos de atingir ao seu público
potencial criando condições para afluir mais potências públicas.
Uma acção social bem conduzida garante a qualquer empresa posição de destaque na
sociedade onde actua e este é factor decisivo no auto preservação empresarial. Ainda
realçam que empresa com imagem reforçada e dependendo dos resultados dos projectos
sociais por ela financiados, a empresa torna-se mais conhecida e vende mais. Seus
produtos, serviços e sobretudo a sua marca ganha maior visibilidade.
Já Costa (2007, citado por Montagna, 2015), realça que a responsabilidade social, na maioria das
vezes traz diversos benefícios associados para a empresa, como tais:
Portanto, nesta vertente percebe-se que, as empresas que praticam acções de responsabilidade
social criam dinamismo e elevam a satisfação dos funcionários, cativam os seus clientes e, estão
sujeitas a maior capacidade de competitividade e inovação em relação as demais empresas.
19
2.4. Objectivos da responsabilidade social
A responsabilidade social deve satisfazer as necessidades e prioridade de todos os envolvidos e
interessados na empresa, desde um comportamento adequado a toda dimensão da empresa.
Segundo CNI (2006), a responsabilidade social empresarial, por sua vez, é um conjunto de
actividades e iniciativas de sentido estratégico, que têm como objectivo preparar as empresas para
responder de forma proactiva a um conjunto de questões com as quais estarão cada vez mais
confrontadas. Dentre elas:
As empresas existem para atender às necessidades dos indivíduos e da sociedade, por meio de
produtos, serviços e acções que contribuam para o desenvolvimento económico e ambiental
sustentável, além de socialmente mais justos. Dentre os objectivos empresariais, deve haver uma
concentração de esforços a fim de contribuir de forma inovadora e exemplar para o
aperfeiçoamento da sociedade, provocando mudanças de atitudes e de valores que materializem o
ideal de uma sociedade mais justa.
De acordo com Almeida (2010) as justificativas para o exercício da RSE podem ser distinguidas
segundo as suas motivações, que podem ser internas e externas:
20
A abordagem de Santos (2012), apresenta um conjunto de motivações de natureza reactiva do que
proactiva por parte da empresa. São três as motivações que o autor apresenta. Em primeiro lugar
se situam as pressões dos clientes, e a cedência a esta pressão, é um mecanismo de acesso ao
mercado; Em segundo lugar as motivações de natureza defensiva ou reactiva, têm subjacente a
tentativa de melhorar a imagem da empresa ou de restaurar a confiança perdida; Em último, as
empresas através da RSE visam limitar a intervenção pública nos seus negócios.
Fonte: Adaptado pelo Autor, com base no artigo da revista PLUG (2000).
21
Entretanto, ao se buscar elementos de identidade para uma empresa “socialmente responsável” há
um certo consenso em ressaltar as que adoptam processos que incorporam escuta e negociação
com aos seus parceiros de negociação sejam estes internos ou externos de modo a fortalecer a
cultura institucional voltada a democratização das relações de trabalho.
Em Moçambique, as noções de responsabilidade social das empresas detidas pelo estado estão
relacionadas com o sentido de prestígio nacional, onde estas são chamadas a contribuir
financeiramente em situações conjunturais como calamidades naturais. Por outro lado, as suas
ações se resumem a construção de infantários para os filhos de funcionários, e apoio a iniciativas
desportivas e atividades recreativas. Os investimentos sociais nestas empresas não seguem
estratégias ou políticas específicas.
De acordo com Rego et al (2003), inúmeras empresas nacionais e internacionais, têm vindo a
interpretar estes desafios, incorporando-os nas suas decisões, estratégias e acções.
22
Criar mecanismos de monitoramento de responsabilidade social empresarial e
desenvolvimento sustentável em conjunto com a sociedade civil;
Criar o fórum nacional de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável;
estimular a criação de um conselho e órgãos técnicos que deem suporte científico às
iniciativas de responsabilidade social empresarial e desenvolvimento sustentável;
Disseminar nas universidades programas de capacitação em gestão socialmente
responsável e reforçar os acordos e as decisões das conferências multilaterais,
esforçando-se para implementá-los.
O outro desafio está na dimensão externa que segundo Mucambe (2014), a responsabilidade
social de uma empresa excede a área da própria empresa abrangendo também a comunidade
local, envolvendo para além dos trabalhadores e accionistas, outras partes interessadas: parceiros
comerciais, autoridades públicas e ONGs que exercem a actividade junto as comunidades locais.
A implementação de políticas de responsabilidade social é uma decisão estratégica, por isso, deve
ser conduzida pela alta gerência. Além disso, o compromisso da alta gerência com as acções de
responsabilidade social empresarial favorece um maior engajamento dos funcionários. A
valorização da área de recursos humanos e dos funcionários decorre da percepção de que, sem
contar com a participação e o envolvimento dos empregados, muitos serão os obstáculos para a
implementação das acções de responsabilidade social.
23
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
Tipo de pesquisa
24
Para este estudo com vista a alcançar os objectivos optou-se por pesquisa mista, que consiste em
englobar variáveis qualitativas e quantitativas, propiciando, desta forma a interpretação dos
fenómenos e da atribuição de significados dos dados que foram traduzidos em números.
Metodologia
De acordo com Fonseca (2002), metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma
pesquisa científica (p. 10).
A metodologia são passos que vêm dar ordem, estrutura lógica à busca empreendida pelo
pesquisador, fornecendo a direção a ser seguida no desenvolvimento da pesquisa.
Paradigma qualitativo;
Paradigma quantitativo;
Paradigma misto.
Segundo Minayo (2008), a pesquisa qualitativa obtém de dados descritivos de pessoas, lugares e
processos interativos pelo contacto directo do pesquisador com a situação estudada, para
compreender os fenómenos segundo a perspetiva dos sujeitos participantes do estudo realizado.
Para Gil (2007), a pesquisa quantitativa permite a mensuração de opiniões, hábitos e atitudes em
um universo, por meio de uma amostra que o represente estatisticamente.
E por fim temos pesquisa mista, esta que combina os métodos de pesquisa qualitativos e
quantitativos e tem por objectivo generalizar os resultados qualitativos, ou aprofundar a
compreensão dos resultados quantitativos, ou corroborar os resultados (Minayo, 2008).
25
A pesquisa qualitativa diferencia-se da quantitativa de acordo com a forma de abordagem de uma
realidade e da maneira pela qual os dados são colectados, tratados e analisados. O método
qualitativo não aplica instrumentos estatísticos para análise de um problema, uma vez que o seu
objectivo não é medir nem numerar os eventos estudados.
Quanto à abordagem para este estudo com vista a alcançar os objectivos optou-se por pesquisa
mista, pois o estudo vai englobar variáveis qualitativas e quantitativas, pois aguando da
interpretação dos fenómenos e na atribuição de significados os dados foram traduzidos em
números. A opção por esse tipo de pesquisa prende-se à natureza do fenómeno pesquisado, pois
para uma melhor percepção, clarificação do fenómeno estudado e alcance do objectivo que
abarca ideias e mensuração de dados estatísticos, a abordagem é a que mais se adequada.
Para Yin (2001, citado por Oliveira, 2011), “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo
profundo e exaustivo dos fatos objetos de investigação, permitindo um amplo e pormenorizado
conhecimento da realidade e dos fenómenos pesquisados” (p.27).
A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado, tais como livros, e
artigos científicos localizados em bibliotecas (Fonseca, 2002).
26
A escolha desta técnica ajudou a obter resultados reais, pois foi possível vivenciar os factos, ou
seja, permitiu ao autor inteirar-se do contexto da vida real ajudando deste modo a perceber os
factos de forma aprofundada e generalizada. E a opção da pesquisa bibliográfica permite poder
embasar o referencial teórico por meio de consulta de diversas obras de outros que abordavam
questões relacionados ao tema, e o estudo de caso permitiu manter o contacto directo com o local
da pesquisa facilitando de certo modo a obtenção dos dados pretendidos para este estudo.
Para Gil (2007), enquadram-se na categoria dos estudos exploratórios todos aqueles que buscam
descobrir ideias e intuições, na tentativa de adquirir maior familiaridade com o fenómeno
pesquisado. Nem sempre há a necessidade de formulação de hipóteses nesses estudos. Eles
possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os factos, permitindo a formulação
mais precisa de problemas, criar novas hipóteses e realizar novas pesquisas mais estruturadas.
Para Lakatos e Marconi (2008), a pesquisa descritiva visa estabelecer relações de causa-efeito por
meio da manipulação direta das variáveis relativas ao objecto de estudo, buscando identificar as
causas do fenómeno. Normalmente, é mais realizada em laboratório do que em campo.
Quanto aos objectivos, optou-se pela pesquisa exploratória e descritiva dado que esta pesquisa
visa observar, registar, analisar e correlacionar factos sem modificar, onde se irá descrever
assuntos relacionados com a responsabilidade social empresarial.
27
Quanto ao tipo de entrevista utilizada é a semiestruturada, foram elaboradas questões abertas e
fechadas. A entrevista semi-estruturada foi escolhida como principal técnica neste estudo, por se
tratar de instrumento flexível de colecta de dados, optou--se por esta técnica também porque
pretendia-se colher no campo de estudo respostas uniformes para facilitar a sua interpretação.
A aplicação das entrevistas foi realizada através do contacto direto à empresa. Os entrevistados
foram os funcionários da empresa X e os residentes da comunidade do Bairro de Muepelume.
Tendo em conta os benefícios que esta técnica oferece segundo (Lakatos e Marconi, 2008),
nomeadamente:
3.5. Amostra
A escolha dos participantes foi de uma forma intencional, por serem parte relevante para
aquisição de dados com vista a materialização final da pesquisa. Para o nosso estudo contou com
a participação de 15 funcionários da empresa X e 35 residentes da comunidade do Bairro de
Muepelume que se encontra na Província de Nampula, abarcando um total de 50 participantes.
A selecção dos partecipantes foi feita de forma aleatória, isto é, não se seguiu alguma
característica particular destes.
Segundo Bardin (2009), a análise de conteúdo é uma técnica de tratamento de dados colectados,
que visa à interpretação de material de carácter qualitativo, assegurando uma descrição objetiva,
sistemática e com a riqueza manifesta no momento da colecta dos mesmos.
28
Para garantir uma melhor organização dos dados, foi elaborada uma tabela e agrupados os dados
em categoria e foram codificados preservando a identidade dos envolvidos assim como dos
documentos que foram observados.
Sujeitos Número
Entrevistados 50
Fonte: Autoria própria.
29
A prática de 4.1. A prática de
4- Saber se prática de
responsabilidade social responsabilidade social afecta no
responsabilidade social afecta
no desempenho da desempenho da empresa X em
no desempenho da empresa X
empresa. termos de venda?
Fonte: Autoria própria.
Feminino; 30%
Masculino; 70%
Masculino Feminino
De acordo com o gráfico n.º 1 onde ilustra de um total de (100%), (30%) sujeitos que
correspondem o género feminino e (70%) são do género masculino.
10% 4%
18%
18 a 20 anos
21 - 30 anos
Entre 31 e 40 anos
48%
Entre 41 a 50 anos
Mais de 51 anos
20%
Relativamente a idade dos (100%) observa-se a figura n.º 2, dos pesquisados, nota-se a
percentagem maior onde 24 dos questionados que correspondem a (48%) estão nas faixas etárias
compreendida dos 21 a 30 anos, em segundo lugar estão 10 sujeitos que correspondem a
percentagem de (20%) no intervalo de 31 a 40 anos de idade e 9 que correspondem a (18%) no
intervalo de 41 a 50 anos, e não menos importante os 5 que correspondem a (10%) mais de 50
anos e 2 que correspondem a (4%) dos 18 a 20 anos. De acordo com o gráfico facilmente nota-se
30
a diversificação das idades, o que tornou a pesquisa abrangente e com diferentes tipos de opiniões
consoante a faixa etária dos inqueridos.
Nao ; 18%
Sim
Nao
Sim; 82%
De acordo com a figura 3, do total de 100%, (82%) foram unânimes em afirmar que a prática da
RSE da empresa X, contribuem significativamente na melhoria da condição de vida, segundo os
inqueridos do Bairro de Muepelume e afirmam que há residentes que tem vivido mediante esta
mesma prática. Portanto somente (18%), não reconhece a influencia dessa prática, estes
inqueridos responderam que a RSA não tem contribuído na melhoria da condição de vida deles.
31
Nao ; 15%
Sim
Nao
Sim; 85%
Com esta questão dirigida em espacial a comunidade que se encontra nos arredores da empresa X
pretendia-se auferir se a empresa tem desenvolvido alguma actividade para o bem-estar da
comunidade e sociedade em geral, a maioria esmagadora de 85% dos 100%, foram unânimes em
afirmar que sim a empresa desenvolve actividades viradas à sociedade. E apenas 15% afirma não
terem conhecimento de nenhuma actividade desenvolvida pela empresa no Bairro de Muepelume.
Nao ; 25%
Sim
Nao
Sim; 75%
32
De acordo com o figura 5, questionados os membros da comunidade se têm visto algum benefício
da existência da empresa dos 100%, 75% afirmam que sim tem de facto notado, ainda mais se
comparado à figura 4 em que 85% dos 100%, foram unânimes em afirmar que sim a empresa
desenvolve actividades viradas à sociedade, no caso especifico a empresa actua em várias áreas
destacando áreas de saúde onde a empresa apoia em fornecimento de equipamentos e
medicamentos que diz respeito ao tratamento do cancro da mama, de útero e de próstata. Não
restam dúvidas que a existência da empresa traz benefícios.
Nao ; 22%
Sim
Nao
Sim; 78%
Questionados se a empresa faz a prática da responsabilidade social dos 100% de acordo com a
figura 6, 22% dizem não, e um total de 78% foram unânimes em afirmar que de facto a empresa
faz a responsabilidade social. Reforça este facto visto que, questionada à sociedade como avaliam
a empresa em termos sociais a maioria deles responderam positivamente que a empresa tem de
certa forma ajudado a comunidade embora sem abrangência, mas tem sim ajudado. Com este
depoimento afirma-se que a empresa aposta pelo sim na prática da responsabilidade social.
33
4%
Muito importante
26 %
Importante
70 %
Pouco
importante
Figura 8 - Caso a responsabilidade social fazer parte das estratégias e planos da empresa
34
Nao ; 10%
Sim
Nao
Sim; 90%
De acordo com a figura 8 referente as estratégias e planos e se é que a RS faz parte integrante, o
obteve-se 90% de um total de 100% a afirmarem que sim a RS faz parte das estratégias e planos
da organização e restando apenas 10% a responderem de forma negativa. Os que afirmam sim
visualizam a RS como uma plataforma nas estratégias de social-marketing visto que é utilizado
como uma ferramenta estratégica para divulgar além de seus produtos e serviços, as informações
das acções sociais, que são praticadas pela empresa desta forma ajudando a empresa na promoção
e venda dos seus produtos e serviços.
Contribuição para o
desenvolvimento sustentável
das comunidade
na
De acordo com a figura 7, dos 100%, 58% afirmam que o objectivo da empresa em praticar a RS
é de contribuição para o desenvolvimento sustentável das sociedades, já 24% dizem que
35
Conhecer demandas e expectativas dos clientes o objectivo da prática da RS, enquanto 10% e 8%
dizem que a prática da RS inova e melhora o processo de direcção ao mesmo tempo podendo
identificar o seu público-alvo.
Diante das diversificações percentuais acima patentes na figura 7 percebe-se que a percentagem
maior que é de 58% que diz, a empresa ao fazer as acções de responsabilidade social visa
contribuição no desenvolvimento sustentável da comunidade. Portanto vale lembrar que sim é
bom velar pela sociedade porque é esta que faz com que a empresa exista e progrida, portanto,
cuidando da comunidade de Muepelume a empresa X espera o retorno em termos de vendas.
Nao ; 18%
Sim
Nao
Sim; 82%
De acordo com a figura 8, 82% de um total de 100% questionados dizem que a responsabilidade
social sim influencia nas vendas e 18% responderam que a responsabilidade social não influencia
no sucesso das vendas. Perante as percentagens pelo sim e pelo não e de facto que a RS
influência no sucesso das vendas. Realçar que a empresa socialmente responsável tem maior
posicionamento no mercado e nas comunidades em que estão inseridas, atraindo mais
consumidores, pois a sociedade percebe notoriamente a existência da empresa e sua marca, e
optam na hora da compra por produtos ou serviços dessa empresa.
Das hipóteses ora levantadas na tentativa de respondermos o nosso problema de pesquisa, foi
confirmada a hipótese nula (H1) e rejeitada a hipótese alternativa (H0). Onde H1 diz-nos que: A
responsabilidade social empresarial contribui na melhoria de condição de vida da comunidade do
Bairro de Muepelume e H2 diz-nos que não contribui. De acordo com a pesquisa, comprovou
como ilustra a figura 3, 82% de um total de 100% questionados dizem que a responsabilidade
social contribui sim na melhoria de condição de vida dos residentes do Bairro de Muepelume,
algo que vai de encontro a literatura defendida por alguns autores conceituados deste estudo.
37
De acordo com o objectivo geral, a pesquisa comprovou mediante os resultados do inquérito que
a prática da responsabilidade social influencia ou seja contribui na melhoria da qualidade de vida.
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CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E SUJESTES
5.1. Conclusão
Depois de um trabalho de pesquisa que visava compreender o contributo da responsabilidade
social das empresas na melhoria de condição de vida da comunidade circunvizinha de empresas,
chegamos às conclusões. Percebe-se que a prática da responsabilidade social numa comunidade
tem que compreender todos os envolvidos, quer a empresa como a comunidade, de forma a
garantir o desenvolvimento socioeconómico da sociedade.
Percebe-se também que, as acções de responsabilidade social devem ser implementadas como
estratégias com vista a catapultarem as empresas no mercado em que elas estão inseridas, pois
assim poderão se firmar por longo tempo e gradualmente poderão monopolizar o seu mercado,
portanto o uso das acções de responsabilidade social dotará as empresas, mecanismos de atingir
ao seu público potencial criando condições para afluir mais potências públicas.
Com base nos dados do estudo concluímos que a prática da RS inova e melhora o processo de
direcção ao mesmo tempo podendo identificar o seu público-alvo. Portanto percebe-se com a
prática da responsabilidade social empresarial, a empresa tanto como a comunidade saem a
ganhar, velar pela sociedade faz com que a empresa exista e progrida, e por outro lado a
comunidade beneficente tem a melhoria da qualidade de vida salvaguardada.
Respondendo outros objectivos, onde se procurou saber acerca das acções de responsabilidade
social levadas a cabo pela empresa X e os benefícios que esta traz para a comunidade residente
no Bairro de Muepelume, constatou-se, de acordo com o figura 5, questionados os membros da
comunidade se tem visto algum benefício da existência da empresa dos 100%, 75% afirmam que
sim tem de facto notado, já na figura 4 vimos que 85% dos 100%, foram unânimes em afirmar
que sim, a empresa desenvolve actividades viradas a sociedade, no caso específico a empresa X
actua em várias áreas destacando áreas de saúde onde a empresa apoia em fornecimento de
equipamentos e medicamentos, concretamente no tratamento do cancro da mama, de útero e de
próstata. Restam dúvidas que a existência da empresa traz benefícios.
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A prática da responsabilidade social por qualquer que seja a empresa, não deve ser vista como
uma obrigação, mas ao contrário deve ser vista como uma estratégia com vista a abranger a
sociedade agregando valor a sua imagem torna-la mais competitiva com um desempenho
económico mais relevante, foi nessa ordem de ideias que pretendíamos com esta pesquisa
incentivar as empresas a investirem em acções de responsabilidade social (ARS), pois os
resultados empresariais gerados pela prática da responsabilidade social criam harmonia entre as
necessidades da comunidade e da empresa. Com isso, ganha a empresa e ganha a comunidade.
5.2. Sugestões
Com base no estudo desenvolvido e nos resultados apresentam-se algumas sugestões para futuras
pesquisas e outras acções:
Velar constantemente pela protecção do meio ambiente;
Associar-se a projectos de educação do ministério da educação, com intuito de abrir
novos horizontes para a sociedade;
Pesquisar instrumentos de mensuração de resultados de práticas sociais; e
Estudar o processo de comunicação empresarial voltada para acções sociais internas e
externas na empresa e as relações entre esse processo e a adesão de voluntários internos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Almeida, F. (2010). Ética, valores humanos e responsabilidade social das empresas. Cascais,
Portugal: Princípia Editora.
Almeida, M. P. (1996). Tipos de Pesquisa: Elaborar Monografias (4ª.ed.) . Belém, Brasil: Cejup.
Gil. (2007). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social . São Paulo, Brasil: Atlas.
Lakatos e Marconil. (2008). Metodologia de trabalho Cientifico (7ª.ed.). São Paulo, Brasil: Atlas.
Rego, A., Moreira, J., Sarrico, C., (2003). Gestão Ética e Responsabilidade Social das Empresas.
Cascais, Portugal: Principia.
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APÊNDICE 1
INQUÉRITO DIRIGIDO AOS RESIDENTES DO BAIRRO DE MUEPELUME E AOS
FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA X
Província de Nampula
O presente Guião de Inquérito por Entrevista Semiestruturada visa fazer face a um estudo acerca
do contributo do da Responsabilidade Social Empresarial: Estudo de caso empresa X- Província
de Nampula, dados estes que serão usados para efeitos da defesa de uma monografia no curso de
Economia e Gestão na Universidade Católica de Moçambique – Faculdade de Educação e
Comunicação.
Os dados fornecidos terão tratamento estritamente académico. Desde já agradecemos a sua
colaboração, respondendo as questões abaixo mencionadas.
I - Perfil do participante
1. Género
[ ] Feminino ; [ ] Masculino
2. Anos de trabalho
[ ] 2 anos ; [ ] 5 a 10 anos ; [ ] 15 a 20 anos [ ] Mais de 20 anos
1. Será que a população residente na entende que a RSE contribui na melhoria da condição
de vida? Sim [ ] ; Não [ ]
2. Tem conhecimento de alguma actividade social da empresa X vira a comunidade do
Bairro de Muepelume? Sim [ ] ; Não [ ]
3. Consegue identificar algum benefício que a existência da empresa X traz no Bairro de
Muepelume? Sim [ ] ; Não [ ]
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5. Qual é a importância em investir na responsabilidade social?
[ ] Muito importante.
[ ] Importante
[ ] Pouco importante.
[ ] Nada importante.
6. A Responsabilidade Social faz parte das estratégias e planos da empresa X?
[ ] Sim [ ] Não
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