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Série
Metodológica
O processo da
Promoção Social para
a equipe técnica das
Administrações Regionais
O processo da Promoção Social
para a equipe técnica das
Administrações Regionais

Brasília
2022
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL (Senar)

Presidente do Conselho Deliberativo


João Martins da Silva Junior

Entidades Integrantes do Conselho Deliberativo


Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
Ministério da Educação (MEC)
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)
Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara

Diretora de Educação Profissional e Promoção Social


Janete Lacerda de Almeida

Coordenação Área de Formação Inicial e Continuada e Promoção Social


Deimiluce Lopes Fontes Coaracy – DEPPS/ Administração Central

Equipes Técnicas
Leilane Lopes Ribeiro Oliveira
Magali Eleutério da Silva
Renata Caroline da Costa Vaz
Vicente Filho
Carolina Soares Pietrani Pereira
Marcelo Rebello Mendonça
Patrícia Fontes Machado

Fotografia
Banco de imagens Senar

S514o

O processo da promoção social para a equipe técnica das Administrações


Regionais. Brasília,DF: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR,
2022. (Série Metodológica)

108 p. il.

ISBN: 978-65-86344-05-9 (impresso ou digital)

1. Agricultura. 2. Agropecuária. 3. Promoção Social. 4. Trabalhos agrícolas I.


SENAR. II. Título.

 CDU 631.5
Lista de Siglas

CBO – Classificação Brasileira de Ocupações

CTS – Comitê Técnico Setorial

FPR – Formação Profissional Rural

MEC – Ministério da Educação

PCP – Programa de Competências Profissionais para o


meio rural

SNAs – Serviços Nacionais de Aprendizagem

UC – Unidade de Competência
SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

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Sumário
SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Apresentação.......................................................... 7
Introdução..............................................................9
Missão do Senar..................................................... 10
Princípios e diretrizes da Promoção Social ............... 23
Programação das atividades da Promoção Social...... 27
Processo da Promoção Social.................................. 35
Referências ..........................................................105

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Apresentação
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) O corpo técnico institucional é composto por uma
foi criado (Lei nº 8.315, de 23/12/1991, regulamentada equipe multidisciplinar que desempenha ativida-
pelo Decreto nº 566, de 10/06/1992) com a finalida- des de gestão, supervisão, análise técnico-pedagó-
de de organizar, administrar e executar a Formação gica, entre outras. Na execução das ações, conta
Profissional Rural (FPR) e a Promoção Social (PS) em com a parceria de instrutores, mobilizadores e téc-
todo o território nacional. Em 2013, iniciou uma nova nicos de campo.
vertente, a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
Este documento, que faz parte da Série Meto-
A instituição segue com sua missão de, por meio dológica do Senar, tem como foco o Processo da
da educação, levar informações qualificadas que Promoção Social para a equipe técnica do Senar e
proporcionem às pessoas que vivem no campo um apresenta subsídios para sua realização.
melhor posicionamento no mercado de trabalho,
excelência nas atividades produtivas e de gestão e
melhoria da qualidade de vida.

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Introdução
Nos últimos 40 anos, o Brasil saiu da condição de im- to estão às populações do campo, da floresta e das
portador de alimentos para se tornar um grande pro- águas, cujos modos de vida, trabalho, produção e
vedor para o mundo. Foram conquistados aumentos reprodução social são fortemente conectados com
significativos na produção e na produtividade agro- o contexto onde vivem.
pecuárias. Estes resultados estão diretamente rela-
cionados com investimentos em pesquisa, extensão Fazer uma leitura crítica da trajetória da agricul-
rural, políticas públicas e empreendedorismo. tura brasileira é importante para subsidiar ações
efetivas. Um dos problemas é a grande desigual-
No período entre 1975 e 2015, os avanços tecnoló- dade tanto na produtividade quanto na geração de
gicos foram responsáveis por 59% do crescimento renda no campo, e, consequentemente, à qualida-
do valor bruto da produção agrícola, enquanto o de de vida dessa população. Um dos fatores é que
trabalho respondeu por 25% e a terra por 16% (Em- a maior parte dos pequenos produtores: agricultu-
brapa, Brasil 2018). ra familiar, assentados, comunidades tradicionais,
não têm condições de adotar novas tecnologias.
A tecnologia, no entanto, não teria sido suficiente Essa “não condição” é consequência de vários fa-
sem a atuação do produtor e da produtora brasilei- tores, como custo elevado para incorporar novas
ra. Tendo estes uma postura empreendedora, com tecnologias, baixa escolaridade, carência no acesso
investimentos em terra, equipamentos, gestão, tra- às políticas públicas direcionadas a essa fatia de
balho e conhecimento e também pela coragem de agricultores, entre outras.
encampar severas migrações.
A importância do Senar nesse cenário vem ao longo
A agricultura se modernizou, mas ainda existem dos anos se revelando fundamental para o desenvol-
inúmeros desafios e lacunas, principalmente para vimento cidadão das populações rurais, uma vez que
os pequenos produtores, onde o acesso às políticas a instituição, com sua já conhecida capilaridade, tem
públicas, às novas tecnologias e investimentos ain- em um dos seus fundamentos da vertente de Pro-
da não é uma realidade. moção Social o objetivo de desenvolver as aptidões
pessoais e sociais, ensejar a melhoria da qualidade
A população brasileira é formada por uma plurali- de vida e da sustentabilidade e despertar consciência
dade de culturas, raças, povos, etnias e religiões, e crítica e maior participação na vida comunitária.
o seu território é marcado por uma rica biodiversi-
dade e por diferentes ecossistemas. Neste contex-

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Missão do Senar
REALIZAR A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, A ASSISTÊNCIA TÉCNICA E AS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO SO-
CIAL DAS PESSOAS DO MEIO RURAL, CONTRIBUINDO PARA UM CENÁRIO DE CRESCENTE DESENVOLVI-
MENTO DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DA COMPETITIVIDADE E DE AVANÇOS SOCIAIS NO CAMPO.

O Senar é composto por uma Administração Central, em Brasília, e por 27 Administrações Regionais, estabe-
lecidas em cada estado e no Distrito Federal.

A Administração Central assegura suporte administrativo, metodológico e jurídico, além de ser responsável
pela interface com os órgãos federais e as instituições nacionais e internacionais ligadas à educação e ao tra-
balho. Irradia experiências exitosas para as Regionais, que oferecem ao público do Senar, em todo o país, ações
de Formação Profissional Rural (FPR), atividades de Promoção Social (PS) e ações de Assistência Técnica
e Gerencial (ATeG).

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Frentes de trabalho do Senar

Para cumprir sua missão institucional, o SENAR estabelece três vertentes prioritárias de trabalho: a Formação
Profissional Rural (FPR), a Promoção Social (PS) e a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).

Formação Profissional Rural Promoção Social Assistência Técnica e


FPR PS Gerencial

ATeG

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Princípios do Senar

PRINCÍPIOS SÃO DEFINIDOS COMO PRECEITOS, VALORES, REGRAS, LEIS E BASES PARA A AÇÃO. SÃO,
PORTANTO, PROPOSIÇÕES DIRETORAS DE UMA AÇÃO OU DE UMA CIÊNCIA, ÀS QUAIS TODO O DE-
SENVOLVIMENTO POSTERIOR DEVE ESTAR SUBORDINADO.

I. Organizar, administrar, executar e supervisio- IV. Expandir parcerias e consolidar alianças públi-
nar, em todo o território nacional, o ensino da cas e privadas com o objetivo de cumprir a mis-
Formação Profissional Rural e da Promoção So- são institucional.
cial das pessoas no meio rural.
V. Estimular a pesquisa e garantir o acesso à inova-
II. Com base nos princípios da livre iniciativa, da ção rural.
economia de mercado e das urgências sociais,
aprimorar as estratégias educativas e difundir VI. Fortalecer e modernizar o sistema sindical.
metodologias para ofertar ações adequadas de
Formação Profissional Rural e Promoção Social VII. Aperfeiçoar os mecanismos de planejamento,
ao seu público. monitoramento e avaliação de desempenho
institucional.
III. Assessorar os governos federal e estadual em
assuntos relacionados à formação de profissio- VIII. Promover a cidadania, a qualidade de vida e a
nais rurais e atividades assemelhadas. inclusão social das pessoas do meio rural.

Diretrizes do Senar

DIRETRIZES SÃO DEFINIDAS COMO LINHAS REGULADORAS DO TRAÇADO DE UM CAMINHO. NOR-


TEIAM OS PROCEDIMENTOS PARA SE REALIZAR UMA AÇÃO. SÃO, PORTANTO, UM CONJUNTO DE
INSTRUÇÕES OU INDICAÇÕES PARA SE TRATAR E LEVAR A TERMO UM PLANO, UMA AÇÃO OU UM
NEGÓCIO. AS DIRETRIZES TRAÇAM O CAMINHO A SER PERCORRIDO PELA INSTITUIÇÃO E SEMPRE
SE VINCULAM ÀS ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO DO SENAR.

1) O Senar levará em consideração os quatro Para a OIT, a noção de “trabalho decente” apoia-se
pilares estratégicos que sustentam o con- em quatro pilares estratégicos:
ceito de “trabalho decente” da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), na estrutu- a) Respeito às normas internacionais do trabalho,
ração da Educação Profissional e da Promo- em especial princípios e direitos fundamentais
ção Social. do trabalho (liberdade sindical e reconheci-
mento efetivo do direito de negociação coleti-
Promover o “trabalho decente” é a condição funda- va, eliminação de todas as formas de trabalho
mental para a superação da pobreza, a redução das forçado, abolição efetiva do trabalho infantil e
desigualdades sociais, a garantia da governabilidade eliminação de todas as formas de discriminação
democrática e o desenvolvimento sustentável. En- em matéria de emprego e ocupação);
tende-se por “trabalho decente” uma atividade ade-
quadamente remunerada e exercida em condições b) Promoção do emprego de qualidade;
de liberdade, equidade e segurança, capaz, enfim, de
garantir uma vida digna. c) Extensão da proteção social; e

d) Diálogo social.

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2) O Senar colocar-se-á como instituição que Tais temas devem ser escolhidos a partir de um cri-
vislumbra o mundo contemporâneo e a sua tério de abrangência e de necessidades comuns em
constante mudança para se posicionar de todo o território nacional, considerando a urgência
forma compatível em sua atuação institu- social.
cional e educacional.
6) O Senar empreenderá esforços para demo-
As rápidas e crescentes inovações científicas, tecno- cratizar o acesso à sua atuação institucio-
lógicas, econômicas, de cunho governamental e so- nal, valendo-se de meios de comunicação,
cial alteram os processos de produção e as relações parceiros e logística necessários.
de trabalho, determinando reestruturações adminis-
trativas e dos serviços da instituição. O Senar man- Para isso, utilizará diversos meios de comunicação
terá constante monitoramento das suas estratégias para divulgar a atuação institucional com o objetivo
educativas de forma a mantê-las úteis, diversifica- de democratizar o conhecimento sobre sua oferta
das e atualizadas. educativa.

3) O Senar observará as políticas de educação 7) O Senar manterá programas de desenvol-


formal e não formal para prover amplo esco- vimento humano destinados a dirigentes,
po de oferta formativa. técnicos, pessoal de apoio e agentes da For-
mação Profissional Rural e Promoção Social.
Para ofertar programação educativa, o Senar obser-
vará tanto a legislação vigente que rege a educação O objetivo é elevar os níveis de competência dos re-
e a educação profissional (Lei de Diretrizes e Bases cursos humanos envolvidos direta ou indiretamente
da Educação Nacional – LDB e subsequentes, ema- nas suas ações educativas, de modo a garantir o pa-
nadas pelo Ministério da Educação – MEC e, no caso drão de qualidade da instituição.
da aprendizagem rural, pela Secretaria de Trabalho
do Ministério da Economia) quanto as recomenda- Os programas devem ocorrer em diferentes níveis,
ções institucionais. compatibilizando os interesses dos envolvidos com
os da organização, considerando-se os critérios de
4) O Senar observará indicadores sociais para o administração e desenvolvimento de pessoal da ins-
planejamento e o desenvolvimento de ações tituição.
voltadas a melhorar a qualidade de vida das
pessoas que fazem parte do contexto rural. 8) O Senar promoverá acesso de pessoas com
deficiência a seus eventos, baseando-se nos
Serão observados os resultados das pesquisas sobre princípios da inclusão.
carências ou lacunas sociais em áreas como saúde,
educação, alimentação, cultura e relações de traba- Pessoa com deficiência é aquela que tem impedi-
lho para programar ações que contribuam para mi- mento de longo prazo de natureza física, mental,
nimizar as fragilidades. intelectual ou sensorial, que, em interação com uma
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação
5) O Senar contemplará conteúdos relativos plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi-
aos temas transversais. ções com as demais pessoas.

Os temas transversais, como preservação do meio Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015.


ambiente, saúde e segurança, cidadania, entre ou-
tros, serão incluídos no currículo da Formação Pro- Esta lei, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da
fissional e Promoção Social, de forma contextualiza- Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
da, segundo as diferenças locais e regionais. Dessa Deficiência), é destinada a assegurar e a promover,
forma, em todos os processos educativos, os conte- em condições de igualdade, o exercício dos direitos
údos técnicos e transversais serão incorporados de e das liberdades fundamentais por pessoa com defi-
modo a oferecer uma formação integral e global. ciência, visando à inclusão social e cidadania.

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Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com 11) O Senar atuará em áreas prioritárias de Forma-
deficiência, assegurado um sistema educacional ção Profissional Rural e Promoção Social, em
inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao lon- formato estipulado pela instituição e em confor-
go de toda a vida, de forma a alcançar o máximo midade com as necessidades do meio rural.
desenvolvimento possível de seus talentos e suas
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais,
O Senar planejará e executará programação espe-
segundo suas características, interesses e necessi-
cial para atender às necessidades de profissionaliza-
dades de aprendizagem.
ção e Promoção Social de pessoas inseridas no meio
rural, com base em observações sazonais, objetivos
Outra importante referência: Recomendação nº
institucionais e articulações com os demais atores
168/OIT (1983):
sociais e governamentais, bem como com represen-
tantes da sociedade civil.
IV – Reabilitação profissional nas zonas rurais:
12) O Senar realizará programação voltada à
Item 20. Deveriam ser desenvolvidos esforços es- Aprendizagem Profissional Rural.
peciais para lograr que os serviços de reabilitação
profissional se ampliassem para que as pessoas com
A juventude brasileira constitui um dos segmentos
deficiência, nas zonas rurais e comunidades distan-
mais desfavorecidos pelo crescimento dos proble-
tes, pudessem beneficiar-se disso no mesmo grau
mas socioeconômicos do país, como concentração
e nas mesmas condições que nas zonas urbanas. O
de renda, educação de baixa qualidade, desempre-
desenvolvimento de tais serviços deveria fazer parte
go e baixos salários. Grande parte é ingressa pre-
das políticas nacionais de desenvolvimento rural.
cocemente no mercado, buscando o seu sustento
e também o de seus familiares, o que faz com que
9) O Senar manterá um sistema de avaliação. a juventude se afaste da escola pela dificuldade de
conciliar estudo e trabalho, resultando em menores
Periodicamente, o Senar avaliará os resultados de chances de progressão social.
suas ações nos âmbitos institucional e educacional,
recorrendo a metodologias de pesquisa para sub- Tais jovens tornam-se força laboral desqualificada,
sidiar o planejamento estratégico e, também, para de baixo custo e remuneração insuficiente, subme-
aperfeiçoar os processos educativos a partir dos se- tendo-se a situações de precariedade nos mais di-
guintes objetivos: versos setores, inclusive no mercado informal e, até
mesmo ilegal, como o tráfico de drogas e a prostitui-
• Verificar os posicionamentos dos concluintes ção. Muitas vezes, iniciam a vida profissional antes
dos cursos de FPR; da idade permitida pela legislação – a partir de 16
• Observar os benefícios decorrentes dos treina- anos – sem qualquer garantia de direitos trabalhis-
mentos do Senar; tas e realizando atividades impróprias para suas fa-
• Checar os posicionamentos dos empregado- ses de desenvolvimento, como o trabalho noturno,
res em relação ao desempenho do trabalhador perigoso e insalubre.
após o treinamento; e
• Efetuar os processos decisórios com base nos O Senar está comprometido com a realização de
resultados apresentados pelas pesquisas. ações de Aprendizagem Profissional nos moldes do
Documento Norteador da Aprendizagem Profissio-
nal Rural da instituição, visando à Educação Profis-
10) O Senar manterá intercâmbio técnico-edu- sional do jovem de 14 a 24 anos de idade. Tal oferta
cacional. formativa será organizada em tarefas de complexi-
dade progressiva, de acordo com o desenvolvimen-
O propósito é manter a cooperação nacional e in- to físico e psicológico do aprendiz.
ternacional, visando à aquisição e ao intercâmbio
de novas tecnologias educacionais e outras ações
conjuntas, em uma perspectiva de aperfeiçoamen-
to, atualização e desenvolvimento institucional.

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Fontes de recurso do Senar Metodologia educacional do Senar

Os eventos realizados pelo Senar são financiados, O Senar desenvolve e dissemina metodologia edu-
em sua grande maioria, por recursos provenientes cacional própria para a realização da FPR e da PS em
da contribuição compulsória de produtores rurais, todo o Brasil, nos ambientes reais do trabalho rural,
tanto sobre a comercialização de produtos agros- ou seja, em agroindústrias, laticínios, usinas, pasta-
silvipastoris quanto sobre a folha de pagamento da gens, viveiros, currais, plantações, entre outros.
empresa rural.
Essa metodologia é baseada em princípios peda-
As atividades podem, ainda, ser subsidiadas por par- gógicos e andragógicos, referentes à educação de
cerias e convênios firmados com outras instituições adultos, que primam por estratégias que conjugam
privadas e/ou governamentais. teoria e prática à experiência do educando e à atu-
ação do educador, possibilitando ainda que o parti-
Os eventos educativos oferecidos pelo Senar che- cipante contextualize e aplique, de forma efetiva e
gam a seu público de forma gratuita. eficaz, as suas competências tanto nos exercícios la-
borais quanto na vida em sociedade. As referências
da metodologia educacional do Senar encontram-se
nos documentos “Metodologia de Ensino do Senar”
e “Aprendizagem Significativa para Jovens”.

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Agentes do Senar e suas atribuições

PARA QUE O SENAR POSSA CUMPRIR SUA MISSÃO INSTITUCIONAL, É NECESSÁRIA A ATUAÇÃO CO-
ORDENADA DE AGENTES, CADA UM COM SUAS ATRIBUIÇÕES.

Equipe de colaboradores do Senar


• Fornecer informações e conteúdos para a cons-
É formada por pedagogos, agrônomos, veterinários, tante atualização de sites e redes sociais do Se-
zootecnistas, entre outros, que compõem as gerên- nar – Administração Regional, como divulgação
cias técnicas das Administrações Regionais, cujas das ofertas formativas e portfólio de cursos/
principais atribuições são: treinamentos;
• Gerenciar os sistemas de gestão e controle das
• Realizar os diagnósticos externos e internos e ofertas de FPR e PS, como o Senar nas Nuvens
estudar as cadeias produtivas e o mercado de e o desenvolvimento da Assistência Técnica e
trabalho do meio rural para elaboração do Pla- Gerencial por meio do SISATeG;
no Anual de Trabalho; • Acompanhar o desenvolvimento e a execução
• Elaborar as ofertas de FPR, com base em estudo das ofertas formativas, tanto do ponto de vista
das cadeias produtivas, das ocupações e das ne- físico quanto do financeiro, com a emissão de
cessidades do mercado de trabalho; relatórios gerenciais; e
• Desenvolver as ofertas de Promoção Social, • Supervisionar as ações de FPR e as atividades
com base em estudo de políticas nacionais e de PS.
estaduais de ações sociais nas áreas de saúde,
educação, esporte, cultura e lazer;
• Desenvolver os programas de Assistência Téc- Observação: Diante da diversidade de tarefas a
nica e Gerencial em consonância com as princi- serem desempenhadas e também das diferenças
pais cadeias produtivas; entre as Administrações Regionais do Senar, a ação
• Elaborar os itinerários formativos para as diver- supervisora gerencial e técnico-pedagógica e suas
sas ocupações ofertadas; funções são executadas ora por agentes da equipe
• Organizar os portfólios de capacitações ofereci- técnica especialmente para o trabalho de desenvol-
das pelo Senar – Administração Regional; vimento de capacitações – aos quais pode-se de-
• Selecionar, capacitar e acompanhar os instruto- nominar Técnicos Internos –, ora por Supervisores
res e mobilizadores; – que geralmente conhecem mais a realidade do
• Analisar os planos instrucionais elaborados pe- campo e da execução das ofertas formativas do Se-
los instrutores; nar. Em alguns casos, esses papéis são atribuídos ao
• Analisar as demandas de entidades parceiras/ mesmo indivíduo.
mobilizadoras;

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EQUIPE DE SUPERVISORES

O supervisor, agente que integra a Gerência Técnica, é responsável pelo acompanha-


mento do processo de realização dos eventos, procurando identificar pontos positivos
e pontos a serem aprimorados da instrutoria e da mobilização, tendo por parâmetro a
metodologia do Senar. Possuem, como principais atribuições:

• Auxiliar na elaboração do PAT, participando das reuniões de levantamento de necessidades e


demandas do mercado de trabalho, estudos de cadeias produtivas, entre outras;
• Desenvolver e executar um plano de supervisão compatível com as metas institucionais;
• Acompanhar e avaliar o processo de ensino-aprendizagem na FPR e PS e seus contornos, nos
âmbitos da instrutoria e mobilização, agindo de forma educativa e corretiva;
• Acompanhar a atuação do mobilizador, presencial e remotamente, em cursos e treinamentos,
tais como a divulgação, o cumprimento de critérios de escolha dos participantes, a organiza-
ção de locais e recursos instrucionais necessários aos eventos, o cumprimento dos prazos da
programação, entre outras atividades; e
• Emitir relatórios, físicos ou virtuais (ex.: Senar nas Nuvens).

Perfil sugerido para o supervisor: 2) Postura profissional:


• Trabalhar baseado em um planejamento de su-
É formada por pedagogos, agrônomos, veterinários, pervisão, com objetivos e estratégias bem de-
zootecnistas, entre outros, que compõem as gerên- finidos;
cias técnicas das Administrações Regionais, cujas • Estabelecer bom relacionamento interpessoal
principais atribuições são: com superiores e supervisionados;
• Oportunizar momentos para que os supervisio-
• O supervisor deve ser um técnico que conheça nados expressem dificuldades, necessidades,
profundamente a metodologia da FPR e da PS, anseios e expectativas;
bem como os aspectos legais e administrativos • Analisar situações, informações, programações,
da organização. projetos, relatórios e outros dados;
• Deve, também, apresentar postura ética e pro- • Trabalhar em grupos interdisciplinares, consi-
fissional no exercício de sua função no Senar, derando a experiência profissional e pessoal de
atendendo aos seguintes requisitos: cada um dos participantes;
• Trabalhar em grupos multidisciplinares, buscan-
do intercâmbio e estabelecendo parcerias;
1) Postura pessoal: • Escutar atentamente opiniões e ideias de ter-
• Manter diálogo e comunicação horizontalizada; ceiros, adotando-as quando conveniente;
• Trabalhar com o supervisionado e não para ele; • Manter-se atualizado quanto à metodologia da
• Levar em consideração as potencialidades e li- FPR e da PS, bem como às políticas socioeconô-
mitações dos supervisionados; micas federais, estaduais e municipais;
• Manter-se atento às ações dos supervisionados; • Utilizar-se corretamente da técnica de observa-
• Ser transparente, deixando claras suas respon- ção, atentando para não intervir diretamente na
sabilidades e suas limitações; e condução dos trabalhos;
• Ser hábil na administração de conflitos dentro • Fundamentar o trato com a supervisão nos
de sua alçada. princípios que norteiam as questões das rela-
ções humanas;

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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

• Retratar, de forma clara, objetiva e fidedigna, • Senso de responsabilidade;


suas observações, sendo fiel ao que vê no local • Memória auditiva e visual;
ou levantando à distância os dados referentes • Segurança;
ao evento em questão, sem se deixar levar por • Cautela;
suposições ou interferências subjetivas; e • Espírito de colaboração;
• Aplicar os critérios de feedback na devolutiva • Equilíbrio emocional;
ao observado, de forma que o resultado da inte- • Disciplina;
ração seja produtivo e observável. • Imparcialidade;
• Ética;
• Capacidade criativa;
3) Outros requisitos necessários ao supervisor: • Visão crítica e holística;
• Formação acadêmica (ensino médio e/ou superior); • Capacidade de motivação e de organização;
• Identificação com o meio rural; • Iniciativa e pró-atividade;
• Conhecimento da região onde atua; • Otimismo; e
• Fluência verbal; • Objetividade.
• Boa comunicação escrita;

EQUIPE DE INSTRUTORES

Os instrutores são os agentes que ministram os conteúdos das ações da Formação Pro-
fissional Rural e Promoção Social, utilizando-se da metodologia educacional do Senar.
Geralmente, são profissionais terceirizados, contratados conforme critérios estabele-
cidos em edital de credenciamento de cada Administração Regional. Desenvolvem as
seguintes atividades:

• Elaborar, analisar, alterar e/ou atualizar planos instrucionais propostos pela Administração Re-
gional do Senar;
• Executar planos instrucionais, de acordo com a metodologia preconizada pelo Senar; e
• Acessar, quando for o caso, os sistemas de gestão dos eventos do Senar, a exemplo do Senar
nas Nuvens (SNN), para preenchimento dos relatórios obrigatórios.

Perfil sugerido para o instrutor:

O instrutor do Senar deve apresentar um conjunto • Coragem;


de valores fundamentais que baseiam qualquer de- • Tolerância;
cisão profissional considerada ética: • Empatia;
• Conhecimento técnico atualizado;
• Formação acadêmica • Humildade;
(ensino médio e/ou superior); • Capacidade de comunicação;
• Flexibilidade; • Pró-atividade;
• Integridade; • Capacidade de ouvir;
• Discrição pessoal e institucional; • Interação com o participante; e
• Honestidade; • Equilíbrio emocional.
• Comprometimento;

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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Além desses valores, o instrutor deve observar sis- jetivos da organização para a qual trabalha e da
tematicamente características de boas práticas do- clientela a quem atende;
centes que contribuam para o sucesso do processo • Exercitar a paciência pedagógica, respeitando o
ensino-aprendizagem: tempo de aprendizagem e de mudança do ou-
tro e de si próprio;
• Saber fazer apresentação pessoal, do Senar, do parti- • Ter equilíbrio para bem administrar as emoções
cipante e dos objetivos do treinamento/ curso; e os conflitos inerentes às relações interpessoais;
• Ser pontual; • Considerar a cultura local, respeitando e valo-
• Ter capacidade de realizar e cumprir com os rizando crenças e costumes das comunidades;
contratos de “horário” e “convivência”; • Aprender a falar facilmente sobre coisas com-
• Zelar pela segurança dos participantes; plexas, não sonegando informações, mas de-
• Manter o ambiente organizado de forma a pro- codificando símbolos por meio de sua relação
piciar segurança e clareza; com a vida real;
• Criar um ambiente de liberdade de expressão, • Agir com humildade, sabendo colocar seus co-
certificando-se de que todos estejam partici- nhecimentos sem arrogância e tendo coragem
pando, sendo para isso bom ouvinte e valori- de dizer que não dispõe de determinado conhe-
zando o feedback; cimento, mas que se dispõe a aprender;
• Ser bom observador para perceber os sinais ver- • Ser honesto com seus princípios e atitudes, de
bais e não verbais dos que recebem as mensa- modo a inspirar a confiança dos outros;
gens que envia; • Estar atento à questão da ética no exercício do
• Agir como facilitador para traduzir teorias em trabalho e na relação com as pessoas; e
ações práticas; • Estar preparado para atender às pessoas com
• Estar seguro de que seus objetivos pessoais e deficiência e/ou necessidades especiais, quan-
profissionais estão em consonância com os ob- do oportuno.

EQUIPE DE TÉCNICOS DE CAMPO

São agentes responsáveis pelo atendimento direto aos produtores rurais por meio de
visitas às propriedades rurais, tendo por foco a transmissão de conhecimentos rela-
cionados à gestão da empresa rural e técnicas de manejo relacionadas às atividades
desenvolvidas nas propriedades.

Destaca-se por ser um agente educativo, construtor de conhecimento em um processo


interativo com os produtores rurais, atuando como facilitador de processos de desen-
volvimento rural. Suas principais atividades são:

• Realizar visita mensal a cada produtor atendido;


• Acompanhar a rentabilidade da propriedade rural no aspecto técnico e gerencial, visando ge-
rar recomendações que viabilizem maior rentabilidade da propriedade atendida;
• Definir o planejamento de cada atividade em conjunto com o produtor rural;
• Orientar os produtores para atingirem os resultados econômicos satisfatórios e com susten-
tabilidade, promovendo o aprendizado de técnicas gerenciais; e
• Promover a implantação de soluções que contribuam para a melhoria ou para mudanças im-
portantes no cotidiano de trabalho.

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21
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EQUIPE DE MOBILIZADORES

São agentes representantes das entidades parceiras/ mobilizadoras na organização


dos eventos do Senar. Possuem papel importante em quase todas as etapas do proces-
so, com as seguintes atribuições:

• Contribuir para a obtenção de informações referentes a dados demográficos, características


das cadeias produtivas, parcerias institucionais, mercado de trabalho, ações sociais existentes
nas áreas de saúde, educação, esporte, arte, cultura e lazer, comunidades existentes, acessos,
entre outros em sua região de atuação;
• Estudar o portfólio das ofertas de FPR, PS e ATeG por parte da Administração Regional, inteirando-
-se de detalhes e necessidades de cada um deles para utilizá-los na prática de mobilização;
• Divulgar os programas de capacitação de FPR, PS e ATeG;
• Recrutar e selecionar a clientela, com o objetivo de formar turmas com perfil mais adequado
às ofertas formativas;
• Escolher e organizar os locais de realização dos eventos, conforme orientação da Administra-
ção Regional;
• Preencher fichas de inscrição e demais formulários referentes ao evento;
• Manter contato com o instrutor para obter informações sobre os recursos instrucionais necessários, que
são de responsabilidade da entidade parceira, e sobre as características dos locais do evento;
• Providenciar os recursos instrucionais necessários; e
• Acessar, quando for o caso, os sistemas de gestão dos eventos do Senar, a exemplo do Senar
nas Nuvens (SNN), para elaboração do planejamento e solicitação de eventos.

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22
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Perfil sugerido para o mobilizador:

• Idade mínima de 18 anos;


• Ensino médio completo (ou escrever e ler com desenvoltura);
• Conhecimento do meio rural (conhecimento de práticas produtivas do meio rural);
• Conhecimento da região onde atua;
• Facilidade de comunicação;
• Disponibilidade de tempo para atuar como mobilizador ou ter permissão da entidade parceira para dedicar
tempo suficiente para uma mobilização adequada;
• Comprometimento com ambas as instituições;
• Conhecimentos básicos de informática;
• Capacitação pelo Senar nas metodologias da FPR e da PS para mobilizar com uniformidade e qualidade de
procedimentos; e
• Proatividade.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Princípios e diretrizes
da Promoção Social
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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

É preciso, inicialmente, definir o que é Promoção 3) A Promoção Social é um processo democrático.


Social. Considerando isoladamente os termos e a
partir da consulta ao Dicionário Aurélio, tem-se A Promoção Social é desenvolvida em bases demo-
que: cráticas, propiciando igualdade de oportunidades,
sem distinção de gênero, raça, crença religiosa e
• Promoção – ato ou efeito de promover; elevação convicção filosófica ou política. Além disso, efetua
de um grau, uma dignidade, posto ou função, a a inclusão de pessoas com necessidades especiais,
outro superior; conjunto de atividades que visam no sentido de promover a sua participação na vida
a fortalecer a imagem de uma pessoa; e da comunidade.
• Social – pode ser referido a aquele que vive em
sociedade. As atividades são planejadas de forma participati-
va, considerando as necessidades e as aspirações da
Promoção social é, portanto, o ato de elevação de pessoa como cidadã e respeitando as experiências
grau ou dignidade de um indivíduo que vive em so- vivenciadas.
ciedade, fortalecendo a sua imagem.
4) A Promoção Social considera o mundo em
Promoção Social para o Senar permanente processo de mudança.

A Promoção Social é um conjunto de atividades A Promoção Social leva em conta as mudanças, de


com enfoque educativo que possibilita ao trabalha- todas as ordens, que ocorrem no mundo contem-
dor, ao produtor rural e às suas famílias a aquisição porâneo, adequando a estrutura e os requisitos de
de conhecimentos, o desenvolvimento de habilida- suas atividades.
des pessoais e sociais e mudanças de atitudes, fa-
vorecendo, assim, uma melhor qualidade de vida e 5) A Promoção Social vincula-se à melhoria da
participação na comunidade rural. qualidade de vida.

As atividades da Promoção Social estão diretamen-


te associadas à melhoria da qualidade de vida da
Princípios da Promoção Social comunidade rural, envolvendo saúde, alimentação,
educação, cultura, esporte e lazer.
1) A Promoção Social tem um caráter educativo.
6) A Promoção Social resulta em ganhos para o
As atividades de Promoção Social constituem-se em trabalhador, o produtor rural e suas famílias.
um processo educativo, não formal, participativo e
sistematizado, vinculado à realidade do meio rural. As atividades de Promoção Social podem propor-
Contribuem para o desenvolvimento da pessoa, cionar ganhos sociais e econômicos pela possibi-
como cidadão, em uma perspectiva de crescimento lidade de aumento da renda ou redução de des-
e bem-estar social. pesas familiares.

2) As atividades de Promoção Social devem ser 7) A Promoção Social contempla conteúdos re-
de caráter preventivo. lativos à saúde preventiva, à segurança no
trabalho e à preservação e conservação do
Considerando-se o conteúdo educativo das ativida- meio ambiente.
des de Promoção Social, as atuações do Senar, nas
atividades de saúde, alimentação e educação am- As atividades da Promoção Social devem contem-
biental, devem ser de caráter preventivo. plar, em seus conteúdos, temas relativos à saúde
preventiva, à segurança no trabalho e à preservação
Não cabe ao Senar executar ações tipicamente as- e conservação do meio ambiente, visando ao bem-
sistencialistas. -estar pessoal e à proteção de terceiros, assim como
proporcionando uma maior consciência ecológica
do trabalhador, do produtor e de suas famílias.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
25
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Diretrizes da Promoção Social educação, higiene, entre outros. A partir desse traba-
lho educativo e estruturante realizado em atividades
1) As atividades de Promoção Social serão cen- de PS, o participante transferirá para o ambiente social
tradas na família do trabalhador e do produ- as atitudes e boas práticas necessárias ao desempenho
tor rural. considerado integralmente competente.

Ao centrar as atividades de Promoção Social na família 3) As atividades de Promoção Social serão pla-
do trabalhador e do produtor rural, o Senar abrange nejadas com base em necessidades da famí-
homens, mulheres, idosos, jovens e crianças. Essa op- lia rural e indicadores socioeconômicos e
ção irá refletir-se em atividades de natureza cultural, considerando políticas públicas.
educacional, esportiva, profissional , ambiental, sani-
tária e econômica, entre outras, observando o caráter Na elaboração do planejamento participativo, deverá
educativo e preventivo que devem conter. ser realizado um trabalho minucioso quanto à identifi-
cação das reais necessidades da família rural, voltadas
2) As atividades de Promoção Social observa- para questões que envolvam as habilidades pessoais e
rão a complementaridade com as ações da sociais, em uma perspectiva de melhoria da qualidade
Formação Profissional Rural. de vida, baseando-se em indicadores socioeconômi-
cos e considerando as políticas públicas.
As atividades de Promoção Social são, também, pro-
pulsoras da profissionalização dos trabalhadores, pelo O planejamento deverá ser realimentado por um
fato de buscarem mudanças relativas aos aspectos eficiente sistema de acompanhamento, controle e
de qualidade de vida do indivíduo referentes a saúde, avaliação.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
26
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

4) As atividades da Promoção Social serão de- 8) O Senar deverá aplicar até 30% dos recursos
senvolvidas pelo Senar, de forma descen- destinados à atividade-fim nas atividades
tralizada, respeitando-se as características de Promoção Social.
regionais e locais.
Conforme a Resolução nº 007/95 do Conselho
O Senar desenvolverá as atividades de Promoção Deliberativo do Senar, registrada no Regimento
Social de modo descentralizado, considerando as Interno, as Administrações Regionais deverão uti-
especificidades locais, econômicas, histórico-cultu- lizar até 30% dos seus recursos em atividades de
rais e sociais de cada região. Promoção Social. Contudo, deve-se ter o cuidado
na aplicação desses recursos, utilizando critérios
Deverão ser observadas as recomendações relativas que realmente venham ao encontro das reais ne-
aos procedimentos administrativos, financeiros, or- cessidades dos trabalhadores, produtores rurais e
çamentários e jurídicos. suas famílias.

5) O Senar utilizará diferentes estratégias Quando se tratar de programas de cunho nacional


para o desenvolvimento das atividades da que contenham recursos decorrentes de outras fon-
Promoção Social. tes, esse percentual não será aplicado.

No desenvolvimento das atividades da Promoção 9) As atividades relacionadas ao artesanato


Social, o Senar utilizará diferentes estratégias de en- devem contribuir para preservar e propagar
sino, com uma ação didática centrada nos princípios as características e as expressões culturais
da educação, no referencial metodológico estabele- regionais.
cido e nas peculiaridades das atividades.
As atividades relacionadas ao artesanato deverão
6) O Senar assistirá as entidades empregado- utilizar, preferencialmente, matéria-prima disponí-
ras na elaboração e na execução de progra- vel na região, de forma a contribuir para preservar
mas de Promoção Social. e propagar as características e expressões culturais
regionais, com ou sem fim comercial.
Por intermédio de técnicos especializados, o Senar,
mediante demanda das entidades empregadoras, 10) As atividades relacionadas à educação e saú-
orientará a elaboração de programas e atividades da de deverão ser consideradas prioritárias.
Promoção Social.
Por terem caráter estruturante para as comunidades
7) As atividades de Promoção Social deverão rurais, o Senar priorizará a oferta de programações
ser realizadas nas comunidades rurais. voltadas às áreas de saúde e educação, de forma a
prevenir e melhorar as situações locais encontradas.
As atividades de Promoção Social deverão ser rea-
lizadas, preferencialmente, onde habitam os traba-
lhadores, produtores rurais e suas famílias, visando
à conveniência para os participantes e possibilitan-
do uma valorização do ambiente em que vivem.

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Programação das atividades


da Promoção Social

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
28
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

As atividades de Promoção Social estão enquadradas De acordo com o limite orçamentário estabelecido
na modalidade de educação não formal, sistematiza- pelo Conselho Deliberativo do Senar, os recursos
das e devem apresentar o caráter de continuidade. destinados às atividades de Promoção Social são
Têm o objetivo de desenvolver as aptidões pessoais de até 30%, devendo as Administrações Regionais
e sociais, ensejar a melhoria da qualidade de vida e ser criteriosas na definição das atividades a serem
da sustentabilidade, despertar consciência crítica e oferecidas, de modo que possam atender às neces-
garantir maior participação na vida comunitária. sidades prioritárias do público-alvo.

Elas estão voltadas para educação de um modo Na programação das atividades da PS devem ser
geral, consumo, organização comunitária, saúde, observados os aspectos educativo, preventivo,
inclusão social e digital, preservação ambiental, de complementaridade com as ações da FPR, de
ganhos econômicos, segurança alimentar, respeito ganho econômico, de ganho sociocultural, de in-
às diversidades, colaboração mútua, solidariedade, clusão social, bem como o local das atividades.
empatia, autoconhecimento, protagonismo, empo- Este deve ser, preferencialmente, onde vivem e
deramento, conhecimentos das pessoas com quem convivem os trabalhadores, os produtores rurais
se relacionam e exercício da cidadania. e suas famílias, as comunidades rurais, as em-
presas e as propriedades rurais, conforme consta
Diferem de atividades de assistência social que, de nas diretrizes.
acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS), compõem o tripé da Seguridade Social, jun- O planejamento das atividades deve responder às
to à Previdência Social e Saúde. Têm por finalidade, seguintes indagações:
principalmente, dar às pessoas em situaçâo de riscos
sociais e econômicos acesso a programas, serviços, • A atividade está voltada para o trabalhador e o
equipamentos e benefícios sociais e garantir os di- produtor rural e suas famílias, bem como para
reitos dos cidadãos. O financiamento deve ser com as pessoas que atuam no meio rural?
os recursos da União, dos estados, do Distrito Fede- • A atividade possui caráter educativo?
ral e dos municípios, bem como das demais contri- • A atividade possui caráter preventivo?
buições sociais previstas no art. 195 da Constituição • A atividade irá contribuir para o incremento da
Federal, além daqueles que compõem o Fundo Na- renda familiar, mesmo que de forma indireta?
cional de Assistência Social (FNAS). Tais atividades • A atividade está dentro do contexto sociocultu-
trilham o caminho de sua efetivação como direito ral dos participantes?
social, condição necessária para a construção de ci- • A atividade atende às necessidades e aos an-
dadania plena. seios do público-alvo?
• A atividade proporciona a inclusão social do pú-
As atividades da Promoção Social são desenvolvidas blico-alvo?
de forma participativa, objetiva e gradual, com o ob- • A atividade contribui para a responsabilidade
jetivo de propiciar o crescimento individual e social. socioambiental?
São distribuídas nas seguintes áreas de atividades: • A atividade atende ao eixo Educação Alimentar
Alimentação e Nutrição, Apoio às Comunidades da Segurança Alimentar?
Rurais, Artesanato, Arte e Cultura, Esporte e Lazer, • A atividade permite a construção do conheci-
Educação, Organização Comunitária e Saúde. mento coletivamente?

Ao longo deste documento serão apresentadas, detalhadamente, as característi-


cas de cada área de atividade. Destacam-se as demais atividades de responsabili-
dade deste agente.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
29
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

• A atividade pressupõe a informação e orienta- tabilidade em uma perspectiva de crescimento do


ção sobre a organização comunitária como for- ser humano como cidadão, no meio em que vive,
ma de desenvolvimento rural sustentável? das comunidades rurais, das propriedades rurais e
• A atividade prevê o protagonismo da mulher, da sociedade em geral.
do jovem e do público-alvo no agronegócio?
• A atividade contribui efetivamente para o de- Possuir caráter preventivo
senvolvimento de aptidões pessoais e sociais?
• A atividade possibilita a inclusão digital do pú- Considerando-se o conteúdo educativo das ativida-
blico do meio rural? des de PS, as atuações do Senar devem ser de cará-
ter preventivo. Prevenção é a ação antecipada para
A identificação de necessidades deve ser conduzida evitar que algo não desejável ocorra. Isso se cumpre
pelo Senar e seus parceiros, quando possível, utili- no Senar por meio de atividades que envolvem: pre-
zando a experiência de entidades sediadas nos mu- venção a doenças, desnutrição e desperdícios; pre-
nicípios atendidos que conheçam a realidade local. servação e conservação ambiental; despertar para
Alguns fatores, de caráter geral, deverão ser levados relações e comportamentos saudáveis: e desenvol-
em conta para a identificação dessas necessidades. vimento de boas práticas com animais e com recur-
sos naturais. Mesmo considerando-se que o assis-
É importante e imprescindível: tencialismo por vezes se faz necessário, não cabe ao
Senar executá-lo.
Considerar as reais necessidades e os an-
seios do público-alvo Estar dentro do contexto sociocultural

Ao propor atividades de PS, deve-se verificar se Quando se fala em cultura, faz-se alusão a todo
atenderão às reais necessidades do público-alvo de o conhecimento, à arte, às crenças, à lei, à moral,
acordo com suas características, potencialidades, aos costumes, aos hábitos e às aptidões adquiridos
recursos e anseios. Caso contrário, a aprendizagem pelas pessoas, tanto em seu seio familiar como na
não terá a aplicabilidade almejada no cotidiano das sociedade da qual fazem parte. Desse modo, o con-
pessoas. texto sociocultural designa um grupo de variáveis
com influência no desempenho de atividades, refle-
Estarem as atividades voltadas para o tra- te valores, costumes e tradições da sociedade e in-
balhador e produtor rural e sua família, fluencia os significados e as maneiras de se ver uma
bem como para as pessoas que atuam no comunidade.
meio rural
São exemplos de variáveis do contexto sociocultural:
O Senar deverá analisar com rigor as necessidades
de seu público prioritário, a família rural (quer sejam • Estilo de vida – representa a forma como uma
crianças, adultos, homens, mulheres, idosos, pesso- pessoa ou um grupo de pessoas vivenciam o
as com deficiência e outras), comunidades rurais, mundo e, em consequência, se comportam e
empresas, propriedades rurais e as pessoas que atu- fazem suas escolhas. Pode sofrer alterações ao
am no setor, de forma a ofertar a programação de longo dos anos, em função das transformações
acordo com seus perfis. É importante lembrar que nos modos de produção, decorrentes de novas
a instituição, além de utilizar os recursos próprios, tecnologias e do maior acesso a informações e
pode estabelecer parcerias para oferecer oportuni- comunicação.
dades de aprendizado e atendimento que cheguem • Valores sociais – os valores sociais são con-
a mais pessoas. cepções gerais – princípios, crenças e conhe-
cimentos coletivos – que mantêm a harmonia
Possuir caráter educativo social na medida em que são compartilhados
por todos. São exemplos o respeito, a respon-
O Senar, por ser uma instituição de educação por sabilidade, a cooperação, a justiça, entre ou-
excelência, deve balizar suas atividades da Promo- tros. A crescente preocupação com a proteção
ção Social pelo enfoque educativo, contribuindo do meio ambiente, por exemplo, tem sido bem
para a melhoria da qualidade de vida e da susten- aproveitada por algumas empresas por meio

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
30
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

da produção de bens tolerados pelo ambiente, Buscar a complementaridade com as ações


como é o caso das embalagens reutilizáveis. da Formação Profissional Rural (FPR)
Também são exemplos o consumo consciente
da água e outros recursos naturais esgotáveis e Espera-se que as atividades da PS sejam propulso-
a discussão sobre os temas que tratam da diver- ras e complementares à capacitação dos produ-
sidade, o que tem gerado estudos e mudanças tores e dos trabalhadores rurais e familiares para
de paradigmas. atuação no agronegócio. Exemplo típico desse
• Fatores demográficos – são tratados como aspecto são as iniciativas de alfabetização de jo-
variável externa, que engloba características vens e adultos no meio rural, a inclusão digital e o
de toda uma sociedade ou um grupo específico desenvolvimento de capacidades de melhoria na
definido por critérios como taxa de natalida- comunicação, no relacionamento e na liderança
de/ mortalidade, estrutura etária, escolaridade, dentre outros.
entre outros. A evolução desse tipo de fator
assume uma importância acrescida para as or- Favorecer possível ganho econômico
ganizações que desenvolvem bens ou serviços
destinados a determinadas faixas etárias (ou As atividades da PS devem permitir basica-
seja, que fazem segmentação do mercado uti- mente a melhoria da qualidade de vida do tra-
lizando variáveis demográficas). balhador, do produtor rural e de suas famílias.
• Capitais – no desenvolvimento das atividades Embora não tenham cunho profissionalizante,
de PS devem ser levados em consideração os é desejável que venham a contribuir também
capitais humano, social, organizacional e natu- com ganhos econômicos, pela possibilidade de
ral para que possam ser planejadas e executa- aumento da receita ou redução de despesas fa-
das a contento. miliares. Pode-se citar o ganho com a venda de
produtos artesanais que venham a ser produzi-
O contexto sociocultural inclui, ainda, outros fa- dos com a finalidade de uso próprio ou venda,
tores que podem influenciar no desenvolvimento pelos egressos da área de atividade do arte-
das atividades da Promoção Social, como a taxa de sanato e da produção artesanal de alimentos,
analfabetismo, a distribuição geográfica, o analfa- sempre respeitando a legislação.
betismo digital, o nível educacional e a composição
étnica da população. Considerar a inclusão social do público-alvo

Priorizar a realização no local ou nas imedia- As atividades devem garantir a equidade e a demo-
ções onde vive o público-alvo cratização ao acesso a bens e serviços a todos para
o desenvolvimento individual, profissional e social,
As atividades da PS devem ser realizadas preferen- independentemente de classe social, nível educa-
cialmente onde vivem e convivem os trabalhadores, cional, idade, deficiência, gênero, raça, cor, etnia,
produtores rurais e suas famílias, de forma a propi- crença religiosa, entre outros.
ciar o acesso seguro e conveniente, diminuir a eva-
são e fomentar núcleos associativos que possam dar Outro ponto de verificação é se as propostas das
continuidade aos trabalhos realizados. atividades de PS gerarão mudanças com vistas à
inclusão social e se minimizarão a desigualdade
Priorizar o uso de matéria-prima disponível social. Trata-se do processo de educação inclusi-
va em que todos participam da construção do co-
A programação das áreas de atividades de artesa- nhecimento como propulsor para a inclusão social
nato e alimentação devem, ainda, priorizar a utiliza- dos indivíduos.
ção da matéria-prima existente no município ou na
região, propiciando a redução de custos, a preser- A proposta da inclusão social é criar e desenvolver
vação do meio ambiente e a valorização da cultura ações que permitam a participação de todos da so-
local e possibilitando que os participantes possam ciedade, garantindo vidas mais dignas e justas, com
dar continuidade à produção após os eventos de perspectiva de desenvolvimento, independente-
Promoção Social. mente das condições dos envolvidos.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
31
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Considerar a responsabilidade socioam- dência dos produtos, riscos de contaminação, exi-


biental gências legais, dietas adequadas, escolha, manipula-
ção, higiene, consumo, armazenamento e descarte
As atividades devem permitir a reflexão das pessoas de alimentos.
sobre suas relações com o meio ambiente, ou seja,
sobre como estão sendo geridos os recursos natu- Proporcionar a construção do conhecimen-
rais com vistas à sustentabilidade nas ações do dia a to coletivamente
dia e o que pode ser mudado.
Metodologias atuais devem ser aplicadas nas ativi-
Devem, também, vislumbrar novas formas de vivên- dades de PS de modo que o conhecimento seja uma
cia e de trabalho, bem como mudanças de paradig- construção coletiva, democrática e com base nas re-
mas e de valores. Mais do que meramente cumprir alidades e percepções das pessoas.
com a legislação vigente, trabalha-se o conceito de
responsabilidade de cada um em relação ao meio Devem possibilitar o desenvolvimento de compe-
ambiente. tências e habilidades afinadas com o mundo con-
temporâneo e não práticas e discursos tradicionais,
Considerar aspectos da segurança alimentar centralizadores e que apenas estimulam a memo-
rização do aluno enquanto o instrutor é um mero
Especialmente nas atividades de Alimentação e Nu- repassador de informações.
trição, a educação alimentar é o tema relevante a
ser tratado. Levando a informação cabível para cada atividade,
o instrutor deve desenvolver técnicas instrucionais
As atividades devem propor, além do processamen- inovadoras, participativas, que permitam ao pú-
to artesanal de alimentos e das receitas, conteúdos blico-alvo participação ativa no processo ensino-
sobre propriedades nutritivas dos alimentos, proce- -aprendizagem.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
32
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Levar informação e orientação sobre a orga- dar com os outros e com a sustentabilidade, dividir
nização comunitária como forma de desen- ambientes e recursos, exercer liderança, atingir ob-
volvimento rural sustentável jetivos, além de outras aptidões relacionadas a cada
indivíduo e a cada realidade.
Como instrumento para o desenvolvimento rural
sustentável, a atuação em conjunto pressupõe con- Promover a inclusão digital do público do
dições e atitudes dos integrantes para melhorar a meio rural
qualidade de vida das pessoas, nos aspectos socioe-
conômicos, de forma sustentável. O mundo digital está presente e tomando propor-
ções cada vez maiores no setor do agronegócio.
É necessário conhecer características, temperamen-
tos, necessidades e potencialidades das pessoas e Estar informado sobre o mundo digital coloca o
como influenciam no grupo, bem como fraquezas, produtor rural em condição satisfatória no que
oportunidades, forças e ameaças dos atores e das envolve sua capacitação, a produção, o mercado
organizações envolvidas. O estabelecimento de e o convívio social.
acordos é essencial para a organização comunitária.
Ferramentas e recursos tecnológicos para geor-
No meio rural, a organização comunitária é de suma referenciamento da propriedade, aquisição de
importância para a inclusão social uma vez que, or- crédito rural, emissão de guias, produção agro-
ganizadas, as pessoas passam a conhecer melhor pecuária, gestão da propriedade, regularização de
sua realidade, desenvolvem suas capacidades e bus- terras, e-commerce, entre outros, são exemplos
cam o acesso aos bens e serviços na proposta do da importância do uso da tecnologia no campo
desenvolvimento rural sustentável. de forma segura.

Despertar o protagonismo da mulher, do jo- Assim, as atividades de PS devem contribuir para


vem e do público-alvo no agronegócio minimizar o analfabetismo digital do público-alvo
com frente específica de trabalho e com ações com-
Deve ser verificado se as atividades de PS propiciam plementares que levem conhecimento e práticas do
a participação efetiva das mulheres, dos jovens e mundo digital.
das pessoas ligadas ao agronegócio na construção
de conhecimentos e práticas que os levem a exer- Tipos de programação
cer o protagonismo de forma consciente nas esfe-
ras sociais, econômicas, culturais, legais e outras. Para o Senar, o tipo de programação é a estratégia
É necessário que tenham autonomia e iniciativa educacional utilizada para alcançar os objetivos
para suas conquistas e seu desenvolvimento, fazen- definidos para as atividades de PS ou a forma es-
do-se representar nos assuntos que lhes afligem. colhida para a disseminação de conhecimentos,
de acordo com as necessidades específicas de
Auxiliar no desenvolvimento de aptidões determinados grupos: homens, mulheres, jovens,
pessoais e sociais crianças e idosos.

As atividades de PS devem ser constantes e criar Na Promoção Social, os tipos de programação mais
condições para que as pessoas se desenvolvam in- recorrentes são:
dividual e socialmente.
Curso – conjunto de conteúdos agrupados de acor-
Isso envolve proporcionar ambientes de aprendiza- do com um programa pré-estabelecido. Tem a fina-
gem que permitam a ação e a reflexão dos envolvi- lidade de ampliar o conhecimento em determinada
dos como seres individuais e sociais. Faz-se neces- área e/ou ensinar algo. Atualmente, tem se mostra-
sária uma perspectiva de desenvolvimento e não do mais efetivo quando associado à prática. Pode
simplesmente a oferta de conteúdos e técnicas que representar uma série de aulas, sobre um tema ou
façam as pessoas permanecerem em seu estado na- vários, intercalados de forma conexa, compondo um
tural. Elas devem ser provocadas para o novo, para currículo. Exemplo de curso de PS do Senar: Alfabe-
o desafio e para a ação com superação, sabendo li- tização de jovens e adultos.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
33
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Treinamento – de acordo com Chiavenato (1990), tipos de equipamentos e materiais para o ensino e
o treinamento é o processo educacional aplica- a aprendizagem nas áreas de atividades da Promo-
do de maneira sistêmica, por meio do qual as ção Social. Esse dispositivo pedagógico dinamiza e
pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e estimula o engajamento criativo de seus integran-
habilidades em função de objetivos definidos tes, uma vez que permite um espaço de diálogo. Sua
em determinada área ou assunto. No Senar, re- metodologia é caracterizada pela construção coleti-
presenta o tipo de programação mais utilizado va de um saber, análise da realidade, confrontação e
nas Administrações Regionais. intercâmbio de experiências e processo de constru-
ção do conhecimento como finalidade prioritária.

Seminário – exposição oral para participantes que


Atenção! Na Promoção Social,
possuam algum conhecimento prévio do assunto a
não são aplicados os conceitos
ser debatido. A dinâmica do seminário divide-se em
de Natureza de Programação
três momentos: a fase de exposição, a de discussão
e Classificação Brasileira de Ocupação
e a de conclusão. Trata-se de um produto informa-
(CBO), como ocorre na Formação Pro-
tivo mais focado, porém parcial. A informação tem
fissional Rural.
normalmente uma única fonte – o orador ou expo-
sitor – e, por consequência, pode apresentar certo
viés. Usualmente, o orador é um especialista no as-
Outras estratégias educativas (Outras Es- sunto que está sendo exposto.
tratégias Dinamizadoras)
Dia especial – ações que ocorrem em um único dia
É sabido que, por sua competência, o Senar também com o objetivo de levar informação e serviços ao
participa de várias outras ações que têm por objeti- maior número possível de pessoas.
vo divulgar as iniciativas institucionais e disseminar
novas tecnologias e técnicas de forma mais rápida Campanha – conjunto de esforços e de ações di-
e objetiva, podendo avaliar, conforme o contexto, versas, continuadas ou coordenadas, para atingir
a pertinência da entrega de certificado, nesse caso, um objetivo. No Senar, essa programação pode ser
“Certificado de Participação”. definida para os Programas Saúde do Homem Rural
e Programa de Saúde da Mulher Rural, onde o Senar,
São exemplos de outras estratégias educativas: prefeituras e secretarias de saúde unem esforços
para o atendimento ao público rural em ações de
Palestra – apresentação oral que tem a finalida- saúde preventiva.
de mostrar conteúdos diversos e importantes, de
maneira objetiva, podendo ser as novidades sobre Torneio –qualquer série estruturada de jogos entre
determinado tema ou sobre o ambiente em que o duas ou mais equipes, envolvendo um regulamento
público está inserido. A palestra, geralmente, tem e uma contagem de pontos, de forma a se estabele-
curta duração, entre 60 a 120 minutos, e normal- cer o vencedor. Campeonato é o nome dado ao mais
mente possibilita aos participantes fazerem pergun- importante (e, em geral, mais longo) torneio anual
tas ao final. entre equipes de uma mesma região geográfica, ou
pertencentes a uma mesma liga ou federação.
Encontro – reunião organizada para discussão de
temas de interesse coletivo. As estratégias aqui apresentadas não são as únicas
possíveis, ficando a cargo da Administração Regional
Oficina – ambiente destinado ao desenvolvimen- definir qual delas complementa melhor a atividade
to das aptidões e habilidades, mediante atividades de PS que será realizada. Essas estratégias podem
laborativas em grupo, orientadas por educadores ou não estar associadas aos tipos de programação
capacitados, em que estão disponíveis diferentes da PS, podendo ser realizadas de forma isolada.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
34
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Programas especiais de Promoção Social Cada Administração Regional pode aderir aos Pro-
gramas Especiais Nacionais da PS ou, ainda, criar os
Os programas especiais da PS são ofertas educati- próprios programas regionais, de acordo com as de-
vas que, normalmente, ganham algum destaque ou mandas estaduais e recursos humanos e financeiros.
possuem algum diferencial estratégico que os ca-
racterizem como especiais. Geralmente, as competências desenvolvidas nesse
tipo de programação são transversais a todas as ati-
As iniciativas contam, normalmente, com recursos vidades desenvolvidas na propriedade, como com-
financeiros e instrucionais específicos, estratégias de petências de gestão, empreendedorismo, sucessão
comunicação diferenciadas e capacitação para gesto- familiar, informática, liderança, entre outros, poden-
res e instrutores que irão atuar. Por vezes, são plane- do ser aplicada a várias situações.
jadas e executadas por meio de parcerias com outras
instituições governamentais e não governamentais. Os tipos de programação (curso e treinamento), ou-
tras estratégias educativas e outras características
e procedimentos/ processos seguem o mesmo pa-
drão das atividades da Promoção Social.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
35
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Processo da
Promoção Social
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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
36
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Para o Senar, processo é um conjunto de procedi- dações internacionais. Além disso, levam em conta
mentos ordenados nas etapas de entrada, de pla- os recursos financeiros, os materiais e o contingente
nejamento, de operacionalização, de avaliação e de humano da organização como insumos de entrada.
saídas que retroalimentam o processo. Valem-se, também, das experiências vivenciadas an-
teriormente pela organização para retroalimentar as
Os processos da FPR e da PS consideram a missão, etapas, as fases e as atividades realizadas.
os princípios e as diretrizes do Senar, bem como as
políticas nacionais, estaduais e municipais de de- O Processo da Promoção Social do Senar tem as se-
senvolvimento socioeconômico, além das recomen- guintes etapas:

PROCESSO DA
PROMOÇÃO SOCIAL

ENTRADAS DO
PLANEJAMENTO OPERACIONALIZAÇÃO AVALIAÇÃO
PROCESSO
SAÍDAS DO
Estruturação das
Missão institucional Diagnóstico interno/
atividades
Controle ao longo PROCESSO
Políticas públicas externo do processo
Execução das
Análises sociais PAT Avaliação somativa
atividades

1) Etapa de planejamento das atividades de


Promoção Social

O planejamento é a primeira etapa do processo da operacionalização, até a avaliação das ativida-


PS, assim como é da FPR. Apresenta como fases a des da Promoção Social; e
caracterização do estado e dos municípios, a deter- • A identificação dos possíveis parceiros, bem
minação da capacidade operativa do Senar, a com- como a priorização das demandas sociais, tradi-
patibilização dos diagnósticos (externo e interno) cionais e culturais do estado/ município.
e a elaboração do Plano Anual de Trabalho (PAT),
em que estarão contempladas todas as ofertas de Plano Anual de Trabalho (PAT)
FPR (educação formal e não formal), PS e ATeG e
as demais ações que serão operacionalizadas pelas Para que se busque a eficiência, a eficácia e a efeti-
Administrações Regionais no ano seguinte. vidade no desenvolvimento das atividades, o Plano
Anual de Trabalho (PAT) deve conter as seguintes in-
Algumas estratégias são fundamentais ao planeja- formações: a justificativa, os objetivos, as metas, as
mento eficaz da Promoção Social: estratégias de ação, o cronograma físico e financei-
ro com previsão de receitas e despesas e os quadros
• A participação e o envolvimento da comunida- demonstrativos das ações do Senar.
de e de suas lideranças, de outras instituições e
de órgãos que atuem com atividades correlatas, A seguir são detalhadas as fases da elaboração do
de modo a facilitar a identificação das necessi- PAT.
dades e aspirações do público-alvo, bem como
delimitar as potencialidades a serem explora- Fase 1 – Entradas do processo
das em cada município;
• A qualificação de todos os agentes envolvidos As entradas do processo consistem na motivação
desde a etapa de planejamento, passando pela para a elaboração do PAT. Nela , pode-se considerar
os seguintes elementos:

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37
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

• O posicionamento estratégico do Senar, repre- Caracterização dos municípios


sentado por sua missão, seus princípios e suas
diretrizes; A caracterização dos municípios é atribuição da Ad-
• As políticas públicas nacionais e estaduais, que ministração Regional, junto com os agentes mobili-
tratam do desenvolvimento de ações sociais zadores e as lideranças locais, e tem como principal
nas áreas de saúde, educação, esporte, cultura atividade o levantamento de informações por meio
e lazer; de dados secundários, ou seja, utiliza-se das infor-
• As políticas institucionais do Senar e de seus mações divulgadas por meio de pesquisas feitas por
parceiros; outras instituições ou mesmo pelo Senar.
• As demandas provenientes da Assistência Téc-
nica e Gerencial do Senar; • Para tanto, devem ser feitos levantamentos
• Os recursos financeiros e materiais internos dis- de indicadores que retratem, entre outros, a
poníveis e os recursos ofertados por parceiros; situação demográfica, políticas sociais para
• As experiências vivenciadas pela organização promoção de cultura, esporte, lazer, educa-
ao longo dos anos; ção, saúde e saneamento básico, além dos
• Entre outras. problemas de degradação ambiental e as li-
deranças locais.

Fase 2 – Elaboração do PAT Diagnóstico interno

Para a elaboração do PAT, é necessário que se de- A determinação da capacidade operativa do Senar
senvolva o diagnóstico externo, que consiste na ca- é atribuição da Administração Regional e tem como
racterização do estado/ região e na caracterização atividades a identificação e a análise da quantida-
dos municípios. Já no diagnóstico interno, é deter- de e qualidade: das instalações de que dispõe, dos
minada a capacidade operativa do Senar. recursos financeiros e instrucionais, bem como do
contingente humano que estará envolvido na orga-
Diagnóstico externo nização e execução das atividades. Nessa fase, tam-
bém devem ser apuradas as parcerias institucionais
Caracterização do estado/ região existentes e possíveis que aumentam tal capacida-
de, significando, na prática, saber o quanto o Senar
pode fazer em termos de PS. Tudo isso é feito para
Importante! embasar e justificar as ofertas e as prioridades de
atendimento realizadas pelo Senar.
A caracterização do esta-
do/ região é atribuição da Aspectos importantes sobre a etapa do pla-
Administração Regional e tem como nejamento – reuniões locais
principais atividades o levantamen-
to de informações, por meio de da- Para que o PAT seja eficaz, são programadas reu-
dos secundários, ou seja, utiliza-se niões locais com entidades parceiras e lideranças
das informações divulgadas por meio em cada um dos municípios (sindicatos, prefei-
de pesquisas feitas por outras insti- turas, secretarias etc.), de preferência após feito
tuições ou mesmo pelo Senar. Para o diagnóstico externo da região para que os re-
tanto, deve utilizar indicadores que sultados possam ser apresentados. Caso não seja
retratem sua situação, os planos, os possível fazê-las em todos os municípios do es-
programas e projetos, bem como as tado, as reuniões precisam ser feitas pelo menos
instituições públicas e privadas exis- regionalmente, com o intuito de apresentar as
tentes. É importante, também, obter caracterizações do estado e do município, apre-
informações sobre as condições de sentar o portfólio de cursos atualizado, repassar
infraestrutura de apoio e identificar orientações técnicas e procedimentos para as en-
as lideranças atuantes. tidades parceiras, bem como levantar as necessi-
dades daquela região, entre outros assuntos.

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38
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A sugestão de pauta para as reuniões locais com os levantadas – relevantes ao público presente, pois
parceiros é: mapeiam e demonstram a atual situação da agro-
pecuária local – quanto para verificar a coerência
• Objetivos da reunião; do diagnóstico realizado com a realidade vivenciada
• Missão, princípios, diretrizes e objetivos institu- pelos presentes.
cionais do Senar;
• Frentes de trabalho do Senar; Por esse motivo, é muito importante, além de
• Forma de atuação do Senar, detalhando como apresentar o estudo realizado, escutar o público
atua, a origem dos recursos e os prazos esta- presente, que muitas vezes conhece, por outros
belecidos; ângulos, as demandas dos municípios e podem
• Diretrizes gerais para o planejamento do Senar contribuir para enriquecer e até mesmo direcio-
para o ano seguinte (regras, metas, programas, nar as atividades locais de Promoção Social. Por-
limites, prazos etc.); tanto, as reuniões prestam-se também para cole-
• Manual de Orientações às entidades parceiras tar informações novas e mais recentes que devem
(prazos, capacitação, documentação, regras ser incorporadas ao PAT.
para prestação de contas, valores de taxas de
mobilização, limites etc.);

Importante!

Atenção! É responsabilidade Os técnicos da Regional de-


da equipe técnica elaborar um vem estar preparados para
manual de procedimentos di- tais reuniões, pois haverá pressão para
recionados às entidades parceiras. Veja realizar atividades fora das priorida-
um roteiro de elaboração no Anexo I do des estabelecidas. É necessário “jogo
fascículo “Processo da Formação Profis- de cintura” e persuasão para justificar
sional Rural”. um eventual não atendimento à pro-
gramação e, ao mesmo tempo, con-
templar as demandas reais que estejam
dentro das prioridades estabelecidas.
• Portfólio de cursos e treinamentos oferecidos,
contendo os objetivos gerais e específicos, os
pré-requisitos, o número mínimo e máximo de
participantes por turma, as prioridades de ofer- Espera-se que a reunião local com parceiros produ-
ta de PS e suas justificativas; e za os seguintes resultados:
• Demandas coletadas com os parceiros presen-
tes dentro das prioridades já apresentadas e • Relação de demandas feitas de acordo com as
organizá-las no tempo (período mais adequado, prioridades estabelecidas pelo Senar, portanto,
fases ou etapas da cultura, calendário agrope- reais e exequíveis;
cuário, etc.) e no espaço (locais de realização, • Nivelamento de expectativas dos parceiros;
comunidades, vilas etc.). • Maior cumprimento de regras e comprometi-
mento (esclarecimento e controle);
Essas reuniões são imprescindíveis, pois aproximam • Maior divulgação e visibilidade institucional do
o Senar dos parceiros locais (mobilizadores, sindica- Senar;
tos rurais, cooperativas, prefeituras e seus órgãos, • Aproximação do Senar com seus parceiros e
associações etc.), buscando sintonizar o trabalho já seu público;
desenvolvido com possíveis trabalhos a serem reali- • Identificação de novas demandas;
zados no próximo exercício. As reuniões nos muni- • Maior compreensão das prioridades; e
cípios servem tanto para apresentar as informações • Aumento e organização de parcerias locais.

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39
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

de PS levantadas dos municípios e nas reuniões


locais, fazendo um ordenamento e priorizando o
Importante!
atendimento de ações nos limites físicos e orça-
mentários do Senar.
Recomenda-se que haja a ela-
boração de ata e registro fo-
Entrega do PAT e outros documentos rela-
tográfico em cada reunião.
cionados diretamente ao planejamento –
Reformulação, Relatório de Gestão e Rela-
Diversas informações coletadas duran-
tório de Atividades
te as reuniões podem ser incorporadas
ao PAT: algumas na forma de descrição
É importante ressaltar que a seriedade na elabora-
e outras na forma de demandas numé-
ção do PAT é condição essencial para uma execução
ricas de cursos e treinamentos.
que reflita as reais necessidades de forma tempesti-
va e organizada, evitando-se retrabalho e inconsis-
tências ao longo do ano.

Compatibilização dos diagnósticos e elabo- No segundo semestre do ano, as Administrações


ração do Plano Anual de Trabalho Regionais iniciam seu planejamento – por volta de
julho/ agosto – para que possam entregar ao Senar
É atribuição da Administração Regional elaborar Central – entre os meses de outubro e novembro
o documento onde estarão relacionadas as ativi- – o PAT do ano seguinte, ensejando que as informa-
dades de Promoção Social, juntamente com as de- ções de todas as Administrações Regionais sejam
mais demandas, que serão operacionalizadas no analisadas e aprovadas. Tais informações são enca-
ano seguinte, ou seja, no Plano Anual de Trabalho minhadas via sistemas de gestão, físico e financeiro,
(PAT). Para isso, deve-se considerar os diagnósticos como GASV2, Senar nas Nuvens e SISTEGO, além
interno e externo e a listagem das necessidades de relatórios descritivos impressos.

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40
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Após o fechamento do prazo de envio do PAT para


a Administração Central do Senar, só poderão ser Importante!
feitas alterações quando de sua reformulação, que
acontece, normalmente, de julho a agosto. É nesse Demandas extras: Ao longo
momento que a Regional deverá avaliar se o que foi do período, é comum os par-
ceiros demandarem do Senar ofertas
planejado está sendo executado conforme o PAT e/
que não estavam previstas no PAT.
ou se há a necessidade de aumentar ou diminuir Nesse caso, cada Administração Re-
suas ofertas, bem como redistribuir a programação gional deverá criar e ter suas regras
entre os trimestres ou entre os municípios. bem definidas para aprovação e/ou re-
provação dessas demandas. Uma vez
aprovada pela Administração Regio-
nal, as demandas extras também deve-
Atenção! rão ser incluídas na reformulação.

Apesar da possibilidade de re- Ao final do ano, são entregues o Rela-


formulação, o PAT não deve ser elabo- tório de Gestão e o Relatório de Ativi-
rado de forma inconsistente ou des- dades/ Relato Integrado, contendo o
registro completo das atividades reali-
compromissada, sendo somente um zadas durante todo o ano, com os de-
recurso de ajuste de percurso e não vidos ajustes físicos e orçamentários,
uma mudança completa de roteiro. bem como as respectivas justificativas.
Quando o planejamento é bem feito,
os números da reformulação estão o
mais próximo possível dos números pla- Para obter informações mais aprofundadas sobre
nejados no PAT. o Relatório de Gestão e o Relatório de Atividades/
Relato Integrado, recomenda-se a leitura do Manual
de Prestação de Contas – Relatório de Atividades,
fornecido pela Administração Central do Senar.
A reformulação é realizada tanto do ponto de vista
físico – comparando as atividades previstas com as É importante que todos os agentes do Senar conhe-
atividades realizadas – quanto do ponto de vista fi- çam o processo da Promoção Social em todas as
nanceiro – comparando o orçamento previsto com suas etapas e saibam em quais atividades irão atuar,
o orçamento realizado. para que a instituição alcance os objetivos com a
ação pedagógica. Assim, para que o Plano Anual de
Trabalho (PAT) seja bem-sucedido, é necessária a in-
teração entre os agentes.

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ETAPA DE PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL
DETERMINAÇÃO DA COMPATIBILIZAÇÃO DOS
CARACTERIZAÇÃO DO CARACTERIZAÇÃO DO
CAPACIDADE OPERATIVA DIAGNÓSTICOS
ESTADO/REGIÃO MUNICÍPIO
DO SENAR E ELABORAÇÃO DO PAT

1. Levantamento de dados e 1. Levantamento de dados e 1. Identificação e análise quantitativa e 1. Listagem das necessidades da PS.
informações: informações: qualitativa de: 2. Ordenação das necessidades, por
1.1 Dados demográficos 1.1 Indicadores de saúde por faixa etária; 1.1 Contingente humano importância, nos municípios.
• População Economicamente Ativa 1.2 Indicadores de acidentes de trabalho; 1.2 Recursos materiais 3. Compatibilização dos diagnósticos
(PEA) rural 1.3 Incidência de doenças; 1.3 Recursos financeiros externo e interno
• População total rural 1.4 Taxa de mortalidade infantil; 1.4 Recursos instrucionais 4. Elaboração do Plano Anual de Trabalho
• Densidade demográfica 1.5 Escolaridade de população x pessoas 1.5 Instalações (PAT)
• Faixa etária fora da escola; 2. Parcerias a mobilizar 4.1 Justificativa
1.2 Políticas públicas sociais 1.6 Incidência de gravidez precoce; 2.1 Sindicatos 4.2 Objetivo
1.3 Planos, programas e projetos 1.7 Matéria prima para artesanato e 2.2 Prefeituras 4.3 Estratégia de ação
1.4 Instituições públicas e privadas alimentação com base na produção 2.3 Associações 4.4 Programação física
1.5 Política agrícola estadual agropecuária; 2.4 Lideranças
1.6 Infraestrutura de apoio 1.8 Tradições culturais (manifestações 2.5 Cooperativas Área de atuação
1.7 Lideranças atuantes artíticas, pratos típicos, festas, 2.6 Outras instituições públicas e • Quadro demonstrativo de metas/
2. Tratamento e análise dos dados e artesanato local); privadas ações de FPR
informações 1.9 Calendário de eventos; 3. Tratamento e análise dos dados e • Outras atividades
1.10 Locais para comercialização de informações • Quadro demonstrativo de metas/
produtos artesanais (feiras, etc.) desenvolvimento de talentos
1.11 Entidades existentes no humanos
município/região: Associações, • Recursos instrucionais
cooperativas, sindicatos, empresas 4.5 Cronograma de execução
agrossivilculturis, etc.; 4.6 Orçamento anual
1.12 Identificação das pricipais atividades • Previsão de receita
desenvolvidas no municípioe região; • Previsão de despesa
1.13 Identificação de iniciativas de esporte • Atividade-meio
e lazer; • Atividade-fim
1.14 Incidência de uso de drogas e
alcoolismo

Ação Supervisora Gerencial e Técnica


1.15 Atrações turísticas rurais;
1.16 Identificação das prinpipais atividades
desenvolvidas no município e região;
1.17 Saúde e saneamento básico;
1.18 Infraestrutura de apoio;
1.19 Problemas de degradação ambiental;
1.20 Aspectos socioeconômicos;
1.21 Lideranças locais. PLANO ANUAL
2. Tratamento e análise dos dados e
DE TRABALHO
Informações.
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DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO Operacionalização


EXTERNO INTERNO
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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
42
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

2) Operacionalização das atividades de Pro- • Momento 2 – É realizado pelo agente mobiliza-


moção Social dor e sua respectiva entidade parceira. Consiste
na mobilização das atividades, o que inclui a di-
A operacionalização é a etapa do processo de PS em vulgação, o recrutamento e a seleção da clien-
que são realizadas as atividades previamente prio- tela, a identificação do tipo de programação, a
rizadas no PAT, cujos resultados são decorrentes da composição de turmas, a escolha e a organiza-
identificação de necessidades de atividades de PS ção do local, a compra e o provimento de re-
em âmbito local. cursos instrucionais, bem como a confirmação
do local da atividade. A Administração Regional
Essa etapa é de grande importância no processo, supervisiona essas fases e analisa a programa-
uma vez que dela constam atividades que deter- ção feita pelo mobilizador, autorizando ou não
minam a qualidade dos eventos promovidos pelo a realização do evento, enviando os recursos
Senar. Seu papel fundamental é a atuação de mo- instrucionais necessários.
bilizadores e instrutores, devidamente treinados na Neste momento, é preciso ainda deixar claro:
metodologia da FPR e da PS, com auxílio dos super-
visores ou de outros membros da equipe técnica da • Objetivo da atividade;
Administração Regional. • Justificativa;
• Área de atividade;
Nessa etapa ocorrem as fases de estruturação e exe- • Atividade;
cução das ações contempladas no PAT. • Tipo de programação;
• Título da atividade;
2.1 Estruturação das atividades de Promoção Social • Certificação;
• Carga horária;
Constitui a primeira fase da etapa de operaciona- • Limite de vagas (mínimo e máximo);
lização, em que atuam, prioritariamente, mobiliza- • Público-alvo;
dores. Essa fase é de suma importância para a ga- • Estrutura física necessária; e
rantia da qualidade das atividades da PS, uma vez • Requisitos para os participantes.
que, mediante o diagnóstico local, nela se definem
o cenário, o tipo de programação e o público que irá Para formar uma turma de atividade da Promoção
participar dos eventos. Social, além dos critérios exigidos por ela, já consi-
derados na seleção da clientela, devem ser observa-
A estruturação das ações é constituída por três mo- dos aqueles requeridos pelo processo ensino-apren-
mentos distintos: dizagem, tais como:

• Momento 1 – É realizado pela equipe técnica • Os participantes dos grupos devem possuir in-
interna da Administração Regional. Constitui- teresses e necessidades comuns;
-se na formação do capital intelectual necessá- • O perfil de entrada, ou seja, o nível de conheci-
rio ao desenvolvimento da atividade de PS. As mento dos participantes em relação ao conteú-
atividades a serem desenvolvidas, que recaem do da atividade deve ser semelhante;
especificamente sobre os instrutores, são a se- • O grau de escolaridade dos participantes da
leção, a capacitação metodológica, a constante ação deve ser o mais homogêneo possível;
atualização de conteúdos, o credenciamento • O número de participantes por turma deve ser
e o convite para atuação nos eventos de Pro- estabelecido em função da disponibilidade dos
moção Social realizados pelo Senar e, também, recursos instrucionais e do local de realização
pela entidade parceira que fará a mobilização. das ações, de modo a permitir que o aproveita-
mento seja o melhor possível. É recomendável
que as turmas tenham de 10 a 15 participantes; e

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
43
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• a proximidade das moradias, sempre que possí- Para o Senar, mobilizar significa:
vel, deve ser observada, já que reunir a vizinhan-
ça facilita o deslocamento e, consequentemen- • Auxiliar a equipe técnica da Administração Re-
te, a frequência dos participantes às atividades gional (AR) na identificação das necessidades
da PS, possibilitando, ainda, a racionalização da PS em âmbito local, contribuindo para a ela-
dos custos, a integração dos moradores, o re- boração do Plano Anual de Trabalho (PAT), por
forço da aprendizagem e o acompanhamento meio de informações coletadas pelo mobiliza-
dos efeitos da própria atividade. dor em sua atuação na comunidade; e
• Outro ponto de observação é que as atividades • Realizar as atividades de estruturação dos even-
de Promoção Social objetivam a participação de tos de PS, que são:
todos os integrantes da comunidade: homens, — Contribuir para a identificação do tipo da
mulheres, idosos, jovens, crianças e pessoas programação com o auxílio da equipe téc-
com necessidades especiais ou com deficiência. nica da AR;
• Momento 3 – É realizado pelo instrutor e pela — Divulgar as atividades de PS;
equipe técnica da Regional, em constante di- — Recrutar e selecionar a clientela para os
álogo com os mobilizadores. Consiste na ela- eventos;
boração do plano instrucional para orientar a — Compor as turmas;
ação educativa nas atividades da PS do Senar. — Escolher o local para a atividade;
O plano instrucional é o produto do processo — Organizar o local da atividade;
de planejamento do instrutor e representa, por- — Providenciar os recursos instrucionais na
tanto, o registro de sua reflexão. Ele contém o quantidade e na qualidade necessárias;
conjunto de ações educativas previstas para a — Dar apoio logístico aos instrutores;
execução das atividades. No volume “Metodo- — Dar apoio logístico, em eventuais necessi-
logia de Ensino do Senar”, o tema é amplamen- dades, aos participantes;
te discutido e sistematizado. — Registrar informações e preencher formu-
lários sobre os participantes e o evento re-
2.2 Execução das atividades de Promoção Social alizado; e
— Promover a articulação com os parceiros.
A execução das atividades constitui a segunda fase
da etapa de operacionalização, o que inclui a prepa- A mobilização deve ser realizada de acordo com os
ração do local do evento e dos recursos instrucionais parâmetros descritos pela instituição e obedecendo
a serem utilizados durante o processo educativo. aos requisitos da atividade de PS ofertada, além da
legislação vigente no país. Ela é estratégica para o
Além disso, merece destaque o desenvolvimento sucesso da ação institucional, o que justifica sua im-
das atividades, quando o instrutor coloca em prática portância no processo da PS.
todo o conteúdo elaborado, as técnicas e os recur-
sos instrucionais selecionados, a avaliação proposta Ressalta-se que um dos fatores essenciais para a
e a carga horária programada, conforme definição boa mobilização é a escolha de um mobilizador que
no Plano Instrucional por ele elaborado e aprovado apresente o perfil adequado para a realização das
pela área técnica da Administração Regional. atividades e uma atuação eficiente, com itens su-
geridos no capítulo deste volume que descreve os
Considerando a mobilização agentes que realizam a PS.

Na estruturação e execução das atividades de PS,


vale apresentar mais informações institucionais so-
bre a mobilização para as atividades de PS do Senar,
definindo o que significa e como deve ser realizada.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
44
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

e acordar com a Administração Regional o crono-


Atenção! grama de realização dos eventos e as informações
necessárias para divulgação.
Além do perfil adequado, o mo-
b) Fazer a divulgação antecipada e ampla das ativi-
bilizador deve dispor de – ou desenvol-
dades de Promoção Social
ver – competências comportamentais
específicas para a boa condução de suas
atividades junto à clientela do Senar e a A divulgação bem feita dos eventos, gratuitos ao pú-
execução eficaz de seu trabalho. Ele pre- blico do meio rural, pode resultar no fortalecimento
cisa estar devidamente preparado para da representatividade do sindicato e da Administra-
sensibilizar as pessoas para o processo ção Regional.
educativo ofertado e entender as ex-
pectativas e necessidades relacionadas A divulgação dos eventos do Senar deverá ser feita
a ele, orientando, direcionando e com- utilizando meios de comunicação e em locais que con-
patibilizando demanda e oferta por essa sigam atingir a clientela, como rádio, jornais locais, car-
formação. Para isso, o Senar Central ofe- tazes em lugares públicos (bancos, Correios, lojas de
rece treinamentos de metodologia para produtos agropecuários, cooperativas agropecuárias,
os mobilizadores e todos devem estar postos de saúde), carros de som, reuniões comunitá-
devidamente capacitados para atuação, rias, igrejas, eventos locais, informativos do sindicato
além de apresentar-se com postura cor- rural ou da cooperativa, mala direta para associados ou
reta, comunicar-se com clareza, aplicar lugares de boa visibilidade, visitas às pessoas da comu-
técnicas de aproximação e abordagem nidade, contatos por telefone com produtores rurais
de pessoas e usar estratégias adequadas associados a sindicatos ou não, faixas em festas rurais,
para expor a programação de PS de for- semana do produtor, feiras agropecuárias, sites dos
ma abrangente, criteriosa e equitativa sindicatos e das Administrações Regionais na internet,
(não excluindo por idade, gênero, raça, Facebook e/ou Instagram e outros.
ou necessidade especial).
c) Realizar o recrutamento e a seleção da clientela

O recrutamento e a seleção da clientela deverão ser


Tais competências comportamentais, aliadas a um feitos de acordo com os requisitos exigidos para os
perfil adequado, garantem uma melhor chance de eventos de PS, considerando as necessidades iden-
uma boa execução do trabalho de mobilização. Elas tificadas na clientela. O recrutamento é a identifica-
podem ser averiguadas e aperfeiçoadas durante a ção de pessoas que se interessam em ingressar em
seleção do mobilizador – e ao longo do exercício de determinada atividade de Promoção Social e ocorre
seu trabalho – ou desenvolvidas em treinamentos concomitantemente ao processo de identificação
com essa finalidade, conduzidos pela Administração de necessidades, seguido do processo de seleção.
Regional ou pela Administração Central.
Além disso, o mobilizador deve ter conhecimento pré-
A atuação do mobilizador está concentrada na eta- vio e básico do programa de inclusão de pessoas com
pa de operacionalização. Ele deverá realizar as ativi- necessidades especiais (PNE) e deficiências do Senar.
dades descritas na fase de estruturação das ações, Esse programa, denominado Apoena, pretende rece-
que são: ber e promover a inserção das PNE nos eventos, não
apenas fortalecendo posturas inclusivas já previstas
a) Contribuir para a identificação da atividade e do por lei, mas também respeitando os princípios da di-
tipo de programação versidade e o direito à cidadania. Além do Apoena, o
mobilizador precisa conhecer as opções e o conteúdo
O mobilizador/ entidade parceira deve verificar o de Programas Especiais Regionais e Nacionais, bem
portfólio das atividades de PS que devem explicitar como os cursos de EaD do Senar, de forma a aproximar
os tipos de programação e os recursos necessários toda a gama de ofertas da instituição ao público.

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45
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Especificamente em relação à seleção dos partici- Os critérios para a escolha do local mais adequado
pantes das atividades da PS, devem ser considera- para realização dos eventos são os seguintes:
dos como indicadores:
• Ser de fácil acesso para os participantes, contri-
• Demandas sociais; buindo para o deslocamento de todos;
• Capacidade operativa da Administração Regio- • Apresentar boa ventilação e controle de sons e
nal para o atendimento à demanda; ruídos;
• O atendimento aos requisitos exigidos pela ati- • Atender às normas de acessibilidade às pessoas
vidade (em anexo a este documento); com deficiência, caso necessário;
• O fornecimento de informações importantes • Ser compatível com o conteúdo a ser ministra-
sobre o evento, por parte do mobilizador, ao fa- do, com as técnicas e com os recursos instrucio-
zer a convocação dos participantes, como: nais que serão utilizados na atividade;
— Período de duração; • Prever a segurança ocupacional e patrimonial,
— Local e data do evento; ou seja, na concepção do ambiente educacional
— Conteúdo; devem estar implícitas as normas e legislações
— Horários a cumprir; pertinentes;
— Vestimenta necessária; • Atender a questões pertinentes a vigilância
— Obrigatoriedade de frequência mínima sanitária e a normas de engenharia em confor-
para a obtenção do certificado; e midade com a legislação municipal, estadual e
— Recomendações restritivas importantes federal;
para o bom desenvolvimento do evento • Ser concebido preservando todos os aspectos
(Ex.: não levar crianças ou dependentes de ergonomia no ambiente, como a disposição
para o local, não desrespeitar regras quan- do mobiliário e dos equipamentos, buscando a
to à manipulação de recursos, idade para qualidade de vida no trabalho; e
participação nos eventos, necessidade de • Levar em consideração questões ambientais,
adaptação do local quanto a participação como o aproveitamento de iluminação natural,
dos PNES etc.). cores claras, a divulgação de informações sobre
o tratamento de resíduos tóxicos e da água,
d) Realizar a composição de turmas bem como sobre a coleta seletiva de materiais
danosos à saúde ou ao meio ambiente.
Para compor a turma que irá participar de uma ati-
vidade da PS, é necessário conhecer os objetivos e Outro aspecto a ser considerado é que os am-
requisitos das atividades, observados os pré-requi- bientes educacionais devem facilitar a interação
sitos como idade, escolaridade, número de partici- dialógica entre os atores do processo de ensino
pantes, entre outros. e aprendizagem e permitir que o participante re-
alize tarefas sozinho, em autodesenvolvimento,
e) Escolher o local para a atividade além de favorecer a interação de um participante
com o outro e a solicitação de ajuda em ativida-
O local de realização dos eventos promovidos pelo des mais complexas.
Senar deve ser o mais próximo possível da realidade
em que trabalham e vivem seus participantes. Nesse f) Organizar o local da atividade de PS
local, eles aprendem e executam as atividades pre-
viamente estabelecidas, orientadas pelo instrutor, Quando o instrutor chegar ao local para ministrar
utilizando-se de métodos específicos. Dessa forma, seu evento, este deverá apresentar as condições
a escolha do local adequado dar-se-á sempre em e os recursos instrucionais especificados por ele e
função da atividade a ser desenvolvida, da disponi- providenciados pelo mobilizador, na forma acorda-
bilidade e da conveniência para os participantes. da com a Administração Regional.

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46
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

g) Providenciar os recursos instrucionais na quan- i) Preencher fichas de inscrição


tidade e qualidade necessárias
O mobilizador deverá realizar o preenchimento cor-
É fundamental que o mobilizador providencie os re- reto e completo de todos os campos das fichas de
cursos instrucionais essenciais e/ou auxiliares con- inscrição, de modo a permitir a emissão do certifica-
forme acordado entre a Administração Regional e do dos participantes. O procedimento de preenchi-
os parceiros, seguindo as especificidades descritas mento de fichas de inscrição varia de regional para
pelo instrutor, na quantidade e qualidade necessá- regional.
rias, e observando a manutenção e o retorno em
bom estado de uso. j) Realizar a abertura e o encerramento do evento

Recursos instrucionais essenciais são aqueles con- É recomendável que o mobilizador e/ou algum re-
siderados indispensáveis e insubstituíveis durante a presentante da entidade parceira, bem como, se
execução das ações e atividades. possível, representante da Administração Regional
do Senar, faça a abertura e o encerramento do even-
Exemplos: to. Nesses momentos, importantes informações po-
dem ser transmitidas e o fortalecimento institucio-
• Recursos naturais (plantas, animais, água, ali- nal promovido.
mentos etc.);
• Máquinas, equipamentos e implementos (fo- k) Contribuir no apoio ao instrutor e ao partici-
gões, fornos, máquinas de costura etc.); pante
• Ferramentas, utensílios (panelas, formas, agu-
lhas, alicates, baldes etc.) e insumos (tecidos, A entidade parceira, representada pelo seu mobili-
linhas, palha, sementes, cascas e flores, entre zador, poderá oferecer apoio logístico ao instrutor
outros). quanto à hospedagem, ao transporte, à alimenta-
ção, bem como aos participantes em eventuais ne-
Recursos instrucionais auxiliares são aqueles con- cessidades.
siderados como reforço da aprendizagem dos par-
ticipantes da atividade, como: flip-chart, cartazes, Em especial, tal apoio deverá ser dado durante o
álbuns seriados, quadro de giz, quadros magnéticos, desenvolvimento das atividades de PS, quando o
cartilhas, notebook. entre outros. instrutor colocará em prática todo o conteúdo ela-
borado, as técnicas e os recursos instrucionais sele-
h) Informar ao instrutor sobre a atividade cionados, a avaliação proposta e a carga horária pro-
gramada, conforme definição no plano instrucional
É importante que o instrutor receba informações por ele elaborado e aprovado pela área técnica da
acerca do grupo de participantes (inclusive da par- Administração Regional.
ticipação de PNEs), do local de realização e quais-
quer outras necessárias ao bom desenvolvimento De forma sucinta, apresentam-se, a seguir, as ativi-
do evento, em contato direto com o mobilizador ou dades desenvolvidas na etapa de OPERACIONALI-
em relatórios e registros feitos com essa finalidade, ZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL.
alguns dias antes da realização.

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ETAPA DE OPERACIONALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES


DE PROMOÇÃO SOCIAL

ESTRUTURAÇÃO DAS ATIVIDADES EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES

1. Atribuições da Administração 1. Atribuições da Administração


Regional Regional
1.1 Seleção de instrutores.; 1.1 Programação e coordenação
1.2 Preparação de instrutores das formas de supervisão aos
(Treinamento Metodológico); eventos;
1.3 Atualização de instrutores; 1.2 Produção dos certificados
1.4 Procedimentos de
com base nos relatórios do(a)
credenciamento dos instrutores;
1.5 Convite ao instrutor para atuação instrutor(a).
em evento; 2. Atribuições do Mobilizador/
1.6 Repasse de recursos para os parceiro
parceiros. 2.1 Preparação do local da atividade
2. Atribuições do mobilizador/ de Promoção Social;
Ação Supervisora Gerencial e Técnica

parceiro 2.2 Preparação dos recursos


2.1 Divulgação das atividades; instrucionais;
2.2 Recrutamento e seleção da 2.3 Entrega dos certificados.
clientela;
2.3 Identificação do tipo de 3. Atribuições do(a) instruto(a)
programação; 3.1 Aplicação do Plano Instrucional:
2.4 Composição de turmas
– Desenvolvimento do conteúdo;
(inscrição);
2.5 Escolha e organização do local da – Aplicação das técnicas
atividade; instrucionais;
2.6 Compra e provimento de – Utilização dos recursos
recursos instrucionais; instrucionais;
2.7 Confirmação do local da – Aplicação dos procedimentos
atividade. de avaliação.
3. Atribuições do(a) instrutor(a) – Elaboração do relatório de
3.1 Elaboração e/ou reelaboração do execução da atividade
Plano Instrucional:
• Determinação dos objetivos;
• Determinação do conteúdo;
• Seleção das técnicas
instrucionais;
• Seleção dos recursos Avaliação
instrucionais;
• Definição dos procedimentos
de avaliação;
• Determinação da carga
horária.
3.2 Comunicação constante com o
mobilizador.

Ações Estruturadas Ações Executadas

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48
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

3) Avaliação das atividades de Promoção Social com credenciamento de instrutores, ambos externos à
instituição. Nesse sentido, a supervisão realizada por
funcionários do Senar representa instrumento funda-
A avaliação deve ser uma etapa permanente do pro- mental para a coordenação do processo de PS, man-
cesso, pois está presente tanto no planejamento tendo coerência com a sua missão e os procedimentos
como na operacionalização, dividindo-se em duas metodológicos.
fases: acompanhamento e controle (supervisão pro-
priamente dita) e avaliação somativa. Nela, as ações Na prática, o acompanhamento consiste na atuação
do supervisor do Senar e da equipe técnica são fun- do supervisor que realiza supervisão gerencial, téc-
damentais e resultam na correção de não conformi- nica e metodológica junto aos demais agentes, para
dades e na ratificação de procedimentos, além de que os objetivos educacionais sejam alcançados.
subsidiar novos planejamentos. A partir do acompanhamento, são feitos os controles
por meio de registros de supervisão (relatórios técni-
A fase de avaliação somativa tem o objetivo de pro- cos e gerenciais), que formam a avaliação formativa
duzir relatórios técnicos que demonstrem os aspec- do processo, possibilitando sua melhoria e a melho-
tos da qualidade dos trabalhos realizados. Assim, ria da atuação dos agentes e das ofertas de PS.
destaca-se a importância dos agentes do Senar no
desenvolvimento das atividades, visando à excelên- Portanto, o acompanhamento e o controle ocorrem
cia institucional. por meio de análises quantitativas e qualitativas.
A avaliação quantitativa diz respeito à verificação
É importante esclarecer que as situações de avalia- dos resultados numéricos alcançados em relação ao
ção são fundamentais tanto para os indivíduos quan- planejamento (número de treinamentos previstos e
to para as instituições, que buscam o crescimento e realizados, distribuição por gênero, faixa etária etc.).
o desenvolvimento. Constituem-se de um conjunto A análise qualitativa verifica se as ações desenvol-
de atividades gerenciais, técnicas e metódicas que vidas estão, de fato, de acordo com os objetivos
visam produzir informações úteis para identifica- educacionais da instituição (grau de satisfação dos
ção e correção de não conformidades do processo treinandos com a ação de Promoção Social e se há
da Promoção Social. Devem ser vistas como instru- melhoria na qualidade de vida).
mentos direcionados para busca de conhecimento
e interpretação dos fatos, de modo a auxiliar nas to- A fase da avaliação somativa é aquela desenvolvida
madas de decisão que objetivam cumprir a missão ao final do ciclo do processo da Promoção Social.
institucional e a transformação da realidade e da Objetiva avaliar a capacidade de provocar, no egres-
qualidade de vida das pessoas do meio rural. so e no seu ambiente familiar e social, os efeitos
esperados pela instituição. As informações geradas
É importante o registro dos dados e a elaboração dos nessa fase retroalimentam, por meio das experiên-
relatórios pelos agentes do Senar, pois as informações cias vivenciadas, todas as etapas do processo da
geradas auxiliam a ação supervisora gerencial e técnica Promoção Social.
e a consequente retificação ou ratificação do processo.
A fase de acompanhamento e controle, ao longo das A seguir, apresentam-se as atividades pertinentes
fases e atividades do processo, é muito importante, à etapa de AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRO-
pois o Senar atua em parceria com os mobilizadores e MOÇÃO SOCIAL.

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ETAPA DE AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL

ACOMPANHAMENTO E CONTROLE AVALIAÇÃO


AO LONGO DAS ETAPAS, FASES E SOMATIVA
ATIVIDADES DO PROCESSO

Atribuições da Administração Atribuições da Administração


Regional
Ação Supervisora Gerencial e Técnica

Regional / Central
1. Supervisão. 1. Avaliação metodológica e administrativa

PLANEJAMENTO
2. Registro de dados e informações. de efeito-impacto.
3. Análise e interpretação dos dados e 2. Análise e interpretação dos dados e
informações. informações. NOVAS
4. Elaboração de relatório indicando 3. Elaboração de relatórios técnicos DEMANDAS
aspectos a melhorar. PARA O
contemplando: PROCESSO
5. Atuação no processo em busca do seu • Aspectos sobre a qualidade dos
aprimoramento. trabalhos realizados pelo SENAR.
6. Análise da prestação de contas. • Sugestões de retroalimentação
do processo de PS.

Retificação das Ratificação das PROCESSO


atividades de PS atividades de PS AVALIADO

Processo de Supervisão da Promoção Social O supervisor, pelo seu conhecimento metodológico


e técnico, deve ser o articulador entre as informa-
A supervisão é um processo educativo, permanente, ções padronizadoras de alinhamento institucional e
participativo e orientador, que abrange o acompa- os demais agentes e parceiros do Senar. Ele ajuda na
nhamento, o controle e a avaliação das atividades identificação das reais necessidades de Promoção
do processo da Promoção Social, visando contribuir Social e na identificação de demandas, além de dar
para a sua melhoria. o suporte educacional ao instrutor.

Os objetivos da supervisão são: Sendo a supervisão um processo, quatro aspectos


são fundamentais e distintos, porém integrados em
• Contribuir para a missão do Senar; sua realização, sendo eles:
• Proceder ao acompanhamento, ao controle e
à avaliação da estruturação e da realização das 1) Aspecto diagnóstico – Objetiva o levanta-
ações/ atividades propostas no Plano Anual de mento sistematizado e a análise crítica das
Trabalho; informações para subsidiar o planejamento e
• Orientar o supervisionado, reforçando os as- identificar pontos positivos e desvios que ocor-
pectos positivos e corrigindo os desvios obser- rem na operacionalização do processo da PS.
vados na realização das ações/ atividades; 2) Aspecto preventivo –Efetua, a partir do diagnós-
• Subsidiar as tomadas de decisões técnicas e admi- tico, análise prospectiva, visando prevenir proce-
nistrativas em relação à operacionalização da PS; e dimentos inadequados que possam ocorrer.
• Oportunizar o crescimento pessoal e profissio- 3) Aspecto corretivo – Visa contribuir para a
nal do supervisor e do supervisionado. adequação, imediata e/ou no momento opor-

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
50
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

tuno, dos desvios detectados in loco ou a dis- 4) Priorização do acompanhamento in loco, du-
tância, neutralizando e suprimindo deficiências rante todo o evento, aos mobilizadores e instru-
e reorientando as atividades. tores em início de trabalho na instituição.
4) Aspecto afirmativo –Ratifica os procedimen-
tos bem-sucedidos nos eventos de PS.
Planejamento da supervisão da Administra-
ção Regional do Senar
Tipos de supervisão
O planejamento de supervisão é fundamental para
A supervisão pode ser realizada in loco ou a distância. possibilitar alternativas de ação, visando à escolha
do(s) tipo(s) de supervisão, da melhor estratégia
A supervisão in loco permite ao supervisor a apro- para alcançar os objetivos pretendidos e das metas
ximação com a realidade tal qual ela é, podendo ser e dos demais parâmetros necessários para atingir
realizada por meio de: os resultados esperados. Sem um planejamento
adequado, todo o processo de supervisão pode ser
• Visitas (contatos e entrevistas); comprometido.
• Reuniões de trabalho;
• Treinamentos em serviço; e O planejamento da supervisão possibilita a prioriza-
• Observações das atividades da PS (cursos, trei- ção dessa importante atividade, pois, muitas vezes,
namentos, programas etc). o agente que realiza a supervisão é também respon-
• A supervisão a distância permite o acompanha- sável por outras atividades dentro da Administração
mento das atividades por meio de: Regional.
• Análises de programações, relatórios, levanta-
mentos de necessidades, planos instrucionais, Fases do planejamento
prestações de contas e outros; e
• Comunicações (informações obtidas por telefo- • Coleta de informações
ne ou em correspondências como ofícios, me-
morandos, pareceres etc). A coleta de informações é imprescindível para sub-
sidiar a elaboração do plano de supervisão o mais
próximo possível da realidade e assegurar a imple-
Estratégias de supervisão mentação da supervisão, com nível de qualidade
satisfatório, considerando as necessidades efetivas
Algumas alternativas de atuação podem ser adotadas dos supervisionados.
como estratégias que possibilitam a multiplicação de
esforços da Administração Regional, visando atender à As informações deverão ser coletadas de maneira
crescente demanda de atividades de PS do Senar. cumulativa, no decorrer do processo.

As supervisões podem acontecer periodicamente Esta fase é caracterizada pela investigação e pela
ou eventualmente, com ou sem o conhecimento reflexão, objetivando definir uma situação real para
do supervisionado, e podem ocorrer no todo ou em planejar as atividades de supervisão.
parte, da operacionalização da PS. Entretanto, fica
a critério de cada Administração Regional adotar a A coleta de informações consiste no levantamento,
estratégia mais adequada à sua realidade, tais como: o mais completo possível, dos seguintes dados:

1) Descentralização da supervisão ou desloca- • Número de ações previstas no PAT;


mento dos supervisores para atuarem em bases • Número de agentes (supervisores, mobilizado-
(regiões) que estejam mais próximas dos locais res, instrutores) envolvidos;
onde as ações/ atividades são executadas; • Recursos materiais disponíveis;
2) Supervisão por amostragem ou na totalidade • Recursos financeiros disponíveis;
dos eventos de PS realizados; • Princípios e diretrizes do Senar e da PS;
3) Estabelecimento de carga horária compatível • Padrões e critérios definidos no Plano Anual de
com os objetivos da supervisão; e Trabalho;

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51
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

• Perfil dos participantes; dos e o percentual de cursos supervisionados


• Documentos e manuais sobre procedimentos em relação aos programados no PAT); e
técnico-administrativos; e • Cronograma.
• Outras normas estabelecidas.
Execução da supervisão

• Análise das informações A supervisão será executada por meio do acompa-


nhamento, do controle e da avaliação de todas as
A Administração Regional, após a coleta das infor- etapas e fases do processo da PS.
mações, deve organizá-las e analisá-las, tendo, como
parâmetros os princípios e as diretrizes da PS e do Para que ocorra uma supervisão eficiente, eficaz e
Senar, além dos padrões e critérios definidos no PAT, efetiva, os supervisores devem basear-se nos ques-
em documentos sobre procedimentos técnico-ad- tionamentos que são utilizados nos formulários de
ministrativos e em outras normas estabelecidas. supervisão e que facilitam a coleta, o registro e a
compilação dos dados e das informações.
O resultado da análise deve ser detalhado em:
A execução da supervisão está direcionada aos
• Aspectos positivos da operacionalização do agentes de processos de mobilização e instrutoria,
processo da PS; e com os seguintes objetivos e aspectos:
• Desvios identificados que estejam interferindo,
direta ou indiretamente, na operacionalização Supervisão referente à mobilização:
do processo da PS.
Objetiva garantir a qualidade da estruturação das
atividades, devendo ser observados os seguintes
• Plano de supervisão aspectos:

O plano (ou planejamento) de supervisão é o refe- • Capacitação metodológica dos mobilizadores;


rencial de trabalho do supervisor e deve ser o meio • Cumprimento de pré-requisitos estabelecidos
de assegurar a execução da ação supervisora, visan- referentes ao programa e aos participantes pre-
do alcançar um nível de qualidade satisfatório dos sentes;
trabalhos desenvolvidos. • Organização do local de realização da atividade
de PS;
Para isso, o planejamento deve responder às questões: • Disponibilização dos recursos instrucionais ne-
cessários à atividade de PS;
• O que será supervisionado? • Instrumentos de motivação utilizados pelas Ad-
• Onde? ministrações Regionais e/ou pelos parceiros;
• Como? • Condição de trabalho dos mobilizadores;
• Quando? • Condução da mobilização;
• Por que? • Elaboração e qualidade dos relatórios de mobi-
• Quem fará a supervisão e quem a receberá? lização;
• Quanto será feito? • Relacionamento do mobilizador com o público
do Senar, com instrutores e com supervisores;
Na elaboração do plano de supervisão, deve-se ob- • Conhecimento de sua área de atuação; e
servar o seguinte roteiro: • Comprometimento com o Senar.

• Justificativa (baseada no levantamento de infor-


mações); Supervisão referente à instrutoria:
• Objetivos (geral e específicos);
• Tipos de supervisão (in loco ou a distância); Visa garantir a qualidade da execução das ativida-
• Estratégias (formas de condução da supervisão); des, devendo ser observados os seguintes aspectos:
• Metas de supervisão (qual é o número de su-
pervisões, o número de agentes supervisiona- • Capacitação técnica e metodológica dos instrutores;

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52
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

• Instrumentos de motivação utilizados pela Ad- • Desvios identificados que estejam interferindo,
ministração Regional referentes à instrutoria; direta ou indiretamente, na operacionalização
• Perfil adequado para a atuação; do processo da PS; e
• Instrumentos de motivação das Administrações • Oportunidades de melhoria identificadas.
Regionais;
• Condição de trabalho dos instrutores;
• Elaboração e qualidade do plano instrucional, A seguir, são listadas algumas considerações impor-
segundo a metodologia do Senar; tantes na supervisão:
• Cumprimento do que foi estabelecido no plano
instrucional; • O tempo destinado à supervisão in loco deve
• Desempenho metodológico da instrutoria; possibilitar ao supervisor segurança quanto às
• Critérios de avaliação dos participantes; observações e aos levantamentos realizados,
• Elaboração e qualidade dos relatórios; bem como permitir o desenvolvimento da en-
• Relacionamento com o público do Senar, com trevista ou conversa com a(s) pessoa(s) super-
mobilizadores e com supervisores; e visionada(s);
• Comprometimento com o Senar. • Assim, para possibilitar o seu trabalho, sugere-
-se que o supervisor considere o acompanha-
mento de todo um objetivo específico, a esco-
Avaliação do processo de supervisão lha de um período do dia – manhã ou tarde, no
mínimo – ou mesmo outro critério que queira
A avaliação da supervisão visa contribuir para o adotar para determinação do tempo de super-
aprimoramento do próprio processo de supervisão. visão, desde que possibilite o levantamento
Quando conveniente, deve ser desenvolvida con- de dados significativos sobre o andamento da
juntamente entre supervisor e supervisionado, de- ação/ atividade;
vendo ser observados os seguintes aspectos: • O desafio do supervisor consiste em obter a
melhoria constante da eficiência e eficácia do
• Capacitação metodológica dos supervisores; supervisionado. Para tanto, todos os fatos ob-
• Procedimentos de supervisão adotados pelas servados, sejam positivos ou negativos, são ob-
Administrações Regionais (planejamento e con- jetos de análise e discussão entre supervisor e
cepção de supervisão); supervisionado, num processo dialógico;
• Condução das supervisões (postura dos superviso- • O processo da supervisão é algo a ser construí-
res e avaliação conjunta com os supervisionados); do por toda a equipe técnica, com amplo apoio
• Elaboração e qualidade dos relatórios de super- dos dirigentes da Administração Regional; e
visão e dos relatórios gerais de supervisão; • É importante esclarecer que a estruturação das
• Relacionamento dos supervisores com o público ações/ atividades não constitui responsabilidade
do Senar, com mobilizadores e com instrutores; do supervisor e sim do mobilizador. Supervisão e
• Comprometimento com a função de supervisor mobilização são atribuições que requerem proce-
e com o Senar; dimentos operacionais diferenciados e devem ser
• Supervisões executadas em relação às pla- tratados dessa forma, sob pena de comprometer
nejadas, tanto no aspecto qualitativo quanto a qualidade dos eventos da instituição.
quantitativo, identificando fatores facilitadores
e impeditivos para a efetiva execução das su-
pervisões; Instrumentos de supervisão
• Resultados obtidos em relação aos esperados
(alcance dos objetivos do Senar, aperfeiçoa- Propõem-se, neste documento, dois instrumentos a
mento do desempenho dos supervisores e dos serem utilizados durante as supervisões estaduais:
supervisionados e melhoria da qualidade das um direcionado à supervisão à mobilização, e outro,
atividades); à instrutoria. Tais instrumentos poderão ser utiliza-
• Novos problemas e necessidades levantados dos na íntegra ou reformulados pelas Administra-
durante o processo de supervisão; ções Regionais, acrescentando ou alterando algum
• Aspectos positivos da operacionalização do item, quando pertinente.
processo da PS;

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53
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

As Regionais que optarem por desenvolver aná- apresentada ou adaptá-la para a sua necessidade
lises qualitativas poderão transformar as afirma- e/ou interesse.
ções (postas nos instrumentos, com o uso de es-
calas) em questionamentos, cujas respostas serão Vale lembrar que todas as duas formas de análise
descritas pelos supervisores. As regionais que op- – qualitativa e quantitativa – são pertinentes e efe-
tarem por desenvolver análises quantitativas po- tivas, se bem trabalhadas e conduzidas pelas Admi-
derão utilizar os instrumentos com a formatação nistrações Regionais.

Instrumentos de supervisão à mobilização da atividade de PS

Nº do evento: _______ Data:_________

IDENTIFICAÇÃO

Entidade mobilizadora: _______________________________________________________________________________________


Local de realização da ação/atividade: ________________________________________________________________________
Município/comunidade: ______________________________________________________________________________________
Título do evento: Atividade de PS ( )
___________________________________________________________________ Programa de PS ( )
Área de atividade: ________________________________________________ Atividade: ______________________________
Tipo da programação:_________________________________________________________________________________________
Nome do mobilizador/parceiro ou do sindicato rural: ________________________________________________________
O mobilizador participou de treinamento de metodologia? ( ) Sim ( ) Não
Tempo de atuação do mobilizador no Senar: _________________________________________________________________

Nome do mobilizador: Data da supervisão:


__________________________________________________________________ _________________
Tempo de observação (h): Período de realização do evento: Carga horária total do evento (h):
______________________ _____ /_____a _____ /_____ _______________________
Dia mês dia mês

Para responder às questões seguintes preencha, em cada parêntese, a numeração que corresponde à ocorrên-
cia dos fatos. Por favor, não deixe nenhuma questão em branco.

Registre sua observação utilizando a seguinte escala:

4 3 2 1
Sim, plenamente Sim, parcialmente Não Não observado

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
54
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

ESTRUTURAÇÃO DAS ATIVIDADES

( ) Realizou o levantamento de necessidades/ demanda do evento.


( ) Divulgou o evento para a comunidade.
( ) Os participantes apresentavam graus de escolaridade aproximados.
( ) Os participantes apresentavam idade aproximada.
( ) Os participantes apresentavam necessidades de PS comuns.
( ) Os participantes apresentavam interesses comuns sobre o conteúdo programático.
( ) O nível de conhecimento sobre o conteúdo desenvolvido era aproximado.
( ) O número de participantes estava adequado, dentro do preconizado pela Regional.
( ) Os participantes tinham fácil acesso ao local onde o evento ocorria.
( ) Os participantes atendiam aos pré-requisitos exigidos pela atividade.
( ) O local do evento apresentava infraestrutura apropriada para a realização efetiva do conteúdo da atividade.
( ) O local do evento apresentava condições de conforto aos participantes.
( ) O local do evento apresentava boas condições de luminosidade, ventilação e ausência de ruídos
impertinentes.

APOIO ÀS ATIVIDADES
( ) Houve organização de transporte aos participantes e/ou ao instrutor do evento.
( ) Houve organização da alimentação aos participantes e/ou ao instrutor do evento.
( ) Houve organização da acomodação adequada para o instrutor ao longo do evento.
( ) Os recursos instrucionais foram disponibilizados ao instrutor, no momento oportuno.
( ) Os recursos instrucionais foram disponibilizados na quantidade e qualidade solicitadas.
( ) O mobilizador apoiou o instrutor quando solicitado.
( ) O mobilizador apresentou bom relacionamento com o público participante do evento.
( ) O mobilizador apresentou bom relacionamento com o instrutor do evento.
( ) O mobilizador mostrou-se aberto a discussões sobre os tópicos supervisionados.
( ) O mobilizador mostrou-se criativo e hábil na resolução de problemas surgidos.
( ) O mobilizador informou previamente à Regional ou ao instrutor sobre as características da
turma e do local do evento.

ASPECTOS POSITIVOS DA MOBILIZAÇÃO:

________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________

ASPECTOS DISCUTIDOS PARA MELHORIA DO DESEMPENHO E SUGESTÕES:

________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________
Assinatura do supervisor ______de _______________ /20____

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55
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Instrumentos de supervisão à instrutoria da atividade de PS

Nº do evento: _______ Data:_________

IDENTIFICAÇÃO

Nome do instrutor:___________________________________________________________________________________________
Local de realização da ação/atividade: _______________________________________________________________________
Município/comunidade: _____________________________________________________________________________________
Título do evento: Atividade de PS ( )
____________________________________________________________________ Programa de PS ( )

Área de atividade: Atividade:


Tipo da programação:________________________________________________________________________________________
O instrutor participou de treinamento de metodologia? ( ) Sim ( ) Não
Tempo de atuação do instrutor no Senar: _____________

Nome do supervisor: Data da supervisão:


___________________________________________________________ _________________

Tempo de observação (h): Período de realização do evento: Carga horária total do evento (h):
______________________ _____ /_____a _____ /_____ _______________________
Dia mês dia mês

Para responder às questões seguintes preencha, em cada parêntese, a numeração que corresponde à ocorrên-
cia dos fatos. Por favor, não deixe nenhuma questão em branco.

Registre sua observação utilizando a seguinte escala:

4 3 2 1
Sim, plenamente Sim, parcialmente Não Não observado

OBJETIVOS

( ) Apresentou aos participantes os objetivos instrucionais ou os resultados esperados.


( ) Seguiu os objetivos planejados, numa sequência lógica

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

( ) Seguiu a sequência planejada para desenvolvimento do conteúdo.


( ) Desenvolveu o conteúdo dentro do tempo previsto.
( ) Compatibilizou o conteúdo com os interesses e as necessidades dos participantes.
( ) Demonstrou segurança em seus posicionamentos.
( ) Utilizou a linguagem escrita e oral corretamente.
( ) Foi claro e objetivo na exposição dos assuntos.
( ) Decodificou os termos técnicos utilizados.

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56
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

( ) Evidenciou a aplicabilidade prática do conteúdo ministrado.


( ) Usou exemplos baseados em situações vivenciadas pelos participantes.
( ) A parte teórica desenvolveu-se conjuntamente à prática.
( ) Ao iniciar novo conteúdo, apresentou a sua relação com outros já abordados.
( ) Abordou questões relacionadas à saúde e segurança do trabalhador e/ou aspectos sobre o meio
ambiente, cidadania, qualidade e produtividade, sempre que pertinentes.

DESENVOLVIMENTO DAS TÉCNICAS INSTRUCIONAIS

( ) Dominou as técnicas instrucionais aplicadas.


( ) As técnicas utilizadas foram compatíveis com as características dos participantes.
( ) As técnicas utilizadas foram apropriadas ao conteúdo ministrado.

RECURSOS INSTRUCIONAIS

( ) Foram conferidos e testados.


( ) Facilitaram a compreensão do assunto.
( ) Foram adequados às características dos participantes.
( ) Estavam adequados ao local do evento.
( ) Foram utilizados no momento oportuno.
( ) Foram disponibilizados na quantidade apropriada ao número de participantes.
( ) Apresentaram bom estado de conservação, sem defeitos comprometedores para a aprendizagem.

AVALIAÇÃO

( ) Aplicou as avaliações, diagnóstica, formativa e somativa.


( ) Aplicou corretamente os procedimentos de avaliação.
( ) Os procedimentos de avaliação foram compatíveis com as características dos participantes.
( ) Informou aos participantes sobre seus acertos e erros, apresentando-lhes respostas/ comportamentos
corretos.

PLANO INSTRUCIONAL

( ) Elaborou plano instrucional.


( ) O plano instrucional foi elaborado conforme recomendações da Regional.
( ) Seguiu o plano instrucional elaborado.
( ) Necessitou ajustar/ modificar o plano instrucional durante o evento.

POSTURA DO INSTRUTOR

( ) Informou aos participantes os critérios para certificação.


( ) Estabeleceu, junto aos participantes, contrato psicológico (cumprimento de horário, convivência em
grupo, entre outros).
( ) Estabeleceu um bom relacionamento com os participantes.
( ) Exerceu liderança perante a turma, estabelecendo um clima de organização.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
57
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

( ) Foi hábil e criativo na resolução de problemas detectados.


( ) Foi pontual.
( ) Foi assíduo.
( ) Estimulou a participação ativa dos participantes.
) Valorizou os participantes pelo desempenho correto nas práticas e/ou na resolução de problemas
(
propostos.
( ) Socializou as respostas das perguntas individuais.
( ) Apresentou coerência entre o que apontava como correto e o que executava perante a turma.
( ) Forneceu as informações necessárias para que os participantes apresentassem o comportamento esperado.
( ) Realizou as práticas de forma que todos os participantes conseguissem visualizá-las.
( ) Deu oportunidade a todos os participantes de realizarem cada prática.
( ) Supervisionou a atividade prática realizada por cada participante.
( ) Preocupou-se com sua aparência pessoal (traje, higiene etc.).
( ) Preocupou-se em utilizar traje adequado à situação de trabalho em que se encontrava.
( ) Organizou o espaço físico para o desenvolvimento do conteúdo.

ASPECTOS POSITIVOS DA INSTRUTORIA:

________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________

ASPECTOS DISCUTIDOS PARA MELHORIA DO DESEMPENHO E SUGESTÕES:

________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________

__________________________________ __________________________________
Assinatura do supervisor Assinatura do supervisionado

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58
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Certificação das atividades de Promoção Social O certificado emitido para as atividades de Promo-
ção Social é o Certificado de Participação, conferido
O certificado deve ser o instrumento que reflita a aos concluintes que cumprirem os critérios de ava-
seriedade e a qualidade das ações desenvolvidas liação previamente estabelecidos, que devem ser
pelo Senar. Deve, ainda, revelar a uniformização dos divulgados pelo instrutor no início do evento, inclu-
procedimentos de certificação, desde a avaliação sive a exigência da frequência, que deve ser de, no
dos participantes e o controle da emissão até o mo- mínimo, (80%).
delo, que deve ter reconhecimento nacional.

Atenção! Os certificados relativos às atividades de Promoção Social devem ser emi-


tidos somente após a entrega do relatório de ação concluída, elaborado pelo instru-
tor, à área técnica da Administração Regional.

Nesse relatório, deverão constar informações referentes à frequência e aos critérios de ava-
liação de cada participante, no sentido de orientar o agente responsável quanto à expedição
dos certificados.

Recomenda-se a avaliação da pertinência da certificação para eventos que se enquadram nas


outras estratégias educativas, utilizadas em atividades de Promoção Social, como dias espe-
ciais, campanhas, encontros e torneios, que não precisam ser certificados.

Modelo de certificado de participação (frente)

CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO

O Serviço Nacional de Apredizagem Rural confere o certificado ao Sr. (a)


1

por sua participação no (a) 2 ,


3 4
realizado em no período de / /
5
com carga horária de horas.

6
, de de

7 8
Assinatura do superintendente Assinatura do Presidente do Conselho
Administrativo

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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

1) Nome completo, e por extenso, do participante.


2) Tipo de programação e nome da atividade ou Programa Especial, se for o caso.
3) Local, município e estado onde o programa foi realizado.
4) Período de realização do programa.
5) Duração do programa/ carga horária total.
6) Nome da cidade, dia, mês e ano, respectivamente.
7) Assinatura do superintendente, quando em evento realizado pela Administração Regional. No caso de o
evento ter sido promovido pela Administração Central, a assinatura deve ser do diretor-geral.
8) Assinatura do presidente do Conselho Administrativo, quando em evento promovido pela Administração
Regional, ou do presidente do Conselho Deliberativo, caso o evento seja realizado pela Administração
Central.

(verso)

Colaboradores 14

Ocupação 15
Natureza da Programação 16
Conteúdo 17

Carga horária 18 Instrutores 19 Nome e assinatura dos 23


responsáveis pelo registro

N0 Registro 20 N0 Livro 21 N0 Página 22

9) Entidades colaboradoras (ex.: Sindicato Rural de Gandu/ Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia).
10) Tipo de programação.
11) Conteúdo programático desenvolvido.
12) Carga horária.
13) Nome(s) do(s) instrutor(es) responsável(veis).
14) Nome e assinatura do responsável pelo registro.

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60
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Áreas de atividades de Promoção Social • Significância – Devem ser significativos e con-


tribuir para o desenvolvimento da aprendiza-
Cada uma das áreas de atividade da Promoção So- gem de conceitos básicos;
cial tem suas características específicas, subdividin- • Utilidade – Devem corresponder a uma neces-
do-se em diversas atividades que poderão ser traba- sidade de conhecimento do participante;
lhadas após criteriosa identificação de necessidades • Maturidade – Devem ser adequados ao nível de
e estabelecimento de prioridades que beneficiem o desenvolvimento do participante e contribuir para
trabalhador, o produtor rural e suas famílias. seu crescimento afetivo, intelectual e social;
• Interesse – Devem ser relacionados com os
As atividades da PS do Senar foram agrupadas em propósitos do participante, motivando-o no
sete grandes áreas, assim definidas: sentido de levá-lo a desenvolver um esforço
real; e
1) Alimentação e nutrição; • Validade – Devem ser válidos do ponto de vis-
2) Apoio às comunidades rurais; ta científico e do conhecimento humano.
3) Artesanato;
4) Arte e cultura;
5) Educação; Importância do planejamento educativo
6) Esporte e lazer; e
7) Saúde. Não basta que exista educação para que um povo
tenha seu destino garantido. É preciso determinar o
Reforça-se que o planejamento de qualquer dessas teor educacional para que se saiba em que direção
atividades deve responder às seguintes indagações: está caminhando ou deixando de caminhar uma na-
ção (Arduini, 1975, p.117).
• Está voltada para o trabalhador rural e sua fa-
mília? A educação, como processo de reconstrução do ser
• Possui caráter educativo? humano em todas as suas dimensões, provoca uma
• Possui caráter preventivo? ruptura na realidade da natureza da própria pessoa,
• Irá contribuir para o incremento da renda familiar? a partir do momento em que há uma interferência
• Está dentro do contexto sociocultural dos par- no processo evolutivo natural.
ticipantes?
Assim, a educação deve estabelecer as direções, tra-
çar os caminhos e indicar as metas e os objetivos,
Conteúdos programáticos da Promoção Social ou seja, fazer previsões estruturadas por meio de
atitudes científicas.
Os conteúdos programáticos das atividades de Pro-
moção Social possibilitam um padrão de qualidade A primeira dessas atitudes é o planejamento de
e unidade necessário aos trabalhos da PS, levando o todo o processo educativo, partindo da realidade
Senar a firmar sua identidade como um dos agentes das pessoas visando ao presente e, ao mesmo tem-
da PS no meio rural. po, projetando o futuro, permitindo a superação de
obstáculos da sua própria existência, de maneira
A elaboração do conteúdo programático das ativida- consciente e compromissada.
des da PS é de responsabilidade das Administrações
Regionais do Senar, servindo de parâmetro para O processo educativo deve ser planejado não para
uniformidade de procedimentos metodológicos, em impor limites, mas sim vislumbrando o futuro com
nível nacional. lucidez e autonomia.

Com base em Cruz (1991), os critérios para a sele- O planejamento, para o instrutor:
ção dos conteúdos devem atender aos seguintes
aspectos: • Auxilia na definição dos objetivos que atendam
aos reais interesses dos participantes;

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
61
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

• Propicia a seleção e organização dos conteúdos Para orientar a ação educativa nas atividades da PS
mais significativos para os participantes; do Senar, existem dois tipos de planejamento: con-
• Facilita a organização dos conteúdos de forma teúdo programático e plano instrucional.
lógica;
• Facilita a integração e a continuidade do ensino; O plano instrucional é apresentado e detalhado no
• Facilita a seleção dos melhores procedimentos documento “Metodologia de Ensino do Senar”.
e recursos para uma ação mais eficiente;
• Confere maior segurança ao instrutor; Assim sendo, este capítulo se restringirá à apresen-
• Evita a improvisação, a repetição e a rotina; e tação dos aspectos relevantes concernentes à ela-
• Facilita a tomada de decisões, por instrutores boração de conteúdos programáticos das atividades
e participantes, de maneira cooperativa e par- de Promoção Social.
ticipativa.
1) Alimentação e Nutrição
O planejamento da ação educativa é uma das ativi-
dades básicas da qual depende, em grande parte, o As atividades relacionadas a esta área devem ter ca-
êxito do trabalho do instrutor. Este, como facilitador ráter educativo e preventivo, com informações bási-
da aprendizagem, não pode considerar o plano ins- cas sobre educação alimentar, nutrição, higiene dos
trucional como mera atividade burocrática ou um alimentos e segurança alimentar.
trabalho a mais a ser cumprido e, sim, como uma
ferramenta de trabalho.

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62
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Para refletir!

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, recentemente, a Pesquisa de Orça-


mentos Familiares: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, referente aos hábitos alimen-
tares dos brasileiros ao longo de 2017 e 2018.

De acordo com o levantamento, o café foi o alimento consumido pelos brasileiros com mais frequên-
cia (78,1% da população) no período, tanto por homens (77,9%) quanto por mulheres (78,4%).

Em seguida, aparecem dois produtos da dieta tradicional do país. Um deles é o arroz, com 76,1% de
frequência de consumo, acompanhado pelo feijão, com total de 60%. O alimento menos consumido
com frequência pelos brasileiros no período pesquisado foi o ovo, com total de 13,9%.

Foram ouvidos no estudo, realizado em parceria com o Ministério da Saúde, 46.164 moradores de
20.112 domicílios com 10 anos ou mais de idade, que informaram o consumo alimentar para dois dias.
A análise evidencia que arroz, feijão e café foram os alimentos mais consumidos por adolescentes e
adultos, embora mostrando redução em relação ao primeiro levantamento, em 2008/2009.

O feijão caiu de 72,8% para 60% no gosto da população e o arroz, de 84% para 76,1%. Entre os idosos,
o consumo de café subiu na mesma comparação, de 86,6% para 87,1%. A queda do consumo de arroz
foi observada no Sudeste, Sul e Centro-Oeste e foi mais acentuada entre a parcela da população
(25%) com maior renda, passando de 79,9% para 67,1%.

Frutas e verduras

Os pesquisadores do IBGE avaliaram que o consumo de frutas e verduras continua abaixo do reco-
mendado, embora o consumo de saladas cruas tenha aumentado tanto para adolescentes quanto
para adultos e idosos. Em geral, o consumo de saladas cruas passou de 16% para 21,4%.

O consumo de frutas teve queda entre os dois períodos. Em contrapartida, o consumo de prepara-
ções aumentou. Um exemplo são os sanduíches, cujo consumo cresceu em todas as regiões do Brasil
e em todas as classes de renda, apurou o IBGE. Já o consumo de refrescos e refrigerantes caiu para
todos os grupos etários.

As maiores médias de consumo diário per capta, isto é, por indivíduo, foram encontradas no café
(163,2 gramas/dia), no feijão (142,2 g/dia), no arroz (131,4 g/dia) e nos sucos (124,5 g/dia).

De acordo com a nova classificação introduzida pelo Guia Alimentar para a População Brasileira,
editado em 2014, os alimentos in natura ou minimamente processados são os que apresentam maior
participação relativa no total de calorias, com 53,4%.

Entre os alimentos classificados nesse grupo, os destaques são aqueles que constituem a base de
uma alimentação saudável e que representaram mais da metade das calorias consumidas pela po-
pulação brasileira no período pesquisado, a exemplo de arroz, feijão, carnes, frutas, leite, macarrão,
verduras, legumes, raízes e tubérculos.

O guia recomenda que os alimentos ultraprocessados sejam evitados. Nesse grupo, a participação
relativa no total de calorias alcançou 26,7% para os adolescentes, 19,5% para os adultos e 15,1% para
os idosos.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
63
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Nesse grupo de alimentos estão biscoito salgado e salgadinho “de pacote”, biscoito doce, refrige-
rante, cachorro-quente, hambúrguer e outros sanduíches, bebida láctea e pizza. Os alimentos ultra-
processados têm participação relativa de 19,7% no total de teor calórico.

Considerando a característica da dieta, observa-se que 19,2% dos brasileiros entrevistados consu-
miram pelo menos um suplemento alimentar entre 2017 e 2018. Entre os idosos, o percentual subiu
para 34%. 13,9% do total disseram ter algum tipo de restrição alimentar. Entre os idosos, esse per-
centual foi de 27,3%.

Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias.html.

Diante das informações elencadas pelo IBGE, as • As atividades relacionadas à área de alimenta-
questões que devem ser respondidas pela equipe ção e nutrição objetivam estimular a produção
técnica do Senar nas programações de Promoção de alimentos saudáveis?
Social para as atividades de Alimentação e Nutrição • Estimulam a utilização de ingredientes disponí-
são as seguintes: veis na região?
• As atividades propostas contribuem para pre-
servar e propagar as características e as expres-
sões culturais regionais?
• Enfatizam a segurança alimentar?

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
64
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

1.1 - ALIMENTAÇÃO Atividades que proporcionam noções São temas dessa atividade:
MATERNO-INFANTIL de alimentação saudável às gestantes
e às mães, e também de aleitamento • Alimentação da gestante;
e alimentação que garantam o cresci-
mento e o bom desenvolvimento das • Aleitamento materno – importância para a mãe e para o bebê;
crianças.
• Aleitamento artificial em situações especiais (alergia, falta de leite materno);

• Técnicas de preparo de fórmulas lácteas e não lácteas – suprimento das


necessidades nutricionais do bebê impossibilitado de receber o aleitamen-
to materno;

• Higiene na amamentação e no preparo de fórmulas lácteas e não lácteas


para a alimentação do recém-nascido;

• Alimentação no primeiro ano de vida; e

• Técnicas de preparo de alimentação para a introdução alimentar do bebê.

1.2- PLANEJAMENTO Atividades que visam orientar a famí- São temas dessa atividade:
DE CARDÁPIOS COM lia rural em como planejar uma ali-
APROVEITAMENTO DE mentação saudável, aproveitando as • Avaliação crítica dos hábitos e dos costumes da população rural, resgatan-
ALIMENTOS SEGUROS potencialidades locais e estimulando a do os que são saudáveis à luz da ciência dos alimentos;
utilização de todas as partes nutritivas
do alimento, com técnicas adequadas. • Higiene dos alimentos;

• Higiene do ambiente;

• Higiene de utensílios e equipamentos;

• Higiene pessoal;

• Noções sobre os nutrientes que compõem os alimentos;

• Alimentação equilibrada/ balanceada;

• Obtenção de uma alimentação equilibrada usando a “pirâmide de alimen-


tos” como modelo;

• Noções sobre as necessidades nutricionais dos indivíduos com diferentes


níveis de atividades e em diferentes etapas da vida;

• Técnicas de seleção e preparo de alimentos;

• Elaboração de cardápios balanceados para a família, observando as pecu-


liaridades dos seus membros, nas diferentes etapas da vida (infantil pré-es-
colar, escolar, adolescente, adulto e idoso) e sob condições específicas de
atividade (o trabalhador);

• Técnicas de conservação de alimentos em nível doméstico;

• Resfriamento, congelamento de alimentos preparados e in natura, salga e


secagem;

• Técnicas de armazenamento adequadas para alimentos perecíveis, semi-


perecíveis e não perecíveis; e

• Aproveitamento de alimentos.

1.1 Produção Artesanal de Alimentos

Inclui a utilização de técnicas adequadas ao preparo Na produção artesanal de alimentos, as atividades


de produtos derivados de frutas, legumes, leite, car- devem valorizar a cultura, com resgate de hábitos ali-
ne, cana-de-açúcar, mandioca, milho, peixe e outros, mentares saudáveis locais, garantindo o melhor apro-
orientando a produção de bolos, biscoitos, salgados, veitamento dos alimentos disponíveis e possibilitando,
pães, geleias, compotas, farinhas e conservas com assim, a melhoria da saúde e da qualidade de vida,
qualidade para o consumo caseiro. além de ganhos econômicos diretos e indiretos.

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65
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

PRÉ-REQUISITOS DAS ATIVIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

ATIVIDADE IDADE MÍNIMA ORIENTAÇÕES PARA A CLIENTELA

Produção artesanal de alimentos sem glúten, sem O participante não poderá apresentar feridas infectadas, infecções cutâ-
18
lactose e sem açúcares neas, chagas ou diarreias para qualquer área de manipulação de alimen-
tos, conforme estabelece o item 7.3 e
Produção artesanal de doce de leite 18
7.4 da Portaria n° 326-1997/SVS/MS.

Produção artesanal de polpa de frutas 18

Boas práticas no abate doméstico de frango caipira 18

1.2 Saúde e Alimentação

As atividades educativas e preventivas relacionadas à saúde e à alimentação abrangem os seguintes temas:

• Noções básicas de alimentação e nutrição;


• Doenças de caráter nutricional – como obesidade, desnutrição infantil e de adultos, anemia, alergias e
intolerância alimentar –, suas causas, consequências e prevenção.

PRÉ-REQUISITOS DAS ATIVIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

ATIVIDADE IDADE MÍNIMA ORIENTAÇÕES PARA A CLIENTELA

Alimentação materno-infantil 14 ORIENTAÇÕES PARA A CLIENTELA

O participante não poderá apresentar feridas infectadas, infecções


Planejamento de cardápios com aproveitamento
16 cutâneas, chagas ou diarreias para qualquer área de manipulação de
de alimentos seguros
alimentos, conforme estabelece o item 7.3 e
Produção artesanal de alimentos 16 7.4 da Portaria n° 326-1997/SVS/MS.

Neste curso, não será necessária a verificação de isenção de doenças,


Saúde e Alimentação 14
pois não haverá o preparo de alimentos por parte do participante.

Atenção! Considerando critérios de boas práticas na fabricação de alimentos, deve


ser proporcionada, aos eventos de alimentação, uma infraestrutura adequada, con-
forme Portaria n° 326-1997/SVS/MS:

• Cozinha de tamanho suficiente para as pessoas desenvolverem as atividades, longe de


insetos e animais domésticos;
• Mesa para manipulação de alimentos (de acordo com os critérios especificados para a
atividade);
• Água encanada e de boa qualidade (potável);
• Pia de uso exclusivo da cozinha, em bom estado de conservação e de funcionamento (li-
vre de sujidades);
• Piso e paredes laváveis (revestidos com cerâmica ou tinta lavável);
• Instalação segura de gás;
• Presença de extintores de incêndio;
• Equipamentos de proteção individual, como máscaras, avental, calçado adequado, luvas
etc.; e
• Atestado médico do participante, comprovando sua aptidão para exercer função com
manuseio de alimentos.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
66
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

BOAS PRÁTICAS DAS


ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Administração Regional: Senar/AR-RS


Nome do programa: PROGRAMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Tipo de programação: Dia especial
Público-alvo: Família rural

O Programa Alimentação Saudável visa incentivar a adoção de bons hábitos alimentares, prevenir doenças relacio-
nadas à obesidade e propiciar uma melhora na qualidade de vida do público do meio rural.

O público recebe instruções sobre o valor nutricional dos alimentos que podem ser encontrados em suas regiões,
desmistificando a ideia de que a alimentação saudável é um investimento oneroso.

O programa vai muito além das receitas saudáveis e começa por uma avaliação corporal dos participantes, para que
estes possam se familiarizar com aspectos como o Índice de Massa Corporal (IMC). O trabalho de sensibilização
inclui aulas sobre riscos da obesidade, grupos alimentares e controle de triglicerídeos. Os participantes são convi-
dados a observar os próprios hábitos alimentares a fim de começar a adotar uma alimentação mais saudável ainda
durante o programa, que é ofertado por meio de 10 encontros, sendo de quatro horas cada, totalizando 40 horas de
capacitação.

É um programa com ótima aceitação por parte dos participantes que já nos possibilitou depoimentos bem positivos,
como: “participantes controlando problemas de saúde como hipertensão, glicose elevada, triglicerídeos e emagre-
cendo quando necessário”; “participantes relatando que a geladeira melhorou a aparência interna com alimentos
mais saudáveis”; “participantes testemunhando que aprenderam sobre a importância de beber água, o papel das
fibras, o controle do tamanho das porções, as doenças decorrentes de maus hábitos alimentares, a ingestão de gor-
duras e de sal. Com as mudanças nos hábitos alimentares, o resultado já é sentido com a melhoria na saúde e melhor
disposição física para as atividades profissionais.”

Treinamento “alimentação saudável - semipresencial”

O treinamento Alimentação Saudável é uma proposta na modalidade de ensino semipresencial que combina aulas
teóricas a distância/online e presenciais individuais, ministradas por nutricionistas que orientam e ensinam os parti-
cipantes a prepararem os alimentos, reforçando a importância das boas práticas alimentares, tendo como proposta
conscientizar sobre alimentação saudável e incentivar nos participantes a utilização dos alimentos produzidos na
propriedade rural, levando-os à mesa.

No treinamento, os participantes recebem orientações que vão aplicar no dia a dia, como boas práticas alimentares
e composição nutricional dos alimentos, com vistas à conscientização para a mudança de hábitos alimentares sau-
dáveis, à preservação da saúde e à melhoria na qualidade de vida, com o aproveitamento máximo do valor nutritivo
dos alimentos.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
67
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

O treinamento é desenvolvido em 10 horas de aulas online e quatro horas-aula presenciais individuais, na proprieda-
de rural do participante. Nessa oportunidade individual, (o)/(a) profissional nutricionista orienta e ensina o preparo
de receitas que incentivam o aproveitamento integral de alimentos, como frutas, verduras e legumes.

O treinamento aponta ótima aceitação e os benefícios à saúde das pessoas participantes já estão aparecendo, como:
participante que recebeu o diagnóstico de diabetes e logo lembrou dos infortúnios da mãe, também diabética, com
as doses diárias de insulina. Temendo tornar-se dependente do medicamento para controlar os níveis de glicose,
decidiu apostar na mudança alimentar, alterando radicalmente seus hábitos alimentares a partir da realização do
treinamento semipresencial. O esforço dessa participante para mudar a alimentação se converteu em saúde. Na
mesma semana em que fez o treinamento online, a participante viu seu índice glicêmico cair de 150 mg/dL em jejum
para 120 mg/dL (o normal é 100 mg/dL). De insulina ela ainda não precisou. Também uma outra participante mudou
radicalmente seus hábitos alimentares: após o treinamento, tornou-se adepta de uma alimentação equilibrada e de
exercícios físicos. A participante afirma que as dicas da nutricionista sobre valores nutricionais e organização do car-
dápio foram valiosas, influenciando a sua família (marido e filhos) para uma alimentação mais equilibrada e saudável.

Assim, a Administração Regional-RS, com as ofertas da Promoção Social, consolida cada vez mais a sua missão, tra-
zendo para as famílias do meio rural orientações para uma alimentação mais saudável, incentivando, estimulando e
promovendo melhorias à saúde e oportunizando qualidade de vida às pessoas do meio rural.

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SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
68
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

BOAS PRÁTICAS DAS


ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Administração Regional: Senar/AR-GO


Nome do programa: FESTIVAL DE RECEITAS DO CAMPO
Tipo de programação: Dia especial
Público-alvo: Família rural

O Festival de Receitas do Campo é uma inciativa do Senar Goiás, promovido em parceria com os sindicatos rurais,
iniciado em 2016 visando despertar o exercício da cidadania, a valorização e a integração da família rural no contexto
social, histórico e econômico.

1.1 Objetivo geral:

• Resgatar e divulgar a identidade da família rural por meio da culinária rural, demonstrando que os hábitos
alimentares pertencem ao patrimônio histórico-cultural de cada região goiana.
1.2 Objetivos específicos:

• Demonstrar a riqueza dos hábitos alimentares da família rural, reconhecendo a importância dos ingredien-
tes típicos da fazenda;
• Proporcionar uma reflexão crítica sobre a influência dos meios de comunicação na mudança dos hábitos
alimentares, resgatando as receitas típicas da culinária rural;
• Divulgar e contribuir com a permanência dos pratos típicos da culinária rural;
• Incentivar o desenvolvimento do turismo rural pela divulgação e promoção da gastronomia rural como
diferencial competitivo para esse setor; e
• Publicar as receitas selecionadas em um livro intitulado “Receitas com Histórias do Campo”.

Os hábitos alimentares, não somente da família rural como também da família urbana, estão diretamente relaciona-
dos a aspectos socioculturais e econômicos e, em alguns casos, religiosos. Portanto, é necessário contribuir com a
preservação e valorização quanto a qualquer outro patrimônio cultural, pois os meios de comunicação usam estra-
tégias para popularizar (americanizar, europeizar...) os hábitos da família.

Esse cenário torna imprescindível a realização do Festival de Receitas do Campo, pois é uma oportunidade única de
expor para o público o potencial e a atratividade da gastronomia rural, evidenciando que cada receita é um prato
recheado de história e cultura da família rural. Existe ainda a possibilidade de resgatar os pratos típicos da culinária
rural, elaborados, preferencialmente, com os ingredientes regionais, tais como: carne de porco, pequi, guariroba,
frango caipira, mandioca, leite, ovos, banha de porco, frutas (manga, banana, goiaba, caju e outras), abóbora, milho
verde, batata-doce, rapadura, melado, mel e outros.

O Programa Festival de Receitas do Campo apresenta regulamento próprio a cada edição. Nele são estabelecidas normas
da edição do ano, prazos, critérios de classificação de receitas, entre outras informações essenciais para a realização no
município. Após a publicação do regulamento, a comissão que organiza o festival cumpre algumas etapas:

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Etapa 1 - Mobilização e sensibilização

Esta etapa é realizada, preferencialmente, no primeiro trimestre de cada ano pelos especialistas técnicos regionais
(coordenadores regionais) e a coordenação do evento. Estes participam de reuniões de sensibilização, mobilização
e planejamento com os representantes de sindicatos rurais, cujo objetivo não é apenas motivar a adesão ao Festival
de Receitas do Campo, como também definir estratégias de organização e realização do festival local.

Nessa fase, também os prestadores de serviços de instrutoria do Senar/AR-GO devem divulgar a proposta do festival
aos participantes dos treinamentos, com o intuito de despertar seu interesse por apresentar receitas no evento.

Etapa 2 – Desdobramento do festival

O desdobramento do Festival de Receitas do Campo está estruturado em dois momentos relativamente autônomos,
embora convergentes, conforme descrito a seguir:

a) Interpretação do regulamento – Reunião realizada no dia anterior à realização do festival para o recebi-
mento das inscrições das receitas e o esclarecimento de dúvidas em relação ao regulamento. Esta ativida-
de deve ser realizada pelo responsável técnico do Festival de Receitas do Campo.

b) Festival de Receitas do Campo – Essa fase é a realização do festival propriamente dito, acontecendo
no provável período de abril a outubro do ano de execução. Os parceiros, seguindo o regulamento e sob
a orientação de técnicos do Senar/Goiás, realizarão os festivais nos municípios que aderirem à iniciativa.

Etapa 3 – Elaboração do livro Receitas do Campo

Essa fase também é constituída pela estruturação (organização das receitas, seleção das fotos, revisão das receitas,
diagramação, ilustração e publicação) do livro. As atividades referentes à publicação são executadas pela coordena-
ção do programa, pelo responsável técnico e pela equipe de comunicação, acompanhadas pelo gerente de Promo-
ção Social, sob a supervisão do diretor do Departamento Técnico.

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2) Apoio às Comunidades Rurais 3.2 Artesanato de chifres, ossos e cartilagens

Atividade de apoio às comunidades rurais ofere- É a atividade que consiste na confecção de objetos
cida pelo Senar utilitários e decorativos, a partir do aproveitamen-
to de matérias-primas de origem animal. Tem como
A atividade relacionada à área Apoio às Comunida- produtos objetos de adorno, abajures, cabos de ta-
des Rurais visa despertar no indivíduo o exercício lheres, facas, canivetes, berrantes e outros.
da cidadania, levando-o a uma maior integração no
trabalho, na família, na comunidade e na sociedade, 3.3 Artesanato de crochê
como cidadão produtivo e responsável.
O crochê é uma técnica artesanal feita com uma
SERVIÇOS COMUNITÁRIOS agulha especial com um gancho e que produz di-
versos tipos de trançado. Pode ser desenvolvida em
Consiste em atividades desenvolvidas em dias espe- diversos tipos de fio, como barbante, lã, seda, fio de
ciais, voltadas às comunidades rurais, nas áreas de malha etc.
cidadania, educação, alimentação e nutrição, cultu-
ra, esporte e lazer e outras, considerando-se os as- 3.4 Artesanato de fibras naturais
pectos educativos e preventivos.
Caracteriza-se pela utilização de fibras naturais: si-
3) Artesanato sal, carnaúba, ouricuri, ariri, tucum, buriti, piaçava,
milho, bananeira, tiririca, coco, capim, cipós, vime,
As atividades relacionadas à área de artesanato ob- junco, imbé, bucha vegetal e outros.
jetivam estimular a produção de objetos úteis, artís-
ticos e decorativos, feitos à mão, com ou sem ajuda Para essa atividade, estão previstas normas ambien-
de ferramentas e mecanismos caseiros, utilizando tais de extração, saúde e segurança no trabalho.
matéria-prima disponível na região.
3.5 Artesanato de materiais recicláveis
O produto artesanal normalmente reflete a relação
do artesão com o meio onde vive e a sua cultura. É a atividade que consiste na confecção de objetos
Portanto, as atividades propostas devem contribuir utilitários e decorativos, a partir do aproveitamento
para preservar e propagar as características e as ex- de material reciclável (vidro, plástico, papel, pape-
pressões culturais regionais, com ou sem fim comer- lão, ferro, aço, alumínio etc.), assim como de resídu-
cial, estimulando a prática do associativismo e a sua os naturais (fibras da cana-de-açúcar, café, bananei-
permanência no local de origem. ra e outros).

As demandas devem ser priorizadas de acordo 3.6 Artesanato de metais


com o levantamento de necessidades e potencia-
lidades feito pela Administração Regional. É a atividade que empreende a confecção de objetos
utilitários e decorativos:
Atividades de artesanato oferecidas pelo Senar
• Ferraria, ferramentaria, cutelaria, funilaria: fer-
3.1 Artesanato de bordados raduras, freios, formões, alicates, tesouras, foi-
ces, enxadas, facas, canivetes, peixeiras, bacias,
Bordado é uma forma de criar, à mão, desenhos e regadores, baldes, lamparinas, bules, canecas,
figuras ornamentais em um tecido, utilizando para raladores, candeeiros e outros;
esse fim diversos tipos de ferramentas como agu- • Bijuterias: colares, brincos, pulseiras, anéis e ou-
lhas, fios de algodão, de seda, de lã, de linho, de me- tros; e
tal etc., de maneira que os fios utilizados formem • Objetos de arte e decoração: vasos, molduras,
o desenho desejado. Os bordados podem ser feitos abajures, máscaras, peças de decoração artísti-
em panos de pratos, colchas, capas de almofada e ca e outros.
até quadros. Leva-se em consideração o traço cultu-
ral de cada região do país.

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3.7 Artesanato de pedras É a atividade que pode ser feita manualmente, com
duas agulhas. Além de propiciar o entrelaçamento
É a atividade associada à confecção de peças orna- do fio (criando cada ponto), abrigam a malha de tri-
mentais e utilitárias, esculpidas ou entalhadas em cô já tecida.
pedra. Tem como produtos panelas, peças decorati-
vas, imagens e outros. 3.12 Artesanato em argila e congêneres

3.8 Artesanato de produtos aquáticos É a atividade de produção de artefatos a partir de


argilas, que abrange uma variedade de utensílios de
É a atividade ligada à confecção de objetos utilitá- uso comum:
rios e decorativos, a partir do aproveitamento de
matérias-primas de origem marítima ou fluvial. • Louças de barro em geral: moringas, potes, talhas,
tigelas, vasos, jarras, filtros, pratos, copos, garrafas,
3.9 Artesanato de rendas cinzeiros, alguidares e outras peças de natureza
decorativa ou utilitária e de função mista;
Essa atividade consiste na confecção manual de • Modelagem: bonecos, animais, representações
renda e sua transformação em peças utilitárias e de cenas e personagens típicos. Figurativa, or-
decorativas, a partir da aplicação da renda (bilro, namental, lúdica e de imagens; e
labirinto, filé, renascença, irlandesa, redendê, en- • Cerâmica artística: objetos diversos de caráter artís-
tre outras). tico artesanal, produzidos sem emprego de fôrmas.

A renda é um tecido transparente de malha aberta, 3.13 Artesanato em couro e pele


fina e delicada, que forma desenhos variados com
entrelaçamentos de fios de linho, seda e algodão. É a atividade voltada à confecção de artigos de ves-
tuário, calçados, artefatos decorativos e mobiliários,
Na sua maioria, as rendas compõem-se de dois ele- além de curtumes artesanais.
mentos:
3.14 Artesanato em madeira
• O desenho ou motivo; e
• O fundo, que mantém o desenho unido. É a atividade que consiste na confecção de objetos
utilitários e decorativos, com a utilização de vários
3.10 ARTESANATO DE SEMENTES, CASCAS, FO- tipos de madeira. Entre eles, destacam-se: game-
LHAS E FLORES las, pilões, cochos, cangalhas, cangas, pás, colheres,
máscaras, talhas, ídolos, imagens, carrancas, figuras
É a atividade que consiste na utilização de várias ornamentais e outros.
partes da planta. Destacam-se como produtos
pulseiras, tiaras, cintos, colares, arranjos decora- 3.15 Artesanato em papel e papelão
tivos e outros.
É a atividade vinculada à confecção de objetos utili-
Para essa atividade preveem-se normas ambientais tários e decorativos, utilizando papel e papelão.
de colheita e coleta de partes da planta, assim como
resíduos encontrados na natureza, sempre de acor- 3.16 Artesanato em tecidos
do com a legislação vigente.
É a atividade que engloba o artesanato doméstico
3.11 Artesanato de tricô de “corte e costura”, dirigido à confecção de peças
do vestuário e artigos de cama e mesa, além do
O tricô é uma técnica artesanal para entrelaçar o aproveitamento de retalhos, em geral para confec-
fio (de lã ou outra fibra têxtil) de forma organizada, ção de peças utilitárias e decorativas.
criando-se assim um pano que, por suas caracterís-
ticas de textura e elasticidade, é chamado de malha
de tricô ou simplesmente tricô.

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3.17- Decoupage 3.20- Tapeçaria

É a atividade que consiste na aplicação de gravuras É a atividade associada, basicamente, à confecção


em diversos objetos, tais como tecidos, vidros, ma- artesanal de um tecido, geralmente encorpado,
deiras, entre outros, com o objetivo de preservar e formado pelo cruzamento de duas estruturas de
propagar a cultura local. fios obtidos de fibras flexíveis, como lã ou algodão.
O uso de fios coloridos e de técnicas diversas de en-
3.18- Macramê trelaçamento permite que figuras sejam compostas
durante o processo de execução.
É a atividade voltada à confecção de objetos utilitários
e decorativos, com a utilização de vários tipos de fio. 3.21- Tecelagem

O macramê é uma técnica de tecer fios que não se É uma atividade artesanal que utiliza uma ferramen-
vale de nenhum tipo de maquinário ou ferramenta, ta simples, o tear, que permite o entrelaçamento de
somente as mãos. Trabalhando com os dedos, os fios uma maneira ordenada de dois conjuntos de fios,
vão se cruzando e ficam presos por nós, formando denominados trama e urdidura, formando como re-
cruzamentos geométricos, franjas e uma infinidade sultado uma malha denominada tecido.Vários são
de formas decorativas. os tipos de teares existentes, cada um com uma fi-
nalidade específica. A escolha do tear a ser utilizado
3.19- Pintura depende da proposta de trabalho e do que se quer
executar: seja fazer um tapete, uma tapeçaria para
É a atividade que consiste na aplicação da tinta em enfeitar a casa ou ainda confeccionar alguma peça
diversos objetos, tais como tecidos, vidros, madei- de vestuário, como casacos, coletes ou utilitários, a
ras, cerâmicas etc., com o objetivo de preservar e exemplo de bolsas e cintos.
propagar a cultura local.
3.22 - Artesanato em cera e congêneres
A atividade de pintura baseia-se na criatividade e
aplicação de elementos plásticos, de técnicas e prin- Refere-se a um tipo de artesanato caracterizado
cípios da arte, levando em consideração a harmonia pela variedade de objetos utilitários e decorati-
das cores e seus variados esquemas e matizes. vos, com a utilização de ceras e congêneres. En-
tre eles destacam-se velas, sabonetes artesanais,
moldes e outros.

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PRÉ-REQUISITOS DAS ATIVIDADES DE ARTESANATO


ATIVIDADE IDADE MÍNIMA ORIENTAÇÕES PARA A CLIENTELA

Artesanato de bordados 14

Artesanato de chifres, ossos e cartilagens 18

Artesanato de crochê 14

Artesanato de fibras naturais 16/18

Artesanato de materiais recicláveis 16/18

Artesanato de metais 16

Artesanato de pedras 16

Artesanato de produtos aquáticos 16

Artesanato de rendas 14

Artesanato de sementes, cascas, folhas e flores 16/18


As atividades relacionadas visam estimular
Artesanato de tricô 14 a produção de objetos úteis, artísticos e de-
corativos, feitos à mão, com ou sem ajuda de
Artesanato em argila e congêneres 16/18 ferramentas e mecanismos caseiros, utilizan-
do matéria-prima disponível na região.
Artesanato em cera e congêneres 16/18

Artesanato em couro e pele 18

Artesanato em madeira 18

Artesanato em papel e papelão 16

Artesanato em tecidos 14/18

Decoupage 14

Macramê 14

Pintura 14

Tapeçaria 14

Tecelagem 14/18

Outros tipos de atividade de artesanato podem ser promovidos pelas Administrações Regionais de acordo com
a demanda. Estas devem observar a necessidade e a demanda da comunidade e os materiais disponíveis.

4) Arte e Cultura

Os programas de políticas públicas de arte e cultura A Constituição refere-se à cultura, no artigo 216, nos
têm estado em pauta nos últimos anos, buscando seguintes termos: “Constituem patrimônio cultural
atender a uma demanda social crescente, que é a brasileiro os bens de natureza material e imaterial, to-
necessidade de atividades de lazer para o tempo li- mados individualmente ou em conjunto, portadores
vre da população de nossas cidades. Esse “espaço de referência à identidade, à ação, à memória dos di-
do ócio” é resultado de uma nova configuração do ferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
trabalho na reestruturação do capitalismo, na qual
cada vez mais o tempo é controlado pelas necessi- Há ainda o conceito de patrimônio cultural imate-
dades do mercado, o que vem gerando mudanças rial que, segundo a Unesco, compreende “práticas,
culturais na população. Como consequência, os representações, expressões, conhecimentos e téc-
eventos de arte, cultura e lazer vêm ganhando um nicas junto com os instrumentos, objetos, artefatos
novo papel na organização da sociedade, relaciona- e lugares culturais que lhes são associados e que as
do ao bem-estar das populações. comunidades, os grupos e, em alguns casos, os in-
divíduos reconhecem como parte integrante de seu
patrimônio cultural”.

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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Transmitido de geração a geração, esse patrimônio é “As artes auxiliam na formação do cidadão ao:
mantido e permanentemente recriado pelas comu-
nidades e pelos grupos em função de sua interação • Mobilizar a expressão e a comunicação pessoal;
com o meio em que vivem e com a sociedade mais • Intensificar as relações dos indivíduos tanto
ampla. Tendo em vista que a Carta Magna promul- com seu mundo interior como com o exterior;
ga o direito à cultura para todos os cidadãos sem • Auxiliá-lo a compreender a diversidade de valo-
exceção, faz-se necessário, portanto, estender e in- res que orientam tanto seus modos de pensar e
centivar tais direitos também à sociedade do meio agir como os da sociedade;
rural, uma vez que esse grupo ainda traz fortes laços • Favorecer o entendimento da riqueza e diversi-
históricos culturais arraigados em seu estilo de vida. dade da imaginação humana; e

Entre as principais manifestações do meio rural que Torná-lo capaz de perceber sua realidade cotidia-
permitem o desenvolvimento das atividades ligadas na mais vivamente, reconhecendo e decodificando
à arte e cultura, encontram-se: formas, sons, gestos e movimentos que estão à sua
volta”1 .
• Dança;
• Música;
• Literatura;
1 ARAÚJO, S. A. Possibilidades pedagógicas do cinema em sala de aula.
• Teatro; e
• Pintura. Revista Espaço Acadêmico – nº 79 – Ano III. Disponível em: http://www.
espacoacademico.com.br/079/79araujo.htm

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Administração Regional São Paulo


Nome do programa VIOLA CAIPIRA - NOÇÕES BÁSICAS
Tipo de programação Encontro
Público-alvo: Beneficiários: produtores, trabalhadores
rurais e seus familiares

Relato sobre o projeto

Resultados esperados: Com a implantação do projeto, almeja-se que produtores rurais e seus familiares aprendam
a tocar o instrumento para uso próprio e para geração de renda. Além disso, pretende-se propiciar o resgate cultural,
aproximar as famílias dos sindicatos rurais, desenvolver habilidades e conhecimentos sobre sustentabilidade, criar
vínculos sociais e melhorar seu nível cultural, entre outras formas de crescimento.

Objetivo: Aprender a tocar viola caipira, por meio de aulas teóricas e práticas.

Carga horária: 72 horas distribuídas em aulas de, no mínimo, duas e, no máximo, três horas, sendo duas aulas por semana.

Estrutura: Trata-se de um projeto pontual modular, de três módulos:


1. Viola caipira - Noções básicas - Técnicas - Módulo I
2. Viola caipira - Noções básicas - Técnicas - Módulo II
3. Viola caipira - Noções básicas - Técnicas - Módulo III

Local: Amplo, coberto, com boa ventilação, isolamento acústico e iluminação, datashow e lousa preferencialmente
branca. Deve dispor de mesas e cadeiras (uma por aluno, uma para o auxiliar e uma para o instrutor), pontos de luz,
tomadas, espaço para projeção de slides, água potável, banheiros e toalhas para secar as mãos.

Avaliação do projeto: Ocorre de forma somatória, à medida que o programa vai sendo desenvolvido. O instrutor
deve acompanhar cada atividade no sentido de garantir a aprendizagem dos alunos em cada fase.

Materiais didáticos: Todos os módulos possuem cartilhas. Os alunos recebem também pen drives e CDs para as
atividades.

Treinamento de instrutores e mobilizadores via webconferência: Ocorrem previamente à realização do projeto.


Utiliza-se a metodologia ativa, com conhecimento prévio dos materiais e participação efetiva na construção do co-
nhecimento sobre o programa.

Mobilização: É feita pelos sindicatos rurais/ outras instituições junto às comunidades rurais. Faz toda a implemen-
tação, juntamente com as parcerias, para a implantação do projeto.

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Administração Regional: Mato Grosso


Nome do programa: CINE SENAR
Tipo de programação: Dia especial
Público-alvo: Comunidade em geral do município

O Programa Cine Senar visa resgatar a cultura popular, utilizar o cinema na transmissão de documentos histó-
ricos e realizar a divulgação da instituição Senar/MT. A carga horária do evento é de quatro horas.

O evento proporciona a oportunidade de os participantes vivenciarem o ambiente como em um cinema de


verdade, tendo em vista que muitos dos municípios, senão sua totalidade, não possuem esse tipo de lazer.

Com uma infraestrutura que consiste em assentos para 400 expectadores, telão e um sistema de som para
atender até três mil pessoas, o Cine Senar movimenta as cidades e leva muita diversão e lazer não só para as
crianças, mas para toda a população.

O Senar/MT envia balões e capas para as cadeiras com a identificação do programa para o município. Além
disso, por meio da empresa que presta os serviços, organiza o espaço com a divulgação via carro de som para
anúncio do evento, com local, horário e panfletos.

As cadeiras são arrumadas como em um cinema, o espaço é decorado e são providenciados pipoca e pula-pula.

São projetados dois filmes de curta-metragem e um filme de longa-metragem, com classificação livre, que são
escolhidos de uma lista encaminhada previamente pelo sindicato rural do município. Os gêneros dos filmes
são infantis e históricos.

Com essa ação, o Senar/MT leva a experiência do cinema para muitos pela primeira vez.

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5) Educação Alfabetização de jovens e adultos

Os cursos e treinamentos de Promoção Social do Já pensou em tudo que precisamos ler e entender?
Senar na área de educação devem proporcionar, em Com certeza o alfabetizado não percebe, mas essa
primeiro lugar, espaço para a reflexão e mudança habilidade é uma porta de entrada para fazer parte
atitudinal, necessárias a melhorias sociais dos in- e participar do mundo. Para garantir uma educação
divíduos inseridos no meio rural. Sabe-se que pro- de qualidade para todos, é necessário, inicialmente,
cessos educativos comportam forte interface com que todas as crianças saibam ler e escrever na idade
questões capazes de melhorar a qualidade de vida certa, de modo a tornarem-se adultos alfabetizados
local, com o estabelecimento de processos solidá- e participantes do mundo. Lamentavelmente, essa
rios de produção e convivência. não é a realidade do país, pois muitas crianças e
adultos ainda não estão alfabetizadas em leitura e
As iniciativas na área de educação ofertadas pela escrita e na matemática. Esse fato pode trazer im-
instituição visam contribuir para mitigar os resulta- plicações não apenas para a educação, mas também
dos de lacunas estruturais e, pelo conhecimento do para o circuito de pobreza e desigualdade do país.
meio rural, funcionarem como pilotos a serem repli- Com o aumento no número de crianças e adultos
cados em ampla escala, com a articulação de forças não alfabetizados, faz-se necessário priorizar a ofer-
com outros parceiros. ta de ações de alfabetização para aqueles que não
puderam ou não quiseram fazê-lo na idade adequa-
O Senar, pela sua capacidade orçamentária e ope- da. As desigualdades na educação ainda perduram
rativa, entende que tais atividades devem ser com- entre os brasileiros, seja nas populações em situa-
plementares aos processos de educação formal e ção de pobreza e/ou naquelas com dificuldades de
outros realizados pelo poder público nos âmbitos acesso. Entre esses brasileiros está a população da
municipal, estadual e federal. área rural.

Devem ser trabalhadas na perspectiva de um con- A escolarização para o homem é entendida como
ceito ampliado, visando à mudança, evolução e ação de construção do conhecimento de forma a
adaptação da pessoa no contexto sociocultural, tornar o cidadão crítico e consciente, como agente
econômico e político. de transformação do comportamento diante da re-
alidade, permitindo-o integrar-se à sociedade, criti-
Devem, ainda, representar oportunidades de prática camente, fazendo com que amplie e reorganize sua
social desenvolvendo, no indivíduo, habilidades do visão de mundo. Ao mencionarmos as desigualda-
pensar, interpretar, inferir, criticar, compreender e des no campo, é fundamental registar que a realida-
construir, vinculadas à pessoa em seu ambiente de de na zona rural é assustadora quanto ao índice de
vida e de trabalho. analfabetismo. Faltam professores e escolas e estas
últimas, quando existem, não possuem estrutura e
Atividades de educação oferecidas pelo Senar são precárias, com falta de água e energia. Quanto
aos educadores, muitos não possuem a formação
5.1 Alfabetização de jovens e adultos necessária. Soma-se a isso a questão geográfica, que
dificulta o acesso às escolas na área rural e/ou na ci-
São atividades que visam alfabetizar jovens e adul- dade. É normal ver aulas serem improvisadas embai-
tos do meio rural, possibilitando a leitura, a escrita e xo de árvores, em galpões, igrejas, sedes de associa-
a compreensão do texto e do contexto, bem como a ções e cooperativas. Também são encontradas salas
realização de operações matemáticas básicas. de aulas que sequer possuem carteiras ou quadro
negro. O público da zona rural é um dos mais atin-
As iniciativas voltadas para a alfabetização de jovens gidos pela exclusão nas esferas de educação, saúde,
e adultos podem ter como objetivo proporcionar a transporte, lazer e informação. Jovens e adultos se
elevação de escolaridade e a apreensão das compe- esforçam para acompanhar as aulas em busca de
tências necessárias ao ingresso dos participantes um futuro melhor, de sobrevivência e qualidade de
nos cursos e treinamentos de Formação Profissional vida para eles e suas famílias. Para muitos desses
Rural (FPR), além de proporcionar-lhes melhor qua- jovens e adultos, a educação é objeto de sonho, já
lidade de vida e melhoria da autoestima. que apenas alguns a materializam.

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Administração Regional: Rondônia


Nome do Programa: ALFACAMPO (Alfabetização de jovens de adultos)
Público-alvo: Jovens e adultos

Formação necessária para ser instrutor:


• Pedagogia;
• Magistério com experiência em Educação de Jovens e Adultos; e
• Licenciaturas com experiência em alfabetização andragógica.

O Programa Alfacampo

O Senar-AR/RO adota uma concepção de trabalho que associa educação e trabalho, fazendo com que seus
programas principais se desenvolvam de forma sinérgica. Dessa forma, enxerga o processo de alfabetização
emancipatória chegando às comunidades rurais como um conjunto de atividades de caráter eminentemente
humano. O programa atua, principalmente, no desenvolvimento de aptidões pessoais e, simultaneamente,
promovendo ações de educação fundamental, tendo, como prioridade, a alfabetização e o letramento de pro-
dutores rurais.

O material utilizado é da própria Administração Regional, composto de manual do professor, caderno de ati-
vidades e apostila. O programa possui carga horária de 200 horas dividida em quatro módulos. O quantitativo
máximo de participantes por turma é de 25 pessoas, com idade a partir de 15 anos.

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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

5.2 Educação Ambiental

As atividades de educação ambiental devem estar Deve-se procurar incorporar, ativamente, ao progra-
focadas na conscientização do indivíduo e da po- ma, crianças e jovens, de forma que eles contribuam
pulação e voltadas à valorização, à preservação e para o desenvolvimento de melhores condições do
à recuperação do meio ambiente. A educação am- ambiente em que vivem, adquirindo conhecimentos
biental favorece a sustentabilidade, que preconiza e criando hábitos adequados a essa evolução. Te-
a satisfação das necessidades atuais do trabalhador, mas como coleta, destinação e reciclagem do lixo,
do produtor rural e de suas famílias, sem compro- preservação ambiental, uso correto de agrotóxicos
meter a capacidade das gerações futuras de suprir e produtos biodegradáveis podem ser trabalhados
suas próprias necessidades. de forma contextualizada e atual, bem como uso de
embalagens descartáveis, uso adequado das águas,
Paulo Freire (2007) compreende o ser humano como destino de dejetos e preservação da flora e fauna,
um ser histórico, social, inconcluso, que compara, entre tantos outros identificados como necessários.
valoriza, intervém, escolhe e decide, fazendo-se ser
ético. Tal afirmação deve ser associada aos jovens
e adultos analfabetos para que as intervenções de
alfabetização propiciem o desenvolvimento de suas
potencialidades.

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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

Administração Regional: Bahia


Nome do programa: PROGRAMA DE DESPERTAR
Tipo de programação: Programa especial
Público-alvo: Professores, coordenadores, diretores e alunos

EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DESPERTAR

O Programa Despertar faz parte das atividades da Promoção Social do Senar Bahia, implantado em 2005. É re-
alizado em parceria entre o Senar-AR/BA, sindicatos de produtores rurais e prefeituras municipais, atendendo
diretamente a escolas do campo, professores, coordenadores, diretores e alunos e, indiretamente, a cerca de
300.000 pessoas do meio rural por meio de ações que envolvem tanto os estudantes como suas famílias e as
comunidades nas quais estão inseridos.

Ao longo do ano, o Programa Despertar tem um tema gerador e transversal para trabalhar e incentivar a ela-
boração dos projetos socioambientais das escolas. Em 2021, o tema escolhido foi: Produção de Alimentos e
Sustentabilidade: do campo à mesa!

Assim, os professores do Programa Despertar desenvolvem atividades utilizando metodologias ativas, fazen-
do uso dos Temas Contemporâneos Transversais (TCTs), da interdisciplinaridade e da transversalidade, com a
intenção de não fragmentar os conhecimentos em blocos rígidos, para que assim a educação se constitua em
meio de transformação social. A proposta didática está alinhada à BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e
contribui para o fortalecimento dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável).

Os educadores que fazem parte do Despertar recebem formação contínua realizada pelo Senar durante todo
o ano letivo.

O programa oferece, ainda, os materiais didáticos que são elaborados com o objetivo de contribuir para as
reflexões sobre a educação socioambiental em sala de aula.

Os materiais didáticos possuem ícones elaborados especialmente para o programa, o que proporciona a con-
textualização local, a pesquisa e a promoção de reflexões acerca da temática discutida.

Os personagens do programa contidos no material didático contribuem para a interação dos estudantes e
foram escolhidos para atender à diversidade, à questão de gênero e às características dos estudantes da Bahia.

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81
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Os personagens que fazem parte da Turma do Grãozito são: Grãozito, Francisco, Gustavo, Joana, Flor, Madiba,
Portira, Leucena e os professores Flora e Lírio.

Os municípios participantes elaboram um plano de ação organizado em seis eixos estratégicos, tendo como
referência a proposta de Escolas Sustentáveis do Ministério da Educação (MEC). Os eixos são:

1) Gestão democrática;
2) Currículo;
3) Espaço físico sustentável e produção sustentável;
4) Protagonismo infanto-juvenil;
5) Ação social/ comunitária; e
6) Redes colaborativas e conectividade.

5.3 EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO

As atividades realizadas para promoção da educação para o trabalho devem ter como base o conhecimento
das aptidões do indivíduo para a sua inserção no mercado de trabalho e o gerenciamento pessoal de sua vida
profissional nas formas mais amplas, inclusive de acordo com as premissas da economia solidária, além do
trabalho das competências básicas como as ligadas a relacionamento interpessoal, ética, oratória e princípios
da gestão de economia individual e coletiva.

Consistem em informações relacionadas à nova dimensão do mercado de trabalho:

• Trabalho e sua importância;


• Mercado formal e informal;
• Relação de trabalho/ direitos e deveres do trabalhador;
• Higiene e segurança no trabalho; e
• Informações sobre profissões e possibilidades.

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82
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Administração Regional Senar Rio de Janeiro


Nome do programa: PREPARA JOVEM RURAL (PREPARA) – Preparando
o jovem rural para o mercado de trabalho
Tipo de programação: Cursos
Público-alvo: Jovens de 16 a 24 anos, alunos do 2° e 3° anos do ensino
médio, ou egressos, público-alvo de nossos cursos de ensino formal
e programas educacionais de capacitação e inclusão no mercado de
trabalho e empreendedorismo no campo.

Relato do programa:

O programa foi motivado pelas dificuldades apresentados pelos jovens da área rural do município de Sumidouro –
município do estado com 70% da população na área rural, com pequenos agricultores de olerícolas, que faz parte
da região serrana –, que envolve municípios com grande potencial de produção agrícola: Teresópolis, Nova Friburgo,
Bom Jardim, Carmo e Duas Barras.

Com a abertura do polo de apoio presencial do curso técnico, nossa inserção no ensino formal, fomos confrontados
com o baixo nível educacional presente na dificuldade apresentada durante o processo seletivo para ingresso no cur-
so, com alto índice de reprovação ou uma crescente desmotivação no prosseguimento dos estudos dos que conse-
guiram o ingresso (evasão de quase 60%). Esta é refletida na dificuldade apresentada no processo de aprendizagem,
principalmente no núcleo de Formação Geral e Humana do curso, por meio das três unidades curriculares iniciais:
Introdução à informática, Português instrumental e Matemática básica e financeira.

Motivados por esta situação, também incorporamos a necessidade de trabalharmos um viés vocacional, uma vez
que percebemos a desvalorização e nenhum incentivo destes jovens na profissionalização e no trabalho na atividade
rural, que acontece muito cedo na vida dos jovens rurais. Assim, propomos um trabalho incluindo uma abordagem
com temas como escolha das atividades profissionais, formação para o trabalho, tomada de decisão, planos para o
futuro etc.

Realizado em projetos-piloto em municípios da região serrana do estado, o programa possui os seguintes objetivos
e a seguinte metodologia de trabalho em seu plano:

1. Objetivo:

1.1 Objetivo geral:

Auxiliar o ingresso dos jovens rurais em atividades produtivas rurais e no mercado de trabalho formal, com o de-
senvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, com um trabalho de equiparação curricular que contribua
para a empregabilidade, o empreendedorismo e a inclusão em programas de qualificação profissional e técnica,
fundamentais em um mercado tão exigente com a formação.

1.2 - Objetivos específicos:

• Preparar para o mercado de trabalho e garantir a capacitação profissional do jovem rural;


• Desenvolver atitudes empreendedoras por meio de uma visão empresarial da propriedade rural;
• Propor um engajamento em atividades para o campo;
• Proporcionar o desenvolvimento de prática educacional facilitadora para o aprendizado das disciplinas do
núcleo de formação geral e humana;
• Desenvolver práticas de estudo autônomas, com o uso de ferramentas educacionais online;
• Desenvolver a comunicação oral e escrita visando à preparação para o mercado de trabalho;

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83
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• Melhorar práticas de informática, matemática e raciocínio lógico;


• Desenvolver postura profissional, com uma melhor comunicação e um comportamento de autogestão; e
• Promover a reflexão sobre vocação, metas e rumos para uma carreira profissional.

2. Metodologia do programa:

2.1 Realização:

• Número de participantes: 15 a 20 participantes.


• Público-alvo: Alunos 16 a 24 anos, estudantes ou egressos do ensino médio.
• É permitida a inclusão de outras faixas etárias, superiores à do público-alvo, no entanto, desde que respei-
tada sua prioridade na seleção para as vagas.
• É recomendada ao aluno a participação em todos os módulos, porém sem obrigatoriedade.
• É necessário laboratório de informática ou disponibilidade de computadores pessoais na execução das
atividades, baseada em metodologia ativa e com possibilidade de um ensino híbrido, mesclando atividades
presenciais e uso de ferramentas online.
• É de grande importância um processo de seleção dos participantes por meio de ficha de anamnese para
análise do perfil do aluno ou entrevista para que se possa mitigar os impactos referentes a evasão.
• Estruturação de cronograma de execução das aulas (aulas definidas, locais de atividades práticas, instru-
toria, entre outros).
• Carga horária máxima diária de quatro horas, com máximo de 16 horas por semana.
• Cinco módulos em realização subsequente (desejável), sendo dois módulos de objetivo comportamental e
três de formação geral e humana.
• Carga horária de 30 horas por módulo de conhecimento profissional, sendo uma média de 24 horas/aula
de atividades presenciais e até seis horas destinadas a planejamento, acompanhamento de atividades ex-
tracurriculares e avaliação das atividades educacionais pela instrutoria.
• Módulos comportamentais de 16 horas (inicial) e oito horas (final).
• Instrutores capacitados e orientados metodologicamente (metodologia própria do programa).
• Acompanhamento avaliativo por níveis de progressão educacional (avaliações somativas e relatório da
instrutoria).
• Avaliação de desempenho (Senar nas Nuvens).

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5.4 Educação para o Consumo 5.5 Educação para a inclusão

As atividades de educação para o consumo con- Consiste em informar e orientar as famílias rurais
sistem em orientar o indivíduo e sua família sobre sobre a importância de aceitar as diferenças, bem
como utilizar melhor bens e serviços, de acordo com como as dificuldades individuais, visando à consci-
valores, necessidades, objetivos e renda familiar. In- ência crítica e à convivência digna e respeitosa em
cluem: uma sociedade complexa e diversificada, favorecen-
do o desenvolvimento afetivo e social. Refere-se à
• Bens e serviços; divulgação de temas como:
• Necessidades e desejos;
• Sistema de compras; • Pessoas com necessidades especiais e/ou com
• Guia para compras; deficiência (PNEs): conceituação, classificação e
• Escolha e seleção de produtos e serviços; procedimentos de inclusão social no meio rural;
• Economia familiar; • Normas e legislações direcionadas à emprega-
• Direitos e deveres do consumidor; e bilidade das PNEs e/ou com deficiência;
• Mercado consumidor e tendências. • Aspectos importantes para acessibilidade das
PNEs e/ou com deficiência; e
• PNEs e/ou com deficiência e sua convivência
familiar e social.

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Administração Regional: Santa Catarina


Nome do programa: Prevenção às deficiências na área rural
Carga horária: 8 horas
Tipo de programação: Treinamento
Público-alvo: Produtores rurais e seus familiares e agentes de
saúde que atendem a área rural

Conteúdo:

• Prevenção x Qualidade de vida;


• Mitos e verdades sobre as deficiências;
• Vivência das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência nas ações do cotidiano e nas ações
escolares;
• Conceitos de deficiências física, auditiva, visual e intelectual;
• Atitudes em relação às pessoas com deficiência;
• Sinais de alerta das deficiências física, auditiva, visual e intelectual;
• Sinais de alerta para o transtorno do espectro autístico;
• Prevenção primária, secundária e terciária;
• Medidas de prevenção antes, durante e após a gravidez, durante e após o nascimento;
• Testes preventivos;
• Vacinas; e
• Prevenção contra acidentes de trabalho e domésticos.

Material utilizado:

Cartilha Senar Nacional de prevenção às deficiências

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5.6 Educação para a organização comunitária Uma dessas formas é o ASSOCIATIVISMO

As atividades de educação para a organização co- O que é associativismo?


munitária estão voltadas a informar o indivíduo e
sua família sobre a importância da coletividade para Um significado mais específico do termo associati-
resolver problemas e satisfazer necessidades co- vismo refere-se à prática social da criação de asso-
muns, introduzindo conceitos e aplicabilidades do ciações, como entidades jurídicas, formais ou infor-
associativismo e do cooperativismo. Estimulam e mais, reunindo pessoas físicas ou organizações para
orientam o desenvolvimento comunitário. a representação e a defesa de interesses dos asso-
ciados (SALOMON, 2009).
Associativismo
O que é uma associação?
Refere-se a um grupo de uma ou mais pessoas que
se organizam para defender interesses comuns, sem É um grupo de uma ou mais pessoas que se orga-
fins lucrativos e com personalidade jurídica (Institu- nizam para defender interesses comuns, sem fins
to Ecológica, 2007) e tem como objetivos: estreitar lucrativos e com personalidade jurídica (Instituto
e fortalecer laços de amizade, confiança e solidarie- Ecológica, 2007).
dade; desenvolver trabalhos coletivos; produzir e
comercializar de forma coletiva; melhorar a qualida- Objetivos de uma associação
de de vida dos envolvidos; desenvolver o local e a
região à qual a associação pertence; e fortalecer o • Estreitar e fortalecer laços de amizade, confian-
empoderamento do grupo para estabelecer ganhos ça e solidariedade;
para a comunidade. • Desenvolver trabalhos coletivos;
• Produzir e comercializar de forma coletiva;
Formas de Organização • Melhorar a qualidade de vida dos envolvidos;
• Desenvolver o local e a região aos quais a asso-
• Na sociedade, as pessoas podem e devem se or- ciação pertence; e
ganizar de diferentes maneiras: • Fortalecer o empoderamento do grupo para es-
• Informalmente ou na formalidade; e tabelecer ganhos para a comunidade.
• Formar grupos para gerar emprego e renda ou • Benefícios dos associados
mesmo para dividir tarefas comuns. • As decisões são coletivas, sem decisões indivi-
duais; e
Os benefícios advindos dessa organização para seus • A união dos associados representa transforma-
membros virão da forma como se comprometem e ção da realidade deles.
se organizam.
Deveres dos associados
Quanto maior for o nível de comprometimento e
organização, maiores serão os ganhos. • Participar ativamente das atividades organiza-
das pela associação;
Importância da organização para as comunidades • Participar politicamente exercendo cargos den-
tro da associação; e
• Contribuir financeiramente para a manutenção
As diferentes maneiras de um grupo se organizar na da associação.
busca do objetivo comum possibilitam alcançar di-
ferentes ganhos para seus participantes.
Cooperativismo
A forma mais eficiente de uma comunidade lograr
êxito por meio da organização é legalizar essa ati- Consiste na associação de pessoas com interesses
vidade. comuns, economicamente organizados de forma
democrática, isto é, contando com a participação
livre de todos e respeitando direitos e deveres de
cada um de seus cooperados, aos quais presta servi-

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ços, sem fins lucrativos. Todas são pautadas por sete • Ginástica cooperativa/ recreativa;
princípios básicos do cooperativismo: adesão livre; • Iniciação esportiva (jogos coletivos);
controle democrático: “um homem, um voto”; devo- • Modalidades esportivas;
lução do excedente ou retorno sobre as compras; • Caminhada;
juros limitados ao capital; neutralidade política, reli- • Cavalgada;
giosa e racial; vendas a dinheiro e à vista; e fomento • Passeio ciclístico;
do ensino em todos os graus. • Atividades físicas para a terceira idade; e
• Outras atividades de acordo com a demanda e
5.7 Educação Financeira a necessidade da comunidade.

A educação financeira consiste em um conjunto 7) Saúde


de orientações e esclarecimentos sobre posturas e
atitudes adequadas no uso e no planejamento dos As atividades relacionadas à área de saúde devem ter
recursos financeiros pessoais e familiares. As ativi- enfoque educativo e preventivo, objetivando mudan-
dades devem possibilitar ao participante uma cons- ças de comportamento individual e coletivo, em ade-
ciência para todas as decisões que envolvam dinhei- quação às condições ambientais e perspectiva de me-
ro, ou seja, que ele esteja ciente das oportunidades lhoria da qualidade de vida da população rural.
e dos riscos de todas as ações que pode tomar.
Devem ser ofertados aos trabalhadores, aos produ-
6) Esporte e Lazer tores rurais e às suas famílias conhecimentos bási-
cos na área de saúde, de forma que eles se cons-
No Brasil, as políticas públicas e sociais têm sido cientizem da responsabilidade de cada indivíduo e
garantidas por lei e atendido direitos a saúde, edu- da comunidade como um todo, em busca de suas
cação, habitação, entre outras. Entretanto, quando satisfações físicas, mentais e sociais.
se refere ao esporte e lazer, embora se constate
que tais políticas tenham sido estabelecidas em di- Percepção Social de Saúde
ferentes períodos da história política brasileira, foi
somente a partir de Constituição de 1988, em seu A forma como se percebe a saúde, bem como as
artigo 217, que esses campos foram contemplados práticas que a promovem, tem passado por trans-
como direitos sociais. formações ao longo dos anos e, consequentemente,
também as políticas públicas nessa área.
Uma vez assegurados tais direitos, a prática dessas ati-
vidades favorece maior integração e vem despertando, A clientela do Senar é composta por pessoas inse-
na sociedade, a necessidade da aplicação de princípios ridas em uma estrutura social e cultural revestida
como espírito de equipe e disciplina, propiciando, ain- de particularidades, que possuem um ideário sobre
da, o lazer. No que diz respeito aos aspectos individu- saúde e doença fruto de suas vivências no ambiente
ais, proporciona a quebra de timidez, a elevação da onde vivem e trabalham. Por vezes, não reconhecem
autoestima, o desenvolvimento físico e motor, além de adequadamente o potencial do papel individual na
estimular a manifestação de lideranças. promoção e proteção da saúde e têm escasso co-
nhecimento sobre seus direitos e deveres quanto ao
Sabe-se que a prática regular de uma atividade física tema ou sobre as instituições provedoras. Falta-lhes
é essencial para prevenir e reduzir os riscos de diver- a percepção de que a participação em atividades
sas doenças, bem como proporcionar uma melhora educativas em saúde pode contribuir para o acer-
da saúde física e mental. vo de conhecimento, com desdobramentos em suas
práticas e atitudes, contribuindo para uma consci-
As atividades de esporte e lazer oferecidas pelo Se- ência sanitária e para um senso crítico, resultando
nar devem ter caráter educativo, preventivo, par- em mudanças comportamentais significativas quan-
ticipativo e recreativo, voltadas às expectativas da to ao processo saúde/ doença. Por isso, quando se
comunidade e às condições que esta oferece. trata do tema saúde em comunidades rurais, torna-
-se importante entender e trabalhar com o concei-
Principais atividades de esporte e lazer oferecidas to “empoderamento” (LEFÈVRE e LEFÈVRE, 2004;
pelo Senar: GOHN, 2004), que significa a aquisição de conheci-

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mentos que resultem em novas habilidades e atitu- dependem economicamente do processo produti-
des críticas por parte dos indivíduos. vo agrossilvipastoril e extrativista animal e vegetal.
Há peculiaridades a serem consideradas quanto se
Educação e Promoção da Saúde pensa em educação desse segmento populacional?
Sim, e elas devem ser diagnosticadas e usadas como
Outra questão a ser respondida refere-se à edu- subsídio para se traçar as estratégias utilizadas pela
cação como promotora de saúde. É possível que PS do Senar.
atividades educativas em saúde, incluídas aquelas
propiciadas pelo Senar, contribuam para a apropria- Pesquisa Senar Saúde Rural (PSSR)
ção de conhecimento na área, para a construção de
consciência sanitária e para uma mudança compor- Os avanços em saúde pública dos últimos 30 anos,
tamental significativa no que concerne ao processo manifestados principalmente pela redução da taxa
saúde e doença? de mortalidade infantil, o controle de uma série de
doenças infecciosas e o aumento da expectativa de
Muitos são os princípios e os conceitos que fundamen- vida da população melhoraram substancialmente a
tam a prática da educação em saúde e da promoção situação de vida e saúde dos brasileiros. No entan-
em saúde. Sem cair em armadilhas reducionistas, a to, ainda persistem significativas desigualdades em
educação em saúde procura desencadear mudanças saúde entre populações em situação de pobreza e
de comportamento individual, enquanto que a promo- com dificuldades de acesso aos serviços de saúde.
ção em saúde, muito embora inclua sempre a educa- Entre os brasileiros rurais, essas desigualdades em
ção em saúde, visa provocar mudanças de comporta- saúde são pouco documentadas e, consequente-
mento organizacional, capazes de beneficiar a saúde mente, reconhecidas.
de camadas mais amplas da população.
O Senar compreendeu a necessidade de se investir
Na prática, a educação em saúde constitui apenas em uma pesquisa de abrangência nacional que pu-
uma parcela das atividades técnicas voltadas para a desse diagnosticar, com a lente do rural, o estado de
saúde, prendendo-se especificamente à habilidade saúde dessa população que participa das ações de
de organizar logicamente o componente educativo Promoção Social da instituição.
de programas que se desenvolvem em quatro di-
ferentes ambientes: a escola, o local de trabalho, o As preocupações iniciais, que fundamentaram o de-
ambiente clínico, em seus diferentes níveis de atua- senvolvimento da pesquisa, foram:
ção, e a comunidade, compreendida aqui como con-
tendo populações-alvo que não se encontram nor- • As dificuldades em obter dados sobre a situa-
malmente nas três outras dimensões. Por constituir ção de saúde da população rural brasileira, que
apenas uma parte de um conjunto de atividades, a embasassem a construção de estratégias de
educação em saúde é uma atividade-meio, devendo ação adequadas aos objetivos da Promoção So-
a ênfase ser na saúde e não na doença. cial desenvolvidos no Senar;
• A demanda de conhecimento das diferenças
Conclui-se, então, que a educação intercede pela geográficas da situação de saúde e de compor-
saúde ao ofertar suas tecnologias construtivistas e tamentos e hábitos em saúde do público en-
de ensino-aprendizagem, que geram novos conheci- volvido nos programas especiais de saúde do
mentos, habilidades e atitudes. Senar; e
• A necessidade de ampliar e melhor qualificar os
A informação é essencial quando se apregoa a partici- programas de saúde desenvolvidos pela insti-
pação da comunidade e o exercício do controle social tuição.
sobre as políticas públicas. A educação para a saúde é,
assim, espaço para construção da consciência sanitária Para abordar essas preocupações, os seguintes ob-
como instrumento de defesa dos cidadãos. jetivos foram definidos:

Ainda, uma questão a ser respondida refere-se à • Realizar um diagnóstico da situação de saúde
educação ofertada às pessoas do meio rural, que e dos comportamentos e hábitos em saúde do

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público envolvido nos programas especiais de comportamentos e hábitos em saúde e doenças e


saúde do Senar; agravos à saúde em 25 Unidades da Federação (UFs).
• Fornecer respostas sobre o impacto da geogra-
fia, o estágio de vida, renda e ocupação à saúde Em termos de ação, recomenda-se que o Senar atue
das populações rurais envolvidas nos progra- em duas dimensões: uma externa, que some forças,
mas especiais de saúde do Senar; e ao mesmo tempo em que contribua para que ou-
• Apresentar recomendações ao Senar para a cons- tras instituições também possam fazê-lo em prol da
trução de programas de saúde orientados para ampliação do cuidado e da melhoria da vida e das
atender às necessidades de aprendizagem e cui- condições de saúde nos espaços rurais; e outra in-
dado de saúde, específicas para a população rural, terna, que se aproveite da ampla articulação e capi-
de acordo com a sua posição geográfica. laridade da instituição, para fazer com que a saúde e
o bem-estar da população, juntamente com outras
A pesquisa foi realizada no período de 2017-2020 perspectivas, sejam colocados no centro do debate
com a função de realizar um estudo pioneiro, que que permeia a construção da agenda de desenvolvi-
coletou dados sobre exposição aos riscos à saúde, mento sustentável do rural brasileiro.

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7.1 – Programas de Saúde Preventiva: 7.1.2 - Programa Saúde do Homem Rural

Sugestões de atividades e temas

Indica-se três estruturas relevantes que podem ser


utilizadas nas práticas das ARs, para ampliar e/ou
7.1.1 – Programa Saúde da Mulher Rural qualificar as ações:

1) Educação (estrutura interna)


Rodas de conversa com os temas mais relevantes do
seu território, como:

• Valor nutricional dos alimentos;


• Importância da atividade física;
• Importância da água de qualidade para a saúde;
• Controle do uso do cigarro e das bebidas alco-
ólicas; e
O Programa Saúde da Mulher Rural surgiu como • Cuidado com o preparo e a aplicação de defen-
uma forma de despertar a mulher para a importân- sivos agrícolas.
cia do autocuidado, de torná-la atenta aos sinais do
seu corpo e levá-la a procurar atendimento médico Dia especial
quando necessário. Para o planejamento das ativi-
dades, as Administrações Regionais do Senar deve- • Estímulo à produção para autoconsumo;
rão levar em conta o perfil de entrada dos partici- • Alternativas que garantem a segurança alimen-
pantes (idade, acessibilidade, proximidade do local tar e nutricional;
de moradia do público etc.), a elaboração do levan- • Alternativas para o destino de resíduos domés-
tamento de necessidades e os seguintes princípios ticos; e
e diretrizes: o caráter educativo, o foco preventivo e • Alternativas para o consumo de água filtrada.
a melhoria da qualidade de vida, priorizando as ati-
vidades relacionadas à saúde.
2) Diagnóstico e tratamento
• Especialistas em saúde da família ou clínica
médica;
• Anamnese médica como principal estratégia de
diagnóstico;
• Prescrição de medicamentos disponibilizados
pelo SUS;
• Vacinação;
• Testes rápidos; e
• Encaminhamento dos diagnósticos laborato-
riais para o SUS.

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Observação: É necessário sempre ter como parcei- Higiene pessoal: Deve apresentar a importância
ras as secretarias de saúde com acordos bem con- de cuidados com a higiene pessoal (banho, unhas,
solidados, pois não é missão do Senar a prestação cabelos, dentes, partes íntimas, entre outros),
desses serviços, e sim a educação preventiva. com o vestuário (utilização de roupas limpas, cal-
çados confortáveis e limpos, toalhas e roupas de
3) Soluções tecnológicas cama) e com o ambiente em que se vive (limpeza
• Serviços dentários e oftalmológicos; da casa, recolhimento do lixo) para uma qualidade
• Tratamento dentário; de vida saudável.
• Doações de próteses dentárias;
• Exame e avaliação da função visual;
• Doações de óculos;
• Distribuição de medicamentos para tratar ver-
minoses e piolhos; e
• Distribuição de pílulas anticoncepcionais e ca-
misinhas.

Outros temas que podem ser desenvolvidos em


eventos de Promoção Social:

Violência: Neste tema podem ser tratados os di-


ferentes tipos de violência (doméstica, sexual, psi-
cológica, física e patrimonial), suas consequências
para o indivíduo, a família e sociedade e as formas
de prevenção. É fundamental que tenham conheci-
mento da rede de apoio, no caso da pessoa sofrer
violência, e façam referência a onde procurar ajuda. 7.1.3 - Programa Saúde do Adolescente Rural

Saúde mental: A apresentação deve ser feita por


pessoa qualificada, que deverá abordar e desmistifi-
car as questões relacionadas à saúde mental, apon-
tar os principais agravos relativos à saúde mental
(depressão x tristeza, pensamentos suicidas, bipo-
laridade, automutilação e o impacto desses agravos
no contexto individual, familiar e na sociedade) e
abordar também qual é a rede de cuidado e onde
procurar ajuda.

Uso abusivo de álcool e outras drogas: Neste Visando ampliar o escopo de atuação e, consideran-
tema, é preciso esclarecer o que são drogas lícitas e do as especificidades socioculturais, territoriais e
ilícitas e como o consumo abusivo de drogas pode institucionais, além da preocupação com a situação
afetar a produtividade, as relações familiares, o tra- da saúde dos adolescentes que vivem no meio rural,
balho e a sociedade, além de como e onde procurar o Senar desenvolveu um programa de Promoção da
ajuda para o tratamento. Saúde direcionado a essa população.

Saúde e segurança no trabalho rural: Deve abor- O que é o PROGRAMA SAÚDE DO ADOLES-
dar a importância da correta utilização dos Equipa- CENTE RURAL?
mentos de Proteção Individual (EPIs). Deve tratar,
ainda, dos riscos que constam nos manuais de saú- Objetivo: Promover a saúde do Adolescente, com
de e segurança: de acidente, ergonômico, físico, bio- ênfase na saúde mental, na saúde sexual, reprodu-
lógico e químico. tiva, no uso abusivo de drogas, na saúde mental:
bullying, depressão, automutilação e demais vio-

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92
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

lências, por meio de ações educativas e formativas cadores/instrutores e ampliar o conhecimento dos
junto aos adolescentes, educadores e às famílias/ adolescentes. E serão detalhados em documento
responsáveis. próprio.

Este programa tem como estratégia central de suas Doenças crônicas não transmissíveis
ações o alcance de três atores chave para o seu de-
senvolvimento: As atividades educativas e preventivas relacionadas
a doenças crônicas não transmissíveis devem enfa-
• Adolescentes de 12 a 14 anos tizar aspectos de patogenia, prevenção e cuidados e
• Educadores/Instrutores englobar os seguintes temas:
• Famílias/Responsáveis
• e 15 a 17 anos • Noções sobre diabetes;
• Alterações lipídicas;
• Obesidade;
• Hipertensão arterial;
• Doenças cardiovasculares; e
• Tipos de câncer, entre outras.

7.2 Equoterapia

A equoterapia é um método terapêutico e educa-


cional, com abordagem interdisciplinar, nas áreas
de saúde, educação e equitação, que utiliza o cavalo
visando ao desenvolvimento biopsicossocial de pes-
soas com necessidades especiais e/ou pessoas com
Principais estratégias: deficiência.

1) Formação e supervisão: Tem indicação, especialmente, para os seguintes


Desenvolvimento de atividades de educação em quadros clínicos:
saúde com os adolescentes, os instrutores/educa-
dores e as famílias/responsáveis, com vistas a criar • Doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas,
ambientes saudáveis e positivos fortalecendo o de- musculares e clínico metabólicas;
senvolvimento dos adolescentes que vivem nas áre- • Sequelas de traumas e cirurgias;
as rurais. • Doenças mentais, distúrbios psicológicos e
comportamentais;
2) Articulação territorial: • Distúrbios de aprendizagem e linguagem;
Trabalho interdisciplinar entre as diferentes institui- • Entre outros.
ções, como é o caso das Escolas, Redes de Atenção
em Saúde (Unidades de Saúde); Redes de Proteção Pode constituir-se em importante atividade de Pro-
(CRAS, CREAS, Conselho Tutelar, Vara da Infância e moção Social por atender a um público que está
Juventudes, Ministério Público) e, das famílias. distante dos programas de reabilitação das gran-
des cidades e representar significativa iniciativa
3) Monitoramento/Supervisão: de responsabilidade social do Senar e dos sindicatos
As ações serão monitoradas pela equipe do Senar envolvidos.
Central a fim de acompanhar o desenvolvimento do
Programa. 7.3 Doenças transmissíveis

Materiais instrucionais: São doenças infectoparasitárias, contagiosas, infec-


ciosas, infectocontagiosas e doenças tropicais cau-
Foi elaborado um conjunto de materiais com o ob- sadas por um agente infeccioso ou por suas toxinas
jetivo de dar suporte ao trabalho educativo de edu- através da transmissão desse agente ou de seus pro-

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dutos. As atividades devem enfatizar as formas de 7.5 Saúde materno-infantil (na infância e na ado-
aquisição, patogenia e prevenção. lescência)

As atividades educativas e preventivas relacionadas a As atividades educativas e preventivas, relacionadas


doenças transmissíveis englobam os seguintes temas: à saúde na infância e adolescência, englobam os se-
guintes temas:
• Noções sobre o processo saúde-doença;
• Doenças transmitidas via água, alimentos e • Saúde materno-infantil – Orientações refe-
mãos, solo, ar, contato pessoal, fluídos e secre- rentes ao pré-natal, ao parto e ao puerpério;
ções, animais e vetores; • Aleitamento materno – Informações sobre
• Doenças causadas por protozoários, vírus, bac- aleitamento materno, no que concerne a laços
térias, fungos, helmintos e artrópodes; afetivos entre mãe e filho, aspectos imunológi-
• Doenças transmitidas por insetos; e cos e nutricionais, técnicas adequadas e perío-
• Doenças transmitidas por animais domésticos e do de desmame;
peridomiciliares (zoonoses). • Medidas preventivas destinadas à redução
da mortalidade infantil precoce e tardia –
Informações à família sobre a importância da
7.4 Saúde reprodutiva higiene no trato com a criança e ainda sobre
doenças comuns na infância e risco de óbito; e
As atividades educativas e preventivas relacionadas • Prevenção de doenças infectocontagiosas na
à saúde reprodutiva englobam os seguintes temas: infância e na adolescência – Informações sobre
vacinação e outras medidas de prevenção.
• Sexualidade/ doenças sexualmente trans-
missíveis – Informações básicas sobre sexuali-
dade, orientação e prevenção de doenças sexu- 7.6 Saúde na terceira idade
almente transmissíveis;
• Gravidez na adolescência – Medidas para As atividades educativas e preventivas relacionadas
prevenção da gravidez na adolescência e, quan- à saúde na terceira idade compreendem os seguin-
do ocorrer, como conduzi-la; tes temas:
• Planejamento familiar – Informações sobre os
diversos métodos ligados à fertilidade humana Alternativas para o bioenvelhecimento sadio
e técnicas de uso de métodos contraceptivos,
apresentando as vantagens e as desvantagens Propiciam o bem-estar e a participação dos idosos
de cada um deles; no seu convívio social, conservando sua indepen-
• Prevenção de malformações fetais – Infor- dência física, mental e social, estabelecendo, como
mações, à população rural, sobre a ação de dro- prioridade, a educação, a cidadania, a sexualidade, o
gas, de produtos químicos e da consanguinida- lazer e os exercícios.
de na formação fetal;
• Saúde reprodutiva na terceira idade – Medi- Prevenção de doenças
das preventivas que visam atenuar e orientar o
bioenvelhecimento reprodutivo; e Informações sobre doenças cardiovasculares, ar-
• Prevenção do câncer ginecológico e do apa- teriosclerose, hipertensão, diabetes, osteoporose,
relho reprodutor masculino – Informações câncer (masculino e feminino) e alterações psíqui-
sobre os diferentes tipos de câncer, incluindo as cas/ mentais. Podem ainda ser abordados assuntos
medidas preventivas, o diagnóstico precoce e a como a importância de uma alimentação saudável
busca do tratamento. e a prática de atividades físicas como forma de au-
mento e melhoria da qualidade de vida e prevenção
de doenças.

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Direitos de cidadania na terceira idade • Ingestão e inoculação de produtos químicos e


ingestão de corpos estranhos; e
Informações sobre tipos de violência doméstica • Hemorragias.
contra idosos, propostas bancárias indevidas, divul-
gação sobre o estatuto do idoso e outros assuntos
que possam proporcionar conhecimento e melhoria Prevenção terciária
da qualidade de vida.
É realizada no indivíduo com sequelas, na intenção
7.7 Prevenção de acidentes de evitar sua incapacitação permanente e de pro-
mover sua reintegração social.
Informações que conscientizem o trabalhador, o
produtor rural e suas famílias da necessidade de uti- Exemplos:
lizarem medidas preventivas, de forma a reduzir as
causas de acidentes, as sequelas e a incapacitação, • Procedimentos nas doenças incapacitantes e
abrangendo os três níveis de prevenção: primária, passíveis de reabilitação, provenientes da ativi-
secundária e terciária. dade profissional;
• Procedimentos nas doenças incapacitantes,
Prevenção primária provenientes de outras origens;
• Socialização do indivíduo com sequelas; e
Informações sobre medidas para evitar que a doen- • Mercado de trabalho rural.
ça ou outros agravos ocorram:

• Prevenção de doenças ocupacionais; 7.8 - Saúde bucal


• Prevenção de acidentes no trabalho rural;
• Prevenção de acidentes com animais peço- As atividades direcionadas à prevenção de doenças
nhentos (cobra, aranha, escorpião e outros); e bucais abrangem os seguintes temas:
• Prevenção de acidentes com produtos quími-
cos, plantas venenosas e outros agentes. • Cuidados básicos e diários;
• Saúde bucal do concepto (aspectos preventivos
relacionados à gestação);
Prevenção secundária • Saúde bucal nos primeiros seis meses de vida;
• Saúde bucal na infância e adolescência;
Destina-se ao indivíduo já acometido pela doença, • Saúde bucal na dentição permanente;
prevenindo seu agravamento. Consiste em informa- • Saúde bucal na terceira idade;
ções sobre medidas para evitar o estabelecimento • Condutas direcionadas a pacientes com neces-
de sequelas graves ou óbito. sidades especiais; e
• Prevenção do câncer bucal.
Primeiros socorros nas afecções médicas de nature-
za aguda são:

• Choques elétricos (descarga elétrica convencio-


nal ou de outra natureza);
• Queimaduras;
• Traumatismos;
• Paradas respiratórias e cardíacas;
• Reações alérgicas agudas;
• Afogamentos;

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Administração Regional: Santa Catarina


Nome do programa: SORRINDO NO CAMPO
Carga horária: 8 horas (total do evento) – detalhamento da
atividade abaixo
Tipo de programação: Campanha
Público-alvo: Alunos de escolas públicas que estejam
frequentando do 1º ao 6º ano do ensino fundamental

Breve relato de como a oferta acontece na ponta, se há preparação prévia dos instrutores, qual o material didá-
tico utilizado e qual a carga horária, além de qualquer outra informação que seja pertinente.

• Reconhecer a importância da saúde bucal, aplicando informações e técnicas de higienização e prevenção,


com motivação para a formação de bons hábitos de higiene e saúde.

Organização do espaço Sorrindo no Campo

• Definição da escola rural;


• Definição de espaço exclusivo para o evento com local para prática de escovação dos dentes;
• Definição das turmas/ escolas envolvidas;
• Organização de oito grupos para visita ao espaço Sorrindo no Campo;
• Organização do ambiente;
• Organização do local para a prática de escovação dos dentes;
• Atendimento a todas as crianças das escolas, dividindo-as em mais de um grupo, conforme a necessidade
até o limite de 120 crianças por dia.

Atividades/ conteúdo do espaço de saúde bucal – uma hora por grupo

• Desenvolvimento do eixo mobilizador;


• Exposição dialogada sobre a importância da saúde bucal: alimentação e visita ao dentista:
— Jogo da trilha Corrida gigante do doutor Crocodente;
— Jogo da memória gigante Saúde Bucal; e
— Quebra-cabeças higiene;

• Exposição dialogada sobre higiene bucal:


— Cuidados diários com os dentes;
— Como escovar corretamente os dentes;
— Apresentação das estruturas bucais utilizando macromodelo;
— Entrega do kit higienização bucal (fio, creme e escova dental);
— Escovação supervisionada dos dentes;
— Jogo das placas de certo e errado;
— Entrega das cartilhas; e
— Entrega dos diplomas.

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Material deixado na escola

Finalidade: Dar continuidade do processo educativo e registrar a participação do Senar-AR/SC na escola:

• Cartazes sobre saúde bucal para afixar nos locais para escovação dos dentes na escola; e
• Cartilhas para a biblioteca da escola.

Providências a cargo da Supervisão Regional do Senar-AR/SC

• Articulação com escolas e demais entidades envolvidas;


• Definição do calendário com as escolas, conforme o PAT;
• Organização de cronograma de eventos com a quantidade de crianças a serem atendidas por escola;
• Repasse do calendário de eventos ao Senar-AR/SC; e
• Orientação e acompanhamento.

Providências a cargo da escola

Estrutura e pessoal de apoio

• Professor, orientador ou supervisor para permanecer no evento e auxiliar nas atividades de recreação, de
modo que a instrutora possa deslocar-se para a prática da escovação com as crianças, em local apropriado;
• Sala ampla, exclusiva para as atividades da campanha;
• Ambiente para prática de escovação;
• Auxílio para a montagem e desmontagem do cenário;
• Mesa para material educativo; e
• Mesas e cadeiras para as crianças.

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7.9 Saneamento básico no meio rural

Saneamento é o conjunto de medidas que visam As atividades devem promover a educação do indi-
preservar ou modificar as condições do meio am- víduo, da comunidade e um padrão de vida adequa-
biente, com a finalidade de prevenir doenças, pro- do à manutenção da saúde no meio rural, abordan-
mover a saúde, melhorar a qualidade de vida da po- do diversos temas, tais como:
pulação e a produtividade do indivíduo e facilitar a
atividade econômica. • Abastecimento de água;
• Deposição de dejetos e águas servidas (es-
No Brasil, o saneamento básico é um direito as- gotos);
segurado pela Constituição e definido pela Lei nº. • Deposição de lixos;
11.445/2007 como o conjunto de serviços, infraes- • Limpeza e conservação de locais com água;
trutura e instalações operacionais de abastecimen- • Controle de animais e vetores de doenças;
to de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, • Saneamento de habitação (condições adequa-
drenagem urbana e manejos de resíduos sólidos e das de moradia);
de águas pluviais. • Saneamento de locais de trabalho;
• Saneamento de escolas; e
• Saneamento de locais de lazer (parques, pisci-
nas, lagos, rios, represas, entre outros).

PRÉ-REQUISITOS DAS ATIVIDADES DE SAÚDE


ATIVIDADE IDADE MÍNIMA ORIENTAÇÕES PARA A CLIENTELA

Programas de Saúde Preventiva:


Seguir as recomen-
Saúde do Homem Rural
dações preconiza-
Seguir as recomendações preconizadas para cada programa
das para cada pro-
Saúde da Mulher Rural
grama
Saúde do Adolescente Rural

Indicação médica terapêutica de acordo com cada uma das quatro


Equoterapia Não tem
modalidades básicas.

Doenças crônicas não transmissíveis

Doenças transmissíveis
Produtores, trabalhadores e seus familiares; agentes comunitários de
Prevenção de acidentes saúde que atendem à área rural.
14
Saneamento básico no meio rural A turma poderá ser mista, formada por pessoas da comunidade e
agentes.
Saúde materno-infantil

Saúde na terceira idade

Produtores, trabalhadores e seus familiares; agentes comunitários de


saúde que atendem à área rural.
Saúde reprodutiva
A turma poderá ser mista, formada por pessoas da comunidade e
agentes.

12 Para o curso: produtores, trabalhadores e seus familiares; agentes


comunitários de saúde que atendem à área rural.

Saúde bucal A turma poderá ser mista, formada por pessoas da comunidade e
agentes.

Para a campanha: alunos, pais e comunidade em geral.

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QUADRO-RESUMO DAS ÁREAS DE ATIVIDADES DA PROMOÇÃO SOCIAL

TIPO DE PROGRAMAÇÃO E
ESTRATÉGIAS
ÁREAS E ATIVIDADES ATIVIDADES CARÁTER
EDUCATIVAS

• Alimentação materno-infantil
• Curso
• Planejamento de cardápios com apro-
• Seminário
veitamento de alimentos seguros
Alimentação e nutrição Educativo preventivo
• Palestra
• Produção artesanal de alimentos
• Encontro
• Saúde e alimentação

• Dia especial
Apoio às comunidades
• Serviços comunitários • Encontro Educativo Preventivo Atendimento
rurais
• Palestra

• Artesanato de bordados

• Artesanato de chifres, ossos


e cartilagens

• Artesanato de crochê

• Artesanato de fibras naturais

• Artesanato de materiais recicláveis

• Artesanato de metais

• Artesanato de pedras

• Artesanato de produtos aquáticos

• Artesanato de rendas

• Artesanato de sementes, cascas,


folhas e flores
• Treinamento
Artesanato • Artesanato de tricô Educativo Cultural Econômico
• Oficina
• Artesanato em argila e congêneres

• Artesanato em cera e congêneres

• Artesanato em couro e pele

• Artesanato em madeira

• Artesanato em papel e papelão

• Artesanato em tecidos

• Decoupage

• Macramê

• Pintura

• Tapeçaria

• Tecelagem

• Dança

• Música • Dia especial

Arte e cultura • Literatura • Encontro Cultural Educativo Recreativo

• Teatro • Oficina

• Pintura

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QUADRO-RESUMO DAS ÁREAS DE ATIVIDADES DA PROMOÇÃO SOCIAL

TIPO DE PROGRAMAÇÃO E
ESTRATÉGIAS
ÁREAS E ATIVIDADES ATIVIDADES CARÁTER
EDUCATIVAS

• Alfabetização de jovens e adultos


• Curso
• Educação ambiental
• Encontro
• Educação para o trabalho
• Palestra
Educação Educativo Participativo Preventivo
• Educação para o consumo
• Programa
• Educação para a inclusão
• Seminário
• Educação para a organização comuni-
• Oficina
tária

• Ginástica cooperativa/ recreativa

• Iniciação esportiva (jogos coletivos)

• Modalidades esportivas • Atividades físicas

Esporte e Lazer • Caminhada • Encontro Educativo Participativo Recreativo

• Cavalgada • Torneio

• Passeio ciclístico

• Atividades físicas para a terceira idade

• Equoterapia

• Doenças crônicas não transmissíveis


• Curso
• Doenças transmissíveis
• Campanha
• Prevenção de acidentes
• Encontro
Saúde • Saneamento básico no meio rural Educativo Preventivo Atendimento
• Palestra
• Saúde materno-infantil
• Seminário
• Saúde na terceira Idade
• Programa
• Saúde reprodutiva

• Saúde bucal

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Administração Regional: Paraná


Nome do programa: PROGRAMA MULHER ATUAL
Tipo de programação: Programa especial – promoção social
Público-alvo: Mulheres (acima de 18 anos)

Este é um programa que tem como objetivo despertar as mulheres rurais para o empreendedorismo e a lide-
rança, respeitando seu potencial e suas aptidões. Isso inclui desde um trabalho de valorização da autoestima
a questões práticas, como o controle do orçamento familiar e gerenciamento da propriedade. Paralelamente,
deve-se intensificar o trabalho de motivação desse público para os programas e cursos já existentes.

O Programa Mulher Atual foi criado com o objetivo de levar as participantes a atuarem com uma postura ativa
frente aos desafios pessoais, sociais e profissionais com inserção do desenvolvimento sustentável.

Diante disso, a oferta é realizada a nível de campo e vem tentando ir de encontro às necessidades que as mu-
lheres produtoras e trabalhadoras rurais possuem, articulando e fomentando sua participação no curso em
conversas com associações de produtoras, sindicatos rurais e demais grupos que tenham esse público inserido
em seu contexto.

A preparação prévia das instrutoras para atuar com esse programa se dá de maneira cuidadosa, preocupando-
-se além das competências técnicas que elas precisam ter também com as habilidades humanas de relaciona-
mento pessoal e de sensibilidade, necessárias para este público específico.

A metodologia utilizada é aprendizagem pela ação, utilizando ferramentas do Ciclo de Aprendizagem Vivencial,
tudo cuidadosamente elaborado para dar conta dos assuntos pretendidos (autoconhecimento, qualidade de
vida e empreendedorismo, sustentabilidade), ministrados em 64 horas de curso.

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Nome do PROJETO: A ARTE DE SER ADOLESCENTE


Fase 01: Treinamento de Instrutores
Público-alvo: Adolescentes do meio rural

Objetivo: Despertar, no profissional da educação, um novo olhar para a adolescência e suas peculiaridades,
possibilitando uma reflexão sobre a sua prática pedagógica e buscando uma convivência harmônica e respei-
tosa entre as partes.

Objetivos específicos:

• Conhecer as peculiaridades da fase da adolescência e as mudanças nos padrões comportamentais do ado-


lescente do século XXI;
• Refletir sobre a influência de alguns transtornos e síndromes no comportamento do adolescente; e
• Compreender a prática da hierarquia horizontal, visando proporcionar melhorias no processo de ensino-
-aprendizagem.

Público: Profissionais da educação em geral

Carga horária da modalidade presencial: 8 horas

Carga horária da modalidade virtual: 10 horas

Tamanho da turma: Mínimo de 10 e máximo de 20

Estruturação do evento

• Contatar a Secretaria de Educação do município e/ou diretamente as escolas para oferta da ação junto
aos educadores, ficando a critério da escola disponibilizar dia e data em conformidade com a agenda do
instrutor para a realização do projeto;
• Disponibilizar local para realização do evento (sala de aula com quadro ou flip-chart, pincel ou giz), no caso
da modalidade presencial; e
• Estabelecer, se possível, parceria para providenciar almoço e lanche para todos os presentes, no caso da
modalidade presencial.

Perfil do instrutor

• Pedagogos e/ou psicólogos.

Instrutores novatos precisam realizar o acompanhamento integral do evento antes de atuar, para conhecer a
aplicação do conteúdo na prática, bem como as dinâmicas propostas.

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1) Adolescência:
• Peculiaridades comportamentais; e
• Processo de solidificação da identidade.

2) Conflito de geração:
• Tipos e características socioculturais;
• Informação x conhecimento; e
• Influência da mídia nos padrões comportamentais.

3) Transtornos:
• Alimentares e comportamentais;
• Síndrome de Irlen;
• Síndrome de Asperger;
• TDAH;
• TEA (Transtorno do Espectro Global); e
• Automutilação, depressão e suicídio.

4) Hierarquia vertical x Hierarquia horizontal:


• Pirâmide da aprendizagem;
• Autoritarismo; e
• Autoridade.

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