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Série
Metodológica
O processo da
Promoção Social para
a equipe técnica das
Administrações Regionais
O processo da Promoção Social
para a equipe técnica das
Administrações Regionais
Brasília
2022
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL (Senar)
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Equipes Técnicas
Leilane Lopes Ribeiro Oliveira
Magali Eleutério da Silva
Renata Caroline da Costa Vaz
Vicente Filho
Carolina Soares Pietrani Pereira
Marcelo Rebello Mendonça
Patrícia Fontes Machado
Fotografia
Banco de imagens Senar
S514o
108 p. il.
CDU 631.5
Lista de Siglas
UC – Unidade de Competência
SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS
Apresentação.......................................................... 7
Introdução..............................................................9
Missão do Senar..................................................... 10
Princípios e diretrizes da Promoção Social ............... 23
Programação das atividades da Promoção Social...... 27
Processo da Promoção Social.................................. 35
Referências ..........................................................105
Apresentação
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) O corpo técnico institucional é composto por uma
foi criado (Lei nº 8.315, de 23/12/1991, regulamentada equipe multidisciplinar que desempenha ativida-
pelo Decreto nº 566, de 10/06/1992) com a finalida- des de gestão, supervisão, análise técnico-pedagó-
de de organizar, administrar e executar a Formação gica, entre outras. Na execução das ações, conta
Profissional Rural (FPR) e a Promoção Social (PS) em com a parceria de instrutores, mobilizadores e téc-
todo o território nacional. Em 2013, iniciou uma nova nicos de campo.
vertente, a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
Este documento, que faz parte da Série Meto-
A instituição segue com sua missão de, por meio dológica do Senar, tem como foco o Processo da
da educação, levar informações qualificadas que Promoção Social para a equipe técnica do Senar e
proporcionem às pessoas que vivem no campo um apresenta subsídios para sua realização.
melhor posicionamento no mercado de trabalho,
excelência nas atividades produtivas e de gestão e
melhoria da qualidade de vida.
Introdução
Nos últimos 40 anos, o Brasil saiu da condição de im- to estão às populações do campo, da floresta e das
portador de alimentos para se tornar um grande pro- águas, cujos modos de vida, trabalho, produção e
vedor para o mundo. Foram conquistados aumentos reprodução social são fortemente conectados com
significativos na produção e na produtividade agro- o contexto onde vivem.
pecuárias. Estes resultados estão diretamente rela-
cionados com investimentos em pesquisa, extensão Fazer uma leitura crítica da trajetória da agricul-
rural, políticas públicas e empreendedorismo. tura brasileira é importante para subsidiar ações
efetivas. Um dos problemas é a grande desigual-
No período entre 1975 e 2015, os avanços tecnoló- dade tanto na produtividade quanto na geração de
gicos foram responsáveis por 59% do crescimento renda no campo, e, consequentemente, à qualida-
do valor bruto da produção agrícola, enquanto o de de vida dessa população. Um dos fatores é que
trabalho respondeu por 25% e a terra por 16% (Em- a maior parte dos pequenos produtores: agricultu-
brapa, Brasil 2018). ra familiar, assentados, comunidades tradicionais,
não têm condições de adotar novas tecnologias.
A tecnologia, no entanto, não teria sido suficiente Essa “não condição” é consequência de vários fa-
sem a atuação do produtor e da produtora brasilei- tores, como custo elevado para incorporar novas
ra. Tendo estes uma postura empreendedora, com tecnologias, baixa escolaridade, carência no acesso
investimentos em terra, equipamentos, gestão, tra- às políticas públicas direcionadas a essa fatia de
balho e conhecimento e também pela coragem de agricultores, entre outras.
encampar severas migrações.
A importância do Senar nesse cenário vem ao longo
A agricultura se modernizou, mas ainda existem dos anos se revelando fundamental para o desenvol-
inúmeros desafios e lacunas, principalmente para vimento cidadão das populações rurais, uma vez que
os pequenos produtores, onde o acesso às políticas a instituição, com sua já conhecida capilaridade, tem
públicas, às novas tecnologias e investimentos ain- em um dos seus fundamentos da vertente de Pro-
da não é uma realidade. moção Social o objetivo de desenvolver as aptidões
pessoais e sociais, ensejar a melhoria da qualidade
A população brasileira é formada por uma plurali- de vida e da sustentabilidade e despertar consciência
dade de culturas, raças, povos, etnias e religiões, e crítica e maior participação na vida comunitária.
o seu território é marcado por uma rica biodiversi-
dade e por diferentes ecossistemas. Neste contex-
Missão do Senar
REALIZAR A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, A ASSISTÊNCIA TÉCNICA E AS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO SO-
CIAL DAS PESSOAS DO MEIO RURAL, CONTRIBUINDO PARA UM CENÁRIO DE CRESCENTE DESENVOLVI-
MENTO DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DA COMPETITIVIDADE E DE AVANÇOS SOCIAIS NO CAMPO.
O Senar é composto por uma Administração Central, em Brasília, e por 27 Administrações Regionais, estabe-
lecidas em cada estado e no Distrito Federal.
A Administração Central assegura suporte administrativo, metodológico e jurídico, além de ser responsável
pela interface com os órgãos federais e as instituições nacionais e internacionais ligadas à educação e ao tra-
balho. Irradia experiências exitosas para as Regionais, que oferecem ao público do Senar, em todo o país, ações
de Formação Profissional Rural (FPR), atividades de Promoção Social (PS) e ações de Assistência Técnica
e Gerencial (ATeG).
Para cumprir sua missão institucional, o SENAR estabelece três vertentes prioritárias de trabalho: a Formação
Profissional Rural (FPR), a Promoção Social (PS) e a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
ATeG
Princípios do Senar
PRINCÍPIOS SÃO DEFINIDOS COMO PRECEITOS, VALORES, REGRAS, LEIS E BASES PARA A AÇÃO. SÃO,
PORTANTO, PROPOSIÇÕES DIRETORAS DE UMA AÇÃO OU DE UMA CIÊNCIA, ÀS QUAIS TODO O DE-
SENVOLVIMENTO POSTERIOR DEVE ESTAR SUBORDINADO.
I. Organizar, administrar, executar e supervisio- IV. Expandir parcerias e consolidar alianças públi-
nar, em todo o território nacional, o ensino da cas e privadas com o objetivo de cumprir a mis-
Formação Profissional Rural e da Promoção So- são institucional.
cial das pessoas no meio rural.
V. Estimular a pesquisa e garantir o acesso à inova-
II. Com base nos princípios da livre iniciativa, da ção rural.
economia de mercado e das urgências sociais,
aprimorar as estratégias educativas e difundir VI. Fortalecer e modernizar o sistema sindical.
metodologias para ofertar ações adequadas de
Formação Profissional Rural e Promoção Social VII. Aperfeiçoar os mecanismos de planejamento,
ao seu público. monitoramento e avaliação de desempenho
institucional.
III. Assessorar os governos federal e estadual em
assuntos relacionados à formação de profissio- VIII. Promover a cidadania, a qualidade de vida e a
nais rurais e atividades assemelhadas. inclusão social das pessoas do meio rural.
Diretrizes do Senar
1) O Senar levará em consideração os quatro Para a OIT, a noção de “trabalho decente” apoia-se
pilares estratégicos que sustentam o con- em quatro pilares estratégicos:
ceito de “trabalho decente” da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), na estrutu- a) Respeito às normas internacionais do trabalho,
ração da Educação Profissional e da Promo- em especial princípios e direitos fundamentais
ção Social. do trabalho (liberdade sindical e reconheci-
mento efetivo do direito de negociação coleti-
Promover o “trabalho decente” é a condição funda- va, eliminação de todas as formas de trabalho
mental para a superação da pobreza, a redução das forçado, abolição efetiva do trabalho infantil e
desigualdades sociais, a garantia da governabilidade eliminação de todas as formas de discriminação
democrática e o desenvolvimento sustentável. En- em matéria de emprego e ocupação);
tende-se por “trabalho decente” uma atividade ade-
quadamente remunerada e exercida em condições b) Promoção do emprego de qualidade;
de liberdade, equidade e segurança, capaz, enfim, de
garantir uma vida digna. c) Extensão da proteção social; e
d) Diálogo social.
2) O Senar colocar-se-á como instituição que Tais temas devem ser escolhidos a partir de um cri-
vislumbra o mundo contemporâneo e a sua tério de abrangência e de necessidades comuns em
constante mudança para se posicionar de todo o território nacional, considerando a urgência
forma compatível em sua atuação institu- social.
cional e educacional.
6) O Senar empreenderá esforços para demo-
As rápidas e crescentes inovações científicas, tecno- cratizar o acesso à sua atuação institucio-
lógicas, econômicas, de cunho governamental e so- nal, valendo-se de meios de comunicação,
cial alteram os processos de produção e as relações parceiros e logística necessários.
de trabalho, determinando reestruturações adminis-
trativas e dos serviços da instituição. O Senar man- Para isso, utilizará diversos meios de comunicação
terá constante monitoramento das suas estratégias para divulgar a atuação institucional com o objetivo
educativas de forma a mantê-las úteis, diversifica- de democratizar o conhecimento sobre sua oferta
das e atualizadas. educativa.
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com 11) O Senar atuará em áreas prioritárias de Forma-
deficiência, assegurado um sistema educacional ção Profissional Rural e Promoção Social, em
inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao lon- formato estipulado pela instituição e em confor-
go de toda a vida, de forma a alcançar o máximo midade com as necessidades do meio rural.
desenvolvimento possível de seus talentos e suas
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais,
O Senar planejará e executará programação espe-
segundo suas características, interesses e necessi-
cial para atender às necessidades de profissionaliza-
dades de aprendizagem.
ção e Promoção Social de pessoas inseridas no meio
rural, com base em observações sazonais, objetivos
Outra importante referência: Recomendação nº
institucionais e articulações com os demais atores
168/OIT (1983):
sociais e governamentais, bem como com represen-
tantes da sociedade civil.
IV – Reabilitação profissional nas zonas rurais:
12) O Senar realizará programação voltada à
Item 20. Deveriam ser desenvolvidos esforços es- Aprendizagem Profissional Rural.
peciais para lograr que os serviços de reabilitação
profissional se ampliassem para que as pessoas com
A juventude brasileira constitui um dos segmentos
deficiência, nas zonas rurais e comunidades distan-
mais desfavorecidos pelo crescimento dos proble-
tes, pudessem beneficiar-se disso no mesmo grau
mas socioeconômicos do país, como concentração
e nas mesmas condições que nas zonas urbanas. O
de renda, educação de baixa qualidade, desempre-
desenvolvimento de tais serviços deveria fazer parte
go e baixos salários. Grande parte é ingressa pre-
das políticas nacionais de desenvolvimento rural.
cocemente no mercado, buscando o seu sustento
e também o de seus familiares, o que faz com que
9) O Senar manterá um sistema de avaliação. a juventude se afaste da escola pela dificuldade de
conciliar estudo e trabalho, resultando em menores
Periodicamente, o Senar avaliará os resultados de chances de progressão social.
suas ações nos âmbitos institucional e educacional,
recorrendo a metodologias de pesquisa para sub- Tais jovens tornam-se força laboral desqualificada,
sidiar o planejamento estratégico e, também, para de baixo custo e remuneração insuficiente, subme-
aperfeiçoar os processos educativos a partir dos se- tendo-se a situações de precariedade nos mais di-
guintes objetivos: versos setores, inclusive no mercado informal e, até
mesmo ilegal, como o tráfico de drogas e a prostitui-
• Verificar os posicionamentos dos concluintes ção. Muitas vezes, iniciam a vida profissional antes
dos cursos de FPR; da idade permitida pela legislação – a partir de 16
• Observar os benefícios decorrentes dos treina- anos – sem qualquer garantia de direitos trabalhis-
mentos do Senar; tas e realizando atividades impróprias para suas fa-
• Checar os posicionamentos dos empregado- ses de desenvolvimento, como o trabalho noturno,
res em relação ao desempenho do trabalhador perigoso e insalubre.
após o treinamento; e
• Efetuar os processos decisórios com base nos O Senar está comprometido com a realização de
resultados apresentados pelas pesquisas. ações de Aprendizagem Profissional nos moldes do
Documento Norteador da Aprendizagem Profissio-
nal Rural da instituição, visando à Educação Profis-
10) O Senar manterá intercâmbio técnico-edu- sional do jovem de 14 a 24 anos de idade. Tal oferta
cacional. formativa será organizada em tarefas de complexi-
dade progressiva, de acordo com o desenvolvimen-
O propósito é manter a cooperação nacional e in- to físico e psicológico do aprendiz.
ternacional, visando à aquisição e ao intercâmbio
de novas tecnologias educacionais e outras ações
conjuntas, em uma perspectiva de aperfeiçoamen-
to, atualização e desenvolvimento institucional.
Os eventos realizados pelo Senar são financiados, O Senar desenvolve e dissemina metodologia edu-
em sua grande maioria, por recursos provenientes cacional própria para a realização da FPR e da PS em
da contribuição compulsória de produtores rurais, todo o Brasil, nos ambientes reais do trabalho rural,
tanto sobre a comercialização de produtos agros- ou seja, em agroindústrias, laticínios, usinas, pasta-
silvipastoris quanto sobre a folha de pagamento da gens, viveiros, currais, plantações, entre outros.
empresa rural.
Essa metodologia é baseada em princípios peda-
As atividades podem, ainda, ser subsidiadas por par- gógicos e andragógicos, referentes à educação de
cerias e convênios firmados com outras instituições adultos, que primam por estratégias que conjugam
privadas e/ou governamentais. teoria e prática à experiência do educando e à atu-
ação do educador, possibilitando ainda que o parti-
Os eventos educativos oferecidos pelo Senar che- cipante contextualize e aplique, de forma efetiva e
gam a seu público de forma gratuita. eficaz, as suas competências tanto nos exercícios la-
borais quanto na vida em sociedade. As referências
da metodologia educacional do Senar encontram-se
nos documentos “Metodologia de Ensino do Senar”
e “Aprendizagem Significativa para Jovens”.
PARA QUE O SENAR POSSA CUMPRIR SUA MISSÃO INSTITUCIONAL, É NECESSÁRIA A ATUAÇÃO CO-
ORDENADA DE AGENTES, CADA UM COM SUAS ATRIBUIÇÕES.
EQUIPE DE SUPERVISORES
EQUIPE DE INSTRUTORES
Os instrutores são os agentes que ministram os conteúdos das ações da Formação Pro-
fissional Rural e Promoção Social, utilizando-se da metodologia educacional do Senar.
Geralmente, são profissionais terceirizados, contratados conforme critérios estabele-
cidos em edital de credenciamento de cada Administração Regional. Desenvolvem as
seguintes atividades:
• Elaborar, analisar, alterar e/ou atualizar planos instrucionais propostos pela Administração Re-
gional do Senar;
• Executar planos instrucionais, de acordo com a metodologia preconizada pelo Senar; e
• Acessar, quando for o caso, os sistemas de gestão dos eventos do Senar, a exemplo do Senar
nas Nuvens (SNN), para preenchimento dos relatórios obrigatórios.
Além desses valores, o instrutor deve observar sis- jetivos da organização para a qual trabalha e da
tematicamente características de boas práticas do- clientela a quem atende;
centes que contribuam para o sucesso do processo • Exercitar a paciência pedagógica, respeitando o
ensino-aprendizagem: tempo de aprendizagem e de mudança do ou-
tro e de si próprio;
• Saber fazer apresentação pessoal, do Senar, do parti- • Ter equilíbrio para bem administrar as emoções
cipante e dos objetivos do treinamento/ curso; e os conflitos inerentes às relações interpessoais;
• Ser pontual; • Considerar a cultura local, respeitando e valo-
• Ter capacidade de realizar e cumprir com os rizando crenças e costumes das comunidades;
contratos de “horário” e “convivência”; • Aprender a falar facilmente sobre coisas com-
• Zelar pela segurança dos participantes; plexas, não sonegando informações, mas de-
• Manter o ambiente organizado de forma a pro- codificando símbolos por meio de sua relação
piciar segurança e clareza; com a vida real;
• Criar um ambiente de liberdade de expressão, • Agir com humildade, sabendo colocar seus co-
certificando-se de que todos estejam partici- nhecimentos sem arrogância e tendo coragem
pando, sendo para isso bom ouvinte e valori- de dizer que não dispõe de determinado conhe-
zando o feedback; cimento, mas que se dispõe a aprender;
• Ser bom observador para perceber os sinais ver- • Ser honesto com seus princípios e atitudes, de
bais e não verbais dos que recebem as mensa- modo a inspirar a confiança dos outros;
gens que envia; • Estar atento à questão da ética no exercício do
• Agir como facilitador para traduzir teorias em trabalho e na relação com as pessoas; e
ações práticas; • Estar preparado para atender às pessoas com
• Estar seguro de que seus objetivos pessoais e deficiência e/ou necessidades especiais, quan-
profissionais estão em consonância com os ob- do oportuno.
São agentes responsáveis pelo atendimento direto aos produtores rurais por meio de
visitas às propriedades rurais, tendo por foco a transmissão de conhecimentos rela-
cionados à gestão da empresa rural e técnicas de manejo relacionadas às atividades
desenvolvidas nas propriedades.
EQUIPE DE MOBILIZADORES
Princípios e diretrizes
da Promoção Social
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR
SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
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PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS
2) As atividades de Promoção Social devem ser 7) A Promoção Social contempla conteúdos re-
de caráter preventivo. lativos à saúde preventiva, à segurança no
trabalho e à preservação e conservação do
Considerando-se o conteúdo educativo das ativida- meio ambiente.
des de Promoção Social, as atuações do Senar, nas
atividades de saúde, alimentação e educação am- As atividades da Promoção Social devem contem-
biental, devem ser de caráter preventivo. plar, em seus conteúdos, temas relativos à saúde
preventiva, à segurança no trabalho e à preservação
Não cabe ao Senar executar ações tipicamente as- e conservação do meio ambiente, visando ao bem-
sistencialistas. -estar pessoal e à proteção de terceiros, assim como
proporcionando uma maior consciência ecológica
do trabalhador, do produtor e de suas famílias.
Diretrizes da Promoção Social educação, higiene, entre outros. A partir desse traba-
lho educativo e estruturante realizado em atividades
1) As atividades de Promoção Social serão cen- de PS, o participante transferirá para o ambiente social
tradas na família do trabalhador e do produ- as atitudes e boas práticas necessárias ao desempenho
tor rural. considerado integralmente competente.
Ao centrar as atividades de Promoção Social na família 3) As atividades de Promoção Social serão pla-
do trabalhador e do produtor rural, o Senar abrange nejadas com base em necessidades da famí-
homens, mulheres, idosos, jovens e crianças. Essa op- lia rural e indicadores socioeconômicos e
ção irá refletir-se em atividades de natureza cultural, considerando políticas públicas.
educacional, esportiva, profissional , ambiental, sani-
tária e econômica, entre outras, observando o caráter Na elaboração do planejamento participativo, deverá
educativo e preventivo que devem conter. ser realizado um trabalho minucioso quanto à identifi-
cação das reais necessidades da família rural, voltadas
2) As atividades de Promoção Social observa- para questões que envolvam as habilidades pessoais e
rão a complementaridade com as ações da sociais, em uma perspectiva de melhoria da qualidade
Formação Profissional Rural. de vida, baseando-se em indicadores socioeconômi-
cos e considerando as políticas públicas.
As atividades de Promoção Social são, também, pro-
pulsoras da profissionalização dos trabalhadores, pelo O planejamento deverá ser realimentado por um
fato de buscarem mudanças relativas aos aspectos eficiente sistema de acompanhamento, controle e
de qualidade de vida do indivíduo referentes a saúde, avaliação.
4) As atividades da Promoção Social serão de- 8) O Senar deverá aplicar até 30% dos recursos
senvolvidas pelo Senar, de forma descen- destinados à atividade-fim nas atividades
tralizada, respeitando-se as características de Promoção Social.
regionais e locais.
Conforme a Resolução nº 007/95 do Conselho
O Senar desenvolverá as atividades de Promoção Deliberativo do Senar, registrada no Regimento
Social de modo descentralizado, considerando as Interno, as Administrações Regionais deverão uti-
especificidades locais, econômicas, histórico-cultu- lizar até 30% dos seus recursos em atividades de
rais e sociais de cada região. Promoção Social. Contudo, deve-se ter o cuidado
na aplicação desses recursos, utilizando critérios
Deverão ser observadas as recomendações relativas que realmente venham ao encontro das reais ne-
aos procedimentos administrativos, financeiros, or- cessidades dos trabalhadores, produtores rurais e
çamentários e jurídicos. suas famílias.
As atividades de Promoção Social estão enquadradas De acordo com o limite orçamentário estabelecido
na modalidade de educação não formal, sistematiza- pelo Conselho Deliberativo do Senar, os recursos
das e devem apresentar o caráter de continuidade. destinados às atividades de Promoção Social são
Têm o objetivo de desenvolver as aptidões pessoais de até 30%, devendo as Administrações Regionais
e sociais, ensejar a melhoria da qualidade de vida e ser criteriosas na definição das atividades a serem
da sustentabilidade, despertar consciência crítica e oferecidas, de modo que possam atender às neces-
garantir maior participação na vida comunitária. sidades prioritárias do público-alvo.
Elas estão voltadas para educação de um modo Na programação das atividades da PS devem ser
geral, consumo, organização comunitária, saúde, observados os aspectos educativo, preventivo,
inclusão social e digital, preservação ambiental, de complementaridade com as ações da FPR, de
ganhos econômicos, segurança alimentar, respeito ganho econômico, de ganho sociocultural, de in-
às diversidades, colaboração mútua, solidariedade, clusão social, bem como o local das atividades.
empatia, autoconhecimento, protagonismo, empo- Este deve ser, preferencialmente, onde vivem e
deramento, conhecimentos das pessoas com quem convivem os trabalhadores, os produtores rurais
se relacionam e exercício da cidadania. e suas famílias, as comunidades rurais, as em-
presas e as propriedades rurais, conforme consta
Diferem de atividades de assistência social que, de nas diretrizes.
acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS), compõem o tripé da Seguridade Social, jun- O planejamento das atividades deve responder às
to à Previdência Social e Saúde. Têm por finalidade, seguintes indagações:
principalmente, dar às pessoas em situaçâo de riscos
sociais e econômicos acesso a programas, serviços, • A atividade está voltada para o trabalhador e o
equipamentos e benefícios sociais e garantir os di- produtor rural e suas famílias, bem como para
reitos dos cidadãos. O financiamento deve ser com as pessoas que atuam no meio rural?
os recursos da União, dos estados, do Distrito Fede- • A atividade possui caráter educativo?
ral e dos municípios, bem como das demais contri- • A atividade possui caráter preventivo?
buições sociais previstas no art. 195 da Constituição • A atividade irá contribuir para o incremento da
Federal, além daqueles que compõem o Fundo Na- renda familiar, mesmo que de forma indireta?
cional de Assistência Social (FNAS). Tais atividades • A atividade está dentro do contexto sociocultu-
trilham o caminho de sua efetivação como direito ral dos participantes?
social, condição necessária para a construção de ci- • A atividade atende às necessidades e aos an-
dadania plena. seios do público-alvo?
• A atividade proporciona a inclusão social do pú-
As atividades da Promoção Social são desenvolvidas blico-alvo?
de forma participativa, objetiva e gradual, com o ob- • A atividade contribui para a responsabilidade
jetivo de propiciar o crescimento individual e social. socioambiental?
São distribuídas nas seguintes áreas de atividades: • A atividade atende ao eixo Educação Alimentar
Alimentação e Nutrição, Apoio às Comunidades da Segurança Alimentar?
Rurais, Artesanato, Arte e Cultura, Esporte e Lazer, • A atividade permite a construção do conheci-
Educação, Organização Comunitária e Saúde. mento coletivamente?
Ao propor atividades de PS, deve-se verificar se Quando se fala em cultura, faz-se alusão a todo
atenderão às reais necessidades do público-alvo de o conhecimento, à arte, às crenças, à lei, à moral,
acordo com suas características, potencialidades, aos costumes, aos hábitos e às aptidões adquiridos
recursos e anseios. Caso contrário, a aprendizagem pelas pessoas, tanto em seu seio familiar como na
não terá a aplicabilidade almejada no cotidiano das sociedade da qual fazem parte. Desse modo, o con-
pessoas. texto sociocultural designa um grupo de variáveis
com influência no desempenho de atividades, refle-
Estarem as atividades voltadas para o tra- te valores, costumes e tradições da sociedade e in-
balhador e produtor rural e sua família, fluencia os significados e as maneiras de se ver uma
bem como para as pessoas que atuam no comunidade.
meio rural
São exemplos de variáveis do contexto sociocultural:
O Senar deverá analisar com rigor as necessidades
de seu público prioritário, a família rural (quer sejam • Estilo de vida – representa a forma como uma
crianças, adultos, homens, mulheres, idosos, pesso- pessoa ou um grupo de pessoas vivenciam o
as com deficiência e outras), comunidades rurais, mundo e, em consequência, se comportam e
empresas, propriedades rurais e as pessoas que atu- fazem suas escolhas. Pode sofrer alterações ao
am no setor, de forma a ofertar a programação de longo dos anos, em função das transformações
acordo com seus perfis. É importante lembrar que nos modos de produção, decorrentes de novas
a instituição, além de utilizar os recursos próprios, tecnologias e do maior acesso a informações e
pode estabelecer parcerias para oferecer oportuni- comunicação.
dades de aprendizado e atendimento que cheguem • Valores sociais – os valores sociais são con-
a mais pessoas. cepções gerais – princípios, crenças e conhe-
cimentos coletivos – que mantêm a harmonia
Possuir caráter educativo social na medida em que são compartilhados
por todos. São exemplos o respeito, a respon-
O Senar, por ser uma instituição de educação por sabilidade, a cooperação, a justiça, entre ou-
excelência, deve balizar suas atividades da Promo- tros. A crescente preocupação com a proteção
ção Social pelo enfoque educativo, contribuindo do meio ambiente, por exemplo, tem sido bem
para a melhoria da qualidade de vida e da susten- aproveitada por algumas empresas por meio
Priorizar a realização no local ou nas imedia- As atividades devem garantir a equidade e a demo-
ções onde vive o público-alvo cratização ao acesso a bens e serviços a todos para
o desenvolvimento individual, profissional e social,
As atividades da PS devem ser realizadas preferen- independentemente de classe social, nível educa-
cialmente onde vivem e convivem os trabalhadores, cional, idade, deficiência, gênero, raça, cor, etnia,
produtores rurais e suas famílias, de forma a propi- crença religiosa, entre outros.
ciar o acesso seguro e conveniente, diminuir a eva-
são e fomentar núcleos associativos que possam dar Outro ponto de verificação é se as propostas das
continuidade aos trabalhos realizados. atividades de PS gerarão mudanças com vistas à
inclusão social e se minimizarão a desigualdade
Priorizar o uso de matéria-prima disponível social. Trata-se do processo de educação inclusi-
va em que todos participam da construção do co-
A programação das áreas de atividades de artesa- nhecimento como propulsor para a inclusão social
nato e alimentação devem, ainda, priorizar a utiliza- dos indivíduos.
ção da matéria-prima existente no município ou na
região, propiciando a redução de custos, a preser- A proposta da inclusão social é criar e desenvolver
vação do meio ambiente e a valorização da cultura ações que permitam a participação de todos da so-
local e possibilitando que os participantes possam ciedade, garantindo vidas mais dignas e justas, com
dar continuidade à produção após os eventos de perspectiva de desenvolvimento, independente-
Promoção Social. mente das condições dos envolvidos.
Levar informação e orientação sobre a orga- dar com os outros e com a sustentabilidade, dividir
nização comunitária como forma de desen- ambientes e recursos, exercer liderança, atingir ob-
volvimento rural sustentável jetivos, além de outras aptidões relacionadas a cada
indivíduo e a cada realidade.
Como instrumento para o desenvolvimento rural
sustentável, a atuação em conjunto pressupõe con- Promover a inclusão digital do público do
dições e atitudes dos integrantes para melhorar a meio rural
qualidade de vida das pessoas, nos aspectos socioe-
conômicos, de forma sustentável. O mundo digital está presente e tomando propor-
ções cada vez maiores no setor do agronegócio.
É necessário conhecer características, temperamen-
tos, necessidades e potencialidades das pessoas e Estar informado sobre o mundo digital coloca o
como influenciam no grupo, bem como fraquezas, produtor rural em condição satisfatória no que
oportunidades, forças e ameaças dos atores e das envolve sua capacitação, a produção, o mercado
organizações envolvidas. O estabelecimento de e o convívio social.
acordos é essencial para a organização comunitária.
Ferramentas e recursos tecnológicos para geor-
No meio rural, a organização comunitária é de suma referenciamento da propriedade, aquisição de
importância para a inclusão social uma vez que, or- crédito rural, emissão de guias, produção agro-
ganizadas, as pessoas passam a conhecer melhor pecuária, gestão da propriedade, regularização de
sua realidade, desenvolvem suas capacidades e bus- terras, e-commerce, entre outros, são exemplos
cam o acesso aos bens e serviços na proposta do da importância do uso da tecnologia no campo
desenvolvimento rural sustentável. de forma segura.
As atividades de PS devem ser constantes e criar Na Promoção Social, os tipos de programação mais
condições para que as pessoas se desenvolvam in- recorrentes são:
dividual e socialmente.
Curso – conjunto de conteúdos agrupados de acor-
Isso envolve proporcionar ambientes de aprendiza- do com um programa pré-estabelecido. Tem a fina-
gem que permitam a ação e a reflexão dos envolvi- lidade de ampliar o conhecimento em determinada
dos como seres individuais e sociais. Faz-se neces- área e/ou ensinar algo. Atualmente, tem se mostra-
sária uma perspectiva de desenvolvimento e não do mais efetivo quando associado à prática. Pode
simplesmente a oferta de conteúdos e técnicas que representar uma série de aulas, sobre um tema ou
façam as pessoas permanecerem em seu estado na- vários, intercalados de forma conexa, compondo um
tural. Elas devem ser provocadas para o novo, para currículo. Exemplo de curso de PS do Senar: Alfabe-
o desafio e para a ação com superação, sabendo li- tização de jovens e adultos.
Treinamento – de acordo com Chiavenato (1990), tipos de equipamentos e materiais para o ensino e
o treinamento é o processo educacional aplica- a aprendizagem nas áreas de atividades da Promo-
do de maneira sistêmica, por meio do qual as ção Social. Esse dispositivo pedagógico dinamiza e
pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e estimula o engajamento criativo de seus integran-
habilidades em função de objetivos definidos tes, uma vez que permite um espaço de diálogo. Sua
em determinada área ou assunto. No Senar, re- metodologia é caracterizada pela construção coleti-
presenta o tipo de programação mais utilizado va de um saber, análise da realidade, confrontação e
nas Administrações Regionais. intercâmbio de experiências e processo de constru-
ção do conhecimento como finalidade prioritária.
Programas especiais de Promoção Social Cada Administração Regional pode aderir aos Pro-
gramas Especiais Nacionais da PS ou, ainda, criar os
Os programas especiais da PS são ofertas educati- próprios programas regionais, de acordo com as de-
vas que, normalmente, ganham algum destaque ou mandas estaduais e recursos humanos e financeiros.
possuem algum diferencial estratégico que os ca-
racterizem como especiais. Geralmente, as competências desenvolvidas nesse
tipo de programação são transversais a todas as ati-
As iniciativas contam, normalmente, com recursos vidades desenvolvidas na propriedade, como com-
financeiros e instrucionais específicos, estratégias de petências de gestão, empreendedorismo, sucessão
comunicação diferenciadas e capacitação para gesto- familiar, informática, liderança, entre outros, poden-
res e instrutores que irão atuar. Por vezes, são plane- do ser aplicada a várias situações.
jadas e executadas por meio de parcerias com outras
instituições governamentais e não governamentais. Os tipos de programação (curso e treinamento), ou-
tras estratégias educativas e outras características
e procedimentos/ processos seguem o mesmo pa-
drão das atividades da Promoção Social.
Processo da
Promoção Social
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR
SÉRIE METODOLÓGICA // O PROCESSO DA PROMOÇÃO SOCIAL
36
PARA A EQUIPE TÉCNICA DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS
Para o Senar, processo é um conjunto de procedi- dações internacionais. Além disso, levam em conta
mentos ordenados nas etapas de entrada, de pla- os recursos financeiros, os materiais e o contingente
nejamento, de operacionalização, de avaliação e de humano da organização como insumos de entrada.
saídas que retroalimentam o processo. Valem-se, também, das experiências vivenciadas an-
teriormente pela organização para retroalimentar as
Os processos da FPR e da PS consideram a missão, etapas, as fases e as atividades realizadas.
os princípios e as diretrizes do Senar, bem como as
políticas nacionais, estaduais e municipais de de- O Processo da Promoção Social do Senar tem as se-
senvolvimento socioeconômico, além das recomen- guintes etapas:
PROCESSO DA
PROMOÇÃO SOCIAL
ENTRADAS DO
PLANEJAMENTO OPERACIONALIZAÇÃO AVALIAÇÃO
PROCESSO
SAÍDAS DO
Estruturação das
Missão institucional Diagnóstico interno/
atividades
Controle ao longo PROCESSO
Políticas públicas externo do processo
Execução das
Análises sociais PAT Avaliação somativa
atividades
Para a elaboração do PAT, é necessário que se de- A determinação da capacidade operativa do Senar
senvolva o diagnóstico externo, que consiste na ca- é atribuição da Administração Regional e tem como
racterização do estado/ região e na caracterização atividades a identificação e a análise da quantida-
dos municípios. Já no diagnóstico interno, é deter- de e qualidade: das instalações de que dispõe, dos
minada a capacidade operativa do Senar. recursos financeiros e instrucionais, bem como do
contingente humano que estará envolvido na orga-
Diagnóstico externo nização e execução das atividades. Nessa fase, tam-
bém devem ser apuradas as parcerias institucionais
Caracterização do estado/ região existentes e possíveis que aumentam tal capacida-
de, significando, na prática, saber o quanto o Senar
pode fazer em termos de PS. Tudo isso é feito para
Importante! embasar e justificar as ofertas e as prioridades de
atendimento realizadas pelo Senar.
A caracterização do esta-
do/ região é atribuição da Aspectos importantes sobre a etapa do pla-
Administração Regional e tem como nejamento – reuniões locais
principais atividades o levantamen-
to de informações, por meio de da- Para que o PAT seja eficaz, são programadas reu-
dos secundários, ou seja, utiliza-se niões locais com entidades parceiras e lideranças
das informações divulgadas por meio em cada um dos municípios (sindicatos, prefei-
de pesquisas feitas por outras insti- turas, secretarias etc.), de preferência após feito
tuições ou mesmo pelo Senar. Para o diagnóstico externo da região para que os re-
tanto, deve utilizar indicadores que sultados possam ser apresentados. Caso não seja
retratem sua situação, os planos, os possível fazê-las em todos os municípios do es-
programas e projetos, bem como as tado, as reuniões precisam ser feitas pelo menos
instituições públicas e privadas exis- regionalmente, com o intuito de apresentar as
tentes. É importante, também, obter caracterizações do estado e do município, apre-
informações sobre as condições de sentar o portfólio de cursos atualizado, repassar
infraestrutura de apoio e identificar orientações técnicas e procedimentos para as en-
as lideranças atuantes. tidades parceiras, bem como levantar as necessi-
dades daquela região, entre outros assuntos.
A sugestão de pauta para as reuniões locais com os levantadas – relevantes ao público presente, pois
parceiros é: mapeiam e demonstram a atual situação da agro-
pecuária local – quanto para verificar a coerência
• Objetivos da reunião; do diagnóstico realizado com a realidade vivenciada
• Missão, princípios, diretrizes e objetivos institu- pelos presentes.
cionais do Senar;
• Frentes de trabalho do Senar; Por esse motivo, é muito importante, além de
• Forma de atuação do Senar, detalhando como apresentar o estudo realizado, escutar o público
atua, a origem dos recursos e os prazos esta- presente, que muitas vezes conhece, por outros
belecidos; ângulos, as demandas dos municípios e podem
• Diretrizes gerais para o planejamento do Senar contribuir para enriquecer e até mesmo direcio-
para o ano seguinte (regras, metas, programas, nar as atividades locais de Promoção Social. Por-
limites, prazos etc.); tanto, as reuniões prestam-se também para cole-
• Manual de Orientações às entidades parceiras tar informações novas e mais recentes que devem
(prazos, capacitação, documentação, regras ser incorporadas ao PAT.
para prestação de contas, valores de taxas de
mobilização, limites etc.);
Importante!
1. Levantamento de dados e 1. Levantamento de dados e 1. Identificação e análise quantitativa e 1. Listagem das necessidades da PS.
informações: informações: qualitativa de: 2. Ordenação das necessidades, por
1.1 Dados demográficos 1.1 Indicadores de saúde por faixa etária; 1.1 Contingente humano importância, nos municípios.
• População Economicamente Ativa 1.2 Indicadores de acidentes de trabalho; 1.2 Recursos materiais 3. Compatibilização dos diagnósticos
(PEA) rural 1.3 Incidência de doenças; 1.3 Recursos financeiros externo e interno
• População total rural 1.4 Taxa de mortalidade infantil; 1.4 Recursos instrucionais 4. Elaboração do Plano Anual de Trabalho
• Densidade demográfica 1.5 Escolaridade de população x pessoas 1.5 Instalações (PAT)
• Faixa etária fora da escola; 2. Parcerias a mobilizar 4.1 Justificativa
1.2 Políticas públicas sociais 1.6 Incidência de gravidez precoce; 2.1 Sindicatos 4.2 Objetivo
1.3 Planos, programas e projetos 1.7 Matéria prima para artesanato e 2.2 Prefeituras 4.3 Estratégia de ação
1.4 Instituições públicas e privadas alimentação com base na produção 2.3 Associações 4.4 Programação física
1.5 Política agrícola estadual agropecuária; 2.4 Lideranças
1.6 Infraestrutura de apoio 1.8 Tradições culturais (manifestações 2.5 Cooperativas Área de atuação
1.7 Lideranças atuantes artíticas, pratos típicos, festas, 2.6 Outras instituições públicas e • Quadro demonstrativo de metas/
2. Tratamento e análise dos dados e artesanato local); privadas ações de FPR
informações 1.9 Calendário de eventos; 3. Tratamento e análise dos dados e • Outras atividades
1.10 Locais para comercialização de informações • Quadro demonstrativo de metas/
produtos artesanais (feiras, etc.) desenvolvimento de talentos
1.11 Entidades existentes no humanos
município/região: Associações, • Recursos instrucionais
cooperativas, sindicatos, empresas 4.5 Cronograma de execução
agrossivilculturis, etc.; 4.6 Orçamento anual
1.12 Identificação das pricipais atividades • Previsão de receita
desenvolvidas no municípioe região; • Previsão de despesa
1.13 Identificação de iniciativas de esporte • Atividade-meio
e lazer; • Atividade-fim
1.14 Incidência de uso de drogas e
alcoolismo
• Momento 1 – É realizado pela equipe técnica • Os participantes dos grupos devem possuir in-
interna da Administração Regional. Constitui- teresses e necessidades comuns;
-se na formação do capital intelectual necessá- • O perfil de entrada, ou seja, o nível de conheci-
rio ao desenvolvimento da atividade de PS. As mento dos participantes em relação ao conteú-
atividades a serem desenvolvidas, que recaem do da atividade deve ser semelhante;
especificamente sobre os instrutores, são a se- • O grau de escolaridade dos participantes da
leção, a capacitação metodológica, a constante ação deve ser o mais homogêneo possível;
atualização de conteúdos, o credenciamento • O número de participantes por turma deve ser
e o convite para atuação nos eventos de Pro- estabelecido em função da disponibilidade dos
moção Social realizados pelo Senar e, também, recursos instrucionais e do local de realização
pela entidade parceira que fará a mobilização. das ações, de modo a permitir que o aproveita-
mento seja o melhor possível. É recomendável
que as turmas tenham de 10 a 15 participantes; e
• a proximidade das moradias, sempre que possí- Para o Senar, mobilizar significa:
vel, deve ser observada, já que reunir a vizinhan-
ça facilita o deslocamento e, consequentemen- • Auxiliar a equipe técnica da Administração Re-
te, a frequência dos participantes às atividades gional (AR) na identificação das necessidades
da PS, possibilitando, ainda, a racionalização da PS em âmbito local, contribuindo para a ela-
dos custos, a integração dos moradores, o re- boração do Plano Anual de Trabalho (PAT), por
forço da aprendizagem e o acompanhamento meio de informações coletadas pelo mobiliza-
dos efeitos da própria atividade. dor em sua atuação na comunidade; e
• Outro ponto de observação é que as atividades • Realizar as atividades de estruturação dos even-
de Promoção Social objetivam a participação de tos de PS, que são:
todos os integrantes da comunidade: homens, — Contribuir para a identificação do tipo da
mulheres, idosos, jovens, crianças e pessoas programação com o auxílio da equipe téc-
com necessidades especiais ou com deficiência. nica da AR;
• Momento 3 – É realizado pelo instrutor e pela — Divulgar as atividades de PS;
equipe técnica da Regional, em constante di- — Recrutar e selecionar a clientela para os
álogo com os mobilizadores. Consiste na ela- eventos;
boração do plano instrucional para orientar a — Compor as turmas;
ação educativa nas atividades da PS do Senar. — Escolher o local para a atividade;
O plano instrucional é o produto do processo — Organizar o local da atividade;
de planejamento do instrutor e representa, por- — Providenciar os recursos instrucionais na
tanto, o registro de sua reflexão. Ele contém o quantidade e na qualidade necessárias;
conjunto de ações educativas previstas para a — Dar apoio logístico aos instrutores;
execução das atividades. No volume “Metodo- — Dar apoio logístico, em eventuais necessi-
logia de Ensino do Senar”, o tema é amplamen- dades, aos participantes;
te discutido e sistematizado. — Registrar informações e preencher formu-
lários sobre os participantes e o evento re-
2.2 Execução das atividades de Promoção Social alizado; e
— Promover a articulação com os parceiros.
A execução das atividades constitui a segunda fase
da etapa de operacionalização, o que inclui a prepa- A mobilização deve ser realizada de acordo com os
ração do local do evento e dos recursos instrucionais parâmetros descritos pela instituição e obedecendo
a serem utilizados durante o processo educativo. aos requisitos da atividade de PS ofertada, além da
legislação vigente no país. Ela é estratégica para o
Além disso, merece destaque o desenvolvimento sucesso da ação institucional, o que justifica sua im-
das atividades, quando o instrutor coloca em prática portância no processo da PS.
todo o conteúdo elaborado, as técnicas e os recur-
sos instrucionais selecionados, a avaliação proposta Ressalta-se que um dos fatores essenciais para a
e a carga horária programada, conforme definição boa mobilização é a escolha de um mobilizador que
no Plano Instrucional por ele elaborado e aprovado apresente o perfil adequado para a realização das
pela área técnica da Administração Regional. atividades e uma atuação eficiente, com itens su-
geridos no capítulo deste volume que descreve os
Considerando a mobilização agentes que realizam a PS.
Especificamente em relação à seleção dos partici- Os critérios para a escolha do local mais adequado
pantes das atividades da PS, devem ser considera- para realização dos eventos são os seguintes:
dos como indicadores:
• Ser de fácil acesso para os participantes, contri-
• Demandas sociais; buindo para o deslocamento de todos;
• Capacidade operativa da Administração Regio- • Apresentar boa ventilação e controle de sons e
nal para o atendimento à demanda; ruídos;
• O atendimento aos requisitos exigidos pela ati- • Atender às normas de acessibilidade às pessoas
vidade (em anexo a este documento); com deficiência, caso necessário;
• O fornecimento de informações importantes • Ser compatível com o conteúdo a ser ministra-
sobre o evento, por parte do mobilizador, ao fa- do, com as técnicas e com os recursos instrucio-
zer a convocação dos participantes, como: nais que serão utilizados na atividade;
— Período de duração; • Prever a segurança ocupacional e patrimonial,
— Local e data do evento; ou seja, na concepção do ambiente educacional
— Conteúdo; devem estar implícitas as normas e legislações
— Horários a cumprir; pertinentes;
— Vestimenta necessária; • Atender a questões pertinentes a vigilância
— Obrigatoriedade de frequência mínima sanitária e a normas de engenharia em confor-
para a obtenção do certificado; e midade com a legislação municipal, estadual e
— Recomendações restritivas importantes federal;
para o bom desenvolvimento do evento • Ser concebido preservando todos os aspectos
(Ex.: não levar crianças ou dependentes de ergonomia no ambiente, como a disposição
para o local, não desrespeitar regras quan- do mobiliário e dos equipamentos, buscando a
to à manipulação de recursos, idade para qualidade de vida no trabalho; e
participação nos eventos, necessidade de • Levar em consideração questões ambientais,
adaptação do local quanto a participação como o aproveitamento de iluminação natural,
dos PNES etc.). cores claras, a divulgação de informações sobre
o tratamento de resíduos tóxicos e da água,
d) Realizar a composição de turmas bem como sobre a coleta seletiva de materiais
danosos à saúde ou ao meio ambiente.
Para compor a turma que irá participar de uma ati-
vidade da PS, é necessário conhecer os objetivos e Outro aspecto a ser considerado é que os am-
requisitos das atividades, observados os pré-requi- bientes educacionais devem facilitar a interação
sitos como idade, escolaridade, número de partici- dialógica entre os atores do processo de ensino
pantes, entre outros. e aprendizagem e permitir que o participante re-
alize tarefas sozinho, em autodesenvolvimento,
e) Escolher o local para a atividade além de favorecer a interação de um participante
com o outro e a solicitação de ajuda em ativida-
O local de realização dos eventos promovidos pelo des mais complexas.
Senar deve ser o mais próximo possível da realidade
em que trabalham e vivem seus participantes. Nesse f) Organizar o local da atividade de PS
local, eles aprendem e executam as atividades pre-
viamente estabelecidas, orientadas pelo instrutor, Quando o instrutor chegar ao local para ministrar
utilizando-se de métodos específicos. Dessa forma, seu evento, este deverá apresentar as condições
a escolha do local adequado dar-se-á sempre em e os recursos instrucionais especificados por ele e
função da atividade a ser desenvolvida, da disponi- providenciados pelo mobilizador, na forma acorda-
bilidade e da conveniência para os participantes. da com a Administração Regional.
Recursos instrucionais essenciais são aqueles con- É recomendável que o mobilizador e/ou algum re-
siderados indispensáveis e insubstituíveis durante a presentante da entidade parceira, bem como, se
execução das ações e atividades. possível, representante da Administração Regional
do Senar, faça a abertura e o encerramento do even-
Exemplos: to. Nesses momentos, importantes informações po-
dem ser transmitidas e o fortalecimento institucio-
• Recursos naturais (plantas, animais, água, ali- nal promovido.
mentos etc.);
• Máquinas, equipamentos e implementos (fo- k) Contribuir no apoio ao instrutor e ao partici-
gões, fornos, máquinas de costura etc.); pante
• Ferramentas, utensílios (panelas, formas, agu-
lhas, alicates, baldes etc.) e insumos (tecidos, A entidade parceira, representada pelo seu mobili-
linhas, palha, sementes, cascas e flores, entre zador, poderá oferecer apoio logístico ao instrutor
outros). quanto à hospedagem, ao transporte, à alimenta-
ção, bem como aos participantes em eventuais ne-
Recursos instrucionais auxiliares são aqueles con- cessidades.
siderados como reforço da aprendizagem dos par-
ticipantes da atividade, como: flip-chart, cartazes, Em especial, tal apoio deverá ser dado durante o
álbuns seriados, quadro de giz, quadros magnéticos, desenvolvimento das atividades de PS, quando o
cartilhas, notebook. entre outros. instrutor colocará em prática todo o conteúdo ela-
borado, as técnicas e os recursos instrucionais sele-
h) Informar ao instrutor sobre a atividade cionados, a avaliação proposta e a carga horária pro-
gramada, conforme definição no plano instrucional
É importante que o instrutor receba informações por ele elaborado e aprovado pela área técnica da
acerca do grupo de participantes (inclusive da par- Administração Regional.
ticipação de PNEs), do local de realização e quais-
quer outras necessárias ao bom desenvolvimento De forma sucinta, apresentam-se, a seguir, as ativi-
do evento, em contato direto com o mobilizador ou dades desenvolvidas na etapa de OPERACIONALI-
em relatórios e registros feitos com essa finalidade, ZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL.
alguns dias antes da realização.
3) Avaliação das atividades de Promoção Social com credenciamento de instrutores, ambos externos à
instituição. Nesse sentido, a supervisão realizada por
funcionários do Senar representa instrumento funda-
A avaliação deve ser uma etapa permanente do pro- mental para a coordenação do processo de PS, man-
cesso, pois está presente tanto no planejamento tendo coerência com a sua missão e os procedimentos
como na operacionalização, dividindo-se em duas metodológicos.
fases: acompanhamento e controle (supervisão pro-
priamente dita) e avaliação somativa. Nela, as ações Na prática, o acompanhamento consiste na atuação
do supervisor do Senar e da equipe técnica são fun- do supervisor que realiza supervisão gerencial, téc-
damentais e resultam na correção de não conformi- nica e metodológica junto aos demais agentes, para
dades e na ratificação de procedimentos, além de que os objetivos educacionais sejam alcançados.
subsidiar novos planejamentos. A partir do acompanhamento, são feitos os controles
por meio de registros de supervisão (relatórios técni-
A fase de avaliação somativa tem o objetivo de pro- cos e gerenciais), que formam a avaliação formativa
duzir relatórios técnicos que demonstrem os aspec- do processo, possibilitando sua melhoria e a melho-
tos da qualidade dos trabalhos realizados. Assim, ria da atuação dos agentes e das ofertas de PS.
destaca-se a importância dos agentes do Senar no
desenvolvimento das atividades, visando à excelên- Portanto, o acompanhamento e o controle ocorrem
cia institucional. por meio de análises quantitativas e qualitativas.
A avaliação quantitativa diz respeito à verificação
É importante esclarecer que as situações de avalia- dos resultados numéricos alcançados em relação ao
ção são fundamentais tanto para os indivíduos quan- planejamento (número de treinamentos previstos e
to para as instituições, que buscam o crescimento e realizados, distribuição por gênero, faixa etária etc.).
o desenvolvimento. Constituem-se de um conjunto A análise qualitativa verifica se as ações desenvol-
de atividades gerenciais, técnicas e metódicas que vidas estão, de fato, de acordo com os objetivos
visam produzir informações úteis para identifica- educacionais da instituição (grau de satisfação dos
ção e correção de não conformidades do processo treinandos com a ação de Promoção Social e se há
da Promoção Social. Devem ser vistas como instru- melhoria na qualidade de vida).
mentos direcionados para busca de conhecimento
e interpretação dos fatos, de modo a auxiliar nas to- A fase da avaliação somativa é aquela desenvolvida
madas de decisão que objetivam cumprir a missão ao final do ciclo do processo da Promoção Social.
institucional e a transformação da realidade e da Objetiva avaliar a capacidade de provocar, no egres-
qualidade de vida das pessoas do meio rural. so e no seu ambiente familiar e social, os efeitos
esperados pela instituição. As informações geradas
É importante o registro dos dados e a elaboração dos nessa fase retroalimentam, por meio das experiên-
relatórios pelos agentes do Senar, pois as informações cias vivenciadas, todas as etapas do processo da
geradas auxiliam a ação supervisora gerencial e técnica Promoção Social.
e a consequente retificação ou ratificação do processo.
A fase de acompanhamento e controle, ao longo das A seguir, apresentam-se as atividades pertinentes
fases e atividades do processo, é muito importante, à etapa de AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRO-
pois o Senar atua em parceria com os mobilizadores e MOÇÃO SOCIAL.
Regional / Central
1. Supervisão. 1. Avaliação metodológica e administrativa
PLANEJAMENTO
2. Registro de dados e informações. de efeito-impacto.
3. Análise e interpretação dos dados e 2. Análise e interpretação dos dados e
informações. informações. NOVAS
4. Elaboração de relatório indicando 3. Elaboração de relatórios técnicos DEMANDAS
aspectos a melhorar. PARA O
contemplando: PROCESSO
5. Atuação no processo em busca do seu • Aspectos sobre a qualidade dos
aprimoramento. trabalhos realizados pelo SENAR.
6. Análise da prestação de contas. • Sugestões de retroalimentação
do processo de PS.
tuno, dos desvios detectados in loco ou a dis- 4) Priorização do acompanhamento in loco, du-
tância, neutralizando e suprimindo deficiências rante todo o evento, aos mobilizadores e instru-
e reorientando as atividades. tores em início de trabalho na instituição.
4) Aspecto afirmativo –Ratifica os procedimen-
tos bem-sucedidos nos eventos de PS.
Planejamento da supervisão da Administra-
ção Regional do Senar
Tipos de supervisão
O planejamento de supervisão é fundamental para
A supervisão pode ser realizada in loco ou a distância. possibilitar alternativas de ação, visando à escolha
do(s) tipo(s) de supervisão, da melhor estratégia
A supervisão in loco permite ao supervisor a apro- para alcançar os objetivos pretendidos e das metas
ximação com a realidade tal qual ela é, podendo ser e dos demais parâmetros necessários para atingir
realizada por meio de: os resultados esperados. Sem um planejamento
adequado, todo o processo de supervisão pode ser
• Visitas (contatos e entrevistas); comprometido.
• Reuniões de trabalho;
• Treinamentos em serviço; e O planejamento da supervisão possibilita a prioriza-
• Observações das atividades da PS (cursos, trei- ção dessa importante atividade, pois, muitas vezes,
namentos, programas etc). o agente que realiza a supervisão é também respon-
• A supervisão a distância permite o acompanha- sável por outras atividades dentro da Administração
mento das atividades por meio de: Regional.
• Análises de programações, relatórios, levanta-
mentos de necessidades, planos instrucionais, Fases do planejamento
prestações de contas e outros; e
• Comunicações (informações obtidas por telefo- • Coleta de informações
ne ou em correspondências como ofícios, me-
morandos, pareceres etc). A coleta de informações é imprescindível para sub-
sidiar a elaboração do plano de supervisão o mais
próximo possível da realidade e assegurar a imple-
Estratégias de supervisão mentação da supervisão, com nível de qualidade
satisfatório, considerando as necessidades efetivas
Algumas alternativas de atuação podem ser adotadas dos supervisionados.
como estratégias que possibilitam a multiplicação de
esforços da Administração Regional, visando atender à As informações deverão ser coletadas de maneira
crescente demanda de atividades de PS do Senar. cumulativa, no decorrer do processo.
As supervisões podem acontecer periodicamente Esta fase é caracterizada pela investigação e pela
ou eventualmente, com ou sem o conhecimento reflexão, objetivando definir uma situação real para
do supervisionado, e podem ocorrer no todo ou em planejar as atividades de supervisão.
parte, da operacionalização da PS. Entretanto, fica
a critério de cada Administração Regional adotar a A coleta de informações consiste no levantamento,
estratégia mais adequada à sua realidade, tais como: o mais completo possível, dos seguintes dados:
• Instrumentos de motivação utilizados pela Ad- • Desvios identificados que estejam interferindo,
ministração Regional referentes à instrutoria; direta ou indiretamente, na operacionalização
• Perfil adequado para a atuação; do processo da PS; e
• Instrumentos de motivação das Administrações • Oportunidades de melhoria identificadas.
Regionais;
• Condição de trabalho dos instrutores;
• Elaboração e qualidade do plano instrucional, A seguir, são listadas algumas considerações impor-
segundo a metodologia do Senar; tantes na supervisão:
• Cumprimento do que foi estabelecido no plano
instrucional; • O tempo destinado à supervisão in loco deve
• Desempenho metodológico da instrutoria; possibilitar ao supervisor segurança quanto às
• Critérios de avaliação dos participantes; observações e aos levantamentos realizados,
• Elaboração e qualidade dos relatórios; bem como permitir o desenvolvimento da en-
• Relacionamento com o público do Senar, com trevista ou conversa com a(s) pessoa(s) super-
mobilizadores e com supervisores; e visionada(s);
• Comprometimento com o Senar. • Assim, para possibilitar o seu trabalho, sugere-
-se que o supervisor considere o acompanha-
mento de todo um objetivo específico, a esco-
Avaliação do processo de supervisão lha de um período do dia – manhã ou tarde, no
mínimo – ou mesmo outro critério que queira
A avaliação da supervisão visa contribuir para o adotar para determinação do tempo de super-
aprimoramento do próprio processo de supervisão. visão, desde que possibilite o levantamento
Quando conveniente, deve ser desenvolvida con- de dados significativos sobre o andamento da
juntamente entre supervisor e supervisionado, de- ação/ atividade;
vendo ser observados os seguintes aspectos: • O desafio do supervisor consiste em obter a
melhoria constante da eficiência e eficácia do
• Capacitação metodológica dos supervisores; supervisionado. Para tanto, todos os fatos ob-
• Procedimentos de supervisão adotados pelas servados, sejam positivos ou negativos, são ob-
Administrações Regionais (planejamento e con- jetos de análise e discussão entre supervisor e
cepção de supervisão); supervisionado, num processo dialógico;
• Condução das supervisões (postura dos superviso- • O processo da supervisão é algo a ser construí-
res e avaliação conjunta com os supervisionados); do por toda a equipe técnica, com amplo apoio
• Elaboração e qualidade dos relatórios de super- dos dirigentes da Administração Regional; e
visão e dos relatórios gerais de supervisão; • É importante esclarecer que a estruturação das
• Relacionamento dos supervisores com o público ações/ atividades não constitui responsabilidade
do Senar, com mobilizadores e com instrutores; do supervisor e sim do mobilizador. Supervisão e
• Comprometimento com a função de supervisor mobilização são atribuições que requerem proce-
e com o Senar; dimentos operacionais diferenciados e devem ser
• Supervisões executadas em relação às pla- tratados dessa forma, sob pena de comprometer
nejadas, tanto no aspecto qualitativo quanto a qualidade dos eventos da instituição.
quantitativo, identificando fatores facilitadores
e impeditivos para a efetiva execução das su-
pervisões; Instrumentos de supervisão
• Resultados obtidos em relação aos esperados
(alcance dos objetivos do Senar, aperfeiçoa- Propõem-se, neste documento, dois instrumentos a
mento do desempenho dos supervisores e dos serem utilizados durante as supervisões estaduais:
supervisionados e melhoria da qualidade das um direcionado à supervisão à mobilização, e outro,
atividades); à instrutoria. Tais instrumentos poderão ser utiliza-
• Novos problemas e necessidades levantados dos na íntegra ou reformulados pelas Administra-
durante o processo de supervisão; ções Regionais, acrescentando ou alterando algum
• Aspectos positivos da operacionalização do item, quando pertinente.
processo da PS;
As Regionais que optarem por desenvolver aná- apresentada ou adaptá-la para a sua necessidade
lises qualitativas poderão transformar as afirma- e/ou interesse.
ções (postas nos instrumentos, com o uso de es-
calas) em questionamentos, cujas respostas serão Vale lembrar que todas as duas formas de análise
descritas pelos supervisores. As regionais que op- – qualitativa e quantitativa – são pertinentes e efe-
tarem por desenvolver análises quantitativas po- tivas, se bem trabalhadas e conduzidas pelas Admi-
derão utilizar os instrumentos com a formatação nistrações Regionais.
IDENTIFICAÇÃO
Para responder às questões seguintes preencha, em cada parêntese, a numeração que corresponde à ocorrên-
cia dos fatos. Por favor, não deixe nenhuma questão em branco.
4 3 2 1
Sim, plenamente Sim, parcialmente Não Não observado
APOIO ÀS ATIVIDADES
( ) Houve organização de transporte aos participantes e/ou ao instrutor do evento.
( ) Houve organização da alimentação aos participantes e/ou ao instrutor do evento.
( ) Houve organização da acomodação adequada para o instrutor ao longo do evento.
( ) Os recursos instrucionais foram disponibilizados ao instrutor, no momento oportuno.
( ) Os recursos instrucionais foram disponibilizados na quantidade e qualidade solicitadas.
( ) O mobilizador apoiou o instrutor quando solicitado.
( ) O mobilizador apresentou bom relacionamento com o público participante do evento.
( ) O mobilizador apresentou bom relacionamento com o instrutor do evento.
( ) O mobilizador mostrou-se aberto a discussões sobre os tópicos supervisionados.
( ) O mobilizador mostrou-se criativo e hábil na resolução de problemas surgidos.
( ) O mobilizador informou previamente à Regional ou ao instrutor sobre as características da
turma e do local do evento.
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________
Assinatura do supervisor ______de _______________ /20____
IDENTIFICAÇÃO
Nome do instrutor:___________________________________________________________________________________________
Local de realização da ação/atividade: _______________________________________________________________________
Município/comunidade: _____________________________________________________________________________________
Título do evento: Atividade de PS ( )
____________________________________________________________________ Programa de PS ( )
Tempo de observação (h): Período de realização do evento: Carga horária total do evento (h):
______________________ _____ /_____a _____ /_____ _______________________
Dia mês dia mês
Para responder às questões seguintes preencha, em cada parêntese, a numeração que corresponde à ocorrên-
cia dos fatos. Por favor, não deixe nenhuma questão em branco.
4 3 2 1
Sim, plenamente Sim, parcialmente Não Não observado
OBJETIVOS
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
RECURSOS INSTRUCIONAIS
AVALIAÇÃO
PLANO INSTRUCIONAL
POSTURA DO INSTRUTOR
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Assinatura do supervisor Assinatura do supervisionado
Certificação das atividades de Promoção Social O certificado emitido para as atividades de Promo-
ção Social é o Certificado de Participação, conferido
O certificado deve ser o instrumento que reflita a aos concluintes que cumprirem os critérios de ava-
seriedade e a qualidade das ações desenvolvidas liação previamente estabelecidos, que devem ser
pelo Senar. Deve, ainda, revelar a uniformização dos divulgados pelo instrutor no início do evento, inclu-
procedimentos de certificação, desde a avaliação sive a exigência da frequência, que deve ser de, no
dos participantes e o controle da emissão até o mo- mínimo, (80%).
delo, que deve ter reconhecimento nacional.
Nesse relatório, deverão constar informações referentes à frequência e aos critérios de ava-
liação de cada participante, no sentido de orientar o agente responsável quanto à expedição
dos certificados.
CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO
6
, de de
7 8
Assinatura do superintendente Assinatura do Presidente do Conselho
Administrativo
(verso)
Colaboradores 14
Ocupação 15
Natureza da Programação 16
Conteúdo 17
9) Entidades colaboradoras (ex.: Sindicato Rural de Gandu/ Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia).
10) Tipo de programação.
11) Conteúdo programático desenvolvido.
12) Carga horária.
13) Nome(s) do(s) instrutor(es) responsável(veis).
14) Nome e assinatura do responsável pelo registro.
Com base em Cruz (1991), os critérios para a sele- O planejamento, para o instrutor:
ção dos conteúdos devem atender aos seguintes
aspectos: • Auxilia na definição dos objetivos que atendam
aos reais interesses dos participantes;
• Propicia a seleção e organização dos conteúdos Para orientar a ação educativa nas atividades da PS
mais significativos para os participantes; do Senar, existem dois tipos de planejamento: con-
• Facilita a organização dos conteúdos de forma teúdo programático e plano instrucional.
lógica;
• Facilita a integração e a continuidade do ensino; O plano instrucional é apresentado e detalhado no
• Facilita a seleção dos melhores procedimentos documento “Metodologia de Ensino do Senar”.
e recursos para uma ação mais eficiente;
• Confere maior segurança ao instrutor; Assim sendo, este capítulo se restringirá à apresen-
• Evita a improvisação, a repetição e a rotina; e tação dos aspectos relevantes concernentes à ela-
• Facilita a tomada de decisões, por instrutores boração de conteúdos programáticos das atividades
e participantes, de maneira cooperativa e par- de Promoção Social.
ticipativa.
1) Alimentação e Nutrição
O planejamento da ação educativa é uma das ativi-
dades básicas da qual depende, em grande parte, o As atividades relacionadas a esta área devem ter ca-
êxito do trabalho do instrutor. Este, como facilitador ráter educativo e preventivo, com informações bási-
da aprendizagem, não pode considerar o plano ins- cas sobre educação alimentar, nutrição, higiene dos
trucional como mera atividade burocrática ou um alimentos e segurança alimentar.
trabalho a mais a ser cumprido e, sim, como uma
ferramenta de trabalho.
Para refletir!
De acordo com o levantamento, o café foi o alimento consumido pelos brasileiros com mais frequên-
cia (78,1% da população) no período, tanto por homens (77,9%) quanto por mulheres (78,4%).
Em seguida, aparecem dois produtos da dieta tradicional do país. Um deles é o arroz, com 76,1% de
frequência de consumo, acompanhado pelo feijão, com total de 60%. O alimento menos consumido
com frequência pelos brasileiros no período pesquisado foi o ovo, com total de 13,9%.
Foram ouvidos no estudo, realizado em parceria com o Ministério da Saúde, 46.164 moradores de
20.112 domicílios com 10 anos ou mais de idade, que informaram o consumo alimentar para dois dias.
A análise evidencia que arroz, feijão e café foram os alimentos mais consumidos por adolescentes e
adultos, embora mostrando redução em relação ao primeiro levantamento, em 2008/2009.
O feijão caiu de 72,8% para 60% no gosto da população e o arroz, de 84% para 76,1%. Entre os idosos,
o consumo de café subiu na mesma comparação, de 86,6% para 87,1%. A queda do consumo de arroz
foi observada no Sudeste, Sul e Centro-Oeste e foi mais acentuada entre a parcela da população
(25%) com maior renda, passando de 79,9% para 67,1%.
Frutas e verduras
Os pesquisadores do IBGE avaliaram que o consumo de frutas e verduras continua abaixo do reco-
mendado, embora o consumo de saladas cruas tenha aumentado tanto para adolescentes quanto
para adultos e idosos. Em geral, o consumo de saladas cruas passou de 16% para 21,4%.
O consumo de frutas teve queda entre os dois períodos. Em contrapartida, o consumo de prepara-
ções aumentou. Um exemplo são os sanduíches, cujo consumo cresceu em todas as regiões do Brasil
e em todas as classes de renda, apurou o IBGE. Já o consumo de refrescos e refrigerantes caiu para
todos os grupos etários.
As maiores médias de consumo diário per capta, isto é, por indivíduo, foram encontradas no café
(163,2 gramas/dia), no feijão (142,2 g/dia), no arroz (131,4 g/dia) e nos sucos (124,5 g/dia).
De acordo com a nova classificação introduzida pelo Guia Alimentar para a População Brasileira,
editado em 2014, os alimentos in natura ou minimamente processados são os que apresentam maior
participação relativa no total de calorias, com 53,4%.
Entre os alimentos classificados nesse grupo, os destaques são aqueles que constituem a base de
uma alimentação saudável e que representaram mais da metade das calorias consumidas pela po-
pulação brasileira no período pesquisado, a exemplo de arroz, feijão, carnes, frutas, leite, macarrão,
verduras, legumes, raízes e tubérculos.
O guia recomenda que os alimentos ultraprocessados sejam evitados. Nesse grupo, a participação
relativa no total de calorias alcançou 26,7% para os adolescentes, 19,5% para os adultos e 15,1% para
os idosos.
Nesse grupo de alimentos estão biscoito salgado e salgadinho “de pacote”, biscoito doce, refrige-
rante, cachorro-quente, hambúrguer e outros sanduíches, bebida láctea e pizza. Os alimentos ultra-
processados têm participação relativa de 19,7% no total de teor calórico.
Considerando a característica da dieta, observa-se que 19,2% dos brasileiros entrevistados consu-
miram pelo menos um suplemento alimentar entre 2017 e 2018. Entre os idosos, o percentual subiu
para 34%. 13,9% do total disseram ter algum tipo de restrição alimentar. Entre os idosos, esse per-
centual foi de 27,3%.
Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias.html.
Diante das informações elencadas pelo IBGE, as • As atividades relacionadas à área de alimenta-
questões que devem ser respondidas pela equipe ção e nutrição objetivam estimular a produção
técnica do Senar nas programações de Promoção de alimentos saudáveis?
Social para as atividades de Alimentação e Nutrição • Estimulam a utilização de ingredientes disponí-
são as seguintes: veis na região?
• As atividades propostas contribuem para pre-
servar e propagar as características e as expres-
sões culturais regionais?
• Enfatizam a segurança alimentar?
1.1 - ALIMENTAÇÃO Atividades que proporcionam noções São temas dessa atividade:
MATERNO-INFANTIL de alimentação saudável às gestantes
e às mães, e também de aleitamento • Alimentação da gestante;
e alimentação que garantam o cresci-
mento e o bom desenvolvimento das • Aleitamento materno – importância para a mãe e para o bebê;
crianças.
• Aleitamento artificial em situações especiais (alergia, falta de leite materno);
1.2- PLANEJAMENTO Atividades que visam orientar a famí- São temas dessa atividade:
DE CARDÁPIOS COM lia rural em como planejar uma ali-
APROVEITAMENTO DE mentação saudável, aproveitando as • Avaliação crítica dos hábitos e dos costumes da população rural, resgatan-
ALIMENTOS SEGUROS potencialidades locais e estimulando a do os que são saudáveis à luz da ciência dos alimentos;
utilização de todas as partes nutritivas
do alimento, com técnicas adequadas. • Higiene dos alimentos;
• Higiene do ambiente;
• Higiene pessoal;
• Aproveitamento de alimentos.
Produção artesanal de alimentos sem glúten, sem O participante não poderá apresentar feridas infectadas, infecções cutâ-
18
lactose e sem açúcares neas, chagas ou diarreias para qualquer área de manipulação de alimen-
tos, conforme estabelece o item 7.3 e
Produção artesanal de doce de leite 18
7.4 da Portaria n° 326-1997/SVS/MS.
O Programa Alimentação Saudável visa incentivar a adoção de bons hábitos alimentares, prevenir doenças relacio-
nadas à obesidade e propiciar uma melhora na qualidade de vida do público do meio rural.
O público recebe instruções sobre o valor nutricional dos alimentos que podem ser encontrados em suas regiões,
desmistificando a ideia de que a alimentação saudável é um investimento oneroso.
O programa vai muito além das receitas saudáveis e começa por uma avaliação corporal dos participantes, para que
estes possam se familiarizar com aspectos como o Índice de Massa Corporal (IMC). O trabalho de sensibilização
inclui aulas sobre riscos da obesidade, grupos alimentares e controle de triglicerídeos. Os participantes são convi-
dados a observar os próprios hábitos alimentares a fim de começar a adotar uma alimentação mais saudável ainda
durante o programa, que é ofertado por meio de 10 encontros, sendo de quatro horas cada, totalizando 40 horas de
capacitação.
É um programa com ótima aceitação por parte dos participantes que já nos possibilitou depoimentos bem positivos,
como: “participantes controlando problemas de saúde como hipertensão, glicose elevada, triglicerídeos e emagre-
cendo quando necessário”; “participantes relatando que a geladeira melhorou a aparência interna com alimentos
mais saudáveis”; “participantes testemunhando que aprenderam sobre a importância de beber água, o papel das
fibras, o controle do tamanho das porções, as doenças decorrentes de maus hábitos alimentares, a ingestão de gor-
duras e de sal. Com as mudanças nos hábitos alimentares, o resultado já é sentido com a melhoria na saúde e melhor
disposição física para as atividades profissionais.”
O treinamento Alimentação Saudável é uma proposta na modalidade de ensino semipresencial que combina aulas
teóricas a distância/online e presenciais individuais, ministradas por nutricionistas que orientam e ensinam os parti-
cipantes a prepararem os alimentos, reforçando a importância das boas práticas alimentares, tendo como proposta
conscientizar sobre alimentação saudável e incentivar nos participantes a utilização dos alimentos produzidos na
propriedade rural, levando-os à mesa.
No treinamento, os participantes recebem orientações que vão aplicar no dia a dia, como boas práticas alimentares
e composição nutricional dos alimentos, com vistas à conscientização para a mudança de hábitos alimentares sau-
dáveis, à preservação da saúde e à melhoria na qualidade de vida, com o aproveitamento máximo do valor nutritivo
dos alimentos.
O treinamento é desenvolvido em 10 horas de aulas online e quatro horas-aula presenciais individuais, na proprieda-
de rural do participante. Nessa oportunidade individual, (o)/(a) profissional nutricionista orienta e ensina o preparo
de receitas que incentivam o aproveitamento integral de alimentos, como frutas, verduras e legumes.
O treinamento aponta ótima aceitação e os benefícios à saúde das pessoas participantes já estão aparecendo, como:
participante que recebeu o diagnóstico de diabetes e logo lembrou dos infortúnios da mãe, também diabética, com
as doses diárias de insulina. Temendo tornar-se dependente do medicamento para controlar os níveis de glicose,
decidiu apostar na mudança alimentar, alterando radicalmente seus hábitos alimentares a partir da realização do
treinamento semipresencial. O esforço dessa participante para mudar a alimentação se converteu em saúde. Na
mesma semana em que fez o treinamento online, a participante viu seu índice glicêmico cair de 150 mg/dL em jejum
para 120 mg/dL (o normal é 100 mg/dL). De insulina ela ainda não precisou. Também uma outra participante mudou
radicalmente seus hábitos alimentares: após o treinamento, tornou-se adepta de uma alimentação equilibrada e de
exercícios físicos. A participante afirma que as dicas da nutricionista sobre valores nutricionais e organização do car-
dápio foram valiosas, influenciando a sua família (marido e filhos) para uma alimentação mais equilibrada e saudável.
Assim, a Administração Regional-RS, com as ofertas da Promoção Social, consolida cada vez mais a sua missão, tra-
zendo para as famílias do meio rural orientações para uma alimentação mais saudável, incentivando, estimulando e
promovendo melhorias à saúde e oportunizando qualidade de vida às pessoas do meio rural.
O Festival de Receitas do Campo é uma inciativa do Senar Goiás, promovido em parceria com os sindicatos rurais,
iniciado em 2016 visando despertar o exercício da cidadania, a valorização e a integração da família rural no contexto
social, histórico e econômico.
• Resgatar e divulgar a identidade da família rural por meio da culinária rural, demonstrando que os hábitos
alimentares pertencem ao patrimônio histórico-cultural de cada região goiana.
1.2 Objetivos específicos:
• Demonstrar a riqueza dos hábitos alimentares da família rural, reconhecendo a importância dos ingredien-
tes típicos da fazenda;
• Proporcionar uma reflexão crítica sobre a influência dos meios de comunicação na mudança dos hábitos
alimentares, resgatando as receitas típicas da culinária rural;
• Divulgar e contribuir com a permanência dos pratos típicos da culinária rural;
• Incentivar o desenvolvimento do turismo rural pela divulgação e promoção da gastronomia rural como
diferencial competitivo para esse setor; e
• Publicar as receitas selecionadas em um livro intitulado “Receitas com Histórias do Campo”.
Os hábitos alimentares, não somente da família rural como também da família urbana, estão diretamente relaciona-
dos a aspectos socioculturais e econômicos e, em alguns casos, religiosos. Portanto, é necessário contribuir com a
preservação e valorização quanto a qualquer outro patrimônio cultural, pois os meios de comunicação usam estra-
tégias para popularizar (americanizar, europeizar...) os hábitos da família.
Esse cenário torna imprescindível a realização do Festival de Receitas do Campo, pois é uma oportunidade única de
expor para o público o potencial e a atratividade da gastronomia rural, evidenciando que cada receita é um prato
recheado de história e cultura da família rural. Existe ainda a possibilidade de resgatar os pratos típicos da culinária
rural, elaborados, preferencialmente, com os ingredientes regionais, tais como: carne de porco, pequi, guariroba,
frango caipira, mandioca, leite, ovos, banha de porco, frutas (manga, banana, goiaba, caju e outras), abóbora, milho
verde, batata-doce, rapadura, melado, mel e outros.
O Programa Festival de Receitas do Campo apresenta regulamento próprio a cada edição. Nele são estabelecidas normas
da edição do ano, prazos, critérios de classificação de receitas, entre outras informações essenciais para a realização no
município. Após a publicação do regulamento, a comissão que organiza o festival cumpre algumas etapas:
Esta etapa é realizada, preferencialmente, no primeiro trimestre de cada ano pelos especialistas técnicos regionais
(coordenadores regionais) e a coordenação do evento. Estes participam de reuniões de sensibilização, mobilização
e planejamento com os representantes de sindicatos rurais, cujo objetivo não é apenas motivar a adesão ao Festival
de Receitas do Campo, como também definir estratégias de organização e realização do festival local.
Nessa fase, também os prestadores de serviços de instrutoria do Senar/AR-GO devem divulgar a proposta do festival
aos participantes dos treinamentos, com o intuito de despertar seu interesse por apresentar receitas no evento.
O desdobramento do Festival de Receitas do Campo está estruturado em dois momentos relativamente autônomos,
embora convergentes, conforme descrito a seguir:
a) Interpretação do regulamento – Reunião realizada no dia anterior à realização do festival para o recebi-
mento das inscrições das receitas e o esclarecimento de dúvidas em relação ao regulamento. Esta ativida-
de deve ser realizada pelo responsável técnico do Festival de Receitas do Campo.
b) Festival de Receitas do Campo – Essa fase é a realização do festival propriamente dito, acontecendo
no provável período de abril a outubro do ano de execução. Os parceiros, seguindo o regulamento e sob
a orientação de técnicos do Senar/Goiás, realizarão os festivais nos municípios que aderirem à iniciativa.
Essa fase também é constituída pela estruturação (organização das receitas, seleção das fotos, revisão das receitas,
diagramação, ilustração e publicação) do livro. As atividades referentes à publicação são executadas pela coordena-
ção do programa, pelo responsável técnico e pela equipe de comunicação, acompanhadas pelo gerente de Promo-
ção Social, sob a supervisão do diretor do Departamento Técnico.
Atividade de apoio às comunidades rurais ofere- É a atividade que consiste na confecção de objetos
cida pelo Senar utilitários e decorativos, a partir do aproveitamen-
to de matérias-primas de origem animal. Tem como
A atividade relacionada à área Apoio às Comunida- produtos objetos de adorno, abajures, cabos de ta-
des Rurais visa despertar no indivíduo o exercício lheres, facas, canivetes, berrantes e outros.
da cidadania, levando-o a uma maior integração no
trabalho, na família, na comunidade e na sociedade, 3.3 Artesanato de crochê
como cidadão produtivo e responsável.
O crochê é uma técnica artesanal feita com uma
SERVIÇOS COMUNITÁRIOS agulha especial com um gancho e que produz di-
versos tipos de trançado. Pode ser desenvolvida em
Consiste em atividades desenvolvidas em dias espe- diversos tipos de fio, como barbante, lã, seda, fio de
ciais, voltadas às comunidades rurais, nas áreas de malha etc.
cidadania, educação, alimentação e nutrição, cultu-
ra, esporte e lazer e outras, considerando-se os as- 3.4 Artesanato de fibras naturais
pectos educativos e preventivos.
Caracteriza-se pela utilização de fibras naturais: si-
3) Artesanato sal, carnaúba, ouricuri, ariri, tucum, buriti, piaçava,
milho, bananeira, tiririca, coco, capim, cipós, vime,
As atividades relacionadas à área de artesanato ob- junco, imbé, bucha vegetal e outros.
jetivam estimular a produção de objetos úteis, artís-
ticos e decorativos, feitos à mão, com ou sem ajuda Para essa atividade, estão previstas normas ambien-
de ferramentas e mecanismos caseiros, utilizando tais de extração, saúde e segurança no trabalho.
matéria-prima disponível na região.
3.5 Artesanato de materiais recicláveis
O produto artesanal normalmente reflete a relação
do artesão com o meio onde vive e a sua cultura. É a atividade que consiste na confecção de objetos
Portanto, as atividades propostas devem contribuir utilitários e decorativos, a partir do aproveitamento
para preservar e propagar as características e as ex- de material reciclável (vidro, plástico, papel, pape-
pressões culturais regionais, com ou sem fim comer- lão, ferro, aço, alumínio etc.), assim como de resídu-
cial, estimulando a prática do associativismo e a sua os naturais (fibras da cana-de-açúcar, café, bananei-
permanência no local de origem. ra e outros).
3.7 Artesanato de pedras É a atividade que pode ser feita manualmente, com
duas agulhas. Além de propiciar o entrelaçamento
É a atividade associada à confecção de peças orna- do fio (criando cada ponto), abrigam a malha de tri-
mentais e utilitárias, esculpidas ou entalhadas em cô já tecida.
pedra. Tem como produtos panelas, peças decorati-
vas, imagens e outros. 3.12 Artesanato em argila e congêneres
O macramê é uma técnica de tecer fios que não se É uma atividade artesanal que utiliza uma ferramen-
vale de nenhum tipo de maquinário ou ferramenta, ta simples, o tear, que permite o entrelaçamento de
somente as mãos. Trabalhando com os dedos, os fios uma maneira ordenada de dois conjuntos de fios,
vão se cruzando e ficam presos por nós, formando denominados trama e urdidura, formando como re-
cruzamentos geométricos, franjas e uma infinidade sultado uma malha denominada tecido.Vários são
de formas decorativas. os tipos de teares existentes, cada um com uma fi-
nalidade específica. A escolha do tear a ser utilizado
3.19- Pintura depende da proposta de trabalho e do que se quer
executar: seja fazer um tapete, uma tapeçaria para
É a atividade que consiste na aplicação da tinta em enfeitar a casa ou ainda confeccionar alguma peça
diversos objetos, tais como tecidos, vidros, madei- de vestuário, como casacos, coletes ou utilitários, a
ras, cerâmicas etc., com o objetivo de preservar e exemplo de bolsas e cintos.
propagar a cultura local.
3.22 - Artesanato em cera e congêneres
A atividade de pintura baseia-se na criatividade e
aplicação de elementos plásticos, de técnicas e prin- Refere-se a um tipo de artesanato caracterizado
cípios da arte, levando em consideração a harmonia pela variedade de objetos utilitários e decorati-
das cores e seus variados esquemas e matizes. vos, com a utilização de ceras e congêneres. En-
tre eles destacam-se velas, sabonetes artesanais,
moldes e outros.
Artesanato de bordados 14
Artesanato de crochê 14
Artesanato de metais 16
Artesanato de pedras 16
Artesanato de rendas 14
Artesanato em madeira 18
Decoupage 14
Macramê 14
Pintura 14
Tapeçaria 14
Tecelagem 14/18
Outros tipos de atividade de artesanato podem ser promovidos pelas Administrações Regionais de acordo com
a demanda. Estas devem observar a necessidade e a demanda da comunidade e os materiais disponíveis.
4) Arte e Cultura
Os programas de políticas públicas de arte e cultura A Constituição refere-se à cultura, no artigo 216, nos
têm estado em pauta nos últimos anos, buscando seguintes termos: “Constituem patrimônio cultural
atender a uma demanda social crescente, que é a brasileiro os bens de natureza material e imaterial, to-
necessidade de atividades de lazer para o tempo li- mados individualmente ou em conjunto, portadores
vre da população de nossas cidades. Esse “espaço de referência à identidade, à ação, à memória dos di-
do ócio” é resultado de uma nova configuração do ferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
trabalho na reestruturação do capitalismo, na qual
cada vez mais o tempo é controlado pelas necessi- Há ainda o conceito de patrimônio cultural imate-
dades do mercado, o que vem gerando mudanças rial que, segundo a Unesco, compreende “práticas,
culturais na população. Como consequência, os representações, expressões, conhecimentos e téc-
eventos de arte, cultura e lazer vêm ganhando um nicas junto com os instrumentos, objetos, artefatos
novo papel na organização da sociedade, relaciona- e lugares culturais que lhes são associados e que as
do ao bem-estar das populações. comunidades, os grupos e, em alguns casos, os in-
divíduos reconhecem como parte integrante de seu
patrimônio cultural”.
Transmitido de geração a geração, esse patrimônio é “As artes auxiliam na formação do cidadão ao:
mantido e permanentemente recriado pelas comu-
nidades e pelos grupos em função de sua interação • Mobilizar a expressão e a comunicação pessoal;
com o meio em que vivem e com a sociedade mais • Intensificar as relações dos indivíduos tanto
ampla. Tendo em vista que a Carta Magna promul- com seu mundo interior como com o exterior;
ga o direito à cultura para todos os cidadãos sem • Auxiliá-lo a compreender a diversidade de valo-
exceção, faz-se necessário, portanto, estender e in- res que orientam tanto seus modos de pensar e
centivar tais direitos também à sociedade do meio agir como os da sociedade;
rural, uma vez que esse grupo ainda traz fortes laços • Favorecer o entendimento da riqueza e diversi-
históricos culturais arraigados em seu estilo de vida. dade da imaginação humana; e
Entre as principais manifestações do meio rural que Torná-lo capaz de perceber sua realidade cotidia-
permitem o desenvolvimento das atividades ligadas na mais vivamente, reconhecendo e decodificando
à arte e cultura, encontram-se: formas, sons, gestos e movimentos que estão à sua
volta”1 .
• Dança;
• Música;
• Literatura;
1 ARAÚJO, S. A. Possibilidades pedagógicas do cinema em sala de aula.
• Teatro; e
• Pintura. Revista Espaço Acadêmico – nº 79 – Ano III. Disponível em: http://www.
espacoacademico.com.br/079/79araujo.htm
Resultados esperados: Com a implantação do projeto, almeja-se que produtores rurais e seus familiares aprendam
a tocar o instrumento para uso próprio e para geração de renda. Além disso, pretende-se propiciar o resgate cultural,
aproximar as famílias dos sindicatos rurais, desenvolver habilidades e conhecimentos sobre sustentabilidade, criar
vínculos sociais e melhorar seu nível cultural, entre outras formas de crescimento.
Objetivo: Aprender a tocar viola caipira, por meio de aulas teóricas e práticas.
Carga horária: 72 horas distribuídas em aulas de, no mínimo, duas e, no máximo, três horas, sendo duas aulas por semana.
Local: Amplo, coberto, com boa ventilação, isolamento acústico e iluminação, datashow e lousa preferencialmente
branca. Deve dispor de mesas e cadeiras (uma por aluno, uma para o auxiliar e uma para o instrutor), pontos de luz,
tomadas, espaço para projeção de slides, água potável, banheiros e toalhas para secar as mãos.
Avaliação do projeto: Ocorre de forma somatória, à medida que o programa vai sendo desenvolvido. O instrutor
deve acompanhar cada atividade no sentido de garantir a aprendizagem dos alunos em cada fase.
Materiais didáticos: Todos os módulos possuem cartilhas. Os alunos recebem também pen drives e CDs para as
atividades.
Mobilização: É feita pelos sindicatos rurais/ outras instituições junto às comunidades rurais. Faz toda a implemen-
tação, juntamente com as parcerias, para a implantação do projeto.
O Programa Cine Senar visa resgatar a cultura popular, utilizar o cinema na transmissão de documentos histó-
ricos e realizar a divulgação da instituição Senar/MT. A carga horária do evento é de quatro horas.
Com uma infraestrutura que consiste em assentos para 400 expectadores, telão e um sistema de som para
atender até três mil pessoas, o Cine Senar movimenta as cidades e leva muita diversão e lazer não só para as
crianças, mas para toda a população.
O Senar/MT envia balões e capas para as cadeiras com a identificação do programa para o município. Além
disso, por meio da empresa que presta os serviços, organiza o espaço com a divulgação via carro de som para
anúncio do evento, com local, horário e panfletos.
As cadeiras são arrumadas como em um cinema, o espaço é decorado e são providenciados pipoca e pula-pula.
São projetados dois filmes de curta-metragem e um filme de longa-metragem, com classificação livre, que são
escolhidos de uma lista encaminhada previamente pelo sindicato rural do município. Os gêneros dos filmes
são infantis e históricos.
Com essa ação, o Senar/MT leva a experiência do cinema para muitos pela primeira vez.
Os cursos e treinamentos de Promoção Social do Já pensou em tudo que precisamos ler e entender?
Senar na área de educação devem proporcionar, em Com certeza o alfabetizado não percebe, mas essa
primeiro lugar, espaço para a reflexão e mudança habilidade é uma porta de entrada para fazer parte
atitudinal, necessárias a melhorias sociais dos in- e participar do mundo. Para garantir uma educação
divíduos inseridos no meio rural. Sabe-se que pro- de qualidade para todos, é necessário, inicialmente,
cessos educativos comportam forte interface com que todas as crianças saibam ler e escrever na idade
questões capazes de melhorar a qualidade de vida certa, de modo a tornarem-se adultos alfabetizados
local, com o estabelecimento de processos solidá- e participantes do mundo. Lamentavelmente, essa
rios de produção e convivência. não é a realidade do país, pois muitas crianças e
adultos ainda não estão alfabetizadas em leitura e
As iniciativas na área de educação ofertadas pela escrita e na matemática. Esse fato pode trazer im-
instituição visam contribuir para mitigar os resulta- plicações não apenas para a educação, mas também
dos de lacunas estruturais e, pelo conhecimento do para o circuito de pobreza e desigualdade do país.
meio rural, funcionarem como pilotos a serem repli- Com o aumento no número de crianças e adultos
cados em ampla escala, com a articulação de forças não alfabetizados, faz-se necessário priorizar a ofer-
com outros parceiros. ta de ações de alfabetização para aqueles que não
puderam ou não quiseram fazê-lo na idade adequa-
O Senar, pela sua capacidade orçamentária e ope- da. As desigualdades na educação ainda perduram
rativa, entende que tais atividades devem ser com- entre os brasileiros, seja nas populações em situa-
plementares aos processos de educação formal e ção de pobreza e/ou naquelas com dificuldades de
outros realizados pelo poder público nos âmbitos acesso. Entre esses brasileiros está a população da
municipal, estadual e federal. área rural.
Devem ser trabalhadas na perspectiva de um con- A escolarização para o homem é entendida como
ceito ampliado, visando à mudança, evolução e ação de construção do conhecimento de forma a
adaptação da pessoa no contexto sociocultural, tornar o cidadão crítico e consciente, como agente
econômico e político. de transformação do comportamento diante da re-
alidade, permitindo-o integrar-se à sociedade, criti-
Devem, ainda, representar oportunidades de prática camente, fazendo com que amplie e reorganize sua
social desenvolvendo, no indivíduo, habilidades do visão de mundo. Ao mencionarmos as desigualda-
pensar, interpretar, inferir, criticar, compreender e des no campo, é fundamental registar que a realida-
construir, vinculadas à pessoa em seu ambiente de de na zona rural é assustadora quanto ao índice de
vida e de trabalho. analfabetismo. Faltam professores e escolas e estas
últimas, quando existem, não possuem estrutura e
Atividades de educação oferecidas pelo Senar são precárias, com falta de água e energia. Quanto
aos educadores, muitos não possuem a formação
5.1 Alfabetização de jovens e adultos necessária. Soma-se a isso a questão geográfica, que
dificulta o acesso às escolas na área rural e/ou na ci-
São atividades que visam alfabetizar jovens e adul- dade. É normal ver aulas serem improvisadas embai-
tos do meio rural, possibilitando a leitura, a escrita e xo de árvores, em galpões, igrejas, sedes de associa-
a compreensão do texto e do contexto, bem como a ções e cooperativas. Também são encontradas salas
realização de operações matemáticas básicas. de aulas que sequer possuem carteiras ou quadro
negro. O público da zona rural é um dos mais atin-
As iniciativas voltadas para a alfabetização de jovens gidos pela exclusão nas esferas de educação, saúde,
e adultos podem ter como objetivo proporcionar a transporte, lazer e informação. Jovens e adultos se
elevação de escolaridade e a apreensão das compe- esforçam para acompanhar as aulas em busca de
tências necessárias ao ingresso dos participantes um futuro melhor, de sobrevivência e qualidade de
nos cursos e treinamentos de Formação Profissional vida para eles e suas famílias. Para muitos desses
Rural (FPR), além de proporcionar-lhes melhor qua- jovens e adultos, a educação é objeto de sonho, já
lidade de vida e melhoria da autoestima. que apenas alguns a materializam.
O Programa Alfacampo
O Senar-AR/RO adota uma concepção de trabalho que associa educação e trabalho, fazendo com que seus
programas principais se desenvolvam de forma sinérgica. Dessa forma, enxerga o processo de alfabetização
emancipatória chegando às comunidades rurais como um conjunto de atividades de caráter eminentemente
humano. O programa atua, principalmente, no desenvolvimento de aptidões pessoais e, simultaneamente,
promovendo ações de educação fundamental, tendo, como prioridade, a alfabetização e o letramento de pro-
dutores rurais.
O material utilizado é da própria Administração Regional, composto de manual do professor, caderno de ati-
vidades e apostila. O programa possui carga horária de 200 horas dividida em quatro módulos. O quantitativo
máximo de participantes por turma é de 25 pessoas, com idade a partir de 15 anos.
As atividades de educação ambiental devem estar Deve-se procurar incorporar, ativamente, ao progra-
focadas na conscientização do indivíduo e da po- ma, crianças e jovens, de forma que eles contribuam
pulação e voltadas à valorização, à preservação e para o desenvolvimento de melhores condições do
à recuperação do meio ambiente. A educação am- ambiente em que vivem, adquirindo conhecimentos
biental favorece a sustentabilidade, que preconiza e criando hábitos adequados a essa evolução. Te-
a satisfação das necessidades atuais do trabalhador, mas como coleta, destinação e reciclagem do lixo,
do produtor rural e de suas famílias, sem compro- preservação ambiental, uso correto de agrotóxicos
meter a capacidade das gerações futuras de suprir e produtos biodegradáveis podem ser trabalhados
suas próprias necessidades. de forma contextualizada e atual, bem como uso de
embalagens descartáveis, uso adequado das águas,
Paulo Freire (2007) compreende o ser humano como destino de dejetos e preservação da flora e fauna,
um ser histórico, social, inconcluso, que compara, entre tantos outros identificados como necessários.
valoriza, intervém, escolhe e decide, fazendo-se ser
ético. Tal afirmação deve ser associada aos jovens
e adultos analfabetos para que as intervenções de
alfabetização propiciem o desenvolvimento de suas
potencialidades.
O Programa Despertar faz parte das atividades da Promoção Social do Senar Bahia, implantado em 2005. É re-
alizado em parceria entre o Senar-AR/BA, sindicatos de produtores rurais e prefeituras municipais, atendendo
diretamente a escolas do campo, professores, coordenadores, diretores e alunos e, indiretamente, a cerca de
300.000 pessoas do meio rural por meio de ações que envolvem tanto os estudantes como suas famílias e as
comunidades nas quais estão inseridos.
Ao longo do ano, o Programa Despertar tem um tema gerador e transversal para trabalhar e incentivar a ela-
boração dos projetos socioambientais das escolas. Em 2021, o tema escolhido foi: Produção de Alimentos e
Sustentabilidade: do campo à mesa!
Assim, os professores do Programa Despertar desenvolvem atividades utilizando metodologias ativas, fazen-
do uso dos Temas Contemporâneos Transversais (TCTs), da interdisciplinaridade e da transversalidade, com a
intenção de não fragmentar os conhecimentos em blocos rígidos, para que assim a educação se constitua em
meio de transformação social. A proposta didática está alinhada à BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e
contribui para o fortalecimento dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável).
Os educadores que fazem parte do Despertar recebem formação contínua realizada pelo Senar durante todo
o ano letivo.
O programa oferece, ainda, os materiais didáticos que são elaborados com o objetivo de contribuir para as
reflexões sobre a educação socioambiental em sala de aula.
Os materiais didáticos possuem ícones elaborados especialmente para o programa, o que proporciona a con-
textualização local, a pesquisa e a promoção de reflexões acerca da temática discutida.
Os personagens do programa contidos no material didático contribuem para a interação dos estudantes e
foram escolhidos para atender à diversidade, à questão de gênero e às características dos estudantes da Bahia.
Os personagens que fazem parte da Turma do Grãozito são: Grãozito, Francisco, Gustavo, Joana, Flor, Madiba,
Portira, Leucena e os professores Flora e Lírio.
Os municípios participantes elaboram um plano de ação organizado em seis eixos estratégicos, tendo como
referência a proposta de Escolas Sustentáveis do Ministério da Educação (MEC). Os eixos são:
1) Gestão democrática;
2) Currículo;
3) Espaço físico sustentável e produção sustentável;
4) Protagonismo infanto-juvenil;
5) Ação social/ comunitária; e
6) Redes colaborativas e conectividade.
As atividades realizadas para promoção da educação para o trabalho devem ter como base o conhecimento
das aptidões do indivíduo para a sua inserção no mercado de trabalho e o gerenciamento pessoal de sua vida
profissional nas formas mais amplas, inclusive de acordo com as premissas da economia solidária, além do
trabalho das competências básicas como as ligadas a relacionamento interpessoal, ética, oratória e princípios
da gestão de economia individual e coletiva.
Relato do programa:
O programa foi motivado pelas dificuldades apresentados pelos jovens da área rural do município de Sumidouro –
município do estado com 70% da população na área rural, com pequenos agricultores de olerícolas, que faz parte
da região serrana –, que envolve municípios com grande potencial de produção agrícola: Teresópolis, Nova Friburgo,
Bom Jardim, Carmo e Duas Barras.
Com a abertura do polo de apoio presencial do curso técnico, nossa inserção no ensino formal, fomos confrontados
com o baixo nível educacional presente na dificuldade apresentada durante o processo seletivo para ingresso no cur-
so, com alto índice de reprovação ou uma crescente desmotivação no prosseguimento dos estudos dos que conse-
guiram o ingresso (evasão de quase 60%). Esta é refletida na dificuldade apresentada no processo de aprendizagem,
principalmente no núcleo de Formação Geral e Humana do curso, por meio das três unidades curriculares iniciais:
Introdução à informática, Português instrumental e Matemática básica e financeira.
Motivados por esta situação, também incorporamos a necessidade de trabalharmos um viés vocacional, uma vez
que percebemos a desvalorização e nenhum incentivo destes jovens na profissionalização e no trabalho na atividade
rural, que acontece muito cedo na vida dos jovens rurais. Assim, propomos um trabalho incluindo uma abordagem
com temas como escolha das atividades profissionais, formação para o trabalho, tomada de decisão, planos para o
futuro etc.
Realizado em projetos-piloto em municípios da região serrana do estado, o programa possui os seguintes objetivos
e a seguinte metodologia de trabalho em seu plano:
1. Objetivo:
Auxiliar o ingresso dos jovens rurais em atividades produtivas rurais e no mercado de trabalho formal, com o de-
senvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, com um trabalho de equiparação curricular que contribua
para a empregabilidade, o empreendedorismo e a inclusão em programas de qualificação profissional e técnica,
fundamentais em um mercado tão exigente com a formação.
2. Metodologia do programa:
2.1 Realização:
As atividades de educação para o consumo con- Consiste em informar e orientar as famílias rurais
sistem em orientar o indivíduo e sua família sobre sobre a importância de aceitar as diferenças, bem
como utilizar melhor bens e serviços, de acordo com como as dificuldades individuais, visando à consci-
valores, necessidades, objetivos e renda familiar. In- ência crítica e à convivência digna e respeitosa em
cluem: uma sociedade complexa e diversificada, favorecen-
do o desenvolvimento afetivo e social. Refere-se à
• Bens e serviços; divulgação de temas como:
• Necessidades e desejos;
• Sistema de compras; • Pessoas com necessidades especiais e/ou com
• Guia para compras; deficiência (PNEs): conceituação, classificação e
• Escolha e seleção de produtos e serviços; procedimentos de inclusão social no meio rural;
• Economia familiar; • Normas e legislações direcionadas à emprega-
• Direitos e deveres do consumidor; e bilidade das PNEs e/ou com deficiência;
• Mercado consumidor e tendências. • Aspectos importantes para acessibilidade das
PNEs e/ou com deficiência; e
• PNEs e/ou com deficiência e sua convivência
familiar e social.
Conteúdo:
Material utilizado:
ços, sem fins lucrativos. Todas são pautadas por sete • Ginástica cooperativa/ recreativa;
princípios básicos do cooperativismo: adesão livre; • Iniciação esportiva (jogos coletivos);
controle democrático: “um homem, um voto”; devo- • Modalidades esportivas;
lução do excedente ou retorno sobre as compras; • Caminhada;
juros limitados ao capital; neutralidade política, reli- • Cavalgada;
giosa e racial; vendas a dinheiro e à vista; e fomento • Passeio ciclístico;
do ensino em todos os graus. • Atividades físicas para a terceira idade; e
• Outras atividades de acordo com a demanda e
5.7 Educação Financeira a necessidade da comunidade.
mentos que resultem em novas habilidades e atitu- dependem economicamente do processo produti-
des críticas por parte dos indivíduos. vo agrossilvipastoril e extrativista animal e vegetal.
Há peculiaridades a serem consideradas quanto se
Educação e Promoção da Saúde pensa em educação desse segmento populacional?
Sim, e elas devem ser diagnosticadas e usadas como
Outra questão a ser respondida refere-se à edu- subsídio para se traçar as estratégias utilizadas pela
cação como promotora de saúde. É possível que PS do Senar.
atividades educativas em saúde, incluídas aquelas
propiciadas pelo Senar, contribuam para a apropria- Pesquisa Senar Saúde Rural (PSSR)
ção de conhecimento na área, para a construção de
consciência sanitária e para uma mudança compor- Os avanços em saúde pública dos últimos 30 anos,
tamental significativa no que concerne ao processo manifestados principalmente pela redução da taxa
saúde e doença? de mortalidade infantil, o controle de uma série de
doenças infecciosas e o aumento da expectativa de
Muitos são os princípios e os conceitos que fundamen- vida da população melhoraram substancialmente a
tam a prática da educação em saúde e da promoção situação de vida e saúde dos brasileiros. No entan-
em saúde. Sem cair em armadilhas reducionistas, a to, ainda persistem significativas desigualdades em
educação em saúde procura desencadear mudanças saúde entre populações em situação de pobreza e
de comportamento individual, enquanto que a promo- com dificuldades de acesso aos serviços de saúde.
ção em saúde, muito embora inclua sempre a educa- Entre os brasileiros rurais, essas desigualdades em
ção em saúde, visa provocar mudanças de comporta- saúde são pouco documentadas e, consequente-
mento organizacional, capazes de beneficiar a saúde mente, reconhecidas.
de camadas mais amplas da população.
O Senar compreendeu a necessidade de se investir
Na prática, a educação em saúde constitui apenas em uma pesquisa de abrangência nacional que pu-
uma parcela das atividades técnicas voltadas para a desse diagnosticar, com a lente do rural, o estado de
saúde, prendendo-se especificamente à habilidade saúde dessa população que participa das ações de
de organizar logicamente o componente educativo Promoção Social da instituição.
de programas que se desenvolvem em quatro di-
ferentes ambientes: a escola, o local de trabalho, o As preocupações iniciais, que fundamentaram o de-
ambiente clínico, em seus diferentes níveis de atua- senvolvimento da pesquisa, foram:
ção, e a comunidade, compreendida aqui como con-
tendo populações-alvo que não se encontram nor- • As dificuldades em obter dados sobre a situa-
malmente nas três outras dimensões. Por constituir ção de saúde da população rural brasileira, que
apenas uma parte de um conjunto de atividades, a embasassem a construção de estratégias de
educação em saúde é uma atividade-meio, devendo ação adequadas aos objetivos da Promoção So-
a ênfase ser na saúde e não na doença. cial desenvolvidos no Senar;
• A demanda de conhecimento das diferenças
Conclui-se, então, que a educação intercede pela geográficas da situação de saúde e de compor-
saúde ao ofertar suas tecnologias construtivistas e tamentos e hábitos em saúde do público en-
de ensino-aprendizagem, que geram novos conheci- volvido nos programas especiais de saúde do
mentos, habilidades e atitudes. Senar; e
• A necessidade de ampliar e melhor qualificar os
A informação é essencial quando se apregoa a partici- programas de saúde desenvolvidos pela insti-
pação da comunidade e o exercício do controle social tuição.
sobre as políticas públicas. A educação para a saúde é,
assim, espaço para construção da consciência sanitária Para abordar essas preocupações, os seguintes ob-
como instrumento de defesa dos cidadãos. jetivos foram definidos:
Ainda, uma questão a ser respondida refere-se à • Realizar um diagnóstico da situação de saúde
educação ofertada às pessoas do meio rural, que e dos comportamentos e hábitos em saúde do
Observação: É necessário sempre ter como parcei- Higiene pessoal: Deve apresentar a importância
ras as secretarias de saúde com acordos bem con- de cuidados com a higiene pessoal (banho, unhas,
solidados, pois não é missão do Senar a prestação cabelos, dentes, partes íntimas, entre outros),
desses serviços, e sim a educação preventiva. com o vestuário (utilização de roupas limpas, cal-
çados confortáveis e limpos, toalhas e roupas de
3) Soluções tecnológicas cama) e com o ambiente em que se vive (limpeza
• Serviços dentários e oftalmológicos; da casa, recolhimento do lixo) para uma qualidade
• Tratamento dentário; de vida saudável.
• Doações de próteses dentárias;
• Exame e avaliação da função visual;
• Doações de óculos;
• Distribuição de medicamentos para tratar ver-
minoses e piolhos; e
• Distribuição de pílulas anticoncepcionais e ca-
misinhas.
Uso abusivo de álcool e outras drogas: Neste Visando ampliar o escopo de atuação e, consideran-
tema, é preciso esclarecer o que são drogas lícitas e do as especificidades socioculturais, territoriais e
ilícitas e como o consumo abusivo de drogas pode institucionais, além da preocupação com a situação
afetar a produtividade, as relações familiares, o tra- da saúde dos adolescentes que vivem no meio rural,
balho e a sociedade, além de como e onde procurar o Senar desenvolveu um programa de Promoção da
ajuda para o tratamento. Saúde direcionado a essa população.
Saúde e segurança no trabalho rural: Deve abor- O que é o PROGRAMA SAÚDE DO ADOLES-
dar a importância da correta utilização dos Equipa- CENTE RURAL?
mentos de Proteção Individual (EPIs). Deve tratar,
ainda, dos riscos que constam nos manuais de saú- Objetivo: Promover a saúde do Adolescente, com
de e segurança: de acidente, ergonômico, físico, bio- ênfase na saúde mental, na saúde sexual, reprodu-
lógico e químico. tiva, no uso abusivo de drogas, na saúde mental:
bullying, depressão, automutilação e demais vio-
lências, por meio de ações educativas e formativas cadores/instrutores e ampliar o conhecimento dos
junto aos adolescentes, educadores e às famílias/ adolescentes. E serão detalhados em documento
responsáveis. próprio.
Este programa tem como estratégia central de suas Doenças crônicas não transmissíveis
ações o alcance de três atores chave para o seu de-
senvolvimento: As atividades educativas e preventivas relacionadas
a doenças crônicas não transmissíveis devem enfa-
• Adolescentes de 12 a 14 anos tizar aspectos de patogenia, prevenção e cuidados e
• Educadores/Instrutores englobar os seguintes temas:
• Famílias/Responsáveis
• e 15 a 17 anos • Noções sobre diabetes;
• Alterações lipídicas;
• Obesidade;
• Hipertensão arterial;
• Doenças cardiovasculares; e
• Tipos de câncer, entre outras.
7.2 Equoterapia
dutos. As atividades devem enfatizar as formas de 7.5 Saúde materno-infantil (na infância e na ado-
aquisição, patogenia e prevenção. lescência)
Breve relato de como a oferta acontece na ponta, se há preparação prévia dos instrutores, qual o material didá-
tico utilizado e qual a carga horária, além de qualquer outra informação que seja pertinente.
• Cartazes sobre saúde bucal para afixar nos locais para escovação dos dentes na escola; e
• Cartilhas para a biblioteca da escola.
• Professor, orientador ou supervisor para permanecer no evento e auxiliar nas atividades de recreação, de
modo que a instrutora possa deslocar-se para a prática da escovação com as crianças, em local apropriado;
• Sala ampla, exclusiva para as atividades da campanha;
• Ambiente para prática de escovação;
• Auxílio para a montagem e desmontagem do cenário;
• Mesa para material educativo; e
• Mesas e cadeiras para as crianças.
Saneamento é o conjunto de medidas que visam As atividades devem promover a educação do indi-
preservar ou modificar as condições do meio am- víduo, da comunidade e um padrão de vida adequa-
biente, com a finalidade de prevenir doenças, pro- do à manutenção da saúde no meio rural, abordan-
mover a saúde, melhorar a qualidade de vida da po- do diversos temas, tais como:
pulação e a produtividade do indivíduo e facilitar a
atividade econômica. • Abastecimento de água;
• Deposição de dejetos e águas servidas (es-
No Brasil, o saneamento básico é um direito as- gotos);
segurado pela Constituição e definido pela Lei nº. • Deposição de lixos;
11.445/2007 como o conjunto de serviços, infraes- • Limpeza e conservação de locais com água;
trutura e instalações operacionais de abastecimen- • Controle de animais e vetores de doenças;
to de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, • Saneamento de habitação (condições adequa-
drenagem urbana e manejos de resíduos sólidos e das de moradia);
de águas pluviais. • Saneamento de locais de trabalho;
• Saneamento de escolas; e
• Saneamento de locais de lazer (parques, pisci-
nas, lagos, rios, represas, entre outros).
Doenças transmissíveis
Produtores, trabalhadores e seus familiares; agentes comunitários de
Prevenção de acidentes saúde que atendem à área rural.
14
Saneamento básico no meio rural A turma poderá ser mista, formada por pessoas da comunidade e
agentes.
Saúde materno-infantil
Saúde bucal A turma poderá ser mista, formada por pessoas da comunidade e
agentes.
TIPO DE PROGRAMAÇÃO E
ESTRATÉGIAS
ÁREAS E ATIVIDADES ATIVIDADES CARÁTER
EDUCATIVAS
• Alimentação materno-infantil
• Curso
• Planejamento de cardápios com apro-
• Seminário
veitamento de alimentos seguros
Alimentação e nutrição Educativo preventivo
• Palestra
• Produção artesanal de alimentos
• Encontro
• Saúde e alimentação
• Dia especial
Apoio às comunidades
• Serviços comunitários • Encontro Educativo Preventivo Atendimento
rurais
• Palestra
• Artesanato de bordados
• Artesanato de crochê
• Artesanato de metais
• Artesanato de pedras
• Artesanato de rendas
• Artesanato em madeira
• Artesanato em tecidos
• Decoupage
• Macramê
• Pintura
• Tapeçaria
• Tecelagem
• Dança
• Teatro • Oficina
• Pintura
TIPO DE PROGRAMAÇÃO E
ESTRATÉGIAS
ÁREAS E ATIVIDADES ATIVIDADES CARÁTER
EDUCATIVAS
• Cavalgada • Torneio
• Passeio ciclístico
• Equoterapia
• Saúde bucal
Este é um programa que tem como objetivo despertar as mulheres rurais para o empreendedorismo e a lide-
rança, respeitando seu potencial e suas aptidões. Isso inclui desde um trabalho de valorização da autoestima
a questões práticas, como o controle do orçamento familiar e gerenciamento da propriedade. Paralelamente,
deve-se intensificar o trabalho de motivação desse público para os programas e cursos já existentes.
O Programa Mulher Atual foi criado com o objetivo de levar as participantes a atuarem com uma postura ativa
frente aos desafios pessoais, sociais e profissionais com inserção do desenvolvimento sustentável.
Diante disso, a oferta é realizada a nível de campo e vem tentando ir de encontro às necessidades que as mu-
lheres produtoras e trabalhadoras rurais possuem, articulando e fomentando sua participação no curso em
conversas com associações de produtoras, sindicatos rurais e demais grupos que tenham esse público inserido
em seu contexto.
A preparação prévia das instrutoras para atuar com esse programa se dá de maneira cuidadosa, preocupando-
-se além das competências técnicas que elas precisam ter também com as habilidades humanas de relaciona-
mento pessoal e de sensibilidade, necessárias para este público específico.
A metodologia utilizada é aprendizagem pela ação, utilizando ferramentas do Ciclo de Aprendizagem Vivencial,
tudo cuidadosamente elaborado para dar conta dos assuntos pretendidos (autoconhecimento, qualidade de
vida e empreendedorismo, sustentabilidade), ministrados em 64 horas de curso.
Objetivo: Despertar, no profissional da educação, um novo olhar para a adolescência e suas peculiaridades,
possibilitando uma reflexão sobre a sua prática pedagógica e buscando uma convivência harmônica e respei-
tosa entre as partes.
Objetivos específicos:
Estruturação do evento
• Contatar a Secretaria de Educação do município e/ou diretamente as escolas para oferta da ação junto
aos educadores, ficando a critério da escola disponibilizar dia e data em conformidade com a agenda do
instrutor para a realização do projeto;
• Disponibilizar local para realização do evento (sala de aula com quadro ou flip-chart, pincel ou giz), no caso
da modalidade presencial; e
• Estabelecer, se possível, parceria para providenciar almoço e lanche para todos os presentes, no caso da
modalidade presencial.
Perfil do instrutor
Instrutores novatos precisam realizar o acompanhamento integral do evento antes de atuar, para conhecer a
aplicação do conteúdo na prática, bem como as dinâmicas propostas.
1) Adolescência:
• Peculiaridades comportamentais; e
• Processo de solidificação da identidade.
2) Conflito de geração:
• Tipos e características socioculturais;
• Informação x conhecimento; e
• Influência da mídia nos padrões comportamentais.
3) Transtornos:
• Alimentares e comportamentais;
• Síndrome de Irlen;
• Síndrome de Asperger;
• TDAH;
• TEA (Transtorno do Espectro Global); e
• Automutilação, depressão e suicídio.
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