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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SECRETARIA DE ESTADO DA JUVENTUDE E EMPREGO


INSTITUTO NACIONAL DA JUVENTUDE
Unidade de Gestão do Projecto

Projecto para Aproveitar o Dividendo Demográfico


Moçambique – Desenvolvimento e Empoderamento para Jovens

Manual de Boas Práticas de Gestão Ambiental e Social

Volume I
Relatório Principal

Maputo, Dezembro, 2020


SUMÁRIO EXECUTIVO
Introdução

O Governo de Moçambique, através do Instituto Nacional da Juventude (INJ), instituição tutelada pela
Secretaria de Estado da Juventude e Emprego (SEJE), com o suporte do Banco Mundial, está a
implementar o projecto designado “Aproveitar o Dividendo Demográfico: Moçambique–
Desenvolvimento e Empoderamento para Jovens” (Projecto).

De modo a salvaguardar os aspectos ambientais e sociais durante a preparação e implementação do


Projecto, foi elaborado um Manual de Boas Práticas de Gestão Ambiental e Social (Manual) em
conformidade com as Políticas do Banco Mundial e da legislação nacional, bem como das melhores
práticas internacionais.

O presente documento constitui o Sumário Executivo do Manual. O Manual aplica-se a todas as


actividades e subprojectos associados ao Projecto, que são classificados por Categoria C perante as
políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial e da legislação Moçambicana.

Racional

Moçambique possui 28.8 milhões de habitantes e uma estrutura etária jovem (45% da população tem
menos de 15 anos e 65% tem menos de 25 anos) (INE, 2019).

A alta taxa de fecundidade (cerca de 5.2) causa um elevado crescimento populacional e maior
proporção de população dependente (0 a 14 anos) comparativamente a população em idade activa (15
a 65 anos) (INE 2017). A população dependente cria desafios as famílias e ao Governo na provisão de
serviços, cuidados neonatais, alimentação, saúde, educação, etc.

Uma estratégia para atingir um desenvolvimento económico e sustentável passa por adoptar políticas
públicas de reforma económica e criação de empregos decentes, além de investimentos significativos
no desenvolvimento de capital humano de qualidade e no fortalecimento da governação. Para
ultrapassar estes desafios, e reconhecendo a oportunidade única que o Dividendo Demográfico1
oferece, o Governo desenvolveu o Projecto.

O Projecto enquadra-se nas iniciativas de materialização do objectivo central do Programa Quinquenal


do Governo 2020-2024, nomeadamente: adoptar uma economia mais diversificada e competitiva,
intensificando os sectores produtivos com potencial para elevar a geração de renda e criação de mais
oportunidades de emprego, sobretudo, para jovens.

Descrição do Projecto

O Projecto objectiva o aumento do empoderamento, do acesso à educação e das oportunidades de


emprego para os jovens.

O Projecto comporta diversas actividades repartidas em três componentes, nomeadamente:

1 O dividendo demográfico é o benefício económico resultante de um aumento significativo no rácio de adultos em activa em
relação aos dependentes, que é possível graças ao rápido declínio da fecundidade e da mortalidade, se essa mudança for
acompanhada por investimentos sustentados nas áreas de educação, desenvolvimento de competências, saúde e criação de
emprego.

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• Componente 1 (Programa Eu Sou Capaz) - Capacitação e educação dos adolescentes e jovens;
o Formação em competências para a vida às raparigas que abandonaram a escola.
o Serviços educativos e informação sobre saúde sexual e reprodutiva (SSR) e violência baseada
no género (VBG).
o Fornecimento de uniformes escolares por forma a reduzir os custos educacionais e manter a
rapariga na escola.
o Fornecimento de bicicletas para rapazes e raparigas de distritos seleccionados, para facilitar
a mobilidade.
o Fornecimento de kits desportivos, culturais e financiamento de actividades desportivas nas
escolas.

• Componente 2 (Programa Emprega)- Promoção de oportunidades de emprego produtivo;


o Realização de Concursos de Planos de Negócio2 para empresas em fase de arranque e
empresas existentes com elevado potencial de crescimento.
o Apoio ao auto-emprego e criação de pequenas empresas informais3.

• Componente 3 - Reforço ao desenvolvimento da política dos jovens e da gestão do projecto;


o Apoio para coordenação do projecto.
o Fortalecimento institucional.
o Monitoria e avaliação.

O projecto é de âmbito nacional, porém, algumas actividades serão focalizadas a 45distritos


seleccionados para intervenção prioritária, nas províncias de Cabo Delgado, Zambézia, Nampula,
Manica, Sofala, Maputo, e Cidade de Maputo, considerando uma combinação de zonas rurais e
suburbanas.

Arranjo Institucional

A implementação global do projecto será coordenada pela Secretaria de Estado da Juventude e Emprego
(SEJE), em estreita colaboração com o Comité Intersectorial para o Dividendo Demográfico (CIDD)4 que
funcionará como comité directivo do projecto (CDP).

Para apoiar a SEJE na implementação do Projecto, foi criada a Unidade de Gestão do Projecto (UGP),
responsável por contratar empresa(as)/organizações (Provedores de Serviço) para gerirem a
implementação do concurso de planos de negócios, apoio ao auto-emprego e as empresas
recentemente criadas ou já existentes. Esta unidade será auxiliada com o Comité Directivo do Projecto
(CDP).

2 O Concurso de Plano de Negócio (CPN) promove investimentos privados para criar postos de trabalho assalariados no sector
formal com vista a melhorar o ambiente de trabalho e a sustentabilidade do emprego criado. O CPN será organizado por uma
empresa especializada contratada pelo projecto. Espera-se mais de 10.000 candidatos e prevê-se a formação de um total de
3.000 para a preparação de planos empresariais. Os vencedores dos CPN receberão apoio em capital e assistência técnica. A
assistência financeira assumirá a modalidade de subvenção em montante ainda em apuramento, tendo se fixados
provisoriamente 24 000 dólares.
3 Os jovens que beneficiarão de formação em distritos específicos (estimados em 16.000) poderão concorrer a um subsídio
através da apresentação de um plano de negócios. Espera-se que cerca de 3.200 jovens trabalhadores independentes sejam
seleccionados para receber um subsídio de até 1.000 dólares. A intervenção pode constituir uma oportunidade para o
desenvolvimento de pequenas empresas tipicamente informais com potencial para criar algum emprego extra.
4 O CIDD é constituído pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH); Ministério da Ciência, Tecnologia,

e Ensino Superior (MCTES); Ministério da Saúde (MISAU); Ministério do Género, da Criança e da Acção Social (MGCAS);
Ministério do Trabalho, do Emprego e da Segurança Social (MITESS); o Ministério da Indústria e Comércio (MIC) e o Ministério
da Cultura e Turismo (MICULTUR).

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Processo de Participação Pública

A preparação do Manual deu início ao trabalho de campo, nas províncias de Nampula, Zambézia, Sofala,
Maputo e cidade de Maputo, por forma a ter sensibilidade das particularidades dos locais prioritários
de implantação, e incluiu consultas que decorreram entre os dias 21 de Outubro a 6 de Novembro de
2020, permitindo a interacção com um total de 126 pessoas, 75 do sexo masculino e 51 do sexo
feminino.

Os consultados levantaram expectativas e recomendações maioritariamente de âmbito social. De forma


sumária, recomendaram: (a) criação de condições de introduzir lanche escolar e actividades ligadas a
agro-pecuária, culinária, processamento de alimentos nos estabelecimentos de ensino, por forma a criar
condições de ter a rapariga envolvida na escola; (b) atribuir cadeiras de roda as pessoas com deficiência
física, para facilitar a sua mobilidade; (c) realizar visitas escolares à mulheres formadas e bem sucedidas,
para motivar as raparigas; (d) apoiar órgãos de comunicação social com incidência tanto nacional como
local, por forma a criar programas radiofónicos de debates sobre saúde sexual reprodutiva, entre outros
temas relevantes; (e) criar fundo de empréstimos a longo prazo para adolescentes e jovens recém-
formados e formados em cursos vocacionais para o auto-emprego.

Potenciais Impactos, Riscos e Procedimentos de GestãoSocioambiental

Em geral, as actividades do Projecto criarão mais impactos positivos que negativos.Os impactos e riscos
negativos são mínimos ou nulos (circunscritos ao local da actividade, temporários, reversíveis e
facilmente mitigáveis através de medidas de rotina):

• As actividades das Componentes 1 e 3 apenas criarão impactos positivos, não se prevendo impactos
negativos.
• No âmbito da Componente 2, o projecto financiará a implementação de plano de negócios para
empresas em fase de arranque e empresas existentes, bem como providenciará suporte ao
autoemprego de jovens trabalhadores independentes. Embora o leque de actividades a financiar na
Componente 2 ainda não seja conhecido, são apenas elegíveis actividades com potencial impacto
ambiental ou social mínimo, ou nulo, equivalentes à Categoria C.

Para salvaguardar que os subprojectosda Componente 2 (beneficiários de subvenções) não criem


impactos acima do elegível (inerentes a projectos de Categoria A+, A ou B), no processo de selecção, os
candidatos terão de preencher um formulário de triagem ambiental cuja avaliação implicará assegurar
que o subprojecto não será localizado ou não tem actividades que se enquadram numa lista negativa
de exclusão. Por outro lado, depois que assegurado que o subprojecto é de Categoria C e após a
aprovação, o beneficiário passará por formação para assegurar que esteja em condições de
implementar o projecto obedecendo aos requisitos de gestão ambiental e social presentes no Manual.

Estão descritos no Manual uma série de procedimentos de gestão, bem como a entidade responsável
pela sua implementação, por forma a minimizar os impactos negativos e maximizar os positivos em
resultado das actividades do Projecto e subprojectos elegíveis, repartidos pelas fases de Planificação,
Implantação e fecho do financiamento do projecto.

Ademais, por forma a garantir transparência na interacção com o grupo alvo e reduzir os riscos
associados a implementação do Projecto, foi elaborado um Código de Ética e um Código de Conduta
Contra Violência Baseada no Género (VBG) e Violência Contra Criança (VCC) (incluindo Violência Sexual
Baseada no Género (VSBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS), Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras,

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trabalho infantil, etc.)para os funcionários, dirigentes, provedores de serviço e beneficiários das
subvenções.

Uma estratégia de comunicação e engajamento das partes interessadas é sugerida com o objectivo de
dar a conhecer os produtos, actividades, potencialidades, resultados e oportunidades decorrentes da
execução do Projecto, bem como abrir canais de comunicação que propiciem a sustentabilidade futura
da imagem do Projecto.

Mecanismo de Gestão de Reclamações(MGR)

Como política geral do Projecto, o Proponente, provedores e beneficiários devem trabalhar


proactivamente no sentido de se evitar reclamações da comunidade, dos trabalhadores e contratados
durante a implementação do Projecto e subprojectos. O MGR do Projecto está esquematizado no
diagrama abaixo.

Fluxo do Mecanismo de Gestão de Reclamações

Monitoria e Fiscalização da Implementação do Manual

A implementação dos procedimentos de gestão constantes do presente Manual serão objecto de


monitoria e fiscalização, sob responsabilidade da equipa de salvaguardas do Banco Mundial, da SEJE,
dos pontos focais e os próprios provedores de serviço e beneficiários.

A identificação do não cumprimento das medidas de gestão constantes deste Manual deverá ser
registada e os responsáveis notificados sobre os problemas/fraco desempenho em causa, as acções a

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tomar e um prazo de implementação de acções correctivas. O Manual apresenta indicadores de
monitoria que deverão ser periodicamente verificados.

Procedimentos de Resposta a Emergências

Os procedimentos de resposta a cenários de emergência permitem um combate eficaz do acidente e a


minimização da respectiva consequência, para assegurar a integridade física de toda a pessoa e
trabalhadores/estudantes no local, a protecção ambiental, a segurança de bens e o funcionamento do
equipamento.

Considerando as actividades previstas e riscos prováveis, apresentam-se, no Manual, procedimentos de


resposta para situações de emergência relacionadas a:

• Atropelamento;
• Derrame de produtos químicos (solventes, óleos, tintas, etc);
• Assistência à vítimas;
• Combate à incêndios.

Durante a execução do Projecto, a SEJE ou seus parceiros poderão reavaliar as potenciais situações de
risco inerentes às actividades e especificar melhor os responsáveis e acções.

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Lista de Abreviaturas
APE Agente Polivalente Elementar
AS Assédio Sexual
AIA Avaliação do Impacto Ambiental
BM Banco Mundial
CdC Código de Conduta
CDP Comité Directivo do Projecto
CPN Concurso de Planos de Negócio
EAS Exploração e Abuso Sexual
GdM Governo de Moçambique
ITS Infecção de Transmissão Sexual
INJ Instituto Nacional da Juventude
INE Instituto Nacional de Estatística
CIDD Comité Intersectorial para o Dividendo Demográfico
MGR Mecanismo de Gestão de Reclamações
PAP Pessoas Afectadas pelo Projecto
PPF Mecanismo de Preparação de Projectos
MINEDH Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano
ODP Objectivo do Desenvolvimento do Projecto
ONG Organizações Não Governamentais
PO Política Operacional
SEJE Secretaria do Estado da Juventude e Emprego
SRHS Serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva
UGP Unidade de Gestão do Projecto
VBG Violência Baseada no Género
VSBG Violência Sexual e Baseada no Género
VCC Violência Contra as Crianças

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Índice
SUMÁRIO EXECUTIVO I
LISTA DE ABREVIATURAS i
ÍNDICE i
Lista de Figuras ii
Lista de Tabelas ii
1. Introdução 1
1.1. Enquadramento 1
1.2. Proponente 1
1.3. Consultor Erro! Marcador não definido.
1.4. Âmbito e Objectivo do Manual 1
1.5. Princípios de gestão ambiental e social 2
1.6. Actualizações 3
2. Descrição do Projecto 3
2.1. Antecedentes 3
2.2. Objectivo do projecto 5
2.3. Componentes do Projecto 5
3. Arranjo Institucional e de Gestão Ambiental e Social 6
3.1. Arranjos Institucionais para Implantação do Projecto 6
3.2. Responsabilidade dos actores-chave na implementação do Manual 7
3.3. Formação e Capacitação 8
4. Quadro Legal 9
4.1. Quadro Jurídico para a Gestão Ambiental e Social 9
4.1.1. Outros Regulamentos Relevantes 10
4.2. Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial 12
4.3. Comparação entre a legislação Moçambicana e a Política do Banco Mundial 13
5. Processo de Participação Pública 14
6. Potenciais Impactos e Riscos Ambientais e Sociais 15
7. Procedimentos de Avaliação e Aprovação de Subprojectos 16
8. Procedimentos de Boas Práticas Ambientais e Sociais 17
8.1. Fase de Planificação 17
8.2. Fase de Implementação 18
8.3. Fase do Fecho do Financiamento ao Projecto 25
9. Código de Ética 27
10. Prevenção de violência baseada no género e contra criança, incluindo violência e assédio
sexual, uniões prematuras e trabalho infantil 27
11. Prevenção de influxo de trabalhadores e problemas sociais associados 28
12. Prevenção e Controlo da COVID-19 28
13. Estratégia de Comunicação 30
14. Mecanismo de Gestão de Reclamações 32
15. Procedimentos de Resposta a Emergências 35
16. Monitoria e Fiscalização da Implementação do Manual 35
17. Considerações Finais 37
18. Bibliografia 38
ANEXOS 40

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ANEXO I – Províncias e Distritos Seleccionados para a Implementação de Actividades Específicas do
Projecto 41
ANEXO II – Formulário de Triagem Ambiental e Social 44
ANEXO III – Lista (Negativa) de Actividades não Elegíveis para Financiamento 49
ANEXO IV – Códigos de Conduta para VBG e VCC 57
ANEXO V – Procedimento de operacionalização do Mecanismo Gestão de Reclamações (MGR) 70
ANEXO VI – Procedimentos de Respostas a Situações de Emergência 74

Lista de Figuras
Figura 1: Fluxo da Estratégia de Comunicação ........................................................................................ 32
Figura 2: Fluxo do Mecanismo de Gestão de Reclamações ..................................................................... 33

Lista de Tabelas
Tabela 1: Dados de Contacto do SEJE ........................................................................................................ 1
Tabela 2: Dados de Contacto do Consultor.................................................. Erro! Marcador não definido.
Tabela 3: Quadro Jurídico Nacional Relacionado a Avaliação Ambiental .................................................. 9
Tabela 4: Outros Regulamentos ............................................................................................................... 10
Tabela 5: Políticas Operacionais de Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial ................... 12
Tabela 6: Visão geral das semelhanças e diferenças entre as políticas do GdM e do BM ....................... 13
Tabela 7: Indicadores de Monitoria ......................................................................................................... 35

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1. Introdução
1.1. Enquadramento

O Governo de Moçambique, através do Instituto Nacional da Juventude (INJ), instituição tutelada pela
Secretaria de Estado da Juventude e Emprego (SEJE) com o suporte do Banco Mundial, está a
implementar o projecto designado “Aproveitar o Dividendo Demográfico: Moçambique –
Desenvolvimento e Empoderamento para Jovens” (Projecto), cujo objectivo é melhorar o acesso à
educação e às oportunidades de emprego para os jovens, através de: (i) empoderamento de famílias
com vista a tomarem decisões reprodutivas e económicas informadas; (ii) aumento da educação de
adolescentes, em particular dos mais vulneráveis; e (iii) promoção de mais emprego para as actuais e
futuras gerações de trabalhadores.

Os principais beneficiários do Projecto são adolescentes e jovens entre 10 e 35 anos. No entanto,


diferentes actividades atingirão diferentes subgrupos em género, faixa etária, área de residência e
vulnerabilidade.

Neste contexto, o Governo definiu programas e projectos de carácter transversal visando o


desenvolvimento dos adolescentes e jovens com destaque para a promoção da saúde sexual e
reprodutiva, promoção do emprego e autoemprego, empreendedorismo juvenil, formação vocacional
e técnico-profissional e fomento de hábitos de vida saudável.

De modoa salvaguardar os aspectos ambientais e sociais durante a preparação e implementação do


Projecto, O INJ contratou serviços de consultoria individualpara elaboração de Manual de Boas Práticas
de Gestão Ambiental e Social em conformidade com as Políticas do Banco Mundial e da legislação
nacional, bem como das melhores práticas internacionais.

O presente documento constitui o Manual de Boas Práticas de Gestão Ambiental e Social do projecto
(o Manual).

1.2. Proponente

A Secretaria de Estado da Juventude e Emprego através do Instituto Nacional da Juventude, instituição


pública, é o Proponente e titular do Projecto, responsável pelo desenvolvimento e implementação do
Projecto em nome do Governo de Moçambique (ver detalhes na tabela abaixo).

Tabela 1: Dados de Contacto daSEJE


Proponente do Projecto Detalhes
Nome Secretaria de Estado da Juventude e Emprego
Endereço Av. 10 de Novembro nº 74, Praceta 1196, Cidade de Maputo
Telefone 823282603/4/5/6/7 ou 843282603/4/5/6/7

1.3. Âmbito e Objectivo do Manual

Os critérios enunciados no presente Manual são aplicáveis à planificação e implementação do Projecto


e serão incorporados nos contractos entre a SEJE, as empresas e indivíduos contratados para executar
quaisquer actividades, bem como os beneficiários de subvenções no contexto do presente projecto.

O Manual foi desenhado para actividades de Categoria C perante as políticas de salvaguarda ambiental
e social do Banco Mundial (BM) e da legislação Moçambicana, ou seja, actividades que provocam

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impactos negativos negligenciáveis, insignificantes ou mínimos, sem impactos irreversíveis e onde os
impactos positivos são superiores aos negativos. Por esse motivo, ao invés de propor medidas de
gestão complexas e robustas, o Manual prevê acções preventivas de impactos e riscos, sendo a
principal medida a exclusão de actividades potencialmente geradoras de impactos de maior
significância (que elevariam o Projecto a Categoria A ou B).

Qualquer actividade com impactos significativos que vier a ser implementada (actualmente não
prevista no Projecto) estará fora do âmbito do Manual, devendo se elaborar outro instrumento de
gestão ambiental e social para a mesma.

O Manual tem por objectivo:

• Auxiliar na garantia de conformidade com a legislação e directrizes do Banco Mundial;


• Identificação e descrição de meios para assegurar a implementação efectiva de medidas de
mitigação;
• Providenciar segurança aos reguladores e intervenientes, que os seus requisitos em
desempenho ambiental e social serão cumpridos;
• Especificar os papéis e responsabilidades pela gestão ambiental, monitoria e auditoria
ambientais;

O Manual inclui recomendações que irão estabelecer a base para mitigação, gestão e monitoria dos
potenciais impactos e riscos ambientais e sociais, como abaixo especificado:

• Medidas para prevenira ocorrência de impactos adversos(negativos).


• Não sendo possível evitar a ocorrência dos impactos negativos, o Manual descreve medidas
para mitigar(reduzir o efeito) os impactos negativos advindos do projecto.
• Medidas para incrementar os impactos positivos do projecto, para maximizar os potenciais
benefícios do projecto.
• Medidas correctivas (para impactos reversíveis) de modo a assegurar a reposição das
condições ambientais anteriores (antes da interferência das actividades do projecto).
• Medidas demonitoria para monitorizar a eficácia das medidas de mitigação.

1.4. Princípios de gestão ambiental e social

A SEJE, seus colaboradores, contratados ou beneficiários no âmbito do projecto devem operar


considerando a hierarquia de mitigação dos impactos ambientais e sociais, visando evitar ou minimizar
impactos negativos e optimizar os impactos positivos, decorrentes da sua actividade no ambiente
biofísico e socioeconómico. Este processo deverá igualmente garantir a manutenção da saúde e a
segurança de todas as pessoas envolvidas nas actividades e da população em geral.

Este compromisso deve ser assumido numa abordagem “top to bottom”, o que significa a todos os
níveis começando pela gestão e estendendo-se a todas as partes envolvidas nas actividades do
projecto, que devem assumir este compromisso e trabalhar no sentido de garantir o seu cumprimento
com base nos seguintes princípios:

• Princípio 1: Consciencialização Ambiental – adoptar uma atitude responsável em relação a


assuntos ambientais e sociais, assegurando que todas as pessoas envolvidas assumam as suas
responsabilidades individuais. As diferentes actividades desenvolvidas no âmbito do projecto

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terão de tomar em conta os aspectos ambientais e sociais e não degradar as condições pré-
existentes.
• Princípio 2: Mitigação – As actividades relacionadas com o ciclo de vida do projecto e
subprojectos irão incluir medidas de mitigação apropriadas de modo a assegurar que os
impactos ambientais e sociais negativos sejam devidamente mitigados e geridos, e os positivos
sejam maximizados.
• Princípio 3: Responsabilidade – A SEJE e seus contratados (provedores de serviço e
beneficiários das subvenções) assumem plena responsabilidade por implementar e controlar
os requisitos prescritos para gerir a mitigação dos impactos ambientais e monitorar os factores
ambientais durante as diferentes fases de desenvolvimento do projecto.

A equipa de salvaguardas da SEJE irá monitorar e auditartodas as actividades do projecto, de modo a


assegurar a conformidade com os requisitos e políticas descritas neste Manual.

1.5. Actualizações

As especificações do presente Manual foram estabelecidas visando alcançar a protecção social e


ambiental possível com base nas melhores práticas identificadas. É de salientar que, sempre que exista
necessidade de alteração de processos operacionais, o Manual deve sofrer uma revisão e actualização
para espelhar estas alterações. A actualização deve ser feita em intervalos de até 5 anos, podendo em
situações extraordinárias justificáveis, ocorrer em períodos mais curtos.

2. Descrição do Projecto
2.1. Antecedentes

Moçambique possui 28.8 milhões de habitantes, com uma densidade populacional média de 36.1
Hab./km2. A população é maioritariamente jovem (45% tem menos de 15 anos e 65% tem menos de
25 anos) (INE, 2019).

As uniões prematuras constituem um dos principais problemas socioeconómicos na África Austral.


Actualmente, 9 em cada 10 raparigas ingressam no ensino primário em Moçambique, mas apenas 1,5
em cada 10 raparigas chegam ao ensino secundário (MISAU 2018).Aunião prematura é uma das formas
de Violência Baseada no Género (VBG) quefavorece no surgimento da gravidez precoce, Exploração e
Abuso Sexual (EAS), afecta directamente a escolarização, limita as oportunidades de trabalho para a
rapariga,tambémcontribuiparao aumento das Infecções de Transmissão Sexual (ITS)e
noagravamentoda taxa de seroprevalência do HIV e SIDA no país (com uma taxa de 13.2% entre a
população adulta dos 15 aos 49 anos)(IMASIDA, 2015).

Estas práticas favorecem também para a elevada taxa de fecundidade (cerca de 5.2),causando um
elevado crescimento populacional e maior proporção de população dependente (0 a 14 anos)
comparativamente a população em idade activa (15 a 65 anos)(INE, 2017). A população dependente
cria desafios as famílias e ao Governo na provisão de serviços, cuidados neonatais, alimentação, saúde,
educação, etc.

O crescimento rápido da população, a elevada fecundidade e a elevada taxa de dependência são parte
dos obstáculos ao processo de desenvolvimento do País. Ter muitos filhos dificulta as famílias e ao
Governo fazer investimentos adequados na educação, saúde e na provisão de empregos descentes,

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que são fundamentais para o desenvolvimento socioeconómico (UNFPA Moçambique, 2018),
forçando a prática de trabalho infantil para de suprir necessidades familiares.

Uma estratégia para atingir um desenvolvimento económico e sustentável passa por adoptar políticas
públicas de reforma económica e criação de empregos decentes, além de investimentos significativos
no desenvolvimento de capital humano de qualidade, no fortalecimento da governação e na adopção
de estratégias de redução da taxa de fecundidade. Estas acções permitirão ao País beneficiar do
Dividendo Demográfico.

O dividendo demográfico é o benefício económico resultante de um aumento significativo no rácio de


adultos em idade activa em relação aos dependentes (14 anos ou menos e 65 anos ou mais), que é
possível graças ao rápido declínio da fecundidade e da mortalidade, se essa mudança for acompanhada
por investimentos sustentados nas áreas de educação, desenvolvimento de competências, saúde e
criação de emprego.

Consciente do papel crucial desempenhado por jovens na sociedade, e dos vários desafios que estes
enfrentam, o Governo de Moçambique (GdM) estabeleceu um quadro de políticas para apoiar o
empoderamento e o emprego da juventude, incluindo a criação da Política de Juventude (2013) e da
Política Nacional de Emprego (2016) e seu plano de acção. Em 2018, estabeleceu um Comité
Intersectorial para o Dividendo Demográfico (CIDD)5, composto por diferentesministérios e liderado
pelo então Ministério da Juventude e Desporto (actual SEJE), a principal congénere deste projecto.

Por outro, o Governo tem vindo a implementar várias iniciativas visando promover a adesão aos
serviços de saúde sexual e reprodutiva (SSR), formação profissional e técnica e apoiar o auto-emprego.
Paralelamente, muitas agências de desenvolvimento, Organizações Não-Governamentais (ONG) e
outros actores de desenvolvimento desempenham um papel activo neste domínio, apoiando
programas independentes de pequena escala direccionados para o potenciamento e emprego da
juventude.

Uma análise dos programas existentes de empoderamento e emprego dos jovens, realizada no âmbito
da preparação deste Projecto, identificou que os principais desafios dos programas existentes residem
na sua fragmentação em pequena escala, bem como nos seus precários sistemas de monitoria e
avaliação (M&E)6. Como resultado, muitos programas lutam para garantir a sustentabilidade de modo
a alcançar a fase de expansão. A análise também identificou lacunas existentes, especialmente em
pacotes abrangentes que apoiam o sector informal ou a criação de empregos formais entre os jovens.

Para ultrapassar estes desafios, e reconhecendo a oportunidade única que o dividendo demográfico
oferece, o Governo de Moçambique está a mudar para uma abordagem sistémica integrada do
desenvolvimento e do emprego dos jovens. Este projecto constitui uma parte importante destes
esforços.

O Projecto visa adoptar uma abordagem global para alcançar os elementos-chave do dividendo
demográfico: redução da fertilidade e uma mão-de-obra produtiva, melhorar a oferta de serviços de

5O CIDD é constituído pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH); Ministério da Ciência, Tecnologia,
e Ensino Superior (MCTES); Ministério da Saúde (MISAU); Ministério do Género, da Criança e da Acção Social (MGCAS);
Ministério do Trabalho, do Emprego e da Segurança Social (MITESS); o Ministério da Indústria e Comércio (MIC) e o Ministério
da Cultura e Turismo (MICULTUR).
6 Banco Mundial, 2018. Mapeamento de Programas de Desenvolvimento e Emprego de Jovens em Moçambique.

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saúde sexual e reprodutiva, melhorar a educação feminina e as oportunidades de emprego,
especialmente das mulheres jovens.

O presente Projecto enquadra-se nas iniciativas de materialização do objectivo central do Programa


Quinquenal do Governo 2020-2024 nomeadamente: adoptar uma economia mais diversificada e
competitiva, intensificando os sectores produtivos com potencial para elevar a geração de renda e
criação de mais oportunidades de emprego, sobretudo, para jovens.

O Documento de Avaliação do Projecto (em inglês Project AppraisalDocument) apresenta suficientes


detalhes adicionais sobre a caracterização do contexto socioeconómico do país e grupo alvo
(juventude e género) que dispensa investigações adicionais. Por forma a evitar duplicação de esforços,
o Manual focaliza na gestão dos impactos e riscos espectáveis do Projecto.

2.2. Objectivo do projecto

O Objectivo de Desenvolvimento do Projecto é de apoiar o Governo de Moçambique no aumento do


empoderamento, do acesso à educação e das oportunidades de emprego para os jovens.

2.3. Componentes do Projecto

O Projecto tem três componentes que são largamente descritas no Documento de Avaliação do
Projecto (em inglês Project AppraisalDocument). Em resumo, as componentes e as actividades
compreendem:

• Componente 1 (Programa Eu Sou Capaz)- Capacitação e educação dos adolescentese jovens


o Formação em competências para a vida às raparigas que abandonaram a escola.
o Serviços educativos e informação sobre saúde sexual e reprodutiva (SSR), violência
baseada no género (VBG).
o Fornecimento de uniformes escolares por forma a reduzir os custos educacionais e manter
a rapariga na escola.
o Fornecimento de bicicletas para rapazes e raparigas de distritos seleccionados, para
facilitar a mobilidade.
o Fornecimento de kits desportivos e culturais, e financiamento de actividades desportivas
nas escolas.

• Componente 2 (Programa Emprega) - Promoção de oportunidades de emprego produtivo;


o Realização de concursos de Planos de Negócio7para empresas em fase de arranque e
empresas existentes com elevado potencial de crescimento.
o Apoio ao auto-emprego e criação de pequenas empresas informais8.

• Componente 3 - Reforço ao desenvolvimento da política dos jovens e da gestão do projecto;

7 O Concurso de Plano de Negócio (CPN) promove investimentos privados para criar postos de trabalho assalariados no sector
formal com vista a melhorar o ambiente de trabalho e a sustentabilidade do emprego criado. O CPN será organizado por uma
empresa especializada contratada pelo projecto. Espera-se mais de 10.000 candidatos e prevê-se a formação de um total de
3.000 para a preparação de planos empresariais. Os vencedores dos CPN receberão apoio em capital e assistência técnica. A
assistência financeira assumirá a modalidade de subvenção em montante ainda em apuramento, tendo se fixados
provisoriamente 24 000 dólares.
8 Os jovens que beneficiarão de formação em distritos específicos (estimados em 16.000) poderão concorrer a um subsídio
através da apresentação de um plano de negócios. Espera-se que cerca de 3.200 jovens trabalhadores independentes sejam
seleccionados para receber um subsídio de até 1.000 dólares. A intervenção pode constituir uma oportunidade para o
desenvolvimento de pequenas empresas tipicamente informais com potencial para criar algum emprego extra.

5|Página
o Apoio para coordenação do projecto.
o Fortalecimento institucional.
o Monitoria e avaliação.

O projecto é de âmbito nacional, ou seja, tem actividades que serão desenvolvidas a escala nacional,
porém, algumas actividades serão focalizadas a locais específicos. Para o efeito, foram seleccionados
45distritosde intervenção prioritária9 (11no Norte, 30no Centro e quatro (4) no Sul do País) em seis
províncias: Cabo Delgado, Zambézia, Nampula, Manica, Sofala, Maputo, e Cidade de Maputo. O Anexo
I mostra os distritos prioritários, que consideram uma combinação de zonas rurais e suburbanas.

3. Arranjo Institucional e de Gestão Ambiental e Social


3.1. Arranjos Institucionais para Implantação do Projecto

A implementação global do Projecto será coordenada pela Secretaria de Estado da Juventude e


Emprego10 (SEJE), em estreita colaboração com o Comité Intersectorial para o Dividendo Demográfico
(CIDD), que funcionará como comité directivo do Projecto.

Para apoiar a SEJE na implementação do Projecto e assegurar uma coordenação interministerial


adequada, a nível central foram criados dois órgãos, para coordenar o Projecto global, nomeadamente:
a Unidade de Gestão do Projecto (UGP) e um Comité Directivo do Projecto (CDP).

A UGP é criada na SEJE11 e é composta por um Gestor do Projecto, Especialista em aquisições, em


gestão financeira, emmonitoria e avaliação, em informática, em emprego, em comunicaçãoe em
salvaguardas, e temcomo responsabilidades, dentre outras: (i) gerir a implementação diária das
actividades do Projecto; (ii) gerir o processo das aquisições, fazer a gestão financeira, gerir os
desembolsos e aspectos de salvaguardas do Projecto; (iii) coordenar a preparação dos ajustes e do uso
das ferramentas de gestão do Projecto; (iv) coordenar com as principais partes interessadas sobre os
aspectos técnicos de todas as componentes; (v) monitorar o progresso para o alcance dos objectivos
do Projecto e dos indicadores intermédios do Quadro de Resultados; (vi) elaborar os relatórios do
Projecto; e (vii) servir como o principal ponto de contacto do Banco Mundial. Há possibilidade de se
contratar outros profissionais com conhecimento específico numa base temporária, dependendo das
necessidades específicas.

O especialista em salvaguardas contratado a nível central será responsável pelo controlo e


cumprimento das garantias ao abrigo das políticas do Banco Mundial e da legislação ambiental e social
do Governo de Moçambique. Ele será contratado para o projecto em concurso público, com
qualificações para o Projecto considerando as exigências do Banco Mundial. Deverá compor uma
equipe de salvaguardas identificando colegas da SEJE (efectivos e estagiários) com quem deverá

9
A selecção das províncias e distritos para a implementação de actividades específicas do projecto baseia-se nos seguintes
critérios: a) vulnerabilidade (nível de pobreza, número de jovens, acesso aos serviços sociais e outros indicadores); b)
indisponibilidade de programas semelhantes para evitar a duplicação de esforços; e c) disponibilidade de serviços para os
quais o projecto visa aumentar a procura (em particular, escolas, SRHS, serviços de resposta à violência baseada no género,
programas de formação e soluções de transporte).
10 A Secretaria de Estado da Juventude e Emprego é o órgão Central do Aparelho do Estado é responsável pela definição,

implementação de políticas, estratégias, programas económicos e sociais adoptados pelo Estado, assegurando a direcção,
coordenação, planificação e controlo da acção governamental nos domínios da Juventude e do Emprego. Foi criada pelo
Decreto Presidencial n002/2020, de 30 de Janeiro, após a extinção do Ministério da Juventude e Desportos - MJD
11 A nível da SEJE as actividades de coordenação e gestão do Projecto estão delegadas ao Instituto Nacional da Juventude

(instituição tutelada pelo SEJE).

6|Página
trabalhar como assistentes a nível central e provincial, e transmitir conhecimentos técnicos na base de
formação em exercício e sentimento de apropriação do Projecto como legado para a fase pós-
financiamento.

O CDP prestará orientação estratégica à UGP e à SEJE na implementação do Projecto. O CDP servirá
para: (i) proporcionar o aconselhamento estratégico geral; (ii) melhorar a coordenação
interministerial; (iii) acompanhar os planos anuais do Projecto e a sua implementação; (iv) promover
a consciencialização sobre as actividades do Projecto, aumentar a apropriação e reforçar a coerência
com a agenda geral do dividendo demográfico do Governo de Moçambique.

A nível local, a SEJE apoiar-se-á nas suas representações de nívelprovincial, distrital e de posto
administrativo, bem como em estruturas de apoio para a implementação do projecto, onde deverão
ser criados pontos focais de salvaguardas ambientais e sociais.

A UGP irá contratar, de forma competitiva, empresa(as)/organizações (Provedores de serviço)para


gerir a implementação do concurso de planos de negócios, incluindo campanhas de sensibilização,
parcerias, monitoria e processamento das propostas, bem como os exercícios de capacitação a nível
local. A UGP será também responsável por contratar empresas com presença regional para gerirem a
implementação do apoio ao auto-emprego, que será coordenada pelo Ministério da Indústria e
Comércio, em coordenação com as autoridades provinciais e distritais.

Os Provedores de serviço contratados deverão ter na sua equipa especialistas ou técnicosem


salvaguardas ambiental e socialpara assegurar correcta triagem ambiental e social dos subprojectos e
garantir que não sejam seleccionados/aprovados subprojectos não elegíveis, ou seja, que incluam
actividades patentes naLista Negativa.

3.2. Responsabilidade dos actores chave na implementação do Manual

• SEJE (Proponente do Projecto e financiador das subvenções) – tem responsabilidade de


coordenar o desenvolvimentoe implementação global do projecto.
• UGP–Responsável pela implementação do projecto, contratação de provedores de
serviço,monitoria e processamento das propostas dos planos de negócio (aprovação com a
assistência dos especialistas do banco mundial), bem como o exercício das capacitações e a
administração de todas as actividades do projecto a nível central.
• Especialista em Salvaguardas da SEJE – tem a responsabilidade de acompanhar o processo de
contratação de provedores de serviços e beneficiários, garantir o treinamento dos pontos
focais em salvaguardas ambiental e socialem todos os níveis (provincial, distrital) e garantir o
cumprimento das directrizes e políticas do BM e GdM em relação aos aspectos de salvaguardas
ambientais e sociais. A equipa de salvaguardas aprova a triagem ambiental e social dos
subprojectos,acompanha o processo de aprovação dos planos de negócio, garante a
integração de cláusulas ambientais e sociais na contratação de Provedores de serviço e
beneficiários, realiza auditoriase monitorias e assegura que os diferentes Subprojectos não
extravasem o preceituado para subprojectos de Categoria C.
• CDP – Prestará orientação estratégica a SEJE na implementação do Projecto.
o A prestação de apoio para a retenção da rapariga e rapazes na escola (compra de
uniformes escolares, aquisição de bicicletas, o fornecimento de kits desportivos e o
financiamento de actividades desportivas) serão coordenadas pelo MINEDH e
implementada pela SEJE, tendo os conselhos da escola e autoridades distritais no
processo de monitoria.

7|Página
o O apoio à criação de emprego será implementado em coordenação com o Ministério
da Indústria e Comércio.
• Ponto Focal de salvaguardas de nível provincial - auxilia a equipe de salvaguardas de nível
central na planificação e gestão das actividades a nível da província bem como em monitoria
periódica aos subprojectos.
• Ponto Focal de salvaguardas de nível distrital e de posto administrativo - apoiaos candidatos a
beneficiários no preenchimento dos formulários de triagem, faz monitoria regular aos
beneficiários, escolas, etc. e dá auxílio generalizado aos pontos focais provinciais e equipe de
salvaguardas de nível central.Apoia ao provedor de serviço na pré-triagem dos projectos
submetidos pelos candidatos a subvenções.
• Provedores de serviço – Estes serão responsáveis por gerir a implementação do concurso de
planos de negócios, incluindo campanhas de sensibilização, capacitação, parcerias, monitoria
e avaliação das propostas dos subprojectos, bem como verificar o cumprimento da Lista
Negativa e do Formulário de Avaliação Ambiental e Social dos subprojectos e garantir que
sejam desenvolvidos em conformidade com o presente Manual, legislação nacional e políticas
do Banco Mundial. Após a pré-selecção dos subprojectos, estes são enviados para a UGP para
a aprovação final, que pode ser feita com o auxílio do CDP e dos especialistas do banco
Mundial.
• Beneficiários de subvenções - são responsáveis pelas diferentes actividades dos subprojectos
a que beneficiarem e são legalmente obrigados a cumprir com o Manual e a demais legislação
inerente as suas actividades. Devem obter todos os licenciamentos inerentes a sua actividade
e implementar e controlar os requisitos prescritos neste Manuel para gerir amitigação dos
impactos ambientais e sociais e monitorar os factores ambientais durante as diferentes fases
de desenvolvimento do subprojecto.

3.3. Formação e Capacitação

A implementação bem-sucedida do Projecto dependerá, entre outros da aplicação efectiva das


medidas de gestão ambiental e social delineadas no presente Manual para cada actividade ou
subprojecto a ser implantado.

O especialista de salvaguardas da SEJE e do Provedor de Serviços de Plano de Negócios devem garantir


que todos os colaboradores internos e os beneficiários de subvenções do concurso de plano de
negócios (CPN) estejam treinados para garantir o seguinte:

• Um conhecimento básico das características ambientais, sociais, de saúde e segurança


ocupacional, do local e seus arredores.
• A familiaridade com questões sobre MeioAmbiente, Saúde e Segurança Ocupacional,
Mecanismo de Gestão de Reclamações (MGR), Violência Baseada no Género (VBG) e Violência
Contra Crianças (VCC) (incluindo Violência Sexual Baseada no Género (VSBG), Exploração e
Abuso Sexual (EAS), Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil, etc.).
• Questões de saúde, incluindo riscos locais, primeiros socorros, doenças transmissíveis como
HIV e SIDA, malária, cólera,ITS’s e COVID-19.
• A importância do conteúdo do Código de Conduta, assim como as penalidades para quem
infringir.
• Sensibilização de outras matérias de Saúde, Segurança e Ambiente, que forem consideradas
necessárias para cada subprojecto.

8|Página
A formação ao pessoal interno será gerida e administrada por um especialista. Para além da formação
geral extensiva a todos os colaboradores, o especialista deverá formar ao(s) seu(s) assistente(s) em
temas mais específicos e depois voltar a treiná-los continuamente durante o exercício da actividade
(formação em exercício, do inglês ‘’on-the-jobtraining’’)como referido na Secção 3.1.

A formação ao pessoal externo será administrada primeiro pelos especialistas de salvaguardas à


pontos focaisem salvaguardas ambientais e sociais de nível provincial, onde estes deverão ter
capacidade para difundir a formação para os pontos focais distritaise de posto administrativo. A
formação para este grupo visa, habilitá-los para:

• Providenciar assistência aos beneficiários no preenchimento do formulário de triagem


ambiental e social.
• Avaliar as fichas de triagem, para certificar que as actividades são elegíveis ao Projecto (isto é,
que correspondem a Categoria C).
• Formar aos Beneficiários para implementarem o Manual (ou seja, formação de formadores).
• Monitorar o desempenho ambiental e social dos subprojectos beneficiários de subvenções.

Por sua vez, os pontos focais distritais/postos administrativos, incluindoprovedores de serviço, irão
formar aos Beneficiários com suporte e monitoria dos pontos focais provinciais e especialistas de
salvaguarda central.

A SEJE, poderá, no entanto, considerar outra modalidade que requer menos esforço de gestão para
maiores benefícios no alcance dos resultados, que é contratar empresas de consultoria ambiental e
socialou consultores individuais experientes para providenciarem as formações ao nível provincial,
distrital e de posto administrativo.

4. Quadro Legal
4.1. Quadro Jurídico para a Gestão Ambiental e Social

A tabela que se segue apresenta de forma sumária o quadro legal aplicável a gestão ambiental e social
do Projecto.

Tabela 2: Quadro Jurídico Nacional Relacionado a Avaliação Ambiental


Legislação Descrição
Consagra que o Estado garante o equilíbrio ecológico, a
conservação e preservação do ambiente, visando a
melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, assegurando
Constituição da República, 2004 que a gestão de recursos naturais acontece de forma
racional e sem comprometer as gerações vindouras, com o
objectivo de garantir o direito ao ambiente no quadro de
um desenvolvimento sustentável.
Define a base jurídica para a boa utilização do ambiente
para o desenvolvimento sustentável do país. A Lei do
Lei n° 20/97 de 1 de Outubro - Lei do Ambiente
Ambiente Aplica-se a todas actividades públicas e privadas
que, directa ou indirectamente, afectam o meio ambiente.
Estabelece normas sobre o processo de avaliação do
impacto ambiental, tendo como âmbito de aplicação todas
Decreto n° 54/2015 – Regulamento sobre o
as actividades públicas ou privadas que directa ou
Processo de Avaliação do Impacto Ambiental
indirectamente possam influir nas componentes
ambientais.

9|Página
Legislação Descrição
Define auditoria ambiental como um instrumento de
gestão de avaliação sistemática, documentada e objectiva
do funcionamento e organização do sistema de gestão e
Decreto n° 25/2011 de 15 de Junho –
dos processos de controlo e protecção do ambiente, tendo
Regulamento sobre o Processo de Auditoria
como seu âmbito de aplicação actividades públicas e
Ambiental
privadas que durante a fase da sua implementação,
desactivação e restauração, directa ou indirectamente,
possam influir nas componentes ambientais.
Regulamenta a supervisão, controlo e verificação da
Decreto n° 11/2006 de 15 de Junho –
conformidade do projecto com as normas de protecção do
Regulamento sobre a Inspecção Ambiental
ambiente a nível nacional
Estabelece os padrões de qualidade ambiental e de
Decreto n° 18/2004 – Regulamento sobre Padrões
emissão de efluentes, visando o controlo e manutenção
de Qualidade Ambiental e de Emissão de
dos níveis admissíveis e concentração de poluentes nos
Efluentes
componentes ambientais.
Altera os artigos 23 e 24, e os Anexos I e V, referidos no
Decreto n° 67/2010 de 31 de Dezembro –
artigo 7 e n° 3 do artigo 16 do Regulamento sobre Padrões
Regulamento sobre Padrões de Qualidade
de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes,
Ambiental e de Emissão de Efluentes (Alteração a
aprovado pelo decreto n° 18/2004 de 2 de Junho e aprova
alguns artigos e anexos do Decreto n° 18/2004)
os Anexos IA e IB
Estabelece regras de gestão dos resíduos sólidos urbanos
no território nacional. Aplica-se a todas as pessoas
Decreto n° 94/2014 de 31 de Dezembro –
singulares e colectivas, públicas e privadas envolvidas na
Regulamento Sobre a Gestão de Resíduos Sólidos
produção e gestão de resíduos sólidos urbanos, e na
Urbanos
produção e gestão de resíduos industriais e hospitalares
equiparados aos urbanos.
Estabelece regras para produção e gestão dos resíduos
Decreto n° 83/2014 de 31 de Dezembro –
perigosos no território nacional. Aplicando-se pessoas
Regulamento Sobre a Gestão de Resíduos
singulares e colectivas, públicas e privadas envolvidas na
Perigosos
gestão de resíduos perigosos.

4.1.1. Outros Regulamentos Relevantes

Estão listados abaixo outros regulamentos associados ao Projecto e a salvaguardas ambientais e sociais
que podem, ou não, ser activados de acordo com o tipo de actividade a ser desenvolvida no
subprojecto. Por exemplo, o Projecto não prevê actividades relacionadas a reassentamento, portanto
não se espera que seja activada a legislação sobre reassentamento, porem, caso haja necessidade de
gerir algum evento actualmente não esperado, deverá se activar a legislação associada.

Tabela 3: Outros Regulamentos


Instrumento Descrição
Resolução nº 4/96, de 20 de Março Política da Juventude
Resolução nº 16/2013, de 31 de Dezembro, Política Nacional da Juventude
Resolução nº 29/2016, de 31 de Outubro Política Nacional de Emprego
Lei n.º 8/91, de 18 de Julho Lei sobre Liberdade de Associação
Resolução nº 32/2006, de 21 de Setembro, Estratégia de Desenvolvimento Integral da Juventude
Ratificou a carta Africana da Juventude adoptada pelos
Resolução nº 2/2008, de 30 de Maio Chefes de Estado e de Governo da União Africana, realizada a
2 de Julho de 2006 em Banjul (Gambia).
Resolução n° 10/1995, de 17 de Outubro Política Nacional da Terra

10 | P á g i n a
Instrumento Descrição
Lei nº 19/1997, de 1 de Outubro A Lei de Terras
Decreto nº 66/1998, de 8 de Dezembro Regulamento da Lei da Terra
Articulação das autoridades locais do Estado e a liderança
Decreto-lei nº 15/2000, de 20 de Junho
comunitária
Lei nº 22/2019, de 11 de Dezembro Lei da Família
Lei nº 10/1988, de 22 de Dezembro Lei da Protecção do Património Cultural
Decreto nº 31/2012, de 8 de Agosto Participação e Consulta Pública
Decreto nº 77/2006, de 26 de Dezembro Regulamento do Solo Urbano
Lei nº 2/1997, de 28 de Maio Lei das Bases das Autarquias
Lei nº 11/1997, de 31 de Maio Lei das Finanças Autárquicas
Diploma Ministerial nº 155/2014, de 19 de Regulamentos Internos para a Operação da Comissão Técnica
Setembro de Monitoria e Supervisão do Reassentamento
Diploma Ministerial n°156/2014 de 19 de Directiva Técnica sobre o Processo de Elaboração e
Setembro Implementação de Planos de Reassentamento
Lei nº 19/2007, de 18 de Julho Lei de Ordenamento Territorial
Resolução nº 18/97, de 30 de Maio Política de Ordenamento Territorial
Decreto nº 23/2008, de 1 de Julho Regulamento da Lei de Ordenamento Territorial
Diploma Ministerial nº 181/2010, de 3 de Directiva sobre o Processo de Expropriação para Efeitos de
Novembro Ordenamento Territorial
Regulamento sobre o Processo de Reassentamento resultante
Decreto nº 31/2012, de 8 de Agosto
de Actividades Económicas
Regulamento Interno para o Funcionamento da Comissão
Diploma Ministerial nº 155/2014, de 19 de
Técnica de Acompanhamento e Supervisão de
Setembro
Reassentamento
Diploma Ministerial nº 156/2014, de 19 de Directiva Técnica para o Processo de Elaboração de Planos de
Setembro Reassentamento
Lei n.º 10/2020 Lei de Gestão e Redução do Risco de Desastres

Decreto n.º 79/2020 Declara a Situação de Calamidade Pública e Activa o Alerta


Vermelho.
Estabelece as medidas para contenção da propagação da
Decreto n.º 102/2020 de 23 de Novembro pandemia COVID-19, enquanto vigorar a Situação de
Calamidade Pública.
Lei nº 3/ 93, de 24 de Julho Lei de Investimento
Lei nº 16/2014, de 20 de Junho Lei da Conservação da Biodiversidade
PQG 2020 – 2024 Plano Quinquenal do Governo
Lei nº. 7/2008 de 9 de Julho Lei de Protecção dos Direitos da Criança
Resolução nº. 21/2020 Plano Económico e Social para o ano 2020
PNAC II 2013-2019 Plano Nacional de Acção para a Criança
PNAD II 2012-2019 Plano Nacional da Área da Deficiência
Resolução nº.21/2019 de 22 de Abril Plano Nacional para o Avanço da Mulher 2018-2024
Lei nº. 33/2009 de 22 de Dezembro Comissão Nacional dos Direitos Humanos
Decreto nº. 33/2015 de 31 de Dezembro Regulamento de Protecção Alternativa de Menores
Resolução nº. 46/2017 Política da Acção Social e Estratégia de Implementação
Lei nº. 19/2019 Lei da Prevenção e Combate às Uniões Prematuras
Resolução nº. 8/95 de 22 de Agosto Política Nacional da Educação
Lei nº 29/2009 de 29 de Setembro Violência Doméstica Praticada Contra a Mulher
Lei de Protecção da Pessoa, do Trabalhador e do Candidato a
Lei nº 19/2014 de 27 de Agosto
Emprego Vivendo com HIV e SIDA
Lei nº 7/2008 de 9 de Julho Lei de Promoção de Protecção dos Direitos da Criança
Lei nº 8/2008 de 15 de Julho Lei da Organização Tutelar
Lei nº 9/99 de 2 de Fevereiro Acesso de Menores a Lugares Públicos de Diversão Nocturna
Resolução nº 29/2010, de 31 de Dezembro Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

11 | P á g i n a
Instrumento Descrição
Resolução nº 20/99 de 23 de Junho Política para a Pessoa com Deficiência

Outros:
• Estratégia Nacional de Prevenção e Combate das uniões prematuras em Moçambique 2016-
2019.
• Plano Estratégico da Educação 2020-2029.
• Estratégia Nacional de Segurança Social Básica 2016-2024.
• Plano de Acção Nacional para o Combate às Piores Formas do Trabalho Infantil em
Moçambique 2017-2022.
• Programa Conjunto das Nações Unidas para a Protecção Social Moçambique 2017-2020.
• Política de Género e Estratégia da Sua Implementação, Maputo, Agosto de 2018.
• Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Baseada no Género 2018-2021.
• Plano de Acão e Operacionalização do Quadro de Política Continental para a Saúde e os
Direitos Sexuais e Reprodutivos 2016-2030.
• Política e Estratégia de Saúde Sexual Reprodutiva de Adolescentes, 2001.
• Plano de Acção da Década de Juventude: Declaração e Resoluções em relação a caminhos
seguintes, 6 de Abril 2010.
• Declaração da Cimeira África-Europa sobre a Juventude, 2007:
www.coe.int/t/dg4/nscentre/Youth%5CYouth_Summit%5CFinal_Declaration_YouthSummit_
en.pdf.
• Base de dados online sobre políticas da juventude: http://www.youthpolicy.org/
nationalyouthpolicies/

4.2. Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial

A tabela abaixo sumariza as Políticas Operacionais (PO) do Banco Mundial sobre salvaguardas
ambientais.

O Projecto tem impactos de reduzida magnitude e significância, tendo sido categorizado por C, por
não activar as políticas abaixo. Todavia, o Projecto irá se basear nos princípios da PO 4.01 para
identificar e mitigar potenciais impactos ambientais e sociais.

Tabela 4: Políticas Operacionais de Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial


Políticas de Salvaguarda Objectivo Principal
Usada para identificar, evitar e mitigar os potenciais impactos ambientais
negativos associados às operações de empréstimo do Banco. Esta política é
Avaliação Ambiental (PO 4.01)
considerada como a política mãe (“umbrela”) em relação às demais políticas
de salvaguardas ambientais e sociais do Banco.

Garante que os projectos de desenvolvimento de infraestrutura e outros


apoiados pelo Banco Mundial tenham em conta a conservação da
biodiversidade, bem como os numerosos serviços e produtos ambientais que
os habitats naturais proporcionam à sociedade humana. A política proíbe que
Habitats Naturais (PO 4.04) o Banco apoie projectos que possam levar à perda ou degradação significativa
de qualquer Habitat Natural, cuja definição inclui habitats naturais que sejam:
(i) legalmente protegidos; (ii) propostos oficialmente para protecção; ou (iii)
não protegidos, mas com valor de conservação elevada que seja conhecido.

12 | P á g i n a
Nos outros habitats naturais (não críticos), o Banco apoia projectos que
possam causar perda ou degradação significativa apenas quando (i) não
existem alternativas viáveis para se alcançar benefícios líquidos globais
substanciais do projecto; e (ii) medidas de mitigação aceitáveis, tais como
áreas protegidas compensatórias, estejam incluídas no projecto.
O objectivo desta política é o de contribuir para evitar, ou minimizar, os
impactos negativos sobre os recursos culturais dos projectos de
desenvolvimento que sejam financiados pelo Banco Mundial. O pressuposto é
Salvaguarda património o de que os recursos culturais são importantes como fontes de informação
cultural físico (PO 4.11) histórica e científica valiosa, como activos para o desenvolvimento económico
e social, e como parte integrante da identidade e práticas culturais de um
povo. A perda de tais recursos é irreversível, mas, felizmente, é muitas vezes
evitável.
A política visa evitar o reassentamento involuntário na medida do possível,
ou minimizar e mitigar os seus impactos sociais e económicos adversos. Ela
também se destina a promover a participação das pessoas deslocadas na
planificação e implementação do reassentamento. O seu objectivo
fundamental é o de ajudar as pessoas deslocadas nos seus esforços para
Reassentamento Involuntário melhorar ou pelo menos restaurar os seus rendimentos e padrões de vida
(PO 4.12) após o deslocamento.

A política prevê compensação e outras medidas de restauração dos modos de


vida para atingir os seus objectivos e exige que os mutuários preparem
instrumentos de planificação do reassentamento adequados antes da
avaliação dos subprojectos propostos pelo Banco.

4.3. Comparação entre a legislação Moçambicana e a Política do Banco


Mundial

Refira-se que, embora tenha havido maior harmonização entre os regulamentos do GdM e as Políticas
de salvaguarda do BM, as diferenças em uma série de áreas e aspectos permanecem. A tabela abaixo
faz um resumo das principais diferenças e semelhanças no âmbito do Projecto.

Tabela 5: Visão geral das semelhanças e diferenças entre as políticas do GdM e do BM


Área de Requisitos de Políticas Lacunas e/ou
Legislação Moçambicana
Intervenção de Salvaguardas do BM Conflitos

A AIA é exigida pela Lei do De acordo com a PO 4.01


Ambiente nº 20/97, de 7 de (Avaliação Ambiental), é
Outubro, e pelo decreto nº exigido uma AIA completa
54/2015 de 31 de Dezembro- para todos os projectos Apesar de algumas
Regulamento sobre o Processo seleccionados como pequenas
de Avaliação de Impacto sendo de Categoria A. diferenças, não
Ambiental (AIA). O regulamento Para projectos de existem conflitos
Categorização do de AIA classifica os projectos em Categoria B, é necessária entre os requisitos
Projecto quatro categorias: Categorias A+ alguma forma de da legislação
e A que exigem uma EIA avaliação ambiental, moçambicana e
completa sujeita a revisão por geralmente menos Políticas do Banco
revisores independentes; rigorosa do que uma AIA Mundial, em relação
Categoria B, onde é exigido completa e muitas vezes à categorização.
apenas um estudo ambiental e assumindo a forma de um
social simplificado (EASS) e Plano de Gestão
respectivo Plano de Gestão Ambiental e Social. Para

13 | P á g i n a
Ambiental e Social; e a Categoria além da triagem
C, que não exige nenhum ambiental e social
estudo, bastando seguir as boas necessária para todos os
práticas de gestão ambiental projectos, não são
que precisam ser aprovadas pelo necessárias mais acções
MTA antes da emissão da para um projecto de
Licença Ambiental. Categoria "C". A consulta
Para todos os projectos, à pública e divulgação dos
excepção da categoria C, a instrumentos de
realização de Consulta Pública é avaliação ambiental são
obrigatória. necessárias.
A legislação moçambicana sobre Moçambique ainda
saúde e segurança no trabalho não preparou
Os requisitos de SST
combina provisões de diferentes normas específicas
previstas nas directrizes
instrumentos legais, de saúde e
gerais do meio ambiente,
nomeadamente: a Constituição segurança
saúde e segurança
da República (2004), a Lei do ocupacional para
(Environmental, Health,
Trabalho (Lei n° 23/2007 de 1 de emissões de ruído
Directrizes e padrões andSafety General
Agosto); Regulamento de para diferentes
nacionais para Saúde Guidelines) do IFC (Abril
Qualidade actividades. Onde se
e Segurança de 2007) devem ser
Ambiental e Emissão de verificar lacuna
Ocupacional. aplicadas a todos os
Efluentes (Decreto nº 18/2004 específica, deverão
projectos de
de 2 de Junho); e outras ser aplicadas as
infraestrutura.
disposições legais subordinadas, normas do Banco
muitas das quais herdadas do Mundial
período colonial.
Em ambos os
processos, a
divulgação ocorre
antes da aprovação
A autoridade e, portanto,
A PO 4.01 requer a
ambiental deve A emissão de uma Licença qualquer
aprovação e divulgação
fornecer uma Licença Ambiental deve preceder preocupação
de AIASs pela autoridade
Ambiental para qualquer outra licença levantada
governamental
projectos antes da legalmente exigida. pelas partes
competente.
implementação. interessadas e
afectadas (PIAs) é
considerada antes
da aprovação do
projecto.

No âmbito do Projecto, sempre que houver conflitos entre a legislação nacional e as Políticas de
Salvaguarda do Banco Mundial, estas últimas prevalecem.

5. Processo de Participação Pública


A preparação do Manual incluiu trabalho de campo nas províncias de Nampula, Zambézia, Sofala,
Maputo e cidade de Maputo, por forma a ter interacção com o grupo alvo (jovens e raparigas) e
conhecimento das particularidades dos locais prioritários de implantação. Associado ao trabalho de
campo, a preparação do Manual iniciou o processo de participação pública no âmbito do Projecto.

As reuniões de consulta decorreram entre os dias 21 de Outubro e 6 de Novembro de 2020 e


permitiram a interacção com um total de 126 pessoas, 75 do sexo masculino e 51 do sexo feminino.

14 | P á g i n a
A descrição do processo de consulta pública conduzido, incluindo as actas das reuniões e outra
informação relevante é apresentada no Volume II deste Manual (Relatório de Participação Pública).
As principais questões levantadas não são directamente relacionadas com impactos ambientais que
podem advir do Projecto, mas sim apresentação de questões e expectativas no âmbito social, que são
resumidamente descritas abaixo:

• Pede-se que as formações e o apoio a Projectos sejam em áreas profissionalizantes (ex: agro-
pecuária, serralheiro, mecânica auto, electricista instalador, electricista – auto e culinária).
• O Projecto pode criar condições de introduzir o lanche escolar e actividades ligadas a agro-
pecuária, culinária, processamento de alimentos nos estabelecimentos de ensino, por forma
a criar condições de ter a rapariga envolvida na escola.
• Para além de se atribuir material escolar e bicicletas, para as pessoas com deficiência, deve-se
atribuir cadeiras de rodas para facilitar a sua mobilidade.
• Pode-se motivar as raparigas através de visitas escolares a mulheres formadas e bem-
sucedidas nos distritos alvo.
• O Projecto deve apoiar órgãos de comunicação social com incidência tanto nacional como
local, por forma a criar programas radiofónicos de debates para jovens e informações de
empoderamento, independência financeira, saúde sexual reprodutiva, bem como debate
entre raparigas e mulheres mais velhas de modo a quebrar tabus no seio familiar para assuntos
relacionados.
• Deve-se criar fundo de emergência para adolescentes e jovens (empréstimos a longo prazo)
para atribuir a jovens recém-formados e formados em cursos vocacionais, para criar auto-
emprego e garantir que apoie outros assim que os empréstimos forem reembolsados pelos
jovens beneficiados.

6. Potenciais Impactos e Riscos Ambientais e Sociais


As actividades previstas para o Projecto estão descritas na Secção 2.3 do presente Manual.

Em geral, essas actividades criarão mais impactos positivos que negativos. Os impactos e riscos
negativos são mínimos ou nulos (circunscritos ao local da actividade, temporários, reversíveis e
facilmente mitigáveis através de medidas de rotina):

• As actividades da Componente 1 (Programa Eu Sou Capaz) e da Componente 3apenas criarão


impactos positivos, não se prevendo impactos negativos.
• No âmbito da Componente 2 (Programa Emprega), o Projecto financiará a implementação de
plano de negócios para empresas em fase de arranque e empresas existentes bem como
providenciará suporte ao autoemprego de jovens trabalhadores independentes. Embora o
leque de actividades a financiar no Programa Emprega ainda não seja conhecido, são apenas
elegíveis actividades com potencial impacto ambiental ou social mínimo ou nulo, equivalentes
a Categoria C.

Abaixo estão listados os principais riscos e impactos ambientais e sociais espectáveis (i.e. que podem
advir da implementação das actividades previstas no Projecto):

Negativos:
• Potencial emissão de níveis negligenciáveis de ruído e poeiras.
• Emissão de gases pela operação de pequenos equipamentos (ex. gerador para operação de
máquina de soldar) ou reduzidas quantidades de veículos a motor (principalmente
motorizadas).

15 | P á g i n a
• Consumo de materiais (principalmente água e energia), geralmente de uso partilhado com a
comunidade local.
• Geração de resíduos.
• Riscos de acidentes envolvendo trabalhadores e/ou comunidades locais.
• Risco de conflitos com a comunidade local.
• Risco de espectativas exageradas/frustradas.
• Exposição dos beneficiários a riscos de violência (ex. troca de favores para acesso aos
benefícios do projecto ou inveja da comunidade após a obtenção dos benefícios),
especialmente contra mulheres e raparigas.
• Risco de desvio de utilidade dos materiais/equipamentos (ex. bicicletas fornecidas aos alunos)
pelos encarregados de educação.
• Aplicação deficiente das protecções laborais e de saúde e segurança.
• Aumento de casos de trabalho infantil.
• Aumento do consumo de álcool, drogas ou outro comportamento desviante devido ao
aumento do rendimento dos beneficiários.
• Aumento de criminalidade devido ao desenvolvimento desigual das comunidades (os não
beneficiários podem querer lesar os beneficiários).
• Mudanças nas relações de poder entre os jovens beneficiários e anciãos.

Positivos:
• Maior oferta de postos de trabalho com incidência local.
• Inclusão social de grupos desfavorecidos.
• Melhoria dos Serviços Sociais (Saúde, Educação).
• Desenvolvimento económico local e nacional generalizado.
• Melhoria da capacidade técnica dos candidatos e dos trabalhadores, devido aos treinamentos
que o projecto proverá.
• Melhoria das condições de vida comunitária, principalmente os mais desfavorecidos, devido
ao acesso à informação (métodos contraceptivos, empoderamento da mulher, entre outros)
e oportunidades de desenvolvimento de actividades lucrativas.
• Redução da taxa de incidência de uniões prematuras, gravidez precoce, exploração e abuso
sexual ocasionado pela forte sensibilização comunitária e empoderamento da rapariga.
• Elevado interesse de raparigas e rapazesà escola, devido as informações disponibilizadas e
actividades interactivas e de apoio psicossocial ao nível escolar.
• Redução do nível de vulnerabilidade do grupo-alvo,que é resultante da pobreza, dependência,
capacidade limitada e literacia.
• Desenvolvimento de outras áreas que não estão directamente ligadas ao projecto devido a
cadeia de valores que os projectos aprovados a subvenções podem conduzir.

7. Procedimentos de Avaliação e Aprovação de Subprojectos


Dependendo da dimensão, natureza, localização e impactos ambientais e sociais de um Projecto, a
legislação Moçambicana (Decreto 54/2015) prevê a sua categorização em uma das quatro opções, ou
seja, podendo ser A+, A, B ou C. Por sua vez, o Banco Mundial categoriza os projectos em A, B ou C.

Para ambos (GdM e BM) as categorias vão do mais crítico ao menos crítico em termos de impactos
espectáveis, ou seja, a Categoria A gera impactos mais significativos que a Categoria C.

O Projecto é de Categoria C (quer para o GdM como para o BM) e os subprojectos elegíveis a
financiamento deverão ser da mesma categoria (C). Ou seja, todas asactividades e subprojectos devem
apresentar baixo risco e com impactos ambientais ou sociais mínimos ou nulos.

16 | P á g i n a
Para assegurar que o Projecto não aprove subprojectos que causem impactos ambientais e sociais
significativos (classificados acima da Categoria C), a nível das subvenções planificadas para a
Componente 2(Programa Emprega), o processo de selecção das candidaturas deverá seguir os
seguintes passos:

I - Preenchimento do formulário de triagem: para se ter a percepção dos impactos ambientais e sociais
previstos para cada subprojecto, o candidato à subvenção no âmbito deste Projecto deverá preencher
um formulário de triagem ambiental (Anexo II) na qual providencia informação sobre o tipo de projecto
e condições do local de implementação. O candidato poderá receber auxílio de Pontos Focais de
salvaguarda ambiental e social para o preenchimento do formulário.

II - Avaliação com base na Lista Negativa: Os formulários serão analisados pela equipa de Salvaguardas
Ambientais e Sociais da SEJE ou outras entidades que estes designarem em função de cada subprojecto
e sua localização. A avaliação incluirá uma visita ao local proposto e a confirmação de que o
subprojecto não se enquadra na lista negativa de actividades não elegíveis a financiamento (Anexo III).

III - Formação em Salvaguardas: Antes de aceder a subvenção, o beneficiário deverá passar por um
treinamento em salvaguardas ambientais e sociais no âmbito do Projecto,para que consiga
implementar o presente Manual com requisitos gerais para todos beneficiários ou outro elaborado em
específico para o seu subprojecto. A formação poderá ocorrer como módulo ambiental e/ou de saúde
e segurança ocupacional no âmbito do curso técnico da formação vocacional previsto no Projecto ou
como formação de curta duração orientada para preparar o beneficiário para implementação do
Projecto.

8. Procedimentos de Boas Práticas Ambientais e Sociais


A SEJE pretende que os impactos adversos sejam temporários, reversíveis, com o mínimo de
incomodidade e que os impactos positivos sejam maximizados, devendo para tal se obedecer ao
presente Manual.

Assim, nas tabelas seguintes apresentam-se potenciais impactos que poderão vir a ocorrer em
resultado das actividades elegíveis do Projecto e subprojectos, nas fases de Planificação, Implantação
e fecho do financiamento ao Projecto, as medidas de gestão a implementar, bem como a entidade
responsável pela sua implementação.

8.1. Fase de Planificação


Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ O Projecto deverá elaborar e colocar em prática uma eficiente
Estratégia de Comunicação, por forma a divulgar o projecto às
comunidades e grupos alvo conforme discutido no Capítulo 13. A
Risco de obtenção de
comunicação deve divulgar as oportunidades, duração, critérios de
número reduzido de
selecção, elegibilidade, etc.
candidatos qualificados ▪ SEJE
▪ Deverá se interagir com outros sectores (Indústria e Comércio -
▪ Provedor de
IPME, Amostra de Ciência e tecnologia - MCT, etc.) para
Risco de criação de serviços
identificação de candidatos qualificados (ex. inovadores).
expectativas elevadas em
▪ ASEJE deverá usar de forma massiva as plataformas digitais (página
relação ao Projecto
web e redes sociais) e canais formais de âmbito nacional e
comunitário (rádios, televisões, jornais, boletins informativos, etc.)
para a divulgação do projecto em todos os seus estágios.

17 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ O Projecto e pessoas envolvidas devem pautar por transparência
na interacção com o grupo alvo, evitando tirar benefícios próprios
ou cobrar aos candidatos. Os funcionários e dirigentes devem
Risco de comportamentos
assinar um código de ética (vide Capítulo 9) e um código de conduta
desviantes na equipe de
implementação do contra violência baseada no género, violência sexual baseada no
género e violência contra criança (vide Capítulo 10). ▪ SEJE
projecto
▪ O Projecto deverá dispor de um eficiente Mecanismo de Gestão de ▪ Provedor de
Reclamações, vide Capítulo 14. serviços
Risco de frustração de
▪ Na fase de planificação deverá se criar linhas telefónicas (de
expectativas da comunidade
preferência linhas verdes/grátis) e software electrónico de gestão
/beneficiários
das reclamações. Trocas de experiência podem ser feitas com
outros projectos (ex. SwioFish1 do Fundo de Desenvolvimento da
Economia Azul).
▪ Deve se divulgar vagas disponíveis e as respectivas qualificações,
preferencialmente em anúncios de jornal, rádios comunitários,
redes sociais da SEJE (Facebook, Instagram e outros meios digitais)
Geração de postos de e as oportunidades de emprego deverão ser distribuídas por forma
emprego equitativa por homens e mulheres.
▪ SEJE
▪ Sempre que possível, deverá se contratar mão de obra e
▪ Provedor de
Melhoria da capacidade provedores de serviço/consultores locais/nacionais.
serviços
técnica da mão-de-obra ▪ Devem ser implementadas formações e treinamentos contínuos
local aos trabalhadores, nas diversas áreas do Projecto.
▪ Deve-se disponibilizar contractos e códigos de conduta que
retractam questões de VBG, VCC e códigos de ética aos
trabalhadores e provedores de serviço.
Consumo da água,
▪ Recomenda-se análise da aplicabilidade de uso de software de
tinteiros, toner e papel
gestão de conteúdos internos (comunicação interna, aprovação de
viagens, etc.) por forma a reduzir os gastos com papeis e toner -
(contribuição para o
medida de caracter facultativo. ▪ SEJE
esgotamento dos recursos
▪ Adopção de medidas de racionalização no consumo da água, papel
devido ao consumo da
e impressões - acções específicas são recomendadas abaixo, na fase
água, papel para usos
de implementação.
diversos)
Geração de resíduos
sólidos e
Efluentes
▪ Todas as medidas descritas na fase de implementação para este
▪ SEJE
descritor, são aplicáveis para a presente fase.
(Contaminação dos solos e
água por resíduos sólidos e
águas residuais)
Meio Ambiente, ▪ Devem ser feitos treinamentos sobre meio ambiente,
Desenvolvimento Social, desenvolvimento social, género, saúde ocupacional, violência
▪ SEJE
Género, Saúde e baseada no género, ergonomia, COVID-19, ITS (incluindo
Segurança Ocupacional HIV/SIDA), entre outros temas relevantes aos trabalhadores.

8.2. Fase de Implementação


Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ SEJE
Água ▪ Sensibilizar e divulgar aos colaboradores, medidas simples de
▪ Provedor de
poupança de água
serviços

18 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
(contribuição para o ▪ Assegurar que as torneiras e autoclismos estão em boas condições ▪ Beneficiário
esgotamento dos recursos (não gotejam).
devido ao consumo da ▪ Fechar completamente as torneiras após utilização.
água para usos diversos) ▪ Racionalizar o uso de água na lavagem de loiças, pavimentos,
equipamentos, etc. preferir o uso de pano húmido ao invés de jactos
de água.
▪ Optimizar o consumo de água (usar apenas o estritamente
necessário) nos diferentes usos (lavagens de mãos, preparação de
refeições, etc.).
▪ Se possível, implementar um sistema que permita a captura e
utilização de água da chuva.
▪ Armazenar óleos alimentares usados em recipientes próprios,
prevenindo eventuais derrames.
▪ Depositar os resíduos das instalações sanitárias (ex. pensos
higiénicos, lâminas, plásticos) em recipiente adequado.
Efluentes líquidos ▪ Não descarregar as águas de lavagem próximo ao rio, na rede de
▪ SEJE
águas pluviais.
▪ Provedor de
(Contaminação dos solos e ▪ Não lançar substâncias perigosas (ex. óleos, solventes e detergentes
serviços
água por águas residuais e concentrados) próximo ao rio, nas redes de águas residuais ou
▪ Beneficiário
produtos químicos.) pluviais.
▪ Não construir casa de banho (incluindo fossas sépticas/latrinas) a
menos de 200 m do rio.
▪ É proibido a lavagem de ferramentas, veículos e equipamentos
(incluindo motorizadas) nas margens dos rios e linhas de drenagem.
▪ Assegurar a utilização racional de equipamentos e veículos
(bicicletas, motorizadas e viaturas) por forma a evitar emissão de
poeiras, gases de combustão e consumos desnecessários com
impactos ao ambiente e a poupança económica, ou seja:
o conduzir com velocidade moderada.
o manter os pneus com a pressão adequada.
o optimizar o trajecto de deslocações para uma maior rentabilidade
Qualidade do ar
do trabalho, economia de tempo e redução de poluição.
▪ SEJE
o assegurar a manutenção regular e limpeza adequada dos
(Emissões atmosféricas de ▪ Provedor de
equipamentos e veículos a motor (ex. substituição de filtros) para
poeiras e gases poluentes serviços
que não gerem gases em demasia.
como resultado de diversas ▪ Beneficiário
▪ Manter correctamente fechados os recipientes com combustíveis e
actividades)
produtos de limpeza para evitar a libertação de compostos
poluentes.
▪ Sensibilizar aos colaboradores da importância da utilização racional
dos equipamentos, por forma a reduzir custos e emissões.
▪ Promover o plantio e presença de plantas e árvores, funcionam
como filtro natural de ar e ajudam a regular a temperatura
ambiente.
▪ Reduzir a produção de resíduos:
o Seleccionar produtos com menor quantidade de embalagem;
o Evitar produtos descartáveis, optando por produtos reutilizáveis.
o Preferir a utilização do sistema de eco-recargae/ ou produtos ▪ SEJE
concentrados. ▪ Provedor de
Gestão de resíduos sólidos
o Ir às compras com sacolas para não ter de trazer sacos plásticos. serviços
▪ Separar e acondicionar devidamente os resíduos indiferenciados em ▪ Beneficiário
sacos apropriados, para minimizar maus cheiros.
▪ Assegurar adequada gestão das pequenas quantidades de resíduos
perigosos que resultam da utilização de certos materiais e produtos

19 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
(ex. detergentes, agentes à base de lixívia, solventes orgânicos,
aerossóis, agentes de desentupimento, tintas, vernizes, agentes
desengordurantes).
▪ Reaproveitar papéis de fotocópias como rascunho, utilizando o
verso para fazer apontamentos/anotações.
▪ Sempre que possível, os resíduos sólidos biodegradáveis deverão
ser tratados localmente, transformando-os em composto orgânico.
Práticas de uso de composto orgânico deverão ser disseminadas nos
distritos seleccionados;
▪ Na ausência da opção acima, os resíduos orgânicos em volumes
equiparados a domésticos/escolares podem ser enterrados no
quintal.
▪ Maximize a reutilização de resíduos (reaproveitamento de garrafas
e embalagens, etc.).
▪ Sensibilizar/capacitar agentes (ex. clubes ambientais) para a
reutilização de resíduos sólidos (garrafas de água, etc.) nas escolas
e nas comunidades a partir de técnicas de reciclagem, reutilização e
reaproveitamento de materiais, sem comprometer a segurança do
Projecto.
▪ Maximização da reciclagem de resíduos, separando resíduos
recicláveis (plásticos, metal, vidro, papel) e identificar e doar a
pessoas que os precisam.
▪ Deposição de resíduos equiparados a resíduos sólidos urbanos em
contentores existentes no bairro/localidade, para esse fim, quando
disponíveis.
▪ É proibido a queima ou abandono de resíduos, incluindo deita-los
ao chão.
▪ Actividades com potencial de gerar ruídos (ex. operação de
equipamentos, serralharia, etc.) devem ser desenvolvidas em
período diurno (entre 08:00 e 17:00 Horas) e distante de receptores
sensíveis (escolas, hospitais, idosos, locais sagrados, etc.).
Excepcionalmente poderá se desenvolver algumas actividades
pouco ruidosas (ex. projecção de filme na localidade) até as
Ambiente sonoro
21:00horas, porém distante dos receptores sensíveis acima ▪ SEJE
indicados. ▪ Provedor de
(geração de ruído por
▪ Deve-se fazer a manutenção preventiva de equipamentos e veículos serviços
equipamentos e viaturas
para tornar mínimas as emissões de poluentes e ruídos. ▪ Beneficiário
ou actividades ruidosas)
▪ Sempre que possível deve-se optar por equipamentos com menor
poluição (ex. geradores silenciosos, preferir bicicleta que
motorizada).
▪ Sensibilizar os Colaboradores e potenciais beneficiários para a
adopção de boas práticas de forma a minimizar o ruído gerado em
diferentes actividades.
Solos e água ▪ Os produtos químicos (óleos, combustíveis, solventes, etc.) devem
estar acompanhados da respectiva Ficha de Informação de ▪ SEJE
(Contaminação dos solos e Segurança de Produto Químico (FISPQ - também conhecidos por ▪ Provedor de
água por produtos MSDS) e as pessoas que o manuseiam devem conhecer o seu serviços
químicos, seus resíduos e conteúdo para actuação adequada em caso de emergência 12. ▪ Beneficiário
águas residuais) Adicionalmente, deve-se:

12Fichade Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ - também conhecidos por MSDS) é um documento que
fornece informações detalhadas sobre o produto químico e acções de emergência a serem adoptadas em caso de acidente.
É um documento obrigatório que deve ser obtido no fornecedor do produto (geralmente disponível na internet) e o seu

20 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ Assegurar a adequada gestão das pequenas quantidades de
resíduos perigosos, que resultam da utilização de certos materiais e
produtos (ex. detergentes amoniacais, agentes à base de lixívia,
solventes orgânicos, aerossóis, agentes de desentupimento, tintas,
vernizes, agentes desengordurantes).
▪ Não despejar produtos químicos e seus resíduos próximos de rios,
na rede de drenagem, nas águas superficiais ou no solo.
▪ Elaborar e implementar um plano de emergência adequado ao
contexto local para actuação em caso de derrame de substâncias
químicas (um modelo é sugerido no Anexo VIdeste Manual).
▪ Todos os produtos químicos devem estar identificados com a
etiqueta do fornecedor.
▪ Caso utilize uma embalagem para acondicionar um determinado
produto que não seja a original, deve identificar a embalagem por
forma a indicar o produto existente e os perigos associados.
▪ Não deixar os recipientes abertos quando não estão em utilização.
▪ Utilizar os produtos químicos, sempre que possível, em locais bem
ventilados, longe de fontes de ignição e de calor.
▪ Quando manusear óleos, utilizar bacia de retenção para prevenir
derrames.
▪ Não misturar óleos ou solventes usados com características
diferentes.
▪ As actividades e equipamentos associados a produtos químicos (ex.
armazenamento ou manutenção de geradores, motorizadas)
deverá ser feita a pelo menos 200 m de qualquer rio/curso de água.
▪ Os produtos químicos devem ser armazenados distante de cursos
de água, em locais cobertos, pavimentados e com acesso vedado
(fechado) a estranhos e crianças.
▪ É proibido a descarga de óleos ou outras substâncias perigosas para
os rios, solo ou linhas de drenagem.
Sempre que possível:
▪ Imprima apenas quando for estritamente necessário. Trabalhar em
suporte informático, evitando imprimir.
▪ Fazer as correcções aos seus textos directamente no
computador/telemóvel, pré-visualize os documentos antes de
imprimir, assim pode verificar a formatação e correcção, evitando
impressões excessivas.
▪ Imprimir e fotocopiar em frente e verso.
▪ Imprimir a preto e branco. ▪ SEJE
Consumo de tinteiros, ▪ Activar o modo de poupança de toner ao imprimir. ▪ Provedor de
toner, papel ▪ Promover a utilização de toner e tinteiros reciclados. Ao invés de serviços
toners/tinteirosreenchidos, tenha preferência por toners re- ▪ Beneficiário
manufacturados (tem qualidade similar aos originais).
▪ Reuse a face não usada de papeis para anotações, pode também
criar um bloco de notas;
▪ Aderir a arquivos e correspondência electrónica para reduzir a
quantidade de papel por gerir.
Quando assumidas como cultura empresarial, além de proteger ao
meio ambiente, as medidas acima ajudam a minimizar custos
operacionais.

conteúdo deve ser conhecido por quem utiliza, movimenta ou transporta o produto.

21 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ Deve-se evitar o influxo de trabalhadores como primeira e principal
estratégia de prevenção de riscos sociais.
▪ Assegurar que todos os trabalhadores assinem um código de
conduta que proíba formalmente a VBG VCC (incluindo Violência
Influxo de mão-de-obra Sexual Baseada no Género (VSBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS),
podendo levar a Violência Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil, etc.) e
baseada no Género (VBG), inclua sanções caso estes actos sejam cometidos.
Exploração e Abuso Sexual ▪ Um código de conduta individual deve ser assinado por todos
(EAS), Assédio Sexual (AS) ▪ SEJE
colaboradores e anexado ao processo/contracto.
elevando ao aumento ▪ ▪ Provedor de
Garantir que toda a vítima de VBG E VCC possa apresentar uma
da criminalidade, serviços
queixa e receber assistência especializada.
▪ Beneficiário
consumoexcessivo de ▪ Sensibilizar os trabalhadores do projecto sobre VBG/EAS e sobre
álcool, drogas e outros código de conduta.
comportamentos ▪ Realizar encontros com as autoridades locais, com o objectivo de
desviantes sensibiliza-las sobre a necessidade de ter atenção as possíveis
mudanças na situação de segurança pública influenciada pelo
Projecto
▪ Garantir que toda a vítima destes comportamentos possa
apresentar uma queixa.
▪ Devem ser promovidos treinamentos sobre saúde ocupacional,
saúde sexual e reprodutiva, violência baseada no género, abuso
sexual, habilidades da vida, ergonomia, COVID-19, ITS (incluindo
HIV/SIDA), malária, entre outros temas relevantes aos alunos (das
escolas beneficiárias) e trabalhadores (das empresas beneficiárias
de subvenção pelo Projecto).
▪ Os trabalhadores e estudantes devem ter acesso à água potável e
sanitários higienizados (principalmente no sanitário feminino).
▪ Se algum estudante/trabalhador ficar doente, com sintomas de
doenças transmissíveis (diarreia, vómitos, febres, constipação,
Saúde e higiene pessoal e
gripe, etc.), deve ser encorajado de forma proactiva (sem estigma)
colectiva
a procurar assistência médica e, se for prudente, recomendado a ▪ SEJE
permanecer em casa (ex. se o sintoma for agudo, recorrente ou se ▪ Provedor de
(COVID-19, ITS´s HIV/SIDA,
estiver associado a alguma epidemia activa na região). Ver serviços
malária, e outras doenças
recomendações relativas a COVID (epidemia global activa durante a ▪ Beneficiário
prevalecentes ou
redacção deste Manual) em capítulo específico abaixo.
epidémicas)
▪ Encoraja-se que as escolas criem postos de primeiros socorros ou
formem socorristas (professoras de biologia e educação física) para
dar assistência aos alunos e alunas.
▪ Em caso de ferimentos ligeiros, pode se prestar apoio (primeiros
socorros) localmente, sempre que as condições estiverem
estabelecidas. Se não existirem condições, ou se o ferimento for
grave, deve se encaminhar o paciente à unidade sanitária ou ao
Agente Polivalente Elementar seguindo o protocolo de atendimento
a vítimas (o protocolo deve ser criado para o contexto local,
podendo se adaptar o que consta no Anexo VI).
Saúde e Segurança ▪ Indução e consciencialização de todos os trabalhadores sobre os
Ocupacional e da riscos potenciais a saúde e segurança associados às actividades.
▪ SEJE
Comunidade ▪ Devem ser adoptadas medidas de prevenção e resposta a acidentes
▪ Provedor de
adequados as condições locais, prevenindo e minimizando os
serviços
(riscos de acidentes efeitos adversos para as pessoas, instalações e ambiente (alguns
▪ Beneficiário
rodoviários ou modelos são sugeridos no Anexo VI deste Manual, devendo se
ocupacionais) especificar as pessoas e contactos de emergência).

22 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ Sensibilizar e fornecer formação aos colaboradores para as práticas
de actuação em caso de acidentes e emergências.
▪ Garantir que os condutores dos veículos (incluindo os beneficiários
de bicicletas bem como motorizadas e viaturas associados aos
beneficiários de subvenções) estão devidamente habilitados e aptos
para a condução, e que cumprem os limites de velocidade, tendo
especial cuidado próximo a infraestruturas sociais (escolas, postos
de saúde e mercados) e áreas residenciais com alta densidade
populacional.
▪ Manter o local de trabalho limpo, arrumado e com acessos
desimpedidos.
▪ Evitar armazenar substâncias inflamáveis (ex. botijas de gás, tintas,
óleos, combustíveis, etc.) ou garantir a disponibilidade de
equipamento de combate a incêndio (adequado e operacional) e de
trabalhadores treinados para a sua utilização.
▪ Substâncias inflamáveis devem ser mantidas em local protegido do
calor e de qualquer fonte de ignição, em áreas de acesso restrito e
com sinaléticas de proibição de fumar.
▪ Assegurar que áreas em obra ou com algum outro risco ocupacional,
estão vedadas à entrada de pessoas não autorizadas.
▪ Cumprir com normas de higiene, saúde e segurança no trabalho,
aplicáveis a actividade dos trabalhadores e providenciar
Equipamentos de Protecção Individual (EPI) e Colectivos (EPC)
relevantes.
▪ Devem ser proibidas as actividades que ponham em risco a saúde e
segurança do trabalhador.
▪ Implementação de código de conduta (proibição de uso ou consumo
de álcool, drogas ou outras substâncias, acções ilegais,
comportamento irresponsável e falta de cuidado).
▪ Observância da carga horaria máxima consentida pela lei.
▪ O Projecto e pessoas envolvidas devem pautar por transparência na
interacção com o grupo alvo e com elas mesmas, evitando tirar
benefícios próprios ou cobrar aos candidatos. Os funcionários e
dirigentes devem assinar um código de ética (vide Capítulo 9) e um
Risco de obtenção de código de conduta contra violência baseada no género (vide
número reduzido de Capítulo 10).
candidatos qualificadas ▪ O Projecto deverá dispor e colocar em prática uma eficiente
Estratégia de Comunicação, por forma a divulgar o projecto às
▪ SEJE
Risco de criação de comunidades e grupos alvo conforme discutido no Capítulo 13. A
▪ Provedor de
expectativas elevadas em comunicação deve divulgar as oportunidades, duração, critérios de
serviços
relação ao Projecto selecção, elegibilidade, etc.
▪ Beneficiário
▪ O Projecto deverá dispor de um eficiente Mecanismo de Gestão de
Risco de frustração de Reclamações, acessível ao grupo alvo e que providencia soluções e
expectativas da respostas em tempo eficaz, vide Capítulo 14.
comunidade /beneficiários ▪ As lideranças do bairro/localidade deverão ser informadas sobre as
formas de contacto com o Mecanismo de Gestão de Reclamações e
servirem de interface entre o projecto e a comunidade.
▪ Os contactos do MGR e as fichas de registo de queixas devem estar
acessíveis à comunidade e grupo alvo.
▪ Sempre que possível, o Proponente e os beneficiários das ▪ SEJE
Melhoria da economia subvenções devem priorizar a aquisição de serviços, equipamentos ▪ Provedor de
local e redução da pobreza e produtos no comércio local do subprojecto ou em empresas da serviços
região de influência do Projecto. ▪ Beneficiário

23 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ Deverão ser seleccionados e apoiados pequenos negócios
inovadores com impacto local e que criem cadeia de valor de
influência local e regional, por forma a diversificar as fontes de
renda das camadas populacionais mais pobres (ex. empresa de
processamento de fruta que adquire a fruta localmente e vende a
produção nos grandes centros urbanos).
▪ Deve se procurar sinergias e capacitar as comunidades locais
(pessoas e empresas não elegíveis ao Projecto) para torná-los
fornecedores de bens e serviços ao Projecto ou Beneficiários
▪ Deverá se incentivar as empresas beneficiárias a se aliarem a
empresas mais robustas para partilha de riscos e benefícios
(integração/estabelecimento de cadeias de valor, etc.)
▪ Formação e treinamento contínuo dos candidatos em áreas de
▪ SEJE
Melhoria da capacidade interesse do Projecto.
▪ Provedor de
técnica dos candidatos ▪ Deve-se sensibilizar a comunidade sobre a importância da inclusão
serviços
da mulher nos programas de formação e de apoio ao auto-emprego.
▪ O Projecto deverá prever cotas para grupos desfavorecidos em
oportunidades de formação/emprego (raparigas, jovens com
deficiência, vítimas de abusos sexuais, jovens órfãos, jovens que
cuidam de idosos/doentes crónicos e outros grupos vulneráveis e
carenciados).
▪ Deve haver uma mobilização profunda dos líderes comunitários,
líderes religiosos, pessoas influentes na comunidade para ▪ SEJE
Oportunidade de inclusão
identificarem este grupo de pessoas. ▪ Provedor de
social
▪ Direcção provincial e serviços distritais do género, criança e acção serviços
social devem ser envolvidos na identificação de candidatos.
▪ O Projecto deverá ocupar os jovens com actividades educativas e
culturais (desporto, dança, desfile de moda, empreendedorismo,
etc. por forma a proporcionar foco e orientação vocacional para as
raparigas e adolescentes, prevenindo assim comportamentos
desviantes associados a droga, prostituição e uniões prematuras.
▪ Através da estratégia de comunicação, deve se sensibilizar às
lideranças locais, lideranças religiosas, encarregados de educação e
a comunidade em geral sobre a importância:
o do aproveitamento do dividendo demográfico para a economia
local a curto, médio e longo prazo.
o dos materiais/equipamentos fornecidos na escola (ex. bicicletas)
Risco de conflito entre os
ou nas subvenções para o alcance dos objectivos do Projecto.
beneficiários e a
o do envolvimento da comunidade na monitoria do uso dos bens
comunidade
para os quais foram estabelecidos e denúncia dos desvios de ▪ SEJE
(ex. violação das raparigas
aplicação pelos beneficiários ou seus encarregados. ▪ Provedor de
empoderadas, toma dos
o da protecção dos beneficiários pela comunidade. serviços
benefícios pelos pais,
▪ Tanto os beneficiários, como as comunidades locais, deverão ser
desvios dos bens para
alvo de acções de sensibilização, no sentido de fomentar um bom
outros fins, etc.)
relacionamento, evitando assim a ocorrência de conflitos.
▪ Deverá se instruir aos beneficiários sobre os seus direitos e
protecções ao seu favor e incentiva-los a denunciar qualquer
violação aos seus direitos (quer em nível de violência baseada no
género e criança como de saque dos bens/benefícios obtidos do
Projecto).
▪ SEJE
Abrandamento da taxa de ▪ A Estratégia de Comunicação deve considerar a possibilidade de
▪ Provedor de
fecundidade divulgação nos Médias (rádios, TV, jornal) e outros meios de
serviços

24 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
comunicação, incluindo redes sociais, mensagens de educação
sobre:
o saúde sexual e reprodutiva;
o violência baseada no género e criança, incluindo exploração e
abuso sexual;
o Uniõesprematuras;
o gravidez precoce.
▪ A comunidade deve ser sensibilizada sobre os riscos e impactos das
uniões prematuras, gravidez precoce e violência baseada no género,
para a saúde física e mental dos jovens bem como para a economia
doméstica, comunitário e nacional.
▪ Deve se elaborar um plano de engajamento dos líderes locais,
religiosos e outras pessoas envolvidas nos ritos de iniciação para
que se transformem em agentes de apoio ao Projecto na
sensibilização contra as actividades que concorrem para
uniõesprematuras e gravidezes precoces.
▪ Os beneficiários dos subprojectos devem assinar o código de
conduta que enfatizaquestõessobre o trabalho infantil para que não
sejam envolvidos menores em quaisquer actividades no projecto
beneficiário.
▪ Deverão ser tomadas em conta as medidas previstas na Lei de
trabalho nº 23/2007, Artigo 23 (Trabalho de Menores) no caso de ▪ SEJE
Risco de aumento do contratação de mão de obra com idade compreendida entre os 15 ▪ Provedor de
trabalho infantil e 18 anos e interditar a contratação de menores de 15 anos. serviços
▪ Durante o processo de recrutamento deverá se verificar a idade das ▪ Beneficiário
pessoas contratadas e todos os documentos relevantes deverão
estar no processo individual com o contracto e código de conduta.
▪ Capacitar a comunidade por forma que estes não envolvam
menores em actividades prejudiciais à saúde física e mental ou que
impulsionam a desistência escolar.

8.3. Fase do Fecho do Financiamento ao Projecto


Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ Deve se garantir a máxima compreensão dos contractos de trabalho
Fim de contractos laborais (objectivos, prazos, responsabilidade, etc.) no acto da assinatura do
/desvinculações(aplicável mesmo.
as posições chaves do ▪ Deve se notificar aos colaboradores da intenção de não renovação do
Projecto e alguns contracto com a devida antecedência conforme legislação laboral ▪ SEJE
funcionários dos aplicável. ▪ Provedor de
provedores de serviços da ▪ Deve se recomendar aos colaboradores para fazerem investimentos serviços
competição de planos de e/ou poupanças que os permita ficar seis meses sem trabalhar após o
negócios) fim do projecto, sem comprometer as necessidades do agregado
familiar.
▪ As desvinculações devem estar em conformidade com a Lei do Trabalho.
▪ Deve se seleccionar de forma estratégica os candidatos e assistir aos
Risco de falência dos beneficiários das subvenções (durante o ciclo do Projecto) de modo a
beneficiários (após o assegurar a sustentabilidade financeira de seus negócios após o término ▪ SEJE
término da subvenção)e da subvenção. ▪ Provedor de
redução da actividade ▪ Deve se sensibilizar aos beneficiários sobre a duração do projecto e das serviços
económica nos distritos assistências e clarificar que após esse período, os beneficiários deverão ▪ Beneficiário
seleccionados. assegurar a sua continuidade e sustentabilidade conforme o
aprendizado.

25 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
▪ Devem ser atraídos outros projectos para desenvolver cadeias de valor
que mantêm a actividade económica e comercial activa no distrito, por
forma a assegurar sustentabilidade financeira dos beneficiários.

▪ Durante o ciclo do projecto deve se criar o espírito de propriedade da


iniciativa pelas associações locais e assegurar que as actividades são
desenvolvidas mesmo sem o apoio do Projecto por forma a assegurar
continuidade das campanhas de sensibilização/formações da
comunidade (rapazes, raparigas, líderes comunitários) sobre SSR, VBG,
e outros temas de interesse comunitário e de empoderamento após o
apoio externo.
▪ Deve-se assegurar o envolvimento e o apoio contínuo do governo
distrital na promoção das actividades iniciadas pelo Projecto
Risco de descontinuidade
(campanhas de sensibilização, divulgação das actividades dos ▪ SEJE
do empoderamento dos
beneficiários das subvenções, indução e acompanhamento das ▪ Provedor de
jovens após o fim da
lideranças locais no processo de ritos de iniciação, entre outras serviços
assistência do Projecto
actividades).
▪ Deve-se incrementar actividades escolares que garantam sensibilização
contínua (que perdure mesmo após o financiamento do Projecto)dos
jovense da rapariga em diversos temas que garantem o seu
empoderamento (saúde sexual, violência e abuso sexual, uniões
prematuras, riscos da gravidez precoce, infecções de transmissão
sexual, entre outros), bem como que motivem a permanência na escola
e a adopção de bons hábitos de vida (actividades como culinária,
agropecuária, costura, desporto, teatro, desfile, dança, etc).
▪ O apoio aos grupos vulneráveis deve procurar empoderá-los e não dar
Risco de exclusão social e assistência contínua.
discriminação dos grupos ▪ A direcção provincial e serviços distritais do género, criança e acção
▪ SEJE
vulneráveis após o fim da social deve ser envolvida no Projecto e incitada a identificar soluções
assistência do Projecto para replicar as iniciativas inovadas pelo Projecto no apoio aos grupos
vulneráveis.
▪ Os líderes comunitários e pessoas influentes da comunidade devem ser
capacitados por forma a se apropriarem dos conceitos desenvolvidos
pelo projecto (redução de práticas nocivas como uniões prematuras,
incitação ao início prematuro da vida sexual activa, trabalho infantil,
protecção do perpetrador de qualquer tipo de violência, entre outras
práticas).
▪ Durante a fase de implementação do projecto, devese garantir o apoio
Risco de retorno de hábitos às instituições de governo em termos de capacitação e da sociedade
nocivos (muitas vezes civil, incluindo grupos de mulheres e jovens que combatem as uniões
▪ SEJE
difundidos nos ritos de prematuras e outras práticas nocivas a comunidade, por forma que após
iniciação) o fim do projecto, as actividades continuem.
▪ As mulheres devem ser empoderadas a decidir sobre quando e com
quem pretendem casar.
▪ As campanhas de sensibilizaçãoenvolvendo a comunidade e as unidades
sanitárias(temas como saúde sexual e reprodutiva, ITS, violência
baseada no género, etc.)devem ser desenvolvidas de forma
estratégicavisando garantir a divulgação de informaçõesmesmo após o
término do projecto.
Risco de descontinuidade ▪ A equipa dedicada ao projecto deve trabalhar com os colegas internos
▪ SEJE
do aproveitamento do /efectivos do SEJE e ministérios do CIDD para que os processos iniciados

26 | P á g i n a
Descritor Medidas de Gestão
Responsável
(impacto e sua fonte) (mitigação/potenciação)
dividendo demográfico pelo Projecto possam continuar após o financiamento, ou seja, deve se
após o término do garantir apropriação e transmissão de conhecimento e a
financiamento replicabilidade/continuidade do Projecto.

9. Código de Ética
Para os funcionários do SEJE e parceiros de implementação do Projecto, incluindo os seus parentes
(parceiro (a)efilhos):

• Os funcionários dos provedores de serviços, do corpo directivo das instituições que fazem
parte doCIDD, todos os funcionários do SEJE, e os pontos focais do Projecto não podem ser
beneficiários nem pertencer a nenhum grupo candidato.
• Está a estes vedada a prestação de serviços de consultoria e de fornecimento de bens aos
candidatos no âmbito da abordagem do Projecto.

Para os beneficiários:

Os projectos têm que necessariamente ser implementados e beneficiar entidades que residam nas
províncias e distritos seleccionados. Os fundos e bens adquiridos devem ser utilizados para
desenvolver actividades para as quais foram concebidas. Caso se registem desvios do subprojecto, a
SEJE vê-se no direito de suspender ou cancelar o termo de compromisso e exigir a restituição dos
recursos transferidos ou pagos.

Os candidatos devem estar disponíveis a fornecer todo o tipo de informações relacionadas com os
subprojectos aprovados.

Os beneficiários de materiais/equipamentos escolares (bicicleta, uniforme, material escolar, etc.)


estão interditos de vender, trocar ou penhorar, sendo da responsabilidade do encarregado de
educação a monitoria do uso para o fim ao qual o bem foi atribuído.

Todo aquele que tenha a posse definitiva de qualquer material/equipamento fornecido aos
beneficiários e que não faça parte do grupo dos beneficiários, deverá ser confiscado o bem pelo
Projecto.

Caso os beneficiários se sintam lesados, podem reclamar usando o Mecanismo de Gestão de


Reclamações (MGR) descrito no Capítulo 14ou em qualquer outro mecanismo de reclamação que for
implementado para o projecto.

10. Prevenção de violênciabaseada no género econtra


criança
Um Código de Conduta (CdC) para evitar a Violência Baseada no Género (VBG) e Violência Contra a
Crianças (VCC), incluindo Violência Sexual e Baseada no Género (VSBG), Exploração e Abuso Sexual
(EAS), Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil, etc. é apresentado no Anexo IV.

O Código de Conduta reparte-se em código para a Empresa (a ser assinado pelo representante legal),
para os Gestores (da empresa) e individual (paratrabalhadores e outras pessoas singulares). O código

27 | P á g i n a
aplica-se tanto ao SEJE, provedores, beneficiários e seus trabalhadores, devendo se estender a outros
intervenientes sempre que aplicável (ex. instituições parceiras, líderes locais e religiosos, etc.).

O código aplica-se a todos os funcionários directos e indirectos (incluindo gestores, prestadores de


serviços, beneficiários dos fundos dos projectos e trabalhadores ocasionais).

O código individual deve ser assinado individualmente e em duas cópias mantidas por ambas partes
(colaborador e patronato). A cópia do patronato deverá estar disponível para monitoria/auditoria no
local do Projecto/Subprojecto.

Ao assinar, os colaboradores e gestores consentem formalmente que eles:

• Receberam uma cópia do Código;


• Tiveram uma explicação sobre o Código;
• Reconhecem que a adesão a este Código de Conduta é uma condição de emprego; e
• Reconhecem que as violações do Código podem resultar em graves consequências, até e
inclusive a demissão, ou encaminhamento às autoridades legais.

Pelos motivos acima, antes da entrega para assinatura deverá se explicar (ao assinante), o conteúdo e
implicações do código. Este tema deverá fazer parte dos treinamentos a serem ministrados pelo
Proponente, Provedor eBeneficiários aos seus colaboradores.

11. Prevenção de influxo de trabalhadores e problemas


sociais associados
Muitos impactos sociais são difíceis de remediar/corrigir. As condições sociais pré-existentes na
comunidade anfitriã podem ser facilmente exacerbadas até mesmo por um modesto influxo de
trabalhadores - chegada de trabalhadores não locais. O influxo pode levar a riscos relacionados com a
disseminação de infecções transmissíveis (HIV-SIDA, COVID 19, cólera, etc.), assédio sexual, violência
baseada no género, violência contra a criança, uniões prematuras, exploração e abuso sexual, assédio
sexual, inflação local de preços, comportamento ilícito, criminalidade, etc.

De modo a evitar esses impactos, relacionados ao influxo de trabalhadores, bem como maximizar os
impactos sociais positivos a nível local, o Projecto considera:

• Um processo de recrutamento transparente e não discriminatório (por exemplo, com base no


status da família, etnia, raça, sexo, religião, idioma, estado civil, local de nascimento, idade,
deficiência ou afiliações políticas).
• As mulheres e membros das comunidades (moradores dos distritos de implementação)
deverão ter prioridade de empregabilidade.
• Sempre que possível, o recrutamento será efectuado por concurso público divulgado em jornal
ou em coordenação com os líderes locais e ligado ao processo de engajamento das partes
interessadas e mecanismo de gestão de reclamação.

12. Prevenção e Controlo da COVID-19


Enquanto durar a pandemia da COVID 19, acções de prevenção e controlo deverão ser implementadas
em diferentes situações, principalmente:

28 | P á g i n a
• Em geral, e em contexto de trabalho
o Uso obrigatório e correcto das máscaras. A indicação da obrigatoriedade deve estar
visível através de cartazes.
o Incentivar o uso da etiqueta da tosse - cobrir a boca e nariz com o cotovelo flexionado
ao tossir ou espirrar (medidas para reduzir a propagação de doenças respiratórias).
o Promover a lavagem frequente das mãos - fornecer um local para lavar as mãos nas
instalações (para trabalhadores e visitantes). Se o sabão e a água corrente não
estiverem imediatamente disponíveis, fornecer um desinfectante a base de álcool
(70% de álcool).
o Proibir o contacto físico, como apertos de mão, abraços e beijos. Promover formas de
cumprimentar as pessoas sem o contacto físico.
o Desencorajar o contacto dos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
o Desinfectar regularmente os objectos e superfícies frequentemente tocadas.
o Os colaboradores que estejam saudáveis, mas que tenham um membro da família em
casa infectado pela COVID-19, devem notificar o seu supervisor.
o Todos os trabalhadores devem utilizar a sua própria garrafa de água e evitar partilhar
objectos (celular, computadores pessoais, esferográficas, etc).

• Em caso de consulta pública, ou interacções com a comunidade local


o Sempre que possível, realizar reuniões ao ar livre;
o Assegurar a utilização correcta de máscaras pelos intervenientes.
o As reuniões devem obedecer ao número máximo de pessoas estipuladas pelo decreto
em vigor sobre a COVID-19 em Moçambique.
o Encorajar os colaboradores suspeitos de estarem contaminados pela COVID a não
comparecer na interacção com a comunidade e reportar imediatamente ao
supervisor.
o Incentivar o uso da etiqueta da tosse.
o Aconselhar todos (trabalhadores e convidadas) que sejam positivos da COVID-19 para
que permaneçam em casa e não compareçam em nenhuma sessão.
o Praticar o distanciamento físico, mantendo uma distância de pelo menos 1,5m entre
os participantes. Para reuniões de pequenos grupos, conceber formas de ter reuniões
que permitam ao grupo manter o distanciamento social, mas continuar a funcionar
como um grupo, por exemplo, arranjos em semicírculo.
o Em caso de trabalhos que envolvam visitas domiciliares, devem ser realizadas reuniões
do lado exterior da residência. Realizar discussões com um ou apenas alguns membros
do agregado familiar.
o Após a interacção ou reunião com membros da comunidade, conservar os nomes e
contactos de todos os participantes durante pelo menos um mês. Isto ajudará a
localizar pessoas que possam ter sido expostas à COVID-19 se um ou mais
participantes ficarem doentes pouco tempo depois do evento.
o Em caso de reuniões em lugares fechados, garantir o arejamento natural (abertura das
portas e janelas), obedecer ao número máximo de participantes conforme estipulado
no decreto presidencial em vigor sobre a COVID-19 e obedecer todos os cuidados
individuais descritos nos parágrafos anteriores.

• Em casos de existência de casos suspeitos na equipa;


Para efeitos deste Manual, os casos suspeitos são aqueles que estiveram em contacto com casos
positivos e que apresentam sintomas de COVID 19. Estes devem:

29 | P á g i n a
o Comunicar ao supervisor.
o Consultar um médico através das linhas telefónicas divulgadas pelo Ministério da
Saúde e seguir as recomendações.
o Permanecer em licença de trabalho autorizada, em casa e em quarentena, mesmo que
sinta que os sintomas sejam ligeiros.
o Monitorar a saúde, incluindo a realização de verificações de temperatura.
o Cumprir com todas as medidas preventivas e de controlo acima e abaixo descritas.

• Em situação de caso confirmado na equipa.


o Interromper temporariamente as actividades de toda a equipa enquanto se assegura
que não há mais infectados - os membros da equipa devem estar em quarentena
seguindo as recomendações da autoridade de saúde. Estes podem trabalhar a partir
de casa.
▪ Por este motivo, sempre que possível é importante ter várias equipas em que
os seus membros não tenham interacções físicas frequentes (por exemplo,
diferentes turnos ou equipes para diferentes áreas e actividades),
o Avaliar o risco (ex. de ser linchado devido a acusação de espalhar doenças na
comunidade local) e utilizar uma melhor abordagem para comunicar o mais
rapidamente possível comunidade local com quem a equipa teve interacções nos
últimos 15 dias - se aplicável.
o As autoridades sanitárias devem ser apoiadas na identificação dos "contactos" que o
caso confirmado tenha feito.

• Monitorização e relatórios:
o Devem ser realizadas pequenas palestras sobre a COVID-19, de modo a colher
percepções dos colaboradores, beneficiários sobre os sintomas da COVID-19,
mecanismos a serem usados em casos suspeitos, em caso de contacto com um caso
confirmado, etc.
o Contactos de emergência devem estar fixos em locais facilmente visíveis e de fácil
acesso.
o Deve se monitorizar a implementação das medidas acima referidas e o conhecimento
da equipa (ex. certificar que os trabalhadores conhecem os passos a seguir em caso de
possível contaminação).

• Para comunicar os procedimentos aos colaboradores/beneficiários


o Os colaboradores devem ser treinados em medidas de prevenção e controlo da COVID.
o Deve se reproduzir e fixar informações de boas práticas em locais acessíveis aos
trabalhadores, ex. instruindo sobre: lavagem das mãos, como utilizar a máscara, etc.

13. Estratégia de Comunicação


A implementação da estratégia de comunicação é de competência da SEJE. É recomendável que a
produção de todo o material de suporte para divulgação do programa, com maior abrangência nos
órgãos de comunicação social, esteja a cargo de empresas vocacionadas ou que demonstrem
competências para o efeito.

As estratégias de comunicação e engajamento das partes interessadas têm como objectivos:

30 | P á g i n a
• Organizar sessões de formação e sensibilização, com os actores estratégicos (Jovens nas
comunidades, alunos das escolas seleccionadas, líderes comunitários, líderes religiosos,
empresas, dentre outros actores).
• Explicar os objectivos, condições e actividades do Projecto.
• Apresentar os critérios de elegibilidade para financiamento/apoio para as subvenções e para
os materiais e equipamentos escolares.
• Comunicar os locais de acesso a formulários, de submissão de candidaturas em cada
província/distrito/localidade elegível e os canais de comunicação com o Projecto.
• Comunicar a possibilidade e critérios de apoio aos potenciais candidatos no preenchimento
de ficha de triagem ambiental e social, e elaboração de Plano de Negócio.
• Fornecer materiais de difusão aos parceiros, para sua divulgação: associações, ONGs,
prestadoras de serviço, etc.
• Explicar o funcionamento do Mecanismo de Gestão de Reclamações.

A estratégia de comunicação e divulgação visa dar a conhecer os produtos, actividades,


potencialidades, resultados e oportunidades decorrentes da execução do Projecto, bem como abrir
canais de comunicação que propiciem a sustentabilidade futura da imagem do Projecto.

As acções de divulgação e comunicação acompanharão todo o processo de implementação do


Projecto. Estas acções serão o mais abrangentes possível, para que as mensagens alcancem o maior
número de potenciais beneficiários. Para o efeito, serão utilizados canais de comunicação
diferenciados de acordo com o perfil do público-alvo. A figura abaixo esquematiza o fluxo de
comunicação.

As acções de divulgação e comunicação acompanharão todo o processo de implementação do


Projecto. Estas acções serão o mais abrangentes possível, para que as mensagens alcancem o maior
número de potenciais beneficiários. Para o efeito, serãoutilizados canais de comunicação
diferenciados de acordo com o perfil do público-alvo, podendo se publicar anúncios/campanhasde
âmbito nacional ou comunitário (com abrangêncianos distritos e postos administrativos
seleccionados), quer através da média digital(Página Web, Facebook, Instagram, etc.) como de canais
tradicionais (rádio, televisão, jornal, etc.).

A SEJE prevê a criação de um Boletim Informativo trimestral para divulgação das actividades do
projecto: avanço, resultados, perspectivas, oportunidades futuras, histórias de sucesso, etc.O boletim
poderá ser divulgado em formato impresso a nível dos distritos do país, porém, poderá ter larga
abrangência urbana e rural se divulgado também electronicamente a uma extensa lista de
destinatários.

A figura abaixo esquematiza o fluxo de comunicação.

31 | P á g i n a
Estratégia de Comunicação

Envolver
Promover e assistir
Sensibilizar

Interessados e
Alertar prontos para ser
Interessados que beneficiado
não sabem o que
fazer
Desinteressados

Desconhecedores

Figura 1: Fluxo da Estratégia de Comunicação

14. Mecanismo de Gestão de Reclamações


Uma queixa pode ser definida como um problema real ou percebido que possa dar motivos para uma
reclamação. Como política geral do Projecto, a SEJE irá proactivamente interagir com as autoridades e
líderes locais, bem como com os beneficiários no sentido de prevenir qualquer tipo de reclamações.
Todavia, poderá haver eventos que venham a dar origem a reclamações.

As queixas podem assumir a forma de reclamações específicas sobre impactos, danos ou danos
considerados como causados pelo Projecto e sobre o acesso ao processo de participação das partes
interessadas no subprojecto. Este mecanismo de reclamações foi desenvolvido com os seguintes
objectivos:

• Construir e manter a confiança de todas as partes interessadas;


• Prevenir consequências adversas do fracasso em lidar adequadamente com queixas; e
• Ajudar a identificar e gerir as preocupações das partes interessadas e, assim, apoiar na gestão
eficaz dos riscos associados.

O Mecanismo desenvolvido é baseado nos seguintes princípios e compromissos:

• Acessibilidade:garantir que o mecanismo seja acessível àqueles que desejam enviar uma
queixa. Inclui a capacidade de enviar uma queixa verbalmente.
• Divulgação: divulgação e explicação do mecanismo e seus canais de comunicação a todas as
partes interessadas externas. Esta divulgação será implementada em um formato e língua
facilmente compreensíveis para a população local e / ou comunicada oralmente em áreas onde
os níveis de alfabetização são baixos.
• Transparência: esclarecer desde o início quem deve usar o mecanismo e garantir às partes
interessadas que não haverá custos nem retribuições associadas à apresentação de uma
queixa. As partes interessadas serão informadas de que a queixa pode ser enviada
anonimamente e que podem solicitar que sua identidade seja mantida em sigilo.
• Eficiência:comunicar publicamente e estabelecer um prazo dentro do qual todas as queixas
registadas serão respondidas e garantir que todos os tempos de resposta sejam cumpridos.

32 | P á g i n a
Isso ajudará a aliviar a frustração, informando as pessoas quando podem esperar ser
contactadas e / ou receber uma resposta às suas queixas.
• Justiça: garantir a possibilidade de recorrer no caso de não se concordar com a acção definida
para responder à queixa;
• Registos escritos:manter registos escritos de todas as queixas recebidas, numa base de dados,
para garantir a gestão eficiente da resolução.

Como política geral do Projecto, o Proponente, provedores e beneficiários devem trabalhar


proactivamente no sentido de se resolverreclamações da comunidade, dos trabalhadores e
contratados durante a implementação do Projecto e subprojectos. O MGR do Projecto está
esquematizado no diagrama abaixo13.

Figura 2: Fluxo do Mecanismo de Gestão de Reclamações

O processo do Mecanismo de Reclamações irá funcionar como a seguir se sugere, nos seguintes níveis:

Nível 1 – Possível queixa é apresentada aos líderes locais, ao provedor de serviço do Projecto, ao
beneficiário da subvenção ou ao Ponto Focal de salvaguardas a nível distrital/posto administrativo
como primeiro nível de resolução. Estes deverão providenciar esclarecimentos ao reclamante sobre o
assunto em causa, com vista a resolver a queixa. A reclamação pode igualmente ser depositada por
escrito, no livro de reclamações ou na caixa de reclamações do Governo Distrital.

13Estediagrama é apenas um exemplo dentre vários mecanismos de gestão de reclamação que podem ser adoptados para
o projecto.

33 | P á g i n a
Nível 2 – Se após esclarecimento dado no Nível 1, a queixa não for resolvida, as questões podem ser
apresentadas a equipa de Salvaguardas da SEJE para definir devida solução. Este segundo nível pode
auxiliar na resolução local ou proporcionar um canal rápido para resolução atempada envolvendo as
autoridades distritais e provinciais relevantes.

O estabelecimento de linha telefónica verde (grátis) será de extrema relevância para apresentação de
reclamações pelo público alvo, principalmente jovens distantes das sedes distritais e de postos
administrativos(locais onde poderão existircaixas e livros de reclamações).

Nível 3 – Sempre que esta não possa ser resolvida pela equipa de salvaguardas, deverá ser transmitida
ao Gestor da UGP pela SEJE, que irá assegurar que as instituições relevantes se reúnam (equipa de
salvaguardas, prestadores de serviço, entre outros) por forma a resolver a queixa.

Caso haja necessidade de recurso à mediador independente, irá se assegurar que o reclamante tem
acesso ao mediador apropriado da sua escolha. Este poderá ser uma organização dedicada ao assunto
em causa (ex. ONG ou os vários centros de arbitragem, conciliação e mediação na localidade) ou uma
pessoa independente qualificada e experiente em arbitragem, conciliação e mediação.

Nível 4 – Caso não haja consenso entre as partes, a reclamação será transmitida para mediação por
um tribunal, preferencialmente do nível distrital.

Nível 5 – Caso a queixa não seja resolvida no nível anterior, a mesma será tramitada ao tribunal
provincial.

Na maioria das legislações sectoriais estão acauteladas provisões para recorrer e/ou apresentar
queixas aos níveis mais altos do governo, tais como Directores Nacionais e Ministros. Caso alguma
parte não esteja satisfeita, o lesado pode levar a queixa ao tribunal onde será tratada conforme a
legislação moçambicana, recomenda-se que seja um tribunal distrital/provincial.

Propõe-se que o Projecto/equipa de salvaguardas tenha disponível uma linha verde de nível central e
outras de nível distrital para garantir que as reclamações (anónimas ou não) sejam submetidas e
assegurar que todas as queixas sejam resolvidas ainda no Nível 1 e 2, evitando processos complexos
de resolução de queixas nas fases subsequentes.

O Mecanismo de Reclamações deve ser implementado desde o início dos subprojectos. Será
necessário criar essa capacidade para capturar e antecipar activamente as reclamações/queixas.

Se a reclamação estiver associada a ViolênciaContra Criança (VCC) ouViolência Baseada no Género


(VBG) (incluindo Violência Sexual Baseada no Género (VSBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS), Assédio
Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil, etc.), as vítimas (geralmente do sexo feminino) tem
maior facilidade de comunicar à igreja, a unidade sanitária/Agente Polivalente Elementar (APE) de
saúde ou a esquadra de polícia.

Finalmente, as comunidades e indivíduos afectados pelo subprojecto podem enviar reclamações para
revisão rápida ao Serviço de Gestão de Reclamações do Banco Mundial (SGR). Para obter informações
visite http://www.worldbank.org/en/projects-operations/products-and-services/grievance-redress-
service

34 | P á g i n a
Os afectados podem também enviar reclamações ao Painel de Inspecção independente do Banco
Mundial, que determina se um dano ocorreu como resultado da não-conformidade com suas políticas
e procedimentos - para mais informação visite www.inspectionpanel.org.

15. Procedimentos de Resposta a Emergências


Os procedimentos de resposta a cenários de emergência visam facilitar a identificação dos
intervenientes e a definição do respectivo padrão específico de actuação em caso de ocorrência de
emergência. Estas acções permitem um combate eficaz do acidente e a minimização da respectiva
consequência, para assegurar a integridade física de toda a pessoa e trabalhadores/estudantes no
local.

Considerando as actividades previstas e riscos prováveis, apresentam-se, no Anexo VI, procedimentos


de resposta para situações de emergência relacionadas a:
• Atropelamento;
• Derrame de produtosquímicos (solventes, óleos, tintas, etc);
• Assistência à vítimas;
• Combate à incêndios.

Esta lista de procedimentos não pretende ser exaustiva nem precisa. Como parte do sistema de gestão
de riscos, durante a execução do Projecto,a SEJE ou seus parceiros (Provedores e Beneficiários)
poderão reavaliar as potenciais situações de risco inerentes às actividades e especificar melhor os
responsáveis e acções. Caso sejam identificados outros cenários de emergência razoavelmente
previsíveis, deverá se desenvolver e implementar procedimento de resposta adicional.

16. Monitoria e Fiscalização da Implementação do Manual


A implementação dos procedimentos de gestão constantes do presente Manual serão objecto de
monitoria e fiscalização, sob responsabilidade da equipa de salvaguardas do Banco Mundial, da SEJE,
dos pontos focais e os próprios provedores de serviço e beneficiários.

A identificação do não cumprimento das medidas de gestão constantes deste Manual deverá ser
registada e os responsáveis notificados sobre os problemas/fraco desempenho em causa, as acções a
tomar e um prazo de implementação de acções correctivas.

De seguida apresentem-se os indicadores de monitoria que deverão ser periodicamente verificados.

Tabela 6: Indicadores de Monitoria


Descritor Indicadores de Monitoria
Evidência de estratégias de minimização da geração de resíduos (existência e uso
de embalagens retornáveis, de produtos com poucas embalagens).
Resíduos sólidos
Evidência de separação de resíduos por forma a garantir o reúso de alguns resíduos
(plásticos, matéria orgânica) quando aplicável.
Evidência da priorização em obtenção de recursos/bens a nível local, por forma a
Melhoria da economia local e
diversificar as fontes de renda das camadas populacionais mais pobres, ex. termos
redução da pobreza
de referência a indicarem preferência para trabalhadores/ empresas locais.
Ambiente sonoro e qualidade Evidência de que os veículos/equipamentos não emitem ruído, gases e fumos
do ar anormalmente elevados.
Solos e água Verificar o processo de acondicionamento, recolha e deposição final dos resíduos.

35 | P á g i n a
Verificar o local de acondicionamento de substâncias perigosas, tais como tintas,
vernizes, recipientes de Sprays/aerossóis, (resguardados de intempéries) e de
acesso restrito.
Evidenciar a realização de treinamentos e sensibilizações sobre o consumo
consciente dos recursos (água, papel, energia, etc).
Evidenciar a existência e uso de Ficha de Informação de Segurança de Produto
Químico (FISPQ - também conhecidos por MSDS) se aplicável.
Evidencia de existência de uma Estratégia de Comunicação documentada e de
Risco de obtenção de
divulgação das oportunidades (ex. spots publicitários).
número reduzido de
Evidencia de interacção com outros sectores (Ciência e tecnologia, indústria e
candidatos qualificadas
Comércio, etc.) para identificação de candidatos qualificados.
Evidência da participação massiva das mulheres e verificar se foram usadas cotas
que integram grupos desfavorecidos em oportunidades de formação/emprego
(raparigas, jovens com deficiência, vítimas de abusos sexuais, jovens órfãos, jovens
que cuidam de idosos/doentes crónicos e outros grupos vulneráveis e
Oportunidade de inclusão carenciados).
social Evidência da mobilização profunda dos líderes comunitários, líderes religiosos,
pessoas influentes na comunidade para a identificação de grupos vulneráveis e
assistência ao Projecto.
Evidenciar a realização de actividades educativas e culturais nas escolas.
Evidências da divulgação às lideranças locais e população em geral sobre o
objectivo, duração e actividades do projecto, bem como potenciais e riscos
inerentes, bem como medidas de gestão a implementar (ex. acta de reunião ou
cópia de documento informativo disponibilizado).
Evidência da realização de sensibilização e treinamentos aos jovens e raparigas
sobre VBG, SSR, uniões prematuras, gravidez precoce, VCC, Violência Sexual
Baseada no Género (VSBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS), Assédio Sexual (AS),
trabalho infantil, competências para a vida e verificação dos conteúdos das
formações.
Evidências do fornecimento de materiais e equipamentos aos alunos beneficiários
(bicicletas, uniformes escolares, etc).
Meio Social Evidencia de canais de recepção de reclamações - linhas telefónicas, caixas e livros
de reclamações, da definição de interlocutores para receber e encaminhar
eventuais queixas, etc.
Verificar a existência de contractos de trabalho estabelecidos com membros e/ou
empresas locais (incluindo mulheres).
Evidencias de que os beneficiários das subvenções não apoiam praticas de trabalho
infantil de forma directa ou indirecta e que não contribuem para o abandono
escolar.
Verificar a equidade de género no processo de contratação.
Evidência de que na indução, os trabalhadores são sensibilizados quanto a normas
de conduta a adoptar, que incluem o respeito pela população local e que excluem
situações de violência (incluindo violência sexual para com mulheres).
Risco de comportamentos Evidencia de Mecanismo de Gestão de Reclamações instituído, divulgado e em uso.
desviantes na equipe e de Acompanhamento da matriz de registo de reclamações.
frustração de expectativas da Evidência de códigos de ética e códigos de conduta assinados pelos colaboradores.
comunidade
Evidência de que as substâncias inflamáveis são mantidas em local protegido do
calor ou de qualquer fonte de ignição.
Saúde e Segurança Evidências de treinamentos sobre saúde, segurança e ambiente para os
Ocupacional e da colaboradores e beneficiários de subvenções do projecto.
Comunidade Evidência do fornecimento de EPI e cumprimento de normas sobre HST para tipos
de trabalhos que apresentam riscos de acidentes de trabalho elevados (Próximo a
obras, trabalhos a altura, em ambientes confinados, entre outros).

36 | P á g i n a
Evidência da formação dos beneficiários das bicicletas sobre habilidades de
condução.
Verificar os conteúdos das sessões de sensibilização;

No final da implantação, o Proponente deverá realizar uma avaliação de desempenho relativo à


implementação deste Manual. O relatório desta avaliação de desempenho deverá conter, mas não se
limitar nos seguintes pontos:
• Âmbito da avaliação/aspectos avaliados;
• Procedimentos/critérios usados na avaliação; e
• Resultados da avaliação.

17. Considerações Finais


O Projecto Aproveitar o Dividendo Demográfico: Moçambique – Desenvolvimento e Empoderamento
para Jovens é de Categoria C perante as políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial
e da legislação Moçambicana. Ou seja, as suas actividades e subprojectos provocam impactos
negativos negligenciáveis, insignificantes ou mínimos, sem impactos irreversíveis e onde os impactos
positivos superem aos negativos.

O Manual de Boas Práticas de Gestão Ambiental e Social foi elaborado para responder as medidas de
mitigação dos riscos e impactos sociais e ambientais. Sendo que os aspectos a serem considerados
são:

• Os potenciais impactos ambientais e sociais espectáveis serão controlados através de medidas


de mitigação, gestão e monitorização constantes neste Manual. A responsabilidade de
garantir a implantação das medidas formuladas no Manual é da equipa de salvaguardas da
SEJE para as actividades gerais do Projecto e dos Beneficiários, para as actividades dos
subprojectos vencedores de subvenções.
• O Manual considera que qualquer actividade/subprojecto susceptível de desencadear
impactos acima da Categoria C não é elegível ao Projecto.

A SEJE deverá, igualmente, auditara conformidade das actividades dos subprojectos dos beneficiários
das subvenções, para assegurar o cumprimento deste Manual, ao nível dos beneficiários.

37 | P á g i n a
18. Bibliografia
Arnaldo, C., & Hansine, R. (2017). Conferência ‘Desafios da investigação social e económica em tempos
de crise’. Maputo.

Asdi. (2007). Um Perfil das Relações de Género.

Forúm da Sociedade Civil para os Direitos da Criança. (2015). Protecção da Criança contra o Trabalho
Infantil.

Francisco, T. X. (Janeiro-Junho de 2016). História dos Direitos da Criança no mundo e em Moçambique:


um estudo sobre a sua evolução. Revista de Ciências HUMANAS, 64-84.

Galvão, L. (1 de Dezembro de 2020). UNFPA Moçambique. Dividendo Demográfico. Obtido de


https://mozambique.unfpa.org/pt/news/aproveitando-o-poder-dos-dados-para-responder-
e-acabar-com-vbg

GdM. (2017). Plano de Acção Nacional para o Combate às Piores Formas do Trabalho Infantil Em
Moçambique (2017-2022).

GdM. (2017). Plano Estratégico Provincial de Prevenção e Combate à Violência Baseada no Género de
Inhambane.

GdM. (2018). Plano nacional de prevenção e combate à violencia baseada no género (2018-2021).
Maputo.

IFC. (2007). Nota de Orientação 4 - Saúde e Segurança da Comunidade .

IMAGES. (2017). Resultados do Inquérito Internacional sobre Homens e Igualdade de Género .

INE. (2017). Censo 2017 - IV Recenseamento Geral da População e Habitação.

Ministério da Saúde. (2018). Plano estratégico de acção - Prevenção e controlo das infecções de
transmissão sexual (2018-2021).

Ministério da Saúde. (2019). Relatório Semestral das Actividades Relacionadas ao HIV/SIDA - 2019.

Ministério da Saúde. (2020). Anuário Estatístico de Saúde 2019. Maputo.

Ministério da Saúde. (2020). Manual de prevenção COVID-19. Maputo.

Ministério do Género, Criança e da Ação Social. (2017). Projeto de Proteção Social para Moçambique.

Ministério do trabalho, emprego e segurança social; UEM. (2016). Estudo qualitativo sobre o fenómeno
do trabalho infantil e o seu impacto em Moçambique (2014-2016).

MITESS, UEM. (2016). Estudo qualitativo Sobre o fenómeno do trabalho infantil e o seu impacto em
Moçambique.

Montes, J. e. (2020). How much will poverty rise in Sub-Saharan Africa in 2020? Poverty & Equity Notes.

OMS. (2010). Prevenção da violência sexual e da violência pelo parceiro íntimo contra a mulher: Ação
e produção de evidência.

38 | P á g i n a
ONU. (2000). Declaração Universal dos Direitos Humanos.

(2016). Roteiro da união africana sobre o ''Aproveitamento do dividendo demográfico através de


investimentos na juventude''.

Save The Children. (16 de Dezembro de 2020). Obtido de


https://resourcecentre.savethechildren.net/sites/default/files/documents/5724_0.pdf

Save The Children. (16 de Dezembro de 2020). savethechildren. Obtido de


https://www.savethechildren.mx/codigo-de-conducta

Sustainability and Corporate Governance Department. (2020). Coronavirus disease (COVID-19)


Guidance for employers.

The World Bank. (2018). Jobs Diagnostic Moçambique.

UNFPA Moçambique. (1 de Agosto de 2018). Dividendo Demográfico: Investir no capital humano.

UNFPA Moçambique. (2019). O dividendo da Juventude - Relatório anual de 2019.

UNFPA Moçambique. (7 de Dezembro de 2020). UNFPA Moçambique. Obtido de


https://mozambique.unfpa.org/pt/news/saúde-sexual-e-reprodutiva-e-os-serviços-de-vbg-
são-essenciais-pois-quase-6000-mulheres-e

WHO. (24 de Julho de 2020). Country & Technical Guidance - Coronavirus disease (COVID-19). Obtido
de https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/technical-guidance-
publications

World Bank. (2020). Documento de avaliação do projecto aproveitando o dividendo demográfico.

World Health Organization. (2020). Cleaning and disinfection of environmental surfaces in the context
of COVID-19.

39 | P á g i n a
ANEXOS

40 | P á g i n a
ANEXO I – Províncias e Distritos Seleccionados
para a Implementação de Actividades Específicas
do Projecto

41
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SECRETARIA DE ESTADO DA JUVENTUDE E EMPREGO


INSTITUTO NACIONAL DA JUVENTUDE
Unidade de Gestão do Projecto

Lista dos Distritos Abrangidos no Projecto

Nº Província Distrito
1 Manica Barue
2 Manica Cidade de Chimoio
3 Manica Gondola
4 Manica Macate
5 Manica Machaze
6 Manica Macossa
7 Manica Manica
8 Manica Mossurize
9 Manica Tambara
10 Manica Vanduzi
11 Maputo Cidade/Província Municipal KaMaxakeni (DU 3)
12 Maputo Cidade/Província Manhiça
13 Maputo Cidade/Província Cidade Da Matola
14 Maputo Cidade/Província Matutuíne
15 Nampula Cidade de Nampula
16 Nampula Larde
17 Nampula Liupo
18 Nampula Memba
19 Nampula Mogincual
20 Nampula Moma
21 Nampula Monapo
22 Nampula Murrupula
23 Nampula Namapa – Eráti
24 Nampula Ribaué
25 Nampula Rapale
26 Sofala Búzi
27 Sofala Caia
28 Sofala Cheringoma
29 Sofala Chibabava
30 Sofala Cidade da Beira
31 Sofala Maríngue
32 Sofala Marromeu
42
33 Sofala Nhamatanda
34 Zambézia Cidade de Quelimane
35 Zambézia Gurue
36 Zambézia Ile
37 Zambézia Inhassungue
38 Zambézia Maganja da Costa
39 Zambézia Milange
40 Zambézia Mocubela
41 Zambézia Molumbo
42 Zambézia Mopeia
43 Zambézia Mulevala
44 Zambézia Nicoadala
45 Cabo Delgado Pemba

43
ANEXO II – Formulário de Triagem Ambiental e
Social

44
PROJECTO PARA APROVEITAR O DIVIDENDO DEMOGRÁFICO:
MOÇAMBIQUE – DESENVOLVIMENTO E EMPODERAMENTO PARA JOVENS

Formulário de Triagem Ambiental e Social para os Subprojectos Candidatos a Subvenções

1. INFORMAÇÃO GERAL
1.1. Dados do proponente do subprojecto
Pessoa responsável: Sexo:(M) ___ (F) ___

Estado Civil: Idade:

NUIT no: BI/Passaporte/Cartão de Eleitor no:

Endereço:

Contacto:

2. INFORMAÇÃO SOBRE O SUBPROJECTO


2.1. Nome do subprojecto

2.2. Tipo de actividade


a) Turismo ( ) b) Industrial ( ) c) Agro-pecuária ( ) d) Energético ( ) e) serviços ( )

f) Outro (descrever a actividade, máximo 5 linhas):

2.3. Especifique
a) Novo ( ) b) Reabilitação ( ) c) Expansão ( )
2.4. Localização da actividade
a) Província: b) Distrito:
c) Cidade: d) Bairro:
e) Coordenadas Geográficas

2.5. Meio de inserção do Subprojecto


a) Urbano ( ) b) Rural ( ) c) Periurbano ( )
2.6. Enquadramento no zoneamento
a) Espaço habitacional ( ) b) Industrial ( ) c) Serviço ( )

d) Outro (Especifique)

3. DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE:
3.1. Infra-estruturas da actividade, suas dimensões e capacidade (5 Máximo linhas)

3.2. Actividades principais e complementares:

45
3.3. Tipo, origem e quantidade da mão-de-obra:

3.4. Tipo, origem e quantidades de matéria-prima:

3.5. Outros recursos necessários:

3.6. Posse de terra (situação legal sobre a aquisição do espaço físico)


a) Título de DUAT ( ) b) DUAT Provisório ( ) c) Licença de ocupação ( )
d) Documentos de Trespasse da área ( ) e) Nenhum ( )

f) Outro (especifique)

3.7. Validade do DUAT

3.8. Tipo de Propriedade


a) Do Candidato ( ) b) Alugado ( ) c) Emprestado ( )

d) Outro (especificar)

4. BREVE INFORMAÇÃO SOBRE A SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA


LOCAL E REGIONAL:
4.1. Características físicas do local de implantação da actividade
a) Planície ( ) b) Planalto ( ) c) Vale ( ) d) Montanha ( )
4.2. Ecossistemas predominantes:
a) Rio ( ) b) Lago ( ) c) Mar ( ) d) Terrestre ( )
4.3. Zona de localização:
a) Zona Costeira ( ) b) Zona do interior ( ) c) Ilha ( )
4.4. Tipo de vegetação predominante:
a) Floresta ( ) b) Savana ( )

c) Outros (Especifique)

4.5. Uso do solo de acordo com o plano de estrutura ou outra política vigente

46
a) Machamba ( ) b) Habitacional ( ) c) Industrial ( ) d)
Protecção ( )

e) Outros (Especifique)

4.6. Infra-estruturas principais existentes ao redor da área da actividade:

4.7. Tem Licença Ambiental?


a) Sim ( ) b) Não ( )

4.8. Possui algum tipo de código / plano / programa para salvaguardar aspectos ambientais,
sociais de saúde e segurança ocupacional ou comunitária?
a) Sim ( )(Especificar)

b) Não ( )

5. QUESTIONÁRIO DE TRIAGEM AMBIENTAL


Escala do
Impacto
Perguntas de Triagem Sim Não Mais Detalhes
Esperado
A M B
A Localização da actividade
Existe alguma área ambiental ou
culturalmente sensível dentro do local do
a.
Projecto e/ou a 500 metros desse local,
apresentado nesta proposta?
Áreas Protegidas/Reservas Florestais
Caminhos de migração de animais
Locais arqueológicos
Receptores Sensíveis (Templos, Escolas,
Hospitais)
Pântanos
Linhas de mangais
Estuarino
Zona de Protecção de Áreas Protegidas e
Reservas Florestais
Hidrovias (riachos, rios, lagos)
Área especial para protecção da
biodiversidade
O local proposto para o subprojecto está
b.
localizado em zona de alto risco?
Zona propensa a deslizamento
Inclinação acentuada
Terra muito degradada em terreno
montanhoso
Área ribeirinha susceptível a cheias anuais

47
Escala do
Impacto
Perguntas de Triagem Sim Não Mais Detalhes
Esperado
A M B
Uma área com erosão em grande escala
do solo visível
O local/projecto requer algumas das opções
c.
abaixo? Se sim, indique qual.
Recuperação de terras, zonas húmidas
Limpeza de floresta
Abate de árvores
Existem plantas (espécies endémicas ou
d.
ameaçadas) com interesse de conservação?
Existem animais (espécies endémicas ou
e. ameaçadas) com interesse de conservação
dentro do local do projecto?
B Potenciais Impactos Ambientais. Indique se a actividade/subprojecto vai causar alguma das seguintes opções:
Distúrbios de terra ou limpeza do local?
Incluindo a eliminação de inclinações do
relevo.
Efeitos negativos sobre espécies de flora
ou fauna raras (vulneráveis), ameaçadas
ou em perigo, ou sobre seu habitat?
Efeitos negativos sobre pântanos
designados?
Alastramento de plantas ou animais
invasores?
Efeitos negativos sobre o habitat da fauna
bravia, população, corredores ou
movimento?
Envolve a limpeza de terra em inclinações
acima de 45 graus?
É provável que elimine espécies de
plantas indígenas de importância
ecológica, através da introdução de
espécies novas/estrangeiras na área?
Destruição de árvores e vegetação?
Impacto na migração e navegação de
peixes?
Legenda: A = Alto, M = Médio e B = Baixo

48
ANEXO III – Lista (Negativa) de Actividades não
Elegíveis para Financiamento

49
PROJECTO PARA APROVEITAR O DIVIDENDO DEMOGRÁFICO:
MOÇAMBIQUE – DESENVOLVIMENTO E EMPODERAMENTO PARA JOVENS

LISTA (NEGATIVA) DE EXCLUSÃO DE ACTIVIDADES

O Projecto foi atribuído a Categoria C, conforme a Política de Avaliação de Salvaguardas Ambientais do


Banco Mundial. O Projecto não vai financiar:

• Nenhuma actividade que, potencialmente, pode ter impactos ambientais adversos significativos que
são sensíveis, diversos, sem precedentes ou que correspondem a um projecto de Categoria A do
Banco Mundial.
• Nenhuma actividade que pode ter um impacto ambiental irreversível ou significativo, ou que
corresponde a um projecto de Categoria B do Banco Mundial.
• Nenhuma actividade que acciona uma das políticas de salvaguarda do Banco Mundial: OP/BP 4.01
Avaliação Ambiental, OP/BP 4.04 Habitats Naturais, OP/BP 4.36 Florestas, OP 4.09 Gestão de Pragas,
OP/BP 4.11 Recursos Físico-Culturais.
• Nenhuma actividade que recai sobre as Categorias A+, A ou B, de acordo com o Decreto 54/2015
(Regulamento do Processo de Avaliação do Impacto Ambiental) ou assim determinada pela
Autoridade Ambiental.

Lista de exclusões com base nas Políticas de Salvaguardas do Banco Mundial


Políticas de Salvaguardas do Grupo Banco Mundial
OP/BP 4.01 Avaliação • Áreas onde actividades cumulativas tenham excedido os limites de
Ambiental poluição pré-estabelecidos ou em que as actividades resultem em
poluição do ar, do solo, radioactiva ou sonora acima dos limites
admissíveis*.
• Actividades conducentes a erosão do solo ou em áreas de
conservação do solo.
OP/BP 4.04 Habitats • Actividades que podem levar a invasão de florestas tropicais,
Naturais pântanos, florestas de mangais, recifes de coral, zonas costeiras ou
outras áreas vulneráveis.
• Actividades que mudam a vegetação natural e/ou os habitats de
espécies de fauna bravia, ou em áreas habitadas por espécies
ameaçadas.
• Actividades em áreas legalmente declaradas como áreas protegidas*.
• Áreas ecologicamente frágeis*.
• Áreas de interesse único de conservação, histórico, cultural,
arqueológico ou estético*.
• Actividades que causam emissões ao solo, água e ar em níveis que
podem ameaçar o meio-ambiente.
• Comércio de fauna bravia e produtos de fauna bravia proibidos ao
abrigo da Convenção CITES.
OP/BP 4.36 Florestas • Actividades que exijam aumentos consideráveis na recolha de
produtos florestais e não florestais de madeira.
OP 4.09 Gestão de • Uso/gestão integrada de controlo de pragas ou insecticidas.
Pragas • Introdução ou modificação de novas culturas ou pecuária.
• Criação controlada ou exploração de peixe, ou moluscos, levada a
50
Políticas de Salvaguardas do Grupo Banco Mundial
cabo em águas marinhas ou terrestres, ou em lagoas artificiais.
OP/BP 4.37 Segurança • Construções ou reabilitações de sistemas de irrigação, represas,
de Barragens açudes ou pequenas barragens.
Directrizes • Actividades que trabalhem com riscos biológicos, químicos ou físicos.
Ambientais, de Saúde
e Segurança do BM
Lista de Exclusão do • Produção ou comércio de produtos ou actividades considerados
BM (IFC) Lista de ilegais ao abrigo das leis e regulamentos nacionais ou convenções e
Exclusão acordos internacionais, ou sujeitos a banimentos internacionais, tais
como farmacêuticos, pesticidas/herbicidas, substâncias que
empobrecem a camada de ozono, bifenilos policlorados (PCBs), fauna
bravia ou produtos regulados pela CITES.
• Produção ou comércio de armas e munições.
• Produção ou comércio de bebidas alcoólicas (exclusão de cerveja e
vinho).
• Produção e comércio de tabaco.
• Jogos de azar, casinos e empresas equivalentes.
• Produção ou comércio de materiais radioactivos (isto não se aplica a
compra de equipamento médico, equipamento de controlo (medição)
de qualidade e outro equipamento que a IFC considera de fonte
radioactiva trivial e/ou protegido adequadamente).
• Produção e comércio de produtos com fibras de amianto. Isto não se
aplica a compra e uso de coberturas de cimento com amianto, onde o
conteúdo de amianto é inferior a 20%.
• Pesca com rede de emalhar no ambiente marinho, com recurso a
redes superiores a 2.5 km de comprimento.
• Produção ou actividades que envolvem formas prejudiciais ou
exploratórias de trabalho forçado/trabalho infantil prejudicial.
• Operações comerciais de corte ilegal de madeira em florestas
tropicais húmidas primárias.
• Produção ou comércio de madeira ou outros produtos florestais cuja
proveniência não é uma floresta de gestão sustentável.
• Produção, comércio, armazenamento ou transporte de volumes
significativos de químicos perigosos, ou uso de químicos perigosos em
escala comercial (incluindo gasolina, querosena e outros produtos
petrolíferos).
• Produção ou actividades que interferem com terras detidas, ou
reivindicadas por adjudicação, por pessoas indígenas, sem
consentimento total documentado de tais pessoas.
*Podem ser desenvolvidas actividades que visam a protecção/ melhoramento dessas áreas desde que a aprovação tenha
“não objecção” do Banco Mundial.

Indicativo de actividades não elegíveis para financiamento pela tipologia de


impactos
SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA SOCIAL
Fornecimento de • Fornecimento de água e saneamento nas zonas rurais.
Água e • Drenagem dos solos (pequena escala).

51
Saneamento nas • Sistemas de esgoto.
Zonas Rurais e • Instalações para a eliminação de resíduos de esgoto.
Urbanas • Barragens e albufeiras (escala média e larga).
Eliminação de Lixo • Instalações de eliminação de lixo para a incineração, tratamento químico ou
aterros de resíduos tóxicos, perigosos e nocivos.
• Instalações para a eliminação de resíduos industriais.
Desenvolvimento • Construção de habitação e estabelecimentos comerciais.
Urbano
SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA ECONÓMICA
Transporte • Actualização/reabilitação de vias de acesso ou rurais.
Energia • Produção e comercialização de biomassa (carvão e lenha).
SECTOR DE PRODUÇÃO
Agricultura • Introdução ampla de novas práticas de gestão (ex.: mecanização, policultura).
• Limpeza/conversão de terra para agricultura.
• Recuperação de terra.
• Introdução ampla de novas culturas.
• Programas de controlo de pragas (larga escala).
• Ampla introdução de fertilizantes.
• Gestão e reabilitação de bacia hidrográfica
Irrigação • Reabilitação de bacia hidrográfica.
• Projectos de irrigação com recurso a água superficial que cobre
entre 100 a 500 hectares.
• Projectos de irrigação com recurso a água subterrânea que cobre entre 200 a
1000 hectares.
Florestas • Agro-florestal.
• Plantação de reflorestamento.
Pecuária • Criação intensiva de gado (>50 cabeças), porco (>100 cabeças), ou aves (>500
cabeças).
• Criação aberta e de larga escala de gado, cavalos, ovelhas, etc.
Pescas e • Aquacultura intensiva e mecanizada.
Aquacultura • Aquacultura extensiva (excedendo 10ha, ou que afecta mangais).
• Pesca artesanal (barcos a motor).
• Introdução de novas espécies.
• Introdução de novas tecnologias de colheita
Extracção e • Extracção de agregados minerais, tais como mármore, terra, brita, xisto, sal,
Processamento fosfato e potassa.
de Minérios • Extracção de minerais não-metálicos ou de produção de energia
Indústria • Agro-indústrias, incluindo o fabrico de óleos e gorduras vegetais ou animais,
fabrico, empacotamento e conserva de produtos animais, pesqueiros e vegetais.
• Fabrico de produtos madeireiros, pasta, papel e quadro.
• Empresas de curtume e cobertura de couro.
• Produção de químicos, incluindo pesticidas.
• Indústrias que usam materiais perigosos.
Turismo • Construção ou expansão de acomodação.
• Construção de comodidades, tais como sistemas de tubos e cabos, eléctricos,
de esgoto e de distribuição de água.
• Facilidades tais como uso de praia, complexos de entretenimento.
• Turismo ecológico ou cultural (depende dos ecossistemas que merecem ser
conservados, flora e fauna; ou população local com particular identidade

52
cultural).
Reassentamento Todos os outros sistemas de reassentamento

Actividades (negativas) listadas nas categorias A+, A e B segundo o Decreto 54/2015, de 31 de


Dezembro

53
54
55
56
ANEXO IV – Códigos de Conduta para VBG e VCC

(incluindo Violência Sexual Baseada no Género (VSBG), Exploração e Abuso


Sexual (EAS), Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil, etc.)

57
Código de Conduta para VBG e VCC

1. Contexto
O propósito deste Código de Conduta para evitar a Violência Baseada no Género (VBG) e Violência Contra
Crianças (VCC) (incluindo Violência Sexual Baseada no Género (VSBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS), Assédio
Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil, etc.),é de introduzir um conjunto de definições-chave, a parte
central do Código de Conduta e directrizes que estabelecem mecanismos para prevenir, reportar e resolver VBG
e VCC na área do projecto e nas comunidades circunvizinhas. A aplicação do código de VBG e VCC irá ajudar a
prevenir e/ ou mitigar os riscos de VBG e VCC no projecto.

O respeito mútuo e o tratamento justo entre os trabalhadores do projecto e as comunidades locais é essencial
para um local de trabalho e operação segura, respeitoso e produtivo. A VBGe VCC pode ser uma das mais sérias
violações de respeito e tratamento justo que pode ofender as comunidades locais e, significativamente destruir
a confiança e cooperação entre as partes.

Esses códigos devem ser adoptados por aqueles que trabalhamdirecta ou indirectamente ou sejam
beneficiáriosdo projecto e são destinados a: (i) criar uma consciência comum sobre VBG e VCC; (ii) garantir um
entendimento compartilhado de que eles não têm lugar no projecto; e, (iii) criar um sistema claro para
identificar, responder e sancionar incidentes de VBG e VCC.

Assegurar que todos os funcionários do projecto compreendam os valores do projecto, compreendam as


expectativas para que todos os funcionários e beneficiários e reconheçam as consequências por violações
desses valores, ajudará a criar uma implementação do projecto mais suave, respeitosa e produtiva, ajudando
assim a garantir que os objectivos do projecto sejam alcançados.

Esta não é uma lista exaustiva ou exclusiva e certas definições que são apresentadas não são as únicas, sendo
elas usadas para efeitos deste Manual. O princípio é que as empresas, os funcionários e representantes devem
evitar acções ou comportamentos que possam ser prejudiciais ou associadas aViolência Baseada no Género
(VBG) e Violência Contra Crianças (VCC) (incluindo Violência Sexual Baseada no Género (VSBG), Exploração e
Abuso Sexual (EAS), Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil, etc.).

2. Definições
Para o presente manual, aplicam-se as seguintes definições:

• Violência:uso intencional da força física ou do poder, sob forma de ameaça ou real, contra si mesmo, contra
outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulta ou tem grande probabilidade de resultar em
lesão, morte, dano psíquico, alterações no desenvolvimento ou privações.
• Violência baseada no género (VBG): qualquer acto prejudicial que seja perpetrado contra a vontade de
uma pessoa e que se baseia em diferenças socialmente atribuídas (ou seja, género) entre homens e
mulheres. Inclui actos que infligem danos ou sofrimento físico, violência sexual ou mental, ameaças de tais
actos, coacções e outras privações de liberdade. Esses actos podem ocorrer em público ou em privado.
• Violência Sexual:é o uso da força física, ameaça ou coerção emocional para ter/manter relação sexual sem
o consentimento de outrem.

58
• Violência contra crianças (VCC):abusos que causem danos físicos, sexuais, psicológicos ou negligência de
crianças menores (ou seja, menores de 18 anos), incluindo o uso com fins lucrativos, trabalho infantil,
gratificação sexual ou alguma outra vantagem pessoal, ou financeira, que pode resultar em prejuízo ao
crescimento, desenvolvimento e maturação das crianças. Isso também inclui outras actividades, como usar
inadequadamente os computadores, telefones celulares ou câmaras de vídeo e digitais para explorar, expor
ou perseguir crianças ou aceder pornografia infantil em qualquer meio.
• Trabalho infantil: trabalho que priva as crianças de sua infância, do seu potencial e da sua dignidade, e que
é prejudicial ao seu desenvolvimento físico e mental. Isto inclui o trabalho que é mentalmente, fisicamente,
social ou moralmente perigoso e prejudicial para as crianças; trabalho que interfere com a sua escolaridade
bem como a contratação de crianças que estão abaixo da idade mínima para o trabalho, estabelecida pela
legislação nacional ou normas internacionais. Nenhuma criança menor de 18 anos deve estar engajada em
trabalhos perigosos (ou seja, trabalho que é susceptível de prejudicar a sua saúde, segurança ou moral) ou
outras formas piores de trabalho infantil, como tráfico, exploração sexual, servidão por dívida, trabalho
forçado e ao recrutamento ou uso de crianças menores de idade para propósito de segurança ou militar.
Isso também se concentra nas dimensões de género do trabalho infantil à luz do envolvimento provável de
raparigas em actividades como o trabalho doméstico e exploração sexual. Para um estudo mais
aprofundado, ver a Convenção n º 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre as Piores
Formas de Trabalho Infantil, o n º 138 sobre a Idade Mínima e a lei nacional do trabalho (artigos 23 a 27).
O trabalho infantil é uma das formas de Violência Contra a Criança (VCC).
• Exploração e Abuso Sexual (EAS):É o acto praticado pela pessoa que usa uma criança ou um adolescente
para satisfazer seu desejo sexual, ou seja, é qualquer jogo ou relação sexual, ou mesmo acção de natureza
erótica, destinada a buscar o prazer sexual com uma criança ou adolescente.Também pode ser qualquer
forma de exploração sexual de criança e adolescente (incentivo à prostituição, à escravidão sexual, ao
turismo sexual e à pornografia infantil).
• Assédio: é todo o comportamento indesejado, baseado em factor de discriminação, praticado aquando do
acesso ao emprego ou no próprio emprego, trabalho ou formação profissional, com o objectivo ou o efeito
de perturbar ou constranger a pessoa, afectar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo,
hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.
• Assédio sexual: é todo o comportamento indesejado de carácter sexual, sob forma verbal, não verbal ou
física, com o objectivo ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afectar a sua dignidade, ou de lhe
criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.
• Medidas de responsabilização: são as medidas implementadas para garantir a confidencialidade dos
sobreviventes e para manter os contratados, consultores e o cliente responsável por instituir um sistema
justo de casos de VBG e VCC.
• Criança ou Crianças: é usado de forma intercambiável com o termo ‘menor’ e refere-se a uma pessoa com
menos de 18 anos. Isso está de acordo com o Artigo 1 da Convecção das Nações Unidas sobre os Direitos
da Criança, ratificada pelo governo de Moçambique e também abordado na lei de trabalho.
• Protecção à Criança (PC): é uma actividade ou iniciativa destinada a proteger as crianças de qualquer tipo
de dano, particularmente decorrentes da VCC.
• Trabalho decente: envolve oportunidades de trabalho que são produtivas e produz um rendimento justo.
O trabalho decente deve garantir a segurança no local de trabalho e protecção social para as famílias,
direitos no trabalho, diálogo social e melhores perspectivas de desenvolvimento pessoal e integração social.
As pessoas, incluindo jovens em idade de trabalhar, devem ser livres para expressar suas preocupações e
têm o direito à igualdade de oportunidades e de tratamento.
• Não discriminação: um dos quatro princípios fundamentais consagrados na Convenção sobre os Direitos
da Criança; ele prevê a igualdade de tratamento ao indivíduo sem distinção de raça, cor, sexo, língua,
deficiência, religião, opiniões políticas ou quaisquer outras, nacionalidade, origem indígena ou classe
59
social,ou ainda qualquer outra condição de riqueza, nascimento, etc. Em resumo, isso significa que todas
as crianças – em todas as situações, de todos os tempos, em toda parte – têm o mesmo direito de
desenvolver todo o seu potencial.
• União prematura: é a ligação entre pessoas, em que pelo menos uma seja criança, formada com propósito
imediato ou futuro de constituir família.
• Consentimento: é uma escolha informada subjacente à intenção, aceitação ou acordo voluntário de um
indivíduo para fazer algo. A falta de consentimento pode acontecer quando tal aceitação ou acordo é obtido
por ameaças, força, ou outras formas de coerção, abdução, fraude, decepção ou falsas declarações. De
acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, o Banco Mundial considera que
o consentimento não pode ser dado por crianças menores de 18 anos, mesmo que a legislação nacional do
país em que o código de conduta seja introduzido tenha uma idademais baixa. A crença equivocada sobre
a idade da criança e o consentimento da criança não é uma defesa.
• Consultor: é qualquer empresa, companhia, organização ou outra instituição que recebeu um contracto
para prestar serviços de consultoria no âmbito do projecto.
• Empregado: é qualquer pessoa que ofereça mão-de-obra ao Proponente ou consultor do país dentro ou
fora do local de trabalho, geralmente sob um contracto ou acordo de trabalho formal ou informal, mas não
necessariamente em troca de um salário (por exemplo, incluindo estagiários e voluntários não
remunerados), sem a responsabilidade de gerir ou supervisionar outros funcionários.
• Procedimento de Alegação de VBG e VCC: é o procedimento prescrito a seguir a relatar incidentes de VBG
e VCC.
• Códigos de Conduta de VBG e VCC: são os códigos de conduta adoptados para o projecto que cobrem o
compromisso da empresa e as responsabilidades do gerente e indivíduos no que diz respeito à VBG e a VCC.
• Equipa de Conformidade de VBG e VCC (ECVGC): é uma equipa estabelecida pelo projecto para lidar com
problemas de VBG e VCC.
• Mecanismo de Gestão de Reclamações (MGR): é o processo estabelecido pelo projecto para receber e
resolver reclamações.
• Instigação (Grooming): são comportamentos que tornam mais fácil para um perpetrador procurar uma
criança para actividades sexuais. Por exemplo, um ofensor pode construir uma relação de confiança com a
criança e, em seguida, procurar sexualizar essa relação (por exemplo, encorajando sentimentos românticos
ou expondo a criança a conceitos sexuais através da pornografia).
o Instigação online (OnlineGrooming): é o acto de enviar uma mensagem electrónica com
conteúdo indecente para um destinatário que o remetente acredita ser um menor, com a
intenção de fazer com que o destinatário se envolva ou submeta à actividade sexual com outra
pessoa inclusive, mas não necessariamente o remetente.
• Perpetrador: é a pessoa que comete ou ameaça cometer um acto de VBG ou VCC.
• Protocolo de Resposta: é o mecanismo estabelecido para responder a casos de VBG e VCC.
• Sobrevivente/ sobreviventes: é a pessoa / pessoas negativamente afectadas pela VBG ou VCC. Mulheres,
homens e crianças podem ser sobreviventes da VBG; crianças podem ser sobreviventes da VCC.
• Local de Trabalho: é a área em que o desenvolvimento da infraestrutura está a ser realizada, como parte
do projecto.
• Imediações do local de trabalho: é a “área de influência do projecto” que é qualquer área urbana ou rural,
directamente afectada pelo projecto, incluindo todos os assentamentos humanos encontrados nela.

60
Código de Conduta da Empresa

Para evitar Violência Baseada no Género e Violência Contra Crianças


A Companhia está empenhada em criar e manter um ambiente em que a violência baseada no
género (VBG) e a violência contra crianças (VCC) (incluindo Violência Sexual Baseada no Género
(VSBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS), Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil,
etc.), não tenham lugar e onde elas não serão toleradas por nenhum empregado, associado ou
representante da empresa. Portanto, para garantir que todos os envolvidos no projecto estejam
conscientes desse compromisso e, para prevenir, estar atentos e responder a quaisquer alegações
de VBG e VCC, a empresa compromete-se com os seguintes princípios fundamentais e padrões
mínimos de comportamento que se aplicará a todos os funcionários da empresa, associados e
representantes, incluindo subcontratados, sem excepção.

• A empresa e portanto, todos os funcionários, associados e representantes – comprometem-


se a respeitar os direitos básicos de todos os seres humanos, independentemente do sexo,
idade, origem étnica, nação, religião, idioma, orientação sexual, opinião política, se têm
alguma deficiência, se têm HIV-SIDA ou qualquer outro aspecto de sua identidade. Devem agir
com justiça, honestidade para tratar as pessoas com dignidade e respeito.Os actos de VBG e
de VCC violam esse compromisso.
• A empresa e seus associados comprometem-se a cumprir responsabilidades com as crianças
que participam das suas actividades, promovendo ambientes seguros e evitando qualquer
forma de abandono, abuso, tráfico ou exploração sexual, laboral ou qualquer outro tipo de
exploração e VCC.
• Não empregar ou usar crianças em qualquer tipo de trabalho infantil. Estabelecer um vigoroso
sistema para a verificação da idade como parte dos processos de recrutamento e assegurar
que esse sistema também seja utilizado em toda a sua cadeia de valor. Estar atento a presença
de menores no local de trabalho. Ao retirar menores do local de trabalho, usar as medidas
apropriadas para assegurar a protecção dos mesmos e quando for o caso, tentar buscar
opções de trabalho decente para os membros da família em idade adulta. Não exercer
nenhum tipo de pressão sobre os fornecedores, contratados e subcontratados que possa
resultar em abusos dos direitos das crianças.
• A linguagem, ameaças, discriminação, assédio, intimidação, tráfico e comportamentos sexuais
indesejáveis, ameaçadores, abusivos, culturalmente inapropriados ou sexualmente
provocados são proibidos entre todos os funcionários da empresa, associados e seus
representantes.
• Os actos de VBG e VCC constituem uma má conduta grave e por conseguinte, justificam
penalizações que podem incluir sanções e/ou cessação de funções. Todas as formas de VBG e
VCC, incluindo a preparação, são inaceitáveis, independentemente de terem lugar no local de
trabalho, no ambiente de trabalho, nos acampamentos ou nas residências dos trabalhadores.
• Para além das penalizações da empresa, os processos legais de pessoas que cometeram actos
de VBG e VCC serão perseguidos se for o caso.
• Ao planear e implementar estratégias ambientais e de uso de recursos, garantir que as
operações comerciais não prejudiquem os direitos das crianças, nomeadamente através de
danos ao meio ambiente ou a redução do acesso aos recursos naturais. Assegurar que os
direitos das crianças, de suas famílias e das comunidades sejam incluídos nos planos de
contingência e no processo de reparação de danos ambientais e de saúde causados pela
operação da empresa, incluindo acidentes.
• É proibido o contacto ou actividade sexual com menores de 18 anos – inclusive através da
média digital. A crença equivocada sobre a idade de uma criança não é uma defesa. O
consentimento da criança também não é uma defesa ou desculpa.

61
• Os favores sexuais, por exemplo, são proibidos promessas ou tratamento favorável
dependente de actos sexuais, ou outras formas de comportamento humilhante, degradante
ou explorador.
• A menos que exista pleno consentimento de todas as partes envolvidas no acto sexual, as
interacções sexuais entre os funcionários da empresa (a qualquer nível) e os membros das
comunidades circunvizinhas são proibidas. Isso inclui relacionamentos que envolvem a
retenção/ promessa de provisão efectiva de benefício (monetário ou não monetário) aos
membros da comunidade em troca de sexo. Essa actividade sexual é considerada “não
consensual” no escopo deste Código.
• Todos os funcionários, incluindo voluntários e subcontratados, são altamente encorajados a
reportar actos suspeitos ou reais de VBG e/ou VCC por um colega de trabalho, seja na mesma
empresa ou não. Os relatórios devem ser feitos de acordo com os procedimentos de alegação
de VBG e VCC.
• Os gerentes são obrigados a denunciar actos suspeitos ou reais de VBG e/ou VCC, uma vez
que têm a responsabilidade de manter os compromissos da empresa e manter seus relatórios
directo a seus responsáveis.
• A empresa e seus associados devem assegurar que as comunicações e o marketing não
tenham um impacto negativo sobre os direitos das crianças. Isso se aplica a todos os meios e
ferramentas de comunicação. As campanhas de marketing não devem reforçar a
discriminação. Avaliar se existe maior susceptibilidade das crianças na manipulação, e os
efeitos do uso de imagens não realistas ou sexualizadas do corpo bem como o uso de
estereótipos.
• Para garantir que os princípios acima mencionados sejam efectivamente implementados, a
empresa compromete-se a garantir que:
• Todos os gerentes assinam o “Código de Conduta do Gerente” detalhando suas
responsabilidades pela implementação dos compromissos da empresa e pelo cumprimento
das responsabilidades no “Código de Conduta Individual”.
• Todos os funcionários assinam o “Código de Conduta Individual” do projecto, confirmando
seu acordo para não se envolver em actividades que resultem em VBG ou VCC.
• Expor os Códigos de Conduta da empresa e individuais de forma proeminente e de forma clara
nos acampamentos, escritórios e locais públicos da área do projecto. Exemplos incluem áreas
de espera, repouso e lobbies, cantinas e clínicas de saúde.
• Assegure que todas as cópias publicadas e distribuídas pela Companhia e os Códigos de
Conduta individuais sejam traduzidos para um idioma de uso apropriado nas áreas do local de
trabalho, bem como para qualquer equipa internacional em sua língua nativa.
• Uma pessoa apropriada é nominada como “Ponto Focal” da empresa para abordar questões
de VBG e VCC, incluindo a representação da empresa na Equipa de Conformidade de VBG e
VCC (ECV) composta por contratados, consultor de supervisão e os prestadores de serviços
locais.
• Assegurar que um Plano de Acção efectivo seja desenvolvido em consulta com a ECVGC, que
inclui como mínimo:
a) Procedimento de Alegação a VBG e VCC para reportar casos de VBG e VCC através do
Mecanismo de Gestãode Reclamações (MGR);
b) Medidas de Responsabilização para proteger a confidencialidade de todos os
envolvidos; e,
c) Protocolo de Resposta aplicável aos sobreviventes e perpetradores da VBG e VCC.
• Que a empresa implemente efectivamente o Plano de Acção, fornecendo informação
actualizada a ECV pelas melhorias e actualizações conforme apropriado. Que a empresa
implemente efectivamente o Plano de Acção, fornecendo informação actualizada a ECVGC
para melhorias e actualizações conforme apropriado.

62
• Todos os trabalhadores devem participar de uma formação de indução antes do início dos
trabalhos na área do projecto para garantir que estejam familiarizados com o compromisso
da empresa e do Código de Conduta do projecto para VBG e VCC.
• Todos os funcionários participam de um curso de treinamento obrigatório, uma vez por mês,
durante o período de vigência do contracto a partir do primeiro treinamento de indução antes
do início do trabalho para reforçar a compreensão do Código de Conduta de VBG e VCC do
projecto.
Por este meio, confirmo ter lido o Código de Conduta da empresa e, em nome da empresa, concordo
em cumprir as normas nele contidas. Entendo que o meu papel e responsabilidades para evitar e
responder a casos de VBG e VCC. Entendo que qualquer acção inconsistente com este Código de
Conduta da empresa ou falha na acção exigida por este Código de Conduta da empresa pode resultar
em acção disciplinar.

Nome da Companhia: ____________________

Assinatura: _________________________

Nome impresso:_________________________

Título: _________________________

Data: _________________________

63
Código de conduta para Gestores

Para evitar Violência baseada no Género e Violência contra Crianças


O gestor em todos os níveis tem responsabilidades particulares de fazer cumprir o compromisso da
empresa em evitar e resolver casos de VBG e VCC (incluindo Violência Sexual Baseada no Género
(VSBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS), Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil,
etc.). Isso significa que os gestores têm uma responsabilidade aguda de criar e manter um ambiente
que evita a VBG e a VCC. Os gestores devem encorajar e promover a implementação do Código de
Conduta da empresa. Para esse fim, os gestores devem aderir ao Código de Conduta para Gestores
e também assinar o Código de Conduta Individual. Isso os compromete a apoiar e desenvolver
sistemas que facilitem a implementação do Plano de Acção e manter o ambiente e a área de
trabalho e na comunidade local livre de VBG e VCC. Essas responsabilidades incluem, mas não se
restringem a:

Implementação

1) Para garantir a efectividade máxima do Código de Conduta da Empresa e Individual:


a. Exibir de forma proeminente o Código de Conduta da empresa e Individual de forma
clara nos locais de trabalho, escritórios e em espaços públicos. Exemplos de áreas
incluem áreas de espera, repouso, lobbies, cantinas, centros de saúde.
b. Assegurar que todas as cópias enviadas e distribuídas dos códigos de conduta da
empresa e os individuais sejam traduzidos para idiomas apropriados nas áreas do local
de trabalho, bem como para qualquer equipa internacional em suas línguas nativas.
2) Explicação verbal e escrita do Código de Conduta da Empresa e Individual para todos os
colaboradores.
3) Garantir que:
a. Todos assinam o ‘código de conduta individual’ incluindo o reconhecimento de que
leram e concordam com o código de conduta.
b. As listas de pessoal e as cópias assinadas dos códigos de conduta individuais são
fornecidos ao ECVGC e ao cliente.
c. Participar das formações e garantir que o pessoal também participe conforme
realçado abaixo.
d. Os trabalhadores estão familiarizados com o Mecanismo de Gestão de Reclamações
(MGR) e o usam de forma anónima para denunciar casos de VBG e VCC.
e. Os funcionários são encorajados a denunciar suspeitas ou casos reais de VBGou VCC,
aumentando a consciencialização sobre questões de VBG e VCC, enfatizando a
responsabilidade da equipa para a empresa e o país que hospeda seu emprego e
enfatizando o respeito pela confidencialidade.
4) Em conformidade com as leis aplicáveis e com o melhor de suas habilidades, evitar que os
perpetradores de exploração e abuso sexual sejam contratados, recontratados ou colocados.
Devem ser utilizadas verificações de referência e de registo criminal para todos os
funcionários.
5) Garantir que quando envolvidos em parcerias, subcontratações ou acordos similares, esses
acordos:
a. Incorporem o Código de Conduta da VBG e VCC como um anexo.
b. Incluam linguagem apropriada que exija que tais entidades contratantes e pessoas
físicas, e seus funcionários e voluntários cumpram com os códigos de conduta
individuais.
c. Declarem expressamente que o fracasso dessas entidades ou indivíduos, conforma
apropriado, para tomar medidas preventivas contra a VBG e a VCC, para investigar
suas alegações ou para tomar medidas correctivas quando a VBG e a VCC ocorrer,
64
constituirá motive para sanções e penalizações de acordo com os códigos de conduta
individuais.
6) Fornecer apoio e recursos a ECVGC para criar e divulgar iniciativas de sensibilização interna
através da estratégia de consciencialização do Plano de Acção.
7) Certificar-se de que qualquer problema de VBG ou VCC que justifique a acção policial seja
denunciado ao cliente e ao financiador imediatamente.
Formação

8) Todos os gestores são obrigados a participar de um curso de indução para gestores antes do
início dos trabalhos no local de forma a garantir que eles estejam familiarizados com as
funções e responsabilidades na manutenção dos códigos de conduta de VBG e VCC. Essa
formação será separada da indução para todos os funcionários e proporcionará aos gestores
o entendimento necessário e o apoio técnico necessário para começar a desenvolver o Plano
de Acção para abordar questões de VBG e VCC.
9) Certifique-se de que o tempo fornecido durante o horário de trabalho e que a equipe atende
a formação de indução facilitada pelo projecto, obrigatório sobre a VBG e VCC necessários
para todos os funcionários antes de iniciar o trabalho no local.
10) Os gestores são obrigados a participar e auxiliar nos cursos de formação mensais facilitados
pelo projecto para todos os funcionários. Os gestores serão obrigados a apresentar as
formações e anunciar as auto-avaliações.
Recolher pesquisas de satisfação para avaliar experiências das formações e fornecer conselhos sobre
como melhorar a eficácia das formações.

Resposta

11) Os gestores são obrigados a fornecer contribuições para os procedimentos de alegação de


VBG e VCC e o protocolo de resposta como parte do Plano de Acção aprovado final.
12) Uma vez adoptada pela companhia, os gestores defenderão as medidas de responsabilização
estabelecidas no Plano de Acção para manter a confidencialidade de todos os funcionários
que relatam ou (alegadamente) perpetuam incidências de VBG e VCC (a menos que seja
necessária uma violação de confidencialidade para proteger pessoas ou propriedade de danos
graves ou quando exigido por lei).
13) Se um gestor tiver preocupações ou suspeitas em relação a qualquer forma de VBG ou VCC
por um dos seus relatórios directos, ou por um funcionário trabalhando para outro
contratante no mesmo local de trabalho, ele é obrigado a denunciar o caso usando o MGR.
14) Uma vez que uma sanção for determinada, o gestor relevante deve ser pessoalmente
responsabilizado por garantir que a medida seja efectivamente aplicada, dentro de um prazo
máximo de 14 dias a partir da data em que foi tomada a decisão de sancionar.
15) Os gestores que não informam ou estão de acordo com a tal disposição podem, por sua vez,
estar sujeitos a medidas disciplinares, a serem determinadas e promulgadas pelo gestor da
empresa, gestor do projecto ou gestor de classificação superior equivalente da empresa. Essas
medidas podem incluir:
a. Advertência informal.
b. Advertência formal.
c. Formação adicional.
d. Perda de até uma semana de salário.
e. Suspensão de emprego (sem pagamento de salário), por um período mínimo de 1 mês
até um máximo de 6 meses.
f. Cessação do emprego.
16) Em última análise, a incapacidade de responder efectivamente aos casos de VBG e VCC no
local de trabalho pelos gestores das empresas pode justificar acções legais pelas autoridades.
65
Reconheço, que li o Código de Conduta do Gestor em cumprir os padrões nele contidos e compreendendo
meus papéis e responsabilidades para prevenir e responder a VBG e VCC. Eu entendo que qualquer acção
inconsistente com o Código de Conduta desse gestor ou falha na acção exigida pelo Código de Conduta desse
gestor pode resultar em acção disciplinar.

Assinatura: _________________________

Nome impresso: _________________________

Título: _________________________

Data: _________________________

66
Código de Conduta Individual

Para evitar Violência baseada no Género e Violência contra Crianças


Eu, ______________________________, reconheço que a prevenção da violência baseada no
género (VBG) e a violência contra crianças (VCC) (incluindo Violência Sexual Baseada no Género
(VSBG), Exploração e Abuso Sexual (EAS), Assédio Sexual (AS), Uniões Prematuras, trabalho infantil,
etc.) é importante. A empresa considera que as actividades de VBG e VCC constituem actos de má
conduta grosseira e portanto, são motivos de sanções, penalidades ou potencial encerramento do
emprego. Todas as formas de VBG ou de VCC são inaceitáveis, seja no local de trabalho, no ambiente
de trabalho ou nos acampamentos. A acusação de quem comete VBG ou VCC pode ser prosseguida
se for o caso.

Concordo que enquanto trabalhar no projecto eu irei:

• Consentir na verificação de antecedentes criminais.


• Tratar mulheres, crianças (pessoas menores de 18 anos), e homens com respeito apesar da
raça, cor, língua, religião, opinião política ou outra, origem, étnica ou social, propriedade,
deficiência, nascimento ou estado.
• Não usar linguagem ou comportamento para mulheres, crianças ou homens que seja
impróprio, agressivo, abusivo, sexualmente provocante, rebaixante ou culturalmente
impróprio.
• Não agir de forma que viole as Políticas e Procedimentos de Segurança Infantil ou as coloque
em risco de danos.
• Não reter informações sobre condenações criminais, acusações ou procedimentos civis
relacionados ao abuso de menores, ou violência sexual contra mulheres, sejam eles anteriores
à minha admissão ou que surjam durante o tempo em que estou colaborando com a
instituição.
• Sob nenhuma circunstância vou ingerir álcool ou usar outras substâncias de uma forma que
afecte minha capacidade de fazer meu trabalho ou a reputação da organização.
• Não participar em contactos sexuais ou actividades com crianças – incluindo instigação ou
contacto através da média digital. A crença equivocada sobre a idade de uma criança não é
uma defesa. O consentimento da criança também não é uma defesa ou desculpa.
• Não se envolver em favores sexuais, por exemplo, promessas ou tratamento favorável
dependente de actos sexuais, ou outras formas de comportamento humilhante, degradador
ou explorador.
• A menos que exista o pleno consentimento14 de todas as partes envolvidas, não terei
interacções sexuais com membros das comunidades vizinhas. Isso inclui relacionamentos que
envolvem a retenção na fonte ou a promessa de prestação efectiva de benefício (monetário
ou não monetário) aos membros da comunidade em troca de sexo. Essa actividade sexual é
considerada ‘não consensual’ no âmbito deste Código.
• É proibida a troca de dinheiro, emprego, bens ou serviços por sexo, incluindo favores sexuais
ou outras formas de humilhação, degradação ou conduta exploratória. Isso inclui a assistência
recebida pelos beneficiários.
• Participar ou fazer parte de forma activa de cursos de formação relacionados ao HIV/ SIDA,
VBG e VCC conforme solicitado pelo empregador.

14O consentimento é definido como a escolha informada subjacente à intenção, aceitação ou concordância voluntária de
um indivíduo de fazer algo. Nenhum consentimento pode ser encontrado quando tal aceitação ou acordo é obtido através
do uso de ameaças, força ou outras formas de coerção, abdução, fraude, decepção ou falsas declarações. De acordo com a
Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, o financiador considera que o consentimento não pode ser dado
por crianças menores de 18 anos, mesmo que a legislação nacional do país em que o Código de Conduta seja introduzido
uma idade mais baixa. A crença equivocada sobre a idade da criança e o consentimento da criança não é uma defesa.
67
• Considerar e denunciar através do MGR ou ao seu gestor qualquer suspeita ou caso real de
VBG ou VCC por um colega de trabalho, seja empregado pela minha empresa ou não, ou
quaisquer violações deste Código de Conduta.
No que se refere às crianças menores de 18 anos:

• Sempre que possível, assegure-se de que outro adulto esteja presente ao trabalhar próximo
de crianças.
• Não convidar crianças não acompanhadas que não estão relacionadas à minha família em
minha casa, amenos que estejam em risco imediato de ferimentos ou em perigo físico.
• Não durma perto de crianças não supervisionadas, a menos que seja absolutamente
necessário, caso em que deve obter a permissão de um supervisor e, garantir que outro adulto
esteja presente, se possível.
• Usar computadores, vídeos, telefones celulares ou câmaras digitais adequadamente, e nunca
para explorar ou assediar crianças ou para aceder pornografia infantil através de qualquer
meio (veja também ‘uso de imagens infantis para fins relacionados ao trabalho abaixo).
• Abster-se de punição física ou disciplinar de crianças.
• Abster-se de contratar crianças para trabalho doméstico ou de outra forma, o que é
inadequado, dado a idade ou estágio de desenvolvimento, o que interfere com o tempo
disponível para actividades educacionais e recreativas, ou que os coloque em risco
significativo de lesão.
• Cumprir com todas as leis locais relevantes, incluindo leis trabalhistas em relação ao trabalho
infantil.
• Os trabalhadores e beneficiários e outros representantes nunca devem:
o Maltratar ou agir de forma abusiva, ou de forma que possa colocar a criança em
risco de maus-tratos ou abuso.
o Envolver menores em actividades laborais fora da idade permitida ou que
impliquem riscos.
o Faça insinuações, ofereça conselhos ou use linguagem que possa ser caracterizada
como inadequada, ofensiva ou abusiva.
o Ter comportamento físico impróprio ou sexualmente provocativo.
o Leve uma criança com quem você trabalha para dormir em casa e sem supervisão.
o Dormir no mesmo quarto ou cama que um menorcom quem você trabalha.
o Tolerar ou se envolver em comportamento ilegal ou perigoso com menores.
o Agir com o objectivo de envergonhar, humilhar, menosprezar ou degradar as
crianças, ou cometer qualquer tipo de punição, ou abuso emocional.
o Discriminar ou mostrar tratamento preferencial para uma criança excluindo outras
pessoas.
Uso de imagens infantis para fins relacionados ao trabalho

Ao fotografar ou filmar uma criança para fins relacionados ao trabalho, deve:

• Antes de fotografar ou filmar uma criança, avaliar e tentar cumprir as tradições ou restrições
locais para reproduzir imagens pessoais.
• Antes de fotografar ou filmar uma criança, obtenha o consentimento informado da criança e
de um dos pais ou responsável da criança. Como parte disso, deve explicar como a fotografia
ou o filme serão usados.
• Assegurar que fotografias, filmes, vídeos e DVDs apresentem crianças de maneira digna e
respeitosa e não de forma vulnerável ou submissa. As crianças devem ser adequadamente
vestidas e não em poses que possam ser vistas como sexualmente sugestivas.
• Certifique-se de que as imagens são representações honestas do contexto e dos factos.

68
• Verifique se os rótulos dos arquivos não revelam informações de identificação sobre uma
criança ao enviar imagens electronicamente.
Sanções

Entendo que se eu transgredir esse Código de Conduta Individual, o meu empregador irá tomar
acções disciplinares que podem incluir:

• Advertência informal;
• Advertência formal;
• Formação adicional;
• Perda de até uma semana de salário;
• Suspensão do emprego (sem pagamento de salário), por um período mínimo de um mês e
máximo de seis meses;
• Cessação do emprego;
• Reportar a Polícia, se comprovado.
Entendo que é minha responsabilidade evitar acções ou comportamentos que possam ser interpretados como
VBG ou VCC ou violar este Código de Conduta Individual. Reconheço que li o Código de conduta individual
acima mencionado, concordo em cumprir com os padrões contidos nele e compreendo meus papéis e
responsabilidades para evitar e responder à VBG e VCC. Entendo que qualquer acção inconsistente com este
Código de Conduta Individual ou falha de acção exigida por este Código de Conduta Individual pode resultar
em acção disciplinar e pode afectar meu emprego.

Assinatura: _________________________

Nome impresso: ________________________

Título: _________________________

Data: _________________________

69
ANEXO V – Procedimento de operacionalização
do Mecanismo Gestão de Reclamações (MGR)

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Procedimento de operacionalização do Mecanismo Gestão de Reclamações (MGR)

Os elementos do mecanismo de gestão de reclamações reconhecem os princípios já apresentados


no corpo do Manual e podem ser organizados em fluxos de operacionalização da seguinte forma:
PASSO 1: Divulgar o Mecanismo de Gestão e Reclamações (MGR)

O Proponente promove a consciencialização sobre os procedimentos do MGR

(Agentes de implementação: Proponente, Provedores, governos locais).

Meios de comunicação: Divulgação através das estratégias de comunicação (anúncios


na rádio e/ou jornal, assinaturas de email); nas reuniões de partes
interessadas/discussões em grupos focais/debates; panfletos/folhetos/mural do MGR
em locais de interesse próximo ao grupo alvo (escolas, círculo dos bairros, Governo
Distrital, etc.)
PASSO 2: Receber e acompanhar as reclamações

Assegurar a acessibilidade a todos interessados - reuniões regulares, linha (s) telefónica


dedicada, caixa de reclamações, livros de registo físico nas lideranças locais
(Proponente, Provedores de Serviço e lideranças locais)
Proponente e Provedores de Serviço preenchem o formulário no caso de reclamações
orais e registam todas as reclamações num banco de dados electrónico simples, com
um back-up regularmente mantido nos relatórios de progresso.
PASSO 3: Avaliação preliminar da reclamação

OProponente/Provedores de Serviço categorizam as reclamações: p.ex. violência,


emprego, questão social, ambiental, saúde e segurança.
É decido como e quem será responsável por resolver a reclamação e quem vai canalizar
a comunicação aos intervenientes.
PASSO 4: Resposta inicial ao autor da reclamação

Proponente/Provedores de Serviço escreve ou comunica verbalmente (o mais


apropriado) para o autor da reclamação dentro de (5) cinco dias, explicando o processo
de gestão da reclamação.
O prazo da resposta da resolução (ao autor da queixa) é de até 15dias da recepção da
reclamação.
PASSO 5: Investigar a reclamação e desenvolver opções de resolução

71
Proponente/Provedor de Serviço, dependendo da natureza da reclamação, nomeiam
uma pessoa ou equipe apropriada para obter informações e investigar cada caso.

Os oficiais responsáveis elaboram uma proposta de processo de resolução, envolvendo


quando apropriado, comunidades e / ou terceiros respeitados, para ajudar a resolver o
problema com o queixoso.

PASSO 6: Implementar e acompanhar a resolução acordada

Implementa-se a solução acordada através das entidades indicadas durante o processo.


Proponente/Provedor de Serviço com o apoio das autoridades locais acompanham o
queixoso para garantir a sua satisfação com a medida de resolução.
Quando possível, o Proponente/Provedor de Serviço obtém acordo escrito do autor da
reclamação que confirma a sua posição e arquiva os documentos no banco de dados.
PASSO 7: Acção adicional se autor da reclamação não estiver satisfeito

Proponente/Provedor de Serviço discutem outras opções e aprofundam o envolvimento


da comunidade para fortalecer a confiança e encontrar soluções.
Se não se consegue resolver, remete-se para mediação de terceiros ou revisão externa,
por um perito ou mediador seleccionado de comum acordo entre SEJE e o reclamante.
O reclamante pode recorrer a um tribunal ou ao Banco Mundial.
PASSO 8: Monitorar, avaliar e reportar sobre implementação do MGR

O Proponentemonitora mensalmente o número de reclamações recebidas, resolvidas e


pendentes.
O Proponenteavalia tendências ao longo do tempo e as etapas do desenvolvimento do
Projecto.

72
Folha de registo e monitoria de Reclamações*
Satisfeito
Satisfeito
Entidade Proposta de com a
Data que se com o
Nr da Data da Nome do responsável Pessoa resolução e Data de Se não, resolução?
toma processo? Se não, motivo
reclamação recepção Recebido por reclamente Comunidade Reclamação Categoria pela solução responsável data resolução Data de fecho motivo (If (Sim/Não)
conhecimento (sim | não) (If no, why
(Grievance #) (Date (Received by) (Name of (Community) (Grievance) (Category) (Responsible (Complaint (Proposed (Date of (Date Closed) no, why (Satisfied
(Date (Satisfied not?)
Received) Complainant) Unit or Owner) Resolution Resolution) not?) with
Acknowledged) with Process)
Contractor) and date) Outcome)
(yes/no)?
(yes/no)?
Compensação, Data em que a
Saúde, empresa e o
Data em
Segurança, reclamante
Data de que a
A data é Recrutamento, concordam que Justificação Com base no
Nome da apresentação à Gestor com a empresa Justificação dos
rastreada para Desinformação Podendo ser Data da todas as acções dos motivos feedback
pessoa que Unidade responsabilid resolve e motivos que
medir a ou falta de o resposta para resolver uma que levam a verbal ou
Número de recebeu e responsável pelo ade final de implementa levam a
resposta geral e informação, Contratante, formal por reclamação foram Opinião do insatisfação escrito do
registro da registrou a Pode incluir Local do Descrição da seguimento da resolver a a queixa insatisfação
o tempo de Comportamento, o projecto, o escrito ao tomadas e reclamante com o queixoso.
reclamação reclamação anonimato incidente reclamação reclamação reclamação com a
resolução Outros governo ou reclamante esgotadas processo
(Date when resolução
outro (feedback (Based on
(Grievance (Name of the (Can include (Location of (Description (Date of (Manager with the
(Date is tracked (Compensation,H (Date of (Date when from the (Reasons verbal or
identification person who "anonymous') incident) of grievance) submission to final resolution to (Reasons for
to measure ealth-Safety, (Project/cont formal written company and complainant) for written
number) received and the Unit responsibility a complaint dissatisfaction
overall Recruitment, ractor/govern response to complainant dissatisfacti feedback
registered the responsible for for resolving is with the
response and Disinformation or ment/other) the agree that all on with the from the
complaint) handling the the complaint) implemente outcome)
resolution time) lack of complainant) necessary actions process) complainant)
complaint) d by the
information, to resolve a
company)
Behaviour, complaint have
Other) been taken)

* Pode ser mantida e alimentada em base de dados em Excel ou equivalente e reportado regularmente no relatório de progresso

73
ANEXO VI – Procedimentos de Respostas a Situações de
Emergência

74
Procedimento de Resposta a Atropelamento
Fluxograma Descrição Responsável

Não tocar na vítima, acalmando-a e solicitando-lhe que não se mexa; Qualquer colaborador

Avaliar a gravidade da lesão e prestar primeiro socorro, caso seja necessário e haja Socorrista treinado
socorrista treinado;

Transportar a vítima até uma unidade médica caso não seja grave; Qualquer colaborador

Se for grave, chamar Emergência Médica ou socorrista a nível comunitário para o Qualquer colaborador
transporte a unidade hospitalar mais próxima, informando calmamente do local
da ocorrência, número de vítimas e do seu estado;

Assinalar o local do acidente, colocando o triângulo de sinalização a cerca de 30 Qualquer colaborador


metros (quando necessário);

Aguardar a chegada da Emergência Médica/socorrista a nível comunitário, Qualquer colaborador


conversando e acalmando a vítima.

75
Procedimento de Resposta a Derrames de Substância Perigosa
Fluxograma Descrição Responsável

Verificar e confirmar que produto está a ser derramado; Qualquer colaborador

Estancar ou eliminar a fonte do derrame, tomando sempre as devidas precauções Qualquer colaborador* que
de segurança; conheça a FISPQ do
produto**

Absorver e recolher o produto derramado para um recipiente próprio de modo a Qualquer colaborador* que
proceder à sua eliminação em local adequado; conheça a FISPQ do
produto**

Notificar as autoridades competentes (autoridades distritais de saúde/ambiente), Coordenador de Emergência


informando acerca do local da ocorrência, quantidade e tipo de produto
derramado;

Tentar represar o derrame (conter para evitar alastramento) recorrendo à Qualquer colaborador* que
utilização do meio disponíveis; conheça a FISPQ do
produto**

Esperar pela actuação das autoridades, não abandonando o local e adoptando uma Qualquer colaborador
atitude preventiva no que diz respeito ao efeito que o derrame poderá provocar;

Preencher o registo da ocorrência. Líder da equipe

*Apenas colaboradores que conheçam os perigos e com adequado equipamento de protecção individual e colectivo devem manusear produtos químicos,
incluindo em emergências.
**Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ - também conhecido por MSDS) é um documento que fornece informações detalhadas sobre
o produto químico e acções de emergência a serem adoptadas em caso de acidente. É um documento obrigatório que deve ser obtido no fornecedor do
produto (geralmente disponível na internet) e o seu conteúdo deve ser conhecido por quem utiliza, movimenta ou transporta o produto.

76
Procedimento de resposta para assistência a vítimas
Fluxograma Descrição Responsável

Afastar o perigo da vítima ou vice-versa e sinalizar o local, de modo a evitar Qualquer colaborador
novo acidente ou o agravamento do estado do sinistrado;

Prestar o primeiro socorro à vítima ou levar ao posto médico, verificando se Socorrista treinado
existe:
Asfixia
Choque
Hemorragia
Envenenamento

Alertar a Emergência Médica/socorrista ao nível comunitário, informando, Coordenador de


calmamente do local da ocorrência, número de vítimas e do seu estado. Emergência

Nota: Dependendo da gravidade do sinistro, o socorrista não deverá remover a vítima. A evacuação deverá ser feita pela guarnição da ambulância.

77
Procedimento de Combate a Incêndios

FLUXOGRAMA DESCRIÇÃO RESPONSÁVEL

Após a detecção do foco de incêndio, dar o alerta de incêndio; Qualquer colaborador

Atacar de imediato o foco de incêndio, com o agente extintor Qualquer colaborador


adequado;
Qualquer colaborador
Fazer o rescaldo do incêndio;

Alertar os bombeiros/socorrista ao nível comunitário ou distrital, Coordenador da


informando-o do local do incêndio; Emergência

Evacuar o trabalhador, em segurança, para o ponto de encontro ou Coordenador da


um local seguro previamente identificado. Emergência

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