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de Moçambique
www.canal.co.mz Maputo, quarta-feira, 17 de Abril de 2019
60 Meticais Director: Fernando Veloso | Ano 13 - N.º 869 | Nº 508 Semanário
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Serviços:
- Es va - Conferência de cargas
- Peamento - Aluguer de equipamentos portuários
- Superintendência - Gestão de terminais de carga especializadas
- Empacotamento - Peritagens - Operações de logís ca
- Limpeza e reparação de contentores
Destaques
A zanga entre mafiosos pode custar mais dinheiro ao povo
Destaques
(Continuação da página 2)
Destaques
solicitar ou exigir”.
A “Privinvest” diz que Mo-
çambique violou repetidamente
os compromissos ao abrigo do
Contrato do MAM e não cola-
borou nos seguintes exemplos:
– Moçambique não forneceu
vistos de trabalho ao pessoal da
“Privinvest”;
– Moçambique não forneceu
o pessoal que a “Privinvest” de-
veria formar;
– Moçambique não realizou o
trabalho preliminar exigido nos
locais identificados;
– Moçambique não pagou
as taxas alfandegárias para os
contentores de equipamentos e
peças sobressalentes;
– Moçambique não conse-
guiu tornar os locais acessíveis
ao pessoal do PISB.
António Carlos do Rosário Gregório Leão
Segundo a “Privinvest”,
os incumprimentos de Mo-
obrigações no âmbito do suficiente de indivíduos devi- çambique fizeram com que
contrato do MAM e compro- damente qualificados, para re- a “Privinvest” tivesse sido
meteu-se a realizá-las de boa-fé. ceberem formação e realizarem conotada, com algum pre-
De uma forma geral, Mo- actividades de manutenção; conceito, como mafiosos.
çambique comprometeu- – suportar os custos dos direi- “As violações dos Contra-
-se, por exemplo, ao abri- tos de importação ou exporta- tos por parte da ré provocaram
go do contrato da MAM, a: ção e do IVA para o transporte uma cobertura negativa da
– disponibilizar os espaços dos bens para Moçambique; imprensa implicando a Pri-
identificados no contrato e ga- – entregar um Certificado de vinvest e minaram ainda mais
rantir que a terra nos locais seja Utilizador Final ao PISB, para a capacidade da Privinvest
de qualidade suficiente; fins de exportação; de desenvolver futuros negó-
– realizar trabalhos prelimina- – proporcionar à “Privinvest” cios”, finaliza a “Privinvest”.
res nos locais (incluindo draga- “todas as permissões necessá- O advogado da MAM em
gem e remoção de destroços); rias ou desejáveis, autoridades Moçambique é a ACA, firma
– proporcionar um número e assistência que o Empreiteiro liderada por Alexandre Chi-
vale, o advogado da família
Guebuza. Numa breve declara-
ção ao de Moçambique
Júlio Jane
disse que esperava da parte do
Estado moçambicano uma co-
baixada da Suécia em Maputo, na auditoria (SAAB, a empresa laboração de forma a ajudar a
uma auditoria independente sueca)”, lê-se no documento. MAM a honrar com os seus
foi accionada no Projecto pela A “Privinvest” manifes- compromissos com a Privin-
Kroll Associates UK Limited tou também insatisfação com vest, nos termos previstos no
relativamente aos empréstimos a publicação do relatório da contrato. Não é a primeira vez
emitidos para os três Contratos. “Kroll”. O relatório com- que Chivale levanta essa ques-
A razão pela qual a Embaixada pleto foi posteriormente di- tão de alegada sabotagem dos
da Suécia se envolveu e finan- vulgado, ficando disponível projectos. Em documento es-
ciou a auditoria é um motivo de publicamente na internet. crito as três empresas já chega-
alarme, principalmente devido A “Privinvest” diz que ram a afirmar que se não fosse
ao alegado envolvimento de um Moçambique comprome- a alegada sabotagem as três
concorrente do Grupo Privinvest teu-se a cumprir várias Alexandre Chivale
empresas estariam a funcionar.
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6 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Editorial
A manifestação da
falta de legitimidade
O
filólogo e escritor português José Martins Garcia diagnos- que se chama falta de ideias e de vontade de tê-las para o sector do
ticou, há tempos, aquilo que diz ser o maior problema dos transporte urbano. Banir o “My love” é curar o sintoma e ficar a olhar
países que mantêm laços eloquentes com a pobreza geral. para a doença real.
Teorizou aquilo a que chamou “cultura governamental da Não faz sentido que, mais de quarenta anos após a Independência,
pobreza”. É, basicamente, um país que exalta a acefalia e tem a prá- haja uns senhores todos orgulhosos de uma governação que transporta
tica de galardoar os filhos mais inaptos que vai produzindo na sua os seus cidadãos como gado e com a displicência de não transpor-
existência. tar ninguém como alternativa válida ao transporte precário. Se o “My
José Martins Garcia acrescenta que, em tais países, os sintomas, love” já era escandaloso, o seu banimento sem oferecer alternativa
em vez da doença, ocupam os lugares de maior preocupação. E tudo válida aos seus utilizadores é criminoso e revelador de que a incompe-
quanto se faz está ligado aos sintomas, porque dá sempre um modo de tência não conhece limites neste rochedo à beira-mar.
ignorar o verdadeiro problema. Os amantes das teorias da justificação fácil sempre perfilam o ar-
Vem este intróito a propósito da decisão mais recente do Conselho gumento da explosão demográfica para justificar a este estágio de
Autárquico da Cidade de Maputo de banir as carrinhas de caixa aberta, incompetência. Pois bem, se dependesse dessas mentes, regra geral
habitualmente designadas “My love”, que transportam cidadãos como insufladas na miséria imaginativa, a China, que tem uma densidade
gado. Apesar de toda a indignidade adjacente àquele sistema e com populacional absolutamente incomum, seria um caos autêntico.
garantia de segurança no nível zero, o “My love” foi a solução que os Temos sérias dúvidas de que o problema do transporte urbano se re-
moçambicanos encontraram para resolver o problema da sua mobili- solva com algumas dezenas de autocarros que têm sido entregues em
dade. ambiente de “grande realização”, se bem que esse assunto dos auto-
O que é certo é que o “My love” não devia ser admitido em nenhum carros é também parte de um subsistema de parasitismo sem fim com
país sério. Mas a sua introdução e reprodução é tão-somente a parte que o Estado alimenta os sectores mafiosos ligados a ele.
mais visível da incompetência governamental, que não conseguiu, du- Um raciocínio rápido pode levar qualquer cidadão sem problemas
rante todos estes anos, introduzir um sistema de transporte público. psíquicos à conclusão de que o “My love”, para além de transportar
O Estado demitiu-se das suas atribuições e, perante o crescimento passageiros que vão aos seus postos de trabalho, transporta carga e
urbano, os próprios cidadãos substituíram o Estado e introduziram o pessoas que se dedicam ao comércio. Agora, com o “My love” banido,
“My love”. Esse sistema de transporte tem vários significados, sendo o que é que se pensa sobre essa gente? Deve deixar de fazer negócio?
o mais importante um certificado de inaptidão do Governo. Deve deixar de ir trabalhar, porque já não transporte? Não, eles não
Repetimos que o “My love” devia envergonhar cada dirigente deste vão parar, como sempre. Mas é o Governo a dizer: desenrasquem-se e
país, como mascotes da sua falta de imaginação e total descompro- autogovernem-se.
misso com uma das necessidades mais básicas dos cidadãos: a mobi- Que o “My love” nunca devia ter existido, isso é sabido. Mas bani-
lidade. Um país sem sistema de transportes é um país parado. Não se -lo sem apresentar alternativa mais parece uma conspiração contra o
conhece um país que aspirou a qualquer coisa séria sem transportes. povo. Esta medida foi processada pelas mesmas mentes que, num pas-
Ora, a medida do Conselho Autárquico de Maputo de banir o “My sado recente, inspiraram o agravamento das viaturas de pequena cilin-
love” peca pelo seu amadorismo e populismo, num contexto de falta drada, que os cidadãos compravam com muito sacrifício, exactamente
de alternativa. Bane-se o “My love”, e o que é que se oferece como para colmatar o problema da falta de transportes. O argumento era
alternativa? Rigorosamente nada. A consequência imediata disso é mais ou menos na mesma linha de anacronismo que o do banimento
que o exército de passageiros que era transportado apinhado nos “My do “My love”. O argumento é que as viaturas em segunda mão poluem
love” tem agora de ficar nas paragens à espera de autocarros que não o ambiente. Esquecem-se de que quem recorre a viaturas em segunda
existem. mão são os desapossados que não querem sujeitar-se aos “My love” e
E isso assenta como uma luva na mão na radiografia que José Mar- que, com as suas poupanças, garantem a sua mobilidade.
tins Garcia fez sobre a “cultura governamental da pobreza”. Fica evi- Uma medida igual à do agravamento da pauta aduaneira das viatu-
dente que o banimento do “My love” sem dar alternativa aos utentes ras em segunda mão visa dois grandes objectivos: proteger a indústria
do mesmo equivale a lidar com os sintomas e não com o problema. automóvel local, ou incentivar a prática do uso do transporte público.
O problema real está há muito identificado: a falta de uma política de Moçambique não tem indústria automóvel, tal como não tem sistema
transportes para os centros urbanos. O problema dos transportes não de transporte público. A única alternativa que nos sobra é dizer que,
é o “My love”. Mas os senhores doutores do Conselho Autárquico da como política pública, pretendem agravar a precarização do transporte.
Cidade de Maputo entenderam de forma brilhante que o que faz com Todas estas medidas contra o povo revelam que estes senhores nun-
que não haja transporte público condigo é o “My love”. Nada mais ca precisaram do povo para nada senão para legitimar as suas vitórias
anacrónico. e usar o povo como estatística de atracção de ajuda externa. Mas este
Bastava um exercício ao alcance de qualquer um com capacidade é também um sinal inequívoco de quem não tem legitimidade popular.
craniana ao nível mediano para entender que o “My love” é o sintoma As suas decisões podem penalizar o povo, que nada acontece.
e não o problema. O “My love” é a manifestação de uma doença grave de Moçambique
Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019 Publicidade 7
8 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Opinião
Matusse Renato:
o “Yes Man”
Por Adelino Timóteo
A
Matusse Renato o dívidas ocultas, bem como e ele não revela a sua opinião sa a garrafa o suficiente”,
cerco está aperta- a decisão dos comparsas so- imediatamente. Quando ele significando que centra tudo
díssimo. É só uma bre a repartição do quilhão, termina de escutar, ele pro- em sua pessoa. Em negó-
questão de tempo, entre elementos do círculo nuncia a sua posição e não cios com o Estado, durante
para ele cair no xilindró. Ao fechado de Guebuza e ao gosta de ser questionado ou os anos que esteve na pre-
antigo conselheiro político antigo estadista. E nestas desafiado uma vez que ele sidência, Guebuza prezava
e aliado de Gebuza, Ma- circunstâncias milhões de se decida. Guebuza, consi- a maior fatia de negócios e
tusse Renato, só lhe restam dólares foram transferidos derado pela maioria como ganhos para ele. Assim mes-
algumas horas, minutos, e, às contas dos elementos do o cidadão mais rico do país, mo, tem a sua quota-parte
se quiser, alguns segundos, círculo fechado de Guebuza. é esfomeado de dinheiro”. de responsabilidade pelo
antes de os oficiais de dili- É impressionante como Visto deste prisma, in- sucedido, pois se delegara
gência lhe deitarem algemas a 10 de Dezembro de 2008 triga-me que a justiça mo- É impressionante tarefas no seu “Yes Man”,
às mãos, na sequência do Chapman descrevia Matus- çambicana tente afastar nada o afasta do papel-cha-
seu envolvimento no pro- se: “Ele escreveu uma pouco Guebuza da autoria directa como a 10 de ve na tomada de decisões.
cesso das dívidas ocultas. popular biografia bajuladora deste que é o mais bada- Dezembro de O que Chapman não alude
Considerado um “Yes de Guebuza. Matusse está fe- lado escândalo financeiro. no perfil “yesmenista” e ba-
Man” por Todd Chapman, chado em funções, não trans- Diz Chapman que Guebu- 2008 Chapman julador deste lugar-tenente
antigo embaixador dos Es- parentes, defensivas no Zim- za desloca-se numa área de descrevia de Guebuza são cerca de
tados Unidos da América, babwe, e geralmente reluta conflito ténue. Por um lado, o vinte obras que ele escreveu
Chapman descreve-o como em se envolver com os EUA. dinheiro, por outro o seu ge- Matusse: “Ele exaltando os perfis biográfi-
um antigo chefe de ajuda de Ele fala fluentemente Inglês nuíno patriotismo que deseja escreveu uma cos de antigos combatentes e
campo, que viajava extensi- e estudou no Reino Unido”. o melhor para Moçambique. camaradas que participaram
vamente com o ex-Presiden- As revelações de Cha- O facto de ele não ver ten- pouco popular na gesta de libertação nacio-
te. Ele tem excelente acesso pman, para além de inili- são entre esses dois objecti- biografia nal. Naturalmente, Matusse,
a Guebuza, mas a sua in- díveis, soam a prenuncia- vos pode o ter levado a cair como paciente inato, fê-lo
fluência final, que Chapman doras, de que o Gabinete em tentação, no “business” bajuladora de aguardando oportunidade, na
deixou em aberto, taxando- Presidencial, à altura da re- das dívidas ocultas. Matus- Guebuza. Matusse sombra, até que lhe caíssem
-a de desconhecida, despo- dacção do telegrama do di- se, sendo um “Yes Man”, números e verdinhas na rifa,
letou com o seu profundo plomata, estava envolvido provavelmente não calculou está fechado em já que por escrever livros nin-
envolvimento neste caso, em esquemas de corrupção que lidava com uma perso- funções, não guém amassa oito milhões e
que, tarde ou cedo, o leva- desconhecidos da justiça nalidade demasiado astuta, quinhentos dólares, com que
rá à queda em desgraça, tal moçambicana e da socieda- que o pode ter induzido a transparentes, Guebuza o gratificou, findo
como a Maria Inês Moiane. de, que votou em Guebuza agir, sem deixar pistas, sem defensivas no dez anos de um serviço de-
Qualificado por Chapman para um segundo mandato. deixar rastos, para se evadir dicado e entregue, com todo
como quem não constituía Com a descrição de Chap- de quaisquer responsabilida- Zimbabwe, e o zelo, ao “yesmenismo”.
uma ameaça ao ex-Presiden- man infere-se o sentimento des futuras. Matusse, como geralmente reluta Por enquanto, porquê o
te, o diplomata aludia como anti-americano na cúpula de um “Yes Man” expôs-se, “Yes Man” não é preso? Ma-
sendo este o factor que terá Guebuza. Mau grado, se lhes oferecendo o peito às balas, em se envolver tusse tem relevo histográfico
contribuído para o seu alto coloca o facto de terem que enquanto Guebuza, maquia- com os EUA. Ele na monista “história” desde
nível de acesso, daí pode- enfrentar a justiça deste país. vélico, se resguardava nas país. Ele garante um passado
-se entender porquê Matus- Qual era o estilo de lide- suas costas, na de Ndam- fala fluentemente limpo a todos os libertadores
se é o conspirador n.º 1, em rança de Guebuza? Conhe- bi, Nhangumele, de Nyusi Inglês e estudou que pretendam passar à his-
toda a trama em que o Esta- cer o método de liderança e outros que o encobrem. tória. Naturalmente, tem pa-
do é lesado em 2,4 mil mi- de Guebuza facilita a com- São conjecturas apenas, no Reino Unido”. ralelo com Ruy de Pina, pela
lões de dólares americanos. preensão dos termos e mean- cujas intricadas cabe à in- manifesta troca de favores
Segundo Chapman, Ma- dros das relações pessoais e vestigação desvendar. Mas demonstrada por esse, mar-
tusse é um académico (an- interpessoais. Diria mesmo Matusse chega à encruzi- cada por troca de benesses,
tropólogo de formação) e alguma compreensão sobre lhada dada ao seu perfil como no caso: promoção na
não um político de carreira, se tal implicaria maior risco descrito por Chapman, que vida oficial e social. Eis por
que serviu a Guebuza como ou menos de mergulhar o tomou no assunto uma pos- isso que perfilho a posição de
principal escudeiro. Em pri- país no abismo em que este sibilidade de enricar. Caiu que a história dos últimos 50
meira instância, Matusse há- se encontra. Chapman escla- na alhada pois que lidava anos não serve senão para a
-de saber das circunstâncias rece: “Guebuza parece ser com uma personalidade bi- No seu telegrama, Cha- atiramos no caixote de lixo.
que mediaram a ligação do um jogador de poder inteli- polar. Um Guebuza por um pman relata os rasgos des- E Nyusi, como presidente,
Gabinete da Presidência com gente que ouve muitos pon- lado que se mostra amigá- te baixo perfil de Guebuza, irá, certamente, precisar de
Teófilo Nhangumele. Há- tos de vista e gosta de ler e vel ao vivo, quase como um sobre o qual o embaixador um rapaz portador de insíg-
-de saber de todas as áreas receber resumos. Ele prefere avô, mas que por outro, nos dinamarquês recentemente nias qualidades bajuladoras.
sensíveis do “dossier” das ouvir argumentos face a face, bastidores, raia o autoritário. comentou que ele “não pas- de Moçambique
Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019 9
Opinião
Repensando na RM
Por Edwin Hounnou
E
m comemoração ao quiser. Assim, deixaremos de os melhores profissionais da de material, isento e equilibra-
Dia Mulher Moçambi- nos preocupar em gastar o pou- instituição. Ouvimos lamúrias do. Os bons profissionais da
cana, no sábado, 6 de co que temos. Ninguém deve por todas as províncias por que RM estão a definhar devido
Abril do corrente mês ser obrigado a pagar, seja em passamos. Há queixas de mau ao alinhamento político desta
de Abril de 2019 que antece- dinheiro, seja em espécie, a relacionamento gerado pela di-
As inverdades estação emissora com o po-
deu a 7 de Abril, a Rádio Mo- um partido que não seja da sua recção da RM, na pessoa do seu espalhadas pelo der político de que se serve
çambique, RM, chamou várias preferência, como vem aconte- presidente, Abdul Naguibo que G40 nunca foram, como um mero cão de guarda.
personalidades nacionais a fim cendo em todas as repartições criou um ambiente infernal. Enquanto não houver concur-
de uma análise e reflexão sobre públicas. Para a Frelimo que se- A postura da RM reflecte a
publicamente, so público, com os olhos postos
aquela efeméride no seu habi- jam obrigados a pagar taxa ou forma de pensar e de agir do desmentidas pelas na transparência, a RM, será
tual programa LINHA DIREC- a contribuir com autorizações, seu Presidente do Conselho da suas vítimas porque sempre difícil que a presente
TA. Para o debate, foi convida- apenas os seus membros. Mes- Administração. Quando o pre- situação por que passa. Cada
da a OMM – uma organização mo os amigos não têm a obri- sidente é mau, sem qualidade
a RM nunca se dirigente que chega ao cargo de
de massas do sector feminino gação de pagar taxas. A manei- nem qualificações adequadas, preocupou em fazer primeiro-ministro vê ter chega-
da Frelimo, e não chamaram as ra arcaica como a RM tem sido teremos um serviço mau e o contraditório. do a oportunidade de ir encai-
demais ligas femininas dos par- conduzida faz dela um instru- partidarizado. Neste momen- xando seus amigos e compadres
tidos da oposição parlamenta- mento ao serviço dos corruptos. to, segundo informações que nas empresas públicas. Qual-
res. A Renamo e o MDM têm, A RM pode ter independên- chegam, o ambiente é muito quer coisa serve desde que seja
também, as suas organizações cia editorial e isso depende do mau e isso é visível mesmo à RM, depois de Manuel Ve- amigo ou parente do primeiro-
de mulheres, porém, foram seu corpo directivo, do Con- para quem nunca pôs os pés terano, foram, de modo geral, -ministro. A RM não deve ser
ignoradas. A RM transmitiu a selho da Administração e do na RM sede ou nas emissoras fracos e bastante servis, o que um produto tóxico. A rádio,
imagem de que continua do- seu Presidente. Manuel Tomé, provinciais. É um efeito do- se reflecte no serviço público qualquer que seja, é uma im-
minada pelo partido no poder. ainda que membro assumido minó a partir do Conselho da de radiodifusão. Não foram portante arma para não deixá-la
Os proprietários de viaturas da Frelimo, permitia que a RM Administração e do seu actual capazes de permitir que hou- em mãos de amigos compadres.
são obrigados a pagar, anual- trabalhasse de portas abertas, presidente, em particular, esco- vesse uma alternativa ao G40, A Frelimo pode, querendo,
mente, a taxa de radiodifusão e dando liberdade às chefias de lhido pelo Primeiro-ministro, um grupo de cidadãos (jor- pegar na sua Rádio Índico,
aqueles que se furtarem ao pa- fazerem o que bem sabiam fa- Carlos Agostinho do Rosário. nalistas, juristas, professores, aquela cuja directora andou
gamento dessa taxa sujeitam-se zer. A seguir chegou Manuel Eles se conheceram quando sociólogos, etc.,) escolhidos de assembleia em assembleia,
a uma multa aplicada pela polí- Veterano, o melhor dirigente este era governador da pro- a dedo por dirigentes do par- em Nampula, a distribuir, de
cia de trânsito, dando a ideia de que a RM já teve desde a in- víncia da Zambézia. Não há tido no poder a fim de tece- viatura, boletins de votos pré-
que esse dinheiro se destina a dependência, instruía aos seus problema algum em se terem rem comentários e emitirem -indicados, de assembleia em
engrandecer a RM que perten- colaboradores que aquela es- conhecidos lá na Zambézia, o opiniões que favoreçam ao assembleia de votos, para ga-
ce a todos os moçambicanos. tação emissora não era de ne- problema reside no facto de o governo e ao partido Frelimo. rantir a vitória do seu partido,
Nada mais falso porque a RM nhum partido, mas do Estado. protegido não possuir a postu- As inverdades espalhadas fazer dela o que melhor achar.
tem-se comportado como se Ninguém da oposição entra- ra que se exige de um dirigen- pelo G40 nunca foram, publi- Hão-de ver que não reclama-
fosse a voz do partido no poder. va para a RM às escondidas te desse nível. A RM, a TVM camente, desmentidas pelas remos por ser um problema
A RM tem-se colocado, de ma- ou sair pelas portas traseiras, por tabela virou uma trincheira suas vítimas (partidos da Opo- deles que só a eles diz respei-
neira reiterada, do lado errado para evitar que o visitado não preferencial de onde a enve- sição) porque a RM nunca se to. A RM é nossa, não deixa-
da História, difundindo men- caia na desgraça e ficar “quei- nenada matilha do partido no preocupou em fazer o contra- remos que ela seja hipotecada
tiras e distorcendo os factos. mado” aos olhos da chefia. poder ladra e morde de quem ditório. Nas actuais condições, à Frelimo. Nós pagamos taxas
Se o governo não quer mu- Agora, a situação vai de mal discorda do pensamento ofi- o contraditório não faz parte e os demais impostos para
danças, que se diga que só paga a pior. Soubemos que presiden- cial, tomado como “correcto”. da sua obrigação de fazer um que sejamos bem servidos.
a taxa de radiodifusão quem te que não pára de marginalizar Os dirigentes que chegaram jornalismo que busca a verda- de Moçambique
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10 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Opinião
N
ão deveria ser neces- aquele arquipélago deixará de do Brasil, no Rio de Janeiro, em deputados (um do PAN, uma tagiosa”, cujo sintoma mais vi-
sário, por se referir ser, de facto, um país de língua Setembro de 2018. Os portu- socialista, um social-democrata sível é a incapacidade dos que
a algo evidente a oficial portuguesa, seja lá o que gueses, e, mais concretamente, e cinco centristas). Este quase se submetem ao dito cujo se
quem é minimamen- esta for actualmente. Portanto, e os seus supostos representantes consenso, da esquerda à “di- aperceberem do ridículo em que
te atento, honesto e inteligente, uma vez mais, em África luta-se que têm assentos (mas que dis- reita”, na continuação da des- caem. Um exemplo (verdadei-
mas mesmo assim deixo um pela descolonização; nisto deve- pensam acentos) no hemiciclo truição de uma componente ro) entre vários possíveis: quem
aviso aos “acordistas”, quer ac- riam reflectir muito seriamente par(a)lamentar, poderão ter ain- fundamental do património na- escreve “proveta” referindo-se a
tivos, por convicção (poucos, todos os alegados “antifascis- da em 2019 uma nova oportu- cional é apenas mais um motivo “provecta” não pode estar num
fanáticos, pervertidos), quer tas” que se preparam para ce- nidade de terminar esta traição, (outros, igualmente relevan- estado normal, minimamente
passivos, por capitulação (mui- lebrar neste mês os 45 anos do esta auto-sabotagem da cultura, tes, existem) que justifica uma saudável; e o mesmo se aplica
tos, cobardes, preguiçosos): a 25 de Abril com “a” minúsculo. identidade e honra nacionais, mudança de regime neste país, a outras aberrações como “afe-
(efectiva, plena) unificação or- Agora há que saber se em se e quando for apresentada e com a consequente exclusão tar”, “detetar”, “espetáculo”,
tográfica transcontinental “lusó- Portugal se vai acabar com a votada a Iniciativa Legislativa (e, em alguns casos, detenção) “fatura” ou “receção”. Isto para
fona” nunca será concretizada. experiência catastrófica, não de Cidadãos contra o Acordo dos “políticos” que manifesta- não falar daqueles que estão já
Tal devemos agradecer prin- utópica mas sim distópica, de Ortográfico, cujos responsáveis mente não sabem, não querem em situação “terminal” e escre-
cipalmente a africanos (mas uma “novilíngua” que viola a anunciaram em Janeiro último e/ou não conseguem defender vem “apocalise”, “abruto” ou
também a asiáticos, aos timo- etimologia europeia predomi- terem alcançado finalmente (o o autêntico interesse público. “corruto”. Como é que pessoas
renses): Guiné-Bissau, Angola nante em todas as nações civili- número mínimo de) 20 mil assi- Já se sabia que a “ortogra- e instituições (públicas e pri-
e Moçambique ainda não rati- zadas do Mundo e que resultou naturas necessárias e isso o co- fia” do AO90 é a do abuso, da vadas, empresas, e não só edi-
ficaram, passados todos estes da “adoção” ilegal e reforça- municaram à Divisão de Apoio arrogância. E desde que José toras) aparentemente sensatas
anos, o AO90 – aliás, a Aca- da, deste lado do Atlântico e ao Plenário da Assembleia da Sócrates e Lula da Silva, princi- aceitam participar nesta patética
demia Angolana de Letras, em isolando-nos daquelas, de uma República, neste momento pais culpados da exumação e da e degradante farsa, à qual não
Outubro de 2018, pronunciou- subversão terceiro-mundista aguardando o agendamento. In- reanimação do “cadáver acor- estão obrigadas? É na verda-
-se formalmente contra a ratifi- executada por uma ditadura bra- feliz e vergonhosamente, sabe- dizador”, foram acusados judi- de espantoso como há tantas
cação; e em Cabo Verde, que a sileira da década de 40 do sécu- -se o que aconteceu na anterior cialmente e mandados para a prontas a obedecer a “normas”
fez, parece porém estar cada vez lo passado decidida a diminuir oportunidade, ocorrida a 22 de prisão, passou a ser igualmente absurdas e anormais só porque
mais próxima (Abraão Vicente, os laços com o Velho Continen- Fevereiro de 2018: a proposta a da corrupção, do crime. Pelo são impostas “de cima”. Com-
ministro da Cultura do governo te, e em especial com a nação de desvinculação do “Acordo que todos os que aceitam “es- preende-se hoje ainda melhor
da Cidade da Praia, confirmou- ex-colonizadora de que muitos Ortográfico de 1990” defendida crever” dessa maneira são cúm- por que é que Portugal aguen-
-o em entrevista concedida em brasileiros se envergonha(va)m naquela data pelo PCP foi rejei- plices dessa corrupção, desse tou quase 50 anos de ditadura.
Fevereiro último) a instituciona- – para o comprovar basta recor- tada por BE, PS, PSD e CDS, crime. Cada vez mais o “aborto
lização do crioulo como idioma dar certas reacções ao incêndio com as excepções, expressas pornortográfico” se assemelha *Jornalista e Escritor Portu-
nacional – o que significará que que destruiu o Museu Nacional em apoio ou abstenção, de oito a uma doença altamente “con- guês in Jornal Público
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de Moçambique
ASSINATURAS www.canal.co.mz
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Pacote Período de Contrato Período de Contrato
6 Meses 12 Meses
Nacional
M
orreu no pas- Logo depois da sua morte e
sado dia 8 de devido às circunstâncias consi-
Abril, vítima deradas estranhas como morreu,
de doença, um criou-se uma agitação no Ser-
dos administradores da viço de Segurança do Estado,
“Proindicus”, que havia principalmente entre a facção
sido constituído argui- ligada aos dois dirigentes que
do no âmbito das dívidas estão presos, nomeadamente,
ocultas. Trata-se de José Gregório Leão e António do Ro-
Manuel Gopo, que se tor- sário, visto que o administrador
nou-se administrador num José Gopo era próximo destes.
processo interno de rees- Segundo uma fonte do Servi-
truturação daquela que é a ço de Segurança, o “Indivíduo
empresa que mais dinheiro A” escreveu uma carta, à mão, a
pediu emprestado ao “Cre- partir das celas da Cadeia Civil,
dit Suisse”, cerca de 900 onde está encarcerado, a apelar
milhões de dólares. à calma aos seus companheiros
e a aconselhá-los a não entra-
Segundo uma fonte mui- rem em teorias de conspira-
to próxima da família, José ção sobre envenenamentos, tal
Manuel Gopo encontrou a como estava a ser propagado.
morte numa situação que Segundo um elemento do
suscita dúvidas sobre a cau- Serviço de Segurança que leu
sa da mesma, porque, ale- a carta, António Carlos do Ro-
gadamente, José Gopo co- sário, que assinou o manuscrito
meçou a passar mal de frio, como sendo “Indivíduo A e Pre-
vertigens e delírio. Foi leva- so A”, apelou aos seus compa-
do ao hospital, e diagnosti- nheiros para ficarem calmos.
caram-lhe malária cerebral. “Não se sintam sós. Encarem
A fonte conta que foi- o falecimento do administra-
-lhe administrado soro e dor Gopo e a minha detenção
umas ampolas, mas come- como meras coincidências e
çou a piorar, e o seu qua- não se deixem levar por even-
dro clínico agravou-se no tuais teorias de conspiração”,
mesmo dia. Tiveram de está escrito no tal manuscrito,
levá-lo de ambulância do segundo a diz a nossa fonte.
José Manuel Gopo era tido como o número 02 da linha de sucessão de António Carlos do Rosário
Centro Médico para o Hos- A carta foi levada em mão
pital Central de Maputo e, para cada membro ligado ao gru-
lá, baixou na Medicina e, José Gopo era considera- o famoso “Indivíduo A” e nomeadamente, a EMA- po que tem os seus chefes pre-
mais tarde, foi transferido do como o número dois da presidente do Conselho da TUM, a “Proindicus” e a sos, alegadamente para que não
para os Cuidados Intensi- linha de sucessão de An- Administração das três em- MAM. António Carlos do houvesse fuga de informação.
vos e de lá não mais saiu. tónio Carlos do Rosário, presas das dívidas ocultas, Rosário encontra-se preso. de Moçambique
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Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019 13
Nacional
Empresário e amigo de Nyusi raptado há uma semana
A
publicidade
inda não há sinal Carlos Camurdine, um dos
do empresário conhecidos magnatas de Ma-
Carlos Camurdi- puto e dono da “Socimpex”,
ne, que foi raptado fornecedor de vinhos na capi-
no passado dia 4 de Abril, na tal moçambicana, está ligado à
Baixa da cidade de Maputo, “Samsung” e tem uma relação
naquilo que é o regresso do de confiança com Filipe Nyu-
crime de raptos que abalou si, Presidente da República.
a comunidade empresarial Fontes familiares de Car-
num passado muito recente. los Camurdine disseram ao
Magistratura Judicial
expulsa escrivã que
também era motorista
da empresa G4S
U
ma funcionária do missão Permanente, realiza-
Tribunal Distrital da no dia 9 de Abril de 2019.
de Cahora Bassa, Segundo a deliberação, que
na província de não traz a defesa da funcioná-
Tete, de nome Anicha Sousa, ria em causa, esta faltou de 1
com a categoria de escrivã, de Maio de 2018 a 15 de Ja-
foi expulsa da Magistratura neiro de 2019 sem apresentar
após ter sido provado que qualquer justificação do moti-
a mesma abandonou o seu vo da ausência. “Durante esse
posto durante oito meses e período, esteve a trabalhar
foi trabalhar para a empresa como motorista da empresa
de segurança privada G4S de segurança privada G4S, na
recebendo salários nos dois cidade de Tete em horário coin-
empregos. cidente com o do serviço no
Tribunal”, lê-se na deliberação.
A decisão consta numa de- O Conselho Superior da
liberação do órgão de gestão Magistratura Judicial con-
e disciplina da magistratu- siderou que a funcionária
ra judicial, com o número faltou ao cumprimento dos
56/CSMJ/CP/2019 de 9 de deveres especiais dos funcio-
Abril de 19, em nossa pos- nários públicos, conjugado
se. O Conselho Superior da com a infracção de abando-
Magistratura Judicial tomou nou de lugar. (Redacção)
a decisão em sessão da Co- de Moçambique
14 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Centrais
A
União Europeia
anunciou, um
montante adicio-
nal de doze mi-
lhões de euros em ajuda
humanitária para Moçam-
bique, Zimbabwe e Malawi.
Este financiamento irá au-
mentar o apoio às pessoas
necessitadas, na sequência
do ciclone “Idai” e das inun-
dações subsequentes.
Centrais
publicidade
a de especialistas em protec-
ção civil com equipamento
foram disponibilizados pelos
MANIFESTO
“Idai”
Estados-Membros da União
Europeia e enviados para Mo-
çambique. Trata-se de equi-
pamentos para purificação
de água, equipas médicas de
POR UMA TERCEIRA VIA
emergência, tendas de abrigo,
recebidas através deste Me- estojos de higiene, alimentos
canismo vieram da Áustria, e colchões e telecomunica- 1. Um espectro de desolação e de dissolução paira sobre
Alemanha, Dinamarca, Es- ções por satélite para o pes- Moçambique. Depois da horrível guerra de dezasseis anos,
panha, França, Itália, Lu- soal humanitário no local. das abomináveis dividas ocultas, eis quesomos assolados
xemburgo, Portugal e Reino A União Europeia finan- pelatragédia do ciclone IDAI. Todavia, a principal fonte dos
Unido e foram coordenadas ciou 75% das despesas de nossos dessabores é antropológico; ético, político e social.
pelo Centro de Coordenação transporte destas equipas e
de Resposta de Emergên- equipamentos no montante
total de cerca de quatro mi- 2. Depois de uma primeira via (República) marcada pela
cia da Comissão Europeia.
Uma equipa de Protecção lhões de euros. Além disso, busca da justiça social mas com pouca liberdade, hoje
Civil Europeia está em Mo- foi enviada a Moçambique trilhamos uma segunda, contra destinta por uma maior
çambique desde 23 de Mar- uma equipa de onze peritos liberdade massem justiça(social). Diante deste paradoxo,
ço de 2019 para assegurar de sete Estados-Membros ocorre que busquemos uma terceira via que reconcilie a
a coordenação logística e a (Alemanha, Finlândia, Paí- justiça da primeira e a liberdade da segunda.
distribuição da ajuda prestada ses Baixos, Portugal, Romé-
pelos Estados-Membros da nia, Suécia e Eslovénia), a
União Europeia. Um epide- fim de contribuírem para a 3. Umaterceira via precisa ser pensada a partir dos alicerces
miologista do Centro Euro- logística e aconselhamento. da nossa historicidade, na organização e estruturação do
peu de Prevenção e Controlo O serviço de cartografia Estado e nos seus substratos axiológicos.
das Doenças apoia na coor- por satélite “Copernicus”,
denação das equipas médicas da União Europeia, ajudou 4. Moçambique existe enquanto unidade territorial a partir
de emergência e em outras a delimitar áreas afectadas da negatividade colonial,onde aos moçambicanos era
actividades de Saúde Pública. e a planear operações de as-
sistência após a catástrofe.
negado o exercício da cidadania. Por isso, otrauma colonial
Cerca de 60.000 artigos de
emergência e oito equipas de Moçambique
não é pertinente para uma reflexão sobre a terceira via.
Nacional
T
omaram posse, na no cargo de assessor par- dato imediatamente anterior. Issufo Mohamed tomou
passada, quinta- ticular de Ossufo Moma- Venâncio Mondlane é uma posse no cargo de asses-
-feira, novos qua- de para Assuntos Políticos. antiga escolha de Afonso sor político do presidente
dros da Renamo Recorde-se que Venâncio Dhlakama. Estava com o da Renamo para a cidade de
para trabalharem no Ga- Mondlane, no ano passado, futuro político incerto após Maputo. Anselmo Ernesto
binete do presidente deste saiu do MDM para se filiar ter sido impedido inconsti- Victor tomou posse como
partido, Ossufo Momade. na Renamo, partido pelo tucionalmente de concorrer. chefe-adjunto do Depar-
Trata-se de dois assessores qual pretendia concorrer Chegou a considerar a hi- tamento de Formação. Ju-
e dois chefes-adjuntos de para o cargo de presiden- pótese abandonar a política. liano Marcelino Cumbana
Departamentos. te do Conselho Autárquico Ossufo Momade recupera-o tomou posse como chefe-
da Cidade de Maputo, mas e coloca-o no seu Gabine- -adjunto do Departamento
Venâncio Mondlane, ex- foi impedido pela CNE, que te, também para transmitir a de Desenvolvimento Rural
-deputado da Assembleia alegou que era inelegível Venâncio Mondlane ideia de que a Renamo ainda e Poder Local. (Redacção)
da República, tomou posse por ter renunciado ao man- conta com os seus préstimos. de Moçambique
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Canalha
Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019 17
Nacional
PAZ
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AJM/2019
18 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Nacional
Alterações à Lei Eleitoral
O
Centro de Inte- A Assembleia da República de Eleições de Cidade (con- forjados pelos vogais da Fre- Comissões Eleitorais locais, e
gridade Pública introduziu duas mudanças signi- forme o caso) convocou e limo nas Comissões Distri- isto tornará muito mais difí-
diz que, com as ficativas na Lei Eleitoral ao revo- realizou reuniões secretas nas tais de Eleições e Comissões cil para a maioria da Frelimo
alterações fei- gar o princípio da impugnação quais adulteraram editais para de Eleições de Cidade mas convocar reuniões secretas.
tas à Lei Eleitoral, “será prévia e obrigar à participação atribuir a vitória à Frelimo todos os recursos foram re- Essas duas mudanças de-
teoricamente mais difí- de todos os vogais nas reuniões nas eleições locais. “Nestes jeitados liminarmente pelos vem dificultar a fraude no
cil repetir-se nas eleições do apuramento intermédio. municípios, contagens para- tribunais, fundamentando que nível de Comissão Eleito-
gerais deste ano a fraude O CIP recorda que, nas elei- lelas da sociedade civil e da a Renamo não fez a impug- ral Distrital, pelo menos
eleitoral nos moldes em ções do ano passado, em cinco imprensa mostravam que a nação prévia das decisões”, nos moldes em que ocorreu
que ocorreu nas Eleições municípios, a maioria da Fre- Renamo ganhou. A Renamo refere o CIP, no seu boletim. nas eleições passadas”, lê-
Autárquicas do ano pas- limo nas Comissões Distritais recorreu aos tribunais para Sobre a impugnação prévia, -se no boletim. (Redacção)
sado”. de Eleições ou nas Comissões impugnar os falsos editais o CIP diz que, com a revoga- de Moçambique
A
cidade de Maputo tituir o governador, que, no fende que pode ser tratada na trolar os votos a nível geral, a submeter uma lei especial. “Es-
já não terá gover- modelo actual, é nomeado lei geral de forma transitória. Frelimo ganha a presidência tamos a trabalhar nisso. O im-
nador, por força pelo Presidente da República. Segundo o que o e perde-se a oportunidade de passe foi ultrapassado. Vamos
das alterações in- Havia um impasse entre o de Moçambique apurou, a oposição disputar eleições submeter uma proposta de lei”,
troduzidas na Constituição Governo e a Assembleia da este impasse já foi ultrapas- na capital do País, com um disse Carmelita Namashulua.
da República, que lhe atri- República sobre a questão de sado, e a matéria relativa ao eleitorado mais esclarecido. O secretário de Estado vai
bui estatuto especial, na se- saber se a matéria relativa ao secretário de Estado na ci- “Nós entendemos que exercer as funções exclusivas
quência dos consensos entre secretário de Estado na cida- dade de Maputo será tratada deve haver representante do do Estado e de soberania e as
o Governo e a Renamo, no de de Maputo é tratada na lei numa lei especial, que vai ser Estado em todo o país para funções atribuídas à governa-
âmbito do diálogo político. geral ou numa lei especial. O submetida pelo Conselho de exercer as funções exclusi- ção descentralizada que ainda
Governo defendia que a ma- Ministros à Assembleia da Re- vas da soberania do Estado. não tenham sido transferidas
Se considerarmos que o téria devia ser tratada numa pública na próxima semana. O Governo entende que esta para o Conselho Autárqui-
Presidente da República é lei especial, uma vez que a A se concretizar confirma-se matéria deve ser tratada numa co da Cidade de Maputo.
que nomeia o secretário de cidade de Maputo tem estatu- mais uma vez que a Rena- lei separada”, disse, na se- de Moçambique
Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019 19
Nacional
Organizações não-governamentais
anunciam seis mil observadores
para as eleições gerais
dou também outros parceiros
para apoiarem mais organiza-
ções, para que seja possível
uma cobertura nacional do
processo em todas as fases.
“Os observadores que te-
mos garantido ainda não
são suficientes para garantir
uma cobertura ao nível na-
cional. Esperamos que, nos
próximos dias, possamos
actualizar positivamente es-
tes números, com a aproxi-
mação de mais organizações
que estejam interessadas em
trabalhar de forma coorde-
nada com a ‘Sala da Paz’”.
Os participantes chama-
ram a atenção para o facto
de o recenseamento eleito-
ral decorrer num contexto
A
lgumas orga- zem parte da iniciativa, entre ma, há um interesse de que de alguns problemas, como,
nizações não- elas a ‘Joint’, que tem pre- Neste momento, a selecção destes observado- por exemplo, a devastação
-governamentais vistos 3.500 observadores, res tenha em consideração a causada pelo ciclone “Idai” e
anunciaram, na o IMD, que tem previstos
a ‘Sala da Paz’ questão do equilíbrio do gé- pelas cheias na região centro
quinta-feira, o registo de 1.500 observadores, a ‘Soli- assegurou nero, de modo a que as mu- do país. O segundo problema
cerca de seis mil observa- dariedade Moçambique’, que mais de 6.650 lheres possam fazer parte do relaciona-se com a situação
dores para as eleições ge- tem previstos 1.000 obser- processo. Segundo a fonte, dos ataques armados em al-
rais de Outubro próximo. vadores, a ‘Sociedade Aber- observadores para é importante que, nas suas gumas regiões da província
O anúncio foi feito durante ta’, que tem previsto mais todo o processo mensagens de educação cívi- de Cabo Delgado. Estas são
a Conferência de Coorde- de 650 observadores, para ca se dirijam mensagens es- situações de risco que podem
nação para a Observação além dos observadores da
eleitoral. Estes pecíficas, para que mais mu- contribuir para que alguns
Eleitoral, que se realiza na ‘Counter Part International’ observadores lheres possam recensear-se. dos potenciais eleitores fi-
Beira e tem a duração de com quem temos interagi- vêm de diferentes Neste momento, as or- quem de fora do processo.
dois dias. do”, disse o coordenador de ganizações estão a receber Além disso, apontaram o fac-
programas do Instituto para organizações que financiamentos de vários to de as eleições gerais decor-
“Neste momento, a ‘Sala a Democracia Multipartidá- fazem parte da parceiros de cooperação, en- rerem num contexto de um
da Paz’ assegurou mais de ria, Dércio Alfazema, falan- tre eles a União Europeia, calendário eleitoral bastante
6.650 observadores para todo do na qualidade de uma das iniciativa. a Cooperação Austríaca, a ajustado, o que traz dificul-
o processo eleitoral. Estes organizações que orienta Embaixada dos Países Bai- dades desafios para todos os
observadores vêm de dife- as acções da “Sala da Paz”. xos, a USAID e o DFID. intervenientes. (Redacção)
rentes organizações que fa- Segundo Dércio Alfaze- Dércio Alfazema convi- de Moçambique
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20 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Nacional
Se Chang voltar para Moçambique
O
Tribunal de
Kempton Park
decidiu, na se-
gunda-feira, 8 de
Abril, que Manuel Chang
(ex-ministro das Finanças),
detido na África do Sul des-
de 29 de Dezembro do ano
passado, pode ser extradi-
tado para Moçambique ou
para os Estados Unidos da
América.
Nacional
No distrito da Namaacha
Csauteclaudio@gmail.com
láudio Saúte tou que a Agricultura deve
evitar que a praga se alastre.
primeira campanha deste
ano foi para esquecer, de-
Suzete Dança, administra-
dora da Namaacha, diz que a
“Fomos assolados pela la- vido à seca. A chuva não banana é uma das culturas que
U
ma praga designa- garta do funil de milho, que caiu no devido momento. resistiu à seca que assolou o
da “lagarto do fu- tem estado a dizimar cultu- Isso fez com que vinte por distrito nos últimos dois anos.
nil de milho” está ras. Em coordenação com cento do que esperámos co- Suzete Dança falava, na Na-
a dizimar culturas a Direcção Provincial de lher não conseguíssemos.” maacha, à margem do lança-
no distrito da Namaacha, Agricultura, temos estado Disse que o distrito está mento da campanha “Quero ser
província de Maputo. a colocar à disposição dos numa fase de recuperação. formal”, dirigida a mulheres que
agricultores pesticidas e equi- Desde a primeira quinzena de trabalham no sector informal.
Sem indicar a área devas- pas de extensionistas que es- Fevereiro que está a chover. “Continuamos a produzir e
tada, Suzete Dança disse tão a pulverizar, para evitar “Esperamos colher esta épo- a exportar banana. Estamos
que esta situação vem aliar- que a lagarta se propague.” ca mais de 200 toneladas de acima de 133 mil toneladas
-se à falta de chuva e co- produtos diversos produtos.” de banana que exportámos
loca a população próximo Aumento do caudal de ano passado para África do
de insegurança alimentar. água reanima Namaacha exportou 133 Sul. É nossa cultura de ban-
“Não queremos dizer que mil toneladas de banana deira”, disse Suzete Dança
estamos bem. A seguran- Segundo a administra- para a África do Sul e acrescentou que a bana-
ça alimentar está garantida, dora, as últimas chuvas na é uma cultura de rendi-
de tal modo que a produção que têm vindo a cair fazem O distrito da Namaacha, mento e de exportação e
da época 2017/2018, a po- com que a maioria das re- na província de Maputo, ex- nunca ficou afectada com a
pulação ainda tem alguma presas estejam no limite. portou, durante o ano pas- situação de seca que asso-
coisa guardada para se ali- “Estamos engajados na sado, 133 mil toneladas de lou a província de Maputo.
mentar”, disse e acrescen- recuperação de culturas. A banana para África do Sul. de Moçambique
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22 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Nacional
C
inco novas institui-
ções do Ensino Su-
perior poderão ser
criadas no país. A
proposta foi apresentada na
sexta-feira, em Maputo, na
Reunião do Conselho Na-
cional do Ensino Superior.
Os estabelecimentos de
ensino propostos são os se-
guintes: Instituto Superior
Politécnico de Pescas e Tec-
nologias Marinhas de Inham-
bane, Instituto Superior Poli-
técnico de Ciências Agrarias
de Mecubúri, Instituto Supe-
rior Politécnico do Ambien-
te, Universidades IRIS e o
Instituto Superior de Ciências
Económicas e Empresariais.
As propostas deverão
ser submetidas ao Con-
selho de Ministros, após
apreciação por parte dos
membros do Conselho Na-
cional do Ensino Superior.
O ministro da Ciência e
Tecnologia, Ensino Superior
e Técnico-Profissional, Jorge
Nhambiu, exortou os mem-
Jorge Nhambiu, ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional
bros do Conselho Nacional
do Ensino Superior a desen-
volverem o Ensino Superior dade com os demais subsiste- gias, iniciativas, programas Durante a reunião, foram
em Moçambique, através das mas da Educação, a formação e planos promovidos pelo abordados os temas: grau de
lições do cumprimento do do capital humano de elevada Governo na área do Ensino cumprimento da Matriz da I
Programa Quinquenal do Go- qualidade, que responda sa- Superior visam consolidar Sessão Ordinária do Conse-
verno 2015-2019, do Plano tisfatoriamente à procura do um Ensino Superior de quali- lho Nacional do Ensino Su-
Estratégico do Ensino Supe- sector produtivo”, disse Jor- dade e socialmente relevante.
Cabe ao perior de 2018; proposta de
rior 2012-2020 e da influência ge Nahmbiu e acrescentou Afirmou que o conceito de subsistema do regulamento sobre o plágio
decisiva que poderá ter na for- que o Conselho Nacional do qualidade é problemático, na Ensino Superior, académico; proposta de revi-
mulação das directrizes para Ensino Superior deve elabo- medida em que existem inú- são do decreto 6/2007, de 31
constarem no Programa Quin- rar propostas de políticas de meros indicadores e variáveis em estrita de Dezembro, que aprova o
quenal do Governo 2020-2024 desenvolvimento nacional, a que influem nessa aferição, articulação e Sistema Nacional de Avalia-
e no Plano Estratégico do formação de cidadãos com ini- e acrescentou que, para Sis- ção, Acreditação e Garantia
Ensino Superior 2021-2030. ciativa, de quadros patriotas e tema Nacional de Avaliação, complementaridade de Qualidade do Ensino Su-
Jorge Nhambiu fala- defensores da unidade e paz. Acreditação e Garantia de com os demais perior; proposta de revisão
va durante a cerimónia de O Conselho Nacional do Qualidade do Ensino Supe- do decreto 64/2007, de 31
abertura da Primeira Ses- Ensino Superior deve dar o rior, os indicadores de quali-
subsistemas de Dezembro, que aprova os
são do Conselho Nacional seu contributo para alcançar dade são missão e objectivos da Educação, Estatutos do Conselho Na-
do Ensino Superior, órgão os Objectivos de Desenvolvi- gerais da Unidade Orgânica, a formação do cional de Avaliação de Qua-
de consulta e assessoria do mento Sustentável 2030, uma organização e gestão, currí- lidade do Ensino Superior.
Conselho de Ministros em vez que os mesmos constituem culo, corpo docente, corpo capital humano de O Conselho Nacional do
matéria do Ensino Superior. acções para transformar posi- discente, pesquisa e exten- elevada qualidade. Ensino Superior decorreu sob
“Cabe ao subsistema do tivamente o mundo e o país. são, corpo técnico e admi- o lema “Por um ensino de qua-
Ensino Superior, em estrita Jorge Nhambiu disse que nistrativo, infra-estruturas e lidade e relevante para todos”.
articulação e complementari- todas as políticas, estraté- nível de internacionalização. de Moçambique
Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019 23
Publicidade
O
Governo moçam- terminarem os cursos, depois
bicano debateu, na pensa-se que não concluíram
quinta-feira, em certas disciplinas, porque o re-
Maputo, a proposta gisto académico não é eficiente.
do regulamento contra o plá- Jorge Nhambiu disse que,
gio académico. O ministro da para alterar este cenário, o Mi-
Ciência e Tecnologia, Ensino nistério que dirige criou um
Superior e Técnico-Profissio- sistema de registo académico
nal, Jorge Nhambiu, afirmou que já está a ser instalado nas
que o Governo está preocu- instituições do Ensino Superior,
pado com o aumento de casos com o apoio do Banco Mundial.
de plágios de monografias e “No Ministério, vamos ter
teses, situação que afecta ne- os dados em tempo real dos es-
gativamente a qualidade dos tudantes que estão no Ensino
graduados. Superior, e isto é muito impor-
tante por causa da planificação.
Jorge Nhambiu falava duran- Neste momento, fica difícil
te a primeira Sessão Ordinária sabermos onde é que devemos
do Conselho do Ensino Supe- fazer mais esforço de planifi-
rior, que reuniu representantes cação, em termos de cursos,
das 53 instituições do Ensino porque não temos um registo
Superior do país, autoridades fiável do que está acontecer no
governamentais e doadores. subsistema do Ensino Supe-
Segundo o ministro da Ciên- rior”, afirmou Jorge Nhambiu.
cia e Tecnologia, espera-se con- No ano passado, o Con-
sensos sobre o regulamento, que selho Nacional de Avaliação
há muito se pretende aprovar. constatou que apenas dois
“Está claro para todos que dos 72 cursos que avaliou ti-
não deve haver plágio, porque, nham qualidade excelente.
se na escola começa o plágio e Um estudo do Instituto de
nós nos conformamos, o que Estudos Sociais e Económi-
esperamos que aconteça na cos de Moçambique, reali-
sociedade posteriormente? O zado em 2015, revelou que
plágio é um roubo de conheci- encontrou “plágio significa-
mento, é um roubo científico, é tivo” em 75% das 150 teses
um roubo intelectual, não po- de mestrado e licenciatura e
demos conformamo-nos com plágio muito grave em 39%,
isso. Não podemos deixar que analisadas nas cinco principais
formemos um dirigente na base universidades moçambicanas.
do plágio. Não seria bom”, disse. O estudo, intitulado “Plágio
Jorge Nhambiu manifestou-se em cinco universidades de Mo-
preocupado com o baixo nível çambique: amplitude, técnicas
de expansão, acesso e qualida- de detecção e medidas de contro-
de em que se encontra o Ensino lo”, incidiu sobre teses de fim de
Superior no país e disse que o curso de estudantes da Universi-
Ministério da Ciência e Tecnolo- dade Eduardo Mondlane, Uni-
gia, Ensino Superior e Técnico- versidade Pedagógica, Instituto
-Profissional está a implementar Superior de Ciência e Tecnolo-
nas instituições do Ensino Supe- gia de Moçambique, Universi-
rior, um sistema gratuito de re- dade São Tomás de Moçambi-
gisto académico informatizado, que e Universidade Politécnica,
para garantir uma melhor gestão tendo concluído que apenas um
da informação dos estudantes. quarto é que tiveram uma au-
Jorge Nhambiu disse também tenticidade imaculada. O estudo
que existem, no país, institui- examinou 48 teses de licencia-
ções do Ensino Superior que tura e 102 teses de mestrado de
não têm um registo académi- cinco das maiores universidades.
co devidamente estabelecido, de Moçambique
24 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Desporto
Ganhou duas Medalhas de Ouro
Csauteclaudio@gmail.com
láudio Saúte
O
seleccionador na-
cional de voleibol
de praia, Osvaldo
Machava, con-
quistou, no dia 7 de Abril,
no Egipto, os campeonatos
africanos em masculinos e
femininos, garantindo desta
forma um lugar no campeo-
nato do mundo, mas, à sua
chegada a Maputo, desva-
lorizou a presença dos re-
presentantes do Ministério
da Juventude e Desporto
no aeroporto e exigiu que
lhe fossem pagos 850,000,00
meticais de prémios refe-
rentes aos prémios de 2017.
Em entrevista ao
de Moçambique , Os-
valdo Machava disse que,
como seleccionador nacional
participou em oito provas e
ganhou sete e sente ter aju- dois campeonatos africanos Valorização do esforço em femininos em Sub-21. São
dado o país, mas já basta. (primeiro lugar, em mascu- duas competições distintas.
“Infelizmente, não per- linos e femininos e um ter- Osvaldo Machava diz que “Acordo de madrugada
cebo como algumas coisas ceiro lugar, em seniores). se sente bem no local onde tra- para treinar os meninos e
funcionam neste país. Estou “Hoje, volvidos três meses, balha e se está no voleibol não depois saio do serviço à noi-
a mostrar a minha indigna- sou um herói. Uma pessoa co- é por dinheiro, por isso o seu te e vou treinar as meninas
ção. Conquistámos este títu- nhecida. Que o país respeite, esforço devia ser valorizado. e não é por acaso que apa-
lo, mas estou há três meses no mínimo, e dê-me uma res- “Eu não vivo do voleibol. reci no dia do regresso do
à espera da resposta de uma posta. Infelizmente, estamos Gasto muito dinheiro no vo- Egipto com dois troféus.”
carta que fiz para o Fundo de a levar as coisas para outros leibol. Tenho o meu trabalho Acrescentou que a lei é cla-
Promoção Desportiva a re- patamares. De momento, não e sacrifico-me para fazer as ra e não é nenhuma obrigação
clamar, sem resposta. Hoje, posso falar nada sobre o mun- selecções. Com o meu tra- e nem foi uma conversa que
chamam-me herói, porque dial, nem sobre competições. balho, sinto-me bem. Estou teve com alguém. Por exem-
ganhei estas competições. Estou triste. Estou pendura- totalmente indignado. Não plo, lembra que Edmilsa Go-
Sou a mesma pessoa que há do. Pedi esclarecimento sobre tenho moral nem paciência verno, num dos anos, ganhou
três meses não tem resposta porquê estou a receber o pré- para trabalhar. Isto é preocu- mais de um milhão de meti-
a uma coisa simples”, disse. mio de um campeonato. En- pante, porque está a acontecer cais e na lei não tem nenhum
Segundo Osvaldo Macha- tendo a situação do país e, por Osvaldo Machava connosco, e estamos preocu- prémio de um milhão de me-
va, o Governo disponibili- isso, ficámos vinte meses à es- pados, e é relativo a 2017.¬” ticais; isto significa que hou-
zou apenas o fundo de uma pera do prémio. A lei estipula Disse que este ano já ganhou ve acumulação dos prémios.
premiação das três que ga- este prémio, e não se pode duas premiações, que são
nhou em 2017. Mas, ganhou tirar este direito às pessoas.” uma em masculinos e outra (Continua na página seguinte)
Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019 25
Desporto
Restauração de infra-estruturas desportivas afectadas pelo “Idai”
O
director para as
Federações Na-
cionais de África
e Caraíbas, Vé-
ron Mosengo-Omba, que
visitou, no passado fim-de
semana, as cidades da Bei-
ra e Chimoio, para verifi-
car os estragos causados
pelo ciclone tropical “Idai”
e pelas inundações que fus-
tigaram a região centro do
país, anunciou na segunda-
-feira, que ia fazer um re-
latório para o presidente
da FIFA, Gianni Infantino,
para se prestar apoio, que
espera seja em breve, tendo
em conta a necessidade que
os clubes e a população têm
de utilizar os respectivos
campos.
O represente da FIFA em
África mostrou-se sensi-
bilizado com o que viu na
Vista parcial do Estádio Municipal da Beira
Beira e Chimoio, quando
visitou os campos do Ferro-
viário da Beira, da Manga, o que tipo de apoio o país vai denação com a Federação feitos para a reposição dos
Estádio Municipal da Beira receber da FIFA, uma vez Moçambicana de Futebol. danos. As mesmas deverão
e o campo da Soalpo e dis- que há critérios que devem Para os clubes garantirem o ser enviadas à FMF, que de-
se que está esperançado de ser seguidos para o efeito. apoio da FIFA, têm de apre- verá, por sua vez, canalizar
que, com o apoio da Fun- O representante da FIFA sentar uma cotação com os estas cotações para FIFA,
dação FIFA, as instalações declarou que não é respon- custos da reabilitação das que, em tempo breve, vai
desportivas fustigadas pela sabilidade daquele organis- suas infra-estruturas despor- definir o valor da sua com-
intempérie serão restauradas. mo cobrir todas as despesas tivas assoladas pelo ciclone. participação para apoio aos
Num discurso de cer- causados pelo ciclone, mas a “A definição do montante clubes afectados pelo ‘Idai’”,
ca de dez minutos, Verón Fundação FIFA vai compar- a canalizar será estabeleci- disse Alberto Simango, que
Mosengo-Omba disse que ticipar para reconstruir onde Verón Mosengo-Omba da através do envio de cota- agradeceu a ajuda da FIFA.
ainda é prematuro inidicar houve estragos, em coor- ções dos trabalhos a serem de Moçambique
Pedido de esclarecimento orientou os treinos das selec- Promoção Desportiva, Amé- para solicitar a devolução do mio atribuído ao seu atleta me-
aguarda resposta ções nacionais de voleibol de lia Cabral, enviado a Federa- montante de 350 mil meticais lhor colocado. O valor está fi-
praia que, em três competições ção Moçambicana de Volei- para a conta 56677004 do Fun- xado em 350.000,00 meticais.
Osvaldo Machava, em carta distintas, conquistaram os títu- bol a 27 de Março de 2019, a do de Promoção Desportiva”, O ponto iii, da alínea c) do
enviada ao Fundo de Promo- los de campeões africanos de que o de Moçambique pode-se ler no documento. Artigo 9 do decreto 10/2013
ção Desportiva no dia 7 de Sub-21 em femininos e mas- teve acesso, solicita a de- diz que o terceiro lugar dos
Janeiro de 2019, diz que lhe culinos e terceiro lugar em se- volução do valor que o se- Decreto 10/2013 campeonatos africanos tem
foi apresentado pela Fede- niores, deve ser na base do de- leccionador nacional de vo- direito a 150.000,00 meticais.
ração Moçambicana de Vo- creto 10/2013, de 10 de Abril. leibol se recusou a receber. A alínea a) do Artigo 9 do de- Assim, o seleccionador
leibol, a título de premiação “Com vista a garantir o fe- creto 10/2013, de 10 de Abril, afirma que os dois primeiros
do ano 2017, um cheque no Fundo de Promoção cho do processo administrativo diz que o treinador da moda- lugares alcançados, em mas-
valor de 350.000,00 meticais. Desportiva solicitou à relativo à transferência efec- lidade desportiva individual culinos e femininos, somam
Osvaldo Machava, na qua- Federação de Vólei para tuada a Federação Moçambi- vinculado ao atleta à data dda 700.000,00 meticais, mais
lidade de treinador principal, devolver o valor cana de Voleibol no âmbito obtenção do êxito, indepen- 150.000,00 do terceiro lugar
nomeado pela Federação Mo- da premiação desportiva do dentemente de constar ou não em masculinos seniores, tota-
çambicana de Voleibol, diz Um ofício assinado pela seleccionador Osvaldo Ma- na lista da delegação oficial, lizando 850.000,00 meticais.
que planificou, coordenou e directora-geral do Fundo de chava, serve-se do presente tem a premiação igual ao pré- de Moçambique
26 Canal de Moçambique | quarta-feira, 17 de Abril de 2019
Cultura
Moçambicana de Autores
por não apresentar o “Relatório
e Contas” do exercício findo.
“A Comissão Eleitoral não
tem nenhum direito de impugnar
eleições. Fazem de tudo para me
E ugénio da Camara
eugeniodacamara@yahoo.com.br
tirar da lista. Não apresentaram
o relatório de desempenho do
elenco cessante na Assembleia-
A
inda não há enten- -Geral. Prometeram fazê-lo até
dimento sobre a quarta-feira, mas nada. Não têm
Direcção na Asso- provas do que acusam. Não esta-
ciação Moçambi- vam à espera da minha reacção.
cana de Autores. O mantado Alegam que sou gestor de bar e
do elenco actual terminou o restaurante. Mas esse restaurante
ano passado, mas desde Feve- não existe legalmente; nunca foi
reiro de 2018 que os autores registado. É da minha mulher.
não conseguem estabelecer Eu trabalho na Universidade Pe-
um ambiente para a realiza- dagógica. E aquilo nem é restau-
ção da Assembleia-Geral que rante. É um espaço de esplanada
culminaria com a eleição dos na empresa da minha mulher;
novos corpos gerentes. De- uma coisa de quatro mesas, que
pois do primeiro adiamento, foi reabilitado e permitiu o aces-
em Fevereiro de 2018, a As- so de pessoas de fora, e arranjou-
sembleia-Geral da “SOMAS -se um nome só para identificar
Domingos Carlos Pedro, actual secretário-geral da SOMAS
– Associação Moçambicana o sítio. Não conseguiram provar
de Autores”, que tinha sido nada. Eu, quando conheci a mi-
marcada para o passado dia 6 ção, Nelson Maquile denuncia casas de pasto, bares e restau- “Já mostrámos isso com docu- nha esposa, ela já tinha aquilo
de Abril, voltou a ser adiada, alegadas incompatibilidades da rantes, quando não respeitem mentos. Não tinham argumentos desde 2012. Acho que foram
desta vez “sine die”. candidatura do seu adversário, o os direitos de autor. Mas Jamalu para adiar a Assembleia-Geral. mal assessorados. Inclusive fo-
músico Manuel Luís (Jamalu), e nega tudo. Diz que o restaurante A Comissão Eleitoral tem, na ram vasculhar empresas do meu
Segundo o actual secretário- a Comissão Eleitoral achou por em causa é da esposa e que isso sua composição, três elementos, sogro. Tentaram de tudo, até coi-
-geral, Domingos Carlos Pe- bem adiar a sessão para o apura- já foi provado por documentos dois dos quais são apoiantes da sas que não existem, para me in-
dro, o adiamento mais recente mento da veracidade dos factos apresentados à Comissão Elei- candidatura de Nelson Maqui- criminar. Agora o processo elei-
relaciona-se com um pedido referidos por Nelson Maquile. toral na SOMAS. Porém Nel- le: o Salimo Muhammad e o toral está interrompido porque
de impugnação apresentado à Jamalu é acusado de estar em son Maquile diz que Jamalu já Aurélio Furdela. Estes dois não estão à espera que a Comissão
Comissão Eleitoral cerca de conflito com os Estatutos da SO- conseguiu provar, de facto, que são membros da lista de Nelson, Eleitoral decida. As provas que
quarenta e oito antes da data MAS porque ele é gestor de uma não é o dono do restaurante, mas apenas são apoiantes. Maquile apresentei são bastantes, por isso
da reunião por um dos dois ca- instância do ramo de restauração, não provou que não é o gestor. praticamente está a substituir estou tranquilo e a trabalhar com
beças-de-lista concorrentes, no o que os Estatutos não permitem, Jamalu, disse, a propósi- Domingos Pedro, o actual se- os meus advogados. Sse me ex-
caso, o actor Nelson Maquile. dado que um dos objectivos da to, ao de Moçambique cretário-geral. Estão a constituir- cluírem, vou recorrer ao tribunal,
Domingos Pedro explicou SOMAS é verificar e até multar, , que as acusações de Nel- -se em um ‘complot’ para não porque eles não têm provas das
que, na sua carta de impugna- em caso de irregularidades, as son Maquile são infundadas. realizar eleições,”, disse Jama- suas acusações”, disse Jamalu.
Cultura
(Continuação da página anterior)
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N
aquilo que é uma
reedição dos pro-
cedimentos do jul-
gamento do “Caso
Cardoso”, “Nini” Satar, o
homem das “quantias irrisó-
rias”, vai a julgamento, na
terça-feira, dentro das insta-
lações da cadeia de máxima
segurança, conhecida como
B.O..