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O n d e a n a ç ã o s e r e e nc o n t r a o amanhã
Director editorial: Egídio Plácido | Maputo, 21 de Setembro de 2023 |Ano XIV | nº 1070 mt Começa hoje
50,00

Campanha eleitoral arranca na terça-feira

IMD alerta possível fraude

e violência eleitoral
Batalha judicial em Londres

PRG vence
primeiro round
contra Prinvivest
Aponta para coesão social como factor determinante

Joaquim Chissano prescreve receita

para combater terrorismo
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2| zambeze | destaques | Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023

Supremo Tribunal aceita recurso da PGR

e Londres vai julgar dívidas ocultas
zz O Supremo Tribunal Federal admite o recurso por unanimidade. Lord Hodge dá a sentença, com
a qual Lord Lloyd-Jones, Lord Hamblen, Lord Leggatt e Lord Richards concordam.
Os juízes do Tribunal Superior de Londres decidiram por
unanimidade dar provimento ao recurso de Moçambique e
processo das dívidas ocultas que a PGR move contra o grupo
PrivInvest, o seu proprietário Iskandar Safa, o Credit Suisse
e outros, que vão ser ouvidos em Tribunal de Londres e não

A
em Tribunal arbitral com sede na suíça.

través de País de Gales, pedindo indem-

uma nota
publicada
no seu site
de internet,
o Supremo Tribunal Federal
admite não ter encontrado ra-
zões para não admissibilidade
da pretensão de Moçambique
e explicou em detalhes o que
levou a determinar, por una-
nimidade, que o caso das dí-
vidas ocultas deve ser conhe-
cido em tribunal de Londres.
Factos apresentados
Entre 2013 e 2014, três
veículos empresariais (os
“SPVs”) detidos integralmente
pela República de Moçambi-
que celebraram contratos de
fornecimento (os “Contratos”)
com três dos entrevistados (as
“empresas PrivInvest” ) para o
desenvolvimento da zona eco-
nómica exclusiva de Moçambi-
que. Os Contratos são regidos
pela lei suíça. Dois dos Con-
tratos prevêem a resolução de
litígios por arbitragem de “to-
dos os litígios decorrentes do”
projecto relevante regido pelo
Contrato. O terceiro Contrato
prevê a resolução de litígios
por arbitragem de “qualquer
litígio, controvérsia ou recla-
mação decorrente de, ou em re-
lação a, “o Contrato relevante
(os “acordos de arbitragem”).
Os SPV emprestaram os
fundos de compra de vários
bancos, para os quais Moçam-
bique concedeu empréstimos e
garantias soberanas (as “Garan-
tias”). As Garantias são regidas
pela lei inglesa e prevêem a re-
solução de litígios nos tribunais
de Inglaterra e do País de Gales.
Moçambique acusa as em-
presas PrivInvest e outras de
pagarem subornos significa-
tivos aos funcionários mo-
çambicanos e de os exporem
a uma responsabilidade po-
tencial de aproximadamente
2 mil milhões de dólares ao
abrigo das Garantias. Assim,
em 2019, Moçambique inten-
tou acções em Inglaterra e no
nização por danos resultantes
da celebração das Garantias.
Os entrevistados (“Privin-
vest”) afirmam que os Con-
tratos foram essencialmente
executados. Moçambique não
aceita que o que a Privinvest
forneceu esteja em conformi-
dade com o contrato, ou seja,
um benefício material para
ele. A Privinvest afirma que
forneceu bens e serviços valio-
sos e que a República os des-
perdiçou e sabotou o projecto
por razões de política interna.
Embora Moçambique não
seja signatário dos Contratos,
a Privinvest afirma que, por
uma questão de lei suíça, Mo-
çambique está vinculado aos
acordos de arbitragem neles
contidos. Nesta base, a Pri-
vinvest solicitou a suspensão
de todas as reivindicações de
Moçambique nos termos da
secção 9 da Lei de Arbitragem
de 1996 (a “Lei de 1996” ). A
Secção 9 prevê que uma parte
de uma convenção de arbitra-
gem (como as dos Contratos)
contra quem um processo judi-
cial seja instaurado em relação
a uma “questão” que, segundo
a convenção, deva ser subme-
tida à arbitragem, poderá soli-
citar ao tribunal que suspenda
os processos na medida em que
digam respeito a essa matéria.
Nesse pedido, o tribunal deve
conceder uma suspensão, a me-
nos que esteja convencido de
que a convenção de arbitragem
é nula e sem efeito, inoperante
ou incapaz de ser executada.
Como questão preliminar,
levantou-se a questão de saber
se as reivindicações de Mo-
çambique nos processos judi-
ciais eram “questões” que se
enquadravam no âmbito dos
acordos de arbitragem ao abri-
go da secção 9 da Lei de 1996.
Em primeira instância, o Tribu-
nal Superior considerou que as
reivindicações não eram. O Tri-
bunal de Recurso discordou do
recurso. Moçambique recorre
agora ao Supremo Tribunal. O
Supremo Tribunal Federal ad-
mite o recurso por unanimida-
de. Lord Hodge dá a sentença,
com a qual Lord Lloyd-Jones,
Lord Hamblen, Lord Leggatt
e Lord Richards concordam.
Fundamentação do julgamento
Como a secção 9 da Lei de
1996 dá efeito ao artigo II da
Convenção das Nações Unidas
sobre o Reconhecimento e Exe-
cução de Sentenças Arbitrais
Estrangeiras (1958) (“Con-
venção de Nova Iorque”), o
Supremo Tribunal considera
que é apropriado considerar
jurisprudência de outros países
como guias para a interpretação
da secção 9, na medida em que
tenham disposições legais re-
digidas de forma semelhante,
e para adoptar princípios am-
plos e geralmente aceitos na
interpretação da Lei de 1996.
A Suprema Corte observa
que a lei inglesa, como mui-
tos outros sistemas jurídicos,
adopta uma abordagem pró-
-arbitragem. É neste contexto
que a secção 9 da Lei de 1996
deve ser interpretada. Após a
revisão da jurisprudência de
diversas jurisdições, o Supre-
mo Tribunal considera que
existe também um consenso
internacional geral sobre a
determinação de “questões”
que devem ser submetidas à
arbitragem entre as principais
jurisdições de arbitragem no
mundo do direito consuetudi-
nário que são signatárias da
Convenção de Nova Iorque.
Em primeiro lugar, ao apli-
car a secção 9 da Lei de 1996,
o tribunal adoptará um teste
em duas fases: primeiro, o tri-
bunal deve identificar a ques-
tão ou questões que as partes
levantaram ou irão suscitar
previsivelmente no processo
judicial e, em segundo lugar,
o tribunal deve determinar
em relação a cada questão se
ela se enquadra no âmbito da
convenção de arbitragem. O
tribunal deve apurar o mérito
do(s) litígio(s) entre as partes,
sem ser excessivamente respei-
toso com as formulações das
alegações do requerente, e ter
em conta as defesas levantadas
ou razoavelmente previsíveis.
Em segundo lugar, a “ques-
tão” não precisa abranger a
totalidade da disputa entre
as partes; a secção 9 previu
expressamente a concessão
de suspensões em relação a
parte do processo judicial.
Em terceiro lugar, uma
“questão” é uma questão subs-
tancial que é juridicamente re-
levante para uma reclamação
ou defesa que é susceptível
de ser determinada por um
árbitro como uma disputa dis-
creta, em vez de uma questão
periférica ou tangencial. Se a
“questão” não for um elemen-
to essencial da reclamação ou
de uma defesa relevante para
essa reclamação, não é uma
“questão” em relação à qual o
processo judicial é instaurado.
Em quarto lugar, o teste im-
plica uma questão de julgamen-
to e aplicação do bom senso.
Embora possa ainda não ha-
ver um consenso entre os sig-
natários relevantes da Conven-
ção de Nova Iorque, o Supremo
Tribunal considera que o bom
senso dá apoio adicional a um
quinto ponto: ao passar para a
segunda fase da análise, o tribu-
nal deve ter em conta o contex-
to em que a “questão” surge no
processo judicial e reconhecem
a autonomia de uma parte para
escolher qual das várias rei-
vindicações deseja apresentar.
O Supremo Tribunal sus-
tenta que Moçambique, ao pe-
dir indemnizações resultantes
da celebração das Garantias,
afirma que não obteve valor
pelas obrigações monetárias
que assumiu. A substância da
controvérsia é se as transac-
ções, incluindo os Contratos
e as Garantias, foram obtidas
através de suborno, e se a Pri-
vinvest tinha conhecimento, no
momento relevante, da alega-
da ilegalidade das Garantias.
Em relação a cada uma das
alegações de Moçambique,
o Supremo Tribunal observa
que não seria necessário que o
tribunal examinasse a valida-
de dos Contratos. Além disso,
uma defesa de que os Contra-
tos eram válidos e em termos
comerciais não seria relevante
para a questão da responsa-
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023 | destaques | zambeze |3

bilidade da Privinvest: seria
relevante apenas em relação à
quantificação da perda sofrida
por Moçambique. Como a va-
lidade e a comercialidade dos
Contratos não são essenciais
para qualquer defesa relevante,
o Supremo Tribunal conside-
ra que não são “assuntos” ao
abrigo da secção 9 da Lei de
1996 em relação à questão da
responsabilidade da Privinvest.
O Supremo Tribunal obser-
va que a extensão das perdas e
danos alegadamente sofridos
pelo requerente pode muitas
vezes ser uma questão substan-
cial que está em disputa entre
as partes. A medida em que a
Privinvest aproveitou o dinhei-
ro na execução dos Contratos
será uma questão relevante na
quantificação das reivindica-
ções da República. O Supremo
Tribunal, no entanto, considera
que não existe nenhuma ju-
risprudência em que a secção
9 da Lei de 1996 tenha sido
invocada para obter uma sus-
pensão apenas em relação a
uma questão de quantificação
de uma reclamação. Como o
Supremo Tribunal decidiu o re-
curso por referência ao âmbito
das convenções de arbitragem,
não é necessário decidir se a
quantificação das reivindica-
ções de Moçambique é uma
“questão” no processo judicial.
A questão do alcance de
cada uma das convenções de
arbitragem é uma questão de
construção, regida pela lei suíça.
A Suprema Corte sustenta
que o tribunal, ao determinar
o escopo de uma convenção
de arbitragem, deve levar em
consideração o que os empresá-
rios racionais contemplariam.
Como destacou Waksman J, o
contexto é de múltiplas cláu-
sulas compromissórias foca-
das em contratos individuais.
É provável que os empresários
racionais pretendam que quais-
quer disputas decorrentes da
sua relação contratual sejam
decididas pelo mesmo tribunal.
Neste caso, não se trata de as
convenções de arbitragem se
estenderem para cobrir as ale-
gações da República nas quais
esta se baseia para estabelecer
a responsabilidade legal da Pri-
vinvest. A Secção 9 da Lei de
1996 deve ser aplicada com
bom senso. No que diz respeito
à disputa sobre a defesa parcial
da quantificação das perdas de
Moçambique, empresários ra-
cionais não procurariam enviar
à arbitragem uma questão fac-
tual tão subordinada. Interpre-
tada dessa forma, a defesa par-
cial não se enquadra no âmbito
das convenções de arbitragem.

Lil Wayne provoca mal-estar nos camaradas

zz O “cantante comediante” foi recuperado pelos camaradas para garantir
o voto de Namicopo, bairro mais populoso de Nampula

A saga pela reconquista da capital do norte, a cidade Pelo mesmo diapasão ali-
de Nampula, continua. A Frelimo, que há dias viu-se numa nhou o director provincial do
situação delicada pelo facto de o candidato “querido” para STAE, Luís Cavalo, que infor-
ser cabeça-de-lista, o actual governador da província, Manuel mou que neste momento estão
Rodrigues, negar “de querer” ser o cavalo de batalha contra no terreno 500 agentes de edu-
Paulo Vahanle, recorreu ao comediante Orlando Orjana, cação cívica, enquanto decorre
conhecido nas redes sociais por Lil Wayne de Namicopo. O em cascata a formação e o re-
comediante aparece na terceira posição da lista dos efectivos crutamento de outros agentes
a Assembleia Municipal, segundo dados divulgados recente- intervenientes no processo.
mente pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral “Recebemos a indicação

A
(STAE).
procissão vai
ao andro. A
Frelimo está
completamen-
te desnorteada
em Nampula e chega ao ponto
de pontapear qualquer princípio
que aparece pela Frente. Afinal,
os fins justificam os meios. No
âmbito de preparação, o secretá-
rio-geral da Frelimo, Roque Sil-
va, foi fotografado junto de Lil
Wayne de Nampula, o que suge-
ria que queria um dos recrutados
para propaganda partidária rumo
às autárquicas de Outubro próxi-
mo. E não terminou por aí. Vá-
rios camaradas da Frelimo foram
diversas vezes vistos a fazerem
a “dança de ouro”, típico de Lil
Wayne, em ambiente partidário.
Entretanto, quando menos se
esperava, o nome Orlando Orja-
na figura na lista final e em ter-
ceiro lugar, o que em condições
normais ele vai ser eleito como
membro da Assembleia Munici-
pal da cidade de Nampula. A situ-
ação está a provocar mal-estar no
seio do partido, não só em Nam-
pula, mas mesmo a nível central.
Alguns dos camaradas que
conversaram com a nossa repor-
tagem afirmaram que o partido
está a perder a essência. Ques-
tionam os critérios que levam
o partido a ter que se sujeitar a
alguém não elegível e sem ca-
pacidade técnica e discernimen-
to necessário para as exigên-
cias do cargo a que é proposto.
“O nosso partido está a perder
os seus princípios. Temos qua-
dros suficientes para ocupar po-
sições de direcção. Não podemos
ir buscar alguém que nem é co-
nhecido a nível das bases. Nunca
foi visto nas reuniões das células
do partido. Ir buscar apenas por-
que é conhecido é banalizar o
nosso partido, temos que parar
com isso”, disse uma das nossas
fontes que preferiu não ser iden-
tificado por temer represarias.
Preparação das eleições
Enquanto a Frelimo vai de
trapalhada em trapalhada, os
órgãos eleitorais de Nampula
esmeram-se para garantir tran-
quilidade no processo eleitoral.
A Comissão Eleitoral de Nam-
pula manifesta-se satisfeita pelo
de que está em curso a pro-
dução de material eleitoral,
que a breve trecho chegará à
província. Na calendarização
está tudo a correr de acordo.
No cômputo geral, estão a ser
criadas as condições técnicas
para que todos os cidadãos
eleitores possam exercer o
seu direito de votar”, anotou.
Refere-se que na provín-
desempenho e actuação de to- nuição de ilícitos eleitorais. cia de Nampula, o maior cír-
dos os actores do processo, nas “Queremos diminuir a práti- culo eleitoral do país, existem
vésperas do início da campanha ca de ilícitos, como rasgar carta- oito distritos municipalizados,
rumo às sextas eleições autárqui- zes ou camisetas. Isso constitui a saber: Nampula, Monapo,
cas de 11 de Outubro próximo. um problema. Informamos que Nacala, Angoche, Ribáuè,
O presidente da Comissão o processo eleitoral é regido Malema, Ilha de Moçambi-
Eleitoral de Nampula, Daniel pela lei, e todos aqueles que que e Mossuril, onde o STAE
Ramos, revelou que já foram agirem contra a mesma irão afirma ter recenseado 1.250
acreditados 2.706 observa- responder por tal”, concluiu. milhão de potenciais eleitores.
dores nacionais, a totalidade
dos que submeteram os seus
pedidos, e que os jornalistas
continuam a ser credenciados.
“Agora, vamos a fase de
campanha eleitoral, queremos
que seja de paz, e por isso con-
vidamos a população a pau-
tar pelo civismo, interacção e
que não haja lutas”, apelou.
Alem disso, a fonte pe-
diu aos concorrentes para não
adoptarem comportamentos
que contribuam para a dimi-
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4| zambeze | destaques | Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023

As promessas de Eunice Andrade

A apresentadora de televisão, Eunice Andrade, vai con-
correr como cabeça-de-lista do partido Movimento Nova
Democracia, nas sextas eleições autárquicas de 11 de Outubro
próximo. Eunice será a única mulher a concorrer para ocu-
par o cargo de presidente do Conselho Municipal da Cidade
de Maputo. Na luta pelo posto estão, entre outros, Razaque

E
Manhique, da Frelimo, e Venâncio Mondlane, da Renamo.

m linhas ge- de oportunidades para todos

rais, Eunice
Andrade traçou
as linhas que
vão corporizar
a sua governação, caso seu par-
tido saia vencedor em Outubro:
“Comprometo-me
a desenvolver a autar-
quia da cidade de Maputo.
Ao me propor desenvolver e
lutar pelos destinos desta parte ter-
ritorial do nosso país, faço-o com
a convicção inabalável de que:
Abdico de interesses me-
ramente pessoais para lutar e
concretizar interesses colectivos:
Honrar com todos os com-
promissos assumidos e a as-
sumir, respeitando e consul-
tando permanentemente as
populações sobre os objecti-
vos que juntos desenhamos;
Melhorar, através dos recur-
sos disponíveis e mobilizados,
a vida dos munícipes, seja esta
relativa a sua saúde, educação,
segurança, mobilidade, ou outra;
Lutar pelo desenvolvi-
mento infra-estrutural, que
respeite a disponibilidade
os residentes do município;
Capacitar as comunida-
des no uso e aproveitamento
racional dos recursos disponí-
veis no território do municí-
pio, para gerar renda e riqueza,
para o consumo, a poupança e
o desenvolvimento individu-
al e colectivo no município;
Melhorar as infra-estruturas
e construir novas onde não haja,
para melhor a mobilidade urbana
e a circulação de pessoas e bens;
Criar e partilhar espaços
comuns de debates de ideias
e desenvolvimento colecti-
vo, lazer, aprendizado e en-
tretenimento que não seja de
consumismo de álcool e ou-
tras substâncias psicotrópicas;
Dominar e fazer de cul-
tura a participação na vida e
construção do nosso municí-
pio, como também a prestação
de contas trimestralmente, so-
bre o desempenho Municipal;
Lutar pela melhoria de vida
de todos, incrementar activi-
dades industriais de pequena
monta, fomento de espécies
para a cadeia alimentar, com o
aproveitamento dos recursos a
disposição e outros a mobilizar;
Introduzir centros de aper-
feiçoamento e aprendizado,
sem custos para que o cida-
dão sem muitas posses possa
aprender ofícios e habilida-
des para a sua vida pessoal;
Valorizar e empoderar a
mulher cuja contribuição na
construção do Município deve
ser na equidade de género;
Incrementar, nos espaços
possíveis, actividade agríco-
la, agropecuária e de agro-
negócio, para juntar numa
mesma cadeia de valor pro-
dutores, transformadores,
comerciantes e mercados de
produtos de primeira necessi-
dade, que muitas vezes escas-
seiam na urbe ou município;
Incrementar ambien-
te político, social e de so-
ciedade em que todos os
cidadãos participam, têm
oportunidades, independente-
mente da sua origem política,
raça, cor ou religião, tribo ou ou-
tra designação segregacionista;
Captar investimento e apli-
car de forma transparente e ra-
cional em benefício do cidadão;
Construir estradas, pontes
e outras infra-estruturas sociais
que permitam a vida plena dos
cidadãos e do seu crescimento e
desenvolvimento social e econó-
mico, incluindo a saúde e o am-
biente a volta de cada cidadão;
Dar a liberdade de expressão
e respeitar a opinião contrária sem
conotar, descriminar e segregar;
Unir os munícipes com
base e para os objectivos
de uma cidade intercultu-
ral, turística e ambiental.
Estás e outras proposições
nortearão a minha acção en-
quanto presidente municipal,
dos quais exijo dos meus con-
cidadãos a obrigatoriedade de
lhes apresentar periodicamente
provas de estar a cumprir com
o compromisso feito, e deles
receber as contribuições ne-
cessárias para da melhor forma
possível, lograr todos os objecti-
vos conjuntamente assumidos”.

Chissano dá receita para combater terrorismo

O
antigo es-
tadista mo-
çambicano,
Joaquim
Chissano,
aponta a coesão social efecti-
va como uma forma de fazer
face ao terrorismo que afec-
ta alguns distritos da provín-
cia nortenha de Cabo Delga-
do, desde Outubro de 2017.
“Em contextos de confli-
tos e insegurança, a coesão so-
cial é um elemento relevante”,
disse Chissano, discursando,
segunda-feira, em Maputo, na
II Conferência Nacional de Alto
Nível sobre Paz, Segurança, Re-
conciliação e Desenvolvimento
em Moçambique, evento orga-
nizado pela Organização Para a
Promoção da Paz e Desenvolvi-
mento Humanitário (ORPHAD).
Sublinhou que “tendo em
conta o conflito que afecta Mo-
çambique, mais especificamente
Cabo Delgado, mais do que re-
conciliação nacional, precisamos
de coesão social para enfren-
tar um inimigo ainda oculto.”
Destacou que a coesão so-
cial edifica mecanismos de re-
siliência das comunidades, das
sociedades e dos Estados, visto
que proporciona a segurança
social, a solidariedade, reforça
as relações e o sentido de solida-
riedade comunitária e nacional.
O antigo estadista referiu
que a reconciliação nacional
é um elemento basilar no pro-
cesso de construção de uma
paz durável e estável e que no
processo de reconciliação na-
cional, os religiosos têm um pa-
pel importantíssimo por trata-se
de uma realidade que provém
também do campo religioso.
“A Paz implica, neces-
sariamente, compromissos e
consensos de longo prazo so-
bre a agenda nacional. Como
moçambicanos, temos a obri-
gação e a responsabilidade de
cidadania, de contribuirmos
para o projecto de vida que é
abraçado por todos e que re-
sulte em bem-estar para todos
os moçambicanos”, anotou.
Salientou que a segurança
social assenta em elementos re-
lacionados com a identidade e
unidade nacional e engajamento
comunitário em questões críti-
cas, e que o diálogo é um con-
dimento importante para incor-
porar o interesse individual e,
simultaneamente, transcendê-lo
a um interesse maior e de grupo.
Na mesma ocasião, Chis-
sano disse que temos que estar
atentos às mudanças circunstan-
ciais que surgirem, sejam elas
das aspirações dos moçambi-
canos, dos fenómenos econó-
micos e sociais, nacionais ou
globais, incluindo as mudanças
climáticas e o terrorismo, para
que possamos, em tempo útil,
ajustar o nosso querer colectivo.
“Temos ainda que saber aliar
os ajustamentos necessários das
mudanças circunstanciais à ne-
cessidade de nos concentrarmos
e estarmos focalizados no Mo-
çambique que queremos”, frisou.
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023 | destaques| zambeze |5

Alerta IMD

Há risco de fraudes e violência eleitoral

Crizalda Vilanculos
O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD)
conduziu um estudo intitulado “A caminho das eleições:
mapeamento das irregularidades e ilícitos eleitorais em Mo-
çambique, o que podemos aprender das eleições passadas?”,
através do qual alerta para um risco relativamente maior de

O
ocorrência de ilícitos e violência eleitoral.

documento lação eleitoral, e sobretudo

é baseado
nos dados
registados
nas eleições
gerais de 2014 e 2019 e das
autárquicas de 2018. Nos três
processos eleitorais considera-
dos, foram registados 419 irre-
gularidades e ilícitos eleitorais,
que em algumas vezes evoluí-
ram para situação de violência
física. A província de Nampula
registou 76 casos e Zambézia
registou 66, sendo por isso as
mais propensas a ocorrência de
ilícitos e incidentes de violên-
cia eleitoral. Depois seguem
as províncias de Gaza com 54,
Tete com 51 e Sofala com 48
casos registados nos três pro-
cessos eleitorais em análise.
Dércio Alfazema, Director
de Programas do Instituto Para a
Democracia Multipartidária, diz
que existe um retrocesso a nível
global, que de certa forma afec-
ta Moçambique e aos jovens,
que encontram cada vez mais
restrições para o exercício dos
seus direitos, manifestação, par-
ticipação política e ate oportuni-
dades para poder ter emprego.
“Estamospreocupados com
o retrocesso da democracia
ao nível global, e que conse-
quentemente acaba afectando
o contexto africano e o nosso
país. Nos últimos 20 anos tí-
nhamos um cenário em que
cerca de metade da população
mundial vivia num ambiente
democrático, mas este espaço
democrático foi sendo confina-
do, e hoje temos cerca de 20%
no que se refere a regularida-
de da realização das eleições,
Moçambique não tem sido
capaz de capitalizar as suas
próprias experiências para ga-
rantir a optimização e quali-
dade dos processos eleitorais.
Através deste estudo, cons-
tatou-se que ao aproximar-se ao
Glésio Massango sublinha explicou Glésio Massango. medidas adicionais de segu-
dia da votação, a tendência é re-
que, o mapeamento de trans- As províncias de Niassa, rança e se evite situações de
lativamente maior de ocorrência
gressões de 2014 e 2018 coin- Cabo Delgado, Inhambane e agitação”, disse Massango.
de mais irregularidades. Entre
cide com a tendência geral dos Maputo (província e cidade) A destruição de material
aspectos negativos que marcam
dados registados em 2019 em que figuram regularmente na de campanha e agressão física
as eleições moçambicanas são
termos de províncias mais críti- lista das que registam menos surgem em primeiro lugar com
incidentes de violência e aciden-
cas e menos críticas. Conforme o violações, têm a particulari- 33% dos casos mapeados. Em
tes relacionados com o processo
gráfico 3, Nampula e Zambézia dade de produzirem resulta- segundo lugar é o enchimento
eleitoral chegando a resultar em
continuam as províncias com dos menos disputados e a Fre- e a falsificação dos resultados
mortes, ferimentos e destruição
maior número de incidentes. limo tende a ganhar eleições eleitorais com 16 porcento dos
de bens públicos e privados.
Tete Gaza e Sofala estão entre confortavelmente. Ainda as- casos registados. Em terceiro
O mapeamento foi base-
as cinco com maior número de sim, nas eleições autárquicas lugar consta o atraso na creden-
ado nos incidentes registados
incidentes registados, mas com alguns municípios, como Ma- ciação dos resultados eleitorais
pelos observadores, mas tam-
algumas alterações de posicio- tola (província de Maputo), com 16 porcento dos casos e o
bém reportado na imprensa e
namento entre elas se compa- Cuamba (Niassa) e a vila de impedimento a observação dos
nos relatórios de outras inicia-
rado com o processo de 2019. Chiure (Cabo Delgado) ten- actos eleitorais está em quarto.
tivas de observação eleitoral.
“No global o período de de a ser bastante disputados. As recentes classificações
Glésio Massango, pesqui-
votação é o mais perigoso, “Em relação a província de Moçambique em indicies
sador do IMD, disse que o Ins-
seguido pelo período pré elei- de Cabo Delgado, apesar internacionais que avaliam ní-
tituto Para a Democracia Mul-
toral, sobre tudo a questão da do relativo abrandamento veis de democracia ou indica-
tipartidária fez o mapeamento
campanha, com o envolvimen- dos ataques terroristas e do dores importantes para esta,
de incidentes de transgressão e
to dos diferentes actores polí- aparente enfraquecimento atestam os desafios que o país
violência eleitoral a lei durante
ticos, massas, que muita das do grupo terrorista, o risco ainda tem para que seja classi-
processos eleitorais, tendo como
vezes pode ser difícil contro- de ocorrência de eventu- ficado como uma democracia
base as eleições autárquicas de
lar o seu comportamento e ai ais ataques é sempre per- plena. Em parte, estas classifi-
2018 e as gerais e provinciais de
achamos importante reforcar manente, sendo por isso cações são causadas pela qua-
2014. O mapeamento em cau-
a educação cívico eleitoral”, importante que se adoptem lidade dos processos eleitorais.
sa apresenta dados agregados
sobre os dois processos elei-
torais, num total de 133 casos.
Em 2019, o IMD mapeou Sob lema Fortalecendo a Liderança juvenil e participação
os casos de transgressão a le-
gislação e de violência elei-
toral ocorridos nas eleições Parlamento juvenil realiza fórum
africano de liderança juvenil
gerais de 2014 e nas autárqui-
cas de 2018. Durante os dois

da população ao nível global
que vive no ambiente de demo-
cracia”, disse Dércio Alfazema.
“A partir deste estudo, perce-
bemos que há vários elementos
dos nossos processos eleitorais
que têm contribuído para que
Moçambique seja negativamen-
te qualificado nos índices glo-
bais de avaliação de democracia.
Por isso, a IMD entende que este
ciclo eleitoral que inicia é uma
oportunidade que o país tem
para poder reverter o presente
cenário”, sublinhou Alfazema.
No entanto, apesar dos
avanços verificados na legis-
processos foram registados
133 casos, contra 277 regista-
dos só nas eleições de 2019.
Contudo, realçar que, em
parte, o registo de um maior nú-
mero de casos em 2019 em rela-
ção aos dois processos eleitorais
anteriores juntos pode dever-se
ao facto de o processo de 2019
ter se beneficiado de maior ob-
servação eleitoral e cobertura
jornalísticas. Dados oficiais in-
dicam que foram credenciados
42.902 observadores nacionais
e internacionais para as elei-
ções de 2019 e 3.263 jornalis-
tas nacionais e estrangeiros.
O
Parlamento
Juvenil (PJ),
movimento
de advocacia
em prol dos
direitos e prioridades da juven-
tude, vai organizar, entre 21 a
24 do mês corrente, o fórum
africano de liderança juvenil,
sob o lema Fortalecendo a Li-
derança juvenil e participação,
com o intuito de fortalecer o
engajamento da juventude e
discutir o seu papel nas esferas
sociais, económicas e Políticas
como um dos principais agen-
tes de mudança para uma Áfri-
ca cada vez mais unida, pacífi-
ca, onde os jovens participam
activa e livremente no processo
de construção das suas nações.
Este evento irá juntar jo-
vens líderes de diversas na-
ções africanas, de modo a
discutir sobre o seu contribu-
to para uma África melhor.
Através de uma nota en-
viada a nossa redacção, o PJ
refere estar preocupado com o
actual estágio das nações afri-
canas que caracterizam-se pela
qualquerização da juventude e
pela limitação no exercício da
cidadania activa, que tem vin-
do a ganhar níveis inquietantes.
O PJ diz que o terrorismo
violento, a corrupção e desgo-
vernação generalizada incidem
directamente na vida social,
económica e política da juven-
tude, que por sua vez ressente-
-se pela ausência dos direitos
humanos fundamentais, pela
limitação das liberdades demo-
cráticas e pela exclusão das mi-
norias nos espaços de tomada
de decisão em prol do desenvol-
vimento das nações africanas.
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6| zambeze | opinião | Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023

RANDULANI rosariogwambe@gmail.com

Empoderar a Mulher e Depois? (1)

N
a arte de acontecer e perespectivar sociedades não desenvolvidas, Nos nossos empregos e coisas interessantes, muito
música de cenários possíveis no futuro, difunde-se e se discute trabalhos ouvimos isto e profundas, mas que poucos
bem cantar, numa sociedade em que muito o empoderamento vemos isto de gente com prestaram a devida atenção.
chamar- poderá ter uma maioria de das mulheres em detrimento diplomas universitários,tanto “Um Pilão no Nono Andar”?
s e - i a mulheres empoderadas e uma do empoderamento mulheres quanto alguns Mas há aquela crónica cómica
isto desafinar ou desentoar condição social indefinida social ou de classes. homens dizem em voz alta que retratava a confusão de
e, obviamente, todos dos homens, considero um Na senda de conceitualização para que todos ouçam: – Eu nomes, com a constituição de
concordariam; por que pôr exercício necessário, é um e origem desta palavra, não dependo de ninguém, 90 e a eliminação de Popular,
em causa ou questionar tipo de cidadania que vale a está claro que ela emerge nem do meu marido; estou na designação oficial da nossa
uma agenda, um programa pena exercer, porque amanhã nos EUA na década de 70 dando tudo a minha filha república, que deixou de
abraçado, acarinhado, ninguém será culpado pelos para dar resposta a questões para não depender do marido. ser República Popular de
apadrinhado e apoiado por problemas sociais resultantes civis relacionadas com a Disto e de todos estes Moçambique para República
quase todos? Faz todo o deste tipo de agendas ou raça; por isso esta palavra entendimentos à volta do de Moçambique. Estes e
sentido, e eu também pensava programas ou políticas, como surge da Língua Inglesa, Empoderamento da Mulher tantos outros dados mostram
isso até ao momento que hoje ninguém é culpado pela Empowerment, de Empower, em Moçambique, em muito que a nossa sociedade saltou
me surgiu, não sei como, a decadência e degradação de o mesmo que dar poder, pouco tempo começamos passos cruciais para chegar
pergunta: e Depois? Mas tudo todos os valores ético-morais autoridade a uma entidade a ver e a sentir os impactos onde parece ter chegado.
começou, lembro-me, decorria que a nossa sociedade clama. juridicamente constituída f a m i l i a r, c o m u n i t á r i o Como alguns já disseram e
um fórum de planificação Antes decidi perceber para exercer algo em prol e social. Mas a palavra escreveram, nós ainda temos
e definia-se um objectivo o significado do termo de um grupo, comunidade Empoderamento nasceu como mentalidades e modos de
sobre Empoderamento de Empoderamento. Os ou sociedade. Na África do uma palavra e um conceito ser e estar das sociedades
Mulher e nada mais se falou dicionários consultados Sul, devemos estar todos não de competição, no sentido dos anos 30, 40 ou 50,
sobre o Homem, o parceiro coincidem em quase tudo ao lembrados, surgiu oBlack desportivo, ou de rivalidades, apesar de exibirmos sinais
inseparável da mulher. Fui referirem que Empoderamento Economic Empowerment, no no contexto de negócios, ou exteriores de um mundo
tentado a questionar, porque é a acção de se tornar pós-Apartheid; o objectivo de disputa de posições, no “moderno” e “civilizado”.
ouvira muito essas coisas de poderoso, de passar a possuir era, no fundo, a África do sentido político, mas, sim, Entendendo-se
Empoderamento da Mulher: – poder, autoridade; alguns Sul passar a ter uma classe uma busca de consciência, de Empoderamento da
porquê esta evidenciação, este avançam o exemplo dos empresarial de negros que, competências, de autonomia e maneira que se entende e da
destaque quando se sabe que a processos de empoderamento naquela altura, não havia. de independência de grupos, maneira que se implementa,
base da sociedade é a família das classes desfavorecidas. Com a virada do milénio, de classes, de órgãos, bem muitas surpresas esta
no seu todo e não um membro Outros dicionários dão ênfase já no fim da primeira como de instituições, para sociedade vai testemunhar
desta em separado? As ilustres à possibilidade de alguém década de 2000, o termo um bem comum maior, e como vem testemunhando
doutoras e especialistas em passar a ter domínio sobre a Empoderamento/Empoderar não individual como tem tantas surpresas devido à
planificação estratégica tinham sua própria vida, isto é, ser vem carregando mais um se visto. Empoderamento implementação de certas
sido apenhadas desprevenidas, capaz de tomar decisões sobre peso que focaliza a Mulher, é mais um conceito de coisas decididas sem ter em
e mostraram dificuldades em o que lhe diz respeito. E quase a alegada condição da gestão e administração e não conta a ganhos maiores, de
convencer quem estava para todos estes dicionários fazem mulher, desfavorável quando simples palavras de ordem toda a sociedade. Estamos
ouvir um argumento objectivo menção, e como que um P.S., comparada com a do homem. que alimentam e robustecem há décadas sem famílias,
e lógico. No fim apenas se ao empoderamento da mulher, Uma considerável parcela a acção político-ideológica, a autoridade familiar foi
disse que são os grandes que é um conjunto de acções do povo moçambicano colocando em perigo de banida e a gestão familiar
objectivos do milénio e de que visa à consciencialização sabe que Empoderamento desabamento todo um edifício deixou de existir. No entanto
desenvolvimento sustentável. da mulher sobre os seus é algo relacionado com ético-moral de uma sociedade. todos sabemos que os nobres
Na verdade, contra esses direitos que, alegadamente, Mulheres; e os significados A nossa história recente exemplos emergem de casa,
objectivos todos, definidos são ignorados ou negados associados a esta palavra são abriu precedentes conhecidos. de família, é aqui onde estão as
a um nível que ninguém pelo modus vivendi duma invariavelmente Vantagens Houve ropturas cirúrgicas miniaturas da sociedade. Mas
sabe, ninguém é capaz sociedade tradicional e e Privilégios para a Mulher; impressionantes. Lembro- a quantas anda a sociedade
de pô-los em causa; mas preconceituosa. Entretanto, é o que eu e tantos outros me dos textos daqueles hoje, não obstante os
reflectir sobre o que vemos com maior ênfase em sentimos e percebemos. escritores que escreveram Empoderamentos da Mulher?

zambezE
FICHA TÉCNICA

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O n d e a n a ç ã o s e r e e nc o n t r a

Registado sob o nº 016/GABINFO-DE/2002 Grafismo: NOVOmedia, SARL

Director editorial: Egídio Plácido | Cell: 82 592 4246
Propriedade da NOVOmedia, SARL ou 84 771 0584 Fotografia: José Matlhombe
(E-mail. egidioplacidocossa@gmail.com) Revisão: AM
D i r e c ç ã o, Re d a c ç ã o M a q u e t i z a ç ã o e A d m i n i s t r a ç ã o : Redacção: Ângelo Munguambe, Egídio Plácido, Expansão:
Elton da Graça Adélio Machaieie (Chefe), Cell: 84-7714280
Av. Emília Daússe nº1100 (casa da Educação da Munhuana)
Alto-Maé - Maputo (PBX) 82-307 3450
Colaboradores: Kelly Mwenda (Manica), Publicidade:
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Cell: 82-5924246 | 84-7710584
Conselho de Administração Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá, egidioplacidocossa@gmail.com
Arminda Janfar Francisco Rodolfo, Douglas Madjila, Randulani Impressão: Sociedade do Notícias S.A

Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023
Almadina
O
Qur’án e
a Bíblia
reportam-nos
a ocorrência
de um grande
dilúvio, em que se romperam
todas as fontes do grande
abismo, e abriram-se as cataratas
do céu. Choveu intensamente
durante vários dias, tendo havido
uma colossal destruição na Terra.
E nessa grande calamidade,
Deus salvou numa arca quem
Ele quis, de entre pessoas, e
animais domésticos e bravios.
Segundo a Bíblia, quando
ocorreu o dilúvio, a Terra
estava cheia de corrupção.
Devemos tirar lições destas
passagens que a Bíblia e o
Qur’án nos narram, dos povos
antepassados. Hoje, há muita
gente que faz turismo, visita
locais históricos, onde vêem
com os seus olhos as ruínas
e os vestígios de locais onde
ocorreram cataclismos, mas
mesmo assim não tomam lição.
São os que se auto-intitulam
inteligentes e intelectuais,
quando na realidade nada
sabem sobre os ditames de Deus.
E sempre que em alguma
parte do Globo ocorre uma
catástrofe sob a forma de
temporal, cheias, secas,
terramotos, erupções vulcânicas,
etc., dizem tratar-se apenas
de “calamidades naturais”.
Será que essas calamidades
surgem fortuitamente? Os
crentes encaram esses factos
sob outro ponto de vista.
Hoje a nossa cultura tornou-
se superficial, e o nosso
conhecimento perigoso, porque
somos ricos nos instrumentos e
meios, mas pobres nos objectivos.
Hoje todos os vícios se
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Sheikh Aminuddin Mohamad
Catástrofes
tornaram símbolos da civilização
moderna. O sexo permissivo,
a ideologia LGBT e a sua
expressão máxima traduzida
no “casamento” entre pessoas
do mesmo sexo, e também o seu
mais recente “desenvolvimento”
que é a promoção do
transsexualismo nas escolas,
com o foco em crianças em
idade escolar, a pornografia,
a proliferação de drogas, os
clubes noturnos, as discotecas,
os casinos, as redes sociais e os
seus dispositivos audiovisuais de
conteúdo altamente pernicioso,
a Internet, o álcool, os jogos de
azar, a prostituição, o nudismo,
a pedofilia, a promiscuidade,
a devassidão, etc., se por um
lado demoliram as fundações
da moral e da ética, por outro,
promovem a anarquia sexual,
a imoralidade e o crime.
De facto, quando a pessoa
não acredita em Deus e no
Dia do Juízo Final, quando
o seu objectivo em última
instância é a vida mundana,
o açambarcamento de bens
materiais com o único objectivo
de usufruir o máximo possível
dos prazeres mundanos, pensa
que a oportunidade é ímpar e
que não se repetirá, acabando
quase sempre por se deixar
arrastar para as malhas do
pecado sob as mais variadas
formas. E a vida ao invés de ser
uma graça e um momento de
desfrute dos favores de Deus,
transforma-se num Inferno,
com preocupações constantes
pelas oportunidades perdidas.
Paralelamente ao avanço
tecnológico, a componente
social e espiritual do Ser
Humano devia conhecer os
mesmos avanços, mas o que
| opinião |
se verifica é o inverso, pois o
Homem revela-se cada vez mais
decadente, caminhando a passos
largos para a sua autodestruição,
Hoje muitos países auto-
intitulam-se de “Países Livres”.
Mas de que é que esses países se
sentem livres? Livres de valores
humanos, de restrições morais,
de ligações sociais, ou dos
requisitos da crença religiosa?
A arca de Noé foi um
meio de salvação para ele
mesmo (o profeta Noé) e para
os crentes que o seguiram,
enfrentando a catástrofe.
O cataclismo no tempo de
Noé foi sob a forma de dilúvio,
enquanto o dilúvio de hoje são as
paixões dominantes, a avareza,
a descrença, a hipocrisia, a
injustiça, a opressão, as matanças,
a barbárie, o predomínio
do instinto animalesco, etc.
Precisamos de uma
arca de salvação! Se a não
procurarmos e nos agarrarmos
a ela, o cataclismo não tardará.
A revista “New Scientist”
advertira já há algumas
décadas que o Mundo poderia
esperar mais catástrofes nos
anos 90, do que nas três
décadas que a antecederam.
O director da Organização
Meteorológica Mundial declarou
à revista “U.N. Chronicle”,
edição de Junho de 1991: “A
tendência é bem clara. Dos anos
60 até aos anos 80, a frequência
de grandes catástrofes naturais
quintuplicou, e o total de
perdas económicas triplicou.
Os terramotos, com os casos
mais recentes ocorridos na
Turquia e em Marrocos, as
cheias, os furacões as enxurradas
e avalanches de lama e terra
que deixaram um rasto de
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destruição em muitos países
pelo Mundo fora, o colapso de
gigantescas barragens como
o ocorrido recentemente na
Líbia, soterrando povoações
inteiras, etc., e causando
danos incalculáveis.
Nos últimos anos, raramente
passa um mês sem que os meios
de comunicação reportem uma
catástrofe em alguma parte do
Globo. Todos os anos ocorrem
terramotos de maior ou menor
intensidade, tempestades,
ciclones, tufões, furacões,
etc. Os desastres naturais são
cada vez mais frequentes.
No último sismo de grande
magnitude ocorrido em
Marrocos, morreram para cima
de 2.500 pessoas, ascendendo
os prejuízos daí decorrentes a
biliões de dólares americanos.
Muito recentemente um
ciclone denominado Daniel
fustigou a Líbia, provocando
avultados prejuízos incluindo
o colapso de duas barragens,
o que provocou enxurradas
e deslocamentos de terra e
lama. A verdadeira dimensão
de perdas humanas neste país do
Magreb é ainda desconhecida,
mas seguramente que já
ultrapassou as 12.000 pessoas.
Há algumas semanas um
furacão atingiu a Flórida nos
EUA, provocando também
enormes prejuízos e perda
de vidas humanas. A Índia, o
Paquistão, e a China também
passaram nas últimas semanas
por situações dramáticas,
decorrentes de enxurradas.
E estando ainda no primeiro
quarto do século XXI os
números sobem em resultado
de violentas tempestades na
Europa, e “chuvas diluvianas”
zambeze |7
em várias partes do Planeta.
O Qur’án diz no
C a p . 9 , Ve r s . 1 2 6 :
“Não vêm eles que são postos
à prova uma ou duas vezes por
ano? Mesmo assim, eles não se
arrependem, nem meditam”.
Isso é realmente preocupante,
pois indica claramente
que vivemos numa era de
convulsões e intranquilidade,
e recorda-nos também quão
frágeis na realidade nós somos!
Não há dúvidas, segundo
o Qur ’án, que nós, os
humanos temos contribuído
para tais factores.
Deus não é apenas o
Criador das forças naturais,
mas Ele é Quem as controla.
Apesar de todos os
progressos tecnológicos, dos
satélites espaciais artificiais
para observar os padrões do
tempo meteorológico, para
rastrear a trilha dos ciclones e
dos furacões, ou prognosticar
cheias e secas, o Homem revela-
se impotente, não conseguindo
contrariar as forças da natureza,
nem mesmo defender-se delas.
A solução para todas
estas agruras da vida
passa necessariamente por
nos voltarmos para Deus
melhorando a nossa postura
e implorando que afaste todos
estes males, pois Ele que é
o Criador, decerto não tratará
apenas os sintomas, mas lidará
com as causas fundamentais do
surgimento desses males, pois
nada está fora do Seu domínio.
Voltarmo-nos para Deus
é um fenómeno natural,
presente no instinto humano.
Só se recusam a
v o l t a r- s e p a r a D e u s o s
orgulhosos e os arrogantes.

8| zambeze
Jaime António Saía
Os acordos celebrados, mas
não divulgados
O
s acordos
são muito
importantes
para as
relações
bilaterais e multilaterais entre
os Estados a nível do Sistema
Internacional. Recentemente,
o líder norte-coreano, Kim-
jong-un, efectuou uma
visita à Rússia, onde reuniu-
se com o seu homólogo,
Vladimir Putin. Na reunião
entre os dois líderes houve
vários tratados, mas que
não foram divulgados.
Mas por que tanto segredo
nos acordos celebrados?
Várias hipóteses
podem ser levantadas a
respeito do segredo nos
acordos. Importa referir
José Matlhombe
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:saiajusce
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que os dois Estados
estão sendo sancionados
a nível internacional, a
Rússia por ter invadido
à Ucrânia, a Coreia de
Norte por produzir armas
nucleares. Portanto, os dois
Estados neste momento
estão a estreitar as
relações de cooperação de
sobrevivência, porque tanto
a Coreia do Norte como a
Rússia precisam da ajuda.
A Coreia do Norte precisa
da tecnologia russa para
aprimorar o seu programa
nuclear, enquanto que
a Rússia precisa de um
elevado número de armas
da Coreia do Norte, porque
a Rússia, apesar de ser
um Estado hegemónico
| opinião |
: saiajusce
@gmail
@gmail .com.com
militarmente, precisa de
reforçar o stock do seu
material bélico. Vale dizer
que o encontro havido entre
os dois líderes inquieta o
mundo ocidental, porque
o possível fornecimento de
armas da Coreia do Norte à
Rússia vai fortalecer cada
vez mais a Rússia no campo
da batalha, colocando de
longe a possibilidade
de uma negociação
entre os beligerantes.
O mundo está num
período tenso, porque
os Estados estão cada
vez mais se armando,
o que significa que
estão em protidão para
garantir a segurança das
suas fronteiras, porque
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023
os Estados, apesar de à Rússia, uma viagem que,
terem relações salutares, na verdade, é histórica e
estão numa desconfiança estratégica, mas também
permente por causa necessária, porque nos
do expansionismo que momentos de crise os
caracteriza os Estados. A Estados devem buscar
acção de fazerem guerras mais amigos e menos
contra os Estados fracos inimigos. O programa
é porque estão inseridos nuclear da Coreia de Norte
num sistema internacional cada vez mais coloca
que é conflitual, arena de longe a possibilidade
de luta pelo poder de reunificação das
e influência. Neste duas coreias, porque
momento, a Ucrânia é também não interessa
palco de guerra entre as aos EUA a reunificação
grandes potências porque das duas coreias porque
elas não podem entrar a se concretizar pode
num conflito directo ser uma grande potência
devido as armas nucleares económica e militar na
que elas possuem. região, colocando em
O jogo de interesses fez causa os interesses dos
com que Kim se deslocasse americanos na região.
Zoom
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023
D ouglas M adjila
ANTÓNIO A. CONCEIÇÃO
Uma Frente que
nunca está nas frentes!
D
iante das eleições autárquicas que
se avizinham, alguns órgãos de
comunicação decidiram trazer aquilo
que em Moçambique pode-se considerar a
diferença, visto que em nenhum processo
eleitoral anterior houve o dito frente-a-frente entre os
candidatos, algo comum em democracias, mas que em
Moçambique só este ano as televisões ganharam coragem.
A olharmos pelo ritmo de governação levado a cabo no
país, comparado ao que está a ser o frente-a-frente que
decorre, fica muito fácil detectar a razão pela qual não vinha
acontecendo qualquer que fosse o frente-a-frente. Parece que
para alguns esse confronto é tão assustador que se sentem
jogados à fornalha, fogem do tal como o diabo foge da cruz.
Não era de se esperar que fosse a frente a regredir ou a
temer o debate frontal com os outros, pois a vida inteira
de moçambicanos com pelo menos meio século ou menos
foi transmitida a ideia de que foi essa frente que enfrentou
os exploradores para salvar a nação, mas como pode
uma frente que nunca se faz às frentes, sabe-se lá porquê,
engendrar tamanha luta? Isso levanta dúvidas sobre a dita
vitória que se comemorou a poucos dias deste mês fruto
do início da dita luta que se comemorará em poucos dias,
na verdade tudo isso já parece pretexto para acumular dias
de festa sem trabalho, porque olhando também para o lento
desenvolvimento do país desde a invenção dessas datas, não
fica tão complicado de concluir que se tratava apenas de
promoção de feriados e mais nada. Essa vitória que também
não é tão efectiva porque bem visto, esse colonialismo na
verdade não acabou a olhar pela origem das grandes decisões
sobre este povo, até saiu o colono mas continua a colonizar.
Antes de começar o frente-a-frente, parecia que seria
uma agenda das mais interessantes, donde seria possível
decidir sobre a influência do voto mas, mais parece um
espectáculo de melhor comunicador ou talvez de quem
foi ou é o melhor estudante na universidade. É um
frente-a-frente que nada tem de frente, tudo na mesma.
AFRELIMO estulta que é, se diz FRENTE desde
a sua génese, mas só confirma com as suas ausências
que nunca esteve na frente, sempre a esconder-se, e
inclusive do povo, nunca saiu para prestar quaisquer
que fossem as contas, nunca partilhou voluntariamente
relatório nenhum que interessasse de facto ao povo, se
não o teatro de uma frase na assembleia da república,
por isso é que lhes custa a falar sobre o que pretende
Razaque Manhique candidatando-se para dirigir Maputo.
| opinião | zambeze |9
Editorial
LAM, nado morto
em ressurreição
A
s revelações feitas na última semana pela empresa sul-africana Fly
Modern, contratada pelo governo Moçambicano para gerir as Linhas
Aéreas de Moçambique (LAM), só surpreendem os menos atentos.
Há muito é sabido que a LAM, tal como outras empresas públicas,
é vaca leiteira de muitos dirigentes ligados ao partido Frelimo. Na
linguagem usada pelo chefe de Estado, Filipe Nyusi, quando se referia ao Instituto
Nacional de Segurança Social, LAM era capoeira pública dos abutres do partido no poder.
Uma das revelações feitas pela firma sul-africana é que o leque dos lesa-pátria
na LAM consta o próprio partido Frelimo, que está impedido de entrar em aviões
da companhia nacional de bandeira até que pague o que deve. É mesmo para dizer
que o partido está em maus lençóis quando se aproxima o período de caça ao voto.
É que, na verdade, os frelimitas usavam e abusavam das viagens aéreas na LAM
sem se preocuparem com a conta. Agora, os tempos são outros, o paradigma é outro.
Não é elegante quando aquele que devia defender o bem é o primeiro
a destruir sem piedade. Sugam tudo, se esquecendo que existem outros
moçambicanos, aqueles a quem nos próximos dias vão se “ajoelhar” e pedir
voto para se perpetuar no poder. Mas logo que esta fase termina nem sequer
conseguem colocar um Machimbombo para transportar aquele que precisa.
Como dizíamos, o assunto LAM apenas surpreende os distraídos ou aqueles que
não têm oportunidade de ter alguma informação de forma privilegiada. Recuando
no tempo, quando a LAM era dirigida por António Pinto de Abreu (como presidente
de Conselho de Administração - PCA) e António Pinto (como presidente conselho
executivo – PCE). Infelizmente, ambos não estão no mundo dos vivos e alguma
verdade com eles se foi. Nós também temos algumas revelações suas, que em memória
da confidencialidade que formamos com eles não estamos autorizados a revelar.
Mas há aspectos fáceis de lembrar. Em ocasiões de congresso ou da reunião do
comité Central, a LAM se dava o luxo de mandar passear a população para carregar
os camaradas de todos os cantos do país. Isso nem é grande problema, a principio,
o grande problema é que a LAM pouco ou nada facturava. Os camaradas não
pagavam, mas tinham bilhetes de viagem de ida e volta. Alias, é mister recordar
outro assunto caricato. É que, na altura que nos referimos, houve tentativa de
privatização da LAM. O esboço das ideias até chegou a mesa do então primeiro-
ministro, Carlos Agostinho de Rosário. O documento, que até tivemos oportunidade
de folhear das mãos dos antigos gestores da LAM, apresentava estratégia para
a revitalização da companhia com passos e metas devidamente estabelecidos.
Então, por que o processo não avançou? Os camaradas inviabilizaram
porque queriam “mastigar” na bolada e de forma mais satânica possível. Um
proeminente camarada, peso pesado no partido, apresentou supostos potenciais
investidores da LAM que estavam interessados em comparar participação na
companhia, porém não tinham dinheiro. Na ideia apresentada na altura, a LAM
deveria ser avalista num negócio de compra e venda da própria LAM. Entendeu?
Vamos voltar a explicar, o comprador queria que a LAM fosse seu avalista para
tirar dinheiro da banca. Quase a mesma estratégia usada nas dívidas oculta.
Esta pretensão foi rejeitada pelos gestores da LAM e o
documento acabou sendo esquecido sem consequência.
A malandragem nem termina por aí. As mesmas pessoas tinham empresas
que prestavam serviços da LAM. Uma simples água, que no mercado
custa menos de 50 meticais, a LAM comprava a 200 meticais. Portanto,
o buraco é mais profundo do que um qualquer vivente pode imaginar.
Mas agora, graças a Frelimo, os Xiconhocas, inimigos do
Povo, foram descobertos, esperamos que tenha consequências políticas
e criminais contra os infractores. A culpa não deve morrer solteira.
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10 | zambeze |opinião| Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023

F ran c i s c o R o d o lf o M aputadas

Terminal do Museu:

Acabou o “xixi” nas árvores

e na via pública…
zz Comiche “cumpriu” com a promessa do “Manifesto
Eleitoral da FRELIMO” …

O
dia 12 de
Agosto
de 2023
ficará para
os anais da
história do Município de
Maputo por ser aquela data
que será recordada sempre,
não só por munícipes de
KaMpfumu, mas também
por todos os passageiros
que diariamente frequentam
tanques que garantirão
permanentemente a água
para o “sanitário”, deixando
desde já descansados alguns
moradores das redondezas,
que na última visita do
mayor Eneias Comiche,
realizada no Salão de Festas
da Escola Secundária Josina
Machel, se pronunciaram
desfavoravelmente, por
temer mau cheiro, julgando
no local – encontramos a “inauguração”, dizia-me “A”, Matilde Ubisse,
casualmente – o Arquitecto com aquele seu meio sorriso, expressou depois da visita.
Silva Magaia, Vereador de como é sua característica: Quanto a nós, o Vereador
Ordenamento Territorial com humildade, mas de Trânsito e Mobilidade,
do Conselho Municipal bastante audaz… Alexandre Muianga,
de Maputo, que mesmo - “Estou bastante satisfeita está satisfeito pelos seus
fora das horas normais e com sono profundo…”, passageiros estarem a
visitou os “Sanitários”. é como a Secretária do eliminar vê-los a fazer
- “Tudo em ordem para Bairro da Polana Cimento xixi (urinar) nas árvores…
Comercial

o Terminal de Museu.
Eram pontualmente 8.30
horas quando a Vereadora
do Distrito Municipal de
KaMpfumu, Dra. Maria
Helena Nhancale, recebeu
ZAMBEZE
que eram os nossos “xicotis”
– casa de banho tipo latrina,
que se faziam antes da
Independência Nacional,
“com baldes”, que eram
recolhidos pelo pessoal da

o presidente do Conselho
Municipal da Cidade
de Maputo, Dr. Eneias
da Conceição Comiche,
Abertas assinaturas
Salubridade e com despejo
na Praia da Costa do Sol.
Durante a inauguração,
Comiche foi recebido

e sua esposa no local.
Comiche fazia-se
acompanhar dos Vereadores
dos diversos Pelouros e
outros quadros, pois
a visita se destinava à
inauguração dos Sanitários
Públicos, de fazer “inveja”
a qualquer visitante que
chega àquela Terminal.
Situados na faixa central
da Rua das Lusíadas,
próximo ao Instituto
Comercial de Maputo, os
novos “Sanitários” tiveram
uma construção de raiz –
como os moçambicanos
gostam de dizer – com
infra-estrutura muito
bela, quer em termos de
construção, quer na loiça
sanitária, nos acessórios
como “aspiradores”.
Nota curiosa, possui
para 2023
com cânticos do nosso
rico património cultural,
tendo a esposa, Lúcia
Comiche, premiado os
exímios dançarinos com
algum valor monetário.
No fim da inauguração,
um residente por TABELA DE PREÇOS
nós ouvido disse:
- “Finalmente acabou
período
a “pouca vergonha” de
senhoras que faziam xixi
trimestral semestral ANUal
de dia nas árvores…”
- “Vamos ver o destino
a dar aos “nossos 2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt
salvadores”, disse a senhora,
eufórica, referindo-se aos
sanitários em forma de
“Contentor” que estavam
a funcionar contra o MAIS INFORMAÇÕES
pagamento de 5Mt o uso. Cell: (+258) 82 30 73 450 | (+258) 84 56 23 544
Nota curiosa, para
Email: zambeze.comercial@gmail.com
garantir a inauguração na
data prevista, há dias esteve
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023 |Nacional| zambeze | 11

Edição Genómica: Moçambique beneficia de capacitação

da União Africana para Melhoramento de Sistemas
Regulatórios de Biossegurança
A Autoridade Nacional de Biossegurança de Moçambique, “A nossa presença nesta genómica é um avanço recen- Nessa conformidade, o
entendendo que a autorização das diversas aplicações da acção de capacitação simboli- te com diversas aplicações representante da AUDA-
biotecnologia moderna carece de regulamentação e monito- za o compromisso da AUDA- bioeconómicas em sectores -NEPAD considera que o as-
ramento que possibilite a avaliação dos riscos à saúde pública -NEPAD em cumprir sem- como a agricultura, a indús- pecto regulatório da edição
e ao meio ambiente, solicitou apoio técnico à Agência de pre o seu mandato face aos tria, a saúde e o ambiente. genómica é fundamental, pois,
Desenvolvimento da União Africana - Nova Parceria para o Estados-membros da União Nessa ordem, actualmente, permite que em cada país, a
Desenvolvimento de África (AUDA – NEPAD), para reforçar Africana (UA), em geral e, à os Estados-membros da UA en- Autoridade Nacional de Bio-
o ambiente regulatório para a gestão das actividades da bio- Moçambique, em particular”, contram-se a debater e a rever -segurança tome decisões mui-
tecnologia moderna, especificamente a elaboração de diretri- enfatizou Jeremy Ouédraogo. aspectos sobre bio-segurança e to importantes, considerando

A
zes para Edição do Genoma. O representante da AUDA- as directrizes sobre a utilização que esta tecnologia pode ter

elaboração
destas di-
rectrizes é
relevante,
uma vez que
Moçambique já iniciou a ela-
boração da Estratégia de Co-
municação, Advocacia e Plano
de Acção sobre Edição do Ge-
noma. Neste contexto, o Grupo
Inter-Institucional de Bio-Se-
gurança (GIIBS) beneficiou de
uma capacitação técnica para
o melhoramento do sistema
regulatório em bio- segurança.
A referida acção de ca-
pacitação teve lugar, de for-
ma híbrida, recentemente na
cidade de Maputo e foi mi-
nistrada por especialistas da
African Union Development
Agency - New Partnership for
Africa’s Development (AUDA
– NEPAD), ou seja, Agência
de Desenvolvimento da União
Africana - Nova Parceria para
o Desenvolvimento de África.
A capacitação em ques-
tão visava, principalmente,
partilhar as boas práticas so-
bre edição genómica e po-
tenciar o Melhoramento de
Sistemas Regulatórios de
Biossegurança para suporte à
Autoridade Nacional de Bios- Tomaram parte na forma- -NEPAD reiterou ainda que de ferramentas de edição genó- seu produto intermediário ou
segurança de Moçambique. ção em referência, membros UA tem observado que a ci- mica nas suas culturas e pro- seu produto final sendo Orga-
De entre os vários temas do GIIBS de Moçambique, ência da biotecnologia está a gramas de criação de animais. nismo Geneticamente Modifi-
abordados na aludida acção de principais alvo da formação avançar rapidamente e, que Estas considerações também se cado (OGM) ou convencional.
formação, destacam-se (i) con- e, profissionais de comunica- estão a surgir novas ferramen- concentram nas áreas das pes- Facilitaram a referida ac-
ceitos sobre a edição genómica; ção social e convidados afins. tas e tecnologias em todo o cas, silvicultura, nos micror- ção de capacitação, na moda-
(ii) abordagens políticas glo- Discursando na cerimónia mundo que oferecem enormes ganismos e nos programas de lidade presencial, os senho-
bais para edição genómica; (iii) de abertura da acção de capa- oportunidades para melho- melhoramento farmacêutico. res Samuel Timpo (Chefe do
revisão de alguns fluxogramas citação em questão, o senhor rar a produtividade agrícola “Vem-se tornando cada Programa de Biossegurança
de tomada de decisão: Argenti- Jeremy Ouédraogo, em repre- nos Estados-membros da UA. vez mais patente que os paí- da AUDA-NEPAD, da Rede
na, Nigéria, Quénia e Malawi; sentação da AUDA – NEPAD, Como imagem, a Agenda ses africanos tomaram cons- Africana de Especialização em
(iv) principais disposições do considerou que a mesma ti- 2063 da União Africana aspira ciência da necessidade de Biossegurança - ABNE, bem
Decreto no. 71/2014, de 28 de nha lugar num momento cru- à uma África próspera baseada abordagens coerentes para a como Oficial Responsável do
Novembro (Regulamento de cial para o funcionamento do no crescimento inclusivo e no avaliação das técnicas de edi- Escritório Regional da AUDA-
Bio-segurança relativa à Ges- GIIBS, numa altura em que desenvolvimento sustentável, ção genómica”, referiu o repre- -NEPAD em Dakar), Jeremy
tão de Organismos Genetica- esta colectividade vem expe- pelo que segundo o represen- sentante da AUDA-NEPAD. Ouédraogo (representante
mente Modificados - OGM) no rimentando uma pressão con- tante da AUDA-NEPAD, Jere- A fonte recordou que a da AUDA-NEPAD), e Roda
que concerne à edição genómi- siderável para a emissão de my Ouédraogo, o alcance desse AUDA-NEPAD vem apoian- Nuvunga Luís (Coordenado-
ca; (v) elaboração de directri- vários tipos de serviços, parte desiderato envolve, certamen- do alguns Estados-membros ra do GIIBS Moçambique).
zes nacionais sobre a regula- dos quais requerem capaci- te, significativos investimentos da UA no desenvolvimento Ministraram a formação, em
mentação da edição genómica; dade mais especializada por na ciência, investigação, inova- da sua estratégia nacional formato virtual, os senhores
e (vi) roteiro para elaboração, parte dos membros do GIIBS ção e tecnologias emergentes. de comunicação de edição Godwin Lemgo, Silas Oboko-
revisão, validação e adopção e desenvolvimento de ferra- Na óptica do representante genómica para os cientis- suwa e Modupe Adeyemo,
de projectos de directrizes. mentas regulatórias adicionais. da AUDA-NEPAD, a edição tas, incluindo Moçambique. ambos da AUDA-NEPAD.
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12 | zambeze | centrais| Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023

Foi há 59 anos que se pensou

no Moçambique independente
com obrigações, mas poucos
ou nenhuns direitos. São disso
exemplo as várias campanhas
militares, verdadeiros exercí-
cios de ocupação, pela força,
do território. Este exercício
transformou os africanos, de
‘donos da terra’ em estrangeiros
num território agora gerido por
normas e estruturas políticas
exportadas da metrópole. Em
paralelo, convém destacar que
a penetração do moderno pro-
jeto colonial teria sido impos-
sível sem a colaboração local.
Como tem referido João Paulo
Borges Coelho, a imagem es-
tereotipada das imensamente
superiores forças europeias que
derrotam as pequenas, frágeis e
desarticuladas resistências afri-
canas, raramente corresponde
à realidade. Muito mais próxi-
ma está a imagem dos oficiais
europeus capazes de fomentar
e gerir contradições internas,
atraindo forças africanas para
a sua órbita, fazendo-as lutar
contra outras forças africanas
a fim de instalar e preservar a
ordem colonial em contextos
recentemente ocupados politi-
na região e no continente afri- balho e bens produzidos, assim ca e militarmente por Portugal.
Maria Paula Meneses cano, inserindo esta luta nos como maior autonomia (uhu- A história da moderna presen-
desafios emancipatórios glo- ru). Como vários académicos ça colonial portuguesa obriga
“Moçambicanas e Moçambicanos, operários e campo-
bais; e finalmente, dar conta
neses, trabalhadores das plantações, das serrações e das
das várias frentes que ‘a luta
concessões, trabalhadores das minas, dos caminhos de ferro,
armada’ integrou, espelho de
dos portos e das fábricas, intelectuais, funcionários, estudan-
sonhos de libertação, de muitas
tes, soldados moçambicanos no exército português, homens,
lutas que o projeto de desco-
mulheres e jovens, patriotas: em vosso nome, a FRELIMO
lonização ainda não realizou.
proclama hoje, solenemente, a insurreição geral armada do
Povo Moçambicano contra o colonialismo português, para a
conquista da independência total e completa de Moçambique. Mueda, Junho de 1960
O nosso combate não cessará senão com a liquidação total e Na origem de um massa-

E
completa do colonialismo português”.
sta proclama-
ção pela Frente
de Libertação
de Moçambi-
que (FRELI-
MO) marcou, simbolicamente,
o início da luta armada em Mo-
çambique, a 25 de Setembro
de 1964. Esta luta, que no lado
português é conhecida como
uma das frentes da guerra co-
lonial, terminou a 7 de setem-
bro de 1974, com a assinatura
dos acordos de Lusaca, abrindo
caminho para o cumprimento
da promessa da independên-
cia do país, a 25 junho do ano
seguinte. Se este objetivo foi
alcançado, já a liquidação total
colonial obriga a questionar o
sentido do colonialismo e das
suas heranças. Este artigo ana-
lisa, a partir da luta armada, 3
eixos principais: a penetração
do moderno colonialismo e
as raízes dos protestos anti-
coloniais; o contexto vivido
cre brutal está a tentativa de
controlar uma manifestação de
camponeses, mulheres e ho-
mens desarmados que, no nor-
te de Moçambique, apelavam
a reformas que assegurassem
um pagamento justo pelo tra-
a um exercício analítico que
têm sublinhado, este acto vio- permita avaliar criticamente o
lento de repressão está na ori- peso da acumulação primiti-
gem da FRELIMO, que por sua va de mitos gloriosos de con-
vez criou a principal estrutura quista que ainda estruturam a
para a insurreição armada con- narrativa imperial portuguesa.
tra o colonialismo português.
A moderna administração
O Xibalo
colonial portuguesa estabe-
leceu-se nos territórios que De entre as profundas trans-
compõem hoje Moçambique formações introduzidas pelo
a partir da segunda metade do poder colonial esteve a recon-
século XIX, operando através ceptualização do trabalho, um
de um conjunto de práticas co- processo que expõe as contra-
ercivas que transformaram os dições que estão na base do
africanos em súbditos nativos moderno Estado colonial. O
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023 | centrais| zambeze | 13

homens e mulheres participa- aos moçambicanos a capaci-

vam. Em paralelo, vários dos dade para se auto-organizarem
emigrantes que regressavam a na luta pela autodeterminação.
Moçambique a partir do Tan-
ganica, almejavam mais auto-
Oposição acentuada no Sul
nomia e melhores condições
económicas. Mueda simboli- Nos contextos do Sul, é
zou o fim do projeto colonial notória a crescente oposição
português em Moçambique à situação colonial no mundo,
e anunciou a turbulência po- posição política que se con-
lítica e militar que se seguiu. solida, a partir de 1955, na
Sinalizou ainda, com veemên- Conferência de Bandung. Esta
cia, que a resistência africana realidade, que tem como pano
tinha atingido um novo pata- de fundo as pressões políticas
mar, convergindo exigências e financeiras dos EUA e seus
quotidianas com projetos polí- aliados, por um lado, e dos
ticos desenvolvidos em várias países socialistas (da URSS à
organizações cujas ligações China popular) por outro, foi
políticas no continente suge- fundamental no descolar dos
riam um outro mapa geopolíti- processos de transição para as
co. Porém, o regime português independências africanas. O
não estava sensível a estas movimento iniciado com Ban-
transformações, com as notí- dung representou a afirmação
cias a insistirem em atribuir a ousada de uma terceira força
autoria da revolta em Mueda a nos debates de assuntos mun-
agitadores ‘estrangeiros’, uma diais, um espaço alternativo
interpretação que teve eco na que vai apoiar as lutas nacio-
versão da PIDE e que negava nalistas que decorriam a Sul.

projeto civilizacional proposto des plantações incluía a obri- ca, Zanzibar e Quénia, como
por Portugal, a partir da mo- gação de plantar arroz, sisal forma de escapar ao xibalo.
derna conceção de cidadania e algodão, sendo este último Aqui, apesar de a vida tam-
– a oposição entre liberdade e destinado à exportação para bém não ser fácil, as condições
direito ao trabalho - é despe- a indústria têxtil portuguesa. de vida e as possibilidades de
daçada pela violência do regi- Este é o contexto do norte ascensão económica e social
me de trabalho obrigatório. O de Moçambique onde, a partir eram melhores. No final da
trabalho obrigatório – o xiba- do final da II Guerra Mundial década de 1950, estes emi-
lo – vai ser a grande alavanca se assiste a um processo de grantes integravam já diversas
de exploração económica da emigração para as colónias vi- organizações nacionalistas, as-
colónia. No contexto das gran- zinhas, sobretudo do Tangani- sociações e clubes, nos quais

Comercial

V SIMPÓSIO DE ECONOMIA E GESTÃO DA LUSOFONIA - de 21 a 23 de Novembro / 2023

Instituto Superior de Formação, Investigação e Ciência (ISFIC) - Moçambique
Instituto Superior Mutassa (ISMU) - Moçambique
Por um ensino superior integrado, inovador e orientado para o desenvolvimento sustentável das comunidades

Fórum de Debate de Economia e Gestão Estrutura do Artigo Científico Apresentação dos Trabalhos

É um espaço onde investigadores de países lusófonos se encontram, apresentam e discutem os O Artigo deve ter a seguinte estrutura: O evento irá decorrer de forma híbrida:
seus trabalhos de investigação, sendo elegíveis todas as pessoas que reúnam o título de Licen- Online - Com recurso a plataformas de vídeo conferência e;
1. Título / Proponente
ciado, Mestre ou Doutor nas áreas da economia, da gestão, das finanças, da contabilidade, do Título: Deve estar destacado Presencial - Em Moçambique, nas instalações do ISFIC e do ISMU.
ambiente, da sustentabilidade e demais áreas afins. Proponente: Deve ter o nome do autor e dos co-autores (caso existam)
Devem ser referênciadas as instituições de todos os proponentes e os respectivos endereços electrónicos. O orador terá no máximo 10 minutos para fazer a sua comunicação e em seguida serão concedidos
2. Resumo 20 minutos para a apresentação de dúvidas e debates.
Objectivos Deve ter no máximo 400 palavras. Para mais detalhes sobre a participação no evento de forma presencial, entrar em contacto com
Deve ter no mínimo três e no máximo cinco Palavras-Chave, separadas por vírgula.
a comissão organizadora.
Facilitar o entrosamento dos investigadores.
3. Abstract Observação: Os certificados só serão emitidos para os participantes do simpósio.
Aproximar povos e instituições de ensino, criando oportunidades de mobilidade de quadros. Resumo apresentado na língua inglesa.

Reflectir sobre os impactos socioeconómicos nas diversas áreas. 4. Introdução Datas Importantes
Deve de forma clara e objectiva enquadrar o leitor a cerca do tema/assunto estudado.
Actividades Data
5. Enquadramento teórico/Estado da arte Submissão dos trabalhos 25/06/2023 a 25/10/2023
Candidatura Deve identificar os principais conceitos e modelos teóricos referenciais para sustentar o Divulgação dos trabalhos aceites Até 05/11/2023
estudo realizado. Envio das apresentações (PowerPoint) Até 15/11/2023
1. Tem direito de submissão de comunicação nas áreas da economia, da gestão, das finanças, da Envio do Artigo corrigido em ficheiro Microsoft Word até 21/11/2023
6. Metodologia
contabilidade, do ambiente, da sustentabilidade e demais áreas afins, todos aqueles que possuam Realização do evento 21/11/2023 a 23/11/2023
Deve-se listar os materiais usados e explicar os métodos de investigação aplicados no estudo.
o Grau de Licenciado, Mestre ou Doutor. Publicação dos anais 2024
7. Resultados e Discussão
2. O candidato pode submeter no máximo dois artigos científicos para o Simpósio.
Deve-se usar para relatar os resultados e discutí-los, fazendo um juízo dos mesmos e
3. Os artigos deverão incluir uma nota final que explicite a utilização ou não utilização do novo avaliando os resultados encontrados. Contactos
acordo ortográfico. 8. Conclusões ou Considerações Finais Todos os Artigos devem ser enviados para o endereço electrónico da comissão organizadora -
Deve conter as conclusões ou considerações finais constatadas com base nos resultados simposio.lusofonia@gmail.com
obtidos na secção anterior e as mesmas devem estar alinhadas com os objectivos e a(s) Em caso de dúvidas estamos disponíveis nos seguintes contactos (WhatsApp):
Tipo de Trabalho Aceite questão(ões) de partida ou pesquisa.
+258 86 865 5650 - Ana Lúcia +238 981 0748 - Eliane da Graça
Serão aceites trabalhos: 9. Referências Bibliográficas | Citações +258 84 771 0284 - Egidio Placido +224 923 338 822 - Cláudia Paulo
As fontes podem incluir livros, enciclopédias, revistas, artigos, página de internet, etc. As +258 84 224 4646 - Castro Cardoso +244 934 183 510 - Conceição da Silva
Inéditos e em português ou inglês; citações e referências devem obedecer às normas da 7ª edição da APA. +258 82 653 7882 - Gilmar da Conceição +55 38 99828 6520 - Carla Burle
No formato word; +258 82 946 3607 - Gil Sevene +351 932 515 555 - João Samartinho
10. Formatação e Número de páginas +258 84 544 4330 - Rogério Romão +55 45 8405 7715 - Cleber Sarafin
Nos quais se verifique a conformidade em relação à Estrutura do Artigo Cientifico (ver em O Artigo a submeter tem de respeitar as seguintes regras gerais de formatação:
“Estrutura do Artigo Científico”). Estar formatado com o tipo de letra Arial, tamanho 11, espaçamento entre linhas Simples,
espaço de 6pts antes e depois do parágrafo. Deve ter entre 8 a 12 páginas. Grupo Alvo
Observação: Os trabalhos que não estiverem no formato de artigo científico e/ou não forem
enviados no formato Microsoft Word, não serão aceites. 11. Linguagem Poderão participar neste simpósio todos os estudantes que estejam a frequentar o ensino supe-
Deve ser objectiva e precisa, não sendo permitida a utilização de termos que geram dúvidas rior (graduação e pós-graduação), docentes, investigadores, gestores/funcionários das instituições
como: mais ao menos, relativamente, etc. públicas/privadas e a sociedade no geral.

Instituições Organizadoras Instituições Organizadoras Instituições Organizadoras

V Simpósio - 2023
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14 | zambeze | nacional| Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023

60 mil habitantes beneficiam de

água potável na província de Gaza
Perto de 60 mil novos habitantes passarão a beneficiar de mil no distrito de Chibuto. cia desta estrada na ligação do troço Macia-Chókwè, bem
água potável na província de Gaza, mercê da construção de INAUGURADA ES- rodoviária do País, uma vez como com a asfaltagem da es-
74 fontes dispersas e intervenção em 18 sistemas de abasteci- TRADA MACIA-CHÓKWÈ que faz parte da via na qual trada Caniçado-Mapai, “resta-
mento nos distritos de Chigubo, Mapai, Chókwè, Chongoene, Ainda na província de Gaza, o Governo pretende inves- -nos agora o desafio de reabilitar
Mabalane, Guijá, Manjacaze, Chibuto, Bilene e Limpopo, onde se encontrava em visita tir como alternativa à Estrada as estradas Mapai-Massangena,

E
prevendo-se que 13 delas sejam concluídas ainda este ano. de trabalho, o Presidente da Nacional Número Um (EN1), Massangena-Espungabera e

stas infra-
-estruturas fa-
zem parte de
um total de
1.963 planifi-
cadas para todo o País, sendo
1.090 construídas de raiz e ou-
tras 873 a serem reabilitadas,
incluindo 240 intervenções
em sistemas de abastecimen-
to nas zonas rurais. Destas,
espera-se que 75 sejam en-
tregues até ao fim do ano.
Estes dados foram par-
tilhados pelo Presidente da
República, Filipe Nyusi, na
cerimónia de inauguração de
um sistema de abastecimento
na sede do posto administrati-
vo de Malehice, no distrito de
Chibuto, província de Gaza,
projectado para abastecer 17
mil habitantes, mas que nes-
te momento serve a 10 mil.
Numa cerimónia bastan-
te acorrida pela população do
Posto Administrativo de Ma-
lehice, no distrito de Chibuto,
terra que viu nascer Joaquim
Alberto Chissano, antigo Pre-
sidente de Moçambique, que,
na ocasião, recuou no tempo
e contou o historial do surgi-
mento do sistema de abasteci-
mento de água naquela zona. dos parceiros de cooperação República inaugurou, ainda, a partindo da Macia (Gaza) construir uma ponte sobre o
“Antigamente, havia uma (Estados Unidos da América Estrada Nacional Número 101 até Inchope (Manica). Até ao Rio Save, para ligar Massan-
missão da Igreja Católica que e da Grã-Bretanha), num es- (N101), que liga os distritos da momento, estão asfaltadas as gena e Espungabera”, disse o
dispunha de um furo de água, forço que visa a provisão dos Macia e Chókwè, na província estradas Macia-Chókwè e Ca- Presidente da República, que
onde a população recorria para serviços de abastecimento de de Gaza. A rodovia, com 62 niçado-Mapai, esta última inau- fez saber que o Governo já
tirar água, que vezes sem conta água segura, com particular quilómetros de extensão, bene- gurada em Dezembro de 2021. está a trabalhar na mobiliza-
não chegava para satisfazer as destaque para as zonas ru- ficiou de obras de reabilitação “A nossa perspectiva é de ção de financiamentos para a
necessidades diárias dos resi- rais onde vive a maior parte e alargamento, financiadas pela que tenhamos uma estrada al- concretização deste objectivo.
dentes. Entretanto, por ser uma da população moçambicana. Rede Viária de Moçambique ternativa à EN1, a partir da Com a conclusão das obras,
aldeia de habitações dispersas, “Só para exemplificar, lan- (REVIMO), no valor de cerca Macia até Inchope. Queremos a estrada passou a contar com
algumas famílias chegavam a çámos, recentemente, cinco de 2.2 mil milhões de meticais. que as pessoas que vêm de Ma- uma plataforma de nove (9) me-
percorrer mais de três quilóme- sistemas em Mandimba, pro- Trata-se de uma via que se puto, África do Sul, e-Swatini e/ tros de largura (3.5 em cada sen-
tros para obter o precioso líqui- víncia de Niassa, referentes encontrava bastante degradada, ou vivem nos distritos do Bile- tido), sinalização horizontal e
do. Outras recorriam a cântaros aos distritos de Mandimba, o que dificultava sobremaneira ne, Chókwè, Guijá, Mabalane, vertical, uma praça de portagem
para levar água às suas casas, Majune, N`gaúma, Mavago a circulação de pessoas e bens, Massingir, Mapai, Chicualacu- e um centro de manutenção, es-
para além de que, durante a épo- e Muembe. Adicionalmente, incluindo o escoamento de pro- ala, Chigubo e Massangena, na tes dois últimos localizados na
ca chuvosa, os residentes recor- decorrem estudos para o sis- dutos agrícolas produzidos no província de Gaza, tenham uma localidade de Chihaquelane.
riam à água de chuva”, contou. tema de abastecimento de Na- Regadio de Chókwè, o que le- segunda alternativa à EN1 para As obras incluíram a ma-
Na ocasião, o ministro das miteca, em Nampula”, disse. vou o Governo a concessioná- se deslocarem ao Norte do País, nutenção das estradas Praia
Obras Públicas, Habitação Actualmente, a taxa de co- -la à Revimo, no âmbito da que é a estrada Macia-Chókwè, do Bilene-Macia (R453), com
e Recursos Hídricos, Carlos bertura do abastecimento do inclusão do sector privado no Chókwè-Macarretane, Macar- cerca de 32 quilómetros, e
Mesquita, referiu que a reabili- precioso líquido, ao nível do financiamento e desenvolvi- retane-Mabalane, Mabalane- Chókwè-Macarretane, com
tação e ampliação deste sistema país, situa-se nos 57%, cor- mento de infra-estruturas ro- -Mapai, Mapai-Massangena, cerca de 22 quilómetros, para
insere-se no âmbito do Progra- respondentes a 18 milhões doviárias, com a participação Massangena-Espungabera, Es- além da pavimentação de 7.8
ma Nacional de Abastecimento de pessoas, contra 38.9% em do utente da estrada, através do pungabera-Sussundenga, Sus- quilómetros de estradas den-
de Água e Saneamento Rural 2015. Em Gaza, cerca de 979 princípio utilizador-pagador. sundenga-Chimoio e Chimoio- tro dos municípios de Praia
(PRONASAR), implementa- mil pessoas (67%) têm aces- Na sua intervenção, Fili- -Inchope,evice-versa”,sublinhou. do Bilene (2.8 km), Macia
do pelo Governo com o apoio so à água potável, sendo 144 pe Nyusi realçou a importân- Assim, com a inauguração (2.5 km) e Chókwè (2.5 km).
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023 |nacional| zambeze | 15

Cabeça-de-lista da Frelimo em Massingir

Queremos requalificar cemitério comum e

alocar viatura ao serviço dos munícipes
mento da receita a ser colectado
Crizalda Vilanculos pelo município”. A nossa fonte
Massingir tem um potencial turístico e pesqueiro que sublinhou que, “as cobranças
poderá dinamizar o desenvolvimento local com a efectivação, das taxas a serem legalizadas
pela primeira vez, de uma área de 68 quilómetros quadrados pela assembleia municipal, se-
em autarquia. A convicção é do Ageu Ngovene, membro da rão um desafio, porque exigem
assembleia provincial de Gaza e cabeça-de-lista pela Frelimo um trabalho árduo que passa
na nova autárquica de Massingir. Ngovene assegura que, caso pelo mapeamento de todos sec-
seja eleito, pretende levar em marcha o projecto de constru- tores de actividades económicas
ção das vias de acesso como forma de aproximar os serviços implantados na área Municipal.
Questionado sobre a em-

A
aos bairros.
vila de Mas-
singir é uma
das doze
novas autar-
quias criadas
no país no âmbito da autar-
cização e descentralização, e
tem o desafio de começar do
zero o desafio, com expectati-
va de trazer e melhorar as con-
dições de vida dos munícipes.
Com uma população es-
timada de 15.900 habitantes,
segundo dados do Instituto Na-
cional de Estatística de 2017.
Nos oitos bairros da nova
vila autárquica, Ngovene pre-
tende trazer nova dinâmica na
vida dos munícipes que se vão
pregabilidade que é um dos
beneficiar das diversas taxas a problemas que enferma a ju-
serem implementadas naque- ventude, Ngovene disse que,
la circunscrição autárquica. “os postos de emprego serão
Ageu Ngovene garantiu, criados não em grande esca-
igualmente, que caso saia vi- la, pois até as grandes cidades
torioso do escrutínio de 11 de se debatem com o desempre-
Outubro vai requalificar os ce- go juvenil, por isso a solução
mitérios como forma de confe- passa pelo empreendedorismo
rir alguma dignidade aos ente- que será fortemente apoia-
-queridos dos munícipes, cuja da pelo município”, afirmou.
memória deve ser prestigiada. A finalizar, a nossa fon-
A requalificação do cemitério te apontou como prioridades
comum compreende, segundo ao mercado de peixe já exis- para o seu município, caso
As comunidades precisam
a fonte, a implantação de um tente, como forma de incre- vence as eleições, a constru-
dos serviços funerários dignos.
sistema de abastecimento de mentar as receitas municipais. ção de jardins, iluminação
Se por um lado, Ageu Ngove-
água permanente, para além de O nosso entrevistado disse pública, alocação de água e
ne quer requalificar os servi-
colocar uma viatura para per- que, “ o mercado do peixe é um energia nos oito bairros como
ços de cemitério, por outro é
mitir a movimentação dos cor- potencial no nosso município e desafio para o novo ciclo de
manifesto da Frelimo naquela
pos da morgue até ao cemitério. isso deverá traduzir-se no au- governação que se avizinha.
vila autárquica trazer melhoria

Colaboradores da Coca-Cola juntam-se em

maratona de limpeza em espaços públicos

A
Coca-Cola
Sabco (Mo-
çambique) SA
(CCSM), uma
subsidiária da
Coca-Cola Beverages Africa, em
parceria com outras organizações
públicas e privadas, juntou-se, no
último fim-de-semana, às activi-
dades do Dia Mundial da Limpe-
za em todo o país. Na iniciativa,
organizada pela Organização Não
Governamental Let’s Do It World,
a CCSM concentrou os seus es-
forços nas cidades de Maputo,
Chimoio e Nampula, onde apoiou
a limpeza de praias, ruas e escolas.
Praia da Costa do Sol, em
Maputo, Escola Secundária de
Nhamadjessa, em Chimoio, e
a Escola Secundária de Nam-
pula até à Serra da Amêijoa, na
região norte, foram os locais
onde os colaboradores da Coca-
-Cola realizaram campanhas de
limpeza por ocasião desta data
comemorativa, que este ano se
assinalou no dia 16 de Setembro.
O Dia Mundial da Limpeza
é um evento ambiental fundado
pela Let’s Do It World, uma or-
ganização cívica global que co-
meçou na Estónia, mobilizando
pessoas em todo o mundo para se
juntarem a acções de limpeza lo-
cais, nacionais e regionais para re-
colher lixo e resíduos recicláveis.
Em Moçambique, é representada
pela Cooperativa REPENSAR.
A Directora Regional de
Relações Públicas, Comunica-
ção e Sustentabilidade (PACS),
Neyde Pires, afirmou que “este
evento está alinhado à missão
da Coca-Cola de promover um
mundo mais limpo e sustentá-
vel para as gerações futuras”.
“Na Coca-Cola Beverages Afri-
ca, estamos a liderar o sector,
tornando a nossa cadeia de va-
lor cada vez mais sustentável”,
disse a mesma responsável.
“Temos a escala e o alcance
para fazer uma diferença real e
estamos a utilizar a nossa posi-
ção de liderança para impulsio-
nar a mudança e ajudar a colocar
o nosso planeta num caminho
mais sustentável”, acrescen-
tou Neyde Pires, referindo que
“o nosso objectivo é recolher e
reciclar o equivalente a 100%
das embalagens que vendemos,
trabalhando em parceria com a
The Coca-Cola Company, que
lançou uma estratégia de em-
balagens sustentáveis em 2018,
denominada World Without Wa-
ste”, disse a directora de PACS.
Segundo Neyde Pires, a par-
ceria com compartes interessadas,
governos locais, organizações
sem fins lucrativos, a indústria e
as comunidades “são em prol de
um ambiente limpo e traduzem
o reconhecimento de que não o
podemos fazer sozinhos”. “En-
frentar a crise global dos resídu-
os plásticos requer colaboração
intersectorial e alinhamento com
princípios e objectivos comuns.
Isto inclui parcerias com gover-
nos e organizações comunitárias
para reforçar a infra-estrutura
de reciclagem e aumentar as ta-
xas de recolha, colaborar com
clientes, pares e associações
industriais para moldar políti-
cas públicas que apoiem uma
economia circular; e trabalhar
em conjunto com fornece-
dores, startups e parceiros de
I&D para fomentar a inovação
em embalagens sustentáveis”,
afirmou a directora de PACS.
As jornadas de limpeza fa-
zem parte do compromisso as-
sumido pela empresa, de fazer
a diferença nas comunidades
e centros urbanos onde opera,
promovendo a sustentabilidade
ambiental. “Estamos a trabalhar
para estas soluções de modo a
criar uma economia circular que
beneficie a sociedade e funcione
para o nosso negócio. Estabelece-
mos objectivos ambiciosos para
a nossa empresa, para assumir
a responsabilidade pelas nossas
embalagens ao longo do seu ci-
clo de vida e reduzir a poluição
dos oceanos”, disse Neyde Pires.
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Onde o n e g ó c io se r e e nc o n t r a

Vulcan doa produtos alimentares e de higiene e

limpeza a instituições que acolhem vulneráveis em Tete
A Vulcan está a doar, mensalmente, desde Março deste
ano, diversos produtos alimentares, de higiene e limpeza, a
cerca de 354 crianças e idosos que residem em instituições
de acolhimento de vulneráveis, nomeadamente Centro de
Acolhimento de Apoio a Velhice, Centro de Acolhimento
Rainha da Paz, Orfanato São José de Cluny, Orfanato o

A
Mundo dos Mais Pequenos e Infantário Provincial de Tete.

s doações diminuiu a nossa preocupação

são feitas
no âmbito
do Projecto
Mão Amiga,
lançado pela Vulcan em Outu-
bro do ano passado, que está a
promover a saúde e bem-estar
das pessoas vulneráveis, atra-
vés de acções sociais que pos-
sam contribuir para a melhoria
das condições/qualidade de
vida. Fazem parte destas do-
ações produtos como farinha
de milho, arroz, açúcar, massa
esparguete, feijão manteiga,
sabão, sabonete, detergente,
pasta dentífrica, entre outros.
De acordo com a irmã Pris-
ca, responsável pelo Orfanato
São José do Cluny, esta ajuda
irá aliviar em grande parte a
instituição que dirige. “Tínha-
mos muitas dificuldades em
alimentar os nossos meninos,
mas com este apoio da Vulcan,
com a alimentação e o mes-
mo melhorou a dieta alimen-
tar das crianças”, explicou.
Já a Directora do Centro
de Apoio a Velhice, Veróni-
ca Wite, destacou a disponi-
bilidade das refeições diárias
aos idosos como um grande
ganho para todos. “Com esse
apoio aos idosos, aquelas fa-
lhas que tínhamos em termos
de alimentação e produtos de
higiene e limpeza foram ul-
trapassadas. Já conseguimos
variar os alimentos e eles têm
as refeições completas (mata-
-bicho, almoço e jantar), in-
cluindo lanche”, destacou. Para
falar sobre o processo de dis- cessidades de cada instituição. Para além deste apoio, são criadas hortas caseiras para
tribuição dos produtos, Adria- “As quantidades dos pro- entregues igualmente recar- suplementação alimentar, são
na Quembo, analista da área dutos são definidas consoante gas mensais de energia (cre- realizadas consultas médicas,
social da Vulcan, afirmou que um levantamento das necessi- delec), já foram reabilitados diagnóstico e tratamento de
os kits alimentares, de higiene dades e o número de vulnerá- dois orfanatos e um centro de doenças mais comuns men-
e limpeza são entregues todos veis residentes em cada uma acolhimento, instalados furos salmente em todas as insti-
os meses tendo em conta as ne- das instituições”, explicou. de água em duas instituições, tuições, entre outras acções.

Responsabilidade social do Standard Bank: População

de Alto Molócuè beneficia de fontanária de água potável

O
Standard
Bank cons-
truiu e en-
tregou, re-
centemente,
à comunidade da autarquia de
Alto Molócuè, na província
de Zambézia, uma fontanária,
que vai beneficiar, principal-
mente, as populações dos bair-
ros 1º de Maio e Pedreira Alta.
A inauguração da infra-es-
trutura, erguida no âmbito das
acções de responsabilidade so-
cial do banco, contou com a par-
ticipação da administradora do
distrito de Alto Molócuè, Ani-
fa Gonzaga, do presidente do
Conselho Municipal da vila de
Alto Molócuè, Miguel Muanan-
vuca, entre outros convidados.
Na ocasião, o gerente re-
gional norte do Standard Bank,
Sílvio Khan, referiu que a ini-
ciativa do banco visa assegu-
rar o acesso à água potável e,
assim, melhorar a qualidade
de vida das pessoas nas comu-
nidades onde o banco opera.
Esta, segundo sublinhou,
é mais uma fontanária que
reforça o abastecimento de
água à vila de Alto Moló-
cuè: “Por isso, estamos cer-
tos que a mesma vai ajudar
muito a população”, disse.
“Com a fontanária, as nos-
sas mães, tias, esposas, jovens
e todos da vila já não precisa-
rão percorrer longas distâncias
para ter acesso à água potável.
A partir de hoje, já não será pre-
ciso ir ao rio buscar água e cor-
rer todos os riscos associados
a isso”, vincou Sílvio Khan.
Por sua vez, Anifa Gon-
zaga, administradora do dis-
trito, apelou aos beneficiários
da fontanária no sentido de
valorizá-la, uma vez que vai
permitir a redução da deman-
da nas outras fontes, o que
encurtará a distância que os
munícipes têm percorrido na
busca do precioso líquido.
“A água é um líquido in-
dispensável para os seres
vivos e a nossa população,
em alguns bairros, percor-
re longas distâncias à busca
do precioso líquido”, frisou.
Usando igualmente da pa-
lavra, Miguel Muananvuca,
presidente do Conselho Muni-
cipal, agradeceu ao Standard
Bank pelas realizações na au-
tarquia, no âmbito da respon-
sabilidade social, que culmina-
ram com a abertura de um furo
de água, que vai, positivamen-
te, contribuir para a redução
da distância percorrida pelos
munícipes à procura de água.
Importa destacar que esta
é a segunda fontanária cons-
truída pelo Standard Bank para
as comunidades. A primeira foi
construída em Mangungumete,
na província de Inhambane, em
2019, estando prevista a constru-
ção de mais uma, ao longo des-
te ano, na zona centro do País.

Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023
EDM busca tecnologia na China
A Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM) e a
Huawei Technologies Mozambique, Limitada (HUAWEI)
assinaram, esta semana, um memorando de Entendimen-
to visando o desenvolvimento de iniciativas conjuntas no
domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação
O
(TICs).
acto decorreu
no âmbito da
visita que o
presidente do
Conselho de
Administração da EDM, Mar-
celino Gildo Alberto, efectua
à Sede da Huawei, em Shen-
zhen, na China. O instrumento
de cooperação permitirá, entre
outros, a implementação de
dois projectos-piloto nas áreas
de transmissão de dados e dis-
tribuição de energia eléctrica.
Durante a cerimónia de
assinatura do Memorando
“Eu perdi oficialmente a minha visão”: Arxa
expõe no espaço cultural da Tmcel
A
exposição de
artes plásticas,
denominada
“Eu perdi ofi-
cialmente a
minha visão”, do artista plástico
Arnovo Xavier Vilanculos Ju-
nior, carinhosamente tratado por
Arxa, está patente, de 14 a 29 de
Setembro, no espaço cultural da
Tmcel-Moçambique Telecom.
A exposição, que conta com
o apoio da Tmcel, no âmbito da
sua responsabilidade social cor-
porativa, é composta por 28 qua-
dros, pintados entre os meses de
Maio a Setembro de 2023, e re-
trata a vivência do amor duran-
te o percurso da vida humana.
Apresenta quatro etapas
da vida humana, nomeada-
mente a primeira, que recebe
por parte de Deus, pais e ami-
gos, a segunda, quando se está
apaixonado por uma pessoa, a
terceira, quando já se está den-
tro de uma relação e a quar-
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de Entendimento, Marcelino
Gildo Alberto referiu que, a
EDM desenvolveu uma Estra-
tégia de Digitalização para os
próximos cinco anos, porque
reconhece a importância da
transformação digital e as suas
valências no sector energético.
“A EDM pretende continu-
ar a construir uma infra-estru-
tura convergente, estabelecer
uma forte prática de arquitec-
tura empresarial, integrar todos
os sistemas, bem como adoptar
uma abordagem centrada em
dados e novas tecnologias para
ta fase, quando tudo termina.
A coordenadora do Gabine-
te de Responsabilidade Social
Corporativa da Tmcel, Felícia
Nhama, disse que a empre-
sa apoia a iniciativa do artista
Arxa porque incorpora, no seu
negócio, a responsabilidade
Onde o n e g ó c io
melhorar o atendimento ao
cliente, construindo um ecos-
sistema de inovação e reforço
na gestão da segurança ciberné-
tica”, afirmou o PCA da EDM.
Ainda de acordo com Mar-
social e, dentre as várias áreas
do sector, tem estado a apoiar
também a área da cultura, em
particular as artes plásticas.
“A empresa concedeu este
espaço cultural que foi criado
também para acolher os artistas
que queiram expor as suas obras
se r e e nc o n t r a
celino Gildo Alberto, a parceria
com a HUAWEI irá contribuir
para tornar a EDM numa Utili-
dade Inteligente, tendo em conta
que a Empresa está a embarcar
numa jornada de transformação
e arte em diversas vertentes. São
28 obras expostas com uma ver-
satilidade que demonstra mais
uma vez a dimensão do talento
que o jovem tem. É um moti-
vo de orgulho para a empresa
porque temos o público interno
como principal foco e o artista
zambeze | 17
tecnológica para os seus siste-
mas de Tecnologia Operacional.
“O nosso foco está em me-
lhorar a confiabilidade e a efici-
ência dos sistemas de geração,
transmissão, distribuição e co-
mercialização de energia eléctri-
ca através do uso de tecnologias
avançadas. Pretendemos, num
futuro breve, alcançar uma rede
de monitorização em tempo
real, em toda a cadeia de valor
energético. Isto não só vai me-
lhorar a qualidade da prestação
de serviços, mas também irá au-
mentar a segurança da infra-es-
trutura eléctrica, a nível nacio-
nal”, sublinhou o PCA da EDM.
Importa referir que, antes da
assinatura do Memorando de
Entendimento com a EDM, o
Director de Operações (COO)
da Huawei Electric Power Digi-
talization Business Unit, Zhou
Haojie, efectuou uma apresenta-
ção sobre o tema “A nova arqui-
tectura da rede de telecomuni-
cações de energia para a EDM”,
que preconiza a mudança na
vertente tecnológica que garan-
te, por um lado, o fornecimento
de energia eléctrica mais segu-
ra, fiável e estável, e por outro, a
automação de distribuição para
a redução de perdas de energia.
que está hoje a expor no nosso
espaço é filho de uma colabora-
dora da empresa, facto que ins-
pira e motiva não só os colabo-
radores como também o público
em geral, em particular os jo-
vens”, afirmou Felícia Nhama.
Por sua vez, Arxa explicou
que o objectivo central da sua ex-
posição é questionar aos aman-
tes das artes plásticas, após a vi-
sita, se o amor é bom ou não e se
vale a pena ou não viver o amor.
“Esta exposição é mais um
questionário. Aqui conto uma
história do meu diário e no fim
eu deixo as pessoas a questiona-
rem-se se já perderam a visão. A
iniciativa da Tmcel, em apoiar
a minha exposição é magní-
fica para mim. Eu estou grato
por me aceitarem. O objectivo
é que mais jovens e mais artis-
tas façam de tudo para entrar
nesta casa e que todos possam
trabalhar e ir mais além”, con-
cluiu Arxa, de 18 anos de idade.
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18 | zambeze |economia| Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023

ADF abre janela de financiamento

para Moçambique
O Conselho de Administração do Fundo Africa-
no de Desenvolvimento (ADF), a janela de empréstimos
concessionais do Grupo Banco Africano de Desenvol-
vimento, aprovou uma subvenção de 19,98 milhões de
dólares para financiar a implementação do Programa de Ace-

E
leração Económica e Apoio à Governação de Moçambique.
ste financia-
mento é a pri-
meira de duas
operações su-
cessivas de
apoio ao orçamento geral para
os anos fiscais de 2023 e 2024,
cada uma no valor de cer-
ca de 20 milhões de dólares.
O programa apoiará refor-
mas em duas grandes áreas: a
melhoria do ambiente favorável
ao sector privado para a recupe-
ração económica e o crescimento
verde, e o reforço da eficiência,
responsabilização e transparên-
cia das despesas públicas. Per-
mitirá a Moçambique racionali-
zar o quadro regulamentar e os
processos de facilitação do in-
vestimento que promovem o
desenvolvimento do sector pri-
vado e atraem o investimento na
agricultura inteligente do ponto
de vista climático. Espera-se
que ajude a estimular o desen-
volvimento do agronegócio e
das micro, pequenas e médias
empresas, bem como a financiar
os esforços de integração das
iniciativas de género e de acção
climática no desenvolvimento
económico. Reforçará igual-
mente a gestão das finanças pú-
blicas, em especial os controlos
internos, os contratos públicos e
as funções de gestão da dívida.
O programa apoia numero- nais; a aprovação pelo conselho enfoque no desenvolvimento Gabinete de Desenvolvimento
sas medidas de reforma, incluin- de ministros de uma nova lei do sector privado, com particu- Regional da África Austral e de
do a aprovação pelo governo da para reforçar o apoio às micro, lar ênfase no aumento da par- Execução de Negócios do Banco.
Estratégia de Desenvolvimento pequenas e médias empresas, ticipação deste sector em áreas No final de Julho de 2023, a
Agrícola (2030) e do Plano de incluindo incentivos fiscais; e a fundamentais, particularmente carteira activa do Grupo Banco
Investimentos (2022-2026); a revisão de um projecto de lei so- na agroindústria, e um forte po- Africano de Desenvolvimento
aprovação pelo conselho de mi- bre investimentos, que introduz tencial de criação de emprego, em Moçambique era de 1,19 mil
nistros de uma nova lei do caju disposições para promover prá- incluindo para mulheres e jo- milhões de dólares. Os inves-
destinada a reforçar o regime ticas de investimento responsá- vens, e espera-se, portanto, que timentos abrangem os sectores
legislativo da cadeia de valor da veis, simplificar os processos de tenha um impacto positivo no da energia (48,8 %), transportes
castanha de caju, adaptando-o investimento e proporcionar pro- desenvolvimento socioeconómi- (32,6 %), agricultura (16,8 %) e
às actuais exigências dos mer- tecções contra as expropriações. co em Moçambique”, disse Leila social (1,6 %), bem como ope-
cados nacionais e internacio- “O programa tem um forte Mokaddem, directora-geral do rações multissetoriais (0,2 %).

EY promove compromisso com boas práticas

ambientais e sociais nas empresas

A
prestigia-
da consul-
tora Ernst
&Young (EY)
realizou, na
terça-feira, dia 19 de Setembro,
nas suas instalações em Mapu-
to, um Executive Breakfast su-
bordinado ao tema: “A transfor-
mação ESG nas organizações |
Boas Práticas e Oportunida-
des”. O evento resulta do com-
promisso da EY com as boas
práticas ambientais, sociais e
de governação, e reuniu diver-
sos stakeholders do panorama
empresarial moçambicano.
Durante o Executive Bre-
akfast, os participantes debru-
çaram-se sobre os actuais de-
safios relacionados com ESG
(Ambiental, Social e Governa-
ção) nas agendas das organi-
zações. A EY partilhou a sua
vasta experiência nestas áreas,
consolidando seu papel como
agente de mudança positiva na
comunidade global de negócios.
Foi igualmente aberto um
espaço de reflexão sobre boas
práticas e oportunidades nos
domínios de sustentabilidade e
ESG; Tendências Regulatórias
e Sectoriais; Abordagem de In-
tegração ESG e Boas Práticas.
Manuel Mota, sócio e líder
da área de Sustentabilidade
e Alterações Climáticas para
Moçambique, Angola e Portu-
gal, conduziu a palestra, desta-
cando a importância da incor-
poração eficaz de práticas ESG
nas operações e estratégias
empresariais.”A incorporação
eficaz de práticas ESG nas
operações e estratégias empre-
sariais é crucial para garantir a
sustentabilidade e o sucesso a
longo prazo. Alguns dos actu-
ais desafios ESG na agenda das
organizações incluem Mudan-
ças Climáticas e Sustentabili-
dade Ambiental; Redução de
Emissões de Carbono; Adap-
tação às Mudanças Climáticas
e o desenvolvimento de estra-
tégias para mitigar os impactos
adversos das mudanças climá-
ticas em operações e cadeias
de valor à governação corpo-
rativa”, disse Manuel Mota.
Paulo Reis, sócio-gerente
dos escritórios da EY em Ma-
puto, referiu que”a EY tem o
compromisso de liderar pelo
exemplo, impulsionando as
boas práticas ESG em todas as
áreas da sua actuação”. “Este
evento é uma demonstração do
nosso empenho em fomentar a
discussão e acções concretas no
sentido de promover a susten-
tabilidade e a responsabilidade
corporativa em Moçambique”,
disse o mesmo responsável.
O Executive Breakfast
da EY proporcionou uma
plataforma única para que
empresas e organizações
discutissem e partilhassem ex-
periências sobre como a trans-
formação ESG pode contribuir
para um futuro mais sustentável
e responsável em Moçambique.
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023 |desporto| zambeze | 19

Chissano diz que “vitória foi escassa e nada

está decidido com vantagem mínima que
abre esperanças para Tundavala”
Para o treinador principal do Ferroviário de Maputo, João
Chissano, a vitória por uma bola a zero registada no Estádio
Nacional do Zimpeto acabou por ser escassa, face às oportu-
nidades criadas pela equipa “locomotiva”, que poderia ter
vencido por mais jogos. Chissano considera que esta vanta-
gem mínima abre esperanças para o jogo da segunda mão, no

P
dia 30 de Setembro, no Estádio da Tundavala, no Lubango.
ara o técnico
“locomotiva”,
os seus jogado-
res não entra-
ram como espe-
rado devido a ansiedade, mas
na segunda parte foram mais
determinantes e conseguiram
dominar inteiramente e explo-
rar o lado físico do adversário.
“Foi um bom jogo, os meus
jogadores não começaram bem
na partida, pretendíamos fazer
pressão alta e conseguir o re-
sultado que nos levasse até o
Lubango com alguma tranqui-
lidade e estávamos a jogar a
favor do vento e pensávamos
sair da primeira parte a vencer
e não conseguimos. Na segun-
da parte entramos com alguma
tranquilidade e criamos algum
desgaste a esta equipa, visto
que sabíamos a dado momen-
to poderíamos tirar vantagem
desse aspecto e conseguimos.
O resultado assenta-se muito
bem, mas o resultado é escas-
so, pois pretendíamos vencer
por uma diferença de três
golos que nos daria tranqui-
lidade”, disse João Chissano.
Por outro lado, a falta
de experiência dos jogado-
res dos “locomotivas” viu-
-se no momento de decidir,
e sentiram o peso da gran-
deza da competição, mas
Chissano acredita que isso
de alguma forma contribui
negativamente na primeira
metade do jogo, porém na
segunda parte entraram com
mais tranquilidade e redu-
ziram o nível de ansiedade.
Chissano disse na ante-
visão do jogo que queria um
resultado que obrigasse o
Sagrada a ter que ganhar a
partida no Estádio de Tunda- mas com a sensação de que um Ferroviário diferente em O jogo da segunda volta
vala e acredita que conseguiu a equipa devia ter marcado Lubango, com uma aborda- está marcado para o próximo
esse feito, ao afirmar que “a pelo menos 2 ou 3 golos”. gem diferente e com uma dia 1 de Outubro no estádio
disputa é 50 por 50, e nós Com a vantagem no mar- equipa que obrigue o Sagra- da Tundavala pelas 17h de
já fizemos 50% do trabalho, cador, o treinador promete da a pensar mais no jogo. Moçambique. (LANCEMZ)

Machanguana orientou clinic em Pemba na mesma altura em

que era indicada para integrar Comissão da FIBA-Mundo

E
nquanto em
Manila, nas
Filipinas, era
indicada para
ocupar uma
das posições de relevo na FIBA
- Mundo, concretamente o de
membro da Comissão das Se-
lecções Jovens dos organis-
mos reitor da bola-ao-cesto
ao nível mundial, a antiga
internacional Moçambicana
Clarisse Machanguana orien-
tava um “clinic” para jovens
treinadores e adolescentes que
se iniciam na prática despor-
tiva na cidade de Pemba, na
província de Cabo Delgado.
A iniciativa organizada em
parceria com a Academia New
Vision está integrada no pro-
jecto Desporto para Paz da Em-
baixada dos Estados Unidos da
América, visa garantir a reten-
ção da criança na escola, a não
aderência a drogas, casamentos
prematuros, gravidez preco-
ce e muitos outros males que
rodeiam a sociedade Juvenil.
As modalidades de bas-
quetebol e futebol foram as
escolhidas para dar corpo a
este projecto Desporto pela
Paz que prevê realizar a se-
gunda sessão de treinamento
em Novembro do corrente ano
aonde se espera mais abran-
gência de treinadores e pro-
fessores de Educação Física.
A antiga internacional mo-
çambicana é até aqui única que
jogou na WNBA- a Liga norte
americana de basquetebol femi-
nino tem se destacado nos últi-
mos tempos integrando clinics
de formação e inspiração de jo-
vens raparigas para a prática do
basquetebol, ao nível da Baske-
tball África League (BAL) e
FIBA-África. (LANCEMZ)

20 | zambeze
Srdjan Zivojnov lamenta derrota e
reconhece experiência do Petro de Luanda
Foi uma vez mais da bancada que o treinador sér-
vio Srdjan Zivojnov acompanhou o jogo da Afro-taças da
União Desportiva do Songo por não estar qualificado para
sentar-se no banco e orientar os campeões nacionais, de
acordo com os ditames da Confederação Africana de Fu-
tebol. No final da contenda o técnico foi a conferência de
imprensa e mostrou-se optimista para o jogo da segunda
mão, apesar da derrota por 2 a 1 diante do Petro de Luan-
Q
da no jogo deste Domingo no Estádio Nacional do Zimpeto.
uanto ao
resultado
da partida,
o mesmo
acredita
que a sua equipa soube lutar
e controlar a primeira parte,
mas na segunda etapa perdeu
a concentração e cometeu dois
erros e a equipa visitante, com
a experiência que possui nas
grandes competições, soube
aproveitar e marcou dois golos,
mas garante que vai a Angola
encarar a segunda mão com
objectivo de ganhar a partida.
“Primeiro gostaria de sau-
dar os meus jogadores por
terem se batido bem, sobretu-
do na primeira parte em que
conseguimos terminar com
o zero a zero no marcado. Na
Bairro de Hulene
Nova Luz escapa
Domingo com temperatura
amena e o estádio de Hulene
cheio de adeptos para assistir o
jogo 18ª jornada entre a Nova
Luz e Thando. As claques
iniciaram com os sopros das
trompetas e batuques, apoian-
do suas equipas. O espectáculo
foi tão lindo, e na segunda parte,
Thando marcou o seu golo e a
Nova Luz empata já nos minu-
tos finais, resultado que não se
alterou até o término do jogo.
Assim, Thando continua na
liderança do campeonato, dei-
xando o Sporting, segundo clas-
sificado, a sete pontos. Thando
soma 48 pontos, contra 41 do
Sporting. A Nova Luz está em
sexto lugar, com 29 pontos.
Referir que ainda há muitos jo-
gos por disputar, pois o campe-
onato só termina em Novembro.
Resultados da 19ª jornada
Mavalane x 10 de Novem-
bro (4-0)
Sporting x Tigres (não
terminou)
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segunda parte perdemos con-
centração em duas ocasiões,
diante de uma equipa expe-
riente que soube como punir
os nossos erros. A equipa do
Petro é bastante experiente,
está junta há muito tempo, para
nós esta foi uma boa experi-
ência, sobretudo pelo facto de
termos muitos jogadores que
se estreiam a este nível”, disse
o técnico da União do Songo.
“Sobre o resultado dizer que
não estamos assustados, iremos
para Angola para tentar ganhar
e tentar mudar este resultado,
para mim está tudo aberto.
Agora o mais importante é re-
cuperar os jogadores depois do
jogo”, disse Srdjam Zivojnov
O treinador sérvio reco-
nheceu o poderio da equipa an-
Matsuva x Veteranos (1-1)
Nova Luz x Thando (1-1)
Célula “F” x Célula “D”
(2-0)
Magoanine x Laulane (4-3)
Nova Aliança x Célula “H”
(4-1)
Jogos da 20ª jornada
Célula “H” x Célula “F”
10 de Novembro x Tigres
Nova Aliança x Magoanine
Veteranos x Sporting
Célula “D” x Matsuva
Thandp x Magoanine
|desporto|
José Matlhombe
Laulane x Nova Luz
Resultados da 13ª jornada
- seniores
Kurula x Tsetsinhesa (1-1)
Tim tim x Peladinha (não se
realizou)
Inter x Amigos (0-6)
Célula “B” x Galos (0-4)
Jogos da 14ª jornada
Galos x Kurula
Peladinha x Amigos
Tha Valer x Tim tim
Tsetsinhesa x Inter
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023
golana que busca a sua sétima
presença na fase de grupos da
Liga dos Campeões Africanos.
“O Petro é uma equipa que
está habitualmente na Liga dos
Campeões esta é a primeira vez
para esta geração de jogadores
que está na União do Songo.
Sobre o facto de termos mais
jogos nas pernas, 19 contra o
primeiro do nosso adversário,
Desporto recreativo
Campeonato da cidade de
Maputo na recta final
O
campeonato
de futebol
de veteranos
da cidade e
província de
Maputo está na sua recta final,
depois de terminar a fase de
grupos, entrando na disputa das
meias-finais. Esta etapa não só
é do campeonato, mas também
da Taça Maputo. Entretanto, os
jogos terminaram no passado
domingo e as meias-finais da
Taça Maputo terão lugar a partir
do dia 01 de Outubro próximo.
Resultados da 22ª jorna-
da - série “A”
dizer que o Petro de Luanda,
dizer que a equipa angolana é
bastante experiente, sabem jo-
gar para o resultado, criaram
algumas oportunidade e sou-
beram marcar aproveitando os
dois nossos dois erros, a nos-
sa equipa esteve bem por isso
acredito na possibilidade de
ganhar em Angola, visto que
a equipa não mostrou nada
de especial que nos possa in-
timidar”, referiu o treinador.
Por seu turno o capitão da
União Desportiva do Songo,
Sidique Sataca, considerou que
“o jogo foi dividido em dois
momentos, em que na primei-
ra parte entramos a controlar
o adversário experiente neste
tipo de competições por isso
não deveríamos entrar de uma
forma precipitada, visto que
eles têm jogadores com uma
qualidade acrescida e alguns
momento conseguimos criar
algumas situações de golo que
não conseguimos concretizar.
Na segunda parte o jogo foi
mais dividido, a nossa equipa
entrou a pressionar o Petro e
sofremos o golo numa situa-
ção de bola parada sofremos
o primeiro golo. No cômputo
geral foram detalhes que fize-
ram a diferença, não tem nada
a ver com o ritmo competitivo,
acho que está tudo em aberto
e podemos chegar a Angola e
marcar um golo que pode fazer
a diferença. Temos que cor-
rigir os erros que cometemos
neste jogo”. (LANCEMZ)
José Matlhombe
Ntlhavane x Amigos de
Khongolote (3-0)
Campoane x Madgumb’s
(1-0)
Luís Cabral x Mafalala
(0-1)
Bunhiça x Matendene (3-0)
Munna’s x Veteranos Uni-
dos (5-1)
Resultados da série “B”
Choupal x Jardim (0-0)
Leões Bravos x Tsalala
(0-2)
Aeroporto x Inhagoia (1-0)
Khongolote x UDM (0-1)
Malhampsene x FC KM
15 (0-3)
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023 |cultura| zambeze | 21

NDLOZY – Arão Nhancale

O que não compensa em quantidade

compensa em qualidade
dançam, que fazem prognósti-
Arsénio Chelengo cos na presença de todos, não
só vislumbra um sincretismo
Num texto breve de 144 páginas, Nhancale propõe uma via- entre as forcas vitais, mas tam-
gem estimulante e ao mesmo tempo tensa ao expor a nu o drama bém, apela à responsabilidade
duma sociedade em decadência moral e espiritual que precisa que os antepassados têm com o
de se levantar do sono profundo e curar-se da “amnesia indu- futuro, protegendo os viventes.
ros não estão engaiolados pela
vergonha instituída pela alie-
nação ideológica. São livres e
deles, é possível dialogar com
os espíritos dos antepassados
que, excitados pelo som dos
batuques e danças, permeiam
experiência individual (Ubun-
tu). É neste sistema de valores
que nasce e cresce Ndlozy,
personagem que dá título ao ro-
mance e dá explosão de energia
espiritual que ilumina a textura
desta narrativa. Ndlozy é uma

P
zida” pela escuridão duma modernidade detratora de valores. Ora vejamos, aqui, os curandei- o mundo dos vivos e ajudam a escolha peculiar porquanto
or tanto, num
realismo mági-
co que narra de
forma metoní-
mica a angústia
de fazer parte de uma geração
que assiste impávida a prevari-
cação dos valores da fundação
das sociedades tradicionais.
Para Nhancale, a ruptura do
vínculo trinitário (alma, co-
ração e espírito) exacerbou a
vulnerabilidade e a precarie-
dade das relações humanas.
Esta obra de género roma-
nesco estabelece duas linhas
de leituras. No deslizamento
paradigmático a estória ocor-
re em dois espaços cósmicos
(o campo e a cidade) e no pa-
ralelo sintagmático três mo-
mentos históricos (1. tempo da
criação da aldeia e seu cresci-
mento- 2. independências das
aldeias da aldeia mãe e o 3.
Reencontro-restabelecimento).
Dois universos cósmicosfa-
zem corpo da poética premente
na obra Ndlozy de Nhancale.
O espaço rural que se assume
como lugar de maternidade,
criadora de todos os espaços dar orientação aos problemas os nomes na cultura africana
a si adjacentes, de fecunda- do quotidiano. Esta retorica re- exprimem vontade das forcas
ção de valores tradicionais e cupera a espiritualidade como a vitais (mortos e viventes) e
de configuração do imaginário linha ténue que atravessa todas missão (para o nomeado que
identitário colectivo. O rural é as instituições sociais da cultu- deve fazer justiça ao nome).
aqui descrito com um lugar da ra africana, insinuando a desco- Portanto, não são atribuídos de
simplicidade (palhotas, tron- lonização do flagelo às práticas qualquer maneira. Enquanto
cos como assentos, em baixo das comunidades tradicionais. estrela cadente nas línguas do
de arvores como sala de even- O rural é um espaço de Sul, Ndlozy tinha uma missão
tos), ordenado e disciplinado prevalência da família alarga- protectora e de trazer prosperi-
(hierarquia entre os viventes e da composto mortos, vivos e dade e harmonia ao seu povo.
os mortos). Um espaço em que os por nascer constituindo o Das vivencias e estórias
animais, vegetação, pássaros, anel de ordenamento ontoló- contadas pelos mais velhos
mortos e viventes coexistem gico das sociedades tradicio- (um processo tipicamente afri-
num sistema harmónico. Des- nais moçambicanas que não cano de transferência da arte
te vimo-lo com um lugar de pode ser quebrado, sob pena da vida e criação da memória
negação do antropocentrismo de gerar uma crise existencial colectiva), Ndjozy aprendeu a
por definir o Homem como dos grupos e dos indivíduos distinguir o bem do mal. Ele
parte da natureza. Aqui, viver é (que Nhancale chamaria de entendeu que o bem de Tikwe-
uma euforia colectiva marcada desvínculo trinitário e a con- ni sua aldeia natal era o bem
celebração dos eventos sociais sequente produção de uma dele, de tal sorte queo sentido
(casamentos, regressos, nasci- bomba atómica sem antidoto e o propósito da sua vida re-
mentos, etc.) participada por que acabará com o mundo). sidiam no acto se servir como
todos os aldeões. Nestas festas, Mais ainda, o rural mobili- sine qua non para a manuten-
todos participam. Areferên- za-se como um lugar sensível ção da harmonia e do sossego
cia sistemática à presença dos e empático, da alteridade (Le- do seu povo.Aprendeu a pen-
mungomas em todos eventos, vinas), em que a experiência sar através dos outros. Neste
e evocação dos espíritos que colectiva prevalece além da espaçonão ouviu falar damor-

22 | zambeze
te, mas da vida e de bem-estar.
Trata-se de orientação cultural
ubuntu muito bem tratado na
arte e filosofia bantu que cons-
trói uma ética da coletividade,
baseada na promoção da convi-
vência harmoniosa com o outro
como membro um todo social.
O segundo universo cósmi-
co é oespaço urbano que é aqui
descrito como uma aldeia nova
dinâmica e de convergência,
mas que perdera referências
da aldeia-mãe “Tikweni”. Este
novo aspaço tem uma identidade
própria, resultado de umacon-
taminação cultural e racial cujo
quotidiano gravita em torno de
uma lógica utilitarista e indivi-
dualista.Neste espaço, urbano é
caracterizado por relações hu-
manas são maquiavélicas e de
afirmação do eu. Aldeia baixa
de tikweni é o repositório da
imundice humana, moralmen-
te degradado no qual fervilham
todos os males sociais, desde
negócios sujos, prostituição, cri-
me e corrupção. É um espaço
de “sorte” e de perdição.É neste
lugar que, irmão de Ndjozy, um
rapaz educado aos ditames de Ti-
kweni, é capturado pela boémia
urbana que o corrompe ao ponto
de aceitar vender a sua terra e o
seu povo, tornando a personifi-
cação do mal dentro da narrati-
va em troca de poder e dinheiro.
Ndlozy parte para a acade-
mia na urbe.Na academia, ele
é ensinado práticas diabólicas
como ndayane, a arte de infligir
à morte sem gritos, sem luta vi-
sível, ou seja, matar abraçando a
vítima. Na academia, é o mestre
que o ensina que o bem-estar é
individual e que, a vida é exclu-
siva aos seres humanos presentes
(proposta de um desvinculo com
o passado invisível). Ele aprende
que o conhecimento está ligado
ao dia, à luz e deve ser experi-
mentado. Como diria Bachelard,
TELEGRAM: https://t.me/+quO2cENoBks0MDJk
ou https://t.me/+SNTsehUzsuE4MjA0
o homem acordado e atento – o
homem da ciência e do senso co-
mum. Este novo sistema de orde-
namento axiológico semeia uma
espécie de uma dissonância cog-
nitiva ao jovem Ndjozy, que se
encontra numa encruzilhada en-
tre assumir a vida como aprendeu
em Tikweni ou viver com base
nas instruções institucionaliza-
das na academia pelo seu mestre.
Neste cenário, a academia assu-
me um papel de resignificação
do mundo e reificação de cultu-
ras dominantes. As instruções do
mestre apelam à uma configura-
ção de um imperialismo cultural
ocidental (individualismo, uti-
litarismo, existencialismo), que
precisa ser desconstruído para
se alcançar a uma descoloniza-
çãodo mitoda académica como
espaço neutro e objectivo e da
ciência. É preciso descolonizar
a academia da ciência viciada.
Apesar de ter aprendido na
academia, por exemplo, a se
prevenir de si mesmo. Da sua
própria vontade, o jovem Ndlo-
zy termina a formação com es-
píritodesassossegado e, regressa
à terra natal e se apercebe das
mudanças e da falta de paz do
seu povo resultado da contami-
nação do vício da urbe. O vicio
está em lado, e o pior, ninguém
fala nada, apenas murmura-se,
não há diálogo. Não harmonia.
Ndlozy decide combater, para
reocupar o vínculo trinitário.
Ele reconhece que há feridos na
alma, no coração e no espíri-
to que precisam se perdoar e se
unir. Ele sabia que não seria uma
tarefa fácil, porque teria que lutar
para curar o seu próprio irmão
que sofre de cegueira, incapaz de
ver mesmo olhando, como diria
Saramago, no seu ensaio sobre
a cegueira), mas, como estre-
la cadente, ele tinha a missão e
responsabilidade de restabelecer
ordem ontológica que não colo-
| cultura|
que a urbe e rural em oposição,
mas como extensão dos mes-
mos espaços e mesmas gentes.
Deste modo, a narrativa en-
tra num terceiro momento que
chama á salvação, libertação e
reconciliação.Como se estivesse
a dizer: antes, estávamos na nos-
sa harmonia, depois houve con-
tactos, os contactos trouxeram
consigo vissitudes, agora pre-
cisamos de de nos purificar. De
facto, Ndlozy na cessa de buscar
harmonia e reconciliação, mes-
mo que no seu batalhão tenha
que trabalhar com cadastrados.
Trata-se da fase da euforia da
esperança que antevê um futuro
harmónico. Pois o autor, não ba-
ralha e abandona, ele anuncia o
fim da dor. Mas, o fim da opres-
são só acontece com a libertação
do opressor (o irmão de Ndlozy
alienado). E, ironicamente, é a
sua própria tradição e seu povo
o liberta e o desata das amar-
ras do moderno para o recon-
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023
ciliar com o seu passado e suas
raízes tornando-o um homem
cujo o destino é a comunidade.
Estéticade narração
Nhancale convoca um nar-
rador heterodiegético, ou seja,
não participante, que confron-
ta a subjectividade inerente
a liberdade que personagens
povoam a narrativa poderiam
expressar. Esta estética de
enunciação garante ao próprio
narrador um estatuto de omnis-
ciência, ele sabe tudo… sabe
distinguir o bem do mal, sabe
quem está errado e quem está
certo. É um narrador objecti-
vo e com autoridade, porque
está distante das fragilidades
do agir subjectivo. Nele po-
demos acreditar porque é um
observador atento. De facto, a
retórica textual faz a minimi-
zação da fala de personagens
dentro da narrativa para dar
poder ao narrador, adulto, ma-
duro e experiente que nos conta
a história e ajuda-nos a fazer
juízo de valor. Uma forma tí-
pica do ritual de contar estórias
nas sociedades tradicionais.
Em suma, num realismo
mágico como mecanismo de
escapar do realismo integral
fulminante, este romance faz a
mimese da realidade moçambi-
cana questionando o quotidiano
cujo campo da sua actualização
caberá a cada leitor. Enquanto,
podermos admitir que, a leitura
é, sem dúvidas, uma experiên-
cia erótica, difícil será partilhar
convosco o prazer que senti ao
percorrê-lo. De facto, a leitura
é uma experiência egocêntri-
ca. A minha experiência leva-
-me a concluir que a grandeza
desta obra reside na sua tama-
nha capacidade de suscitar um
desassossego interpretativo,
negando qualquer possibili-
dade de denotação simbólica,
factor peculiar para uma obra
atemporal. Não me parece um
trabalho que inaugura a carreira
artística do autor devido ao seu
nível de evocação icónica da
uma realidade que embora em
degradação, pode ser reconci-
liar, bastando, abertura, diálo-
go, sentido de servir, partilhar
que são valor alojados na nos-
sa cultural tradicional. Desta
leitura entende a necessidade
de desconstruir as instituições
sociais, e actualizar o concei-
to do tradicional sobejamente
maltratado pela colonização
como expressão do que pas-
sado, inútil para os tempos de
hoje, todo justo a ser esque-
cido e descartado, mas como
base do sistema de valores que
orienta o saber ser e estar den-
tro de uma sociedade em todos
os tempos. Aliás, o tradicional
não significa passado, signifi-
ca sistema de fundação sobre
o qual assenta a existência de
um povo. Desvincular-se do
tradicional é quebrar o vínculo
trinitário (Nhancale) ou gerar
a crise existencial do Muntu
- como diria Fabien Eboussi
Boulaga, que encontra, na sua
terra, gente a sentido da vida.
Assim, a escrita de Nhanca-
le o serve com um processo de
memória individual porquan-
to o significado semântico da
palavra empregue for proprie-
dade inalienável da linguagem
quanto do pensamento do au-
tor. É um processo de memória
colectiva porque ajuda-nos a
recordar activamente do nosso
quotidiano, e resistir ao impé-
rio das ilusões. Viver é um acto
de perpétuo de resistir (Gil-
les Deleuze). Vamos resistir.
O texto não se esgota.
Porque o significado sim-
bólico do signo é inesgotá-
vel. Por isso, recomendo-vos
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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023 | comercial| zambeze | 23
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z E
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ambez
Comercial Comercial

Renovação de Renovação de
assinaturas assinaturas
para 2023 O n d e a n a ç ã o s e r e e nc o n t r a para 2023
Av. Emília Daússe nº1100 l Cell: 82 30 73 450 l zambeze.comercial@gmail.com l Maputo

Engenheiro David Chale presidente:

“Digressão serviu para lançar semente da AFAMO

pel na formação e montagem
Ângelo Munguambe da sua estrutura funcional,
“para que no fim consigamos
O Presidente da Associação Fórum dos Académicosde ir ao terreno. A sensação é de
Moçambique, (AFAMO), Engenheiro David Chale, termi-
nou há dias uma digressão pelo país, cujo propósito era o de
que as condições estão cria-
das para nos implantarmos”.
apresentar às estruturas provinciais os delegados provinciais Por outro lado, diz que os
desta agremiação académica. No périplo, o engenheiro Chale associados (académicos), por
foi recebido de entre dirigentes políiticos, sendo de destacar
a Presidente da AR, Governadores provinciais, Secretários
sua vez, sentem que já precisa-
vam desta plataforma para ser-
de Estado, Reitores de Universidades públicas e privadas, e mos úteis à sociedade. “Todos
a actividade nobre aconteceu em Manica, quando a AFAMO se identificam com esta nobre
organizou uma jornada de doação de sangue ao hospital responsabilidade, e para a sua
provincial. Fazendo um balanço deste trabalho, o presidente adesão à causa da AFAMO, os
da AFAMO é categórico: “os dirigentes e todos os demais académicos serão gradualmen-
envolvidos receberam a AFAMO com agrado, o que nos faz te enquadrados nos núcleos das
perspectivar uma simbiose salutar na ligação entre o Gover- suas instituições através do pon-
do. Afinal, somos académicos
e a iniciativa e investigação
moram dentro de nós. Estamos
a projectar criar um banco de
dados até aos distritos por for-
ma a sabermos os quadros que
temos em diferente áreas, para
que estes possam ser integrados
nestes projectos que nos forem
surgindo. O amanhã passa por
criar um plano estratégico para
facilitar a operacionalização
das delegações, daí que o ape-
lo vai para as instituições de
ensino superior direccionarem
os seus quadros para colabo-
ração com a AFAMO, para
que se inicie um novo capítu-
lo na relação entre Governo e
Académicos, e Moçambique
tenha frutos provindos deste
casamento que vai catapultar o
seu desejado desenvolvimento.
O académico empresta
potencialidades e um
contributo transversal
O Engenheiro David Cha-
le preside a Associação Fórum
dos Académicos de Moçambi-
que (AFAMO), criada em 2021.
Sobre a génese desta organiza-
ção, o Engenheiro elucida: “a
AFAMO surgiu por notarmos
que o nosso país tem muita
gente formada, e esta gente não
está a participar nos programas
de governação, não tem espa-
ço, e para inverter este quadro
é preciso capitalizar os conhe-
cimentos adquiridos e dar su-
porte académico ao governo”.
Sublinha que o acolhimento
o Estado. O académico precisa
de dar soluções sob o seu pon-
to de vista, emprestando po-
tencialidades e um contributo
transversal, trazendo pesqui-
sas e resultados se o governo
tiver alguma preocupação”.
Sugere que a AFAMO aglu-
tine vários pensadores, e tenha
um foco comum para dar res-
posta às preocupaões dos go-
vernos. Realça que a AFAMO
encontra um espaço para que
os seus associados trabalhem
em conjunto,”e fazendo isso
vamos agrupá-los nas suas áre-
as de formação, e havendo uma
situação que precisa ser estuda-
da, vamos pegar nestes núcle-
os e incentivá-los a contribuir
com investigação. Devo repisar
que o que nos une é a ciência
sem limites e este é o espírito
da AFAMO. Não nos interes-
sa seja quem for, desde que
seja académico. Não há país
que desenvolve sem a mão do
académico. O que nós quere-
mos é dar suporte sem receios”.
Composição
da AFAMO
Presidente
Eng°David Chale
Delegados
Cabo Delgado: Prof. Dr.
Chande Buanture
Niassa: Prof.Dra. Rosali-
na Tamele
Nampula: Prof. Dr. Mus-

O
no e os académicos.
Engenheiro
David Chale
realça que
a digressão
pelo país
se enquadra no que considera
como sendo a necessidade de
se fazer conhecer junto às en-
tidades governamentais “para
lhes dizermos que existimos,
que queremos dar a nossa con-
tribuição e sobretudo dizer-
-lhes que queremos ser usados
por eles na vertente da comu-
nhão académico-cientifica,
como alicerce para sustentar
o desenvolvimnto do país”.
Sintetiza que a sensibilida-
de foi de agrado,”receberam
a AFAMO com entusiasmo e
esperam que possamos corres-
ponder à preocupação do gover-
no na ligação aos académicos,
e querem viabiliar este aprovei-
tamento integral, porque não
tinham suporte académico an-
tes da AFAMO, e agora ja tem,
para agir com mais segurança”.
Sustenta que após esta via-
gem que serviu para apresentar
os delegados, a AFAMO vai
continuar a exercer o seu pa-
to focal de cada instituição, tan- da AFAMO “tem sido notório
to pública, quer seja privada”. sena Amade
e o entendimento do governo Zambézia: Prof. Dr.
Realiza que para sobrevi- é de que com o Fórum teremos
ver, a AFAMO vai contar com Pedro Napido
muitas soluções de cariz aca- Tete: Prof.Dr. Eliseu
as contribuições dos seus mem- démico que poderão beneficiar
bros em quotas e jóias apesar Njaico
de não ser suficiente, “mas Manica: Mestre. Alberto
logo a seguir iremos partici- Silva
par na elaboração de projectos Sofala:Pro.Dra. Eurides
por forma a fazermos dinheiro. Tandangua
Uma das apostas da AFAMO, Inhambane:Prof.Dra.
é tomar parte no desenho de Isabel Vilanculos
projectos encomendados por Gaza:Mestre. Samuel
fiéis depositários. A outra for- Chacate
ma é a AFAMO participar de Maputo Cidade:Prof. Dr.
concursos para um plano de Venceslau Muiuane
desenvolvimento territorial e Maputo Povíncia:Prof.
outras ideias que forem surgin- Dra. Otília Tamele Tomo