PROFESSORA: WERNA KARENINA MARQUES DE SOUSA CONCEITO
u Arbitragem é meio privado de solução de conflitos
relativos a direitos patrimoniais disponíveis, mediante o qual as partes selecionam um ou mais especialistas na matéria controversa, para decidir as pendências existentes. u Na arbitragem, o litígio é resolvido sem a intervenção do Poder Judiciário, salvo se for necessária a adoção de medidas cautelares ou de urgência. A sentença arbitral, ademais, constitui título executivo judicial, tal qual a sentença proferida pelo juízo estatal, e pode ser executada judicialmente, em caso de resistência da parte vencida em cumpri- la espontaneamente. VANTAGENS DA ARBITRAGEM
u ESPECIALIZAÇÃO
u RAPIDEZ
u IRRECORRIBILIDADE
u INFORMALIDADE
u MAIOR AUTONOMIA DAS PARTES
u CONFIDENCIALIDADE
u PRESERVAÇÃO DO RELACIONAMENTO DAS PARTES
CABIMENTO
u Segundo a Lei de Arbitragem, só podem
ser submetido à arbitragem litígios relativos a “direitos patrimoniais disponíveis”. u Direitos patrimoniais são direitos que podem ser avaliados monetariamente. u Direitos disponíveis, por sua vez, são aqueles dos quais as partes podem livremente dispor, e que podem ser objeto de transação, renúncia ou cessão LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
u A arbitragem é tradicionalmente regida pelo Código
Civil (CC-02, arts. 851-853), e pela Lei da Arbitragem, Lei 9307/96. u NÃO CONFUNDIR!!As partes podem escolher livremente, desde que de comum acordo, a lei nacional aplicável à arbitragem. É comum, em arbitragens versando sobre questões de comércio internacional, a escolha de legislação estrangeira. As partes podem estabelecer, igualmente, que o procedimento arbitral deverá ser regido com base em princípios gerais de direito, em usos e costumes, em regras internacionais de comércio, ou mesmo em equidade. ESPÉCIES DE ARBITRAGEM u ARBITRAGEM INSTITUCIONAL u Na arbitragem institucional, também conhecida como arbitragem administrada, uma instituição especializada, escolhida na cláusula arbitral, ou posteriormente por comum acordo entre as partes, administra o procedimento arbitral u ARBITRAGEM AVULSA OU AD HOC u As partes não são obrigadas a contratar uma entidade especializada para administrar a arbitragem. Os procedimentos arbitrais conduzidos sem a supervisão de entidade são denominados arbitragens avulsas, ou ad hoc. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
u O documento pelo qual as partes
aceitam, de comum acordo, submeter suas divergências à arbitragem denomina- se “convenção de arbitragem”. u Há dois tipos de convenção de arbitragem: (i) cláusula arbitral, também chamada de cláusula compromissória, e u (ii) compromisso arbitral. CLÁUSULA ARBITRAL
u A cláusula arbitral é a convenção através da qual as
partes de um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam surgir entre elas. A cláusula arbitral deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento em separado que a ele se refira. u A cláusula arbitral poderá prever que a arbitragem deverá ser conduzida de acordo com as regras procedimentais de alguma entidade especializada. A cláusula arbitral poderá também estabelecer regras específicas para a condução da arbitragem. TIPOS DE CLÁUSULA ARBITRAL u Há dois tipos de cláusula arbitral, u Na CLÁUSULA ARBITRAL VAZIA, fica estabelecido apenas o uso da arbitragem para resolver conflitos, sem maiores especificações. u Já a CLÁUSULA ARBITRAL CHEIA contém as principais regras necessárias à instalação do procedimento arbitral, tal como a indicação dos árbitros ou, se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros, e o local onde será realizada a arbitragem. MODELO DE CLÁUSULA ARBITRAL
u “Cláusula Especial” – As partes, de comum acordo, nos
termos dos art. 4o. caput, § 1o e art. 5o. da Lei nº. 9.307/96, por convenção de arbitragem, elegem a (nome da Instituição Arbitral inscrita no CNPJ sob o nº, com sede na ____ , na cidade de ____), para que todas as controvérsias que derivem do presente contrato (locação, compra e venda, etc...especificar o contrato) sejam resolvidas definitivamente de acordo com as regras do Regulamento interno da(nome da Instituição Arbitral); por um ou mais árbitros nomeados de conformidade com este Regulamento; renunciando desde já a qualquer outro foro por mais privilegiado que seja”. COMPROMISSO ARBITRAL
u O compromisso arbitral é a convenção através da qual as
partes submetem um litígio existente à arbitragem. u A principal diferença entre a cláusula arbitral e o compromisso é que na primeira as partes convencionam que uma futura controvérsia, ainda não surgida, será decidida por arbitragem, enquanto que na segunda as partes, diante de um conflito já em curso, resolvem dirimí-lo através de procedimento arbitral. CONDIÇÕES FORMAIS OBRIGATÓRIAS DO COMPROMISSO ARBITRAL
u O NOME, PROFISSÃO, ESTADO CIVIL E DOMICÍLIO DAS
PARTES; u O NOME, PROFISSÃO E DOMICÍLIO DO ÁRBITRO, OU DOS ÁRBITROS, OU, SE FOR O CASO, A IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE À QUAL AS PARTES DELEGARAM A INDICAÇÃO DE ÁRBITROS; u A MATÉRIA QUE SERÁ OBJETO DA ARBITRAGEM; E u O LUGAR EM QUE SERÁ PROFERIDA A SENTENÇA ARBITRAL. CONDIÇÕES FORMAIS FACULTATIVAS DO COMPROMISSO ARBITRAL u LOCAL, OU LOCAIS, ONDE SE DESENVOLVERÁ A ARBITRAGEM; u A AUTORIZAÇÃO PARA QUE O ÁRBITRO OU OS ÁRBITROS JULGUEM POR EQÜIDADE, SE ASSIM FOR CONVENCIONADO PELAS PARTES; u O PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DA SENTENÇA ARBITRAL; u A INDICAÇÃO DA LEI NACIONAL OU DAS REGRAS CORPORATIVAS APLICÁVEIS À ARBITRAGEM, QUANDO ASSIM CONVENCIONAREM AS PARTES; u A DECLARAÇÃO DA RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS E DAS DESPESAS COM A ARBITRAGEM; E u A FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS DO ÁRBITRO, OU DOS ÁRBITROS. MODELO DE COMPROMISSO ARBITRAL M O DELO DE CO M PRO M I SSO ARBI TRAL (E ste docum ento deverá ser preenchido pelas partes adequando-o ao conflito que estiver sendo resolvido pela arbitragem )
P e lo p re se n te in s tru m e n to p a rticu la r d e C o m p ro m is s o A rb itra l, d e u m la d o (n o m e e
q u alificação co m p leta) e d e o u tro (n o m e e q u a lific a ç ã o c o m p le ta ) (item obrigatório conforme art. 10, I, Lei 9.307/96) a o fin a l in fra -a ssin a d a s, c o n v e n c io n a m q u e s u b m e te rã o a o ju íz o a rb itra l, n o s te rm o s d a L e i 9 .3 0 7 /9 6 , a s o lu çã o d e fin itiva d e conflito decorrente do C ontrato (cópia anexa) existente entre am bos, d e a co rd o c o m a s s e g u in te s c o n d iç õ e s:
1. N o m e ia m o TA E S P – A rb itra g e m & M e d ia ç ã o , lo c a liz a d o n a R u a S a n ta
Isabel, 160 – conj.11 - S ão P aulo – S P, fone/fax:11-3337-0200 e na R ua C o n ce iç ã o , 2 3 3 – 2 3 º. A n d a r – s a la 2 3 0 5 – C a m p in a s /S P, fo n e : 1 9 -3 2 3 2 - 0037, com o entidade responsável pela adm inistração do procedim ento arbitral e p ro vid ê n cia s n e ce ssá ria s p a ra a in d ic a ç ã o (d e árb itro ú n ico o u d e 3 (três) árb itro s – a esco lh a d eve estar m an ifestad a n este co m p ro m isso arb itral) b e m c o m o a ce ita m , n a in te g ra , o s s e u s R e g u la m e n to s In te rn o s q u e nortearão a condução do procedim ento arbitral. (item obrigatório conforme art. 10,II – lei 9.307/96) 2. O o b je to d a a rb itra g e m é a s o lu ç ã o d e fin itiv a d o c o n flito s u rg id o e n tre a s partes decorrente do contrato de , firm ado em / / , nos seguintes term os: a . D e s c re v e r a c o n tro v é rs ia (item obrigatório conforme art. 10, III – lei 9.307/96) 3. A Sentença Arbitral será proferida na cidade de (escolher entre São Paulo ou Campinas), na sede do TA E S P – A rb itra g e m & M e d ia ç ã o . (item obrigatório conforme art. 10, IV – lei 9.307/96) 4. O s lo c a is o n d e s e rá d e se n vo lvid a a a rb itra g e m fic a rã o a c rité rio d o (s) árbitro(s) (item facultativo conforme art. 11, I – lei 9.307/96). 5. O (s) árbitro(s) julgará(ão) de acordo com a legislação brasileira (item facultativo conforme art. 11, II e IV - lei 9.307/96 – as partes poderão estabelecer que o julgamento seja por equidade ou por outra legislação que não a brasileira). 6. A s e n te n ç a a rb itra l d e v e rá s e r a p re s e n ta d a n o p ra z o d e 1 8 0 (c e n to e o ite n ta dias) (item facultativo conforme art. 11, III - lei 9.307/96 – caso as partes nada mencionem a sentença deverá ser apresentada em 180 dias). 7. A s p a rte s c o n v e n c io n a m q u e a s c u s ta s e o s h o n o rá rio s d a a rb itra g e m deverão ser custeados igualm ente, independente do resultado do seu julgam ento. (item facultativo conforme art. 11, V - lei 9.307/96 – as partes poderão acertar outras condições). 8. O s h o n o rá rio s d o (s) á rb itro (s) s e rã o fix a d o s p e lo TA E S P c o n fo rm e re s p e c tiv a Ta b e la d e C u s ta s e H o n o rá rio s .
Local e data,
A ssinatura das partes
A ssinatura e identificação das 2 (duas) testem unhas (item obrigatório conforme art. 9º, parágrafo 2º – lei 9.307/96) ÁRBITROS u A lei de Arbitragem (Lei 9307) que insitui toda a matéria relacionada à este instituto diz em seu Art. 13 que “Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.”; u Os profissionais de arbitragem normalmente são requisitados por possuírem notório saber em algum área do conhecimento que o distingue de outras opções no mercado para tratar de uma matéria específica; u Poderá ser nomeado um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, para evitar empate nas decisões. PROCEDIMENTO
u 1.INSTITUIÇÃO DO JUÍZO ARBITRAL
u 2.ACEITAÇÃO DO ÁRBITRO u3.POSSIBILIDADE DE CONCILIAÇÃO u 4.INSTRUÇÃO u 5. MEDIDAS CAUTELARES u 6. SENTENÇA SENTENÇA ARBITRAL u A sentença arbitral NÃO pode ser modificada pelo Poder Judiciário. u A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes. u De acordo com o art. 515, inciso VII, do Código de Processo Civil, a sentença arbitral é título executivo judicial, podendo a parte interessada pedir diretamente seu cumprimento no Poder Judiciários, nos termos dos arts. 523 e seguintes do CPC. NULIDADE DA SENTENÇA ARBITRAL u Não cabe recurso contra o mérito da decisão arbitral. A parte prejudicada, entretanto, poderá requerer, perante o Poder Judiciário, a declaração de nulidade da sentença arbitral, quando (ART. 32 DA LEI DE ARBITRAGEM): u 1. a cláusula arbitral ou o compromisso for nulo; u 2. a sentença arbitral for proferida por quem não podia ser árbitro; u 3. a sentença arbitral não contiver os resumo do caso, os fundamentos da decisão ou a data e local em que foi proferida; NULIDADE DA SENTENÇA ARBITRAL u 4.a sentença arbitral não decidir toda a controvérsia submetida à arbitragem; u 5.for comprovado que a sentença arbitral foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva; u 6.o procedimento arbitral não observar os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento; ou u 7.a sentença arbitral for proferida fora do prazo estipulado. u REQUERER A NULIDADE NO PRAZO DE ATÉ 90 DIAS APÓS O RECEBIMENTO DA NOTIFICAÇÃO A SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA
Considera-se sentença arbitral estrangeira a
decisão proferida fora do território nacional. Antes da Lei de Arbitragem, o nosso ordenamento jurídico exigia dupla homologação da sentença arbitral estrangeira, uma em seu país de origem e outra no Brasil. A SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA
A partir da nova lei, a sentença arbitral
estrangeira, para ser reconhecida ou executada no Brasil, está sujeita, unicamente, a homologação pelo órgão local (originalmente o Supremo Tribunal Federal e, depois da Emenda Constitucional no 45/2004, relativo à Reforma do Judiciário, pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ). A SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA O STJ só poderá denegar a homologação de sentença arbitral estrangeira se o réu comprovar que: • as partes na convenção de arbitragem eram incapazes; • a convenção de arbitragem não era válida segundo a lei à qual as partes a submeteram; • não foi notificado da designação do árbitro ou do procedimento de arbitragem, ou tenha sido violado o princípio do contraditório, impossibilitando a ampla defesa; • a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da convenção de arbitragem; A SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA • a instituição da arbitragem não está de acordo com o compromisso arbitral ou cláusula compromissória; • a sentença arbitral não se tenha, ainda, tornado obrigatória para as partes, tenha sido anulada, ou, ainda, tenha sido suspensa por órgão judicial do país onde foi prolatada; • segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido por arbitragem (i.e., não versar sobre direito patrimonial disponível); ou • a decisão ofende a ordem pública brasileira. u CONTATO PARA DÚVIDAS: werna.marques@gmail.com