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ARBITRAGEM

DISCIPLINA: PRÁTICA JURÍDICA IV


PROFESSORA: WERNA KARENINA MARQUES DE SOUSA
CONCEITO

u Arbitragem é meio privado de solução de conflitos


relativos a direitos patrimoniais disponíveis, mediante
o qual as partes selecionam um ou mais especialistas
na matéria controversa, para decidir as pendências
existentes.
u Na arbitragem, o litígio é resolvido sem a intervenção
do Poder Judiciário, salvo se for necessária a adoção
de medidas cautelares ou de urgência. A sentença
arbitral, ademais, constitui título executivo judicial, tal
qual a sentença proferida pelo juízo estatal, e pode
ser executada judicialmente, em caso de resistência
da parte vencida em cumpri- la espontaneamente.
VANTAGENS DA ARBITRAGEM

u ESPECIALIZAÇÃO

u RAPIDEZ

u IRRECORRIBILIDADE

u INFORMALIDADE

u MAIOR AUTONOMIA DAS PARTES

u CONFIDENCIALIDADE

u PRESERVAÇÃO DO RELACIONAMENTO DAS PARTES


CABIMENTO

u Segundo a Lei de Arbitragem, só podem


ser submetido à arbitragem litígios relativos
a “direitos patrimoniais disponíveis”.
u Direitos patrimoniais são direitos que podem
ser avaliados monetariamente.
u Direitos disponíveis, por sua vez, são aqueles
dos quais as partes podem livremente dispor, e
que podem ser objeto de transação, renúncia
ou cessão
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

u A arbitragem é tradicionalmente regida pelo Código


Civil (CC-02, arts. 851-853), e pela Lei da Arbitragem, Lei
9307/96.
u NÃO CONFUNDIR!!As partes podem escolher livremente,
desde que de comum acordo, a lei nacional aplicável à
arbitragem. É comum, em arbitragens versando sobre
questões de comércio internacional, a escolha de
legislação estrangeira. As partes podem estabelecer,
igualmente, que o procedimento arbitral deverá ser
regido com base em princípios gerais de direito, em
usos e costumes, em regras internacionais de comércio,
ou mesmo em equidade.
ESPÉCIES DE ARBITRAGEM
u ARBITRAGEM INSTITUCIONAL
u Na arbitragem institucional, também conhecida como
arbitragem administrada, uma instituição especializada,
escolhida na cláusula arbitral, ou posteriormente por comum
acordo entre as partes, administra o procedimento arbitral
u ARBITRAGEM AVULSA OU AD HOC
u As partes não são obrigadas a contratar uma entidade
especializada para administrar a arbitragem. Os
procedimentos arbitrais conduzidos sem a supervisão de
entidade são denominados arbitragens avulsas, ou ad
hoc.
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM

u O documento pelo qual as partes


aceitam, de comum acordo, submeter
suas divergências à arbitragem denomina-
se “convenção de arbitragem”.
u Há dois tipos de convenção de
arbitragem:
(i) cláusula arbitral, também chamada de
cláusula compromissória, e
u (ii) compromisso arbitral.
CLÁUSULA ARBITRAL

u A cláusula arbitral é a convenção através da qual as


partes de um contrato comprometem-se a submeter
à arbitragem os litígios que possam surgir entre elas. A
cláusula arbitral deve ser estipulada por escrito,
podendo estar inserta no próprio contrato ou em
documento em separado que a ele se refira.
u A cláusula arbitral poderá prever que a arbitragem
deverá ser conduzida de acordo com as regras
procedimentais de alguma entidade especializada. A
cláusula arbitral poderá também estabelecer regras
específicas para a condução da arbitragem.
TIPOS DE CLÁUSULA ARBITRAL
u Há dois tipos de cláusula arbitral,
u Na CLÁUSULA ARBITRAL VAZIA, fica estabelecido
apenas o uso da arbitragem para resolver conflitos,
sem maiores especificações.
u Já a CLÁUSULA ARBITRAL CHEIA contém as principais
regras necessárias à instalação do procedimento
arbitral, tal como a indicação dos árbitros ou, se for o
caso, a identificação da entidade à qual as partes
delegaram a indicação de árbitros, e o local onde
será realizada a arbitragem.
MODELO DE CLÁUSULA ARBITRAL

u “Cláusula Especial” – As partes, de comum acordo, nos


termos dos art. 4o. caput, § 1o e art. 5o. da Lei nº.
9.307/96, por convenção de arbitragem, elegem a (nome
da Instituição Arbitral inscrita no CNPJ sob o nº, com sede
na ____ , na cidade de ____), para que todas as
controvérsias que derivem do presente contrato
(locação, compra e venda, etc...especificar o contrato)
sejam resolvidas definitivamente de acordo com as regras
do Regulamento interno da(nome da Instituição Arbitral);
por um ou mais árbitros nomeados de conformidade com
este Regulamento; renunciando desde já a qualquer
outro foro por mais privilegiado que seja”.
COMPROMISSO ARBITRAL

u O compromisso arbitral é a convenção através da qual as


partes submetem um litígio existente à arbitragem.
u A principal diferença entre a cláusula arbitral e o
compromisso é que na primeira as partes
convencionam que uma futura controvérsia, ainda não
surgida, será decidida por arbitragem, enquanto que
na segunda as partes, diante de um conflito já em
curso, resolvem dirimí-lo através de procedimento
arbitral.
CONDIÇÕES FORMAIS OBRIGATÓRIAS
DO COMPROMISSO ARBITRAL

u O NOME, PROFISSÃO, ESTADO CIVIL E DOMICÍLIO DAS


PARTES;
u O NOME, PROFISSÃO E DOMICÍLIO DO ÁRBITRO, OU DOS
ÁRBITROS, OU, SE FOR O CASO, A IDENTIFICAÇÃO DA
ENTIDADE À QUAL AS PARTES DELEGARAM A INDICAÇÃO
DE ÁRBITROS;
u A MATÉRIA QUE SERÁ OBJETO DA ARBITRAGEM; E
u O LUGAR EM QUE SERÁ PROFERIDA A SENTENÇA ARBITRAL.
CONDIÇÕES FORMAIS FACULTATIVAS
DO COMPROMISSO ARBITRAL
u LOCAL, OU LOCAIS, ONDE SE DESENVOLVERÁ A ARBITRAGEM;
u A AUTORIZAÇÃO PARA QUE O ÁRBITRO OU OS ÁRBITROS JULGUEM
POR EQÜIDADE, SE ASSIM FOR CONVENCIONADO PELAS PARTES;
u O PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DA SENTENÇA ARBITRAL;
u A INDICAÇÃO DA LEI NACIONAL OU DAS REGRAS CORPORATIVAS
APLICÁVEIS À ARBITRAGEM, QUANDO ASSIM CONVENCIONAREM AS
PARTES;
u A DECLARAÇÃO DA RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DOS
HONORÁRIOS E DAS DESPESAS COM A ARBITRAGEM; E
u A FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS DO ÁRBITRO, OU DOS ÁRBITROS.
MODELO DE COMPROMISSO
ARBITRAL
M O DELO DE CO M PRO M I SSO ARBI TRAL
(E ste docum ento deverá ser preenchido pelas partes adequando-o ao conflito que
estiver sendo resolvido pela arbitragem )

P e lo p re se n te in s tru m e n to p a rticu la r d e C o m p ro m is s o A rb itra l, d e u m la d o (n o m e e


q u alificação co m p leta) e d e o u tro (n o m e e q u a lific a ç ã o c o m p le ta ) (item
obrigatório conforme art. 10, I, Lei 9.307/96) a o fin a l in fra -a ssin a d a s, c o n v e n c io n a m
q u e s u b m e te rã o a o ju íz o a rb itra l, n o s te rm o s d a L e i 9 .3 0 7 /9 6 , a s o lu çã o d e fin itiva d e
conflito decorrente do C ontrato (cópia anexa) existente entre am bos,
d e a co rd o c o m a s s e g u in te s c o n d iç õ e s:

1. N o m e ia m o TA E S P – A rb itra g e m & M e d ia ç ã o , lo c a liz a d o n a R u a S a n ta


Isabel, 160 – conj.11 - S ão P aulo – S P, fone/fax:11-3337-0200 e na R ua
C o n ce iç ã o , 2 3 3 – 2 3 º. A n d a r – s a la 2 3 0 5 – C a m p in a s /S P, fo n e : 1 9 -3 2 3 2 -
0037, com o entidade responsável pela adm inistração do procedim ento arbitral
e p ro vid ê n cia s n e ce ssá ria s p a ra a in d ic a ç ã o (d e árb itro ú n ico o u d e 3 (três)
árb itro s – a esco lh a d eve estar m an ifestad a n este co m p ro m isso arb itral)
b e m c o m o a ce ita m , n a in te g ra , o s s e u s R e g u la m e n to s In te rn o s q u e
nortearão a condução do procedim ento arbitral. (item obrigatório conforme art.
10,II – lei 9.307/96)
2. O o b je to d a a rb itra g e m é a s o lu ç ã o d e fin itiv a d o c o n flito s u rg id o e n tre a s
partes decorrente do contrato de , firm ado em / / , nos
seguintes term os:
a . D e s c re v e r a c o n tro v é rs ia (item obrigatório conforme art. 10, III – lei
9.307/96)
3. A Sentença Arbitral será proferida na cidade de (escolher entre São Paulo ou
Campinas), na sede do TA E S P – A rb itra g e m & M e d ia ç ã o . (item obrigatório
conforme art. 10, IV – lei 9.307/96)
4. O s lo c a is o n d e s e rá d e se n vo lvid a a a rb itra g e m fic a rã o a c rité rio d o (s)
árbitro(s) (item facultativo conforme art. 11, I – lei 9.307/96).
5. O (s) árbitro(s) julgará(ão) de acordo com a legislação brasileira (item
facultativo conforme art. 11, II e IV - lei 9.307/96 – as partes poderão estabelecer
que o julgamento seja por equidade ou por outra legislação que não a
brasileira).
6. A s e n te n ç a a rb itra l d e v e rá s e r a p re s e n ta d a n o p ra z o d e 1 8 0 (c e n to e o ite n ta
dias) (item facultativo conforme art. 11, III - lei 9.307/96 – caso as partes nada
mencionem a sentença deverá ser apresentada em 180 dias).
7. A s p a rte s c o n v e n c io n a m q u e a s c u s ta s e o s h o n o rá rio s d a a rb itra g e m
deverão ser custeados igualm ente, independente do resultado do seu
julgam ento. (item facultativo conforme art. 11, V - lei 9.307/96 – as partes
poderão acertar outras condições).
8. O s h o n o rá rio s d o (s) á rb itro (s) s e rã o fix a d o s p e lo TA E S P c o n fo rm e re s p e c tiv a
Ta b e la d e C u s ta s e H o n o rá rio s .

Local e data,

A ssinatura das partes


A ssinatura e identificação das 2 (duas) testem unhas (item obrigatório conforme art.
9º, parágrafo 2º – lei 9.307/96)
ÁRBITROS
u A lei de Arbitragem (Lei 9307) que insitui toda a matéria
relacionada à este instituto diz em seu Art. 13 que “Pode
ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a
confiança das partes.”;
u Os profissionais de arbitragem normalmente são
requisitados por possuírem notório saber em algum área
do conhecimento que o distingue de outras opções no
mercado para tratar de uma matéria específica;
u Poderá ser nomeado um ou mais árbitros, sempre em
número ímpar, para evitar empate nas decisões.
PROCEDIMENTO

u 1.INSTITUIÇÃO DO JUÍZO ARBITRAL


u 2.ACEITAÇÃO DO ÁRBITRO
u3.POSSIBILIDADE DE
CONCILIAÇÃO
u 4.INSTRUÇÃO
u 5. MEDIDAS CAUTELARES
u 6. SENTENÇA
SENTENÇA ARBITRAL
u A sentença arbitral NÃO pode ser
modificada pelo Poder Judiciário.
u A sentença arbitral será proferida no prazo
estipulado pelas partes.
u De acordo com o art. 515, inciso VII, do
Código de Processo Civil, a sentença arbitral
é título executivo judicial, podendo a parte
interessada pedir diretamente seu
cumprimento no Poder Judiciários, nos
termos dos arts. 523 e seguintes do CPC.
NULIDADE DA SENTENÇA ARBITRAL
u Não cabe recurso contra o mérito da decisão
arbitral. A parte prejudicada, entretanto, poderá
requerer, perante o Poder Judiciário, a declaração
de nulidade da sentença arbitral, quando (ART. 32
DA LEI DE ARBITRAGEM):
u 1. a cláusula arbitral ou o compromisso for nulo;
u 2. a sentença arbitral for proferida por quem
não podia ser árbitro;
u 3. a sentença arbitral não contiver os resumo
do caso, os fundamentos da decisão ou a
data e local em que foi proferida;
NULIDADE DA SENTENÇA ARBITRAL
u 4.a sentença arbitral não decidir toda a controvérsia
submetida à arbitragem;
u 5.for comprovado que a sentença arbitral foi proferida por
prevaricação, concussão ou corrupção passiva;
u 6.o procedimento arbitral não observar os princípios do
contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do
árbitro e de seu livre convencimento; ou
u 7.a sentença arbitral for proferida fora do prazo estipulado.
u REQUERER A NULIDADE NO PRAZO DE ATÉ 90 DIAS APÓS O
RECEBIMENTO DA NOTIFICAÇÃO
A SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA

Considera-se sentença arbitral estrangeira a


decisão proferida fora do território nacional. Antes
da Lei de Arbitragem, o nosso ordenamento
jurídico exigia dupla homologação da sentença
arbitral estrangeira, uma em seu país de origem e
outra no Brasil.
A SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA

A partir da nova lei, a sentença arbitral


estrangeira, para ser reconhecida ou executada
no Brasil, está sujeita, unicamente, a
homologação pelo órgão local (originalmente o
Supremo Tribunal Federal e, depois da Emenda
Constitucional no 45/2004, relativo à Reforma do
Judiciário, pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ).
A SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA
O STJ só poderá denegar a homologação de sentença
arbitral estrangeira se o réu comprovar que:
• as partes na convenção de arbitragem eram incapazes;
• a convenção de arbitragem não era válida segundo a lei
à qual as partes a submeteram;
• não foi notificado da designação do árbitro ou do
procedimento de arbitragem, ou tenha sido violado o
princípio do contraditório, impossibilitando a ampla
defesa;
• a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da
convenção de arbitragem;
A SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA
• a instituição da arbitragem não está de acordo com o
compromisso arbitral ou cláusula compromissória;
• a sentença arbitral não se tenha, ainda, tornado
obrigatória para as partes, tenha sido anulada, ou, ainda,
tenha sido suspensa por órgão judicial do país onde foi
prolatada;
• segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível
de ser resolvido por arbitragem (i.e., não versar sobre
direito patrimonial disponível); ou
• a decisão ofende a ordem pública brasileira.
u CONTATO PARA DÚVIDAS: werna.marques@gmail.com

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