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Código de Processo Civil/2015

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015


LEI No 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015

Código de Processo Civil. aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções § 1 o A lista de processos aptos a julgamento
c Publicada no DOU de 17-3-2015. processuais, competindo ao juiz zelar pelo efe‑ deverá estar permanentemente à disposição
c Art. 1.045 deste Código. tivo contraditório. para consulta pública em cartório e na rede
c Lei n o 13.300, de 23-6-2016 (Lei do Mandado de c Art. 5o, LV, da CF. mundial de computadores.
Injunção). c Arts. 9 o, 10, 77 a 81, 98, § 1 o, VIII, 115, 329, II, 372, c Art. 1.046, § 5o, deste Código.
A Presidenta da República 503, § 1o, II, e 962, § 2o, deste Código.§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 8 Ao aplicar o ordenamento jurídico, o I – as sentenças proferidas em audiência, ho‑
o

e eu sanciono a seguinte Lei: juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do mologatórias de acordo ou de improcedência
bem comum, resguardando e promovendo a liminar do pedido;
Parte Geral dignidade da pessoa humana e observando a
c Arts. 239, 332, 334 e 918, II, deste Código.
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalida‑
de, a publicidade e a eficiência. II – o julgamento de processos em bloco para
Livro I – Das Normas Processuais Civis
c Art. 37 da CF.
aplicação de tese jurídica firmada em julga‑
c Arts. 11, 194, 930 e 979 deste Código.
mento de casos repetitivos;
TÍTULO ÚNICO – DAS NORMAS
Art. 5 o do Dec.‑lei n o 4.657, de 4-9-1942 (Lei de c Arts. 69, § 2 , VI, e 928 deste Código.
o
FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO c
DAS NORMAS PROCESSUAIS Introdução às Normas do Direito Brasileiro). III – o julgamento de recursos repetitivos
Art. 9 o Não se proferirá decisão contra uma ou de incidente de resolução de demandas
CAPÍTULO I das partes sem que ela seja previamente repetitivas;
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS ouvida. c Arts. 980, 1.037, § 4 o, e 1.038, § 2 o, deste Código.
DO PROCESSO CIVIL c Art. 5o, LV, da CF.
IV – as decisões proferidas com base nos
Art. 1o O processo civil será ordenado, disci‑ c Arts. 10, 115, 503, § 1o, II, deste Código. arts. 485 e 932;
plinado e interpretado conforme os valores c Art. 4 da IN n 39, de 15-3-2016, que dispõe de V – o julgamento de embargos de declaração;
o o

e as normas fundamentais estabelecidos na forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015 c Art. 1.024 deste Código.
Constituição da República Federativa do Bra‑ aplicáveis ao Processo do Trabalho.
sil, observando‑se as disposições deste Código. Parágrafo único. O disposto no caput não VI – o julgamento de agravo interno;
c Art. 1.021 deste Código.
c Art. 5 o, XXXV a XXXVII, LIII a LVI, LXVII, LXXIV e se aplica:
LXXVIII, da CF. I – à tutela provisória de urgência; VII – as preferências legais e as metas estabele‑
Art. 2 o O processo começa por iniciativa da c Arts. 300 a 310 deste Código. cidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo c Arts. 936, 1.035, § 9 o, e 1.048 deste Código.
as exceções previstas em lei. II – às hipóteses de tutela da evidência previs‑
tas no art. 311, incisos II e III; VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdi‑
c Arts. 139 e 141 deste Código. cionais que tenham competência penal;
c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN n o 5.492, de-
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdi‑ IX – a causa que exija urgência no julgamento,
clarou a constitucionalidade da referência deste
cional ameaça ou lesão a direito. dispositivo ao inciso II do art. 311 do mesmo diplo- assim reconhecida por decisão fundamentada.
c Art. 5o, XXXV, da CF. ma legal (DOU de 4-5-2023). § 3o Após elaboração de lista própria, respei‑
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. III – à decisão prevista no art. 701. tar‑se‑á a ordem cronológica das conclusões
entre as preferências legais.
c Lei n 9.307, de 23-9-1996 (Lei da Arbitragem).
o
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum
§ 4 o Após a inclusão do processo na lista de
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, de jurisdição, com base em fundamento a res‑ que trata o § 1 o, o requerimento formulado
a solução consensual dos conflitos. peito do qual não se tenha dado às partes opor‑
tunidade de se manifestar, ainda que se trate pela parte não altera a ordem cronológica para
§ 3 o A conciliação, a mediação e outros mé‑
de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. a decisão, exceto quando implicar a reabertura
todos de solução consensual de conflitos de‑ da instrução ou a conversão do julgamento em
c Art. 5o, LV, da CF.
verão ser estimulados por juízes, advogados, diligência.
c Arts. 63, § 3 o, 64, § 1o, 78, § 2o, 81, 138, 142, 190,
defensores públicos e membros do Ministério
parágrafo único, 278, parágrafo único, 292, § 3 o, § 5 Decidido o requerimento previsto no § 4 ,
o o
Público, inclusive no curso do processo judicial.
337, § 5o, 485, § 3o, 487, parágrafo único, 493, pa- o processo retornará à mesma posição em que
c Arts. 139, V, 165 a 175, 334 e 359 deste Código. rágrafo único, 622, 803, parágrafo único, 921, § 5o, anteriormente se encontrava na lista.
c Lei no 13.140, de 26-6-2015 (Lei da Mediação). 927, § 1o, 933, e 938, § 1o, deste Código.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista
Art. 4 o As partes têm o direito de obter em c Art. 4o da IN no 39, de 15-3-2016, que dispõe de no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o pro‑
prazo razoável a solução integral do mérito, forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015
aplicáveis ao Processo do Trabalho. cesso que:
incluída a atividade satisfativa.
c Art. 5o, LXXVIII, da CF. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do – tiver sua sentença ou acórdão anulado,
I
salvo quando houver necessidade de realiza‑
c Arts. 6 o, 139, II, e 685, parágrafo único, deste Poder Judiciário serão públicos, e fundamen‑
Código. tadas todas as decisões, sob pena de nulidade. ção de diligência ou de complementação da
instrução;
Art. 5o Aquele que de qualquer forma partici‑ c Art. 93, IX, da CF.
c Arts. 228, 233, 276 a 283, e 1.013, § 3 o, IV, deste
pa do processo deve comportar‑se de acordo c Arts. 489, § 1o, e 1.013, § 3o, IV, deste Código. Código.
com a boa‑fé. Parágrafo único. Nos casos de segredo de
c Arts. 77 a 80 e 435, parágrafo único, deste Código. justiça, pode ser autorizada a presença somen‑
II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040,
inciso II.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem te das partes, de seus advogados, de defenso‑
cooperar entre si para que se obtenha, em res públicos ou do Ministério Público. CAPÍTULO II
tempo razoável, decisão de mérito justa e c Arts. 107, I, 152, V, 189, 195 e 368 deste Código. DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
efetiva. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PROCESSUAIS
c Arts. 4 o, 67 a 69, 139, II, 237, III, 357, § 3 o, 487, e preferencialmente, à ordem cronológica de Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas
685, parágrafo único, deste Código. conclusão para proferir sentença ou acórdão. normas processuais brasileiras, ressalvadas as
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tra‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 13.256, de disposições específicas previstas em tratados,
tamento em relação ao exercício de direitos e 4-2-2016. convenções ou acordos internacionais de que
faculdades processuais, aos meios de defesa, c Art. 153 deste Código. o Brasil seja parte.

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Arts. 14 a 27 Código de Processo Civil/2015
Art. 14. A norma processual não retroagirá e II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; a autoridade judiciária brasileira conheça da mes‑
será aplicável imediatamente aos processos em c Art. 12 do Dec.‑lei n o 4.657, de 4-9-1942 (Lei de ma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas
curso, respeitados os atos processuais pratica‑ Introdução às Normas do Direito Brasileiro). as disposições em contrário de tratados interna‑
dos e as situações jurídicas consolidadas sob a III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato cionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
vigência da norma revogada. praticado no Brasil. c Art. 337, § 1o, deste Código.
c Art. 1.046 deste Código. Parágrafo único. A pendência de causa pe‑
Parágrafo único. Para o fim do disposto no
Art. 15. Na ausência de normas que regulem inciso I, considera‑se domiciliada no Brasil a rante a jurisdição brasileira não impede a ho‑
processos eleitorais, trabalhistas ou adminis‑ pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agên‑ mologação de sentença judicial estrangeira
trativos, as disposições deste Código lhes serão cia, filial ou sucursal. quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
aplicadas supletiva e subsidiariamente. c Art. 75, X, § 3 o, deste Código. c Arts. 26, § 2o, 27, III, 40, e 960 a 965 deste Código.
c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN n o 5.492, c Art. 75, § 2o, do CC. Art. 25. Não compete à autoridade judiciária
declarou a constitucionalidade da expressão “ad- c Art. 12 da LINDB. brasileira o processamento e o julgamento da
ministrativos”, constante neste artigo (DOU de
4-5-2023). Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciá‑ ação quando houver cláusula de eleição de
ria brasileira processar e julgar as ações: foro exclusivo estrangeiro em contrato inter‑
I – de alimentos, quando: nacional, arguida pelo réu na contestação.
Livro II – Da Função Jurisdicional
c Arts. 53, II, 189, II, 215, II, 292, III, 528 a 533, 911 a c Arts. 63, 337, II, e 340 deste Código.
TÍTULO I – DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 913 e 1.012, § 1o, II, deste Código. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipó‑
c Arts. 1.694 a 1.710 do CC. teses de competência internacional exclusiva
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos c Lei n o 5.478, de 25-7-1968 (Lei da Ação de previstas neste Capítulo.
juízes e pelos tribunais em todo o território na‑ Alimentos). c Art. 964 deste Código.
cional, conforme as disposições deste Código. c Lei no 8.971, de 29-12-1994, regula o direito dos
c Art. 5o, XXXVII, da CF. companheiros a alimentos e à sucessão. § 2o Aplica‑se à hipótese do caput o art. 63,
c Art. 1.046 deste Código. c Lei n o 11.804, de 5-11-2008 (Lei dos Alimentos §§ 1o a 4o.
Gravídicos). CAPÍTULO II
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter
interesse e legitimidade. a) o credor tiver domicílio ou residência no DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Brasil;
c Arts. 109, 120, parágrafo único, 330, II e III, 337, Seção I
XI, 339, 485, VI, 525, § 1o, II, 535, II, 615, 616, 677, c Arts. 70 a 78 do CC.
§ 4o, 747, parágrafo único, 761 e 967 deste Código. DISPOSIÇÕES GERAIS
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como
Art. 4o, IX, da CF.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito posse ou propriedade de bens, recebimen‑ c

to de renda ou obtenção de benefícios c Arts. 37 a 41 deste Código.


alheio em nome próprio, salvo quando auto‑
rizado pelo ordenamento jurídico. econômicos; Art. 26. A cooperação jurídica internacional
c Art. 5o, XXI e LXX, e 8 o, III, da CF. II – decorrentes de relações de consumo, quan‑ será regida por tratado de que o Brasil faz par‑
c Arts. 81 e 82 do CDC. do o consumidor tiver domicílio ou residência te e observará:
c Lei n o 1.134, de 14-6-1950, que faculta represen- no Brasil; I – o respeito às garantias do devido processo
tação perante as autoridades administrativas e a c Arts. 70 a 78 do CC. legal no Estado requerente;
justiça ordinária dos associados de classes que c Art. 101, I, do CDC. II – a igualdade de tratamento entre nacionais
especifica. e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em
Art. 5o da Lei no 7.347, de 24-7-1985 (Lei da Ação III – em que as partes, expressa ou tacitamente,
c relação ao acesso à justiça e à tramitação dos
Civil Pública). se submeterem à jurisdição nacional.
processos, assegurando‑se assistência judiciá‑
Parágrafo único. Havendo substituição pro‑ Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasi‑ ria aos necessitados;
cessual, o substituído poderá intervir como leira, com exclusão de qualquer outra: c Arts. 5o, LXXIV, e 134 da CF.
assistente litisconsorcial. c Arts. 7o, 10, 14 e 18 da LINDB. c Lei n o 1.060, de 5-2-1950 (Lei de Assistência
c Art. 124 deste Código. I – conhecer de ações relativas a imóveis situa‑ Judiciária).
Art. 19. O interesse do autor pode limitar‑se dos no Brasil; III – a publicidade processual, exceto nas hipó‑
à declaração: c Art. 47 deste Código. teses de sigilo previstas na legislação brasileira
I – da existência, da inexistência ou do modo c Arts. 8 e 12, § 1 , do Dec.‑lei n 4.657, de 4-9-1942 ou na do Estado requerente;
o o o

(Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). c Art. 8o deste Código.


de ser de uma relação jurídica;
c Súmulas n os 181 e 242 do STJ.
II – em matéria de sucessão hereditária, proce‑ IV – a existência de autoridade central para recep‑
der à confirmação de testamento particular e
II – da autenticidade ou da falsidade de ao inventário e à partilha de bens situados no ção e transmissão dos pedidos de cooperação;
documento. V – a espontaneidade na transmissão de infor‑
Brasil, ainda que o autor da herança seja de mações a autoridades estrangeiras.
c Arts. 427 a 433, 436 e 478 deste Código. nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
c Súm. no 258 do STF. § 1 o Na ausência de tratado, a cooperação
fora do território nacional;
jurídica internacional poderá realizar‑se com
Art. 20. É admissível a ação meramente decla‑ c Art. 48 deste Código. base em reciprocidade, manifestada por via
ratória, ainda que tenha ocorrido a violação c Arts. 70 a 78 do CC. diplomática.
do direito. c Art. 10 do Dec.‑lei n 4.657, de 4-9-1942 (Lei de
o

c Súmulas n 181 e 242 do STJ.


os Introdução às Normas do Direito Brasileiro). § 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no
§ 1o para homologação de sentença estrangeira.
III – em divórcio, separação judicial ou disso‑
TÍTULO II – DOS LIMITES DA lução de união estável, proceder à partilha de c Arts. 960 a 965 deste Código.
JURISDIÇÃO NACIONAL E DA bens situados no Brasil, ainda que o titular seja § 3o Na cooperação jurídica internacional não
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL de nacionalidade estrangeira ou tenha domicí‑ será admitida a prática de atos que contrariem
lio fora do território nacional. ou que produzam resultados incompatíveis
CAPÍTULO I
c Arts. 53, I, 189, II, 693 a 699, 731 a 734 e 961, §§ 5 o com as normas fundamentais que regem o
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL e 6 , deste Código.
o Estado brasileiro.
c Art. 964 deste Código. c Arts. 70 a 78, 1.571 a 1.582 e 1.723 a 1.727 do CC. § 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasi‑ c Art. 7 do Dec.‑lei n 4.657, de 4-9-1942 (Lei de de autoridade central na ausência de designa‑
o o

Introdução às Normas do Direito Brasileiro). ção específica.


leira processar e julgar as ações em que:
c Lei no 6.515, de 26-12-1977 (Lei do Divórcio).
c Lei n o 8.971, de 29-12-1994, dispõe sobre direito Art. 27. A cooperação jurídica internacional
c Súmulas n os 181 e 242 do STJ.

I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalida‑ dos companheiros a alimentos e à sucessão. terá por objeto:
de, estiver domiciliado no Brasil; c Lei no 9.278, de 10-5-1996 (Lei da União Estável). I – citação, intimação e notificação judicial e
c Art. 46, § 3 o, deste Código. Art. 24. A ação proposta perante tribunal estran‑ extrajudicial;
c Arts. 70 a 78 do CC. geiro não induz litispendência e não obsta a que c Arts. 238, 269 e 726 a 729 deste Código.

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Código de Processo Civil/2015 Arts. 28 a 47
II – colheita de provas e obtenção de informa‑ risdição contenciosa e deve assegurar às partes Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos
ções; as garantias do devido processo legal. pela Constituição Federal, a competência é de‑
III – homologação e cumprimento de decisão; c Arts. 5o, LIV, 105, I, i, e 109, X, da CF. terminada pelas normas previstas neste Códi‑
c Arts. 26, § 2 o, e 960 a 965 deste Código. § 1o A defesa restringir‑se‑á à discussão quan‑ go ou em legislação especial, pelas normas de
organização judiciária e, ainda, no que couber,
IV – concessão de medida judicial de urgência; to ao atendimento dos requisitos para que o
pronunciamento judicial estrangeiro produza pelas constituições dos Estados.
V – assistência jurídica internacional;
VI – qualquer outra medida judicial ou extraju‑ efeitos no Brasil. c Arts. 92 a 126 da CF.
dicial não proibida pela lei brasileira. § 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão Art. 45. Tramitando o processo perante ou‑
do mérito do pronunciamento judicial estran‑ tro juízo, os autos serão remetidos ao juízo
Seção II
geiro pela autoridade judiciária brasileira. federal competente se nele intervier a União,
DO AUXÍLIO DIRETO suas empresas públicas, entidades autárquicas
Seção IV
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida e fundações, ou conselho de fiscalização de
não decorrer diretamente de decisão de auto‑ DISPOSIÇÕES COMUNS ÀS atividade profissional, na qualidade de parte
ridade jurisdicional estrangeira a ser submetida SEÇÕES ANTERIORES ou de terceiro interveniente, exceto as ações:

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015


a juízo de delibação no Brasil. Art. 37. O pedido de cooperação jurídica in‑ c Art. 109 da CF.
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será en‑ ternacional oriundo de autoridade brasileira I – de recuperação judicial, falência, insolvên‑
caminhada pelo órgão estrangeiro interessado competente será encaminhado à autoridade cia civil e acidente de trabalho;
à autoridade central, cabendo ao Estado re‑ central para posterior envio ao Estado requeri‑ c Lei no 11.101, de 9-2-2005 (Lei de Recuperação de
querente assegurar a autenticidade e a clareza do para lhe dar andamento. Empresas e Falências).
do pedido. Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de au‑ II – sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados toridade brasileira competente e os documentos trabalho.
de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá anexos que o instruem serão encaminhados à c Arts. 114 e 121 da CF.
os seguintes objetos: autoridade central, acompanhados de tradução
para a língua oficial do Estado requerido. § 1o Os autos não serão remetidos se houver
I – obtenção e prestação de informações so‑ pedido cuja apreciação seja de competência do
bre o ordenamento jurídico e sobre processos Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurí‑ juízo perante o qual foi proposta a ação.
dica internacional será recusado se configurar
administrativos ou jurisdicionais findos ou em § 2 o Na hipótese do § 1 o, o juiz, ao não ad‑
manifesta ofensa à ordem pública.
curso; mitir a cumulação de pedidos em razão da
II – colheita de provas, salvo se a medida for Art. 40. A cooperação jurídica internacional incompetência para apreciar qualquer deles,
adotada em processo, em curso no estrangei‑ para execução de decisão estrangeira dar‑se‑á não examinará o mérito daquele em que exista
ro, de competência exclusiva de autoridade por meio de carta rogatória ou de ação de ho‑ interesse da União, de suas entidades autárqui‑
judiciária brasileira; mologação de sentença estrangeira, de acordo cas ou de suas empresas públicas.
com o art. 960.
c Arts. 21 a 25 deste Código. § 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo
c Art. 105, I, i, da CF.
III – qualquer outra medida judicial ou extraju‑ c Arts. 35, 36 e 960 a 965 deste Código.
estadual sem suscitar conflito se o ente federal
dicial não proibida pela lei brasileira. cuja presença ensejou a remessa for excluído
Art. 41. Considera‑se autêntico o documen‑ do processo.
Art. 31. A autoridade central brasileira comu‑ to que instruir pedido de cooperação jurídica
nicar‑se‑á diretamente com suas congêneres e, internacional, inclusive tradução para a língua Art. 46. A ação fundada em direito pessoal
se necessário, com outros órgãos estrangeiros portuguesa, quando encaminhado ao Estado ou em direito real sobre bens móveis será pro‑
responsáveis pela tramitação e pela execução brasileiro por meio de autoridade central ou posta, em regra, no foro de domicílio do réu.
de pedidos de cooperação enviados e recebi‑ por via diplomática, dispensando‑se ajuramen‑ c Arts. 70 a 78 do CC.
dos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposi‑ tação, autenticação ou qualquer procedimento § 1 o Tendo mais de um domicílio, o réu será
ções específicas constantes de tratado. de legalização. demandado no foro de qualquer deles.
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prá‑ c Art. 192 deste Código. § 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicí‑
tica de atos que, segundo a lei brasileira, não Parágrafo único. O disposto no caput não lio do réu, ele poderá ser demandado onde for
necessitem de prestação jurisdicional, a auto‑ impede, quando necessária, a aplicação pelo encontrado ou no foro de domicílio do autor.
ridade central adotará as providências neces‑ Estado brasileiro do princípio da reciprocidade § 3o Quando o réu não tiver domicílio ou resi‑
sárias para seu cumprimento. de tratamento. dência no Brasil, a ação será proposta no foro
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto de domicílio do autor, e, se este também re‑
passivo, a autoridade central o encaminhará à TÍTULO III – DA COMPETÊNCIA INTERNA sidir fora do Brasil, a ação será proposta em
Advocacia‑Geral da União, que requererá em qualquer foro.
CAPÍTULO I
juízo a medida solicitada. c Art. 21 deste Código.
DA COMPETÊNCIA
Parágrafo único. O Ministério Público reque‑ § 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com dife‑
c Art. 5 , LIII, da CF.
o
rerá em juízo a medida solicitada quando for rentes domicílios, serão demandados no foro
c Art. 781 deste Código.
autoridade central. de qualquer deles, à escolha do autor.
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar Seção I
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de
em que deva ser executada a medida apreciar DISPOSIÇÕES GERAIS domicílio do réu, no de sua residência ou no do
pedido de auxílio direto passivo que demande Art. 42. As causas cíveis serão processadas e lugar onde for encontrado.
prestação de atividade jurisdicional. decididas pelo juiz nos limites de sua compe‑ c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN no 5.492, apli-
Seção III tência, ressalvado às partes o direito de insti‑ cou interpretação conforme a Constituição Federal
tuir juízo arbitral, na forma da lei. a este dispositivo (DOU de 4-5-2023).
DA CARTA ROGATÓRIA c Lei n o 6.830, de 22-9-1980 (Lei das Execuções
c Art. 5o, XXXV, da CF.
Art. 35. VETADO. Fiscais).
c Art. 3o deste Código.
c O dispositivo vetado tinha a seguinte redação: c Arts. 70 a 78 do CC. Art. 47. Para as ações fundadas em direito real
“Art. 35. Dar‑se‑á por meio de carta rogatória o c sobre imóveis é competente o foro de situação
Lei no 9.307, de 23-9-1996 (Lei da Arbitragem).
pedido de cooperação entre órgão jurisdicional
Art. 43. Determina‑se a competência no da coisa.
brasileiro e órgão jurisdicional estrangeiro para
momento do registro ou da distribuição da c Art. 23, I, deste Código.
prática de ato de citação, intimação, notificação
petição inicial, sendo irrelevantes as modifica‑ § 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio
judicial, colheita de provas, obtenção de infor-
ções do estado de fato ou de direito ocorri‑ do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não
mações e cumprimento de decisão interlocutória,
das posteriormente, salvo quando suprimirem recair sobre direito de propriedade, vizinhança,
sempre que o ato estrangeiro constituir decisão a
ser executada no Brasil.” órgão judiciário ou alterarem a competência servidão, divisão e demarcação de terras e de
Art. 36. O procedimento da carta rogatória absoluta. nunciação de obra nova.
perante o Superior Tribunal de Justiça é de ju‑ c Arts. 59, 284, 312 e 340 deste Código. c Arts. 63, 574 a 598 deste Código.

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Arts. 48 a 64 Código de Processo Civil/2015
§ 2o A ação possessória imobiliária será propos‑ d) de domicílio da vítima de violência domésti‑ § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto
ta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem ca e familiar, nos termos da Lei no 11.340, de os processos que possam gerar risco de prola‑
competência absoluta. 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha); ção de decisões conflitantes ou contraditórias
c Arts. 554 a 568 deste Código. c Alínea d acrescida pela Lei n o 13.894, de caso decididos separadamente, mesmo sem
29-10-2019. conexão entre eles.
Art. 48. O foro de domicílio do autor da heran‑
ça, no Brasil, é o competente para o inventário, II – de domicílio ou residência do alimentando, c Arts. 58, 113, 286, I e III, e 337, VIII, deste Código.
a partilha, a arrecadação, o cumprimento de para a ação em que se pedem alimentos; Art. 56. Dá‑se a continência entre 2 (duas) ou
disposições de última vontade, a impugnação c Arts. 227, 229 e 230 da CF. mais ações quando houver identidade quanto
ou anulação de partilha extrajudicial e para to‑ c Arts. 22, I, 189, II, 528 a 533, 911 a 913 e 1.012, às partes e à causa de pedir, mas o pedido de
das as ações em que o espólio for réu, ainda § 1o, II, deste Código. uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
c Arts. 1.694 a 1.710 do CC.
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Art. 57. Quando houver continência e a ação
c Lei n o 5.478, de 25-7-1968 (Lei da Ação de
c Arts. 23, II, 610 a 673 e 735 a 737 deste Código. Alimentos). continente tiver sido proposta anteriormente,
c Súm. n 58 do TFR. c Lei n o 8.971, de 29-12-1994, regula o direito dos no processo relativo à ação contida será proferi‑
o

Parágrafo único. Se o autor da herança não companheiros a alimentos e à sucessão. da sentença sem resolução de mérito, caso con‑
possuía domicílio certo, é competente: c Lei n o 11.804, de 5-11-2008 (Lei dos Alimentos trário, as ações serão necessariamente reunidas.
Gravídicos). c Art. 485, X, deste Código.
I – o foro de situação dos bens imóveis; c Súm. no 1 do STJ. c Súmulas nos 235 e 489 do STJ.
II – havendo bens imóveis em foros diferentes,
qualquer destes; III – do lugar: Art. 58. A reunião das ações propostas em se‑
III – não havendo bens imóveis, o foro do local a) onde está a sede, para a ação em que for ré parado far‑se‑á no juízo prevento, onde serão
de qualquer dos bens do espólio. pessoa jurídica; decididas simultaneamente.
Arts. 54 e 286, I, deste Código.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu c Art. 75 do CC. c
Súm. no 235 do STJ.
será proposta no foro de seu último domicí‑ b) onde se acha agência ou sucursal, quan‑ c

lio, também competente para a arrecadação, to às obrigações que a pessoa jurídica Art. 59. O registro ou a distribuição da petição
o inventário, a partilha e o cumprimento de contraiu; inicial torna prevento o juízo.
disposições testamentárias. c Súm. no 363 do STF. c Arts. 43, 284, 304, § 4o, 312, 340, § 2o, e 381, § 3o,
deste Código.
c Arts. 744 e 745 deste Código. c) onde exerce suas atividades, para a ação
c Arts. 202 a 204 e 397 do CC.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será em que for ré sociedade ou associação sem
c Súmulas nos 204 e 426 do STJ.
proposta no foro de domicílio de seu represen‑ personalidade jurídica;
tante ou assistente. c Art. 21, parágrafo único, deste Código. Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais
c Art. 75 do CC. de um Estado, comarca, seção ou subseção judi‑
c Art. 76, parágrafo único, do CC.
ciária, a competência territorial do juízo preven‑
Art. 51. É competente o foro de domicílio do d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a
to estender‑se‑á sobre a totalidade do imóvel.
réu para as causas em que seja autora a União. ação em que se lhe exigir o cumprimento;
c Arts. 814 a 823 deste Código.
Art. 61. A ação acessória será proposta no juí‑
c Art. 109, I, da CF. zo competente para a ação principal.
Parágrafo único. Se a União for a deman‑ e) de residência do idoso, para a causa que
verse sobre direito previsto no respectivo Art. 62. A competência determinada em razão
dada, a ação poderá ser proposta no foro de da matéria, da pessoa ou da função é inderro‑
estatuto;
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou gável por convenção das partes.
fato que originou a demanda, no de situação c Lei n 10.741, de 1 -10-2003 (Estatuto da Pessoa c Art. 78 do CC.
o o

Idosa).
da coisa ou no Distrito Federal. c Súm. no 335 do STF.
f) da sede da serventia notarial ou de registro,
Art. 52. É competente o foro de domicílio do para a ação de reparação de dano por ato Art. 63. As partes podem modificar a compe‑
réu para as causas em que seja autor Estado ou praticado em razão do ofício; tência em razão do valor e do território, ele‑
o Distrito Federal. gendo foro onde será proposta ação oriunda
IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito de direitos e obrigações.
Federal for o demandado, a ação poderá ser a) de reparação de dano; c Arts. 25, § 2 o, e 47, § 1o, deste Código.
proposta no foro de domicílio do autor, no de c Arts. 43, 186, 402 a 405 e 927 a 954 do CC. c Art. 78 do CC.
ocorrência do ato ou fato que originou a de‑ b) em que for réu administrador ou gestor de c Art. 2o da IN no 39, de 15-3-2016, que dispõe de
manda, no de situação da coisa ou na capital negócios alheios; forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015
do respectivo ente federado. c Arts. 861 a 875, 1.010 a 1.021 e 1.060 a 1.065 do
inaplicáveis ao Processo do Trabalho.
CC. c Súm. n 335 do STF.
o
c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN n o 5.492, apli-
cou interpretação conforme a Constituição Federal V – de domicílio do autor ou do local do fato, § 1o A eleição de foro só produz efeito quando
a este dispositivo (DOU de 4-5-2023). para a ação de reparação de dano sofrido em constar de instrumento escrito e aludir expres‑
Art. 53. É competente o foro: razão de delito ou acidente de veículos, inclu‑ samente a determinado negócio jurídico.
c Arts. 70 a 78 do CC. sive aeronaves. § 2 o O foro contratual obriga os herdeiros e
I – para a ação de divórcio, separação, anula‑ Seção II sucessores das partes.
DA MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA § 3 Antes da citação, a cláusula de eleição de
o
ção de casamento e reconhecimento ou disso‑
lução de união estável: foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
Art. 54. A competência relativa poderá mo‑ ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos
c EC n o 66, de 13-7-2010, suprimiu o requisito da dificar‑se pela conexão ou pela continência,
prévia separação judicial para a dissolução do autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
observado o disposto nesta Seção.
casamento civil pelo divórcio. c Art. 10 deste Código.
c Súm. no 235 do STJ.
c Arts. 5o, I, e 226, §§ 5o e 6o, da CF. c Arts. 70 a 78 do CC.
Arts. 1.548 a 1.564 e 1.571 a 1.582 do CC. Art. 55. Reputam‑se conexas 2 (duas) ou mais
c § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusivi‑
Lei n 6.515, de 26-12-1977 (Lei do Divórcio).
o ações quando lhes for comum o pedido ou a
c dade da cláusula de eleição de foro na contes‑
causa de pedir.
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; tação, sob pena de preclusão.
b) do último domicílio do casal, caso não haja § 1o Os processos de ações conexas serão reu‑ c Arts. 25, § 2o, e 337 deste Código.
filho incapaz; nidos para decisão conjunta, salvo se um deles
já houver sido sentenciado. Seção III
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes
residir no antigo domicílio do casal; § 2o Aplica‑se o disposto no caput: DA INCOMPETÊNCIA
c Arts. 693 a 699 e 731 a 734 deste Código. I – à execução de título extrajudicial e à ação de Art. 64. A incompetência, absoluta ou relati‑
c Arts. 1.548 a 1.564 e 1.571 a 1.582 do CC. conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; va, será alegada como questão preliminar de
c Lei no 6.515, de 26-12-1977 (Lei do Divórcio). II – às execuções fundadas no mesmo título contestação.
c Lei no 9.278, de 10-5-1996 (Lei da União Estável). executivo. c Arts. 46 a 53, 337, II, e 340 deste Código.

266
Código de Processo Civil/2015 Arts. 236 a 246
TÍTULO II – DA COMUNICAÇÃO § 1o O comparecimento espontâneo do réu ou Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evi‑
DOS ATOS PROCESSUAIS do executado supre a falta ou a nulidade da ci‑ tar o perecimento do direito:
tação, fluindo a partir desta data o prazo para I – de quem estiver participando de ato de cul‑
CAPÍTULO I
apresentação de contestação ou de embargos to religioso;
DISPOSIÇÕES GERAIS à execução.
II – de cônjuge, de companheiro ou de qual‑
Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos c Arts. 335 a 341 e 914 a 920 deste Código. quer parente do morto, consanguíneo ou afim,
por ordem judicial. § 2o Rejeitada a alegação de nulidade, tratan‑ em linha reta ou na linha colateral em segundo
§ 1o Será expedida carta para a prática de atos do‑se de processo de: grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias
fora dos limites territoriais do tribunal, da co‑ I – conhecimento, o réu será considerado revel; seguintes;
marca, da seção ou da subseção judiciárias, II – execução, o feito terá seguimento. III – de noivos, nos 3 (três) primeiros dias se‑
ressalvadas as hipóteses previstas em lei. guintes ao casamento;
Art. 240. A citação válida, ainda quando or‑ IV – de doente, enquanto grave o seu estado.
§ 2o O tribunal poderá expedir carta para juízo denada por juízo incompetente, induz litis‑
a ele vinculado, se o ato houver de se realizar pendência, torna litigiosa a coisa e constitui Art. 245. Não se fará citação quando se veri‑
fora dos limites territoriais do local de sua sede. em mora o devedor, ressalvado o disposto nos

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015


ficar que o citando é mentalmente incapaz ou
c Art. 237, I, deste Código. arts. 397 e 398 da Lei n o 10.406, de 10 de está impossibilitado de recebê‑la.
§ 3 o Admite‑se a prática de atos processuais janeiro de 2002 (Código Civil). c Arts. 3o, 4o e 1.775 do CC.
por meio de videoconferência ou outro recurso c Arts. 109, 312, 337 e 485, V, deste Código. § 1o O oficial de justiça descreverá e certificará
tecnológico de transmissão de sons e imagens c Arts. 202 a 204 e 397 do CC. minuciosamente a ocorrência.
em tempo real. c Súmulas n os 204 e 426 do STJ.
§ 2o Para examinar o citando, o juiz nomeará
c Arts. 385, § 3 o, 453, § 1 o, 461, § 2 o, e 937, § 4 o, § 1 o A interrupção da prescrição, operada pelo
deste Código.
médico, que apresentará laudo no prazo de 5
despacho que ordena a citação, ainda que (cinco) dias.
Art. 237. Será expedida carta: proferido por juízo incompetente, retroagirá à
§ 3 o Dispensa‑se a nomeação de que trata o
I – de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2 o data de propositura da ação. § 2o se pessoa da família apresentar declaração
do art. 236; c Arts. 202 a 204 e 397 do CC.
do médico do citando que ateste a incapaci‑
II – rogatória, para que órgão jurisdicional es‑ § 2o Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 dade deste.
trangeiro pratique ato de cooperação jurídica (dez) dias, as providências necessárias para via‑
internacional, relativo a processo em curso pe‑ bilizar a citação, sob pena de não se aplicar o § 4o Reconhecida a impossibilidade, o juiz no‑
rante órgão jurisdicional brasileiro; disposto no § 1o. meará curador ao citando, observando, quan‑
c O STF, por maioria, julgou procedente a ADC n o 51, c Art. 802 deste Código. to à sua escolha, a preferência estabelecida em
declarando a constitucionalidade deste inciso lei e restringindo a nomeação à causa.
(DOU de 28-4-2023). § 3o A parte não será prejudicada pela demora § 5o A citação será feita na pessoa do curador,
c Arts. 40, 256, § 1o, 260 e 377 deste Código. imputável exclusivamente ao serviço judiciário. a quem incumbirá a defesa dos interesses do
III – precatória, para que órgão jurisdicional § 4o O efeito retroativo a que se refere o § 1o citando.
brasileiro pratique ou determine o cumprimen‑ aplica‑se à decadência e aos demais prazos ex‑
Art. 246. A citação será feita preferencial‑
to, na área de sua competência territorial, de tintivos previstos em lei.
mente por meio eletrônico, no prazo de até
ato relativo a pedido de cooperação judiciária Art. 241. Transitada em julgado a sentença de 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a
formulado por órgão jurisdicional de compe‑ mérito proferida em favor do réu antes da cita‑ determinar, por meio dos endereços eletrôni‑
tência territorial diversa; ção, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secre‑ cos indicados pelo citando no banco de dados
c Arts. 67 a 69 deste Código. taria comunicar‑lhe o resultado do julgamento. do Poder Judiciário, conforme regulamento do
c A concessão de exequatur às cartas rogatórias c Art. 332 deste Código. Conselho Nacional de Justiça.
passou a ser da competência do STJ, conforme
art. 105, I, i, da CF. Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no c Caput com a redação dada pela Lei no 14.195, de
entanto, ser feita na pessoa do representante 26-8-2021.
IV – arbitral, para que órgão do Poder Judi‑ legal ou do procurador do réu, do executado
ciário pratique ou determine o cumprimento, I a V – Revogados. Lei no 14.195, de 26-8-2021.
ou do interessado.
na área de sua competência territorial, de ato § 1 o As empresas públicas e privadas são
objeto de pedido de cooperação judiciária § 1 o Na ausência do citando, a citação será obrigadas a manter cadastro nos sistemas de
formulado por juízo arbitral, inclusive os que feita na pessoa de seu mandatário, adminis‑ processo em autos eletrônicos, para efeito
importem efetivação de tutela provisória. trador, preposto ou gerente, quando a ação se de recebimento de citações e intimações, as
originar de atos por eles praticados. quais serão efetuadas preferencialmente por
c Arts. 189, IV, 260, § 3 o, 267 e 294 a 311 deste
Código. § 2o O locador que se ausentar do Brasil sem esse meio.
Parágrafo único. Se o ato relativo a processo cientificar o locatário de que deixou, na loca‑ c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.195, de
em curso na justiça federal ou em tribunal su‑ lidade onde estiver situado o imóvel, procu‑ 26-8-2021.
perior houver de ser praticado em local onde rador com poderes para receber citação será c Arts. 270, parágrafo único, 513, § 2o, III, 876, § 1o,
não haja vara federal, a carta poderá ser diri‑ citado na pessoa do administrador do imóvel III, e 1.051 deste Código.
gida ao juízo estadual da respectiva comarca. encarregado do recebimento dos aluguéis, que § 1o‑A. A ausência de confirmação, em até 3
será considerado habilitado para representar o (três) dias úteis, contados do recebimento da
CAPÍTULO II locador em juízo. citação eletrônica, implicará a realização da
DA CITAÇÃO § 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito citação:
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convo‑ Federal, dos Municípios e de suas respectivas I – pelo correio;
cados o réu, o executado ou o interessado para autarquias e fundações de direito público será II – por oficial de justiça;
integrar a relação processual. realizada perante o órgão de Advocacia Pública III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o
Parágrafo único. A citação será efetivada em responsável por sua representação judicial. citando comparecer em cartório;
até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da pro‑ c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN n o 5.492, de- IV – por edital.
positura da ação. clarou a constitucionalidade da expressão “dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” § 1o‑B. Na primeira oportunidade de falar nos
c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.195, de constante neste dispositivo (DOU de 4-5-2023).
26-8-2021.
autos, o réu citado nas formas previstas nos
c Arts. 182 a 184 deste Código. incisos I, II, III e IV do § 1o‑A deste artigo deverá
Art. 239. Para a validade do processo é indis‑ Art. 243. A citação poderá ser feita em qual‑ apresentar justa causa para a ausência de con‑
pensável a citação do réu ou do executado, firmação do recebimento da citação enviada
quer lugar em que se encontre o réu, o execu‑
ressalvadas as hipóteses de indeferimento da eletronicamente.
tado ou o interessado.
petição inicial ou de improcedência liminar do
pedido. Parágrafo único. O militar em serviço ativo § 1 o‑C. Considera‑se ato atentatório à digni‑
c Arts. 12, § 2 o, I, 321, parágrafo único, 330, 332, será citado na unidade em que estiver servin‑
dade da justiça, passível de multa de até 5%
334, 337, I, 485, I, 486, § 1o, 525, § 1o, I, 535, I, 700, do, se não for conhecida sua residência ou nela (cinco por cento) do valor da causa, deixar de
§ 4o, 803, II, 918, II, e 968, § 3o, deste Código. não for encontrado. confirmar no prazo legal, sem justa causa, o

281
Arts. 306 a 313 Código de Processo Civil/2015
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de II – as alegações de fato puderem ser compro‑ IX – pelo parto ou pela concessão de adoção,
5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as vadas apenas documentalmente e houver tese quando a advogada responsável pelo processo
provas que pretende produzir. firmada em julgamento de casos repetitivos ou constituir a única patrona da causa;
c Arts. 369 a 484 deste Código. em súmula vinculante; c Art. 313, § 6 o, deste Código.

Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os c Art. 103‑A da CF. c Art. 392 da CLT.

fatos alegados pelo autor presumir‑se‑ão acei‑ c Art. 928 deste Código. c Art. 7o‑A da Lei n o 8.906, de 4-7-1994 (Estatuto da
Advocacia e da OAB).
tos pelo réu como ocorridos, caso em que o III – se tratar de pedido reipersecutório funda‑
Lei no 11.770, de 9-9-2008 (Lei do Programa Empre-
juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. do em prova documental adequada do contra‑ c sa Cidadã).
Parágrafo único. Contestado o pedido no to de depósito, caso em que será decretada a c Arts. 137 a 142 do Dec. no 10.854, de 10-11-2021,
prazo legal, observar‑se‑á o procedimento ordem de entrega do objeto custodiado, sob que regulamenta disposições relativas à legisla-
comum. cominação de multa; ção trabalhista.
c Arts. 318 a 512 deste Código. c Arts. 627 a 652 do CC. X – quando o advogado responsável pelo pro‑
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedi‑ IV – a petição inicial for instruída com prova cesso constituir o único patrono da causa e
do principal terá de ser formulado pelo au‑ documental suficiente dos fatos constitutivos tornar‑se pai.
tor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que do direito do autor, a que o réu não oponha c Incisos IX e X acrescidos pela Lei no 13.363, de
será apresentado nos mesmos autos em que prova capaz de gerar dúvida razoável. 25-11-2016.
deduzido o pedido de tutela cautelar, não de‑ c Arts. 405 a 429 deste Código. c Art. 313, § 7o, deste Código.
pendendo do adiantamento de novas custas Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II c Art. 392 da CLT.
processuais. e III, o juiz poderá decidir liminarmente. c Lei no 11.770, de 9-9-2008 (Lei do Programa Empre-
sa Cidadã).
c Súm. n 482 do STJ.
o
c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN n o 5.492, de- c Arts. 137 a 142 do Dec. no 10.854, de 10-11-2021,
§ 1 o O pedido principal pode ser formula‑ clarou a constitucionalidade da referência deste que regulamenta disposições relativas à legisla-
do conjuntamente com o pedido de tutela dispositivo ao inciso II (DOU de 4-5-2023). ção trabalhista.
cautelar. c Arts. 9o, parágrafo único, II, e 937, VIII, deste Código.
§ 1o Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá
§ 2 o A causa de pedir poderá ser aditada no Livro VI – Da Formação, da Suspensão o processo, nos termos do art. 689.
momento de formulação do pedido principal. e da E xtinção do P rocesso § 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao to‑
c Art. 329 deste Código. mar conhecimento da morte, o juiz determi‑
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes TÍTULO I – DA FORMAÇÃO DO PROCESSO nará a suspensão do processo e observará o
serão intimadas para a audiência de concilia‑ seguinte:
ção ou de mediação, na forma do art. 334, por Art. 312. Considera‑se proposta a ação quan‑
do a petição inicial for protocolada, todavia, a I – falecido o réu, ordenará a intimação do au‑
seus advogados ou pessoalmente, sem neces‑ tor para que promova a citação do respectivo
sidade de nova citação do réu. propositura da ação só produz quanto ao réu
os efeitos mencionados no art. 240 depois que espólio, de quem for o sucessor ou, se for o
§ 4 o Não havendo autocomposição, o prazo for validamente citado. caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de
para contestação será contado na forma do no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses;
c Arts. 43, 58 e 59 deste Código.
art. 335. II – falecido o autor e sendo transmissível o
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida direito em litígio, determinará a intimação de
TÍTULO II – DA SUSPENSÃO DO PROCESSO
em caráter antecedente, se: seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for
c Art. 296, parágrafo único, deste Código. o caso, dos herdeiros, pelos meios de divul‑
I – o autor não deduzir o pedido principal no gação que reputar mais adequados, para que
prazo legal; Art. 313. Suspende‑se o processo:
c Art. 221 deste Código. manifestem interesse na sucessão processual
c Súm. no 482 do STJ. e promovam a respectiva habilitação no prazo
II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; I – pela morte ou pela perda da capacidade designado, sob pena de extinção do processo
III – o juiz julgar improcedente o pedido prin‑ processual de qualquer das partes, de seu re‑ sem resolução de mérito.
cipal formulado pelo autor ou extinguir o pro‑ presentante legal ou de seu procurador; c Arts. 110 e 485, IX e X, deste Código.
cesso sem resolução de mérito. c Art. 110 deste Código.
§ 3o No caso de morte do procurador de qual‑
c Art. 485 deste Código. II – pela convenção das partes; quer das partes, ainda que iniciada a audiência
Parágrafo único. Se por qualquer motivo c Art. 12, §§ 1 e 2 , da Lei n 13.988, de 14-4-2020 de instrução e julgamento, o juiz determinará
o o o

cessar a eficácia da tutela cautelar, é veda‑ (Lei da Transação Tributária).


que a parte constitua novo mandatário, no
do à parte renovar o pedido, salvo sob novo III – pela arguição de impedimento ou de prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual ex‑
fundamento. suspeição; tinguirá o processo sem resolução de mérito,
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar c Arts. 144 a 148 deste Código. se o autor não nomear novo mandatário, ou
não obsta a que a parte formule o pedido prin‑ IV – pela admissão de incidente de resolução ordenará o prosseguimento do processo à re‑
cipal, nem influi no julgamento desse, salvo de demandas repetitivas; velia do réu, se falecido o procurador deste.
se o motivo do indeferimento for o reconheci‑ c Arts. 980, parágrafo único, e 982 deste Código. § 4o O prazo de suspensão do processo nunca
mento de decadência ou de prescrição. poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do
V – quando a sentença de mérito:
c Arts. 332, § 1 o, e 487 deste Código. inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no
c Arts. 189 a 211 do CC. a) depender do julgamento de outra causa ou inciso II.
da declaração de existência ou de inexistên‑
cia de relação jurídica que constitua o obje‑ § 5o O juiz determinará o prosseguimento do
TÍTULO III – DA TUTELA DA EVIDÊNCIA processo assim que esgotados os prazos pre‑
to principal de outro processo pendente;
Art. 311. A tutela da evidência será concedi‑ b) tiver de ser proferida somente após a veri‑ vistos no § 4o.
da, independentemente da demonstração de ficação de determinado fato ou a produção § 6o No caso do inciso IX, o período de suspen‑
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do de certa prova, requisitada a outro juízo; são será de 30 (trinta) dias, contado a partir
processo, quando: c Art. 377 deste Código. da data do parto ou da concessão da adoção,
I – ficar caracterizado o abuso do direito de VI – por motivo de força maior; mediante apresentação de certidão de nasci‑
defesa ou o manifesto propósito protelatório mento ou documento similar que comprove a
c Art. 393, parágrafo único, do CC. realização do parto, ou de termo judicial que
da parte;
c Arts. 80, 81 e 139, III, deste Código. VII – quando se discutir em juízo questão de‑ tenha concedido a adoção, desde que haja no‑
c Art. 5o, LXXVIII, da CF. corrente de acidentes e fatos da navegação de tificação ao cliente.
c Art. 7 o, § 5 o, da Lei n o 12.016, de 7-8-2009 (Lei do competência do Tribunal Marítimo; c Art. 392 da CLT.
Mandado de Segurança Individual e Coletivo). VIII – nos demais casos que este Código regula; c Art. 7o‑A da Lei no 8.906, de 4-7-1994 (Estatuto da
c Art. 19, § 4o, da Lei no 12.965, de 23-4-2014 (Marco c Arts. 146, § 2o, 694, parágrafo único, 921, I, 989, Advocacia e da OAB).
Civil da Internet). 1.029, § 4o, 1.036, § 1o, 1.037, II, §§ 1o e 8o, 1.040, c Lei no 11.770, de 9-9-2008 (Lei do Programa Empre-
c Súm. no 212 do STJ. III, deste Código. sa Cidadã).

286
Arts. 534 a 538 Código de Processo Civil/2015
pagamento de pessoa jurídica de notória capa‑ § 2o Quando se alegar que o exequente, em ex‑ ou a requerimento, para a efetivação da tutela
cidade econômica ou, a requerimento do exe‑ cesso de execução, pleiteia quantia superior à específica ou a obtenção de tutela pelo resulta‑
cutado, por fiança bancária ou garantia real, resultante do título, cumprirá à executada de‑ do prático equivalente, determinar as medidas
em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. clarar de imediato o valor que entende correto, necessárias à satisfação do exequente.
§ 3 o Se sobrevier modificação nas condições sob pena de não conhecimento da arguição. § 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz
econômicas, poderá a parte requerer, confor‑ § 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas poderá determinar, entre outras medidas, a
me as circunstâncias, redução ou aumento da as arguições da executada: imposição de multa, a busca e apreensão, a
prestação. I – expedir‑se‑á, por intermédio do presidente remoção de pessoas e coisas, o desfazimento
§ 4o A prestação alimentícia poderá ser fixada do tribunal competente, precatório em favor de obras e o impedimento de atividade nociva,
tomando por base o salário mínimo. do exequente, observando‑se o disposto na podendo, caso necessário, requisitar o auxílio
Constituição Federal; de força policial.
§ 5o Finda a obrigação de prestar alimentos, o
Art. 85, § 7o, deste Código. c Arts. 77, § 4o, 139, IV, e 360, III, deste Código.
juiz mandará liberar o capital, cessar o descon‑ c

to em folha ou cancelar as garantias prestadas. II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade § 2o O mandado de busca e apreensão de pes‑
na pessoa de quem o ente público foi citado soas e coisas será cumprido por 2 (dois) ofi‑
CAPÍTULO V ciais de justiça, observando‑se o disposto no
para o processo, o pagamento de obrigação
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA de pequeno valor será realizado no prazo de 2 art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de
QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE (dois) meses contado da entrega da requisição, arrombamento.
DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA mediante depósito na agência de banco oficial § 3o O executado incidirá nas penas de litigân‑
CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA mais próxima da residência do exequente. cia de má‑fé quando injustificadamente des‑
Art. 534. No cumprimento de sentença que im‑ c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN n o 5.492, cumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua
puser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia declarou a inconstitucionalidade da expressão responsabilização por crime de desobediência.
certa, o exequente apresentará demonstrativo “banco oficial”, constante neste inciso (DOU de c Arts. 79 a 81, 96, 100, parágrafo único, 142 e 777
discriminado e atualizado do crédito contendo: 4-5-2023). deste Código.
c Art. 100 da CF. Art. 330 do CP.
I – o nome completo e o número de inscrição c

no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro § 4o Tratando‑se de impugnação parcial, a par‑ § 4 o No cumprimento de sentença que reco‑
Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; te não questionada pela executada será, desde nheça a exigibilidade de obrigação de fazer
II – o índice de correção monetária adotado; logo, objeto de cumprimento. ou de não fazer, aplica‑se o art. 525, no que
III – os juros aplicados e as respectivas taxas; § 5 o Para efeito do disposto no inciso III do couber.
IV – o termo inicial e o termo final dos juros e caput deste artigo, considera‑se também ine‑ § 5o O disposto neste artigo aplica‑se, no que
da correção monetária utilizados; xigível a obrigação reconhecida em título exe‑ couber, ao cumprimento de sentença que re‑
V – a periodicidade da capitalização dos juros, cutivo judicial fundado em lei ou ato normati‑ conheça deveres de fazer e de não fazer de
se for o caso; vo considerado inconstitucional pelo Supremo natureza não obrigacional.
VI – a especificação dos eventuais descontos Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou
interpretação da lei ou do ato normativo tido Art. 537. A multa independe de requerimen‑
obrigatórios realizados. to da parte e poderá ser aplicada na fase de
§ 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada pelo Supremo Tribunal Federal como incompa‑
tível com a Constituição Federal, em controle conhecimento, em tutela provisória ou na sen‑
um deverá apresentar o seu próprio demons‑ tença, ou na fase de execução, desde que seja
trativo, aplicando‑se à hipótese, se for o caso, de constitucionalidade concentrado ou difuso.
suficiente e compatível com a obrigação e que
o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 113. c Art. 102 da CF. se determine prazo razoável para cumprimen‑
c Lei n o 9.868, de 10-11-1999 (Lei da ADIN e da
§ 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se ADECON).
to do preceito.
aplica à Fazenda Pública. c Súm. no 487 do STJ. c Arts. 294 a 311 deste Código.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na § 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do § 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento,
pessoa de seu representante judicial, por car‑ Supremo Tribunal Federal poderão ser modu‑ modificar o valor ou a periodicidade da multa
ga, remessa ou meio eletrônico, para, queren‑ lados no tempo, de modo a favorecer a segu‑ vincenda ou excluí‑la, caso verifique que:
do, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios rança jurídica. I – se tornou insuficiente ou excessiva;
autos, impugnar a execução, podendo arguir: II – o obrigado demonstrou cumprimento par‑
§ 7 o A decisão do Supremo Tribunal Federal
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de referida no § 5o deve ter sido proferida antes cial superveniente da obrigação ou justa causa
conhecimento, o processo correu à revelia; do trânsito em julgado da decisão exequenda. para o descumprimento.
c Arts. 239 e 276 a 283 deste Código. § 8 o Se a decisão referida no § 5o for profe‑ § 2o O valor da multa será devido ao exequente.
II – ilegitimidade de parte; rida após o trânsito em julgado da decisão § 3o A decisão que fixa a multa é passível de
c Arts. 17, 109, 330, II, 337, XI, 339, e 485, VI, deste exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo cumprimento provisório, devendo ser deposi‑
Código. será contado do trânsito em julgado da deci‑ tada em juízo, permitido o levantamento do
III – inexequibilidade do título ou inexigibilida‑ são proferida pelo Supremo Tribunal Federal. valor após o trânsito em julgado da sentença
de da obrigação; c Arts. 966 a 975 e 1.057 deste Código. favorável à parte.
IV – excesso de execução ou cumulação inde‑ CAPÍTULO VI c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 13.256, de
vida de execuções; 4-2-2016.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
c Arts. 780 e 917, § 2o, deste Código. QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE
§ 4o A multa será devida desde o dia em que
DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO
se configurar o descumprimento da decisão e
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo
FAZER OU DE ENTREGAR COISA
incidirá enquanto não for cumprida a decisão
da execução;
que a tiver cominado.
c Arts. 42 a 66 deste Código. c Arts. 495, 497 a 501, 515, I, 516, parágrafo único,
c Art. 33, § 3o, da Lei no 9.307, de 23-9-1996 (Lei de e 520, § 5o, deste Código. § 5o O disposto neste artigo aplica‑se, no que
Arbitragem). c Art. 3o da IN no 39, de 15-3-2016, que dispõe de couber, ao cumprimento de sentença que re‑
forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015 conheça deveres de fazer e de não fazer de
VI – qualquer causa modificativa ou extintiva aplicáveis ao Processo do Trabalho. natureza não obrigacional.
da obrigação, como pagamento, novação,
compensação, transação ou prescrição, desde Seção I Seção II
que supervenientes ao trânsito em julgado da DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
sentença. QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE
c Arts. 104, 240, § 1o, e 487 deste Código. OBRIGAÇÃO DE FAZER OU DE NÃO FAZER OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA
c Arts. 189 a 206, 304 a 380 e 840 a 850 do CC. c Arts. 247 a 251 do CC. c Arts. 233 a 242 do CC.
c Súm. no 394 do STJ. Art. 536. No cumprimento de sentença que Art. 538. Não cumprida a obrigação de entre‑
§ 1o A alegação de impedimento ou suspeição reconheça a exigibilidade de obrigação de fa‑ gar coisa no prazo estabelecido na sentença,
observará o disposto nos arts. 146 e 148. zer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício será expedido mandado de busca e apreensão

304
Arts. 839 a 850 Código de Processo Civil/2015
III – a descrição dos bens penhorados, com as Art. 843. Tratando‑se de penhora de bem in‑ Subseção IV
suas características; divisível, o equivalente à quota‑parte do co‑ DAS MODIFICAÇÕES DA PENHORA
IV – a nomeação do depositário dos bens. proprietário ou do cônjuge alheio à execução Art. 847. O executado pode, no prazo de 10
c Arts. 159 a 161 deste Código. recairá sobre o produto da alienação do bem. (dez) dias contado da intimação da penhora,
c Súm. no 319 do STJ.
c Arts. 674, § 2 o, I, e 889, II, deste Código. requerer a substituição do bem penhorado,
Art. 839. Considerar‑se‑á feita a penhora c Súm. no 134 do STJ. desde que comprove que lhe será menos one‑
mediante a apreensão e o depósito dos bens, § 1o É reservada ao coproprietário ou ao cônju‑ rosa e não trará prejuízo ao exequente.
lavrando‑se um só auto se as diligências forem
concluídas no mesmo dia. ge não executado a preferência na arremata‑ c Arts. 805, 829, § 2o, 841 e 867 deste Código.
ção do bem em igualdade de condições. § 1 o O juiz só autorizará a substituição se o
Parágrafo único. Havendo mais de uma pe‑
nhora, serão lavrados autos individuais. § 2o Não será levada a efeito expropriação por executado:
Art. 840. Serão preferencialmente depositados: preço inferior ao da avaliação na qual o valor I – comprovar as respectivas matrículas e os re‑
auferido seja incapaz de garantir, ao copro‑ gistros por certidão do correspondente ofício,
I – as quantias em dinheiro, os papéis de crédi‑ prietário ou ao cônjuge alheio à execução, o quanto aos bens imóveis;
to e as pedras e os metais preciosos, no Banco correspondente à sua quota‑parte calculado
II – descrever os bens móveis, com todas as
do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em sobre o valor da avaliação.
banco do qual o Estado ou o Distrito Federal suas propriedades e características, bem como
possua mais da metade do capital social inte‑ c Arts. 825 e 876 a 903 deste Código. o estado deles e o lugar onde se encontram;
gralizado, ou, na falta desses estabelecimen‑ Art. 844. Para presunção absoluta de conheci‑ III – descrever os semoventes, com indicação
tos, em qualquer instituição de crédito desig‑ mento por terceiros, cabe ao exequente provi‑ de espécie, de número, de marca ou sinal e do
nada pelo juiz; denciar a averbação do arresto ou da penhora local onde se encontram;
c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN n o 5.492, de- no registro competente, mediante apresenta‑
IV – identificar os créditos, indicando quem
clarou a inconstitucionalidade da expressão “na ção de cópia do auto ou do termo, indepen‑ seja o devedor, qual a origem da dívida, o títu‑
falta desses estabelecimentos”, constante neste lo que a representa e a data do vencimento; e
inciso (DOU de 4-5-2023). dentemente de mandado judicial. V – atribuir, em qualquer caso, valor aos bens
c Art. 1.058 deste Código. c Arts. 791, § 1o, 792, II, 799, IX, e 828 a 869 deste indicados à penhora, além de especificar os
Código. ônus e os encargos a que estejam sujeitos.
II – os móveis, os semoventes, os imóveis ur‑
banos e os direitos aquisitivos sobre imóveis Subseção III § 2o Requerida a substituição do bem penho‑
urbanos, em poder do depositário judicial; DO LUGAR DE REALIZAÇÃO DA PENHORA rado, o executado deve indicar onde se en‑
c Arts. 159 a 161 deste Código. contram os bens sujeitos à execução, exibir a
Art. 845. Efetuar‑se‑á a penhora onde se en‑
III – os imóveis rurais, os direitos aquisitivos contrem os bens, ainda que sob a posse, a de‑ prova de sua propriedade e a certidão negativa
sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios tenção ou a guarda de terceiros. ou positiva de ônus, bem como abster‑se de
e os instrumentos necessários ou úteis à ati‑ qualquer atitude que dificulte ou embarace a
vidade agrícola, mediante caução idônea, em § 1 A penhora de imóveis, independentemen‑
o
realização da penhora.
poder do executado. te de onde se localizem, quando apresentada
§ 3 o O executado somente poderá oferecer
certidão da respectiva matrícula, e a penhora
§ 1o No caso do inciso II do caput, se não hou‑ bem imóvel em substituição caso o requeira
ver depositário judicial, os bens ficarão em po‑ de veículos automotores, quando apresentada com a expressa anuência do cônjuge, salvo se
der do exequente. certidão que ateste a sua existência, serão rea‑
o regime for o de separação absoluta de bens.
lizadas por termo nos autos.
§ 2o Os bens poderão ser depositados em po‑ c Arts. 1.687 e 1.688 do CC.
der do executado nos casos de difícil remoção c Súmulas n 319 e 375 do STJ.
os

§ 4o O juiz intimará o exequente para manifes‑


ou quando anuir o exequente. § 2o Se o executado não tiver bens no foro do tar‑se sobre o requerimento de substituição do
§ 3o As joias, as pedras e os objetos preciosos processo, não sendo possível a realização da bem penhorado.
deverão ser depositados com registro do valor penhora nos termos do § 1 , a execução será
o

feita por carta, penhorando‑se, avaliando‑se Art. 848. As partes poderão requerer a substi‑
estimado de resgate. tuição da penhora se:
c Art. 835, XI, deste Código. e alienando‑se os bens no foro da situação.
Arts. 260 a 268 deste Código. I – ela não obedecer à ordem legal;
Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer c
dos meios legais, dela será imediatamente in‑ c Súm. no 46 do STJ. c Art. 835 deste Código.
timado o executado. Art. 846. Se o executado fechar as portas da II – ela não incidir sobre os bens designados em
§ 1o A intimação da penhora será feita ao ad‑ casa a fim de obstar a penhora dos bens, o lei, contrato ou ato judicial para o pagamento;
vogado do executado ou à sociedade de advo‑ oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, III – havendo bens no foro da execução, outros
gados a que aquele pertença. solicitando‑lhe ordem de arrombamento. tiverem sido penhorados;
Art. 3o da IN no 39, de 15-3-2016, que dispõe de IV – havendo bens livres, ela tiver recaído sobre
c § 1o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de jus‑ bens já penhorados ou objeto de gravame;
forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015
aplicáveis ao Processo do Trabalho. tiça cumprirão o mandado, arrombando cômo‑ V – ela incidir sobre bens de baixa liquidez;
dos e móveis em que se presuma estarem os VI – fracassar a tentativa de alienação judicial
§ 2o Se não houver constituído advogado nos bens, e lavrarão de tudo auto circunstanciado,
autos, o executado será intimado pessoalmen‑ do bem; ou
que será assinado por 2 (duas) testemunhas
te, de preferência por via postal. c Arts. 879 a 903 deste Código.
presentes à diligência.
c Art. 3o da IN no 39, de 15-3-2016, que dispõe de VII – o executado não indicar o valor dos bens
forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015 § 2o Sempre que necessário, o juiz requisitará ou omitir qualquer das indicações previstas
aplicáveis ao Processo do Trabalho. força policial, a fim de auxiliar os oficiais deem lei.
§ 3o O disposto no § 1o não se aplica aos casos justiça na penhora dos bens.
de penhora realizada na presença do executa‑ Parágrafo único. A penhora pode ser subs‑
c Arts. 139, IV, e 360, III, deste Código.
do, que se reputa intimado. tituída por fiança bancária ou por seguro
c Art. 329 do CP.
garantia judicial, em valor não inferior ao do
§ 4o Considera‑se realizada a intimação a que § 3 o Os oficiais de justiça lavrarão em dupli‑ débito constante da inicial, acrescido de trinta
se refere o § 2 o quando o executado houver cata o auto da ocorrência, entregando uma por cento.
mudado de endereço sem prévia comunicação via ao escrivão ou ao chefe de secretaria, para c Art. 835, § 2o, deste Código.
ao juízo, observado o disposto no parágrafo ser juntada aos autos, e a outra à autoridade
único do art. 274. Art. 849. Sempre que ocorrer a substituição
policial a quem couber a apuração criminal
c Arts. 77, V, e 847 deste Código. dos bens inicialmente penhorados, será lavra‑
dos eventuais delitos de desobediência ou de do novo termo.
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imó‑ resistência.
vel ou direito real sobre imóvel, será intimado c Arts. 329 e 330 do CP.
Art. 850. Será admitida a redução ou a amplia‑
também o cônjuge do executado, salvo se fo‑ ção da penhora, bem como sua transferência
rem casados em regime de separação absoluta § 4 Do auto da ocorrência constará o rol de para outros bens, se, no curso do processo, o
o

de bens. testemunhas, com a respectiva qualificação. valor de mercado dos bens penhorados sofrer
c Arts. 73, § 1o, I, 674, § 2o, I, 1.687 e 1.688 do CC. c Arts. 450 e 536, § 2 o, deste Código. alteração significativa.

324
Código de Processo Civil/2015 Arts. 984 a 997
Art. 984. No julgamento do incidente, obser‑ dividuais ou coletivos que versem sobre idênti‑ Art. 991. Na reclamação que não houver formu‑
var‑se‑á a seguinte ordem: ca questão de direito. lado, o Ministério Público terá vista do processo
c Art. 8o da IN no 39, de 15-3-2016, que dispõe de c Art. 927, III, deste Código. por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para
forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015 informações e para o oferecimento da contesta‑
aplicáveis ao Processo do Trabalho. CAPÍTULO IX ção pelo beneficiário do ato impugnado.
DA RECLAMAÇÃO
I – o relator fará a exposição do objeto do Art. 992. Julgando procedente a reclamação,
incidente; c Art. 937, VI, deste Código. o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu
II – poderão sustentar suas razões, sucessiva‑ c Art. 3o da IN no 39, de 15-3-2016, que dispõe de julgado ou determinará medida adequada à
forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015
mente: aplicáveis ao Processo do Trabalho.
solução da controvérsia.
a) o autor e o réu do processo originário e o Art. 988. Caberá reclamação da parte interes‑ Art. 993. O presidente do tribunal determi‑
Ministério Público, pelo prazo de 30 (trinta)
sada ou do Ministério Público para: nará o imediato cumprimento da decisão,
minutos; lavrando‑se o acórdão posteriormente.
b) os demais interessados, no prazo de 30 I – preservar a competência do tribunal;
II – garantir a autoridade das decisões do tri‑ TÍTULO II – DOS RECURSOS

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL/2015


(trinta) minutos, divididos entre todos,
sendo exigida inscrição com 2 (dois) diasbunal;
de antecedência. III – garantir a observância de enunciado de CAPÍTULO I
súmula vinculante e de decisão do Supremo DISPOSIÇÕES GERAIS
c Art. 937, § 1 o, deste Código.
Tribunal Federal em controle concentrado de
§ 1 o Considerando o número de inscritos, o constitucionalidade; Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:
prazo poderá ser ampliado. c Art. 102, I, a, da CF.
I – apelação;
§ 2 o O conteúdo do acórdão abrangerá a IV – garantir a observância de acórdão profe‑ c Arts. 1.009 a 1.014 deste Código.
análise de todos os fundamentos suscitados rido em julgamento de incidente de resolução II – agravo de instrumento;
concernentes à tese jurídica discutida, sejam de demandas repetitivas ou de incidente de c Arts. 1.015 a 1.020 deste Código.
favoráveis ou contrários. assunção de competência; III – agravo interno;
c Arts. 489, § 1o, e 942, § 4o, I, deste Código. c Incisos III e IV com a redação dada pela Lei c Art. 1.021 deste Código.
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica no 13.256, de 4-2-2016.
será aplicada: c Arts. 928, 947, 985, § 1 o, e 1.036 a 1.041 deste IV – embargos de declaração;
Código. c Arts. 1.022 a 1.026 deste Código.
c Art. 8o da IN no 39, de 15-3-2016, que dispõe de
forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015 § 1 A reclamação pode ser proposta perante V – recurso ordinário;
o

aplicáveis ao Processo do Trabalho. qualquer tribunal, e seu julgamento compete c Arts. 1.027 e 1.028 deste Código.
I – a todos os processos individuais ou cole‑ ao órgão jurisdicional cuja competência se VI – recurso especial;
tivos que versem sobre idêntica questão de busca preservar ou cuja autoridade se preten‑ VII – recurso extraordinário;
direito e que tramitem na área de jurisdição da garantir.
c Arts. 1.029 a 1.041 deste Código.
do respectivo tribunal, inclusive àqueles que § 2 o A reclamação deverá ser instruída com
prova documental e dirigida ao presidente do VIII – agravo em recurso especial ou extraor‑
tramitem nos juizados especiais do respectivo dinário;
Estado ou região; tribunal.
c Art. 1.042 deste Código.
II – aos casos futuros que versem idêntica ques‑ § 3 o Assim que recebida, a reclamação será
tão de direito e que venham a tramitar no terri‑ autuada e distribuída ao relator do processo IX – embargos de divergência.
tório de competência do tribunal, salvo revisão principal, sempre que possível. c Arts. 1.043 e 1.044 deste Código.
na forma do art. 986. § 4 o As hipóteses dos incisos III e IV com‑ c Súmulas nos 158, 168, 315, 316 e 420 do STJ.
§ 1o Não observada a tese adotada no inciden‑ preendem a aplicação indevida da tese jurí‑ Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia
te, caberá reclamação. dica e sua não aplicação aos casos que a ela da decisão, salvo disposição legal ou decisão
c Arts. 988 a 993 deste Código. correspondam. judicial em sentido diverso.
§ 2o Se o incidente tiver por objeto questão re‑ § 5o É inadmissível a reclamação: Parágrafo único. A eficácia da decisão re‑
lativa a prestação de serviço concedido, permi‑ I – proposta após o trânsito em julgado da de‑ corrida poderá ser suspensa por decisão do
tido ou autorizado, o resultado do julgamento cisão reclamada; relator, se da imediata produção de seus efei‑
será comunicado ao órgão, ao ente ou à agên‑ II – proposta para garantir a observância de tos houver risco de dano grave, de difícil ou
cia reguladora competente para fiscalização da acórdão de recurso extraordinário com reper‑ impossível reparação, e ficar demonstrada a
efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a cussão geral reconhecida ou de acórdão profe‑ probabilidade de provimento do recurso.
regulação, da tese adotada. rido em julgamento de recursos extraordinário Art. 996. O recurso pode ser interposto pela
c O STF, por maioria, ao julgar a ADIN n o 5.492, ou especial repetitivos, quando não esgotadas parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo
declarou a constitucionalidade deste dispositivo as instâncias ordinárias. Ministério Público, como parte ou como fiscal
(DOU de 4-5-2023). c § 5 o com a redação dada pela Lei n o 13.256, de da ordem jurídica.
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no 4-2-2016. c Súm. no 202 do STJ.
incidente far‑se‑á pelo mesmo tribunal, de ofí‑ § 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do Parágrafo único. Cumpre ao terceiro de‑
cio ou mediante requerimento dos legitimados recurso interposto contra a decisão profe‑ monstrar a possibilidade de a decisão sobre a
mencionados no art. 977, inciso III. rida pelo órgão reclamado não prejudica a relação jurídica submetida à apreciação judi‑
c Art. 8 o da IN n o 39, de 15-3-2016, que dispõe de reclamação. cial atingir direito de que se afirme titular ou
forma não exaustiva sobre as normas do CPC/2015 Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: que possa discutir em juízo como substituto
aplicáveis ao Processo do Trabalho. processual.
I – requisitará informações da autoridade a
Art. 987. Do julgamento do mérito do inciden‑ quem for imputada a prática do ato impugna‑ Art. 997. Cada parte interporá o recurso inde‑
te caberá recurso extraordinário ou especial, do, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; pendentemente, no prazo e com observância
conforme o caso. II – se necessário, ordenará a suspensão do das exigências legais.
c Arts. 1.029 a 1.035 deste Código. processo ou do ato impugnado para evitar c Arts. 218 a 225, 229, 1.003 e 1.004 deste Código.
§ 1 O recurso tem efeito suspensivo, presu‑ dano irreparável;
o
§ 1 o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso
mindo‑se a repercussão geral de questão cons‑ c Arts. 313 a 315 deste Código. interposto por qualquer deles poderá aderir o
titucional eventualmente discutida. III – determinará a citação do beneficiá‑ outro.
c Arts. 495, § 1 o, III, e 1.035 deste Código. rio da decisão impugnada, que terá prazo c Art. 1.010, § 2o, deste Código.
§ 2o Apreciado o mérito do recurso, a tese jurí‑ de 15 (quinze) dias para apresentar a sua § 2 o O recurso adesivo fica subordinado ao
dica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou contestação. recurso independente, sendo‑lhe aplicáveis as
pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada Art. 990. Qualquer interessado poderá impug‑ mesmas regras deste quanto aos requisitos de
no território nacional a todos os processos in‑ nar o pedido do reclamante. admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo

337
Código Penal Arts. 62 a 75
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inunda‑ c) cometido o crime sob coação a que podia c Súmulas nos 17 e 243 do STJ.
ção ou qualquer calamidade pública, ou de resistir, ou em cumprimento de ordem de Parágrafo único. Não poderá a pena exce‑
desgraça particular do ofendido; autoridade superior, ou sob a influência de der a que seria cabível pela regra do artigo 69
l) em estado de embriaguez preordenada. violenta emoção, provocada por ato injusto deste Código.
c Art. 28, II, deste Código. da vítima;
Crime continuado
Agravantes no caso de concurso de pessoas c Arts. 22 e 23, III, deste Código. Art. 71. Quando o agente, mediante mais de
Art. 62. A pena será ainda agravada em rela‑ d) confessado espontaneamente, perante a
autoridade, a autoria do crime; uma ação ou omissão, pratica dois ou mais cri‑
ção ao agente que: mes da mesma espécie e, pelas condições de
c Art. 53, § 2 o, do CPM. c Arts. 197 a 200 do CPP.
tempo, lugar, maneira de execução e outras se‑
c Súm. no 545 do STJ.
I – promove, ou organiza a cooperação no cri‑ melhantes, devem os subsequentes ser havidos
me ou dirige a atividade dos demais agentes; e) cometido o crime sob a influência de mul‑ como continuação do primeiro, aplica‑se‑lhe a
II – coage ou induz outrem à execução material tidão em tumulto, se não o provocou. pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
do crime; Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada mais grave, se diversas, aumentada, em qual‑
c Art. 22 deste Código. em razão de circunstância relevante, anterior quer caso, de um sexto a dois terços.
c Art. 33, § 2 o, da Lei n o 11.343, de 23-8-2006 (Lei ou posterior ao crime, embora não prevista c Art. 71 do CPP.
Antidrogas). expressamente em lei. c Art. 80 do CPM.

CÓDIGO PENAL
III – instiga ou determina a cometer o crime al‑ Concurso de circunstâncias c Súm. no 711 do STF.
guém sujeito à sua autoridade ou não punível agravantes e atenuantes Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra
em virtude de condição ou qualidade pessoal; Art. 67. No concurso de agravantes e ate‑ vítimas diferentes, cometidos com violência ou
c Art. 33, § 2 , da Lei n 11.343, de 23-8-2006 (Lei nuantes, a pena deve aproximar‑se do limite grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, conside‑
o o

Antidrogas). indicado pelas circunstâncias preponderantes, rando a culpabilidade, os antecedentes, a con‑


IV – executa o crime, ou nele participa, me‑ entendendo‑se como tais as que resultam dos duta social e a personalidade do agente, bem
diante paga ou promessa de recompensa. motivos determinantes do crime, da personali‑ como os motivos e as circunstâncias, aumentar
dade do agente e da reincidência.
Reincidência a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
c Art. 75 do CPM.
Art. 63. Verifica‑se a reincidência quando o mais grave, se diversas, até o triplo, observadas
agente comete novo crime, depois de transitar Cálculo da pena as regras do parágrafo único do artigo 70 e do
em julgado a sentença que, no País ou no es‑ Art. 68. A pena base será fixada atendendo‑se artigo 75 deste Código.
trangeiro, o tenha condenado por crime anterior. ao critério do artigo 59 deste Código; em se‑ Multas no concurso de crimes
c Arts. 33, § 2 o, b e c, 77, I, 95, 110, caput, e 117, VI, guida serão consideradas as circunstâncias ate‑
deste Código. nuantes e agravantes; por último, as causas de Art. 72. No concurso de crimes, as penas de
c Art. 71 do CPM. diminuição e de aumento. multa são aplicadas distinta e integralmente.
Súmulas nos 231, 241, 440, 444 e 501 do STJ. c Art. 83 do CPM.
Art. 64. Para efeito de reincidência: c

Parágrafo único. No concurso de causas de Erro na execução


I – não prevalece a condenação anterior, se en‑
tre a data do cumprimento ou extinção da pena aumento ou de diminuição previstas na parte Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso
e a infração posterior tiver decorrido período especial, pode o juiz limitar‑se a um só aumen‑ dos meios de execução, o agente, ao invés de
de tempo superior a cinco anos, computado o to ou a uma só diminuição, prevalecendo, to‑ atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
período de prova da suspensão ou do livramen‑ davia, a causa que mais aumente ou diminua. pessoa diversa, responde como se tivesse pra‑
to condicional, se não ocorrer revogação; c Súm. no 443 do STJ. ticado o crime contra aquela, atendendo‑se ao
c O STF, por unanimidade, em sede de RE no 593.818, Concurso material disposto no § 3 o do artigo 20 deste Código.
tema 150 da repercussão geral, fixou a seguinte
tese de julgamento: “Não se aplica ao reconheci-
Art. 69. Quando o agente, mediante mais de No caso de ser também atingida a pessoa que
mento dos maus antecedentes o prazo quinquenal uma ação ou omissão, pratica dois ou mais o agente pretendia ofender, aplica‑se a regra
de prescrição da reincidência, previsto no art. 64, I, crimes, idênticos ou não, aplicam‑se cumu‑ do artigo 70 deste Código.
do Código Penal, podendo o julgador, fundamentada lativamente as penas privativas de liberdade c Art. 37 do CPM.
e eventualmente, não promover qualquer incremen- em que haja incorrido. No caso de aplicação Resultado diverso do pretendido
to da pena‑base em razão de condenações pretéri- cumulativa de penas de reclusão e de deten‑
tas, quando as considerar desimportantes, ou dema- ção, executa‑se primeiro aquela. Art. 74. Fora dos casos do artigo anterior,
siadamente distanciadas no tempo, e, portanto, não quando, por acidente ou erro na execução do
necessárias à prevenção e repressão do crime, nos c Arts. 76 e 119 deste Código.
c Art. 79 do CPM.
crime, sobrevém resultado diverso do preten‑
termos do comando do artigo 59, do Código Penal”.
c Art. 313, II, do CPP. c Art. 111 da LEP. dido, o agente responde por culpa, se o fato
c Súm. no 243 do STJ. é previsto como crime culposo; se ocorre tam‑
II – não se consideram os crimes militares pró‑
prios e políticos. § 1o Na hipótese deste artigo, quando ao agen‑ bém o resultado pretendido, aplica‑se a regra
c Art. 9o do CPM. te tiver sido aplicada pena privativa de liber‑ do artigo 70 deste Código.
dade, não suspensa, por um dos crimes, para c Art. 37 do CPM.
Circunstâncias atenuantes os demais será incabível a substituição de que Limite das penas
Art. 65. São circunstâncias que sempre ate‑ trata o artigo 44 deste Código. Art. 75. O tempo de cumprimento das penas
nuam a pena: § 2o Quando forem aplicadas penas restritivas privativas de liberdade não pode ser superior a
c Art. 72 do CPM. de direitos, o condenado cumprirá simulta‑ 40 (quarenta) anos.
c Súmulas nos 231 e 501 do STJ. neamente as que forem compatíveis entre si e c Caput com a redação dada pela Lei no 13.964, de
I – ser o agente menor de vinte e um, na data sucessivamente as demais. 24-12-2019.
do fato, ou maior de setenta anos, na data da Concurso formal c Art. 5o, LXXV, da CF.
sentença;
Art. 70. Quando o agente, mediante uma só c Art. 81 do CPM.
c Arts. 77, § 2o, e 115 deste Código. ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, c Súm. no 527 do STJ.
c Súm. no 74 do STJ. idênticos ou não, aplica‑se‑lhe a mais grave § 1o Quando o agente for condenado a penas
II – o desconhecimento da lei; das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma privativas de liberdade cuja soma seja superior
c Art. 21 deste Código. delas, mas aumentada, em qualquer caso, de a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas
III – ter o agente: um sexto até metade. As penas aplicam‑se, en‑ para atender ao limite máximo deste artigo.
tretanto, cumulativamente, se a ação ou omis‑
são é dolosa e os crimes concorrentes resultam c § 1 com a redação dada pela Lei n 13.964, de
o o
a) cometido o crime por motivo de relevante
valor social ou moral; 24-12-2019.
de desígnios autônomos, consoante o disposto
b) procurado, por sua espontânea vontade e c Súm. no 715 do STF.
no artigo anterior.
com eficiência, logo após o crime, evitar‑lhe c Arts. 73 e 74 deste Código. § 2o Sobrevindo condenação por fato posterior
ou minorar‑lhe as consequências, ou ter, c Art. 77, II, do CPP. ao início do cumprimento da pena, far‑se‑á
antes do julgamento, reparado o dano; c Art. 79 do CPM. nova unificação, desprezando‑se, para esse
c Art. 16 deste Código. c Art. 111 da LEP. fim, o período de pena já cumprido.

375
Arts. 150 a 168 Código Penal Militar
II – recusando obediência a superior, quando Parágrafo único. Na mesma pena incorre
Desrespeito a comandante,
estejam agindo sem ordem ou praticando oficial‑general ou oficial de serviço
quem introduz, afixa ou distribui, em lugar
violência; sujeito à administração militar, impressos,
Parágrafo único. Se o fato é praticado contra
III – assentindo em recusa conjunta de obe‑ o comandante da unidade a que pertence o
manuscritos ou material mimeografado, foto‑
diência, ou em resistência ou violência, em agente, oficial‑general, oficial de dia, de serviço
copiado ou gravado, em que se contenha inci‑
comum, contra superior; ou de quarto, a pena é aumentada da metade.
tamento à prática dos atos previstos no artigo.
IV – ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fá‑ Desrespeito a símbolo nacional
brica ou estabelecimento militar, ou depen‑ Apologia de fato criminoso ou do seu autor
dência de qualquer deles, hangar, aeródromo Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou
Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei mi‑
ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utili‑ em lugar sujeito à administração militar, ato
litar considera crime, ou do autor do mesmo,
que se traduza em ultraje a símbolo nacional:
zando‑se de qualquer daqueles locais ou meios em lugar sujeito à administração militar:
de transportes, para ação militar, ou prática de Pena – detenção, de um a dois anos.
violência, em desobediência a ordem superior Pena – detenção, de seis meses a um ano.
Despojamento desprezível
c Art. 287 do CP.
ou em detrimento da ordem ou da disciplina Art. 162. Despojar‑se de uniforme, condeco‑
militar: CAPÍTULO III ração militar, insígnia ou distintivo, por menos‑
Pena – reclusão, de quatro a oito anos, com DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR prezo ou vilipêndio:
aumento de um terço para os cabeças. OU MILITAR DE SERVIÇO Pena – detenção, de seis meses a um ano.
c Arts. 24 e 47 deste Código. Parágrafo único. A pena é aumentada da
Violência contra superior
Revolta metade, se o fato é praticado diante da tropa,
Art. 157. Praticar violência contra superior: ou em público.
Parágrafo único. Se os agentes estavam
armados: Pena – detenção, de três meses a dois anos. CAPÍTULO V
Pena – reclusão, de oito a vinte anos, com au‑ c Arts. 24 e 47 deste Código. DA INSUBORDINAÇÃO
mento de um terço para os cabeças. c Art. 389 deste Código.
Recusa de obediência
Organização de grupo para Formas qualificadas Art. 163. Recusar obedecer a ordem do supe‑
a prática de violência § 1o Se o superior é comandante da unidade rior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
Art. 150. Reunirem‑se dois ou mais militares a que pertence o agente, ou oficial‑general: relativamente a dever imposto em lei, regula‑
ou assemelhados, com armamento ou mate‑ mento ou instrução:
Pena – reclusão, de três a nove anos.
rial bélico, de propriedade militar, praticando c Art. 387 deste Código.
violência à pessoa ou à coisa pública ou parti‑ § 2 Se a violência é praticada com arma, a
o
Pena – detenção, de um a dois anos, se o fato
cular em lugar sujeito ou não à administração pena é aumentada de um terço. não constitui crime mais grave.
militar: § 3 Se da violência resulta lesão corporal, apli‑ Oposição a ordem de sentinela
o

Pena – reclusão, de quatro a oito anos. ca‑se, além da pena da violência, a do crime Art. 164. Opor‑se às ordens da sentinela:
c Art. 153 deste Código. contra a pessoa.
c Art. 387 deste Código.
Omissão de lealdade militar c Art. 79 deste Código.
Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o
Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de § 4o Se da violência resulta morte: fato não constitui crime mais grave.
levar ao conhecimento do superior o motim ou Pena – reclusão, de doze a trinta anos. Reunião ilícita
revolta de cuja preparação teve notícia, ou, es‑ Art. 165. Promover a reunião de militares, ou
tando presente ao ato criminoso, não usar de § 5o A pena é aumentada da sexta parte, se o
crime ocorre em serviço. nela tomar parte, para discussão de ato de su‑
todos os meios ao seu alcance para impedi‑lo: perior ou assunto atinente à disciplina militar:
c Art. 369 deste Código. Violência contra militar de serviço
Pena – detenção, de seis meses a um ano a
Pena – reclusão, de três a cinco anos. Art. 158. Praticar violência contra oficial de quem promove a reunião; de dois a seis meses
Conspiração dia, de serviço, ou de quarto, ou contra senti‑ a quem dela participa, se o fato não constitui
nela, vigia ou plantão: crime mais grave.
Art. 152. Concertarem‑se militares ou asse‑
melhados para a prática do crime previsto no c Art. 389 deste Código. Publicação ou crítica indevida
artigo 149: Pena – reclusão, de três a oito anos. Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado,
c Art. 368 deste Código. Formas qualificadas sem licença, ato ou documento oficial, ou criti‑
car publicamente ato de seu superior ou assun‑
Pena – reclusão, de três a cinco anos. § 1 o Se a violência é praticada com arma, a to atinente à disciplina militar, ou a qualquer
Isenção de pena pena é aumentada de um terço. resolução do Governo:
Parágrafo único. É isento de pena aquele § 2o Se da violência resulta lesão corporal, apli‑ Pena – detenção, de dois meses a um ano, se o
que, antes da execução do crime e quando era ca‑se, além da pena da violência, a do crime fato não constitui crime mais grave.
ainda possível evitar‑lhe as consequências, de‑ contra a pessoa. c O STF, por unanimidade, julgou improcedente o
nuncia o ajuste de que participou. pedido formulado na ADPF no 475, considerando
§ 3o Se da violência resulta morte: recepcionado pela Constituição Federal este artigo
Cumulação de penas (DOU de 15-5-2023).
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
Art. 153. As penas dos artigos 149 e 150 são CAPÍTULO VI
aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à Ausência de dolo no resultado
violência. DA USURPAÇÃO E DO EXCESSO
Art. 159. Quando da violência resulta morte OU ABUSO DE AUTORIDADE
CAPÍTULO II ou lesão corporal e as circunstâncias eviden‑
Assunção de comando sem
DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO ciam que o agente não quis o resultado nem ordem ou autorização
assumiu o risco de produzi‑lo, a pena do crime
Aliciação para motim ou revolta contra a pessoa é diminuída de metade. Art. 167. Assumir o militar, sem ordem ou
Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para autorização, salvo se em grave emergência,
a prática de qualquer dos crimes previstos no CAPÍTULO IV qualquer comando, ou a direção de estabele‑
capítulo anterior: DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A cimento militar:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos. SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA Pena – reclusão, de dois a quatro anos, se o
fato não constitui crime mais grave.
Incitamento Desrespeito a superior
Conservação ilegal de comando
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina Art. 160. Desrespeitar superior diante de ou‑
ou à prática de crime militar: tro militar: Art. 168. Conservar comando ou função legi‑
timamente assumida, depois de receber ordem
Pena – reclusão, de dois a quatro anos. Pena – detenção de três meses a um ano, se o de seu superior para deixá‑los ou transmiti‑los
c Art. 286 do CP. fato não constitui crime mais grave. a outrem:

490
Lei no 8.080/1990
LEI No 8.080, da saúde, com a realização integrada das ações zação, fiscalização e controle das condições de
DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 assistenciais e das atividades preventivas. produção, extração, armazenamento, trans‑
Dispõe sobre as condições para a promoção, Art. 6 o Estão incluídas ainda no campo de porte, distribuição e manuseio de substâncias,
proteção e recuperação da saúde, a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): de produtos, de máquinas e de equipamentos
I – a execução de ações: que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
organização e o funcionamento dos serviços IV – avaliação do impacto que as tecnologias
correspondentes e dá outras providências. a) de vigilância sanitária; provocam à saúde;
c Publicada no DOU de 20-9-1990. b) de vigilância epidemiológica; V – informação ao trabalhador e à sua respec‑
c Decretos nos 1.651, de 28-9-1995, e 7.508, de 28-6- c) de saúde do trabalhador;
2011, regulamentam esta lei. tiva entidade sindical e às empresas sobre os
d) de assistência terapêutica integral, inclusi‑ riscos de acidentes de trabalho, doença pro‑
ve farmacêutica; fissional e do trabalho, bem como os resulta‑
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR e) de saúde bucal; dos de fiscalizações, avaliações ambientais e
Art. 1 o Esta lei regula, em todo o território c Alínea e acrescida pela Lei no 14.572, de 8-5-2023, exames de saúde, de admissão, periódicos e
nacional, as ações e serviços de saúde, execu‑ para vigorar após 90 dias de sua publicação. de demissão, respeitados os preceitos da ética
tados isolada ou conjuntamente, em caráter II – a participação na formulação da política e profissional;
permanente ou eventual, por pessoas naturais na execução de ações de saneamento básico; VI – participação na normatização, fiscaliza‑
ou jurídicas de direito público ou privado. III – a ordenação da formação de recursos hu‑ ção e controle dos serviços de saúde do tra‑
manos na área de saúde; balhador nas instituições e empresas públicas
TÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS IV – a vigilância nutricional e a orientação e privadas;
Art. 2o A saúde é um direito fundamental do alimentar; VII – revisão periódica da listagem oficial de
ser humano, devendo o Estado prover as con‑ V – a colaboração na proteção do meio am‑ doenças originadas no processo de trabalho,
dições indispensáveis ao seu pleno exercício. biente, nele compreendido o do trabalho; tendo na sua elaboração a colaboração das
§ 1 o O dever do Estado de garantir a saúde VI – a formulação da política de medicamen‑ entidades sindicais; e
consiste na formulação e execução de políti‑ tos, equipamentos, imunobiológicos e outros VIII – a garantia ao sindicato dos trabalhadores
cas econômicas e sociais que visem à redução insumos de interesse para a saúde e a partici‑ de requerer ao órgão competente a interdição
de riscos de doenças e de outros agravos e no pação na sua produção; de máquina, de setor de serviço ou de todo
estabelecimento de condições que assegu‑ VII – o controle e a fiscalização de serviços, ambiente de trabalho, quando houver exposi‑
rem acesso universal e igualitário às ações e produtos e substâncias de interesse para a ção a risco iminente para a vida ou saúde dos
aos serviços para a sua promoção, proteção e saúde; trabalhadores.
recuperação. VIII – a fiscalização e a inspeção de alimentos, § 4o Entende‑se por saúde bucal o conjunto
água e bebidas para consumo humano; articulado de ações, em todos os níveis de
§ 2o O dever do Estado não exclui o das pes‑ IX – a participação no controle e na fiscalização
soas, da família, das empresas e da sociedade. da produção, transporte, guarda e utilização complexidade, que visem a garantir promo‑
ção, prevenção, recuperação e reabilitação
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a orga‑ de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos odontológica, individual e coletiva, inseridas
nização social e econômica do País, tendo a e radioativos; no contexto da integralidade da atenção à
saúde como determinantes e condicionantes, X – o incremento, em sua área de atuação, do saúde.
entre outros, a alimentação, a moradia, o sa‑ desenvolvimento científico e tecnológico;
neamento básico, o meio ambiente, o traba‑ XI – a formulação e execução da política de c § 4o acrescido pela Lei no 14.572, de 8-5-2023, para
vigorar após 90 dias de sua publicação.
lho, a renda, a educação, a atividade física, o sangue e seus derivados.
transporte, o lazer e o acesso aos bens e ser‑ CAPÍTULO II
viços essenciais. § 1 o Entende‑se por vigilância sanitária um
conjunto de ações capaz de eliminar, dimi‑ DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
c Caput com a redação dada pela Lei n 12.864, de
o

24-9-2013. nuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir Art. 7o As ações e serviços públicos de saúde e
nos problemas sanitários decorrentes do meio os serviços privados contratados ou convenia‑
Parágrafo único. Dizem respeito também à ambiente, da produção e circulação de bens e dos que integram o Sistema Único de Saúde
saúde as ações que, por força do disposto no da prestação de serviços de interesse da saúde, (SUS), são desenvolvidos de acordo com as
artigo anterior, se destinam a garantir às pes‑ abrangendo: diretrizes previstas no art. 198 da Constitui‑
soas e à coletividade condições de bem‑estar ção Federal, obedecendo ainda aos seguintes
físico, mental e social. I – o controle de bens de consumo que, direta princípios:
ou indiretamente, se relacionem com a saúde, I – universalidade de acesso aos serviços de
TÍTULO II – DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE compreendidas todas as etapas e processos, da saúde em todos os níveis de assistência;
produção ao consumo; e II – integralidade de assistência, entendida
II – o controle da prestação de serviços que como conjunto articulado e contínuo das
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR se relacionam direta ou indiretamente com a ações e serviços preventivos e curativos, indi‑
Art. 4 o O conjunto de ações e serviços de saúde. viduais e coletivos, exigidos para cada caso em
saúde, prestados por órgãos e instituições § 2 o Entende‑se por vigilância epidemiológi‑ todos os níveis de complexidade do sistema;
públicas federais, estaduais e municipais, da ca um conjunto de ações que proporcionam III – preservação da autonomia das pessoas na
Administração direta e indireta e das funda‑ o conhecimento, a detecção ou prevenção de defesa de sua integridade física e moral;
ções mantidas pelo Poder Público, constitui o qualquer mudança nos fatores determinantes
Sistema Único de Saúde (SUS). IV – igualdade da assistência à saúde, sem pre‑
e condicionantes de saúde individual ou coleti‑ conceitos ou privilégios de qualquer espécie;
§ 1 o Estão incluídas no disposto neste artigo va, com a finalidade de recomendar e adotar as V – direito à informação, às pessoas assistidas,
as instituições públicas federais, estaduais e medidas de prevenção e controle das doenças sobre sua saúde;
municipais de controle de qualidade, pesquisa ou agravos. VI – divulgação de informações quanto ao po‑
e produção de insumos, medicamentos, inclu‑ § 3o Entende‑se por saúde do trabalhador, para tencial dos serviços de saúde e a sua utilização
sive de sangue e hemoderivados, e de equipa‑ fins desta lei, um conjunto de atividades que pelo usuário;
mentos para saúde. se destina, através das ações de vigilância epi‑ VII – utilização da epidemiologia para o es‑
§ 2o A iniciativa privada poderá participar do demiológica e vigilância sanitária, à promoção tabelecimento de prioridades, a alocação de
Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter e proteção da saúde dos trabalhadores, assim recursos e a orientação programática;
complementar. como visa à recuperação e reabilitação da saú‑ VIII – participação da comunidade;
de dos trabalhadores submetidos aos riscos e IX – descentralização político‑administrativa,
CAPÍTULO I com direção única em cada esfera de governo:
agravos advindos das condições de trabalho,
DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES abrangendo: a) ênfase na descentralização dos serviços
Art. 5 São objetivos do Sistema Único de I – assistência ao trabalhador vítima de aciden‑
o
para os municípios;
Saúde SUS: tes de trabalho ou portador de doença profis‑ b) regionalização e hierarquização da rede de
I – a identificação e divulgação dos fatores con‑ sional e do trabalho; serviços de saúde;
dicionantes e determinantes da saúde; II – participação, no âmbito de competência X – integração em nível executivo das ações de
II – a formulação de política de saúde desti‑ do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, saúde, meio ambiente e saneamento básico;
nada a promover, nos campos econômico e pesquisas, avaliação e controle dos riscos e XI – conjugação dos recursos financeiros, tec‑
social, a observância do disposto no § 1 o do agravos potenciais à saúde existentes no pro‑ nológicos, materiais e humanos da União, dos
art. 2o desta lei; cesso de trabalho; Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
III – a assistência às pessoas por intermédio de III – participação, no âmbito de competência na prestação de serviços de assistência à saúde
ações de promoção, proteção e recuperação do Sistema Único de Saúde (SUS), da normati‑ da população;

1138
Lei no 8.080/1990
XII – capacidade de resolução dos serviços em Art. 14‑A. As Comissões Intergestores Biparti‑ X – elaboração da proposta orçamentária do
todos os níveis de assistência; te e Tripartite são reconhecidas como foros de Sistema Único de Saúde (SUS), de conformida‑
XIII – organização dos serviços públicos de negociação e pactuação entre gestores, quan‑ de com o plano de saúde;
modo a evitar duplicidade de meios para fins to aos aspectos operacionais do Sistema Único XI – elaboração de normas para regular as ati‑
idênticos; de Saúde (SUS). vidades de serviços privados de saúde, tendo
XIV – organização de atendimento público Parágrafo único. A atuação das Comissões em vista a sua relevância pública;
específico e especializado para mulheres e Intergestores Bipartite e Tripartite terá por XII – realização de operações externas de na‑
vítimas de violência doméstica em geral, que objetivo: tureza financeira de interesse da saúde, auto‑
garanta, entre outros, atendimento, acom‑ I – decidir sobre os aspectos operacionais, fi‑ rizadas pelo Senado Federal;
panhamento psicológico e cirurgias plásticas nanceiros e administrativos da gestão compar‑ XIII – para atendimento de necessidades cole‑
reparadoras, em conformidade com a Lei tilhada do SUS, em conformidade com a defi‑ tivas, urgentes e transitórias, decorrentes de
no 12.845, de 1o de agosto de 2013. nição da política consubstanciada em planos situações de perigo iminente, de calamidade
c Inciso XIV acrescido pela Lei n o 13.427, de de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; pública ou de irrupção de epidemias, a autori‑
30-3-2017. dade competente da esfera administrativa cor‑
II – definir diretrizes, de âmbito nacional, re‑
CAPÍTULO III gional e intermunicipal, a respeito da organi‑ respondente poderá requisitar bens e serviços,
zação das redes de ações e serviços de saúde, tanto de pessoas naturais como de jurídicas,
DA ORGANIZAÇÃO, DA sendo‑lhes assegurada justa indenização;
DIREÇÃO E DA GESTÃO principalmente no tocante à sua governança
institucional e à integração das ações e servi‑ XIV – implementar o Sistema Nacional de San‑
Art. 8o As ações e serviços de saúde, executa‑ ços dos entes federados; gue, Componentes e Derivados;
dos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja XV – propor a celebração de convênios, acor‑
diretamente ou mediante participação comple‑ III – fixar diretrizes sobre as regiões de saúde,
distrito sanitário, integração de territórios, re‑ dos e protocolos internacionais relativos à saú‑
mentar da iniciativa privada, serão organizados de, saneamento e meio ambiente;
de forma regionalizada e hierarquizada em ní‑ ferência e contrarreferência e demais aspectos
veis de complexidade crescente. vinculados à integração das ações e serviços de XVI – elaborar normas técnico‑científicas de
saúde entre os entes federados. promoção, proteção e recuperação da saúde;
Art. 9 o A direção do Sistema Único de Saú‑ XVII – promover articulação com os órgãos de
de (SUS) é única, de acordo com o inciso I do Art. 14‑B. O Conselho Nacional de Secretários fiscalização do exercício profissional e outras
art. 198 da Constituição Federal, sendo exerci‑ de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de
da em cada esfera de governo pelos seguintes Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) entidades representativas da sociedade civil
órgãos: são reconhecidos como entidades represen‑ para a definição e controle dos padrões éticos
tativas dos entes estaduais e municipais para para pesquisa, ações e serviços de saúde;
I – no âmbito da União, pelo Ministério da

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
tratar de matérias referentes à saúde e declara‑ XVIII – promover a articulação da política e dos
Saúde; dos de utilidade pública e de relevante função planos de saúde;
II – no âmbito dos Estados e do Distrito Fe‑ social, na forma do regulamento. XIX – realizar pesquisas e estudos na área de
deral, pela respectiva Secretaria de Saúde ou saúde;
órgão equivalente; e § 1o O CONASS e o CONASEMS receberão re‑
cursos do orçamento geral da União por meio XX – definir as instâncias e mecanismos de
III – no âmbito dos Municípios, pela respectiva controle e fiscalização inerentes ao poder de
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no
custeio de suas despesas institucionais, poden‑ polícia sanitária;
Art. 10. Os municípios poderão constituir con‑ do ainda celebrar convênios com a União. XXI – fomentar, coordenar e executar progra‑
sórcios para desenvolver em conjunto as ações mas e projetos estratégicos e de atendimento
e os serviços de saúde que lhes correspondam. § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de emergencial.
§ 1o Aplica‑se aos consórcios administrativos Saúde (COSEMS) são reconhecidos como enti‑
dades que representam os entes municipais, Seção II
intermunicipais o princípio da direção única,
e os respectivos atos constitutivos disporão no âmbito estadual, para tratar de matérias DA COMPETÊNCIA
sobre sua observância. referentes à saúde, desde que vinculados ins‑ Art. 16. A direção nacional do Sistema Único
titucionalmente ao CONASEMS, na forma que da Saúde (SUS) compete:
§ 2 o No nível municipal, o Sistema Único de dispuserem seus estatutos.
Saúde (SUS), poderá organizar‑se em distritos I – formular, avaliar e apoiar políticas de ali‑
c Arts. 14‑A e 14‑B acrescidos pela Lei no 12.466, de mentação e nutrição;
de forma a integrar e articular recursos, técni‑ 24-8-2011.
cas e práticas voltadas para a cobertura total II – participar na formulação e na implementa‑
das ações de saúde. CAPÍTULO IV ção das políticas:
Art. 11. VETADO. DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES a) de controle das agressões ao meio ambien‑
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais Seção I te;
de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho DAS ATRIBUIÇÕES COMUNS b) de saneamento básico; e
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministé‑ c) relativas às condições e aos ambientes de
rios e órgãos competentes e por entidades re‑ Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal trabalho;
presentativas da sociedade civil. e os Municípios exercerão, em seu âmbito ad‑
ministrativo, as seguintes atribuições: III – definir e coordenar os sistemas:
Parágrafo único. As comissões intersetoriais a) de redes integradas de assistência de alta
terão a finalidade de articular políticas e pro‑ I – definição das instâncias e mecanismos de
controle, avaliação e de fiscalização das ações complexidade;
gramas de interesse para a saúde, cuja exe‑ b) de rede de laboratórios de saúde pública;
cução envolva áreas não compreendidas no e serviços de saúde;
II – administração dos recursos orçamentários e c) de vigilância epidemiológica; e
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). d) vigilância sanitária;
financeiros destinados, em cada ano, à saúde;
Art. 13. A articulação das políticas e pro‑ III – acompanhamento, avaliação e divulgação IV – participar da definição de normas e meca‑
gramas, a cargo das comissões interseto‑ do nível de saúde da população e das condi‑ nismos de controle, com órgão afins, de agra‑
riais, abrangerá, em especial, as seguintes ções ambientais;
atividades: vo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes,
IV – organização e coordenação do sistema de que tenham repercussão na saúde humana;
I – alimentação e nutrição; informação de saúde; V – participar da definição de normas, critérios
II – saneamento e meio ambiente; V – elaboração de normas técnicas e estabe‑ e padrões para o controle das condições e dos
III – vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; lecimento de padrões de qualidade e parâme‑ ambientes de trabalho e coordenar a política
IV – recursos humanos; tros de custos que caracterizam a assistência de saúde do trabalhador;
V – ciência e tecnologia; e à saúde; VI – coordenar e participar na execução das
VI – saúde do trabalhador. VI – elaboração de normas técnicas e estabele‑ ações de vigilância epidemiológica;
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Per‑ cimento de padrões de qualidade para promo‑ VII – estabelecer normas e executar a vigilân‑
manentes de integração entre os serviços de ção da saúde do trabalhador; cia sanitária de portos, aeroportos e fronteiras,
saúde e as instituições de ensino profissional VII – participação de formulação da política e podendo a execução ser complementada pelos
e superior. da execução das ações de saneamento básico Estados, Distrito Federal e Municípios;
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões e colaboração na proteção e recuperação do VIII – estabelecer critérios, parâmetros e méto‑
terá por finalidade propor prioridades, méto‑ meio ambiente; dos para o controle da qualidade sanitária de
dos e estratégias para a formação e educação VIII – elaboração e atualização periódica do produtos, substâncias e serviços de consumo
continuada dos recursos humanos do Sistema plano de saúde; e uso humano;
Único de Saúde (SUS), na esfera correspon‑ IX – participação na formulação e na execução IX – promover articulação com os órgãos edu‑
dente, assim como em relação à pesquisa e à da política de formação e desenvolvimento de cacionais e de fiscalização do exercício profis‑
cooperação técnica entre essas instituições. recursos humanos para a saúde; sional, bem como com entidades representati‑

1139
Lei no 8.080/1990
vas de formação de recursos humanos na área b) de vigilância sanitária; XII – normatizar complementarmente as ações
de saúde; c) de alimentação e nutrição; e serviços públicos de saúde no seu âmbito de
X – formular, avaliar, elaborar normas e par‑ d) de saúde do trabalhador; atuação.
ticipar na execução da política nacional e e) de saúde bucal. Art. 19. Ao Distrito Federal competem as
produção de insumos e equipamentos para a c Alínea e acrescida pela Lei n 14.572, de 8-5-2023, atribuições reservadas aos Estados e aos
o

saúde, em articulação com os demais órgãos para vigorar após 90 dias de sua publicação. Municípios.
governamentais; V – participar, junto com os órgãos afins, do CAPÍTULO V
XI – identificar os serviços estaduais e muni‑ controle dos agravos do meio ambiente que
cipais de referência nacional para o estabele‑ DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO
tenham repercussão na saúde humana;
cimento de padrões técnicos de assistência à À SAÚDE INDÍGENA
VI – participar da formulação da política e da
saúde; execução de ações de saneamento básico; c Capítulo V acrescido pela Lei n o 9.836, de
XII – controlar e fiscalizar procedimentos, pro‑ 23-9-1999.
VII – participar das ações de controle e ava‑
dutos e substâncias de interesse para a saúde; liação das condições e dos ambientes de Art. 19‑A. As ações e serviços de saúde volta‑
XIII – prestar cooperação técnica e financeira trabalho; dos para o atendimento das populações indí‑
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí‑ VIII – em caráter suplementar, formular, execu‑ genas, em todo o território nacional, coletiva
ou individualmente, obedecerão ao disposto
pios para o aperfeiçoamento da sua atuação tar, acompanhar e avaliar a política de insumos nesta Lei.
institucional; e equipamentos para a saúde;
XIV – elaborar normas para regular as relações IX – identificar estabelecimentos hospitala‑ Atenção Art. 19‑B. É instituído um Subsistema de
entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os à Saúde Indígena, componente do
res de referência e gerir sistemas públicos de Sistema Único de Saúde – SUS, criado e defi‑
serviços privados contratados de assistência alta complexidade, de referência estadual e nido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de
à saúde; regional;
XV – promover a descentralização para as dezembro de 1990, com o qual funcionará em
X – coordenar a rede estadual de laboratórios perfeita integração.
Unidades Federadas e para os Municípios, dos
serviços e ações de saúde, respectivamente, de de saúde pública e hemocentros, e gerir as uni‑ Art. 19‑C. Caberá à União, com seus recursos
abrangência estadual e municipal; dades que permaneçam em sua organização próprios, financiar o Subsistema de Atenção à
XVI – normatizar e coordenar nacionalmente administrativa; Saúde Indígena.
o Sistema Nacional de Sangue, Componentes XI – estabelecer normas, em caráter suple‑ Art. 19‑D. O SUS promoverá a articulação
e Derivados; mentar, para o controle e avaliação das ações do Subsistema instituído por esta Lei com os
XVII – acompanhar, controlar e avaliar as ações e serviços de saúde; órgãos responsáveis pela Política Indígena do
e os serviços de saúde, respeitadas as compe‑ XII – formular normas e estabelecer padrões, País.
tências estaduais e municipais; em caráter suplementar, de procedimentos de c Arts. 19‑A a 19‑D acrescidos pela Lei no 9.836, de
XVIII – elaborar o Planejamento Estratégico controle de qualidade para produtos e subs‑ 23-9-1999.
Nacional no âmbito do SUS, em cooperação tâncias de consumo humano; Art. 19‑E. Os Estados, Municípios, outras ins‑
técnica com os Estados, Municípios e Distrito XIII – colaborar com a União na execução da tituições governamentais e não‑governamen‑
Federal; vigilância sanitária de portos, aeroportos e tais poderão atuar complementarmente no
XIX – estabelecer o Sistema Nacional de Audi‑ fronteiras; custeio e execução das ações.
toria e coordenar a avaliação técnica e finan‑ XIV – o acompanhamento, a avaliação e divul‑ c Caput acrescido pela Lei no 9.836, de 23-9-1999.
ceira do SUS em todo o Território Nacional em gação dos indicadores de morbidade e mortali‑ § 1o A União instituirá mecanismo de financia‑
cooperação técnica com os Estados, Municí‑ dade no âmbito da unidade federada. mento específico para os Estados, o Distrito
pios e Distrito Federal; Art. 18. À direção municipal do Sistema de Federal e os Municípios, sempre que houver
XX – definir as diretrizes e as normas para a Saúde (SUS) compete: necessidade de atenção secundária e terciária
estruturação física e organizacional dos servi‑ I – planejar, organizar, controlar e avaliar as fora dos territórios indígenas.
ços de saúde bucal. ações e os serviços de saúde e gerir e executar § 2 o Em situações emergenciais e de calami‑
c Inciso XX acrescido pela Lei n o 14.572, de 8-5- os serviços públicos de saúde; dade pública:
2023, para vigorar após 90 dias de sua publicação. II – participar do planejamento, programação
§ 1o A União poderá executar ações de vigilân‑ e organização da rede regionalizada e hierar‑ – a União deverá assegurar aporte adicional
I
cia epidemiológica e sanitária em circunstân‑ quizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em de recursos não previstos nos planos de saú‑
cias especiais, como na ocorrência de agravos articulação com sua direção estadual; de dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas
inusitados à saúde, que possam escapar do (DSEIS) ao Subsistema de Atenção à Saúde
III – participar da execução, controle e avalia‑
controle da direção estadual do Sistema Único Indígena;
ção das ações referentes às condições e aos
de Saúde (SUS) ou que representem risco de II – deverá ser garantida a inclusão dos povos
ambientes de trabalho; indígenas nos planos emergenciais para aten‑
disseminação nacional. IV – executar serviços:
c Parágrafo único transformado em § 1 o pela Lei dimento dos pacientes graves das Secretarias
no 14.141, de 19-4-2021. a) de vigilância epidemiológica; Municipais e Estaduais de Saúde, explicitados
b) vigilância sanitária; os fluxos e as referências para o atendimento
§ 2o Em situações epidemiológicas que carac‑ c) de alimentação e nutrição;
terizem emergência em saúde pública, poderá em tempo oportuno.
d) de saneamento básico; c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 14.021, de 7-7-
ser adotado procedimento simplificado para a e) de saúde do trabalhador; 2020, promulgados nos termos do art. 66, § 5o, da
remessa de patrimônio genético ao exterior, na f) de saúde bucal; CF (DOU de 27-8-2020, edição extra).
forma do regulamento.
c Alínea f acrescida pela Lei n 14.572, de 8-5-2023, Art. 19‑F. Dever‑se‑á obrigatoriamente levar
o

§ 3 o Os benefícios resultantes da exploração para vigorar após 90 dias de sua publicação. em consideração a realidade local e as espe‑
econômica de produto acabado ou material V – dar execução, no âmbito municipal, à polí‑ cificidades da cultura dos povos indígenas e o
reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio tica de insumos e equipamentos para a saúde; modelo a ser adotado para a atenção à saúde
genético de que trata o § 2o deste artigo serão VI – colaborar na fiscalização das agressões ao indígena, que se deve pautar por uma aborda‑
gem diferenciada e global, contemplando os
repartidos nos termos da Lei no 13.123, de 20 meio ambiente que tenham repercussão so‑ aspectos de assistência à saúde, saneamento
de maio de 2015. bre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos básico, nutrição, habitação, meio ambiente,
c §§ 2 o e 3 o acrescidos pela Lei n o 14.141, de municipais, estaduais e federais competentes, demarcação de terras, educação sanitária e
19-4-2021.
para controlá‑las; integração institucional.
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único VII – formar consórcios administrativos inter‑ c Art. 19‑F acrescido pela Lei no 9.836, de 23-9-1999.
de Saúde (SUS) compete: municipais;
I – promover a descentralização para os Muni‑ Art. 19‑G. O Subsistema de Atenção à Saúde
VIII – gerir laboratórios públicos de saúde e Indígena deverá ser, como o SUS, descentrali‑
cípios dos serviços e das ações de saúde; hemocentros; zado, hierarquizado e regionalizado.
II – acompanhar, controlar e avaliar as redes IX – colaborar com a União e os Estados na c Caput acrescido pela Lei no 9.836, de 23-9-1999.
hierarquizadas do Sistema Único de Saúde execução da vigilância sanitária de portos, ae‑
(SUS); roportos e fronteiras; § 1o O Subsistema de que trata o caput deste
III – prestar apoio técnico e financeiro aos X – observado o disposto no art. 26 desta Lei, artigo terá como base os Distritos Sanitários
Municípios e executar supletivamente ações e celebrar contratos e convênios com entidades Especiais Indígenas.
serviços de saúde; prestadoras de serviços privados de saúde, c § 1 acrescido pela Lei n 9.836, de 23-9-1999.
o o

IV – coordenar e, em caráter complementar, bem como controlar e avaliar sua execução; § 1o‑A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente
executar ações e serviços: XI – controlar e fiscalizar os procedimentos dos fazer o registro e a notificação da declaração
a) de vigilância epidemiológica; serviços privados de saúde; de raça ou cor, garantindo a identificação de

1140
Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB
cargos nos tribunais judiciários, é disciplinada monetárias, juros e multas, podendo‑se dedu‑ Art. 58. Compete privativamente ao Conselho
em Provimento do Conselho Federal. zir da base de cálculo, as despesas financeiras Seccional, na primeira sessão ordinária do ano,
Art. 52. A OAB participa dos concursos públi‑ de compensação dos boletos bancários e taxa apreciar o relatório anual e deliberar sobre o
cos, previstos na Constituição e nas leis, em de utilização de cartão de crédito, exceto balanço e as contas da Diretoria do Conselho
todas as suas fases, por meio de representante aquelas de antecipação de recebíveis, serão Seccional, da Caixa de Assistência dos Advo‑
do Conselho competente, designado pelo Pre‑ deduzidas em 60% (sessenta por cento) para gados e das Subseções, referentes ao exercício
seguinte destinação: anterior, na forma de seu Regimento Interno.
sidente, incumbindo‑lhe apresentar relatório
sucinto de suas atividades. c Caput com a redação dada pela Res. do CFOAB
no 1, de 22-5-2023. § 1o O Conselho Seccional elege, dentre seus
Parágrafo único. Incumbe ao representante membros, uma comissão de orçamento e
I – 10% (dez por cento) para o Conselho contas para fiscalizar a aplicação da receita e
da OAB velar pela garantia da isonomia e da Federal;
integridade do certame, retirando‑se quando opinar previamente sobre a proposta de orça‑
II – 3% (três por cento) para o Fundo Cultural;
constatar irregularidades ou favorecimentos e mento anual e as contas.
III – 2% (dois por cento) para o Fundo de In‑
comunicando os motivos ao Conselho. tegração e Desenvolvimento Assistencial dos § 2o O Conselho Seccional pode utilizar os ser‑
Art. 53. Os conselheiros e dirigentes dos ór‑ Advogados – FIDA, regulamentado em Provi‑ viços de auditoria independente para auxiliar a
gãos da OAB tomam posse firmando, junta‑ mento do Conselho Federal. comissão de orçamento e contas.
mente com o Presidente, o termo específico, IV – 45% (quarenta e cinco por cento) para § 3o O exercício financeiro dos Conselhos Fe‑
após prestar o seguinte compromisso: “Prome‑ as despesas administrativas e manutenção do deral e Seccionais encerra‑se no dia 31 de de‑
to manter, defender e cumprir os princípios e Conselho Seccional. zembro de cada ano.
finalidades da OAB, exercer com dedicação e Incisos I a IV com a redação dada pela Res. n o 2 do
ética as atribuições que me são delegadas e
c
Conselho Pleno do CFOAB, de 9-10-2007. Art. 59. Deixando o cargo, por qualquer mo‑
pugnar pela dignidade, independência, prer‑ tivo, no curso do mandato, os Presidentes do
§ 1 o Os repasses das receitas previstas neste Conselho Federal, do Conselho Seccional, da
rogativas e valorização da advocacia.” artigo efetuam‑se em instituição financeira, Caixa de Assistência e da Subseção apresen‑
Art. 54. Compete à Diretoria dos Conselhos indicada pelo Conselho Federal em comum tam, de forma sucinta, relatório e contas ao
Federal e Seccionais, da Subseção ou da Cai‑ acordo com o Conselho Seccional, através de
seu sucessor.
xa de Assistência declarar extinto o mandato, compartilhamento obrigatório, automático e
ocorrendo uma das hipóteses previstas no imediato, com destinação em conta corrente Art. 60. Os Conselhos Seccionais aprovarão
art. 66 do Estatuto, encaminhando ofício ao específica deste, do Fundo Cultural, do Fundo seus orçamentos anuais, para o exercício se‑
Presidente do Conselho Seccional. de Integração e Desenvolvimento Assistencial guinte, até o mês de outubro e o Conselho
dos Advogados – FIDA e da Caixa de Assis‑ Federal até a última sessão do ano, permitida
§ 1 o A Diretoria, antes de declarar extinto o
mandato, salvo no caso de morte ou renúncia, tência dos Advogados, vedado o recebimento a alteração dos mesmos no curso do exercício,
ouve o interessado no prazo de quinze dias, na Tesouraria do Conselho Seccional, exceto mediante justificada necessidade, devidamen‑
notificando‑o mediante ofício com aviso de quanto às receitas de preços e serviços, e ob‑ te aprovada pelos respectivos colegiados.
recebimento. servados os termos do modelo aprovado pelo c Caput com a redação dada pelo Conselho Pleno do
Diretor‑Tesoureiro do Conselho Federal, sob CFOAB, de 17-6-1997.
§ 2o Havendo suplentes de Conselheiros, a or‑ pena de aplicação do art. 54, VII, do Estatuto
dem de substituição é definida no Regimento § 1o O orçamento do Conselho Seccional, in‑
da Advocacia e da OAB. cluindo as Subseções, estima a receita, fixa a
Interno do Conselho Seccional.
§ 2o O Fundo Cultural será administrado pela despesa e prevê as deduções destinadas ao
§ 3o Inexistindo suplentes, o Conselho Seccional Escola Superior de Advocacia, mediante deli‑ Conselho Federal, ao Fundo Cultural, ao Fundo
elege, na sessão seguinte à data do recebimen‑ beração da Diretoria do Conselho Seccional. de Integração e Desenvolvimento Assistencial
to do ofício, o Conselheiro Federal, o diretor do
§ 3o O Fundo de Integração e Desenvolvimento dos Advogados – FIDA e à Caixa de Assistência,
Conselho Seccional, o Conselheiro Seccional, o
Assistencial dos Advogados – FIDA será admi‑ e deverá ser encaminhado, mediante cópia,
diretor da Subseção ou o diretor da Caixa de
nistrado por um Conselho Gestor designado até o dia 10 do mês subsequente, ao Conse‑
Assistência dos Advogados, onde se deu a vaga.
pela Diretoria do Conselho Federal. lho Federal, podendo o seu Diretor‑Tesoureiro,
§ 4o Na Subseção onde houver conselho, este após análise prévia, devolvê‑lo à Seccional,
§ 4o Os Conselhos Seccionais elaborarão seus or‑
escolhe o substituto. para os devidos ajustes.
çamentos anuais considerando o limite disposto
CAPÍTULO II no inciso IV para manutenção da sua estrutu‑ c § 1o com a redação dada pela Res. no 2 do Conselho
DA RECEITA ra administrativa e das subseções, utilizando a Pleno do CFOAB, de 9-10-2007.
margem resultante para suplementação orça‑ § 2 o Aprovado o orçamento e, igualmente,
Art. 55. Aos inscritos na OAB incumbe o pa‑ mentária do exercício, caso se faça necessária.
gamento das anuidades, contribuições, mul‑ as eventuais suplementações orçamentárias,
tas e preços de serviços fixados pelo Conselho § 5o Qualquer transferência de bens ou recur‑ encaminhar‑se‑á cópia ao Conselho Federal,
Seccional. sos de um Conselho Seccional a outro depende até o dia 10 do mês subsequente, para os fins
c Caput com a redação dada pelo Conselho Pleno do
de autorização do Conselho Federal. regulamentares.
CFOAB, de 17-6-1997. c §§ 1 o a 5 o com a redação dada pela Res. no 2 do c § 2o com a redação dada pelo Conselho Pleno do
Conselho Pleno do CFOAB, de 9-10-2007. CFOAB, de 17-6-1997.
§ 1 o As anuidades, contribuições, multas e
preços de serviços previstos no caput deste Art. 57. Cabe à Caixa de Assistência dos Ad‑ § 3o O Conselho Seccional recém‑empossado
artigo serão fixados pelo Conselho Seccional, vogados a metade da receita das anuidades, deverá promover, se necessário, preferencial‑
incluídas as eventuais atualizações monetárias mente nos dois primeiros meses de gestão, a
devendo seus valores ser comunicados ao Con‑
e juros, recebidas pelo Conselho Seccional, reformulação do orçamento anual, encami‑
selho Federal até o dia 30 de novembro do ano considerado o valor resultante após as dedu‑
anterior, salvo em ano eleitoral, quando serão nhando cópia do instrumento respectivo ao
ções obrigatórias, nos percentuais previstos no
determinadas e comunicadas ao Conselho Fe‑ art. 56 do Regulamento Geral. Conselho Federal, até o dia 10 do mês de mar‑
deral até o dia 31 de janeiro do ano da posse, ço do ano em curso.
c Caput com a redação dada Res. n o 2 do Conselho
podendo ser estabelecidos pagamentos em Pleno do CFOAB, de 10-6-2013. § 4 o A Caixa de Assistência dos Advogados
cotas periódicas.
§ 1o Poderão ser deduzidas despesas nas recei‑ aprovará seu orçamento para o exercício se‑
§ 1o com a redação dada pela Res. no 2 do Conselho
c
Pleno do CFOAB, de 9-10-2007.
tas destinadas à Caixa Assistência, desde que guinte, até a última sessão do ano.
previamente pactuadas. c §§ 3 o e 4 o com a redação dada pela Res. n o 2 do
§ 2o Revogado. Conselho Pleno do CFOAB, de Conselho Pleno do CFOAB, de 9-10-2007.
14-3-2006. § 2o A aplicação dos recursos da Caixa de Assis‑
tência deverá estar devidamente demonstrada § 5 O Conselho Seccional fixa o modelo e os
o

§ 3o O edital a que se refere o caput do art. 128 nas prestações de contas periódicas do Conse‑ requisitos formais e materiais para o orçamen‑
deste Regulamento divulgará a possibilidade de lho Seccional, obedecido o disposto no § 5o do to, o relatório e as contas da Caixa de Assistên‑
parcelamento e o número máximo de parcelas. art. 60 do Regulamento Geral. cia e das Subseções.
Art. 56. As receitas brutas mensais das anu‑ c §§ 1 o e 2o acrescidos pela Res. n o 2 do Conselho c § 5o acrescido pela Res. no 2 do Conselho Pleno do
idades, incluídas as eventuais atualizações Pleno do CFOAB, de 9-10-2007. CFOAB, de 9-10-2007.

1226
Lei Complementar no 87/1996
para sua apuração as regras estabelecidas no bem importados do exterior e apreendidos dades em caráter temporário ou permanente,
§ 4o deste artigo. ou abandonados; bem como onde se encontrem armazenadas
c § 6o acrescido pela LC no 114, de 16-12-2002. c Alínea f com a redação dada pela LC n o 114, de mercadorias, observado, ainda, o seguinte:
16-12-2002. I – na impossibilidade de determinação do es‑
Art. 9 o A adoção do regime de substituição
tributária em operações interestaduais depen‑ g) o do Estado onde estiver localizado o ad‑ tabelecimento, considera‑se como tal o local
derá de acordo específico celebrado pelos Es‑ quirente, inclusive consumidor final, nas em que tenha sido efetuada a operação ou
tados interessados. operações interestaduais com energia elé‑ prestação, encontrada a mercadoria ou cons‑
c Art. 155, §§ 4o e 5o, da CF. trica e petróleo, lubrificantes e combustí‑ tatada a prestação;
c ADINs nos 4.628/DF e 5.866/DF. veis dele derivados, quando não destinados II – é autônomo cada estabelecimento do mes‑
§ 1o A responsabilidade a que se refere o artigo à industrialização ou à comercialização; mo titular;
6o poderá ser atribuída. h) o do Estado de onde o ouro tenha sido c O STF, por maioria, nos autos da ADC no 49, decla-
extraído, quando não considerado como rou a inconstitucionalidade parcial deste disposi-
I – ao contribuinte que realizar operação inte‑ ativo financeiro ou instrumento cambial; tivo, sem redução de texto, excluindo seu âmbito
restadual com petróleo, inclusive lubrificantes, i) o de desembarque do produto, na hipótese de incidência apenas na hipótese de cobrança
combustíveis líquidos e gasosos dele deriva‑ de captura de peixes, crustáceos e moluscos; do ICMS sobre as transferências de mercadorias
dos, em relação às operações subsequentes; entre estabelecimentos do mesmo titular (DOU de
II – às empresas geradoras ou distribuidoras II – tratando‑se de prestação de serviço de 2-5-2023).
de energia elétrica, nas operações internas e transporte:
III – considera‑se também estabelecimento
interestaduais, na condição de contribuinte ou a) onde tenha início a prestação; autônomo o veículo usado no comércio ambu‑
de substituto tributário, pelo pagamento do b) onde se encontre o transportador, quando lante e na captura de pescado;
imposto, desde a produção ou importação até em situação irregular pela falta de docu‑ IV – respondem pelo crédito tributário todos os
a última operação, sendo seu cálculo efetua‑ mentação fiscal ou quando acompanhada estabelecimentos do mesmo titular.
do sobre o preço praticado na operação final, de documentação inidônea, como dispuser
assegurado seu recolhimento ao Estado onde § 4o VETADO.
a legislação tributária;
deva ocorrer essa operação. c) Revogada. LC n 190, de 4-1-2022.
o § 5 o Quando a mercadoria for remetida para
Súm. no 391 do STJ. armazém geral ou para depósito fechado do
c III – tratando‑se de prestação onerosa de servi‑
próprio contribuinte, no mesmo Estado, a
§ 2o Nas operações interestaduais com as mer‑ ço de comunicação:
posterior saída considerar‑se‑á ocorrida no

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
cadorias de que tratam os incisos I e II do pará‑ a) o da prestação do serviço de radiodifusão estabelecimento do depositante, salvo se para
grafo anterior, que tenham como destinatário sonora e de som e imagem, assim enten‑ retornar ao estabelecimento remetente.
consumidor final, o imposto incidente na ope‑ dido o da geração, emissão, transmissão
ração será devido ao Estado onde estiver locali‑ § 6 o Na hipótese do inciso III do caput deste
e retransmissão, repetição, ampliação e
zado o adquirente e será pago pelo remetente. artigo, tratando‑se de serviços não medidos,
recepção;
Art. 10. É assegurado ao contribuinte substi‑ que envolvam localidades situadas em diferen‑
b) o do estabelecimento da concessionária ou
tuído o direito à restituição do valor do impos‑ tes unidades da Federação e cujo preço seja
da permissionária que forneça ficha, car‑
to pago por força da substituição tributária, cobrado por períodos definidos, o imposto
tão, ou assemelhados com que o serviço é
correspondente ao fato gerador presumido devido será recolhido em partes iguais para as
pago;
que não se realizar. unidades da Federação onde estiverem locali‑
c) o do estabelecimento destinatário do ser‑
Art. 150, § 7o, da CF. zados o prestador e o tomador.
c viço, na hipótese e para os efeitos do inciso
ADIN no 2.777/SP. c § 6o acrescido pela LC n o 102, de 11-7-2000.
c XIII do artigo 12:
c Art. 66‑B, II e § 3o, da Lei Paulista no 6.374, de 1o- c-1) o do estabelecimento ou domicílio do to‑ § 7 o Na hipótese da alínea b do inciso V do
3-1989 (Lei do ICMS).
c Comunicado CAT no 6, da Secretaria da Fazenda do
mador do serviço, quando prestado por caput deste artigo, quando o destino final da
Estado de São Paulo, de 21-5-2018. meio de satélite; mercadoria, bem ou serviço ocorrer em Esta-
c Alínea c-1 acrescida pela LC n o 102, de 11-7-2000. do diferente daquele em que estiver domici-
§ 1o Formulado o pedido de restituição e não liado ou estabelecido o adquirente ou o to-
havendo deliberação no prazo de noventa d) onde seja cobrado o serviço, nos demais
mador, o imposto correspondente à diferença
dias, o contribuinte substituído poderá se cre‑ casos;
entre a alíquota interna e a interestadual será
ditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto do IV – tratando‑se de serviços prestados ou ini‑ devido ao Estado no qual efetivamente ocor-
pedido, devidamente atualizado segundo os ciados no exterior, o do estabelecimento ou do rer a entrada física da mercadoria ou bem ou
mesmos critérios aplicáveis ao tributo. domicílio do destinatário; o fim da prestação do serviço.
§ 2o Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevin‑ V – tratando‑se de operações ou prestações c O STF, por unanimidade, julgou improcedente a
do decisão contrária irrecorrível, o contribuinte interestaduais destinadas a consumidor fi- ADIN no 7.158, reconhecendo a constitucionalida-
substituído, no prazo de quinze dias da respec‑ nal, em relação à diferença entre a alíquo- de deste parágrafo (DOU de 9-2-2023).
tiva notificação, procederá ao estorno dos crédi‑ ta interna do Estado de destino e a alíquota § 8o Na hipótese de serviço de transporte in-
tos lançados, também devidamente atualizados, interestadual: terestadual de passageiros cujo tomador não
com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis. a) o do estabelecimento do destinatário, seja contribuinte do imposto:
Art. 11. O local da operação ou da prestação, quando o destinatário ou o tomador for I – o passageiro será considerado o consumi-
para os efeitos da cobrança do imposto e defi‑ contribuinte do imposto;
nição do estabelecimento responsável, é: dor final do serviço, e o fato gerador conside-
b) o do estabelecimento do remetente ou rar‑se‑á ocorrido no Estado referido nas alí-
I – tratando‑se de mercadoria ou bem: onde tiver início a prestação, quando o neas a ou b do inciso II do caput deste artigo,
a) o do estabelecimento onde se encontre, no destinatário ou tomador não for contri- conforme o caso, não se aplicando o disposto
momento da ocorrência do fato gerador; buinte do imposto. no inciso V do caput e no § 7o deste artigo; e
b) onde se encontre, quando em situação irre‑ c Inciso V acrescido pela LC n o 190, de 4-1-2022. II – o destinatário do serviço considerar‑se‑á
gular pela falta de documentação fiscal ou § 1o O disposto na alínea c do inciso I não se localizado no Estado da ocorrência do fato
quando acompanhado de documentação ini‑ aplica às mercadorias recebidas em regime de gerador, e a prestação ficará sujeita à tribu-
dônea, como dispuser a legislação tributária; depósito de contribuinte de Estado que não o tação pela sua alíquota interna.
c) o do estabelecimento que transfira a pro‑ do depositário. c §§ 7o e 8o acrescidos pela LC n o 190, de 4-1-2022.
priedade, ou o título que a represente, de
mercadoria por ele adquirida no País e que § 2o Para os efeitos da alínea h do inciso I, o Art. 12. Considera‑se ocorrido o fato gerador
por ele não tenha transitado; ouro, quando definido como ativo financeiro do imposto no momento:
d) importado do exterior, o do estabelecimen‑ ou instrumento cambial, deve ter sua origem I – da saída de mercadoria de estabelecimento
to onde ocorrer a entrada física; identificada. de contribuinte, ainda que para outro estabe‑
e) importado do exterior, o do domicílio do § 3o Para efeito desta Lei Complementar, es‑ lecimento do mesmo titular;
adquirente, quando não estabelecido; tabelecimento é o local, privado ou público, c O STF, por unanimidade, julgou improcedente o
f) aquele onde seja realizada a licitação, no edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pedido formulado na ADC no 49, declarando a in-
caso de arrematação de mercadoria ou pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas ativi‑ constitucionalidade deste inciso no trecho “ainda

1279
Lei no 9.430/1996
relativos a quaisquer tributos e contribuições § 4o Os pedidos de compensação pendentes de 4. seja objeto de súmula vinculante aprovada
administrados por aquele Órgão. apreciação pela autoridade administrativa se‑ pelo Supremo Tribunal Federal nos termos
c Caput com a redação dada pela Lei no 10.637, de rão considerados declaração de compensação, do art. 103‑A da Constituição Federal.
30-12-2002. desde o seu protocolo, para os efeitos previs‑ c Itens 1 a 4 acrescidos pela Lei n o 11.941, de
c Arts. 2 e 26, parágrafo único, da Lei n 11.457, de tos neste artigo.
o o
27-5-2009.
16-3-2007 (Lei da Super‑Receita). c § 4o acrescido pela Lei n o 10.637, de 30-12-2002.
c Art. 27 do Dec. n 6.140, de 3-7-2007, que regula-
o § 13. O disposto nos §§ 2 o e 5 o a 11 deste
menta a Contribuição Provisória sobre Movimen- § 5 O prazo para homologação da compen‑ artigo não se aplica às hipóteses previstas no
o

tação ou Transmissão de Valores e de Créditos e sação declarada pelo sujeito passivo será de § 12 deste artigo.
Direitos de Natureza Financeira – CPMF. 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da § 14. A Secretaria da Receita Federal – SRF
§ 1o A compensação de que trata o caput será declaração de compensação. disciplinará o disposto neste artigo, inclusive
efetuada mediante a entrega, pelo sujeito pas‑ c § 5o com a redação dada pela Lei no 10.833, de quanto à fixação de critérios de prioridade
sivo, de declaração na qual constarão infor‑ 29-12-2003. para apreciação de processos de restituição,
mações relativas aos créditos utilizados e aos § 6 o A declaração de compensação constitui de ressarcimento e de compensação.
respectivos débitos compensados. confissão de dívida e instrumento hábil e sufi‑ c §§ 12 a 14 acrescidos pela Lei n o 11.051, de
§ 2 o A compensação declarada à Secretaria ciente para a exigência dos débitos indevida‑ 29-12-2004.
da Receita Federal extingue o crédito tribu‑ mente compensados. §§ 15 e 16. Revogados. Lei n o 13.137, de
tário, sob condição resolutória de sua ulterior § 7o Não homologada a compensação, a auto‑ 19-6-2015).
homologação. ridade administrativa deverá cientificar o su‑ § 17. Será aplicada multa isolada de 50%
c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 10.637, de jeito passivo e intimá‑lo a efetuar, no prazo de (cinquenta por cento) sobre o valor do débi‑
30-12-2002. 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que to objeto de declaração de compensação não
§ 3o Além das hipóteses previstas nas leis es‑ não a homologou, o pagamento dos débitos homologada, salvo no caso de falsidade da
pecíficas de cada tributo ou contribuição, não indevidamente compensados. declaração apresentada pelo sujeito passivo.
poderão ser objeto de compensação mediante § 8 o Não efetuado o pagamento no prazo c § 17 com a redação dada pela Lei n o 13.097, de
entrega, pelo sujeito passivo, da declaração previsto no § 7 , o débito será encaminhado à
o
19-1-2015.
referida no § 1o: Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacional para c O STF, por maioria, julgou inconstitucional este
c § 3 com a redação dada pela Lei n 10.833, de inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado
o o
parágrafo em decisão proferida na ADIN no 4905
29-12-2003. o disposto no § 9o. (DJe de 18-5-2023).
I – o saldo a restituir apurado na Declaração de § 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo § 18. No caso de apresentação de manifes‑
Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa referido no § 7 o, apresentar manifestação de tação de inconformidade contra a não ho‑
Física; inconformidade contra a não homologação da mologação da compensação, fica suspensa a
II – os débitos relativos a tributos e contribui‑ compensação. exigibilidade da multa de ofício de que trata
ções devidos no registro da Declaração de § 10. Da decisão que julgar improcedente a o § 17, ainda que não impugnada essa exigên‑
Importação; manifestação de inconformidade caberá recur‑ cia, enquadrando‑seo no disposto no inciso III
c Incisos I e II com a redação dada pela Lei n o 10.637, so ao Conselho de Contribuintes. do art. 151 da Lei n 5.172, de 25 de outubro
de 30-12-2002. de 1966 – Código Tributário Nacional.
§ 11. A manifestação de inconformidade e o re‑
III – os débitos relativos a tributos e contribui‑ curso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão c § 18 acrescido pela Lei no 12.844, de 19-7-2013.
ções administrados pela Secretaria da Receita ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de Seção VIII
Federal que já tenham sido encaminhados à março de 1972, e enquadram‑se no disposto no
Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacional para inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de ou‑ UFIR
inscrição em Dívida Ativa da União; tubro de 1966 – Código Tributário Nacional, re‑ Art. 75. A partir de 1 o
de janeiro de 1997, a
c Inciso III acrescido dada pela Lei n o 10.833, de lativamente ao débito objeto da compensação. atualização do valor da Unidade Fiscal de Re‑
29-12-2003. ferência – UFIR, de que trata o art. 1 da Lei
o
c §§ 6 o a 11 acrescidos pela Lei n o 10.833, de
IV – o débito consolidado em qualquer moda‑ 29-12-2003. n o 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com
lidade de parcelamento concedido pela Secre‑ § 12. Será considerada não declarada a com‑ as alterações posteriores, será efetuada por
taria da Receita Federal – SRF; períodos anuais, em 1o de janeiro.
pensação nas hipóteses:
c Inciso IV com a redação dada pela Lei n o 11.051, de Parágrafo único. No âmbito da legislação
c Súm. no 464 do STJ.
29-12-2004. tributária federal, a UFIR será utilizada ex‑
V – o débito que já tenha sido objeto de com‑ I – previstas no § 3 o
deste artigo; clusivamente para a atualização dos créditos
pensação não homologada, ainda que a com‑ II – em que o crédito: tributários da União, objeto de parcelamento
pensação se encontre pendente de decisão a) seja de terceiros; concedido até 31 de dezembro de 1994.
definitiva na esfera administrativa; b) refira‑se a “crédito‑prêmio” instituído pelo Seção IX
VI – o valor objeto de pedido de restituição art. 1 do Decreto‑Lei n 491, de 5 de março
o o
COMPETÊNCIAS DOS CONSELHOS
ou de ressarcimento já indeferido pela auto‑ de 1969;
DE CONTRIBUINTES
ridade competente da Secretaria da Receita c) refira‑se a título público;
Federal do Brasil, ainda que o pedido se encon‑ d) seja decorrente de decisão judicial não Art. 76. Fica o Poder Executivo autorizado a
tre pendente de decisão definitiva na esfera transitada em julgado; ou alterar as competências relativas às matérias
administrativa; e) não se refira a tributos e contribuições objeto de julgamento pelos Conselhos de Con‑
c Incisos V e VI com a redação dada pela Lei administrados pela Secretaria da Receita tribuintes do Ministério da Fazenda.
no 13.670, de 30-5-2018. Federal – SRF; Seção X
VII – o crédito objeto de pedido de restituição f) tiver como fundamento a alegação de in‑ DISPOSITIVO DECLARADO
ou ressarcimento e o crédito informado em constitucionalidade de lei, exceto nos casos
INCONSTITUCIONAL
declaração de compensação cuja confirmação em que a lei:
de liquidez e certeza esteja sob procedimento c Caput da alínea f com a redação dada pela Lei Art. 77. Fica o Poder Executivo autorizado a
fiscal; no 11.941, de 27-5-2009. disciplinar as hipóteses em que a administra‑
VIII – os valores de quotas de salário‑família e 1. tenha sido declarada inconstitucional pelo ção tributária federal, relativamente aos crédi‑
salário‑maternidade; e Supremo Tribunal Federal em ação direta tos tributários baseados em dispositivo decla‑
IX – os débitos relativos ao recolhimento men‑ de inconstitucionalidade ou em ação de‑ rado inconstitucional por decisão definitiva do
sal por estimativa do Imposto sobre a Renda claratória de constitucionalidade; Supremo Tribunal Federal, possa:
das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição 2. tenha tido sua execução suspensa pelo I – abster‑se de constituí‑los;
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) apurados Senado Federal; II – retificar o seu valor ou declará‑los extintos,
na forma do art. 2o desta Lei. 3. tenha sido julgada inconstitucional em de ofício, quando houverem sido constituídos
c Incisos VII a IX acrescidos pela Lei n o 13.670, de sentença judicial transitada em julgado a anteriormente, ainda que inscritos em dívida
30-5-2018. favor do contribuinte; ou ativa;

1310
Lei no 9.504/1997
legível, renunciar ou falecer após o termo final § 3o Os candidatos de coligações majoritárias mento de Campanha (FEFC) e extinguir a propagan-
do prazo do registro ou, ainda, tiver seu regis‑ serão registrados com o número de legenda do da partidária no rádio e na televisão.
tro indeferido ou cancelado. respectivo partido. II – ao percentual do montante total dos re‑
c Art. 101, caput, do CE. c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.211, de cursos da reserva específica a programações
1o-10-2021. decorrentes de emendas de bancada estadual
§ 1 A escolha do substituto far‑se‑á na for‑
o

ma estabelecida no estatuto do partido a que Art. 16. Até vinte dias antes da data das elei‑ impositiva, que será encaminhado no projeto
ções, os Tribunais Regionais Eleitorais enviarão de lei orçamentária anual.
pertencer o substituído, e o registro deverá ser ao Tribunal Superior Eleitoral, para fins de cen‑
c Inciso II com a redação dada pela Lei n o 13.877, de
requerido até 10 (dez) dias contados do fato tralização e divulgação de dados, a relação dos 27-9-2019, promulgado nos termos do art. 66, § 5o,
ou da notificação do partido da decisão judicial candidatos às eleições majoritárias e propor‑ da CF (DOU de 13-12-2019, edição extra – A).
que deu origem à substituição. cionais, da qual constará obrigatoriamente a § 1o VETADO. Lei no 13.487, de 6-10-2017.
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 12.034, de referência ao sexo e ao cargo a que concorrem.
29-9-2009. § 2o O Tesouro Nacional depositará os recursos
c Caput com a redação dada pela Lei no 13.165, de
c Art. 101, §§ 1 o e 2o, do CE. 29-9-2015.
no Banco do Brasil, em conta especial à disposi‑
ção do Tribunal Superior Eleitoral, até o primei‑
§ 2o Nas eleições majoritárias, se o candidato c Art. 102, parágrafo único, do CE.
ro dia útil do mês de junho do ano do pleito.
for de coligação, a substituição deverá fazer‑se § 1o Até a data prevista no caput, todos os pe‑
por decisão da maioria absoluta dos órgãos didos de registro de candidatos, inclusive os § 3 Nos quinze dias subsequentes ao depósito,
o

executivos de direção dos partidos coligados, impugnados e os respectivos recursos, devem o Tribunal Superior Eleitoral:
podendo o substituto ser filiado a qualquer estar julgados pelas instâncias ordinárias, e pu‑ I – divulgará o montante de recursos disponí‑
partido dela integrante, desde que o partido blicadas as decisões a eles relativas. veis no Fundo Eleitoral; e
ao qual pertencia o substituído renuncie ao c § 1o com a redação dada pela Lei no 13.165, de II – VETADO. Lei no 13.487, de 6-10-2017.
direito de preferência. 29-9-2015. c §§ 2 o e 3 o acrescidos pela Lei n o 13.487, de
c Art. 101, § 2 o, do CE. § 2o Os processos de registro de candidaturas 6-10-2017.
§ 3o Tanto nas eleições majoritárias como nas terão prioridade sobre quaisquer outros, de‑ §§ 4 a 6 VETADOS. Lei n 13.487, de
o o o

proporcionais, a substituição só se efetivará se vendo a Justiça Eleitoral adotar as providên‑ 6-10-2017.


o novo pedido for apresentado até 20 (vinte) cias necessáriaso para o cumprimento do prazo § 7o Os recursos de que trata este artigo ficarão
dias antes do pleito, exceto em caso de fale‑ previsto no § 1 , inclusive com a realização de à disposição do partido político somente após
sessões extraordinárias e a convocação dos a definição de critérios para a sua distribuição,
cimento de candidato, quando a substituição
juízes suplentes pelos Tribunais, sem prejuízo os quais, aprovados pela maioria absoluta dos
poderá ser efetivada após esse prazo.
da eventual aplicação do disposto no art. 97
c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 12.891, de e de representação ao Conselho Nacional de membros do órgão de direção executiva nacio‑
11-12-2013. nal do partido, serão divulgados publicamente.
Justiça.
c Art. 101, § 3 , do CE.
o o
c § 7 acrescido pela Lei n 13.487, de 6-10-2017.
o
c § 2o acrescido pela Lei no 12.034, de 29-9-2009.
Art. 14. Estão sujeitos ao cancelamento do
Art. 16‑A. O candidato cujo registro esteja sub §§ 8 a 10. VETADOS. Lei n 13.487, de
o o

registro os candidatos que, até a data da elei‑


judice poderá efetuar todos os atos relativos à 6-10-2017.
ção, forem expulsos do partido, em processo campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário § 11. Os recursos provenientes do Fundo Es‑
no qual seja assegurada ampla defesa e sejam eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter pecial de Financiamento de Campanha que
observadas as normas estatutárias. seu nome mantido na urna eletrônica enquan‑ não forem utilizados nas campanhas eleitorais
c Art. 101 do CE. to estiver sob essa condição, ficando a vali‑ deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional,
Parágrafo único. O cancelamento do registro dade dos votos a ele atribuídos condicionada integralmente, no momento da apresentação
do candidato será decretado pela Justiça Elei‑ ao deferimento de seu registro por instância da respectiva prestação de contas.
toral, após solicitação do partido. superior. c § 11 acrescido pela Lei no 13.487, de 6-10-2017.
Art. 15. A identificação numérica dos candi‑ Parágrafo único. O cômputo, para o respec‑ §§ 12 a 14. VETADOS. Lei n o 13.487, de
datos se dará mediante a observação dos se‑ tivo partido ou coligação, dos votos atribuídos 6-10-2017.
guintes critérios: ao candidato cujo registro esteja sub judice no
dia da eleição fica condicionado ao deferimen‑ § 15. O percentual dos recursos a que se refere
I – os candidatos aos cargos majoritários con‑ to do registro do candidato. o inciso II do caput deste artigo poderá ser re‑
correrão com o número identificador do parti‑ duzido mediante compensação decorrente do
c Art. 16‑A acrescido pela Lei n o 12.034, de
do ao qual estiverem filiados; 29-9-2009. remanejamento, se existirem, de dotações em
II – os candidatos à Câmara dos Deputados c O STF, por unanimidade, julgou procedentes os excesso destinadas ao Poder Legislativo.
concorrerão com o número do partido ao qual pedidos formulados na ADIN no 4.513 para atribuir c § 15 acrescido pela Lei no 13.487, de 6-10-2017.
estiverem filiados, acrescido de dois algarismos interpretação conforme a Constituição a este dis-
positivo (DJe de 25-5-2023). § 16. Os partidos podem comunicar ao Tribunal
à direita; Superior Eleitoral até o 1o (primeiro) dia útil
III – os candidatos às Assembleias Legislativas e Art. 16‑B. O disposto no art. 16‑A quanto ao do mês de junho a renúncia ao FEFC, vedada
à Câmara Distrital concorrerão com o número direito de participar da campanha eleitoral, a redistribuição desses recursos aos demais
do partido ao qual estiverem filiados acrescido inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito, partidos.
de três algarismos à direita; aplica‑se igualmente ao candidato cujo pedi‑
§ 16 acrescido pela Lei no 13.877, de 27-9-2019.
IV – o Tribunal Superior Eleitoral baixará reso‑ do de registro tenha sido protocolado no prazo
c

lução sobre a numeração dos candidatos con‑ legal e ainda não tenha sido apreciado pela Art. 16‑D. Os recursos do Fundo Especial de
Justiça Eleitoral. Financiamento de Campanha (FEFC), para o
correntes às eleições municipais.
c Artigo acrescido pela Lei n 12.891, de 11-12-2013. primeiro turno das eleições, serão distribuídos
o
c Art. 100 do CE.
Do Fundo Especial de Financiamento entre os partidos políticos, obedecidos os se‑
§ 1o Aos partidos fica assegurado o direito de de Campanha (FEFC) guintes critérios:
manter os números atribuídos à sua legenda Caput acrescido pela Lei no 13.488, de 6-10-2017.
na eleição anterior, e aos candidatos, nesta Art. 16‑C. O Fundo Especial de Financiamento c

hipótese, o direito de manter os números que de Campanha (FEFC) é constituído por dota‑ I – 2% (dois por cento), divididos igualitaria‑
ções orçamentárias da União em ano eleitoral, mente entre todos os partidos com estatutos
lhes foram atribuídos na eleição anterior para
em valor ao menos equivalente: registrados no Tribunal Superior Eleitoral;
o mesmo cargo.
c Caput acrescido pela Lei no 13.487, de 6-10-2017. II – 35% (trinta e cinco por cento), divididos
§ 2o Aos candidatos a que se refere o § 1 o do entre os partidos que tenham pelo menos um
I – ao definido pelo Tribunal Superior Eleitoral,
artigo 8 o, é permitido requerer novo número representante na Câmara dos Deputados, na
a cada eleição, com base nos parâmetros de‑
ao órgão de direção de seu partido, indepen‑ proporção do percentual de votos por eles ob‑
finidos em lei;
dentemente do sorteio a que se refere o § 2o tidos na última eleição geral para a Câmara
c Inciso I acrescido pela Lei no 13.487, de 6-10-2017.
do artigo 100 da Lei n o 4.737, de 15 de julho dos Deputados;
c Art. 3o da Lei no 13.487, de 6-10-2017, que altera
de 1965 – Código Eleitoral. as Leis nos 9.504, de 30-9-1997, e 9.096, de 19-9- III – 48% (quarenta e oito por cento), divididos
c Art. 100, § 2o, do CE. 1995, para instituir o Fundo Especial de Financia- entre os partidos, na proporção do número

1344
Lei no 9.882/1999
sição de embargos declaratórios, não poden‑ Art. 2o Podem propor arguição de descumpri‑ responsáveis pela prática do ato questionado,
do, igualmente, ser objeto de ação rescisória. mento de preceito fundamental: no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade c Art. 103 da CF. § 1o Se entender necessário, poderá o relator
de lei ou ato normativo, e tendo em vista ra‑ I – os legitimados para a ação direta de incons‑ ouvir as partes nos processos que ensejaram
zões de segurança jurídica ou de excepcional titucionalidade; a arguição, requisitar informações adicionais,
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Fe‑ II – VETADO. designar perito ou comissão de peritos para
deral, por maioria de dois terços de seus mem‑ que emita parecer sobre a questão, ou ainda,
§ 1o Na hipótese do inciso II, faculta‑se ao in‑ fixar data para declarações, em audiência pú‑
bros, restringir os efeitos daquela declaração teressado, mediante representação, solicitar a
ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de blica, de pessoas com experiência e autoridade
propositura de arguição de descumprimento na matéria.
seu trânsito em julgado ou de outro momento de preceito fundamental ao Procurador‑Geral
que venha a ser fixado. § 2 o Poderão ser autorizadas, a critério do
da República, que, examinando os fundamen‑
relator, sustentação oral e juntada de memo‑
Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o tos jurídicos do pedido, decidirá do cabimento
riais, por requerimento dos interessados no
trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tri‑ do seu ingresso em juízo. processo.
bunal Federal fará publicar em seção especial § 2o VETADO. Art. 7o Decorrido o prazo das informações, o
do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União Art. 3o A petição inicial deverá conter: relator lançará o relatório, com cópia a todos
a parte dispositiva do acórdão. os ministros, e pedirá dia para julgamento.
I – a indicação do preceito fundamental que se
Parágrafo único. A declaração de constitu‑ considera violado; Parágrafo único. O Ministério Público, nas ar‑
cionalidade ou de inconstitucionalidade, inclu‑ II – a indicação do ato questionado; guições que não houver formulado, terá vista
sive a interpretação conforme a Constituição e III – a prova da violação do preceito funda‑ do processo, por 5 (cinco) dias, após o decurso
a declaração parcial de inconstitucionalidade mental; do prazo para informações.
sem redução de texto, têm eficácia contra to‑ IV – o pedido, com suas especificações; Art. 8o A decisão sobre a arguição de descum‑
dos e efeito vinculante em relação aos órgãos V – se for o caso, a comprovação da existência primento de preceito fundamental somente
do Poder Judiciário e à Administração Pública de controvérsia judicial relevante sobre a apli‑ será tomada se presentes na sessão pelo me‑
federal, estadual e municipal. cação do preceito fundamental que se consi‑ nos 2/3 (dois terços) dos Ministros.
c Art. 102, § 2o, do RISTF. dera violado. §§ 1o e 2o VETADOS.
CAPÍTULO V Parágrafo único. A petição inicial, acompa‑ Art. 9o VETADO.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS nhada de instrumento de mandato, se for o
caso, será apresentada em duas vias, deven‑
Art. 10. Julgada a ação, far‑se‑á comunicação
Art. 29. O artigo 482 do Código de Processo às autoridades ou órgãos responsáveis pela
do conter cópias do ato questionado e dos
Civil fica acrescido dos seguintes parágrafos: prática dos atos questionados, fixando‑se as
documentos necessários para comprovar a
condições e o modo de interpretação e aplica‑
c Alteração inserida no texto do referido Código. impugnação. ção do preceito fundamental.
Art. 30. O artigo 8o da Lei no 8.185, de 14 de Art. 4o A petição inicial será indeferida limi‑ § 1 o O presidente do Tribunal determinará o
maio de 1991, passa a vigorar acrescido dos narmente, pelo relator, quando não for o caso imediato cumprimento da decisão, lavrando‑se
seguintes dispositivos: de arguição de descumprimento de preceito o acórdão posteriormente.
A Lei no 8.185, de 14-5-1991, foi revogada pela Lei fundamental, faltar algum dos requisitos pres‑
c
§ 2 o Dentro do prazo de dez dias contado a
no 11.697, de 13-6-2008. critos nesta Lei ou for inepta. partir do trânsito em julgado da decisão, sua
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua § 1 o Não será admitida arguição de descum‑ parte dispositiva será publicada em seção es‑
publicação. primento de preceito fundamental quando pecial do Diário da Justiça e do Diário Oficial
Brasília, 10 de novembro de 1999; houver qualquer outro meio eficaz de sanar da União.
178o da Independência e a lesividade. § 3o A decisão terá eficácia contra todos e efei‑
111o da República. § 2o Da decisão de indeferimento da petição to vinculante relativamente aos demais órgãos
inicial caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) do Poder Público.
Fernando Henrique Cardoso
dias. c Art. 102, § 1o, da CF.
Art. 5o O Supremo Tribunal Federal, por de‑ Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de
cisão da maioria absoluta de seus membros, lei ou ato normativo, no processo de arguição
LEI No 9.882, poderá deferir pedido de medida liminar na de descumprimento de preceito fundamental,
DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999 arguição de descumprimento de preceito e tendo em vista razões de segurança jurídi‑
Dispõe sobre o processo e julgamento da fundamental. ca ou de excepcional interesse social, poderá
arguição de descumprimento de pre- o Supremo Tribunal Federal, por maioria de
§ 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de
ceito fundamental, nos termos do § 1o 2/3 (dois terços) de seus membros, restringir
lesão grave, ou ainda, em período de recesso,
do art. 102 da Constituição Federal. os efeitos daquela declaração ou decidir que
poderá o relator conceder a liminar, ad refe-
ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito
c Publicada no DOU de 6-12-1999. rendum do Tribunal Pleno. em julgado ou de outro momento que venha
c O STF, por unanimidade, declarou a constitucio- § 2o O relator poderá ouvir os órgãos ou au‑ a ser fixado.
nalidade desta lei ao julgar improcedente a ADIN toridades responsáveis pelo ato questionado,
no 2231 (DOU de 30-5-2023). Art. 12. A decisão que julgar procedente
bem como o Advogado‑Geral da União ou o ou improcedente o pedido em arguição de
Art. 1o A arguição prevista no § 1o do artigo Procurador‑Geral da República, no prazo co‑ descumprimento de preceito fundamental é
102 da Constituição Federal será proposta pe‑ mum de 5 (cinco) dias. irrecorrível, não podendo ser objeto de ação
rante o Supremo Tribunal Federal, e terá por § 3o A liminar poderá consistir na determinaçãorescisória.
objeto evitar ou reparar lesão a preceito fun‑ de que juízes e tribunais suspendam o anda‑
damental, resultante de ato do Poder Público.
Art. 13. Caberá reclamação contra o descum‑
mento de processo ou os efeitos de decisões primento da decisão proferida pelo Supremo
Parágrafo único. Caberá também arguição judiciais, ou de qualquer outra medida que Tribunal Federal, na forma do seu Regimento
de descumprimento de preceito fundamental: apresente relação com a matéria objeto da ar‑ Interno.
I – quando for relevante o fundamento da con‑ guição de descumprimento de preceito funda‑ Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua
trovérsia constitucional sobre lei ou ato norma‑ mental, salvo se decorrentes da coisa julgada. publicação.
tivo federal, estadual ou municipal, incluídos c ADIN no 2.231-8.
Brasília, 3 de dezembro de 1999;
os anteriores à Constituição; § 4o VETADO. 178o da Independência e
c ADIN no 2.231-8. Art. 6 o Apreciado o pedido de liminar, o re‑ 111o da República.
II – VETADO. lator solicitará as informações às autoridades Fernando Henrique Cardoso

1398
Lei no 10.637/2002
setembro de 1984; os arts. 91, 93 e 94 da Lei resultado positivo da avaliação de investi‑ II – no inciso I do art. 1o da Lei no 10.147, de 21
no 8.981, de 20 de janeiro de 1995. mentos pelo valor do patrimônio líquido e de dezembro de 2000, e alterações posterio‑
Art. 40. Esta Lei entra em vigor na data de sua os lucros e dividendos derivados de partici‑ res, no caso de venda de produtos farmacêuti‑
publicação. pações societárias, que tenham sido com‑ cos, de perfumaria, de toucador ou de higiene
putados como receita; pessoal nele relacionados;
Brasília, 19 de julho de 2002; c Alínea b com a redação dada pela Lei no 12.973, de III – no art. 1o da Lei no 10.485, de 3 de julho
181o da Independência e 13-5-2014. de 2002, e alterações posteriores, no caso de
114o da República. venda de máquinas e veículos classificados
VI – de que trata o inciso IV do caput do
Fernando Henrique Cardoso art. 187 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00,
1976, decorrentes da venda de bens do ativo 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5,
não circulante, classificado como investimen‑ 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06,
to, imobilizado ou intangível; da TIPI;
LEI N 10.637,
o
IV – no inciso II do art. 3o da Lei no 10.485, de
c Inciso VI com a redação dada pela Lei no 12.973, de
DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002 13-5-2014. 3 de julho de 2002, no caso de vendas para
Dispõe sobre a não cumulatividade na VII – decorrentes de transferência onerosa a comerciante atacadista ou varejista ou para
cobrança da contribuição para os Programas outros contribuintes do Imposto sobre Opera‑ consumidores, de autopeças relacionadas nos
de Integração Social (PIS) e de Formação do ções relativas à Circulação de Mercadorias e Anexos I e II da mesma Lei;
Patrimônio do Servidor Público (PASEP), nos sobre Prestações de Serviços de Transporte In‑ V – no caput do art. 5 o da Lei n o 10.485, de
casos que especifica; sobre o pagamento terestadual e Intermunicipal e de Comunicação 3 de julho de 2002, e alterações posteriores,
e o parcelamento de débitos tributários – ICMS de créditos de ICMS originados de ope‑ no caso de venda dos produtos classificados
federais, a compensação de créditos rações de exportação, conforme o disposto no nas posições 40.11 (pneus novos de borracha)
fiscais, a declaração de inaptidão de inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar e 40.13 (câmaras de ar de borracha), da TIPI;
inscrição de pessoas jurídicas, a legislação no 87, de 13 de setembro de 1996; VI – no art. 2o da Lei no 10.560, de 13 de no‑
aduaneira, e dá outras providências. vembro de 2002, e alterações posteriores, no
c Inciso VII com a redação dada pela Lei no 11.945,
c Publicada no DOU de 31-12-2002, Edição Extra, e de 4-6-2009. caso de venda de querosene de aviação;
retificada no DOU de 6-6-2003. VII a IX – Revogados. Lei n o 13.097, de
c Lei no 10.833, de 29-12-2003, altera a legislação VIII – financeiras decorrentes do ajuste a valor 19-1-2015;
tributária federal. presente de que trata o inciso VIII do caput do X – no art. 23 da Lei no 10.865, de 30 de abril

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
c Lei no 10.865, de 30-4-2004, dispõe sobre o PIS/ art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de de 2004, no caso de venda de gasolinas e suas
PASEP‑Importação e a COFINS‑Importação. 1976, referentes a receitas excluídas da base correntes, exceto gasolina de aviação, óleo
c Lei no 10.925, de 23-7-2004, reduz as alíquotas do de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP; diesel e suas correntes, querosene de aviação,
PIS/PASEP e da COFINS incidentes na importação IX – relativas aos ganhos decorrentes de avalia‑
e na comercialização do mercado interno de ferti- gás liquefeito de petróleo – GLP derivado de
ção de ativo e passivo com base no valor justo; petróleo e de gás natural.
lizantes e defensivos agropecuários.
X – de subvenções para investimento, inclusi‑
CAPÍTULO I c Inciso X acrescido pela Lei no 10.925, de 23-7-2004.
ve mediante isenção ou redução de impostos,
DA COBRANÇA NÃO CUMULATIVA concedidas como estímulo à implantação ou § 1o‑A. Excetua‑se do disposto no caput deste
DO PIS E DO PASEP expansão de empreendimentos econômicos e artigo a receita bruta auferida pelos produto‑
de doações feitas pelo poder público; res, importadores ou distribuidores com a ven‑
Art. 1o A Contribuição para o PIS/PASEP, com a da de álcool, inclusive para fins carburantes, à
incidência não cumulativa, incide sobre o total XI – reconhecidas pela construção, recupera‑
ção, reforma, ampliação ou melhoramento da qual se aplicam as alíquotas previstas no caput
das receitas auferidas no mês pela pessoa jurí‑ e no § 4o do art. 5o da Lei no 9.718, de 27 de
dica, independentemente de sua denominação infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo
ou classificação contábil. intangível representativo de direito de explo‑ novembro de 1998.
ração, no caso de contratos de concessão de c § 1o‑A acrescido pela Lei no 11.727, de 23-6-2008.
c Caput com a redação dada pela Lei no 12.973, de
13-5-2014. serviços públicos; § 2o Excetua‑se do disposto no caput deste ar‑
c Incisos VIII a XI com a redação dada pela Lei tigo a receita bruta decorrente da venda de pa‑
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, o to‑ no 12.973, de 13-5-2014.
tal das receitas compreende a receita bruta de pel imune a impostos de que trata o art. 150,
que trata o art. 12 do Decreto‑Lei no 1.598, de XII – relativas ao valor do imposto que deixar inciso VI, alínea d, da Constituição Federal,
26 de dezembro de 1977, e todas as demais de ser pago em virtude das isenções e redu‑ quando destinado à impressão de periódicos,
receitas auferidas pela pessoa jurídica com os ções de que tratam as alíneas a, b, c e e do § 1o que fica sujeita à alíquota de 0,8% (oito déci‑
respectivos valores decorrentes do ajuste a va‑ do art. 19 do Decreto‑Lei no 1.598, de 26 de mos por cento).
lor presente de que trata o inciso VIII do caput dezembro de 1977; c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 10.865, de
do art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro XIII – relativas ao prêmio na emissão de de‑ 30-4-2004.
de 1976. bêntures; e c Art. 1o, caput, §§ 1o e 2o da Lei no 11.945, de 4-6-
2009, que dispõe sobre o Registro Especial na
§ 2o A base de cálculo da Contribuição para o c Incisos XII e XIII com a redação dada pela Lei Secretaria da Receita Federal do Brasil.
PIS/PASEP é o total das receitas auferidas pela no 14.592, de 30-5-2023.
§ 3o Fica o Poder Executivo autorizado a reduzir
pessoa jurídica, conforme definido no caput XIV – relativas ao valor do ICMS que tenha a 0 (zero) e a restabelecer a alíquota inciden‑
e no § 1o. incidido sobre a operação. te sobre receita bruta decorrente da venda de
c §§ 1o e 2o com a redação dada pela Lei n o 12.973, c Inciso XIV acrescido pela Lei n o 14.592, de produtos químicos e farmacêuticos, classifica‑
de 13-5-2014. 30-5-2023. dos nos Capítulos 29 e 30 da TIPI, sobre produ‑
§ 3o Não integram a base de cálculo a que se Art. 2o Para determinação do valor da contri‑ tos destinados ao uso em hospitais, clínicas e
refere este artigo, as receitas: buição para o PIS/PASEP aplicar‑se‑á, sobre a consultórios médicos e odontológicos, campa‑
I – decorrentes de saídas isentas da contribui‑ base de cálculo apurada conforme o disposto nhas de saúde realizadas pelo poder público,
ção ou sujeitas à alíquota zero; no art. 1 o, a alíquota de 1,65% (um inteiro e laboratório de anatomia patológica, citológica
II – VETADO; sessenta e cinco centésimos por cento). ou de análises clínicas, classificados nas posi‑
III – auferidas pela pessoa jurídica revende‑ § 1o Excetua‑se do disposto no caput a receita ções 30.02, 30.06, 39.26, 40.15 e 90.18, e
dora, na revenda de mercadorias em relação bruta auferida pelos produtores ou importado‑ sobre semens e embriões da posição 05.11,
às quais a contribuição seja exigida da em‑ res, que devem aplicar as alíquotas previstas: todos da TIPI.
presa vendedora, na condição de substituta I – nos incisos I a III do art. 4o da Lei no 9.718, c § 3 com a redação dada pela Lei n 11.488, de
o o

tributária; de 27 de novembro de 1998, e alterações 15-6-2007.


IV – Revogado. Lei no 11.727, de 23-6-2008; posteriores, no caso de venda de gasolinas e § 4 o Excetua‑se do disposto no caput deste
V – referentes a: suas correntes, exceto gasolina de aviação, artigo a receita bruta auferida por pessoa ju‑
a) vendas canceladas e aos descontos incon‑ óleo diesel e suas correntes e gás liquefeito rídica industrial estabelecida na Zona Franca
dicionais concedidos; de petróleo – GLP derivado de petróleo e de de Manaus, decorrente da venda de produção
b) reversões de provisões e recuperações de gás natural; própria, consoante projeto aprovado pelo Con‑
créditos baixados como perda, que não c Inciso I com a redação dada pela Lei n o 10.925, de selho de Administração da Superintendência
representem ingresso de novas receitas, o 23-7-2004. da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, que

1417
Lei no 10.637/2002
fica sujeita, ressalvado o disposto nos §§ 1o a fabricação de bens ou produtos destinados à III – dos encargos de depreciação e amortiza‑
3o deste artigo, às alíquotas de: venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, ção dos bens mencionados nos incisos VI, VII e
I – 0,65% (sessenta e cinco centésimos por exceto em relação ao pagamento de que trata XI do caput, incorridos no mês;
cento), no caso de venda efetuada a pessoa o art. 2 o da Lei n o 10.485, de 3 de julho de c Inciso III com a redação dada pela Lei no 12.973, de
jurídica estabelecida: 2002, devido pelo fabricante ou importador, 13-5-2014.
a) na Zona Franca de Manaus; e ao concessionário, pela intermediação ou en‑ c Art. 31 da Lei n o 10.865, de 30-4-2004, que
trega dos veículos classificados nas posições dispõe sobre o PIS/PASEP‑Importação e a
b) fora da Zona Franca de Manaus, que apure COFINS‑Importação.
a Contribuição para o PIS/PASEP no regime 87.03 e 87.04 da TIPI; o
c Art. 1 da Lei n 11.774, de 17-9-2008, que altera a
o

de não cumulatividade; c Inciso II com a redação dada pela Lei no 10.865, de legislação tributária federal.
30-4-2004.
II – 1,3% (um inteiro e três décimos por cento), IV – dos bens mencionados no inciso VIII do
no caso de venda efetuada a: III – VETADO; caput, devolvidos no mês.
a) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipa‑
c Art. 31 da Lei n o 10.865, de 30-4-2004, que
Franca de Manaus, que apure o imposto de mentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas dispõe sobre o PIS/PASEP‑Importação e a
renda com base no lucro presumido; atividades da empresa; COFINS‑Importação.
b) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona V – valor das contraprestações de operações § 2o Não dará direito a crédito o valor:
Franca de Manaus, que apure o imposto de de arrendamento mercantil de pessoa jurídica,
c Caput do § 2 o com a redação dada pela Lei
renda com base no lucro real e que tenha exceto de optante pelo Sistema Integrado de
no 10.865, de 30-4-2004.
sua receita, total ou parcialmente, excluída Pagamento de Impostos e Contribuições das
do regime de incidência não cumulativa da Microempresas e das Empresas de Pequeno I – de mão de obra paga a pessoa física;
Contribuição para o PIS/PASEP; Porte – SIMPLES; II – da aquisição de bens ou serviços não su‑
c) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona c Inciso V com a redação dada pela Lei no 10.865, de jeitos ao pagamento da contribuição, inclu‑
Franca de Manaus e que seja optante pelo 30-4-2004. sive no caso de isenção, esse último quando
Sistema Integrado de Pagamento de Impos‑ VI – máquinas, equipamentos e outros bens revendidos ou utilizados como insumo em
tos e Contribuições – SIMPLES; e produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0
incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos
d) órgãos da administração federal, estadual, (zero), isentos ou não alcançados pela con‑
distrital e municipal. ou fabricados para locação a terceiros ou para
utilização na produção de bens destinados à tribuição; e
c § 4o acrescido pela Lei no 10.996, de 15-12-2004. Incisos I e II com a redação dada pela Lei no 14.592,
venda ou na prestação de serviços; c
§ 5 o O disposto no § 4 o também se aplica à c Inciso VI com a redação dada pela Lei no 11.196, de de 30-5-2023.
receita bruta auferida por pessoa jurídica in‑ 21-11-2005. III – do ICMS que tenha incidido sobre a ope‑
dustrial ou comercial estabelecida nas Áreas de ração de aquisição.
Livre Comércio de que tratam as Leis n 7.965,
os VII – edificações e benfeitorias em imóveis de
Inciso III acrescido pela Lei n o 14.592, de
de 22 de dezembro de 1989, 8.210, de 19 de terceiros, quando o custo, inclusive de mão de c
30-5-2023.
julho de 1991, e 8.256, de 25 de novembro obra, tenha sido suportado pela locatária;
de 1991, o art. 11 da Lei n o 8.387, de 30 de c Art. 6o da Lei no 11.488, de 15-6-2007, que cria o § 3o O direito ao crédito aplica‑se, exclusiva‑
dezembro de 1991, e a Lei n o 8.857, de 8 de Regime Especial de Incentivos para o Desenvol- mente, em relação:
março de 1994. vimento da Infraestrutura – REIDI; reduz para 24
(vinte e quatro) meses o prazo mínimo para uti-
I – aos bens e serviços adquiridos de pessoa
c § 5 o com a redação dada pela Lei n o 11.945, de lização dos créditos da contribuição para o PIS/ jurídica domiciliada no País;
4-6-2009. PASEP e da contribuição para o financiamento da II – aos custos e despesas incorridos, pagos
§ 6o A exigência prevista no § 4o deste artigo seguridade social – COFINS decorrentes da aquisi- ou creditados a pessoa jurídica domiciliada
relativa ao projeto aprovado não se aplica às ção de edificações; amplia o prazo para pagamento no País;
pessoas jurídicas comerciais referidas no § 5 o de impostos e contribuições. III – aos bens e serviços adquiridos e aos custos
deste artigo. VIII – bens recebidos em devolução, cuja recei‑ e despesas incorridos a partir do mês em que
c § 6o acrescido pela Lei n o 11.945, de 4-6-2009. ta de venda tenha integrado faturamento do se iniciar a aplicação do disposto nesta Lei.
Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a mês ou de mês anterior, e tributada conforme § 4o O crédito não aproveitado em determina‑
pessoa jurídica poderá descontar créditos cal‑ o disposto nesta Lei; do mês poderá sê‑lo nos meses subsequentes.
culados em relação a: IX – energia elétrica e energia térmica, inclusi‑
§§ 5o e 6o VETADOS.
c Art. 30 da Lei n o 10.865, de 30-4-2004, que ve sob a forma de vapor, consumidas nos esta‑
dispõe sobre o PIS/PASEP‑Importação e a belecimentos da pessoa jurídica; § 7o Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar‑se
COFINS‑Importação.
c Inciso IX com a redação dada pela Lei no 11.488, de à incidência não cumulativa da contribuição
c Arts. 9o e 10, § 5o, do Dec. no 5.712, de 2-3-2006, 15-6-2007. para o PIS/PASEP, em relação apenas a parte
que regulamenta o Regime Especial de Tributação de suas receitas, o crédito será apurado, exclu‑
para a Plataforma de Exportação de Serviços de X – vale‑transporte, vale‑refeição ou vale ali‑ sivamente, em relação aos custos, despesas e
Tecnologia da Informação – REPES, instituído pe- mentação, fardamento ou uniforme forneci‑
los arts. 1o a 11 da Lei no 11.196, de 21-11-2005. encargos vinculados a essas receitas.
dos aos empregados por pessoa jurídica que
c Art. 6o do Dec. no 5.881, de 31-8-2006, que regu- § 8o Observadas as normas a serem editadas
lamenta o art. 55 da Lei no 11.196, de 21-11-2005, explore as atividades de prestação de serviços
que instituiu o regime de suspensão da contribui- de limpeza, conservação e manutenção; pela Secretaria da Receita Federal, no caso de
ção para o PIS/PASEP e da COFINS na aquisição c Inciso X acrescido pela Lei no 11.898, de 8-1-2009.
custos, despesas e encargos vinculados às re‑
de máquinas e equipamentos para a produção ceitas referidas no § 7o e àquelas submetidas
de papéis destinados à impressão de jornais e XI – bens incorporados ao ativo intangível, ao regime de incidência cumulativa dessa con‑
periódicos. adquiridos para utilização na produção de tribuição, o crédito será determinado, a critério
c Arts. 13 e 14, § 2 o, do Dec. n o 6.144, de 3-7- bens destinados a venda ou na prestação de da pessoa jurídica, pelo método de:
2007, que regulamenta a forma de habilitação e serviços.
co‑habilitação ao Regime Especial de Incentivos I – apropriação direta, inclusive em relação aos
para o Desenvolvimento da Infraestrutura – REIDI, c Inciso XI acrescido pela Lei n o 12.973, de custos, por meio de sistema de contabilidade
instituído pelos arts. 1o a 5o da Lei no 11.488, de 13-5-2014.
15-6-2007.
de custos integrada e coordenada com a es‑
§ 1 o O crédito será determinado mediante a crituração; ou
I – bens adquiridos para revenda, exceto em re‑ aplicação da alíquota prevista no caput do II – rateio proporcional, aplicando‑se aos cus‑
lação às mercadorias e aos produtos referidos: art. 2o desta Lei sobre o valor: tos, despesas e encargos comuns a relação per‑
a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e c § 1o com a redação dada pela Lei no 10.865, de centual existente entre a receita bruta sujeita
c Alínea a com a redação dada pela Lei no 11.727, de 30-4-2004. à incidência não cumulativa e a receita bruta
23-6-2008. I – dos itens mencionados nos incisos I e II do total, auferidas em cada mês.
b) nos §§ 1o e 1o‑A do art. 2o desta Lei; caput, adquiridos no mês; c Art. 2o, § 2o, do Dec. no 7.422, de 31-12-2010, que
c Alínea b com a redação dada pela Lei no 11.787, de II – dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX dispõe sobre a concessão de incentivo fiscal para
25-9-2008. do caput, incorridos no mês; o desenvolvimento regional.
II – bens e serviços, utilizados como insumo c Inciso II com a redação dada pela Lei no 10.684, de § 9o O método eleito pela pessoa jurídica será
na prestação de serviços e na produção ou 30-5-2003. aplicado consistentemente por todo o ano‑ca‑

1418
Lei no 10.833/2003
ATO ADMINISTRATIVO R$ circulante, classificado como investimento, § 1o Excetua‑se do disposto no caput deste arti‑
imobilizado ou intangível; go a receita bruta auferida pelos produtores ou
‑ de 1o de julho de 2008 a 31 de
45,00 c Inciso II com a redação dada pela Lei n o 12.973, de importadores, que devem aplicar as alíquotas
outubro de 2008 previstas:
13-5-2014.
‑ a partir de 1 de novembro de
o
III – auferidas pela pessoa jurídica revende‑ c § 1 acrescido pela Lei n 10.865, de 30-4-2004.
o o
60,00
2008 dora, na revenda de mercadorias em relação c Art. 24 da Lei n 11.727, de 23-6-2008, que dispõe
o

V – Expedição de porte de arma sobre medidas tributárias destinadas a estimular


1.000,00
às quais a contribuição seja exigida da em‑ os investimentos e a modernização do setor de
de fogo presa vendedora, na condição de substituta turismo, a reforçar o sistema de proteção tarifá-
VI – Renovação de porte de arma tributária; ria brasileiro, a estabelecer a incidência de forma
1.000,00 IV – Revogado. Lei n 11.727, de 23-6-2008;
o
concentrada da Contribuição para o PIS/PASEP e
de fogo
V – referentes a: da COFINS na produção e comercialização do ál-
VII – Expedição de segunda via de cool, e altera diversas leis.
certificado de registro de arma de 60,00 a) vendas canceladas e aos descontos incon‑
dicionais concedidos; I – nos incisos I a III do art. 4o da Lei no 9.718,
fogo
b) reversões de provisões e recuperações de de 27 de novembro de 1998, e alterações
VIII – Expedição de segunda via de
60,00 créditos baixados como perda que não posteriores, no caso de venda de gasolinas e
porte de arma de fogo
representem ingresso de novas receitas, o suas correntes, exceto gasolina de aviação,
resultado positivo da avaliação de investi‑ óleo diesel e suas correntes e gás liquefeito
mentos pelo valor do patrimônio líquido e de petróleo – GLP derivado de petróleo e de
LEI No 10.833, os lucros e dividendos derivados de partici‑ gás natural;
pações societárias, que tenham sido com‑ c Inciso I com a redação dada pela Lei n 10.925, de
o
DE 29 DE DEZEMBRO DE 2003 23-7-2004.
putados como receita;
Altera a Legislação Tributária Federal II – no inciso I do art. 1o da Lei no 10.147, de 21
c Alínea b com a redação dada pela Lei n o 12.973, de
e dá outras providências. 13-5-2014. de dezembro de 2000, e alterações posterio‑
c Publicada no DOU de 30-12-2003, Edição Extra. res, no caso de venda de produtos farmacêuti‑
VI – decorrentes de transferência onerosa a ou‑
c Lei no 10.637, de 30-12-2002, dispõe sobre a não cos, de perfumaria, de toucador ou de higiene
cumulatividade na cobrança da contribuição para
tros contribuintes do Imposto sobre Operações pessoal, nele relacionados;
o PIS/PASEP, nos casos que especifica; sobre o relativas à Circulação de Mercadorias e sobre III – no art. 1o da Lei no 10.485, de 3 de julho
pagamento e o parcelamento de débitos tributá- Prestações de Serviços de Transporte Interes‑ de 2002, e alterações posteriores, no caso de
rios federais, a compensação de créditos fiscais, tadual e Intermunicipal e de Comunicação – venda de máquinas e veículos classificados
a declaração de inaptidão de inscrição de pessoas ICMS de créditos de ICMS originados de ope‑ nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00,
jurídicas, a legislação aduaneira. rações de exportação, conforme o disposto no 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5,
c Lei no 10.865, de 30-4-2004, dispõe sobre a con- inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06,
tribuição para o PIS/PASEP e a COFINS incidentes no 87, de 13 de setembro de 1996; da TIPI;
sobre a importação de bens e serviços. c Inciso VI com a redação dada pela Lei n o 11.945, de IV – no inciso II do art. 3 o da Lei n o 10.485, de
c Lei no 10.925, de 23-7-2004, reduz as alíquotas do 4-6-2009. 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para
PIS/PASEP e da COFINS incidentes na importação
VII – financeiras decorrentes do ajuste a valor comerciante atacadista ou varejista ou para
e na comercialização do mercado interno de ferti-
lizantes e defensivos agropecuários. presente de que trata o inciso VIII do caput do consumidores, das autopeças relacionadas nos
art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de Anexos I e II da mesma Lei;
CAPÍTULO I 1976, referentes a receitas excluídas da base V – no caput do art. 5 o da Lei n o 10.485, de
DA COBRANÇA NÃO de cálculo da COFINS; 3 de julho de 2002, e alterações posteriores,
CUMULATIVA DA COFINS VIII – relativas aos ganhos decorrentes de ava‑ no caso de venda dos produtos classificados
liação do ativo e passivo com base no valor nas posições 40.11 (pneus novos de borracha)
Art. 1o A Contribuição para o Financiamento justo; e 40.13 (câmaras de ar de borracha), da TIPI;
da Seguridade Social – COFINS, com a incidên‑ IX – de subvenções para investimento, inclusi‑ VI – no art. 2 da Lei n 10.560, de 13 de no‑
o o

cia não cumulativa, incide sobre o total das ve mediante isenção ou redução de impostos, vembro de 2002, e alterações posteriores, no
receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, concedidas como estímulo à implantação ou caso de venda de querosene de oaviação;
independentemente de sua denominação ou expansão de empreendimentos econômicos e VII a IX – Revogados. Lei n 13.097, de
classificação contábil. de doações feitas pelo poder público; 19-1-2015;
X – reconhecidas pela construção, recupera‑ X – no art. 23 da Lei n 10.865, de 30 de abril
o
c Caput com a redação dada pela Lei no 12.973, de
13-5-2014. ção, reforma, ampliação ou melhoramento da de 2004, no caso de venda de gasolinas e suas
c Súm. no 423 do STJ. infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo correntes, exceto gasolina de aviação, óleo
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, o to‑ intangível representativo de direito de explo‑ diesel e suas correntes, querosene de aviação,
tal das receitas compreende a receita bruta de ração, no caso de contratos de concessão de gás liquefeito de petróleo – GLP derivado de
serviços públicos; petróleo e de gás natural.
que trata o art. 12 do Decreto‑Lei no 1.598, de c Inciso X acrescido pela Lei n 10.925, de 23-7-2004.
o
26 de dezembro de 1977, e todas as demais c Incisos VII a X com a redação dada pela Lei
receitas auferidas pela pessoa jurídica com os no 12.973, de 13-5-2014. § 1o‑A. Excetua‑se do disposto no caput deste
XI – relativas ao valor do imposto que deixar artigo a receita bruta auferida pelos produto‑
seus respectivos valores decorrentes do ajuste
de ser pago em virtude das isenções e redu‑ res, importadores ou distribuidores com a ven‑
a valor presente de que trata o inciso VIII do da de álcool, inclusive para fins carburantes, à
caput do art. 183 da Lei n o 6.404, de 15 de ções de que tratam as alíneas a, b, c e e do § 1o
do art. 19 do Decreto‑Lei no 1.598, de 26 de qual se aplicam as alíquotas previstas no caput
dezembro de 1976. e no § 4o do art. 5o da Lei no 9.718, de 27 de
dezembro de 1977;
§ 2o A base de cálculo da COFINS é o total das novembro de 1998.
XII – relativas ao prêmio na emissão de de‑
receitas auferidas pela pessoa jurídica, confor‑ bêntures; e c § 1o‑A acrescido pela Lei no 11.727, de 23-6-2008.
me definido no caput e no § 1o.
c Incisos XI e XII com a redação dada pela Lei § 2 Excetua‑se do disposto no caput deste ar‑
o

c §§ 1o e 2o com a redação dada pela Lei n o 12.973, no 14.592, de 30-5-2023. tigo a receita bruta decorrente da venda de pa‑
de 13-5-2014.
XIII – relativas ao valor do ICMS que tenha pel imune a impostos de que trata o art. 150,
§ 3o Não integram a base de cálculo a que se incidido sobre a operação. inciso VI, alínea d, da Constituição Federal,
refere este artigo as receitas: quando destinado à impressão de periódicos,
c Inciso XIII acrescido pela Lei n o 14.592, de
que fica sujeita à alíquota de 3,2% (três intei‑
I – isentas ou não alcançadas pela incidência da 30-5-2023.
ros e dois décimos por cento).
contribuição ou sujeitas à alíquota zero; Art. 2 Para determinação do valor da COFINS c § 2o acrescido pela Lei no 10.865, de 30-4-2004.
o

II – de que trata o inciso IV do caput do art. 187 aplicar‑se‑á, sobre a base de cálculo apurada c Art. 1o, caput, §§ 1o e 2o, da Lei no 11.945, de 4-6-
da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 2009, que dispõe sobre o Registro Especial na
decorrentes da venda de bens do ativo não sete inteiros e seis décimos por cento. Secretaria da Receita Federal do Brasil.

1450
Lei no 10.833/2003
§ 3o Fica o Poder Executivo autorizado a reduzir Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a seguridade social – COFINS decorrentes da aquisi-
a zero e a restabelecer a alíquota incidente so‑ pessoa jurídica poderá descontar créditos cal‑ ção de edificações; amplia o prazo para pagamento
de impostos e contribuições.
bre receita bruta decorrente da venda de pro‑ culados em relação a:
dutos químicos e farmacêuticos, classificados c Arts. 30 e 31 da Lei n o 10.865, de 30-4-2004, VIII – bens recebidos em devolução cuja recei‑
nos Capítulos 29 e 30, sobre produtos destina‑ que dispõe sobre o PIS/PASEP‑Importação e a ta de venda tenha integrado faturamento do
COFINS‑Importação. mês ou de mês anterior, e tributada conforme
dos ao uso em hospitais, clínicas e consultórios
c Arts. 9 o e 10, § 5 o, do Dec. n o 5.712, de 2-3-2006,o disposto nesta Lei;
médicos e odontológicos, campanhas de saúde que regulamenta o Regime Especial de Tributação
realizadas pelo Poder Público, laboratório de IX – armazenagem de mercadoria e frete na
para a Plataforma de Exportação de Serviços de
anatomia patológica, citológica ou de análi‑ Tecnologia da Informação – REPES, instituído pe- operação de venda, nos casos dos incisos I e II,
los arts. 1o a 11 da Lei no 11.196, de 21-11-2005. quando o ônus for suportado pelo vendedor;
ses clínicas, classificados nas posições 30.02,
X – vale‑transporte, vale‑refeição ou vale ali‑
30.06, 39.26, 40.15 e 90.18, e sobre semens c Art. 6 do Dec. n 5.881, de 31-8-2006, que regu-
o o

lamenta o art. 55 da Lei no 11.196, de 21-11-2005, mentação, fardamento ou uniforme forneci‑


e embriões da posição 05.11, todos da TIPI. que instituiu o regime de suspensão da contribui- dos aos empregados por pessoa jurídica que
c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 11.196, de ção para o PIS/PASEP e da COFINS na aquisição explore as atividades de prestação de serviços
21-11-2005. de máquinas e equipamentos para a produção
de papéis destinados à impressão de jornais e de limpeza, conservação e manutenção;
§ 4o Fica reduzida a zero a alíquota da COFINS periódicos. c Inciso X acrescido pela Lei no 11.898, de 8-1-2009.
incidente sobre a receita de venda de livros c Arts. 13 e 14, § 2 o, do Dec. n o 6.144, de 3-7- XI – bens incorporados ao ativo intangível,
técnicos e científicos, na forma estabelecida 2007, que regulamenta a forma de habilitação e
adquiridos para utilização na produção de
em ato conjunto do Ministério da Educação e co‑habilitação ao Regime Especial de Incentivos
para o Desenvolvimento da Infraestrutura – REIDI, bens destinados a venda ou na prestação de
da Secretaria da Receita Federal. instituído pelos arts. 1o a 5o da Lei no 11.488, de serviços.
c § 4o acrescido pela Lei no 10.925, de 23-7-2004. 15-6-2007. c Inciso XI acrescido pela Lei n o 12.973, de
§ 5 o Excetua‑se do disposto no caput deste I – bens adquiridos para revenda, exceto em re‑ 13-5-2014.
artigo a receita bruta auferida por pessoa ju‑ lação às mercadorias e aos produtos referidos: § 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo,
rídica industrial estabelecida na Zona Franca a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e o crédito será determinado mediante a apli‑
de Manaus, decorrente da venda de produção c Alínea a com a redação dada pela Lei n o 11.727, de cação da alíquota prevista no caput do art. 2
o

própria, consoante projeto aprovado pelo Con‑ 23-6-2008. desta Lei sobre o valor:

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
selho de Administração da Superintendência b) nos §§ 1os e 1o‑A do art. 2o desta Lei. c Caput do § 1 o com a redação dada pela Lei
da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, que c Alínea b com a redação dada pela Lei no 11.787, de no 11.727, de 23-6-2008.
fica sujeita, ressalvado o disposto nos §§ 1o a 25-9-2008. c Art. 1o da Lei no 11.774, de 17-9-2008, que altera a
4o deste artigo, às alíquotas de: legislação tributária federal.
II – bens e serviços, utilizados como insumo
I – 3% (três por cento), no caso de venda efe‑ na prestação de serviços e na produção ou I – dos itens mencionados nos incisos I e II do
tuada a pessoa jurídica estabelecida: fabricação de bens ou produtos destinados à caput, adquiridos no mês;
venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, II – dos itens mencionados nos incisos III a V e
a) na Zona Franca de Manaus; e
exceto em relação ao pagamento de que trata IX do caput, incorridos no mês;
b) fora da Zona Franca de Manaus, que apure o art. 2 o da Lei n o 10.485, de 3 de julho de III – dos encargos de depreciação e amortiza‑
a COFINS no regime de não cumulatividade; 2002, devido pelo fabricante ou importador, ção dos bens mencionados nos incisos VI, VII e
II – 6% (seis por cento), no caso de venda efe‑ ao concessionário, pela intermediação ou en‑ XI do caput, incorridos no mês;
tuada a: trega dos veículos classificados nas posições
c Inciso III com a redação dada pela Lei no 12.973, de
87.03 e 87.04 da TIPI;
a) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona 13-5-2014.
Franca de Manaus, que apure o imposto de c Incisos I e II com a redação dada pela Lei n 10.865,
o
c Art. 31 da Lei n o 10.865, de 30-4-2004, que
de 30-4-2004.
renda com base no lucro presumido; dispõe sobre o PIS/PASEP‑Importação e a
b) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona III – energia elétrica e energia térmica, inclusive COFINS‑Importação.
sob a forma de vapor, consumidas nos estabe‑
Franca de Manaus, que apure o imposto de IV – dos bens mencionados no inciso VIII do
lecimentos da pessoa jurídica;
renda com base no lucro real e que tenha caput, devolvidos no mês.
c Inciso III com a redação dada pela Lei no 11.488, de
sua receita, total ou parcialmente, excluída 15-6-2007. § 2o Não dará direito a crédito o valor:
do regime de incidência não cumulativa da
COFINS; IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipa‑ c Caput do § 2 o com a redação dada pela Lei
mentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas no 10.865, de 30-4-2014.
c) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona atividades da empresa;
Franca de Manaus e que seja optante pelo I – de mão de obra paga a pessoa física;
V – valor das contraprestações de operações II – da aquisição de bens ou serviços não su‑
Sistema Integrado de Pagamento de Impos‑ de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, jeitos ao pagamento da contribuição, inclu‑
tos e Contribuições – SIMPLES; e exceto de optante pelo Sistema Integrado de sive no caso de isenção, esse último quando
d) órgãos da administração federal, estadual, Pagamento de Impostos e Contribuições das revendidos ou utilizados como insumo em
distrital e municipal. Microempresas e das Empresas de Pequeno produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0
c § 5 acrescido pela Lei n 10.996, de 15-12-2004.
o o Porte – SIMPLES; (zero), isentos ou não alcançados pela con‑
§ 6 o O disposto no § 5 o também se aplica à c Inciso V com a redação dada pela Lei n 10.865, de tribuição; e
o

30-4-2004.
receita bruta auferida por pessoa jurídica in‑ c Incisos I e II com a redação dada pela Lei n o 14.592,
dustrial ou comercial estabelecida nas Áreas de VI – máquinas, equipamentos e outros bens de 30-5-2023.
Livre Comércio de que tratam as Leis nos 7.965, incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos c Art. 2o, § 2o, da Lei no 10.996, de 15-12-2004, que
ou fabricados para locação a terceiros, ou para altera a legislação tributária federal.
de 22 de dezembro de 1989, 8.210, de 19 de
utilização na produção de bens destinados à
julho de 1991, e 8.256, de 25 de novembro venda ou na prestação de serviços; III – do ICMS que tenha incidido sobre a ope‑
de 1991, o art. 11 da Lei n o 8.387, de 30 de
c Inciso VI com a redação dada pela Lei n o 11.196, de
ração de aquisição.
dezembro de 1991, e a Lei n o 8.857, de 8 de 21-11-2005. c Inciso III acrescido pela Lei n o 14.592, de
março de 1994. 30-5-2023.
VII – edificações e benfeitorias em imóveis pró‑
c § 6 o com a redação dada pela Lei n o 11.945, de prios ou de terceiros, utilizados nas atividades § 3 o O direito ao crédito aplica‑se, exclusiva‑
4-6-2009. da empresa; mente, em relação:
§ 7o A exigência prevista no § 5o deste artigo c Art. 6o da Lei no 11.488, de 15-6-2007, que cria o I – aos bens e serviços adquiridos de pessoa
relativa ao projeto aprovado não se aplica às Regime Especial de Incentivos para o Desenvol- jurídica domiciliada no País;
pessoas jurídicas comerciais referidas no § 6 o vimento da Infraestrutura – REIDI; reduz para 24
(vinte e quatro) meses o prazo mínimo para uti- II – aos custos e despesas incorridos, pagos
deste artigo. lização dos créditos da contribuição para o PIS/ ou creditados a pessoa jurídica domiciliada
c § 7 acrescido pela Lei n 11.945, de 4-6-2009.
o o
PASEP e da contribuição para o financiamento da no País;

1451
Lei no 10.833/2003
III – aos bens e serviços adquiridos e aos cus‑ §§ 5 o e 6 o Revogados. Lei n o 10.925, de custos, despesas e encargos vinculados a essas
tos e despesas incorridos a partir do mês em 23-7-2004. receitas.
que se iniciar a aplicação do disposto nesta
§ 7o Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar‑se § 8 Observadas as normas a serem editadas
o
Lei. pela Secretaria da Receita Federal, no caso de
§ 4 o O crédito não aproveitado em deter‑ à incidência não cumulativa da COFINS, em re‑ custos, despesas e encargos vinculados às re‑
minado mês poderá sê‑lo nos meses subse‑ lação apenas à parte de suas receitas, o crédito ceitas referidas no § 7o e àquelas submetidas
quentes. será apurado, exclusivamente, em relação aos ao regime de incidência cumulativa dessa con‑

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

1451-A
Lei no 14.148/2021
§ 5o O devedor poderá ser intimado, a qualquer atividades complementares não especificadas de março de 2022, de sua situação perante
tempo, pelo órgão ou autoridade competen‑ anteriormente (9001-9/99); gestão de espa- o Cadastro dos Prestadores de Serviços Tu-
te, a comprovar que protocolou requerimento ços para artes cênicas, espetáculos e outras rísticos (CADASTUR), nos termos dos arts. 21
de extinção dos processos, com resolução do atividades artísticas (9003-5/00); produção e e 22 da Lei no 11.771, de 17 de setembro de
mérito. promoção de eventos esportivos (9319-1/01); 2008 (Política Nacional de Turismo), as pes-
§ 6o A Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacio‑ discotecas, danceterias, salões de dança e soas jurídicas que exercem as seguintes ati-
nal poderá celebrar acordos e parcerias com similares (9329-8/01); serviço de transporte vidades econômicas: serviço de transporte
entidades públicas e privadas para divulgação de passageiros – locação de automóveis com de passageiros – locação de automóveis com
do PERSE e das modalidades de negociação motorista (4923-0/02); transporte rodoviário motorista (4923-0/02); transporte rodoviário
existentes, inclusive na hipótese de represen‑ coletivo de passageiros, sob regime de freta- coletivo de passageiros, sob regime de freta-
tação coletiva de associados de que trata o § 9o mento, municipal (4929-9/01); transporte ro- mento, municipal (4929-9/01); transporte ro-
deste artigo. doviário coletivo de passageiros, sob regime doviário coletivo de passageiros, sob regime
de fretamento, intermunicipal, interestadual de fretamento, intermunicipal, interestadual
§ 7o Aos devedores participantes de transações e internacional (4929-9/02); organização de e internacional (4929-9/02); organização de
nos termos previstos neste artigo não serão excursões em veículos rodoviários próprios, excursões em veículos rodoviários próprios,
contrapostas as seguintes exigências: municipal (4929-9/03); organização de ex- municipal (4929-9/03); organização de ex-
I – pagamento de entrada mínima como con‑ cursões em veículos rodoviários próprios, cursões em veículos rodoviários próprios,
dição à adesão; intermunicipal, interestadual e internacional intermunicipal, interestadual e internacional
II – apresentação de garantias reais ou fide‑ (4929-9/04); transporte marítimo de cabo- (4929-9/04); transporte marítimo de cabota-
jussórias, inclusive alienação fiduciária sobre tagem - passageiros (5011-4/02); transporte gem – passageiros (5011-4/02); transporte
bens móveis ou imóveis e cessão fiduciária de marítimo de longo curso – passageiros (5012- marítimo de longo curso – passageiros (5012-
direitos sobre coisas móveis, títulos de crédito, 2/02); transporte aquaviário para passeios tu- 2/02); transporte aquaviário para passeios tu-
direitos creditórios ou recebíveis futuros. rísticos (5099-8/01); restaurantes e similares rísticos (5099-8/01); restaurantes e similares
§ 8o Na elaboração de parâmetros para aceita‑ (5611-2/01); bares e outros estabelecimentos (5611-2/01); bares e outros estabelecimentos
ção da transação ou para mensuração do grau especializados em servir bebidas, sem entre- especializados em servir bebidas, sem entre-
de recuperabilidade, no âmbito das transações tenimento (5611-2/04); bares e outros estabe- tenimento (5611-2/04); bares e outros estabe-
dispostas neste artigo, deverá ser levado em lecimentos especializados em servir bebidas, lecimentos especializados em servir bebidas,
consideração prioritariamente o impacto da com entretenimento (5611- 2/05); agências com entretenimento (5611-2/05); agências
pandemia da COVID-19 na capacidade de ge‑ de viagem (7911-2/00); operadores turísti- de viagem (7911-2/00); operadores turísti-
ração de resultados da pessoa jurídica durante cos (7912-1/00); atividades de museus e de cos (7912-1/00); atividades de museus e de
todo o período da pandemia e da Emergência exploração de lugares e prédios históricos e exploração de lugares e prédios históricos e
em Saúde Pública de Importância Nacional atrações similares (9102-3/01); atividades de atrações similares (9102-3/01); atividades de
(ESPIN). jardins botânicos, zoológicos, parques nacio- jardins botânicos, zoológicos, parques nacio-
nais, reservas ecológicas e áreas de proteção nais, reservas ecológicas e áreas de proteção
§ 9o As associações representativas dos setores ambiental (9103-1/00); parques de diversão e
beneficiários do PERSE poderão solicitar aten‑ ambiental (9103-1/00); parques de diversão e
parques temáticos (9321-2/00); atividades de parques temáticos (9321-2/00); atividades de
dimento preferencial, com o objetivo de tratar organizações associativas ligadas à cultura e
da adesão e difundir os benefícios previstos organizações associativas ligadas à cultura e
à arte (9493-6/00): à arte (9493-6/00).
nesta Lei.
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.592, de § 6 Ato da Secretaria Especial da Receita
o
Art. 4o Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) 30-5-2023. Federal do Brasil do Ministério da Fazenda
pelo prazo de 60 (sessenta) meses, contado
do início da produção de efeitos desta Lei, I – Contribuição para os Programas de Inte- disciplinará o disposto neste artigo.
as alíquotas dos seguintes tributos, inciden- gração Social e de Formação do Patrimônio c §§ 1 o a 6 o acrescidos pela Lei n o 14.592, de
do Servidor Público (Contribuição PIS/PASEP); 30-5-2023.
tes sobre o resultado auferido pelas pessoas
jurídicas pertencentes ao setor de eventos II – Contribuição para o Financiamento da Se- Art. 5o Para as medidas de que trata esta Lei,
abrangendo as seguintes atividades econô- guridade Social (COFINS); além dos recursos do Tesouro Nacional, po-
micas, com os respectivos códigos da CNAE: III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido derão ser utilizados como fonte de recursos:
hotéis (5510-8/01); apart‑hotéis (5510-8/02); (CSLL); e I – o produto da arrecadação das loterias de
albergues, exceto assistenciais (5590-6/01); IV – Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurí- que tratam os arts. 15, 16, 17, 18 e 20 da Lei
campings (5590-6/02), pensões (alojamento) dicas (IRPJ). no 13.756, de 12 de dezembro de 2018;
(5590-6/03); outros alojamentos não especifi- c Incisos I a IV promulgados nos termos do art. 66, II – recursos de operação de crédito interna

cados anteriormente (5590-6/99); serviços de § 5 , da CF (DOU de 18-3-2022).


o
decorrente da emissão de títulos de respon-
alimentação para eventos e recepções – bufê § 1 o Para fins de fruição do benefício fiscal sabilidade do Tesouro Nacional para ações
(5620-1/02); produtora de filmes para publi- previsto no caput deste artigo, a alíquota de emergenciais e temporárias destinadas ao
cidade (5911-1/02); atividades de exibição 0% (zero por cento) será aplicada sobre os setor de eventos para compensar os efeitos
cinematográfica (5914-6/00); criação de es- resultados e as receitas obtidos diretamente decorrentes das medidas de combate à pan-
tandes para feiras e exposições (7319-0/01); das atividades do setor de eventos de que tra- demia da COVID-19;
atividades de produção de fotografias, exce- ta este artigo. III – dotação orçamentária específica; e
to aérea e submarina (7420-0/01); filmagem § 2o O disposto no art. 17 da Lei no 11.033, de IV – outras fontes de recursos.
de festas e eventos (7420-0/04); agenciamen- 21 de dezembro de 2004 não se aplica aos cré- Art. 6o Revogado. Lei no 14.592, de 30-5-2023.
to de profissionais para atividades esportivas, ditos vinculados às receitas decorrentes das Art. 7 o As pessoas jurídicas beneficiárias do
culturais e artísticas (7490-1/05); aluguel de atividades do setor de eventos de que trata PERSE que se enquadrem nos critérios do Pro-
equipamentos recreativos e esportivos (7721- este artigo. grama Nacional de Apoio às Microempresas
7/00); aluguel de palcos, coberturas e outras § 3 o Fica dispensada a retenção do IRPJ, da e Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE)
estruturas de uso temporário, exceto andai- CSLL, da Contribuição para o PIS/PASEP e da serão contempladas em subprograma especí-
mes (7739-0/03); serviços de reservas e outros COFINS quando o pagamento ou o crédito fico, no âmbito das operações regidas pela Lei
serviços de turismo não especificados ante- referir‑se a receitas desoneradas na forma no 13.999, de 18 de maio de 2020.
riormente (7990-2/00); serviços de organiza- deste artigo.
ção de feiras, congressos, exposições e festas § 1o O Poder Executivo regulamentará:
(8230-0/01); casas de festas e eventos (8230- § 4 o Somente as pessoas jurídicas, inclusive I – o percentual do Fundo Garantidor de
0/02); produção teatral (9001-9/01); produção as entidades sem fins lucrativos, que já exer- Operações (FGO) destinado exclusivamente
musical (9001-9/02); produção de espetáculos ciam, em 18 de março de 2022, as atividades às ações previstas neste artigo, em montante
de dança (9001-9/03); produção de espetácu- econômicas de que trata este artigo poderão total não inferior a 20% (vinte por cento) de
los circenses, de marionetes e similares (9001- usufruir do benefício. suas disponibilidades para atendimento ao
9/04); atividades de sonorização e de ilumina- § 5o Terão direito à fruição de que trata este disposto na Lei no 13.999, de 18 de maio de
ção (9001-9/06); artes cênicas, espetáculos e artigo, condicionada à regularidade, em 18 2020;

1738
Lei no 14.148/2021
II – o prazo de vigência da destinação especí- empresas de direito privado, a associações, a § 2 o Somente serão elegíveis à garantia do
fica e eventuais taxas de juros mais atrativas fundações de direito privado e a sociedades PGSC‑FGI as operações de crédito contratadas
ao concedente de crédito, limitadas a 6% cooperativas, excetuadas as sociedades de até 180 (cento e oitenta) dias após a entrada
a.a. (seis por cento ao ano) mais a taxa SELIC, crédito, sem distinção em relação ao porte do em vigor desta Lei e que observarem as seguin‑
para as operações que utilizem a garantia beneficiário, que tenham sede ou estabeleci‑ tes condições:
concedida em observância ao inciso I deste mento no País. I – prazo de carência de, no mínimo, 6 (seis)
parágrafo. § 1o O Programa de Garantia aos Setores Crí‑ meses e, no máximo, 12 (doze) meses;
§ 2 o Ressalvadas as disposições desta Lei, as ticos operacionalizado por meio do Fundo II – prazo total da operação de, no mínimo,
operações previstas no caput deste artigo fi- Garantidor para Investimentos (PGSC‑FGI) 12 (doze) meses e, no máximo, 60 (sessenta)
cam regidas pela Lei no 13.999, de 18 de maio será administrado pelo Banco Nacional de meses; e
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) III – taxa de juros nos termos do regulamento.
de 2020.
e terá como objetivo a garantia do risco em
c Arts. 5 a 7 promulgados nos termos do art. 66, operações de crédito contratadas com base na
o o
§ 3o O PGSC‑FGI, observado o disposto nesta
§ 5 , da CF (DOU de 18-3-2022).
o
finalidade disposta na alínea d do inciso I do Lei, está vinculado à área do Ministério da Eco‑
Art. 8o Fica instituído o Programa de Garan‑ caput do art. 7o da Lei n o 12.087, de 11 de nomia responsável por supervisionar a política
tia aos Setores Críticos (PGSC), destinado a novembro de 2009. de desenvolvimento da indústria, do comércio

1738-A
Lei no 12.587/2012
oriunda de outras fontes de custeio, de forma Art. 10. A contratação dos serviços de trans‑ IV – apresentar certidão negativa de antece‑
a cobrir os reais custos do serviço prestado ao porte público coletivo será precedida de licita‑ dentes criminais.
usuário por operador público ou privado, além ção e deverá observar as seguintes diretrizes: Parágrafo único. A exploração dos serviços
da remuneração do prestador. I – fixação de metas de qualidade e desempe‑ remunerados de transporte privado individual
§ 2o O preço público cobrado do usuário pelo nho a serem atingidas e seus instrumentos de de passageiros sem o cumprimento dos requisi‑
uso do transporte público coletivo denomi‑ controle e avaliação; tos previstos nesta Lei e na regulamentação do
na‑se tarifa pública, sendo instituída por ato II – definição dos incentivos e das penalidades poder público municipal e do Distrito Federal
específico do poder público outorgante. aplicáveis vinculadas à consecução ou não das caracterizará transporte ilegal de passageiros.
§ 3o A existência de diferença a menor entre o metas; c Arts. 11‑A e 11‑B acrescidos pela Lei no 13.640, de
valor monetário da tarifa de remuneração da III – alocação dos riscos econômicos e financei‑ 26-3-2018.
prestação do serviço de transporte público de ros entre os contratados e o poder concedente; Art. 12. Os serviços de utilidade pública de
passageiros e a tarifa pública cobrada do usuá‑ IV – estabelecimento das condições e meios transporte individual de passageiros deverão
rio denomina‑se déficit ou subsídio tarifário. para a prestação de informações operacionais, ser organizados, disciplinados e fiscalizados
contábeis e financeiras ao poder concedente; e pelo poder público municipal, com base nos
§ 4o A existência de diferença a maior entre o V – identificação de eventuais fontes de recei‑
valor monetário da tarifa de remuneração da requisitos mínimos de segurança, de conforto,
tas alternativas, complementares, acessórias de higiene, de qualidade dos serviços e de fi‑
prestação do serviço de transporte público de ou de projetos associados, bem como da par‑ xação prévia dos valores máximos das tarifas a
passageiros e a tarifa pública cobrada do usuá‑ cela destinada à modicidade tarifária. serem cobradas.
rio denomina‑se superávit tarifário.
Parágrafo único. Qualquer subsídio tarifário c Artigo com a redação dada pela Lei no 12.865, de
§ 5o Caso o poder público opte pela adoção de ao custeio da operação do transporte público 9-10-2013.
subsídio tarifário, o déficit originado deverá ser coletivo deverá ser definido em contrato, com Art. 12‑A. O direito à exploração de serviços
coberto por receitas extratarifárias, receitas al‑ base em critérios transparentes e objetivos de de táxi poderá ser outorgado a qualquer in‑
ternativas, subsídios orçamentários, subsídios produtividade e eficiência, especificando, mi‑ teressado que satisfaça os requisitos exigidos
cruzados intrassetoriais e intersetoriais prove‑ nimamente, o objetivo, a fonte, a periodicida‑ pelo poder público local.
nientes de outras categorias de beneficiários de e o beneficiário, conforme o estabelecido
dos serviços de transporte, dentre outras fon‑ nos arts. 8o e 9o desta Lei. § 1o É permitida a transferência da outorga a
tes, instituídos pelo poder público delegante. terceiros que atendam aos requisitos exigidos
Art. 11. Os serviços de transporte privado co‑ em legislação municipal.
§ 6o Na ocorrência de superávit tarifário pro‑ letivo, prestados entre pessoas físicas ou ju‑ c O STF, por maioria dos votos, julgou procedente o
veniente de receita adicional originada em rídicas, deverão ser autorizados, disciplinados pedido formulado na ADIN no 5.337, para declarar
determinados serviços delegados, a receita e fiscalizados pelo poder público competente, a inconstitucionalidade deste parágrafo (DOU de
deverá ser revertida para o próprio Sistema de com base nos princípios e diretrizes desta Lei. 11-3-2021).
Mobilidade Urbana. Art. 11‑A. Compete exclusivamente aos Mu‑ § 2o Em caso de falecimento do outorgado, o
§ 7o Competem ao poder público delegante a nicípios e ao Distrito Federal regulamentar e direito à exploração do serviço será transferido
fixação, o reajuste e a revisão da tarifa de re‑ fiscalizar o serviço de transporte remunerado a seus sucessores legítimos, nos termos dos
muneração da prestação do serviço e da tarifa privado individual de passageiros previsto no arts. 1.829 e seguintes do Título II do Livro V
pública a ser cobrada do usuário. inciso X do art. 4o desta Lei no âmbito dos seus da Parte Especial da Lei no 10.406, de 10 de
§ 8 o Compete ao poder público delegante a territórios. janeiro de 2002 (Código Civil).
fixação dos níveis tarifários. Parágrafo único. Na regulamentação e fis‑ c O STF, por maioria dos votos, julgou procedente o
calização do serviço de transporte privado pedido formulado na ADIN no 5.337, para declarar
§ 9o Os reajustes das tarifas de remuneração a inconstitucionalidade deste parágrafo (DOU de
da prestação do serviço observarão a periodi‑ individual de passageiros, os Municípios e o
11-3-2021).
cidade mínima estabelecida pelo poder público Distrito Federal deverão observar as seguintes
diretrizes, tendo em vista a eficiência, a eficá‑ § 3o As transferências de que tratam os §§ 1o e
delegante no edital e no contrato administra‑
cia, a segurança e a efetividade na prestação 2o dar‑se‑ão pelo prazo da outorga e são con‑
tivo e incluirão a transferência de parcela dos
do serviço: dicionadas à prévia anuência do poder público
ganhos de eficiência e produtividade das em‑ municipal e ao atendimento dos requisitos fi‑
presas aos usuários. I – efetiva cobrança dos tributos municipais
devidos pela prestação do serviço; xados para a outorga.
§ 10. As revisões ordinárias das tarifas de remu‑ Art. 12‑A acrescido pela Lei n o 12.865, de
neração terão periodicidade mínima estabele‑ II – exigência de contratação de seguro de Aci‑ c
9-10-2013.
cida pelo poder público delegante no edital e dentes Pessoais a Passageiros (APP) e do Se‑
c O STF, por maioria dos votos, julgou procedente a
no contrato administrativo e deverão: guro Obrigatório de Danos Pessoais causados ADIN no 5.337, para declarar a inconstitucionalida-
por Veículos Automotores de Vias Terrestres de dos §§ 1o a 3o deste artigo, produzindo efeitos
I – incorporar parcela das receitas alternativas (DPVAT); depois de dois anos, a partir de 3-5-2023 (DOU de
em favor da modicidade da tarifa ao usuário; III – exigência de inscrição do motorista como 11-3-2021 e DOU de 3-5-2023).
II – incorporar índice de transferência de par‑ contribuinte individual do Instituto Nacional
cela dos ganhos de eficiência e produtividade Art. 12‑B. Na outorga de exploração de servi‑
do Seguro Social (INSS), nos termos da alínea ço de táxi, reservar‑se‑ão 10% (dez por cento)
das empresas aos usuários; e h do inciso V do art. 11 da Lei no 8.213, de 24 das vagas para condutores com deficiência.
III – aferir o equilíbrio econômico e financei‑ de julho de 1991.
ro da concessão e o da permissão, conforme § 1 o Para concorrer às vagas reservadas na
c Dec. n o 9.792, de 14-5-2019, regulamenta este
parâmetro ou indicador definido em contrato. inciso.
forma do caput deste artigo, o condutor com
deficiência deverá observar os seguintes requi‑
§ 11. O operador do serviço, por sua conta e Art. 11‑B. O serviço de transporte remunera‑ sitos quanto ao veículo utilizado:
risco e sob anuência do poder público, poderá do privado individual de passageiros previsto
realizar descontos nas tarifas ao usuário, in‑ no inciso X do art. 4 o desta Lei, nos Municí‑ I – ser de sua propriedade e por ele condu‑
clusive de caráter sazonal, sem que isso possa pios que optarem pela sua regulamentação, zido; e
gerar qualquer direito à solicitação de revisão somente será autorizado ao motorista que II – estar adaptado às suas necessidades, nos
da tarifa de remuneração. cumprir as seguintes condições: termos da legislação vigente.
§ 12. O poder público poderá, em caráter ex‑ I – possuir Carteira Nacional de Habilitação na § 2o No caso de não preenchimento das vagas
cepcional e desde que observado o interesse categoria B ou superior que contenha a infor‑ na forma estabelecida no caput deste artigo,
público, proceder à revisão extraordinária das mação de que exerce atividade remunerada; as remanescentes devem ser disponibilizadas
tarifas, por ato de ofício ou mediante provo‑ II – conduzir veículo que atenda aos requisitos para os demais concorrentes.
cação da empresa, caso em que esta deverá de idade máxima e às características exigidas c Art. 12‑B acrescido pela Lei no 13.146, de 6-7-2015.
demonstrar sua cabal necessidade, instruindo pela autoridade de trânsito e pelo poder públi‑ Art. 13. Na prestação de serviços de transpor‑
o requerimento com todos os elementos indis‑ co municipal e do Distrito Federal; te público coletivo, o poder público delegante
pensáveis e suficientes para subsidiar a deci‑ III – emitir e manter o Certificado de Registro e deverá realizar atividades de fiscalização e
são, dando publicidade ao ato. Licenciamento de Veículo (CRLV); controle dos serviços delegados, preferen‑

2038
Lei Complementar no 152/2015
antes de seu encaminhamento à apreciação da CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
Assembleia Legislativa. DA ATUAÇÃO DA UNIÃO DISPOSIÇÕES FINAIS
c § 4 o com a redação dada pela Lei n o 13.683, de Seção I Art. 19. VETADO.
19-6-2018.
DO APOIO DA UNIÃO AO Arts. 20 e 21. Revogados. Lei n o 13.683, de
Art. 11. A lei estadual que instituir o plano de DESENVOLVIMENTO URBANO INTEGRADO 19-6-2018.
desenvolvimento urbano integrado de região Art. 13. Em suas ações inclusas na política Art. 22. As disposições desta Lei aplicam‑se,
metropolitana ou de aglomeração urbana de‑ nacional de desenvolvimento urbano, a União no que couber, às regiões integradas de de‑
verá ser revista, pelo menos, a cada 10 (dez) apoiará as iniciativas dos Estados e dos Muni‑ senvolvimento que tenham características de
anos. cípios voltadas à governança interfederativa, região metropolitana ou de aglomeração urba‑
Art. 12. O plano de desenvolvimento urbano observados as diretrizes e os objetivos do plano na, criadas mediante lei complementar federal,
integrado de região metropolitana ou de aglo‑ plurianual, as metas e as prioridades fixadas com base no art. 43 da Constituição Federal,
meração urbana deverá considerar o conjunto pelas leis de diretrizes orçamentárias e o limite até a data de entrada em vigor desta Lei.
de Municípios que compõem a unidade terri‑ das disponibilidades propiciadas pelas leis or‑ Parágrafo único. A partir da data de entrada
torial urbana e abranger áreas urbanas e rurais. çamentárias anuais. em vigor desta Lei, a instituição de unidades
§ 1o O plano previsto no caput deste artigo de‑ Art. 14. Para o apoio da União à governança territoriais urbanas que envolvam Municípios
interfederativa em região metropolitana ou pertencentes a mais de um Estado deve ocor‑
verá contemplar, no mínimo:
em aglomeração urbana, será exigido que a rer na forma prevista no art. 4o, sem prejuízo
I – as diretrizes para as funções públicas de in‑ da possibilidade de constituição de consórcios
unidade territorial urbana possua gestão ple‑
teresse comum, incluindo projetos estratégicos na, nos termos do inciso III do caput do art. 2o intermunicipais.
e ações prioritárias para investimentos; desta Lei. Art. 23. Independentemente das disposições
II – o macrozoneamento da unidade territorial desta Lei, os Municípios podem formalizar con‑
§ 1o Além do disposto no caput deste artigo,
urbana; vênios de cooperação e constituir consórcios
o apoio da União à governança interfederativa
III – as diretrizes quanto à articulação dos Mu‑ em região metropolitana impõe a observância públicos para atuação em funções públicas de
nicípios no parcelamento, uso e ocupação no do inciso VII do caput do art. 2o desta Lei. interesse comum no campo do desenvolvimen‑
solo urbano; to urbano, observada a Lei no 11.107, de 6 de
§ 2o Admite‑se o apoio da União para a elabo‑
IV – as diretrizes quanto à articulação interse‑ abril de 2005.
ração e a revisão do plano de desenvolvimento
torial das políticas públicas afetas à unidade urbano integrado de que tratam os arts. 10, 11 Art. 24. A Lei n o 10.257, de 10 de julho de
territorial urbana; e 12 desta Lei, dispensado, na primeira hipóte‑ 2001, passa a vigorar acrescida do seguinte
V – a delimitação das áreas com restrições à se, o cumprimento da exigência constante da art. 34‑A:
urbanização visando à proteção do patrimônio alínea c do inciso III do art. 2o desta Lei. c Alteração inserida no texto da referida Lei.
ambiental ou cultural, bem como das áreas c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 13.683, de Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua
sujeitas a controle especial pelo risco de desas‑ 19-6-2018. publicação.
tres naturais, se existirem; § 3o Serão estabelecidos em regulamento re‑ Brasília, 12 de janeiro de 2015;
VI – o sistema de acompanhamento e controle quisitos adicionais para o apoio da União à 194o da Independência e
de suas disposições; e governança interfederativa, bem como para 127o da República.
c Incisos V e VI com a redação dada pela Lei as microrregiões e cidades referidas no § 1o do Dilma Rousseff
no 13.683, de 19-6-2018. art. 1o desta Lei e para os consórcios públicos
VII – as diretrizes mínimas para implementa‑ constituídos para atuação em funções públicas
ção de efetiva política pública de regularização de interesse comum no campo do desenvolvi‑
fundiária urbana, nos termos da Lei no 13.465, mento urbano. LEI COMPLEMENTAR No 152,
de 11 de julho de 2017. Art. 15. A região metropolitana instituída DE 3 DE DEZEMBRO DE 2015
c Inciso VII acrescido pela Lei n o 13.683, de mediante lei complementar estadual que não Dispõe sobre a aposentadoria compulsória
19-6-2018. atenda o disposto no inciso VII do caput do por idade, com proventos proporcionais,
art. 2o desta Lei será enquadrada como aglo‑ nos termos do inciso II do § 1o do
§ 2o No processo de elaboração do plano pre‑ meração urbana para efeito das políticas públi‑ art. 40 da Constituição Federal.
visto no caput deste artigo e na fiscalização de cas a cargo do Governo Federal, independen‑ c Publicada no DOU de 4-12-2015.
sua aplicação, serão assegurados: temente de as ações nesse sentido envolverem c O STF, por unanimidade, julgou improcedente a
LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA
I – a promoção de audiências públicas e deba‑ ou não transferência de recursos financeiros. ADIN no 5.430 para declarar a constitucionalidade
tes com a participação de representantes da desta lei (DOU de 30-5-2023).
Art. 16. A União manterá ações voltadas à
sociedade civil e da população, em todos os Art. 1o Esta Lei Complementar dispõe sobre a
integração entre cidades gêmeas localizadas
Municípios integrantes da unidade territorial aposentadoria compulsória por idade, com pro‑
na faixa de fronteira com outros países, em
urbana; ventos proporcionais, no âmbito da União, dos
relação à mobilidade urbana, como previsto
II – a publicidade quanto aos documentos e Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na Lei no 12.587, de 3 de janeiro de 2012, e a
informações produzidos; e dos agentes públicos aos quais se aplica o inci‑
outras políticas públicas afetas ao desenvolvi‑
III – o acompanhamento pelo Ministério mento urbano. so II do § 1o do art. 40 da Constituição Federal.
Público. Art. 2o Serão aposentados compulsoriamente,
Art. 16‑A. A União apoiará as iniciativas dos
§ 3o As audiências públicas a que se refere o com proventos proporcionais ao tempo de con‑
Estados e dos Municípios voltadas à governan‑
tribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
ça interfederativa e promoverá a instituição de
inciso I do § 2o deste artigo serão precedidas
de ampla divulgação em todos os Municípios I – os servidores titulares de cargos efetivos da
um sistema nacional de informações urbanas
integrantes da unidade territorial urbana. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu‑
e metropolitanas, observadas as diretrizes do
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações;
plano plurianual, as metas e as prioridades fi‑
§ 4o A realização de audiências públicas ocor‑ II – os membros do Poder Judiciário;
xadas pela leis orçamentárias anuais.
rerá segundo os critérios estabelecidos pela III – os membros do Ministério Público;
instância colegiada deliberativa a que se refere c Art. 16‑A acrescido pela Lei n 13.683, de
o

19-6-2018. IV – os membros das Defensorias Públicas;


o art. 8 desta Lei, respeitadas as disposições
o
V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos
desta Lei e das leis complementares que insti‑ Seção II de Contas.
tuírem as unidades territoriais. DO FUNDO NACIONAL DE
Parágrafo único. Aos servidores do Serviço
c §§ 3 o e 4 o acrescidos pela Lei n o 13.683, de
DESENVOLVIMENTO URBANO INTEGRADO Exterior Brasileiro, regidos pela Lei n o 11.440,
19-6-2018. Arts. 17 e 18. VETADOS. de 29 de dezembro de 2006, o disposto neste

2057
Lei no 11.284/2006
9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, públicas, nos termos da Lei n o 10.650, de 16 de manejo, conforme especificado no objeto
7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei n o 10.814, de 15 de de abril de 2003; do contrato de concessão, mediante licitação,
dezembro de 2003. VI – a promoção e difusão da pesquisa flores‑ à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que
Brasília, 24 de março de 2005; tal, faunística e edáfica, relacionada à conser‑ atenda às exigências do respectivo edital de
184o da Independência e vação, à recuperação e ao uso sustentável das licitação e demonstre capacidade para seu de-
117o da República. florestas; sempenho, por sua conta e risco e por prazo
VII – o fomento ao conhecimento e a promo‑ determinado;
Luiz Inácio Lula da Silva ção da conscientização da população sobre a VIII – unidade de manejo: perímetro definido
importância da conservação, da recuperação e a partir de critérios técnicos, socioculturais,
do manejo sustentável dos recursos florestais; econômicos e ambientais, objeto de um Pla-
VIII – a garantia de condições estáveis e se‑ no de Manejo Florestal Sustentável (PMFS)
LEI No 11.284, guras que estimulem investimentos de longo
DE 2 DE MARÇO DE 2006 ou utilizado para atividades de restauração
prazo no manejo, na conservação e na recupe‑ florestal ou de exploração de demais serviços
Dispõe sobre a gestão de florestas públicas ração das florestas. e produtos, localizado em florestas públicas,
para a produção sustentável; institui, na § 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Muni‑ podendo conter áreas degradadas;
estrutura do Ministério do Meio Ambiente,

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
cípios promoverão as adaptações necessárias Incisos VII e VIII com a redação dada pela Lei
o Serviço Florestal Brasileiro – SFB; cria o de sua legislação às prescrições desta Lei, bus‑
c

Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal no 14.590, de 24-5-2023.


cando atender às peculiaridades das diversas
– FNDF; altera as Leis nos 10.683, de 28 de modalidades de gestão de florestas públicas. IX – lote de concessão florestal: conjunto de
maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro unidades de manejo a serem licitadas;
de 1972, 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, § 2 o Os Estados, o Distrito Federal e os Mu‑ X – comunidades locais: populações tradicio‑
4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, nicípios, na esfera de sua competência e em nais e outros grupos humanos, organizados
de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de relação às florestas públicas sob sua jurisdição, por gerações sucessivas, com estilo de vida
dezembro de 1973; e dá outras providências. poderão elaborar normas supletivas e comple‑ relevante à conservação e à utilização susten‑
mentares e estabelecer padrões relacionados à tável da diversidade biológica;
c Publicada no DOU de 3-3-2006. gestão florestal.
c A referida Lei no 4.771, de 15-9-1965, foi revoga- c Art. 14, caput, do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que
da pela Lei no 12.651, de 25-5-2012 (Novo Código § 3 o Caberá ao poder público empregar os regulamenta esta Lei.
Florestal). meios e esforços necessários para evitar e re- XI – auditoria florestal: ato de avaliação inde‑
c Lei no 6.513, de 20-12-1977, dispõe sobre a criaçãoprimir invasões nas áreas concedidas e sujei-
de áreas especiais e de locais de interesse turísti- pendente e qualificada de atividades florestais
tas à concessão florestal, de ofício ou a partir e obrigações econômicas, sociais e ambientais
cos e sobre o inventário com finalidades turísticas
dos bens de valor cultural e natural. do recebimento da comunicação a ser realiza- assumidas de acordo com o PMFS e o contrato
c Lei no 6.902, de 27-4-1981 (Lei das Estações Ecoló-da pelo concessionário nos termos do inciso de concessão florestal, executada por entidade
gicas e das Áreas de Proteção Ambiental). III do caput do art. 31 desta Lei, sem prejuízo reconhecida pelo órgão gestor, mediante pro‑
c Lei no 9.985, de 18-7-2000 (Lei do Sistema Nacio- da legitimidade ativa do concessionário para cedimento administrativo específico;
nal de Unidades de Conservação da Natureza). a defesa e a retomada da posse, inclusive por XII – inventário amostral: levantamento de
c Lei no 11.428, de 22-12-2006 (Lei de Proteção do via judicial. informações qualitativas e quantitativas sobre
Bioma Mata Atlântica).
c Lei n o 12.651, de 25-5-2012 (Novo Código
c § 3o acrescido pela Lei n o 14.590, de 24-5-2023. determinada floresta, utilizando‑se processo
Florestal). Art. 3 o Para os fins do disposto nesta Lei, de amostragem;
c Dec. no 6.063, de 20-3-2007, regulamenta esta Lei. consideram‑se: XIII – órgão gestor: órgão ou entidade do
c Art. 40 do Anexo I do Dec. no 6.101, de 26-4-2007, I – florestas públicas: florestas, naturais ou poder concedente com a competência de dis‑
que atribui à Comissão de Gestão de Florestas Pú- plantadas, localizadas nos diversos biomas ciplinar e conduzir o processo de outorga da
blicas as competências estabelecidas nesta Lei. concessão florestal;
brasileiros, em bens sob o domínio da União,
dos Estados, dos Municípios, do Distrito Fede‑ XIV – órgão consultivo: órgão com represen‑
TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES tação do Poder Público e da sociedade civil,
ral ou das entidades da administração indireta;
II – recursos florestais: elementos ou caracte‑ com a finalidade de assessorar, avaliar e propor
CAPÍTULO ÚNICO
rísticas de determinada floresta, potencial ou diretrizes para a gestão de florestas públicas;
DOS PRINCÍPIOS E DEFINIÇÕES XV – poder concedente: União, Estado, Distrito
efetivamente geradores de produtos ou servi‑
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a gestão de flo‑ ços florestais; Federal ou Município.
restas públicas para produção sustentável, III – produtos florestais: produtos madeireiros e § 1 o As modalidades de concessão previstas
institui o Serviço Florestal Brasileiro – SFB, na não madeireiros gerados pelo manejo florestal nesta Lei não se confundem com as conces-
estrutura do Ministério do Meio Ambiente, sustentável; sões de serviços, de áreas ou de instalações
e cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento IV – serviços florestais: turismo e outras ações
Florestal – FNDF. de unidades de conservação.
ou benefícios decorrentes do manejo e con‑ § 2 o As atividades de restauração florestal
Art. 2 o Constituem princípios da gestão de servação da floresta, não caracterizados como
florestas públicas: podem incluir sistemas agroflorestais que
produtos florestais;
combinem espécies nativas e exóticas de
I – a proteção dos ecossistemas, do solo, da V – ciclo: período decorrido entre 2 (dois)
momentos de colheita de produtos florestais interesse econômico e ecológico, conforme
água, da biodiversidade e valores culturais as‑ regulamento.
sociados, bem como do patrimônio público; numa mesma área;
II – o estabelecimento de atividades que pro‑ VI – manejo florestal sustentável: administra‑ c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 14.590, de
ção da floresta para a obtenção de benefícios 24-5-2023.
movam o uso eficiente e racional das florestas
e que contribuam para o cumprimento das econômicos, sociais e ambientais, respeitan‑
do‑se os mecanismos de sustentação do ecos‑ TÍTULO II – DA GESTÃO DE FLORESTAS
metas do desenvolvimento sustentável local,
sistema objeto do manejo e considerando‑se, PÚBLICAS PARA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL
regional e de todo o País;
III – o respeito ao direito da população, em cumulativa ou alternativamente, a utilização CAPÍTULO I
especial das comunidades locais, de acesso às de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos
DISPOSIÇÕES GERAIS
florestas públicas e aos benefícios decorrentes produtos e subprodutos não madeireiros, bem
de seu uso e conservação; como a utilização de outros bens e serviços de Art. 4o A gestão de florestas públicas para pro‑
IV – a promoção do processamento local e o natureza florestal; dução sustentável compreende:
incentivo ao incremento da agregação de valor c Art. 2o, parágrafo único, do Dec. no 5.975, de 30- I – a criação de florestas nacionais, estaduais
aos produtos e serviços da floresta, bem como 11-2006, que dispõe sobre o Plano de Manejo Flo- e municipais, nos termos do art. 17 da Lei
à diversificação industrial, ao desenvolvimen‑ restal Sustentável – PMFS. no 9.985, de 18 de julho de 2000, e sua gestão
to tecnológico, à utilização e à capacitação VII – concessão florestal: delegação onero- direta;
de empreendedores locais e da mão de obra sa, feita pelo poder concedente, do direito II – a destinação de florestas públicas às comu‑
regional; de praticar atividades de manejo florestal nidades locais, nos termos do art. 6o desta Lei;
V – o acesso livre de qualquer indivíduo às sustentável, de restauração florestal e de ex- III – a concessão florestal, incluindo florestas
informações referentes à gestão de florestas ploração de produtos e serviços em unidade naturais ou plantadas e as unidades de manejo

2187
Lei no 11.284/2006
das áreas protegidas referidas no inciso I do de impacto ambiental, contratos, relatórios das reservas de fauna e das áreas de relevante
caput deste artigo. de fiscalização e de auditorias e outros docu‑ interesse ecológico, salvo quanto a atividades
CAPÍTULO II
mentos relevantes do processo de concessão expressamente admitidas no plano de manejo
florestal serão disponibilizados por meio da da unidade de conservação;
DA GESTÃO DIRETA Rede Mundial de Computadores, sem prejuízo
IV – a exclusão das terras indígenas, das áreas
Art. 5 O Poder Público poderá exercer di‑ do disposto no art. 25 desta Lei.
o
ocupadas por comunidades locais e das áreas
retamente a gestão de florestas nacionais, Art. 8o A publicação do edital de licitação de de interesse para a criação de unidades de con‑
estaduais e municipais criadas nos termos cada lote de concessão florestal deverá ser servação de proteção integral;
do art. 17 da Lei no 9.985, de 18 de julho de precedida de audiência pública, por região, V – as áreas de convergência com as conces‑
2000, sendo‑lhe facultado, para execução de realizada pelo órgão gestor, nos termos do re‑ sões de outros setores, conforme regulamento;
atividades subsidiárias, firmar convênios, ter‑ gulamento, sem prejuízo de outras formas de VI – as normas e as diretrizes governamentais
mos de parceria, contratos ou instrumentos consulta pública. relativas à faixa de fronteira e outras áreas
similares com terceiros, observados os proce‑
consideradas indispensáveis para a defesa do
dimentos licitatórios e demais exigências legais Seção II
pertinentes. DO PLANO PLURIANUAL DE
território nacional;
OUTORGA FLORESTAL
VII – as políticas públicas dos Estados, dos Mu‑
§ 1o A duração dos contratos e instrumentos nicípios e do Distrito Federal.
similares a que se refere o caput deste artigo c Denominação da Seção com a redação dada pela
fica limitada a 120 (cento e vinte) meses. Lei no 14.590, de 24-5-2023. § 1o Além do disposto no caput deste artigo,
o PPAOF da União considerará os PPAOFs dos
§ 2o Nas licitações para as contratações de que Art. 9o São elegíveis para fins de concessão Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
trata este artigo, além do preço, poderá ser florestal as unidades de manejo previstas
considerado o critério da melhor técnica pre‑ no Plano Plurianual de Outorga Florestal § 2o O PPAOF deverá observar as áreas desti-
visto no inciso II do caput do art. 26 desta Lei. (PPAOF). nadas às comunidades locais de que trata o
Artigo com a redação dada pela Lei no 14.590, de art. 6o desta Lei.
CAPÍTULO III c
24-5-2023. § 3o O PPAOF deve conter disposições direcio-
DA DESTINAÇÃO ÀS
COMUNIDADES LOCAIS Art. 10. O PPAOF, proposto pelo órgão gestor nadas a auxiliar o planejamento do monito-
e definido pelo poder concedente, conterá o ramento e fiscalização ambiental a cargo dos
Art. 6 o Antes da realização das concessões conjunto de florestas públicas a serem sub- órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambien-
florestais, as florestas públicas ocupadas ou
metidas a processos de concessão no período te (SISNAMA).
utilizadas por comunidades locais serão iden‑
tificadas para a destinação, pelos órgãos com‑ em que vigorar. c §§ 1 o a 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.590,
petentes, por meio de: c Caput com a redação dada pela Lei no 14.590, de de 24-5-2023.
24-5-2023. Seção III
I – criação de reservas extrativistas e reservas
de desenvolvimento sustentável, observados § 1o O PPAOF será submetido pelo órgão ges- DO PROCESSO DE OUTORGA
os requisitos previstos da Lei no 9.985, de 18 tor à manifestação do órgão consultivo da
respectiva esfera de governo. Art. 12. O poder concedente publicará, previa‑
de julho de 2000; mente ao edital de licitação, ato justificando
II – concessão de uso, por meio de projetos de § 2 o A inclusão de novas áreas de florestas a conveniência da concessão florestal, carac‑
assentamento florestal, de desenvolvimento públicas sob o domínio da União no PPAOF terizando seu objeto e a unidade de manejo.
sustentável, agroextrativistas ou outros simi‑ requer manifestação prévia do órgão ou enti-
lares, nos termos do art. 189 da Constituição Art. 13. As licitações para concessão florestal
dade do Poder Executivo federal competente observarão os termos desta Lei e, supletiva‑
Federal e das diretrizes do Programa Nacional pela administração do patrimônio imobiliário
de Reforma Agrária; mente, da legislação própria, respeitados os
da União. princípios da legalidade, moralidade, publici‑
III – outras formas previstas em lei.
§ 3o O PPAOF deverá ser previamente aprecia- dade, igualdade, do julgamento por critérios
§ 1o A destinação de que trata o caput deste do pelo Conselho de Defesa Nacional quando objetivos e da vinculação ao instrumento
artigo será feita de forma não onerosa para estiverem incluídas áreas situadas na faixa de convocatório.
o beneficiário e efetuada em ato administra‑ fronteira definida no § 2o do art. 20 da Cons-
tivo próprio, conforme previsto em legislação § 1o As licitações para concessão florestal se‑
tituição Federal. rão realizadas na modalidade concorrência e
específica.
c §§ 1 o a 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, outorgadas a título oneroso.
§ 2 o Sem prejuízo das formas de destinação de 24-5-2023.
previstas no caput deste artigo, as comuni‑ § 2o Nas licitações para concessão florestal, é
§ 4o VETADO. vedada a declaração de inexigibilidade pre-
dades locais poderão participar das licitações
previstas no Capítulo IV deste Título, por meio § 5o O prazo de vigência do PPAOF será de 4 vista no art. 74 da Lei no 14.133, de 1o de abril
de associações comunitárias, cooperativas ou (quatro) anos, com prazos compatíveis com o de 2021.
outras pessoas jurídicas admitidas em lei. Plano Plurianual (PPA). c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, de
§ 3o O Poder Público poderá, com base em con‑ § 6o O PPAOF poderá ser alterado ao longo do 24-5-2023.
dicionantes socioambientais definidas em re‑ seu prazo de vigência, respeitados os mesmos Seção IV
gulamento, regularizar posses de comunidades procedimentos necessários para sua elabora- DO OBJETO DA CONCESSÃO
locais sobre as áreas por elas tradicionalmente ção e aprovação.
ocupadas ou utilizadas, que sejam imprescin‑ c §§ 5 o e 6 o acrescidos pela Lei n o 14.590, de
Art. 14. A concessão florestal terá como ob‑
díveis à conservação dos recursos ambientais 24-5-2023. jeto a exploração de produtos e serviços flo‑
essenciais para sua reprodução física e cultural, restais, contratualmente especificados, em
Art. 11 . O PPAOF para concessão florestal unidade de manejo de floresta pública, com
por meio de concessão de direito real de uso considerará:
ou outra forma admitida em lei, dispensada perímetro georreferenciado, registrada no res‑
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.590, de pectivo cadastro de florestas públicas e incluí‑
licitação.
24-5-2023. da no lote de concessão florestal.
CAPÍTULO IV I – as políticas e o planejamento para o setor Parágrafo único. Fica instituído o Cadas‑
DAS CONCESSÕES FLORESTAIS florestal, a reforma agrária, a regularização tro Nacional de Florestas Públicas, interliga‑
Seção I fundiária, a agricultura, o meio ambiente, os do ao Sistema Nacional de Cadastro Rural e
recursos hídricos, o ordenamento territorial e integrado:
DISPOSIÇÕES GERAIS
o desenvolvimento regional;
Art. 7o A concessão florestal será autorizada II – o Zoneamento Ecológico‑Econômico – ZEE I – pelo Cadastro Geral de Florestas Públicas
em ato do poder concedente e formalizada nacional e estadual e demais instrumentos que da União;
mediante contrato, que deverá observar os disciplinam o uso, a ocupação e a exploração II – pelos cadastros de florestas públicas dos
termos desta Lei, das normas pertinentes e do dos recursos ambientais; Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
edital de licitação. III – a exclusão das unidades de conservação de Art. 15. O objeto de cada concessão será fixa‑
Parágrafo único. Os relatórios ambientais proteção integral, das reservas de desenvolvi‑ do no edital, que definirá os produtos flores‑
preliminares, licenças ambientais, relatórios mento sustentável, das reservas extrativistas, tais e serviços cuja exploração será autorizada.

2188
Lei no 11.284/2006
Art. 16. A concessão florestal confere ao con‑ Seção VI XIII – a descrição das garantias financeiras e
cessionário somente os direitos expressamente DA HABILITAÇÃO dos seguros exigidos;
previstos no contrato de concessão. Art. 19. Além de outros requisitos previs- XIV – as características dos bens reversíveis,
§ 1 o É vedada a outorga de qualquer dos incluindo as condições em que se encontram
tos na Lei no 14.133, de 1 o de abril de 2021,
seguintes direitos no âmbito da concessão aqueles já existentes;
exige‑se para habilitação nas licitações de
florestal: XV – as condições de liderança da empresa ou
concessão florestal a comprovação de ausên-
pessoa jurídica responsável, na hipótese em
c Art. 50 do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que regula- cia de: que for permitida a participação de consórcio;
menta esta Lei. c Caput com a redação dada pela Lei no 14.590, de
XVI – a minuta do respectivo contrato, que
I – titularidade imobiliária ou preferência em 24-5-2023.
conterá as cláusulas essenciais referidas no
sua aquisição; I – débitos inscritos na dívida ativa relativos a art. 30 desta Lei;
II – Revogado. Lei no 14.590, de 24-5-2023; infração ambiental nos órgãos competentes XVII – as condições de extinção do contrato
III – uso dos recursos hídricos acima do especi‑ integrantes do SISNAMA; de concessão; e
ficado como insignificante, nos termos da Lei II – decisões condenatórias, com trânsito em c Inciso XVII com a redação dada pela Lei no 14.590,
no 9.433, de 8 de janeiro de 1997; julgado, em ações penais relativas a crime con‑ de 24-5-2023.
tra o meio ambiente ou a ordem tributária ou a

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
IV – exploração dos recursos minerais;
V – exploração de recursos pesqueiros ou da crime previdenciário, observada a reabilitação XVIII – as regras para que o concessionário
fauna silvestre; de que trata o art. 93 do Decreto‑lei no 2.848, possa explorar a comercialização de crédito
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal. por serviços ambientais, inclusive de carbono
V e VI – Revogados. Lei n o 14.590, de
24-5-2023. § 1o Somente poderão ser habilitadas nas lici‑ ou instrumentos congêneres, de acordo com
tações para concessão florestal empresas ou regulamento.
§ 2 o Ressalvadas as áreas ocupadas ou utili- outras pessoas jurídicas constituídas sob as leis c Inciso XVIII acrescido pela Lei n o 14.590, de
zadas por comunidades locais, o contrato de brasileiras e que tenham sede e administração 24-5-2023.
concessão poderá prever a transferência de no País. § 1o As exigências previstas nos incisos II e III
titularidade dos créditos de carbono do po- § 2o Os órgãos do SISNAMA organizarão siste‑ do caput deste artigo serão adaptadas à escala
der concedente ao concessionário, durante ma de informações unificado, tendo em vista da unidade de manejo florestal, caso não se
o período da concessão, bem como o direito assegurar a emissão do comprovante requeri‑ justifique a exigência do detalhamento.
de comercializar certificados representativos do no inciso I do caput deste artigo. § 2o O edital será submetido a audiência públi‑
de créditos de carbono e serviços ambientais ca previamente ao seu lançamento, nos termos
Seção VII
associados, conforme regulamento. do art. 8o desta Lei.
DO EDITAL DE LICITAÇÃO
c § 2 com a redação dada pela Lei n 14.590, de
o o
§ 3o Para fins do disposto no inciso X do caput
24-5-2023. Art. 20. O edital de licitação será elaborado deste artigo, na hipótese de consórcio, será
pelo poder concedente, observados os crité-
§ 3o O manejo da fauna silvestre pelas comuni‑ admitido o somatório dos quantitativos de
rios e as normas gerais da Lei no 14.133, de 1o
dades locais observará a legislação específica. cada consorciado para a aferição da capaci-
de abril de 2021, e conterá, especialmente:
§ 4 o Também poderá ser incluída no objeto dade técnica.
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.590, de
da concessão a exploração de produtos e de 24-5-2023. § 4o O edital deverá prever a seguinte ordem
serviços florestais não madeireiros, desde que entre as etapas de julgamento e habilitação:
I – o objeto, com a descrição dos produtos e
realizada nas respectivas unidades de manejo dos serviços a serem explorados; I – encerrada a fase de classificação das pro-
florestal, nos termos do regulamento. II – a delimitação da unidade de manejo, com postas, será aberto o envelope com os docu-
c § 4o acrescido pela Lei no 14.590, de 24-5-2023. localização e topografia, além de mapas e ima‑ mentos de habilitação do licitante mais bem
Art. 17. Os produtos de uso tradicional e de gens de satélite e das informações públicas dis‑ classificado, para verificação do atendimento
subsistência para as comunidades locais serão poníveis sobre a unidade; das condições fixadas no edital;
excluídos do objeto da concessão e explicita‑ III – os resultados do inventário amostral; II – verificado o atendimento das exigências
IV – o prazo da concessão e as condições de do edital, o licitante será declarado vencedor;
dos no edital, juntamente com a definição das
prorrogação; III – inabilitado o licitante mais bem classifi-
restrições e da responsabilidade pelo manejo
V – a descrição da infraestrutura disponível; cado, serão analisados os documentos de ha-
das espécies das quais derivam esses produtos, VI – as condições e datas para a realização de
bem como por eventuais prejuízos ao meio am‑ bilitação do licitante classificado em segundo
visitas de reconhecimento das unidades de lugar, e assim sucessivamente, até que um
biente e ao poder concedente. manejo e levantamento de dados adicionais; dos licitantes atenda às condições fixadas no
c Art. 18 do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que regula- VII – a descrição das condições necessárias à
menta esta Lei. edital;
exploração sustentável dos produtos e serviços IV – proclamado o resultado do certame,
Seção V florestais; o objeto será adjudicado ao vencedor nas
DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL VIII – os prazos e os procedimentos para rece- condições técnicas e econômicas por ele
bimento das propostas, julgamento da licita- ofertadas.
Art. 18. A exploração de florestas nativas e ção, assinatura do contrato e convocação de
formações sucessoras de domínio público de- licitantes remanescentes; § 5 o O edital poderá definir percentual de
penderá de licenciamento pelo órgão compe- c Inciso VIII com a redação dada pela Lei no 14.590,
participação do poder concedente nos recur-
tente do SISNAMA, mediante aprovação pré- de 24-5-2023. sos recebidos a título de crédito de carbono
via do PMFS, conforme o Capítulo VII da Lei pelo concessionário.
IX – o período, com data de abertura e en‑
no 12.651, de 25 de maio de 2012, exceto as cerramento, o local e o horário em que serão c §§ 3 a 5 acrescidos pela Lei n 14.590, de
o o o

concessões para conservação e para restaura- 24-5-2023.


fornecidos aos interessados os dados, estudos
ção, que serão dispensadas do licenciamento e projetos necessários à elaboração dos orça‑ Art. 21. As garantias e os seguros previstos no
ambiental. mentos e apresentação das propostas; inciso XIII do caput do art. 20 desta Lei:
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.590, de X – os critérios e a relação dos documentos c Caput com a redação dada pela Lei no 14.590, de
24-5-2023. exigidos para a aferição da idoneidade finan- 24-5-2023.
§§ 1 o a 8 o Revogados. Lei n o 14.590, de ceira, da regularidade jurídica e fiscal e da c menta Art. 47 do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que regula-
esta Lei.
24-5-2023. capacidade técnica;
c Inciso X com a redação dada pela Lei n o 14.590, de I – incluirão seguro de responsabilidade civil
§ 9 Os procedimentos relativos à autorização
o
24-5-2023. contra eventuais danos causados ao meio am-
ou à licença ambiental das atividades de res- XI – os critérios, os indicadores, as fórmulas e biente ou a terceiros, como consequência da
tauração florestal ou de exploração de outros parâmetros a serem utilizados no julgamento execução das operações relativas à prática de
serviços e produtos observarão o disposto em da proposta; manejo florestal;
legislação específica. XII – o preço mínimo da concessão e os crité‑ c Inciso I com a redação dada pela Lei no 14.590, de
c § 9 acrescido pela Lei n 14.590, de 24-5-2023.
o o
rios de reajuste e revisão; 24-5-2023.

2189
Lei no 11.284/2006
II – poderão incluir, nos termos de regulamen‑ concessão perante o poder concedente, sem dutos e à exploração dos serviços florestais
to, a cobertura do desempenho do concessio‑ prejuízo da responsabilidade solidária das de‑ concedidos.
nário em termos de produção florestal; mais consorciadas. c Art. 44 do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que regula-
III – incluirão garantia de execução contra- § 3o As alterações na constituição dos consór‑ menta este parágrafo.
tual destinada à cobertura de inadimplência cios deverão ser submetidas previamente ao § 2o As contratações, inclusive de mão de obra,
de obrigações contratuais e sanções por des- poder concedente para a verificação da manu‑ feitas pelo concessionário serão regidas pelo
cumprimento contratual. tenção das condições de habilitação, sob pena direito privado, não se estabelecendo qualquer
c Inciso III acrescido pela Lei n o 14.590, de de rescisão do contrato de concessão. relação jurídica entre os terceiros contratados
24-5-2023. pelo concessionário e o poder concedente.
Art. 23. É facultado ao poder concedente,
§ 1o Revogado. Lei no 14.590, de 24-5-2023. desde que previsto no edital, determinar que § 3 o A execução das atividades contratadas
§ 1o‑A. O ato convocatório definirá os valores o licitante vencedor, no caso de consórcio, com terceiros pressupõe o cumprimento das
a serem caucionados sob a forma de garantia constitua‑se em empresa antes da celebração normas regulamentares relacionadas a essas
de execução e de cobertura para danos, na do contrato. atividades.
forma do regulamento. Art. 24. Os estudos, levantamentos, projetos, § 4 o É vedada a subconcessão na concessão
§ 1 o‑B. A execução do seguro de responsa- obras, despesas ou investimentos já efetuados florestal.
bilidade civil será deduzida do montante de na unidade de manejo e vinculados ao proces‑ § 5o É facultado ao concessionário promover
eventual reparação civil a que for condenado so de licitação para concessão, realizados pelo a unificação operacional das atividades de
o infrator, por atividades associadas à execu- poder concedente ou com a sua autorização, manejo florestal sustentável em unidades
ção do contrato de concessão florestal. estarão à disposição dos interessados. de manejo florestal, contínuas ou não, con-
§ 1 o‑C. A prestação integral do seguro e da § 1o O edital de licitação indicará os itens, entrecedidas ao mesmo concessionário, desde que
garantia de execução contratual pode ser os especificados no caput deste artigo, e seus situadas na mesma unidade de conservação
efetuada em fases, de acordo com a imple- respectivos valores, que serão ressarcidos pelo ou lote de concessão.
mentação dos contratos e das atividades de vencedor da licitação. § 6 o A unificação operacional ocorrerá por
manejo florestal sustentável, nos termos do § 2o As empresas de pequeno porte, microem‑ meio de termo aditivo aos contratos de con-
regulamento. presas e associações de comunidades locais cessão e permitirá a elaboração de um único
c §§ 1 o‑A a 1 o‑C acrescidos pela Lei n o 14.590, de ficarão dispensadas do ressarcimento previsto PMFS para todas as unidades de manejo e a
24-5-2023. no § 1o deste artigo. unificação das Operações florestais, nos ter-
§ 2 o São modalidades de garantia aquelas Art. 25. É assegurado a qualquer pessoa o mos do regulamento.
previstas na forma da lei para contratos fir- acesso aos contratos, decisões ou pareceres § 7o Os termos aditivos unificarão e manterão
mados com a administração pública. relativos à licitação ou às próprias concessões. as obrigações contratuais, e caberá ao órgão
c Caput do § 2 o com a redação dada pela Lei Seção VIII gestor fazer as adequações necessárias decor-
no 14.590, de 24-5-2023. rentes do ganho de escala da operação flores-
DOS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO tal, por meio da adição dos compromissos as-
I a V – Revogados. Lei no 14.590, de 24-5-2023.
Art. 26. No julgamento da licitação, a melhor sumidos nas propostas vencedoras, de técnica
§ 3o Para concessão florestal a pessoas jurídi- proposta será considerada em razão da combi‑ e preço, presentes nos diferentes contratos a
cas de pequeno porte, microempresas e asso- nação dos seguintes critérios: serem unificados.
ciações de comunidades locais, serão previs-
I – o maior preço ofertado como pagamento ao c §§ 5 o a 7 o acrescidos pela Lei n o 14.590, de
tas em regulamento formas alternativas de 24-5-2023.
poder concedente pela outorga da concessão
fixação de seguros e de garantias.
florestal; Art. 28. A transferência do controle societário
c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, de II – a melhor técnica, considerando:
24-5-2023.
do concessionário sem prévia anuência do po‑
a) o menor impacto ambiental; der concedente implicará a rescisão do contra‑
§ 4 o O seguro e a garantia serão reajus- to e a aplicação das sanções contratuais, sem
b) os maiores benefícios sociais diretos;
tados na forma do regulamento e do ato
c e d) Revogadas. Lei no 14.590, de 24-5-2023. prejuízo da execução das garantias oferecidas.
convocatório.
§ 4o acrescido pela Lei no 14.590, de 24-5-2023. § 1o A aplicação dos critérios descritos nos inci‑ Parágrafo único. Para fins de obtenção da
sos I e II do caput deste artigo será previamente anuência referida no caput deste artigo, o pre‑
c
Art. 22. Quando permitida na licitação a par‑ estabelecida no edital de licitação, com regras tendente deverá:
ticipação de pessoa jurídica em consórcio,
e fórmulas precisas para avaliação ambiental, I – atender às exigências da habilitação estabe‑
observar‑se‑ão, adicionalmente aos requisitos lecidas para o concessionário;
referidos no art. 19 desta Lei, os seguintes econômica, social e financeira.
II – comprometer‑se a cumprir todas as cláusu‑
requisitos: § 2o Para fins de aplicação do disposto no inci‑ las do contrato em vigor.
I – comprovação de compromisso, público ou so II do caput deste artigo, o edital de licitação
particular, de constituição de consórcio, subs‑ conterá parâmetros e exigências para formula‑ Art. 29. Nos contratos de financiamento, os
ção de propostas técnicas. concessionários poderão oferecer em garantia
crito pelas consorciadas; os direitos emergentes da concessão, até o
II – indicação da empresa‑líder, que deverá § 3 O poder concedente recusará propostas limite que não comprometa a operacionaliza‑
o

atender às condições de liderança estipuladas manifestamente inexequíveis ou financei‑ ção e a continuidade da execução, pelo con‑
no edital e será a representante das consorcia‑ ramente incompatíveis com os objetivos da cessionário, do PMFS ou das demais atividades
das perante o poder concedente; licitação. florestais.
III – apresentação dos documentos de que tra‑
Seção IX Parágrafo único. O limite previsto no caput
ta o inciso X do caput do art. 20 desta Lei, por
parte de cada consorciada; DO CONTRATO DE CONCESSÃO deste artigo será definido pelo órgão gestor.
IV – comprovação de cumprimento da exigên‑ Art. 27. Para cada unidade de manejo licita‑ Art. 30. São cláusulas essenciais do contrato
cia constante do inciso XV do caput do art. 20 da, será assinado um contrato de concessão de concessão as relativas:
desta Lei; exclusivo com um único concessionário, que I – ao objeto, com a descrição dos produtos e
V – impedimento de participação de empre‑ será responsável por todas as obrigações nele dos serviços a serem explorados e da unidade
sas consorciadas na mesma licitação, por previstas, além de responder pelos prejuízos de manejo;
intermédio de mais de 1 (um) consórcio ou causados ao poder concedente, ao meio am‑ II – ao prazo da concessão;
isoladamente. biente ou a terceiros, sem que a fiscalização III – ao prazo máximo para o concessionário
§ 1 o O licitante vencedor ficará obrigado a exercida pelos órgãos competentes exclua ou iniciar a execução do PMFS, a restauração e as
promover, antes da celebração do contrato, a atenue essa responsabilidade. demais atividades relativas a produtos e servi-
constituição e registro do consórcio, nos ter‑ § 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se ços previstas no objeto do contrato;
mos do compromisso referido no inciso I do refere o caput deste artigo, o concessionário c Inciso III com a redação dada pela Lei no 14.590, de
caput deste artigo. poderá contratar terceiros para o desenvol‑ 24-5-2023.
§ 2o A pessoa jurídica líder do consórcio é res‑ vimento de atividades inerentes ou subsidiá‑ IV – ao modo, à forma, às condições e aos
ponsável pelo cumprimento do contrato de rias ao manejo florestal sustentável dos pro‑ prazos da realização das auditorias florestais;

2190
Lei no 11.284/2006
V – ao modo, à forma e às condições de ex- § 3 o A suspensão de que trata o § 2 o deste são ao órgão gestor, nos termos definidos no
ploração de serviços e prática do manejo flo- artigo não isenta o concessionário do cumpri‑ contrato;
restal, da restauração e das demais atividades mento das demais obrigações contratuais. c Inciso XV com a redação dada pela Lei no 14.590,
relativas a produtos e serviços definidos como § 4o As obrigações previstas nos incisos V a IX de 24-5-2023.
objeto da concessão; do caput deste artigo são de relevante interes‑ XVI – permitir amplo e irrestrito acesso aos en‑
c Inciso V com a redação dada pela Lei no 14.590, de se ambiental, para os efeitos do art. 68 da Lei carregados da fiscalização e auditoria, a qual‑
24-5-2023. no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. quer momento, às obras, aos equipamentos
VI – aos critérios, aos indicadores, às fórmulas Art. 31. Incumbe ao concessionário: e às instalações da unidade de manejo, bem
e aos parâmetros definidores da qualidade do como à documentação necessária para o exer‑
I – elaborar e executar o PMFS, a restauração cício da fiscalização;
meio ambiente;
VII – aos critérios máximos e mínimos de apro‑ florestal e a exploração de demais serviços XVII – realizar os investimentos ambientais e
veitamento dos recursos florestais; e produtos, conforme previsto nas normas sociais definidos no contrato de concessão.
VIII – às ações de melhoria e recuperação am‑ técnicas aplicáveis e nas especificações do
§ 1 o As benfeitorias permanentes reverterão
biental na área da concessão e seu entorno contrato;
sem ônus ao titular da área ao final do con‑
assumidas pelo concessionário; II – evitar ações ou omissões passíveis de ge- trato de concessão, ressalvados os casos pre‑

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
IX – à conservação de serviços ecossistêmicos rar danos ao ecossistema ou a qualquer de vistos no edital de licitação e no contrato de
e da biodiversidade assumida pelo concessio- seus elementos, salvo se os danos decorrerem concessão.
nário e às ações direcionadas ao benefício da de invasões praticadas por terceiros, caso em
que caberá ao concessionário o cumprimento § 2o Constitui requisito indispensável para o
comunidade local, inclusive quanto à sua par- início das operações de exploração do objeto
ticipação na receita decorrente da comercia- da comunicação prevista no inciso III deste
caput; da concessão a obtenção da devida autoriza-
lização de créditos de carbono ou de serviços ção ou licença ambiental pelo concessionário,
ambientais, quando for o caso, nos termos do c Incisos I e II com a redação dada pela Lei no 14.590,
nos termos do art. 18 desta Lei.
regulamento; de 24-5-2023.
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, de
c Inciso IX com a redação dada pela Lei no 14.590, de III – informar imediatamente a autoridade 24-5-2023.
24-5-2023. competente no caso de ações ou omissões
próprias ou de terceiros ou fatos que acarre‑ § 3o Findo o contrato de concessão, o conces‑
X – aos preços e aos critérios e procedimentos sionário fica obrigado a devolver a unidade de
para reajuste e revisão; tem danos ao ecossistema, a qualquer de seus
manejo ao poder concedente nas condições
XI – aos direitos e às obrigações do poder elementos ou às comunidades locais;
previstas no contrato de concessão, sob pena
concedente e do concessionário, inclusive IV – recuperar as áreas degradadas, quando
de aplicação das devidas sanções contratuais
os relacionados a necessidades de alterações identificado o nexo de causalidade entre suas
e administrativas, bem como da responsa‑
futuras e modernização, aperfeiçoamento e ações ou omissões e os danos ocorridos, inde‑ bilização nas esferas penal e civil, inclusive a
ampliação dos equipamentos, infraestrutura pendentemente de culpa ou dolo, sem prejuízo decorrente da Lei n o 6.938, de 31 de agosto
e instalações; das responsabilidades contratuais, administra‑ de 1981.
XII – às garantias e aos seguros a serem ofere- tivas, civis ou penais;
cidos pelo concessionário; V – cumprir e fazer cumprir as normas de ma- Art. 32. A unidade de manejo deverá apre-
XIII – à forma de monitoramento e avaliação nejo florestal, de restauração e de exploração sentar área geograficamente delimitada
das instalações, dos equipamentos, dos mé- de serviços e produtos, bem como as cláusulas destinada à reserva absoluta, representativa
todos e práticas de execução do manejo flo- contratuais da concessão; dos ecossistemas florestais manejados, equi-
restal sustentável, da restauração florestal e VI – garantir a execução do ciclo contínuo do valente a, no mínimo, 5% (cinco por cento)
da exploração de demais serviços e produtos manejo florestal, iniciada dentro do prazo do total da área concedida, para conservação
previstos no objeto do contrato; máximo fixado no edital; da biodiversidade e para avaliação e moni-
toramento dos impactos do manejo florestal,
c Incisos XII e XIII com a redação dada pela Lei c Incisos V e VI com a redação dada pela Lei
no 14.590, de 24-5-2023. da restauração e da exploração dos demais
no 14.590, de 24-5-2023.
produtos e serviços previstos em contrato.
XIV – às penalidades contratuais e administra‑ VII – buscar o uso múltiplo da floresta, nos li‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 14.590, de
tivas a que se sujeita o concessionário e sua mites contratualmente definidos e observadas 24-5-2023.
forma de aplicação; as restrições aplicáveis às áreas de preservação
permanente e as demais exigências da legisla‑ § 1 Para efeito do cálculo do percentual pre‑
o
XV – aos casos de extinção do contrato de
concessão; ção ambiental; visto no caput deste artigo, não serão com‑
XVI – aos bens reversíveis; putadas as áreas de preservação permanente.
VIII – realizar as benfeitorias necessárias na
XVII – às condições para revisão e prorrogação; unidade de manejo; § 2 o A área de reserva absoluta não poderá
XVIII – à obrigatoriedade, à forma e à periodi‑ IX – executar as atividades necessárias à ma‑ ser objeto de qualquer tipo de exploração
cidade da prestação de contas do concessioná‑ nutenção da unidade de manejo e da infraes‑ econômica.
rio ao poder concedente; trutura; § 3 o A área de reserva absoluta poderá ser
XIX – aos critérios de bonificação para o con‑ X – comercializar os produtos auferidos em definida pelo órgão gestor previamente ao
cessionário que atingir melhores índices de decorrência da execução do objeto do con- início das atividades previstas no contrato de
desempenho socioambiental que os previstos trato, obtido mediante processo autorizativo concessão.
no contrato, conforme regulamento; específico e legislação vigente; c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, de
XX – ao foro e ao modo amigável de solução 24-5-2023.
das divergências contratuais. c Inciso X com a redação dada pela Lei no 14.590, de
24-5-2023. § 4o Para unidades de manejo florestal loca-
§ 1 o No exercício da fiscalização, o órgão
XI – executar medidas de prevenção e controle lizadas em unidades de conservação, a reser-
gestor terá acesso aos dados relativos à ad‑
de incêndios; va absoluta poderá ser alocada em zonas de
ministração, contabilidade, recursos técnicos,
econômicos e financeiros do concessionário, XII – monitorar a execução do PMFS, da res- proteção da floresta pública, não atingida a
respeitando‑se os limites do sigilo legal ou tauração e dos demais serviços e produtos, área concedida.
constitucionalmente previsto. conforme estabelecido em contrato e na le- c § 4o acrescido pela Lei no 14.590, de 24-5-2023.
gislação vigente; Art. 33 . Para fins de garantir o direito de
§ 2o Sem prejuízo das atribuições dos órgãos
do SISNAMA responsáveis pelo controle e fis‑ c Inciso XII com a redação dada pela Lei no 14.590, acesso às concessões florestais por pessoas
de 24-5-2023. jurídicas de pequeno porte, por microempre-
calização ambiental, o órgão gestor poderá
suspender a execução de atividades desen‑ XIII – zelar pela integridade dos bens e ben‑ sas e por médias empresas, serão definidos no
volvidas em desacordo com o contrato de feitorias vinculados à unidade de manejo PPAOF, nos termos de regulamento, lotes de
concessão, devendo, nessa hipótese, deter‑ concedida; concessão com várias unidades de manejo de
minar a imediata correção das irregularidades XIV – manter atualizado o inventário e o regis‑ tamanhos diversos, estabelecidos com base
identificadas. tro dos bens vinculados à concessão; em critérios técnicos, que deverão considerar
c Art. 51 do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que regula- XV – elaborar e disponibilizar o relatório as condições e as necessidades do setor flores-
menta este parágrafo. anual sobre a execução do objeto da conces- tal e dos demais setores econômicos envolvi-

2191
Lei no 11.284/2006
dos, as peculiaridades regionais, a estrutura V – o estímulo ao uso múltiplo da floresta; criadas pela União nos termos do art. 17 da
das cadeias produtivas, as infraestruturas VI – a manutenção e a ampliação da competiti‑ Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000, serão
locais e o acesso aos mercados. vidade da atividade de base florestal; distribuídos da seguinte forma:
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.590, de VII – as referências internacionais aplicáveis. I – o valor referido no § 3o do art. 36 desta Lei
24-5-2023. § 3o Será fixado, nos termos de regulamento, será destinado ao órgão gestor para a execu‑
c Art. 24, caput, do Dec. n o 6.063, de 20-3-2007, que valor mínimo a ser exigido anualmente do con‑ ção de suas atividades;
regulamenta este artigo. cessionário, independentemente da produção II – o preço pago, excluído o valor mencionado
Art. 34. Sem prejuízo da legislação pertinente ou dos valores por ele auferidos com a explo‑ no inciso I do caput deste artigo, terá a seguin‑
à proteção da concorrência e de outros requi‑ ração do objeto da concessão. te destinação:
sitos estabelecidos em regulamento, deverão c Art. 40, caput, do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que
ser observadas as seguintes salvaguardas para a) Instituto Chico Mendes: 40% (quarenta
regulamenta esta Lei. por cento), para utilização restrita na ges‑
evitar a concentração econômica:
§ 4o O valor mínimo previsto no § 3o deste ar‑ tão das unidades de conservação de uso
I – em cada lote de concessão florestal, não tigo integrará os pagamentos anuais devidos sustentável;
poderão ser outorgados a cada concessionário, pelo concessionário para efeito do pagamento c Alínea a com a redação dada pela Lei no 11.516, de
individualmente ou em consórcio, mais de 2 do preço referido no inciso II do caput deste 28-8-2007.
(dois) contratos; artigo.
II – cada concessionário, individualmente ou b) Estados: 20% (vinte por cento), destinados
§ 5 o A soma dos valores pagos com base no proporcionalmente à distribuição da flores‑
em consórcio, terá um limite percentual má‑
§ 3 o deste artigo não poderá ser superior a ta pública outorgada em suas respectivas
ximo de área de concessão florestal, definido
30% (trinta por cento) do preço referido no jurisdições, para o apoio e promoção da
no PAOF.
inciso II do caput deste artigo. utilização sustentável dos recursos flores‑
Parágrafo único. O limite previsto no inciso Art. 37. O preço referido no inciso II do caput tais, sempre que o ente beneficiário cum‑
II do caput deste artigo será aplicado sobre o do art. 36 desta Lei compreende: prir com a finalidade deste aporte;
total da área destinada à concessão florestal c) Municípios: 20% (vinte por cento), desti‑
pelo PAOF e pelos planos anuais de outorga I – o valor estabelecido no contrato de nados proporcionalmente à distribuição
em execução aprovados nos anos anteriores. concessão; da floresta pública outorgada em suas res‑
II – os valores resultantes da aplicação dos cri‑
Art. 35. O prazo dos contratos de concessão térios de revisão ou de reajuste, nas condições pectivas jurisdições, para o apoio e promo‑
florestal será estabelecido de acordo com o ci‑ ção da utilização sustentável dos recursos
clo de colheita ou exploração, considerando o do respectivo contrato, definidos em ato espe‑ florestais, sempre que o ente beneficiário
produto ou grupo de produtos com ciclo mais cífico do órgão gestor. cumprir com a finalidade deste aporte;
longo incluído no objeto da concessão, poden‑ Parágrafo único. A divulgação do ato a que d) FNDF: 20% (vinte por cento).
do ser fixado prazo equivalente a, no mínimo, se refere o inciso II do caput deste artigo deve‑
um ciclo e, no máximo, 40 (quarenta) anos. rá preceder a data de pagamento do preço em, § 2o VETADO.
Parágrafo único. O prazo dos contratos de no mínimo, 30 (trinta) dias. § 3o O repasse dos recursos a Estados e Municí‑
concessão exclusivos para exploração de servi‑ Art. 38. O contrato de concessão referido no pios previsto neste artigo será condicionado à
ços florestais será de, no mínimo, 5 (cinco) e, art. 27 desta Lei poderá prever o compromisso instituição de conselho de meio ambiente pelo
no máximo, 20 (vinte) anos. de investimento mínimo anual do concessio‑ respectivo ente federativo, com participação
nário, destinado à modernização da execução social, e à aprovação, por este conselho:
Seção X dos PMFS, com vistas na sua sustentabilidade. I – do cumprimento das metas relativas à
DOS PREÇOS FLORESTAIS
Art. 39. Os recursos financeiros oriundos dos aplicação desses recursos referentes ao ano
Art. 36. O regime econômico e financeiro da preços da concessão florestal de unidades lo‑ anterior;
concessão florestal, conforme estabelecido no calizadas em áreas de domínio da União serão II – da programação da aplicação dos recursos
respectivo contrato, compreende: distribuídos da seguinte forma: do ano em curso.
I – o pagamento de preço calculado sobre os I – o valor referido no § 3o do art. 36 desta Lei Art. 40. Os recursos financeiros oriundos dos
custos de realização do edital de licitação da será destinado: preços de cada concessão florestal da União
concessão florestal da unidade de manejo; a) 70% (setenta por cento) ao órgão gestor serão depositados e movimentados exclusi‑
II – o pagamento de preço, não inferior ao mí‑ para a execução de suas atividades; vamente por intermédio dos mecanismos da
nimo definido no edital de licitação, calculado b) 30% (trinta por cento) ao Instituto Bra‑ conta única do Tesouro Nacional, na forma do
em função da quantidade de produto ou ser‑ sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos regulamento.
viço auferido do objeto da concessão ou do Naturais Renováveis – IBAMA, para uti‑ § 1o O Tesouro Nacional, trimestralmente, re‑
faturamento líquido ou bruto; lização restrita em atividades de controle passará aos Estados e Municípios os recursos
c Art. 40, § 3 , do Dec. n 6.063, de 20-3-2007, que
o o
e fiscalização ambiental de atividades flo‑ recebidos de acordo com o previsto nas alíneas
regulamenta este inciso.
restais, de unidades de conservação e do a e b do inciso II do caput e nas alíneas b e c
III – a responsabilidade do concessionário de desmatamento; do inciso II do § 1o, ambos do art. 39 desta Lei.
realizar outros investimentos previstos no edi‑
II – o preço pago, excluído o valor mencionado § 2 o O Órgão Central de Contabilidade da
tal e no contrato;
no inciso I do caput deste artigo, terá a seguin‑ União editará as normas gerais relativas à con‑
IV – a indisponibilidade, pelo concessionário,
te destinação: solidação das contas públicas aplicáveis aos
salvo disposição contratual, dos bens conside‑
rados reversíveis. a) Estados: 30% (trinta por cento), destinados recursos financeiros oriundos da concessão
proporcionalmente à distribuição da flores‑ florestal e à sua distribuição.
§ 1o O preço referido no inciso I do caput des- ta pública outorgada em suas respectivas
te artigo poderá ser parcelado, e seu valor, Seção XI
jurisdições, para o apoio e promoção da DO FUNDO NACIONAL DE
forma, prazo e condições de pagamento se- utilização sustentável dos recursos flores‑
rão definidos no edital de licitação, com base DESENVOLVIMENTO FLORESTAL
tais, sempre que o ente beneficiário cum‑
em critérios técnicos e consideradas as pecu- prir com a finalidade deste aporte; Art. 41. Fica criado o Fundo Nacional de De‑
liaridades locais. b) Municípios: 30% (trinta por cento), des‑ senvolvimento Florestal – FNDF, de natureza
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, de tinados proporcionalmente à distribuição contábil, gerido pelo órgão gestor federal, des‑
24-5-2023. da floresta pública outorgada em suas res‑ tinado a fomentar o desenvolvimento de ativi‑
§ 2 A definição do preço mínimo no edital de‑
o
pectivas jurisdições, para o apoio e promo‑ dades sustentáveis de base florestal no Brasil
verá considerar: ção da utilização sustentável dos recursos e a promover a inovação tecnológica do setor.
I – o estímulo à competição e à concorrência; florestais, sempre que o ente beneficiário § 1o Os recursos do FNDF serão aplicados prio‑
II – a garantia de condições de competição do cumprir com a finalidade deste aporte; ritariamente em projetos nas seguintes áreas:
manejo em terras privadas; c) Fundo Nacional de Desenvolvimento Flo‑ I – pesquisa e desenvolvimento tecnológico em
III – a cobertura dos custos do sistema de restal – FNDF: 40% (quarenta por cento). manejo florestal;
outorga; § 1 o Quando os recursos financeiros forem II – assistência técnica e extensão florestal;
IV – a geração de benefícios para a sociedade, oriundos dos preços da concessão florestal de III – recuperação de áreas degradadas com es‑
aferidos inclusive pela renda gerada; unidades localizadas em florestas nacionais pécies nativas;

2192
Lei no 11.284/2006
IV – aproveitamento econômico racional e sus‑ verificados, no prazo máximo de 12 (doze) tes condições, em conformidade com o ato
tentável dos recursos florestais; meses; convocatório:
V – controle e monitoramento das atividades c Inciso II com a redação dada pela Lei n o 14.590, de I – aceitar os termos contratuais vigentes as-
florestais e desmatamentos; 24-5-2023. sumidos pelo concessionário anterior, inclu-
VI – capacitação em manejo florestal e forma‑ III – constatação de descumprimento, que, sive quanto aos preços e à proposta técnica
ção de agentes multiplicadores em atividades devidamente validada, implica a aplicação de atualizados;
florestais; sanções segundo sua gravidade, incluindo a II – manter os bens reversíveis existentes;
VII – educação ambiental; rescisão contratual, conforme esta Lei. III – dar continuidade ao ciclo de produção
VIII – proteção ao meio ambiente e conserva‑
ção dos recursos naturais. § 3o As entidades que poderão realizar audito‑ florestal iniciado.
rias florestais serão reconhecidas em ato admi‑ c § 6o acrescido pela Lei no 14.590, de 24-5-2023.
§ 2 o O FNDF contará com um conselho con‑
nistrativo do órgão gestor. Art. 45. A inexecução total ou parcial do con‑
sultivo, com participação dos entes federativos
e da sociedade civil, com a função de opinar Art. 43. Qualquer pessoa física ou jurídica, de trato acarretará, a critério do poder conceden‑
sobre a distribuição dos seus recursos e a ava‑ forma justificada e devidamente assistida por te, a rescisão da concessão, a aplicação das
liação de sua aplicação. profissionais habilitados, poderá fazer visitas sanções contratuais e a execução das garan‑
de comprovação às operações florestais de tias, sem prejuízo da responsabilidade civil por

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
§ 3o Aplicam‑se aos membros do conselho de campo, sem obstar o regular desenvolvimen‑ danos ambientais prevista na Lei n 6.938, de
o
que trata o § 2o deste artigo as restrições pre‑ to das atividades, observados os seguintes 31 de agosto de 1981, e das devidas sanções
vistas no art. 59 desta Lei. requisitos: nas esferas administrativa e penal.
§ 4o Adicionalmente aos recursos previstos na I – prévia obtenção de licença de visita no ór‑ § 1 A rescisão da concessão poderá ser efe‑
o
alínea c do inciso II do caput e na alínea d do gão gestor; tuada unilateralmente pelo poder concedente,
inciso II do § 1 o, ambos do art. 39 desta Lei, II – programação prévia com o concessionário. quando:
constituem recursos do FNDF a reversão dos
Seção XIII I – o concessionário descumprir cláusulas con‑
saldos anuais não aplicados, doações realiza‑
tratuais ou disposições legais e regulamentares
das por entidades nacionais ou internacionais, DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
concernentes à concessão;
públicas ou privadas, e outras fontes de recur‑ Art. 44. Extingue‑se a concessão florestal por II – o concessionário descumprir o PMFS, as
sos que lhe forem especificamente destinadas, qualquer das seguintes causas:
inclusive orçamentos compartilhados com ou‑ atividades de restauração ou os demais ser-
tros entes da Federação. I – esgotamento do prazo contratual; viços e produtos previstos em contrato, de
II – rescisão; forma que afete elementos essenciais de pro-
§ 5o É vedada ao FNDF a prestação de garantias. III – anulação; teção do meio ambiente e a sustentabilidade
§ 6o Será elaborado plano plurianual de apli- IV – falência ou extinção do concessionário das atividades;
cação regionalizada dos recursos do FNDF, e e falecimento ou incapacidade do titular, no III – o concessionário paralisar a execução do
o relatório de sua execução deverá integrar o caso de empresa individual; PMFS, das atividades de restauração ou dos
relatório anual de que trata o § 2o do art. 53 V – desistência e devolução, por opção do con‑ demais serviços e produtos por prazo maior
desta Lei, no âmbito da União. cessionário, do objeto da concessão. que o previsto em contrato, ressalvadas as hi-
c § 6 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, de § 1o Extinta a concessão, retornam ao titular da póteses decorrentes de caso fortuito ou força
24-5-2023. floresta pública todos os bens reversíveis, direi‑ maior, ou as que, com anuência do órgão ges-
§ 7o Os recursos do FNDF somente poderão ser tos e privilégios transferidos ao concessionário, tor, visem à proteção ambiental;
destinados a projetos de órgãos e entidades conforme previsto no edital e estabelecido em c Incisos II e III com a redação dada pela Lei
públicas, ou de entidades privadas sem fins contrato. no 14.590, de 24-5-2023.
lucrativos. § 2 o A extinção da concessão autoriza, in‑ IV – descumprimento, total ou parcial, da obri‑
§ 8 o A aplicação dos recursos do FNDF nos dependentemente de notificação prévia, a gação de pagamento dos preços florestais;
projetos de que trata o inciso I do § 1 o deste ocupação das instalações e a utilização, pelo V – o concessionário perder as condições eco-
artigo será feita prioritariamente em entidades titular da floresta pública, de todos os bens nômicas, técnicas ou operacionais para man-
públicas de pesquisa. reversíveis. ter a regular execução do PMFS, da restau-
§ 9o A aplicação dos recursos do FNDF nos pro‑ § 3o A extinção da concessão pelas causas pre‑ ração florestal ou da exploração dos demais
jetos de que trata o § 1 o deste artigo poderá vistas nos incisos II, IV e V do caput deste artigo serviços e produtos previstos em contrato;
abranger comunidades indígenas, sem prejuí‑ autoriza o poder concedente a executar as ga‑ c Inciso V com a redação dada pela Lei no 14.590, de
zo do atendimento de comunidades locais e rantias contratuais, sem prejuízo da responsa‑ 24-5-2023.
outros beneficiários e observado o disposto no bilidade civil por danos ambientais prevista na VI – o concessionário não cumprir as penali‑
§ 7o deste artigo. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. dades impostas por infrações, nos devidos
Seção XII § 4o A devolução de áreas não implicará ônus prazos;
DAS AUDITORIAS FLORESTAIS para o poder concedente, nem conferirá ao VII – o concessionário não atender a notifica‑
Art. 42. Sem prejuízo das ações de fiscalização concessionário qualquer direito de indeniza‑ ção do órgão gestor no sentido de regularizar
ordinárias, as concessões serão submetidas a ção pelos bens reversíveis, os quais passarão à o exercício de suas atividades;
propriedade do poder concedente. VIII – o concessionário for condenado em sen‑
auditorias florestais, de caráter independen‑ tença transitada em julgado por crime contra
te, em prazos não superiores a 3 (três) anos, § 5 Em qualquer caso de extinção da con- o meio ambiente ou a ordem tributária, ou por
o

cujos custos serão de responsabilidade do cessão, o concessionário fará, por sua conta crime previdenciário;
concessionário. exclusiva, a remoção dos equipamentos e IX – ocorrer fato superveniente de relevante
§ 1o Em casos excepcionais, previstos no edital bens que não sejam objeto de reversão e fica- interesse público que justifique a rescisão, me‑
de licitação, nos quais a escala da atividade rá obrigado a reparar ou indenizar os danos diante lei autorizativa específica, com indeni‑
florestal torne inviável o pagamento dos cus‑ decorrentes de suas atividades e a praticar os zação das parcelas de investimento ainda não
tos das auditorias florestais pelo concessioná‑ atos de recuperação determinados pelos ór- amortizadas vinculadas aos bens reversíveis
rio, o órgão gestor adotará formas alternati‑ gãos competentes. que tenham sido realizados;
vas de realização das auditorias, conforme c § 5 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, de X – o concessionário submeter trabalhadores
regulamento. 24-5-2023. a condições degradantes de trabalho ou aná‑
§ 2 o As auditorias apresentarão suas conclu‑ § 6o Extinta a concessão pelas causas previstas logas à de escravo ou explorar o trabalho de
sões em um dos seguintes termos: nos incisos II, III, IV e V do caput deste artigo crianças e adolescentes.
I – constatação de regular cumprimento do no prazo de 10 (dez) anos após a assinatura § 2o A rescisão do contrato de concessão de‑
contrato de concessão, a ser devidamente va‑ do contrato, fica o poder concedente auto- verá ser precedida da verificação de processo
lidada pelo órgão gestor; rizado a convocar os licitantes remanescen- administrativo, assegurado o direito de ampla
II – constatação de deficiências sanáveis, que tes, na ordem de classificação, para assinar o defesa.
condiciona a manutenção contratual ao sa- termo de contrato pelo prazo remanescente § 3 o Não será instaurado processo adminis‑
neamento de todos os vícios e irregularidades do contrato extinto, mediante as seguin- trativo de inadimplência antes da notificação

2193
Lei no 11.284/2006
do concessionário e a fixação de prazo para TÍTULO III – DOS ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS CAPÍTULO III
correção das falhas e transgressões apontadas. PELA GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO ÓRGÃO CONSULTIVO
§ 4 o Instaurado o processo administrativo e CAPÍTULO I Art. 51 . Sem prejuízo das atribuições do
comprovada a inadimplência, a rescisão será
DO PODER CONCEDENTE Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
efetuada por ato do poder concedente, sem NAMA), fica instituída a Comissão de Gestão
prejuízo da responsabilização administrativa, Art. 49. Cabe ao poder concedente, no âmbito de Florestas Públicas, no âmbito do órgão
civil e penal. de sua competência, formular as estratégias, ou entidade competente do Poder Executivo
§ 5o Rescindido o contrato de concessão, não políticas, planos e programas para a gestão de
federal, conforme regulamento, de natureza
resultará para o órgão gestor qualquer espécie florestas públicas e, especialmente:
consultiva, com as funções de exercer, na es-
de responsabilidade em relação aos encargos, I – definir o PPAOF; fera federal, as atribuições de órgão consulti-
ônus, obrigações ou compromissos com ter‑ II – ouvir o órgão consultivo sobre a adoção vo previstas nesta Lei e, especialmente:
ceiros ou com empregados do concessionário. de ações de gestão de florestas públicas e so- c Caput com a redação pela Lei n o 14.590, de
§ 6 o O Poder Público poderá instituir seguro bre o PPAOF; 24-5-2023.
para cobertura da indenização prevista no in‑ c Incisos I e II com a redação pela Lei n o 14.590, de I – assessorar, avaliar e propor diretrizes para
ciso IX do § 1o deste artigo. 24-5-2023. gestão de florestas públicas da União;
Art. 46. Desistência é o ato formal pelo qual III – definir as áreas a serem submetidas à con‑ II – manifestar‑se sobre o PPAOF da União;
o concessionário manifesta seu desinteresse cessão florestal; c Inciso II com a redação pela Lei no 14.590, de
pela continuidade da concessão. IV – estabelecer os termos de licitação e os cri‑ 24-5-2023.
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.590, de térios de seleção; III – exercer as atribuições de órgão consultivo
24-5-2023. V – publicar editais, julgar licitações, promover do SFB.
§ 1 A desistência é condicionada à aceitação
o os demais procedimentos licitatórios, definir os
critérios para formalização dos contratos para Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Fe‑
expressa do poder concedente e dependerá deral e os Municípios disporão sobre o órgão
de avaliação prévia do órgão competente o manejo florestal sustentável e celebrar os
contratos de concessão florestal; competente para exercer as atribuições de que
para determinar o cumprimento ou não do trata este Capítulo nas respectivas esferas de
PMFS, da restauração florestal e da explora- VI – planejar ações voltadas à disciplina do
mercado no setor florestal, quando couber. atuação.
ção de demais produtos e serviços conforme Art. 52. A Comissão de Gestão de Florestas
especificado em contrato, devendo o desis- § 1o No exercício da competência referida nos
Públicas será composta por representantes
tente assumir o custo dessa avaliação e, con- incisos IV e V do caput deste artigo, o poder do Poder Público, dos empresários, dos tra‑
forme o caso, as obrigações emergentes. concedente poderá delegar ao órgão gestor a balhadores, da comunidade científica, dos
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.590, de operacionalização dos procedimentos licitató‑ movimentos sociais e das organizações não
24-5-2023. rios e a celebração de contratos, nos termos governamentais, e terá sua composição e seu
§ 2o A desistência não desonerará o concessio‑ do regulamento. funcionamento definidos em regulamento.
nário de suas obrigações com terceiros. c Art. 60 do Dec. n o 6.063, de 20-3-2007, que regula-
menta este parágrafo.
Parágrafo único. Os membros da Comis‑
§ 3 Regulamento detalhará os procedimen-
o são de Gestão de Florestas Públicas exercem
tos para requerimento e aceitação da desis- § 2 No âmbito federal, as competências defi-
o
função não remunerada de interesse público
tência, bem como a transição das obrigações nidas neste artigo serão exercidas pelo órgão relevante, com precedência, na esfera federal,
do concessionário. ou entidade competente do Poder Executivo sobre quaisquer cargos públicos de que sejam
federal, conforme regulamento. titulares e, quando convocados, farão jus a
c § 3 acrescido pela Lei n 14.590, de 24-5-2023.
o o

c § 2 o com a redação pela Lei n o 14.590, de transporte e diárias.


Art. 47. O contrato de concessão poderá ser 24-5-2023.
rescindido por iniciativa do concessionário, no CAPÍTULO IV
caso de descumprimento das normas contra‑ CAPÍTULO II DO ÓRGÃO GESTOR
tuais pelo poder concedente, mediante ação DOS ÓRGÃOS DO SISNAMA Art. 53. Caberá aos órgãos gestores federal,
judicial especialmente intentada para esse fim. RESPONSÁVEIS PELO CONTROLE estaduais e municipais, no âmbito de suas
Seção XIV E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL competências:
DAS FLORESTAS NACIONAIS, Art. 50. Caberá aos órgãos do SISNAMA res‑ c Art. 42, I, do Anexo I do Dec. n o 6.101, de 26-4-
ESTADUAIS E MUNICIPAIS ponsáveis pelo controle e fiscalização ambien‑ 2007, que atribui competência ao Serviço Florestal
Brasileiro – SFB, para exercer a função de gestor
Art. 48. As concessões em florestas nacionais, tal das atividades florestais em suas respectivas prevista neste artigo.
estaduais e municipais devem observar o dis‑ jurisdições:
posto nesta Lei, na Lei no 9.985, de 18 de julho I – fiscalizar e garantir a proteção das florestas I – elaborar proposta de PPAOF, a ser subme-
de 2000, e no plano de manejo da unidade de públicas; tida ao poder concedente;
conservação. II – efetuar em qualquer momento, de ofício, c Inciso I com a redação pela Lei n o 14.590, de
24-5-2023.
§ 1o A inserção de unidades de manejo dentro por solicitação da parte ou por denúncia de
de unidades de conservação de uso sustentá- terceiros, fiscalização da unidade de manejo, II – disciplinar a operacionalização da conces‑
vel no PPAOF requer prévia autorização do independentemente de prévia notificação; são florestal;
órgão gestor da unidade de conservação. III – aplicar as devidas sanções administrativas III – Revogado. Lei no 14.590, de 24-5-2023;
em caso de infração ambiental; IV – elaborar inventário amostral, relatório am‑
§ 2o Os recursos florestais e demais produtos IV – Revogado. Lei no 14.590, de 24-5-2023; biental preliminar e outros estudos;
e serviços não vedados nesta lei presentes nas V – aprovar e monitorar o PMFS da unidade V – publicar editais, julgar licitações, promo‑
unidades de manejo de florestas nacionais, de manejo das respectivas florestas públicas. ver os demais procedimentos licitatórios, in‑
estaduais e municipais somente serão objeto clusive audiência e consulta pública, definir
de concessão após aprovação do plano de ma- § 1 Em âmbito federal, o IBAMA exercerá as os critérios para formalização dos contratos
o

nejo da unidade de conservação, nos termos atribuições previstas neste artigo. e celebrá‑los com concessionários de manejo
da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. § 2o O IBAMA deve estruturar formas de atua‑ florestal sustentável, quando delegado pelo
c §§ 1 e 2 com a redação pela Lei n 14.590, de
o o o ção conjunta com os órgãos seccionais e locais poder concedente;
24-5-2023. do SISNAMA para a fiscalização e proteção das VI – gerir e fiscalizar os contratos de concessão
§ 3o Para a elaboração do edital e do contrato florestas públicas, podendo firmar convênios florestal;
de concessão florestal das unidades de manejo ou acordos de cooperação. VII – dirimir, no âmbito administrativo, as di‑
em florestas nacionais, estaduais e municipais, § 3 Os órgãos seccionais e locais podem dele‑ vergências entre concessionários, produtores
o

ouvir‑se‑á o respectivo conselho consultivo, gar ao IBAMA, mediante convênio ou acordo independentes e comunidades locais;
constituído nos termos do art. 17, § 5 o, da de cooperação, a aprovação e o monitoramen‑ VIII – controlar e cobrar o cumprimento das
Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000, o qual to do PMFS das unidades de manejo das flores‑ metas fixadas no contrato de concessão;
acompanhará todas as etapas do processo de tas públicas estaduais ou municipais e outras IX – fixar os critérios para cálculo dos preços
outorga. atribuições. de que trata o art. 36 desta Lei e proceder à

2194
Lei no 11.284/2006
sua revisão e reajuste na forma desta Lei, das ser encaminhado ao CONAMA e ao Congresso CAPÍTULO II
normas pertinentes e do contrato; Nacional até 31 de março de cada ano. DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
X – cobrar e verificar o pagamento dos preços § 4 o Caberá ao CONAMA, considerando as E GESTÃO DO SERVIÇO
florestais e distribuí‑los de acordo com esta Lei; informações contidas no relatório referido no FLORESTAL BRASILEIRO
XI – acompanhar e intervir na execução do § 3 o deste artigo, manifestar‑se sobre a ade‑ Seção I
PMFS, nos casos e condições previstos nesta quação do sistema de concessões florestais e
Lei; DO CONSELHO DIRETOR
de seu monitoramento e sugerir os aperfeiçoa‑
XII – fixar e aplicar as penalidades administra‑ mentos necessários. Art. 56. O Poder Executivo disporá sobre a
tivas e contratuais impostas aos concessioná‑ estrutura organizacional e funcionamento do
rios, sem prejuízo das atribuições dos órgãos § 5 o Os Estados, o Distrito Federal e os Mu‑ SFB, observado o disposto neste artigo.
do SISNAMA responsáveis pelo controle e fis‑ nicípios disporão sobre o órgão competente
para exercer as atribuições de que trata este § 1o O SFB será dirigido por um Conselho Dire‑
calização ambiental; tor, composto por um Diretor‑Geral e 4 (qua‑
XIII – indicar ao poder concedente a necessida‑ Capítulo nas respectivas esferas de atuação.
tro) diretores, em regime de colegiado, ao qual
de de extinção da concessão, nos casos previs‑ caberá:
tos nesta Lei e no contrato; TÍTULO IV – DO SERVIÇO
FLORESTAL BRASILEIRO I – exercer a administração do SFB;

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
XIV – estimular o aumento da qualidade, pro‑
II – examinar, decidir e executar ações necessá‑
dutividade, rendimento e conservação do meio CAPÍTULO I rias ao cumprimento das competências do SFB;
ambiente nas áreas sob concessão florestal;
DA CRIAÇÃO DO SERVIÇO III – editar normas sobre matérias de compe‑
XV – dispor sobre a realização de auditorias tência do SFB;
FLORESTAL BRASILEIRO
florestais independentes, conhecer seus resul‑ IV – aprovar o regimento interno do SFB, a or‑
tados e adotar as medidas cabíveis, conforme Art. 54. Fica criado, na estrutura básica do Mi‑
nistério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal ganização, a estrutura e o âmbito decisório de
o resultado; cada diretoria;
XVI – disciplinar o acesso às unidades de Brasileiro – SFB.
V – elaborar e divulgar relatórios sobre as ati‑
manejo; Art. 55. O SFB atua exclusivamente na gestão vidades do SFB;
XVII – atuar em estreita cooperação com os das florestas públicas e tem por competência: VI – conhecer e julgar pedidos de reconsidera‑
órgãos de defesa da concorrência, com vistas c Art. 17 do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que regula- ção de decisões de componentes das diretorias
em impedir a concentração econômica nos menta esta Lei. do SFB.
serviços e produtos florestais e na promoção I – exercer a função de órgão gestor prevista no
da concorrência; § 2o As decisões relativas às atribuições do SFB
art. 53 desta Lei, no âmbito federal, bem como são tomadas pelo Conselho Diretor, por maio‑
XVIII – incentivar a competitividade e zelar de órgão gestor do FNDF;
pelo cumprimento da legislação de defesa da ria absoluta de votos.
II – apoiar a criação e gestão de programas de
concorrência, monitorando e acompanhando treinamento, capacitação, pesquisa e assistên‑ Art. 57. O SFB terá, em sua estrutura, unidade
as práticas de mercado dos agentes do setor de assessoramento jurídico, observada a legis‑
cia técnica para a implementação de atividades
florestal; lação pertinente.
florestais, incluindo manejo florestal, processa‑
XIX – efetuar o controle prévio e a posteriori mento de produtos florestais e exploração de Art. 58. O Diretor‑Geral e os demais membros
de atos e negócios jurídicos a serem celebrados serviços florestais; do Conselho Diretor do SFB serão brasileiros,
entre concessionários, impondo‑lhes restrições III – estimular e fomentar a prática de ativi‑ de reputação ilibada, experiência comprovada
à mútua constituição de direitos e obrigações, dades florestais sustentáveis madeireira, não e elevado conceito no campo de especialidade
especialmente comerciais, incluindo a absten‑ madeireira e de serviços; dos cargos para os quais serão nomeados.
ção do próprio ato ou contrato ilegal; IV – promover estudos de mercado para produ‑ § 1o VETADO.
c Art. 54 do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que regula- tos e serviços gerados pelas florestas; § 2o O regulamento do SFB disciplinará a subs‑
menta esta Lei.
V – propor planos de produção florestal sus‑ tituição do Diretor‑Geral e os demais membros
XX – conhecer e julgar recursos em procedi‑ tentável de forma compatível com as deman‑ do Conselho Diretor em seus impedimentos ou
mentos administrativos; das da sociedade; afastamentos regulamentares e ainda no pe‑
XXI – promover ações para a disciplina dos VI – criar e manter o Sistema Nacional de In‑ ríodo de vacância que anteceder à nomeação
mercados de produtos florestais e seus deri‑ formações Florestais integrado ao Sistema Na‑ de novo diretor.
vados, em especial para controlar a compe‑ cional de Informações sobre o Meio Ambiente; Art. 59. Está impedido de exercer cargo de
tição de produtos florestais de origem não VII – gerenciar o Cadastro Nacional de Flores‑ direção no SFB quem mantiver, ou tiver manti‑
sustentável; tas Públicas, exercendo as seguintes funções: do nos 24 (vinte e quatro) meses anteriores à
XXII – reconhecer em ato administrativo as nomeação, os seguintes vínculos com qualquer
a) organizar e manter atualizado o Cadastro
entidades que poderão realizar auditorias pessoa jurídica concessionária ou com produ‑
Geral de Florestas Públicas da União;
florestais; tor florestal independente:
XXIII – estimular a agregação de valor ao pro‑ b) adotar as providências necessárias para in‑
duto florestal na região em que for explorado. terligar os cadastros estaduais e municipais I – acionista ou sócio com participação indivi‑
ao Cadastro Nacional; dual direta superior a 1% (um por cento) no
§ 1 o Compete ao órgão gestor a guarda das capital social ou superior a 2% (dois por cento)
florestas públicas durante o período de pousio VIII – apoiar e atuar em parceria com os seus
congêneres estaduais e municipais. no capital social de empresa controladora;
entre uma concessão e outra ou, quando por II – membro do conselho de administração,
qualquer motivo, houver extinção do contrato § 1 o No exercício de suas atribuições, o SFB fiscal ou de diretoria executiva;
de concessão. promoverá a articulação com os Estados, o Dis‑ III – empregado, mesmo com o contrato de tra‑
§ 2 o O órgão gestor deverá encaminhar ao trito Federal e os Municípios, para a execução balho suspenso, inclusive das empresas con‑
poder concedente, ao Poder Legislativo e ao de suas atividades de forma compatível com troladoras ou das fundações de previdência de
conselho de meio ambiente, nas respectivas as diretrizes nacionais de planejamento para que sejam patrocinadoras.
esferas de governo, relatório anual sobre as o setor florestal e com a Política Nacional do
Meio Ambiente. Parágrafo único. Também está impedido de
concessões outorgadas, o valor dos preços exercer cargo de direção no SFB membro do
florestais, a situação de adimplemento dos § 2 o Para a concessão das florestas públicas conselho ou diretoria de associação ou sindi‑
concessionários, os PMFS e seu estado de sob a titularidade dos outros entes da Fede‑ cato, regional ou nacional, representativo de
execução, as vistorias e auditorias florestais ração, de órgãos e empresas públicas e de as‑ interesses dos agentes mencionados no caput
realizadas e os respectivos resultados, assim sociações de comunidades locais, poderão ser deste artigo, ou de categoria profissional de
como as demais informações relevantes sobre firmados convênios com o Ministério do Meio empregados desses agentes.
o efetivo cumprimento dos objetivos da gestão Ambiente, representado pelo SFB.
Art. 60. O ex‑dirigente do SFB, durante os 12
de florestas públicas. § 3o As atribuições previstas nos incisos II a V (doze) meses seguintes ao seu desligamento
c Art. 54 do Dec. no 6.063, de 20-3-2007, que regula- do caput deste artigo serão exercidas sem pre‑ do cargo, estará impedido de prestar, direta ou
menta este parágrafo. juízo de atividades desenvolvidas por outros indiretamente, independentemente da forma
§ 3o O relatório previsto no § 2o deste artigo re‑ órgãos e entidades da Administração Pública ou natureza do contrato, qualquer tipo de ser‑
lativo às concessões florestais da União deverá Federal que atuem no setor. viço às pessoas jurídicas concessionárias, sob

2195
Lei no 11.284/2006
regulamentação ou fiscalização do SFB, inclusi‑ administração federal direta, autárquica ou fins de licitação pública, e de emolumentos
ve controladas, coligadas ou subsidiárias. fundacional. administrativos;
Parágrafo único. Incorre na prática de advo‑ Art. 65. O SFB poderá requisitar, independente‑ IV – recursos provenientes de convênios ou
cacia administrativa, sujeitando‑se o infrator mente da designação para cargo em comissão acordos celebrados com entidades, organis‑
às penas previstas no art. 321 do Decreto‑lei ou função de confiança, e sem prejuízo dos ven‑ mos ou empresas públicas, ou contratos cele‑
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código cimentos e vantagens a que façam jus no órgão brados com empresas privadas;
Penal, o ex‑dirigente do SFB que descumprir o de origem, servidores de órgãos e entidades V – doações, legados, subvenções e outros re‑
disposto no caput deste artigo. integrantes da administração pública federal cursos que lhe forem destinados.
Art. 61. Os cargos em comissão e funções direta, autárquica e fundacional, observado o
quantitativo máximo estabelecido em ato con‑ TÍTULO V – DISPOSIÇÕES
gratificadas do SFB deverão ser exercidos, TRANSITÓRIAS E FINAIS
preferencialmente, por servidores do seu qua‑ junto dos Ministros de Estado do Planejamento,
dro efetivo, aplicando‑se‑lhes as restrições do Orçamento e Gestão e do Meio Ambiente. Art. 69. Sem prejuízo do disposto nos incisos
art. 59 desta Lei. Parágrafo único. No caso de requisição ao VI e VII do art. 23 da Constituição Federal, a
IBAMA, ela deverá ser precedida de autoriza‑ execução das atividades relacionadas às con‑
Seção II cessões florestais poderá ser delegada pelos
ção do órgão.
DA OUVIDORIA Estados, Distrito Federal e Municípios à União,
Art. 66. Ficam criados 49 (quarenta e nove)
Art. 62. O SFB contará com uma Ouvidoria, à cargos do Grupo Direção e Assessoramento bem como pela União aos demais entes fede‑
qual competirá: Superiores – DAS, no âmbito do Poder Execu‑ rados, mediante convênio firmado com o ór‑
tivo Federal, para reestruturação do Ministério gão gestor competente.
I – receber pedidos de informação e esclare‑
cimento, acompanhar o processo interno de do Meio Ambiente, com a finalidade de inte‑ Parágrafo único. É vedado ao órgão gestor
apuração das denúncias e reclamações afetas grar a estrutura do SFB, assim distribuídos: conveniado exigir do concessionário sob sua
ao SFB e responder diretamente aos interessa‑ I – 1 (um) DAS-6; ação complementar de regulação, controle e
dos, que serão cientificados, em até 30 (trinta) II – 4 (quatro) DAS-5; fiscalização obrigação não prevista previamen‑
dias, das providências tomadas; III – 17 (dezessete) DAS-4; te em contrato.
II – zelar pela qualidade dos serviços prestados IV – 10 (dez) DAS-3; Art. 70. As unidades de manejo em florestas
pelo SFB e acompanhar o processo interno de V – 9 (nove) DAS-2; públicas com PMFS aprovados e em execu‑
apuração das denúncias e reclamações dos VI – 8 (oito) DAS-1. ção até a data de publicação desta Lei serão
usuários, seja contra a atuação do SFB, seja vistoriadas:
Seção V
contra a atuação dos concessionários; I – pelo órgão competente do SISNAMA, para
III – produzir, semestralmente e quando julgar DA AUTONOMIA ADMINISTRATIVA DO SFB averiguar o andamento do manejo florestal;
oportuno: Art. 67. O Poder Executivo poderá assegurar II – pelo órgão fundiário competente, para
a) relatório circunstanciado de suas atividades ao SFB autonomia administrativa e financeira, averiguar a situação da ocupação, de acordo
e encaminhá‑lo à Diretoria‑Geral do SFB e no grau conveniente ao exercício de suas atri‑ com os parâmetros estabelecidos na legislação
ao Ministro de Estado do Meio Ambiente; buições, mediante a celebração de contrato de específica.
b) apreciações sobre a atuação do SFB, gestão e de desempenho, nos termos do § 8o § 1o As vistorias realizadas pelo órgão fundiário
encaminhando‑as ao Conselho Diretor, à do art. 37 da Constituição Federal, negociado competente serão acompanhadas por repre‑
e firmado entre o Ministério do Meio Ambiente sentante do Poder Público local.
Comissão de Gestão de Florestas Públicas,
e o Conselho Diretor.
aos Ministros de Estado do Meio Ambiente, § 2o Nas unidades de manejo onde não for veri‑
da Fazenda, do Planejamento, Orçamento § 1o O contrato de gestão e de desempenho ficado o correto andamento do manejo flores‑
e Gestão e Chefe da Casa Civil da Presidên‑ será o instrumento de controle da atuação tal, os detentores do PMFS serão notificados
cia da República, bem como às comissões administrativa do SFB e da avaliação do seu para apresentar correções, no prazo estabe‑
de fiscalização e controle da Câmara dos desempenho, bem como elemento integran‑ lecido pelo órgão competente do SISNAMA.
Deputados e do Senado Federal, publican‑ te da sua prestação de contas, bem como do
Ministério do Meio Ambiente, aplicado o dis‑ § 3o Caso não sejam atendidas as exigências da
do‑as para conhecimento geral. notificação mencionada no § 2o deste artigo, o
posto no art. 9o da Lei no 8.443, de 16 de julho
§ 1o O Ouvidor atuará junto ao Conselho Di‑ de 1992, sendo sua inexistência considerada PMFS será cancelado e a área correspondente
retor do SFB, sem subordinação hierárquica, e falta de natureza formal, conforme disposto deverá ser desocupada sem ônus para o Poder
exercerá as suas atribuições sem acumulação no inciso II do art. 16 da mesma Lei. Público e sem prejuízo das demais penalidades
com outras funções. previstas em lei.
§ 2o O contrato de gestão e de desempenho
§ 2o O Ouvidor será nomeado pelo Presidente deve estabelecer, nos programas anuais de tra‑ § 4o As unidades de manejo onde o correto an‑
da República para mandato de 3 (três) anos, balho, indicadores que permitam quantificar, damento do manejo florestal for verificado ou
sem direito a recondução. de forma objetiva, a avaliação do SFB. saneado nos termos do § 2o deste artigo serão
§ 3o O Ouvidor somente poderá perder o man‑ submetidas a processo licitatório, no prazo de
§ 3o O contrato de gestão e de desempenho até 24 (vinte e quatro) meses a partir da data
dato em caso de renúncia, condenação judicial será avaliado periodicamente e, se necessário,
transitada em julgado ou condenação em pro‑ da manifestação dos órgãos a respeito da vis‑
revisado por ocasião da renovação parcial da toria prevista no caput deste artigo, desde que
cesso administrativo disciplinar. diretoria do SFB. não seja constatado conflito com comunidades
§ 4o O processo administrativo contra o Ouvi‑ locais pela ocupação do território e uso dos
Seção VI
dor somente poderá ser instaurado pelo Minis‑ recursos florestais.
tro de Estado do Meio Ambiente. DA RECEITA E DO ACERVO DO
SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO § 5o Será dada a destinação prevista no art. 6o
§ 5o O Ouvidor terá acesso a todos os assuntos desta Lei às unidades de manejo onde o cor‑
e contará com o apoio administrativo de que Art. 68. Constituem receitas do SFB:
reto andamento do manejo florestal for verifi‑
necessitar. I – recursos oriundos da cobrança dos preços cado e os detentores dos PMFS forem comu‑
§ 6 o Aplica‑se ao ex‑Ouvidor o disposto no de concessão florestal, conforme destinação nidades locais.
art. 60 desta Lei. prevista na alínea a do inciso I do caput e no in‑
ciso I do § 1o, ambos do art. 39 desta Lei, além § 6o Até que sejam submetidas ao processo lici‑
Seção III de outros referentes ao contrato de concessão, tatório, as unidades de manejo mencionadas no
DO CONSELHO GESTOR § 4o deste artigo permanecerão sob a responsa‑
incluindo os relativos aos custos do edital de
bilidade do detentor do PMFS, que poderá dar
Art. 63. VETADO. licitação e os recursos advindos de aplicação
continuidade às atividades de manejo mediante
de penalidades contratuais;
Seção IV assinatura de contrato com o poder concedente.
II – recursos ordinários do Tesouro Nacional,
DOS SERVIDORES DO SFB consignados no Orçamento Fiscal da União e § 7o O contrato previsto no § 6 o deste artigo
Art. 64. O SFB constituirá quadro de pessoal, em seus créditos adicionais, transferências e terá vigência limitada à assinatura do contrato
por meio da realização de concurso público de repasses que lhe forem conferidos; de concessão resultante do processo licitatório.
provas, ou de provas e títulos, ou da redistri‑ III – produto da venda de publicações, material § 8o Findo o processo licitatório, o detentor do
buição de servidores de órgãos e entidades da técnico, dados e informações, inclusive para PMFS que der continuidade à sua execução,

2196
Lei no 11.428/2006
nos termos deste artigo, pagará ao órgão ges‑ Art. 78. Até a aprovação do primeiro PAOF, Art. 85. O inciso II do caput do art. 167 da Lei
tor competente valor proporcional ao preço da fica o poder concedente autorizado a realizar no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, passa a
concessão florestal definido na licitação, cal‑ concessões florestais em: vigorar acrescido dos seguintes itens 22 e 23:
culado com base no período decorrido desde a I – unidades de manejo em áreas públicas que, c Alterações inseridas no texto da referida Lei.
verificação pelo órgão competente do SISNA‑ somadas, não ultrapassem 750.000ha (sete‑
MA até a adjudicação do vencedor na licitação.
Art. 86. Esta Lei entra em vigor na data de sua
centos e cinquenta mil hectares), localizadas publicação.
Art. 71. A licitação para a concessão flores‑ numa faixa de até 100Km (cem quilômetros)
tal das unidades de manejo mencionadas no ao longo da rodovia BR-163; Brasília, 2 de março de 2006;
§ 4o do art. 70 desta Lei, além de observar os II – florestas nacionais ou estaduais criadas 185o da Independência e
termos desta Lei, deverá seguir as seguintes nos termos do art. 17 da Lei n o 9.985, de 18 118o da República.
determinações: de julho de 2000, observados os seguintes Luiz Inácio Lula da Silva
I – o vencedor da licitação, após firmar o con‑ requisitos:
trato de concessão, deverá seguir o PMFS em a) autorização prévia do órgão gestor da uni‑
execução, podendo revisá‑lo nas condições dade de conservação;
b) aprovação prévia do plano de manejo da LEI No 11.428,
previstas em regulamento;
unidade de conservação nos termos da Lei DE 22 DE DEZEMBRO DE 2006
II – o edital de licitação deverá conter os valo‑
res de ressarcimento das benfeitorias e investi‑ no 9.985, de 18 de julho de 2000; Dispõe sobre a utilização e proteção
mentos já realizados na área a serem pagos ao c) oitiva do conselho consultivo da unidade da vegetação nativa do Bioma Mata
detentor do PMFS pelo vencedor do processo de conservação, nos termos do § 3 o do Atlântica, e dá outras providências.
de licitação, descontado o valor da produção art. 48 desta Lei; c Publicada no DOU de 26-12-2006.
auferida previamente à licitação nos termos do d) previsão de zonas de uso restrito destina‑ c Lei no 6.513, de 20-12-1977, dispõe sobre a criação
§ 8o do art. 70 desta Lei. das às comunidades locais. de áreas especiais e de locais de interesse turísti-
Art. 72. As florestas públicas não destinadas a Parágrafo único. As concessões de que tra‑ cos e sobre o inventário com finalidades turísticas
tam os incisos I e II do caput deste artigo de‑ dos bens de valor cultural e natural.
manejo florestal ou unidades de conservação Lei no 6.902, de 27-4-1981 (Lei das Estações Ecoló-
ficam impossibilitadas de conversão para uso vem ser objeto de licitação e obedecer às nor‑ c
mas previstas nos arts. 8o e 12 a 47 desta Lei. gicas e das Áreas de Proteção Ambiental).
alternativo do solo, até que sua classificação c Lei no 9.985, de 18-7-2000 (Lei do Sistema Nacio-
de acordo com o ZEE esteja oficializada e a Art. 79. As associações civis que venham a nal de Unidades de Conservação da Natureza).
conversão seja plenamente justificada. participar, de qualquer forma, das concessões c Lei no 11.284, de 2-3-2006 (Lei de Gestão de Flores-
Art. 73. As áreas públicas já ocupadas e con‑ florestais ou da gestão direta das florestas tas Públicas).
vertidas para uso alternativo do solo na data de públicas deverão ser constituídas sob as leis c Lei n o 12.651, de 25-5-2012 (Novo Código
publicação desta Lei estarão excluídas das con‑ brasileiras e ter sede e administração no País. Florestal).
cessões florestais, desde que confirmada a sua Art. 79‑A . Aplicam‑se às concessões flores- c Dec. no 6.660, de 21-11-2008, regulamenta dispo-
vocação para o uso atual por meio do ZEE apro‑ tais, quando couber e de forma subsidiária a sitivos desta Lei.
vado de acordo com a legislação pertinente. esta Lei, o disposto nas Leis nos 8.987, de 13 de c Res. do CONAMA n o 423, de 12-4-2010, dispõe
fevereiro de 1995, e 11.079, de 30 de dezem- sobre parâmetros básicos para identificação e
§ 1 o Nos remanescentes das áreas previstas análise da vegetação primária e dos estágios su-
no caput deste artigo, o Poder Público pode‑ bro de 2004, e em leis correlatas.
cessionais da vegetação secundária nos Campos
rá autorizar novos Planos de Manejo Florestal c Art. 79‑A acrescido pela Lei n o 14.590, de de Altitude associados ou abrangidos pela Mata
Sustentável, observada a legislação vigente. 24-5-2023. Atlântica.
§ 2o Fica garantido o direito de continuidade Art. 80. O inciso XV do art. 29 da Lei
das atividades econômicas realizadas, em con‑ n o 10.683, de 28 de maio de 2003, passa a TÍTULO I – DAS DEFINIÇÕES, OBJETIVOS
vigorar com a seguinte redação: E PRINCÍPIOS DO REGIME JURÍDICO
formidade com a lei, pelos atuais ocupantes
em áreas de até 2.500ha (dois mil e quinhentos “Art. 29................................................................ . DO BIOMA MATA ATLÂNTICA
hectares), pelo prazo de 5 (cinco) anos a partir .............................................................................
XV – do Ministério do Meio Ambiente o Conselho
Art. 1o A conservação, a proteção, a regene‑
da data de publicação desta Lei. Nacional do Meio Ambiente, o Conselho Nacional ração e a utilização do Bioma Mata Atlântica,
Art. 74. Os parâmetros para definição dos ta‑ da Amazônia Legal, o Conselho Nacional de Recur- patrimônio nacional, observarão o que estabe‑
manhos das unidades de manejo a serem con‑ sos Hídricos, o Conselho de Gestão do Patrimônio lece esta Lei, bem como a legislação ambiental
cedidas às pessoas jurídicas de pequeno porte, Genético, o Conselho Deliberativo do Fundo Nacio-
nal do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasilei-
vigente, em especial a Lei no 4.771, de 15 de
micro e médias empresas, na forma do art. 33 setembro de 1965.
ro, a Comissão de Gestão de Florestas Públicas e
desta Lei, serão definidos em regulamento, até 5 (cinco) Secretarias; c A Lei no 4.771, de 15-9-1965, foi revogada pela Lei
previamente à aprovação do primeiro PAOF. ............................................................................” no 12.651, de 25-5-2012 (Novo Código Florestal).
Art. 75. Após 5 (cinco) anos da implantação Art. 81. O art. 1o da Lei no 5.868, de 12 de CAPÍTULO I
do primeiro PAOF, será feita avaliação sobre os dezembro de 1972, passa a vigorar acrescido
aspectos técnicos, econômicos, sociais e am‑ do seguinte inciso V: DAS DEFINIÇÕES
bientais da aplicação desta Lei, a que se dará
“Art. 1o.................................................................. Art. 2o Para os efeitos desta Lei, consideram‑se
publicidade. ............................................................................. integrantes do Bioma Mata Atlântica as se‑
Art. 76. Em 10 (dez) anos contados da data V – Cadastro Nacional de Florestas Públicas. guintes formações florestais nativas e ecos‑
de publicação desta Lei, a área total com con‑ ............................................................................” sistemas associados, com as respectivas deli‑
cessões florestais da União não poderá ultra‑ Art. 82. A Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de mitações estabelecidas em mapa do Instituto
o
passar 20% (vinte por cento) do total de área 1998, passa a vigorar acrescida dos seguintes Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,
de suas florestas públicas disponíveis para a arts. 50‑A e 69‑A:
concessão, com exceção das unidades de ma‑ conforme regulamento: Floresta Ombrófila
c Alterações inseridas no texto da referida Lei. Densa; Floresta Ombrófila Mista, também
nejo localizadas em florestas nacionais criadas
nos termos do art. 17 da Lei n o 9.985, de 18 Art. 83. O art. 19 da Lei no 4.771, de 15 de denominada de Mata de Araucárias; Floresta
de julho de 2000. setembro de 1965, passa a vigorar com a se‑ Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semi‑
guinte redação: decidual; e Floresta Estacional Decidual, bem
Art. 77. Ao final dos 10 (dez) primeiros anos
c A Lei no 4.771, de 15-9-1965, foi revogada pela Lei como os manguezais, as vegetações de restin‑
contados da data de publicação desta Lei, cada no 12.651, de 25-5-2012 (Novo Código Florestal).
concessionário, individualmente ou em con‑ gas, campos de altitude, brejos interioranos e
sórcio, não poderá concentrar mais de 10% Art. 84. A Lei n o 6.938, de 31 de agosto encraves florestais do Nordeste.
(dez por cento) do total da área das florestas de 1981, passa a vigorar com as seguintes c Art. 2o da Res. do CONAMA no 423, de 12-4-2010,
públicas disponíveis para a concessão em cada alterações: que dispõe sobre parâmetros básicos para iden-
esfera de governo. c Alterações inseridas no texto da referida Lei. tificação e análise da vegetação primária e dos

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