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Arts.

140 a 146 Código de Processo Civil/2015


III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que § 2o É vedada a criação de fato superveniente a
à dignidade da justiça e indeferir postulações impeça os objetivos das partes, aplicando, de fim de caracterizar impedimento do juiz.
meramente protelatórias; ofício, as penalidades da litigância de má‑fé. § 3o O impedimento previsto no inciso III tam‑
c Arts. 77, IV e VI, §§ 1 o a 8o, 80, VII, 161, parágrafo c Arts. 10, 79 a 81, 100, parágrafo único, 536, § 3 o, bém se verifica no caso de mandato conferido
único, 311, I, 334, § 8 , 370, 772, II, 774, 777, 903,
o
702, §§ 10 e 11, e 777 deste Código. a membro de escritório de advocacia que tenha
§ 6o, 918, III, parágrafo único, e 1.026, §§ 2o a 4o,
deste Código. Art. 143. O juiz responderá, civil e regressiva‑ em seus quadros advogado que individualmen‑
mente, por perdas e danos quando: te ostente a condição nele prevista, mesmo que
IV – determinar todas as medidas indutivas, não intervenha diretamente no processo.
c Arts. 402 a 405 e 927 do CC.
coercitivas, mandamentais ou sub‑rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de I – no exercício de suas funções, proceder com Art. 145. Há suspeição do juiz:
ordem judicial, inclusive nas ações que tenham dolo ou fraude; I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das
por objeto prestação pecuniária; II – recusar, omitir ou retardar, sem justo moti‑ partes ou de seus advogados;
c Arts. 380, parágrafo único, 400, parágrafo único, e vo, providência que deva ordenar de ofício ou II – que receber presentes de pessoas que ti‑
403, parágrafo único, deste Código. a requerimento da parte. verem interesse na causa antes ou depois de
V – promover, a qualquer tempo, a autocom‑ c Art. 49 da LC no 35, de 14-3-1979 (Lei Orgânica da iniciado o processo, que aconselhar alguma
posição, preferencialmente com auxílio de Magistratura Nacional). das partes acerca do objeto da causa ou que
conciliadores e mediadores judiciais; c Arts. 187, 402 a 405, 927, 940 e 1.744 do CC. subministrar meios para atender às despesas
c Arts. 3o, § 3o, 154, parágrafo único, 165 a 175, 334, Parágrafo único. As hipóteses previstas no
do litígio;
359, 694 a 696 deste Código. inciso II somente serão verificadas depois que III – quando qualquer das partes for sua credo‑
c Lei no 13.140, de 26-6-2015 (Lei da Mediação). a parte requerer ao juiz que determine a provi‑ ra ou devedora, de seu cônjuge ou companhei‑
VI – dilatar os prazos processuais e alterar dência e o requerimento não for apreciado no ro ou de parentes destes, em linha reta até o
a ordem de produção dos meios de prova, prazo de 10 (dez) dias. terceiro grau, inclusive;
adequando‑os às necessidades do conflito de CAPÍTULO II IV – interessado no julgamento do processo em
modo a conferir maior efetividade à tutela do favor de qualquer das partes.
direito; DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO § 1o Poderá o juiz declarar‑se suspeito por mo‑
c Arts. 222, § 1 o, 361 e 369 a 484 deste Código.
c Arts. 313, III, 314, 452 e 923 deste Código. tivo de foro íntimo, sem necessidade de decla‑
rar suas razões.
VII – exercer o poder de polícia, requisitando, Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo‑lhe
quando necessário, força policial, além da se‑ vedado exercer suas funções no processo: § 2 o Será ilegítima a alegação de suspeição
gurança interna dos fóruns e tribunais; c Súm. no 252 do STF. quando:
c Arts. 360, III, 403, § 3 o, 536, § 1 o, 782, § 2 o, e 846, I – em que interveio como mandatário da I – houver sido provocada por quem a alega;
§ 2o, deste Código. parte, oficiou como perito, funcionou como II – a parte que a alega houver praticado ato
VIII – determinar, a qualquer tempo, o compa‑ membro do Ministério Público ou prestou de‑ que signifique manifesta aceitação do arguido.
recimento pessoal das partes, para inquiri‑las poimento como testemunha; Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a con‑
sobre os fatos da causa, hipótese em que não c Art. 452 deste Código. tar do conhecimento do fato, a parte alegará
incidirá a pena de confesso; II – de que conheceu em outro grau de jurisdi‑ o impedimento ou a suspeição, em petição
c Arts. 385, § 1 o, e 389 deste Código. ção, tendo proferido decisão; específica dirigida ao juiz do processo, na qual
IX – determinar o suprimento de pressupostos III – quando nele estiver postulando, como defen‑ indicará o fundamento da recusa, podendo
processuais e o saneamento de outros vícios sor público, advogado ou membro do Ministério instruí‑la com documentos em que se fundar a
processuais; Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qual‑ alegação e com rol de testemunhas.
quer parente, consanguíneo ou afim, em linha c Arts. 450, 525, § 2 , 535, § 1 , e 917, § 7 , deste
o o o
c Art. 485, IV, deste Código.
Código.
X – quando se deparar com diversas deman‑ reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
§ 1 o Se reconhecer o impedimento ou a sus‑
das individuais repetitivas, oficiar o Ministério c Res. CNJ n 200, de 3-3-2015 (disciplina a causa de
o

impedimento de magistrado prevista no art. 134, peição ao receber a petição, o juiz ordenará
Público, a Defensoria Pública e, na medida do
IV, do CPC/1973). imediatamente a remessa dos autos a seu
possível, outros legitimados a que se referem o
substituto legal, caso contrário, determinará a
art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, IV – quando for parte no processo ele próprio,
autuação em apartado da petição e, no prazo
e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro seu cônjuge ou companheiro, ou parente, con‑
de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões,
de 1990, para, se for o caso, promover a pro‑ sanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau, inclusive; acompanhadas de documentos e de rol de tes‑
positura da ação coletiva respectiva.
temunhas, se houver, ordenando a remessa do
c Lei n o 7.347, de 24-7-1985 (Lei da Ação Civil V – quando for sócio ou membro de direção
Pública). ou de administração de pessoa jurídica parte incidente ao tribunal.
c Art. 450 deste Código.
c Lei n o 8.078, de 11-9-1990 (Código de Defesa do no processo;
Consumidor). VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário § 2o Distribuído o incidente, o relator deverá
Parágrafo único. A dilação de prazos previs‑ ou empregador de qualquer das partes; declarar os seus efeitos, sendo que, se o inci‑
ta no inciso VI somente pode ser determinada VII – em que figure como parte instituição de dente for recebido:
antes de encerrado o prazo regular. ensino com a qual tenha relação de emprego ou I – sem efeito suspensivo, o processo voltará
c Art. 223 deste Código.
decorrente de contrato de prestação de serviços; a correr;
VIII – em que figure como parte cliente do
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a escritório de advocacia de seu cônjuge, com‑ II – com efeito suspensivo, o processo permane‑
alegação de lacuna ou obscuridade do orde‑ panheiro ou parente, consanguíneo ou afim, cerá suspenso até o julgamento do incidente.
namento jurídico. c Arts. 313 a 315 deste Código.
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
c Art. 4 o do Dec.‑lei n o 4.657, de 4-9-1942 (Lei de inclusive, mesmo que patrocinado por advoga‑ § 3 Enquanto não for declarado o efeito em
o

Introdução às Normas do Direito Brasileiro). do de outro escritório; que é recebido o incidente ou quando este for
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equi‑ c O STF, por maioria, no julgamento da ADIN recebido com efeito suspensivo, a tutela de ur‑
dade nos casos previstos em lei. no 5.953, considerou procedente o pedido para de- gência será requerida ao substituto legal.
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites clarar a inconstitucionalidade deste inciso (DOU de c Arts. 300 a 310 deste Código.
propostos pelas partes, sendo‑lhe vedado co‑ 4-9-2023). § 4o Verificando que a alegação de impedimen‑
nhecer de questões não suscitadas a cujo res‑ IX – quando promover ação contra a parte ou to ou de suspeição é improcedente, o tribunal
peito a lei exige iniciativa da parte. seu advogado. rejeitá‑la‑á.
c Arts. 2 o , 139, 490, 492 e 1.013, § 3 o , II, deste § 1 o Na hipótese do inciso III, o impedimento § 5 o Acolhida a alegação, tratando‑se de im‑
Código. só se verifica quando o defensor público, o ad‑ pedimento ou de manifesta suspeição, o tribu‑
Art. 142. Convencendo‑se, pelas circunstân‑ vogado ou o membro do Ministério Público já nal condenará o juiz nas custas e remeterá os
cias, de que autor e réu se serviram do pro‑ integrava o processo antes do início da ativida‑ autos ao seu substituto legal, podendo o juiz
cesso para praticar ato simulado ou conseguir de judicante do juiz. recorrer da decisão.

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Código de Processo Penal
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
DECRETO‑LEI No 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

Código de Processo Penal. quanto às ações penais já instauradas no momento IX – determinar o trancamento do inquérito
c Publicado no DOU de 13-10-1941 e retificado noda efetiva implementação do juiz das garantias pelos policial quando não houver fundamento razoá‑
DOU de 24-10-1941. tribunais, a eficácia da lei não acarretará qualquer vel para sua instauração ou prosseguimento;
modificação do juízo competente (DOU de 4-9-2023).
O Presidente da República, usando da atribui‑ c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações
ção que lhe confere o artigo 180 da Constitui‑ Art. 3 ‑A. O processo penal terá estrutura
o
Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299,
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase 6.300 e 6.305, atribuiu interpretação conforme a
ção, decreta a seguinte Lei: Constituição Federal (DOU de 4-9-2023).
de investigação e a substituição da atuação
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL probatória do órgão de acusação. X – requisitar documentos, laudos e informa‑
c O STF, por maioria, no julgamento das Ações Dire- ções ao delegado de polícia sobre o andamen‑
LIVRO I – DO PROCESSO EM GERAL tas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 to da investigação;
e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Consti- XI – decidir sobre os requerimentos de:
tuição Federal a este artigo (DOU de 4-9-2023). a) interceptação telefônica, do fluxo de
TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 3o‑B. O juiz das garantias é responsável comunicações em sistemas de informá‑
Art. 1 o O processo penal reger‑se‑á, em pelo controle da legalidade da investigação tica e telemática ou de outras formas de
todo o Território Brasileiro, por este Código, criminal e pela salvaguarda dos direitos indi‑ comunicação;
ressalvados: viduais cuja franquia tenha sido reservada à b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de
c Arts. 1o a 6o do CPPM. autorização prévia do Poder Judiciário, com‑ dados e telefônico;
c Lei n o 7.565, de 19-12-1986 (Código Brasileiro de petindo‑lhe especialmente: c) busca e apreensão domiciliar;
Aeronáutica). d) acesso a informações sigilosas;
Lei no 8.617, de 4-1-1993, dispõe sobre o mar terri- c O STF, por maioria, no julgamento das Ações Dire-
c
tas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 e) outros meios de obtenção da prova que
torial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva restrinjam direitos fundamentais do inves‑
e a plataforma continental brasileiros. e 6.305, declarou a constitucionalidade deste ca-
put (DOU de 4-9-2023). tigado;
I – os tratados, as convenções e regras de direi‑ XII – julgar o habeas corpus impetrado antes
to internacional; I – receber a comunicação imediata da prisão,
nos termos do inciso LXII do caput do art. 5o da do oferecimento da denúncia;
c Art. 109, V, da CF. XIII – determinar a instauração de incidente de
c Dec. n o 4.388, de 25-9-2002, promulga o Estatuto
Constituição Federal;
II – receber o auto da prisão em flagrante para insanidade mental;
de Roma do Tribunal Penal Internacional.
o controle da legalidade da prisão, observado XIV – decidir sobre o recebimento da denúncia
II – as prerrogativas constitucionais do Presi‑ ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código;
dente da República, dos ministros de Estado, o disposto no art. 310 deste Código; c O STF, por maioria, no julgamento das Ações Di-
nos crimes conexos com os do Presidente da III – zelar pela observância dos direitos do pre‑ retas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299,
República, e dos ministros do Supremo Tribu‑ so, podendo determinar que este seja conduzi‑ 6.300 e 6.305, declarou a inconstitucionalidade
nal Federal, nos crimes de responsabilidade do à sua presença, a qualquer tempo; desde inciso, e atribuiu interpretação conforme a
(Constituição, artigos 86, 89, § 2 , e 100);
o IV – ser informado sobre a instauração de qual‑ Constituição Federal (DOU de 4-9-2023).
c A referência foi feita à CF/1937. A Constituição
quer investigação criminal; XV – assegurar prontamente, quando se fizer
vigente trata da matéria nos arts. 50, § 2o, 52, I, c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Di- necessário, o direito outorgado ao investiga‑
parágrafo único, 85, 86, § 1o, II, e 102, I, b. retas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 do e ao seu defensor de acesso a todos os
c Lei n o 1.079, de 10-4-1950 (Lei dos Crimes de e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Constitui- elementos informativos e provas produzidos
Responsabilidade). ção Federal a este inciso (DOU de 4-9-2023). no âmbito da investigação criminal, salvo no
III – os processos da competência da Justiça V – decidir sobre o requerimento de prisão pro‑ que concerne, estritamente, às diligências em
Militar; visória ou outra medida cautelar, observado o andamento;
c Art. 124 da CF. disposto no § 1o deste artigo; XVI – deferir pedido de admissão de assisten‑
IV – os processos da competência do tribunal VI – prorrogar a prisão provisória ou outra te técnico para acompanhar a produção da
especial (Constituição, artigo 122, no 17); medida cautelar, bem como substituí‑las ou perícia;
c A referência foi feita à CF/1937.
revogá‑las, assegurado, no primeiro caso, o XVII – decidir sobre a homologação de acordo
exercício do contraditório em audiência públi‑ de não persecução penal ou os de colabora‑
V – os processos por crimes da imprensa. ca e oral, na forma do disposto neste Código ção premiada, quando formalizados durante
Parágrafo único. Aplicar‑se‑á, entretanto, ou em legislação especial pertinente; a investigação;
este Código aos processos referidos nos nos IV c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Di- XVIII – outras matérias inerentes às atribuições
e V, quando as leis especiais que os regulam retas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300
definidas no caput deste artigo.
não dispuserem de modo diverso. e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Constitui- § 1o O preso em flagrante ou por força de man‑
Art. 2o A lei processual penal aplicar‑se‑á des‑ ção Federal a este inciso (DOU de 4-9-2023). dado de prisão provisória será encaminhado
de logo, sem prejuízo da validade dos atos rea‑ VII – decidir sobre o requerimento de produção à presença do juiz de garantias no prazo de
lizados sob a vigência da lei anterior. antecipada de provas consideradas urgentes e 24 (vinte e quatro) horas, momento em que
c Arts. 1o a 3o do CP. não repetíveis, assegurados o contraditório e se realizará audiência com a presença do Mi‑
nistério Público e da Defensoria Pública ou de
Art. 3 A lei processual penal admitirá inter‑ a ampla defesa em audiência pública e oral;
o
advogado constituído, vedado o emprego de
pretação extensiva e aplicação analógica, bem c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Di- videoconferência.
como o suplemento dos princípios gerais de retas de Inconstitucionalidade n 6.298, 6.299, 6.300
os

e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Constitui- c § 1 acrescido pela Lei n 13.964, deo24-12-2019,
o o
direito. promulgado nos termos do art. 66, § 5 , da CF (DOU
ção Federal a este inciso (DOU de 4-9-2023).
c Art. 1o do CP. de 30-4-2021).
c Arts. 4o e 5o do Dec.‑lei no 4.657, de 4-9-1942 (Lei VIII – prorrogar o prazo de duração do inqué‑ c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Di-
de Introdução às normas do Direito Brasileiro). rito, estando o investigado preso, em vista das retas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300
Juiz das Garantias razões apresentadas pela autoridade policial e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Constitui-
ção Federal a este parágrafo (DOU de 4-9-2023).
Epígrafe acrescida pela Lei n o 13.964, de e observado o disposto no § 2 deste artigo;
o
c
24-12-2019. c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Di- § 2o Se o investigado estiver preso, o juiz das
c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações retas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 garantias poderá, mediante representação da
Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Constitui- autoridade policial e ouvido o Ministério Públi‑
6.300 e 6.305, fixou a seguinte regra de transição: ção Federal a este inciso (DOU de 4-9-2023). co, prorrogar, uma única vez, a duração do in‑

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Código de Processo Penal Arts. 3o‑C a 6o
quérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se cias dos arts. 4o e 5o deste Código ficará impe‑ do ofendido ou de quem tiver qualidade para
ainda assim a investigação não for concluída, a dido de funcionar no processo. representá‑lo.
prisão será imediatamente relaxada. c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações § 1 o O requerimento a que se refere o n o II con‑
c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade n 6.298, 6.299, terá sempre que possível:
os

Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305, declarou a inconstitucionalidade


deste caput (DOU de 4-9-2023). c Art. 12, § 1o, da Lei no 11.340, de 7-8-2006 (Lei que
6.300 e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Coíbe a Violência Doméstica e Familiar Contra a
Constituição Federal a este parágrafo (DOU de Parágrafo único. Nas comarcas em que fun‑ Mulher).
4-9-2023).
cionar apenas um juiz, os tribunais criarão um a) a narração do fato, com todas as circuns‑
Art. 3o‑C. A competência do juiz das garantias sistema de rodízio de magistrados, a fim de tâncias;
abrange todas as infrações penais, exceto as atender às disposições deste Capítulo. b) a individualização do indiciado ou seus
de menor potencial ofensivo, e cessa com o c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações sinais característicos e as razões de convic‑
recebimento da denúncia ou queixa na forma Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, ção ou de presunção de ser ele o autor da
do art. 399 deste Código. 6.300 e 6.305, declarou a inconstitucionalidade infração, ou os motivos de impossibilidade
O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações formal deste parágrafo único (DOU de 4-9-2023).
c de o fazer;
Diretas de Inconstitucionalidade n os 6.298, 6.299, Art. 3o‑E. O juiz das garantias será designado c) a nomeação das testemunhas, com indica‑

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


6.300 e 6.305, atribuiu interpretação conforme conforme as normas de organização judiciária
a Constituição Federal à primeira parte do caput ção de sua profissão e residência.
deste artigo. Ainda, por maioria, o STF declarou a da União, dos Estados e do Distrito Federal, c Arts. 202 e 207 deste Código.
inconstitucionalidade da expressão “recebimento observando critérios objetivos a serem perio‑
dicamente divulgados pelo respectivo tribunal. § 2 Do despacho que indeferir o requerimento
o
da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste
Código” contida na segunda parte do caput deste ar-
de abertura de inquérito caberá recurso para o
c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Di-
tigo, atribuindo interpretação conforme para assen- chefe de Polícia.
retas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300
tar que a competência do juiz das garantias cessa e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Constitui- § 3 o Qualquer pessoa do povo que tiver co‑
com o oferecimento da denúncia (DOU de 4-9-2023). ção Federal a este artigo (DOU de 4-9-2023). nhecimento da existência de infração penal em
§ 1o Recebida a denúncia ou queixa, as ques‑ Art. 3o‑F. O juiz das garantias deverá assegu‑ que caiba ação pública poderá, verbalmente
tões pendentes serão decididas pelo juiz da rar o cumprimento das regras para o tratamen‑ ou por escrito, comunicá‑la à autoridade poli‑
instrução e julgamento. to dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de cial, e esta, verificada a procedência das infor‑
c O STF, por maioria, no julgamento das Ações Dire- qualquer autoridade com órgãos da imprensa mações, mandará instaurar inquérito.
tas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 para explorar a imagem da pessoa submetida c Art. 340 do CP.
e 6.305, declarou a inconstitucionalidade do termo à prisão, sob pena de responsabilidade civil, c Art. 66, I e II, da LCP.
“recebida”, contido neste parágrafo, atribuindo in-
terpretação conforme a Constituição Federal para
administrativa e penal. § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pú‑
assentar que, oferecida a denúncia ou queixa, as c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações blica depender de representação, não poderá
questões pendentes serão decididas pelo juiz da Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, sem ela ser iniciado.
instrução e julgamento (DOU de 4-9-2023). 6.300 e 6.305, declarou a constitucionalidade des- c Arts. 24 e 25 deste Código.
te caput (DOU de 4-9-2023). Art. 100, § 1o, do CP.
§ 2o As decisões proferidas pelo juiz das garan‑ c
tias não vinculam o juiz da instrução e julga‑ Parágrafo único. Por meio de regulamento, § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade
mento, que, após o recebimento da denúncia as autoridades deverão disciplinar, em 180 policial somente poderá proceder a inquérito a
ou queixa, deverá reexaminar a necessidade (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as requerimento de quem tenha qualidade para
das medidas cautelares em curso, no prazo informações sobre a realização da prisão e a intentá‑la.
máximo de 10 (dez) dias. identidade do preso serão, de modo padroni‑
c Arts. 30, 31 e 34 deste Código.
O STF, por maioria, no julgamento das Ações Dire- zado e respeitada a programação normativa
c c Art. 100, § 2o, do CP.
tas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 aludida no caput deste artigo, transmitidas à c Súm. no 594 do STF.
e 6.305, declarou a inconstitucionalidade do termo imprensa, assegurados a efetividade da perse‑
“recebimento” contido neste parágrafo, atribuin- cução penal, o direito à informação e a digni‑ Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prá‑
do interpretação conforme a Constituição Federal dade da pessoa submetida à prisão. tica da infração penal, a autoridade policial
(DOU de 4-9-2023). deverá:
c Arts. 3o‑A a 3o‑F acrescidos pela Lei no 13.964, de
§ 3 o Os autos que compõem as matérias de 24-12-2019. c Art. 12 do CPPM.
competência do juiz das garantias ficarão c c Art. 69 da Lei n o 9.099, de 26-9-1995 (Lei dos Jui-
O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Di-
acautelados na secretaria desse juízo, à dis‑ zados Especiais).
retas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300
c Art. 90, II, do Dec. n o 6.049, de 27-2-2007 (Regula-
e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Constitui-
posição do Ministério Público e da defesa, e
mento Penitenciário Federal).
ção Federal a este parágrafo único (DOU de 4-9-2023).
não serão apensados aos autos do processo
enviados ao juiz da instrução e julgamento, I – dirigir‑se ao local, providenciando para que
ressalvados os documentos relativos às provas TÍTULO II – DO INQUÉRITO POLICIAL não se alterem o estado e conservação das coi‑
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou Art. 4 o A polícia judiciária será exercida pe‑ sas, até a chegada dos peritos criminais;
de antecipação de provas, que deverão ser re‑ las autoridades policiais no território de suas c Arts. 158 a 184 deste Código.
metidos para apensamento em apartado. respectivas circunscrições e terá por fim a apu‑ c Lei n 5.970, de 11-12-1973, exclui da aplicação
o

c O STF, por maioria, no julgamento das Ações Dire- ração das infrações penais e da sua autoria.
do disposto neste inciso os casos de acidente de
trânsito.
tas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 c Caput com a redação dada pela Lei no 9.043, de
e 6.305, declarou a inconstitucionalidade deste 9-5-1995. II – apreender os objetos que tiverem rela‑
parágrafo, com redução de texto, atribuindo inter- c Art. 144, § 1o, IV, da CF. ção com o fato, após liberados pelos peritos
pretação conforme a Constituição Federal para en- criminais;
c Art. 3o‑D deste Código.
tender‑se que os autos que compõem as matérias de
c Incisos I e II com a redação dada pela Lei n o 8.862,
competência do juiz das garantias serão remetidos c Arts. 7 a 9 do CPPM.
o o

ao juiz da instrução e julgamento (DOU de 4-9-2023). Parágrafo único. A competência definida de 28-3-1994.
c Art. 91, II, a e b, do CP.
§ 4 Fica assegurado às partes o amplo acesso neste artigo não excluirá a de autoridades ad‑
o

aos autos acautelados na secretaria do juízo ministrativas, a quem por lei seja cometida a III – colher todas as provas que servirem para o
das garantias. mesma função. esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
c Arts. 155 a 250 deste Código.
c O STF, por maioria, no julgamento das Ações Dire- Art. 5 Nos crimes de ação pública o inquérito
o

tas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300 policial será iniciado: IV – ouvir o ofendido;
e 6.305, declarou a inconstitucionalidade deste c Arts. 5o, LIX, e 129, I, VII e VIII, da CF. c Art. 201 deste Código.
parágrafo, com redução de texto, atribuindo inter-
pretação conforme a Constituição Federal para en- c Art. 3 ‑D deste Código. V – ouvir o indiciado, com observância, no
o

tender‑se que os autos que compõem as matérias de c Art. 10 do CPPM. que for aplicável, do disposto no Capítulo III
competência do juiz das garantias serão remetidos c Súm. n 397 do STF.
o
do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo
ao juiz da instrução e julgamento (DOU de 4-9-2023). I – de ofício; termo ser assinado por duas testemunhas que
Art. 3 ‑D. O juiz que, na fase de investigação, II – mediante requisição da autoridade judiciá‑ lhe tenham ouvido a leitura;
o

praticar qualquer ato incluído nas competên‑ ria ou do Ministério Público, ou a requerimento c Arts. 185 a 196 deste Código.

423
Código de Processo Penal Arts. 15 a 28‑A
esteja vinculado à época da ocorrência dos fa‑ Parágrafo único. A incomunicabilidade, que e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os
tos investigados. não excederá de três dias, será decretada por elementos de convicção.
c §§ 3o a 5o acrescidos pela Lei n o 13.964, de 24-12- despacho fundamentado do juiz, a requeri‑ c Art. 5o, § 3o, deste Código.
2019, promulgados nos termos do art. 66, § 5 , da mento da autoridade policial, ou do órgão do
o
c Arts. 339 e 340 do CP.
CF (DOU de 30-4-2021). Ministério Público, respeitado, em qualquer c Art. 33 do CPPM.
§ 6o As disposições constantes deste artigo se hipótese, o disposto no artigo 89, III, do Es‑ c Art. 66, I e II, da LCP.
aplicam aos servidores militares vinculados às tatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquéri‑
instituições dispostas no art. 142 da Constitui‑ no 4.215, de 27 de abril de 1963). to policial ou de quaisquer elementos informa‑
ção Federal, desde que os fatos investigados c Parágrafo único com a redação dada pela Lei tivos da mesma natureza, o órgão do Ministé‑
digam respeito a missões para a Garantia da no 5.010, de 30-5-1966. rio Público comunicará à vítima, ao investigado
Lei e da Ordem. c Art. 7o, III, da Lei no 8.906, de 4-7-1994 (Estatuto da
e à autoridade policial e encaminhará os autos
c Art. 14‑A acrescido Lei no 13.964, de 24-12-2019. Advocacia e da OAB). para a instância de revisão ministerial para fins
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser‑lhe‑á no‑ Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em de homologação, na forma da lei.
meado curador pela autoridade policial. que houver mais de uma circunscrição policial, c O STF, por maioria, no julgamento das Ações Dire-

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


c Art. 262 deste Código. a autoridade com exercício em uma delas po‑ tas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300
c Art. 65, I, do CP. derá, nos inquéritos a que esteja procedendo, e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Consti-
c Art. 5o do CC. ordenar diligências em circunscrição de outra, tuição Federal a este caput (DOU de 4-9-2023).
c Súm. no 352 do STF. independentemente de precatórias ou requi‑ § 1 o Se a vítima, ou seu representante legal,
Art. 16. O Ministério Público não poderá re‑ sições, e bem assim providenciará, até que não concordar com o arquivamento do inqué‑
querer a devolução do inquérito à autoridade compareça a autoridade competente, sobre rito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta)
policial, senão para novas diligências, impres‑ qualquer fato que ocorra em sua presença, dias do recebimento da comunicação, subme‑
cindíveis ao oferecimento da denúncia. noutra circunscrição. ter a matéria à revisão da instância competente
c Art. 129, VIII, da CF. c Arts. 4o e 70 deste Código. do órgão ministerial, conforme dispuser a res‑
c Arts. 46 e 47 deste Código.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do pectiva lei orgânica.
c Art. 26 do CPPM. O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações
inquérito ao juiz competente, a autoridade c
Art. 17. A autoridade policial não poderá man‑ policial oficiará ao Instituto de Identificação e Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299,
dar arquivar autos de inquérito. 6.300 e 6.305, atribuiu interpretação conforme a
Estatística, ou repartição congênere, mencio‑ Constituição Federal a este parágrafo (DOU de
c Art. 28 deste Código. nando o juízo a que tiverem sido distribuídos, 4-9-2023).
c Art. 24 do CPPM. e os dados relativos à infração penal e à pessoa
§ 2o Nas ações penais relativas a crimes prati‑
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do indiciado. cados em detrimento da União, Estados e Mu‑
do inquérito pela autoridade judiciária, por c Art. 809 deste Código.
nicípios, a revisão do arquivamento do inqué‑
falta de base para a denúncia, a autoridade c Art. 202 da LEP.
policial poderá proceder a novas pesquisas, se rito policial poderá ser provocada pela chefia
de outras provas tiver notícia. do órgão a quem couber a sua representação
TÍTULO III – DA AÇÃO PENAL judicial.
c Arts. 67, I, e 414, parágrafo único, deste Código.
c Art. 25 do CPPM.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será c Art. 28 com a redação dada pela Lei no 13.964, de
promovida por denúncia do Ministério Público, 24-12-2019.
c Art. 7o da Lei no 1.521, de 26-12-1951 (Lei dos Cri-
mes Contra a Economia Popular). mas dependerá, quando a lei o exigir, de requi‑ Art. 28‑A. Não sendo caso de arquivamento
c Súm. no 524 do STF. sição do Ministro da Justiça, ou de representa‑ e tendo o investigado confessado formal e cir‑
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação ção do ofendido ou de quem tiver qualidade cunstancialmente a prática de infração penal
pública, os autos do inquérito serão remetidos para representá‑lo. sem violência ou grave ameaça e com pena
ao juízo competente, onde aguardarão a ini‑ c Arts. 5o, LIX, e 129, I, da CF. mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
ciativa do ofendido ou de seu representante c Art. 39 deste Código. Público poderá propor acordo de não persecu‑
legal, ou serão entregues ao requerente, se o c Art. 100 do CP. ção penal, desde que necessário e suficiente
pedir, mediante traslado. c Art. 29 do CPPM. para reprovação e prevenção do crime, me‑
c Arts. 30 a 38 e 183 deste Código. c Arts. 121 e 122 do CPM. diante as seguintes condições ajustadas cumu‑
c Art. 100 do CP. c Súm. no 594 do STF. lativa e alternativamente:
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito § 1o No caso de morte do ofendido ou quan‑ c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações
o sigilo necessário à elucidação do fato ou exi‑ do declarado ausente por decisão judicial, o Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299,
gido pelo interesse da sociedade. 6.300 e 6.305, declarou a constitucionalidade des-
direito de representação passará ao cônjuge,
te caput (DOU de 4-9-2023).
c Art. 5o, XXXIII, da CF. ascendente, descendente ou irmão.
c Art. 745 deste Código. c Parágrafo único transformado em § 1 o pela Lei
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima,
c Art. 16 do CPPM. no 8.699, de 27-8-1993. exceto na impossibilidade de fazê‑lo;
c Art. 7o, XIII a XV, e § 1o, da Lei no 8.906, de 4-7-1994 c Súm. no 594 do STF. II – renunciar voluntariamente a bens e direitos
(Estatuto da Advocacia e da OAB). indicados pelo Ministério Público como instru‑
§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado
Parágrafo único. Nos atestados de antece‑ em detrimento do patrimônio ou interesse da mentos, produto ou proveito do crime;
dentes que lhe forem solicitados, a autoridade União, Estado e Município, a ação penal será III – prestar serviço à comunidade ou a enti‑
policial não poderá mencionar quaisquer ano‑ pública. dades públicas por período correspondente à
tações referentes à instauração de inquérito pena mínima cominada ao delito diminuída
c § 2 acrescido pela Lei n 8.699, de 27-8-1993.
o o
de um a dois terços, em local a ser indicado
contra os requerentes.
c Parágrafo único com a redação dada pela Lei Art. 25. A representação será irretratável, de‑
pelo juízo da execução, na forma do art. 46
no 12.681, de 4-7-2012. pois de oferecida a denúncia. do Decreto‑Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
c Art. 5o, XXXIV, b, da CF. c Arts. 100, § 1 o, e 102 do CP. 1940 (Código Penal);
c Art. 748 deste Código. O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será c
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado iniciada com o auto de prisão em flagrante ou Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299,
dependerá sempre de despacho nos autos e por meio de portaria expedida pela autoridade 6.300 e 6.305, declarou a constitucionalidade des-
te inciso (DOU de 4-9-2023).
somente será permitida quando o interesse da judiciária ou policial.
sociedade ou a conveniência da investigação IV – pagar prestação pecuniária, a ser esti‑
c Art. 129, I, da CF.
o exigir. pulada nos termos do art. 45 do Decreto‑Lei
c Arts. 5o, LXII, e 136, § 3 o, IV, da CF. Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
c Art. 17 do CPPM. provocar a iniciativa do Ministério Público, nos Penal), a entidade pública ou de interesse so‑
c Lei n o 13.869, de 5-9-2019 (Lei do Abuso de casos em que caiba a ação pública, fornecen‑ cial, a ser indicada pelo juízo da execução, que
Autoridade). do‑lhe, por escrito, informações sobre o fato tenha, preferencialmente, como função prote‑

425
Arts. 29 a 39 Código de Processo Penal
ger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos § 9o A vítima será intimada da homologação Art. 33. Se o ofendido for menor de dezoito
aparentemente lesados pelo delito; ou do acordo de não persecução penal e de seu anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado
c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações descumprimento. mental, e não tiver representante legal, ou coli‑
Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, § 10. Descumpridas quaisquer das condições direm os interesses deste com os daquele, o di‑
6.300 e 6.305, declarou a constitucionalidade des- estipuladas no acordo de não persecução pe‑ reito de queixa poderá ser exercido por curador
te inciso (DOU de 4-9-2023).
nal, o Ministério Público deverá comunicar ao especial, nomeado, de ofício ou a requerimen‑
V – cumprir, por prazo determinado, outra con‑ juízo, para fins de sua rescisão e posterior ofe‑ to do Ministério Público, pelo juiz competente
dição indicada pelo Ministério Público, desde recimento de denúncia. para o processo penal.
que proporcional e compatível com a infração
§ 11. O descumprimento do acordo de não per‑ c Arts. 45 e 53 deste Código.
penal imputada.
secução penal pelo investigado também pode‑ Art. 34. Se o ofendido for menor de vinte e um
§ 1o Para aferição da pena mínima cominada rá ser utilizado pelo Ministério Público como
ao delito a que se refere o caput deste artigo, justificativa para o eventual não oferecimento e maior de dezoito anos, o direito de queixa
serão consideradas as causas de aumento e di‑ de suspensão condicional do processo. poderá ser exercido por ele ou por seu repre‑
minuição aplicáveis ao caso concreto. sentante legal.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acor‑ c Art. 5o do CC.
§ 2o O disposto no caput deste artigo não se do de não persecução penal não constarão
c Súm. no 594 do STF.
aplica nas seguintes hipóteses: de certidão de antecedentes criminais, exceto
I – se for cabível transação penal de compe‑ para os fins previstos no inciso III do § 2o deste Art. 35. Revogado. Lei n o 9.520, de 27-11-
tência dos Juizados Especiais Criminais, nos artigo. 1997.
termos da lei; § 13. Cumprido integralmente o acordo de não Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa
II – se o investigado for reincidente ou se persecução penal, o juízo competente decreta‑ com direito de queixa, terá preferência o côn‑
houver elementos probatórios que indiquem rá a extinção de punibilidade. juge, e, em seguida, o parente mais próximo
conduta criminal habitual, reiterada ou pro‑ na ordem de enumeração constante do artigo
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministé‑
fissional, exceto se insignificantes as infrações 31, podendo, entretanto, qualquer delas pros‑
rio Público, em propor o acordo de não perse‑
penais pretéritas; seguir na ação, caso o querelante desista da
cução penal, o investigado poderá requerer a
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) instância ou a abandone.
remessa dos autos a órgão superior, na forma
anos anteriores ao cometimento da infração,
do art. 28 deste Código. c Art. 60, II, deste Código.
em acordo de não persecução penal, transação
penal ou suspensão condicional do processo; e c Art. 28‑A acrescido pela Lei n 13.964, de
o
Art. 37. As fundações, associações ou socieda‑
24-12-2019. des legalmente constituídas poderão exercer
IV – nos crimes praticados no âmbito de violên‑
c Art. 581, XXV, deste Código.
cia doméstica ou familiar, ou praticados contra a ação penal, devendo ser representadas por
a mulher por razões da condição de sexo femi‑ Art. 29. Será admitida ação privada nos cri‑ quem os respectivos contratos ou estatutos
nino, em favor do agressor. mes de ação pública, se esta não for intentada designarem ou, no silêncio destes, pelos seus
§ 3 o O acordo de não persecução penal será no prazo legal, cabendo ao Ministério Público diretores ou sócios‑gerentes.
formalizado por escrito e será firmado pelo aditar a queixa, repudiá‑la e oferecer denúncia c Art. 60, IV, deste Código.
membro do Ministério Público, pelo investiga‑ substitutiva, intervir em todos os termos do Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofen‑
do e por seu defensor. processo, fornecer elementos de prova, inter‑
dido, ou seu representante legal, decairá no
por recurso e, a todo tempo, no caso de negli‑
§ 4 o Para a homologação do acordo de não gência do querelante, retomar a ação como direito de queixa ou de representação, se não
persecução penal, será realizada audiência na o exercer dentro do prazo de seis meses, con‑
parte principal.
qual o juiz deverá verificar a sua voluntarieda‑ tado do dia em que vier a saber quem é o autor
de, por meio da oitiva do investigado na pre‑ c Art. 5 , LIX, da CF.
o
do crime, ou, no caso do artigo 29, do dia em
c Art. 476, § 2 o, deste Código.
sença do seu defensor, e sua legalidade. que se esgotar o prazo para o oferecimento
c Art. 100, § 3 , do CP.
o
§ 5o Se o juiz considerar inadequadas, insufi‑ da denúncia.
cientes ou abusivas as condições dispostas no Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha quali‑ c Arts. 103 e 107, IV, do CP.
acordo de não persecução penal, devolverá os dade para representá‑lo caberá intentar a ação c Art. 91 da Lei no 9.099, de 26-9-1995 (Lei dos Jui-
autos ao Ministério Público para que seja refor‑ privada. zados Especiais).
mulada a proposta de acordo, com concordân‑ c Art. 44 deste Código. Parágrafo único. Verificar‑se‑á a decadência
cia do investigado e seu defensor. c Art. 100, § 2 o, do CP. do direito de queixa ou representação, dentro
c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações c Art. 74, parágrafo único, da Lei n o 9.099, de 26-9- do mesmo prazo, nos casos dos artigos 24, pa‑
Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 1995 (Lei dos Juizados Especiais). rágrafo único, e 31.
6.300 e 6.305, declarou a constitucionalidade des- Art. 31. No caso de morte do ofendido ou c O referido parágrafo único foi transformado em
te parágrafo (DOU de 4-9-2023). § 1o pela Lei no 8.699, de 27-8-1993.
quando declarado ausente por decisão judicial,
§ 6 o Homologado judicialmente o acordo de o direito de oferecer queixa ou prosseguir na Art. 39. O direito de representação poderá
não persecução penal, o juiz devolverá os au‑ ação passará ao cônjuge, ascendente, descen‑ ser exercido, pessoalmente ou por procurador
tos ao Ministério Público para que inicie sua com poderes especiais, mediante declaração,
dente ou irmão.
execução perante o juízo de execução penal. escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Minis‑
c Arts. 268 e 598 deste Código.
§ 7o O juiz poderá recusar homologação à pro‑ c Art. 100, § 4 , do CP. o tério Público, ou à autoridade policial.
posta que não atender aos requisitos legais ou c Súm. no 594 do STF.
quando não for realizada a adequação a que Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a § 1 o A representação feita oralmente ou por
se refere o § 5o deste artigo. requerimento da parte que comprovar a sua
escrito, sem assinatura devidamente autenti‑
c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações pobreza, nomeará advogado para promover a cada do ofendido, de seu representante legal
Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, ação penal. ou procurador, será reduzida a termo, perante
6.300 e 6.305, declarou a constitucionalidade des- c Arts. 5 , LXXIV, e 134 da CF.
o
o juiz ou autoridade policial, presente o órgão
te parágrafo (DOU de 4-9-2023). c Arts. 68 e 806 deste Código. do Ministério Público, quando a este houver
§ 8o Recusada a homologação, o juiz devolverá § 1o Considerar‑se‑á pobre a pessoa que não sido dirigida.
os autos ao Ministério Público para a análise da puder prover às despesas do processo, sem § 2 o A representação conterá todas as infor‑
necessidade de complementação das investi‑ privar‑se dos recursos indispensáveis ao pró‑ mações que possam servir à apuração do fato
gações ou o oferecimento da denúncia. e da autoria.
prio sustento ou da família.
c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações
Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, § 2o Será prova suficiente de pobreza o atesta‑ c Art. 569 deste Código.
6.300 e 6.305, declarou a constitucionalidade des- do da autoridade policial em cuja circunscrição § 3o Oferecida ou reduzida a termo a represen‑
te parágrafo (DOU de 4-9-2023). residir o ofendido. tação, a autoridade policial procederá a inqué‑

426
Arts. 40 a 44 Código de Processo Penal
rito, ou, não sendo competente, remetê‑lo‑á à Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que cá‑lo, a classificação do crime e, quando ne‑
autoridade que o for. conhecerem, os juízes ou tribunais verifica‑ cessário, o rol das testemunhas.
c Art. 5o, § 4o, deste Código. rem a existência de crime de ação pública, c Art. 569 deste Código.
Art. 77 do CPPM.
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou remeterão ao Ministério Público as cópias e os c
c Artigo 8o, 2, b, do Pacto de São José da Costa Rica.
perante este reduzida a termo, será remetida documentos necessários ao oferecimento da
à autoridade policial para que esta proceda a denúncia. Art. 42. O Ministério Público não poderá de‑
inquérito. sistir da ação penal.
c Art. 211 deste Código.
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o c Art. 442 do CPPM. c Art. 32 do CPPM.
inquérito, se com a representação forem ofere‑ Art. 43. Revogado. Lei n o 11.719, de
cidos elementos que o habilitem a promover a Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a ex‑ 20-6-2008.
ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia posição do fato criminoso, com todas as suas Art. 44. A queixa poderá ser dada por procu‑
no prazo de quinze dias. circunstâncias, a qualificação do acusado ou rador com poderes especiais, devendo constar
c Art. 12 deste Código. esclarecimentos pelos quais se possa identifi‑ do instrumento do mandato o nome do que‑

426-A
Código de Processo Penal Arts. 305 a 313
desde logo, sua assinatura, entregando a este remetido imediatamente ao juiz a quem couber possibilidade de imediata decretação de prisão
cópia do termo e recibo de entrega do preso. tomar conhecimento do fato delituoso, se não preventiva.
Em seguida, procederá à oitiva das testemu‑ o for a autoridade que houver presidido o auto. c §§ 2 o a 4 o acrescidos pela Lei n o 13.964, de
nhas que o acompanharem e ao interrogatório c Art. 252, II, deste Código. 24-12-2019.
do acusado sobre a imputação que lhe é feita, c Art. 249 do CPPM. c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações Di-
colhendo, após cada oitiva suas respectivas retas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, 6.300
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar e 6.305, atribuiu interpretação conforme a Constitui-
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o em que se tiver efetuado a prisão, o preso será ção Federal a este parágrafo (DOU de 4-9-2023).
auto. logo apresentado à do lugar mais próximo.
c Caput com a redação dada pela Lei no 11.113, de c Art. 250 do CPPM. CAPÍTULO III
13-5-2005. c Art. 231 do ECA.
DA PRISÃO PREVENTIVA
c Art. 5o, LXII e LXIII, da CF. c Lei n o 13.869, de 5-9-2019 (Lei do Abuso de Art. 311. Em qualquer fase da investigação po‑
c Arts. 6o, V, 185, 564, IV, e 572 deste Código. Autoridade). licial ou do processo penal, caberá a prisão pre‑
c Arts. 245 e 246 do CPPM. ventiva decretada pelo juiz, a requerimento do
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser
c Art. 8 , 2, d e g, e 3, do Pacto de São José da Costa
o
Ministério Público, do querelante ou do assisten‑
Rica. posto em liberdade, depois de lavrado o auto
te, ou por representação da autoridade policial.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


de prisão em flagrante.
§ 1o Resultando das respostas fundada a sus‑ c Art. 5o, LXV e LXVI, da CF. c Artigo com a redação dada pela Lei no 13.964, de
peita contra o conduzido, a autoridade man‑ 24-12-2019.
dará recolhê‑lo à prisão, exceto no caso de li‑ Art. 310. Após receber o auto de prisão em c Art. 5o, LXI e LXII, da CF.
vrar‑se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte c Arts. 13, IV, 581, V, e 648, I, deste Código.
nos atos do inquérito ou processo, se para isso e quatro) horas após a realização da prisão, c Art. 254 do CPPM.
for competente; se não o for, enviará os autos o juiz deverá promover audiência de custódia c Art. 20 da Lei no 11.340, de 7-8-2006 (Lei que Coíbe
à autoridade que o seja. com a presença do acusado, seu advogado a Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher).
constituído ou membro da Defensoria Públi‑ c Art. 7o, 2, do Pacto de São José da Costa Rica.
§ 2 o A falta de testemunhas da infração não
ca e o membro do Ministério Público, e, nessa Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decre‑
impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: tada como garantia da ordem pública, da or‑
nesse caso, com o condutor, deverão assiná‑lo
pelo menos duas pessoas que hajam testemu‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 13.964, de dem econômica, por conveniência da instrução
24-12-2019. criminal ou para assegurar a aplicação da lei
nhado a apresentação do preso à autoridade.
c O STF, por unanimidade, no julgamento das Ações penal, quando houver prova da existência do
§ 3 o Quando o acusado se recusar a assinar, Diretas de Inconstitucionalidade nos 6.298, 6.299, crime e indício suficiente de autoria e de perigo
não souber ou não puder fazê‑lo, o auto de 6.300 e 6.305, atribuiu interpretação conforme a gerado pelo estado de liberdade do imputado.
prisão em flagrante será assinado por duas Constituição Federal ao caput deste artigo, para as- c Caput com a redação dada pela Lei no 13.964, de
testemunhas, que tenham ouvido sua leitura sentar que o juiz, em caso de urgência e se o meio 24-12-2019.
na presença deste. se revelar idôneo, poderá realizar a audiência de
c Art. 282, § 4o, deste Código.
custódia por videoconferência (DOU de 4-9-2023).
c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 11.113, de c Art. 255 do CPPM.
c Art. 3o‑B, II, deste Código.
13-5-2005. § 1 o A prisão preventiva também poderá ser
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagran‑ I – relaxar a prisão ilegal; ou
decretada em caso de descumprimento de
te deverá constar a informação sobre a existên‑ c Art. 5 , LXV, da CF.
o
qualquer das obrigações impostas por força
cia de filhos, respectivas idades e se possuem II – converter a prisão em flagrante em preven‑ de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
alguma deficiência e o nome e o contato de tiva, quando presentes os requisitos constan‑ c Parágrafo único transformado em § 1 o pela Lei
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, tes do art. 312 deste Código, e se revelarem no 13.964, de 24-12-2019.
indicado pela pessoa presa. inadequadas ou insuficientes as medidas cau‑ § 2o A decisão que decretar a prisão preventiva
c § 4o acrescido pela Lei n o 13.257, de 8-3-2016. telares diversas da prisão; ou deve ser motivada e fundamentada em receio
Art. 305. Na falta ou no impedimento do III – conceder liberdade provisória, com ou sem de perigo e existência concreta de fatos novos
escrivão, qualquer pessoa designada pela au‑ fiança. ou contemporâneos que justifiquem a aplica‑
toridade lavrará o auto, depois de prestado o c Incisos I a III acrescidos pela Lei n o 12.403, de ção da medida adotada.
compromisso legal. 4-5-2011. c § 2o acrescido pela Lei no 13.964, de 24-12-2019.
Art. 245, § 5o, do CPPM. c Art. 5o, LXVI, da CF.
c
Arts. 270 e 271 do CPPM.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Có‑
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o lo‑ c
digo, será admitida a decretação da prisão
cal onde se encontre serão comunicados ime‑ § 1o Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em preventiva:
diatamente ao juiz competente, ao Ministério flagrante, que o agente praticou o fato em c Caput com a redação dada pela Lei no 12.403, de
Público e à família do preso ou à pessoa por qualquer das condições constantes dos incisos 4-5-2011.
ele indicada. I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto‑Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa
c Art. 5 , LXII, da CF.
o

c Art. 7 , 6, do Pacto de São José da Costa Rica.


o
Penal), poderá, fundamentadamente, conce‑ de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
II – se tiver sido condenado por outro crime
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a reali‑ der ao acusado liberdade provisória, mediante doloso, em sentença transitada em julgado,
zação da prisão, será encaminhado ao juiz com‑ termo de comparecimento obrigatório a todos ressalvado o disposto no inciso I do caput do
petente o auto de prisão em flagrante e, caso o os atos processuais, sob pena de revogação. art. 64 do Decreto‑Lei no 2.848, de 7 de de‑
autuado não informe o nome de seu advogado, c Parágrafo único transformado em § 1o e com a re- zembro de 1940 – Código Penal;
cópia integral para a Defensoria Pública. dação dada pela Lei no 13.964, de 24-12-2019.
III – se o crime envolver violência doméstica e
§ 2 No mesmo prazo, será entregue ao pre‑ § 2o Se o juiz verificar que o agente é reinci‑
o
familiar contra a mulher, criança, adolescen‑
so, mediante recibo, a nota de culpa, assinada dente ou que integra organização criminosa te, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência,
pela autoridade, com o motivo da prisão, o armada ou milícia, ou que porta arma de fogo para garantir a execução das medidas proteti‑
nome do condutor e os das testemunhas. de uso restrito, deverá denegar a liberdade vas de urgência;
c Art. 306 com a redação dada pela Lei n o 12.403, de provisória, com ou sem medidas cautelares.
c Incisos I a III com a redação dada pela Lei
4-5-2011. § 3o A autoridade que deu causa, sem motiva‑ no 12.403, de 4-5-2011.
c Art. 5o, LXIV, da CF.
ção idônea, à não realização da audiência de c Art. 225 e segs. do ECA.
c Art. 648, II, deste Código.
c Art. 247 do CPPM.
custódia no prazo estabelecido no caput deste c Art. 95 e segs. da Lei no 10.741, de 1o-10-2003 (Es-
artigo responderá administrativa, civil e penal‑ tatuto da Pessoa Idosa).
c Art. 7o, 4, do Pacto de São José da Costa Rica.
mente pela omissão. c Lei no 11.340, de 7-8-2006 (Lei que Coíbe a Violên-
Art. 307. Quando o fato for praticado em cia Doméstica e Familiar Contra a Mulher).
presença da autoridade, ou contra esta, no § 4 Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas
o
IV – Revogado. Lei no 12.403, de 4-5-2011.
exercício de suas funções, constarão do auto após o decurso do prazo estabelecido no ca‑
a narração deste fato, a voz de prisão, as de‑ put deste artigo, a não realização de audiência § 1o Também será admitida a prisão preventiva
clarações que fizer o preso e os depoimentos de custódia sem motivação idônea ensejará quando houver dúvida sobre a identidade civil
das testemunhas, sendo tudo assinado pela também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada da pessoa ou quando esta não fornecer ele‑
autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e pela autoridade competente, sem prejuízo da mentos suficientes para esclarecê‑la, devendo

443
Código Penal Militar
CÓDIGO PENAL MILITAR
DECRETO‑LEI No 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969

Código Penal Militar. Lei excepcional ou temporária mum, ou nela não previstos, qualquer que seja
c Publicado no DOU de 21-10-1969. Art. 4o A lei excepcional ou temporária, em‑ o agente, salvo disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os pre‑
Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exér‑ bora decorrido o período de sua duração ou
vistos na legislação penal, quando praticados:
cito e da Aeronáutica Militar, usando das atri‑ cessadas as circunstâncias que a determina‑
Inciso II com a redação dada pela Lei no 13.491, de
buições que lhes confere o artigo 3 o do Ato ram, aplica‑se ao fato praticado durante sua c
13-10-2017.
Institucional no 16, de 14 de outubro de 1969, vigência.
combinado com o § 1 o do artigo 2 o, do Ato c Art. 3o do CP. a) por militar em situação de atividade ou as‑
Institucional no 5, de 13 de dezembro de 1968, Tempo do crime semelhado, contra militar na mesma situa‑
decretam: ção ou assemelhado;
Art. 5o Considera‑se praticado o crime no mo‑
 Nova redação do dispositivo alterado: “a)
mento da ação ou omissão, ainda que outro
CÓDIGO PENAL MILITAR seja o do resultado. por militar da ativa contra militar na mesma
situação;”
c Art. 4o do CP.
Parte Geral c Alínea a com a redação dada pela Lei no 14.688,
Lugar do crime de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
Livro Único Art. 6o Considera‑se praticado o fato, no lugar publicação.
em que se desenvolveu a atividade criminosa, c Arts. 21 e 22 deste Código.
TÍTULO I – DA APLICAÇÃO no todo ou em parte, e ainda que sob forma c Art. 84 odo CPPM.
DA LEI PENAL MILITAR de participação, bem como onde se produziu c Súm. n 6 do STJ.
ou deveria produzir‑se o resultado. Nos crimes b) por militar em situação de atividade ou
Princípio de legalidade omissivos, o fato considera‑se praticado no lu‑ assemelhado, em lugar sujeito à adminis‑
Art. 1 o Não há crime sem lei anterior que o gar em que deveria realizar‑se a ação omitida. tração militar, contra militar da reserva, ou
defina, nem pena sem prévia cominação legal. c Art. 6o do CP. reformado, ou assemelhado, ou civil;
c Art. 5o, XXXIX, da CF. c Arts. 88 a 92 do CPPM.  Nova redação do dispositivo alterado: “b)
c Art. 1o do CP. Territorialidade. Extraterritorialidade por militar da ativa, em lugar sujeito à ad‑
ministração militar, contra militar da reserva
Lei supressiva de incriminação Art. 7o Aplica‑se a lei penal militar, sem prejuí‑ ou reformado ou contra civil;”
Art. 2o Ninguém pode ser punido por fato que zo de convenções, tratados e regras de direito c Alínea b com a redação dada pela Lei no 14.688,
lei posterior deixa de considerar crime, cessan‑ internacional, ao crime cometido, no todo ou
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
do, em virtude dela, a própria vigência de sen‑ em parte, no território nacional, ou fora dele, publicação.
tença condenatória irrecorrível, salvo quanto ainda que, neste caso, o agente esteja sendo
processado ou tenha sido julgado pela justiça c) por militar em serviço ou atuando em razão
aos efeitos de natureza civil. da função, em comissão de natureza mili‑
estrangeira.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. tar, ou em formatura, ainda que fora do
c Art. 7 do CP.
o
2o Ninguém pode ser punido por fato que lugar sujeito à administração militar contra
c Art. 4 do CPPM.
o
lei posterior deixa de considerar crime, militar da reserva, ou reformado, ou civil;
cessando em virtude dela a execução e os Território nacional por extensão c Alínea c com a redação dada pela Lei n o 9.299, de
efeitos penais da sentença condenatória.” § 1 Para os efeitos da lei penal militar consi‑
o 7-8-1996.
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688, deram‑se como extensão do território nacional c LC n 97, de 9-6-1999, dispõe sobre as normas ge-
o

de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer rais para a organização, o preparo e o emprego das
publicação. que se encontrem, sob comando militar ou mi‑ Forças Armadas.
c Art. 5o, XL, da CF. litarmente utilizados ou ocupados por ordem d) por militar durante o período de manobras
c Art. 123, III, deste Código. legal de autoridade competente, ainda que de ou exercício, contra militar da reserva, ou
c Art. 2o do CP. propriedade privada. reformado, ou assemelhado, ou civil;
c Art. 66 da LEP. Ampliação a aeronaves ou e) por militar em situação de atividade, ou
c Art. 9o do Pacto de São José da Costa Rica. navios estrangeiros assemelhado, contra o patrimônio sob a
Retroatividade de lei mais benigna administração militar, ou a ordem adminis‑
§ 2o É também aplicável a lei penal militar ao trativa militar;
§ 1 o A lei posterior que, de qualquer outro crime praticado a bordo de aeronaves ou na‑
 Nova redação dos dispositivos alterados: “d)
modo, favorece o agente, aplica‑se retroati‑ vios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à
por militar, durante o período de manobras
vamente, ainda quando já tenha sobrevindo administração militar, e o crime atente contra
as instituições militares. ou exercício, contra militar da reserva ou
sentença condenatória irrecorrível. reformado ou contra civil; e) por militar da
c Art. 5o, XL, da CF. Conceito de navio ativa contra o patrimônio sob a administra‑
c Súm. no 611 do STF. § 3 o Para efeito da aplicação deste Código, ção militar ou contra a ordem administra‑
Apuração da maior benignidade considera‑se navio toda embarcação sob co‑ tiva militar;
§ 2o Para se reconhecer qual a mais favorável, mando militar. c Alíneas d e e com a redação dada pela Lei

a lei posterior e a anterior devem ser conside‑ Pena cumprida no estrangeiro no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
de sua publicação.
radas separadamente, cada qual no conjunto Art. 8 A pena cumprida no estrangeiro ate‑ c Art. 251, § 2o, deste Código.
o

de suas normas aplicáveis ao fato. nua a pena imposta no Brasil pelo mesmo cri‑
me, quando diversas, ou nela é computada, f) Revogada. Lei n 9.299, de 7-8-1996.
o
c Art. 5o, XXXIX, da CF.
quando idênticas. III – os crimes praticados por militar da reserva,
Medidas de segurança
c Art. 8o do CP. ou reformado, ou por civil, contra as institui‑
Art. 3 o As medidas de segurança regem‑se ções militares, considerando‑se como tais não
pela lei vigente ao tempo da sentença, preva‑ Crimes militares em tempo de paz só os compreendidos no inciso I, como os do
lecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao Art. 9 o
Consideram‑se crimes militares, em inciso II, nos seguintes casos:
tempo da execução. tempo de paz: c Súm. Vinc. n o 36 do STF.
c Arts. 110 a 120 deste Código. I – os crimes de que trata este Código, quan‑ c Súm. no 298 do STF.
c Arts. 659 a 674 do CPPM. do definidos de modo diverso na lei penal co‑ c Súm. no 53 do STJ.

480
Código Penal Militar Arts. 10 a 21
a) contra o patrimônio sob a administração d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 – Có‑ Art. 14. O defeito do ato de incorporação não
militar, ou contra a ordem administrativa digo Eleitoral. exclui a aplicação da lei penal militar, salvo
militar; c § 2o acrescido pela Lei n o 13.491, de 13-10-2017. se alegado ou conhecido antes da prática do
b) em lugar sujeito à administração militar Crimes militares em tempo de guerra crime.
contra militar em situação de atividade
ou assemelhado, ou contra funcionário de Art. 10. Consideram‑se crimes militares, em  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
tempo de guerra: 14. O defeito do ato de incorporação ou de
Ministério Militar ou da Justiça Militar, no
c Art. 675 e segs. do CPPM. matrícula não exclui a aplicação da lei penal
exercício de função inerente ao seu cargo;
militar, salvo se alegado ou conhecido antes
 Nova redação do dispositivo alterado: “b) I – os especialmente previstos neste Código
da prática do crime.”
em lugar sujeito à administração militar, para o tempo de guerra;
c Artigo com a redação dada pela Lei n 14.688,
o
contra militar da ativa ou contra servidor c Art. 355 e segs. deste Código.
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
público das instituições militares ou da Jus‑ II – os crimes militares previstos para o tempo publicação.
tiça Militar, no exercício de função inerente de paz;
ao seu cargo;” Tempo de guerra
c Art. 9o deste Código.
Alínea b com a redação dada pela Lei no 14.688, III – os crimes previstos neste Código, embo‑ Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos

CÓDIGO PENAL MILITAR


c
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua da aplicação da lei penal militar, começa com
publicação. ra também o sejam com igual definição na lei a declaração ou o reconhecimento do estado
penal comum ou especial, quando praticados,
c) contra militar em formatura, ou durante o de guerra, ou com o decreto de mobilização se
qualquer que seja o agente:
período de prontidão, vigilância, observa‑ nele estiver compreendido aquele reconheci‑
ção, exploração, exercício, acampamento, a) em Território Nacional, ou estrangeiro, mi‑ mento; e termina quando ordenada a cessação
acantonamento ou manobras; litarmente ocupado; das hostilidades.
d) ainda que fora do lugar sujeito à adminis‑ b) em qualquer lugar, se comprometem ou
c Art. 84, XIX, da CF.
podem comprometer a preparação, a efi‑
tração militar, contra militar em função de c Art. 355 e segs. deste Código.
ciência ou as operações militares ou, de
natureza militar, ou no desempenho de Contagem de prazo
qualquer outra forma, atentam contra a se‑
serviço de vigilância, garantia e preserva‑
gurança externa do País ou podem expô‑la Art. 16. No cômputo dos prazos inclui‑se o dia
ção da ordem pública, administrativa ou
a perigo; do começo. Contam‑se os dias, os meses e os
judiciária, quando legalmente requisitado
para aquele fim, ou em obediência a deter‑ IV – os crimes definidos na lei penal comum ou anos pelo calendário comum.
minação legal superior. especial, embora não previstos neste Código, c Art. 10 do CP.
quando praticados em zona de efetivas ope‑
Crimes dolosos rações militares ou em território estrangeiro, Legislação especial. Salário mínimo
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando militarmente ocupado. Art. 17. As regras gerais deste Código apli‑
dolosos contra a vida e cometidos por militares Militares estrangeiros cam‑se aos fatos incriminados por lei penal
contra civil, serão da competência do Tribunal militar especial, se esta não dispõe de modo
do Júri. Art. 11. Os militares estrangeiros, quando
diverso. Para os efeitos penais, salário mínimo
em comissão ou estágio nas Forças Armadas,
c Parágrafo único transformado em § 1o e com a re-
ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, res‑ é o maior mensal vigente no País, ao tempo
dação dada pela Lei no 13.491, de 13-10-2017. da sentença.
c A alteração que seria inserida neste dispositivo salvado o disposto em tratados ou convenções
pela Lei no 14.688, de 20-9-2023, foi vetada, razão internacionais. Crimes praticados em
pela qual, mantivemos a sua redação.  Nova redação do dispositivo alterado: “Art. prejuízo de país aliado
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando 11. Os militares estrangeiros, quando em Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste
dolosos contra a vida e cometidos por milita‑ comissão ou em estágio em instituições mi‑ Código os crimes praticados em prejuízo de
res das Forças Armadas contra civil, serão da litares, ficam sujeitos à lei penal militar bra‑ país em guerra contra país inimigo do Brasil:
competência da Justiça Militar da União, se sileira, ressalvado o disposto em tratados ou
I – se o crime é praticado por brasileiro;
praticados no contexto: em convenções internacionais.”
II – se o crime é praticado no Território Nacio‑
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 2o c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688,
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
nal, ou em território estrangeiro, militarmente
Os crimes militares de que trata este artigo, publicação. ocupado por força brasileira, qualquer que seja
incluídos os previstos na legislação penal, o agente.
nos termos do inciso II do caput deste arti‑ Equiparação a militar da ativa
Infrações disciplinares
go, quando dolosos contra a vida e cometi‑ Art. 12. O militar da reserva ou reformado,
dos por militares das Forças Armadas contra empregado na administração militar, equipa‑ Art. 19. Este Código não compreende as infra‑
civil, serão da competência da Justiça Mili‑ ra‑se ao militar em situação de atividade, para ções dos regulamentos disciplinares.
tar da União, se praticados no contexto:” o efeito da aplicação da lei penal militar. c Dec. no 76.322, de 22-9-1975, aprova o Regulamen-
c Caput do § 2 o com a redação dada pela Lei  Nova redação do dispositivo alterado: “Art. to Disciplinar da Aeronáutica – RDAER.
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias 12. O militar da reserva ou reformado, c Dec. no 88.545, de 26-7-1983, aprova o Regulamen-
de sua publicação. quando empregado na administração mi‑ to Disciplinar para a Marinha.
litar, equipara‑se ao militar da ativa, para c Dec. no 4.346, de 26-8-2002, aprova o Regulamento
I – do cumprimento de atribuições que lhes fo‑
o efeito da aplicação da lei penal militar.” Disciplinar do Exército – R-4.
rem estabelecidas pelo Presidente da República
ou pelo Ministro de Estado da Defesa; c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688, Crimes praticados em tempo de guerra
II – de ação que envolva a segurança de insti‑ de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de
tuição militar ou de missão militar, mesmo que publicação.
guerra, salvo disposição especial, aplicam‑se as
não beligerante; ou c Arts. 3o e 4o da Lei no 6.880, de 9-12-1980 (Estatuto
dos Militares). penas cominadas para o tempo de paz, com o
III – de atividade de natureza militar, de ope‑ aumento de um terço.
ração de paz, de garantia da lei e da ordem Militar da reserva ou reformado
c Art. 10 deste Código.
ou de atribuição subsidiária, realizadas em Art. 13. O militar da reserva, ou reformado,
conformidade com o disposto no art. 142 da conserva as responsabilidades e prerrogativas Assemelhado
Constituição Federal e na forma dos seguintes do posto ou graduação, para o efeito da apli‑ Art. 21. Considera‑se assemelhado o servidor,
diplomas legais: cação da lei penal militar, quando pratica ou efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha,
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – contra ele é praticado crime militar. do Exército ou da Aeronáutica, submetido a
Código Brasileiro de Aeronáutica; c Arts. 3 o e 4o da Lei n o 6.880, de 9-12-1980 (Estatuto preceito de disciplina militar, em virtude de lei
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de dos Militares). ou regulamento.
1999; Defeito de incorporação ou de matrícula c Este artigo estará revogado pela Lei n o 14.688, de
c) Decreto‑Lei no 1.002, de 21 de outubro de c Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, de 20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
1969 – Código de Processo Penal Militar; e 20-9-2023. c Art. 84 do CPPM.

481
Arts. 22 a 37 Código Penal Militar
Pessoa considerada militar Art. 27. Quando este Código se refere a fun‑ Crime impossível
Art. 22. É considerada militar, para efeito da cionários, compreende, para efeito da sua Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do
aplicação deste Código, qualquer pessoa que, aplicação, os juízes, os representantes do Mi‑ meio empregado ou por absoluta improprie‑
em tempo de paz ou de guerra, seja incorpo‑ nistério Público, os funcionários e auxiliares da dade do objeto, é impossível consumar‑se o
rada às Forças Armadas, para nelas servir em Justiça Militar. crime, nenhuma pena é aplicável.
posto, graduação, ou sujeição à disciplina  Nova redação do dispositivo alterado: “Art. c Art. 17 do CP.
militar. 27. Para o efeito da aplicação deste Código, c Súm. no 145 do STF.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. consideram‑se servidores da Justiça Militar c Súm. no 567 do STJ.
22. É militar, para o efeito da aplicação des‑ os juízes, os servidores públicos e os auxilia‑ Art. 33. Diz‑se o crime:
te Código, qualquer pessoa que, em tempo res da Justiça Militar.” c Art. 18 do CP.
de paz ou de guerra, seja incorporada a c Artigo com a redação dada pela Lei n 14.688,
o

instituições militares ou nelas matriculada, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
Culpabilidade
para servir em posto ou em graduação ou publicação. I – doloso, quando o agente quis o resultado
em regime de sujeição à disciplina militar.” Casos de prevalência do ou assumiu o risco de produzi‑lo;
c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688, Código Penal Militar II – culposo, quando o agente, deixando de
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua empregar a cautela, atenção, ou diligência or‑
publicação. Art. 28. Os crimes contra a segurança exter‑ dinária, ou especial, a que estava obrigado em
Equiparação a comandante na do País ou contra as instituições militares, face das circunstâncias, não prevê o resultado
definidos neste Código, excluem os da mesma que podia prever ou, prevendo‑o, supõe levia‑
Art. 23. Equipara‑se ao comandante, para o natureza definidos em outras leis.
efeito da aplicação da lei penal militar, toda namente que não se realizaria ou que poderia
autoridade com função de direção. evitá‑lo.
TÍTULO II – DO CRIME
Conceito de superior Excepcionalidade do crime culposo
Relação de causalidade Parágrafo único. Salvo os casos expressos
Art. 24. O militar que, em virtude da função,
exerce autoridade sobre outro de igual posto Art. 29. O resultado de que depende a existên‑ em lei, ninguém pode ser punido por fato
ou graduação, considera‑se superior, para efei‑ cia do crime somente é imputável a quem lhe previsto como crime, senão quando o pratica
to da aplicação da lei penal militar. deu causa. Considera‑se causa a ação ou omis‑ dolosamente.
são sem a qual o resultado não teria ocorrido. Nenhuma pena sem culpabilidade
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
c Art. 13 do CP.
24. Considera‑se superior para fins de apli‑ Art. 34. Pelos resultados que agravam es‑
cação da lei penal militar:” Superveniência de causa independente pecialmente as penas só responde o agen‑
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688, § 1o A superveniência de causa relativamente te quando os houver causado, pelo menos,
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua independente exclui a imputação quando, por culposamente.
publicação.
si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores c Art. 19 do CP.
c Art. 47 deste Código.
imputam‑se, entretanto, a quem os praticou. Erro de direito
I – o militar que ocupa nível hierárquico,
Relevância de omissão Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substi‑
posto ou graduação superiores, conforme a
antiguidade, nos termos da Lei n o 6.880, de § 2o A omissão é relevante como causa quan‑ tuída por outra menos grave quando o agen‑
9 de dezembro de 1980 (Estatuto dos Milita- do o omitente devia e podia agir para evitar te, salvo em se tratando de crime que atente
res), e de leis das unidades da Federação que o resultado. O dever de agir incumbe a quem contra o dever militar, supõe lícito o fato, por
regulam o regime jurídico de seus militares; tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ignorância ou erro de interpretação da lei, se
II – o militar que, em virtude da função, exer- ou vigilância; a quem, de outra forma, assumiu escusáveis.
ce autoridade sobre outro de igual posto ou a responsabilidade de impedir o resultado; e a c Arts. 183 a 204 deste Código.
graduação. quem, com seu comportamento anterior, criou Erro de fato
Incisos I e II acrescidos pela Lei no 14.688, de 20-9- o risco de sua superveniência.
c
2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação.
Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o
Art. 30. Diz‑se o crime: crime, supõe, por erro plenamente escusável,
Parágrafo único. O militar sobre o qual se c Art. 14 do CP. a inexistência de circunstância de fato que o
exerce autoridade nas condições descritas nos constitui ou a existência de situação de fato
incisos I e II do caput deste artigo é considera- Crime consumado
que tornaria a ação legítima.
do inferior hierárquico para fins de aplicação I – consumado, quando nele se reúnem todos
c Art. 20, § 1 o, do CP.
da lei penal militar. os elementos de sua definição legal;
c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.688, c Art. 125, § 2 o, a, deste Código. Erro culposo
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua Tentativa § 1 o Se o erro deriva de culpa, a este título
publicação. responde o agente, se o fato é punível como
Crime praticado em presença do inimigo II – tentado, quando, iniciada a execução, não crime culposo.
se consuma por circunstâncias alheias à von‑
Art. 25. Diz‑se crime praticado em presença tade do agente.
c Art. 33, parágrafo único, deste Código.
do inimigo, quando o fato ocorre em zona de Erro provocado
c Art. 125, § 2 , b, deste Código.
o
efetivas operações militares, ou na iminência § 2o Se o erro é provocado por terceiro, respon‑
ou em situação de hostilidade. Pena de tentativa
derá este pelo crime, a título de dolo ou culpa,
Referência a “brasileiro” ou “nacional” Parágrafo único. Pune‑se a tentativa com a conforme o caso.
Art. 26. Quando a lei penal se refere a “brasi‑ pena correspondente ao crime, diminuída de
c Art. 20, § 2 o, do CP.
leiro” ou “nacional”, compreende as pessoas um a dois terços, podendo o juiz, no caso de
enumeradas como brasileiros na Constituição excepcional gravidade, aplicar a pena do crime Erro sobre a pessoa
do Brasil. consumado. Art. 37. Quando o agente, por erro de per‑
c Art. 12 da CF. Desistência voluntária e cepção ou no uso dos meios de execução, ou
arrependimento eficaz outro acidente, atinge uma pessoa em vez de
Estrangeiros outra, responde como se tivesse praticado o
Parágrafo único. Para os efeitos da lei pe‑ Art. 31. O agente que, voluntariamente, desis‑ crime contra aquela que realmente pretendia
nal militar, são considerados estrangeiros te de prosseguir na execução ou impede que o atingir. Devem ter‑se em conta não as condi‑
os apátridas e os brasileiros que perderam a resultado se produza, só responde pelos atos ções e qualidades da vítima, mas as da outra
nacionalidade. já praticados. pessoa, para configuração, qualificação ou
c Art. 15 do CP. exclusão do crime, e agravação ou atenuação
Servidores da Justiça Militar
c Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, de Art. 31‑A. VETADO. Lei n 14.688, de da pena.
o

20-9-2023. 20-9-2023. c Art. 20, § 3 o, do CP.

482
Código Penal Militar Arts. 38 a 51
Erro quanto ao bem jurídico grave calamidade, compele os subalternos, por de desenvolvimento mental incompleto ou
§ 1o Se, por erro ou outro acidente na execu‑ meios violentos, a executar serviços e mano‑ retardado.
ção, é atingido bem jurídico diverso do visado bras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, c Art. 26 do CP.
pelo agente, responde este por culpa, se o fato ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a Redução facultativa da pena
é previsto como crime culposo. rendição, a revolta ou o saque.
Parágrafo único. Se a doença ou a deficiência
c Art. 74 do CP. c A alteração que seria inserida neste parágrafo
único pela Lei no 14.688, de 20-9-2023, foi vetada, mental não suprime, mas diminui considera‑
Duplicidade do resultado razão pela qual, mantivemos a sua redação. velmente a capacidade de entendimento da
§ 2o Se, no caso do artigo, é também atingi‑ c Art. 23 do CP. ilicitude do fato ou a de autodeterminação,
da a pessoa visada, ou, no caso do parágrafo c Arts. 188, I, e 1.210, § 1 o, do CC. não fica excluída a imputabilidade, mas a pena
anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, pode ser atenuada, sem prejuízo do disposto
Estado de necessidade, como
aplica‑se a regra do artigo 79. no artigo 113.
excludente do crime
c Art. 73 do CP.  Nova redação do dispositivo alterado: “Pa‑
Art. 43. Considera‑se em estado de necessida‑ rágrafo único. Se a doença ou a deficiência
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: de quem pratica o fato para preservar direito
Art. 22 do CP. mental não suprime, mas diminui conside‑
seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não

CÓDIGO PENAL MILITAR


c
ravelmente a capacidade de entendimento
Coação irresistível provocou, nem podia de outro modo evitar,
da ilicitude do fato ou a de autodetermina‑
a) sob coação irresistível ou que lhe supri‑ desde que o mal causado, por sua natureza e
ção, não fica excluída a imputabilidade, mas
ma a faculdade de agir segundo a própria importância, é consideravelmente inferior ao
a pena pode ser reduzida de 1/3 (um terço)
vontade; mal evitado, e o agente não era legalmente a 2/3 (dois terços), sem prejuízo do disposto
obrigado a arrostar o perigo. no art. 113 deste Código.”
Obediência hierárquica
c Art. 24 do CP.
b) em estrita obediência a ordem direta de su‑ c Parágrafo único com a redação dada pela Lei
perior hierárquico, em matéria de serviços. Legítima defesa no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
Art. 44. Entende‑se em legítima defesa quem, de sua publicação.
c Art. 24 deste Código.
usando moderadamente dos meios necessá‑ Embriaguez
§ 1 o Responde pelo crime o autor da coação
ou da ordem. rios, repele injusta agressão, atual ou iminente, Art. 49. Não é igualmente imputável o agente
a direito seu ou de outrem. que, por embriaguez completa proveniente de
§ 2o Se a ordem do superior tem por objeto a
c Art. 25 do CP. caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da
prática de ato manifestamente criminoso, ou
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
há excesso nos atos ou na forma da execução, Excesso culposo
entender o caráter criminoso do fato ou de de‑
é punível também o inferior. Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos terminar‑se de acordo com esse entendimento.
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 2o de exclusão de crime, excede culposamente os c Art. 28 do CP.
Se a ordem do superior tem por objeto a limites da necessidade, responde pelo fato, se c Art. 45 da Lei n o 11.343, de 23-8-2006 (Lei
prática de ato manifestamente crimino‑ este é punível, a título de culpa. Antidrogas).
so, ou há excesso nos atos ou na forma c Art. 23, parágrafo único, do CP.
da execução, é punível também o inferior Excesso escusável Parágrafo único. A pena pode ser reduzida
hierárquico.” de um a dois terços, se o agente por embria‑
Parágrafo único. Não é punível o excesso guez proveniente de caso fortuito ou força
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua quando resulta de escusável surpresa ou per‑ maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
publicação. turbação de ânimo, em face da situação. omissão, a plena capacidade de entender o
Excesso doloso caráter criminoso do fato ou de determinar‑se
Estado de necessidade, como
de acordo com esse entendimento.
excludente de culpabilidade Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda
c Art. 46 da Lei n o 11.343, de 23-8-2006 (Lei
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para quando punível o fato por excesso doloso. Antidrogas).
proteger direito próprio ou de pessoa a quem Elementos não constitutivos do crime
está ligado por estreitas relações de parentesco Menores
Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos Art. 50. O menor de dezoito anos é inimpu‑
ou afeição, contra perigo certo e atual, que
do crime: tável, salvo se, já tendo completado dezesseis
não provocou, nem podia de outro modo evi‑
tar, sacrifica direito alheio, ainda quando supe‑ I – a qualidade de superior ou a de inferior, anos, revela suficiente desenvolvimento psí‑
rior ao direito protegido, desde que não lhe era quando não conhecida do agente; quico para entender o caráter ilícito do fato
razoavelmente exigível conduta diversa. II – a qualidade de superior ou a de inferior, a e determinar‑se de acordo com este entendi‑
Coação física ou material de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a mento. Neste caso, a pena aplicável é diminuí‑
de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação da de um terço até a metade.
Art. 40. Nos crimes em que há violação do de‑ é praticada em repulsa a agressão.
ver militar, o agente não pode invocar coação  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
irresistível senão quando física ou material.  Nova redação dos dispositivos alterados: 50. O menor de 18 (dezoito) anos é penal‑
“I – a qualidade de superior ou a de infe‑ mente inimputável, ficando sujeito às nor‑
Atenuação de pena rior hierárquico, quando não conhecida do mas estabelecidas na legislação especial.”
Art. 41. Nos casos do artigo 38, letras a e b, agente; II – a qualidade de superior ou a c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688,
se era possível resistir à coação, ou se a ordem de inferior hierárquico, a de oficial de dia, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
não era manifestamente ilegal; ou, no caso de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, publicação.
do artigo 39, se era razoavelmente exigível o vigia ou plantão, quando a ação é praticada c Art. 228 da CF.
sacrifício do direito ameaçado, o juiz, tendo em repulsa a agressão.” c Lei no 8.069, de 13-7-1990 (Estatuto da Criança e
em vista as condições pessoais do réu, pode c Incisos I e II com a redação dada pela Lei no 14.688, do Adolescente).
atenuar a pena. de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua Equiparação a maiores
Exclusão de crime publicação.
Art. 51. Equiparam‑se aos maiores de dezoi‑
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica c Art. 24 deste Código. to anos, ainda que não tenham atingido essa
o fato: idade:
TÍTULO III – DA IMPUTABILIDADE PENAL
I – em estado de necessidade; a) os militares;
II – em legítima defesa; Inimputáveis b) os convocados, os que se apresentam à in‑
III – em estrito cumprimento do dever legal; Art. 48. Não é imputável quem, no momen‑ corporação e os que, dispensados tempo‑
IV – em exercício regular de direito. to da ação ou da omissão, não possui a ca‑ rariamente desta, deixam de se apresentar,
Parágrafo único. Não há igualmente crime pacidade de entender o caráter ilícito do fato decorrido o prazo de licenciamento;
quando o comandante de navio, aeronave ou ou de determinar‑se de acordo com esse en‑ c) os alunos de colégios ou outros estabeleci‑
praça de guerra, na iminência de perigo ou tendimento, em virtude de doença mental, mentos de ensino, sob direção e disciplina

483
Arts. 52 a 65 Código Penal Militar
militares, que já tenham completado de‑ TÍTULO V – DAS PENAS Pena do assemelhado
zessete anos. Art. 60. O assemelhado cumpre a pena
CAPÍTULO I
c Este artigo estará revogado pela Lei no 14.688, de conforme o posto ou graduação que lhe é
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação. DAS PENAS PRINCIPAIS
correspondente.
Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem Penas principais c Este artigo estará revogado pela Lei n o 14.688, de
como os menores de dezoito e maiores de de‑ Art. 55. As penas principais são: 20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
zesseis inimputáveis ficam sujeitos às medidas c Este caput estará revogado pela Lei no 14.688, de c Art. 21 deste Código.
c Art. 84 do CPPM.
educativas, curativas ou disciplinares determi‑ 20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
nadas em legislação especial. c Art. 5o, XLV a L e LXVII, da CF. Pena dos não assemelhados
c Este artigo estará revogado pela Lei n o 14.688, de c Art. 32 do CP. Parágrafo único. Para os não assemelhados
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
a) morte; dos Ministérios Militares e órgãos sob controle
destes, regula‑se a correspondência pelo pa‑
c Art. 5o, XLVII, da CF.
TÍTULO IV – DO CONCURSO DE AGENTES drão de remuneração.
c Art. 4o do Pacto de São José da Costa Rica.
Coautoria Pena superior a dois anos, aplicada a militar
b) reclusão;
Art. 53. Quem, de qualquer modo, con‑ c) detenção; Art. 61. A pena privativa da liberdade por mais
corre para o crime incide nas penas a este d) prisão; de dois anos, aplicada a militar, é cumprida em
cominadas. penitenciária militar e, na falta dessa, em es‑
e) impedimento;
tabelecimento prisional civil, ficando o recluso
c Arts. 29 a 31 do CP. f) suspensão do exercício do posto, gradua‑ ou detento sujeito ao regime conforme a le‑
Condições ou circunstâncias pessoais ção, cargo ou função; gislação penal comum, de cujos benefícios e
§ 1 o A punibilidade de qualquer dos concor‑ c Esta alínea estará revogada pela Lei n 14.688, de concessões, também, poderá gozar.
o

rentes é independente da dos outros, determi‑ 20-9-2023, após 60 dias de sua publicação. c Artigo com a redação dada pela Lei n o 6.544, de
nando‑se segundo a sua própria culpabilidade. g) reforma. 30-6-1978.
Não se comunicam, outrossim, as condições ou c Esta alínea estará revogada pela Lei no 14.688, de c Art. 598 do CPPM.
circunstâncias de caráter pessoal, salvo quan‑ 20-9-2023, após 60 dias de sua publicação. Pena privativa da liberdade aplicada a civil
do elementares do crime. Pena de morte Art. 62. O civil cumpre a pena aplicada pela
Agravação de pena Art. 56. A pena de morte é executada por fu‑ Justiça Militar, em estabelecimento prisional
§ 2o A pena é agravada em relação ao agente zilamento. civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a
que: legislação penal comum, de cujos benefícios e
c Arts. 5o, XLVII, e 60, § 4 o, IV, da CF.
concessões, também, poderá gozar.
I – promove ou organiza a cooperação no cri‑ c Arts. 707 e 708 do CPPM. c Arts. 82 a 104 da LEP.
me ou dirige a atividade dos demais agentes; Comunicação c Art. 3 o da Lei n o 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos Cri-
II – coage outrem à execução material do mes Hediondos).
crime; Art. 57. A sentença definitiva de condenação
c Súm. no 192 do STJ.
III – instiga ou determina a cometer o crime al‑ à morte é comunicada, logo que passe em jul‑
Cumprimento em penitenciária militar
guém sujeito à sua autoridade, ou não punível gado, ao Presidente da República, e não pode
em virtude de condição ou qualidade pessoal; ser executada senão depois de sete dias após Parágrafo único. Por crime militar praticado
IV – executa o crime, ou nele participa, me‑ a comunicação. em tempo de guerra poderá o civil ficar sujeito
diante paga ou promessa de recompensa. Parágrafo único. Se a pena é imposta em a cumprir a pena, no todo ou em parte, em
penitenciária militar, se, em benefício da segu‑
Atenuação de pena zona de operações de guerra, pode ser ime‑
rança nacional, assim o determinar a sentença.
diatamente executada, quando o exigir o inte‑
§ 3o A pena é atenuada com relação ao agen‑ c Art. 62 com a redação dada pela Lei n o 6.544, de
resse da ordem e da disciplina militares. 30-6-1978.
te, cuja participação no crime é de somenos
c Art. 84, XII, da CF.
importância. Pena de impedimento
c Arts. 73 a 75 deste Código. Mínimos e máximos genéricos Art. 63. A pena de impedimento sujeita o con‑
Cabeças Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de denado a permanecer no recinto da unidade,
um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo sem prejuízo da instrução militar.
§ 4o Na prática de crime de autoria coletiva ne‑
da pena de detenção é de trinta dias, e o má‑ Pena de suspensão do exercício do
cessária, reputam‑se cabeças os que dirigem,
ximo de dez anos. posto, graduação, cargo ou função
provocam, instigam ou excitam a ação.
c Arts. 149 a 152 deste Código.
Pena até dois anos aplicada a militar Art. 64. A pena de suspensão do exercício do
posto, graduação, cargo ou função consiste na
§ 5o Quando o crime é cometido por inferiores Art. 59. A pena de reclusão ou de detenção
até dois anos, aplicada a militar, é convertida agregação, no afastamento, no licenciamen‑
e um ou mais oficiais, são estes considerados
to ou na disponibilidade do condenado, pelo
cabeças, assim como os inferiores que exercem em pena de prisão e cumprida, quando não tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu
função de oficial. cabível a suspensão condicional:
comparecimento regular à sede do serviço.
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 5o c Caput com a redação dada pela Lei n 6.544, de Não será contado como tempo de serviço, para
o

30-6-1978.
Quando o crime é cometido por inferiores qualquer efeito, o do cumprimento da pena.
hierárquicos e um ou mais oficiais, são estes I – pelo oficial, em recinto de estabelecimento c Este artigo estará revogado pela Lei no 14.688, de
considerados cabeças, assim como os infe‑ militar; 20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
riores hierárquicos que exercem função de II – pela praça, em estabelecimento penal c Art. 604 do CPPM.
oficial.” militar, onde ficará separada de presos que Caso de reserva, reforma ou aposentadoria
c § 5 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de estejam cumprindo pena disciplinar ou pena Parágrafo único. Se o condenado, quando
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua privativa de liberdade por tempo superior a proferida a sentença, já estiver na reserva, ou
publicação. dois anos. reformado ou aposentado, a pena prevista
Casos de impunibilidade Separação de praças especiais e graduadas neste artigo será convertida em pena de de‑
Art. 54. O ajuste, a determinação ou instiga‑ Parágrafo único. Para efeito de separação, no tenção, de três meses a um ano.
ção e o auxílio, salvo disposição em contrário, cumprimento da pena de prisão, atender‑se‑á, Pena de reforma
não são puníveis se o crime não chega, pelo também, à condição das praças especiais e à Art. 65. A pena de reforma sujeita o condena‑
menos, a ser tentado. das graduadas, ou não; e, dentre as gradua‑ do à situação de inatividade, não podendo per‑
c Art. 31 do CP. das, à das que tenham graduação especial. ceber mais de um vinte e cinco avos do soldo,

484
Código Penal Militar Arts. 66 a 77
por ano de serviço, nem receber importância dificultou ou tornou impossível a defesa da tar‑lhe ou minorar‑lhe as consequências,
superior à do soldo. vítima; ou ter, antes do julgamento, reparado o
c Este artigo estará revogado pela Lei no 14.688, de e) com o emprego de veneno, asfixia, tortura, dano;
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação. fogo, explosivo, ou qualquer outro meio c) cometido o crime sob a influência de vio‑
Superveniência de doença mental dissimulado ou cruel, ou de que podia re‑ lenta emoção, provocada por ato injusto da
sultar perigo comum; vítima;
Art. 66. O condenado a que sobrevenha doen‑
ça mental deve ser recolhido a manicômio ju‑
c Art. 5o, 2, do Pacto de São José da Costa Rica. d) confessado espontaneamente, perante a
diciário ou, na falta deste, a outro estabele‑ f) contra ascendente, descendente, irmão ou autoridade, a autoria do crime, ignorada
cimento adequado, onde lhe seja assegurado cônjuge; ou imputada a outrem;
custódia e tratamento. g) com abuso de poder ou violação de de‑ c Arts. 307 a 310 do CPPM.
c Arts. 26 e 41 do CP.
ver inerente a cargo, ofício, ministério ou e) sofrido tratamento com rigor não permiti‑
c Art. 154 do CPP.
profissão; do em lei.
Art. 600 do CPPM.
h) contra criança, velho ou enfermo;
c Não atendimento de atenuantes
c Art. 183 da LEP.  Nova redação do dispositivo alterado: “h)
contra criança, pessoa maior de 60 (sessen‑ Parágrafo único. Nos crimes em que a pena

CÓDIGO PENAL MILITAR


Tempo computável
ta) anos, pessoa enferma, mulher grávida máxima cominada é de morte, ao juiz é facul‑
Art. 67. Computam‑se na pena privativa de ou pessoa com deficiência;” tado atender, ou não, às circunstâncias ate‑
liberdade o tempo de prisão provisória, no c Alínea h com a redação dada pela Lei n o 14.688, nuantes enumeradas no artigo.
Brasil ou no estrangeiro, e o de internação em de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua Quantum da agravação ou atenuação
hospital ou manicômio, bem como o excesso publicação.
de tempo, reconhecido em decisão judicial ir‑ Art. 73. Quando a lei determina a agravação
i) quando o ofendido estava sob a imediata ou atenuação da pena sem mencionar o quan-
recorrível, no cumprimento da pena, por outro proteção da autoridade;
crime, desde que a decisão seja posterior ao tum, deve o juiz fixá‑lo entre um quinto e um
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, enca‑ terço, guardados os limites da pena cominada
crime de que se trata. lhe, alagamento, inundação, ou qualquer ao crime.
c Art. 42 do CP. calamidade pública, ou de desgraça parti‑
Transferência de condenados cular do ofendido; Mais de uma agravante ou atenuante
Art. 68. O condenado pela Justiça Militar de l) estando de serviço; Art. 74. Quando ocorre mais de uma agravan‑
uma região, distrito ou zona pode cumprir m) com emprego de arma, material ou instru‑ te ou mais de uma atenuante, o juiz poderá
pena em estabelecimento de outra região, mento de serviço, para esse fim procurado; limitar‑se a uma só agravação ou a uma só
distrito ou zona. n) em auditório da Justiça Militar ou local atenuação.
onde tenha sede a sua administração;
CAPÍTULO II Concurso de agravantes e atenuantes
o) em país estrangeiro.
DA APLICAÇÃO DA PENA Parágrafo único. As circunstâncias das letras Art. 75. No concurso de agravantes e ate‑
Fixação da pena privativa de liberdade c, salvo no caso de embriaguez preordenada, nuantes, a pena deve aproximar‑se do limite
Art. 69. Para fixação da pena privativa de li‑ l, m e o, só agravam o crime quando praticado indicado pelas circunstâncias preponderantes,
por militar. entendendo‑se como tais as que resultam dos
berdade, o juiz aprecia a gravidade do crime motivos determinantes do crime, da perso‑
praticado e a personalidade do réu, devendo Reincidência nalidade do agente, e da reincidência. Se há
ter em conta a intensidade do dolo ou grau Art. 71. Verifica‑se a reincidência quando o equivalência entre umas e outras, é como se
da culpa, a maior ou menor extensão do dano agente comete novo crime, depois de tran‑ não tivessem ocorrido.
ou perigo de dano, os meios empregados, o sitar em julgado a sentença que, no País ou
modo de execução, os motivos determinantes, no estrangeiro, o tenha condenado por crime Majorantes e minorantes
as circunstâncias de tempo e lugar, os antece‑ anterior. Art. 76. Quando a lei prevê causas especiais
dentes do réu e sua atitude de insensibilidade, c Art. 63 do CP. de aumento ou diminuição da pena, não fica o
indiferença ou arrependimento após o crime. c Súm. no 241 do STJ. juiz adstrito aos limites da pena cominada ao
c Art. 59 do CP. Temporariedade da reincidência crime, senão apenas aos da espécie de pena
c Art. 5o, 6, do Pacto de São José da Costa Rica. aplicável (art. 58).
Súmulas nos 231, 241, 440, 442 a 444 e 636 do STJ.
§ 1 Não se toma em conta, para efeito da re‑
o
c
incidência, a condenação anterior, se, entre a Parágrafo único. No concurso dessas causas
Determinação da pena data do cumprimento ou extinção da pena e especiais, pode o juiz limitar‑se a um só au‑
§ 1o Se são cominadas penas alternativas, o juiz o crime posterior, decorreu período de tempo mento ou a uma só diminuição, prevalecen‑
deve determinar qual delas é aplicável. superior a cinco anos. do, todavia, a causa que mais aumente ou
c Arts. 603, 615 e 638 do CPPM.
diminua.
Limites legais da pena
Crimes não considerados para Cálculo da pena
§ 2 o Salvo o disposto no artigo 76, é fixada
efeito da reincidência c Epígrafe com a redação dada pela Lei n o 14.688, de
dentro dos limites legais a quantidade da pena
20-9-2023.
aplicável. § 2o Para efeito da reincidência, não se consi‑
Circunstâncias agravantes deram os crimes anistiados. Art. 77. A pena que tenha de ser aumentada
c Arts. 21, XVII, e 48, VIII, da CF.
ou diminuída, de quantidade fixa ou dentro de
Art. 70. São circunstâncias que sempre agra‑ determinados limites, é a que o juiz aplicaria,
c Art. 187 da LEP.
vam a pena, quando não integrantes ou quali‑ se não existisse a circunstância ou causa que
ficativas do crime: Circunstâncias atenuantes
importa o aumento ou diminuição.
c Art. 61 do CP. Art. 72. São circunstâncias que sempre ate‑
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
I – a reincidência; nuam a pena:
77. A pena‑base será fixada de acordo com
Súm. no 241 do STJ. c Art. 65 do CP.
c o critério definido no art. 69 deste Códi‑
c Súm. no 231 do STJ.
II – ter o agente cometido o crime: go e, em seguida, serão consideradas as
I – ser o agente menor de vinte e um ou maior circunstâncias atenuantes e agravantes e,
a) por motivo fútil ou torpe; de setenta anos;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a por último, as causas de diminuição e de
c Súm. n 74 do STJ.
o
aumento de pena.”
ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime; II – ser meritório seu comportamento anterior; c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
c) depois de embriagar‑se, salvo se a embria‑ III – ter o agente: de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
guez decorre de caso fortuito, engano ou a) cometido o crime por motivo de relevante publicação.
força maior; valor social ou moral; Parágrafo único. Salvo na aplicação das
d) à traição, de emboscada, com surpresa, b) procurado, por sua espontânea vontade causas de diminuição e de aumento, a pena
ou mediante outro recurso insidioso que e com eficiência, logo após o crime, evi‑ não poderá ser fixada aquém do mínimo nem

485
Arts. 78 a 84 Código Penal Militar
acima do máximo previsto em abstrato para uma ação ou omissão, pratica dois ou mais Limite da pena unificada
o crime. crimes, idênticos ou não, aplicam‑se‑lhe Art. 81. A pena unificada não pode ultrapassar
c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.688, cumulativamente as penas privativas de li‑ de trinta anos, se é de reclusão, ou de quinze
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua berdade em que haja incorrido.” anos, se é de detenção.
publicação. Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
c c Art. 75 do CP.
Criminoso habitual ou por tendência de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua c Súm. no 715 do STF.
Art. 78. Em se tratando de criminoso habitual publicação.
Redução facultativa da pena
ou por tendência, a pena a ser imposta será c Arts. 69 e 70 do CP.
§ 1o A pena unificada pode ser diminuída de
por tempo indeterminado. O juiz fixará a pena Parágrafo único. No caso de aplicação cumu-
um sexto a um quarto, no caso de unidade de
correspondente à nova infração penal, que lativa de penas de reclusão e de detenção,
ação ou omissão, ou de crime continuado.
constituirá a duração mínima da pena privativa executa‑se primeiro aquela.
da liberdade, não podendo ser, em caso algum, c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.688, Graduação no caso de pena de morte
inferior a três anos. de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua § 2o Quando cominada a pena de morte como
c Este artigo estará revogado pela Lei no 14.688, de publicação. grau máximo e a de reclusão como grau míni‑
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação. Concurso formal mo, aquela corresponde, para o efeito de gra‑
Limite da pena indeterminada duação, à de reclusão por trinta anos.
Art. 79‑A. Quando o agente, mediante uma c Art. 5o, XLVII, da CF.
§ 1o A duração da pena indeterminada não po‑ só ação ou omissão, pratica dois ou mais cri-
derá exceder a dez anos, após o cumprimento mes, idênticos ou não, aplica‑se‑lhe a mais Cálculo da pena aplicável à tentativa
da pena imposta. grave das penas cabíveis ou, se iguais, somen- § 3o Nos crimes punidos com a pena de morte,
Habitualidade presumida te uma delas, mas aumentada, em qualquer esta corresponde à de reclusão por trinta anos,
§ 2 o Considera‑se criminoso habitual aquele caso, de 1/6 (um sexto) até metade. para cálculo da pena aplicável à tentativa, sal‑
que: vo disposição especial.
§ 1o As penas aplicam‑se, entretanto, cumu-
c Art. 30, parágrafo único, deste Código.
a) reincide pela segunda vez na prática de lativamente, se a ação ou omissão é dolosa e
crime doloso da mesma natureza, punível os crimes concorrentes resultam de desígnios Ressalva do artigo 78, § 2o, letra b
com pena privativa de liberdade em perío‑ autônomos, consoante o disposto no art. 79 Art. 82. Quando se apresenta o caso do artigo
do de tempo não superior a cinco anos, deste Código. 78, § 2o, letra b, fica sem aplicação o disposto
descontado o que se refere a cumprimento § 2o Não poderá a pena exceder a que seria quanto ao concurso de crimes idênticos ou ao
de pena; cabível pela regra do art. 79 deste Código. crime continuado.
Habitualidade reconhecível pelo juiz c Este artigo estará revogado pela Lei no 14.688, de
c Art. 79‑A acrescido pela Lei no 14.688, de 20-9-
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
b) embora sem condenação anterior, comete 2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação.
sucessivamente, em período de tempo não Penas não privativas de liberdade
Crime continuado
superior a cinco anos, quatro ou mais cri‑ Art. 83. As penas não privativas de liberda‑
mes dolosos da mesma natureza, puníveis
Art. 80. Aplica‑se a regra do artigo anterior, de são aplicadas distinta e integralmente,
com pena privativa de liberdade, e demons‑ quando o agente, mediante mais de uma ação ainda que previstas para um só dos crimes
tra, pelas suas condições de vida e pelas ou omissão, pratica dois ou mais crimes da concorrentes.
circunstâncias dos fatos apreciados em mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhan‑ CAPÍTULO III
conjunto, acentuada inclinação para tais
crimes. tes, devem os subsequentes ser considerados DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
c Art. 82 deste Código.
como continuação do primeiro. Pressupostos da suspensão
c Art. 71 do CP. Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, de
Criminoso por tendência c
c Súm. no 711 do STF. 20-9-2023.
§ 3 o Considera‑se criminoso por tendência
aquele que comete homicídio, tentativa de Parágrafo único. Não há crime continuado Art. 84. A execução da pena privativa da li‑
homicídio ou lesão corporal grave, e, pelos quando se trata de fatos ofensivos de bens berdade, não superior a dois anos, pode ser
motivos determinantes e meios ou modos de jurídicos inerentes à pessoa, salvo se as ações suspensa, por dois anos a seis anos, desde que:
execução, revela extraordinária torpeza, per‑ ou omissões sucessivas são dirigidas contra a c Caput com a redação dada pela Lei no 6.544, de
mesma vítima. 30-6-1978.
versão ou malvadez.
c Súm. no 605 do STF.  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
Ressalva do artigo 113
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. 84. A execução da pena privativa de liber‑
§ 4o Fica ressalvado, em qualquer caso, o dis‑ dade não superior a 2 (dois) anos pode ser
posto no artigo 113. 80. Quando o agente, mediante mais de
suspensa por 3 (três) a 5 (cinco) anos, no
uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
Crimes da mesma natureza caso de pena de reclusão, e por 2 (dois) a
crimes da mesma espécie e, pelas condições 4 (quatro) anos, no caso de pena de deten‑
§ 5o Consideram‑se crimes da mesma natureza de tempo, lugar, maneira de execução e ou‑
os previstos no mesmo dispositivo legal, bem ção, desde que:”
tras semelhantes, devem os subsequentes
como os que, embora previstos em dispositivos c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
ser havidos como continuação do primeiro, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
diversos, apresentam, pelos fatos que os cons‑ aplica‑se‑lhe a pena de um só dos crimes, publicação.
tituem ou por seus motivos determinantes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, c Arts. 606 a 617 do CPPM.
caracteres fundamentais comuns. aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um c Arts. 156 a 163 da LEP.
Concurso material sexto) a 2/3 (dois terços). Parágrafo único. c Art. 5o da Lei no 1.521, de 23-12-1951 (Lei dos Cri-
c Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, de Nos crimes dolosos contra vítimas dife‑ mes Contra a Economia Popular).
20-9-2023. rentes cometidos com violência ou grave I – o sentenciado não haja sofrido no País ou
Art. 79. Quando o agente, mediante uma só ameaça à pessoa, poderá o juízo, conside‑ no estrangeiro, condenação irrecorrível por
ou mais de uma ação ou omissão, pratica dois rando a culpabilidade, os antecedentes, a outro crime a pena privativa da liberdade, salvo
ou mais crimes, idênticos ou não, as penas pri‑ conduta social e a personalidade do agente, o disposto no § 1o do artigo 71;
vativas de liberdade devem ser unificadas. Se bem como os motivos e as circunstâncias, II – os seus antecedentes e personalidade, os
as penas são da mesma espécie, a pena única aumentar a pena de um só dos crimes, se motivos e as circunstâncias do crime, bem
é a soma de todas; se, de espécies diferentes, idênticas, ou a mais grave, se diversas, até como sua conduta posterior, autorizem a pre‑
a pena única é a mais grave, mas com aumento o triplo, observadas as regras dos §§ 1o e sunção de que não tornará a delinquir.
correspondente à metade do tempo das menos 2o do art. 79‑A e do art. 81 deste Código.” c Incisos I e II com a redação dada pela Lei no 6.544,
graves, ressalvado o disposto no artigo 58. c Art. 80 com a redação dada pela Lei no 14.688,
de 30-6-1978.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua  Nova redação do dispositivo alterado: “II – a
79. Quando o agente, mediante mais de publicação. culpabilidade, os antecedentes, a conduta

486
Código Penal Militar Arts. 85 a 95
social e a personalidade do agente, bem Prorrogação de prazo Especificação das condições
como os motivos e as circunstâncias do cri‑ § 2 o Quando facultativa a revogação, o juiz Art. 90. A sentença deve especificar as con‑
me, autorizem a concessão do benefício.” pode, ao invés de decretá‑la, prorrogar o pe‑ dições a que fica subordinado o livramento.
c Inciso II com a redação dada pela Lei n o 14.688, ríodo de prova até o máximo, se este não foi c Art. 85 do CP.
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua o fixado. c Arts. 625, 626 e 639 do CPPM.
publicação.
§ 3 o Se o beneficiário está respondendo a Preliminares da concessão
Restrições
processo que, no caso de condenação, pode Art. 91. O livramento somente se concede
Parágrafo único. A suspensão não se estende acarretar a revogação, considera‑se prorro‑ mediante parecer do Conselho Penitenciário,
às penas de reforma, suspensão do exercício gado o prazo da suspensão até o julgamento ouvidos o diretor do estabelecimento em que
do posto, graduação ou função ou à pena definitivo. está ou tenha estado o liberando e o represen‑
acessória, nem exclui a aplicação de medida tante do Ministério Público da Justiça Militar;
Extinção da pena
de segurança não detentiva. e, se imposta medida de segurança detentiva,
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1o
Art. 87. Se o prazo expira sem que tenha sido após perícia conclusiva de não periculosidade
A suspensão não se estende à pena aces‑ revogada a suspensão, fica extinta a pena pri‑ do liberando.
sória nem exclui a aplicação de medida de vativa de liberdade.

CÓDIGO PENAL MILITAR


c Arts. 622 e 671 do CPPM.
segurança não detentiva.” c Art. 615 do CPPM. Observação cautelar e proteção do liberado
c Parágrafo único renumerado para § 1o e com a re- Não aplicação da suspensão Art. 92. O liberado fica sob observação cau‑
dação dada pela Lei no 14.688, de 20-9-2023, para condicional da pena telar e proteção realizadas por patrono oficial
vigorar após 60 dias de sua publicação. ou particular, dirigido aquele e inspecionado
Art. 88. A suspensão condicional da pena não
§ 2o A execução da pena privativa de liberda- se aplica: este pelo Conselho Penitenciário. Na falta de
de não superior a 4 (quatro) anos poderá ser patronato, o liberado fica sob observação cau‑
I – ao condenado por crime cometido em tem‑ telar realizada por serviço social penitenciário
suspensa por 4 (quatro) a 6 (seis) anos, desde
po de guerra; ou órgão similar.
que o condenado seja maior de 70 (setenta)
II – em tempo de paz:
anos de idade ou existam razões de saúde que Revogação obrigatória
justifiquem a suspensão. a) por crime contra a segurança nacional, de Art. 93. Revoga‑se o livramento, se o liberado
c § 2 o acrescido pela Lei n o 14.688, de 20-9-2023,
aliciação e incitamento, de violência con‑ vem a ser condenado, em sentença irrecorrível,
para vigorar após 60 dias de sua publicação. tra superior, oficial de dia, de serviço ou a pena privativa de liberdade:
de quarto, sentinela, vigia ou plantão, de
Condições c Art. 86 do CP.
desrespeito a superior, de insubordinação,
Art. 85. A sentença deve especificar as condi‑ ou de deserção; I – por infração penal cometida durante a vi‑
ções a que fica subordinada a suspensão. gência do benefício;
b) pelos crimes previstos nos artigos 160, 161,
c Art. 79 do CP.
II – por infração penal anterior, salvo se, tendo
162, 235, 291 e seu parágrafo único, nos I a de ser unificadas as penas, não fica prejudica‑
Revogação obrigatória da suspensão IV. do o requisito do artigo 89, no I, letra a.
Art. 86. A suspensão é revogada se, no curso CAPÍTULO IV Revogação facultativa
do prazo, o beneficiário: DO LIVRAMENTO CONDICIONAL § 1o O juiz pode, também, revogar o livramen‑
c Este caput estará revogado pela Lei n o 14.688, de
Requisitos to se o liberado deixa de cumprir qualquer
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação. das obrigações constantes da sentença ou é
c Art. 81 do CP. Art. 89. O condenado à pena de reclusão ou irrecorrivelmente condenado, por motivo de
c Arts. 162 e 163 da LEP. de detenção por tempo igual ou superior a contravenção, a pena que não seja privativa
I – é condenado, por sentença irrecorrível, dois anos pode ser liberado condicionalmente, de liberdade; ou, se militar, sofre penalidade
na Justiça Militar ou na comum, em razão de desde que: por transgressão disciplinar considerada grave.
crime, ou de contravenção reveladora de má c Art. 96 deste Código. c Art. 87 do CP.
índole ou a que tenha sido imposta pena pri‑ c Art. 83 do CP. Infração sujeita à jurisdição penal comum
vativa de liberdade; c Arts. 618 a 642 do CPPM.
c Art. 5o da Lei no 1.521, de 26-12-1951 (Lei dos Cri-
§ 2o Para os efeitos da revogação obrigatória,
 Nova redação do dispositivo alterado: “I – são tomadas, também, em consideração, nos
mes Contra a Economia Popular).
é condenado por crime doloso, na Justiça termos dos nos I e II deste artigo, as infrações
c Arts. 128, 131 a 146 e 170, § 1 o, da LEP.
Militar ou na Justiça Comum, por sentença sujeitas à jurisdição penal comum; e, igual‑
c Súm. no 441 do STJ.
irrecorrível;” mente, a contravenção compreendida no § 1o,
c Inciso I com a redação dada pela Lei n o 14.688,
I – tenha cumprido: se assim, com prudente arbítrio, o entender
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua a) metade da pena, se primário; o juiz.
publicação. b) dois terços, se reincidente; Efeitos da revogação
II – não efetua, sem motivo justificado, a repa‑ c Art. 71 deste Código. Art. 94. Revogado o livramento, não pode
ração do dano; II – tenha reparado, salvo impossibilidade de ser novamente concedido e, salvo quando a
III – sendo militar, é punido por infração disci‑ fazê‑lo, o dano causado pelo crime; revogação resulta de condenação por infra‑
plinar considerada grave. III – sua boa conduta durante a execução da ção penal anterior ao benefício, não se des‑
c Este inciso estará revogado pela Lei n o 14.688, de pena, sua adaptação ao trabalho e às circuns‑ conta na pena o tempo em que esteve solto
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
tâncias atinentes a sua personalidade, ao meio o condenado.
Revogação facultativa social e à sua vida pregressa permitem supor c Art. 88 do CP.
§ 1o A suspensão pode ser também revogada, que não voltará a delinquir. Extinção da pena
se o condenado deixa de cumprir qualquer das Penas em concurso de infrações Art. 95. Se, até o seu termo, o livramento não
obrigações constantes da sentença. é revogado, considera‑se extinta a pena priva‑
§ 1o No caso de condenação por infrações pe‑
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1o nais em concurso, deve ter‑se em conta a pena tiva de liberdade.
A suspensão também pode ser revogada se unificada. c Art. 90 do CP.
o condenado deixar de cumprir qualquer c Súm. no 617 do STJ.

das obrigações constantes da sentença ou, Condenação de menor de 21 Parágrafo único. Enquanto não passa em jul‑
se militar, for punido por infração disciplinar ou maior de 70 anos gado a sentença em processo, a que responde
considerada grave.” § 2 Se o condenado é primário e menor de o liberado por infração penal cometida na vi‑
o

c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de vinte e um ou maior de setenta anos, o tempo
gência do livramento, deve o juiz abster‑se de
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua de cumprimento da pena pode ser reduzido declarar a extinção da pena.
publicação. a um terço. c Art. 89 do CP.

487
Arts. 96 a 109 Código Penal Militar
Não aplicação do livramento condicional Incompatibilidade com o oficialato segurança imposta em substituição nos ter‑
Art. 96. O livramento condicional não se aplica Art. 101. Fica sujeito à declaração de incom‑ mos do art. 113 deste Código.”
ao condenado por crime cometido em tempo patibilidade com o oficialato o militar conde‑ c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
de guerra. nado nos crimes dos artigos 141 e 142. de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
publicação.
Casos especiais do livramento condicional Exclusão das Forças Armadas
c Art. 92 do CP.
Art. 97. Em tempo de paz, o livramento condi‑ Art. 102. A condenação da praça a pena
cional por crime contra a segurança externa do privativa de liberdade, por tempo superior a Incapacidade provisória
dois anos, importa sua exclusão das Forças c Epígrafe com a redação dada pela Lei n 14.688, de
o
País, ou de revolta, motim, aliciação e incita‑
mento, violência contra superior ou militar de Armadas. 20-9-2023.
serviço, só será concedido após o cumprimen‑ c A alteração que seria inserida neste artigo pela Parágrafo único. Durante o processo pode o
to de dois terços da pena, observado ainda o Lei no 14.688, de 20-9-2023, foi vetada, razão pela juiz decretar a suspensão provisória do exercí‑
disposto no artigo 89, preâmbulo, seus nos II e qual, mantivemos a sua redação. cio do pátrio poder, tutela ou curatela.
III e §§ 1o e 2o. Perda da função pública  Nova redação do dispositivo alterado: “Pa‑
CAPÍTULO V Art. 103. Incorre na perda da função pública o rágrafo único. Durante o processo para
DAS PENAS ACESSÓRIAS assemelhado ou o civil: apuração dos crimes descritos no caput des‑
Penas acessórias  Nova redação do dispositivo alterado: “Art. te artigo, poderá o juízo, justificadamente
103. Incorre na perda da função pública o e em atendimento ao melhor interesse do
Art. 98. São penas acessórias: menor ou do curatelado, decretar a incapa‑
civil:”
I – a perda de posto e patente; c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
cidade provisória para o exercício do poder
II – a indignidade para o oficialato; de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua familiar, da tutela ou da curatela.”
III – a incompatibilidade com o oficialato; publicação. c Parágrafo único com a redação dada pela Lei
IV – a exclusão das Forças Armadas; no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
I – condenado a pena privativa de liberdade
V – a perda da função pública, ainda que de sua publicação.
por crime cometido com abuso de poder ou
eletiva; c Art. 276 do CPPM.
violação de dever inerente à função pública;
c A alteração que seria inserida neste dispositivo
II – condenado, por outro crime, a pena privati‑ Suspensão dos direitos políticos
pela Lei n 14.688, de 20-9-2023, foi vetada, razão
o

pela qual, mantivemos a sua redação. va de liberdade por mais de dois anos. Art. 106. Durante a execução da pena priva‑
VI – a inabilitação para o exercício de função Parágrafo único. O disposto no artigo apli‑ tiva de liberdade ou da medida de segurança
pública; ca‑se ao militar da reserva, ou reformado, se imposta em substituição, ou enquanto perdura
VII – a suspensão do pátrio poder, tutela ou estiver no exercício de função pública de qual‑ a inabilitação para função pública, o condena‑
curatela; quer natureza. do não pode votar, nem ser votado.
c Art. 21 deste Código.
 Nova redação do dispositivo alterado: “VII Imposição de pena acessória
c Art. 92 do CP.
– a incapacidade para o exercício do poder Art. 107. Salvo os casos dos artigos 99, 103,
c Art. 84 do CPPM.
familiar, da tutela ou da curatela, quando no II, e 106, a imposição da pena acessória deve
tal medida for determinante para salvaguar‑ Inabilitação para o exercício
constar expressamente da sentença.
dar os interesses do filho, do tutelado ou do de função pública
c A alteração que seria inserida neste artigo pela
curatelado;” Art. 104. Incorre na inabilitação para o exer‑ Lei no 14.688, de 20-9-2023, foi vetada, razão pela
c Inciso VII com a redação dada pela Lei no 14.688, cício de função pública, pelo prazo de dois até qual, mantivemos a sua redação.
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua vinte anos, o condenado a reclusão por mais
publicação. de quatro anos, em virtude de crime praticado Tempo computável
c Arts. 1.630 a 1.638 do CC. com abuso de poder ou violação do dever mi‑ Art. 108. Computa‑se no prazo das inabili‑
VIII – a suspensão dos direitos políticos. litar ou inerente à função pública. tações temporárias o tempo de liberdade re‑
Função pública equiparada c Art. 92 do CP. sultante da suspensão condicional da pena ou
do livramento condicional, se não sobrevém
Parágrafo único. Equipara‑se à função pú‑ Termo inicial
revogação.
blica a que é exercida em empresa pública, Parágrafo único. O prazo da inabilitação
autarquia, sociedade de economia mista, ou para o exercício de função pública começa ao CAPÍTULO VI
sociedade de que participe a União, o Estado termo da execução da pena privativa de liber‑ DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
ou o Município como acionista majoritário. dade ou da medida de segurança imposta em Art. 109. São efeitos da condenação:
Perda de posto e patente substituição, ou da data em que se extingue a
c Art. 91 do CP.
Art. 99. A perda de posto e patente resulta da referida pena.
condenação a pena privativa de liberdade por c Art. 603 do CPPM. Obrigação de reparar o dano
tempo superior a dois anos, e importa a perda Incapacidade para o exercício do poder I – tornar certa a obrigação de reparar o dano
das condecorações. familiar, da tutela ou da curatela resultante do crime;
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. c Epígrafe com a redação dada pela ....Lei no 14.688, Perda em favor da Fazenda Nacional
99. A perda de posto e patente resulta da de 20-9-2023.
II – a perda, em favor da Fazenda Nacional,
condenação a pena privativa de liberdade Art. 105. O condenado a pena privativa de ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
por tempo superior a 2 (dois) anos, por cri‑ liberdade por mais de dois anos, seja qual for de boa‑fé:
mes comuns e militares, e importa a perda o crime praticado, fica suspenso do exercício
das condecorações, desde que submetido do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto  Nova redação do dispositivo alterado: “II – a
o oficial ao julgamento previsto no inci‑ dura a execução da pena, ou da medida de se‑ perda em favor da Fazenda Pública, ressal‑
so VI do § 3 o do art. 142 da Constituição gurança imposta em substituição (artigo 113). vado o direito do lesado ou de terceiro de
Federal.” boa‑fé:”
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688, 105. O condenado por cometimento de cri‑ c Caput do inciso II com a redação dada pela Lei
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
me doloso sujeito a pena de reclusão pra‑ de sua publicação.
publicação.
ticado contra outrem igualmente titular do
Indignidade para o oficialato mesmo poder familiar ou contra filho, tute‑ a) dos instrumentos do crime, desde que
Art. 100. Fica sujeito à declaração de indig‑ lado ou curatelado poderá, justificadamen‑ consistam em coisas cujo fabrico, aliena‑
nidade para o oficialato o militar condenado, te e em atendimento ao melhor interesse ção, uso, porte ou detenção constitua fato
qualquer que seja a pena, nos crimes de trai‑ do menor ou do curatelado, ter decretada ilícito;
ção, espionagem ou covardia, ou em qualquer a incapacidade para o exercício do poder b) do produto do crime ou de qualquer bem
dos definidos nos artigos 161, 235, 240, 242, familiar, da tutela ou da curatela, enquanto ou valor que constitua proveito auferido
243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312. durar a execução da pena ou da medida de pelo agente com a sua prática.

488
Código Penal Militar Arts. 110 a 116
TÍTULO VI – DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA derá determinar sua internação em estabele- lecimento penal, ou em seção especial de um
Espécies de medidas de segurança cimento de custódia e tratamento. ou de outro.
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.688, de  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
Art. 110. As medidas de segurança são pes‑ 20-9-2023.
soais ou patrimoniais. As da primeira espécie 113. Na hipótese do parágrafo único do
c Arts. 663 e 674 do CPPM. art. 48 deste Código, e se o condenado
subdividem‑se em detentivas e não detentivas.
As detentivas são a internação em manicômio Prazo de internação necessitar de especial tratamento curativo
judiciário e a internação em estabelecimento destinado aos inimputáveis, a pena privati‑
§ 1 A internação, cujo mínimo deve ser fixado
o
va de liberdade poderá ser substituída por
psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou de entre um a três anos, é por tempo indeter‑
ao estabelecimento penal, ou em seção espe‑ internação ou por tratamento ambulatorial,
minado, perdurando enquanto não for averi‑ pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos,
cial de um ou de outro. As não detentivas são guada, mediante perícia médica, a cessação da
a cassação de licença para direção de veículos nos termos do art. 112 deste Código.”
periculosidade do internado. c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
motorizados, o exílio local e a proibição de fre‑
quentar determinados lugares. As patrimoniais  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1 o de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
A internação ou o tratamento ambulatorial publicação.
são a interdição de estabelecimento ou sede de
sociedade ou associação, e o confisco. será por tempo indeterminado, perdurando Superveniência de cura

CÓDIGO PENAL MILITAR


enquanto não for averiguada, mediante pe‑ § 1o Sobrevindo a cura, pode o internado ser
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
110. As medidas de segurança são pessoais rícia médica, a cessação da periculosidade, transferido para o estabelecimento penal, não
ou patrimoniais.” observado que o prazo mínimo deverá ser ficando excluído o seu direito a livramento
de 1 (um) a 3 (três) anos.” condicional.
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de Persistência do estado mórbido
publicação. 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
publicação. § 2o Se, ao término do prazo, persistir o mórbi‑
c Arts. 96 a 99 do CP. do estado psíquico do internado, condicionan‑
c Arts. 659 a 674 do CPPM. Perícia médica te de periculosidade atual, a internação passa
c Súmulas nos 422 e 525 do STF.
§ 2 Salvo determinação da instância supe‑ a ser por tempo indeterminado, aplicando‑se
o

§ 1o As medidas de segurança pessoais subdi- rior, a perícia médica é realizada ao término o disposto nos §§ 1o a 4o do artigo anterior.
videm‑se em: do prazo mínimo fixado à internação e, não Ébrios habituais ou toxicômanos
I – detentivas: compreendem a internação em sendo esta revogada, deve aquela ser repetida § 3 o À idêntica internação para fim curativo,
estabelecimento de custódia e tratamento ou de ano em ano. sob as mesmas normas, ficam sujeitos os con‑
em seção especial de estabelecimento penal;  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 2o denados reconhecidos como ébrios habituais
II – não detentivas: compreendem o trata- A perícia médica realizar‑se‑á ao término do ou toxicômanos.
mento ambulatorial, a interdição de licença
prazo mínimo fixado e deverá ser repetida Regime de internação
para direção de veículos motorizados, o exílio
de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o Art. 114. A internação, em qualquer dos casos
local e a proibição de frequentar determina-
dos lugares. determinar o juiz da execução.” previstos nos artigos precedentes, deve visar
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de não apenas ao tratamento curativo do interna‑
§ 2 o As medidas de segurança patrimoniais 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua do, senão também ao seu aperfeiçoamento a
compreendem a interdição de estabeleci- publicação.
mento ou sede de sociedade ou associação e um regime educativo ou de trabalho, lucrativo
c Súm. no 520 do STF.
o confisco. ou não, segundo o permitirem suas condições
Desinternação condicional pessoais.
c §§ 1o e 2o acrescidos pela Lei n o 14.688, de 20-9-
2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação. § 3o A desinternação é sempre condicional, de‑ Cassação de licença para dirigir
Pessoas sujeitas às medidas de segurança vendo ser restabelecida a situação anterior, se veículos motorizados
o indivíduo, antes do decurso de um ano, vem Art. 115. Ao condenado por crime cometido
Art. 111. As medidas de segurança somente
a praticar fato indicativo de persistência de sua na direção ou relacionadamente à direção de
podem ser impostas:
periculosidade. veículos motorizados, deve ser cassada a licen‑
I – aos civis;
II – aos militares ou assemelhados, condenados § 4o Durante o período de prova, aplica‑se o ça para tal fim, pelo prazo mínimo de um ano,
disposto no artigo 92. se as circunstâncias do caso e os antecedentes
a pena privativa de liberdade por tempo supe‑ do condenado revelam a sua inaptidão para
rior a dois anos, ou aos que de outro modo ha‑  Nova redação dos dispositivos alterados: essa atividade e consequente perigo para a
jam perdido função, posto e patente, ou hajam “§ 3o A desinternação ou a liberação será incolumidade alheia.
sido excluídos das Forças Armadas; sempre condicional, devendo ser restabele‑ c Arts. 672 e 674 do CPPM.
III – aos militares ou assemelhados, no caso cida a situação anterior se o agente, antes
do decurso de 1 (um) ano, praticar fato in‑ § 1 O prazo da interdição se conta do dia em
o
do artigo 48;
IV – aos militares ou assemelhados, no caso dicativo de persistência de sua periculosi‑ que termina a execução da pena privativa de li‑
do artigo 115, com aplicação dos seus §§ 1o, berdade ou da medida de segurança detentiva,
dade. § 4 o Durante o período previsto no
2 o e 3 o. ou da data da suspensão condicional da pena
§ 3 deste artigo, aplicar‑se‑á o disposto no ou da concessão do livramento ou desinterna‑
o

 Nova redação dos dispositivos alterados: art. 92 deste Código.” ção condicionais.
“II – aos militares condenados a pena pri‑ c §§ 3o e 4o com a redação dada pela Lei n o 14.688,
vativa de liberdade por tempo superior a 2 de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
§ 2 o Se, antes de expirado o prazo estabele‑
(dois) anos, aos que de outro modo hajam publicação. cido, é averiguada a cessação do perigo con‑
perdido função, posto ou patente ou aos dicionante da interdição, esta é revogada;
§ 5o Em qualquer fase do tratamento ambula- mas, se o perigo persiste ao termo do prazo,
que tenham sido excluídos das Forças Ar‑ torial, poderá o juiz determinar a internação
madas; III – aos militares, no caso do art. 48 prorroga‑se este enquanto não cessa aquele.
do agente, se essa providência for necessária
deste Código; IV – aos militares, no caso do § 3o A cassação da licença deve ser determi‑
para fins curativos. nada ainda no caso de absolvição do réu em
art. 115 deste Código, com aplicação dos
seus §§ 1o, 2o e 3o.” c § 5 o acrescido pela Lei n o 14.688, de 20-9-2023, razão de inimputabilidade.
para vigorar após 60 dias de sua publicação.
c Incisos II a IV com a redação dada pela Lei Exílio local
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias Substituição da pena por internação
de sua publicação. Art. 116. O exílio local, aplicável quando o juiz
Art. 113. Quando o condenado se enquadra o considera necessário como medida preven‑
Estabelecimento de custódia e tratamento no parágrafo único do artigo 48 e necessita tiva, a bem da ordem pública ou do próprio
c Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, de de especial tratamento curativo, a pena pri‑ condenado, consiste na proibição de que este
20-9-2023. vativa de liberdade pode ser substituída pela resida ou permaneça, durante um ano, pelo
Art. 112. Quando o agente é inimputável, internação em estabelecimento psiquiátrico menos, na localidade, município ou comarca
nos termos do art. 48 deste Código, o juiz po- anexo ao manicômio judiciário ou ao estabe‑ em que o crime foi praticado.

489
Arts. 117 a 125 Código Penal Militar
Parágrafo único. O exílio deve ser cumprido Parágrafo único. Será admitida ação priva- Espécies de prescrição
logo que cessa ou é suspensa condicionalmen‑ da, se a ação pública não for intentada no Art. 124. A prescrição refere‑se à ação penal
te a execução da pena privativa de liberdade. prazo legal. ou à execução da pena.
Proibição de frequentar c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.688,  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
determinados lugares de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua 124. A prescrição refere‑se à pretensão pu‑
publicação. nitiva ou à executória.”
Art. 117. A proibição de frequentar determi‑
nados lugares consiste em privar o condenado, Dependência de requisição c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688,
durante um ano, pelo menos, da faculdade de de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
Art. 122. Nos crimes previstos nos artigos 136 publicação.
acesso a lugares que favoreçam, por qualquer a 141, a ação penal, quando o agente for mi‑
motivo, seu retorno à atividade criminosa. Prescrição da ação penal
litar ou assemelhado, depende da requisição
Parágrafo único. Para o cumprimento da do Ministério Militar a que aquele estiver su‑ Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o
proibição, aplica‑se o disposto no parágrafo disposto no § 1o deste artigo, regula‑se pelo
bordinado; no caso do artigo 141, quando o
único do artigo anterior. máximo da pena privativa de liberdade comi‑
agente for civil e não houver coautor militar, a nada ao crime, verificando‑se:
Interdição de estabelecimento, requisição será do Ministério da Justiça.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
sociedade ou associação  Nova redação do dispositivo alterado: “Art. 125. A prescrição da pretensão punitiva, sal‑
Art. 118. A interdição de estabelecimento 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a vo o disposto no § 1o deste artigo, regula‑se
comercial ou industrial, ou de sociedade ou 141 deste Código, a ação penal, quando o pelo máximo da pena privativa de liberdade
associação, pode ser decretada por tempo não agente for militar, depende da requisição cominada ao crime, verificando‑se:”
inferior a quinze dias, nem superior a seis me‑ do Comando da Força a que aquele estiver c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
ses, se o estabelecimento, sociedade ou asso‑ subordinado, observado que, no caso do de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
ciação serve de meio ou pretexto para a prática publicação.
art. 141, quando o agente for civil e não
de infração penal. c Art. 109 do CP.
houver coautor militar, a requisição será do c Súmulas nos 220 e 415 do STJ.
c Art. 272, § 1o, do CPPM. Ministério da Justiça.”
I – em trinta anos, se a pena é de morte;
§ 1 A interdição consiste na proibição de exer‑
o
Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688,
c
II – em vinte anos, se o máximo da pena é su‑
cer no local o mesmo comércio ou indústria, ou de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
perior a doze;
atividade social. publicação.
III – em dezesseis anos, se o máximo da pena é
§ 2 o A sociedade ou associação, cuja sede é c Art. 21 deste Código. superior a oito e não excede a doze;
interditada, não pode exercer em outro local c Art. 84 do CPPM. IV – em doze anos, se o máximo da pena é
as suas atividades. superior a quatro e não excede a oito;
TÍTULO VIII – DA EXTINÇÃO V – em oito anos, se o máximo da pena é supe‑
Confisco
DA PUNIBILIDADE rior a dois e não excede a quatro;
Art. 119. O juiz, embora não apurada a auto‑ VI – em quatro anos, se o máximo da pena é
ria, ou ainda quando o agente é inimputável, Causas extintivas
igual a um ano ou, sendo superior, não excede
ou não punível, deve ordenar o confisco dos Art. 123. Extingue‑se a punibilidade: a dois;
instrumentos e produtos do crime, desde que c Este caput estará revogado pela Lei n 14.688, de VII – em dois anos, se o máximo da pena é
o

consistam em coisas: 20-9-2023, após 60 dias de sua publicação. inferior a um ano.


I – cujo fabrico, alienação, uso, porte ou deten‑ c Art. 107 do CP.  Nova redação do dispositivo alterado: “VII
ção constitui fato ilícito; I – pela morte do agente; – em 3 (três) anos, se o máximo da pena é
II – que, pertencendo às Forças Armadas ou II – pela anistia ou indulto; inferior a 1 (um) ano.”
sendo de uso exclusivo de militares, estejam c Inciso VII com a redação dada pela Lei no 14.688,
 Nova redação do dispositivo alterado: “II – de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
em poder ou em uso do agente, ou de pessoa
pela anistia, graça ou indulto;” publicação.
não devidamente autorizada;
III – abandonadas, ocultas ou desaparecidas. c Inciso II com a redação dada pela Lei n o 14.688, Superveniência de sentença condenatória
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua de que somente o réu recorre
Parágrafo único. É ressalvado o direito do publicação.
lesado ou de terceiro de boa‑fé, nos casos dos § 1 Sobrevindo sentença condenatória, de que
o

nos I e III. III – pela retroatividade de lei que não mais somente o réu tenha recorrido, a prescrição
considera o fato como criminoso; passa a regular‑se pela pena imposta, e deve
Imposição da medida de segurança
IV – pela prescrição; ser logo declarada, sem prejuízo do andamen‑
Art. 120. A medida de segurança é imposta c Súm. no 438 do STJ. to do recurso se, entre a última causa interrup‑
em sentença, que lhe estabelecerá as condi‑ tiva do curso da prescrição (§ 5o) e a sentença,
ções, nos termos da lei penal militar. V – pela reabilitação; já decorreu tempo suficiente.
c Este inciso estará revogado pela Lei n o 14.688, de
Parágrafo único. A imposição da medi‑ Termo inicial da prescrição da ação penal
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
da de segurança não impede a expulsão do § 2 o A prescrição da ação penal começa a
estrangeiro. VI – pelo ressarcimento do dano, no peculato correr:
culposo (art. 303, § 4o); c Art. 111 do CP.
TÍTULO VII – DA AÇÃO PENAL VII – pelo perdão judicial, nos casos previstos
a) do dia em que o crime se consumou;
Propositura da ação penal em lei. b) no caso de tentativa, do dia em que cessou
Inciso VII acrescido pela Lei n o 14.688, de 20-9-
a atividade criminosa;
Art. 121. A ação penal somente pode ser pro‑ c
2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação.
c) nos crimes permanentes, do dia em que
movida por denúncia do Ministério Público da
Justiça Militar. Parágrafo único. A extinção da punibilidade cessou a permanência;
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
de crime, que é pressuposto, elemento cons‑ c Súm. no 711 do STF.
121. A ação penal é promovida pelo Minis‑ titutivo ou circunstância agravante de outro, d) nos crimes de falsidade, da data em que o
tério Público, na forma da lei.” não se estende a este. Nos crimes conexos, a fato se tornou conhecido.
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.688, de
extinção da punibilidade de um deles não im‑ Caso de concurso de crimes
20-9-2023. pede, quanto aos outros, a agravação da pena ou de crime continuado
c Art. 129, I, da CF. resultante da conexão. § 3o No caso de concurso de crimes ou de crime
c Art. 100 do CP. c Art. 108 do CP. continuado, a prescrição é referida, não à pena

490
Código Penal Militar Arts. 126 a 139
unificada, mas à de cada crime considerado Prescrição no caso de reforma b) em relação aos atingidos pelas penas aces‑
isoladamente. ou suspensão de exercício sórias do artigo 98, inciso VII, se o crime for
c Súm. no 497 do STF. Art. 127. Verifica‑se em quatro anos a prescri‑ de natureza sexual em detrimento de filho,
Suspensão da prescrição ção nos crimes cuja pena cominada, no máxi‑ tutelado ou curatelado.
§ 4o A prescrição da ação penal não corre: mo, é de reforma ou de suspensão do exercício Prazo para renovação do pedido
do posto, graduação, cargo ou função. § 3o Negada a reabilitação, não pode ser no‑
c Art. 116 do CP.
c Este artigo estará revogado pela Lei n o 14.688, de vamente requerida senão após o decurso de
I – enquanto não resolvida, em outro processo, 20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
questão de que dependa o reconhecimento da Disposições comuns a ambas dois anos.
existência do crime; § 4o Os prazos para o pedido de reabilitação
as espécies de prescrição serão contados em dobro no caso de criminoso
II – enquanto o agente cumpre pena no es‑
trangeiro; Art. 128. Interrompida a prescrição, salvo o habitual ou por tendência.
III – enquanto pendentes embargos de decla- caso do § 3 , segunda parte, do artigo 126, Revogação
o

ração ou recursos ao Supremo Tribunal Fede- todo o prazo começa a correr, novamente, do
ral, se estes forem considerados inadmissíveis. dia da interrupção. § 5 o A reabilitação será revogada de ofício,
ou a requerimento do Ministério Público, se a

CÓDIGO PENAL MILITAR


c Inciso III acrescido pela Lei n 14.688, de 20-9-
o c Art. 117, § 2 o
, do CP.
2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação. Redução
pessoa reabilitada for condenada, por decisão
definitiva, ao cumprimento de pena privativa
Interrupção da prescrição Art. 129. São reduzidos de metade os prazos de liberdade.
§ 5 O curso da prescrição da ação penal in‑
o da prescrição, quando o criminoso era, ao tem‑
Cancelamento do registro de
terrompe‑se: po do crime, menor de vinte e um anos ou
condenações penais
c Art. 117 do CP. maior de setenta.
c Art. 115 do CP.
Art. 135. Declarada a reabilitação, serão can‑
I – pela instauração do processo; celados, mediante averbação, os antecedentes
c Arts. 35 e 396 do CPPM. Imprescritibilidade das penas acessórias criminais.
II – pela sentença condenatória recorrível. Art. 130. É imprescritível a execução das penas c Arts. 655 e 656 do CPPM.
acessórias.
 Nova redação do dispositivo alterado: “II Sigilo sobre antecedentes criminais
– pela sentença condenatória ou acórdão c Art. 98 deste Código. Parágrafo único. Concedida a reabilitação,
condenatório recorríveis;” Prescrição no caso de insubmissão
o registro oficial de condenações penais não
c Inciso II com a redação dada pela Lei n o 14.688, Art. 131. A prescrição começa a correr, no pode ser comunicado senão à autoridade
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua crime de insubmissão, do dia em que o insub‑ policial ou judiciária, ou ao representante do
publicação. misso atinge a idade de trinta anos. Ministério Público, para instrução de proces‑
III – pelo início ou continuação da execução c Art. 183 deste Código. so penal que venha a ser instaurado contra o
provisória ou definitiva da pena; e Prescrição no caso de deserção reabilitado.
IV – pela reincidência.
c Incisos III e IV acrescidos pela Lei n 14.688, de
o Art. 132. No crime de deserção, embora de‑
Parte Especial
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua corrido o prazo da prescrição, esta só extin‑
publicação. gue a punibilidade quando o desertor atinge
a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, Livro I – Dos Crimes Militares em Tempo de Paz
§ 6o A interrupção da prescrição produz efeito
a de sessenta.
relativamente a todos os autores do crime; e
TÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A
nos crimes conexos, que sejam objeto do mes‑ c Art. 187 e segs. deste Código.
SEGURANÇA EXTERNA DO PAÍS
mo processo, a interrupção relativa a qualquer Declaração de ofício
deles estende‑se aos demais. Art. 133. A prescrição, embora não alegada, Hostilidade contra país estrangeiro
Prescrição da execução da pena ou da deve ser declarada de ofício. Art. 136. Praticar o militar ato de hostilidade
medida de segurança que a substitui c Art. 81 do CPPM. contra país estrangeiro, expondo o Brasil a pe‑
Art. 126. A prescrição da execução da pena Reabilitação rigo de guerra:
privativa de liberdade ou da medida de segu‑ Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer pe‑ Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
rança que a substitui (artigo 113) regula‑se nas impostas por sentença definitiva. Resultado mais grave
pelo tempo fixado na sentença e verifica‑se
nos mesmos prazos estabelecidos no arti‑ c Arts. 93 a 95 do CP. § 1o Se resulta ruptura de relações diplomáti‑
go 125, os quais se aumentam de um terço, c Art. 202 da LEP. cas, represália ou retorsão:
se o condenado é criminoso habitual ou por c Arts. 70 e 71 da Lei no 6.880, de 9-12-1980 (Estatu-
to dos Militares). Pena – reclusão, de dez a vinte e quatro anos.
tendência. § 2o Se resulta guerra:
c Art. 110 do CP.
§ 1 o
A reabilitação poderá ser requerida decor‑
ridos cinco anos do dia em que for extinta, de Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 1o Começa a correr a prescrição: qualquer modo, a pena principal ou terminar Provocação a país estrangeiro
a) do dia em que passa em julgado a sentença a execução desta ou da medida de seguran‑
condenatória ou a que revoga a suspen‑ ça aplicada em substituição (artigo 113), ou Art. 137. Provocar o militar, diretamente, país
são condicional da pena ou o livramento do dia em que terminar o prazo da suspensão estrangeiro a declarar guerra ou mover hosti‑
condicional; condicional da pena ou do livramento condi‑ lidade contra o Brasil ou a intervir em questão
b) do dia em que se interrompe a execução, cional, desde que o condenado: que respeite à soberania nacional:
salvo quando o tempo da interrupção deva a) tenha tido domicílio no País, no prazo aci‑ Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
computar‑se na pena. ma referido; Ato de jurisdição indevida
§ 2o No caso de evadir‑se o condenado ou de b) tenha dado, durante esse tempo, demons‑ Art. 138. Praticar o militar, indevidamente, no
revogar‑se o livramento ou desinternação con‑ tração efetiva e constante de bom compor‑ Território Nacional, ato de jurisdição de país
dicionais, a prescrição se regula pelo restante tamento público e privado; estrangeiro, ou favorecer a prática de ato des‑
tempo da execução. c) tenha ressarcido o dano causado pelo cri‑ sa natureza:
c Art. 601 do CPPM. me ou demonstre absoluta impossibilidade
§ 3o O curso da prescrição da execução da pena de o fazer até o dia do pedido, ou exiba Pena – reclusão, de cinco a quinze anos.
suspende‑se enquanto o condenado está preso documento que comprove a renúncia da Violação de território estrangeiro
por outro motivo, e interrompe‑se pelo início vítima ou novação da dívida. Art. 139. Violar o militar território estrangei‑
ou continuação do cumprimento da pena, ou § 2o A reabilitação não pode ser concedida: ro, com o fim de praticar ato de jurisdição em
pela reincidência. a) em favor dos que foram reconhecidos peri‑ nome do Brasil:
c Art. 597 do CPPM. gosos, salvo prova cabal em contrário; Pena – reclusão, de dois a seis anos.

491
Arts. 140 a 151 Código Penal Militar
Entendimento para empenhar o Revelação de notícia, TÍTULO II – DOS CRIMES CONTRA A
Brasil à neutralidade ou à guerra informação ou documento AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR
Art. 140. Entrar ou tentar entrar o militar em Art. 144. Revelar notícia, informação ou docu‑ CAPÍTULO I
entendimento com país estrangeiro, para em‑ mento, cujo sigilo seja de interesse da seguran‑ DO MOTIM E DA REVOLTA
penhar o Brasil à neutralidade ou à guerra: ça externa do Brasil:
c Art. 366 deste Código.
Motim
Pena – reclusão, de seis a doze anos.
Pena – reclusão, de três a oito anos. Art. 149. Reunirem‑se militares ou asseme‑
Entendimento para gerar conflito lhados:
ou divergência com o Brasil Fim de espionagem militar
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
Art. 141. Entrar em entendimento com país § 1o Se o fato é cometido com o fim de espio‑ 149. Reunirem‑se militares:”
estrangeiro, ou organização nele existente, nagem militar:
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
para gerar conflito ou divergência de caráter Pena – reclusão, de seis a doze anos. de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
internacional entre o Brasil e qualquer ou‑ Resultado mais grave publicação.
tro país, ou para lhes perturbar as relações c Art. 368 deste Código.
§ 2 Se o fato compromete a preparação ou a
o
diplomáticas: I – agindo contra a ordem recebida de superior,
eficiência bélica do País:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos. ou negando‑se a cumpri‑la;
Pena – reclusão, de dez a vinte anos. II – recusando obediência a superior, quando
Resultado mais grave Modalidade culposa estejam agindo sem ordem ou praticando
§ 1o Se resulta ruptura de relações diplomáticas: § 3o Se a revelação é culposa: violência;
Pena – reclusão, de seis a dezoito anos. Pena – detenção, de seis meses a dois anos, no III – assentindo em recusa conjunta de obe‑
diência, ou em resistência ou violência, em
§ 2o Se resulta guerra: caso do artigo; ou até quatro anos, nos casos
comum, contra superior;
Pena – reclusão, de dez a vinte e quatro anos. dos §§ 1o e 2o.
IV – ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fá‑
Tentativa contra a soberania do Brasil Turbação de objeto ou documento brica ou estabelecimento militar, ou depen‑
Art. 142. Tentar: Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, dência de qualquer deles, hangar, aeródromo
desviar, ainda que temporariamente, objeto ou ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utili‑
I – submeter o Território Nacional, ou parte documento concernente à segurança externa zando‑se de qualquer daqueles locais ou meios
dele, à soberania de país estrangeiro; do Brasil: de transportes, para ação militar, ou prática de
II – desmembrar, por meio de movimento violência, em desobediência a ordem superior
Pena – reclusão, de três a oito anos.
armado ou tumultos planejados, o Território ou em detrimento da ordem ou da disciplina
Nacional, desde que o fato atente contra a se‑ Resultado mais grave
militar:
gurança externa do Brasil ou a sua soberania; § 1 Se o fato compromete a segurança ou a Pena – reclusão, de quatro a oito anos, com
o

III – internacionalizar, por qualquer meio, re‑ eficiência bélica do País: aumento de um terço para os cabeças.
gião ou parte do Território Nacional: Pena – reclusão, de dez a vinte anos. c Arts. 24 e 47 deste Código.
Pena – reclusão, de quinze a trinta anos, para Modalidade culposa Revolta
os cabeças; de dez a vinte anos, para os demais § 2o Contribuir culposamente para o fato: Parágrafo único. Se os agentes estavam
agentes.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. armados:
c Arts. 101 e 357 deste Código.
Penetração com o fim de espionagem Pena – reclusão, de oito a vinte anos, com au‑
Consecução de notícia, informação ou
Art. 146. Penetrar, sem licença, ou introdu‑ mento de um terço para os cabeças.
documento para fim de espionagem
zir‑se clandestinamente ou sob falso pretexto, Organização de grupo para
Art. 143. Conseguir, para o fim de espiona‑ em lugar sujeito à administração militar, ou a prática de violência
gem militar, notícia, informação ou documen‑ centro industrial a serviço de construção ou Art. 150. Reunirem‑se dois ou mais militares
to, cujo sigilo seja de interesse da segurança fabricação sob fiscalização militar, para colher ou assemelhados, com armamento ou mate‑
externa do Brasil: informação destinada a país estrangeiro ou rial bélico, de propriedade militar, praticando
c Art. 366 deste Código. agente seu: violência à pessoa ou à coisa pública ou parti‑
c Art. 359‑K do CP. c Art. 366 deste Código. cular em lugar sujeito ou não à administração
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. Pena – reclusão, de três a oito anos. militar:
§ 1o A pena é de reclusão de dez a vinte anos: Parágrafo único. Entrar, em local referido no  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
artigo, sem licença de autoridade competente, 150. Reunirem‑se dois ou mais militares,
I – se o fato compromete a preparação ou efi‑
munido de máquina fotográfica ou qualquer com armamento ou material bélico de pro‑
ciência bélica do Brasil, ou o agente transmite priedade militar, praticando violência à pes‑
outro meio hábil para a prática de espionagem:
ou fornece, por qualquer meio, mesmo sem soa ou à coisa pública ou particular em lu‑
remuneração, a notícia, informação ou docu‑ Pena – reclusão, até três anos.
gar sujeito ou não à administração militar:”
mento, a autoridade ou pessoa estrangeira; Desenho ou levantamento de c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
II – se o agente, em detrimento da segurança plano ou planta de local militar de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
externa do Brasil, promove ou mantém no Ter‑ ou de engenho de guerra publicação.
ritório Nacional atividade ou serviço destinado Art. 147. Fazer desenho ou levantar plano ou Pena – reclusão, de quatro a oito anos.
à espionagem; planta de fortificação, quartel, fábrica, arsenal, c Art. 153 deste Código.
III – se o agente se utiliza, ou contribui para hangar ou aeródromo, ou de navio, aeronave
que outrem se utilize, de meio de comunica‑ ou engenho de guerra motomecanizado, uti‑ Omissão de lealdade militar
ção, para dar indicação que ponha ou possa lizados ou em construção sob administração Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de
pôr em perigo a segurança externa do Brasil. ou fiscalização militar, ou fotografá‑los ou levar ao conhecimento do superior o motim ou
filmá‑los: revolta de cuja preparação teve notícia, ou, es‑
Modalidade culposa
tando presente ao ato criminoso, não usar de
§ 2o Contribuir culposamente para a execução Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não
todos os meios ao seu alcance para impedi‑lo:
do crime: constitui crime mais grave.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
Sobrevoo em local interdito
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, 151. Deixar o militar de levar ao conheci‑
no caso do artigo; ou até quatro anos, no caso Art. 148. Sobrevoar local declarado interdito: mento do superior o motim ou a revolta de
do § 1o, no I. Pena – reclusão, até três anos. cuja preparação teve notícia ou, se presen‑

492
Código Penal Militar Arts. 152 a 169
ciar o ato criminoso, não usar de todos os Pena – detenção, de seis meses a um ano. Despojamento desprezível
meios ao seu alcance para impedi‑lo:” c Art. 287 do CP. Art. 162. Despojar‑se de uniforme, condeco‑
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688, ração militar, insígnia ou distintivo, por menos‑
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua CAPÍTULO III
prezo ou vilipêndio:
publicação. DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR
c Art. 369 deste Código. OU MILITAR DE SERVIÇO Pena – detenção, de seis meses a um ano.
Pena – reclusão, de três a cinco anos. Violência contra superior Parágrafo único. A pena é aumentada da
metade, se o fato é praticado diante da tropa,
Conspiração Art. 157. Praticar violência contra superior: ou em público.
Art. 152. Concertarem‑se militares ou asse‑ Pena – detenção, de três meses a dois anos. CAPÍTULO V
melhados para a prática do crime previsto no c Arts. 24 e 47 deste Código.
artigo 149: DA INSUBORDINAÇÃO
c Art. 389 deste Código.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. Formas qualificadas Recusa de obediência
152. Concertarem‑se militares para a prá‑ Art. 163. Recusar obedecer a ordem do supe‑
tica do crime previsto no art. 149 deste § 1 Se o superior é comandante da unidade rior sobre assunto ou matéria de serviço, ou
o

a que pertence o agente, ou oficial‑general:

CÓDIGO PENAL MILITAR


Código:” relativamente a dever imposto em lei, regula‑
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688, Pena – reclusão, de três a nove anos. mento ou instrução:
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua § 2 o Se a violência é praticada com arma, a c Art. 387 deste Código.
publicação. pena é aumentada de um terço. Pena – detenção, de um a dois anos, se o fato
c Art. 368 deste Código.
§ 3o Se da violência resulta lesão corporal, apli‑ não constitui crime mais grave.
Pena – reclusão, de três a cinco anos. ca‑se, além da pena da violência, a do crime Oposição a ordem de sentinela
Isenção de pena contra a pessoa. Art. 164. Opor‑se às ordens da sentinela:
Parágrafo único. É isento de pena aquele c Art. 79 deste Código. c Art. 387 deste Código.
que, antes da execução do crime e quando era § 4o Se da violência resulta morte:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o
ainda possível evitar‑lhe as consequências, de‑
Pena – reclusão, de doze a trinta anos. fato não constitui crime mais grave.
nuncia o ajuste de que participou.
§ 5o A pena é aumentada da sexta parte, se o Reunião ilícita
Cumulação de penas
crime ocorre em serviço. Art. 165. Promover a reunião de militares, ou
Art. 153. As penas dos artigos 149 e 150 são nela tomar parte, para discussão de ato de su‑
aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à Violência contra militar de serviço
violência. Art. 158. Praticar violência contra oficial de perior ou assunto atinente à disciplina militar:
dia, de serviço, ou de quarto, ou contra senti‑ Pena – detenção, de seis meses a um ano a
CAPÍTULO II quem promove a reunião; de dois a seis meses
nela, vigia ou plantão:
DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO c Art. 389 deste Código. a quem dela participa, se o fato não constitui
Aliciação para motim ou revolta crime mais grave.
Pena – reclusão, de três a oito anos.
Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para Formas qualificadas Publicação ou crítica indevida
a prática de qualquer dos crimes previstos no Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado,
capítulo anterior: § 1 o Se a violência é praticada com arma, a sem licença, ato ou documento oficial, ou criti‑
pena é aumentada de um terço. car publicamente ato de seu superior ou assun‑
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
154. Aliciar militar para a prática de qual‑ § 2 Se da violência resulta lesão corporal, apli‑ to atinente à disciplina militar, ou a qualquer
o

quer dos crimes previstos no Capítulo I des‑ ca‑se, além da pena da violência, a do crime resolução do Governo:
te Título:” contra a pessoa. Pena – detenção, de dois meses a um ano, se o
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688, § 3 Se da violência resulta morte:
o fato não constitui crime mais grave.
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua Pena – reclusão, de doze a trinta anos. c A alteração que seria inserida neste artigo pela
publicação. Lei no 14.688, de 20-9-2023, foi vetada, razão pela
Ausência de dolo no resultado qual, mantivemos a sua redação.
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Art. 159. Quando da violência resulta morte c O STF, por unanimidade, julgou improcedente o
Incitamento pedido formulado na ADPF no 475, considerando
ou lesão corporal e as circunstâncias eviden‑
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ciam que o agente não quis o resultado nem recepcionado pela Constituição Federal este artigo
(DOU de 15-5-2023).
ou à prática de crime militar: assumiu o risco de produzi‑lo, a pena do crime
Pena – reclusão, de dois a quatro anos. contra a pessoa é diminuída de metade. CAPÍTULO VI
Art. 286 do CP. DA USURPAÇÃO E DO EXCESSO
c CAPÍTULO IV
OU ABUSO DE AUTORIDADE
Parágrafo único. Na mesma pena incorre DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A
quem introduz, afixa ou distribui, em lugar SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA
Assunção de comando sem
sujeito à administração militar, impressos, ordem ou autorização
manuscritos ou material mimeografado, foto‑ Desrespeito a superior Art. 167. Assumir o militar, sem ordem ou
copiado ou gravado, em que se contenha inci‑ Art. 160. Desrespeitar superior diante de ou‑ autorização, salvo se em grave emergência,
tamento à prática dos atos previstos no artigo. tro militar: qualquer comando, ou a direção de estabele‑
 Nova redação do dispositivo alterado: Pena – detenção de três meses a um ano, se o cimento militar:
“Parágrafo único. Na mesma pena incorre fato não constitui crime mais grave. Pena – reclusão, de dois a quatro anos, se o
quem introduz, afixa ou distribui, em lugar Desrespeito a comandante, fato não constitui crime mais grave.
sujeito à administração militar, material im‑ oficial‑general ou oficial de serviço Conservação ilegal de comando
presso, manuscrito ou produzido por meio
Parágrafo único. Se o fato é praticado contra Art. 168. Conservar comando ou função legi‑
eletrônico, fotocopiado ou gravado que timamente assumida, depois de receber ordem
o comandante da unidade a que pertence o
contenha incitamento à prática dos atos de seu superior para deixá‑los ou transmiti‑los
agente, oficial‑general, oficial de dia, de ser‑
previstos no caput deste artigo.” a outrem:
viço ou de quarto, a pena é aumentada da
c Parágrafo único com a redação dada pela Lei metade.
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias Pena – detenção, de um a três anos.
de sua publicação. Desrespeito a símbolo nacional Operação militar sem ordem superior
Apologia de fato criminoso ou do seu autor Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou Art. 169. Determinar o comandante, sem or‑
Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei mi‑ em lugar sujeito à administração militar, ato dem superior e fora dos casos em que essa se
litar considera crime, ou do autor do mesmo, que se traduza em ultraje a símbolo nacional: dispensa, movimento de tropa ou ação militar:
em lugar sujeito à administração militar: Pena – detenção, de um a dois anos. Pena – reclusão, de três a cinco anos.

493
Arts. 170 a 183 Código Penal Militar
Forma qualificada rárquico: Pena – detenção, de 3 (três) meses Formas qualificadas
Parágrafo único. Se o movimento da tropa a 2 (dois) anos.” § 1 o Se o crime é praticado a mão armada
ou ação militar é em território estrangeiro c Caput e pena com a redação dada pela Lei ou por mais de uma pessoa, ou mediante
ou contra força, navio ou aeronave de país no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias arrombamento:
estrangeiro: de sua publicação.
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
Pena – reclusão, de quatro a oito anos, se o Resultado mais grave
§ 2 o Se há emprego de violência contra pes‑
fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. Se da violência resulta le‑ soa, aplica‑se também a pena correspondente
Ordem arbitrária de invasão são corporal ou morte é também aplicada a à violência.
pena do crime contra a pessoa, atendendo‑se,
Art. 170. Ordenar, arbitrariamente, o coman‑
quando for o caso, ao disposto no artigo 159. § 3 Se o crime é praticado por pessoa sob cuja
o

dante de força, navio, aeronave ou engenho guarda, custódia ou condução está o preso ou
de guerra motomecanizado a entrada de co‑ Ofensa aviltante a inferior hierárquico internado:
mandados seus em águas ou território estran‑ c Epígrafe com a redação dada pela Lei n o 14.688, de
Pena – reclusão, até quatro anos.
geiro, ou sobrevoá‑los: 20-9-2023.
Modalidade culposa
Pena – suspensão do exercício do posto, de um Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de
a três anos, ou reforma. violência que, por natureza ou pelo meio em‑ Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa le‑
pregado, se considere aviltante: galmente presa, confiada à sua guarda ou
 Nova redação do dispositivo alterado:
condução:
“Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
anos.” Pena – detenção, de três meses a um ano.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
c Pena com a redação dada pela Lei n o 14.688, 176. Ofender inferior hierárquico, mediante Evasão de preso ou internado
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
publicação.
ato de violência que, por natureza ou pelo Art. 180. Evadir‑se, ou tentar evadir‑se o pre‑
meio empregado, seja considerado aviltan‑ so ou internado, usando de violência contra
Uso indevido por militar de te: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) a pessoa:
uniforme, distintivo ou insígnia anos.” c Art. 352 do CP.
Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, inde‑ c Caput e pena com a redação dada pela Lei Pena – detenção, de um a dois anos, além da
vidamente, uniforme, distintivo ou insígnia de no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias correspondente à violência.
posto ou graduação superior: de sua publicação.
§ 1o Se a evasão ou a tentativa ocorre mediante
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. Pena – detenção, de seis meses a dois anos. arrombamento da prisão militar:
171. Usar o militar, indevidamente, unifor‑ Parágrafo único. Aplica‑se o disposto no pa‑ Pena – detenção, de seis meses a um ano.
me, distintivo ou insígnia de posto ou de rágrafo único do artigo anterior.
graduação superior:” Cumulação de penas
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688, CAPÍTULO VII § 2 o Se ao fato sucede deserção, aplicam‑se
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua DA RESISTÊNCIA cumulativamente as penas correspondentes.
publicação.
Resistência mediante ameaça ou violência Arrebatamento de preso ou internado
Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o
Art. 177. Opor‑se à execução de ato legal, me‑ Art. 181. Arrebatar preso ou internado, a fim
fato não constitui crime mais grave.
diante ameaça ou violência ao executor, ou a de maltratá‑lo, do poder de quem o tenha sob
Uso indevido de uniforme, distintivo ou quem esteja prestando auxílio: guarda ou custódia militar:
insígnia militar por qualquer pessoa
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. c Art. 353 do CP.
Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, c Art. 329 do CP. Pena – reclusão, até quatro anos, além da cor‑
distintivo ou insígnia militar a que não tenha
Forma qualificada respondente a violência.
direito:
Pena – detenção, até seis meses. § 1 o Se o ato não se executa em razão da Amotinamento
resistência: Art. 182. Amotinarem‑se presos, ou interna‑
Abuso de requisição militar
Pena – reclusão de dois a quatro anos. dos, perturbando a disciplina do recinto de
Art. 173. Abusar do direito de requisição mili‑ prisão militar:
tar, excedendo os poderes conferidos ou recu‑ § 1o‑A. Se da resistência resulta morte:
c Art. 354 do CP.
sando cumprir dever imposto em lei: Pena – reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
c Art. 50, parágrafo único, da LEP.
Pena – detenção, de um a dois anos. c § 1 ‑A acrescido pela Lei n 14.688, de 20-9-2023,
o o

para vigorar após 60 dias de sua publicação. Pena – Reclusão, até três anos, aos cabeças;
Rigor excessivo aos demais, detenção de um a dois anos.
Cumulação de penas
Art. 174. Exceder a faculdade de punir o Responsabilidade de partícipe ou de oficial
subordinado, fazendo‑o com rigor não per‑ § 2o As penas deste artigo são aplicáveis sem
prejuízo das correspondentes à violência, ou Parágrafo único. Na mesma pena incorre
mitido, ou ofendendo‑o por palavra, ato ou
ao fato que constitua crime mais grave. quem participa do amotinamento ou, sendo
escrito:
oficial e estando presente, não usa os meios
Pena – suspensão do exercício do posto, por  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 2o
ao seu alcance para debelar o amotinado ou
dois a seis meses, se o fato não constitui crime As penas previstas no caput e no § 1o deste
evitar‑lhe as consequências.
mais grave. artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor‑
respondentes à violência.”
 Nova redação do dispositivo alterado: TÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA O
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de SERVIÇO MILITAR E O DEVER MILITAR
“Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos,
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
se o fato não constitui crime mais grave.” publicação. CAPÍTULO I
c Pena com a redação dada pela Lei n o 14.688,
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua CAPÍTULO VIII DA INSUBMISSÃO
publicação. DA FUGA, EVASÃO, ARREBATAMENTO Insubmissão
Violência contra inferior hierárquico E AMOTINAMENTO DE PRESOS Art. 183. Deixar de apresentar‑se o convocado
c Epígrafe com a redação dada pela Lei n o 14.688, de Fuga de preso ou internado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi
20-9-2023. Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pes‑ marcado, ou, apresentando‑se, ausentar‑se
Art. 175. Praticar violência contra inferior: soa legalmente presa ou submetida a medida antes do ato oficial de incorporação:
Pena – detenção, de três meses a um ano. de segurança detentiva: c Arts. 463 a 465 do CPPM.

 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Pena – impedimento, de três meses a um ano.
175. Praticar violência contra inferior hie‑ c Art. 351 do CP. c Súmulas n os 3 e 7 do STM.

494
Código Penal Militar Arts. 184 a 198
Caso assimilado Art. 189. Nos crimes dos artigos 187 e 188, Isenção de pena
§ 1 o Na mesma pena incorre quem, dispen‑ nos I, II e III. Parágrafo único. Se o favorecedor é ascen‑
sado temporariamente da incorporação, Atenuante especial dente, descendente, cônjuge ou irmão do cri‑
deixa de se apresentar, decorrido o prazo de I – se o agente se apresenta voluntariamente minoso, fica isento de pena.
licenciamento. dentro em oito dias após a consumação do cri‑ Omissão de oficial
Diminuição da pena me, a pena é diminuída de metade; e de um Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra
§ 2o A pena é diminuída de um terço: terço, se de mais de oito dias e até sessenta; desertor, sabendo, ou devendo saber encon‑
a) pela ignorância ou a errada compreensão Agravante especial trar‑se entre os seus comandados:
dos atos da convocação militar, quando II – se a deserção ocorre em unidade estacio‑ Pena – detenção, de seis meses a um ano.
escusáveis; nada em fronteira ou país estrangeiro, a pena CAPÍTULO III
b) pela apresentação voluntária dentro do é agravada de um terço. DO ABANDONO DE POSTO E DE
prazo de um ano, contado do último dia Deserção especial OUTROS CRIMES EM SERVIÇO
marcado para a apresentação.
Art. 190. Deixar o militar de apresentar‑se no Abandono de posto
Criação ou simulação de incapacidade física

CÓDIGO PENAL MILITAR


momento da partida do navio ou aeronave, de Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o
Art. 184. Criar ou simular incapacidade físi‑ que é tripulante, ou do deslocamento da uni‑ posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido
ca, que inabilite o convocado para o serviço dade ou força em que serve: designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes
militar: c Caput com a redação dada pela Lei no 9.764, de de terminá‑lo:
c Art. 171, § 2o, V, do CP. 17-12-1998.
c Art. 390 deste Código.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Pena – detenção, até três meses, se após a c Art. 10, no 17, do Dec. no 76.322, de 22-9-1975 (Re-
Substituição de convocado partida ou deslocamento se apresentar, dentro gulamento Disciplinar da Aeronáutica).
de vinte e quatro horas, à autoridade militar c Art. 7o, no 53, do Dec. no 88.545, de 26-7-1983 (Re-
Art. 185. Substituir‑se o convocado por ou‑ do lugar, ou, na falta desta, à autoridade po‑ gulamento Disciplinar para a Marinha).
trem na apresentação ou na inspeção de licial, para ser comunicada a apresentação ao c Anexo I, no 28, do Dec. no 4.346, de 26-8-2002 (Re-
saúde: comando militar competente. gulamento Disciplinar do Exército).
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. c Pena com a redação dada pela Lei n o 9.764, de Pena – detenção, de três meses a um ano.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre 17-12-1998. Descumprimento de missão
quem substitui o convocado. § 1o Se a apresentação se der dentro de prazo Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a
Favorecimento a convocado superior a vinte e quatro horas e não exceden‑ missão que lhe foi confiada:
te a cinco dias:
Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá‑lo a Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se
seu serviço, ou proporcionar‑lhe ou facilitar‑lhe Pena – detenção, de dois a oito meses. o fato não constitui crime mais grave.
transporte ou meio que obste ou dificulte a § 2o Se superior a cinco dias e não excedente § 1o Se é oficial o agente, a pena é aumentada
incorporação, sabendo ou tendo razão para a oito dias: de um terço.
saber que cometeu qualquer dos crimes pre‑ Pena – detenção, de três meses a um ano. § 2o Se o agente exercia função de comando, a
vistos neste capítulo: pena é aumentada de metade.
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 9.764, de
Pena – detenção, de três meses a um ano. 17-12-1998. Modalidade culposa
Isenção de pena § 2o‑A. Se superior a oito dias: § 3o Se a abstenção é culposa:
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascen‑ Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Pena – detenção, de três meses a um ano.
dente, descendente, cônjuge ou irmão do cri‑ § 2o‑A acrescido pela Lei no 9.764, de 17-12-1998.
minoso, fica isento de pena.
c
Retenção indevida
Aumento de pena Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por oca‑
CAPÍTULO II § 3o A pena é aumentada de um terço, se se sião da passagem de função, ou quando lhe é
DA DESERÇÃO tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou
Deserção de metade, se oficial. documento que lhe haja sido confiado:
Art. 187. Ausentar‑se o militar, sem licença, c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 9.764, de Pena – suspensão do exercício do posto, de
17-12-1998. três a seis meses, se o fato não constitui crime
da unidade em que serve, ou do lugar em que
deve permanecer, por mais de oito dias: Concerto para deserção mais grave.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se Art. 191. Concertarem‑se militares para a prá‑  Nova redação do dispositivo alterado:
oficial, a pena é agravada. tica da deserção: “Pena – detenção, até 6 (seis) meses, se o
c Arts. 132 e 391 deste Código. I – se a deserção não chega a consumar‑se: fato não constitui crime mais grave.”
c Arts. 451 a 462 do CPPM. c Pena com a redação dada pela Lei n o 14.688,
Pena – detenção, de três meses a um ano; de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
c Art. 90 da Lei no 6.880, de 9-12-1980 (Estatuto dos
Militares). Modalidade complexa publicação.
c Súmulas n os 3 e 8 do STM. II – se consumada a deserção: Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta,
Pena – reclusão, de dois a quatro anos. cifra, código, ou documento envolve ou consti‑
Casos assimilados
tui segredo relativo à segurança nacional:
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar Deserção por evasão ou fuga
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o
que: Art. 192. Evadir‑se o militar do poder da es‑ fato não constitui crime mais grave.
I – não se apresenta no lugar designado, den‑ colta, ou de recinto de detenção ou de prisão,
Omissão de eficiência da força
tro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou ou fugir em seguida à prática de crime para
férias; evitar prisão, permanecendo ausente por mais Art. 198. Deixar o comandante de man‑
II – deixa de se apresentar à autoridade compe‑ de oito dias. ter a força sob seu comando em estado de
tente, dentro do prazo de oito dias, contados Pena – detenção, de seis meses a dois anos. eficiência:
daquele em que termina ou é cassada a licença Pena – suspensão do exercício do posto, de
Favorecimento a desertor
ou agregação ou em que é declarado o estado três meses a um ano.
de sítio ou de guerra; Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá‑lo a  Nova redação do dispositivo alterado:
III – tendo cumprido a pena, deixa de se apre‑ seu serviço, ou proporcionar‑lhe ou facilitar‑lhe “Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1
sentar, dentro do prazo de oito dias; transporte ou meio de ocultação, sabendo ou (um) ano.”
IV – consegue exclusão do serviço ativo ou si‑ tendo razão para saber que cometeu qualquer c Pena com a redação dada pela Lei n o 14.688,
tuação de inatividade, criando ou simulando dos crimes previstos neste capítulo: de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
incapacidade. Pena – detenção, de quatro meses a um ano. publicação.

495
Arts. 199 a 208 Código Penal Militar
Omissão de providências para evitar danos TÍTULO IV – DOS CRIMES I – se o crime resulta da inobservância de re-
Art. 199. Deixar o comandante de empregar CONTRA A PESSOA gra técnica de profissão, arte ou ofício;
todos os meios ao seu alcance para evitar per‑ II – se o agente deixa de prestar imediato
CAPÍTULO I
da, destruição ou inutilização de instalações socorro à vítima, não procura diminuir as
DO HOMICÍDIO consequências do seu ato ou foge para evitar
militares, navio, aeronave ou engenho de
guerra motomecanizado em perigo: Homicídio simples prisão em flagrante.
Pena – reclusão, de dois a oito anos. Art. 205. Matar alguém: c Incisos I e II acrescidos pela Lei no 14.688, de 20-9-
c Arts. 208 e 400 deste Código. 2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação.
Modalidade culposa
c Art. 121 do CP. Multiplicidade de vítimas
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa: c Art. 1o da Lei no 2.889, de 1-10-1956 (Lei do Crime
de Genocídio). § 2o Se, em consequência de uma só ação ou
Pena – detenção, de três meses a um ano. omissão culposa, ocorre morte de mais de uma
c Art. 1o, III, a, da Lei no 7.960, de 21-12-1989 (Lei da
Omissão de providências para Prisão Temporária). pessoa ou também lesões corporais em outras
salvar comandados c Art. 1 o, I, da Lei n o 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos pessoas, a pena é aumentada de um sexto até
Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião Crimes Hediondos). metade.
de incêndio, naufrágio, encalhe, colisão, ou c Art. 3o da Lei no 9.434, de 4-2-1997 (Lei de Remoção
de Órgãos e Tecidos).
§ 3o O juízo poderá deixar de aplicar a pena se
outro perigo semelhante, de tomar todas as as consequências da infração atingirem o pró-
providências adequadas para salvar os seus c Art. 4o, 1, do Pacto de São José da Costa Rica.
prio agente de forma tão grave que a sanção
comandados e minorar as consequências do Pena – reclusão, de seis a vinte anos. penal se torne desnecessária.
sinistro, não sendo o último a sair de bordo ou Minoração facultativa da pena c § 3 o acrescido pela Lei n o 14.688, de 20-9-2023,
a deixar a aeronave ou o quartel ou sede militar § 1o Se o agente comete o crime impelido por para vigorar após 60 dias de sua publicação.
sob seu comando: motivo de relevante valor social ou moral, ou Provocação direta ou auxílio a suicídio
Pena – reclusão, de dois a seis anos. sob o domínio de violenta emoção, logo em
Modalidade culposa seguida a injusta provocação da vítima, o juiz Art. 207. Instigar ou induzir alguém a suici‑
pode reduzir a pena, de um sexto a um terço. dar‑se, ou prestar‑lhe auxílio para que o faça,
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa: vindo o suicídio a consumar‑se:
c Art. 121, § 1 o, do CP.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. c Art. 122 do CP.
Homicídio qualificado
Omissão de socorro c Art. 4o, 1, do Pacto de São José da Costa Rica.
§ 2o Se o homicídio é cometido:
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, Pena – reclusão, de dois a seis anos.
c Art. 121, § 2o, do CP.
sem justa causa, navio de guerra ou mercante, c Art. 1 o, I, da Lei n o 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos Aumento de pena
nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em pe‑ Crimes Hediondos). c Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688,
rigo, ou náufragos que hajam pedido socorro: de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
I – por motivo fútil;
Pena – suspensão do exercício do posto, de um publicação.
II – mediante paga ou promessa de recompen‑
a três anos ou reforma. sa, por cupidez, para excitar ou saciar desejos § 1o Se o crime é praticado por motivo egoísti‑
 Nova redação do dispositivo alterado: sexuais, ou por outro motivo torpe; co, ou a vítima é menor ou tem diminuída, por
“Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) III – com emprego de veneno, asfixia, tortura, qualquer motivo, a resistência moral, a pena
anos.” fogo, explosivo, ou qualquer outro meio dis‑ é agravada.
c Pena com a redação dada pela Lei n o 14.688, simulado ou cruel, ou de que possa resultar  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1o
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua perigo comum; Se o crime é praticado por motivo egoísti‑
publicação. c Art. 5 , 2, do Pacto de São José da Costa Rica.
o
co, ou a vítima é menor ou tem diminuída,
Embriaguez em serviço IV – à traição, de emboscada, com surpresa ou por qualquer motivo, a resistência moral, a
Art. 202. Embriagar‑se o militar, quando em mediante outro recurso insidioso, que dificul‑ pena é duplicada.”
serviço, ou apresentar‑se embriagado para tou ou tornou impossível a defesa da vítima; c § 1o com a redação dada pela Lei no 14.688, de
prestá‑lo: V – para assegurar a execução, a ocultação, a 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
impunidade ou vantagem de outro crime; publicação.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. VI – prevalecendo‑se o agente da situação de c Art. 122, parágrafo único, do CP.
Dormir em serviço serviço;
Provocação indireta ao suicídio
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, VII – contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, § 2 Com a detenção de um a três anos, será
o
como oficial de quarto ou de ronda, ou em
situação equivalente, ou, não sendo oficial, em integrantes do sistema prisional e da Força punido quem, desumana e reiteradamente, in‑
serviço de sentinela, vigia, plantão às máqui‑ Nacional de Segurança Pública, no exercício flige maus‑tratos a alguém, sob sua autoridade
nas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço da função ou em decorrência dela, ou con- ou dependência, levando‑o, em razão disso, à
de natureza semelhante: tra seu cônjuge, companheiro ou parente prática de suicídio.
consanguíneo até o terceiro grau, em razão  Nova redação do dispositivo alterado:
Pena – detenção, de três meses a um ano. dessa condição: “§ 2o Infligir, desumana e reiteradamente,
CAPÍTULO IV c Inciso VII acrescido pela Lei n o 14.688, de 20-9- maus‑tratos a alguém, sob sua autoridade
DO EXERCÍCIO DE COMÉRCIO 2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação. ou dependência, levando‑o, em razão disso,
Exercício de comércio por oficial Pena – reclusão, de doze a trinta anos. à prática de suicídio: Pena – detenção, de 1
Homicídio culposo (um) a 4 (quatro) anos.”
Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou to‑
mar parte na administração ou gerência de Art. 206. Se o homicídio é culposo: c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
sociedade comercial, ou dela ser sócio ou par‑ c Art. 121, § 3o, do CP.
publicação.
ticipar, exceto como acionista ou cotista em Pena – detenção, de um a quatro anos.
sociedade anônima, ou por cotas de responsa‑ Redução de pena
§ 1o A pena pode ser agravada se o crime re‑
bilidade limitada: § 3o Se o suicídio é apenas tentado, e da ten‑
sulta de inobservância de regra técnica de pro‑
Pena – suspensão do exercício do posto, de seis fissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de tativa resulta lesão grave, a pena é reduzida de
meses a dois anos, ou reforma. prestar imediato socorro à vítima. um a dois terços.
 Nova redação do dispositivo alterado:  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1o CAPÍTULO II
“Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) A pena é aumentada de 1/3 (um terço):” DO GENOCÍDIO
anos.” c Caput do § 1 o com a redação dada pela Lei Genocídio
c Pena com a redação dada pela Lei n o 14.688, no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua de sua publicação. Art. 208. Matar membros de um grupo nacio‑
publicação. c Arts. 121, § 4o, e 129, § 7o, do CP. nal, étnico, religioso ou pertencente a deter‑

496
Código Penal Militar Arts. 209 a 214
minada raça, com o fim de destruição total ou assumiu o risco de produzi‑lo, a pena será de Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão
parcial desse grupo: reclusão, até oito anos. grave, aplica‑se, pelo fato de participação na
c Arts. 401 e 402 deste Código.  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 3o rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois
c Art. 1o da Lei no 2.889, de 1o-10-1956 (Lei do Crime Se os resultados previstos nos §§ 1 o e 2 o anos.
de Genocídio). deste artigo forem causados culposamen‑ CAPÍTULO IV
c Art. 4 , 1, do Pacto de São José da Costa Rica.
o
te: Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) DA PERICLITAÇÃO DA VIDA OU DA SAÚDE
Pena – reclusão, de quinze a trinta anos. anos.”
Abandono de pessoa
Casos assimilados c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua Art. 212. Abandonar o militar pessoa que está
Parágrafo único. Será punido com reclusão, sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autori‑
publicação.
de quatro a quinze anos, quem, com o mes‑
§ 3o‑A. Se da lesão resultar morte e as circuns- dade e, por qualquer motivo, incapaz de de‑
mo fim:
fender‑se dos riscos resultantes do abandono:
I – inflige lesões graves a membros do grupo; tâncias evidenciarem que o agente não quis o Art. 133 do CP.
II – submete o grupo a condições de existên‑ resultado nem assumiu o risco de produzi‑lo:
c

cia, físicas ou morais, capazes de ocasionar a Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) Pena – detenção, de seis meses a três anos.

CÓDIGO PENAL MILITAR


eliminação de todos os seus membros ou parte anos. Formas qualificadas pelo resultado
deles; c § 3o‑A acrescido pela Lei n o 14.688, de 20-9-2023, § 1o Se do abandono resulta lesão grave:
III – força o grupo à sua dispersão; para vigorar após 60 dias de sua publicação.
Pena – reclusão, até cinco anos.
IV – impõe medidas destinadas a impedir os Minoração facultativa da pena
nascimentos no seio do grupo; § 2o Se resulta morte:
V – efetua coativamente a transferência de § 4 Se o agente comete o crime impelido por
o
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
crianças do grupo para outro grupo. motivo de relevante valor moral ou social ou
sob o domínio de violenta emoção, logo em Aumento de pena
CAPÍTULO III seguida a injusta provocação da vítima, o juiz § 3o As penas cominadas neste artigo são au-
DA LESÃO CORPORAL E DA RIXA pode reduzir a pena, de um sexto a um terço. mentadas de 1/3 (um terço):
Lesão leve § 5o No caso de lesões leves, se estas são recí‑ I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a procas, não se sabendo qual dos contendores II – se o agente é ascendente ou descendente,
saúde de outrem: atacou primeiro, ou quando ocorre qualquer cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima;
c Art. 403 deste Código.
das hipóteses do parágrafo anterior, o juiz III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos,
c Art. 129 do CP. pode diminuir a pena de um a dois terços. menor de 14 (quatorze) anos ou pessoa com
c Art. 331 do CPPM. Lesão levíssima deficiência.
c Art. 88 da Lei n o 9.099, de 26-9-1995 (Lei dos Jui- c § 3 o acrescido pela Lei no 14.688, de 20-9-2023,
§ 6o No caso de lesões levíssimas, o juiz pode para vigorar após 60 dias de sua publicação.
zados Especiais).
considerar a infração como disciplinar.
c Art. 4 , 1, do Pacto de São José da Costa Rica.
o
Maus‑tratos
Lesão culposa
Pena – detenção, de três meses a um ano. Art. 213. Expor a perigo a vida ou saúde, em
Lesão grave Art. 210. Se a lesão é culposa: lugar sujeito à administração militar ou no
c Art. 129, § 6 o, do CP. exercício de função militar, de pessoa sob sua
§ 1 o Se se produz, dolosamente, perigo de c Art. 303 do CTB. autoridade, guarda ou vigilância, para o fim de
vida, debilidade permanente de membro, c Art. 88 da Lei n o 9.099, de 26-9-1995 (Lei dos Jui- educação, instrução, tratamento ou custódia,
sentido ou função, ou incapacidade para as zados Especiais).
ocupações habituais, por mais de trinta dias: quer privando‑a de alimentação ou cuidados
Pena – detenção, de dois meses a um ano. indispensáveis, quer sujeitando‑a a trabalhos
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1o
Se se produz, dolosamente, aceleração de § 1o A pena pode ser agravada se o crime re‑ excessivos ou inadequados, quer abusando de
parto, perigo de vida, debilidade perma‑ sulta de inobservância de regra técnica de pro‑ meios de correção ou disciplina:
nente de membro, sentido ou função, ou fissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de c Art. 136 do CP.
incapacidade para as ocupações habituais, prestar imediato socorro à vítima. Pena – detenção, de dois meses a um ano.
por mais de 30 (trinta) dias:”  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1o Formas qualificadas pelo resultado
c Caput do § 1 o com a redação dada pela Lei A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se § 1o Se do fato resulta lesão grave:
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias o crime resulta da inobservância de regra
de sua publicação. Pena – reclusão, até quatro anos.
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
agente deixa de prestar imediato socorro à § 2 Se resulta morte:
o
Pena – reclusão, até cinco anos.
§ 2o Se se produz, dolosamente, enfermidade vítima, não procura diminuir as consequên‑ Pena – reclusão, de dois a dez anos.
incurável, perda ou inutilização de membro, cias do seu ato ou foge para evitar prisão § 3 o A pena é aumentada de 1/3 (um terço)
sentido ou função, incapacidade permanente em flagrante.” se o crime é praticado contra pessoa menor
para o trabalho, ou deformidade duradoura: c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de de 14 (quatorze) anos, maior de 60 (sessenta)
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua anos ou com deficiência.
 Nova redação do dispositivo alterado: publicação.
“§ 2 o Se se produz, dolosamente, enfer‑ c § 3 o acrescido pela Lei no 14.688, de 20-9-2023,
midade incurável, perda ou inutilização de Aumento de pena para vigorar após 60 dias de sua publicação.
membro, sentido ou função, incapacidade § 2o Se, em consequência de uma só ação ou CAPÍTULO V
permanente para o trabalho, deformidade omissão culposa, ocorrem lesões em várias DOS CRIMES CONTRA A HONRA
duradoura ou aborto:” pessoas, a pena é aumentada de um sexto até
c Art. 11, 1, do Pacto de São José da Costa Rica.
c Caput do § 2 o com a redação dada pela Lei metade.
n 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias § 3o O juiz poderá deixar de aplicar a pena se
o Calúnia
de sua publicação. Art. 214. Caluniar alguém, imputando‑lhe fal‑
as consequências da infração atingirem o pró-
Pena – reclusão, de dois a oito anos. prio agente de forma tão grave que a sanção samente fato definido como crime:
Lesão qualificada pelo resultado penal se torne desnecessária. Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
c Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, c § 3 o acrescido pela Lei no 14.688, de 20-9-2023, c Arts. 138 e 141, II, do CP.
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua para vigorar após 60 dias de sua publicação. c Art. 324 do CE.
publicação. Art. 53 da Lei no 4.117, de 24-8-1962 (Código Bra-
Participação em rixa c
§ 3o Se os resultados previstos nos §§ 1o e 2o sileiro de Telecomunicações).
Art. 211. Participar de rixa, salvo para separar c Art. 58 da Lei n o 9.504, de 30-9-1997 (Lei das
forem causados culposamente, a pena será de
os contendores: Eleições).
detenção, de um a quatro anos; se da lesão
resultar morte e as circunstâncias evidencia‑ c Art. 137 do CP. § 1 o Na mesma pena incorre quem, sabendo
rem que o agente não quis o resultado, nem Pena – detenção, até dois meses. falsa a imputação, a propala ou divulga.

497
Arts. 215 a 225 Código Penal Militar
Exceção da verdade IV – na presença de duas ou mais pessoas, ou c Arts. 6o, itens 2 e 6, e 9o, item 6, da Lei no 1.079, de
10-4-1950 (Lei dos Crimes de Responsabilidade).
§ 2o A prova da verdade do fato imputado ex‑ de inferior do ofendido, ou por meio que faci‑
lite a divulgação da calúnia, da difamação ou c Art. 13 da Lei no 13.869, de 5-9-2019 (Lei do Abuso
clui o crime, mas não é admitida: de Autoridade).
da injúria.
c Art. 138, § 3 o, do CP.
 Nova redação dos dispositivos alterados: Pena – detenção, até um ano, se o fato não
I – se, constituindo o fato imputado crime de constitui crime mais grave.
“III – contra militar ou servidor público, em
ação privada, o ofendido não foi condenado
razão das suas funções; IV – na presença  Nova redação do dispositivo alterado:
por sentença irrecorrível;
de 2 (duas) ou mais pessoas ou de inferior “Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1
II – se o fato é imputado a qualquer das pes‑
hierárquico do ofendido, ou por meio que (um) ano.”
soas indicadas no no 1 do artigo 218;
facilite a divulgação da calúnia, da difama‑ Pena com a redação dada pela Lei n o 14.688,
III – se do crime imputado, embora de ação ção ou da injúria.”
c

pública, o ofendido foi absolvido por sentença de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
c Incisos III e IV com a redação dada pela Lei publicação.
irrecorrível.
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias Aumento de pena
Difamação de sua publicação.
Art. 215. Difamar alguém, imputando‑lhe fato Parágrafo único. Se o crime é cometido me‑ § 1o A pena aplica‑se em dobro, quando, para
ofensivo à sua reputação: a execução do crime, se reúnem mais de três
diante paga ou promessa de recompensa, apli‑
ca‑se a pena em dobro, se o fato não constitui pessoas, ou há emprego de arma, ou quan‑
c Arts. 139 e 141, II, do CP.
crime mais grave. do o constrangimento é exercido com abuso
c Art. 325 do CE.
de autoridade, para obter de alguém confis‑
c Art. 53 da Lei n o 4.117, de 24-8-1962 (Código Bra- Ofensa às Forças Armadas
sileiro de Telecomunicações). são de autoria de crime ou declaração como
c Art. 58 da Lei n o 9.504, de 30-9-1997 (Lei das
Art. 219. Propalar fatos, que sabe inverídicos, testemunha.
Eleições). capazes de ofender a dignidade ou abalar o § 2o Além da pena cominada, aplica‑se a cor‑
crédito das Forças Armadas ou a confiança que respondente à violência.
Pena – detenção, de três meses a um ano. estas merecem do público:
Parágrafo único. A exceção da verdade Pena – detenção, de seis meses a um ano. Exclusão de crime
somente se admite se a ofensa é relativa ao § 3o Não constitui crime:
exercício da função pública, militar ou civil, do Parágrafo único. A pena será aumentada de I – salvo o caso de transplante de órgãos, a
ofendido. um terço, se o crime é cometido pela imprensa,
rádio ou televisão. intervenção médica ou cirúrgica, sem o con‑
c Art. 139, parágrafo único, do CP. sentimento do paciente ou de seu representan‑
Exclusão de pena
Injúria te legal, se justificada para conjurar iminente
Art. 220. Não constitui ofensa punível, salvo perigo de vida ou de grave dano ao corpo ou
Art. 216. Injuriar alguém, ofendendo‑lhe a quando inequívoca a intenção de injuriar, difa‑
dignidade ou o decoro: à saúde;
mar ou caluniar: II – a coação exercida para impedir suicídio.
c Arts. 140 e 141, II, do CP.
c Art. 142 do CP.
c Art. 256 do CPP. Ameaça
Art. 326 do CE. I – a irrogada em juízo, na discussão de causa,
c
por uma das partes ou seu procurador contra
Art. 223. Ameaçar alguém, por palavra, escri‑
c Art. 53 da Lei no 4.117, de 24-8-1962 (Código Bra- to ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
sileiro de Telecomunicações). a outra parte ou seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, de lhe causar mal injusto e grave:
c Art. 58 da Lei n o 9.504, de 30-9-1997 (Lei das
Eleições). artística ou científica; Pena – detenção, até seis meses, se o fato não
Pena – detenção, até seis meses. III – a apreciação crítica às instituições milita‑ constitui crime mais grave.
res, salvo quando inequívoca a intenção de c Art. 147 do CP.
§ 1o O juízo pode deixar de aplicar a pena: ofender; c Art. 71 do CDC.
I – quando o ofendido, de forma reprovável, IV – o conceito desfavorável em apreciação Parágrafo único. Se a ameaça é motivada por
provocou diretamente a injúria; ou informação prestada no cumprimento do fato referente a serviço de natureza militar, a
II – no caso de retorsão imediata, que consista dever de ofício. pena é aumentada de um terço.
em outra injúria. Parágrafo único. Nos casos dos nos I e IV, res‑
Desafio para duelo
Injúria qualificada ponde pela ofensa quem lhe dá publicidade.
§ 2 o Se a injúria consiste na utilização de
Art. 224. Desafiar outro militar para duelo ou
Equivocidade da ofensa
aceitar‑lhe o desafio, embora o duelo não se
elementos referentes a raça, a cor, a etnia, a Art. 221. Se a ofensa é irrogada de forma im‑
religião, a origem, a orientação sexual ou a realize:
precisa ou equívoca, quem se julga atingido
condição de pessoa idosa ou com deficiência: pode pedir explicações em juízo. Se o inter‑ Pena – detenção, até três meses, se o fato não
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. pelado se recusa a dá‑las ou, a critério do juiz, constitui crime mais grave.
c §§ 1o e 2o acrescidos pela Lei n o 14.688, de 20-9- não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. Sequestro ou cárcere privado
2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação. c Art. 144 do CP. Art. 225. Privar alguém de sua liberdade, me‑
Injúria real CAPÍTULO VI diante sequestro ou cárcere privado:
Art. 217. Se a injúria consiste em violência, DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE c Art. 148 do CP.
ou outro ato que atinja a pessoa, e, por sua c Art. 230 do ECA.
Seção I Art. 1 o, e, da Lei n o 2.889, de 1 o-10-1956 (Lei do
natureza ou pelo meio empregado, se consi‑ c

dera aviltante: DOS CRIMES CONTRA A Crime de Genocídio).


LIBERDADE INDIVIDUAL c Art. 1o, III, b, da Lei no 7.960, de 21-12-1989 (Lei da
c Art. 140, § 2o, do CP. Prisão Temporária).
c Art. 7o, 1, do Pacto de São José da Costa Rica.
Pena – detenção, de três meses a um ano, além c Art. 1o, I, da Lei no 10.446, de 8-5-2002, que dispõe
da pena correspondente à violência. Constrangimento ilegal sobre infrações penais de repercussão interesta-
Disposições comuns Art. 222. Constranger alguém, mediante vio‑ dual ou internacional.
lência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver Pena – reclusão, até três anos.
Art. 218. As penas cominadas nos anteceden‑ reduzido, por qualquer outro meio, a capaci‑
tes artigos deste capítulo aumentam‑se de um Aumento de pena
dade de resistência, a não fazer o que a lei
terço, se qualquer dos crimes é cometido: permite, ou a fazer ou a tolerar que se faça, o § 1o A pena é aumentada de metade:
c Art. 141 do CP. que ela não manda:  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1o
I – contra o Presidente da República ou chefe c Art. 5o, II, da CF. A pena é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
de governo estrangeiro; c Art. 146 do CP. anos:”
II – contra superior; c Art. 301 do CE. c Caput do § 1 o com a redação dada pela Lei
III – contra militar, ou funcionário público civil, c Art. 71 do CDC. no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
em razão das suas funções; c Art. 232 do ECA. de sua publicação.

498
Código Penal Militar Arts. 226 a 233
I – se a vítima é ascendente, descendente ou diligência em cumprimento de lei ou regula‑ guardo das palavras que não forem pronun‑
cônjuge do agente; mento militar; ciadas publicamente:
 Nova redação do dispositivo alterado: “I II – a qualquer hora do dia ou da noite para Pena – detenção, até um ano.
– se a vítima é ascendente, descendente, acudir vítima de desastre ou quando alguma
infração penal está sendo ali praticada ou na § 1o Na mesma pena incorre quem divulga os
cônjuge, companheira do agente, maior de fatos captados.
60 (sessenta) anos, menor de 18 (dezoito) iminência de o ser.
Compreensão do termo “casa” c Parágrafo único renumerado para § 1 o pela Lei
anos ou pessoa com deficiência;”
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
c Inciso I com a redação dada pela Lei n 14.688,
o
§ 4o O termo “casa” compreende: de sua publicação.
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
publicação.
I – qualquer compartimento habitado; § 2 o Considera‑se processo técnico, para os
II – aposento ocupado de habitação coletiva; fins deste artigo, qualquer meio que registre
II – se o crime é praticado mediante internação III – compartimento não aberto ao público,
da vítima em casa de saúde ou hospital; informações, dados, imagens ou outros simi-
onde alguém exerce profissão ou atividade. lares, não consentidos pela vítima.
III – se a privação de liberdade dura mais de
quinze dias; § 5o Não se compreende no termo “casa”: c § 2 o acrescido pela Lei no 14.688, de 20-9-2023,
IV – se o crime é praticado com fins libidinosos. I – hotel, hospedaria, ou qualquer outra habi‑ para vigorar após 60 dias de sua publicação.

CÓDIGO PENAL MILITAR


c Inciso IV acrescido pela Lei no 14.688, de 20-9- tação coletiva, enquanto aberta, salvo a restri‑
Violação de segredo profissional
2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação. ção do no II do parágrafo anterior;
Art. 230. Revelar, sem justa causa, segredo
II – taverna, boate, casa de jogo e outras do
Formas qualificadas pelo resultado mesmo gênero. de que tem ciência, em razão de função ou
§ 2o Se resulta à vítima, em razão de maus‑tra‑ profissão, exercida em local sob administração
tos ou da natureza da detenção, grave sofri‑ Seção III militar, desde que da revelação possa resultar
mento físico ou moral: DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE dano a outrem:
DE CORRESPONDÊNCIA OU COMUNICAÇÃO c Art. 154 do CP.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
c Art. 11 do Pacto de São José da Costa Rica.
§ 3o Se, pela razão do parágrafo anterior, re‑ Pena – detenção, de três meses a um ano.
sulta morte: Violação de correspondência Natureza militar do crime
Pena – reclusão, de doze a trinta anos. Art. 227. Devassar indevidamente o conteúdo Art. 231. Os crimes previstos nos artigos 228
de correspondência privada dirigida a outrem:
Seção II e 229 somente são considerados militares no
c Arts. 151 e 359‑K do CP.
DO CRIME CONTRA A caso do artigo 9o, no II, letra a.
c Art. 41, XV, e parágrafo único, da LEP.
INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO c Lei n o 13.869, de 5-9-2019 (Lei do Abuso de CAPÍTULO VII
c Art. 11 do Pacto de São José da Costa Rica. Autoridade). DOS CRIMES SEXUAIS
Violação de domicílio Pena – detenção, até seis meses. Estupro
Art. 226. Entrar ou permanecer, clandestina § 1o Nas mesmas penas incorre:
Art. 232. Constranger mulher a conjunção
ou astuciosamente, ou contra a vontade ex‑ I – quem se apossa de correspondência alheia, carnal, mediante violência ou grave ameaça:
pressa ou tácita de quem de direito, em casa fechada ou aberta, e, no todo ou em parte, a
alheia ou em suas dependências: sonega ou destrói; Pena – reclusão, de três a oito anos, sem pre‑
II – quem indevidamente divulga, transmite a juízo da correspondente à violência.
c Art. 5o, XI, da CF.
c Art. 150 do CP. outrem ou utiliza, abusivamente, comunica‑  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
c Arts. 170 a 184 do CPPM. ção telegráfica ou radioelétrica dirigida a ter‑ 232. Constranger alguém, mediante violên‑
Pena – detenção, até três meses. ceiro, ou conversação telefônica entre outras cia ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
pessoas; ou a praticar ou permitir que com ele se pra‑
Forma qualificada III – quem impede a comunicação ou a conver‑ tique outro ato libidinoso: Pena – reclusão,
§ 1o Se o crime é cometido durante o repou‑ sação referida no número anterior. de 6 (seis) a 10 (dez) anos.”
so noturno, ou com emprego de violência ou Aumento de pena c Caput e pena com a redação dada pela Lei
de arma, ou mediante arrombamento, ou por no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
duas ou mais pessoas: § 2o A pena aumenta‑se de metade, se há dano
de sua publicação.
para outrem.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, c Art. 5o, XLIII, da CF.
§ 3o Se o agente comete o crime com abuso de Art. 217‑A do CP.
além da pena correspondente à violência. c
função, em serviço postal, telegráfico, radioe‑ c Art. 408 deste Código.
Aumento de pena létrico ou telefônico: c Art. 1o, III, f, da Lei no 7.960, de 21-12-1989 (Lei da
c Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, Pena – detenção, de um a três anos. Prisão Temporária).
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
publicação. Natureza militar do crime c Arts. 1o, V, e 9o da Lei no 8.072, de 25-7-1990 (Lei
dos Crimes Hediondos).
§ 2o Aumenta‑se a pena de um terço, se o fato § 4 o Salvo o disposto no parágrafo anterior,
é cometido por militar em serviço ou por fun‑ qualquer dos crimes previstos neste artigo só é § 1o Se da conduta resulta lesão de natureza
cionário público civil, fora dos casos legais, ou considerado militar no caso do artigo 9o, no II, grave, ou se a vítima é menor de 18 (dezoito)
com inobservância das formalidades prescritas letra a. e maior de 14 (quatorze) anos:
em lei, ou com abuso de poder. Seção IV Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 2o DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE § 2o Se da conduta resulta morte:
A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se DOS SEGREDOS DE CARÁTER PARTICULAR Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
o fato é cometido por militar em serviço ou c Art. 11 do Pacto de São José da Costa Rica. anos.
por servidor público, fora dos casos legais,
ou com inobservância das formalidades Divulgação de segredo § 3o Se a vítima é menor de 14 (quatorze) anos
prescritas em lei ou com abuso de poder.” Art. 228. Divulgar, sem justa causa, conteúdo ou, por enfermidade ou deficiência mental,
de documento particular sigiloso ou de corres‑ não tem o necessário discernimento para a
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua pondência confidencial, de que é detentor ou prática do ato ou, por qualquer outra causa,
publicação. destinatário, desde que da divulgação possa não pode oferecer resistência:
Exclusão de crime resultar dano a outrem: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
c Art. 153 do CP. §§ 1o a 3o acrescidos pela Lei n o 14.688, de 20-9-
§ 3o Não constitui crime a entrada ou perma‑ c

nência em casa alheia ou em suas dependên‑ Pena – detenção, até seis meses. 2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação.
cias: Violação de recato Atentado violento ao pudor
I – durante o dia, com observância das forma‑ Art. 229. Violar, mediante processo técnico o Art. 233. Constranger alguém, mediante vio‑
lidades legais, para efetuar prisão ou outra direito ao recato pessoal ou o direito ao res‑ lência ou grave ameaça, a presenciar, a praticar

499
Arts. 234 a 242 Código Penal Militar
ou permitir que com ele pratique ato libidinoso CAPÍTULO VIII Pena – reclusão, de dois a seis anos.
diverso da conjunção carnal: DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR § 6o Se o furto é praticado:
c Este artigo estará revogado pela Lei n o 14.688, de Ato obsceno
I – com destruição ou rompimento de obstácu‑
20-9-2023, após 60 dias de sua publicação.
Art. 238. Praticar ato obsceno em lugar sujeito lo à subtração da coisa;
Pena – reclusão, de dois a seis anos, sem pre‑ à administração militar: II – com abuso de confiança ou mediante frau‑
juízo da correspondente à violência. c Art. 233 do CP. de, escalada ou destreza;
c Art. 5o, XLIII, da CF. c Art. 61 da LCP. III – com emprego de chave falsa;
Art. 217‑A do CP. IV – mediante concurso de duas ou mais
c
Pena – detenção, de três meses a um ano.
c Art. 408 deste Código. pessoas:
c Art. 1o, III, g, da Lei no 7.960, de 21-12-1989 (Lei da
Parágrafo único. A pena é agravada, se o c Súm. no 442 do STJ.
Prisão Temporária). fato é praticado por militar em serviço ou por
oficial. Pena – reclusão, de três a dez anos.
c Arts. 1o, VI, e 9o, da Lei no 8.072, de 25-7-1990 (Lei
dos Crimes Hediondos). Escrito ou objeto obsceno § 6o‑A. Na mesma pena do § 6 o deste artigo
incorre quem subtrai arma, munição, explo-
Corrupção de menores Art. 239. Produzir, distribuir, vender, expor à sivo ou outro material de uso restrito militar
Art. 234. Corromper ou facilitar a corrup‑ venda, exibir, adquirir ou ter em depósito para ou que contenha sinal indicativo de pertencer
o fim de venda, distribuição ou exibição, livros,
ção de pessoa menor de dezoito e maior de a instituição militar.
jornais, revistas, escritos, pinturas, gravuras,
quatorze anos, com ela praticando ato de estampas, imagens, desenhos ou qualquer ou‑ c § 6o‑A acrescido pela Lei no 14.688, de 20-9-2023,
libidinagem, ou induzindo‑a a praticá‑lo ou tro objeto de caráter obsceno, em lugar sujeito
para vigorar após 60 dias de sua publicação.
presenciá‑lo: à administração militar, ou durante o período § 7 o Aos casos previstos nos §§ 4 o e 5 o são
c Art. 218 do CP. de exercício ou manobras: aplicáveis as atenuações a que se referem os
c Arts. 240 e 241 do ECA. c Art. 234 do CP. §§ 1o e 2o. Aos previstos no § 6o é aplicável a
Pena – reclusão, até três anos. atenuação referida no § 2o.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.  Nova redação do dispositivo alterado: “§ 7o
Parágrafo único. Na mesma pena incorre Aos casos previstos nos §§ 4o e 5o são apli‑
234. Induzir alguém menor de 14 (quator‑ quem distribui, vende, oferece à venda ou
cáveis as atenuações a que se referem os
ze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: exibe a militares em serviço objeto de caráter
§§ 1o e 2o, e aos casos previstos nos §§ 6o
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) obsceno.
e 6o‑A é aplicável a atenuação referida no
anos.”
§ 2o deste artigo.”
c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688, TÍTULO V – DOS CRIMES
CONTRA O PATRIMÔNIO c § 7 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
publicação. publicação.
CAPÍTULO I
Pena – reclusão, até três anos. DO FURTO Furto de uso
Ato de libidinagem Furto simples Art. 241. Se a coisa é subtraída para o fim de
c Epígrafe com a redação dada pela Lei n o 14.688, de
Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coi‑ uso momentâneo e, a seguir, vem a ser imedia‑
20-9-2023. tamente restituída ou reposta no lugar onde
sa alheia móvel:
Art. 235. Praticar, ou permitir o militar que c Art. 404 deste Código. se achava:
com ele se pratique ato libidinoso, homosse‑ c Art. 155 do CP. c Art. 404 deste Código.
xual ou não, em lugar sujeito à administração c Arts. 24 e 25 da LCP. Pena – detenção, até seis meses.
militar: c Súm. no 567 do STJ.
Aumento de pena
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. Pena – reclusão, até seis anos. c Epígrafe acrescida pela Lei n o 14.688, de 20-9-
235. Praticar, ou permitir o militar que com Furto atenuado 2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação.
ele se pratique, ato libidinoso em lugar su‑
§ 1 o Se o agente é primário e é de pequeno Parágrafo único. A pena é aumentada de me‑
jeito à administração militar ou no exercício
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a tade, se a coisa usada é veículo motorizado;
de função militar:” pena de reclusão pela de detenção, diminuí‑la e de um terço, se é animal de sela ou de tiro.
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688, de um a dois terços, ou considerar a infração
 Nova redação do dispositivo alterado: “Pa‑
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua como disciplinar. Entende‑se pequeno o valor
rágrafo único. A pena é aumentada de me‑
publicação. que não exceda a um décimo da quantia men‑ tade se a coisa usada é veículo motorizado,
Pena – detenção, de seis meses a um ano. sal do mais alto salário mínimo do País. embarcação, aeronave ou arma, e de 1/3
c O STF, ao julgar parcialmente procedente a ADPF § 2o A atenuação do parágrafo anterior é igual‑ (um terço) se é animal de sela ou de tiro.”
n o 291 (DOU de 4-11-2015), declarou como não mente aplicável no caso em que o criminoso, c Parágrafo único com a redação dada pela Lei
recepcionada pela Constituição Federal a expres- sendo primário, restitui a coisa ao seu dono ou no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
são “pederastia ou outro”, mencionada na rubrica repara o dano causado, antes de instaurada a de sua publicação.
enunciativa referente ao art. 235 do Código Penal ação penal.
Militar, e a expressão “homossexual ou não”, con- CAPÍTULO II
tida no referido dispositivo. c Arts. 35 e 396 do CPPM. DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Presunção de violência Energia de valor econômico Roubo simples
Art. 236. Presume‑se a violência, se a vítima: § 3 o Equipara‑se à coisa móvel a energia Art. 242. Subtrair coisa alheia móvel, para si
elétrica ou qualquer outra que tenha valor
I – não é maior de quatorze anos, salvo funda‑ ou para outrem, mediante emprego ou amea‑
econômico.
da suposição contrária do agente; ça de emprego de violência contra pessoa, ou
Furto qualificado depois de havê‑la, por qualquer modo, reduzi‑
II – é doente ou deficiente mental, e o agente
conhecia esta circunstância; § 4o Se o furto é praticado durante a noite: do à impossibilidade de resistência:
III – não pode, por qualquer outra causa, ofe‑ Pena – reclusão, de dois a oito anos. c Art. 405 deste Código.
recer resistência. c Art. 157 do CP.
§ 5 o Se a coisa furtada pertence à Fazenda
c Súm. no 582 do STJ.
Aumento de pena Nacional:
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 5o
Pena – reclusão, de quatro a quinze anos.
Art. 237. Nos crimes previstos neste capítulo,
a pena é agravada, se o fato é praticado: Se a coisa furtada pertence à Fazenda § 1o Na mesma pena incorre quem, em segui‑
Pública:” da à subtração da coisa, emprega ou ameaça
Art. 226 do CP.
Caput do § 5 o com a redação dada pela Lei empregar violência contra pessoa, a fim de as‑
c
c
I – com o concurso de duas ou mais pessoas; no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias segurar a impunidade do crime ou a detenção
II – por oficial, ou por militar em serviço. de sua publicação. da coisa para si ou para outrem.

500
Código Penal Militar Arts. 243 a 252
Roubo qualificado Formas qualificadas Apropriação de coisa achada
§ 2 o A pena aumenta‑se de um terço até § 1o Se o sequestro dura mais de vinte e quatro Parágrafo único. Na mesma pena incor‑
metade: horas, ou se o sequestrado é menor de dezes‑ re quem acha coisa alheia perdida e dela se
c Súm. no 443 do STJ. seis ou maior de sessenta anos, ou se o crime apropria, total ou parcialmente, deixando de
é cometido por mais de duas pessoas, a pena é restituí‑la ao dono ou legítimo possuidor, ou
I – se a violência ou ameaça é exercida com
de reclusão de oito a vinte anos. de entregá‑la à autoridade competente, den‑
emprego de arma;
§ 2 o Se à pessoa sequestrada, em razão de tro do prazo de quinze dias.
II – se há concurso de duas ou mais pessoas;
maus‑tratos ou da natureza do sequestro, re‑ c Art. 169, parágrafo único, II, do CP.
III – se a vítima está em serviço de transporte de
valores, e o agente conhece tal circunstância; sulta grave sofrimento físico ou moral, a pena Art. 250. Nos crimes previstos neste capítulo,
IV – se a vítima está em serviço de natureza de reclusão é aumentada de um terço. aplica‑se o disposto nos §§ 1o e 2 o do artigo
militar; § 3o Se o agente vem a empregar violência con‑ 240.
V – se é dolosamente causada lesão grave; tra a pessoa sequestrada, aplicam‑se corres‑ CAPÍTULO IV
VI – se resulta morte e as circunstâncias evi‑ pondentemente, as disposições do artigo 242, DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
denciam que o agente não quis esse resultado, § 2o, nos V e VI, e § 3o.
Estelionato

CÓDIGO PENAL MILITAR


nem assumiu o risco de produzi‑lo; § 4 o Se o crime é cometido em concurso, o
VII – se a subtração é de veículo automotor concorrente que o denunciar à autoridade, Art. 251. Obter, para si ou para outrem, van‑
que venha a ser transportado para outra uni- facilitando a libertação do sequestrado, terá tagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
dade da Federação ou para o exterior; sua pena reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 mantendo alguém em erro, mediante artifício,
VIII – se o agente mantém a vítima em seu (dois terços). ardil ou qualquer outro meio fraudulento:
poder, restringindo sua liberdade; c § 4 o acrescido pela Lei n o 14.688, de 20-9-2023, c Art. 171 do CP.
IX – se a coisa subtraída é arma, munição, para vigorar após 60 dias de sua publicação. c Art. 6o da Lei no 7.492, de 16-6-1986 (Lei dos Cri-
explosivo ou outro material de uso restrito Chantagem mes Contra o Sistema Financeiro Nacional).
militar ou que contenha sinal indicativo de c Súm. no 17 do STJ.
pertencer a instituição militar.
Art. 245. Obter ou tentar obter de alguém,
para si ou para outrem, indevida vantagem Pena – reclusão, de dois a sete anos.
c Incisos VII a IX acrescidos pela Lei n o 14.688, § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
econômica, mediante a ameaça de revelar
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
publicação.
fato, cuja divulgação pode lesar a sua reputa‑ Disposição de coisa alheia como própria
ção ou de pessoa que lhe seja particularmente I – vende, permuta, dá em pagamento, em
Latrocínio cara: locação ou em garantia, coisa alheia como
§ 3 Se, para praticar o roubo, ou assegurar a Pena – reclusão, de três a dez anos.
o
própria;
impunidade do crime, ou a detenção da coisa,
Parágrafo único. Se a ameaça é de divulga‑ Alienação ou oneração
o agente ocasiona dolosamente a morte de
ção pela imprensa, radiodifusão ou televisão, fraudulenta de coisa própria
alguém, a pena será de reclusão, de quinze a a pena é agravada.
trinta anos, sendo irrelevante se a lesão patri‑ II – vende, permuta, dá em pagamento ou em
monial deixa de consumar‑se. Se há mais de Extorsão indireta garantia coisa própria inalienável, gravada de
uma vítima dessa violência à pessoa, aplica‑se Art. 246. Obter de alguém, como garantia ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu
o disposto no artigo 79. de dívida, abusando de sua premente neces‑ vender a terceiro, mediante pagamento em
c Art. 5o, XLIII, da CF. sidade, documento que pode dar causa a pro‑ prestações, silenciando sobre qualquer dessas
c Art. 1 o, II, da Lei n o 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos cedimento penal contra o devedor ou contra
circunstâncias;
Crimes Hediondos). terceiro: Defraudação de penhor
c Súm. no 610 do STF. c Art. 160 do CP. III – defrauda, mediante alienação não consen‑
Extorsão simples Pena – reclusão, até três anos. tida pelo credor ou por outro modo, a garantia
Art. 243. Obter para si ou para outrem in‑ Aumento de pena pignoratícia, quando tem a posse do objeto
devida vantagem econômica, constrangendo empenhado;
Art. 247. Nos crimes previstos neste capítulo,
alguém, mediante violência ou grave ameaça: a pena é agravada, se a violência é contra su‑ Fraude na entrega de coisa
c Art. 158 do CP. perior, ou militar de serviço. IV – defrauda substância, qualidade ou quanti‑
c Art. 405 deste Código. c Art. 24 deste Código. dade de coisa que entrega a adquirente;
c Art. 1o, III, d, da Lei no 7.960, de 21-12-1989 (Lei da Fraude no pagamento de cheque
Prisão Temporária). CAPÍTULO III
c Súm. no 96 do STJ. DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA V – defrauda de qualquer modo o pagamento
de cheque que emitiu a favor de alguém.
a) a praticar ou tolerar que se pratique ato Apropriação indébita simples
c Súmulas n os 246, 521 e 554 do STF.
lesivo do seu patrimônio, ou de terceiro; Art. 248. Apropriar‑se de coisa alheia móvel, c Súm. no 244 do STJ.
b) a omitir ato de interesse do seu patrimônio, de que tem a posse ou detenção:
ou de terceiro: § 2o Os crimes previstos nos nos I a V do pará‑
c Art. 168 do CP.
grafo anterior são considerados militares so‑
Pena – reclusão, de quatro a quinze anos. c Art. 5 da Lei n 7.492, de 16-6-1986 (Lei dos Cri-
o o
mente nos casos do artigo 9o, no II, letras a e e.
mes Contra o Sistema Financeiro Nacional).
Formas qualificadas Agravação de pena
c Art. 173 da Lei n 11.101, de 9-2-2005 (Lei de Recu-
o

§ 1 o Aplica‑se à extorsão o disposto no § 2 o peração de Empresas e Falências). § 3o A pena é agravada, se o crime é cometido
do artigo 242. Pena – reclusão, até seis anos. em detrimento da administração militar.
§ 2o Aplica‑se à extorsão, praticada mediante Agravação de pena Abuso de pessoa
violência, o disposto no § 3o do artigo 242.
Parágrafo único. A pena é agravada, se o va‑ Art. 252. Abusar, em proveito próprio ou
Extorsão mediante sequestro lor da coisa excede vinte vezes o maior salário alheio, no exercício de função, em unidade, re‑
Art. 244. Extorquir ou tentar extorquir para si mínimo, ou se o agente recebeu a coisa: partição ou estabelecimento militar, da neces‑
ou para outrem, mediante sequestro de pes‑ I – em depósito necessário; sidade, paixão ou inexperiência, ou da doença
soa, indevida vantagem econômica: II – em razão de ofício, emprego ou profissão. ou deficiência mental de outrem, induzindo‑o
Art. 405 deste Código. à prática de ato que produza efeito jurídico,
c
Apropriação de coisa havida acidentalmente em prejuízo próprio ou de terceiro, ou em de‑
c Art. 159 do CP.
c Art. 1o, III, e, da Lei no 7.960, de 21-12-1989 (Lei da Art. 249. Apropriar‑se alguém de coisa alheia trimento da administração militar:
Prisão Temporária). vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou c Art. 173 do CP.
c Art. 1o, IV, da Lei no 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos força da natureza: c Art. 4 o, b, da Lei n o 1.521, de 26-12-1951 (Lei dos
Crimes Hediondos). c Art. 169 do CP. Crimes Contra a Economia Popular).
Pena – reclusão, de seis a quinze anos. Pena – detenção, até um ano. Pena – reclusão, de dois a seis anos.

501
Arts. 253 a 267 Código Penal Militar
Art. 253. Nos crimes previstos neste capítulo, Pena correspondente à violência Dano em aparelhos e instalações de aviação
aplica‑se o disposto nos §§ 1o e 2 o do artigo § 2o Quando há emprego de violência, fica res‑ e navais, e em estabelecimentos militares
240. salvada a pena a esta correspondente. Art. 264. Praticar dano:
CAPÍTULO V Aposição, supressão ou alteração de marca c Art. 383 deste Código.
DA RECEPTAÇÃO Art. 258. Apor, suprimir ou alterar, indevida‑ I – em aeronave, hangar, depósito, pista ou
Receptação mente, em gado ou rebanho alheio, sob guar‑ instalações de campo de aviação, engenho de
da ou administração militar, marca ou sinal guerra motomecanizado, viatura em comboio
Art. 254. Adquirir, receber ou ocultar em pro‑ indicativo de propriedade: militar, arsenal, dique, doca, armazém, quar‑
veito próprio ou alheio, coisa proveniente de tel, alojamento ou em qualquer outra insta‑
c Art. 162 do CP.
crime, ou influir para que terceiro, de boa‑fé, a lação militar;
adquira, receba ou oculte: Pena – detenção, de seis meses a três anos.
II – em estabelecimento militar sob regime in‑
c Art. 180 do CP. CAPÍTULO VII dustrial, ou centro industrial a serviço de cons‑
c Art. 2o, § 1o, Lei no 8.176, de 8-2-1991 (Lei dos Cri- DO DANO trução ou fabricação militar:
mes Contra a Ordem Econômica).
Dano simples Pena – reclusão, de dois a dez anos.
Pena – reclusão, até cinco anos.
Art. 259. Destruir, inutilizar, deteriorar ou fa‑ Parágrafo único. Aplica‑se o disposto nos
§ 1 São aplicáveis os §§ 1 e 2 do artigo 240. zer desaparecer coisa alheia:
o o o
parágrafos do artigo anterior.
c Parágrafo único renumerado para § 1 o pela Lei Arts. 383 e 384 deste Código.
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
c Desaparecimento, consumação ou extravio
c Art. 163 do CP.
de sua publicação. c Art. 65 da Lei no 9.605, de 12-2-1998 (Lei dos Cri- Art. 265. Fazer desaparecer, consumir ou ex‑
Receptação qualificada mes Ambientais). traviar combustível, armamento, munição, pe‑
ças de equipamento de navio ou de aeronave
§ 2o Se a coisa é arma, munição, explosivo ou Pena – detenção, até seis meses.
ou de engenho de guerra motomecanizado:
outro material militar de uso restrito ou que Parágrafo único. Se se trata de bem público:
contenha sinal indicativo de pertencer a ins-  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
Pena – detenção, de seis meses a três anos. 265. Fazer desaparecer, consumir ou extra‑
tituição militar:
Dano atenuado viar combustível, armamento, munição ou
Pena – reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos. peças de equipamento de navio, de aero‑
Art. 260. Nos casos do artigo anterior, se o
c § 2 o acrescido pela Lei no 14.688, de 20-9-2023, criminoso é primário e a coisa é de valor não nave ou de outros equipamentos militares:”
para vigorar após 60 dias de sua publicação.
excedente a um décimo do salário mínimo, o c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
Receptação culposa juiz pode atenuar a pena, ou considerar a in‑ de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por fração como disciplinar. publicação.
sua natureza ou pela manifesta desproporção Parágrafo único. O benefício previsto no Pena – reclusão, até três anos, se o fato não
entre o valor e o preço, ou pela condição de artigo é igualmente aplicável, se, dentro das constitui crime mais grave.
quem a oferece, deve presumir‑se obtida por condições nele estabelecidas, o criminoso Modalidades culposas
meio criminoso: repara o dano causado antes de instaurada a
Art. 266. Se o crime dos artigos 262, 263, 264
Art. 180, § 3o, do CP. ação penal.
c e 265 é culposo, a pena é de detenção de seis
Pena – detenção, até um ano. Dano qualificado meses a dois anos; ou, se o agente é oficial,
Parágrafo único. Se o agente é primário e o Art. 261. Se o dano é cometido: suspensão do exercício do posto de um a três
valor da coisa não é superior a um décimo do I – com violência à pessoa ou grave ameaça; anos, ou reforma; se resulta lesão corporal ou
salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar II – com emprego de substância inflamável ou morte, aplica‑se também a pena cominada ao
a pena. explosiva, se o fato não constitui crime mais crime culposo contra a pessoa, podendo ain‑
grave; da, se o agente é oficial, ser imposta a pena
c Art. 180, § 5o, do CP.
III – por motivo egoístico ou com prejuízo con‑ de reforma.
c Súm. no 18 do STJ.
siderável:  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
Punibilidade de receptação
Pena – reclusão, até quatro anos, além da pena 266. Se o crime dos arts. 262, 263, 264 e
Art. 256. A receptação é punível ainda que correspondente à violência. 265 deste Código é culposo, a pena é de
desconhecido ou isento de pena o autor do detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos
crime de que proveio a coisa. Dano em material ou
aparelhamento de guerra e, se dele resulta lesão corporal ou morte,
c Art. 180, § 4o, do CP. aplica‑se também a pena cominada ao cri‑
Art. 262. Praticar dano em material ou apa‑ me culposo contra a pessoa.”
CAPÍTULO VI relhamento de guerra ou de utilidade militar,
ainda que em construção ou fabricação, ou em c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688,
DA USURPAÇÃO
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
Alteração de limites efeitos recolhidos a depósito, pertencentes ou publicação.
não às Forças Armadas:
Art. 257. Suprimir ou deslocar tapume, marco c Art. 383 deste Código. CAPÍTULO VIII
ou qualquer outro sinal indicativo de linha di‑ DA USURA
visória, para apropriar‑se, no todo ou em parte, Pena – reclusão, até seis anos.
de coisa imóvel sob administração militar: Dano em navio de guerra ou Usura pecuniária
c Art. 161 do CP.
mercante em serviço militar Art. 267. Obter ou estipular, para si ou para
c Art. 2 o da Lei n o 8.176, de 8-2-1991 (Lei dos Crimes Art. 263. Causar a perda, destruição, inutiliza‑ outrem, no contrato de mútuo de dinheiro,
Contra a Ordem Econômica). ção, encalhe, colisão ou alagamento de navio abusando da premente necessidade, inexpe‑
Pena – detenção, até seis meses. de guerra ou de navio mercante em serviço riência ou leviandade do mutuário, juro que
militar, ou nele causar avaria: excede a taxa fixada em lei, regulamento ou
§ 1o Na mesma pena incorre quem: ato oficial:
c Art. 383 deste Código.
Usurpação de águas Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Pena – reclusão, de três a dez anos.
I – desvia ou represa, em proveito próprio ou Casos assimilados
§ 1o Se resulta lesão grave, a pena correspon‑
de outrem, águas sob administração militar; dente é aumentada da metade; se resulta a § 1o Na mesma pena incorre quem, em reparti‑
Invasão de propriedade morte, é aplicada em dobro. ção ou local sob administração militar, recebe
II – invade, com violência à pessoa ou à coisa, § 2o Se, para a prática do dano previsto no ar‑ vencimento ou provento de outrem, ou per‑
ou com grave ameaça, ou mediante concurso tigo, usou o agente de violência contra a pes‑ mite que estes sejam recebidos, auferindo ou
de duas ou mais pessoas, terreno ou edifício soa, ser‑lhe‑á aplicada igualmente a pena a ela permitindo que outrem aufira proveito cujo
sob administração militar. correspondente. valor excede a taxa de três por cento.

502
Código Penal Militar Arts. 268 a 281
Aumento de pena § 3o Se a explosão é causada pelo desencadea‑ Subtração, ocultação ou inutilização
c Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, de mento de energia nuclear: de material de socorro
20-9-2023. Pena – reclusão, de cinco a vinte anos. Art. 275. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por
§ 2o A pena é agravada, se o crime é cometido Modalidade culposa ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou
por superior ou por funcionário em razão da outro desastre ou calamidade, aparelho, ma‑
função. § 4 No caso de culpa, se a explosão é causada terial ou qualquer meio destinado a serviço de
o

por dinamite ou substância de efeitos análo‑ combate ao perigo, de socorro ou salvamento;


 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 2o gos, a pena é detenção, de seis meses a dois ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se anos; se é causada pelo desencadeamento de c Art. 386 deste Código.
o crime é cometido por superior, por mi‑ energia nuclear, detenção de três a dez anos; c Art. 257 do CP.
litar ou por servidor público, em razão da
nos demais casos, detenção de três meses a
função.” Pena – reclusão, de três a seis anos.
um ano.
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de Fatos que expõem a perigo
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua Emprego de gás tóxico ou asfixiante
aparelhamento militar
publicação. Art. 270. Expor a perigo de vida, a integrida‑
Art. 276. Praticar qualquer dos fatos previstos
de física ou o patrimônio de outrem, em lugar

CÓDIGO PENAL MILITAR


TÍTULO VI – DOS CRIMES CONTRA nos artigos anteriores deste capítulo, expondo
sujeito à administração militar, usando de gás a perigo, embora em lugar não sujeito à ad‑
A INCOLUMIDADE PÚBLICA tóxico ou asfixiante ou prejudicial de qualquer ministração militar, navio, aeronave, material
CAPÍTULO I modo à incolumidade da pessoa ou da coisa: ou engenho de guerra motomecanizado ou
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM c Art. 386 deste Código. não, ainda que em construção ou fabricação,
c Art. 252 do CP. destinados às Forças Armadas, ou instalações
Incêndio c Art. 54 da Lei n o 9.605, de 12-2-1998 (Lei dos Cri- especialmente a serviço delas:
Art. 268. Causar incêndio em lugar sujeito à mes Ambientais).
c Art. 386 deste Código.
administração militar, expondo a perigo a vida, Pena – reclusão, até cinco anos.
a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena – reclusão, de dois a seis anos.
Modalidade culposa Modalidade culposa
Pena – reclusão, de três a oito anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Parágrafo único. Se o crime é culposo:
c Art. 386 do CPM.
c Art. 250 do CP. Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
c Art. 343 do CPPM. Abuso de radiação Formas qualificadas pelo resultado
Agravação de pena Art. 271. Expor a perigo a vida ou a inte‑ Art. 277. Se do crime doloso de perigo co‑
§ 1o A pena é agravada: gridade física de outrem, em lugar sujeito à mum resulta, além da vontade do agente, le‑
I – se o crime é cometido com intuito de obter administração militar, pelo abuso de radiação são grave, a pena é aumentada de metade; se
vantagem pecuniária para si ou para outrem; ionizante ou de substância radioativa: resulta morte, é aplicada em dobro. No caso
II – se o incêndio é: c Art. 386 deste Código. de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a
a) em casa habitada ou destinada a habita‑ Pena – reclusão, até quatro anos. pena aumenta‑se de metade; se resulta morte,
ção; aplica‑se a pena cominada ao homicídio culpo‑
Modalidade culposa so, aumentada de um terço.
b) em edifício público ou qualquer construção
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Art. 258 do CP.
destinada a uso público ou a obra de assis‑ c

tência social ou de cultura; Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Difusão de epizootia ou praga vegetal
c) em navio, aeronave, comboio ou veículo de Inundação Art. 278. Difundir doença ou praga que possa
transporte coletivo; Art. 272. Causar inundação, em lugar sujeito à causar dano a floresta, plantação, pastagem
d) em estação ferroviária, rodoviária, aeródro‑ ou animais de utilidade econômica ou militar,
administração militar, expondo a perigo a vida,
mo ou construção portuária; em lugar sob administração militar:
a integridade física ou o patrimônio de outrem:
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; Art. 386 deste Código.
f) em depósito de explosivo, combustível ou c Art. 386 deste Código.
c

c Art. 254 do CP. c Art. 259 do CP.


inflamável; c Art. 61 da Lei no 9.605, de 12-2-1998 (Lei dos Cri-
g) em poço petrolífero ou galeria de minera‑ Pena – reclusão, de três a oito anos. mes Ambientais).
ção; Modalidade culposa Pena – reclusão, até três anos.
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Modalidade culposa
c Art. 41 da Lei n 9.605, de 12-2-1998 (Lei dos Cri-
o

mes Ambientais). Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é
Incêndio culposo Perigo de inundação de detenção, até seis meses.
§ 2o Se culposo o incêndio: Art. 273. Remover, destruir ou inutilizar obstá‑ Embriaguez ao volante
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. culo natural ou obra destinada a impedir inun‑ Art. 279. Dirigir veículo motorizado, sob ad‑
dação, expondo a perigo a vida, a integridade ministração militar, na via pública, encontran‑
Explosão física ou o patrimônio de outrem, em lugar do‑se em estado de embriaguez, por bebida
Art. 269. Causar ou tentar causar explosão, sujeito à administração militar: alcoólica, ou qualquer outro inebriante:
em lugar sujeito à administração militar, ex‑ c Art. 386 deste Código. Pena – detenção, de três meses a um ano.
pondo a perigo a vida, a integridade ou o pa‑ c Art. 255 do CP.
trimônio de outrem: Perigo resultante de violação
c Art. 386 deste Código.
Pena – reclusão, de dois a quatro anos. de regra de trânsito
c Art. 251 do CP. Desabamento ou desmoronamento Art. 280. Violar regra de regulamento de
Pena – reclusão, até quatro anos. Art. 274. Causar desabamento ou desmoro‑ trânsito, dirigindo veículo sob administração
namento, em lugar sujeito à administração militar, expondo a efetivo e grave perigo a in‑
Forma qualificada columidade de outrem:
militar, expondo a perigo a vida, a integridade
§ 1 o Se a substância utilizada é dinamite ou física ou o patrimônio de outrem: Pena – detenção, até seis meses.
outra de efeitos análogos:
c Art. 386 deste Código. Fuga após acidente de trânsito
Pena – reclusão, de três a oito anos. c Art. 256 do CP. Art. 281. Causar, na direção de veículo mo‑
Agravação de pena Pena – reclusão, até cinco anos. torizado, sob administração militar, ainda que
§ 2 A pena é agravada se ocorre qualquer das Modalidade culposa
o
sem culpa, acidente de trânsito, de que resul‑
hipóteses previstas no § 1 , n I, do artigo ante‑
o o
te dano pessoal, e, em seguida, afastar‑se do
rior, ou é visada ou atingida qualquer das coi‑ Parágrafo único. Se o crime é culposo: local, sem prestar socorro à vítima que dele
sas enumeradas no no II do mesmo parágrafo. Pena – detenção, de seis meses a dois anos. necessite:

503
Arts. 282 a 291 Código Penal Militar
Pena – detenção, de seis meses a um ano, sem ou requisição militar emanada de ordem legal, física ou psíquica, em lugar sujeito à adminis‑
prejuízo das cominadas nos artigos 206 e 210. impedir‑lhe ou dificultar‑lhe o funcionamento: tração militar, sem autorização ou em desacor‑
Isenção de prisão em flagrante c Arts. 262 e 359‑R do CP. do com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. Se o agente se abstém de Pena – reclusão, até três anos. Pena – reclusão, até cinco anos.
fugir e, na medida que as circunstâncias o Desastre efetivo c Arts. 27 a 29 e 33 a 47 da Lei n o 11.343, de 23-8-
permitam, presta ou providencia para que seja 2006 (Lei Antidrogas).
§ 1 Se do fato resulta desastre, a pena é reclu‑
o
prestado socorro à vítima, fica isento de prisão são de dois a cinco anos. Casos assimilados
em flagrante. § 1o Na mesma pena incorre, ainda que o fato
Modalidade culposa
CAPÍTULO II incriminado ocorra em lugar não sujeito à ad‑
§ 2o No caso de culpa, se ocorre desastre:
DOS CRIMES CONTRA OS MEIOS DE ministração militar:
TRANSPORTE E DE COMUNICAÇÃO Pena – detenção, até um ano.
I – o militar que fornece, de qualquer forma,
Formas qualificadas pelo resultado substância entorpecente ou que determine
Perigo de desastre ferroviário
Art. 282. Impedir ou perturbar serviço de es‑ Art. 285. Se de qualquer dos crimes previstos dependência física ou psíquica a outro militar;
nos artigos 282 a 284, no caso de desastre ou II – o militar que, em serviço ou em missão de
trada de ferro, sob administração ou requisição
sinistro, resulta morte de alguém, aplica‑se o natureza militar, no País ou no estrangeiro,
militar emanada de ordem legal:
disposto no artigo 277. pratica qualquer dos fatos especificados no
c Art. 260 do CP.
c Art. 263 do CP. artigo;
I – danificando ou desarranjando, total ou par‑ III – quem fornece, ministra ou entrega, de
Arremesso de projétil
cialmente, linha férrea, material rodante ou de qualquer forma, substância entorpecente ou
tração, obra de arte ou instalação; Art. 286. Arremessar projétil contra veículo que determine dependência física ou psíqui‑
II – colocando obstáculo na linha; militar, em movimento, destinado a transporte ca a militar em serviço, ou em manobras ou
III – transmitindo falso aviso acerca do mo‑ por terra, por água ou pelo ar: exercício.
vimento dos veículos, ou interrompendo ou c Art. 264 do CP.
Forma qualificada
embaraçando o funcionamento dos meios de c Art. 37 da LCP.
comunicação; Pena – detenção, até seis meses. § 2o Se o agente é farmacêutico, médico, den‑
c Art. 41 da LCP.
tista ou veterinário:
Forma qualificada pelo resultado
IV – praticando qualquer outro ato de que pos‑ Parágrafo único. Se do fato resulta lesão Pena – reclusão, de dois a oito anos.
sa resultar desastre: c Art. 38 da Lei n o 11.343, de 23-8-2006 (Lei
corporal, a pena é de detenção, de seis meses Antidrogas).
Pena – reclusão, de dois a cinco anos. a dois anos; se resulta morte, a pena é a do
homicídio culposo, aumentada de um terço. § 3 o Na mesma pena incorre o militar que
Desastre efetivo
se apresentar para o serviço sob o efeito de
§ 1o Se do fato resulta desastre: Atentado contra serviço de utilidade militar
substância entorpecente.
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. Art. 287. Atentar contra a segurança ou o
§ 4 o A pena é aumentada de metade se as
funcionamento de serviço de água, luz, força
§ 2o Se o agente quis causar o desastre ou as‑ ou acesso, ou qualquer outro de utilidade, em condutas descritas no caput deste artigo são
sumiu o risco de produzi‑lo: edifício ou outro lugar sujeito à administração cometidas por militar em serviço.
Pena – reclusão, de quatro a quinze anos. militar: § 5o Tratando‑se de tráfico de drogas, a pena
Modalidade culposa c Art. 265 do CP. será de reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)
anos.
§ 3o No caso de culpa, ocorrendo desastre: Pena – reclusão, até cinco anos.
c §§ 3o a 5o acrescidos pela Lei n o 14.688, de 20-9-
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Aumentar‑se‑á a pena de 2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação.
Conceito de “estrada de ferro” um terço até metade, se o dano ocorrer em
Receita ilegal
virtude de subtração de material essencial ao
§ 4 o Para os efeitos deste artigo, entende‑se funcionamento do serviço. Art. 291. Prescrever o médico ou dentista mi‑
por “estrada de ferro” qualquer via de comuni‑ litar, ou aviar o farmacêutico militar receita,
cação em que circulem veículos de tração me‑ Interrupção ou perturbação de ou fornecer substância entorpecente ou que
cânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo. serviço ou meio de comunicação determine dependência física ou psíquica, fora
Atentado contra transporte Art. 288. Interromper, perturbar ou dificultar dos casos indicados pela terapêutica, ou em
serviço telegráfico, telefônico, telemétrico, de dose evidentemente maior que a necessária,
Art. 283. Expor a perigo aeronave, ou navio televisão, telepercepção, sinalização, ou outro
próprio ou alheio, sob guarda, proteção ou meio de comunicação militar; ou impedir ou ou com infração de preceito legal ou regula‑
requisição militar emanada de ordem legal, ou dificultar a sua instalação em lugar sujeito à mentar, para uso de militar, ou para entrega a
em lugar sujeito à administração militar, bem administração militar, ou desde que para esta este; ou para qualquer fim, a qualquer pessoa,
como praticar qualquer ato tendente a impedir seja de interesse qualquer daqueles serviços em consultório, gabinete, farmácia, laborató‑
ou dificultar navegação aérea, marítima, flu‑ ou meios: rio ou lugar, sujeitos à administração militar:
vial ou lacustre sob administração, guarda ou  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
c Art. 266 do CP.
proteção militar: 291. Prescrever o médico ou dentista, ou
c Art. 41 da LCP.
c Arts. 261 e 359‑R do CP. aviar o farmacêutico receita, ou fornecer
c Art. 35 da LCP. Pena – detenção, de um a três anos. substância entorpecente ou que determine
Pena – reclusão, de dois a cinco anos. Aumento de pena dependência física ou psíquica fora dos ca‑
Superveniência de sinistro Art. 289. Nos crimes previstos neste capítulo, sos indicados pela terapêutica, ou em dose
a pena será agravada, se forem cometidos em evidentemente maior que a necessária, ou
§ 1o Se do fato resulta naufrágio, submersão ocasião de calamidade pública. com infração de preceito legal ou regula‑
ou encalhe do navio, ou a queda ou destruição mentar, para uso de militar ou para entrega
da aeronave: CAPÍTULO III
a este, ou para qualquer fim, a qualquer
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE pessoa, em consultório, gabinete, farmácia,
Modalidade culposa Tráfico, posse ou uso de entorpecente laboratório ou lugar sujeitos à administra‑
ou substância de efeito similar ção militar:”
§ 2o No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
fornecer, ainda que gratuitamente, ter em de‑ de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
Atentado contra viatura ou pósito, transportar, trazer consigo, ainda que publicação.
outro meio de transporte para uso próprio, guardar, ministrar ou entre‑ Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 284. Expor a perigo viatura ou outro meio gar de qualquer forma a consumo substância c Art. 38 da Lei n o 11.343, de 23-8-2006 (Lei
de transporte militar, ou sob guarda, proteção entorpecente, ou que determine dependência Antidrogas).

504
Código Penal Militar Arts. 292 a 303
Casos assimilados c Art. 54 da Lei no 9.605, de 12-2-1998 (Lei dos Cri- Agravação de pena
mes Ambientais).
Parágrafo único. Na mesma pena incorre: Parágrafo único. A pena é agravada, se o
Caso assimilado superior é oficial‑general ou comandante da
I – o militar ou funcionário que, tendo sob sua
guarda ou cuidado substância entorpecente § 1o Está sujeito à mesma pena quem, em lugar unidade a que pertence o agente.
ou que determine dependência física ou psí‑ sujeito à administração militar, entrega a con‑
Desacato a militar
quica, em farmácia, laboratório, consultório, sumo, ou tem em depósito, para o fim de ser
distribuída, água ou substância envenenada. Art. 299. Desacatar militar no exercício de
gabinete ou depósito militar, dela lança mão
para uso próprio ou de outrem, ou para desti‑ c Art. 56 da Lei no 9.605, de 12-2-1998 (Lei dos Cri- função de natureza militar ou em razão dela:
no que não seja lícito ou regular; mes Ambientais). c Art. 331 do CP.
 Nova redação do dispositivo alterado: “I – o Forma qualificada Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se
militar ou o servidor público que, tendo sob § 2o Se resulta a morte de alguém: o fato não constitui outro crime.
sua guarda ou cuidado substância entorpe‑ Pena – reclusão, de quinze a trinta anos. Desacato a servidor público
cente ou que determine dependência física Epígrafe com a redação dada pela Lei no 14.688, de
ou psíquica, em farmácia, em laboratório, Modalidade culposa c
20-9-2023.
§ 3o Se o crime é culposo, a pena é de deten‑

CÓDIGO PENAL MILITAR


em consultório, em gabinete ou em depósi‑
to militar, dela lança mão para uso próprio ção, de seis meses a dois anos; ou, se resulta a Art. 300. Desacatar assemelhado ou funcio‑
ou de outrem, ou para destino que não seja morte, de dois a quatro anos. nário civil no exercício de função ou em razão
lícito ou regular;” dela, em lugar sujeito à administração militar:
Corrupção ou poluição de água potável
Inciso I com a redação dada pela Lei n o 14.688,  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
c Art. 294. Corromper ou poluir água potável
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua 300. Desacatar servidor público no exercício
de uso de quartel, fortaleza, unidade, navio,
publicação. de função ou em razão dela, em lugar sujei‑
aeronave ou estabelecimento militar, ou de
II – quem subtrai substância entorpecente ou tropa em manobras ou exercício, tornando‑a to à administração militar:”
que determine dependência física ou psíquica, imprópria para consumo ou nociva à saúde: c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
ou dela se apropria, em lugar sujeito à adminis‑ c Art. 385 deste Código.
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
tração militar, sem prejuízo da pena decorrente publicação.
c Art. 271 do CP.
da subtração ou apropriação indébita; c Art. 54 da Lei no 9.605, de 12-2-1998 (Lei dos Cri-
c Art. 331 do CP.
III – quem induz ou instiga militar em serviço mes Ambientais). Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se
ou em manobras ou exercício a usar substância o fato não constitui outro crime.
entorpecente ou que determine dependência Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
física ou psíquica; Modalidade culposa Desobediência
IV – quem contribui de qualquer forma, para Parágrafo único. Se o crime é culposo: Art. 301. Desobedecer a ordem legal de au‑
incentivar ou difundir o uso de substância en‑ Pena – detenção, de dois meses a um ano. toridade militar:
torpecente ou que determine dependência fí‑ c Art. 330 do CP.
sica ou psíquica, em quartéis, navios, arsenais, Fornecimento de substância nociva
c Art. 12 da Lei no 1.079, de 10-4-1950 (Lei dos Cri-
estabelecimentos industriais, alojamentos, Art. 295. Fornecer às Forças Armadas subs‑ mes de Responsabilidade).
escolas, colégios ou outros quaisquer estabe‑ tância alimentícia ou medicinal corrompida, Pena – detenção, até seis meses.
lecimentos ou lugares sujeitos à administração adulterada ou falsificada, tornada, assim, no‑
militar, bem como entre militares que estejam civa à saúde: Ingresso clandestino
em serviço, ou o desempenhem em missão Pena – reclusão, de dois a seis anos. Art. 302. Penetrar em fortaleza, quartel, esta‑
para a qual tenham recebido ordem superior belecimento militar, navio, aeronave, hangar
ou tenham sido legalmente requisitados. Modalidade culposa
ou em outro lugar sujeito a administração
Epidemia Parágrafo único. Se o crime é culposo: militar, por onde seja defeso ou não haja pas‑
Art. 292. Causar epidemia, em lugar sujeito Pena – detenção, de seis meses a dois anos. sagem regular, ou iludindo a vigilância da sen‑
à administração militar, mediante propagação Fornecimento de substância alterada tinela ou de vigia:
de germes patogênicos: Art. 296. Fornecer às Forças Armadas substân‑ Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se
c Art. 267 do CP. cia alimentícia ou medicinal alterada, reduzin‑ o fato não constitui crime mais grave.
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos. do, assim, o seu valor nutritivo ou terapêutico: CAPÍTULO II
Forma qualificada Pena – detenção, de seis meses a dois anos. DO PECULATO
§ 1o Se do fato resulta morte, a pena é aplicada Modalidade culposa Peculato
em dobro. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 303. Apropriar‑se de dinheiro, valor ou
c Art. 1 o, III, i, da Lei n o 7.960, de 21-12-1989 (Lei da Pena – detenção, até seis meses.
qualquer outro bem móvel, público ou parti‑
Prisão Temporária).
Omissão de notificação de doença cular, de que tem a posse ou detenção, em
c Art. 1 o, VII, da Lei n o 8.072, de 25-7-1990 (Lei dos
Crimes Hediondos). Art. 297. Deixar o médico militar, no exercício razão do cargo ou comissão, ou desviá‑lo em
da função, de denunciar à autoridade pública proveito próprio ou alheio:
Modalidade culposa
doença cuja notificação é compulsória: c Art. 312 do CP.
§ 2o No caso de culpa, a pena é de detenção, Art. 1o, I, do Dec.‑lei no 201, de 27-2-1967 (Lei de
c Art. 269 do CP. c
de um a dois anos, ou, se resulta morte, de Responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores).
dois a quatro anos. Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
c Art. 5o da Lei no 7.492, de 16-6-1986 (Lei dos Cri-
Envenenamento com perigo extensivo mes Contra o Sistema Financeiro Nacional).
TÍTULO VII – DOS CRIMES CONTRA
Art. 293. Envenenar água potável ou substân‑ c Art. 173 da Lei no 11.101, de 9-2-2005 (Lei de Recu-
A ADMINISTRAÇÃO MILITAR peração de Empresas e Falências).
cia alimentícia ou medicinal, expondo a perigo
a saúde de militares em manobras ou exercício, CAPÍTULO I Pena – reclusão, de três a quinze anos.
ou de indefinido número de pessoas, em lugar DO DESACATO E DA DESOBEDIÊNCIA § 1o A pena aumenta‑se de um terço, se o obje‑
sujeito à administração militar: Desacato a superior to da apropriação ou desvio é de valor superior
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos. Art. 298. Desacatar superior, ofendendo‑lhe a a vinte vezes o salário mínimo.
c Art. 385 deste Código. dignidade ou o decoro, ou procurando depri‑ Peculato furto
c Art. 270 do CP. mir‑lhe a autoridade:
c Art. 1 da Lei n 2.889, de 1 -10-1956 (Lei do Crime
o o o § 2o Aplica‑se a mesma pena a quem, embora
c Art. 331 do CP. não tendo a posse ou detenção do dinheiro,
de Genocídio).
c Art. 1o, III, j, da Lei no 7.960, de 21-12-1989 (Lei da Pena – reclusão até quatro anos, se o fato não valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que
Prisão Temporária). constitui crime mais grave. seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,

505
Arts. 304 a 314 Código Penal Militar
valendo‑se da facilidade que lhe proporciona a CAPÍTULO IV Falsificação de documento
qualidade de militar ou de funcionário. DA CORRUPÇÃO Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, do‑
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 2o Corrupção passiva cumento público ou particular, ou alterar do‑
Aplica‑se a mesma pena a quem, embora cumento verdadeiro, desde que o fato atente
não tendo a posse ou detenção do dinheiro,
Art. 308. Receber, para si ou para outrem, contra a administração ou o serviço militar:
direta ou indiretamente, ainda que fora da
valor ou bem, o subtrai, ou contribui para c Arts. 297 e 298 do CP.
que seja subtraído, em proveito próprio ou função, ou antes de assumi‑la, mas em razão
c Arts. 348 e 349 do CE.
alheio, valendo‑se da facilidade que lhe dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
c Art. 1o, III e IV, da Lei no 8.137, de 27-12-1990 (Lei
proporciona a qualidade de militar ou de de tal vantagem: dos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica
servidor público.” Pena – reclusão, de dois a oito anos. e Contra as Relações de Consumo).
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.688, de  Nova redação do dispositivo alterado: “Art. c Súm. Vinc. no 36 do STF.
20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua 308. Solicitar ou receber, para si ou para Pena – sendo documento público, reclusão, de
publicação. outrem, direta ou indiretamente, ainda que dois a seis anos; sendo documento particular,
c Art. 312, § 1o, do CP. fora da função ou antes de assumi‑la, mas reclusão, até cinco anos.
Peculato culposo em razão dela, vantagem indevida, ou acei‑ Agravação da pena
§ 3o Se o funcionário ou o militar contribui cul‑ tar promessa de tal vantagem: Pena – reclu‑ § 1o A pena é agravada se o agente é oficial ou
posamente para que outrem subtraia ou desvie são, de 2 (dois) a 12 (doze) anos.” exerce função em repartição militar.
o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie: c Caput e pena com a redação dada pela Lei
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias Documento por equiparação
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 3o
Se o servidor público ou o militar contribui de sua publicação. § 2o Equipara‑se a documento, para os efeitos
culposamente para que outrem subtraia ou c Art. 317 do CP. penais, o disco fonográfico ou a fita ou fio de
desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se Aumento de pena aparelho eletromagnético a que se incorpore
aproprie:” declaração destinada à prova de fato juridica‑
§ 1o A pena é aumentada de um terço, se, em mente relevante.
c Caput do § 3 o com a redação dada pela Lei consequência da vantagem ou promessa, o
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias agente retarda ou deixa de praticar qualquer Falsidade ideológica
de sua publicação. ato de ofício ou o pratica infringindo dever Art. 312. Omitir, em documento público ou
c Art. 312, § 2 o, do CP. particular, declaração que dele devia constar,
funcional.
Pena – detenção, de três meses a um ano. Diminuição de pena ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa
Extinção ou minoração da pena ou diversa da que devia ser escrita, com o fim
§ 2o Se o agente pratica, deixa de praticar ou de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar
§ 4o No caso do parágrafo anterior, a reparação retarda o ato de ofício com infração de dever a verdade sobre fato juridicamente relevante,
do dano, se precede a sentença irrecorrível, ex‑ funcional, cedendo a pedido ou influência de desde que o fato atente contra a administra‑
tingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz outrem: ção ou o serviço militar:
de metade a pena imposta. Pena – detenção, de três meses a um ano. c Art. 299 do CP.
c Art. 312, § 3 o, do CP.
Corrupção ativa c Art. 315 do CE.
Peculato mediante aproveitamento c Arts. 9 o e 10 da Lei n o 7.492, de 16-6-1986 (Lei dos
do erro de outrem Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional).
ou vantagem indevida para a prática, omissão c Art. 168, § 1o, da Lei no 11.101, de 9-2-2005 (Lei de
Art. 304. Apropriar‑se de dinheiro ou qualquer ou retardamento de ato funcional:
Recuperação de Empresas e Falências).
utilidade que, no exercício do cargo ou comis‑
c Art. 333 do CP. Pena – reclusão, até cinco anos, se o docu‑
são, recebeu por erro de outrem:
c Art. 299 do CE. mento é público; reclusão, até três anos, se o
c Art. 313 do CP.
c Art. 6 o, item 2, da Lei n o 1.079, de 10-4-1950 (Lei documento é particular.
Pena – reclusão, de dois a sete anos. dos Crimes de Responsabilidade).
c Art. 1o, V, da Lei no 4.729, de 14-7-1965 (Lei do Cri-
Cheque sem fundos
CAPÍTULO III
me de Sonegação Fiscal). Art. 313. Emitir cheque sem suficiente provi‑
DA CONCUSSÃO, EXCESSO são de fundos em poder do sacado, se a emis‑
DE EXAÇÃO E DESVIO Pena – reclusão, até oito anos. são é feita de militar em favor de militar, ou se
Aumento de pena
Concussão o fato atenta contra a administração militar:
Art. 305. Exigir, para si ou para outrem, direta Parágrafo único. A pena é aumentada de um c Súm. no 244 do STJ.
ou indiretamente, ainda que fora da função ou terço, se, em razão da vantagem, dádiva ou Pena – reclusão, até cinco anos.
antes de assumi‑la, mas em razão dela, vanta‑ promessa, é retardado ou omitido o ato, ou Circunstância irrelevante
gem indevida: praticado com infração de dever funcional.
Participação ilícita § 1o Salvo o caso do artigo 245, é irrelevante
Pena – reclusão, de dois a oito anos. ter sido o cheque emitido para servir como tí‑
c Art. 316 do CP. Art. 310. Participar, de modo ostensivo ou si‑
tulo ou garantia de dívida.
mulado, diretamente ou por interposta pessoa,
Excesso de exação
em contrato, fornecimento, ou concessão de Atenuação de pena
Art. 306. Exigir imposto, taxa ou emolumento qualquer serviço concernente à administração § 2 o Ao crime previsto no artigo aplica‑se o
que sabe indevido, ou, quando devido, empre‑ militar, sobre que deva informar ou exercer fis‑ disposto nos §§ 1o e 2o do artigo 240.
gar na cobrança meio vexatório ou gravoso, calização em razão do ofício:
que a lei não autoriza: Certidão ou atestado ideologicamente falso
Pena – reclusão, de dois a quatro anos. Art. 314. Atestar ou certificar falsamente,
c Art. 316, § 1 o, do CP.
c Art. 3 o, II, da Lei no 8.137, de 27-12-1990 (Lei dos Parágrafo único. Na mesma pena incorre em razão de função, ou profissão, fato ou cir‑
Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e quem adquire para si, direta ou indiretamente, cunstância que habilite alguém a obter cargo,
Contra as Relações de Consumo). ou por ato simulado, no todo ou em parte, posto ou função, ou isenção de ônus ou de
c Lei n o 13.869, de 5-9-2019 (Lei do Abuso de bens ou efeitos em cuja administração, depósi‑ serviço, ou qualquer outra vantagem, desde
Autoridade). to, guarda, fiscalização ou exame, deve intervir que o fato atente contra a administração ou
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. em razão de seu emprego ou função, ou entra serviço militar:
Desvio em especulação de lucro ou interesse, relativa‑ c Art. 301 do CP.
mente a esses bens ou efeitos. Pena – detenção, até dois anos.
Art. 307. Desviar, em proveito próprio ou de
outrem, o que recebeu indevidamente, em CAPÍTULO V Agravação de pena
razão do cargo ou função, para recolher aos DA FALSIDADE Parágrafo único. A pena é agravada se o
cofres públicos: c Súmulas n os 17, 48, 62, 73, 104, 107, 165 e 200 do crime é praticado com o fim de lucro ou em
Pena – reclusão, de dois a doze anos. STJ. prejuízo de terceiro.

506
Arts. 315 a 332 Código Penal Militar
Uso de documento falso Condescendência criminosa Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se
Art. 315. Fazer uso de qualquer dos documen‑ Art. 322. Deixar de responsabilizar subor‑ o fato não constitui crime mais grave.
tos falsificados ou alterados por outrem, a que dinado que comete infração no exercício do c Art. 230 deste Código.
se referem os artigos anteriores: cargo, ou, quando lhe falte competência, não § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
c Art. 304 do CP. levar o fato ao conhecimento da autoridade I – permite ou facilita, mediante atribuição,
c Art. 14 da Lei n 7.492, de 16-6-1986 (Lei dos Cri- competente:
o
fornecimento ou empréstimo de senha, ou
mes Contra o Sistema Financeiro Nacional). Art. 320 do CP.
c de qualquer outra forma, o acesso de pessoas
c Súm. Vinc. no 36 do STF. c Art. 9o, item 3, da Lei no 1.079, de 10-4-1950 (Lei não autorizadas a sistemas de informações
c Súm. no 546 do STJ. dos Crimes de Responsabilidade). ou banco de dados da administração militar;
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração. Pena – se o fato foi praticado por indulgência, II – se utiliza indevidamente do acesso res-
Supressão de documento detenção até seis meses; se por negligência, trito.
Art. 316. Destruir, suprimir ou ocultar, em be‑ detenção até três meses. § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à ad-
nefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo Não inclusão de nome em lista ministração militar ou a outrem:
alheio, documento verdadeiro, de que não po‑ Art. 323. Deixar, no exercício de função, de Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
dia dispor, desde que o fato atente contra a incluir, por negligência, qualquer nome em re‑ c §§ 1o e 2o acrescidos pela Lei n o 14.688, de 20-9-
administração ou o serviço militar: 2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação.
lação ou lista para o efeito de alistamento ou
c Art. 305 do CP. de convocação militar: Violação de sigilo de proposta
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o docu‑ Pena – detenção, até seis meses. de concorrência
mento é público; reclusão, até cinco anos, se o Art. 327. Devassar o sigilo de proposta de
documento é particular. Inobservância de lei,
regulamento ou instrução concorrência de interesse da administração
Uso de documento pessoal alheio militar ou proporcionar a terceiro o ensejo de
Art. 324. Deixar, no exercício de função, de devassá‑lo:
Art. 317. Usar, como próprio, documento de
observar lei, regulamento ou instrução, dando
identidade alheia, ou de qualquer licença ou Pena – detenção, de três meses a um ano.
privilégio em favor de outrem, ou ceder a ou‑ causa direta à prática de ato prejudicial à ad‑
ministração militar: c Art. 326 do CP.
trem documento próprio da mesma natureza, c Art. 94 da Lei no 8.666, de 21-6-1993 (Lei de Licita-
para que dele se utilize, desde que o fato aten‑ Pena – se o fato foi praticado por tolerância, ções e Contratos Administrativos).
te contra a administração ou o serviço militar: detenção até seis meses; se por negligência, Obstáculo à hasta pública,
c Art. 308 do CP. suspensão do exercício do posto, graduação, concorrência ou tomada de preços
cargo ou função, de três meses a um ano.
Pena – detenção, até seis meses, se o fato não Art. 328. Impedir, perturbar ou fraudar a
constitui elemento de crime mais grave.  Nova redação do dispositivo alterado: realização de hasta pública, concorrência ou
Falsa identidade “Pena – se o fato foi praticado por tolerân‑ tomada de preços, de interesse da administra‑
cia, detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, e, ção militar:
Art. 318. Atribuir‑se, ou a terceiro, perante a se por negligência, detenção de 1 (um) a 2
administração militar, falsa identidade, para Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
(dois) anos.”
obter vantagem em proveito próprio ou alheio, Exercício funcional ilegal
c Pena com a redação dada pela Lei n o 14.688,
ou para causar dano a outrem: Art. 329. Entrar no exercício de posto ou fun‑
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
c Art. 307 do CP. publicação. ção militar, ou de cargo ou função em repar‑
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o Violação ou divulgação indevida de tição militar, antes de satisfeitas as exigências
fato não constitui crime mais grave. correspondência ou comunicação legais, ou continuar o exercício, sem autori‑
CAPÍTULO VI
zação, depois de saber que foi exonerado, ou
Art. 325. Devassar indevidamente o conteúdo afastado, legal e definitivamente, qualquer
DOS CRIMES CONTRA O DEVER FUNCIONAL de correspondência dirigida à administração que seja o ato determinante do afastamento:
Prevaricação militar, ou por esta expedida:
c Art. 324 do CP.
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, inde‑ Pena – detenção, de dois a seis meses, se o fato Pena – detenção, até quatro meses, se o fato
vidamente, ato de ofício, ou praticá‑lo contra não constitui crime mais grave. não constitui crime mais grave.
expressa disposição de lei, para satisfazer inte‑ Parágrafo único. Na mesma pena incorre Abandono de cargo
resse ou sentimento pessoal: quem, ainda que não seja funcionário, mas
c Art. 319 do CP. desde que o fato atente contra a administra‑ Art. 330. Abandonar cargo público, em repar‑
c Art. 345 do CE. ção militar: tição ou estabelecimento militar:
c Art. 10, § 4o, da Lei no 1.521, de 26-12-1951 (Lei dos c Art. 323 do CP.
 Nova redação do dispositivo alterado: Art. 344 do CE.
Crimes Contra a Economia Popular). c
“Parágrafo único. Na mesma pena incorre
c Art. 23 da Lei n o 7.492, de 16-6-1986 (Lei dos Cri- Pena – detenção, até dois meses.
mes Contra o Sistema Financeiro Nacional). quem, ainda que não seja servidor público,
mas desde que o fato atente contra a admi‑ Formas qualificadas
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. nistração militar:” § 1o Se do fato resulta prejuízo à administração
Violação do dever funcional c Caput do parágrafo único com a redação dada pela militar:
com o fim de lucro Lei no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 Pena – detenção, de três meses a um ano.
Art. 320. Violar, em qualquer negócio de que dias de sua publicação.
tenha sido incumbido pela administração mi‑ I – indevidamente se aposse de correspondên‑ § 2o Se o fato ocorre em lugar compreendido
litar, seu dever funcional para obter especula‑ cia, embora não fechada, e no todo ou em na faixa de fronteira:
tivamente vantagem pessoal, para si ou para parte a sonega ou destrói; Pena – detenção, de um a três anos.
outrem: II – indevidamente divulga, transmite a ou‑ Aplicação ilegal de verba ou dinheiro
Pena – reclusão, de dois a oito anos. trem, ou abusivamente utiliza comunicação de Art. 331. Dar às verbas ou ao dinheiro público
Extravio, sonegação ou inutilização interesse militar; aplicação diversa da estabelecida em lei:
de livro ou documento III – impede a comunicação referida no número c Art. 315 do CP.
Art. 321. Extraviar livro oficial, ou qualquer anterior. c Art. 1o, II, do Dec.‑lei no 201, de 27-2-1967 (Lei de
documento, de que tem a guarda em razão c Art. 227 deste Código. Responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores).
do cargo, sonegá‑lo ou inutilizá‑lo, total ou Violação de sigilo funcional Pena – detenção, até seis meses.
parcialmente: Art. 326. Revelar fato de que tem ciência em Abuso de confiança ou boa‑fé
c Art. 314 do CP. razão do cargo ou função e que deva perma‑ Art. 332. Abusar da confiança ou boa‑fé de
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o fato necer em segredo, ou facilitar‑lhe a revelação, militar, assemelhado ou funcionário, em ser‑
não constitui crime mais grave. em prejuízo da administração militar: viço ou em razão deste, apresentando‑lhe ou

506-A
Arts. 333 a 345 Código Penal Militar
remetendo‑lhe, para aprovação, recebimento, Parágrafo único. Se do fato o agente aufere c Art. 193, I, da Lei no 14.133, de 1o-4-2021 (Nova Lei
anuência ou aposição de visto, relação, nota, vantagem: de Licitações e Contratos Administrativos).
empenho de despesa, ordem ou folha de pa‑ Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Pena – detenção, de um a três anos.
gamento, comunicação, ofício ou qualquer ou‑
c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.688, § 1 Na mesma pena incorre o intermediário
o
tro documento que sabe, ou deve saber, serem de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua na transação.
inexatos ou irregulares, desde que o fato aten‑ publicação.
te contra a administração ou o serviço militar: § 2o É aumentada a pena de um terço, se o crime
Tráfico de influência ocorre em período de grave crise econômica.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
332. Abusar da confiança ou da boa‑fé de Art. 336. Obter, para si ou para outrem, vanta‑
gem ou promessa de vantagem, a pretexto de TÍTULO VIII – DOS CRIMES CONTRA A
militar ou de servidor público, em serviço ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR
ou em razão deste, apresentando‑lhe ou influir em militar ou assemelhado ou funcioná‑
remetendo‑lhe, para aprovação, recebi‑ rio de repartição militar, no exercício de função: Recusa de função na Justiça Militar
mento, anuência ou aposição de visto, rela‑ c Art. 332 do CP.
Art. 340. Recusar o militar ou assemelhado
ção, nota, empenho de despesa, ordem ou Pena – reclusão, até cinco anos. exercer, sem motivo legal, função que lhe seja
folha de pagamento, comunicação, ofício  Nova redação do dispositivo alterado: “Art. atribuída na administração da Justiça Militar:
ou qualquer outro documento que sabe, ou 336. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para  Nova redação do dispositivo alterado: “Art.
deve saber, serem inexatos ou irregulares, si ou para outrem, vantagem ou promessa
desde que o fato atente contra a adminis‑ 340. Recusar‑se o militar a exercer, sem mo‑
de vantagem, a pretexto de influir em ato tivo legal, função que lhe seja atribuída na
tração ou o serviço militar:” praticado por militar ou por servidor público administração da Justiça Militar: Pena – de‑
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688, de local sujeito à administração militar no
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua tenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.”
publicação.
exercício da função: Pena – reclusão, de 2 c Artigo com a redação dada pela Lei n o 14.688,
(dois) a 5 (cinco) anos.” de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se
c Caput e pena com a redação dada pela Lei publicação.
o fato não constitui crime mais grave. n 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias
o

Forma qualificada de sua publicação.


Pena – suspensão do exercício do posto ou car‑
go, de dois a seis meses.
§ 1o A pena é agravada, se do fato decorre pre‑ Aumento de pena
juízo material ou processo penal militar para a Parágrafo único. A pena é agravada, se o Desacato
pessoa de cuja confiança ou boa‑fé se abusou. agente alega ou insinua que a vantagem é Art. 341. Desacatar autoridade judiciária mi‑
Modalidade culposa também destinada ao militar ou assemelhado, litar no exercício da função ou em razão dela:
c Arts. 298 a 300 deste Código.
§ 2o Se a apresentação ou remessa decorre de ou ao funcionário.
c Art. 331 do CP.
culpa:  Nova redação do dispositivo alterado: “Pa‑
Pena – detenção, até seis meses. rágrafo único. A pena é aumentada de Pena – reclusão, até quatro anos.
metade se o agente alega ou insinua que a Coação
Violência arbitrária
vantagem é também destinada ao militar ou Art. 342. Usar de violência ou grave ameaça,
Art. 333. Praticar violência, em repartição ou ao servidor público.”
estabelecimento militar, no exercício de função c Parágrafo único com a redação dada pela Lei com o fim de favorecer interesse próprio ou
ou a pretexto de exercê‑la: alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias outra pessoa que funciona, ou é chamada a
c Art. 322 do CP. de sua publicação.
c Art. 21 da LCP.
intervir em inquérito policial, processo admi‑
Subtração ou inutilização de livro, nistrativo ou judicial militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, processo ou documento
além da correspondente à violência. Pena – reclusão, até quatro anos, além da pena
Art. 337. Subtrair ou inutilizar, total ou par‑ correspondente à violência.
Patrocínio indébito cialmente, livro oficial, processo ou qualquer c Art. 344 do CP.
Art. 334. Patrocinar, direta ou indiretamente, documento, desde que o fato atente contra a
interesse privado perante a administração mi‑ administração ou o serviço militar: Denunciação caluniosa
litar, valendo‑se da qualidade de funcionário c Art. 314 do CP. Art. 343. Dar causa à instauração de inquérito
ou de militar: Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato policial ou processo judicial militar contra al‑
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. não constitui crime mais grave. guém, imputando‑lhe crime sujeito à jurisdição
334. Patrocinar, direta ou indiretamente, Inutilização de edital ou sinal de oficial militar, de que o sabe inocente:
interesse privado perante a administração c Art. 339 do CP.
militar, valendo‑se da qualidade de servidor Art. 338. Rasgar, ou de qualquer forma inutili‑ c Art. 19 da Lei no 8.429, de 2-6-1992 (Lei da Impro-
público ou de militar:” zar ou conspurcar edital afixado por ordem da bidade Administrativa).
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
autoridade militar; violar ou inutilizar selo ou Pena – reclusão, de dois a oito anos.
de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua sinal empregado, por determinação legal ou Agravação de pena
publicação. ordem de autoridade militar, para identificar
c Art. 321 do CP. ou cerrar qualquer objeto: Parágrafo único. A pena é agravada, se o
c Art. 3 o, III, da Lei n o 8.137, de 27-12-1990 (Lei dos c Art. 336 do CP. agente se serve do anonimato ou de nome
Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e
Pena – detenção, até um ano. suposto.
Contra as Relações de Consumo).
Impedimento, perturbação ou Comunicação falsa de crime
Pena – detenção, até três meses.
fraude de concorrência Art. 344. Provocar a ação da autoridade,
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Art. 339. Impedir, perturbar ou fraudar em pre‑ comunicando‑lhe a ocorrência de crime su‑
Pena – detenção, de três meses a um ano. juízo da Fazenda Nacional, concorrência, hasta jeito à jurisdição militar, que sabe não se ter
CAPÍTULO VII pública ou tomada de preços ou outro qualquer verificado:
DOS CRIMES PRATICADOS processo administrativo para aquisição ou ven‑ c Art. 340 do CP.
POR PARTICULAR CONTRA A da de coisas ou mercadorias de uso das Forças c Art. 41 da LCP.
ADMINISTRAÇÃO MILITAR Armadas, seja elevando arbitrariamente os pre‑ Pena – detenção, até seis meses.
ços, auferindo lucro excedente a um quinto do Autoacusação falsa
Usurpação de função
valor da transação, seja alterando substância,
Art. 335. Usurpar o exercício de função em qualidade ou quantidade da coisa ou merca‑ Art. 345. Acusar‑se, perante a autoridade, de
repartição ou estabelecimento militar: doria fornecida, seja impedindo a livre concor‑ crime sujeito à jurisdição militar, inexistente ou
Pena – detenção, de três meses a dois anos. rência de outros fornecedores, ou por qualquer praticado por outrem:
modo, tornando mais onerosa a transação: c Art. 341 do CP.
c Art. 328 do CP.
c Arts. 45 a 47 da LCP. c Arts. 335 e 337‑I do CP. Pena – detenção, de três meses a um ano.

506-B
Arts. 346 a 361 Código Penal Militar
Falso testemunho ou falsa perícia Isenção de pena Favor ao inimigo
Art. 346. Fazer afirmação falsa, ou negar ou § 2 o Se quem presta o auxílio é ascendente, Art. 356. Favorecer ou tentar o nacional favo‑
calar a verdade, como testemunha, perito, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, recer o inimigo, prejudicar ou tentar prejudicar
tradutor ou intérprete, em inquérito policial, fica isento da pena. o bom êxito das operações militares, compro‑
processo administrativo ou judicial militar: Favorecimento real meter ou tentar comprometer a eficiência
Pena – reclusão, de dois a seis anos. Art. 351. Prestar a criminoso, fora dos casos militar:
c Art. 342 do CP. de coautoria ou de receptação, auxílio destina‑ c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
Art. 364 do CPPM. do a tornar seguro o proveito do crime:
c
I – empreendendo ou deixando de empreender
c Art. 4 o, II, da Lei n o 1.579, de 18-3-1952 (Lei das c Art. 349 do CP.
ação militar;
Comissões Parlamentares de Inquérito). Pena – detenção, de três meses a um ano.
c Art. 171 da Lei no 11.101, de 9-2-2005 (Lei de Recu-
II – entregando ao inimigo ou expondo a peri‑
peração de Empresas e Falências). Inutilização, sonegação ou go dessa consequência navio, aeronave, força
descaminho de material probante ou posição, engenho de guerra motomecani‑
Aumento de pena
Art. 352. Inutilizar, total ou parcialmente, so‑ zado, provisões ou qualquer outro elemento
§ 1o A pena aumenta‑se de um terço, se o cri‑ negar ou dar descaminho a autos, documen‑ de ação militar;
me é praticado mediante suborno. to ou objeto de valor probante, que tem sob III – perdendo, destruindo, inutilizando, dete‑
Retratação guarda ou recebe para exame: riorando ou expondo a perigo de perda, des‑
§ 2o O fato deixa de ser punível, se, antes da c Art. 356 do CP. truição, inutilização ou deterioração, navio,
sentença o agente se retrata ou declara a Pena – detenção, de seis meses a três anos, se aeronave, engenho de guerra motomecaniza‑
verdade. o fato não constitui crime mais grave. do, provisões ou qualquer outro elemento de
Corrupção ativa de testemunha, Modalidade culposa ação militar;
perito ou intérprete Parágrafo único. Se a inutilização ou o des‑ IV – sacrificando ou expondo a perigo de sacri‑
Art. 347. Dar, oferecer ou prometer dinheiro caminho resulta de ação ou omissão culposa: fício força militar;
ou qualquer outra vantagem a testemunha, Pena – detenção, até seis meses. V – abandonando posição ou deixando de
perito, tradutor ou intérprete, para fazer afir‑ cumprir missão ou ordem:
Exploração de prestígio
mação falsa, negar ou calar a verdade em de‑ Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
Art. 353. Solicitar ou receber dinheiro ou qual‑
poimento, perícia, tradução ou interpretação, anos, grau mínimo.
quer outra utilidade, a pretexto de influir em
em inquérito policial, processo administrativo juiz, órgão do Ministério Público, funcionário Tentativa contra a soberania do Brasil
ou judicial, militar, ainda que a oferta não sejade justiça, perito, tradutor, intérprete ou teste‑
aceita: Art. 357. Praticar o nacional o crime definido
munha, na Justiça Militar: no artigo 142:
c Art. 343 do CP.
 Nova redação do dispositivo alterado: “Art. c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
Pena – reclusão, de dois a oito anos. 353. Solicitar ou receber dinheiro ou qual‑
Publicidade opressiva quer outra utilidade, a pretexto de influir Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
em juiz, órgão do Ministério Público, servi‑ anos, grau mínimo.
Art. 348. Fazer pela imprensa, rádio ou tele‑ dor público da Justiça, perito, tradutor, in‑ Coação a comandante
visão, antes da intercorrência de decisão defi‑ térprete ou testemunha, na Justiça Militar:”
nitiva em processo penal militar, comentário Art. 358. Entrar o nacional em conluio, usar
c Caput com a redação dada pela Lei n o 14.688,
tendente a exercer pressão sobre declaração de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias de sua de violência ou ameaça, provocar tumulto ou
de testemunha ou laudo de perito: publicação. desordem com o fim de obrigar o comandante
Pena – detenção, até seis meses. c Art. 357 do CP. a não empreender ou a cessar ação militar, a
Desobediência a decisão judicial Pena – reclusão, até cinco anos. recuar ou render‑se:
Aumento de pena c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
Art. 349. Deixar, sem justa causa, de cumprir
decisão da Justiça Militar, ou retardar ou frau‑ Parágrafo único. A pena é aumentada de Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
dar o seu cumprimento: um terço, se o agente alega ou insinua que anos, grau mínimo.
Pena – detenção, de três meses a um ano. o dinheiro ou utilidade também se destina a Informação ou auxílio ao inimigo
qualquer das pessoas referidas no artigo.
§ 1o No caso de transgressão dos artigos 116, Art. 359. Prestar o nacional ao inimigo infor‑
Desobediência a decisão sobre perda
117 e 118, a pena será cumprida sem prejuízo mação ou auxílio que lhe possa facilitar a ação
ou suspensão de atividade ou direito
da execução da medida de segurança. militar:
Art. 354. Exercer função, atividade, direito,
§ 2 o Nos casos do artigo 118 e seus §§ 1 o e autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
2 o, a pena pela desobediência é aplicada ao privado por decisão da Justiça Militar: Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
representante, ou representantes legais, do anos, grau mínimo.
c Art. 359 do CP.
estabelecimento, sociedade ou associação.
Pena – detenção, de três meses a dois anos. Aliciação de militar
Favorecimento pessoal
Art. 360. Aliciar o nacional algum militar a
Art. 350. Auxiliar a subtrair‑se à ação da auto‑ Livro II – Dos Crimes Militares passar‑se para o inimigo ou prestar‑lhe auxílio
ridade autor de crime militar, a que é cominada em T empo de G uerra
para esse fim:
pena de morte ou reclusão:
TÍTULO I – DO FAVORECIMENTO
o
c Art. 4 , 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
c Art. 348 do CP.
Pena – detenção, até seis meses. AO INIMIGO Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
anos, grau mínimo.
Diminuição de pena CAPÍTULO I
DA TRAIÇÃO Ato prejudicial à eficiência da tropa
§ 1o Se ao crime é cominada pena de detenção
ou impedimento, suspensão ou reforma: Traição Art. 361. Provocar o nacional, em presença do
inimigo, a debandada de tropa, ou guarnição,
 Nova redação do dispositivo alterado: “§ 1o Art. 355. Tomar o nacional armas contra o
Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas impedir a reunião de uma ou outra ou causar
Se ao crime é cominada pena de detenção
ou de impedimento:” Forças Armadas de nação em guerra contra o alarme, com o fim de nelas produzir confusão,
desalento ou desordem:
c Caput do § 1 o com a redação dada pela Lei Brasil:
no 14.688, de 20-9-2023, para vigorar após 60 dias c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. c Art. 4 , 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
o

de sua publicação. Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
Pena – detenção, até três meses. anos, grau mínimo. anos, grau mínimo.

506-C
Arts. 362 a 383 Código Penal Militar
CAPÍTULO II Pena – aos cabeças, morte, grau máximo; Resultado mais grave
DA TRAIÇÃO IMPRÓPRIA reclusão, de quinze anos, grau mínimo. Aos Parágrafo único. Se o fato expõe a perigo
Traição imprópria coautores, reclusão, de dez a trinta anos. força, posição ou outros elementos de ação
Art. 362. Praticar o estrangeiro os crimes pre‑ Forma qualificada militar:
Parágrafo único. Se o fato é praticado em c Art. 4 , 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
o
vistos nos artigos 356, nos I, primeira parte, II,
III e IV, 357 a 361: presença do inimigo: Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. anos, grau mínimo.
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez Pena – aos cabeças, morte, grau máximo; Entrega ou abandono culposo
anos, grau mínimo. reclusão, de vinte anos, grau mínimo. Aos Art. 376. Dar causa, por culpa, ao abando‑
CAPÍTULO III coautores, morte, grau máximo; reclusão, de no ou à entrega ao inimigo de posição, navio,
quinze anos, grau mínimo. aeronave, engenho de guerra, provisões, ou
DA COBARDIA
qualquer outro elemento de ação militar:
Cobardia Omissão de lealdade militar
Pena – reclusão, de dez a trinta anos.
Art. 363. Subtrair‑se ou tentar subtrair‑se o Art. 369. Praticar o crime previsto no artigo
151: Captura ou sacrifício culposo
militar, por temor, em presença do inimigo, ao
cumprimento do dever militar: Pena – reclusão, de quatro a doze anos. Art. 377. Dar causa, por culpa, ao sacrifício ou
captura de força sob o seu comando:
Pena – reclusão, de dois a oito anos. CAPÍTULO VI
Pena – reclusão, de dez a trinta anos.
Cobardia qualificada DO INCITAMENTO
Separação reprovável
Art. 364. Provocar o militar, por temor, em Incitamento
presença do inimigo, a debandada de tropa ou Art. 378. Separar o comandante, em caso de
guarnição; impedir a reunião de uma ou outra, Art. 370. Incitar militar à desobediência, à in‑ capitulação, a sorte própria da dos oficiais e
ou causar alarme com o fim de nelas produzir disciplina ou à prática de crime militar: praças:
confusão, desalento ou desordem: Pena – reclusão, de três a dez anos. c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.

c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. Parágrafo único. Na mesma pena incorre Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte quem introduz, afixa ou distribui, em lugar anos, grau mínimo.
anos, grau mínimo. sujeito à administração militar, impressos, Abandono de comboio
Fuga em presença do inimigo manuscritos ou material mimeografado, foto‑ Art. 379. Abandonar comboio, cuja escolta lhe
copiado ou gravado, em que se contenha inci‑ tenha sido confiada:
Art. 365. Fugir o militar, ou incitar à fuga, em
presença do inimigo: tamento à prática dos atos previstos no artigo. Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte Incitamento em presença do inimigo Resultado mais grave
anos, grau mínimo. Art. 371. Praticar qualquer dos crimes previs‑ § 1o Se do fato resulta avaria grave, ou perda
c Art. 4o, nos 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica tos no artigo 370 e seu parágrafo, em presença total ou parcial do comboio:
do inimigo: c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
CAPÍTULO IV
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
DA ESPIONAGEM Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo.
Espionagem anos, grau mínimo.
Art. 366. Praticar qualquer dos crimes pre‑ Modalidade culposa
vistos nos artigos 143 e seu § 1 o, 144 e seus CAPÍTULO VII § 2o Separar‑se, por culpa, do comboio ou da
§§ 1o e 2o, e 146, em favor do inimigo ou com‑ DA INOBSERVÂNCIA DO DEVER MILITAR escolta:
prometendo a preparação, a eficiência ou as Rendição ou capitulação Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não
operações militares: constitui crime mais grave.
Art. 372. Render‑se o comandante, sem ter
c Art. 359‑K do CP. Caso assimilado
esgotado os recursos extremos de ação militar;
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
ou, em caso de capitulação, não se conduzir de § 3o Nas mesmas penas incorre quem, de igual
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte acordo com o dever militar: forma, abandona material de guerra, cuja
anos, grau mínimo. guarda lhe tenha sido confiada.
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
Caso de concurso Separação culposa de comando
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
Parágrafo único. No caso de concurso por anos, grau mínimo. Art. 380. Permanecer o oficial, por culpa, se‑
culpa, para execução do crime previsto no ar‑ parado do comando superior:
tigo 143, § 2o, ou de revelação culposa (artigo Omissão de vigilância
144, § 3o): Art. 373. Deixar‑se o comandante surpreender Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não
pelo inimigo: constitui crime mais grave.
Pena – reclusão, de três a seis anos.
Tolerância culposa
Penetração de estrangeiro Pena – detenção, de um a três anos, se o fato
Art. 381. Deixar, por culpa, evadir‑se prisio‑
Art. 367. Entrar o estrangeiro em Território não constitui crime mais grave. neiro:
Nacional, ou insinuar‑se em força ou unidade Resultado mais grave
em operações de guerra, ainda que fora do Parágrafo único. Se o fato compromete as Pena – reclusão, até quatro anos.
Território Nacional, a fim de colher documen‑ operações militares: Entendimento com o inimigo
to, notícia ou informação de caráter militar, em Art. 382. Entrar o militar, sem autorização, em
benefício do inimigo, ou em prejuízo daquelas Pena – reclusão, de cinco a vinte anos, se o fato entendimento com outro militar ou emissário
operações: não constitui crime mais grave.
de país inimigo, ou servir, para esse fim, de
Pena – reclusão, de dez a vinte anos, se o fato Descumprimento do dever militar intermediário:
não constitui crime mais grave. Art. 374. Deixar, em presença do inimigo, de Pena – reclusão, até três anos, se o fato não
CAPÍTULO V conduzir‑se de acordo com o dever militar: constitui crime mais grave.
DO MOTIM E DA REVOLTA Pena – reclusão, até cinco anos, se o fato não CAPÍTULO VIII
constitui crime mais grave. DO DANO
Motim, revolta ou conspiração
Falta de cumprimento de ordem Dano especial
Art. 368. Praticar qualquer dos crimes defi‑
nidos nos artigos 149 e seu parágrafo único, Art. 375. Dar causa, por falta de cumprimento Art. 383. Praticar ou tentar praticar qualquer
e 152: de ordem, à ação militar do inimigo: dos crimes definidos nos artigos 262, 263,
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. Pena – reclusão, de dois a oito anos. §§ 1 o e 2 o, e 264, em benefício do inimigo,

506-D
Arts. 384 a 401 Código Penal Militar
ou comprometendo ou podendo comprome‑ Coação contra oficial‑general Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quin‑
ter a preparação, a eficiência ou as operações ou comandante ze anos, grau mínimo.
militares: Art. 388. Exercer coação contra oficial‑general Evasão de prisioneiro
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. ou comandante da unidade, mesmo que não
Art. 395. Evadir‑se prisioneiro de guerra e vol‑
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte seja superior, com o fim de impedir‑lhe o cum‑ tar a tomar armas contra o Brasil ou Estado
anos, grau mínimo. primento do dever militar: aliado:
Modalidade culposa Pena – reclusão, de cinco a quinze anos, se o c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
Violência contra superior anos, grau mínimo.
Pena – detenção, de quatro a dez anos. ou militar de serviço
Parágrafo único. Na aplicação deste artigo,
Dano em bens de interesse militar Art. 389. Praticar qualquer dos crimes defi‑ serão considerados os tratados e as conven‑
Art. 384. Danificar serviço de abastecimento nidos nos artigos 157 e 158, a que esteja co‑ ções internacionais, aceitos pelo Brasil rela‑
de água, luz ou força, estrada, meio de trans‑ minada, no máximo, reclusão, de trinta anos: tivamente ao tratamento dos prisioneiros de
porte, instalação telegráfica ou outro meio de c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. guerra.
comunicação, depósito de combustível, infla‑ Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte Amotinamento de prisioneiros
máveis, matérias‑primas necessárias à produ‑ anos, grau mínimo.
ção, depósito de víveres ou forragem, mina, Parágrafo único. Se ao crime não é comina‑ Art. 396. Amotinarem‑se prisioneiros em pre‑
fábrica, usina ou qualquer estabelecimento de da, no máximo, reclusão de trinta anos, mas é sença do inimigo:
produção de artigo necessário à defesa nacio‑ praticado com arma e em presença do inimigo: c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
nal ou ao bem‑estar da população e, bem as‑ c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
sim, rebanho, lavoura ou plantação, se o fato anos, grau mínimo.
compromete ou pode comprometer a prepara‑ Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quin‑ CAPÍTULO XIV
ção, a eficiência ou as operações militares, ou ze anos, grau mínimo.
DO FAVORECIMENTO CULPOSO AO INIMIGO
de qualquer forma atenta contra a segurança CAPÍTULO XI
externa do País: DO ABANDONO DE POSTO Favorecimento culposo
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. Abandono de posto Art. 397. Contribuir culposamente para que
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte Art. 390. Praticar, em presença do inimigo, alguém pratique crime que favoreça o inimigo:
anos, grau mínimo. crime de abandono de posto, definido no ar‑ Pena – reclusão, de dois a quatro anos, se o
tigo 195: fato não constitui crime mais grave.
Envenenamento, corrupção ou epidemia
Art. 385. Envenenar ou corromper água potá‑ c Art. 4 , 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
o
TÍTULO II – DA HOSTILIDADE E
vel, víveres ou forragens, ou causar epidemia Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte DA ORDEM ARBITRÁRIA
mediante a propagação de germes patogêni‑ anos, grau mínimo.
cos, se o fato compromete ou pode compro‑ CAPÍTULO XII Prolongamento de hostilidades
meter a preparação, a eficiência ou as opera‑ Art. 398. Prolongar o comandante as hostili‑
DA DESERÇÃO E DA FALTA dades, depois de oficialmente saber celebrada
ções militares, ou de qualquer forma atenta DE APRESENTAÇÃO a paz ou ajustado o armistício:
contra a segurança externa do País:
Deserção Pena – reclusão, de dois a dez anos.
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
Art. 391. Praticar crime de deserção definido
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte no Capítulo II, do Título III, do Livro I, da Parte c Art. 84, XX, da CF.
anos, grau mínimo. Especial: Ordem arbitrária
Modalidade culposa Pena – a cominada ao mesmo crime, com au‑ Art. 399. Ordenar o comandante contribuição
Parágrafo único. Se o crime é culposo: mento da metade, se o fato não constitui crime de guerra, sem autorização, ou excedendo os
mais grave. limites desta:
Pena – detenção, de dois a oito anos.
Parágrafo único. Os prazos para a consuma‑ Pena – reclusão, até três anos.
CAPÍTULO IX
ção do crime são reduzidos de metade.
DOS CRIMES CONTRA A TÍTULO III – DOS CRIMES
c Art. 693 do CPPM.
INCOLUMIDADE PÚBLICA CONTRA A PESSOA
Deserção em presença do inimigo
Crimes de perigo comum CAPÍTULO I
Art. 392. Desertar em presença do inimigo:
Art. 386. Praticar crime de perigo comum de‑ c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. DO HOMICÍDIO
finido nos artigos 268 a 276 e 278, na moda‑ Homicídio simples
lidade dolosa: Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
anos, grau mínimo. Art. 400. Praticar homicídio, em presença do
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
Falta de apresentação inimigo:
I – se o fato compromete ou pode comprome‑ I – no caso do artigo 205:
ter a preparação, a eficiência ou as operações Art. 393. Deixar o convocado, no caso de
militares; mobilização total ou parcial, de apresentar‑se, Pena – reclusão, de doze a trinta anos;
dentro do prazo marcado, no centro de mobi‑ II – no caso do § 1o do artigo 205, o juiz pode
II – se o fato é praticado em zona de efetivas
lização ou ponto de concentração: reduzir a pena de um sexto a um terço;
operações militares e dele resulta morte:
Pena – detenção, de um a seis anos. Homicídio qualificado
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
anos, grau mínimo. Parágrafo único. Se o agente é oficial da re‑ III – no caso do § 2o do artigo 205:
serva, aplica‑se a pena com aumento de um
CAPÍTULO X terço. c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
DA INSUBORDINAÇÃO E DA VIOLÊNCIA CAPÍTULO XIII Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
anos, grau mínimo.
Recusa de obediência ou oposição DA LIBERTAÇÃO, DA EVASÃO E DO
Art. 387. Praticar, em presença do inimigo, AMOTINAMENTO DE PRISIONEIROS CAPÍTULO II
qualquer dos crimes definidos nos artigos 163 Libertação de prisioneiro DO GENOCÍDIO
e 164: Art. 394. Promover ou facilitar a libertação de Genocídio
c Art. 401. Praticar, em zona militarmente ocu‑
Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. prisioneiro de guerra sob guarda ou custódia
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez de força nacional ou aliada: pada, o crime previsto no artigo 208:
anos, grau mínimo. c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.

506-E
Arts. 402 a 410 Código Penal Militar
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte de operações militares ou em território militar‑ Cumulação de pena
anos, grau mínimo. mente ocupado: § 3 o Se o autor, ao efetuar o rapto, ou em
Casos assimilados Pena – reclusão, no dobro da pena cominada seguida a este, pratica outro crime contra a
Art. 402. Praticar, com o mesmo fim e na zona para o tempo de paz. raptada, aplicam‑se, cumulativamente, a pena
referida no artigo anterior, qualquer dos atos Roubo ou extorsão correspondente ao rapto e a cominada ao ou‑
previstos nos nos I, II, III, IV ou V, do parágrafo tro crime.
Art. 405. Praticar crime de roubo, ou de extor‑
único, do artigo 208: são definidos nos artigos 242, 243 e 244, em Violência carnal
Pena – reclusão, de seis a vinte e quatro anos. zona de operações militares ou em território Art. 408. Praticar qualquer dos crimes de vio‑
militarmente ocupado: lência carnal definidos nos artigos 232 e 233,
CAPÍTULO III
Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica. em lugar de efetivas operações militares:
DA LESÃO CORPORAL c

Pena – morte, grau máximo, se cominada pena Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
Lesão leve
de reclusão de trinta anos; reclusão pelo do‑ Resultado mais grave
Art. 403. Praticar, em presença do inimigo, o bro da pena para o tempo de paz, nos outros
crime definido no artigo 209: Parágrafo único. Se da violência resulta:
casos.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. a) lesão grave:
Saque Pena – reclusão, de oito a vinte anos;
Lesão grave Art. 406. Praticar o saque em zona de ope‑
§ 1 No caso do § 1 do artigo 209:
o o b) morte:
rações militares ou em território militarmente
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
Pena – reclusão, de quatro a dez anos. ocupado:
c Art. 4o, 2 a 6, do Pacto de São José da Costa Rica.
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quin‑
§ 2o No caso do § 2o do artigo 209: ze anos, grau mínimo.
Pena – reclusão, de seis a quinze anos. Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte
anos, grau mínimo. DISPOSIÇÕES FINAIS
Lesões qualificadas pelo resultado
§ 3 No caso do § 3 do artigo 209:
o o
TÍTULO V – DO RAPTO E DA Art. 409. São revogados o Decreto‑Lei
Pena – reclusão, de oito a vinte anos no caso VIOLÊNCIA CARNAL no 6.227, de 24 de janeiro de 1944, e demais
de lesão grave; reclusão, de dez a vinte e qua‑ Rapto disposições contrárias a este Código, salvo as
tro anos, no caso de morte. leis especiais que definem os crimes contra a
c A Lei n o 11.106, de 28-3-2005, revogou o art. 219 segurança nacional e a ordem política e social.
Minoração facultativa da pena do CP, que previa o crime de rapto. c O Dec.‑lei no 6.227, de 24-1-1944, dispunha sobre
§ 4o No caso do § 4o do artigo 209, o juiz pode Art. 407. Raptar mulher honesta, mediante o CPM.
reduzir a pena de um sexto a um terço. violência ou grave ameaça, para fim libidino‑ Art. 410. Este Código entrará em vigor no dia
§ 5o No caso do § 5o do artigo 209, o juiz pode so, em lugar de efetivas operações militares: 1o de janeiro de 1970.
diminuir a pena de um terço. Pena – reclusão, de dois a quatro anos. Brasília, 21 de outubro de 1969;
Resultado mais grave 148o da Independência e
TÍTULO IV – DOS CRIMES
§ 1o Se da violência resulta lesão grave: 81o da República.
CONTRA O PATRIMÔNIO
Pena – reclusão, de seis a dez anos. Augusto Hamann Rademaker Grunewald
Furto Aurélio de Lyra Tavares
Art. 404. Praticar crime de furto definido nos § 2 Se resulta morte:
o
Márcio de Souza e Mello
artigos 240 e 241 e seus parágrafos, em zona Pena – reclusão, de doze a trinta anos. Luís Antônio da Gama e Silva

506-F
Arts. 143 a 152 Código Tributário Nacional
Parágrafo único. A atividade administrativa Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro,
de lançamento é vinculada e obrigatória, sob por base, ou tome em consideração, o valor ou visando à extinção total ou parcial do crédito.
pena de responsabilidade funcional. o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurí‑ c Art. 156, parágrafo único, deste Código.
c Art. 2o da Lei no 6.830, de 22-9-1980 (Lei das Exe- dicos, a autoridade lançadora, mediante pro‑ § 3o Os atos a que se refere o parágrafo ante‑
cuções Fiscais). cesso regular, arbitrará aquele valor ou preço, rior serão, porém, considerados na apuração
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé do saldo porventura devido e, sendo o caso, na
quando o valor tributário esteja expresso em as declarações ou os esclarecimentos presta‑ imposição de penalidade, ou sua graduação.
moeda estrangeira, no lançamento far‑se‑á dos, ou os documentos expedidos pelo sujeito § 4 o Se a lei não fixar prazo à homologação,
sua conversão em moeda nacional ao câm‑ passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência
bio do dia da ocorrência do fato gerador da ressalvada, em caso de contestação, avaliação do fato gerador; expirado esse prazo sem que
obrigação. contraditória, administrativa ou judicial.
a Fazenda Pública se tenha pronunciado, con‑
Dec. n o 96.915, de 3-10-1988, dispõe sobre a li- c Súm. n 431 do STJ.
o
c
sidera‑se homologado o lançamento e definiti‑
quidação de obrigações em moeda estrangeira Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto vamente extinto o crédito, salvo se comprova‑
devidas por entidades da administração federal.
de ofício pela autoridade administrativa nos da a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Art. 144. O lançamento reporta‑se à data da seguintes casos: c Art. 167 do CC.
ocorrência do fato gerador da obrigação e
rege‑se pela lei então vigente, ainda que pos‑ I – quando a lei assim o determine; c Arts. 71 a 73 da Lei n o 4.502, de 30-11-1964, que
II – quando a declaração não seja prestada, por dispõe sobre o Imposto de Consumo.
teriormente modificada ou revogada.
quem de direito, no prazo e na forma da legis‑ CAPÍTULO III
c Art. 5o, XL, da CF.
lação tributária; SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
c Art. 145 deste Código.
III – quando a pessoa legalmente obrigada,
§ 1o Aplica‑se ao lançamento a legislação que, embora tenha prestado declaração nos termos Seção I
posteriormente à ocorrência do fato gerador do inciso anterior, deixe de atender, no prazo DISPOSIÇÕES GERAIS
da obrigação, tenha instituído novos critérios e na forma da legislação tributária, a pedido Art. 151. Suspendem a exigibilidade do cré‑
de apuração ou processos de fiscalização, de esclarecimento formulado pela autoridade dito tributário:
ampliado os poderes de investigação das au‑ administrativa, recuse‑se a prestá‑lo ou não
toridades administrativas, ou outorgado ao I – moratória;
o preste satisfatoriamente, a juízo daquela
crédito maiores garantias ou privilégios, exce‑ autoridade; c Art. 3o, § 2o, da Lei no 13.988, de 14-4-2020 (Lei da
to, neste último caso, para o efeito de atribuir Transação Tributária).
IV – quando se comprove falsidade, erro ou
responsabilidade tributária a terceiros. omissão quanto a qualquer elemento definido II – o depósito do seu montante integral;
c Art. 11, § 3o, da Lei no 9.311, de 24-10-1996, que na legislação tributária como sendo de decla‑ c Súm. no 112 do STJ.
institui a Contribuição Provisória sobre Movimen- ração obrigatória;
tação ou Transmissão de Valores e de Créditos e III – as reclamações e os recursos, nos termos
Direitos de Natureza Financeira – CPMF. V – quando se comprove omissão ou inexati‑ das leis reguladoras do processo tributário
dão, por parte da pessoa legalmente obrigada, administrativo;
§ 2 o O disposto neste artigo não se aplica no exercício da atividade a que se refere o ar‑ c Dec. no 70.235, de 6-3-1972 (Lei do Processo Admi-
aos impostos lançados por períodos certos tigo seguinte;
de tempo, desde que a respectiva lei fixe ex‑ nistrativo Fiscal).
VI – quando se comprove ação ou omissão do c Súm. no 373 do STJ.
pressamente a data em que o fato gerador se
sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obri‑ IV – a concessão de medida liminar em manda‑
considera ocorrido.
gado, que dê lugar à aplicação de penalidade do de segurança;
c Súm. no 577 do STF. pecuniária;
c Art. 5o, LXIX e LXX, da CF.
Art. 145. O lançamento regularmente notifi‑ VII – quando se comprove que o sujeito passi‑
c Art. 63 da Lei no 9.430, de 27-12-1996, que dispõe
cado ao sujeito passivo só pode ser alterado vo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com sobre a legislação tributária federal, as contribui-
em virtude de: dolo, fraude ou simulação; ções para a seguridade social e o processo admi-
I – impugnação do sujeito passivo; c Arts. 145 a 150, 158 e 167, caput, e § 2o, do CC. nistrativo de consulta.
II – recurso de ofício; c Arts. 71 a 73 da Lei no 4.502, de 30-11-1964, que c Lei n o 12.016, de 7-8-2009 (Lei do Mandado de
III – iniciativa de ofício da autoridade adminis‑ dispõe sobre o Imposto de Consumo e reorganiza a Segurança Individual e Coletivo).
trativa, nos casos previstos no artigo 149. diretoria de rendas internas. c Súmulas nos 266 e 510 do STF.
c Arts. 142 e 149 deste Código. VIII – quando deva ser apreciado fato não co‑ V – a concessão de medida liminar ou de tu‑
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício nhecido ou não provado por ocasião do lança‑ tela antecipada, em outras espécies de ação
ou em consequência de decisão administrati‑ mento anterior; judicial;
va ou judicial, nos critérios jurídicos adotados IX – quando se comprove que, no lançamento VI – o parcelamento.
pela autoridade administrativa no exercício do anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da c Incisos V e VI acrescidos pela LC n o 104, de
lançamento somente pode ser efetivada, em autoridade que o efetuou, ou omissão, pela 10-1-2001.
relação a um mesmo sujeito passivo, quanto mesma autoridade, de ato ou formalidade c Arts. 6o e 7o da Lei no 11.101, de 9-2-2005 (Lei de
a fato gerador ocorrido posteriormente à sua especial. Recuperação de Empresas e Falências).
introdução. c Art. 3o, § 2o, da Lei no 13.988, de 14-4-2020 (Lei da
Parágrafo único. A revisão do lançamento Transação Tributária).
Seção II só pode ser iniciada enquanto não extinto o c Súm. no 437 do STJ.
MODALIDADES DE LANÇAMENTO direito da Fazenda Pública.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não
Art. 147. O lançamento é efetuado com base Art. 150. O lançamento por homologação, dispensa o cumprimento das obrigações aces‑
na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação sórias dependentes da obrigação principal cujo
quando um ou outro, na forma da legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar crédito seja suspenso, ou dela consequentes.
tributária, presta à autoridade administrativa o pagamento sem prévio exame da autorida‑ c Art. 113 deste Código.
informações sobre matéria de fato, indispen‑ de administrativa, opera‑se pelo ato em que
a referida autoridade, tomando conhecimento Seção II
sáveis à sua efetivação.
da atividade assim exercida pelo obrigado, ex‑ MORATÓRIA
§ 1o A retificação da declaração por iniciativa pressamente a homologa.
do próprio declarante, quando vise a reduzir Art. 152. A moratória somente pode ser
ou a excluir tributo, só é admissível mediante c Súm. no 436 do STJ. concedida:
comprovação do erro em que se funde, e antes § 1o O pagamento antecipado pelo obrigado I – em caráter geral:
de notificado o lançamento. nos termos deste artigo extingue o crédito, sob a) pela pessoa jurídica de direito público
§ 2o Os erros contidos na declaração e apurá‑ condição resolutória da ulterior homologação competente para instituir o tributo a que
veis pelo seu exame serão retificados de ofício ao lançamento. se refira;
pela autoridade administrativa a que competir § 2 Não influem sobre a obrigação tributá‑ b) pela União, quanto a tributos de compe‑
o

a revisão daquela. ria quaisquer atos anteriores à homologação, tência dos Estados, do Distrito Federal ou

618
Arts. 163 a 173 Código Tributário Nacional
§ 3o O crédito pagável em estampilha conside‑ do montante do débito ou na elaboração ou c Dec. no 2.138, de 29-1-1997, dispõe sobre a com‑
ra‑se extinto com a inutilização regular daque‑ conferência de qualquer documento relativo pensação de créditos tributários com créditos
la, ressalvado o disposto no artigo 150. ao pagamento; do sujeito passivo decorrentes de restituição ou
ressarcimento de tributos ou contribuições, a ser
§ 4o A perda ou destruição da estampilha, ou o c Mantivemos a expressão “edificação” conforme efetuada pela Secretaria da Receita Federal.
erro no pagamento por esta modalidade, não publicação; o correto seria “identificação”. c Súmulas nos 212, 213, 460, 461 e 464 do STJ.
dão direito a restituição, salvo nos casos ex‑ c Súmulas nos 71 e 546 do STF.
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito
pressamente previstos na legislação tributária, III – reforma, anulação, revogação ou rescisão do sujeito passivo, a lei determinará, para os
ou naquelas em que o erro seja imputável à de decisão condenatória. efeitos deste artigo, a apuração do seu mon‑
autoridade administrativa. Art. 166. A restituição de tributos que com‑ tante, não podendo, porém, cominar redução
§ 5o O pagamento em papel selado ou por pro‑ portem, por sua natureza, transferência do maior que a correspondente ao juro de um por
cesso mecânico equipara‑se ao pagamento em respectivo encargo financeiro somente será cento ao mês pelo tempo a decorrer entre a
estampilha. feita a quem prove haver assumido referido data da compensação e a do vencimento.
Art. 163. Existindo simultaneamente dois encargo, ou, no caso de tê‑lo transferido a ter‑ Art. 170‑A. É vedada a compensação me‑
ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito ceiro, estar por este expressamente autorizado diante o aproveitamento de tributo, objeto de
passivo para com a mesma pessoa jurídica de a recebê‑la. contestação judicial pelo sujeito passivo, antes
direito público, relativos ao mesmo ou a dife‑ c Art. 2 , § 2 , do Dec.‑lei n 834, de 8-9-1969, que do trânsito em julgado da respectiva decisão
o o o

rentes tributos ou provenientes de penalida‑ dispõe sobre a entrega das parcelas, pertencentes judicial.
de pecuniária ou juros de mora, a autoridade aos Municípios, do produto da arrecadação do im‑
posto sobre circulação de mercadoria, estabelece c Artigo acrescido pela LC n 104, de 10-1-2001.
o

administrativa competente para receber o pa‑ normas gerais sobre conflito da competência tribu‑ c Art. 5 , XXV, da CF.
o

gamento determinará a respectiva imputação, taria e sobre o imposto de serviços. Art. 171. A lei pode facultar, nas condições
obedecidas as seguintes regras, na ordem em Súm. no 546 do STF.
c que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da
que enumeradas:
Art. 167. A restituição total ou parcial do obrigação tributária celebrar transação que,
c Art. 352 do CC. tributo dá lugar à restituição, na mesma pro‑ mediante concessões mútuas, importe em de‑
I – em primeiro lugar, aos débitos por obriga‑ porção, dos juros de mora e das penalidades terminação de litígio e consequente extinção
ção própria, e em segundo lugar aos decorren‑ pecuniárias, salvo as referentes a infrações de de crédito tributário.
tes de responsabilidade tributária; caráter formal não prejudicadas pela causa da c Mantivemos o termo “determinação” conforme
c Art. 128 deste Código. restituição. publicação oficial; o correto seria “terminação”.
II – primeiramente, às contribuições de melho‑ Parágrafo único. A restituição vence juros Parágrafo único. A lei indicará a autoridade
ria, depois às taxas e por fim aos impostos; não capitalizáveis, a partir do trânsito em jul‑ competente para autorizar a transação em
III – na ordem crescente dos prazos de gado da decisão definitiva que a determinar. cada caso.
prescrição; c Súm. no 188 do STJ. c Art. 1o, § 5o, II, da Lei no 13.988, de 14-4-2020 (Lei
IV – na ordem decrescente dos montantes. Art. 168. O direito de pleitear a restituição da Transação Tributária).
Art. 164. A importância do crédito tributário extingue‑se com o decurso do prazo de cinco Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade ad‑
pode ser consignada judicialmente pelo sujeito anos, contados: ministrativa a conceder, por despacho funda‑
passivo, nos casos: I – nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 165, mentado, remissão total ou parcial do crédito
I – de recusa de recebimento, ou subordinação da data da extinção do crédito tributário; tributário, atendendo:
deste ao pagamento de outro tributo ou de c Art. 106, I, deste Código. I – à situação econômica do sujeito passivo;
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação c Art. 3o da LC no 118, de 9-2-2005, que dispõe sobre II – ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito
acessória; a interpretação deste inciso. passivo, quanto a matéria de fato;
II – de subordinação do recebimento ao cum‑ II – na hipótese do inciso III do artigo 165, da III – à diminuta importância do crédito tribu‑
primento de exigências administrativas sem data em que se tornar definitiva a decisão ad‑ tário;
fundamento legal; ministrativa ou passar em julgado a decisão IV – a considerações de equidade, em relação
III – de exigência, por mais de uma pessoa ju‑ judicial que tenha reformado, anulado, revo‑ com as características pessoais ou materiais
rídica de direito público, de tributo idêntico gado ou rescindido a decisão condenatória. do caso;
sobre um mesmo fato gerador. c Art. 108, IV, deste Código.
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anu‑
c Arts. 304 e 334 do CC. V – a condições peculiares a determinada re‑
latória da decisão administrativa que denegar
c Art. 539 do CPC/2015. gião do território da entidade tributante.
a restituição.
§ 1o A consignação só pode versar sobre o cré‑ Parágrafo único. O despacho referido neste
Parágrafo único. O prazo de prescrição é
dito que o consignante se propõe pagar. artigo não gera direito adquirido, aplicando‑se,
interrompido pelo início da ação judicial, re‑
§ 2o Julgada procedente a consignação, o pa‑ começando o seu curso, por metade, a par‑ quando cabível, o disposto no artigo 155.
gamento se reputa efetuado e a importância tir da data da intimação validamente feita c Art. 156, IV, deste Código.
consignada é convertida em renda; julgada ao representante judicial da Fazenda Pública Art. 173. O direito de a Fazenda Pública cons‑
improcedente a consignação no todo ou em interessada. tituir o crédito tributário extingue‑se após cin‑
parte, cobra‑se o crédito acrescido de juros de co anos, contados:
mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. Seção IV
DEMAIS MODALIDADES DE EXTINÇÃO c Art. 45 da Lei no 8.212, de 24-7-1991 (Lei Orgânica
Seção III da Seguridade Social).
PAGAMENTO INDEVIDO
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as c Súm. Vinc. no 8 do STF.
garantias que estipular, ou cuja estipulação em c Súmulas nos 108 e 153 do TFR.
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, inde‑ cada caso atribuir à autoridade administrativa,
pendentemente de prévio protesto, à restitui‑ autorizar a compensação de créditos tributá‑ I – do primeiro dia do exercício seguinte
ção total ou parcial do tributo, seja qual for a rios com créditos líquidos e certos, vencidos ou àquele em que o lançamento poderia ter sido
modalidade do seu pagamento, ressalvado o vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda efetuado; o
disposto no § 4o do artigo 162, nos seguintes Pública. c Art. 150, § 4 , deste Código.
casos: o
c Súm. n 555 do STJ.
c A Secretaria da Receita Federal passou a ser de‑
c Súmulas nos 162, 447 e 461 do STJ. nominada Secretaria da Receita Federal do Brasil, II – da data em que se tornar definitiva a de‑
I – cobrança ou pagamento espontâneo de tri‑ pelo art. 1o da Lei no 11.457, de 16-3-2007 (Lei da cisão que houver anulado, por vício formal, o
Super‑Receita). lançamento anteriormente efetuado.
buto indevido ou maior que o devido em face
c Art. 66 da Lei no 8.383, de 30-12-1991, que institui
da legislação tributária aplicável, ou da nature‑ a UFIR e altera a legislação tributária federal. Parágrafo único. O direito a que se refere
za ou circunstâncias materiais do fato gerador c Arts. 73 e 74 a Lei n o 9.430, de 27-12-1996, que este artigo extingue‑se definitivamente com
efetivamente ocorrido; dispõe sobre a legislação tributária federal, as o decurso do prazo nele previsto, contado da
II – erro na edificação do sujeito passivo, na contribuições para a seguridade social e o proces‑ data em que tenha sido iniciada a constituição
determinação da alíquota aplicável, no cálculo so administrativo de consulta. do crédito tributário pela notificação, ao sujei‑

620
Arts. 181 a 193 Consolidação das Leis do Trabalho
Art. 181. Os que trabalharem em serviços de sua adequação e medidas de proteção exigidas aos agentes agressivos, meios de proteção e o
eletricidade ou instalações elétricas devem es‑ quando motorizadas ou elétricas. tempo máximo de exposição do empregado a
tar familiarizados com os métodos de socorro c Arts. 184 a 186 com a redação dada pela Lei esses agentes.
a acidentados por choque elétrico. n 6.514, de 22-12-1977.
o
c Súm. no 248 do TST.
c Arts. 179 a 181 com a redação dada pela Lei c Lei n 5.280, de 27-4-1967, proíbe a entrada no país Parágrafo único. As normas referidas neste
o

no 6.514, de 22-12-1977. de máquinas e maquinismos sem os dispositivos


de proteção e segurança do trabalho exigidos por artigo incluirão medidas de proteção do or‑
Seção X esta Consolidação. ganismo do trabalhador nas operações que
DA MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM Seção XII produzem aerodispersoides tóxicos, irritantes,
E MANUSEIO DE MATERIAIS alergênicos ou incômodos.
DAS CALDEIRAS, FORNOS E
c NR-11 (Transporte, Movimentação, Armazenagem Art. 191. A eliminação ou a neutralização da
RECIPIENTES SOB PRESSÃO
e Manuseio de Materiais) instituída pela Port. do insalubridade ocorrerá:
MTb no 3.214, de 8-6-1978. Art. 187. As caldeiras, equipamentos e reci‑ I – com a adoção de medidas que conservem
Art. 182. O Ministério do Trabalho estabelece‑ pientes em geral que operam sob pressão de‑ o ambiente de trabalho dentro dos limites de
rá normas sobre: verão dispor de válvulas e outros dispositivos tolerância;
de segurança, que evitem seja ultrapassada a
I – as precauções de segurança na movimenta‑ pressão interna de trabalho compatível com a II – com a utilização de equipamentos de pro‑
ção de materiais nos locais de trabalho, os equi‑ sua resistência. teção individual ao trabalhador, que diminuam
pamentos a serem obrigatoriamente utilizados a intensidade do agente agressivo a limites de
e as condições especiais a que estão sujeitas a Parágrafo único. O Ministério do Trabalho tolerância.
operação e a manutenção desses equipamen‑ expedirá normas complementares quanto à c Súmulas nos 80 e 289 do TST.
tos, inclusive exigências de pessoal habilitado; segurança das caldeiras, fornos e recipientes Parágrafo único. Caberá às Delegacias Re‑
II – as exigências similares relativas ao manu‑ sob pressão, especialmente quanto ao revesti‑ gionais do Trabalho, comprovada a insalubri‑
seio e à armazenagem de materiais, inclusive mento interno, à localização, à ventilação dos dade, notificar as empresas, estipulando pra‑
quanto às condições de segurança e higiene locais e outros meios de eliminação de gases zos para sua eliminação ou neutralização, na
relativas aos recipientes e locais de armazena‑ ou vapores prejudiciais à saúde, e demais ins‑ forma deste artigo.
talações ou equipamentos necessários à exe‑
gem e os equipamentos de proteção individual;
cução segura das tarefas de cada empregado. Art. 192. O exercício de trabalho em condi‑
III – a obrigatoriedade de indicação de carga ções insalubres, acima dos limites de tolerân‑
máxima permitida nos equipamentos de trans‑ Art. 188. As caldeiras serão periodicamente cia estabelecidos pelo Ministério do Trabalho,
porte, dos avisos de proibição de fumar e de submetidas a inspeções de segurança, por en‑
assegura a percepção de adicional respectiva‑
advertência quanto à natureza perigosa ou no‑ genheiro ou empresa especializada, inscritos no mente de quarenta por cento, vinte por cento
civa à saúde das substâncias em movimentação Ministério do Trabalho, de conformidade com as
e dez por cento do salário mínimo da região,
ou em depósito, bem como das recomenda‑ instruções que, para esse fim, forem expedidas. segundo se classifiquem nos graus máximo,
ções de primeiros socorros e de atendimento § 1 Toda caldeira será acompanhada de “Pron‑ médio e mínimo.
o

médico e símbolo de perigo, segundo padroni‑ tuário”, com documentação original do fabri‑ c Art. 7o, IV e XXIII, da CF, que unificou o salário mí-
zação internacional, nos rótulos dos materiais cante, abrangendo, no mínimo: especificação nimo em todo o território nacional e dispõe sobre
ou substâncias armazenados ou transportados. técnica, desenhos, detalhes, provas e testes o adicional de remuneração para as atividades
Parágrafo único. As disposições relativas ao realizados durante a fabricação e a montagem, penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei,
respectivamente.
transporte de materiais aplicam‑se, também, características funcionais e a pressão máxima
Súm. Vinc. no 4 do STF.
no que couber, ao transporte de pessoas nos de trabalho permitida (PMTP), esta última indi‑
c
cada, em local visível, na própria caldeira. c Súmulas n os 47, 80, 139 e 448 do TST.
locais de trabalho. c Orientações Jurisprudenciais SBDI‑I n os 103, 172 e
c Art. 182 com a redação dada pela Lei n o 6.514, de § 2 O proprietário da caldeira deverá organi‑
o
173 do TST.
22-12-1977. zar, manter atualizado e apresentar, quando c OJ da SBDI‑II no 2 do TST.
Art. 183. As pessoas que trabalharem na mo‑ exigido pela autoridade competente, o Re‑ c OJ da SBDI‑I Transitória n o 12 do TST.
vimentação de materiais deverão estar familia‑ gistro de Segurança, no qual serão anotadas, Art. 193. São consideradas atividades ou ope‑
rizadas com os métodos racionais de levanta‑ sistematicamente, as indicações das provas rações perigosas, na forma da regulamenta‑
mento de cargas. efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer ou‑ ção aprovada pelo Ministério do Trabalho e
tras ocorrências. Emprego, aquelas que, por sua natureza ou
c Artigo com a redação dada pela Lei n o 6.514, de
22-12-1977. § 3 o Os projetos de instalação de caldeiras, métodos de trabalho, impliquem risco acen‑
fornos e recipientes sob pressão deverão ser tuado em virtude de exposição permanente do
Seção XI
submetidos à aprovação prévia do órgão re‑ trabalhador a:
DAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS gional competente em matéria de segurança
c Caput com a redação dada pela Lei no 12.740, de
c NR-12 (Máquinas e Equipamentos) instituída pela do trabalho. 8-12-2012.
Port. do MTb no 3.214, de 8-6-1978. c Arts. 187 e 188 com a redação dada pela Lei c Súm. no 447 do TST.
Art. 184. As máquinas e os equipamentos de‑ no 6.514, de 22-12-1977. c OJ SBDI‑I no 345 do TST.
verão ser dotados de dispositivos de partida Seção XIII I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
e parada e outros que se fizerem necessários
DAS ATIVIDADES INSALUBRES II – roubos ou outras espécies de violência fí‑
para a prevenção de acidentes do trabalho, es‑
OU PERIGOSAS sica nas atividades profissionais de segurança
pecialmente quanto ao risco de acionamento pessoal ou patrimonial;
acidental. c Art. 7o, XXIII, da CF.
NR-15 (Atividades e Operações Insalubre) instituí- c Incisos I e II acrescidos pela Lei n 12.740, de
o
c
Parágrafo único. É proibida a fabricação, a da pela Port. do MTb no 3.214, de 8-6-1978. 8-12-2012.
importação, a venda, a locação e o uso de má‑ c NR-16 (Atividades e Operações Perigosas) instituí- III – colisões, atropelamentos ou outras espé-
quinas e equipamentos que não atendam ao da pela Port. do MTb no 3.214, de 8-6-1978. cies de acidentes ou violências nas atividades
disposto neste artigo. Art. 189. Serão consideradas atividades ou profissionais dos agentes das autoridades de
Art. 185. Os reparos, limpeza e ajustes somen‑ operações insalubres aquelas que, por sua trânsito.
te poderão ser executados com as máquinas natureza, condições ou métodos de trabalho, c Inciso III acrescido pela Lei n o 14.684, de
paradas, salvo se o movimento for indispensá‑ exponham os empregados a agentes nocivos à 20-9-2023.
vel à realização do ajuste. saúde, acima dos limites de tolerância fixados § 1 o O trabalho em condições de periculosi‑
Art. 186. O Ministério do Trabalho estabelece‑ em razão da natureza e da intensidade do agen‑ dade assegura ao empregado um adicional de
rá normas adicionais sobre proteção e medidas te e do tempo de exposição aos seus efeitos. trinta por cento sobre o salário sem os acrés‑
de segurança na operação de máquinas e equi‑ c Súmulas n os 47, 80, 139, 289 e 293 do TST. cimos resultantes de gratificações, prêmios ou
pamentos, especialmente quanto à proteção Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o participações nos lucros da empresa.
das partes móveis, distância entre estas, vias quadro das atividades e operações insalubres e c Art. 7o, XXIII, da CF.
de acesso às máquinas e equipamentos de adotará normas sobre os critérios de caracteri‑ c Orientações Jurisprudenciais da SBDI‑I nos 172,
grandes dimensões, emprego de ferramentas, zação da insalubridade, os limites de tolerância 259, 279, 324, 347 e 385 do TST.

740
Consolidação das Leis do Trabalho Arts. 700 a 707
ou revisor nos feitos que lhe forem distribuídos h) elaborar o Regimento Interno do Tribunal e dos do Brasil, pelo Advogado‑Geral da União
conforme estabelecer o regimento interno. exercer as atribuições administrativas pre‑ e por confederações sindicais ou entidades de
c Art. 699 com a redação dada pela Lei n o 2.244, de vistas em lei, ou decorrentes da Constitui‑ classe de âmbito nacional.
23-6-1954. ção Federal. c O STF, por maioria, no julgamento da ADIN
n o 6.188, considerou procedente o pedido para
Art. 700. O Tribunal reunir‑se‑á em dias previa‑ c Alíneas g a h com a redação dada pela Lei n 2.244,
o

de 23-6-1954. declarar a inconstitucionalidade deste parágrafo


mente fixados pelo Presidente, o qual poderá, (DOU de 4-9-2023).
sempre que for necessário, convocar sessões II – em última instância:
extraordinárias. § 4o O estabelecimento ou a alteração de sú‑
c Caput do inciso II com a redação dada pela Lei
no 2.244, de 23-6-1954. mulas e outros enunciados de jurisprudência
c Artigo com a redação dada pelo Dec.‑lei no 8.737,
de 19-1-1946. pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão
a) julgar os recursos ordinários das decisões observar o disposto na alínea f do inciso I e
Art. 701. As sessões do Tribunal serão públicas proferidas pelos Tribunais Regionais em no § 3 o deste artigo, com rol equivalente de
e começarão às quatorze horas, terminando processos de sua competência originária; legitimados para sustentação oral, observada
às dezessete horas, mas poderão ser prorro‑ b) julgar os embargos opostos às decisões de a abrangência de sua circunscrição judiciária.

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO


gadas pelo Presidente em caso de manifesta que tratam as alíneas b e c do inciso I deste c §§ 3 o e 4 o acrescidos pela Lei n o 13.467, de
necessidade. artigo; 13-7-2017.
§ 1o As sessões extraordinárias do Tribunal só c Alíneas a e b com a redação dada pela Lei no 2.244, c O STF, por maioria, no julgamento da ADIN
se realizarão quando forem comunicadas aos de 23-6-1954. n o 6.188, considerou procedente o pedido para
seus membros com vinte e quatro horas, no c) julgar embargos das decisões das Turmas, declarar a inconstitucionalidade deste parágrafo
(DOU de 4-9-2023).
mínimo, de antecedência. quando esta divirjam entre si ou de decisão
§ 2o Nas sessões do Tribunal, os debates pode‑ proferida pelo próprio Tribunal Pleno, ou Seção IV
rão tornar‑se secretos, desde que, por motivo que forem contrárias à letra de lei federal; DA COMPETÊNCIA DA CÂMARA
de interesse público, assim resolver a maioria c Alínea c com a redação dada pelo Dec.‑lei no 229, DE JUSTIÇA DO TRABALHO
de seus membros. de 28-2-1967.
Arts. 703 a 705. Suprimidos. Dec.‑lei
c Art. 701 com a redação dada pelo Dec.‑lei no 8.737, d) julgar os agravos de despachos denegató‑ n o 8.737, de 19-1-1946.
de 19-1-1946. rios dos presidentes de turmas, em matéria
c Arts. 93, XI, 96, I, e 111 a 116 da CF. de embargos na forma estabelecida no re‑ Seção V
gimento interno; DA COMPETÊNCIA DA CÂMARA
Seção III
c Res. Adm. do TST no 908, de 21-12-2002, aprova o DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PLENO Regimento Interno do TST. Art. 706. Suprimido. Dec.‑lei n o 8.737, de
Art. 702. Ao Tribunal Pleno compete: e) julgar os embargos de declaração opostos 19-1-1946.
c Caput com a redação dada pela Lei no 2.244, de aos seus acórdãos.
23-6-1954. Seção VI
c Alíneas d e e com a redação dada pela Lei no 2.244,
c Dispositivo tornado sem efeito pela Lei no 7.701, de de 23-6-1954. DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO
21-12-1988, que dispõe sobre a especialização das TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Turmas do TST. § 1 o Quando adotada pela maioria de dois
terços dos juízes do Tribunal Pleno, a decisão c O Dec.‑lei n o 9.797, de 9-9-1946, determinou a
I – em única instância: substituição do termo “Conselho Nacional” para
c Caput do inciso I com a redação dada pela Lei
proferida nos embargos de que trata o inciso II, “Tribunal Superior”.
no 2.244, de 23-6-1954. alínea c, deste artigo, terá força de prejulgado, c Arts. 96, I, a, 111, § 3o, e 113 da CF.
nos termos dos §§ 2o e 3o do art. 902.
a) decidir sobre matéria constitucional, quan‑ Art. 707. Compete ao Presidente do Tribunal:
do arguido, para invalidar lei ou ato do po‑ § 2o É da competência de cada uma das turmas
do Tribunal: a) presidir às sessões do Tribunal, fixando os
der público; dias para a realização das sessões ordiná‑
b) conciliar e julgar os dissídios coletivos que a) julgar, em única instância, os conflitos de rias e convocando as extraordinárias;
excedam a jurisdição dos Tribunais Regio‑ jurisdição entre Tribunais Regionais do Tra‑ b) superintender todos os serviços do Tribunal;
nais do Trabalho, bem como estender ou balho e os que se suscitarem entre juízes de c) expedir instruções e adotar as providências
rever suas próprias decisões normativas, direito ou juntas de conciliação e julgamen‑ necessárias para o bom funcionamento do
nos casos previstos em lei; to de regiões diferentes; Tribunal e dos demais órgãos da Justiça do
c) homologar os acordos celebrados em dissí‑ c EC no 24, de 9-12-1999, alterou a denominação das Trabalho;
dios de que trata a alínea anterior; Juntas de Conciliação e Julgamento para Varas do d) fazer cumprir as decisões originárias do
d) julgar os agravos dos despachos do presi‑ Trabalho e extinguiu a representação classista na
Justiça do Trabalho. Tribunal, determinando aos Tribunais Re‑
dente, nos casos previstos em lei; gionais e aos demais órgãos da Justiça do
e) julgar as suspeições arguidas contra o pre‑ b) julgar, em última instância, os recursos de Trabalho a realização dos atos processuais
sidente e demais juízes do Tribunal, nos revista interpostos de decisões dos Tribu‑ e das diligências necessárias;
feitos pendentes de sua decisão; nais Regionais e das Juntas de Conciliação e) submeter ao Tribunal os processos em
c Alíneas a a e com a redação dada pela Lei no 2.244, e julgamento ou juízes de direito, nos casos que tenha de deliberar e designar, na for‑
de 23-6-1954. previstos em lei; ma do Regimento Interno, os respectivos
f) estabelecer ou alterar súmulas e outros c EC n 24, de 9-12-1999, alterou a denominação das relatores;
o

Juntas de Conciliação e Julgamento para Varas do f) despachar os recursos interpostos pelas par‑
enunciados de jurisprudência uniforme, Trabalho e extinguiu a representação classista na
pelo voto de pelo menos dois terços de Justiça do Trabalho.
tes e os demais papéis em que deva deliberar;
seus membros, caso a mesma matéria já g) determinar as alterações que se fizerem ne‑
tenha sido decidida de forma idêntica por c) julgar os agravos de instrumento dos des‑ cessárias na lotação do pessoal da Justiça
unanimidade em, no mínimo, dois terços pachos que denegarem a interposição de do Trabalho, fazendo remoções ex officio
das turmas em pelo menos dez sessões recursos ordinários ou de revista; de servidores entre os Tribunais Regionais,
diferentes em cada uma delas, podendo, d) julgar os embargos de declaração opostos Juntas de Conciliação e Julgamento e ou‑
ainda, por maioria de dois terços de seus aos seus acórdãos; tros órgãos, bem como conceder as reque‑
membros, restringir os efeitos daquela de‑ e) julgar as habilitações incidentes e arguições ridas que julgar convenientes ao serviço,
claração ou decidir que ela só tenha efi‑ de falsidade, suspeição e outras nos casos respeitada a lotação de cada órgão;
cácia a partir de sua publicação no Diário pendentes de sua decisão. c EC no 24, de 9-12-1999, alterou a denominação das
c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 2.244, de Juntas de Conciliação e Julgamento para Varas do
Oficial;
23-6-1954. Trabalho e extinguiu a representação classista na
c Alínea f com a redação dada pela Lei no 13.467, de Justiça do Trabalho.
13-7-2017. § 3o As sessões de julgamento sobre estabeleci‑
c mento ou alteração de súmulas e outros enun‑ h) conceder licenças e férias aos servidores do
O STF, por maioria, no julgamento da ADIN
ciados de jurisprudência deverão ser públicas,
no 6.188, considerou procedente o pedido para de- Tribunal, bem como impor‑lhes as penas
clarar a inconstitucionalidade desta alínea (DOU
divulgadas com, no mínimo, trinta dias de disciplinares que excederem da alçada das
de 4-9-2023). antecedência, e deverão possibilitar a susten‑ demais autoridades;
g) aprovar tabelas de custas emolumentos, tação oral pelo Procurador‑Geral do Trabalho, i) dar posse e conceder licença aos membros
nos termos da lei; pelo Conselho Federal da Ordem dos Advoga‑ do Tribunal, bem como conceder licen‑

787
Decreto no 70.235/1972
sem espaço em branco, e sem entrelinhas, ra‑ cesso, quando a comprovação dos ilícitos de‑ lei específica, se essa circunstância não tiver
suras ou emendas não ressalvadas. pender dos mesmos elementos de prova. sido declarada na formalização da exigência.
Parágrafo único. Os atos e termos proces‑ c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 11.196, de Art. 14. A impugnação da exigência instaura a
suais poderão ser formalizados, tramitados, 21-11-2005. fase litigiosa do procedimento.
comunicados e transmitidos em formato digi‑ § 2o Os procedimentos de que tratam este ar‑ Art. 14‑A. No caso de determinação e exigên‑
tal, conforme disciplinado em ato da adminis‑ tigo e o artigo 7 o serão válidos, mesmo que cia de créditos tributários da União cujo sujei‑
tração tributária. formalizados por servidor competente de ju‑ to passivo seja órgão ou entidade de direito
c Parágrafo único com a redação dada pela Lei risdição diversa da do domicílio tributário do público da administração pública federal, a
no 12.865, de 9-10-2013. sujeito passivo. submissão do litígio à composição extrajudicial
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 8.748, de pela Advocacia‑Geral da União é considerada
Art. 3 o A autoridade local fará realizar, no
9-12-1993. reclamação, para fins do disposto no inciso III
prazo de trinta dias, os atos processuais que
devam ser praticados em sua jurisdição, por § 3o A formalização da exigência, nos termos do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro
solicitação de outra autoridade preparadora do parágrafo anterior, previne a jurisdição e de 1966 – Código Tributário Nacional.
ou julgadora. prorroga a competência da autoridade que c Artigo acrescido pela Lei no 13.140, de 26-6-2015.
dela primeiro conhecer.
Art. 4o Salvo disposição em contrário, o ser‑ Art. 14‑B. VETADO. Lei n o 14.689, de
c § 3o acrescido pela Lei n o 8.748, de 9-12-1993.
vidor executará os atos processuais no prazo 20-9-2023.
de oito dias. § 4o O disposto no caput deste artigo aplica‑se Art. 15. A impugnação, formalizada por escri‑
também nas hipóteses em que, constatada in‑ to e instruída com os documentos em que se
Seção II fração à legislação tributária, dela não resulte fundamentar, será apresentada ao órgão pre‑
DOS PRAZOS exigência de crédito tributário. parador no prazo de trinta dias, contados da
Art. 5 o Os prazos serão contínuos, excluin‑ § 5o Os autos de infração e as notificações de data em que for feita a intimação da exigência.
do‑se na sua contagem o dia do início e in‑ lançamento de que trata o caput deste artigo, Parágrafo único. Revogado. Lei no 11.941,
cluindo‑se o do vencimento. formalizados em decorrência de fiscalização de 27-5-2009.
Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou relacionada a regime especial unificado de
vencem no dia de expediente normal no órgão arrecadação de tributos, poderão conter lan‑ Art. 16. A impugnação mencionará:
em que corra o processo ou deva ser praticado çamento único para todos os tributos por eles I – a autoridade julgadora a quem é dirigida;

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
o ato. abrangidos. II – a qualificação do impugnante;
Art. 6o Revogado. Lei no 8.748, de 9-12-1993. § 6o O disposto no caput deste artigo não se III – os motivos de fato e de direito em que se
aplica às contribuições de que trata o art. 3o da fundamenta, os pontos de discordância e as
Seção III Lei no 11.457, de 16 de março de 2007. razões e provas que possuir;
DO PROCEDIMENTO c §§ 4 o a 6 o com a redação dada pela Lei n o 11.941,
IV – as diligências, ou perícias que o impug‑
de 27-5-2009. nante pretenda sejam efetuadas, expostos os
Art. 7o O procedimento fiscal tem início com:
c A Lei n o 11.941, de 27-5-2009, ao converter a MP motivos que a justifiquem, com a formulação
I – o primeiro ato de ofício, escrito, pratica‑ no 449, de 3-12-2008, não manteve o acréscimo do dos quesitos referentes aos exames desejados,
do por servidor competente, cientificado o § 7 o. assim como, no caso de perícia, o nome, o
sujeito passivo da obrigação tributária ou seu Art. 10. O auto de infração será lavrado por endereço e a qualificação profissional do seu
preposto; servidor competente, no local da verificação da perito;
II – a apreensão de mercadorias, documentos falta, e conterá obrigatoriamente: c Incisos III e IV com a redação dada pela Lei
ou livros; no 8.748, de 1993.
I – a qualificação do autuado;
III – o começo de despacho aduaneiro de mer‑ V – se a matéria impugnada foi submetida à
II – o local, a data e a hora da lavratura;
cadoria importada. apreciação judicial, devendo ser juntada cópia
III – a descrição do fato;
§ 1o O início do procedimento exclui a espon‑ IV – a disposição legal infringida e a penalidade da petição.
taneidade do sujeito passivo em relação aos aplicável; c Inciso V acrescido pela Lei n o 11.196, de
atos anteriores e, independentemente de inti‑ V – a determinação da exigência e a intima‑ 21-11-2005.
mação, a dos demais envolvidos nas infrações ção para cumpri‑la ou impugná‑la no prazo de § 1o Considerar‑se‑á não formulado o pedido de
verificadas. trinta dias; diligência ou perícia que deixar de atender aos
§ 2 o Para os efeitos do disposto no § 1 o, os VI – a assinatura do autuante e a indicação de requisitos previstos no inciso IV do artigo 16.
atos referidos nos incisos I e II valerão pelo seu cargo ou função e o número de matrícula. § 2o É defeso ao impugnante, ou a seu repre‑
prazo de sessenta dias, prorrogável, sucessiva‑ c Art. 142 do CTN. sentante legal, empregar expressões injuriosas
mente, por igual período com qualquer outro Art. 11. A notificação de lançamento será ex‑ nos escritos apresentados no processo, caben‑
ato escrito que indique o prosseguimento dos pedida pelo órgão que administra o tributo e do ao julgador, de ofício ou a requerimento do
trabalhos. conterá obrigatoriamente: ofendido, mandar riscá‑las.
Art. 8 o Os termos decorrentes de atividade I – a qualificação do notificado; § 3o Quando o impugnante alegar direito mu‑
fiscalizadora serão lavrados, sempre que pos‑ II – o valor do crédito tributário e o prazo para nicipal, estadual ou estrangeiro, provar‑lhe‑á
sível, em livro fiscal, extraindo‑se cópia para recolhimento ou impugnação; o teor e a vigência, se assim o determinar o
anexação ao processo; quando não lavrados III – a disposição legal infringida, se for o caso; julgador.
em livro, entregar‑se‑á cópia autenticada à IV – a assinatura do chefe do órgão expedidor c §§ 1 o a 3 o acrescidos pela Lei n o 8.748, de
pessoa sob fiscalização. ou de outro servidor autorizado e a indicação de 9-12-1993.
Art. 9 o A exigência do crédito tributário e a seu cargo ou função e o número de matrícula. § 4o A prova documental será apresentada na
aplicação de penalidade isolada serão forma‑ c Art. 145 do CTN. impugnação, precluindo o direito de o impug‑
lizados em autos de infração ou notificações Parágrafo único. Prescinde de assinatura a nante fazê‑lo em outro momento processual,
de lançamento, distintos para cada tributo ou notificação de lançamento emitida por proces‑ a menos que:
penalidade, os quais deverão estar instruídos so eletrônico. a) fique demonstrada a impossibilidade de
com todos os termos, depoimentos, laudos e Art. 12. O servidor que verificar a ocorrência sua apresentação oportuna, por motivo de
demais elementos de prova indispensáveis à de infração à legislação tributária federal e não força maior;
comprovação do ilícito. for competente para formalizar a exigência co‑ b) refira‑se a fato ou a direito superveniente;
c Caput com a redação dada pela Lei no 11.941, de municará o fato, em representação circunstan‑ c) destine‑se a contrapor fatos ou razões pos‑
27-5-2009. ciada, a seu chefe imediato, que adotará as teriormente trazidas aos autos.
§ 1o Os autos de infração e as notificações de providências necessárias. § 5o A juntada de documentos após a impug‑
lançamento de que trata o caput deste artigo, Art. 13. A autoridade preparadora determi‑ nação deverá ser requerida à autoridade julga‑
formalizados em relação ao mesmo sujeito nará que seja informado, no processo, se o dora, mediante petição em que se demonstre,
passivo, podem ser objeto de um único pro‑ infrator é reincidente, conforme definição da com fundamentos, a ocorrência de uma das

925
Decreto no 70.235/1972
Art. 25. O julgamento do processo de exigên- § 9 o Os cargos de Presidente das Turmas da Federal do Brasil, independentemente do
cia de tributos ou contribuições administrados Câmara Superior de Recursos Fiscais, das câ- ramo de atividade.
pela Secretaria da Receita Federal compete: maras, das suas turmas e das turmas especiais § 4o O valor dos créditos a que se refere o § 3o
c Caput com a redação dada pela MP n o 2.158-35, de serão ocupados por conselheiros representan- deste artigo será determinado, na forma da
24-8-2001, que até o encerramento desta edição tes da Fazenda Nacional, que, em caso de em- regulamentação:
não havia sido convertida em Lei. pate, terão o voto de qualidade, e os cargos
c A Lei n o 11.941, de 27-5-2009, ao converter a MP de Vice‑Presidente, por representantes dos
I – por meio da aplicação das alíquotas do
n 449, de 3-12-2008, não manteve as alterações contribuintes.
o imposto de renda previstas no art. 3o da Lei
deste caput. no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre o
c §§ 7o a 9o com a redação dada pela Lei n o 11.941,
I – em primeira instância, às Delegacias da de 27-5-2009.
montante do prejuízo fiscal; e
Receita Federal de Julgamento, órgãos de § 9o‑A. Ficam excluídas as multas e cancelada II – por meio da aplicação das alíquotas da
deliberação interna e natureza colegiada da a representação fiscal para os fins penais de CSLL previstas no art. 3o da Lei n o 7.689, de
Secretaria da Receita Federal; 15 de dezembro de 1988, sobre o montante
que trata o art. 83 da Lei no 9.430, de 27 de da base de cálculo negativa da contribuição.
c Inciso I com a redação dada pela MP no 2.158-35, dezembro de 1996, na hipótese de julgamen‑
de 24-8-2001, que até o encerramento desta edi- to de processo administrativo fiscal resolvido § 5o A utilização dos créditos a que se refe‑
ção não havia sido convertida em Lei.
favoravelmente à Fazenda Pública pelo voto re o § 3 o deste artigo extingue os débitos
c A Secretaria da Receita Federal passou a ser de-
de qualidade previsto no § 9o deste artigo. sob condição resolutória de sua ulterior
nominada Secretaria da Receita Federal do Brasil homologação.
pelo art. 1o da Lei no 11.457, de 16-3-2007 (Lei da c § 9 ‑A acrescido pela Lei n 14.689, de 20-9-2023.
o o

Super‑Receita). § 6o A Secretaria Especial da Receita Federal


§ 10. Os conselheiros serão designados pelo do Brasil dispõe do prazo de 5 (cinco) anos
II – em segunda instância, ao Conselho Admi- Ministro de Estado da Fazenda para mandato, para a análise dos créditos utilizados na for‑
nistrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, limitando‑se as reconduções, na forma e no ma do § 3o deste artigo.
paritário, integrante da estrutura do Ministério prazo estabelecidos no regimento interno.
da Fazenda, com atribuição de julgar recursos § 7 o O disposto no caput deste artigo apli‑
§ 11. O Ministro de Estado da Fazenda, obser- ca‑se exclusivamente à parcela controvertida,
de ofício e voluntários de decisão de primei- vado o devido processo legal, decidirá sobre a
ra instância, bem como recursos de natureza resolvida pelo voto de qualidade previsto no
perda do mandato dos conselheiros que incor-
especial. § 9o do art. 25 deste Decreto, no âmbito do
rerem em falta grave, definida no regimento

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
c Inciso II com a redação dada pela Lei n 11.941, de interno.
o

27-5-2009. c §§ 10 e 11 com a redação dada pela Lei n o 11.941,


§ 8 o Se não houver opção pelo pagamento
c Arts. 48 e 49 da Lei no 11.941, de 27-5-2009, que de 27-5-2009. na forma deste artigo, os créditos definitiva‑
altera a legislação tributária federal relativa ao mente constituídos serão encaminhados para
parcelamento ordinário de débitos tributários. § 12. Nos julgamentos realizados pelos órgãos inscrição em dívida ativa da União em até 90
colegiados referidos nos incisos I e II do caput (noventa) dias e:
§ 1 o O Conselho Administrativo de Recursos deste artigo, é assegurada ao procurador do
Fiscais será constituído por seções e pela Câ- sujeito passivo a realização de sustentação I – não incidirá o encargo de que trata o
mara Superior de Recursos Fiscais. oral, na forma do regulamento. art. 1o do Decreto‑Lei n o 1.025, de 21 de ou‑
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 11.941, de tubro de 1969; e
27-5-2009. § 13. Os órgãos julgadores referidos nos in‑
II – será aplicado o disposto no § 9 o‑A do
c Art. 49, § 1 o, da Lei n o 11.941, de 27-5-2009, que cisos I e II do caput deste artigo observarão art. 25 deste Decreto.
altera a legislação tributária federal relativa ao as súmulas de jurisprudência publicadas pelo
parcelamento ordinário de débitos tributários. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. § 9o No curso do prazo previsto no caput deste
c Port. do MF n o 256, de 22-6-2009, aprovou o Re- c §§ 12 e 13 acrescidos pela Lei n o 14.689, de artigo, os créditos tributários objeto de nego‑
gimento Interno do Conselho Administrativo de 20-9-2023. ciação não serão óbice à emissão de certidão
Recursos Fiscais – CARF. de regularidade fiscal, nos termos do art. 206
Art. 25‑A. Na hipótese de julgamento de da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Có‑
I a IV – Revogados. Lei n o 11.941, de processo administrativo fiscal resolvido defi‑
27-5-2009. digo Tributário Nacional).
nitivamente a favor da Fazenda Pública pelo
§ 2o As seções serão especializadas por matéria voto de qualidade previsto no § 9o do art. 25 § 10. O pagamento referido no § 1o deste ar‑
e constituídas por câmaras. deste Decreto, e desde que haja a efetiva ma‑ tigo compreende o uso de precatórios para
nifestação do contribuinte para pagamento amortização ou liquidação do remanescente,
§ 3o A Câmara Superior de Recursos Fiscais será na forma do § 11 do art. 100 da Constituição
constituída por turmas, compostas pelos Presi- no prazo de 90 (noventa) dias, serão excluí‑
dos, até a data do acordo para pagamento, Federal.
dentes e Vice‑Presidentes das câmaras.
os juros de mora de que trata o art. 13 da Lei c Art. 25‑A acrescido pela Lei n o 14.689, de
§ 4 o As câmaras poderão ser divididas em no 9.065, de 20 de junho de 1995. 20-9-2023.
turmas.
§ 1 o O pagamento referido no caput deste Art. 26. Compete ao Ministro da Fazenda, em
§ 5o O Ministro de Estado da Fazenda poderá artigo poderá ser realizado em até 12 (doze) instância especial:
criar, nas seções, turmas especiais, de caráter parcelas, mensais e sucessivas, corrigidas nos I – julgar recursos de decisões dos Conselhos
temporário, com competência para julgamen- termos do art. 13 da Lei no 9.065, de 20 de de Contribuintes, interpostos pelos Procura-
to de processos que envolvam valores reduzi- junho de 1995, e abrangerá o montante prin‑ dores Representantes da Fazenda junto aos
dos, que poderão funcionar nas cidades onde cipal do crédito tributário. mesmos Conselhos;
estão localizadas as Superintendências Regio-
§ 2 o No caso de não pagamento nos termos II – decidir sobre as propostas de aplicação de
nais da Receita Federal do Brasil.
do caput ou de inadimplemento de qualquer equidade apresentadas pelos Conselhos de
c §§ 2o a 5o com a redação dada pela Lei n o 11.941, Contribuintes.
de 27-5-2009.
das parcelas previstas no § 1o deste artigo, se‑
rão retomados os juros de mora de que trata c A Lei no 11.941, de 27-5-2009, ao converter a MP
§ 6o VETADO. Lei no 11.941, de 27-5-2009. o art. 13 da Lei n o 9.065, de 20 de junho de no 449, de 3-12-2008, não manteve as alterações
§ 7o As turmas da Câmara Superior de Recur- 1995. do caput e o acréscimo do parágrafo único, deste
sos Fiscais serão constituídas pelo Presidente artigo.
§ 3 o Para efeito do disposto no § 1 o deste
do Conselho Administrativo de Recursos Fis- artigo, admite‑se a utilização de créditos de Art. 26‑A. No âmbito do processo adminis-
cais, pelo Vice‑Presidente, pelos Presidentes e prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa trativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julga-
pelos Vice‑Presidentes das câmaras, respeitada da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido mento afastar a aplicação ou deixar de obser-
a paridade. (CSLL) de titularidade do sujeito passivo, de var tratado, acordo internacional, lei ou decre-
§ 8o A presidência das turmas da Câmara Supe- pessoa jurídica controladora ou controlada, to, sob fundamento de inconstitucionalidade.
rior de Recursos Fiscais será exercida pelo Presi- de forma direta ou indireta, ou de sociedades c Caput com a redação dada pela Lei no 11.941, de
dente do Conselho Administrativo de Recursos que sejam controladas direta ou indiretamen‑ 27-5-2009.
Fiscais e a vice‑presidência, por conselheiro re- te por uma mesma pessoa jurídica, apurados §§ 1 o a 5 o Revogados. Lei n o 11.941, de
presentante dos contribuintes. e declarados à Secretaria Especial da Receita 27-5-2009.

927
Decreto no 70.235/1972
§ 6o O disposto no caput deste artigo não se Parágrafo único. Os processos serão julgados a) quando tratarem de produtos originários
aplica aos casos de tratado, acordo internacio- na ordem e nos prazos estabelecidos em ato do mesmo fabricante, com igual denomi-
nal, lei ou ato normativo: do Secretário da Receita Federal, observada a nação, marca e especificação;
prioridade de que trata o caput deste artigo. b) quando tratarem de máquinas, aparelhos,
I – que já tenha sido declarado inconstitucio-
c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 9.532, de equipamentos, veículos e outros produtos
nal por decisão definitiva plenária do Supremo
10-12-1997. complexos de fabricação em série, do mes-
Tribunal Federal;
II – que fundamente crédito tributário objeto Art. 28. Na decisão em que for julgada ques- mo fabricante, com iguais especificações,
de: tão preliminar será também julgado o mérito, marca e modelo.
salvo quando incompatíveis, e dela constará c § 3o acrescido pela Lei no 9.532, de 10-12-1997.
a) dispensa legal de constituição ou de ato o indeferimento fundamentado do pedido de
declaratório do Procurador‑Geral da Fa- diligência ou perícia, se for o caso. Art. 31. A decisão conterá relatório resumido
zenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 c Artigo com a redação dada pela Lei n o 8.748, de
do processo, fundamentos legais, conclusão e
da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; 9-12-1993. ordem de intimação, devendo referir‑se, ex-
b) súmula da Advocacia‑Geral da União, na c Art. 18 deste Decreto. pressamente, a todos os autos de infração e
forma do art. 43 da Lei Complementar Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade notificações de lançamento objeto do proces-
no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou julgadora formará livremente sua convicção, so, bem como às razões de defesa suscitadas
c) pareceres do Advogado‑Geral da União podendo determinar as diligências que enten- pelo impugnante contra todas as exigências.
aprovados pelo Presidente da República, der necessárias. c Artigo com a redação dada pela Lei n o 8.748, de
na forma do art. 40 da Lei Complementar Art. 30. Os laudos ou pareceres do Laboratório 9-12-1993.
no 73, de 10 de fevereiro de 1993. Nacional de Análises, do Instituto Nacional de Art. 32. As inexatidões materiais devidas a
c § 6o acrescido pela Lei no 11.941, de 27-5-2009. Tecnologia e de outros órgãos federais congê- lapso manifesto e os erros de escrita ou de
neres serão adotados nos aspectos técnicos de cálculos existentes na decisão poderão ser cor-
Seção VI
sua competência, salvo se comprovada a im- rigidos de ofício ou a requerimento do sujeito
DO JULGAMENTO EM procedência desses laudos ou pareceres. passivo.
PRIMEIRA INSTÂNCIA
§ 1o Não se considera como aspecto técnico a Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário,
Art. 27. Os processos remetidos para apre- classificação fiscal de produtos. total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
ciação da autoridade julgadora de primeira § 2 o A existência no processo de laudos ou de trinta dias seguintes à ciência da decisão.
instância deverão ser qualificados e identifica- pareceres técnicos não impede a autoridade
julgadora de solicitar outros a qualquer dos § 1 Revogado. Lei n 12.096, de 24-11-2009.
o o
dos, tendo prioridade no julgamento aqueles
em que estiverem presentes as circunstâncias órgãos referidos neste artigo. § 2 Em qualquer caso, o recurso voluntário
o

de crime contra a ordem tributária ou de ele- § 3 o Atribuir‑se‑á eficácia aos laudos e pare- somente terá seguimento se o recorrente arro-
vado valor, este definido em ato do Ministro de ceres técnicos sobre produtos, exarados em lar bens e direitos de valor equivalente a 30%
Estado da Fazenda. outros processos administrativos fiscais e (trinta por cento) da exigência fiscal definida
c Caput com a redação dada pela Lei no 9.532, de transladados mediante certidão de inteiro teor na decisão, limitado o arrolamento, sem prejuí-
10-12-1997. ou cópia fiel, nos seguintes casos: zo do seguimento do recurso, ao total do ativo

927-A
Lei no 8.072/1990
Art. 265‑A. O poder público fará periodicamen‑ IV – extorsão mediante sequestro e na forma § 1o A pena por crime previsto neste artigo será
te ampla divulgação dos direitos da criança e do qualificada (artigo 159, caput, e §§ 1 o, 2o e 3o); cumprida inicialmente em regime fechado.
adolescente nos meios de comunicação social. c Inciso IV com a redação dada Lei n o 8.930, de c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 11.464, de
Parágrafo único. A divulgação a que se refe‑ 6-9-1994. 28-3-2007.
re o caput será veiculada em linguagem clara, c Art. 158, § 3o, do CP. § 2o Revogado. Lei no 13.964, de 24-12-2019.
compreensível e adequada a crianças e adoles‑ V – estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz
centes, especialmente às crianças com idade VI – estupro de vulnerável (art. 217‑A, caput e decidirá fundamentadamente se o réu poderá
inferior a 6 (seis) anos. §§ 1o, 2o, 3o e 4o); apelar em liberdade.
c Art. 265‑A acrescido pela Lei n o 13.257, de § 3 o com a redação dada pela Lei n o 11.464, de
8-3-2016. c Incisos V e VI com a redação dada pela Lei c
no 12.015, de 7-8-2009. 28-3-2007.
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias
VII – epidemia com resultado morte (artigo § 4 Ao prisão temporária, sobre a qual dispõe a
o
após sua publicação.
267, § 1o); Lei n 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos
Parágrafo único. Durante o período de va‑ crimes previstos neste artigo, terá o prazo de
cância deverão ser promovidas atividades e c Inciso VII com a redação dada pela Lei n o 8.930, de
6-9-1994. 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período
campanhas de divulgação e esclarecimentos em caso de extrema e comprovada necessidade.
acerca do disposto nesta Lei. VII‑A – VETADO. Lei n 9.695, de 20-8-1998; c § 4o acrescido pela Lei no 11.464, de 28-3-2007.
o

Art. 267. Revogam‑se as Leis n os 4.513, de VII‑B – falsificação, corrupção, adulteração ou


alteração de produto destinado a fins terapêu‑ Art. 3 A União manterá estabelecimentos
o
1964, e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Có‑ penais, de segurança máxima, destinados ao
digo de Menores), e as demais disposições em ticos ou medicinais (artigo 273, caput e § 1 , o
cumprimento de penas impostas a condenados
contrário. § 1o‑A e § 1 o‑B, com a redação dada pela Lei de alta periculosidade, cuja permanência em
Brasília, 13 de julho de 1990; no 9.677, de 2-7-1998); presídios estaduais ponha em risco a ordem ou
169o da Independência e c Inciso VII‑B acrescido pela Lei n o 9.695, de incolumidade pública.
102o da República. 20-8-1998. c Arts. 52 e 86, § 2o, da LEP.
Fernando Collor VIII – favorecimento da prostituição ou de Art. 4o VETADO.
outra forma de exploração sexual de criança
Art. 5o Ao artigo 83 do Código Penal é acres‑
ou adolescente ou de vulnerável (art. 218‑B, cido o seguinte inciso:

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
caput, e §§ 1o e 2o);
LEI No 8.072, c Alteração inserida no texto do referido Código.
c Inciso VIII acrescido pela Lei n o 12.978, de
DE 25 DE JULHO DE 1990 21-5-2014. Art. 6o Os artigos 157, § 3o; 159, caput e seus
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos IX – furto qualificado pelo emprego de explo‑ §§ 1o, 2o e 3o; 213; 214; 223, caput e seu pará‑
do artigo 5o, inciso XLIII, da Constituição grafo único; 267, caput e 270, caput, todos do
sivo ou de artefato análogo que cause perigo Código Penal, passam a vigorar com a seguinte
Federal, e determina outras providências.
comum (art. 155, § 4o‑A). redação:
c Publicada no DOU de 26-7-1990.
c Art. 17 da Lei n o 13.260, de 16-3-2016 (Lei c Inciso IX acrescido pela Lei n o 13.964, de c Alterações inseridas no texto do referido Código.
Antiterrorismo). 24-12-2019. Art. 7 o Ao artigo 159 do Código Penal fica
Art. 1o São considerados hediondos os seguin‑ Parágrafo único. Consideram‑se também he‑ acrescido o seguinte parágrafo:
tes crimes, todos tipificados no Decreto‑Lei diondos, tentados ou consumados: c Alteração inserida no texto do referido Código.
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código c Caput do parágrafo único com a redação dada pela Art. 8o Será de três a seis anos de reclusão a
Penal, consumados ou tentados: Lei n 13.964, de 24-12-2019.
o
pena prevista no artigo 288 do Código Penal,
c Caput com a redação dada pela Lei n o 8.930, de
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1o, quando se tratar de crimes hediondos, prática
6-9-1994.
2 o e 3 o da Lei n o 2.889, de 1 o de outubro de da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
I – homicídio (art. 121), quando praticado em 1956; drogas afins ou terrorismo.
atividade típica de grupo de extermínio, ain‑ II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de Parágrafo único. O participante e o associado
da que cometido por um só agente, e homicí‑ fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei que denunciar à autoridade o bando ou qua‑
dio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, o drilha, possibilitando seu desmantelamento,
n 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
IV, V, VI, VII, VIII e IX);
III – o crime de comércio ilegal de armas de terá a pena reduzida de um a dois terços.
c Inciso I com a redação dada pela Lei n 14.344, de
o

24-5-2022. fogo, previsto no art. 17 da Lei no 10.826, de c Art. 41 da Lei n o 11.343, de 23-8-2006 (Lei
22 de dezembro de 2003; Antidrogas).
I‑A – lesão corporal dolosa de natureza gravís‑ IV – o crime de tráfico internacional de arma Art. 9o As penas fixadas no artigo 6o para os
sima (art. 129, § 2 ) e lesão corporal seguida de
o
de fogo, acessório ou munição, previsto no crimes capitulados nos artigos 157, § 3o, 158,
morte (art. 129, § 3o), quando praticadas con‑ § 2o, 159, caput e seus §§ 1o, 2o e 3o, 213, ca-
tra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 art. 18 da Lei n 10.826, de 22 de dezembro put, e sua combinação com o artigo 223, caput
o

e 144 da Constituição Federal, integrantes do de 2003;


e parágrafo único, 214 e sua combinação com
sistema prisional e da Força Nacional de Segu‑ V – o crime de organização criminosa, quando o artigo 223, caput e parágrafo único, todos do
rança Pública, no exercício da função ou em direcionado à prática de crime hediondo ou Código Penal, são acrescidas de metade, respei‑
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, com‑ equiparado; tado o limite superior de trinta anos de reclusão,
panheiro ou parente consanguíneo até terceiro c Incisos I a V com a redação dada pela Lei no 13.964, estando a vítima em qualquer das hipóteses re‑
grau, em razão dessa condição; de 24-12-2019. feridas no artigo 224 também do Código Penal.
c Inciso I‑A acrescido pela Lei n o 13.142, de VI – os crimes previstos no Dec.‑Lei no 1.001,
6-7-2015. Art. 10. O artigo 35 da Lei no 6.368, de 21
de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Mi‑ de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido
II – roubo: litar), que apresentem identidade com os cri‑ de parágrafo único, com a seguinte redação:
a) circunstanciado pela restrição de liberdade mes previstos no art. 1o desta Lei. c A Lei n o 6.368, de 21-10-1976, foi revogada ex‑
da vítima (art. 157, § 2o, inciso V); c Inciso VI acrescido pela Lei n o 14.688, de 20-9- pressamente pela Lei no 11.343, de 23-8-2006 (Lei
b) circunstanciado pelo emprego de arma de 2023, para vigorar após 60 dias de sua publicação. Antidrogas).
fogo (art. 157, § 2o‑A, inciso I) ou pelo em‑ Art. 2o Os crimes hediondos, a prática da tor‑ Art. 11. VETADO.
prego de arma de fogo de uso proibido ou tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua
restrito (art. 157, § 2o‑B); afins e o terrorismo são insuscetíveis de: publicação.
c) qualificado pelo resultado lesão corporal
grave ou morte (art. 157, § 3 );o c Súm. Vinc. n o
26 do STF. Art. 13. Revogam‑se as disposições em
contrário.
III – extorsão qualificada pela restrição da liber‑ I – anistia, graça e indulto;
dade da vítima, ocorrência de lesão corporal II – fiança. Brasília, em 25 de julho de 1990;
ou morte (art. 158, § 3o); c Inciso II com a redação dada pela Lei n o 11.464, de
169o da Independência e
c Incisos II e III com a redação dada pela Lei 28-3-2007. 102o da República.
no 13.964, de 24-12-2019. c Art. 323, II, do CPP. Fernando Collor

1137
Lei no 8.080/1990
XII – capacidade de resolução dos serviços em Único de Saúde (SUS), na esfera correspon‑ IX – participação na formulação e na execução
todos os níveis de assistência; dente, assim como em relação à pesquisa e à da política de formação e desenvolvimento de
XIII – organização dos serviços públicos de modo cooperação técnica entre essas instituições. recursos humanos para a saúde;
a evitar duplicidade de meios para fins idênticos; Art. 14‑A. As Comissões Intergestores Biparti‑ X – elaboração da proposta orçamentária do
XIV – organização de atendimento público te e Tripartite são reconhecidas como foros de Sistema Único de Saúde (SUS), de conformida‑
específico e especializado para mulheres e negociação e pactuação entre gestores, quan‑ de com o plano de saúde;
vítimas de violência doméstica em geral, que to aos aspectos operacionais do Sistema Único XI – elaboração de normas para regular as ati‑
garanta, entre outros, atendimento, acom‑ de Saúde (SUS). vidades de serviços privados de saúde, tendo
panhamento psicológico e cirurgias plásticas em vista a sua relevância pública;
Parágrafo único. A atuação das Comissões In‑ XII – realização de operações externas de na‑
reparadoras, em conformidade com a Lei tergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo:
no 12.845, de 1o de agosto de 2013; tureza financeira de interesse da saúde, auto‑
c Inciso XIV acrescido pela Lei n o 13.427, de I – decidir sobre os aspectos operacionais, fi‑ rizadas pelo Senado Federal;
30-3-2017. nanceiros e administrativos da gestão compar‑ XIII – para atendimento de necessidades cole‑
XV – proteção integral dos direitos humanos tilhada do SUS, em conformidade com a defi‑ tivas, urgentes e transitórias, decorrentes de
de todos os usuários e especial atenção à nição da política consubstanciada em planos situações de perigo iminente, de calamidade
identificação de maus‑tratos, de negligência de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; pública ou de irrupção de epidemias, a autori‑
II – definir diretrizes, de âmbito nacional, re‑ dade competente da esfera administrativa cor‑
e de violência sexual praticados contra crian‑ respondente poderá requisitar bens e serviços,
ças e adolescentes. gional e intermunicipal, a respeito da organi‑
zação das redes de ações e serviços de saúde, tanto de pessoas naturais como de jurídicas,
c Inciso XV acrescido pela Lei n o 14.679, de sendo‑lhes assegurada justa indenização;
18-9-2023. principalmente no tocante à sua governança
XIV – implementar o Sistema Nacional de San‑
institucional e à integração das ações e servi‑ gue, Componentes e Derivados;
CAPÍTULO III ços dos entes federados;
DA ORGANIZAÇÃO, DA XV – propor a celebração de convênios, acor‑
III – fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, dos e protocolos internacionais relativos à saú‑
DIREÇÃO E DA GESTÃO distrito sanitário, integração de territórios, re‑ de, saneamento e meio ambiente;
Art. 8o As ações e serviços de saúde, executa‑ ferência e contrarreferência e demais aspectos XVI – elaborar normas técnico‑científicas de
dos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja vinculados à integração das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde;
diretamente ou mediante participação comple‑ saúde entre os entes federados. XVII – promover articulação com os órgãos de
mentar da iniciativa privada, serão organizados
de forma regionalizada e hierarquizada em ní‑ Art. 14‑B. O Conselho Nacional de Secretários fiscalização do exercício profissional e outras
veis de complexidade crescente. de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de entidades representativas da sociedade civil

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) para a definição e controle dos padrões éticos
Art. 9 o A direção do Sistema Único de Saú‑ são reconhecidos como entidades represen‑ para pesquisa, ações e serviços de saúde;
de (SUS) é única, de acordo com o inciso I do tativas dos entes estaduais e municipais para XVIII – promover a articulação da política e dos
art. 198 da Constituição Federal, sendo exerci‑ tratar de matérias referentes à saúde e declara‑ planos de saúde;
da em cada esfera de governo pelos seguintes dos de utilidade pública e de relevante função
órgãos: XIX – realizar pesquisas e estudos na área de
social, na forma do regulamento. saúde;
I – no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; XX – definir as instâncias e mecanismos de
II – no âmbito dos Estados e do Distrito Fe‑ § 1o O CONASS e o CONASEMS receberão re‑
cursos do orçamento geral da União por meio controle e fiscalização inerentes ao poder de
deral, pela respectiva Secretaria de Saúde ou polícia sanitária;
órgão equivalente; e do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no
custeio de suas despesas institucionais, poden‑ XXI – fomentar, coordenar e executar progra‑
III – no âmbito dos Municípios, pela respectiva mas e projetos estratégicos e de atendimento
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. do ainda celebrar convênios com a União. emergencial.
Art. 10. Os municípios poderão constituir con‑ § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de
Seção II
sórcios para desenvolver em conjunto as ações Saúde (COSEMS) são reconhecidos como enti‑
e os serviços de saúde que lhes correspondam. dades que representam os entes municipais, DA COMPETÊNCIA
§ 1o Aplica‑se aos consórcios administrativos no âmbito estadual, para tratar de matérias Art. 16. A direção nacional do Sistema Único
referentes à saúde, desde que vinculados ins‑ da Saúde (SUS) compete:
intermunicipais o princípio da direção única,
e os respectivos atos constitutivos disporão titucionalmente ao CONASEMS, na forma que I – formular, avaliar e apoiar políticas de ali‑
sobre sua observância. dispuserem seus estatutos. mentação e nutrição;
Arts. 14‑A e 14‑B acrescidos pela Lei no 12.466, de II – participar na formulação e na implementa‑
§ 2 o No nível municipal, o Sistema Único de c
24-8-2011. ção das políticas:
Saúde (SUS), poderá organizar‑se em distritos
de forma a integrar e articular recursos, técni‑ CAPÍTULO IV a) de controle das agressões ao meio ambiente;
cas e práticas voltadas para a cobertura total b) de saneamento básico; e
DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES c) relativas às condições e aos ambientes de
das ações de saúde.
Seção I trabalho;
Art. 11. VETADO.
DAS ATRIBUIÇÕES COMUNS III – definir e coordenar os sistemas:
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais
de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal a) de redes integradas de assistência de alta
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministé‑ e os Municípios exercerão, em seu âmbito ad‑ complexidade;
rios e órgãos competentes e por entidades re‑ ministrativo, as seguintes atribuições: b) de rede de laboratórios de saúde pública;
presentativas da sociedade civil. I – definição das instâncias e mecanismos de c) de vigilância epidemiológica; e
Parágrafo único. As comissões intersetoriais controle, avaliação e de fiscalização das ações d) vigilância sanitária;
terão a finalidade de articular políticas e pro‑ e serviços de saúde; IV – participar da definição de normas e meca‑
gramas de interesse para a saúde, cuja exe‑ II – administração dos recursos orçamentários e nismos de controle, com órgão afins, de agra‑
cução envolva áreas não compreendidas no financeiros destinados, em cada ano, à saúde; vo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes,
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). III – acompanhamento, avaliação e divulgação que tenham repercussão na saúde humana;
Art. 13. A articulação das políticas e programas, do nível de saúde da população e das condi‑ V – participar da definição de normas, critérios
a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, ções ambientais; e padrões para o controle das condições e dos
em especial, as seguintes atividades: IV – organização e coordenação do sistema de ambientes de trabalho e coordenar a política
de saúde do trabalhador;
I – alimentação e nutrição; informação de saúde; VI – coordenar e participar na execução das
II – saneamento e meio ambiente; V – elaboração de normas técnicas e estabeleci‑ ações de vigilância epidemiológica;
III – vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; mento de padrões de qualidade e parâmetros de VII – estabelecer normas e executar a vigilân‑
IV – recursos humanos; custos que caracterizam a assistência à saúde; cia sanitária de portos, aeroportos e fronteiras,
V – ciência e tecnologia; e VI – elaboração de normas técnicas e estabele‑ podendo a execução ser complementada pelos
VI – saúde do trabalhador. cimento de padrões de qualidade para promo‑ Estados, Distrito Federal e Municípios;
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Perma‑ ção da saúde do trabalhador; VIII – estabelecer critérios, parâmetros e méto‑
nentes de integração entre os serviços de saúde VII – participação de formulação da política e dos para o controle da qualidade sanitária de
e as instituições de ensino profissional e superior. da execução das ações de saneamento básico produtos, substâncias e serviços de consumo
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões e colaboração na proteção e recuperação do e uso humano;
terá por finalidade propor prioridades, méto‑ meio ambiente; IX – promover articulação com os órgãos edu‑
dos e estratégias para a formação e educação VIII – elaboração e atualização periódica do cacionais e de fiscalização do exercício profis‑
continuada dos recursos humanos do Sistema plano de saúde; sional, bem como com entidades representati‑

1139
Lei no 8.935/1994
Art. 11. Aos tabeliães de protesto de título § 1 o O concurso será aberto com a publica‑ todos os atos que lhe sejam próprios exceto,
compete privativamente: ção de edital, dele constando os critérios de nos tabelionatos de notas, lavrar testamentos.
I – protocolar de imediato os documentos desempate. § 5o Dentre os substitutos, um deles será de‑
de dívida, para prova do descumprimento da § 2 o Ao concurso público poderão concorrer signado pelo notário ou oficial de registro para
obrigação; candidatos não bacharéis em Direito que te‑ responder pelo respectivo serviço nas ausên‑
II – intimar os devedores dos títulos para acei‑ nham completado, até a data da primeira cias e nos impedimentos do titular.
tá‑los, devolvê‑los ou pagá‑los, sob pena de publicação do edital do concurso de provas e Art. 21. O gerenciamento administrativo e fi‑
protesto; títulos, dez anos de exercício em serviço nota‑ nanceiro dos serviços notariais e de registro é da
III – receber o pagamento dos títulos protoco‑ rial ou de registro. responsabilidade exclusiva do respectivo titular,
lizados, dando quitação; § 3o VETADO. inclusive no que diz respeito às despesas de cus‑
IV – lavrar o protesto, registrando o ato em li‑ Art. 16. As vagas serão preenchidas alter‑ teio, investimento e pessoal, cabendo‑lhe esta‑
vro próprio, em microfilme ou sob outra forma nadamente, duas terças partes por concurso belecer normas, condições e obrigações relati‑
de documentação; público de provas e títulos e uma terça parte vas à atribuição de funções e de remuneração
V – acatar o pedido de desistência do protesto por meio de remoção, mediante concurso de de seus prepostos, de modo a obter a melhor
formulado pelo apresentante; títulos, não se permitindo que qualquer ser‑ qualidade na prestação dos serviços.
VI – averbar: ventia notarial ou de registro fique vaga, sem CAPÍTULO III
a) o cancelamento do protesto; abertura de concurso de provimento inicial ou DA RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL
b) as alterações necessárias para atualização de remoção, por mais de seis meses.
c Art. 4o da Lei no 11.971, de 6-7-2009, que dispõe
dos registros efetuados; c Caput com a redação dada pela Lei no 10.506, de sobre a responsabilidade civil e criminal dos re-
VII – expedir certidões de atos e documentos 9-7-2002. gistradores de feitos ajuizados, decorrentes da
que constem de seus registros e papéis. c O STF, por unanimidade, no julgamento da ADC omissão em sua certificação.
no 14, declarou a inconstitucionalidade deste ar-
Parágrafo único. Havendo mais de um tabe‑ tigo (DOU de 12-9-2023). Art. 22. Os notários e oficiais de registro são
lião de protestos na mesma localidade, será civilmente responsáveis por todos os prejuízos
Parágrafo único. Para estabelecer o critério que causarem a terceiros, por culpa ou dolo,
obrigatória a prévia distribuição dos títulos. do preenchimento, tomar‑se‑á por base a data pessoalmente, pelos substitutos que designa‑
Seção III de vacância da titularidade ou, quando vagas rem ou escreventes que autorizarem, assegu‑

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS na mesma data, aquela da criação do serviço. rado o direito de regresso.
DOS OFICIAIS DE REGISTROS Art. 17. Ao concurso de remoção somente se‑ Parágrafo único. Prescreve em três anos a
Art. 12. Aos oficiais de registro de imóveis, de rão admitidos titulares que exerçam a atividade pretensão de reparação civil, contado o pra‑
títulos e documentos e civis das pessoas jurídi‑ por mais de dois anos. zo da data de lavratura do ato registral ou
cas, civis das pessoas naturais e de interdições Art. 18. A legislação estadual disporá sobre as notarial.
e tutelas compete a prática dos atos relacio‑ normas e os critérios para o concurso de remoção. c Art. 22 com a redação dada pela Lei no 13.286, de
nados na legislação pertinente aos registros Parágrafo único. Aos que ingressaram por 10-5-2016.
públicos, de que são incumbidos, independen‑ concurso, nos termos do art. 236 da Constitui‑ Art. 23. A responsabilidade civil independe da
temente de prévia distribuição, mas sujeitos ção Federal, ficam preservadas todas as remo‑ criminal.
os oficiais de registro de imóveis e civis das ções reguladas por lei estadual ou do Distrito Art. 24. A responsabilidade criminal será in‑
pessoas naturais às normas que definirem as Federal, homologadas pelo respectivo Tribunal dividualizada, aplicando‑se, no que couber, a
circunscrições geográficas. de Justiça, que ocorreram no período anterior legislação relativa aos crimes contra a adminis‑
Art. 13. Aos oficiais de registro de distribuição à publicação desta Lei. tração pública.
compete privativamente: c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 13.489, de
Parágrafo único. A individualização prevista
6-10-2017.
I – quando previamente exigida, proceder à no caput não exime os notários e os oficiais de
distribuição equitativa pelos serviços da mes‑ Art. 19. Os candidatos serão declarados habi‑ registro de sua responsabilidade civil.
ma natureza, registrando os atos praticados; litados na rigorosa ordem de classificação no
concurso. CAPÍTULO IV
em caso contrário, registrar as comunicações
DAS INCOMPATIBILIDADES
recebidas dos órgãos e serviços competentes; CAPÍTULO II E DOS IMPEDIMENTOS
II – efetuar as averbações e os cancelamentos DOS PREPOSTOS
de sua competência; Art. 25. O exercício da atividade notarial e de
III – expedir certidões de atos e documentos Art. 20. Os notários e os oficiais de registro registro é incompatível com a da advocacia,
que constem de seus registros e papéis. poderão, para o desempenho de suas funções, o da intermediação de seus serviços ou o de
contratar escreventes, dentre eles escolhendo qualquer cargo, emprego ou função públicos,
TÍTULO II – DAS NORMAS COMUNS os substitutos, e auxiliares como empregados, ainda que em comissão.
com remuneração livremente ajustada e sob o § 1o VETADO.
CAPÍTULO I regime da legislação do trabalho.
§ 2 o A diplomação, na hipótese de mandato
DO INGRESSO NA ATIVIDADE c O STF, por maioria dos votos, julgou parcialmente
eletivo, e a posse, nos demais casos, implicará
NOTARIAL E DE REGISTRO procedente o pedido formulado na ADIN no 1.183,
para declarar inconstitucional a interpretação que no afastamento da atividade.
Art. 14. A delegação para o exercício da ati‑ extraia deste artigo a possibilidade de que pre- Art. 26. Não são acumuláveis os serviços enu‑
vidade notarial e de registro depende dos se‑ postos (não concursados), indicados pelo titular merados no artigo 5o.
guintes requisitos: ou mesmo pelos tribunais, possam exercer substi-
tuições ininterruptas por períodos maiores do que Parágrafo único. Poderão, contudo, ser acu‑
I – habilitação em concurso público de provas 6 meses (DOU de 16-6-2021). mulados nos Municípios que não comporta‑
e títulos; rem, em razão do volume dos serviços ou da re‑
II – nacionalidade brasileira; § 1 o Em cada serviço notarial ou de registro
haverá tantos substitutos, escreventes e auxi‑ ceita, a instalação de mais de um dos serviços.
III – capacidade civil; Art. 27. No serviço de que é titular, o notário
IV – quitação com as obrigações eleitorais e liares quantos forem necessários, a critério de
cada notário ou oficial de registro. e o registrador não poderão praticar, pessoal‑
militares; mente, qualquer ato de seu interesse, ou de
V – diploma de bacharel em Direito; § 2o Os notários e os oficiais de registro enca‑
minharão ao juízo competente os nomes dos interesse de seu cônjuge ou de parentes, na
VI – verificação de conduta condigna para o linha reta, ou na colateral, consanguíneos ou
exercício da profissão. substitutos.
afins, até o terceiro grau.
Art. 15. Os concursos serão realizados pelo Po‑ § 3o Os escreventes poderão praticar somente
der Judiciário, com a participação, em todas as os atos que o notário ou o oficial de registro CAPÍTULO V
suas fases, da Ordem dos Advogados do Brasil, autorizar. DOS DIREITOS E DEVERES
do Ministério Público, de um notário e de um § 4o Os substitutos poderão, simultaneamente Art. 28. Os notários e oficiais de registro go‑
registrador. com o notário ou o oficial de registro, praticar zam de independência no exercício de suas

1243
Lei no 9.265/1996 – Lei no 9.278/1996
§ 4 o A esterilização cirúrgica como método Parágrafo único. Se o crime for cometido LEI No 9.265,
contraceptivo somente será executada através contra a coletividade, caracteriza‑se como DE 12 DE FEVEREIRO DE 1996
da laqueadura tubária, vasectomia ou de outro genocídio, aplicando‑se o disposto na Lei Regulamenta o inciso LXXVII do art. 5o
método cientificamente aceito, sendo vedada no 2.889, de 1o de outubro de 1956. da Constituição, dispondo sobre
através da histerectomia e ooforectomia. Art. 18. Exigir atestado de esterilização para a gratuidade dos atos necessários
§ 5o Revogado. Lei no 14.443, de 2-9-2022. qualquer fim. ao exercício da cidadania.
§ 6o A esterilização cirúrgica em pessoas abso‑ Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa. c Publicada no DOU de 13-2-1996.
lutamente incapazes somente poderá ocorrer Art. 1 o São gratuitos os atos necessários ao
mediante autorização judicial, regulamentada Art. 19. Aplica‑se aos gestores e responsáveis
exercício da cidadania, assim considerados:
na forma da Lei. por instituições que permitam a prática de
qualquer dos atos ilícitos previstos nesta Lei o I – os que capacitam o cidadão ao exercício da
c Art. 10 vetado, mas mantido pelo Congresso soberania popular, a que se reporta o art. 14
Nacional. disposto no caput e nos §§ 1 o e 2o do art. 29
do Decreto‑lei no 2.848, de 7 de dezembro de da Constituição;
Art. 11. Toda esterilização cirúrgica será ob‑ II – aqueles referentes ao alistamento militar;
1940 – Código Penal.
jeto de notificação compulsória à direção do III – os pedidos de informações ao poder pú‑
Sistema Único de Saúde. Art. 20. As instituições a que se refere o artigo blico, em todos os seus âmbitos, objetivando
c Artigo vetado, mas mantido pelo Congresso anterior sofrerão as seguintes sanções, sem a instrução de defesa ou a denúncia de irre‑
Nacional. prejuízo das aplicáveis aos agentes do ilícito, gularidades administrativas na órbita pública;
aos coautores ou aos partícipes: IV – as ações de impugnação de mandato ele‑
Art. 12. É vedada a indução ou instigamento
I – se particular a instituição: tivo por abuso do poder econômico, corrupção
individual ou coletivo à prática da esterilização ou fraude;
cirúrgica. a) de duzentos a trezentos e sessenta V – quaisquer requerimentos ou petições que
Art. 13. É vedada a exigência de atestado dias‑multa e, se reincidente, suspensão das visem as garantias individuais e a defesa do
de esterilização ou de teste de gravidez para atividades ou descredenciamento, sem di‑ interesse público;
quaisquer fins. reito a qualquer indenização ou cobertura VI – o registro civil de nascimento e o assen‑
Art. 14. Cabe à instância gestora do Sistema de gastos ou investimentos efetuados; to de óbito, bem como a primeira certidão

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Único de Saúde, guardado o seu nível de com‑ b) proibição de estabelecer contratos ou respectiva;
petência e atribuições, cadastrar, fiscalizar e convênios com entidades públicas e de se c Inciso VI acrescido pela Lei n o 9.534, de
controlar as instituições e serviços que reali‑ beneficiar de créditos oriundos de institui‑ 10-12-1997.
zam ações e pesquisas na área do planejamen‑ ções governamentais ou daquelas em que VII – o requerimento e a emissão de documen‑
to familiar. o Estado é acionista; to de identificação específico, ou segunda
II – se pública a instituição, afastamento tem‑ via, para pessoa com transtorno do espectro
Parágrafo único. Só podem ser autorizadas
porário ou definitivo dos agentes do ilícito, dos autista.
a realizar esterilização cirúrgica as instituições
que ofereçam todas as opções de meios e mé‑ gestores e responsáveis dos cargos ou funções c Inciso VII acrescido pela Lei no 13.977, de 8-1-2020.
todos de contracepção reversíveis. ocupados, sem prejuízo de outras penalidades. Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua
c Parágrafo único vetado, mas mantido pelo Con- Art. 21. Os agentes do ilícito e, se for o caso, publicação.
gresso Nacional. as instituições a que pertençam ficam obri‑ Art. 3 o Revogam‑se as disposições em
CAPÍTULO II gados a reparar os danos morais e materiais contrário.
DOS CRIMES E DAS PENALIDADES decorrentes de esterilização não autorizada Art. 4o VETADO. Lei no 9.534, de 10-12-1997.
na forma desta Lei, observados, nesse caso, o Brasília, 12 de fevereiro de 1996;
Art. 15. Realizar esterilização cirúrgica em de‑ disposto nos arts. 159, 1.518 e 1.521 e seu
sacordo com o estabelecido no art. 10 desta 175o da Independência e
parágrafo único do Código Civil, combinados 108o da República.
Lei.
com o art. 63 do Código de Processo Penal. Fernando Henrique Cardoso
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa,
se a prática não constitui crime mais grave. CAPÍTULO III
Parágrafo único. A pena é aumentada de um DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
terço se a esterilização for praticada: Art. 22. Aplica‑se subsidiariamente a esta Lei LEI No 9.278,
I – durante os períodos de parto ou aborto, o disposto no Decreto‑lei n o 2.848, de 7 de DE 10 DE MAIO DE 1996
salvo o disposto no inciso II do art. 10 desta Lei. dezembro de 1940 – Código Penal, e, em es‑ Regula o § 3o do artigo 226 da
II – com manifestação da vontade do esteriliza‑ pecial, nos seus arts. 29, caput, e §§ 1 o e 2o; Constituição Federal.
do expressa durante a ocorrência de alterações 43, caput e incisos I, II e III ; 44, caput e incisos c Publicada no DOU de 13-5-1996.
na capacidade de discernimento por influência I e II e III e parágrafo único; 45, caput e incisos c Arts. 1.723 a 1.727 do CC.
de álcool, drogas, estados emocionais altera‑ I e II; 46, caput e parágrafo único; 47, caput e c Lei no 8.971, de 29-12-1994, regula o direito dos
dos ou incapacidade mental temporária ou incisos I, II e III; 48, caput e parágrafo único; companheiros a alimentos e à sucessão.
permanente; 49, caput e §§ 1o e 2o; 50, caput, § 1o e alíneas Art. 1o É reconhecida como entidade familiar a
III – através de histerectomia e ooforectomia; e § 2 o; 51, caput e §§ 1 o e 2 o; 52; 56; 129, convivência duradoura, pública e contínua, de
IV – em pessoa absolutamente incapaz, sem caput e § 1o, incisos I, II e III, § 2 o, incisos I, III um homem e uma mulher, estabelecida com
autorização judicial; e IV e § 3o. objetivo de constituição de família.
V – através de cesária indicada para fim exclu‑
Art. 23. O Poder Executivo regulamentará esta Art. 2o São direitos e deveres iguais dos con‑
sivo de esterilização.
Lei no prazo de noventa dias, a contar da data viventes:
c Art. 15 vetado, mas mantido pelo Congresso
Nacional. de sua publicação. I – respeito e consideração mútuos;
Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de sua II – assistência moral e material recíproca;
Art. 16. Deixar o médico de notificar à autori‑ III – guarda, sustento e educação dos filhos
dade sanitária as esterilizações cirúrgicas que publicação.
comuns.
realizar. Art. 25. Revogam‑se as disposições em Arts. 3o e 4o VETADOS.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, contrário.
e multa. Art. 5o Os bens móveis e imóveis adquiridos
Brasília, 12 de janeiro de 1996; por um ou por ambos os conviventes, na cons‑
Art. 17. Induzir ou instigar dolosamente a prá‑ 175o da Independência e tância da união estável e a título oneroso, são
tica de esterilização cirúrgica. 108o da República. considerados fruto do trabalho e da colabora‑
Pena – reclusão, de um a dois anos. Fernando Henrique Cardoso ção comum, passando a pertencer a ambos,

1261
Lei no 9.394/1996
ideais de solidariedade humana, tem por fina‑ VII – oferta de educação escolar regular para o Ministério Público, acionar o poder público
lidade o pleno desenvolvimento do educando, jovens e adultos, com características e mo‑ para exigi‑lo.
seu preparo para o exercício da cidadania e sua dalidades adequadas às suas necessidades e c Caput com a redação dada pela Lei no 12.796, de
qualificação para o trabalho. disponibilidades, garantindo‑se aos que forem 4-4-2013.
Art. 3o O ensino será ministrado com base nos trabalhadores as condições de acesso e perma‑ § 1o O poder público, na esfera de sua compe‑
seguintes princípios: nência na escola; tência federativa, deverá:
VIII – atendimento ao educando, em todas as Caput do § 1 o com a redação dada pela Lei
I – igualdade de condições para o acesso e per‑ etapas da educação básica, por meio de progra‑
c
no 12.796, de 4-4-2013.
manência na escola; mas suplementares de material didático‑escolar,
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar I – recensear anualmente as crianças e adoles‑
transporte, alimentação e assistência à saúde; centes em idade escolar, bem como os jovens e
e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e
o saber; c Inciso VIII com a redação dada pela Lei n 12.796, adultos que não concluíram a educação básica;
o

de 4-4-2013. Inciso I com a redação dada pela Lei no 12.796, de


III – pluralismo de ideias e de concepções pe‑ c
IX – padrões mínimos de qualidade do ensino, 4-4-2013.
dagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância; definidos como a variedade e a quantidade II – fazer‑lhes a chamada pública;
V – coexistência de instituições públicas e pri‑ mínimas, por aluno, de insumos indispen‑ III – zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela
vadas de ensino; sáveis ao desenvolvimento do processo de frequência à escola;
VI – gratuidade do ensino público em estabe‑ ensino‑aprendizagem adequados à idade e IV – divulgar a lista de espera por vagas nos
lecimentos oficiais; às necessidades específicas de cada estudan‑ estabelecimentos de educação básica de sua
VII – valorização do profissional da educação te, inclusive mediante a provisão de mobiliá‑ rede, inclusive creches, por ordem de coloca‑
escolar; rio, equipamentos e materiais pedagógicos ção e, sempre que possível, por unidade es‑
VIII – gestão democrática do ensino público, apropriados; colar, bem como divulgar os critérios para a
na forma desta Lei e da legislação dos res‑ c Inciso IX com a redação dada pela Lei no 14.333, de elaboração da lista.
pectivos Estados e Municípios e do Distrito 4-5-2022. c Inciso IV acrescido pela Lei n o 14.685, de
Federal; X – vaga na escola pública de educação infantil 20-9-2023.
c Inciso VIII com a redação dada pela Lei n o 14.644, ou de ensino fundamental mais próxima de sua § 2 Em todas as esferas administrativas, o
o

de 2-8-2023. residência a toda criança a partir do dia em que Poder Público assegurará em primeiro lugar o
IX – garantia de padrão de qualidade; completar 4 (quatro) anos de idade; acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
X – valorização da experiência extraescolar; c Inciso X acrescido pela Lei no 11.700, de 13-6-2008.
artigo, contemplando em seguida os demais
XI – vinculação entre a educação escolar, o tra‑ XI – alfabetização plena e capacitação gra‑ níveis e modalidades de ensino, conforme as
balho e as práticas sociais; prioridades constitucionais e legais.
dual para a leitura ao longo da educação
XII – consideração com a diversidade étnico‑ra‑ básica como requisitos indispensáveis para § 3 Qualquer das partes mencionadas no
o

cial; caput deste artigo tem legitimidade para pe‑


a efetivação dos direitos e objetivos de ticionar no Poder Judiciário, na hipótese do
c Inciso XII acrescido pela Lei no 12.796, de 4-4-2013. aprendizagem e para o desenvolvimento dos
§ 2o do art. 208 da Constituição Federal, sen‑
XIII – garantia do direito à educação e à apren‑ indivíduos. do gratuita e de rito sumário a ação judicial
dizagem ao longo da vida; c Inciso XI acrescido pela Lei n o 14.407, de correspondente.
c Inciso XIII acrescido pela Lei n o 13.632, de 12-7-2022.
6-3-2018. § 4 Comprovada a negligência da autoridade
o
XII – educação digital, com a garantia de co‑ competente para garantir o oferecimento do
XIV – respeito à diversidade humana, linguís‑ nectividade de todas as instituições públicas ensino obrigatório, poderá ela ser imputada
tica, cultural e identitária das pessoas surdas, de educação básica e superior à internet em por crime de responsabilidade.
surdo‑cegas e com deficiência auditiva. alta velocidade, adequada para o uso pe‑
§ 5o Para garantir o cumprimento da obriga‑
c Inciso XIV acrescido pela Lei n o 14.191, de dagógico, com o desenvolvimento de com‑
3-8-2021.
toriedade de ensino, o Poder Público criará
petências voltadas ao letramento digital de formas alternativas de acesso aos diferentes
jovens e adultos, criação de conteúdos digi‑ níveis de ensino, independentemente da esco‑
TÍTULO III – DO DIREITO À EDUCAÇÃO tais, comunicação e colaboração, segurança e larização anterior.
E DO DEVER DE EDUCAR resolução de problemas.
Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efe‑
Art. 4o O dever do Estado com educação escolar c Inciso XII acrescido pela Lei n o 14.533, de tuar a matrícula das crianças na educação bási‑
pública será efetivado mediante a garantia de: 11-1-2023. ca a partir dos 4 (quatro) anos de idade.
I – educação básica obrigatória e gratuita dos Parágrafo único. Para efeitos do disposto c Artigo com a redação dada pela Lei no 12.796, de
4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, no inciso XII do caput deste artigo, as rela‑ 4-4-2013.
organizada da seguinte forma: ções entre o ensino e a aprendizagem digital Art. 7 o O ensino é livre à iniciativa privada,
c Caput do inciso I com a redação dada pela Lei deverão prever técnicas, ferramentas e re‑ atendidas as seguintes condições:
no 12.796, de 4-4-2013. cursos digitais que fortaleçam os papéis de I – cumprimento das normas gerais da educa‑
a) pré‑escola; docência e aprendizagem do professor e do ção nacional e do respectivo sistema de ensino;
b) ensino fundamental; aluno e que criem espaços coletivos de mútuo II – autorização de funcionamento e avaliação
c) ensino médio; desenvolvimento. de qualidade pelo Poder Público;
c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.533, de III – capacidade de autofinanciamento, ressal‑
c Alíneas a a c acrescidas pela Lei n o 12.796, de
4-4-2013. 11-1-2023. vado o previsto no art. 213 da Constituição
II – educação infantil gratuita às crianças de Art. 4 ‑A. É assegurado atendimento edu‑ Federal.
o

até 5 (cinco) anos de idade; cacional, durante o período de internação, Art. 7o‑A. Ao aluno regularmente matriculado
III – atendimento educacional especializado ao aluno da educação básica internado para em instituição de ensino pública ou privada, de
gratuito aos educandos com deficiência, trans‑ tratamento de saúde em regime hospitalar ou qualquer nível, é assegurado, no exercício da
tornos globais do desenvolvimento e altas ha‑ domiciliar por tempo prolongado, conforme liberdade de consciência e de crença, o direito
de, mediante prévio e motivado requerimento,
bilidades ou superdotação, transversal a todos dispuser o Poder Público em regulamento, na ausentar‑se de prova ou de aula marcada para
os níveis, etapas e modalidades, preferencial‑ esfera deo sua competência federativa. dia em que, segundo os preceitos de sua reli‑
mente na rede regular de ensino; c Art. 4 ‑A acrescido pela Lei n o 13.716, de
24-9-2018. gião, seja vedado o exercício de tais atividades,
IV – acesso público e gratuito aos ensinos fun‑ devendo‑se‑lhe atribuir, a critério da instituição
Art. 6o, § 3o, da Lei no 14.040, de 18-8-2020, que
damental e médio para todos os que não os c estabelece normas educacionais excepcionais a e sem custos para o aluno, uma das seguintes
concluíram na idade própria; serem adotadas durante o estado de calamidade prestações alternativas, nos termos do inciso
púbica reconhecido pelo Decreto Legislativo n o 6, VIII do caput do art. 5 da Constituição Federal:
o
c Incisos II a IV com a redação dada pela Lei
n 12.796, de 4-4-2013.
o
de 20-3-2020. I – prova ou aula de reposição, conforme o
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, Art. 5o O acesso à educação básica obrigatória caso, a ser realizada em data alternativa, no
da pesquisa e da criação artística, segundo a é direito público subjetivo, podendo qualquer turno de estudo do aluno ou em outro horário
capacidade de cada um; cidadão, grupo de cidadãos, associação comu‑ agendado com sua anuência expressa;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequa‑ nitária, organização sindical, entidade de clas‑ II – trabalho escrito ou outra modalidade de
do às condições do educando; se ou outra legalmente constituída e, ainda, atividade de pesquisa, com tema, objetivo e

1287
Lei no 9.394/1996
Parágrafo único. A identificação precoce de TÍTULO VI – DOS PROFISSIONAIS tinuada e a capacitação dos profissionais de
alunos com altas habilidades ou superdotação, DA EDUCAÇÃO magistério.
os critérios e procedimentos para inclusão no Art. 61. Consideram‑se profissionais da edu‑ § 2 o A formação continuada e a capacitação
cadastro referido no caput deste artigo, as en‑ cação escolar básica os que, nela estando em dos profissionais de magistério poderão utilizar
tidades responsáveis pelo cadastramento, os efetivo exercício e tendo sido formados em recursos e tecnologias de educação a distância.
mecanismos de acesso aos dados do cadastro e cursos reconhecidos, são:
as políticas de desenvolvimento das potencia‑ § 3o A formação inicial de profissionais de ma‑
c Caput com a redação dada pela Lei no 12.014, de gistério dará preferência ao ensino presencial,
lidades do alunado de que trata o caput serão 6-8-2009.
definidos em regulamento. subsidiariamente fazendo uso de recursos e
I – professores habilitados em nível médio ou tecnologias de educação a distância.
c Art. 59‑A acrescido pela Lei n o 13.234, de superior para a docência na educação infantil
29-12-2015. c §§ 1 o a 3 o acrescidos pela Lei n o 12.056, de
e nos ensinos fundamental e médio; 13-10-2009.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de II – trabalhadores em educação portadores
ensino estabelecerão critérios de caracteriza‑ § 4o A União, o Distrito Federal, os Estados e os
de diploma de pedagogia, com habilitação Municípios adotarão mecanismos facilitadores
ção das instituições privadas sem fins lucrati‑ em administração, planejamento, supervisão,
vos, especializadas e com atuação exclusiva em de acesso e permanência em cursos de forma‑
inspeção e orientação educacional, bem como ção de docentes em nível superior para atuar
educação especial, para fins de apoio técnico e com títulos de mestrado ou doutorado nas
financeiro pelo Poder Público. na educação básica pública.
mesmas áreas;
Parágrafo único. O poder público adotará, III – trabalhadores em educação, portadores de § 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os
como alternativa preferencial, a ampliação do diploma de curso técnico ou superior em área Municípios incentivarão a formação de profis‑
atendimento aos educandos com deficiência, pedagógica ou afim; sionais do magistério para atuar na educação
transtornos globais do desenvolvimento e altas c Incisos I a III com a redação dada pela Lei básica pública mediante programa institucio‑
habilidades ou superdotação na própria rede no 12.014, de 6-8-2009. nal de bolsa de iniciação à docência a estudan‑
pública regular de ensino, independentemente IV – profissionais com notório saber reconheci‑ tes matriculados em cursos de licenciatura, de
do apoio às instituições previstas neste artigo. do pelos respectivos sistemas de ensino, para graduação plena, nas instituições de educação
c Parágrafo único com a redação dada pela Lei ministrar conteúdos de áreas afins à sua for‑
superior.
no 12.796, de 4-4-2013. mação ou experiência profissional, atestados § 6 o O Ministério da Educação poderá esta‑
CAPÍTULO V‑A por titulação específica ou prática de ensino belecer nota mínima em exame nacional apli‑

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
em unidades educacionais da rede pública ou cado aos concluintes do ensino médio como
DA EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS pré‑requisito para o ingresso em cursos de gra‑
privada ou das corporações privadas em que
c Capítulo V‑A acrescido pela Lei n o 14.191, de tenham atuado, exclusivamente para atender duação para formação de docentes, ouvido o
3-8-2021. Conselho Nacional de Educação – CNE.
ao inciso V do caput do art. 36;
Art. 60‑A. Entende‑se por educação bilíngue V – profissionais graduados que tenham feito c §§ 4 o a 6 o acrescidos pela Lei n o 12.796, de
de surdos, para os efeitos desta Lei, a modali‑ complementação pedagógica, conforme dis‑ 4-4-2013.
dade de educação escolar oferecida em Língua posto pelo Conselho Nacional de Educação. § 7o VETADO. Lei no 12.796, de 4-4-2013.
Brasileira de Sinais (Libras), como primeira lín‑ c Incisos IV e V acrescidos pela Lei no 13.415, de
gua, e em português escrito, como segunda § 8o Os currículos dos cursos de formação de
16-2-2017.
língua, em escolas bilíngues de surdos, classes docentes terão por referência a Base Nacional
bilíngues de surdos, escolas comuns ou em Parágrafo único. A formação dos profissio‑ Comum Curricular.
polos de educação bilíngue de surdos, para nais da educação, de modo a atender às es‑ c § 8o acrescido pela Lei no 13.415, de 16-2-2017.
educandos surdos, surdo‑cegos, com deficiên‑ pecificidades do exercício de suas atividades, c Art. 11 da Lei no 13.415, de 16-2-2017, que esta‑
cia auditiva sinalizantes, surdos com altas ha‑ bem como aos objetivos das diferentes etapas belece que o disposto neste parágrafo deverá ser
bilidades ou superdotação ou com outras defi‑ e modalidades da educação básica, terá como implementado no prazo de dois anos, contado da
publicação da Base Nacional Comum Curricular.
ciências associadas, optantes pela modalidade fundamentos:
de educação bilíngue de surdos. c Caput do parágrafo único acrescido pela Lei Art. 62‑A. A formação dos profissionais a que
no 12.014, de 6-8-2009. se refere o inciso III do art. 61 far‑se‑á por meio
§ 1 o Haverá, quando necessário, serviços de de cursos de conteúdo técnico‑pedagógico,
apoio educacional especializado, como o aten‑ I – a presença de sólida formação básica, que
em nível médio ou superior, incluindo habili‑
dimento educacional especializado bilíngue, propicie o conhecimento dos fundamentos tações tecnológicas.
para atender às especificidades linguísticas dos científicos e sociais de suas competências de
estudantes surdos. trabalho; Parágrafo único. Garantir‑se‑á formação
II – a associação entre teorias e práticas, me‑ continuada para os profissionais a que se refe‑
§ 2 A oferta de educação bilíngue de surdos diante estágios supervisionados e capacitação
o
re o caput, no local de trabalho ou em institui‑
terá início ao zero ano, na educação infantil, e em serviço; ções de educação básica e superior, incluindo
se estenderá ao longo da vida. III – o aproveitamento da formação e experiên‑ cursos de educação profissional, cursos supe‑
§ 3 o O disposto no caput deste artigo será cias anteriores, em instituições de ensino e em riores de graduação plena ou tecnológicos e de
efetivado sem prejuízo das prerrogativas de outras atividades; pós‑graduação.
matrícula em escolas e classes regulares, de c Incisos I a III acrescidos pela Lei n o 12.014, de c Art. 62‑A acrescido pela Lei no 12.796, de 4-4-2013.
acordo com o que decidir o estudante ou, no 6-8-2009.
que couber, seus pais ou responsáveis, e das IV – proteção integral dos direitos de crianças
Art. 62‑B. O acesso de professores das redes
públicas de educação básica a cursos superio‑
garantias previstas na Lei n 13.146, de 6 de ju‑ e adolescentes e o apoio à formação perma‑
o
res de pedagogia e licenciatura será efetivado
lho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiên‑ nente dos profissionais de que trata o caput por meio de processo seletivo diferenciado.
cia), que incluem, para os surdos oralizados, o deste artigo para identificação de maus‑tra‑
acesso a tecnologias assistivas. tos, de negligência e de violência sexual prati‑ § 1o Terão direito de pleitear o acesso previsto
no caput deste artigo os professores das redes
Art. 60‑B. Além do disposto no art. 59 des‑ cados contra crianças e adolescentes. públicas municipais, estaduais e federal que
ta Lei, os sistemas de ensino assegurarão aos c Inciso IV acrescido pela Lei n o 14.679, de
18-9-2023. ingressaram por concurso público, tenham
educandos surdos, surdo‑cegos, com defi‑
ciência auditiva sinalizantes, surdos com altas Art. 62. A formação de docentes para atuar na pelo menos três anos de exercício da profis‑
habilidades ou superdotação ou com outras educação básica far‑se‑á em nível superior, em são e não sejam portadores de diploma de
deficiências associadas materiais didáticos e curso de licenciatura plena, admitida, como graduação.
professores bilíngues com formação e especia‑ formação mínima para o exercício do magisté‑ § 2 o As instituições de ensino responsáveis
lização adequadas, em nível superior. rio na educação infantil e nos cinco primeiros pela oferta de cursos de pedagogia e outras
Parágrafo único. Nos processos de contrata‑ anos do ensino fundamental, a oferecida em licenciaturas definirão critérios adicionais de
ção e de avaliação periódica dos professores a nível médio, na modalidade normal. seleção sempre que acorrerem aos certames
que se refere o caput deste artigo serão ouvi‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 13.415, de interessados em número superior ao de vagas
das as entidades representativas das pessoas 16-2-2017. disponíveis para os respectivos cursos.
surdas. § 1 o A União, o Distrito Federal, os Estados § 3 o Sem prejuízo dos concursos seletivos a
c Arts. 60‑A e 60‑B acrescidos pela Lei n o 14.191, de e os Municípios, em regime de colaboração, serem definidos em regulamento pelas univer‑
3-8-2021. deverão promover a formação inicial, a con‑ sidades, terão prioridade de ingresso os pro‑

1295
Lei no 9.430/1996
§ 1 o O percentual de multa de que trata o do contribuinte, a multa de que trata o inciso § 8o O juízo de admissibilidade do recurso será
inciso I do caput deste artigo será majorado I do caput sobre: realizado na forma disciplinada pela Secretaria
nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da c Caput do § 5 o com a redação dada pela Lei da Receita Federal do Brasil.
Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, in‑ no 12.249, de 11-6-2010. c § 8 o com a redação dada pela Lei n o 12.788, de
dependentemente de outras penalidades ad‑ I – a parcela do imposto a restituir informado 14-1-2013.
ministrativas ou criminais cabíveis, e passará pelo contribuinte pessoa física, na Declaração § 9 o Qualquer servidor da administração tri-
a ser de: de Ajuste Anual, que deixar de ser restituída butária deverá, a qualquer tempo, formular
c Caput do § 1 o com a redação dada pela Lei por infração à legislação tributária; e representação ao órgão que houver proferido
no 14.689, de 20-9-2023. c Inciso I com a redação dada pela Lei n o 12.249, de a decisão, encaminhando as soluções diver-
I a IV – Revogados. Lei n o 11.488, de 11-6-2010. gentes sobre a mesma matéria, de que tenha
15-6-2007; II – VETADO. Lei no 12.249, de 11-6-2010. conhecimento.
V – Revogado. Lei no 9.716, de 26-11-1998; §§ 6 o e 7 o VETADOS. Lei n o 14.689, de § 10. O sujeito passivo que tiver conhecimen-
VI – 100% (cem por cento) sobre a totalidade 20-9-2023. to de solução divergente daquela que esteja
ou a diferença de imposto ou de contribuição observando em decorrência de resposta a con-
objeto do lançamento de ofício; Arts. 45 e 46. Revogados. Lei n o
11.488, de sulta anteriormente formulada, sobre idêntica
15-6-2007. matéria, poderá adotar o procedimento previs-
VII – 150% (cento e cinquenta por cento) so‑
bre a totalidade ou a diferença de imposto Seção VI to no § 5o, no prazo de trinta dias contados da
ou de contribuição objeto do lançamento de APLICAÇÃO DE ACRÉSCIMOS DE respectiva publicação.
ofício, nos casos em que verificada a reinci‑ PROCEDIMENTO ESPONTÂNEO § 11. A solução da divergência acarretará, em
dência do sujeito passivo. Art. 47. A pessoa física ou jurídica submetida qualquer hipótese, a edição de ato específico,
c Incisos VI e VII acrescidos pela Lei n o 14.689, de a ação fiscal por parte da Secretaria da Receita uniformizando o entendimento, com imediata
20-9-2023. Federal poderá pagar, até o vigésimo dia sub- ciência ao destinatário da solução reformada,
§ 1o‑A. Verifica‑se a reincidência prevista no sequente à data de recebimento do termo de aplicando‑se seus efeitos a partir da data da
inciso VII do § 1o deste artigo quando, no pra‑ início de fiscalização, os tributos e contribui- ciência.
zo de 2 (dois) anos, contado do ato de lança‑ ções já declarados, de que for sujeito passivo § 12. Se, após a resposta à consulta, a administra-
mento em que tiver sido imputada a ação ou como contribuinte ou responsável, com os ção alterar o entendimento nela expresso, a nova
omissão tipificada nos arts. 71, 72 e 73 da Lei acréscimos legais aplicáveis nos casos de pro- orientação atingirá, apenas, os fatos geradores

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
n o 4.502, de 30 de novembro de 1964, ficar cedimento espontâneo. que ocorram após dado ciência ao consulente
comprovado que o sujeito passivo incorreu c Artigo com a redação dada pela Lei n 9.532, de ou após a sua publicação pela imprensa oficial.
o

novamente em qualquer uma dessas ações 10-12-1997. § 13. A partir de 1o de janeiro de 1997, cessa-
c Art. 18 do Dec. n o 6.140, de 3-7-2007, que regula-
ou omissões. menta a Contribuição Provisória sobre Movimen-
rão todos os efeitos decorrentes de consultas
c § 1o‑A acrescido pela Lei n o 14.689, de 20-9-2023. tação ou Transmissão de Valores e de Créditos e não solucionadas definitivamente, ficando as-
Direitos de Natureza Financeira – CPMF. segurado aos consulentes, até 31 de janeiro
§ 1o‑B. VETADO. Lei no 14.689, de 20-9-2023. de 1997:
§ 1 ‑C. A qualificação da multa prevista no
o CAPÍTULO V
I – a não instauração de procedimento de fisca-
§ 1 deste artigo não se aplica quando:
o DISPOSIÇÕES GERAIS
lização em relação à matéria consultada;
I – não restar configurada, individualizada e Seção I II – a renovação da consulta anteriormente
comprovada a conduta dolosa a que se refe‑ PROCESSO ADMINISTRATIVO formulada, à qual serão aplicadas as normas
rem os arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 DE CONSULTA previstas nesta Lei.
de novembro de 1964;
II – houver sentença penal de absolvição com Art. 48. No âmbito da Secretaria da Receita Fe- § 14. A consulta poderá ser formulada por
deral, os processos administrativos de consulta meio eletrônico, na forma disciplinada pela
apreciação de mérito em processo do qual de‑ serão solucionados em instância única. Secretaria da Receita Federal do Brasil.
corra imputação criminal do sujeito passivo; e
§ 1 o
A competência para solucionar a consulta § 15. O Poder Executivo regulamentará prazo
III – VETADO. Lei n 14.689, de 20-9-2023.
o

c § 1o‑C acrescido pela Lei n o 14.689, de 20-9-2023.


ou declarar sua ineficácia, na forma disciplina- para solução das consultas de que trata este
da pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, artigo.
§ 1o‑D. VETADO. Lei no 14.689, de 20-9-2023. poderá ser atribuída: c §§ 14 e 15 acrescidos pela Lei n o 12.788, de
§ 2o Os percentuais de multa a que se referem I – a unidade central; ou 14-1-2013.
o inciso I do caput e o § 1 o deste artigo se- II – a unidade descentralizada. Art. 49. Não se aplicam aos processos de con-
rão aumentados de metade, nos casos de não c § 1o com a redação dada pela Lei no 12.788, de sulta no âmbito da Secretaria da Receita Fede-
atendimento pelo sujeito passivo, no prazo 14-1-2013. ral as disposições dos arts. 54 a 58 do Decreto
marcado, de intimação para: no 70.235, de 6 de março de 1972.
§ 2o Os atos normativos expedidos pelas auto-
c A alteração que seria inserida neste parágrafo
ridades competentes serão observados quando Art. 50. Aplicam‑se aos processos de consulta
pela Lei no 14.689, de 20-9-2023, foi vetada, razão relativos à classificação de mercadorias as dispo-
da solução da consulta.
pela qual, mantivemos a sua redação. sições dos arts. 46 a 53 do Decreto no 70.235,
I – prestar esclarecimentos; § 3o Não cabe recurso nem pedido de reconsi- de 6 de março de 1972 e do art. 48 desta Lei.
II – apresentar os arquivos ou sistemas de que deração da solução da consulta ou do despa- § 1o O órgão de que trata o inciso I do § 1o do
tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 cho que declarar sua ineficácia. art. 48 poderá alterar ou reformar, de ofício,
de agosto de 1991; § 4o As soluções das consultas serão publica- as decisões proferidas nos processos relativos
III – apresentar a documentação técnica de que das pela imprensa oficial, na forma disposta à classificação de mercadorias.
trata o art. 38 desta Lei. em ato normativo emitido pela Secretaria da § 2o Da alteração ou reforma mencionada no
c § 2 com a redação dada pela Lei n 11.488, de
o o Receita Federal. parágrafo anterior, deverá ser dada ciência ao
15-6-2007. § 5 o Havendo diferença de conclusões entre consulente.
§ 3 Aplicam‑se às multas de que trata este soluções de consultas relativas a uma mesma § 3o Em relação aos atos praticados até a data
o

artigo as reduções previstas no art. 6 o da Lei matéria, fundada em idêntica norma jurídica, da ciência ao consulente, nos casos de que tra-
no 8.218, de 29 de agosto de 1991, e no art. 60 cabe recurso especial, sem efeito suspensivo, ta o § 1o deste artigo, aplicam‑se as conclusões
da Lei no 8.383, de 30 de dezembro de 1991. para o órgão de que trata o inciso I do § 1o. da decisão proferida pelo órgão regional da
§ 4 o As disposições deste artigo aplicam‑se, § 6o O recurso de que trata o parágrafo ante- Secretaria da Receita Federal.
inclusive, aos contribuintes que derem causa rior pode ser interposto pelo destinatário da § 4o O envio de conclusões decorrentes de de-
a ressarcimento indevido de tributo ou con- solução divergente, no prazo de trinta dias, cisões proferidas em processos de consulta so-
tribuição decorrente de qualquer incentivo ou contados da ciência da solução. bre classificação de mercadorias, para órgãos
benefício fiscal. § 7o Cabe a quem interpuser o recurso compro- do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL, será
§ 5 Aplica‑se também, no caso de que seja var a existência das soluções divergentes sobre efetuado exclusivamente pelo órgão de que
o

comprovadamente constatado dolo ou má‑fé idênticas situações. trata o inciso I do § 1o do art. 48.

1307
Lei no 9.430/1996
Seção II este artigo será considerado como antecipação Art. 53. Os valores recuperados, correspon-
NORMAS SOBRE O LUCRO do devido na declaração de rendimentos. dentes a custos e despesas, inclusive com
PRESUMIDO E ARBITRADO
Art. 52. Na apuração de ganho de capital de perdas no recebimento de créditos, deverão
Art. 51. Os juros de que trata o art. 9o da Lei pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido ser adicionados ao lucro presumido ou arbitra-
n o 9.249, de 26 de dezembro de 1995, bem ou arbitrado, os valores acrescidos em virtude do para determinação do imposto de renda,
como os rendimentos e ganhos líquidos de-
correntes de quaisquer operações financeiras, de reavaliação somente poderão ser compu- salvo se o contribuinte comprovar não os ter
serão adicionados ao lucro presumido ou arbi- tados como parte integrante dos custos de deduzido em período anterior no qual tenha se
trado, para efeito de determinação do imposto aquisição dos bens e direitos se a empresa submetido ao regime de tributação com base
de renda devido. comprovar que os valores acrescidos foram no lucro real ou que se refiram a período no
Parágrafo único. O imposto de renda inciden- computados na determinação da base de cál- qual tenha se submetido ao regime de tributa-
te na fonte sobre os rendimentos de que trata culo do imposto de renda. ção com base no lucro presumido ou arbitrado.

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

1307-A
Lei no 10.522/2002
§ 2o A aplicação do disposto neste artigo não § 1o Os autos de execução a que se refere este observados os critérios de racionalidade, eco‑
implicará o reconhecimento da procedência do artigo serão reativados quando os valores dos nomicidade e eficiência.
pedido formulado pelo autor. débitos ultrapassarem os limites indicados. c Arts. 20‑B e 20‑C acrescidos pela Lei no 13.606, de
§ 3o O disposto neste artigo aplica‑se, inclusi‑ § 2o Serão extintas, mediante requerimento do 9-1-2018.
ve, à atuação da Procuradoria‑Geral da Fazen‑ Procurador da Fazenda Nacional, as execuções Art. 20‑D. Sem prejuízo da utilização das
da Nacional no âmbito do contencioso admi‑ que versem exclusivamente sobre honorários medidas judicias para recuperação e acau‑
nistrativo fiscal. devidos à Fazenda Nacional de valor igual ou telamento dos créditos inscritos, se houver
c §§ 1 o a 3 o acrescidos pela Lei n o 13.874, de inferior a R$ 1.000,00 (mil reais). indícios da prática de ato ilícito previsto na
20-9-2019.
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 11.033, de legislação tributária, civil e empresarial como
Art. 19‑D. O disposto nos arts. 19, 19‑B, 19‑C, 21-12-2004. causa de responsabilidade de terceiros por
19‑F, 20‑A, 20‑B, 20‑C e 20‑D desta Lei e nos parte do contribuinte, sócios, administrado‑
arts. 17 e 18 da Lei no 14.195, de 26 de agosto § 3o Revogado. Lei no 13.043, de 13-11-2014.
res, pessoas relacionadas e demais responsá‑
de 2021, aplica‑se, no que couber, à Procu‑ § 4o No caso de reunião de processos contra veis, a Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacio‑
radoria‑Geral da União, à Procuradoria‑Geral o mesmo devedor, na forma do art. 28 da Lei nal poderá, a critério exclusivo da autoridade
Federal e à Procuradoria‑Geral do Banco Cen‑ n o 6.830, de 22 de setembro de 1980, para fazendária:
tral do Brasil, sem prejuízo do disposto na Lei os fins de que trata o limite indicado no ca-
no 9.469, de 10 de julho de 1997. I – notificar as pessoas de que trata o caput
put deste artigo, será considerada a soma dos deste artigo ou terceiros para prestar depoi‑
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.375, de débitos consolidados das inscrições reunidas.
21-6-2022. mentos ou esclarecimentos;
c § 4o acrescido pela Lei no 11.033, de 21-12-2004. II – requisitar informações, exames periciais
§ 1o Aos órgãos da administração pública fede‑ e documentos de autoridades federais, esta‑
ral direta, representados pela Procuradoria‑Ge‑ Art. 20‑A. Nos casos de execução contra a Fa‑
zenda Nacional, é a Procuradoria‑Geral da Fa‑ duais e municipais, bem como dos órgãos e
ral da União, e às autarquias e fundações pú‑ entidades da Administração Pública direta, in‑
blicas, representadas pela Procuradoria‑Geral zenda Nacional autorizada a não opor embar‑
direta ou fundacional, de qualquer dos Pode‑
Federal ou pela Procuradoria‑Geral do Banco gos, quando o valor pleiteado pelo exequente res da União, dos Estados, do Distrito Federal
Central do Brasil, aplica‑se, no que couber, o for inferior àquele fixado em ato do Ministro e dos Municípios;
disposto no art. 19‑B desta Lei. da Fazenda. III – instaurar procedimento administrativo
§ 2o Ato do Advogado‑Geral da União discipli‑ c Artigo acrescido pela Lei no 12.649, de 17-5-2012. para apuração de responsabilidade por débito
nará o disposto neste artigo. inscrito em dívida ativa da União, ajuizado ou
Art. 20‑B. Inscrito o crédito em dívida ativa
c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 13.874, de não, observadas, no que couber, as disposições
da União, o devedor será notificado para, em
20-9-2019. da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
até cinco dias, efetuar o pagamento do valor
Art. 19‑E. Revogado. Lei n o 14.689, de atualizado monetariamente, acrescido de ju‑ c Art. 20‑D acrescido pela Lei no 13.606, de 9-1-2018,
20-9-2023. promulgado nos termos do art. 66, § 5o, da CF (DOU
ros, multa e demais encargos nela indicados. de 18-4-2018).
Art. 19‑F. A Procuradoria‑Geral da Fazenda
§ 1o A notificação será expedida por via eletrô‑ Art. 20‑E. A Procuradoria‑Geral da Fazenda
Nacional poderá contratar, por meio de pro‑
cesso licitatório ou credenciamento, serviços nica ou postal para o endereço do devedor e Nacional editará atos complementares para o
de terceiros para auxiliar sua atividade de será considerada entregue depois de decorri‑ fiel cumprimento do disposto nos arts. 20‑B,
dos quinze dias da respectiva expedição. 20‑C e 20‑D desta Lei.
cobrança.
§ 2o Presume‑se válida a notificação expedida c Art. 20‑E acrescido pela Lei no 13.606, de 9-1-2018.
§ 1o Os serviços referidos no caput deste artigo
restringem‑se à execução de atos relacionados para o endereço informado pelo contribuinte Art. 21. Fica isento do pagamento dos hono‑
à cobrança administrativa da dívida ativa que ou responsável à Fazenda Pública. rários de sucumbência o autor da demanda de
natureza tributária, proposta contra a União (Fa‑
prescindam da utilização de informações pro‑ § 3 o Não pago o débito no prazo fixado no
zenda Nacional), que desistir da ação e renunciar
tegidas por sigilo fiscal, tais como o contato caput deste artigo, a Fazenda Pública poderá: ao direito sobre que ela se funda, desde que:
com os devedores por via telefônica ou por I – comunicar a inscrição em dívida ativa aos
meios digitais, e à administração de bens ofe‑ I – a decisão proferida no processo de conheci‑
órgãos que operam bancos de dados e cadas‑ mento não tenha transitado em julgado;
recidos em garantia administrativa ou judicial tros relativos a consumidores e aos serviços de
ou penhorados em execuções fiscais, incluídas II – a renúncia e o pedido de conversão dos
proteção ao crédito e congêneres; e depósitos judiciais em renda da União sejam
atividades de depósito, de guarda, de transpor‑
II – averbar, inclusive por meio eletrônico, a protocolizados até 15 de setembro de 1997.
te, de conservação e de alienação desses bens.
certidão de dívida ativa nos órgãos de registro Art. 22. O pedido poderá ser homologado
§ 2o O órgão responsável, no âmbito de suas de bens e direitos sujeitos a arresto ou penho‑ pelo juiz, pelo relator do recurso, ou pelo presi‑
competências, deverá regulamentar o disposto ra, tornando‑os indisponíveis. dente do tribunal, ficando extinto o crédito tri‑
neste artigo e definir os requisitos para con‑ butário, até o limite dos depósitos convertidos.
c O STF, nos termos do voto do Min. Luís Roberto
tratação ou credenciamento, os critérios para
Barroso (redator para o acórdão), julgou parcial- § 1 o Na hipótese de a homologação ser da
seleção das dívidas, o valor máximo admissível
mente procedentes os pedidos formulados nas competência do relator ou do presidente do
e a forma de remuneração do contratado, que
ADINs nos 5.881, 5.886, 5.890, 5.925, 5.931, 5.932 tribunal, incumbirá ao autor peticionar ao juiz
poderá ser por taxa de êxito, desde que de‑ para considerar inconstitucional a parte final des- de primeiro grau que houver apreciado o feito,
monstrada a sua maior adequação ao interesse te inciso, onde se lê “tornando‑os indisponíveis” informando a homologação da renúncia para
público e às práticas usuais de mercado. (DOU de 17-12-2020). que este determine, de imediato, a conversão
c Art. 19‑F acrescido pela Lei n o 14.195, de dos depósitos em renda da União, independen‑
26-8-2021. Art. 20‑C. A Procuradoria‑Geral da Fazenda
Nacional poderá condicionar o ajuizamento temente do retorno dos autos do processo ou
Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distri‑ da respectiva ação cautelar à vara de origem.
de execuções fiscais à verificação de indícios
buição, por meio de requerimento do Procura‑ § 2o A petição de que trata o § 1o deverá conter
de bens, direitos ou atividade econômica dos
dor da Fazenda Nacional, os autos das execu‑ o número da conta a que os depósitos estejam
ções fiscais de débitos inscritos em dívida ativa devedores ou corresponsáveis, desde que úteis
vinculados e virá acompanhada de cópia da pá‑
da União pela Procuradoria‑Geral da Fazenda à satisfação integral ou parcial dos débitos a gina do órgão oficial onde tiver sido publicado
Nacional ou por ela cobrados, de valor conso‑ serem executados. o ato homologatório.
lidado igual ou inferior àquele estabelecido em Parágrafo único. Compete ao Procura‑ § 3o Com a renúncia da ação principal deve‑
ato do Procurador‑Geral da Fazenda Nacional. dor‑Geral da Fazenda Nacional definir os limi‑ rão ser extintas todas as ações cautelares a ela
c Caput com a redação dada pela Lei no 13.874, de tes, critérios e parâmetros para o ajuizamento vinculadas, nas quais não será devida verba de
20-9-2019. da ação de que trata o caput deste artigo, sucumbência.

1414
Lei Complementar no 116/2003
15.04 – Fornecimento ou emissão de atesta‑ 15.15 – Compensação de cheques e títulos 17.09 – Perícias, laudos, exames técnicos e
dos em geral, inclusive atestado de idonei‑ quaisquer; serviços relacionados a depósito, análises técnicas.
dade, atestado de capacidade financeira e inclusive depósito identificado, a saque de 17.10 – Planejamento, organização e admi‑
congêneres. contas quaisquer, por qualquer meio ou pro‑ nistração de feiras, exposições, congressos e
15.05 – Cadastro, elaboração de ficha cadas‑ cesso, inclusive em terminais eletrônicos e de congêneres.
tral, renovação cadastral e congêneres, inclu‑ atendimento.
17.11 – Organização de festas e recepções;
são ou exclusão no Cadastro de Emitentes de 15.16 – Emissão, reemissão, liquidação, alteração, bufê (exceto o fornecimento de alimentação e
Cheques sem Fundos – CCF ou em quaisquer cancelamento e baixa de ordens de pagamento, bebidas, que fica sujeito ao ICMS).
outros bancos cadastrais. ordens de crédito e similares, por qualquer meio
17.12 – Administração em geral, inclusive de
15.06 – Emissão, reemissão e fornecimento de ou processo; serviços relacionados à transferência
bens e negócios de terceiros.
avisos, comprovantes e documentos em geral; de valores, dados, fundos, pagamentos e simila‑
res, inclusive entre contas em geral. 17.13 – Leilão e congêneres.
abono de firmas; coleta e entrega de docu‑
mentos, bens e valores; comunicação com 15.17 – Emissão, fornecimento, devolução, 17.14 – Advocacia.
outra agência ou com a administração central; sustação, cancelamento e oposição de che‑ 17.15 – Arbitragem de qualquer espécie, in‑
licenciamento eletrônico de veículos; transfe‑ ques quaisquer, avulso ou por talão. clusive jurídica.
rência de veículos; agenciamento fiduciário ou 15.18 – Serviços relacionados a crédito imobi‑ 17.16 – Auditoria.
depositário; devolução de bens em custódia. liário, avaliação e vistoria de imóvel ou obra, 17.17 – Análise de Organização e Métodos.
15.07 – Acesso, movimentação, atendimento e análise técnica e jurídica, emissão, reemissão,
consulta a contas em geral, por qualquer meio 17.18 – Atuária e cálculos técnicos de qualquer
alteração, transferência e renegociação de
ou processo, inclusive por telefone, fac‑símile, natureza.
contrato, emissão e reemissão do termo de
internet e telex, acesso a terminais de atendi‑ quitação e demais serviços relacionados a cré‑ 17.19 – Contabilidade, inclusive serviços téc‑
mento, inclusive vinte e quatro horas; acesso a dito imobiliário. nicos e auxiliares.
outro banco e a rede compartilhada; forneci‑ 16 – Serviços de transporte de natureza mu‑ 17.20 – Consultoria e assessoria econômica ou
mento de saldo, extrato e demais informações nicipal. financeira.
relativas a contas em geral, por qualquer meio 17.21 – Estatística.
ou processo. 16.01 – Serviços de transporte coletivo mu‑
nicipal rodoviário, metroviário, ferroviário e 17.22 – Cobrança em geral.

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
15.08 – Emissão, reemissão, alteração, cessão, aquaviário de passageiros.
substituição, cancelamento e registro de con‑ 17.23 – Assessoria, análise, avaliação, aten‑
trato de crédito; estudo, análise e avaliação de
c Subitem 16.01 com a redação dada pela LC no 157, dimento, consulta, cadastro, seleção, geren‑
de 29-12-2016. ciamento de informações, administração de
operações de crédito; emissão, concessão, al‑
teração ou contratação de aval, fiança, anuên‑ 16.02 – Outros serviços de transporte de na‑ contas a receber ou a pagar e em geral, relacio‑
cia e congêneres; serviços relativos a abertura tureza municipal. nados a operações de faturização (factoring).
de crédito, para quaisquer fins. c Subitem 16.02 acrescido pela LC n o 157, de 17.24 – Apresentação de palestras, conferên‑
29-12-2016. cias, seminários e congêneres.
15.09 – Arrendamento mercantil (leasing) de
quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e 17 – Serviços de apoio técnico, administrativo, 17.25 – Inserção de textos, desenhos e ou‑
obrigações, substituição de garantia, altera‑ jurídico, contábil, comercial e congêneres. tros materiais de propaganda e publicidade,
ção, cancelamento e registro de contrato, e 17.01 – Assessoria ou consultoria de qualquer em qualquer meio (exceto em livros, jornais,
demais serviços relacionados ao arrendamento natureza, não contida em outros itens desta lis‑ periódicos e nas modalidades de serviços de
mercantil (leasing). ta; análise, exame, pesquisa, coleta, compilação radiodifusão sonora e de sons e imagens de
c Art. 3o, VIII, da LC no 87, de 13-9-1996 (Lei Kandir e fornecimento de dados e informações de qual‑ recepção livre e gratuita).
– ICMS). quer natureza, inclusive cadastro e similares. c Subitem 17.25 acrescido pela LC n o 157, de
c Súm. no 138 do STJ. 17.02 – Datilografia, digitação, estenografia, 29-12-2016.
15.10 – Serviços relacionados a cobranças, re‑ c O STF, por maioria, julgou improcedente a ADIN
expediente, secretaria em geral, resposta au‑
no 6.034, para declarar a constitucionalidade deste
cebimentos ou pagamentos em geral, de títu‑ dível, redação, edição, interpretação, revisão, item (DOU de 25-4-2023).
los quaisquer, de contas ou carnês, de câmbio, tradução, apoio e infraestrutura administrativa
de tributos e por conta de terceiros, inclusive e congêneres. 18 – Serviços de regulação de sinistros vincu‑
os efetuados por meio eletrônico, automático lados a contratos de seguros; inspeção e ava‑
17.03 – Planejamento, coordenação, progra‑ liação de riscos para cobertura de contratos de
ou por máquinas de atendimento; fornecimen‑ mação ou organização técnica, financeira ou
to de posição de cobrança, recebimento ou pa‑ seguros; prevenção e gerência de riscos segu‑
administrativa. ráveis e congêneres.
gamento; emissão de carnês, fichas de com‑
pensação, impressos e documentos em geral. 17.04 – Recrutamento, agenciamento, seleção 18.01 – Serviços de regulação de sinistros
e colocação de mão de obra. vinculados a contratos de seguros; inspeção e
15.11 – Devolução de títulos, protesto de tí‑
tulos, sustação de protesto, manutenção de 17.05 – Fornecimento de mão de obra, mesmo avaliação de riscos para cobertura de contra‑
títulos, reapresentação de títulos, e demais em caráter temporário, inclusive de emprega‑ tos de seguros; prevenção e gerência de riscos
serviços a eles relacionados. dos ou trabalhadores, avulsos ou temporários, seguráveis e congêneres.
contratados pelo prestador de serviço. 19 – Serviços de distribuição e venda de bi‑
15.12 – Custódia em geral, inclusive de títulos Lei n o 6.019, de 3-1-1974 (Lei do Trabalho
e valores mobiliários.
c lhetes e demais produtos de loteria, bingos,
Temporário). cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios,
15.13 – Serviços relacionados a operações de c Lei no 7.102, de 20-6-1983, dispõe sobre seguran- prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de
câmbio em geral, edição, alteração, prorro‑ ça para estabelecimentos financeiros, estabelece
capitalização e congêneres.
gação, cancelamento e baixa de contrato de normas para constituição e funcionamento das
câmbio; emissão de registro de exportação ou empresas particulares que exploram serviços de 19.01 – Serviços de distribuição e venda de
vigilância e de transporte de valores. bilhetes e demais produtos de loteria, bingos,
de crédito; cobrança ou depósito no exterior;
c Súm. no 256 do TST. cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios,
emissão, fornecimento e cancelamento de
cheques de viagem; fornecimento, transferên‑ 17.06 – Propaganda e publicidade, inclusive prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de
cia, cancelamento e demais serviços relativos promoção de vendas, planejamento de cam‑ capitalização e congêneres.
a carta de crédito de importação, exportação panhas ou sistemas de publicidade, elabora‑ 20 – Serviços portuários, aeroportuários, ferro‑
e garantias recebidas; envio e recebimento de ção de desenhos, textos e demais materiais portuários, de terminais rodoviários, ferroviá‑
mensagens em geral relacionadas a operações publicitários. rios e metroviários.
de câmbio. 17.07 – VETADO. 20.01 – Serviços portuários, ferroportuários,
15.14 – Fornecimento, emissão, reemissão, 17.08 – Franquia (franchising). utilização de porto, movimentação de passa‑
renovação e manutenção de cartão magnéti‑ c O STF, por maioria, julgou improcedente a ADIN geiros, reboque de embarcações, rebocador
co, cartão de crédito, cartão de débito, cartão no 4.784, para declarar a constitucionalidade deste escoteiro, atracação, desatracação, serviços
salário e congêneres. item (DOU de 19-9-2023). de praticagem, capatazia, armazenagem de

1429
Lei no 10.826/2003
tros e autorizações de porte de armas de fogo § 3o A empresa que comercializar arma de fogo I – emissão de certificado de registro provisório
nos respectivos territórios, bem como manter em território nacional é obrigada a comunicar pela internet, com validade inicial de 90 (no‑
o cadastro atualizado para consulta. a venda à autoridade competente, como tam‑ venta) dias; e
Parágrafo único. As disposições deste artigo bém a manter banco de dados com todas as II – revalidação pela unidade do Departamen‑
não alcançam as armas de fogo das Forças Ar‑ características da arma e cópia dos documen‑ to de Polícia Federal do certificado de registro
madas e Auxiliares, bem como as demais que tos previstos neste artigo. provisório pelo prazo que estimar como neces‑
constem dos seus registros próprios. § 4 o A empresa que comercializa armas de sário para a emissão definitiva do certificado
fogo, acessórios e munições responde legal‑ de registro de propriedade.
CAPÍTULO II mente por essas mercadorias, ficando registra‑ c § 4o acrescido pela Lei no 11.706, de 19-6-2008.
DO REGISTRO das como de sua propriedade enquanto não § 5o Aos residentes em área rural, para os fins
Art. 3 o É obrigatório o registro de arma de forem vendidas. do disposto no caput deste artigo, conside‑
fogo no órgão competente. § 5 o A comercialização de armas de fogo, ra‑se residência ou domicílio toda a extensão
Parágrafo único. As armas de fogo de uso acessórios e munições entre pessoas físicas do respectivo imóvel rural.
restrito serão registradas no Comando do Exér‑ somente será efetivada mediante autorização c § 5o acrescido pela Lei no 13.870, de 17-9-2019.
cito, na forma do regulamento desta Lei. do SINARM. CAPÍTULO III
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso per‑ § 6o A expedição da autorização a que se re‑ DO PORTE
mitido o interessado deverá, além de declarar fere o § 1o será concedida, ou recusada com a
devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em
a efetiva necessidade, atender aos seguintes todo o território nacional, salvo para os casos
requisitos: dias úteis, a contar da data do requerimento
do interessado. previstos em legislação própria e para:
c O STF, por maioria, no julgamento da ADIN c Arts. 14, 25 a 27, 29, 30 e 35 do Dec. no 9.847,
no 6.119, conferiu interpretação conforme a Cons- § 7o O registro precário a que se refere o § 4o de 25-6-2019, que regulamenta este estatuto para
tituição Federal a este artigo (DOU de 12-7-2023). prescinde do cumprimento dos requisitos dos dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro, o
c Arts. 45, § 9 o, e 54, I, do Dec. n o 9.847, de 25-6- incisos I, II e III deste artigo. porte e a comercialização de armas de fogo e de
2019, que regulamenta este estatuto para dispor § 8o Estará dispensado das exigências constan‑ munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o
sobre a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e Sistema de Gerenciamento Militar de Armas.
a comercialização de armas de fogo e de munição
tes do inciso III do caput deste artigo, na forma
do regulamento, o interessado em adquirir c Art. 22, I e § 2o, da Lei no 11.340, de 7-8-2006 (Lei

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema que Coíbe a Violência Doméstica e Familiar Contra
de Gerenciamento Militar de Armas. arma de fogo de uso permitido que comprove a Mulher).
estar autorizado a portar arma com as mesmas
I – comprovação de idoneidade, com a apre‑ I – os integrantes das Forças Armadas;
características daquela a ser adquirida.
sentação de certidões negativas de anteceden‑ II – os integrantes de órgãos referidos nos in‑
tes criminais fornecidas pela Justiça Federal, c § 8o acrescido pela Lei no 11.706, de 19-6-2008.
cisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da
Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar res‑ Art. 5 O certificado de Registro de Arma de Constituição Federal e os da Força Nacional de
o

pondendo a inquérito policial ou a processo Fogo, com validade em todo o território na‑ Segurança Pública (FNSP);
criminal, que poderão ser fornecidas por meios cional, autoriza o seu proprietário a manter a c Inciso II com a redação dada pela Lei no 13.500, de
eletrônicos; arma de fogo exclusivamente no interior de 26-10-2017.
c Inciso I com a redação dada pela Lei n o 11.706, de
sua residência ou domicílio, ou dependência
III – os integrantes das guardas municipais das
19-6-2008. desses, ou, ainda, no seu local de trabalho,
capitais dos Estados e dos Municípios com
desde que seja ele o titular ou o responsável
II – apresentação de documento comproba‑ legal pelo estabelecimento ou empresa. mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
tório de ocupação lícita e de residência certa; nas condições estabelecidas no regulamento
c Caput com a redação dada pela Lei no 10.884, de
III – comprovação de capacidade técnica e de desta Lei;
17-6-2004.
aptidão psicológica para o manuseio de arma c O STF, por maioria dos votos, julgou improcedente
de fogo, atestadas na forma disposta no regu‑ § 1 o
O certificado de registro de arma de fogo o pedido formulado na ADC n o 38, para declarar a
lamento desta Lei. será expedido pela Polícia Federal e será prece‑ inconstitucionalidade deste inciso, a fim de inva-
dido de autorização do SINARM. lidar as expressões “das capitais dos Estados” e
c Art. 3 o, § 2 o, IV, do Dec. n o 9.847, de 25-6-2019,
“com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitan-
que regulamenta este estatuto para dispor sobre § 2 Os requisitos de que tratam os incisos
o
tes” (DOU de 1o-6-2021).
a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a co- I, II e III do art. 4 o deverão ser comprovados
mercialização de armas de fogo e de munição e periodicamente, em período não inferior a 3 IV – os integrantes das guardas municipais dos
sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema (três) anos, na conformidade do estabelecido Municípios com mais de 50.000 (cinquenta
de Gerenciamento Militar de Armas. no regulamento desta Lei, para a renovação mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) ha‑
c IN do DPF n o 70, de 13-3-2013, estabelece proce- do Certificado de Registro de Arma de Fogo. bitantes, quando em serviço;
dimentos para o credenciamento e fiscalização de c Inciso IV com a redação dada pela Lei n o 10.867, de
psicólogos responsáveis pela expedição do com- § 3 O proprietário de arma de fogo com cer‑
o
12-5-2004.
provante de aptidão psicológica para o manuseio tificados de registro de propriedade expedi‑ c O STF, por maioria dos votos, julgou improcedente
de arma de fogo de que trata esta Lei. do por órgão estadual ou do Distrito Federal o pedido formulado na ADC n o 38, para declarar a
§ 1o O SINARM expedirá autorização de com‑ até a data da publicação desta Lei que não inconstitucionalidade deste inciso, por desrespei-
pra de arma de fogo após atendidos os requi‑ optar pela entrega espontânea prevista no to aos princípios da igualdade e da eficiência (DOU
sitos anteriormente estabelecidos, em nome art. 32 desta Lei deverá renová‑lo mediante de 1o-6-2021).
do requerente e para a arma indicada, sendo o pertinente registro federal, até o dia 31 de V – os agentes operacionais da Agência Brasi‑
intransferível esta autorização. dezembro de 2008, ante a apresentação de leira de Inteligência e os agentes do Departa‑
documento de identificação pessoal e compro‑ mento de Segurança do Gabinete de Seguran‑
c Art. 3 o, § 3 o, VI, do Dec. n o 9.847, de 25-6-2019,
vante de residência fixa, ficando dispensado ça Institucional da Presidência da República;
que regulamenta este estatuto para dispor sobre
a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a co- do pagamento de taxas e do cumprimento das VI – os integrantes dos órgãos policiais referi‑
mercialização de armas de fogo e de munição e demais exigências constantes dos incisos I a III dos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Consti‑
sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema do caput do art. 4 desta Lei.
o
tuição Federal;
de Gerenciamento Militar de Armas. c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 11.706, de VII – os integrantes do quadro efetivo dos
§ 2 o A aquisição de munição somente pode‑ 19-6-2008. agentes e guardas prisionais, os integrantes
rá ser feita no calibre correspondente à arma c Art. 20 da Lei n 11.922, de 13-4-2009, que prorro- das escoltas de presos e as guardas portuárias;
o

ga o prazo deste parágrafo para 31-12-2009. VIII – as empresas de segurança privada e de


registrada e na quantidade estabelecida no
regulamento desta Lei. § 4o Para fins do cumprimento do disposto no transporte de valores constituídas, nos termos
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 11.706, de
§ 3 deste artigo, o proprietário de arma de desta Lei;
o

19-6-2008. fogo poderá obter, no Departamento de Polícia IX – para os integrantes das entidades de des‑
c O STF, por maioria, no julgamento da ADIN
Federal, certificado de registro provisório, ex‑ porto legalmente constituídas, cujas atividades
n o 6.466, atribuiu interpretação conforme a pedido na rede mundial de computadores – in‑ esportivas demandem o uso de armas de fogo,
Constituição Federal a este parágrafo (DOU de ternet, na forma do regulamento e obedecidos na forma do regulamento desta Lei, observan‑
15-9-2023). os procedimentos a seguir: do‑se, no que couber, a legislação ambiental;

1441
Lei no 10.826/2003
X – integrantes das Carreiras de Auditoria da de uma arma de uso permitido, de tiro simples, § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Mi‑
Receita Federal do Brasil e de Auditoria Fiscal com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de nistério Público designará os servidores de seus
do Trabalho, cargos de Auditor Fiscal e Analista calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde quadros pessoais no exercício de funções de
Tributário; que o interessado comprove a efetiva neces‑ segurança que poderão portar arma de fogo,
c Inciso X com a redação dada pela Lei n o 11.501, de sidade em requerimento ao qual deverão ser respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta
11-7-2007. anexados os seguintes documentos: por cento) do número de servidores que exer‑
XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos c § 5o com a redação dada pela Lei no 11.706, de çam funções de segurança.
no art. 92 da Constituição Federal e os Ministé‑ 19-6-2008. § 3 o O porte de arma pelos servidores das
rios Públicos da União e dos Estados, para uso I – documento de identificação pessoal; instituições de que trata este artigo fica con‑
exclusivo de servidores de seus quadros pes‑ II – comprovante de residência em área rural; e dicionado à apresentação de documentação
soais que efetivamente estejam no exercício III – atestado de bons antecedentes. comprobatória do preenchimento dos requisi‑
de funções de segurança, na forma de regu‑ c Incisos I a III acrescidos pela Lei n o 11.706, de tos constantes do art. 4o desta Lei, bem como
lamento a ser emitido pelo Conselho Nacional 19-6-2008. à formação funcional em estabelecimentos
de Justiça – CNJ e pelo Conselho Nacional do § 6o O caçador para subsistência que der outro de ensino de atividade policial e à existência
Ministério Público – CNMP. uso à sua arma de fogo, independentemente de mecanismos de fiscalização e de controle
c Inciso XI acrescido pela Lei n o 12.694, de de outras tipificações penais, responderá, con‑ interno, nas condições estabelecidas no regu‑
24-7-2012. forme o caso, por porte ilegal ou por disparo lamento desta Lei.
§ 1 o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, de arma de fogo de uso permitido. § 4o A listagem dos servidores das instituições
V e VI do caput deste artigo terão direito de c § 6o com a redação dada pela Lei no 11.706, de de que trata este artigo deverá ser atualizada
portar arma de fogo de propriedade particular 19-6-2008. semestralmente no SINARM.
ou fornecida pela respectiva corporação ou § 7 o Aos integrantes das guardas municipais § 5 o As instituições de que trata este artigo
instituição, mesmo fora de serviço, nos termos dos Municípios que integram regiões metropo‑ são obrigadas a registrar ocorrência policial e
do regulamento desta Lei, com validade em litanas será autorizado porte de arma de fogo, a comunicar à Polícia Federal eventual perda,
âmbito nacional para aquelas constantes dos quando em serviço. furto, roubo ou outras formas de extravio de
incisos I, II, V e VI. c § 7o acrescido pela Lei n o 11.706, de 19-6-2008. armas de fogo, acessórios e munições que es‑
§ 1 o com a redação dada pela Lei n o 11.706, de
c
19-6-2008.
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos em‑ tejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e
pregados das empresas de segurança privada e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 1o‑A. Revogado. Lei no 11.706, de 19-6-2008. de transporte de valores, constituídas na forma c Art. 7 o ‑A acrescido pela Lei n o 12.694, de
§ 1o‑B. Os integrantes do quadro efetivo de da lei, serão de propriedade, responsabilidade 24-7-2012.
agentes e guardas prisionais poderão portar e guarda das respectivas empresas, somente Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entida‑
arma de fogo de propriedade particular ou for‑ podendo ser utilizadas quando em serviço, des desportivas legalmente constituídas devem
necida pela respectiva corporação ou institui‑ devendo essas observar as condições de uso obedecer às condições de uso e de armaze‑
ção, mesmo fora de serviço, desde que estejam: e de armazenagem estabelecidas pelo órgão nagem estabelecidas pelo órgão competente,
competente, sendo o certificado de registro e respondendo o possuidor ou o autorizado a
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva; a autorização de porte expedidos pela Polícia portar a arma pela sua guarda na forma do
II – sujeitos à formação funcional, nos termos Federal em nome da empresa.
do regulamento; e regulamento desta Lei.
c Art. 54 do Dec. n o 9.847, de 25-6-2019, que regula-
III – subordinados a mecanismos de fiscaliza‑ menta este estatuto para dispor sobre a aquisição, Art. 9 Compete ao Ministério da Justiça a
o

ção e de controle interno. o cadastro, o registro, o porte e a comercialização autorização do porte de arma para os respon‑
c § 1o‑B acrescido pela Lei no 12.993, de 17-6-2014. de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema sáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros
Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando
§ 1o‑C. VETADO. Lei no 12.993, de 17-6-2014. Militar de Armas. do Exército, nos termos do regulamento des‑
§ 2 o A autorização para o porte de arma de § 1o O proprietário ou diretor responsável de ta Lei, o registro e a concessão de porte de
fogo aos integrantes das instituições descritas empresa de segurança privada e de transpor‑ trânsito de arma de fogo para colecionadores,
nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo te de valores responderá pelo crime previsto atiradores e caçadores e de representantes es‑
está condicionada à comprovação do requisito no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem trangeiros em competição internacional oficial
a que se refere o inciso III do caput do art. 4o prejuízo das demais sanções administrativas e de tiro realizada no território nacional.
desta Lei nas condições estabelecidas no regu‑ civis, se deixar de registrar ocorrência policial Art. 10. A autorização para o porte de arma
lamento desta Lei. e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, de fogo de uso permitido, em todo o território
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 11.706, de roubo ou outras formas de extravio de armas nacional, é de competência da Polícia Federal
19-6-2008. de fogo, acessórios e munições que estejam e somente será concedida após autorização do
§ 3 o A autorização para o porte de arma de sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e qua‑ SINARM.
fogo das guardas municipais está condiciona‑ tro) horas depois de ocorrido o fato.
c Art. 20 do Dec. n o 9.847, de 25-6-2019, que regula-
da à formação funcional de seus integrantes § 2o A empresa de segurança e de transporte menta este estatuto para dispor sobre a aquisição,
em estabelecimentos de ensino de atividade de valores deverá apresentar documentação o cadastro, o registro, o porte e a comercialização
policial, à existência de mecanismos de fisca‑ comprobatória do preenchimento dos requisi‑ de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema
lização e de controle interno, nas condições tos constantes do art. 4 desta Lei quanto aos
o Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento
estabelecidas no regulamento desta Lei, ob‑ empregados que portarão arma de fogo. Militar de Armas.
servada a supervisão do Ministério da Justiça. § 3o A listagem dos empregados das empresas § 1 A autorização prevista neste artigo poderá
o

c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 10.884, de referidas neste artigo deverá ser atualizada se‑ ser concedida com eficácia temporária e terri‑
17-6-2004. mestralmente junto ao SINARM. torial limitada, nos termos de atos regulamen‑
§ 4 o Os integrantes das Forças Armadas, das Art. 7o‑A. As armas de fogo utilizadas pelos tares, e dependerá de o requerente:
polícias federais e estaduais e do Distrito Fe‑ servidores das instituições descritas no inciso I – demonstrar a sua efetiva necessidade por
deral, bem como os militares dos Estados e do XI do art. 6 o serão de propriedade, responsa‑ exercício de atividade profissional de risco ou
Distrito Federal, ao exercerem o direito descri‑ bilidade e guarda das respectivas instituições, de ameaça à sua integridade física;
to no art. 4 o, ficam dispensados do cumpri‑ somente podendo ser utilizadas quando em c O STF, por maioria, no julgamento da ADIN
mento do disposto nos incisos I, II e III do mes‑ serviço, devendo estas observar as condições n o 6.139, atribuiu interpretação conforme a
mo artigo, na forma do regulamento desta Lei. de uso e de armazenagem estabelecidas pelo Constituição Federal a este dispositivo (DOU de
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de órgão competente, sendo o certificado de re‑ 18-9-2023).
25 (vinte e cinco) anos que comprovem depen‑ gistro e a autorização de porte expedidos pela II – atender às exigências previstas no art. 4 o
der do emprego de arma de fogo para prover Polícia Federal em nome da instituição. desta Lei;
sua subsistência alimentar familiar será conce‑ § 1 o A autorização para o porte de arma de III – apresentar documentação de propriedade
dido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do de arma de fogo, bem como o seu devido re‑
fogo, na categoria caçador para subsistência, pagamento de taxa. gistro no órgão competente.

1442
Lei no 11.340/2006
I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocor- Art. 12‑C. Verificada a existência de risco Art. 16. Nas ações penais públicas condicio-
rência e tomar a representação a termo, se atual ou iminente à vida ou à integridade fí- nadas à representação da ofendida de que
apresentada; sica ou psicológica da mulher em situação trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
c O STF, por maioria de votos, julgou procedente a de violência doméstica e familiar, ou de seus representação perante o juiz, em audiência
ADIN n 4.424, para dar a este inciso interpretação dependentes, o agressor será imediatamente
o especialmente designada com tal finalidade,
conforme a CF, assentando a natureza incondicio- afastado do lar, domicílio ou local de convivên- antes do recebimento da denúncia e ouvido o
nada da ação penal em caso de crime de lesão, pou- cia com a ofendida: Ministério Público.
co importando a extensão desta, praticado contra a
mulher no ambiente doméstico (DOU de 17-2-2012). c Caput com a redação dada pela Lei no 14.188, de c O STF, por maioria de votos, julgou procedente a
28-7-2021. ADIN no 4.424, para dar a este artigo interpretação
II – colher todas as provas que servirem para o conforme a CF, assentando a natureza incondicio-
I – pela autoridade judicial; nada da ação penal em caso de crime de lesão,
esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
II – pelo delegado de polícia, quando o Muni- pouco importando a extensão desta, praticado
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito)
cípio não for sede de comarca; ou contra a mulher no ambiente doméstico (DOU de
horas, expediente apartado ao juiz com o pedi-
III – pelo policial, quando o Município não for 17-2-2012).
do da ofendida, para a concessão de medidas O STF, por unanimidade, no julgamento da ADIN
sede de comarca e não houver delegado dispo- c
protetivas de urgência; n o 7.267, conferiu interpretação conforme a
nível no momento da denúncia.
IV – determinar que se proceda ao exame de Constituição Federal a este artigo, de modo a re-
corpo de delito da ofendida e requisitar outros c Incisos I a III acrescidos pela Lei n o 13.827, de conhecer a inconstitucionalidade da designação,
13-5-2019. de ofício, da audiência nele prevista, assim como
exames periciais necessários;
V – ouvir o agressor e as testemunhas; § 1o Nas hipóteses dos incisos II e III do caput da inconstitucionalidade do reconhecimento de
deste artigo, o juiz será comunicado no prazo que eventual não comparecimento da vítima de
VI – ordenar a identificação do agressor e fa- violência doméstica implique “retratação tácita”
zer juntar aos autos sua folha de antecedentes máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, ou “renúncia tácita ao direito de representação”
criminais, indicando a existência de mandado em igual prazo, sobre a manutenção ou a revo- (DOU de 4-9-2023).
de prisão ou registro de outras ocorrências po- gação da medida aplicada, devendo dar ciên-
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de
liciais contra ele; cia ao Ministério Público concomitantemente. violência doméstica e familiar contra a mulher,
VI‑A – verificar se o agressor possui registro § 2o Nos casos de risco à integridade física da de penas de cesta básica ou outras de presta-
de porte ou posse de arma de fogo e, na hi- ofendida ou à efetividade da medida proteti- ção pecuniária, bem como a substituição de
pótese de existência, juntar aos autos essa va de urgência, não será concedida liberdade pena que implique o pagamento isolado de
informação, bem como notificar a ocorrência provisória ao preso. multa.

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
à instituição responsável pela concessão do c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 13.827, de CAPÍTULO II
registro ou da emissão do porte, nos termos 13-5-2019.
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003 DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
(Estatuto do Desarmamento); TÍTULO IV – DOS PROCEDIMENTOS Seção I
c Inciso VI‑A acrescido pela Lei n o 13.880, de DISPOSIÇÕES GERAIS
8-10-2019. CAPÍTULO I
VII – remeter, no prazo legal, os autos do in- DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 18. Recebido o expediente com o pedido
da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48
quérito policial ao juiz e ao Ministério Público. Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à exe- (quarenta e oito) horas:
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a ter- cução das causas cíveis e criminais decorrentes
da prática de violência doméstica e familiar I – conhecer do expediente e do pedido e de-
mo pela autoridade policial e deverá conter: cidir sobre as medidas protetivas de urgência;
contra a mulher aplicar‑se‑ão as normas dos
I – qualificação da ofendida e do agressor; Códigos de Processo Penal e Processo Civil e II – determinar o encaminhamento da ofendida
II – nome e idade dos dependentes; da legislação específica relativa à criança, ao ao órgão de assistência judiciária, quando for o
III – descrição sucinta do fato e das medidas adolescente e ao idoso que não conflitarem caso, inclusive para o ajuizamento da ação de
protetivas solicitadas pela ofendida; com o estabelecido nesta Lei. separação judicial, de divórcio, de anulação de
IV – informação sobre a condição de a ofendi- Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica casamento ou de dissolução de união estável
da ser pessoa com deficiência e se da violência e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça perante o juízo competente;
sofrida resultou deficiência ou agravamento de Ordinária com competência cível e criminal, c Inciso II com a redação dada pela Lei no 13.894, de
deficiência preexistente. poderão ser criados pela União, no Distrito 29-10-2019.
c Inciso IV acrescido pela Lei no 13.836, de 4-6-2019. Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para III – comunicar ao Ministério Público para que
§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao do- o processo, o julgamento e a execução das adote as providências cabíveis;
cumento referido no § 1o o boletim de ocorrên- causas decorrentes da prática de violência do- IV – determinar a apreensão imediata de arma
cia e cópia de todos os documentos disponíveis méstica e familiar contra a mulher. de fogo sob a posse do agressor.
em posse da ofendida. Parágrafo único. Os atos processuais po- c Inciso IV acrescido pela Lei n o 13.880, de
§ 3o Serão admitidos como meios de prova os derão realizar‑se em horário noturno, con- 8-10-2019.
laudos ou prontuários médicos fornecidos por forme dispuserem as normas de organização Art. 19. As medidas protetivas de urgência po-
hospitais e postos de saúde. judiciária. derão ser concedidas pelo juiz, a requerimento
Art. 12‑A. Os Estados e o Distrito Federal, na Art. 14‑A. A ofendida tem a opção de propor do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
formulação de suas políticas e planos de aten- ação de divórcio ou de dissolução de união § 1o As medidas protetivas de urgência pode-
dimento à mulher em situação de violência do- estável no Juizado de Violência Doméstica e rão ser concedidas de imediato, independen-
méstica e familiar, darão prioridade, no âmbito Familiar contra a Mulher. temente de audiência das partes e de manifes-
da Polícia Civil, à criação de Delegacias Espe- § 1o Exclui‑se da competência dos Juizados de tação do Ministério Público, devendo este ser
cializadas de Atendimento à Mulher (DEAMS), Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher prontamente comunicado.
de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de a pretensão relacionada à partilha de bens. § 2o As medidas protetivas de urgência serão
equipes especializadas para o atendimento e aplicadas isolada ou cumulativamente, e po-
a investigação das violências graves contra a § 2o Iniciada a situação de violência doméstica
e familiar após o ajuizamento da ação de divór- derão ser substituídas a qualquer tempo por
mulher. outras de maior eficácia, sempre que os direi-
cio ou de dissolução de união estável, a ação
c Art. 12‑A acrescido pela Lei n o 13.505, de tos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados
8-11-2017. terá preferência no juízo onde estiver.
c Art. 14‑A acrescido pela Lei n o 13.894, de 29-10- ou violados.
Art. 12‑B. VETADO. Lei n o 13.505, de 8 2019, promulgado nos termos do art. 66, § 5o, da § 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministé-
–11-2017. CF (DOU de 11-12-2019). rio Público ou a pedido da ofendida, conceder
§§ 1 o e 2 o VETADOS. Lei n o 13.505, de 8 Art. 15. É competente, por opção da ofendida, novas medidas protetivas de urgência ou rever
–11-2017. para os processos cíveis regidos por esta Lei, aquelas já concedidas, se entender necessário
§ 3 o A autoridade policial poderá requisitar o Juizado: à proteção da ofendida, de seus familiares e de
os serviços públicos necessários à defesa da I – do seu domicílio ou de sua residência; seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
mulher em situação de violência doméstica e II – do lugar do fato em que se baseou a de- § 4o As medidas protetivas de urgência serão
familiar e de seus dependentes. manda; concedidas em juízo de cognição sumária a
c § 3o acrescido pela Lei no 13.505, de 8-11-2017. III – do domicílio do agressor. partir do depoimento da ofendida perante

1509
Lei no 11.340/2006
a autoridade policial ou da apresentação de VII – acompanhamento psicossocial do agres- Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao
suas alegações escritas e poderão ser indefe‑ sor, por meio de atendimento individual e/ou cartório competente para os fins previstos nos
ridas no caso de avaliação pela autoridade em grupo de apoio. incisos II e III deste artigo.
de inexistência de risco à integridade física, c Incisos VI e VII acrescidos pela Lei n o 13.984, de Seção IV
psicológica, sexual, patrimonial ou moral da 3-4-2020.
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE
ofendida ou de seus dependentes. § 1 o As medidas referidas neste artigo não MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
§ 5o As medidas protetivas de urgência serão impedem a aplicação de outras previstas na c Seção IV acrescida pela Lei no 13.641, de 3-4-2018.
concedidas independentemente da tipifi‑ legislação em vigor, sempre que a segurança
da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, Art. 24‑A. Descumprir decisão judicial que de-
cação penal da violência, do ajuizamento fere medidas protetivas de urgência previstas
de ação penal ou cível, da existência de in‑ devendo a providência ser comunicada ao Mi-
nistério Público. nesta Lei:
quérito policial ou do registro de boletim de
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encon- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
ocorrência.
trando‑se o agressor nas condições mencionadas anos.
§ 6o As medidas protetivas de urgência vigo‑ § 1 o A configuração do crime independe da
no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826,
rarão enquanto persistir risco à integridade de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará competência civil ou criminal do juiz que de-
física, psicológica, sexual, patrimonial ou ao respectivo órgão, corporação ou instituição feriu as medidas.
moral da ofendida ou de seus dependentes. as medidas protetivas de urgência concedidas e § 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas
c §§ 4 o a 6 o acrescidos pela Lei n o 14.550, de determinará a restrição do porte de armas, fican- a autoridade judicial poderá conceder fiança.
19-4-2023. do o superior imediato do agressor responsável
§ 3o O disposto neste artigo não exclui a apli-
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito poli- pelo cumprimento da determinação judicial, sob
cação de outras sanções cabíveis.
cial ou da instrução criminal, caberá a prisão pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de desobediência, conforme o caso. c Art. 24‑A acrescido pela Lei no 13.641, de 3-4-2018.
de ofício, a requerimento do Ministério Públi- § 3 o Para garantir a efetividade das medidas CAPÍTULO III
co ou mediante representação da autoridade protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
policial. a qualquer momento, auxílio da força policial. Art. 25. O Ministério Público intervirá, quan-
c Art. 311 do CPP. § 4o Aplica‑se às hipóteses previstas neste arti- do não for parte, nas causas cíveis e criminais
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a go, no que couber, o disposto no caput e nos decorrentes da violência doméstica e familiar
prisão preventiva se, no curso do processo, §§ 5o e 6o do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 contra a mulher.
verificar a falta de motivo para que subsista, de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). c Arts. 127 a 129 da CF.
bem como de novo decretá‑la, se sobrevierem c Arts. 139, IV, 536, § 1o, e 537, § 1o, I, do CPC/2015. Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem
razões que a justifiquem. Seção III prejuízo de outras atribuições, nos casos de
c Art. 316 do CPP.
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE violência doméstica e familiar contra a mulher,
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos URGÊNCIA À OFENDIDA quando necessário:
atos processuais relativos ao agressor, especial- Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem I – requisitar força policial e serviços públicos
mente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prejuízo de outras medidas: de saúde, de educação, de assistência social e
prisão, sem prejuízo da intimação do advogado de segurança, entre outros;
constituído ou do defensor público. I – encaminhar a ofendida e seus dependentes II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e
a programa oficial ou comunitário de proteção particulares de atendimento à mulher em si-
Parágrafo único. A ofendida não poderá en- ou de atendimento; tuação de violência doméstica e familiar, e
tregar intimação ou notificação ao agressor. II – determinar a recondução da ofendida e a adotar, de imediato, as medidas administrati-
Seção II de seus dependentes ao respectivo domicílio, vas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer
após afastamento do agressor; irregularidades constatadas;
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE
III – determinar o afastamento da ofendida do III – cadastrar os casos de violência doméstica
URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR
lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, e familiar contra a mulher.
Art. 22. Constatada a prática de violência do- guarda dos filhos e alimentos;
méstica e familiar contra a mulher, nos termos IV – determinar a separação de corpos; CAPÍTULO IV
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, V – determinar a matrícula dos dependentes DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
ao agressor, em conjunto ou separadamente, da ofendida em instituição de educação básica
as seguintes medidas protetivas de urgência, mais próxima do seu domicílio, ou a transfe-
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis
e criminais, a mulher em situação de violência
entre outras: rência deles para essa instituição, independen- doméstica e familiar deverá estar acompa-
I – suspensão da posse ou restrição do porte temente da existência de vaga; nhada de advogado, ressalvado o previsto no
de armas, com comunicação ao órgão compe- c Inciso V acrescido pela Lei n 13.882, de 8-10-2019. art. 19 desta Lei.
o

tente, nos termos da Lei n 10.826, de 22 de VI – conceder à ofendida auxílio‑aluguel, Art. 28. É garantido a toda mulher em situa-
o

dezembro de 2003; com valor fixado em função de sua situação ção de violência doméstica e familiar o acesso
II – afastamento do lar, domicílio ou local de de vulnerabilidade social e econômica, por aos serviços de Defensoria Pública ou de As-
convivência com a ofendida; período não superior a 6 (seis) meses. sistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei,
III – proibição de determinadas condutas, entre c Inciso VI acrescido pela Lei n o 14.674, de em sede policial e judicial, mediante atendi-
as quais: 14-9-2023. mento específico e humanizado.
a) aproximação da ofendida, de seus familia- Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens
TÍTULO V – DA EQUIPE DE
res e das testemunhas, fixando o limite mí- da sociedade conjugal ou daqueles de proprie-
ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
nimo de distância entre estes e o agressor; dade particular da mulher, o juiz poderá de-
b) contato com a ofendida, seus familia- terminar, liminarmente, as seguintes medidas, Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica
entre outras: e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
res e testemunhas por qualquer meio de
comunicação; I – restituição de bens indevidamente subtraí- criados poderão contar com uma equipe de
c) frequentação de determinados lugares a dos pelo agressor à ofendida; atendimento multidisciplinar, a ser integrada
fim de preservar a integridade física e psi- II – proibição temporária para a celebração de por profissionais especializados nas áreas psi-
cológica da ofendida; atos e contratos de compra, venda e locação cossocial, jurídica e de saúde.
de propriedade em comum, salvo expressa au- Art. 30. Compete à equipe de atendimento
IV – restrição ou suspensão de visitas aos de- torização judicial; multidisciplinar, entre outras atribuições que
pendentes menores, ouvida a equipe de aten- III – suspensão das procurações conferidas pela lhe forem reservadas pela legislação local,
dimento multidisciplinar ou serviço similar; ofendida ao agressor; fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Mi-
V – prestação de alimentos provisionais ou IV – prestação de caução provisória, mediante nistério Público e à Defensoria Pública, me-
provisórios; depósito judicial, por perdas e danos materiais diante laudos ou verbalmente em audiência,
VI – comparecimento do agressor a programas decorrentes da prática de violência doméstica e desenvolver trabalhos de orientação, enca-
de recuperação e reeducação; e e familiar contra a ofendida. minhamento, prevenção e outras medidas,

1510
Lei no 13.675/2018
lidade de Armas e Munições, de Material XV – agentes de trânsito; Art. 12. A aferição anual de metas deverá ob‑
Genético, de Digitais e de Drogas (SINESP); XVI – guarda portuária; servar os seguintes parâmetros:
c Alínea b com a redação dada pela Lei n o 13.756, de XVII – polícia legislativa, prevista no § 3 do
o
I – as atividades de polícia judiciária e de apura‑
12-12-2018. art. 27, no inciso IV do caput do art. 51 e no ção das infrações penais serão aferidas, entre
c) o Sistema Integrado de Educação e Valori‑ inciso XIII do caput do art. 52 da Constituição outros fatores, pelos índices de elucidação dos
zação Profissional (SIEVAP); Federal. delitos, a partir dos registros de ocorrências po‑
d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segu‑ c Inciso XVII com a redação dada pela Lei n 14.531,
o
liciais, especialmente os de crimes dolosos com
rança Pública (RENAESP); de 10-1-2023, promulgado nos termos do art. 66, resultado em morte e de roubo, pela identifica‑
§ 5o, da CF (DOU de 19-7-2023). ção, prisão dos autores e cumprimento de man‑
e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida
para Profissionais de Segurança Pública § 3 VETADO. dados de prisão de condenados a crimes com
o

(Pró‑Vida); § 4o Os sistemas estaduais, distrital e munici‑ penas de reclusão, e pela recuperação do pro‑
pais serão responsáveis pela implementação duto de crime em determinada circunscrição;
III – VETADO; II – as atividades periciais serão aferidas me‑
IV – o Plano Nacional de Enfrentamento de Ho‑ dos respectivos programas, ações e projetos de diante critérios técnicos emitidos pelo órgão
micídios de Jovens; segurança pública, com liberdade de organi‑
responsável pela coordenação das perícias
V – os mecanismos formados por órgãos de zação e funcionamento, respeitado o disposto oficiais, considerando os laudos periciais e o
prevenção e controle de atos ilícitos contra a nesta Lei. resultado na produção qualificada das provas
Administração Pública e referentes a ocultação Seção II relevantes à instrução criminal;
ou dissimulação de bens, direitos e valores; III – as atividades de polícia ostensiva e de
DO FUNCIONAMENTO
VI – o Plano Nacional de Prevenção e Enfrenta- preservação da ordem pública serão aferidas,
mento à Violência contra a Mulher, nas ações Art. 10. A integração e a coordenação dos ór‑ entre outros fatores, pela maior ou menor in‑
pertinentes às políticas de segurança, imple- gãos integrantes do SUSP dar‑se‑ão nos limites cidência de infrações penais e administrativas
mentadas em conjunto com os órgãos e instân- das respectivas competências, por meio de: em determinada área, seguindo os parâmetros
cias estaduais, municipais e do Distrito Federal I – operações com planejamento e execução do SINESP;
responsáveis pela rede de prevenção e de aten- integrados; IV – as atividades dos corpos de bombeiros
dimento das mulheres em situação de violência. II – estratégias comuns para atuação na pre‑ militares serão aferidas, entre outros fatores,
c Inciso VI acrescido pela Lei n o 14.330, de 4-5-2022. venção e no controle qualificado de infrações pelas ações de prevenção, preparação para
CAPÍTULO III penais; emergências e desastres, índices de tempo
III – aceitação mútua de registro de ocorrência de resposta aos desastres e de recuperação
DO SISTEMA ÚNICO DE
policial; de locais atingidos, considerando‑se áreas
SEGURANÇA PÚBLICA
IV – compartilhamento de informações, inclu‑ determinadas;
Seção I sive com o Sistema Brasileiro de Inteligência V – a eficiência do sistema prisional será aferida
DA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA (SISBIN); com base nos seguintes fatores, entre outros:
Art. 9o É instituído o Sistema Único de Seguran‑ V – intercâmbio de conhecimentos técnicos e a) o número de vagas ofertadas no sistema;
ça Pública (SUSP), que tem como órgão central científicos; b) a relação existente entre o número de pre‑
o Ministério Extraordinário da Segurança Públi‑ VI – integração das informações e dos dados sos e a quantidade de vagas ofertadas;
ca e é integrado pelos órgãos de que trata o de segurança pública por meio do SINESP. c) o índice de reiteração criminal dos egressos;
art. 144 da Constituição Federal, pelos agentes § 1o O SUSP será coordenado pelo Ministério d) a quantidade de presos condenados aten‑
penitenciários, pelas guardas municipais e pelos Extraordinário da Segurança Pública. didos de acordo com os parâmetros estabe‑
demais integrantes estratégicos e operacionais, § 2 o As operações combinadas, planejadas e lecidos pelos incisos do caput deste artigo,
que atuarão nos limites de suas competências, com observância de critérios objetivos e
desencadeadas em equipe poderão ser osten‑
de forma cooperativa, sistêmica e harmônica. transparentes.
sivas, investigativas, de inteligência ou mistas,
c O STF, por maioria, no julgamento da ADPF n o 995, § 1o A aferição considerará aspectos relativos
conferiu interpretação conforme a Constituição
e contar com a participação de órgãos inte‑
Federal a este artigo, declarando inconstitucional grantes do SUSP e, nos limites de suas compe‑ à estrutura de trabalho físico e de equipamen‑
todas as interpretações judiciais que excluem as tências, com o SISBIN e outros órgãos dos sis‑ tos, bem como de efetivo.
Guardas Municipais, devidamente criadas e insti- temas federal, estadual, distrital ou municipal, § 2o A aferição de que trata o inciso I do caput
tuídas, como integrantes do Sistema de Segurança não necessariamente vinculados diretamente deste artigo deverá distinguir as autorias defi‑
Pública (DOU de 4-9-2023).
aos órgãos de segurança pública e defesa so‑ nidas em razão de prisão em flagrante das au‑
c Art. 6o do Dec. no 9.489, de 30-8-2018, que regula-
menta esta lei. cial, especialmente quando se tratar de enfren‑ torias resultantes de diligências investigatórias.
tamento a organizações criminosas. Art. 13. O Ministério Extraordinário da Se‑
§ 1o São integrantes estratégicos do SUSP:
§ 3 o O planejamento e a coordenação das gurança Pública, responsável pela gestão do
I – a União, os Estados, o Distrito Federal e operações referidas no § 2o deste artigo serão SUSP, deverá orientar e acompanhar as ativi‑
os Municípios, por intermédio dos respectivos exercidos conjuntamente pelos participantes. dades dos órgãos integrados ao Sistema, além
Poderes Executivos; de promover as seguintes ações:
II – os Conselhos de Segurança Pública e Defe‑ § 4 O compartilhamento de informações será
o

sa Social dos três entes federados. feito preferencialmente por meio eletrônico, I – apoiar os programas de aparelhamento e
com acesso recíproco aos bancos de dados, modernização dos órgãos de segurança públi‑
§ 2o São integrantes operacionais do SUSP: ca e defesa social do País;
nos termos estabelecidos pelo Ministério Ex‑
I – polícia federal; traordinário da Segurança Pública. II – implementar, manter e expandir, obser‑
II – polícia rodoviária federal; vadas as restrições previstas em lei quanto a
III – VETADO; § 5o O intercâmbio de conhecimentos técnicos sigilo, o Sistema Nacional de Informações e de
IV – polícias civis; e científicos para qualificação dos profissionais Gestão de Segurança Pública e Defesa Social;
V – polícias militares; de segurança pública e defesa social dar‑se‑á, III – efetivar o intercâmbio de experiências técni‑
VI – corpos de bombeiros militares; entre outras formas, pela reciprocidade na cas e operacionais entre os órgãos policiais fede‑
VII – guardas municipais; abertura de vagas nos cursos de especializa‑ rais, estaduais, distrital e as guardas municipais;
VIII – órgãos do sistema penitenciário; ção, aperfeiçoamento e estudos estratégicos, IV – valorizar a autonomia técnica, científica e
IX – VETADO; respeitadas as peculiaridades e o regime jurí‑ funcional dos institutos oficiais de criminalís‑
X – institutos oficiais de criminalística, medici‑ dico de cada instituição, e observada, sempre tica, medicina legal e identificação, garantin‑
na legal e identificação; que possível, a matriz curricular nacional. do‑lhes condições plenas para o exercício de
XI – Secretaria Nacional de Segurança Pública Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segu‑ suas funções;
(SENASP); rança Pública fixará, anualmente, metas de V – promover a qualificação profissional dos in‑
XII – secretarias estaduais de segurança públi‑ excelência no âmbito das respectivas compe‑ tegrantes da segurança pública e defesa social,
ca ou congêneres; tências, visando à prevenção e à repressão das especialmente nas dimensões operacional, éti‑
XIII – Secretaria Nacional de Proteção e Defesa infrações penais e administrativas e à preven‑ ca e técnico‑científica;
Civil (SEDEC); ção dos desastres, e utilizará indicadores pú‑ VI – realizar estudos e pesquisas nacionais e
XIV – Secretaria Nacional de Política Sobre Dro‑ blicos que demonstrem de forma objetiva os consolidar dados e informações estatísticas
gas (SENAD); resultados pretendidos. sobre criminalidade e vitimização;

1680
Lei no 13.988/2020
sitos para concessão do auxílio emergencial, LEI No 13.988, II – por adesão, nos demais casos de contencio‑
constantes das bases de dados de que sejam DE 14 DE ABRIL DE 2020 so judicial ou administrativo tributário; e
detentores. Dispõe sobre a transação nas hipóteses III – por adesão, no contencioso tributário de
§ 12. O Poder Executivo regulamentará o auxí‑ que especifica; e altera as Leis pequeno valor.
lio emergencial de que trata este artigo. nos 13.464, de 10 de julho de 2017, e Parágrafo único. A transação por adesão im‑
10.522, de 19 de julho de 2002. plica aceitação pelo devedor de todas as condi‑
§ 13. Fica vedado às instituições financeiras
Publicada no DOU de 14-4-2020 – edição extra. ções fixadas no edital que a propõe.
efetuar descontos ou compensações que impli‑ c

quem a redução do valor do auxílio emergen‑ CAPÍTULO I


Art. 3o A proposta de transação deverá expor
cial, a pretexto de recompor saldos negativos os meios para a extinção dos créditos nela con‑
DISPOSIÇÕES GERAIS templados e estará condicionada, no mínimo,
ou de saldar dívidas preexistentes do beneficiá‑
rio, sendo válido o mesmo critério para qual‑ Art. 1 o Esta Lei estabelece os requisitos e as à assunção pelo devedor dos compromissos de:
condições para que a União, as suas autarquias I – não utilizar a transação de forma abusiva,
quer tipo de conta bancária em que houver
e fundações, e os devedores ou as partes ad‑ com a finalidade de limitar, de falsear ou de
opção de transferência pelo beneficiário.
versas realizem transação resolutiva de litígio prejudicar, de qualquer forma, a livre concor‑
c § 13 acrescido pela Lei no 13.998, de 14-5-2020. relativo à cobrança de créditos da Fazenda Pú‑ rência ou a livre iniciativa econômica;
Art. 3 o Fica o INSS autorizado a antecipar o blica, de natureza tributária ou não tributária. II – não utilizar pessoa natural ou jurídica inter‑
valor mencionado no art. 2o desta Lei para os § 1o A União, em juízo de oportunidade e con‑ posta para ocultar ou dissimular a origem ou a
requerentes do benefício de prestação conti‑ veniência, poderá celebrar transação em quais‑ destinação de bens, de direitos e de valores, os
nuada para as pessoas de que trata o art. 20 da quer das modalidades de que trata esta Lei, seus reais interesses ou a identidade dos bene‑
Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, du‑ sempre que, motivadamente, entender que a ficiários de seus atos, em prejuízo da Fazenda
rante o período de 3 (três) meses, a contar da medida atende ao interesse público. Pública federal;
publicação desta Lei, ou até a aplicação pelo § 2o Para fins de aplicação e regulamentação III – não alienar nem onerar bens ou direitos
INSS do instrumento de avaliação da pessoa desta Lei, serão observados, entre outros, os sem a devida comunicação ao órgão da Fazen‑
com deficiência, o que ocorrer primeiro. princípios da isonomia, da capacidade contri‑ da Pública competente, quando exigido em lei;
butiva, da transparência, da moralidade, da IV – desistir das impugnações ou dos recursos
Parágrafo único. Reconhecido o direito da administrativos que tenham por objeto os cré‑
pessoa com deficiência ou idoso ao benefício razoável duração dos processos e da eficiência
e, resguardadas as informações protegidas por ditos incluídos na transação e renunciar a quais‑
de prestação continuada, seu valor será devi‑ quer alegações de direito sobre as quais se fun‑
sigilo, o princípio da publicidade.
do a partir da data do requerimento, deduzin‑ dem as referidas impugnações ou recursos; e
do‑se os pagamentos efetuados na forma do § 3 o A observância do princípio da transpa‑ V – renunciar a quaisquer alegações de direito,
caput. rência será efetivada, entre outras ações, pela atuais ou futuras, sobre as quais se fundem
divulgação em meio eletrônico de todos os ações judiciais, inclusive as coletivas, ou recur‑
Art. 4 o Fica o INSS autorizado a antecipar 1 termos de transação celebrados, com informa‑
(um) salário mínimo mensal para os requeren‑ sos que tenham por objeto os créditos incluí‑
ções que viabilizem o atendimento do princípio dos na transação, por meio de requerimento
tes do benefício de auxílio‑doença de que trata da isonomia, resguardadas as legalmente pro‑
o art. 59 da Lei n o 8.213, de 24 de julho de de extinção do respectivo processo com resolu‑
tegidas por sigilo. ção de mérito, nos termos da alínea c do inciso
1991, durante o período de 3 (três) meses, a § 4o Aplica‑se o disposto nesta Lei: III do caput do art. 487 da Lei no 13.105, de 16
contar da publicação desta Lei, ou até a reali‑ de março de 2015 (Código de Processo Civil).
I – aos créditos tributários sob a administra‑
zação de perícia pela Perícia Médica Federal, o
ção da Secretaria Especial da Receita Federal § 1o A proposta de transação deferida importa
que ocorrer primeiro. do Brasil do Ministério da Economia; em aceitação plena e irretratável de todas as
Parágrafo único. A antecipação de que trata c Inciso I com a redação dada pela Lei no 14.375, de condições estabelecidas nesta Lei e em sua re‑
o caput estará condicionada: 21-6-2022. gulamentação, de modo a constituir confissão
I – ao cumprimento da carência exigida para II – à dívida ativa e aos tributos da União, cujas irrevogável e irretratável dos créditos abrangi‑
a concessão do benefício de auxílio‑doença; inscrição, cobrança e representação incumbam dos pela transação, nos termos dos arts. 389 a
II – à apresentação de atestado médico, cujos à Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacional, nos 395 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
requisitos e forma de análise serão estabeleci‑ termos do art. 12 da Lei Complementar no 73, (Código de Processo Civil).
dos em ato conjunto da Secretaria Especial de de 10 de fevereiro de 1993; e § 2o Quando a transação envolver moratória ou
Previdência e Trabalho do Ministério da Eco‑ III – no que couber, à dívida ativa das au‑ parcelamento, aplica‑se, para todos os fins, o
nomia e do INSS. tarquias e das fundações públicas federais disposto nos incisos I e VI do caput do art. 151
cujas inscrição, cobrança e representação da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966.
Art. 5o A empresa poderá deduzir do repasse
incumbam à Procuradoria‑Geral Federal ou § 3o Os créditos abrangidos pela transação so‑
das contribuições à previdência social, obser‑ à Procuradoria‑Geral do Banco Central e aos
vado o limite máximo do salário de contri‑ mente serão extintos quando integralmente cum‑
créditos cuja cobrança seja competência da pridas as condições previstas no respectivo termo.
buição ao RGPS, o valor devido, nos termos Procuradoria‑Geral da União, nos termos de
do § 3 o do art. 60 da Lei n o 8.213, de 24 de ato do Advogado‑Geral da União e sem pre‑ Art. 4o Implica a rescisão da transação:
julho de 1991, ao segurado empregado cuja juízo do disposto na Lei no 9.469, de 10 de I – o descumprimento das condições, das cláu‑
incapacidade temporária para o trabalho seja julho de 1997. sulas ou dos compromissos assumidos;
comprovadamente decorrente de sua contami‑ c Inciso III com a redação dada pela Lei no 14.689, de II – a constatação, pelo credor, de ato tendente
nação pelo coronavírus (Covid-19). 20-9-2023. ao esvaziamento patrimonial do devedor como
Art. 6 o O período de 3 (três) meses de que § 5o A transação de créditos de natureza tri‑ forma de fraudar o cumprimento da transa‑
butária será realizada nos termos do art. 171 ção, ainda que realizado anteriormente à sua
trata o caput dos arts. 2o, 3o, 4o e 5o poderá ser
da Lei n o 5.172, de 25 de outubro de 1966 celebração;
prorrogado por ato do Poder Executivo duran‑ III – a decretação de falência ou de extinção,
te o período de enfrentamento da emergência (Código Tributário Nacional).
pela liquidação, da pessoa jurídica transigente;
de saúde pública de importância internacional Art. 2o Para fins desta Lei, são modalidades de IV – a comprovação de prevaricação, de concus‑
da Covid-19, definida pela Lei no 13.979, de 6 transação as realizadas: são ou de corrupção passiva na sua formação;
de fevereiro de 2020. I – por proposta individual ou por adesão, na V – a ocorrência de dolo, de fraude, de simu‑
Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data de sua cobrança de créditos inscritos na dívida ati‑ lação ou de erro essencial quanto à pessoa ou
publicação. va da União, de suas autarquias e fundações quanto ao objeto do conflito;
públicas, na cobrança de créditos que seja da VI – a ocorrência de alguma das hipóteses res‑
Brasília, 2 de abril de 2020; competência da Procuradoria‑Geral da União, cisórias adicionalmente previstas no respectivo
199o da Independência e ou em contencioso administrativo fiscal; termo de transação; ou
132o da República. c Inciso I com a redação dada pela Lei no 14.375, de VII – a inobservância de quaisquer disposições
Jair Messias Bolsonaro 21-6-2022. desta Lei ou do edital.

1716
Lei no 13.988/2020
§ 1 o O devedor será notificado sobre a inci‑ devedor transacionado a que se refere o inci‑
de nulidade, dependerá de prévia e expressa
dência de alguma das hipóteses de rescisão da so IV do caput deste artigo e será de critério
autorização ministerial, admitida a delegação.
transação e poderá impugnar o ato, na forma exclusivo da Secretaria Especial da Receita Fe‑
Art. 9o Os atos que dispuserem sobre a transa‑
da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, no deral do Brasil, para créditos em contencioso
ção poderão, quando for o caso, condicionar
prazo de 30 (trinta) dias. administrativo fiscal, ou da Procuradoria‑Ge‑
sua concessão à observância das normas orça‑
§ 2o Quando sanável, é admitida a regulariza‑ mentárias e financeiras. ral da Fazenda Nacional, para créditos inscri‑
ção do vício que ensejaria a rescisão durante tos em dívida ativa da União, sendo adotada
CAPÍTULO II em casos excepcionais para a melhor e efetiva
o prazo concedido para a impugnação, pre‑
servada a transação em todos os seus termos. DA TRANSAÇÃO NA COBRANÇA composição do plano de regularização.
DE CRÉDITOS DA UNIÃO E DE SUAS § 1o‑A acrescido pela Lei no 14.375, de 21-6-2022.
§ 3o A rescisão da transação implicará o afasta‑ AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS
c

mento dos benefícios concedidos e a cobrança § 2o É vedada a transação que:


integral das dívidas, deduzidos os valores já Art. 10 . A transação na cobrança da dívida I – reduza o montante principal do crédito,
pagos, sem prejuízo de outras consequências ativa da União, das autarquias e das funda‑ assim compreendido seu valor originário, ex‑
previstas no edital. ções públicas federais poderá ser proposta cluídos os acréscimos de que trata o inciso I do
pela Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacio‑ caput deste artigo;
§ 4o Aos contribuintes com transação rescin‑
nal, pela Procuradoria‑Geral Federal e pela II – implique redução superior a 65% (sessen‑
dida é vedada, pelo prazo de 2 (dois) anos,
contado da data de rescisão, a formalização Procuradoria‑Geral do Banco Central, de for‑ ta e cinco por cento) do valor total dos crédi‑
de nova transação, ainda que relativa a débitos ma individual ou por adesão, ou por inicia‑ tos a serem transacionados;
distintos. tiva do devedor, ou pela Procuradoria‑Geral III – conceda prazo de quitação dos créditos
da União, em relação aos créditos sob sua superior a 120 (cento e vinte) meses;
Art. 5o É vedada a transação que: responsabilidade. IV – envolva créditos não inscritos em dívida
I – reduza multas de natureza penal; c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.689, de ativa da União, exceto aqueles sob responsa‑
II – conceda descontos a créditos relativos ao: 20-9-2023. bilidade da Procuradoria‑Geral da União ou
a) Regime Especial Unificado de Arrecadação Art. 10‑A. A transação na cobrança de crédi‑ em contencioso administrativo fiscal de que
de Tributos e Contribuições devidos pelas tos tributários em contencioso administrativo trata o art. 10‑A desta Lei.
Microempresas e Empresas de Pequeno fiscal poderá ser proposta pela Secretaria Es‑ c Incisos II a IV com a redação dada pela Lei

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Porte (Simples Nacional), enquanto não pecial da Receita Federal do Brasil, de forma no 14.375, de 21-6-2022.
editada lei complementar autorizativa; individual ou por adesão, ou por iniciativa § 3 o Na hipótese de transação que envolva
b) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço do devedor, observada a Lei Complementar pessoa natural, microempresa ou empresa de
(FGTS), enquanto não autorizado pelo seu no 73, de 10 de fevereiro de 1993. pequeno porte, a redução máxima de que tra‑
Conselho Curador; c Art. 10‑A acrescido pela Lei n o 14.375, de ta o inciso II do § 2 o deste artigo será de até
III – envolva devedor contumaz, conforme de‑ 21-6-2022. 70% (setenta por cento), ampliando‑se o pra‑
finido em lei específica. Art. 11. A transação poderá contemplar os zo máximo de quitação para até 145 (cento e
§ 1o É vedada a acumulação das reduções ofe‑ seguintes benefícios: quarenta e cinco) meses, respeitado o disposto
recidas pelo edital com quaisquer outras asse‑ I – a concessão de descontos nas multas, nos no § 11 do art. 195 da Constituição Federal.
guradas na legislação em relação aos créditos juros e nos encargos legais relativos a créditos § 4o O disposto no § 3 o deste artigo aplica‑se
abrangidos pela proposta de transação. a serem transacionados que sejam classifica‑ também às:
§ 2o Nas propostas de transação que envolvam dos como irrecuperáveis ou de difícil recupe‑ I – Santas Casas de Misericórdia, sociedades
redução do valor do crédito, os encargos legais ração, conforme critérios estabelecidos pela cooperativas e demais organizações da socie‑
acrescidos aos débitos inscritos em dívida ativa autoridade competente, nos termos do pará‑ dade civil de que trata a Lei n o 13.019, de 31
da União de que trata o art. 1o do Decreto‑Lei grafo único do art. 14 desta Lei; de julho de 2014; e
no 1.025, de 21 de outubro de 1969, serão obri‑ c Inciso I com a redação dada pela Lei n o 14.375, de II – instituições de ensino.
gatoriamente reduzidos em percentual não in‑ 21-6-2022.
§ 5 o Incluem‑se como créditos irrecuperáveis
ferior ao aplicado às multas e aos juros de mora II – o oferecimento de prazos e formas de pa‑ ou de difícil recuperação, para os fins do dis‑
relativos aos créditos a serem transacionados. gamento especiais, incluídos o diferimento e posto no inciso I do caput deste artigo, aqueles
§ 3o A rejeição da autorização referida na alí‑ a moratória; e devidos por empresas em processo de recupe‑
nea b do inciso II do caput deste artigo exigirá III – o oferecimento, a substituição ou a aliena‑ ração judicial, liquidação judicial, liquidação
manifestação expressa e fundamentada do ção de garantias e de constrições; extrajudicial ou falência.
Conselho Curador do FGTS, sem a qual será IV – a utilização de créditos de prejuízo fiscal § 6o Na transação, poderão ser aceitas quais‑
reputada a anuência tácita após decorrido e de base de cálculo negativa da Contribuição quer modalidades de garantia previstas em
prazo superior a 20 (vinte) dias úteis da comu‑ Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), na apu‑ lei, inclusive garantias reais ou fidejussórias,
nicação, pela Procuradoria‑Geral da Fazenda ração do Imposto sobre a Renda das Pessoas cessão fiduciária de direitos creditórios e alie‑
Nacional, da abertura do edital para adesão ou Jurídicas (IRPJ) e da CSLL, até o limite de 70% nação fiduciária de bens móveis ou imóveis
da proposta de transação individual. (setenta por cento) do saldo remanescente ou de direitos, bem como créditos líquidos e
Art. 6o Para fins do disposto nesta Lei, consi‑ após a incidência dos descontos, se houver; certos do contribuinte em desfavor da União
dera‑se microempresa ou empresa de pequeno V – o uso de precatórios ou de direito cre‑ reconhecidos em decisão transitada em julga‑
porte a pessoa jurídica cuja receita bruta esteja ditório com sentença de valor transitada em do, observado, entretanto, que não constitui
nos limites fixados nos incisos I e II do caput do julgado para amortização de dívida tributária óbice à realização da transação a impossibili‑
art. 3o da Lei Complementar no 123, de 14 de principal, multa e juros. dade material de prestação de garantias pelo
dezembro de 2006, não aplicados os demais c Incisos IV e V acrescidos pela Lei n o 14.375, de devedor ou de garantias adicionais às já for‑
critérios para opção pelo regime especial por 21-6-2022. malizadas em processos judiciais.
ela estabelecido. § 1o É permitida a utilização de mais de uma c § 6o com a redação dada pela Lei no 14.375, de
Art. 7 o A proposta de transação e a sua das alternativas previstas nos incisos I, II, III, IV 21-6-2022.
eventual adesão por parte do sujeito passivo e V do caput deste artigo para o equaciona‑ § 7 o Para efeito do disposto no inciso IV do
ou devedor não autorizam a restituição ou a mento dos créditos inscritos em dívida ativa caput deste artigo, a transação poderá com‑
compensação de importâncias pagas, com‑ da União. preender a utilização de créditos de prejuízo
pensadas ou incluídas em parcelamentos pelos c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.375, de fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL
quais tenham optado antes da celebração do 21-6-2022. de titularidade do responsável tributário ou
respectivo termo. § 1o‑A. Após a incidência dos descontos pre‑ corresponsável pelo débito, de pessoa jurídi‑
Art. 8o Na hipótese de a proposta de transação vistos no inciso I do caput deste artigo, se ca controladora ou controlada, de forma di‑
envolver valores superiores aos fixados em ato houver, a liquidação de valores será realiza‑ reta ou indireta, ou de sociedades que sejam
do Ministro de Estado da Economia ou do Ad‑ da no âmbito do processo administrativo de controladas direta ou indiretamente por uma
vogado‑Geral da União, a transação, sob pena transação para fins da amortização do saldo mesma pessoa jurídica, apurados e declara‑

1717
Lei no 13.988/2020
dos à Secretaria Especial da Receita Federal em contencioso administrativo fiscal, assinar exclusivamente como medida vantajosa diante
do Brasil, independentemente do ramo de o termo de transação realizado de forma in‑ das concessões recíprocas.
atividade, no período previsto pela legisla‑ dividual, diretamente ou por autoridade de‑ § 2o A proposta de transação deverá, preferen‑
ção tributária. legada, observada a Lei Complementar no 73, cialmente, versar sobre controvérsia restrita a
§ 8o O valor dos créditos de que trata o § 1o‑A de 10 de fevereiro de 1993. segmento econômico ou produtivo, a grupo
deste artigo será determinado, na forma da c Caput com a redação dada pela Lei no 14.375, de ou universo de contribuintes ou a responsáveis
regulamentação: 21-6-2022. delimitados, vedada, em qualquer hipótese, a
I – por meio da aplicação das alíquotas do im‑ § 1o A delegação de que trata o caput deste alteração de regime jurídico tributário.
posto sobre a renda previstas no art. 3o da Lei artigo poderá ser subdelegada, prever valores § 3 o Considera‑se controvérsia jurídica rele‑
no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre o de alçada e exigir a aprovação de múltiplas vante e disseminada a que trate de questões
montante do prejuízo fiscal; e autoridades. tributárias que ultrapassem os interesses sub‑
II – por meio da aplicação das alíquotas da § 2o A transação por adesão será realizada ex‑ jetivos da causa.
CSLL previstas no art. 3o da Lei n o 7.689, de clusivamente por meio eletrônico. Art. 17. A proposta de transação por adesão
15 de dezembro de 1988, sobre o montante Art. 14. Compete ao Procurador‑Geral da Fa‑ será divulgada na imprensa oficial e nos sítios
da base de cálculo negativa da contribuição. zenda Nacional, observado o disposto na Lei dos respectivos órgãos na internet, mediante
§ 9o A utilização dos créditos a que se refe‑ Complementar no 73, de 10 de fevereiro de edital que especifique, de maneira objetiva,
re o § 1o‑A deste artigo extingue os débitos 1993, e no art. 131 da Constituição Federal, as hipóteses fáticas e jurídicas nas quais a
sob condição resolutória de sua ulterior quanto aos créditos inscritos em dívida ativa, Fazenda Nacional propõe a transação no con‑
homologação. e ao Secretário Especial da Receita Federal do tencioso tributário, aberta à adesão de todos
§ 10. A Secretaria Especial da Receita Federal Brasil, quanto aos créditos em contencioso ad‑ os sujeitos passivos que se enquadrem nessas
do Brasil dispõe do prazo de 5 (cinco) anos ministrativo fiscal, disciplinar, por ato próprio: hipóteses e que satisfaçam às condições previs‑
para a análise dos créditos utilizados na for‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 14.375, de tas nesta Lei e no edital.
ma do § 1o‑A deste artigo. 21-6-2022. § 1o O edital a que se refere o caput deste artigo:
§ 11. Os benefícios concedidos em programas I – os procedimentos necessários à aplicação I – definirá:
de parcelamento anteriores ainda em vigor do disposto neste Capítulo, inclusive quanto à
rescisão da transação, em conformidade com a a) as exigências a serem cumpridas, as redu‑
serão mantidos, considerados e consolidados
Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999; ções ou concessões oferecidas, os prazos e
para efeitos da transação, que será limitada
ao montante referente ao saldo remanescen‑ II – a possibilidade de condicionar a transação as formas de pagamento admitidas;
te do respectivo parcelamento, consideran‑ ao pagamento de entrada, à apresentação b) o prazo para adesão à transação;
do‑se quitadas as parcelas vencidas e liqui‑ de garantia e à manutenção das garantias já II – poderá limitar os créditos contemplados
dadas, na respectiva proporção do montante existentes; pela transação, considerados:
devido, desde que o contribuinte se encontre III – as situações em que a transação somente a) a etapa em que se encontre o respectivo
em situação regular no programa e, quando poderá ser celebrada por adesão, autorizado o processo tributário, administrativo ou judi‑
for o caso, esteja submetido a contencioso ad‑ não conhecimento de eventuais propostas de cial; ou
ministrativo ou judicial, vedada a acumulação transação individual; b) os períodos de competência a que se
de reduções entre a transação e os respectivos IV – o formato e os requisitos da proposta de refiram;
programas de parcelamento. transação e os documentos que deverão ser
III – poderá estabelecer a necessidade de con‑
§ 12. Os descontos concedidos nas hipóteses apresentados; formação do contribuinte ou do responsável
de transação na cobrança de que trata este V – Revogado. Lei no 14.375, de 21-6-2022. ao entendimento da administração tributá‑
Capítulo não serão computados na apuração Art. 15. Ato do Advogado‑Geral da União dis‑ ria acerca de fatos geradores futuros ou não
da base de cálculo: ciplinará a transação no caso dos créditos pre‑ consumados.
I – do imposto sobre a renda e da CSLL; e vistos no inciso III do § 4o do art. 1o desta Lei. c Inciso III com a redação dada pela Lei no 14.689, de
II – da contribuição para os Programas de In‑ Parágrafo único. Caberá ao Procurador‑Ge‑ 20-9-2023.
tegração Social e de Formação do Patrimônio ral da Fazenda Nacional disciplinar, por ato § 2o As reduções e concessões de que trata a
do Servidor Público (PIS/PASEP) e da Contri‑ próprio, os critérios para aferição do grau de alínea a do inciso I do § 1o deste artigo são li‑
buição para o Financiamento da Seguridade recuperabilidade das dívidas, os parâmetros mitadas ao desconto de 65% (sessenta e cinco
Social (COFINS). para aceitação da transação individual e a por cento) do crédito, com prazo máximo de
c §§ 7 o a 12 acrescidos pela Lei n o 14.375, de concessão de descontos, entre eles o insuces‑ quitação de 120 (cento e vinte) meses.
21-6-2022. so dos meios ordinários e convencionais de c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.689, de
Art. 12. A proposta de transação não suspen‑ cobrança e a vinculação dos benefícios a crité‑ 20-9-2023.
de a exigibilidade dos créditos por ela abran‑ rios preferencialmente objetivos que incluam § 3 o A celebração da transação, nos termos
gidos nem o andamento das respectivas exe‑ ainda a sua temporalidade, a capacidade con‑ definidos no edital de que trata o caput deste
cuções fiscais. tributiva do devedor e os custos da cobrança. artigo, compete:
§ 1o O disposto no caput deste artigo não afas‑ c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.375, de I – à Secretaria Especial da Receita Federal do
21-6-2022.
ta a possibilidade de suspensão do processo Brasil do Ministério da Economia, no âmbito
por convenção das partes, conforme o dis‑ CAPÍTULO III do contencioso administrativo; e
posto no inciso II do caput do art. 313 da Lei DA TRANSAÇÃO POR ADESÃO NO II – à Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacional,
n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código CONTENCIOSO TRIBUTÁRIO DE RELEVANTE nas demais hipóteses legais.
de Processo Civil). E DISSEMINADA CONTROVÉRSIA JURÍDICA § 4 o Na hipótese de transação que envolva
§ 2o O termo de transação preverá, quando Art. 16. O Ministro de Estado da Economia pessoa natural, microempresa ou empresa de
cabível, a anuência das partes para fins da sus‑ poderá propor aos sujeitos passivos transação pequeno porte, a redução máxima de que tra‑
pensão convencional do processo de que trata resolutiva de litígios aduaneiros ou tributários ta o § 2o deste artigo será de até 70% (setenta
o inciso II do caput do art. 313 da Lei no 13.105, decorrentes de relevante e disseminada con‑ por cento), com ampliação do prazo máximo
de 16 de março de 2015 (Código de Processo trovérsia jurídica, com base em manifestação de quitação para até 145 (cento e quarenta e
Civil), até a extinção dos créditos nos termos do da Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacional e cinco) meses, respeitado o disposto no § 11 do
§ 3o do art. 3o desta Lei ou eventual rescisão. da Secretaria Especial da Receita Federal do art. 195 da Constituição Federal.
§ 3o A proposta de transação aceita não impli‑ Brasil do Ministério da Economia. c § 4o acrescido pela Lei no 14.689, de 20-9-2023.
ca novação dos créditos por ela abrangidos. § 1o A proposta de transação e a eventual ade‑ Art. 18. A transação somente será celebrada
Art. 13. Compete ao Procurador‑Geral da Fa‑ são por parte do sujeito passivo não poderão se constatada a existência, na data de publica‑
zenda Nacional, quanto aos créditos inscritos ser invocadas como fundamento jurídico ou ção do edital, de inscrição em dívida ativa, de
em dívida ativa, e ao Secretário Especial da prognose de sucesso da tese sustentada por ação judicial, de embargos à execução fiscal ou
Receita Federal do Brasil, quanto aos créditos qualquer das partes e serão compreendidas de reclamação ou recurso administrativo pen‑

1718
Lei no 13.988/2020
dente de julgamento definitivo, relativamente de alçada e exigir a aprovação de múltiplas Art. 26. A proposta de transação poderá ser
à tese objeto da transação. autoridades. condicionada ao compromisso do contribuinte
Parágrafo único. A transação será rescindida § 3o A transação por adesão será realizada ex‑ou do responsável de requerer a homologa‑
quando contrariar decisão judicial definitiva clusivamente por meio eletrônico. ção judicial do acordo, para fins do disposto
prolatada antes da celebração da transação. nos incisos II e III do caput do art. 515 da Lei
Art. 22‑A. Aplica‑se à transação por adesão n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
Art. 19. Atendidas as condições estabelecidas no contencioso tributário de relevante e dis‑ de Processo Civil).
no edital, o sujeito passivo da obrigação tribu‑ seminada controvérsia jurídica o disposto no
tária poderá solicitar sua adesão à transação, inciso IV do caput e nos §§ 7o e 12 do art. 11Art. 27. Caberá ao Procurador‑Geral da Fa‑
observado o procedimento estabelecido em desta Lei. zenda Nacional e ao Secretário Especial da
ato do Ministro de Estado da Economia. Receita Federal do Brasil, em seu âmbito de
c Art. 22‑A acrescido pela Lei n o 14.689, de
atuação, disciplinar a aplicação do disposto
§ 1o O sujeito passivo que aderir à transação 20-9-2023.
neste Capítulo.
deverá:
CAPÍTULO IV Art. 27‑A. O disposto neste Capítulo também
I – requerer a homologação judicial do acordo, DA TRANSAÇÃO POR ADESÃO NO se aplica:
para fins do disposto nos incisos II e III do caput CONTENCIOSO DE PEQUENO VALOR c Caput do art. 27‑A acrescido pela Lei no 14.375, de
do art. 515 da Lei no 13.105, de 16 de março
Capítulo IV com a redação dada pela Lei no 14.375, 21-6-2022.
de 2015 (Código de Processo Civil); c
de 21-6-2022. I – à dívida ativa da União de natureza não
II – Revogado. Lei no 14.689, de 20-9-2023.
§ 2o Será indeferida a adesão que não importar Art. 23. Observados os princípios da racio‑ tributária cujas inscrição, cobrança e repre‑
nalidade, da economicidade e da eficiên‑ sentação incumbam à Procuradoria‑Geral da
extinção do litígio administrativo ou judicial,
cia, ato do Ministro de Estado da Economia Fazenda Nacional, nos termos do art. 12 da
ressalvadas as hipóteses em que ficar demons‑
regulamentará: Lei Complementar n o 73, de 10 de fevereiro
trada a inequívoca cindibilidade do objeto, nos
I – o contencioso administrativo fiscal de pe‑ de 1993;
termos do ato a que se refere o caput deste
II – aos créditos inscritos em dívida ativa do
artigo. queno valor, assim considerado aquele cujo
FGTS, vedada a redução de valores devidos
§ 3 o O edital poderá estabelecer que a soli‑ lançamento fiscal ou controvérsia não supere aos trabalhadores e desde que autorizado
citação de adesão abranja todos os litígios 60 (sessenta) salários mínimos; pelo seu Conselho Curador; e
relacionados à tese objeto da transação exis‑ II – a adoção de métodos alternativos de solu‑

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
c Incisos I e II acrescidos pela Lei n o 14.375, de
tentes na data do pedido, ainda que não de‑ ção de litígio, inclusive transação, envolvendo 21-6-2022.
finitivamente julgados. processos de pequeno valor.
III – no que couber, à dívida ativa das au‑
c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.689, de Parágrafo único. No contencioso adminis‑ tarquias e das fundações públicas federais
20-9-2023. trativo de pequeno valor, observados o con‑ cujas inscrição, cobrança e representação
§ 4o A apresentação da solicitação de adesão traditório, a ampla defesa e a vinculação aos incumbam à Procuradoria‑Geral Federal e à
suspende a tramitação dos processos admi‑ entendimentos do Conselho Administrativo Procuradoria‑Geral do Banco Central e aos
nistrativos referentes aos créditos tributários de Recursos Fiscais, o julgamento será reali‑ créditos cuja cobrança seja competência da
envolvidos enquanto perdurar sua apreciação. zado em última instância por órgão colegiado Procuradoria‑Geral da União, sem prejuízo
§ 5o A apresentação da solicitação de adesão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de do disposto na Lei n o 9.469, de 10 de julho
não suspende a exigibilidade dos créditos Julgamento da Secretaria Especial da Receita de 1997.
tributários definitivamente constituídos aos Federal do Brasil, aplicado o disposto no Decre‑ c Inciso III com a redação dada pela Lei no 14.689, de
quais se refira. to no 70.235, de 6 de março de 1972, apenas 20-9-2023.
subsidiariamente. Parágrafo único. Ato do Advogado‑Geral da
Art. 20. São vedadas:
I – a celebração de nova transação relativa ao
Art. 24. A transação relativa a crédito tributá‑ União disciplinará a transação dos créditos
mesmo crédito tributário; rio de pequeno valor será realizada na pendên‑ referidos no inciso III do caput deste artigo.
II – a oferta de transação por adesão nas cia de impugnação, de recurso ou de reclama‑ c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 14.375, de
hipóteses: ção administrativa ou no processo de cobrança 21-6-2022.
da dívida ativa da União. CAPÍTULO V
a) previstas no art. 19 da Lei no 10.522, de 19
de julho de 2002, quando o ato ou a ju‑ Parágrafo único. Considera‑se contencioso DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
risprudência for em sentido integralmente tributário de pequeno valor aquele cujo crédi‑
to tributário em discussão não supere o limite Art. 28. A Lei n o 10.522, de 19 de julho de
desfavorável à Fazenda Nacional; e 2002, passa a vigorar acrescida do seguinte
b) Revogado. Lei no 14.689, de 20-9-2023. previsto no inciso I do caput do art. 23 desta
Lei e que tenha como sujeito passivo pessoa art. 19‑E:
III – a proposta de transação com efeito pros‑ Alteração inserida no texto da referida Lei.
natural, microempresa ou empresa de peque‑ c
pectivo que resulte, direta ou indiretamente,
no porte. CAPÍTULO VI
em regime especial, diferenciado ou individual
de tributação. Art. 25. A transação de que trata este Capítulo DISPOSIÇÕES FINAIS
Parágrafo único. O disposto no inciso II do poderá contemplar os seguintes benefícios: Art. 29. Os agentes públicos que participarem
caput deste artigo não obsta a oferta de tran‑ I – concessão de descontos, observado o limite do processo de composição do conflito, judi‑
sação relativa a controvérsia no âmbito da máximo de 50% (cinquenta por cento) do va‑ cial ou extrajudicialmente, com o objetivo de
liquidação da sentença ou não abrangida na lor total do crédito; celebração de transação nos termos desta Lei
jurisprudência ou ato referidos no art. 19 da II – oferecimento de prazos e formas de pa‑ somente poderão ser responsabilizados, inclu‑
Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002. gamento especiais, incluídos o diferimento e sive perante os órgãos públicos de controle
Art. 21. Ato do Ministro de Estado da Econo‑ a moratória, obedecido o prazo máximo de interno e externo, quando agirem com dolo
mia regulamentará o disposto neste Capítulo. quitação de 60 (sessenta) meses; e ou fraude para obter vantagem indevida para
III – oferecimento, substituição ou alienação de si ou para outrem.
Art. 22. Compete ao Secretário Especial da Re‑
garantias e de constrições. Art. 30. Esta Lei entra em vigor:
ceita Federal do Brasil, no que couber, discipli‑
nar o disposto nesta Lei no que se refere à tran‑ § 1 o É permitida a cumulação dos benefícios I – em 120 (cento e vinte) dias contados da
sação de créditos tributários não judicializados previstos nos incisos I, II e III do caput deste data da sua publicação, em relação ao inciso
no contencioso administrativo tributário. artigo. I do caput e ao parágrafo único do art. 23; e
§ 1o Compete ao Secretário Especial da Receita § 2o A celebração da transação competirá: II – na data de sua publicação, em relação aos
Federal do Brasil, diretamente ou por auto‑ demais dispositivos.
I – à Secretaria Especial da Receita Federal do
ridade por ele delegada, assinar o termo de Brasil, no âmbito do contencioso administrati‑ Brasília, 14 de abril de 2020;
transação. vo de pequeno valor; e 199o da Independência e
§ 2 o A delegação de que trata o § 1 o deste II – à Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacional, 132o da República.
artigo poderá ser subdelegada, prever valores nas demais hipóteses previstas neste Capítulo. Jair Messias Bolsonaro

1719
Lei no 13.022/2014
LEI No 13.022, nicípio, inclusive adotando medidas educativas da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
DE 8 DE AGOSTO DE 2014 e preventivas; e Estatística (IBGE), é garantida a preservação
Dispõe sobre o Estatuto Geral VIII – cooperar com os demais órgãos de defe‑ do efetivo existente, o qual deverá ser ajus‑
das Guardas Municipais. sa civil em suas atividades; tado à variação populacional, nos termos de
IX – interagir com a sociedade civil para discus‑ lei municipal.
c Publicada no DOU de 11-8-2014, edição extra.
c O STF, por unanimidade, no julgamento da ADIN
são de soluções de problemas e projetos locais Art. 8o Municípios limítrofes podem, median‑
no 5.780, reconheceu a constitucionalidade desta voltados à melhoria das condições de seguran‑ te consórcio público, utilizar, reciprocamente,
lei (DOU de 12-7-2023). ça das comunidades; os serviços da guarda municipal de maneira
X – estabelecer parcerias com os órgãos esta‑ compartilhada.
CAPÍTULO I duais e da União, ou de Municípios vizinhos, Art. 9o A guarda municipal é formada por ser‑
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES por meio da celebração de convênios ou con‑ vidores públicos integrantes de carreira única e
Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para as sórcios, com vistas ao desenvolvimento de plano de cargos e salários, conforme disposto
guardas municipais, disciplinando o § 8 o do ações preventivas integradas; em lei municipal.
art. 144 da Constituição Federal. XI – articular‑se com os órgãos municipais de
CAPÍTULO V
Art. 2 o Incumbe às guardas municipais, ins‑ políticas sociais, visando à adoção de ações
interdisciplinares de segurança no Município; DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA
tituições de caráter civil, uniformizadas e ar‑
madas conforme previsto em lei, a função de XII – integrar‑se com os demais órgãos de po‑ Art. 10. São requisitos básicos para investidura
proteção municipal preventiva, ressalvadas as der de polícia administrativa, visando a contri‑ em cargo público na guarda municipal:
competências da União, dos Estados e do Dis‑ buir para a normatização e a fiscalização das I – nacionalidade brasileira;
trito Federal. posturas e ordenamento urbano municipal; II – gozo dos direitos políticos;
CAPÍTULO II
XIII – garantir o atendimento de ocorrências III – quitação com as obrigações militares e
emergenciais, ou prestá‑lo direta e imediata‑ eleitorais;
DOS PRINCÍPIOS mente quando deparar‑se com elas; IV – nível médio completo de escolaridade;
Art. 3o São princípios mínimos de atuação das XIV – encaminhar ao delegado de polícia, V – idade mínima de 18 (dezoito) anos;
guardas municipais: diante de flagrante delito, o autor da infração, VI – aptidão física, mental e psicológica; e
I – proteção dos direitos humanos fundamen‑ preservando o local do crime, quando possível VII – idoneidade moral comprovada por inves‑
tais, do exercício da cidadania e das liberdades e sempre que necessário; tigação social e certidões expedidas perante o
públicas; XV – contribuir no estudo de impacto na segu‑ Poder Judiciário estadual, federal e distrital.
II – preservação da vida, redução do sofrimento rança local, conforme plano diretor municipal, Parágrafo único. Outros requisitos poderão
e diminuição das perdas; por ocasião da construção de empreendimen‑ ser estabelecidos em lei municipal.
III – patrulhamento preventivo; tos de grande porte;
IV – compromisso com a evolução social da XVI – desenvolver ações de prevenção primária CAPÍTULO VI
comunidade; e à violência, isoladamente ou em conjunto com DA CAPACITAÇÃO
V – uso progressivo da força. os demais órgãos da própria municipalidade, Art. 11. O exercício das atribuições dos cargos
de outros Municípios ou das esferas estadual da guarda municipal requer capacitação espe‑
CAPÍTULO III e federal; cífica, com matriz curricular compatível com
DAS COMPETÉNCIAS XVII – auxiliar na segurança de grandes eventos suas atividades.
Art. 4o É competência geral das guardas mu‑ e na proteção de autoridades e dignatários; e
XVIII – atuar mediante ações preventivas na Parágrafo único. Para fins do disposto no
nicipais a proteção de bens, serviços, logra‑ caput, poderá ser adaptada a matriz curri‑
douros públicos municipais e instalações do segurança escolar, zelando pelo entorno e
cular nacional para formação em segurança
Município. participando de ações educativas com o cor‑
pública, elaborada pela Secretaria Nacional
Parágrafo único. Os bens mencionados no po discente e docente das unidades de ensino de Segurança Pública (SENASP) do Ministério
caput abrangem os de uso comum, os de uso municipal, de forma a colaborar com a implan‑ da Justiça.
especial e os dominiais. tação da cultura de paz na comunidade local.
Art. 12. É facultada ao Município a criação de
c O STF, por maioria, no julgamento da ADPF no 995, Parágrafo único. No exercício de suas com‑ órgão de formação, treinamento e aperfeiçoa‑
conferiu interpretação conforme a Constituição petências, a guarda municipal poderá colabo‑ mento dos integrantes da guarda municipal,
Federal a este artigo, declarando inconstitucional rar ou atuar conjuntamente com órgãos de tendo como princípios norteadores os mencio‑
todas as interpretações judiciais que excluem as segurança pública da União, dos Estados e do nados no art. 3o.
Guardas Municipais, devidamente criadas e insti- Distrito Federal ou de congêneres de Muni‑
tuídas, como integrantes do Sistema de Segurança § 1o Os Municípios poderão firmar convênios
cípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos ou consorciar‑se, visando ao atendimento do
Pública (DOU de 4-9-2023).
incisos XIII e XIV deste artigo, diante do com‑ disposto no caput deste artigo.
Art. 5o São competências específicas das guar‑ parecimento de órgão descrito nos incisos do
das municipais, respeitadas as competências caput do art. 144 da Constituição Federal, de‑ § 2o O Estado poderá, mediante convênio com
dos órgãos federais e estaduais: verá a guarda municipal prestar todo o apoio à os Municípios interessados, manter órgão de
I – zelar pelos bens, equipamentos e prédios continuidade do atendimento. formação e aperfeiçoamento centralizado, em
públicos do Município; cujo conselho gestor seja assegurada a partici‑
CAPÍTULO IV pação dos Municípios conveniados.
II – prevenir e inibir, pela presença e vigilância,
bem como coibir, infrações penais ou adminis‑ DA CRIAÇÃO § 3o O órgão referido no § 2 o não pode ser o
trativas e atos infracionais que atentem contra Art. 6 o O Município pode criar, por lei, sua mesmo destinado a formação, treinamento ou
os bens, serviços e instalações municipais; guarda municipal. aperfeiçoamento de forças militares.
III – atuar, preventiva e permanentemente, no Parágrafo único. A guarda municipal é subor‑ CAPÍTULO VII
território do Município, para a proteção sistê‑ dinada ao chefe do Poder Executivo municipal.
mica da população que utiliza os bens, serviços DO CONTROLE
e instalações municipais;
Art. 7o As guardas municipais não poderão ter Art. 13. O funcionamento das guardas muni‑
efetivo superior a: cipais será acompanhado por órgãos próprios,
IV – colaborar, de forma integrada com os ór‑
gãos de segurança pública, em ações conjun‑ I – 0,4% (quatro décimos por cento) da po‑ permanentes, autônomos e com atribuições
tas que contribuam com a paz social; pulação, em Municípios com até 50.000 (cin‑ de fiscalização, investigação e auditoria,
V – colaborar com a pacificação de conflitos que quenta mil) habitantes; mediante:
seus integrantes presenciarem, atentando para o II – 0,3% (três décimos por cento) da popula‑ I – controle interno, exercido por corregedoria,
respeito aos direitos fundamentais das pessoas; ção, em Municípios com mais de 50.000 (cin‑ naquelas com efetivo superior a 50 (cinquenta)
VI – exercer as competências de trânsito que quenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos servidores da guarda e em todas as que utili‑
lhes forem conferidas, nas vias e logradouros mil) habitantes, desde que o efetivo não seja zam arma de fogo, para apurar as infrações
municipais, nos termos da Lei no 9.503, de inferior ao disposto no inciso I; disciplinares atribuídas aos integrantes de seu
23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito III – 0,2% (dois décimos por cento) da popula‑ quadro; e
Brasileiro), ou de forma concorrente, median‑ ção, em Municípios com mais de 500.000 (qui‑ II – controle externo, exercido por ouvidoria,
te convênio celebrado com órgão de trânsito nhentos mil) habitantes, desde que o efetivo independente em relação à direção da respec‑
estadual ou municipal; não seja inferior ao disposto no inciso II. tiva guarda, qualquer que seja o número de
VII – proteger o patrimônio ecológico, históri‑ Parágrafo único. Se houver redução da po‑ servidores da guarda municipal, para receber,
co, cultural, arquitetônico e ambiental do Mu‑ pulação referida em censo ou estimativa oficial examinar e encaminhar reclamações, suges‑

2056
Lei no 11.105/2005
§ 1 o No caso da comercialização direta aos procedimentos para a aplicabilidade do dispos‑ portação, o armazenamento, a pesquisa, a co‑
consumidores, por parte dos agricultores fa‑ to no caput deste artigo. mercialização, o consumo, a liberação no meio
miliares, inseridos em processos próprios de Art. 10. Para o atendimento de exigências re‑ ambiente e o descarte de organismos geneti‑
organização e controle social, previamente lativas a medidas sanitárias e fitossanitárias, as camente modificados – OGM e seus derivados,
cadastrados junto ao órgão fiscalizador, a cer‑ autoridades competentes deverão, sempre que tendo como diretrizes o estímulo ao avanço
tificação será facultativa, uma vez assegurada possível, adotar medidas compatíveis com as científico na área de biossegurança e biotecno‑
aos consumidores e ao órgão fiscalizador a características e especificidades dos produtos logia, a proteção à vida e à saúde humana, ani‑
rastreabilidade do produto e o livre acesso aos orgânicos, de modo a não descaracterizá‑los. mal e vegetal, e a observância do princípio da
locais de produção ou processamento. precaução para a proteção do meio ambiente.
Art. 11. O Poder Executivo regulamentará
§ 2 o A certificação da produção orgânica de esta Lei, definindo as normas técnicas para a § 1o Para os fins desta Lei, considera‑se ativi‑
que trata o caput deste artigo, enfocando sis‑ produção orgânica e sua estrutura de gestão dade de pesquisa a realizada em laboratório,
temas, critérios e circunstâncias de sua apli‑ no âmbito da União, dos Estados e do Distrito regime de contenção ou campo, como parte
cação, será matéria de regulamentação desta Federal. do processo de obtenção de OGM e seus de‑
Lei, considerando os diferentes sistemas de rivados ou de avaliação da biossegurança de
certificação existentes no País. § 1 o A regulamentação deverá contemplar a
participação de representantes do setor agro‑ OGM e seus derivados, o que engloba, no âm‑
Art. 4o A responsabilidade pela qualidade re‑ pecuário e da sociedade civil, com reconhecida bito experimental, a construção, o cultivo, a
lativa às características regulamentadas para atuação em alguma etapa da cadeia produtiva manipulação, o transporte, a transferência, a
produtos orgânicos caberá aos produtores, orgânica. importação, a exportação, o armazenamento,
distribuidores, comerciantes e entidades cer‑ a liberação no meio ambiente e o descarte de
§ 2o A regulamentação desta Lei será revista e OGM e seus derivados.
tificadoras, segundo o nível de participação de
atualizada sempre que necessário e, no máxi‑
cada um. § 2o Para os fins desta Lei, considera‑se ativida‑
mo, a cada quatro anos.
Parágrafo único. A qualidade de que trata o de de uso comercial de OGM e seus derivados
Art. 12. VETADO. a que não se enquadra como atividade de pes‑
caput deste artigo não exime os agentes dessa
cadeia produtiva do cumprimento de demais Parágrafo único. O regulamento desta Lei de‑ quisa, e que trata do cultivo, da produção, da
normas e regulamentos que estabeleçam ou‑ verá estabelecer um prazo mínimo de 01 (um) manipulação, do transporte, da transferência,
tras medidas relativas à qualidade de produtos ano para que todos os segmentos envolvidos da comercialização, da importação, da expor‑
e processos. na cadeia produtiva possam se adequar aos tação, do armazenamento, do consumo, da
procedimentos que não estejam anteriormen‑ liberação e do descarte de OGM e seus deriva‑
Art. 5o Os procedimentos relativos à fiscaliza‑ te estabelecidos por regulamentação oficial.
ção da produção, circulação, armazenamento, dos para fins comerciais.
comercialização e certificação de produtos or‑ Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua Art. 2 o As atividades e projetos que envolvam
gânicos nacionais e estrangeiros, serão objeto publicação. OGM e seus derivados, relacionados ao en‑
de regulamentação pelo Poder Executivo. Brasília, 23 de dezembro de 2003; sino com manipulação de organismos vivos,
§ 1o A regulamentação deverá definir e atribuir 182o da Independência e à pesquisa científica, ao desenvolvimento
as responsabilidades pela implementação des‑ 115o da República. tecnológico e à produção industrial ficam
ta Lei no âmbito do Governo Federal. Luiz Inácio Lula da Silva restritos ao âmbito de entidades de direito
§ 2 o Para a execução desta Lei, poderão ser público ou privado, que serão responsáveis
celebrados convênios, ajustes e acordos entre pela obediência aos preceitos desta Lei e de
órgãos e instituições da Administração Federal, sua regulamentação, bem como pelas even‑
LEI No 11.105, tuais consequências ou efeitos advindos de
Estados e Distrito Federal. DE 24 DE MARÇO DE 2005 seu descumprimento.
Art. 6 o Revogado. Lei n o 14.515, de Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do
29-12-2022. § 1o Para os fins desta Lei, consideram‑se ati‑
art. 225 da Constituição Federal, estabelece vidades e projetos no âmbito de entidade os
Art. 7o Caberá ao órgão definido em regula‑ normas de segurança e mecanismos de conduzidos em instalações próprias ou sob a
mento adotar medidas cautelares que se de‑ fiscalização de atividades que envolvam responsabilidade administrativa, técnica ou
monstrem indispensáveis ao atendimento dos organismos geneticamente modificados científica da entidade.
objetivos desta Lei, assim como dispor sobre a – OGM e seus derivados, cria o Conselho
§ 2o As atividades e projetos de que trata este
destinação de produtos apreendidos ou conde‑ Nacional de Biossegurança – CNBS,
artigo são vedados a pessoas físicas em atua‑
nados na forma de seu regulamento. reestrutura a Comissão Técnica Nacional
ção autônoma e independente, ainda que
§ 1 o O detentor do bem que for apreendido de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a
mantenham vínculo empregatício ou qualquer
poderá ser nomeado seu depositário. Política Nacional de Biossegurança – PNB,
outro com pessoas jurídicas.
revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de
§ 2o Os custos referentes a quaisquer dos pro‑ § 3o Os interessados em realizar atividade pre‑
1995, e a Medida Provisória no 2.191-9, de
cedimentos mencionados neste artigo correrão vista nesta Lei deverão requerer autorização à
23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o,
por conta do infrator. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de
Art. 8o As pessoas físicas ou jurídicas, de direi‑ dezembro de 2003, e dá outras providências. – CTNBio, que se manifestará no prazo fixado
to público ou privado, que produzam, trans‑ c Publicada no DOU de 28-3-2005. em regulamento.
portem, comercializem ou armazenem pro‑ c O STF, por maioria, no julgamento da ADIN § 4o As organizações públicas e privadas, na‑
dutos orgânicos ficam obrigadas a promover no 3.526, declarou a constitucionalidade desta lei cionais, estrangeiras ou internacionais, finan‑
a regularização de suas atividades junto aos (DOU de 4-9-2023). ciadoras ou patrocinadoras de atividades ou de
órgãos competentes. c Art. 225, § 1o, I, II e VII, da CF. projetos referidos no caput deste artigo devem
Parágrafo único. Os procedimentos de re‑ c Lei no 9.985, de 18-7-2000 (Lei do Sistema Nacio- exigir a apresentação de Certificado de Quali‑
gistro, cadastramento, licenciamento e outros nal de Unidades de Conservação da Natureza). dade em Biossegurança, emitido pela CTNBio,
mecanismos de controle deverão atender ao c Lei no 10.603, de 17-12-2002, dispõe sobre a prote- sob pena de se tornarem corresponsáveis pelos
ção de informação não divulgada submetida para
disposto no regulamento desta Lei e nos de‑ eventuais efeitos decorrentes do descumpri‑
aprovação da comercialização de produtos.
mais instrumentos legais pertinentes. mento desta Lei ou de sua regulamentação.
c Dec. no 5.591, de 22-11-2005, regulamenta esta lei.
Art. 9 o Os insumos com uso regulamentado Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera‑se:
para a agricultura orgânica deverão ser obje‑ CAPÍTULO I
I – organismo: toda entidade biológica capaz
to de processo de registro diferenciado, que DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E GERAIS
de reproduzir ou transferir material genético,
garanta a simplificação e agilização de sua Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança inclusive vírus e outras classes que venham a
regularização. e mecanismos de fiscalização sobre a constru‑ ser conhecidas;
Parágrafo único. Os órgãos federais compe‑ ção, o cultivo, a produção, a manipulação, o II – ácido desoxirribonucléico – ADN, ácido ri‑
tentes definirão em atos complementares os transporte, a transferência, a importação, a ex‑ bonucléico – ARN: material genético que con‑

2184
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça
o Plenário e a Corte Especial, respeitado o a observância do prazo previsto no parágrafo § 2o À Segunda Seção cabe processar e julgar
art. 2o, § 2o, deste Regimento. anterior. os feitos relativos a:
c § 1 o com a redação dada pela ER n o 29, de c §§ 1o a 3o acrescidos pela ER no 38, de 4-9-2020. c Caput do § 2o com a redação dada pela ER no 2, de
22-5-2018. Art. 6 o Junto ao Tribunal funciona o Conse‑ 4-6-1992.
§ 2o O Presidente, o Vice‑Presidente e o Corre‑ lho da Justiça Federal, com atuação em todo I – domínio, posse e direitos reais sobre coisa
gedor Nacional de Justiça ao concluírem seus o território nacional, cabendo‑lhe a supervisão alheia, salvo quando se tratar de desapropria‑
mandatos e retornarem às Turmas, ocuparão administrativa e orçamentária da Justiça Fede‑ ção;
as vagas disponíveis, respeitada sempre, nas ral de primeiro e segundo graus. II – obrigações em geral de direito priva‑
escolhas, a ordem de antiguidade. c Artigo com a redação dada pela ER n o 4, de do, mesmo quando o Estado participar do
c Caput do § 2o com a redação dada pela ER no 29, de 2-12-1993. contrato;
22-5-2018. Art. 7 o O Conselho da Justiça Federal é in‑ III – responsabilidade civil, salvo quando se tra‑
I e II – Revogados. ER no 29, de 22-5-2018. tegrado pelo Presidente, Vice‑Presidente, e tar de responsabilidade civil do Estado;
quatro Ministros do Tribunal, eleitos por dois IV – direito de família e sucessões;
§ 3o O Ministro que houver exercido o cargo de
anos, e pelos Presidentes dos seis Tribunais V – direito do trabalho;
Presidente do Superior Tribunal de Justiça não Regionais Federais.
poderá ocupar outro cargo ou função adminis‑ VI – propriedade industrial, mesmo quando
c Caput com a redação dada pela ER n o 43, de envolverem arguição de nulidade do registro;
trativa no âmbito do Tribunal, no Conselho da 13-9-2023.
Justiça Federal, no Conselho Nacional de Jus‑ VII – constituição, dissolução e liquidação de
tiça, na Escola Nacional de Formação e Aper‑ § 1o O Presidente do Tribunal preside o Conse‑ sociedade;
feiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio lho da Justiça Federal. VIII – comércio em geral, inclusive o marítimo
de Figueiredo Teixeira e no Tribunal Superior c § 1o acrescido pela ER no 4, de 2-12-1993. e o aéreo, bolsas de valores, instituições finan‑
Eleitoral, salvo presidência de Turma, Seção ou § 2o Ao escolher os quatro Ministros que inte‑ ceiras e mercado de capitais;
composição de Comissão Permanente. grarão o Conselho, o Tribunal elegerá, tam‑ IX – falências e concordatas;
bém, os respectivos suplentes. X – títulos de crédito;
§ 4o Os Ministros não poderão exercer mais de
uma função administrativa cumulativamente, c § 2 o com a redação dada pela ER n o 43, de XI – registros públicos, mesmo quando o Esta‑
com exceção da hipótese prevista no caput 13-9-2023. do participar da demanda;
deste artigo, no caso de todas já terem sido c Incisos I a XI com a redação dada pela ER n 2, de o
CAPÍTULO II
preenchidas e nos casos previstos em lei. 4-6-1992.
DA COMPETÊNCIA DO PLENÁRIO,
§ 5o Não há vedação para acumulação de cargo DA CORTE ESPECIAL, DAS XII – locação predial urbana;
SEÇÕES E DAS TURMAS c Inciso XII com a redação dada pela ER n 11, de
o
administrativo com suplência nem de cargo ad‑
ministrativo com função jurisdicional, inclusive 6-4-2010.
Seção I
quando se tratar do Tribunal Superior Eleitoral, XIII – habeas corpus referentes às matérias de
salvo para o exercício dos cargos de Correge‑ DAS ÁREAS DE ESPECIALIZAÇÃO sua competência;
dor‑Geral da Justiça Eleitoral, Corregedor Na‑ Art. 8o Há no Tribunal três áreas de especializa‑ XIV – direito privado em geral.
cional de Justiça e Diretor‑Geral da Escola Na‑ ção estabelecidas em razão da matéria. c Incisos XIII e XIV acrescidos pela ER n o 11, de
cional de Formação e Aperfeiçoamento de Ma‑ c Caput com a redação dada pela ER n o 2, de 6-4-2010.
gistrados Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. 4-6-1992.
§ 3o À Terceira Seção cabe processar e julgar os
c §§ 3 a 5 com a redação dada pela ER n 29, de
o o o
Parágrafo único. A competência da Corte Es‑ feitos relativos à matéria penal em geral, salvo
22-5-2018. pecial não está sujeita à especialização. os casos de competência originária da Corte
§ 6o Não será elegível o Ministro para os car‑

REGIMENTOS INTERNOS
Art. 9 o A competência das Seções e das res‑ Especial e os habeas corpus de competência
gos de Presidente e Vice‑Presidente do Tribu‑ pectivas Turmas é fixada em função da nature‑ das Turmas que compõem a Primeira e a Se‑
nal, Corregedor Nacional de Justiça, membro za da relação jurídica litigiosa. gunda Seção.
efetivo do Conselho da Justiça Federal, Dire‑ § 1o À Primeira Seção cabe processar e julgar c Caput do § 3o com a redação dada pela ER no 14, de
tor‑Geral da Escola Nacional de Formação e os feitos relativos a: 5-12-2011.
Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sál‑ c Caput do § 1o com a redação dada pela ER n o 2, de I e II – Revogados. ER n o 14, de 5-12-2011;
vio de Figueiredo Teixeira, Ministro Ouvidor do 4-6-1992.
Superior Tribunal de Justiça e membro efetivo III e IV – Revogados. ER no 11, de 6-4-2010.
e suplente do Tribunal Superior Eleitoral, caso I – licitações e contratos administrativos; Seção II
Ministro mais novo em ordem de antiguidade II – nulidade ou anulabilidade de atos admi‑
nistrativos; DA COMPETÊNCIA DO PLENÁRIO
já tenha exercido o mesmo cargo ou função.
III – ensino superior; Art. 10. Compete ao Plenário:
c § 6o acrescido pela ER no 15, de 17-9-2014. IV – inscrição e exercício profissionais; I – dar posse aos membros do Tribunal;
Art. 4o O Ministro empossado integrará a Tur‑ V – direito sindical; II – eleger o Presidente e o Vice‑Presidente do
ma onde se deu a vaga para a qual foi nomea‑ VI – nacionalidade; Tribunal, os Ministros membros do Conselho
do, ou ocupará vaga resultante da transferên‑ VII – desapropriação, inclusive a indireta; da Justiça Federal, titulares e suplentes, e o Di‑
cia de Ministro (artigo 32). VIII – responsabilidade civil do Estado; retor da Revista do Tribunal, dando‑lhes posse;
Art. 5o O Conselho de Administração será in‑ IX – tributos de modo geral, impostos, taxas,
c Inciso II com a redação dada pela ER n o 4, de
tegrado pelos onze Ministros mais antigos e contribuições e empréstimos compulsórios;
2-12-1993.
presidido pelo Presidente do Tribunal, compe‑ X – preços públicos e multas de qualquer
tindo‑lhe decidir sobre matéria administrativa, natureza; III – eleger, dentre os Ministros do Tribunal,
nos termos deste Regimento. c Incisos I a X com a redação dada pela ER n o 2, de os que devam compor o Tribunal Superior
4-6-1992. Eleitoral, na condição de membros efetivos e
c Caput com a redação dada pela ER n o 9, de
24-9-2008. XI – servidores públicos civis e militares; substitutos;
c Inciso XI com a redação dada pela ER n o 11, de
IV – decidir sobre a disponibilidade e aposen‑
§ 1o O Conselho de Administração reunir‑se‑á, tadoria de membro do Tribunal, por interesse
6-4-2010.
ordinariamente, ao menos uma vez a cada público;
trimestre. XII – habeas corpus referentes às matérias de
sua competência; V – votar o Regimento Interno e as suas
§ 2 o As reuniões ordinárias do Conselho de emendas;
c Inciso XII acrescido pela ER n o 11, de 6-4-2010.
Administração serão convocadas pelo Presi‑ VI – elaborar as listas tríplices dos juízes, de‑
dente, mediante aviso escrito enviado com XIII – benefícios previdenciários, inclusive os sembargadores, advogados e membros do
antecedência mínima de cinco dias corridos, decorrentes de acidentes do trabalho; Ministério Público que devam compor o Tribu‑
contendo a pauta correspondente. c Inciso XIII com a redação dada pela ER n o 14, de nal (Constituição, artigo 104 e seu parágrafo
§ 3o O Presidente convocará o Conselho de Ad‑ 5-12-2011. único);
ministração em caráter extraordinário, sempre XIV – direito público em geral. c Art. 171, parágrafo único, deste Regimento Inter-
que a necessidade exigir, não sendo necessária c Inciso XIV acrescido pela ER no 14, de 5-12-2011. no.

2447
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça
Art. 21‑B. O Presidente do Tribunal poderá mento de casos repetitivos para adoção das CAPÍTULO V
convocar magistrados vitalícios até o número medidas cabíveis; DAS ATRIBUIÇÕES DO
de sete, para atuarem como juízes auxiliares IX – remeter o processo ao Supremo Tribunal PRESIDENTE DE SEÇÃO
em apoio à Presidência. Federal após juízo positivo de admissibilidade Art. 24. Compete ao Presidente de Seção:
c Caput do art. 21‑B com a redação dada pela ER quando entender versar o recurso especial
n 37, de 4-9-2020.
o sobre matéria constitucional, dando vista ao I – presidir as sessões, onde terá apenas o voto
de desempate;
§ 1o O Presidente ainda convocará um juiz fe‑ recorrente pelo prazo de quinze dias para que II – manter a ordem nas sessões;
deral para exercer a função de Secretário‑Geral demonstre a existência de repercussão geral e III – convocar sessões extraordinárias;
do Conselho da Justiça Federal e um juiz vita‑ manifeste‑se sobre a questão constitucional, IV – mandar incluir em pauta os processos de
lício para prestar auxílio à Escola Nacional de bem como vista à parte adversa para, por igual sua Seção e assinar as atas das sessões;
Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados prazo, apresentar contrarrazões. V – assinar os ofícios executórios e quaisquer
Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, por in‑ § 1 o Opostos embargos de declaração con‑ comunicações referentes aos processos julga‑
dicação do Diretor‑Geral da Escola. tra decisão do Presidente, caberá a ele a sua dos pela respectiva Seção;
§ 2o A convocação de juiz auxiliar vigerá pelo análise. VI – indicar ao Presidente funcionários da Se‑
prazo de um ano, prorrogável por igual perío‑ § 2o Interposto agravo interno contra a decisão cretaria do Tribunal a serem designados para
do, sem prejuízo dos direitos e vantagens de do Presidente proferida no exercício das com‑ os cargos de direção de sua Seção;
seu cargo de origem, ficando condicionada à petências previstas neste artigo, os autos serão VII – assinar a correspondência de sua Seção;
disponibilidade orçamentária. distribuídos, observado o disposto no art. 9 o c Incisos V a VII com a redação dada pela ER no 6, de
12-8-2002.
c §§ 1 o e 2 o com a redação dada pela ER n o 37, de deste Regimento, caso não haja retratação da
4-9-2020. decisão agravada. VIII – decidir, por delegação do Presidente do
§ 3o Revogado. ER no 37, de 4-9-2020. § 3 o O Presidente do Tribunal poderá dele‑ Tribunal e no âmbito de sua atuação, as ma‑
térias previstas no art. 21‑E deste Regimento.
Art. 21‑C. Sem prejuízo dos arts. 21‑A e 21‑B, gar ao Vice‑Presidente e aos Presidentes das Inciso VIII acrescido pela ER no 24, de 28-9-2016.
os Ministros podem indicar ao Presidente a Seções, dentro de suas respectivas áreas de
c

convocação de um magistrado vitalício para atuação, a análise das matérias previstas oneste CAPÍTULO VI
auxiliá‑los nos afazeres de seus gabinetes, em artigo, observado o que dispõem os §§ 1 e 2 .
o
DAS ATRIBUIÇÕES DO
caráter excepcional, quando o justificado acú‑ § 4 o
A delegação de que trata o § 3 o
far‑se‑á PRESIDENTE DE TURMA
mulo de serviço o exigir. mediante ato do Presidente do Tribunal, se
Art. 25. Compete ao Presidente de Turma:
Parágrafo único. A convocação de juiz auxi‑ houver concordância dos delegatários. I – presidir as sessões de sua Turma, onde terá
liar vigerá pelo prazo de um ano, prorrogável § 5o Os Presidentes das Seções poderão indicar participação também na condição de relator,
por igual período, sem prejuízo dos direitos e ao Presidente do Tribunal, para subdelegação, revisor ou vogal;
vantagens de seu cargo de origem, ficando um membro integrante da respectiva Seção. II – manter a ordem nas sessões;
condicionada à disponibilidade orçamentária. c Art. 21‑E acrescido pela ER no 24, de 28-9-2016. III – convocar as sessões extraordinárias;
Art. 21‑D. Serão regulados por resolução as Seção III IV – mandar incluir em pauta os processos da
convocações, direitos, vantagens, vencimen‑ DAS ATRIBUIÇÕES DO VICE‑PRESIDENTE respectiva Turma e assinar as atas das sessões;
tos e dispensas dos magistrados instrutores e V – assinar os ofícios executórios e quaisquer
auxiliares. Art. 22. Ao Vice‑Presidente incumbe substituir comunicações referentes aos processos julga‑
c Arts. 21‑C e 21‑D acrescidos pela ER n o 21, de
o Presidente nas férias, licenças, ausências e dos pela respectiva Turma;
3-2-2016. impedimentos eventuais, e sucedê‑lo, no caso VI – indicar ao Presidente funcionários da Se‑
de vaga, na forma do artigo 18. cretaria do Tribunal a serem designados para

REGIMENTOS INTERNOS
Art. 21‑E. São atribuições do Presidente antes
§ 1 o O Vice‑Presidente integra o Plenário e a os cargos de direção de sua Turma;
da distribuição:
Corte Especial também nas funções de relator VII – assinar a correspondência de sua Turma.
I – apreciar e homologar pedidos de desistên‑ e revisor. c Incisos V a VII com a redação dada pela ER no 6, de
cia, de autocomposição das partes e de habi‑ 12-8-2002.
litação em razão de falecimento de qualquer § 2 Ao Vice‑Presidente incumbe, ainda:
o

das partes; I – por delegação do Presidente: CAPÍTULO VII


II – apreciar os pedidos de gratuidade da justi‑ a) decidir as petições de recursos para o Su‑ DOS MINISTROS
ça nos feitos de competência originária; premo Tribunal Federal, resolvendo os inci‑ Seção I
III – determinar o cancelamento do registro do dentes que se suscitarem; DISPOSIÇÕES GERAIS
feito se a parte, intimada na pessoa de seu ad‑ b) auxiliar na supervisão e fiscalização dos ser‑
vogado, não realizar o pagamento, em quinze viços da Secretaria do Tribunal; Art. 26. A indicação, pelo Superior Tribunal de
dias, das custas e despesas de ingresso; Justiça, de juízes, desembargadores, advoga‑
c) Revogada. ER no 10, de 11-11-2009; dos e membros do Ministério Público, a serem
IV – apreciar os habeas corpus e as revisões d) decidir as matérias previstas no art. 21‑E
criminais inadmissíveis por incompetência ma‑ nomeados pelo Presidente da República, para
deste Regimento. comporem o Tribunal, far‑se‑á em lista tríplice.
nifesta, encaminhando os autos ao órgão que c Alínea d acrescida pela ER no 24, de 28-9-2016.
repute competente; § 1o Ocorrendo vaga destinada a advogado ou
V – não conhecer de recurso inadmissível, pre‑ II – exercer, no Conselho da Justiça Federal, as a membro do Ministério Público, o Presidente
judicado ou que não tiver impugnado especi‑ funções que lhe competirem, de acordo com o do Tribunal, nos cinco dias seguintes, solicitará
ficamente todos os fundamentos da decisão Regimento Interno. ao órgão de representação da classe que provi‑
recorrida; § 3o A delegação das atribuições previstas no dencie a lista sêxtupla dos candidatos, obser‑
VI – negar provimento a recurso que for con‑ item I do parágrafo anterior far‑se‑á mediante vados os requisitos constitucionais (Constitui‑
trário a súmula do Supremo Tribunal Federal ato do Presidente e de comum acordo com o ção, artigo 104, parágrafo único).
ou do Superior Tribunal de Justiça, a acórdão Vice‑Presidente. § 2 o Tratando‑se de vaga a ser preenchida
proferido em julgamento de recursos repetiti‑ CAPÍTULO IV por Juiz ou Desembargador, o Presidente
vos ou a entendimento firmado em incidente solicitará aos Tribunais Regionais Federais
de assunção de competência; DAS ATRIBUIÇÕES DO COORDERNADOR e aos Tribunais de Justiça que enviem, no
VII – dar provimento a recurso se a decisão GERAL DA JUSTIÇA FEDERAL prazo de dez dias, relação dos magistrados
recorrida for contrária a súmula do Supremo Art. 23. O Corregedor‑Geral exercerá, no Con‑ que contem mais de trinta e cinco e menos
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de selho da Justiça Federal, as atribuições que lhe de setenta anos de idade, com indicação das
Justiça, a acórdão proferido em julgamento de couberem, na conformidade da lei e do seu datas de nascimento (Constituição, art. 104,
recursos repetitivos ou a entendimento firma‑ Regimento Interno e integrará o Plenário e a parágrafo único).
do em incidente de assunção de competência; Corte Especial também nas funções de relator c § 2 o com a redação dada pela ER n o 44, de
VIII – determinar a devolução ao Tribunal de e revisor. 13-9-2023.
origem dos recursos fundados em controvérsia c Artigo com a redação dada pela ER n o 22, de § 3o Recebida a lista sêxtupla, ou esgotado o
idêntica àquela já submetida ao rito de julga‑ 16-3-2016. prazo indicado no parágrafo anterior, convoca‑

2451
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça
rá o Presidente, de imediato, sessão do Tribu‑ nomes, a segunda e subsequentes deverão ser c) satisfazer aos demais requisitos inscritos
nal para elaboração da lista tríplice. integradas pelos dois nomes remanescentes em lei.
§ 4o Para a composição da lista tríplice, o Tri‑ da lista anterior, acrescidos de mais um nome. § 4o O prazo para a posse poderá ser prorroga‑
bunal reunir‑se‑á, em sessão pública, com o § 5o Se o Tribunal deliberar que, em cada lista, do pela Corte Especial, na forma da lei.
quorum de dois terços de seus membros, além constarão três nomes distintos, cada Ministro, Art. 29. Os Ministros têm as prerrogativas, ga‑
do Presidente. no primeiro escrutínio, votará em tantos nomes rantias, direitos e incompatibilidades inerentes
§ 5o Somente constará de lista tríplice o candi‑ quantos necessários à constituição das listas trí‑ ao exercício da Magistratura.
dato que obtiver, em primeiro ou subsequente plices. Nesse caso, na organização simultânea
das listas, os nomes que obtiverem, em primei‑ § 1o Os Ministros receberão o tratamento de
escrutínio, a maioria absoluta dos votos dos Excelência e usarão vestes talares, nas ses‑
membros do Tribunal, observado o disposto no ro escrutínio, maioria absoluta dos votos dos
membros do Tribunal, figurarão, pela ordem de‑ sões solenes, e capas, nas sessões ordinárias
artigo 27, § 3o. ou extraordinárias; conservarão o título e as
§ 6o Os candidatos figurarão na lista de acordo crescente de votos, em primeiro lugar, em cada
uma das listas, de acordo com sua numeração, honras correspondentes, mesmo depois da
com a ordem decrescente dos sufrágios que aposentadoria.
obtiverem, respeitado, também, o número de e nos lugares subsequentes das listas, horizon‑
talmente considerados, pela mesma ordem, da c Antigo parágrafo único transformado em § 1o pela
ordem do escrutínio. Em caso de empate, terá ER no 1, de 23-5-1991.
preferência o mais idoso. primeira à última. Se, no primeiro escrutínio, não
se preencherem todos os lugares das diversas § 2o A Presidência do Tribunal velará pela pre‑
c §§ 5 o e 6 o com a redação dada pela ER n o 1, de servação dos direitos, interesses e prerrogati‑
23-5-1991.
listas, proceder‑se‑á a segundo e, se necessário,
a novos escrutínios, na forma definida na últi‑ vas dos Ministros aposentados.
§ 7o A escolha dos nomes que comporão lis‑ ma parte do § 3o deste artigo, distribuindo‑se, c § 2o acrescido pela ER no 1, de 23-5-1991.
ta tríplice far‑se‑á em votação secreta, reali‑ nas listas, os nomes escolhidos, de acordo com
zando‑se tantos escrutínios quantos forem Art. 30. A antiguidade do Ministro no Tribunal,
a ordem prevista para o primeiro escrutínio. No para sua colocação nas sessões, distribuição de
necessários. segundo e subsequentes escrutínios, cada Mi‑ serviços, revisão dos processos, substituições e
§ 8 o Para colocação dos nomes na lista, em nistro votará em tantos nomes quantos faltarem outros quaisquer efeitos legais ou regimentais,
caso de empate, far‑se‑á o desempate em fa‑ para serem incluídos nas listas. é regulada na seguinte ordem:
vor do candidato mais idoso; se ainda persistir § 6o Se o Tribunal deliberar que, na constitui‑
o empate, adotar‑se‑á o critério do tempo de I – pela posse;
ção das listas, será adotado o critério previs‑ II – pela nomeação;
serviço público no cargo, para os magistrados to na segunda hipótese do § 4 o deste artigo,
e membros do Ministério Público, ou o tempo III – pela idade.
cada Ministro, em primeiro escrutínio, votará
de inscrição na Ordem como advogado, para em tantos nomes quantas forem as vagas a Parágrafo único. Respeitar‑se‑á, no Superior
os advogados. preencher e em mais dois. Nessa hipótese, na Tribunal de Justiça, a antiguidade que vinha
Art. 27. Aberta a sessão, será ela transforma‑ organização simultânea das listas, atendido o sendo observada no Tribunal Federal de Recur‑
da em conselho, para que o Tribunal aprecie disposto no § 5o do artigo 27, a primeira será sos, em relação aos seus Ministros.
aspectos gerais referentes à escolha dos can‑ integrada, na ordem decrescente dos sufrágios Art. 31. Havendo, dentre os Ministros do Tri‑
didatos, seus currículos, vida pregressa e se sa‑ alcançados, por três nomes; a segunda lista bunal, cônjuges, parentes consanguíneos ou
tisfazem os requisitos constitucionais exigidos. constituir‑se‑á dos dois nomes remanescentes afins, em linha reta ou no terceiro grau da
Os membros do Tribunal receberão, quando da primeira, mais o nome que tenha obtido linha colateral, integrarão Seções diferentes,
possível, com antecedência de, no mínimo, a quarta votação; a terceira lista dar‑se‑á por e o primeiro que conhecer da causa impede
setenta e duas horas da data da sessão, rela‑ composta dos dois nomes remanescentes da que o outro participe do julgamento quando
ção dos candidatos, instruída com cópia dos lista anterior, mais o nome que haja obtido a da competência da Corte Especial.
respectivos currículos. quinta votação, respeitada a ordem dos escru‑ Art. 32. Os Ministros têm direito de transfe‑
§ 1 o Tornada pública a sessão, o Presidente tínios, e assim sucessivamente. Se, no primei‑ rir‑se para Seção ou Turma, onde haja vaga,
designará a Comissão Escrutinadora, que será ro escrutínio, não se preencherem todos os antes da posse de novo Ministro, ou, em caso
integrada por três membros do Tribunal. lugares das diversas listas, nos termos deste de permuta, para qualquer outra. Havendo
§ 2o Existindo mais de uma vaga a ser preen‑ parágrafo, proceder‑se‑á a segundo e a novos mais de um pedido, terá preferência o do mais
chida por advogado ou membro do Ministério escrutínios, na forma definida no parágrafo antigo.
Público, para cada lista sêxtupla, será elabora‑ anterior e na última parte do § 3o deste artigo.
Art. 33. Os Ministros têm jurisdição em todo
da lista tríplice, observando‑se o que dispõe o § 7 o No ofício de encaminhamento ao Poder o território nacional e domicílio no Distrito
§ 3o deste artigo. Executivo, da lista tríplice única ou das diversas Federal.
§ 3 o Tratando‑se de lista tríplice única, cada listas tríplices, far‑se‑á referência ao número
c Caput com a redação dada pela ER n o 7, de
Ministro, no primeiro escrutínio, votará em três de votos obtidos pelos indicados e à ordem do 1o-3-2004.
nomes. Ter‑se‑á como constituída, se, em pri‑ escrutínio em que se deu a escolha.
Parágrafo único. É dever dos Ministros, entre
meiro escrutínio, três ou mais candidatos obti‑ Art. 28. Os Ministros tomarão posse, no prazo outros estabelecidos em lei e neste Regimento:
verem maioria absoluta dos votos do Tribunal, de trinta dias, em sessão plenária e solene do
hipótese em que figurarão na lista, pela ordem Tribunal, podendo fazê‑lo perante o Presiden‑ I – manter residência no Distrito Federal;
decrescente de sufrágios, os nomes dos três te, em período de recesso ou férias. II – comparecer às sessões de julgamento, ne‑
mais votados. Em caso contrário, efetuar‑se‑á c Caput com a redação dada pela ER n o 1, de
las permanecendo até o seu final, salvo com
segundo escrutínio e, se necessário, novos 23-5-1991. autorização prévia do Presidente do órgão
escrutínios, concorrendo, em cada um, can‑ julgador.
§ 1o No ato da posse, o Ministro prestará com‑
didatos em número correspondente ao dobro promisso de bem desempenhar os deveres do c Incisos I e II acrescidos pela ER n 7, de 1 -3-2004.
o o

dos nomes a serem inseridos, ainda, na lista, cargo, e de bem cumprir e fazer cumprir a Seção II
de acordo com a ordem da votação alcançada Constituição e as leis do País.
no escrutínio anterior, incluídos, entretanto, DO RELATOR
todos os nomes com igual número de votos § 2 o Do compromisso, lavrar‑se‑á, em livro Art. 34. São atribuições do relator:
na última posição a ser considerada. Restando, especial, termo que será assinado pelo Presi‑
apenas, uma vaga a preencher, será conside‑ dente, pelo empossado e pelo Diretor‑Geral I – ordenar e dirigir o processo;
da Secretaria. II – determinar às autoridades judiciárias e ad‑
rado escolhido o candidato mais votado, com ministrativas, sujeitas à sua jurisdição, provi‑
preferência ao mais idoso, em caso de empate. § 3o Somente será dada posse ao Ministro que dências relativas ao andamento e à instrução
c § 3o com a redação dada pela ER no 1, de 23-5-1991. antes haja provado: do processo, exceto se forem da competência
§ 4o Se existirem duas ou mais vagas a serem a) ser brasileiro; da Corte Especial, da Seção, da Turma ou de
providas dentre juízes ou desembargadores, o b) contar mais de trinta e cinco e menos de seus Presidentes;
Tribunal deliberará, preliminarmente, se as lis‑ setenta anos de idade; III – delegar atribuições a autoridades judiciá‑
tas se constituirão, cada uma, com três nomes c Alínea b com a redação dada pela ER n o 44, de rias de instância inferior, nos casos previstos
distintos, ou se, composta a primeira com três 13-9-2023. em lei ou neste Regimento;

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Súmulas do STJ
628. A teoria da encampação é aplicada no 639. Não fere o contraditório e o devido pro‑ trativa, independentemente de prévia conde‑
mandado de segurança quando presentes, cesso decisão que, sem ouvida prévia da defe‑ nação, por autoridade judiciária, à perda da
cumulativamente, os seguintes requisitos: sa, determine transferência ou permanência de função pública.
a) existência de vínculo hierárquico entre a custodiado em estabelecimento penitenciário 652. A responsabilidade civil da Administração
autoridade que prestou informações e a federal. Pública por danos ao meio ambiente, decor‑
que ordenou a prática do ato impugnado; 640. O benefício fiscal que trata do Regime rente de sua omissão no dever de fiscaliza‑
b) manifestação a respeito do mérito nas in‑ Especial de Reintegração de Valores Tributários ção, é de caráter solidário, mas de execução
formações prestadas; e para as Empresas Exportadoras (REINTEGRA) subsidiária.
c) ausência de modificação de competência alcança as operações de venda de mercado‑
estabelecida na Constituição Federal. 653. O pedido de parcelamento fiscal, ainda
rias de origem nacional para a Zona Franca de
que indeferido, interrompe o prazo prescricio‑
629. Quanto ao dano ambiental, é admitida Manaus, para consumo, industrialização ou
nal, pois caracteriza confissão extrajudicial do
a condenação do réu à obrigação de fazer ou reexportação para o estrangeiro.
débito.
à de não fazer cumulada com a de indenizar. 641. A portaria de instauração do processo ad‑
ministrativo disciplinar prescinde da exposição 654. A tabela de preços máximos ao consumi‑
630. A incidência da atenuante da confissão dor (PMC) publicada pela ABCFarma, adotada
espontânea no crime de tráfico ilícito de entor‑ detalhada dos fatos a serem apurados.
pelo FISCO para a fixação da base de cálculo
pecentes exige o reconhecimento da traficân‑ 642. O direito à indenização por danos mo‑ do ICMS na sistemática da substituição tribu‑
cia pelo acusado, não bastando a mera admis‑ rais transmite‑se com o falecimento do titular,
são da posse ou propriedade para uso próprio. tária, não se aplica aos medicamentos desti‑
possuindo os herdeiros da vítima legitimida‑ nados exclusivamente para uso de hospitais
631. O indulto extingue os efeitos primários de ativa para ajuizar ou prosseguir a ação e clínicas.
da condenação (pretensão executória), mas indenizatória.
não atinge os efeitos secundários, penais ou 655. Aplica‑se à união estável contraída por
643. A execução da pena restritiva de di‑ septuagenário o regime da separação obriga‑
extrapenais. reitos depende do trânsito em julgado da
tória de bens, comunicando‑se os adquiridos
632. Nos contratos de seguro regidos pelo Có‑ condenação.
na constância, quando comprovado o esforço
digo Civil, a correção monetária sobre a indeni‑ 644. O núcleo de prática jurídica deve apre‑
zação securitária incide a partir da contratação comum.
sentar o instrumento de mandato quando
até o efetivo pagamento. constituído pelo réu hipossuficiente, salvo nas 656. É válida a cláusula de prorrogação au‑
633. A Lei no 9.784/1999, especialmente no hipóteses em que é nomeado pelo juízo. tomática de fiança na renovação do contrato
que diz respeito ao prazo decadencial para a principal. A exoneração do fiador depende
645. O crime de fraude à licitação é formal, e da notificação prevista no art. 835 do Código
revisão de atos administrativos no âmbito da sua consumação prescinde da comprovação do
Administração Pública federal, pode ser apli‑ Civil.
prejuízo ou da obtenção de vantagem.
cada, de forma subsidiária, aos estados e mu‑ 657. Atendidos os requisitos de segurada
nicípios, se inexistente norma local e específica 646. É irrelevante a natureza da verba traba‑ especial no RGPS e do período de carên‑
que regule a matéria. lhista para fins de incidência da contribuição cia, a indígena menor de 16 anos faz jus ao
ao FGTS, visto que apenas as verbas elencadas salário‑maternidade.
634. Ao particular aplica‑se o mesmo regime em lei (art. 28, § 9o, da Lei no 8.212/1991), em
prescricional previsto na Lei de Improbidade rol taxativo, estão excluídas da sua base de cál‑ 658. O crime de apropriação indébita tri‑
Administrativa para o agente público. culo, por força do disposto no art. 15, § 6o, da butária pode ocorrer tanto em operações
635. Os prazos prescricionais previstos no Lei no 8.036/1990. próprias, como em razão de substituição
art. 142 da Lei n o 8.112/1990 iniciam‑se na tributária.
647. São imprescritíveis as ações indenizató‑
data em que a autoridade competente para a 659. A fração de aumento em razão da prá‑
rias por danos morais e materiais decorrentes
abertura do procedimento administrativo toma tica de crime continuado deve ser fixada de
de atos de perseguição política com violação
conhecimento do fato, interrompem‑se com o acordo com o número de delitos cometidos,
de direitos fundamentais ocorridos durante o
primeiro ato de instauração válido – sindicân‑ aplicando‑se 1/6 pela prática de duas infra‑
regime militar.
cia de caráter punitivo ou processo disciplinar
648. A superveniência da sentença condena‑ ções, 1/5 para três, 1/4 para quatro, 1/3 para
– e voltam a fluir por inteiro, após decorridos
tória prejudica o pedido de trancamento da cinco, 1/2 para seis e 2/3 para sete ou mais
140 dias desde a interrupção.
ação penal por falta de justa causa feito em infrações.
636. A folha de antecedentes criminais é docu‑
mento suficiente a comprovar os maus antece‑ habeas corpus. 660. A posse, pelo apenado, de aparelho
dentes e a reincidência. 649. Não incide ICMS sobre o serviço de trans‑ celular ou de seus componentes essenciais
porte interestadual de mercadorias destinadas constitui falta grave.
637. O ente público detém legitimidade e in‑
teresse para intervir, incidentalmente, na ação ao exterior. 661. A falta grave prescinde da perícia do
possessória entre particulares, podendo dedu‑ 650. A autoridade administrativa não dispõe celular apreendido ou de seus componentes
zir qualquer matéria defensiva, inclusive, se for de discricionariedade para aplicar ao servidor essenciais.
o caso, o domínio. pena diversa de demissão quando carateriza‑ 662. Para a prorrogação do prazo de perma‑
638. É abusiva a cláusula contratual que res‑ das as hipóteses previstas no art. 132 da Lei nência no sistema penitenciário federal, é
tringe a responsabilidade de instituição finan‑ no 8.112/1990. prescindível a ocorrência de fato novo; basta
ceira pelos danos decorrentes de roubo, furto 651. Compete à autoridade administrativa constar, em decisão fundamentada, a persis‑
ou extravio de bem entregue em garantia no aplicar a servidor público a pena de demissão tência dos motivos que ensejaram a transfe‑
âmbito de contrato de penhor civil. em razão da prática de improbidade adminis‑ rência inicial do preso.

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