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Nome: Vivian Alves Pacheco Curso: Administração Pública - noturno

a) Como podemos avaliar a validade e a eficácia da Convenção Interamericana contra a


Corrupção, adotada em Caracas em 1996, bem como a Convenção das Nações Unidas
contra a Corrupção assinada pelo Brasil em 2003?
A partir de um ponto de vista jus-sociológico, é possível avaliar o grau de eficácia dos tratados acima
citados e, para isso, é necessário verificar se eles estão sendo obedecidos e se estão alcançando sua
finalidade. Já a validade, é um juízo que indica se os mandamentos possuem qualidade como norma
jurídica. Para tal, eles devem fazer parte do ordenamento jurídico brasileiro, sendo assim válidos
dentro desse território. O fato de o Brasil elaborar uma efetiva lei nacional de combate à corrupção
em 2013 mostra que ambas as Convenções assinadas, embora válidas por integrarem a partir
daquele momento o ordenamento jurídico brasileiro, eram ineficazes, pois não incutiram punições e
formas de combate efetivos à corrupção brasileira.

b) Quais são os instrumentos indicados no artigo que buscam dar eficácia e efetividade à Lei
anticorrupção.
De acordo com o artigo, a Lei anticorrupção mostrou-se eficaz e efetiva ao expor de forma clara os
atos lesivos à Administração Pública e investir em um sistema de responsabilização mista do ente
privado, assumindo que dirigentes e administradores de empresas estão cientes no caso de
negociações ocorrerem dentro da mesma. A Lei também se mostra efetiva ao processar e punir atos
lesivos pela via administrativa e pela via judicial, sendo elas vias independentes entre si, logo garante
que as empresas estejam sujeitas a ambas as punições. Essas sanções têm caráter severo, o que
contribui para que seja evitado o descumprimento da Lei. Ademais, há a criação do Cadastro
Nacional de Empresas Punidas e do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas,
certificando a publicidade das sanções aplicadas, dando o caráter de transparência à Lei. Sendo
assim, por meio destas medidas, a Lei anticorrupção deve alcançar um grande grau de efetividade.

c) O acordo de leniência é um instrumento de efetividade da norma? Analise criticamente.


Apesar do acordo de leniência ser algo que ameniza a situação de uma empresa infratora, até
retirando uma de suas sanções, sendo fornecida a possibilidade de voltar a receber incentivos
governamentais, o acordo argumenta a favor da efetividade da norma. O acordo é firmado a partir da
iniciativa da empresa de colaborar com as investigações de corrupção dela, de forma que sejam
identificados os envolvidos e fornecidas as provas que apontem a infração, sem eximir a pessoa
jurídica de sua obrigação de reparar integralmente o dano causado. Com isso, é abrangido pela lei
não apenas a efetividade no cumprimento dela, mas também a efetividade de identificar e analisar os
casos em que ela não for cumprida, com a colaboração dos infratores. Seja por medo das punições
ou por terem um pouco de consciência, o fornecimento desses dados pode contribuir para progressos
no âmbito da fiscalização das empresas.

d) Analise a eficácia da Lei anticorrupção no Brasil.


Ao analisar os aspectos da Lei anticorrupção citados nos itens b) e c) e, ao verificar que estes fatores
contribuem para - ou obrigam, no caso do acordo de leniência - a criação de um Código de Conduta
na empresa, é verificável que a Lei anticorrupção tem influência, não apenas na punição de infratores,
mas também na criação de uma cultura de empresas que se preocupam com as relações
governamentais de forma lícita, com equipes de compliance, formadas por pessoas que pensam a
representação de interesses entre a empresa e o governo seguindo as normas da Lei. Logo, conclui-
se que a Lei anticorrupção está moldando um futuro com menos empresas infratoras, sendo assim
uma norma de importante eficácia.

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