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Material Teórico
Contratos administrativos
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Contratos administrativos
• Contratos Administrativos
• Conceito de Contrato Administrativo
• Características dos Contratos Administrativos
• Competência Legislativa ou Legiferante
• Espécies
• Vigência e eficácia
• Prazo de duração
• Garantias
• Alteração e rescisão contratual
• Extinção de contrato
• Teoria da Imprevisão
3. Lei nº. 10.520, de 17 de julho de 2002, que institui no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, a modalidade de licitação denominada Pregão;
4. Lei nº. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o regime de concessão e
permissão da prestação de serviços públicos;
5. Lei nº. 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que institui as normas gerais para licitação
e contratação de parceria público-privada, no âmbito da Administração Pública;
7. Lei nº. 12.232, de 29 de abril de 2010, que estabelece normas gerais para a licitação
e contratação pela Administração Pública de serviços de publicidade prestados por
intermédio de agências de propaganda.
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Unidade: Contratos administrativos
Contextualização
Considerando nossos estudos, podemos perceber que a Lei nº. 8.666/93, embora tenha
algumas falhas, tem se mostrado eficaz.
Porém, como é de conhecimento público, vivemos em país onde a corrupção faz parte da
nossa vida cotidiana, e a corrupção na esfera político partidária é infelizmente muito grande,
haja vista os inúmeros escândalos divulgados pela mídia.
A fim de tentar evitar tais desvios, existem propostas de alterações na Lei de licitações.
O link a seguir remeterá você a um texto que o(a) ajudará a compreender melhor
tais propostas.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/licitacoes-o-que-eles-tem-que-nos-nao-temos/
D’ELIA, Mirella. Licitações: o que eles têm que nós não temos. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/licitacoes-o-que-eles-tem-que-nos-nao-temos/.
Acesso em: 09 set. 2015.
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Contratos Administrativos
Os contratos feitos entre pessoas comuns, sejam elas físicas ou jurídicas, dentro do universo
do direito civil é regido por vários princípios do direito, dentre os quais iremos destacar apenas o
mais importante para o direito civil, qual seja, o princípio da autonomia da vontade das partes.
Tal princípio considera que o que for pactuado entre as pessoas, físicas ou jurídicas, deve
prevalecer, pois o contrato “faz lei entre as partes”, ou seja, deve ser efetivamente cumprido
o que foi pactuado. E mais, dentro do direito civil comum, as partes contraentes têm a mesma
autonomia, com poderes iguais na contratação.
Os contratos têm mais de uma parte, são formais, refletem uma celebração de vontades,
envolvem sempre uma prestação onerosa ou remuneração, têm compensações recíprocas e,
via de regra, só poderão ser executados por aquele que foi contratado.
Todavia, veremos no decorrer dos nossos estudos que os contratos feitos pela Administração
Pública possuem vários diferenciais em relação ao contrato do direito civil. Embora os
contratos feitos pela Administração Pública também sejam um acordo de vontades, devemos
ter em mente que o Poder Público é regido também pelo princípio da legalidade, ou seja,
deve seguir o que está previsto na nossa legislação, sendo que o contrato administrativo tem
suas próprias especificidades.
Quando pensamos em contratos e Administração Pública, precisamos fazer uma distinção
entre contrato administrativo e contrato da Administração.
Por contrato da Administração podemos entender o contrato realizado pela Administração
Pública, todavia as regras que devem predominar são as do direito privado, haja vista que se
o que predomina é o direito privado, isso significa que também haverá disposições de direito
público, e assim sendo, como a finalidade do Estado é buscar o bem comum, as disposições que
devem prevalecer são as de Direito Público. Um exemplo clássico de contrato da Administração
é o contrato de locação de bens imóveis.
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Unidade: Contratos administrativos
Importante não nos olvidarmos de que nos contratos administrativos sempre deve existir a
prevalência do interesse público sobre o interesse privado; essa supremacia da Administração
Pública tem fulcro na lei.
Nas palavras do Professor Hely Lopes Meirelles (2014), podemos entender o contrato
administrativo como um
[...] ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com
particular ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivos de
interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração.
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Características dos Contratos Administrativos
Formalismo
A Lei de Licitações nº. 8.666/93 impõe que os contratos administrativos sejam sempre
celebrados seguindo a forma prescrita em lei, como, por exemplo, o fato de o contrato ter de
ser por escrito, os prazos, publicações obrigatórias etc.
Os contratos administrativos só irão adquirir eficácia após a sua publicação, que deverá
ocorrer no prazo máximo de vinte dias contados da data das assinaturas, não devendo
ultrapassar o quinto dia útil do mês subsequente. Será obrigatório o instrumento de contrato
na Concorrência, Tomada de preços e contratações de dispensa e inexigibilidade.
Nas demais contratações, os instrumentos podem ser substituídos por casos, podem ser
substituídos conforme a situação. No que tange às contratações verbais, estas apenas serão
permitidas onde são feitas pequenas compras de pronto pagamento que tiverem como forma
de pagamento o regime de adiantamento e que não tenham valor superior a 5% dos valores que
obrigam a contratação por convite, perfazendo, assim, os seguintes valores: até R$ 7.500,00
(sete mil e quinhentos reais) para obras e serviços de engenharia; e até R$ 4.000,00 (quatro
mil reais) para outros serviços e compras (Lei nº. 8.666/93).
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Unidade: Contratos administrativos
Procedimento
Para que a contratação feita pela Administração Pública tenha validade e eficácia, faz-se
necessário que sejam cumpridos os requisitos formais e procedimentais que lhes são próprios,
como, por exemplo, a declaração formal de inexigibilidade de licitação, publicação instrumento.
Assim, a Administração fica obrigada a seguir as exigências próprias impostas pelo
ordenamento jurídico. A título de exemplo, a convocação do interessado para a assinatura do
termo, ou ainda a reserva de recursos orçamentários.
Finalidade do objeto
Alguns princípios constitucionais regem a Administração Pública, e eles não poderiam
deixar de ser aplicados aos contratos administrativos. Dessa forma, os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência regem também os contratos realizados
pela Administração Pública. Não podemos nos olvidar de que existe sempre a necessidade da
busca pelo contratado que melhor atenda ao interesse público.
Cláusulas exorbitantes
A supremacia da Administração Pública lhe concede algumas prerrogativas que os
particulares não possuem. Tais prerrogativas são chamadas de cláusulas exorbitantes.
As cláusulas exorbitantes podem ser compreendidas como privilégios que a Administração
possui dentro dos contratos administrativos que extrapolam o padrão comum dos contratos,
concedendo vantagens para Administração Pública.
Tais cláusulas, caso existam em um contrato civil comum, serão classificadas como cláusulas
ilícitas e abusivas, e sendo assim, não possuirão qualquer validade, porém dentro dos contratos
administrativos elas são plenamente válidas, com base na supremacia do interesse público
sobre o particular.
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O art. 58 da Lei nº. 8.666/93 traz o rol dessas cláusulas:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei
confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de
interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79
desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras
do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
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Unidade: Contratos administrativos
atuação da Administração Pública, esta deverá comunicar a autoridade competente para que
as devidas providências sejam tomadas. Como exemplo, podemos citar uma situação em que
a construção de uma determinada obra não está sendo efetuada por falta de materiais, mas
porque esses materiais foram desviados por alguns contratados. O desvio deve ser comunicado
à autoridade competente, haja vista que ocorreu um crime e, assim sendo, deve ser devidamente
apurado, e os culpados devem responder por tal ato.
Em situações de inadimplência do contrato administrativo, pode a Administração impor
quaisquer uma das sanções elencadas no art. 87 da Lei nº. 8.666/93:
Ainda dentro do rol das cláusulas exorbitantes, temos a ocupação provisória de móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto que fora avençado, porém deve se dar em
situações em que se vise à proteção da continuidade dos serviços públicos e em ocasiões de
interesse público. Entretanto, para que seja realizado tal procedimento, deve ser instaurado
um processo administrativo no qual o contratado terá a oportunidade de fazer uso dos
princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa. Cabe ressaltar que existindo tal
processo administrativo, até sua decisão por rescindir ou não o contrato, a Administração
poderá fazer a ocupação provisória e manter a prestação do serviço, como, por exemplo, um
imóvel locado para utilização como uma unidade básica de saúde, em que o locador se recusa
a cumprir o contrato, poderá ser ocupado e ser dado prosseguimento ao serviço prestado,
pois é de interesse público.
Importante não nos olvidarmos de que tais cláusulas exorbitantes não implicam um
contrato sem proteção legal do contratado ante a Administração Pública, mas apenas reforça
a supremacia que a Constituição Federal outorga ao ente público. Outro ponto relevante
sobre as cláusulas aqui discutidas é o fato de que a Administração tem a prerrogativa de fazer
alterações, todavia tais alterações, para serem realizadas, têm de ser devidamente justificadas.
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Competência Legislativa ou Legiferante
Nos moldes da Constituição Federal, compete privativamente à União editar normas gerais
de contratação e licitação, em todas as modalidades, segundo o art. 22.
Convém ressaltarmos que o Distrito Federal e os Municípios, segundo o art. 32 da
Constituição Federal, também podem exercer a competência legislativa suplementar, desde
que sigam as normas gerais editadas pela União.
Espécies
Os contratos administrativos são contratos especiais, haja vista que possuem características
próprias, como, por exemplo, as cláusulas exorbitantes. Assim sendo, esses contratos possuem
a natureza de contrato de adesão, já que as cláusulas são impostas de forma unilateral pela
Administração Pública.
Vigência e eficácia
Não podemos nos olvidar de que uma das características do contrato administrativo é
o formalismo, já que a regra geral é de que esses contratos sejam realizados de forma
escrita e que devem ser lavrados na repartição interessada. Tal característica faz com que a
vigência do contrato administrativo inicie-se com a formalização do contrato, ou seja, a data
e assinatura da avença.
No que tange à eficácia, esta pode coincidir com a vigência, pois está condicionada à
publicação resumida do contrato. Nosso ordenamento jurídico traz como condição de eficácia
a publicação, que deve ser feita no prazo de vinte dias úteis contados da assinatura e até o
quinto dia útil do mês subsequente.
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Unidade: Contratos administrativos
Prazo de duração
O mais comum é que o prazo contratual coincida com a vigência do crédito orçamentário,
que é igual ao ano civil, conforme dispõe a Lei nº. 4.320/64, art. 34. Salvo se o contrato for
avençado no último quadrimestre (art. 167, Constituição Federal).
Também são exceção à regra os projetos contemplados no plano plurianual; serviços
prestados de forma contínua; a locação de equipamentos e a utilização de programas de
informática.
Segundo a regra da Lei nº. 8.666/93, art. 57, não deve existir contrato sem prazo definido,
entretanto existe a exceção em se tratando de contrato de permissão de serviço público,
conforme a Lei nº. 8.987/95.
Excepcionalmente, existe a possibilidade de prorrogação do prazo de vigência, mas tal
exceção deve ser formalizada por meio de aditamento contratual, que necessariamente deverá
ser publicado, mantendo as condições e cláusulas que haviam sido avençadas.
Garantias
A Lei nº. 8.666/93, em seu art. 56, prevê que a Administração Pública pode exigir que
o contratado forneça garantias de que cumprirá com o que fora avençado, mas tal exigência
deve ser parte integrante do instrumento convocatório (edital). O contratado pode fazer a
opção por seguro-garantia, fiança bancária ou caução.
O seguro-garantia é quando o contratante avença com uma seguradora, a qual se
responsabiliza pelo inadimplemento contratual conforme o que tiver sido pactuado no contrato
de seguro. Assim, a seguradora se compromete até o valor avençado entre ela e seu cliente.
Essa forma de garantia também é conhecida como “performance bond”.
A fiança bancária ou garantia fidejussória nada mais é do que uma garantia pessoal dada
por uma instituição bancária.
Nosso ordenamento jurídico (art. 56, da Lei nº. 8.666/93) reza que, via de regra, o valor
máximo de garantia é de 5% (cinco por cento) do valor contratado, mas esse percentual
pode ser de até 10% (dez por cento) se for demonstrado por meio de um parecer técnico
que o contrato é de um valor vultoso e também envolver grande complexidade técnica e com
riscos consideráveis.
Já a caução é uma garantia em dinheiro ou em títulos da dívida pública. Havendo o
adimplemento do contrato, a caução será devolvida de forma corrigida.
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Alteração e rescisão contratual
Extinção de contrato
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Unidade: Contratos administrativos
Teoria da Imprevisão
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O fato do príncipe é um ato geral e imprevisível do Poder Público que incidirá de forma
indireta, onerando de forma substancial a execução da obrigação por parte daquele que
foi contratado, como, por exemplo, a importação de um produto cujo fornecimento tenha
sido contratado.
Em relação às interferências imprevistas, é possível em situações em que ocorre um fato
que não estava previsto, porém existente ao tempo da contratação. Como exemplo, um
terreno demasiadamente rochoso no espaço onde deveria ser realizada uma construção, mas
que só foi identificado após a celebração do contrato.
Em suma, podemos concluir que a teoria da imprevisão ou o reconhecimento de uma
situação alheia à vontade de contratado e contratante nada mais é que um ato imprevisível
no momento da contratação e que repercute efeitos negativos no contrato administrativo,
fazendo com que seu cumprimento se torne impossível ou inviável.
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Unidade: Contratos administrativos
Material Complementar
Vídeos:
BITTENCOURT, Marcus Vinicius Correa. Contrato administrativo – Introdução
e conceito. Vídeo publicado em 16 nov. 2014. Aula apresentada na ESMAFE/ PR.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yi1BKsuPd3c.
Acesso em: 09 set. 2015.
Sites:
Artigo
FERREIRA, Daniel; GUÉRIOS, Patrícia. Função social e equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos, privados e administrativos.
Disponível em: http://goo.gl/S9zK1V.
Acesso em: 09 set. 2015.
Blog
Blog Direito civil em debate. Coordenação de Giordano Bruno Soares Roberto.
Colaboração de estagiários docentes, monitores e alunos das disciplinas de Teoria Geral
do Direito Privado e Direito Civil, dos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade
de Direito da UFMG.
Disponível em: http://direitocivilemdebate.blogspot.com.br/2010/05/contratos-administrativos-diferem-se.html.
Acesso em: 09 set. 2015.
Leituras:
BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. Direito Público x Direito Privado.
Disponível em: http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205503372174218181901.pdf.
Acesso em: 09 set. 2015.
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Referências
DALLARI, Adilson Abreu. Aspectos jurídicos da licitação. 5a edição. São Paulo: Saraiva, 2000.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil. Teoria das obrigações contratuais e
extracontratuais. Volume 2. 30ª edição. São Paulo: Saraiva, 2013.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 27a edição. São Paulo: Atlas, 2014.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40a edição. São Paulo:
Malheiros Editores, 2014.
VIEIRA, Evelise Pedroso Teixeira Prado. Direito administrativo. São Paulo: Verbatim, 2011.w
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Unidade: Contratos administrativos
Anotações
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