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CONTRATO ADMINISTRATIVO E CONVÊNIO : ALGUNS ASPECTOS DIFERENCIADORES

O conceito de contrato está expresso no art. 2º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, a saber:

“Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades
da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação
de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, sejam qual for a denominação”.

Hely Lopes Meirelles ensina que o contrato administrativo “é o ajuste que a Administração
Pública, agindo nessa qualidade, firma com particular ou outra entidade administrativa para
consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria
Administração”

De regra o contrato administrativo é.

Ele é consensual, formal, oneroso e intuitu personae. Consensual consiste em dizer


que ele é de anuência entre as duas partes. Formal refere-se ao fato de ser consubstanciado
em documento próprio. Oneroso diz respeito às obrigações de ambas as partes. Intuitu
personae porque não permite que seja executado por outro, salvo as exceções trazidas pela
lei.

Há contratos administrativos em sentido amplo, de que participa a Administração


Pública e cujo objeto consiste numa prestação de dar, fazer ou não fazer. É um gênero que
comporta várias espécies, que são os acordos de vontade da Administração Pública, os
contratos administrativos em sentido restrito e os contratos de direito privado praticados pela
Administração.

Convênios são ajustes entre órgão ou entidades do poder público ou entre estes e
entidades privadas, visando à realização de projetos ou atividades de interesse comum, em
regime de mútua cooperação.
O convênio é um dos instrumentos de que o Poder Público se utiliza para associar-se
quer com outras entidades públicas quer com entidades privadas.
Assim, nota-se que o acordo de vontades encontrado nos convênios é marcado pela
cooperação ou mútua colaboração. Diferentemente do acordo travado nos contratos, em que
se espera a entrega ou prestação de um produto em troca de remuneração. Por exemplo, a
Administração Pública precisa construir uma nova sede para determinado Ministério, então,
abre-se procedimento licitatório, em busca da melhor proposta. As empresas participantes
procuram vencer o certame com o maior preço possível, para que obtenham uma margem
maior de lucro. Assina-se um contrato.

No convênio, o objeto pretendido interessa a todos envolvidos, por exemplo, se há


pessoas, em situação de fragilidade social, que sobrevivem catando resíduos sólidos em
determinada localidade, tanto o município quanto a entidade privada sem fins lucrativos
buscam retirar esse grupo da situação precária de trabalho, para incluí-lo em uma associação
ou cooperativa, que proporcionará, inclusive, aumento da renda recebida. Veja que a entidade
não busca o lucro, tanto que os recursos repassados pelo município terão destinação certa. A
contrapartida da entidade é sua experiência e proximidade com aquele público e com outras
instituições capazes de colaborar na execução do convênio.
Nos convênios, os objetivos são institucionais e comuns, como vimos acima, o que move os
partícipes do convênio é a mesma intenção. Nos contratos, de um lado, espera-se o produto e,
de outro, o pagamento.

Nesse sentido, as vontades nos convênios se somam, já que são convergentes. Por
outro lado, nos contratos, elas apenas se juntam, pois são antagônicas e opostas.

Tabela 1 - Principais diferenças entre contratos e convênios


Contratos Convênios
Interesses opostos e antagônicos Interesses convergentes
Composição de interesses (juntam-se) Conjugação de interesses (somam-se)

TIPOS DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Em havendo necessidades específicas, o Poder Público pode contratar com terceiros. Tal
contrato deverá seguir normas de direito público, sendo pluripartes (várias partes), formais
(devendo obedecer a determinada formalidade), comutativos (havendo recíprocas
compensações) e onerosos (pecuniários).

As espécies de contratos são: a) Contrato de obra pública (contrato de colaboração), b)


Contrato de serviço (contrato de colaboração), c) Contrato de fornecimento (contrato de
colaboração), d) Contrato de concessão, e) Contrato de gerenciamento e f) Contrato de gestão
.

Contrato de gestão: Contrato Administrativo pelo qual o Poder Público (contratante)


instrumentaliza parceria com o contratado (entidade privada ou da Administração Pública
indireta), constituindo autêntico acordo operacional, mediante o qual o contratante passa a
ser destinatário de benefícios previstos em lei. Tal modalidade de contrato administrativo é
meio de ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da Administração direta e indireta, nos termos do artigo 37, parágrafo8o CF
O Contrato de Gestão é um instrumento previsto na Constituição Federal de 1988, que tem
como objeto a fixação de metas de desempenho e deve ser firmado entre os gestores da
administração direta e indireta e o poder público.
Por exemplo, na Anvisa, de acordo com a Lei nº 9.782/1999, o Contrato de Gestão é firmado
com o Ministério da Saúde (MS), para a avaliação de sua atuação administrativa e de
desempenho. Essa avaliação é realizada a partir dos indicadores e das metas pactuadas no
próprio Contrato de Gestão, por meio de um Plano de Trabalho.

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