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Contratos Administrativos, Convênios,

Consórcios Públicos e Parcerias com


Terceiro Setor (Lei 13.019/14)
Este material didático destina-se, exclusivamente, ao uso
interno da ECG/TCE-RJ.

O material didático fornecido pela ECG/TCE-RJ tem caráter


meramente educativo e não vincula às decisões do Tribunal
de Contas do Estado do Rio de Janeiro, sendo o respectivo
conteúdo de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
autor.

(Deliberação TCE nº 243/07)


PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO

Contratos Administrativos, Convênios, Consórcios Públicos e


Parcerias com Terceiro Setor (Lei 13.019/14)

DOCENTES

Emerson Maia do Carmo


Amélia Norma Cardoso da Luz
Roberto Machado Cardoso

Edição agosto/2019
Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

Contratos
Administrativos
Amélia Luz
Agosto/19

TCERJ-ECG

Sumário
 Contratos Administrativos
 1. Teoria Geral dos Contratos

 1.1 Conceito
 1.2 Princípios Gerais

 2. Contratos da Administração
 2.1 Conceito
 2.2 Contrato Privado da Administração
 2.3 Contratos Administrativos (Art. 54 a 80 da Lei n. 8.666/93)

 2.3.1 Características
 2.3.2 Espécies
 2.3.3 Formalização

 3. Cláusulas Necessárias (Obrigatórias)

 4. Cláusulas Exorbitantes

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

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Sumário
 5. Equilíbrio Econômico-Financeiro
 5.1 Teoria da Imprevisão - Revisão
 5.2 Reajuste
 5.3 Repactuação
 5.4 Correção Monetária

 6. Duração do Contrato
 6.1 Regra
 6.2 Exceções

 7. Extinção do Contrato
 8. Rescisão
 9. Termo Aditivo
 10. Atas de Registro de Preços (detalhes)

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1. Teoria Geral dos Contratos

1.1 Conceito de Contrato

Negócio Jurídico, derivado de acordo de vontade e com objetivo


determinado, não defeso em lei, apto a produzir efeitos jurídicos.
Quais os efeitos jurídicos?

Modificar
Adquirir
Resguardar/conservar
Transferir
Extinguir direitos

Lei n.º8.666/93

“Art. 2º - Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo
e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.”

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1. Teoria Geral dos Contratos

- Pressupostos:
. mais de uma parte (negócio jurídico bilateral)
. acordo de vontades
. produção de efeitos jurídicos

- Requisitos de validade
. agente capaz;
. objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
. forma prescrita ou não defesa em lei

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1. Teoria Geral dos Contratos

1.2 Princípios Gerais

- Princípio da obrigatoriedade (Lex inter partes)


Decorre da função social que exerce o contrato, visando a
estabilidade e a segurança das relações.
Caracterizado pela irreversibilidade do pacto. (Pacta sunt servanda)

- Princípio do Consensualismo
Só existe contrato se houver interesse e concordância entre as partes.
- Em tese, o mero consenso já aperfeiçoaria o contrato.

- Princípio da Autonomia da Vontade


Confere liberdade às partes para estabelecerem livremente as
cláusulas contratuais capazes de produzirem os efeitos/resultados
desejados. Sem o elemento vontade, não há contrato.

Mitigado nos contratos de serviço público quando essenciais e em


regime de monopólio.

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2. Contratos da Administração
2.1 Conceito
Vocábulo genérico utilizado para denominar todo contrato celebrado
pela Administração Pública, sob o Regime de Direito Privado ou sob o
Regime de Direito Público.

Contratos privados da Administração


Contratos
da
Administração Contratos Administrativos

Regime de Direito Privado – o Titular é o Particular e a finalidade é privada


Regime de Direito Público – o Titular é o Estado e a finalidade é pública

2.2 Contratos privados da Administração

Regulados pelas normas de Direito Privado


Administração encontra-se no mesmo plano jurídico do particular
Aplica-se o Código Civil e subsidiariamente a Lei n. 8.666/93
Ex. Contrato de seguro e locação de imóvel

Cláusulas Exorbitantes podem ser aplicadas? Maria Sylvia Z. Di Pietro

Art. 62, § 3º e 58 da Lei 8.666/93 Marçal Justen Filho

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2. Contratos da Administração

Art. 62, § 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais


normas gerais, no que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido,
predominantemente, por norma de direito privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de
serviço público.

- 2.3 Contratos Administrativos (Típicos)

 Conceito Doutrinário
"contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo
nessa qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa
para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições
estabelecidas pela própria Administração” (Hely Lopes Meirelles)

 Regulados pelas normas de Direito Público


 Administração encontra-se em situação de supremacia
 Aplica-se subsidiariamente o Direito Privado Art. 54

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2.3 Contratos Administrativos


(Típicos)

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas
cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

 Ex. Contratos de obras, serviços de engenharia, compra ou alienação

2.3.1 Características dos contratos administrativos

 Consensualismo

Acordo de vontade ente as partes, não há imposição para que ocorra a


contratação.
Autonomia privada reduzida por trata-se de contrato de adesão.
Art.54 §1º- o contratado fica vinculado aos termos do edital e da proposta.

 Comutatividade
É a equivalência entre as obrigações, não podendo uma parte ser beneficiada em
detrimento da outra, devendo as mesmas serem definidas previamente.
É o fundamento para o equilíbrio econômico-financeiro.
Impede o contrato aleatório.

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2.3.1 Características dos contratos


administrativos

 Intuito personae ou Confiança recíproca

Aquele que melhor cumpriu os requisitos não poderá transferir as


obrigações para terceiros.

“Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades


contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite
admitido, em cada caso, pela Administração.”
A subcontratação precisará estar prevista no edital e no contrato.

 Posição preponderante da Administração sobre o particular

Principal característica dos contratos administrativos, claramente


demonstrada face à obrigatoriedade das cláusulas exorbitantes ( Art. 58)
e à vinculação ao Direito Público.
É a característica que garante a supremacia do interesse público sobre o
privado e demonstra a situação desigualdade entre as partes.

 Vinculação ao Instrumento Convocatório


Artigo 55, XI da Lei n. 8.666/93

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2.3.1 Características dos contratos


administrativos

 Bilateralidade
Estabelece direitos e obrigações para ambas as partes.

 Formalismo
Os contratos administrativos devem obedecer à forma prescrita em Lei,
devendo ser observados todos os requisitos necessários à correta
formalização do termo. (art. 60 a 64)

“Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas,
de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

A ordem sequencial dos contratos deve ser observada, e evitado que


sejam colocadas letras após os numerais.

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2.3.1 Características dos contratos


administrativos - Formalismo
“Art. 62 O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem
como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas
modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou
ordem de execução de serviço.”
CPeTP
Instrumento
Dispensa e
Contratual Inexigibilidade (valor
nos limites de CP e
TP)

Escrito
Art. 62 Valor abaixo de TP ,
compras, obras e serviços

Outros
Formalismo Compras com entrega
imediata e integral, sem
Instrumentos
assistência técnica,
independente do valor
62, §4º

Nulo em Compras de pronto


Verbal regra pagamento - Até R$
Art. 60, § 8,800,00 – em regime de
Único Exceção adiantamento ( 5% do
Convite)

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2.3.1 Características dos contratos


administrativos - Formalismo

Em regra, deverá ser formalizado por meio de um instrumento


hábil a exteriorizar a vontade pactuada.

termo de contrato
carta-contrato
Instrumento
nota de empenho de despesa
autorização de compra
ordem de execução do serviço

Todo contrato, independentemente do instrumento, deve


mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, e a
sujeição dos contratantes às normas da Lei n.º 8.666/93 e às
cláusulas contratuais.

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2.3.1 Características dos contratos


administrativos - Formalismo

Jurisprudência:
Determinar à Universidade Federal de Ouro Preto que: “1.1.20 faça constar
nas notas de empenho, quando estas substituírem o contrato, cláusulas
que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes,
conforme previsto nos arts. 55 e 62, § 2º; (Acórdão 1.162/2005 - 1 Câmara,
TCU)

“Em qualquer dos casos de substituição do contrato por outro instrumento,


devem ser observados o princípio e os limites da razoabilidade. Carta-
contrato, nota de empenho, autorização de compra ou ordem de
execução de serviço são documentos mais simples utilizados para
substituição de contratos.

A esses instrumentos aplicam-se, no que couber, exigências do termo de


contrato. Exemplo: descrição do objeto, preço, prazos, condições de
execução, condições de pagamento, regime de execução, obrigações e
direitos das partes, dentre outras.” (Licitações e Contratos - Orientações e
Jurisprudência do TCU)

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2.3.1 Características dos contratos


administrativos- Formalismo

 Termo de contrato
Documento contratual formal, com todas as cláusulas obrigatórias do art.
55 da Lei 8.666/93 , devidamente arquivado (art. 60) e com as demais
formalidades necessárias.

 Nota de empenho - Art. 58 e 61 da Lei n. 4.320/64

Documento que formaliza “o ato emanado de autoridade competente


que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição”.

Deverá indicar o nome do credor, a especificação e a importância da


despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

 Ordem de execução do serviço


Documento escrito por meio do qual a Administração formaliza a
notificação ao fornecedor para que inicie a execução de serviço.

 Autorização de compra

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2.3.1 Características dos contratos


administrativos - Formalismo
 Regra: é nulo o contrato verbal com a Administração
 Exceção: compras de pronto pagamento de valor não superior a 5% do
limite para utilização da modalidade licitatória do convite, feitas em
regime de adiantamento
 “regime de adiantamento” = suprimento de fundos
 Obs: valores de referência (art. 23 e Decreto Federal n. 9.412/18)

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2.3.1 Características dos contratos


administrativos - Formalismo

Orientação Normativa AGU nº 04/2009

A despesa sem cobertura contratual deverá ser objeto de reconhecimento


da obrigação de indenizar nos termos do art. 59, parágrafo único, da lei nº
8.666, de 1993, sem prejuízo da apuração da responsabilidade de quem
lhe der causa.

Ato de Reconhecimento de Dívidas é o instrumento utilizado na situação


em que o gestor reconhece o crédito do particular, em função de alguma
contratação de bem ou serviço, sem correspondente empenho prévio da
despesa e formalização escrita da relação contratual no momento
oportuno.

“Art. 59, Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de


indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela
for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que
não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu
causa.”

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2.3.2 Espécies de contrato


administrativo

Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,


concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer
ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em
que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação
de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

 O conceito apresentado acima é de contrato em sentido amplo, pois


envolve qualquer tipo de contrato firmado pela administração pública,
incluindo aqueles em que o poder público não terá todas as suas
prerrogativas.

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2.3.2 Espécies de contrato


administrativo

Contratos de Obras – (Artigo 6º,I )

Contratos de Serviço (Artigo 6º,II )

Contrato de Fornecimento – Compras (Artigo 6º,I )

Contrato de Concessão/Permissão de Serviço Público -


Lei 8.987/95 e 11.079/04 (PPP)

Contrato de Concessão/Permissão de Uso de Bem


Público Artigo 2º

Contrato de Alienação

Contrato de Gestão

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2.3.2 Espécies de contrato


administrativo

Contratos de Obras – Tem por objeto a construção , reforma,


fabricação ou ampliação de imóvel, realizado por profissional ou
empresa de engenharia (Artigo 6º,I Lei 8.666/93 )

Contratos de Serviço – Tem por objetivo a realização de uma


atividade destinada a obter determinada utilidade para a ADM
ou para a população. (Artigo 6º,II ) Lista exemplificatica.
Demolição, instalação, locação e etc.
Obrigação de fazer

Quando houver dúvida se o objeto contratado é uma obra ou serviço,


deve-se verificar a preponderância da atividade.
Obrigação de fazer X Obrigação de dar ou relevância no resultado

Serviço Obra

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2.3.2 Espécies de contrato


administrativo
 Art. 7º,§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e


disponível para exame dos interessados em participar do processo
licitatório;
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição
de todos os seus custos unitários;
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem
executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição
Federal, quando for o caso.

O projeto básico é o instrumento que define o que será licitado. É


documento indispensável, pois serve de instrumento mínimo para o
planejamento e elaboração das propostas.

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2.3.2 Espécies de contrato


administrativo

“§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento


de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo. “

§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou


contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

X
Projeto básico
Orçamento detalhado em planilhas
Nulidade do Ato
ou Contrato

Viola a competitividade Responsabilidade


e economicidade perante Tribunal de
Contas

https://www.youtube.com/watch?v=LOyX-vgdQGQ

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2.3.2 Espécies de contrato


administrativo

Contratos de Fornecimento – Ajuste pelo qual a Administração


adquire bens móveis necessários a realização de suas obras ou
prestação de seus serviços. Artigos 14 e 15.

X
Adequada caracterização do objeto Nulidade do Ato
Indicação dos recursos orçamentários ou Contrato
para seu pagamento

Viola a competitividade Responsabilidade


e economicidade perante Tribunal de
Contas

“Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada


caracterização de seu objeto e indicação dos recursos
orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e
responsabilidade de quem lhe tiver dado causa. “

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2.3.2 Espécies de contrato


administrativo
“Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de


especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do
setor privado;
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as
peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da
Administração Pública. “

X
Pode violar o
Orçamento prévio com preços princípio da
públicos
economicidade

Responsabilidade
perante Tribunal de
Contas

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2.3.3 Formalização dos Contratos


Administrativos

Contrato Formal
Art. 61

sujeição à Lei e às
nomes das partes e o ato que autorizou
finalidade cláusulas
representantes a sua lavratura
contratuais

Aprovação da minuta
Publicação como
pela Assessória
condição de eficácia
Jurídica
§ único
§ único Art. 38

A publicação não é requisito de validade, mas de eficácia, ou seja, é pressuposto da


produção dos efeitos jurídicos do ato.

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Publicação dos Contratos


Administrativos
Art. 61, § único - Publicação do Extrato Contratual – Deverá ser providenciada
até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no
prazo de vinte dias daquela data, ressalvado o disposto no art. 26.

5º dia útil 20 dias


Assinatura Enviar até Publicar até
01/05/19 07/06/19 27/06/19

Jessé Torres: “é de se indagar se o eventual esgotamento de prazo sem a publicação desconstitui, por si
só, o contrato. A resposta é negativa. A uma, porque, já se viu no art. 57, §1, há causas que legitimam a
prorrogação de prazos de início de execução dos contratos públicos. A duas, porque a falta de
publicação do extrato não se inclui entre os motivos que podem levar à rescisão do contrato (art. 78). A
três, porque a própria lei estabelece que a consequência é tão-só a ineficácia do contrato, e, não, o seu
desfazimento; uma vez publicado o resumo, começará a execução, ainda que com atraso”

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Publicação dos Contratos


Administrativos
Lei de Acesso à Informação - Lei nº. 12.527/11

Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover,


independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse
coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.

IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os


respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados;

§ 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas


deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem,
sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de
computadores (internet).

Decisão TCE/RJ 213.071-7/18

TCERJ-ECG

Publicação dos Contratos


Administrativos
SIGFIS - Sistema Integrado de Gestão Fiscal- Del. TCE/RJ n.º 281

“Art. 4º Integram o SIGFIS os seguintes Módulos:

III- Informes Mensais, compreendendo:

e) atos referentes a licitações e contratos, convênios, desapropriações, dispensas,


inexigibilidades e demais afastamentos;
f) obras públicas.

§ 1º A base de dados eletrônica, a que se referem os incisos I a III deste artigo,


deve ser encaminhada mensalmente, até o último dia útil do mês subsequente
ao mês em referência.”

SIGFIS
TCE

Assinatura Até
01/05/19 28/06/19

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Publicação dos Contratos


Administrativos
SIGFIS - Sistema Integrado de Gestão Fiscal- Del. TCE/RJ n.º 281

DAS PENALIDADES

“Art. 7º O não atendimento injustificado das disposições previstas nesta


Deliberação, como a omissão de informações ou o descumprimento dos prazos
previstos, bem como o envio de dados falsos, sujeitará os responsáveis das
unidades gestoras às sanções fixadas na Lei Complementar nº 63/90 e demais
normas da legislação pertinente, sem prejuízo da sujeição a crimes previstos no
Código Penal Brasileiro, passíveis de apurações na forma da Lei.

Parágrafo único. O não atendimento desta norma por qualquer uma das
entidades obrigadas implicará restrição para a emissão de certidões na instrução
de pleito de operações de crédito.“

Decisão TCE/RJ 213.071-7/18

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Aprovação da minuta pela Assessória


Jurídica
“Art. 38, Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos
contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e
aprovadas por assessoria jurídica da Administração.”

O TCU orientou à Administração que “submeta todos os termos aditivos a prévio


exame e aprovação por sua assessoria jurídica, ante a natureza contratual
desses instrumentos, conforme determinado pelo parágrafo único do art. 38 da
Lei 8.666/1993”. (TCU, Acórdão nº 720/2008, Plenário, Rel. Min. Walton Alencar
Rodrigues, DOU de 25.04.2008.)

 Não é mera formalidade


 Ato de controle prévio executado na fase interna da licitação
 Analisa a legalidade e legitimidade
 Corrige falhas ou vícios antes que produzam efeitos
 Não deve ser genérico, sob pena de responsabilização- TCU Acórdão
1944/2014 - Plenário

Natureza do Parecer:
Caráter obrigatório e NÃO vinculativo para a Administração.
Caso o Gestor não siga o Parecer, havendo irregularidade, ele responderá
pelo que houver dado causa.

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Aprovação da minuta pela Assessória


Jurídica
Responsabilidade do Parecerista - TCU:

 o Parecer não é meramente opinativo


 Minuta padrão não afasta a necessidade do Parecer
 integra a motivação do Ato
 o Parecerista está sujeito à jurisdição do TCU
 responsabilização apenas nas hipóteses de erro grave e inescusável e ato
ou omissão com dolo ou culpa

Responsabilidade do Signatário do Ato - TCU:

 O Gestor pode atuar de forma contrária ao Parecer, motivando a decisão


 Se ocorrerem irregularidades, responderá perante os Órgãos de Controle
 o Parecer não afasta a responsabilidade do Signatário do Ato
 Ainda que acate o Parecer, responderá solidariamente com o Parecerista
nas hipóteses de erro grave e inescusável e ato ou omissão com dolo ou
culpa

TCERJ-ECG

Aprovação da minuta pela Assessória


Jurídica

TCU (Acórdão 206/2007, Plenário): “O fato de o administrador seguir pareceres


técnicos e jurídicos não o torna imune à censura do Tribunal. Esta Corte evoluiu
o seu posicionamento no sentido de que tal entendimento somente pode ser
admitido a partir da análise de cada caso, isto é, deve-se verificar se o parecer
está devidamente fundamentado, se defende tese aceitável e se está
alicerçado em lição de doutrina ou de jurisprudência. Presentes tais condições,
não há como responsabilizar os técnicos e os advogados, nem, em
consequência, a autoridade que se baseou em seu parecer. 10. Ao contrário,
se o parecer não atende a tais requisitos, e a lei o considerar imprescindível
para a validade do ato, como é o caso do exame e aprovação das minutas
de editais e contratos, acordos, convênios ou ajustes, os advogados ou os
técnicos deverão responder solidariamente com o gestor público que praticou
o ato irregular, mas em hipótese alguma será afastada a responsabilidade
pessoal do gestor, razão pela qual não assiste razão ao recorrente em relação
a tal argumento. (TCU, Acórdão nº 206/2007, Plenário, Rel. Min. Aroldo Cedraz,
DOU de 02.03.2007.)

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STF - MS 24073/DF em 2002 (Min Carlos Velloso)


EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS. TOMADA DE
CONTAS: ADVOGADO. PROCURADOR: PARECER. C.F., art. 70, parág. único, art.
71, II, art. 133. Lei nº 8.906, de 1994, art. 2º, § 3º, art. 7º, art. 32, art. 34, IX. I. -
Advogado de empresa estatal que, chamado a opinar, oferece parecer
sugerindo contratação direta, sem licitação, mediante interpretação da lei das
licitações. Pretensão do Tribunal de Contas da União em responsabilizar o
advogado solidariamente com o administrador que decidiu pela contratação
direta: impossibilidade, dado que o parecer não é ato administrativo, sendo,
quando muito, ato de administração consultiva, que visa a informar, elucidar,
sugerir providências administrativas a serem estabelecidas nos atos de
administração ativa. Celso Antônio Bandeira de Mello, "Curso de Direito
Administrativo", Malheiros Ed., 13ª ed., p. 377. II. - O advogado somente será
civilmente responsável pelos danos causados a seus clientes ou a terceiros, se
decorrentes de erro grave, inescusável, ou de ato ou omissão praticado com
culpa, em sentido largo: Cód. Civil, art. 159; Lei 8.906/94, art. 32. III. - Mandado
de Segurança deferido.

STF MS 24584/DF em 2007 (Min. Marco Aurélio)

ADVOGADO PÚBLICO - RESPONSABILIDADE - ARTIGO 38 DA LEI Nº 8.666/93 -


TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - ESCLARECIMENTOS. Prevendo o artigo 38 da Lei
nº 8.666/93 que a manifestação da assessoria jurídica quanto a editais de
licitação, contratos, acordos, convênios e ajustes não se limita a simples
opinião, alcançando a aprovação, ou não, descabe a recusa à convocação do
Tribunal de Contas da União para serem prestados esclarecimentos.

TCERJ-ECG

Aprovação da minuta pela Assessória


Jurídica
Responsabilidade do Parecerista - STF
Evolução do entendimento do Supremo Tribunal Federal .
STF - MS 24073/DF em 2002 (Min Carlos Velloso)

- Não cabe ao TCU responsabilizar o advogado solidariamente com o


administrador;
- Dado que o parecer não é ato administrativo;
- O advogado somente será civilmente responsável no caso de erro grave,
inescusável, ou de ato ou omissão praticado com culpa, em sentido largo.

STF - MS 24584-1/DF em 2007 (Min Marco Aurélio)

- Modificou parcialmente o entendimento anterior;


- Parecer previsto no Art. 38 da 8.666/93 é obrigatório;
- Advogado Público responde perante o Tribunal de Contas da União;

STF – MS 29137 /13 (Min Carmen Lúcia ) e MS 35196/DF 2018 (Min Luiz Fux)

-Inexiste imunidade absoluta do advogado público com relação às


manifestações jurídicas emitidas em processos administrativos, razão pela qual
podem ser chamados a prestar esclarecimentos ao órgão de controle externo
e, eventualmente, ser responsabilizados por seus atos em caso de culpa,
omissão ou erro grosseiro.

17
Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

Aprovação da minuta pela Assessória


Jurídica

Enunciado n. 16 – MPE- Paraná - Aprovado a unanimidade


Fundamentos: STF. MS 24.584/DF. STF. MS 24.631/DF.

Definição de Parecer com erro grave:

1) carecerem de fundamentação;
2) sustentam tese jurídica desprovida de qualquer fundamentação
doutrinaria ou jurisprudencial;
3) deixam de apontar posicionamentos divergentes;
4) não apreciam, com a necessária acuidade, a efetiva ocorrência dos
suportes fáticos, de dispensa, ou inexigibilidade, para fins de incidência
das regras excepcionais encartadas no art. 24, e 25, da Lei de
Licitações.

TCERJ-ECG

TCU Acórdão 147/2006 - Plenário

Verifica-se que o legislador atribuiu relevante função à assessoria jurídica, qual seja,
realizar um controle prévio da licitude dos procedimentos licitatórios e dos documentos
mencionados no parágrafo único do art. 38 da Lei de Licitações e Contratos. Aduzo que o
parecer jurídico emitido nessas circunstâncias não possui um caráter meramente
opinativo, como se depreende da leitura do seguinte trecho do Voto do ilustre Ministro do
Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Farias de Mello, proferido quando do julgamento
do MS nº 24.584/DF: "a aprovação ou ratificação de termo de convênios e de aditivos, a
teor do parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/1993, difere do que ocorre com a
simples emissão de parecer opinativo".

Nesse mesmo sentido, este Plenário acolheu Voto da lavra do eminente Ministro Walton
Alencar Rodrigues, do qual extraí o seguinte trecho (Acórdão nº 462/2003 - Plenário):

"O parecer jurídico emitido por consultoria ou assessoria jurídica de órgão ou entidade,
via de regra acatado pelo ordenador de despesas, constitui fundamentação jurídica e
integra a motivação da decisão adotada."

Com espeque nessas considerações, entendo que o gestor público, quando discordar
dos termos do parecer jurídico cuja emissão está prevista no inciso VI e no parágrafo
único do art. 38 da Lei nº 8.666/1993, deverá apresentar por escrito a motivação dessa
discordância.

Assim sendo, manifesto minha concordância com o entendimento uniforme da Serur e do


Parquet especializado no sentido de que as alegações do recorrente não devem ser
acolhidas por este Plenário. Consequentemente, entendo que deve ser negado
provimento ao recurso ora sob exame, sendo mantido o Acórdão recorrido em seus
exatos termos.

18
Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

Aprovação da minuta pela Assessória


Jurídica
Ato Irregular
Gestor
Gestor Responde
prossegue
com o Ato
Aprova o Ato Ato irregular
Parecerista
Gestor responde (erro
paralisa o grosseiro)
Ato
Parecer
Obrigatório
Art. 38, § Gestor paralisa
único o Ato

Gestor
Desaprova o Efeito prossegue com
Ato Vinculante o Ato

Gestor
responde
sozinho p/ Ato
irregular

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

 Objeto (lícito, possível, determinado ou determinável) = licitação ou Ato


de Dispensa /Inexigibilidade

Objetos definidos de modo impreciso restringem a competitividade , a


igualdade entre os licitantes e prejudicam a execução contratual.

SÚMULA TCU 177: A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui


regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do
postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da
publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das
condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação
para compra, a quantidade demandada uma das especificações mínimas e
essenciais à definição do objeto do pregão.

Importante: projeto básico(serviço) ou termo de referência(compras)

Contratação tabela ANVISA = Ilegalidade


Contrato” guarda chuva”

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

ACÓRDÃO 1030/2008 – PLENÁRIO Relator - VALMIR CAMPELO

Contrato “guarda-chuva”
"Além de não especificar o objeto a ser contratado, verifica-se que o
gestor, ao delimitar o escopo dos serviços a serem prestados, o fez de
forma excessivamente ampla, restando configurado um verdadeiro
contrato do tipo "guarda-chuva", dada a multiplicidade do objeto. Esse
tipo de contrato restringe a competitividade, uma vez que poucas
empresas teriam condições de abranger uma gama tão ampla de
serviços que, conforme o escopo definido à fl. 119, vai desde a
manutenção das instalações elétricas, hidro-sanitárias e rede de telefonia,
passando pela manutenção do relógio sincronizado, equipamentos de
informática (...), rede de gases especiais, ar comprimido e vácuo,
comunicação visual, mobiliário e marcenaria, chegando até a
manutenção do paisagismo (gramados e jardineiras). Desta forma, vemos
que há ofensa ao art. 23, § 1º, da lei 8.666/93 (...)".

Resultado: Perda da competitividade da licitação e da eficiência na prestação


do serviço.

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

Regime de execução (Art. 6º VIII)

a)Empreitada por preço unitário (aspecto qualitativo) não sabe o quanto


precisa
Ex. Serviço de saúde- exames – paga-se por unidade.

b) Empreitada por preço global (aspecto qualitativo) Especifica-se um


produto, que é composto por diversas unidades.

Ex. Serviços médicos, de limpeza

c)Empreitada integral – Quando se contrata o empreendimento em sua


integralidade. Compreendendo toda a etapa das obras, serviços e
instalações. Pronto para a finalidade que se pretende.

d)Tarefa – Pequenos trabalhos onde prevalece a mão de obra do executor,


com ou sem o material.
Ex. Manutenção de máquina

e) Contratação Integrada – RDC – semelhante à empreitada integral

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

 Forma de fornecimento – Relacionado às aquisições


-Integral ou parcelada

 Preço e condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade


do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a
data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

A liberdade negocial será somente no preço, exercida quando da


apresentação da proposta, no caso do pregão, após os lances.

Ordem cronológica dos pagamentos


A referência é a data do adimplemento da obrigação

Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como
expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art.
42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das
obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras
e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos,
a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando
presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa
da autoridade competente, devidamente publicada.

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

“Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou


vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário,
durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem
autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos
instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem
cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei:
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.”

Processo TCE/RJ – notificação do gestor

 Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de


observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

Recebimento definitivo X Recebimento Provisório (Art. 73)

Servidor ou Fiscal do
comissão contrato
designada para
dar quitação
O recebimento não afasta a responsabilidade da contratada

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

Prorrogações são admitidas (Art. 57,§1º)


É vedado contrato com prazo de vigência indeterminado (Art. 57,§3º)

 o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação


funcional programática e da categoria econômica;

Jurisprudência: “Processo Administrativo. Previsão orçamentária do valor do contrato. (...) a


previsão orçamentária dos dispêndios que administra é requisito essencial à lisura e
prudência de sua Administração. Sem tal denotação de crédito, o cidadão fica
impossibilitado de conferir a retidão dos gastos públicos, o que é um direito
constitucionalmente assegurado a todos, e fica a própria Administração à mercê dos
efeitos nefastos de sua própria desorganização contábil”. (TCE/MG, Processo Administrativo
nº 688478, Rel. Conselheira Adriene Andrade, j. em 22.05.2007.)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

 garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

a) Deve constar a previsão no edital


b) Valor de até 5% do VIA(valor inicial atualizado)
c) Se o contrato for de grande vulto e alta complexidade técnica e riscos, 10%
VIA
d) Será restituída após a execução
e) Se for em $ será atualizada
f) se a contratação envolver a entrega de bens da Adm, a garantia também
deve incidir sobre o valor dos mesmos
Grande Vulto- Art. 6ºV-
valor estimado maior
25 vezes o limite da CP-
Modalidades de Garantia (Art.56) R$82,5 milhões
 I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública
 II - seguro-garantia
 III - fiança bancária

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

Garantia da proposta (Art.31,III)

É apresentada na licitação, quando o edital fizer a exigência


Será de 1% do valor estimado do objeto da contratação
Nas mesmas modalidades da garantia do contrato

 A garantia contratual deve ser executada para ressarcir a Adm nos casos
de rescisão com culpa do contratado
 Não pode descontar a garantia apresentada em um contrato para cobrir
despesas de outro
 A garantia deve ser prestada antes do início da execução do contrato;
 Havendo renovação do contrato, o valor da garantia deve ser
recalculado

Jurisprudência: A imposição de apresentação de garantia como condição


para assinatura do contrato é decisão discricionária do administrador, que
estabelecerá a necessidade ou não de tal exigência considerando o caso
concreto, nos termos do art. 56, caput e §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666/93. (TCU,
Acórdão nº 801/2004, Plenário)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

 os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os


valores das multas;

A Lei n. 8.666/93 não fixa o valor das multas nem os casos em que as mesmas
devem ser aplicadas, portanto o contrato deve trazer essa previsão.
Execução imperfeita do contrato X TCE/RJ

 os casos de rescisão;(Art. 78 e 79)

 reconhecimento dos direitos da Administração, no caso de rescisão face à


inexecução total ou parcial ; (Art. 77)

 as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão,


quando for o caso;

 a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a


inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

Ainda que não previstas no contrato, a vinculação irá ocorrer.

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

 legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos


omissos;

 obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato,


em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação; (Art. 27)
"momento da fase externa da licitação que tem a finalidade de aferir as condições
pessoais dos interessados em contratar com a Administração, na qual se verifica se estes
reúnem condições jurídicas, fiscais, técnicas e econômico-financeiras de executar o objeto
pretendido”. (Renato Geraldo Mendes)

* Equipe técnica
* Certidões negativas (INSS, FGTS , Trabalhista)

Jurisprudência
Acórdão nº 1.054/2012, Plenário

O TCU determinou “a todas as unidades centrais e setoriais do Sistema de Controle


Interno dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União que orientem os
órgãos e entidades a eles vinculados no sentido de que exijam das empresas
contratadas, por ocasião de cada ato de pagamento, a apresentação da devida
certidão negativa de débitos trabalhistas, de modo a dar efetivo cumprimento às
disposições constantes dos artigos 27, IV, 29, V, e 55, XIII, da Lei nº 8.666, de 1993, c/c
os artigos 1º e 4º da Lei nº 12.440, de 7 de julho de 2011, atentando, em especial,
para o salutar efeito do cumprimento desta nova regra sobre o novo Enunciado 331
da Súmula de Jurisprudência do TST”.

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55


Inciso XIII - obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação; (Art. 27)

“Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários,


fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas,


fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por
seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a
regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de
Imóveis.”

ADC 16 – STF
Artigo 71 da Lei 8.666/93 é constitucional.

Jurisprudência
RE 760.931/DF – STF

“O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado


não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade
pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art.
71, § 1º, da Lei nº 8.666/93.”
* A transferência de responsabilidade somente ocorrerá se ficar comprovado que
a Adm. foi omissa no dever de fiscalizar o cumprimento das obrigações
trabalhistas por parte da empresa contratada.

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

 SÚMULA 331 DO TST

“CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE


(...)
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera
vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou
fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
(...)
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador,
implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também
do título executivo judicial.

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem


subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993,
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não
decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela
empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas


decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.”

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

 Contribuição Previdenciária -Art. 71§2º Responsabilidade Solidária


Artigo 31§3ºda Lei 8.212/91
Enunciado 8/PGE-RJ item 8
Texto

OUTROS TRIBUTOS

 Não cabe retenção de valores e não há responsabilidade subsidiária ou


solidária, quando há irregularidade na situação fiscal de outros tributos;

Acórdão nº 964/2012, Plenário TCU


Nos contratos de execução continuada ou parcelada, a Administração deve
exigir a comprovação, por parte da contratada, da regularidade fiscal,
incluindo a seguridade social, sob pena de violação do disposto no § 3º do art.
195 da Constituição Federal (...). 2. Nos editais e contratos de execução
continuada ou parcelada deve constar cláusula que estabeleça a obrigação
do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação, prevendo,
como sanções para o inadimplemento dessa cláusula, a rescisão do contrato
e a execução da garantia para ressarcimento dos valores e indenizações
devidos à Administração, além das penalidades já previstas em lei (arts. 55,
inciso XIII, 78, inciso I, 80, inciso III, e 87, da Lei nº 8.666/93). 3. Verificada a
irregular situação fiscal da contratada, incluindo a seguridade social, é
vedada a retenção de pagamento por serviço já executado, ou fornecimento
já entregue, sob pena de enriquecimento sem causa da Administração".)

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Necessárias Art. 55

O STJ, ao apreciar recurso que pretendia reconhecer a legalidade de portaria que


determinava a retenção de pagamento de contrato na hipótese de não
comprovação da regularidade fiscal pela contratada, concluiu que “a pretensão
recursal destoa da jurisprudência dominante nesta Corte no sentido da ilegalidade
da retenção ao pagamento devido a fornecedor em situação de irregularidade
perante o Fisco, por extrapolar as normas previstas nos arts. 55 e 87 da Lei 8.666/93”.
(STJ, ARREsp nº 1.313.659/RR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 06.11.2012.)
Decisões do STJ no mesmo sentido: REsp nº 633432/MG, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de
20.06.2005; AgRg no REsp nº 1048984/DF, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 10.09.2009;
RMS nº 24953/CE, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 17.03.2008

Não cabe aplicação de multa quando verificada impossibilidade de manutenção


da regularidade fiscal, mas sim a promoção da rescisão do contrato, com a
aplicação das sanções, pela inexecução total ou parcial do contrato administrativo
, que poderão ser descontadas da garantia. Art. 78, I e II e 87. (TRF 1ª Região, RN nº
0008934-37.2013.4.01.3100/AP, Rel. Des. Souza Prudente, j. em 15.04.2015)

Art. 55, XIII e Atas de Registro de Preços:


Também se faz necessária da manutenção das condições de habilitação por parte
de beneficiário de Ata de Registro de Preço, por possuir natureza contratual.

 Também é cláusula obrigatória a fixação do foro da sede da Administração para


dirimir qualquer questão contratual, com exceção de licitações internacionais ( §
6º do art. 32)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58

 Caracterizam o Contrato Administrativo e estabelecem as


prerrogativas da Administração em face do particular
 Garantem a supremacia do interesse publico
 A omissão no contrato não impede a aplicação
 Aplicação deve ser motivada e o contraditório e a ampla defesa
devem ser respeitados
 As cláusulas exorbitantes estão no Artigo 58 da Lei 8.666/93, mas a
doutrina apresenta outras tais com:
 restrição à oposição da exceção do contrato não cumprido (art.
78, XV);
 Exigência de garantia (art. 56);
 Exigência de medidas de compensação (art. 3º, § 11).

Estado
(Interesse público)
Particular
(Interesse privado)

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58

Cláusulas Cláusulas
Exorbitantes Leoninas

São verdadeiros São as que transcendem


Princípios à previsão legal

Decorrem da Lei
São nulas

Garantem a supremacia
do interesse público

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes Alteração unilateral (Art.65)


Art. 58

Rescisão Unilateral (Art. 78 e 78)

Art. 58 Fiscalização (Art. 67 e 68)

Aplicação de sanções (arts. 86 a 89)

Cláusulas Ocupação provisória nos casos de


serviços especiais (Art. 86 a 88)
Exorbitantes

Exigência de garantia (Art. 56)

Restrição à oposição da execução


outros do contrato não cumprido (art. 78,
XV)

Exigência de medidas de
compensação (art.3º, §11)

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, I
Alteração Unilateral – Art. 65, I

 A possibilidade de alterar o contrato unilateralmente para melhor


adequação à finalidade pública.
Cláusulas de serviço Cláusulas econômicas

Mantido o
equilíbrio Podem ser alteradas Alteração
econômico unilateralmente consensual
financeiro

modificação do projeto Substituição da garantia


Alteração ou das especificações de execução
qualitativa para melhor
adequação técnica Regime de execução ou modo
aos seus objetivos; de fornecimento
Art. 65, I modificação do valor Art. 65, II
Modificação da forma
contratual em de pagamento
Alteração decorrência de
quantitativa acréscimo ou Manutenção do
diminuição quantitativa equilíbrio econômico
de seu objeto; financeiro

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, I
Alteração Unilateral – Art. 65, I,”a”
 É possível modificar o projeto ou suas especificações para melhor
adequação técnica aos seus objetivos (alteração qualitativa)
 Existência de fato superveniente, ou pelo menos de conhecimento
superveniente, capaz de ensejá-la;
 Tem que estar devidamente demonstrado o interesse público
 O objeto não pode ser transfigurado, sob pena de violação ao Princípio
licitatório
Ex. Construção de uma barragem, onde se verifica a necessidade da
utilização de uma nova tecnologia

SÚMULA Nº 261 TCU Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a


elaboração de projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele
aprovado com todos os elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, constituindo prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de
projeto executivo que transfigurem o objeto originalmente contratado em outro de
natureza e propósito diversos.

 Há limite de valor ?

Parte da Doutrina entende que os limites são iguais aos das alterações
quantitativas (art. 61§1º § 2º)

28
Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, I
Alteração Unilateral – Art. 65, I,”a”
Marçal Justen entende que não há limite, porque a lei foi silente.

O TCU admite que alterações qualitativas ultrapassem o limite, desde que :

a) haja acordo entre as partes;


b) sejam observados os princípios da finalidade, da razoabilidade e da
proporcionalidade além dos direitos patrimoniais do contratante privado;
c) o custo da alteração não ultrapasse o de uma eventual rescisão;
d) a rescisão importe em sacrifício insuportável ao interesse público primário

(TCU, Acórdão nº 1.826/2016, Plenário, Rel. Min. Augusto Sherman Cavalcanti,


DOU de 29.07.2016.)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, I
Alteração Unilateral – Art. 65, I,”b”
 É possível modificar o valor contratual em decorrência de acréscimo ou
diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

Alteração quantitativa: modifica-se a dimensão do objeto Art. 65,§1º e 2º

25% para acréscimos ou supressões em obras, serviços e compras


50% para acréscimos e 25% para supressões no caso de reformas de edifício ou
equipamentos

Alteração unilateral. O contratado é obrigado a suportar.


Havendo divergência cabe rescisão unilateral, com indenização para a Adm.
Pública – Art. 78, XIII

Qual a base de cálculo desses percentuais?


Valor inicial atualizado do contrato.

29
Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, I
Alteração Unilateral – Art. 65,I,”b”

Não são admitidas compensações entre supressões e acréscimos.

“Na alteração de valores de contratos, não pode haver compensação entre


acréscimos e decréscimos com intuito de permanecer dentro do percentual
permitido em lei, de 25%. Para isso, o cálculo das modificações deve ser feito
de forma individual sobre o valor original do contrato.” (Por Secom TCU
23/06/2016 - Processo: 015.542/2016-5 Sessão: 15/6/2016 Secom – SG) Acórdão
1536/2016 - Plenário

Ex. Contrato = R$ 1.000.000,00

1ª hipótese: suprime 15% do valor inicial atualizado em itens de infraestrutura e acresce 10%
em itens de acabamento
Total do contrato = R$1.250.000,00

2ª hipótese : Acresce 25% do valor inicial atualizado do contrato em itens de acabamento


Total do contrato R$ 1.250.000,00
Não poderá haver qualquer outra alteração.

3ª hipótese : Suprime 25% do valor inicial atualizado do contrato em itens de infraestrutura


Total do contrato R$ 750.000,00
Não poderá haver qualquer outra alteração.

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, I
Alteração Unilateral – Art. 65,I,”b”

Jurisprudência:

"(...) abstenha-se de extrapolar os limites de alterações contratuais previstos no art. 65 da Lei


nº 8.666/1993, tendo em vista que o conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos devem
ser sempre calculados sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses
conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de compensação entre eles, os limites de
alteração estabelecidos no referido dispositivo legal”. Além disso, “abstenha-se de efetuar
alterações contratuais, a pedido da contratada, em casos não insertos no inciso do art. 65 da
Lei nº 8.666/1993, bem como aquelas baseadas no art. 65, inciso I, do dispositivo legal,
desacompanhadas das justificativas para o projeto não ter previsto a solução almejada ou os
quantitativos corretos (exceto em caso de ampliação discricionária do objeto), e respectiva
comprovação de abertura de procedimento administrativo para apurar as responsabilidades
pela imprevisão ou erro”. (TCU, Acórdão nº 1.200/2010, Plenário, Rel. Min. Subst. Marcos
Bemquerer Costa, DOU de 04.06.2010.)

Jogo de Planilha

O “jogo de planilha” ocorre quando se eleva a quantidade de itens que


apresentam preços unitários superiores aos de mercado e reduz-se o
quantitativo de itens com preços inferiores, causando dano aos cofres públicos.

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, II
Rescisão Unilateral ou Administrativa – Art. 79, I

A rescisão contratual unilateral pode ocorrer nos seguintes casos:


(Art. 78, I a XII e XVII)

a) Inexecução do ajuste pelo contratado:

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;

II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;

III – Lentidão no cumprimento das cláusulas, impossibilitando a conclusão da obra, serviço ou


fornecimento, no prazo estipulado.

IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia


comunicação à Administração;

VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com


outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo
das responsabilidades contratuais e legais, poderá
subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o
limite admitido, em cada caso, pela Administração.

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, II
Rescisão Unilateral ou Administrativa – Art. 79, I
A rescisão contratual unilateral pode ocorrer nos seguintes casos:
(Art. 78, I a XII e XVII)

a) Inexecução do ajuste pelo contratado:

VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para


acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art.


67 desta Lei;

b) Circunstâncias afetas à pessoa do contratado:

IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que


prejudique a execução do contrato;

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Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, II
Rescisão Unilateral ou Administrativa – Art. 79, I
A rescisão contratual unilateral pode ocorrer nos seguintes casos:
(Art. 78, I a XII e XVII)

c) Em razão de interesse público :

XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e


determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o
contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

Neste caso, cabe indenização, devolução da garantia, pagamento pelos serviços executados e
pagamento pelos custos de desmobilização, se o contratado não tiver agido com culpa.( Art. 79, §2º).

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, II
Também é motivo de rescisão:

Art. 78, XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções
penais cabíveis.

O Art. 27, V da Lei n.º 8.666/93, trata das condições para habilitação, especificamente
quanto às restrições ao trabalho de menores, fixadas pelo Art. 7º, XXXIII da CR/88 .

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Caso o contratado não atenda a esse dispositivo, configurada estará a causa de rescisão.

Ainda que a Administração possa rescindir o contrato de modo unilateral, necessário se faz o
oferecimento de contraditório e ampla defesa, por meio de processo administrativo, nos
termos do Art. 78, Parágrafo Único.

“Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do
processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.”

“Art. 79, §1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização
escrita e fundamentada da autoridade competente.”

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TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, II
Jurisprudência: TJ/MG, RN nº 1.0040.15.001688-5/001, Rel. Des. Geraldo Augusto, j. em 06.10.2015, veiculado
na Revista Zênite – Informativo de Licitações e Contratos (ILC), Curitiba: Zênite, n. 263, p. 108, jan. 2016,
seção Jurisprudência.

Trata-se de reexame necessário de sentença, nos autos de mandado de segurança que foi julgado
procedente e concedeu a ordem para anular a decisão administrativa que rescindiu unilateralmente
contrato firmado. O relator, ao analisar o caso, apontou que a impetrante celebrou contrato administrativo
com município, e o prefeito rescindiu unilateralmente o contrato após recomendação do Ministério
Público, que “constatou, em perícia técnico-contábil, ser a avença antieconômica e contrária ao interesse
público, e parecer favorável de sua assessoria jurídica”.
A contratada, inconformada, ajuizou mandado de segurança, alegando “violação aos princípios do
contraditório e ampla defesa, já que não lhe foi concedido direito de defesa prévia”. Dando continuidade
à apreciação da demanda, o magistrado esclareceu que “o Poder Judiciário está adstrito apenas ao
exame da legalidade do ato administrativo, não podendo interferir no mérito administrativo, mas apenas
verificar se este obedeceu às formalidades legais necessárias à sua constituição e desenvolvimento, isto é,
examinar o aspecto extrínseco do ato impugnado. (...) Vale ressaltar que, embora a Administração Pública
possa anular e revogar seus próprios atos, deve ela se orientar pelos princípios constitucionais do devido
processo legal, do contraditório e da ampla defesa, mormente quando afetam interesses de particulares.
Assim, seu proceder não pode ser preliminar e à revelia da parte interessada; necessita de procedimento
próprio, com produção de provas e possibilidade de oferecimento de defesa”.
Adentrando à análise dos fatos, indicou que, “após detido estudo dos documentos acostados aos autos,
vê-se que o ato do Prefeito (...) quando rescindiu o contrato administrativo em questão não obedeceu ao
devido processo legal, padecendo, pois, de ilegalidade, em desrespeito aos princípios do contraditório e
da ampla defesa. De fato, constatou-se a inexistência de procedimento administrativo prévio ao Termo de
Rescisão Unilateral, no qual a contratada pudesse ter acesso aos elementos de prova e produzir sua defesa,
sendo certo que esta somente fora intimada acerca do Termo de Rescisão em si, já pronto e formalizado”.
Diante dos fatos e argumentos trazidos à colação, o relator confirmou a sentença de primeiro grau e
manteve a segurança para garantir a continuidade da execução contratual.

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, III

Fiscalização da execução – Art. 67, 68, 76

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um


representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências


relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à
regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão
ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

A nomeação do fiscal é ato formal e deve ser publicado.

Fiscal do contrato: cumpre verificar a correta execução do objeto da avença,


de modo a legitimar a liquidação dos pagamentos devidos ao contratado ou,
conforme o caso, para orientar as autoridades competentes acerca da
necessidade de aplicação de sanções ou da rescisão contratual.

Gestor do contrato: é aquele a quem incumbe tratar com o contratado. Cabe a


ele conversar com o contratado, exigir que cumpra o que foi pactuado, sugerir
modificações contratuais.

* recomendável segregação de funções

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Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, III

Fiscalização da execução – Art. 67, 68, 76

• Membro da Comissão de Licitação não deve ser fiscal do contrato.

• Cabe ao fiscal verificar se o contratado mantem as condições de


habilitação.

• Atenção cumprimento das verbas trabalhistas e previdenciárias, pois a


omissão na fiscalização enseja responsabilidade subsidiária, podendo o fiscal
ser chamado a ressarcir os prejuízos causados por sua omissão.

• Antes que seja efetivado o pagamento à contratada, deve ser exigida a


comprovação do adimplemento dos referidos encargos.

• É possível o desconto na Garantia de Contrato, dos valores referentes a


verbas trabalhistas e previdenciárias não pagas.

• Súmula 331 TST

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, III

Fiscalização da execução – Art. 67, 68, 76

Jurisprudência: (TCU, Acórdão nº 1.009/2011, Plenário, Rel. Min. Ubiratan Aguiar,


DOU de 28.04.2011.)

O Tribunal de Contas da União recomendou ao órgão licitante a adoção de


algumas medidas, tais como: "exigir da empresa contratada, no ato do
recebimento do Boletim de Medição e de entrega dos relatórios mensal e final,
a apresentação de relação nominal dos empregados designados para
execução dos serviços, com CPF, cargo, valor do salário mensal, carga horária
mensal trabalhada, período trabalhado, valor pago do INSS e do FGTS, Número
de Identificação do Trabalhador - NIT, entre outras informações que se fizerem
necessárias à verificação do efetivo e tempestivo controle do recolhimento,
pela contratada, dos encargos trabalhistas e previdenciários (FGTS e INSS)
relacionados aos pagamentos de salários dos trabalhadores alocados no
contrato". (TCU, Acórdão nº 1.009/2011, Plenário, Rel. Min. Ubiratan Aguiar, DOU
de 28.04.2011.)

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Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, IV

Aplicação de Sanções Administrativas – Art. 86, 87, 88


a) Fundamentada no Poder de Polícia da Administração (Auto executoriedade
de seus Atos)
b) Em caso de inexecução total ou parcial do ajuste
c) Devidamente motivadas
d) Franqueado o contraditório e ampla defesa ao contratado (5 dias úteis ou 10
dias, conforme o tipo de sanção)
e) A multa aplicada poderá ser descontada da garantia ou de pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou cobradas judicialmente. (§2º
Art. 86 e §1º Art. 87)

Tipo de Sanção:
a) Advertência
b) Multa (nos termos do contrato / edital)
c) Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 anos
d) Declaração de idoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública, por no mínimo por 2 anos

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, IV

 Lei 10.520/2002 (Pregão):

Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta,


não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação
falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de
seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do
contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará
impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de
cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4º
desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas
previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

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Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
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TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, IV

Aplicação de Sanções Administrativas – Art. 86, 87, 88

Suspensão Pode ser Não afeta


Temporária de aplicada p/ outros contratos
licitar e qualquer gestor e restringe-se
contratar do órgão ao órgão que
aplicou a Posicionamento
penalidade do TCU
Art. 6º, XI e XII
Declaração de Só pode ser Não afeta Art. 87,III
idoneidade p/ aplicada p/ outros contratos
licitar e Autoridade e aplica-se a
contratar máxima toda a Adm
Ministros e Pública
Secretários

 STJ entende que as duas modalidades são aplicadas para toda a Adm.
Pública – RMS 9707/PR
 Deve-se consultar o CEIS – Cadastro de Pessoas Inidôneas ou Suspensas

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, IV

 TCU, Acórdão 2.962/2015-Plenário, julgado em 18/11/15: 9.3.2.


a jurisprudência deste Tribunal tem se sedimentado no sentido
de que a penalidade de suspensão temporária e de
impedimento de contratar prevista no artigo 87, inciso III, da
Lei 8.666/1993 incide somente em relação ao órgão ou à
entidade contratante, a exemplo dos Acórdãos 3.243/2012,
3.439/2012 e 1.064/2013, todos do Plenário;

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Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, IV

Aplicação de Sanções Administrativas – Art. 86, 87, 88

Suspensão
Facultada a defesa no
Temporária de
Até 2 anos prazo de 5 dias úteis
licitar e
contratar
(Art. 87,III)
Facultada a defesa
No mínimo por 2 anos e até preliminar no prazo de 5
Declaração de que cessem os motivos que dias e defesa final no
idoneidade p/ geraram a punição ou prazo de 10 dias da
licitar e ocorra a reabilitação abertura de vista,
contratar perante a própria cabendo pedido de
(Art. 87,IV) Autoridade que aplicou a reabilitação após 2 anos
sanção da punição

A Lei 10.520/02 é silente.


Usa-se portanto a Lei
Impedimento 8.666/93.
para licitar e
para contratar Até 5 anos
(Art. 7 da Lei
nº10520/02)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, IV

Aplicação de Sanções Administrativas – Art. 86, 87, 88

A Declaração de Inidoneidade tem prazo indeterminado , podendo perdurar


até que:

a) cessem os motivos que ensejaram a punição; ou


b) seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, que somente será concedida depois que: (i) o contratado tenha
ressarcido a administração pelos prejuízos resultantes; e (ii) haja decorrido o
prazo de dois anos.

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser
aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta
Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal
no recolhimento de quaisquer tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude
de atos ilícitos praticados.

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4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, IV

Aplicação de Sanções Administrativas – Art. 86, 87, 88


 STJ – Despersonalização
Superior Tribunal de Justiça STJ - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA : RMS
15166 BA 2002/0094265-7

ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. SANÇÃO


DE INIDONEIDADE PARA LICITAR. EXTENSÃO DE EFEITOS À SOCIEDADE COM O MESMO OBJETO
SOCIAL, MESMOS SÓCIOS E MESMO ENDEREÇO. FRAUDE À LEI E ABUSO DE FORMA.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. POSSIBILIDADE.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES PÚBLICOS.
- A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os mesmos sócios e com
o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitar com a
Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação da sanção
administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações Lei n.º 8.666/93, de modo a
possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para
estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova sociedade constituída. - A
Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade administrativa e da
indisponibilidade dos interesses públicos tutelados, desconsiderar a personalidade jurídica de
sociedade constituída com abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado ao
administrado o contraditório e a ampla defesa em processo administrativo regular. - Recurso a
que se nega provimento.

 Art. 50 do Código Civil

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, IV

Aplicação de Sanções Administrativas – Art. 86, 87, 88


 A lei não prevê as hipóteses de aplicação das sanções (falta de tipicidade
específica)

 Cabe à Administração fixar no edital e no contrato as condutas puníveis e as


sanções correspondentes, indicando, inclusive, o valor das multas

 É possível cumular a pena de multa com as outras três

 Os efeitos da suspensão temporária e da declaração de inidoneidade não


atingem outros contratos que estejam em execução

 Não cabe renovação de contrato com empresa declarada inidônea ou que


esteja suspensa temporariamente de licitar/contratar

 Não cabe sanção à Administração Pública (Acórdão TCU 483/2005)

 Para a declaração de inidoneidade, além da defesa prévia (art. 87, § 2º - 5


dias úteis), também deve ser concedida a defesa final (art. 87, § 3º - 10 dias).

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Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes
Art. 58, V

Ocupação Provisória
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de
rescisão do contrato administrativo.

Tem por objetivo proteção à continuidade dos serviços públicos

É possível em duas hipóteses: durante apuração administrativa de faltas contratuais e na


hipótese de rescisão

TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes

Exceção do Contrato Não Cumprido (art. 78, XV)

O Direito Contratual , como regra geral, não permite que uma das partes exija
da outra o cumprimento de obrigação, quando não tenha adimplido a sua
parte no acordo. (Exceptio non adimpleti contractus)

Essa regra do Direito é mitigada nos contratos administrativos , em face da


relação verticalizada entre as partes.

O particular é obrigado a manter a execução contratual ainda que a


Administração atrase o pagamento por até 90 dias.

Opções para a contratada após 90 dias de inadimplência:


 suspender a execução (sem autorização judicial)
 pleitear a rescisão (somente judicialmente)

Art. 78, XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;

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TCERJ-ECG

4. Cláusulas Exorbitantes

Exceção do Contrato Não Cumprido- (art. 78, XV)

 A opção de suspender ou rescindir é aplicada tão somente ao contrato


cujo pagamento esteja em atraso.
 Jurisprudência: TJ/DF, AC nº 20150111433030, Rel. Flavio Rostirola, j. em
11.10.2017
 A Lei n.º 8987/95, em seu Art. 39 , prevê que a concessionária não poderá
interromper ou paralisar os serviços públicos, quando do descumprimento
das obrigações contratuais por parte do Poder Concedente.

TCERJ-ECG

5. Equilíbrio Econômico-Financeiro
Art.58,§1º e §2º

 Cláusula rebus sic standibus - no momento em que o contrato é celebrado


define-se o equilíbrio entre as prestações a serem efetuadas
reciprocamente.
 Tem assento constitucional , Art. 37,XXI

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e


alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não


poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato
deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

Art. 65 §6º - Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do


contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-
financeiro inicial.

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

5. Equilíbrio Econômico-Financeiro
Art.58,§1º e §2º

Nas alterações
contratuais
Equilíbrio
Independente de unilaterais ou por
econômico- A qualquer tempo
previsão contratual acordo entre as
financeiro
partes no caso de
revisão

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 22, DE 1º DE ABRIL DE 2009 AGU

O reequilíbrio econômico-financeiro pode ser concedido a qualquer tempo,


independentemente de previsão contratual, desde que verificadas as circunstâncias
elencadas na letra "d" do inc. II do art. 65, da Lei nº 8.666, de 1993.

Teoria da imprevisão

TCERJ-ECG

5.1 Teoria da Imprevisão

Reajuste Repactuação Revisão


(40,XI e 55, III) Espécie de reajuste (65, II, “d”)

Visa adequar custos Fatos imprevisíveis


Fatos previsíveis previstos em
planilha de preço Previsíveis de efeitos
incalculáveis
Visa manter o valor
monetário Serviço de natureza Supervenientes à
continuada assinatura do contrato

Periodicidade anual Periodicidade anual Não há periodicidade


(data da proposta) (data da proposta)
Acordo coletivo
Não precisa de
Índice previsto no previsão
contrato e edital Previsão no edital e
(IGPM /INCC) no contrato
Ato bilateral - Termo
Aditivo
Ato unilateral – Ato bilateral -
Apostila Termo Aditivo

As situações que ensejam a revisão decorrem da chamada teoria da imprevisão, e se subdividem em


quatro casos: (i) caso fortuito ou força maior; (ii) fato do príncipe; (iii) fato da Administração; e
interferências imprevistas.

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Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

5.1 Teoria da Imprevisão

 Quando o equilíbrio econômico é quebrado, a cláusula implícita “rebus sic


standibus” deve ser usada.
 A Teoria da Imprevisão é a que possibilita que um contrato seja alterado em
razão dos efeitos causados por fato superveniente, extraordinário e
imprevisível, causador de onerosidade excessiva, não prevista
contratualmente.

“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
(...)
II - por acordo das partes:
(...)

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os


encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicial contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis,
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual. “

TCERJ-ECG

5.1 Teoria da Imprevisão

 Álea Econômica: é o acontecimento estranho à vontade das partes,


imprevisível, inevitável que causa o desequilíbrio contratual, tornando-o
excessivamente oneroso. Aplica-se a teoria da imprevisão.
- Caso fortuito ou força maior
- Interferências imprevistas

 Álea Administrativa: é o fato imprevisível provocado pela Administração,


que altera o equilíbrio econômico financeiro do contrato. Aplica-se a Teoria
da Imprevisão
- Fato do Príncipe
- Fato da Administração
Revisão

- Em todos os casos poderá ocorrer a Rescisão

Suspensão

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Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
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TCERJ-ECG

5.1 Teoria da Imprevisão

Evento da natureza ou ato de


Caso fortuito ou
terceiro, de caráter extraordinário,
força maior imprevisível e inevitável
Teoria da imprevisão

Atos do Governo, de caráter geral,


que afetam o equilíbrio econômico
Fato do Príncipe do contrato. Ex. Aumento de tributos,
pacotes econômicos

Ação ou omissão do Poder Público


Fato da que incide direta/ indiretamente,
Administração retardando, impedindo ou
agravando a execução do contrato

São ocorrências preexistentes,


Interferências descobertas na execução, que
imprevisíveis oneram mas não impedem a
conclusão dos trabalhos

Em todos os casos o equilíbrio econômico é quebrado, precisando haver a revisão contratual.

TCERJ-ECG

5.2 Reajuste – Art. 40,XI e Art. 55,III

 É o instrumento para manutenção do equilíbrio frente a fato previsível,


comum ao negócio efetivado.
 Relacionado a variações dos custos de produção. O índice deve estar
previsto no contrato, não sendo passível de negociação entre as partes.
 Tem por objetivo repor perdas inflacionárias.
 A periodicidade é anual, a contar da data da apresentação da proposta.
 É nula cláusula que estabeleça disposição contrária. (Lei 9096/95, Art. 28.)
 Formalizado por apostilamento.

Jurisprudência:

O TCU analisou denúncia acerca de irregularidade na execução de contrato


consistente na previsão de reajuste indicando a possibilidade de negociação entre as
partes. O relator afirmou que “o estabelecimento dos critérios, data-base e
periodicidade de reajuste dos preços, tanto no edital quanto no instrumento
contratual, não constitui discricionariedade conferida ao gestor, mas imposição legal”,
entendendo cabível a expedição de ciência ao órgão licitador sobre a falha
apurada. O Plenário acolheu a proposta do relator e, entre outras medidas, deu
ciência à Administração acerca da seguinte impropriedade: “9.4.3. a previsão de
reajuste indicando a possibilidade de ‘negociação entre as partes’, verificada nos
Pregões Eletrônicos 29/2014 e 36/2016 e no Contrato 33/2016, não se coaduna com o
disposto nos artigos 40, inciso XI, e 55, inciso III, da Lei 8.666/93”. (Grifamos.) (TCU,
Acórdão nº 2.247/2017, Plenário, Rel. Min. Augusto Sherman Cavalcanti, j. em
04.10.2017.)

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

TCERJ-ECG

5.2 Reajuste

Jurisprudência:

O TCU afirmou que, conforme a jurisprudência pacífica do Tribunal, “é indevido


o pagamento de reajuste de preços resultante de atraso na execução
contratual, em razão de fatos imputáveis à contratada. Este ônus advindo do
atraso contratual deve recair sobre quem deu causa, não sendo razoável que a
Administração assuma um custo que não concorreu para tal”. (TCU, Acórdão nº
2.458/2012, Plenário, Rel. Min. José Jorge, j. em 11.09.2012.)

* Mais comum em obras e serviços de engenharia

TCERJ-ECG

5.3 Repactuação
É a forma de reajuste específica das prestações de serviços em que os custos do
objeto licitado envolvem, essencialmente, mão de obra.

É consequência dos aumentos salariais decorrentes de negociações coletivas


(art. 661 CLT)

É aplicável a contratos de serviços contínuos em que a mão de obra fica


disponível na unidade administrativa.

Deve haver previsão contratual e é cabível mediante solicitação da empresa


contratada

TCU considerou que a repactuação deve ocorrer a partir da data da


convenção que fundamentou o orçamento

9.1.3. no caso da primeira repactuação dos contratos de prestação de serviços de


natureza contínua, o prazo mínimo de um ano a que se refere o item 8.1 da Decisão
457/1995 - Plenário conta-se a partir da apresentação da proposta ou da data do
orçamento a que a proposta se referir, sendo que, nessa última hipótese, considera-se
como data do orçamento a data do acordo, convenção, dissídio coletivo de trabalho
ou equivalente que estipular o salário vigente à época da apresentação da proposta,
vedada a inclusão, por ocasião da repactuação, de antecipações e de benefícios
não previstos originariamente, nos termos do disposto no art. 5° do Decreto 2.271/97 e
do item 7.2 da IN/Mare 18/97; (Acórdão 1563/2004 - Plenário)

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
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Informativo 290.1 1. O instituto da repactuação de preços aplica-se apenas a contratos de serviços


continuados prestados com dedicação exclusiva da mão de obra. Observou o relator que, no voto
condutor do Acórdão 1.574/2015 Plenário, restou consignado que o instituto da repactuação “só se
aplica a serviços continuados prestados com dedicação exclusiva da mão de obra, isto é, mediante
cessão da mão de obra, o que não corresponde ao objeto da contratação a ser realizada pelo DPRF, eis
que se trata de serviços contínuos que não serão prestados mediante dedicação exclusiva da mão de
obra”. Nesse sentido, transcreveu excerto da fundamentação do citado precedente, no qual se afirma
que “a repactuação de preços, como espécie de reajuste contratual, deverá ser utilizada apenas nas
contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra, desde que seja
observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos quais a proposta se referir,
conforme estabelece o art. 5º do Decreto nº 2.271, de 1997”, e, explicando os institutos, se esclarece que
“o reajuste de preços é a reposição da perda do poder aquisitivo da moeda por meio do emprego de
índices de preços prefixados no contrato administrativo. Por sua vez, a repactuação, referente a
contratos de serviços contínuos, ocorre a partir da variação dos componentes dos custos do contrato,
devendo ser demonstrada analiticamente, de acordo com a Planilha de Custos e Formação de Preços”.
Destacou ainda o relator que o edital da contratação sob exame fez expressa alusão ao instituto do
reajuste de preços e não ao da repactuação. Ademais, finalizou, “a Lei 8.666/1993 prevê a possibilidade
de readequar a equação econômico-financeira dos contratos nas hipóteses de álea ordinária e
extraordinária. Na situação em tela, a primeira será efetuada por meio do reajuste de preços. A segunda
será realizada via reequilíbrio econômico-financeiro insculpido na alínea d do inciso II do art. 65 (instituto
da revisão ou do realinhamento de preços)”. Assim, ajustou a proposta de determinação ao DPRF, no
sentido de que a mencionada planilha fosse inserida nos autos do processo licitatório e utilizada “como
parâmetro para subsidiar futuros reajustes e/ou revisões de preço”, o que foi acolhido pelo Colegiado.
Acórdão 1488/2016 Plenário, Monitoramento, Relator Ministro Vital do Rêgo.

TCERJ-ECG

5.3 Repactuação
Preclusão lógica

O TCU entende que há preclusão lógica quando a contratada aceita a


prorrogação contratual sem questionar eventual direito a reajuste quanto a
período anterior à renovação da avença.

Jurisprudência:

A repactuação de preços não foi editada pelo Decreto nº 2.271/97 como figura
jurídica autônoma, mas como espécie de reajuste de preços, a qual, ao contrário de
valer-se da aplicação de índices de preços, adota apenas a efetiva alteração dos
custos contratuais. Desse modo, não há se falar em inconstitucionalidade quanto ao
aspecto previsto no artigo 84, inciso IV, da Constituição Federal. 4. Sendo a
repactuação contratual um direito que decorre de lei (artigo 40, inciso XI, da Lei nº
8.666/93) e, tendo a lei vigência imediata, forçoso reconhecer que não se trata, aqui,
de atribuição, ou não, de efeitos retroativos à repactuação de preços. A questão ora
posta diz respeito à atribuição de eficácia imediata à lei, que concede ao contratado
o direito de adequar os preços do contrato administrativo de serviços contínuos aos
novos preços de mercado. 5. A partir da data em que passou a viger as majorações
salariais da categoria profissional que deu ensejo à revisão, a contratada passou deter
o direito à repactuação de preços. Todavia, ao firmar o termo aditivo de prorrogação
contratual sem suscitar os novos valores pactuados no acordo coletivo, ratificando os
preços até então acordados, a contratada deixou de exercer o seu direito à
repactuação pretérita, dando azo à ocorrência de preclusão lógica. (TCU Acórdão
1827/2008 - Plenário)

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5.4 Correção monetária

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e


periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;

A incidência se inicia com o adimplemento da obrigação, que se efetiva com o


recebimento do objeto, e não com a apresentação da fatura.

TCERJ-ECG

6. Duração do Contrato – Art. 57

o Não existe contrato com prazo indeterminado (Art. 57, §1º)

o É necessário que existam recursos orçamentários que assegurem o


pagamento, nos termos do Art. 7º,§2º,III e 55, V;

o A regra é que o contrato tenha no máximo 12 meses.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência
dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
Para contratos de duração continuada, o TCU entende que
são 12 meses
Não existe necessidade de fixar a vigência coincidindo com o ano civil nos
contratos de serviços continuados cuja duração ultrapasse o exercício
financeiro em curso, uma vez que não pode ser confundido o conceito de
duração dos contratos administrativos (art. 57 da Lei nº 8.666/93) com a
condição de comprovação de existência de recursos orçamentários para o
pagamento de obrigações executadas no exercício financeiro em curso (art. 7º,
§ 2º, inc. III, da Lei nº 8.666/93), pois nada impede que contratos dessa natureza
tenham a vigência fixada para doze meses, ultrapassando o exercício financeiro
inicial, e os créditos orçamentários fiquem adstritos ao exercício financeiro em
que o termo contratual é pactuado, conforme dispõe o art. 30 e parágrafos do
Decreto nº 93.872/86. (TCU, Decisão nº 586/2002, 2ª Câmara, Rel. Min. Adylson
Martins Motta, DOU de 04.12.2002.)

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6. Duração do Contrato – Art. 57

o Exceções aos 12 meses

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas


no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

Requisitos:
a) Interesse da Administração
b) Previsão expressa no ato convocatório

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que


poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração,
limitada a sessenta meses;

Requisitos para a renovação:

a) Disposição contratual prevendo a possibilidade de renovação (no edital tb);


b) Interesse da Administração e da contratada (na contratada não está
obrigada a aceitar);
c) Comprovação de que o contratado mantém as mesmas condições de
habilitação;
d) Demonstração em pesquisa junto ao mercado que os preços contratados
permanecem vantajosos para a Administração.

TCERJ-ECG

6. Duração do Contrato – Art. 57

o Exceções aos 12 meses

e)Disponibilidade orçamentária;
f) Pretensão justificada e motivada por escrito em processo administrativo;
g) Autorização prévia da autoridade competente;

O TCU entende ser indispensável a “prática de consulta/pesquisa de preços de


mercado de modo a aferir se as condições e preços contratados continuam
mais vantajosos para a Administração, na forma preconizada no art. 57, inc. II,
da Lei 8.666/1993”. No mesmo sentido: Acórdão nº 1913/2006, 2ª Câmara. (TCU,
Acórdão nº 3.331/2008, 2ª Câmara, Rel. Min. André Luis de Carvalho, j. em
09.09.2008.)

Quando a Lei fala de “iguais e sucessivos períodos”, a melhor interpretação


aponta para a desnecessidade de repetição do período.

O §4º do Art. 57 permite, em caráter excepcional, devidamente justificado e


mediante autorização da autoridade superior, que o prazo de 60 meses para os
contratos de natureza continuada seja prorrogado por mais 12 meses.

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6. Duração do Contrato – Art. 57

o Exceções aos 12 meses

- “serviço” : dificuldade de diferenciar de “fornecimento”

Jurisprudência:

7.3 que, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/92, não faça constar nos
próximos contratos de prestação de serviço de fornecimento de passagens
aéreas a possibilidade da prorrogação da duração do mesmo por iguais e
sucessivos períodos de 12 (doze) meses, até o limite de 60 (sessenta) meses, de
acordo com o que prescreve o inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666/93, e nem
prorrogue, com base neste mesmo fundamento legal, o(s) contrato(s)
porventura em execução, em virtude do entendimento desta Corte de Contas
sobre a não configuração de serviços de prestação continuada, conforme
Acórdãos nºs 87/2000 e 206/2002, ambos da 2ª Câmara (TCU, Acórdão
2001/2009 - 2. Câmara)

Contratos por escopo: o contrato não se extingue pela mera ultrapassagem do


tempo, mas pela conclusão do objeto. De todo modo, um prazo deve ser fixado
e, caso ultrapassado sem a conclusão do objeto por culpa da contratada,
caberá a aplicação de sanções.

TCERJ-ECG

6. Duração do Contrato – Art. 57


o Exceções aos 12 meses

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática,


podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses
após o início da vigência do contrato;

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos
contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja
interesse da administração.

Contratações estratégicas
- Contratações que envolvam a segurança nacional;
- Aquisição de materiais para as forças armadas;
- Em contratos das Sociedades de Economia Mista e Empresas Pública com
suas subsidiárias;

Contrato de locação de imóvel em que a Administração é locatária


É contrato privado da Administração (art. 62, par. 3, I)
Não se limita aos limites do artigo 57, pois é contrato regido predominantemente
por regras de direito privado, Lei de Locações (Lei 8.245/91)

Orientação Normativa 06/2009 AGU


A vigência do contrato de locação de imóveis, no qual a administração pública é locatária,
rege-se pelo art. 51 da lei nº 8.245, de 1991, não estando sujeita ao limite máximo de sessenta
meses, estipulado pelo inc. II do art. 57, da lei nº 8.666, de 1993.

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6. Duração do Contrato – Art. 57

Vigência dos
Regra respectivos
Caput créditos
orçamentários

Projetos previstos
Duração do no PPA
contrato
Até 60 meses

Serviços Contínuos +12 meses


§4º - em
casos
Exceção
excepcionais
Aluguel de
equipamentos e
Até 48 meses
programas de
informática

Contratações Até 120


* Segurança nacional, forças armadas, complexidade estratégicas* meses
tecnológica e defesa nacional, inovação tecnológica

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6. Duração do Contrato – Art. 57

Art. 57 § 1º - Prorrogação

“Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega


admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada
a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra
algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;


II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das
partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho
por ordem e no interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites
permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua
ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou
retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais
aplicáveis aos responsáveis. “

** Qualquer que seja o tipo de contrato.

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6. Duração do Contrato – Art. 57

Prorrogação X Renovação:

Prorrogação: o principal elemento envolvido é a vigência contratual. O ato de


prorrogação permite que os prazos de início da execução, de conclusão ou
entrega sejam alterados (prorrogados), sem repercussão direta no valor
contratual. (Art. 57,§1º)

Renovação: quando um contrato de serviço contínuo é aditado por mais um


período, guardando as mesmas condições anteriormente pactuadas.
(Art. 57 e Incisos)

A contratada não tem direito adquirido à renovação contratual.

Jurisprudência

“Contrato de prestação de serviços. Renovação. Licitação. Como um dos


requisitos do serviço é a continuidade da sua prestação, a autarquia
previdenciária não precisa aguardar a extinção do contrato para abrir licitação
para que outro contrato se faça. Ao abrir licitação para celebrar novo contrato
de prestação de serviços, em substituição a outro prestes a expirar e não
convindo à Autarquia prorrogar indefinidamente o existente, não ocorre
violação do direito da contratada”. (TRF 2ª Região, Apelação em Mandado de
Segurança nº 92.02.09182-0/RJ, DJ de 06.07.1993.)

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6. Duração do Contrato – Art. 57

Renovação e limite de acréscimos: os limites de acréscimo ao contrato previstos


no artigo 65 se aplicam contando todas as renovações

Jurisprudência:

Em representação que trouxe à baila possível irregularidade relacionada à


possibilidade de prorrogar contratos de serviços contínuos (art. 57 da Lei nº
8.666/93) que já sofreram acréscimos, o Relator apontou que “o Contrato
(omissis) ainda poderia ser prorrogado (...), considerando-se o prazo estipulado
no art. 57, I, da Lei de Licitações. Isso porque apesar de ter sido realizado
aditamento que aumentou em 25% o seu quantitativo original, tal contrato
poderia sofrer novas prorrogações desde que fossem mantidos esses
quantitativos já acrescidos em 25%, não cabendo, isso sim, novos acréscimos.
Ou seja, as prorrogações poderiam ocorrer desde que mantidas as quantidades
previstas pela última alteração por meio de aditivo”. (Grifamos.) (TCU, Acórdão
nº 448/2011, Plenário, Rel. Min. Aroldo Cedraz, j. em 23.02.2011.)

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7. Extinção do Contrato

A extinção do contrato ocorrerá:

1) Cumprimento do objeto

É a extinção normal do contrato , cumprida regularmente as obrigações pelas partes.

2) Término do prazo

Extinção de pleno direito, quando em contratos de natureza continuada atinge-se o termo


final.

3) Impossibilidade Material ou Jurídica

Fato superveniente à contratação, que torna o objeto inatingível.


Condições jurídicas se alteraram (Falência da contratada ou morte do contratado)

4) Invalidação ou anulação

Vícios de legalidade que contaminam o contrato.


Ex. falta de prévia licitação

5) Rescisão

Fato superveniente decorrente de manifestação de vontade das partes . Pode ser amigável,
administrativa ou judicial.

TCERJ-ECG

7. Extinção do Contrato

Anulação X Rescisão

A anulação ocorre quando a Administração verifica que o contrato ou o edital


possuem vício insanável.

Pode opera efeitos retroativos , permitindo o questionamento da totalidade dos


pagamentos efetuados. Diferente da rescisão, que é “ex nunc”.

“Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera


retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de


indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela
for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que
não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu
causa.”

Art. 49, § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato,


ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

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7. Extinção do Contrato

Anulação X Rescisão

STJ, AgRg no RESP 1.394.161-SC)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONTRATO ADMINISTRATIVO. HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO. NULIDADE. CONTRATANTE QUE DEU CAUSA À
INVALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO. DEVER DE INDENIZAR AFASTADO. SÚMULA 83⁄STJ. REEXAME
DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INVIABILIDADE. SÚMULA 7⁄STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.
NÃO COMPROVAÇÃO.
1. O Tribunal a quo, em virtude da nulidade de contrato administrativo celebrado sem
realização de procedimento licitatório devido, afastou o dever de indenizar da Administração
ao entender que os agravantes deram causa à invalidação do instrumento.
2. No tocante à levantada contrariedade ao art. 22 da Lei 8906⁄94 e ao art. 59 da Lei 8666⁄93,
o acórdão recorrido harmoniza-se com a orientação pacífica do STJ de que não há o dever
de indenizar por parte da Administração nos casos de ocorrência de má-fé ou de ter o
contratado concorrido para a nulidade. Incidência da Súmula 83⁄STJ

TCERJ-ECG

8. Rescisão do Contrato – Art. 79

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos


enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior; (Rescisão Administrativa)
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da
licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;

a) Rescisão Administrativa

Ocorre por culpa do contratado. A Adm. pode rescindir sem que tenha que pagar
indenização ao particular. Art. 78, I a XII e XVII

• não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos (I);


• o cumprimento irregular (II);
• lentidão do seu cumprimento levando a impossibilidade da conclusão(III);
• atraso injustificado (IV);
• paralisação sem justa causa e prévia comunicação à Administração (V);
• subcontratação total ou parcial não admitidas no edital e no contrato (VI);
• desatendimento das determinações (VII);
• cometimento reiterado de faltas na sua execução (VIII);
• decretação de falência ou a instauração de insolvência civil (IX);
• a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado (X);
• alteração social ou modificação da finalidade / estrutura da empresa, que prejudique a
execução (XI);
• descumprimento da vedação à exploração de trabalho de menor (XVIII).

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8. Rescisão do Contrato – Art. 79


Consequência da rescisão Administrativa –Art. 80

I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se


encontrar, por ato próprio da Administração;

II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e


pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade,
na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e


dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos


causados à Administração.

TCERJ-ECG

8. Rescisão do Contrato – Art. 79


b) Rescisão Amigável

Quando houver acordo entre as partes e o interesse do particular for coincidente com o
interesse público no sentido de ser rescindido. (Distrato)

• razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas


e determinadas p/ máxima autoridade da esfera administrativa exaradas no
processo administrativo (XII);
• ocorrência de caso fortuito ou de força maior, comprovada, impeditiva da
execução (XVII).

c) Rescisão Judicial

Quando ocorre culpa da Administração (Art.78,XIII, XIV,XV,XVI)

• a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras,


acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no
§ 1o do art. 65 desta Lei;
• a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo
superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que
totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de
indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito
de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja
normalizada a situação;

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8. Rescisão do Contrato – Art. 79

• o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela


Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado
o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até
que seja normalizada a situação;
• a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para
execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem
como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

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8. Rescisão do Contrato – Art. 79

Observação - Suspensão da execução contratual

É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de


suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total,
salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica,
justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art.
26.

Quadro resumo

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Contratos Administrativos, Convênios,
Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
Setor (Lei 13.019/14)

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9. Termo de Aditamento
As modificações contratuais , quando permitidas em Lei , são formalizadas por
meio de termos de aditamento. Sempre na vigência do contrato.

 Termos Aditivos

- Alteração de prazo de execução - prorrogações


- Renovação de contrato cujo objeto é um serviço contínuo
- Acréscimos ou supressões no objeto
- Revisão contratual

 Termos de Re-Ratificação

Instrumento utilizado para formalizar as repactuações e outras modificações


menores.

O termo de aditamento deve ser numerado sequencialmente.

Exemplo: Primeiro Termo de Aditamento ao Contrato no 1/2010, Segundo Termo


de Aditamento ao Contrato no 1/2010, Terceiro Termo de Aditamento ao
Contrato no 1/2010.

Estão dispensadas de termo de aditamento as modificações que puderem ser


efetuadas por simples apostila. (art. 65, § 8º)

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10. Ata de Registro de Preço


Conjunto de procedimentos, necessariamente precedido de licitação, que tem
por objetivo registrar os preços para futuras contratações.

Inicialmente, previsto para compras, Lei 8.666/93, também pode ser utilizado
para serviços comuns, Lei 10.520/02.

Modalidade licitatória: Concorrência (artigo 15, §3º, I da Lei 8.666/93) e Pregão


(artigo 11 da Lei 10520/02)

Prazo da Ata é de 1 ano.

Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

II - ser processadas através de sistema de registro de preços;

1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração,


na imprensa oficial.

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Consórcios Públicos e Parcerias com Terceiro
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10. Ata de Registro de Preço

3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as


peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:

I - seleção feita mediante concorrência;

- estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;

III - validade do registro não superior a um ano.

§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as


contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios,
respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
preferência em igualdade de condições.

§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá


ser informatizado.

§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral
em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

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10. Ata de Registro de Preço

Objetivo:

Redução dos gastos com armazenamento e estoque;


Formação de banco de preços;

Características:

- Prazo de validade da ata: máximo de 1 ano

- Havendo contratação, antes do vencimento da Ata, poderão ser aplicadas


as regras previstas na Lei 8.666/93 para as alterações contratuais.

- Não gera qualquer compromisso efetivo de aquisição (Acórdão TCU 1279 -


Plenário);

- Não é modalidade licitatória;

-O beneficiário do registro tem preferência na contratação, nas mesmas


condições do edital, caso a Administração Pública opte por novo
certame;(§4º, artigo 15)

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10. Ata de Registro de Preço

- É admitido Registro de Preço para serviços contínuos: TCU e TCE (TCU


Acórdão 1737/12 - Plenário)

- Para obras e serviços de engenharia: Matéria controvertida.

STJ já admitiu (ROMS 15647)


TCU já vetou (Acórdão 296/07)

Publicação

Os preços registrados devem ser publicados trimestralmente na imprensa


oficial;(§2º)

O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível,


deverá ser informatizado; (§5º)

Figuras

Órgão Gerenciador, Participante e Carona.

OBRIGADA

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