Você está na página 1de 62

Unidade II: Classificação Doutrinária

2. Classificação
2.1 - Nominado / Inominado
2.2 - Consensual / Formal / Real / De Eficácia Real
2.3 - Principal / Acessório
2.4 - Comercial / Civil / Administrativo
2.5 - De Execução (Instantânea / de Trato Sucessivo / Diferida
no Futuro)
2.6 - Unilateral / Bilateral
2.7 - Oneroso / Gratuito
2.8 - Comutativo / Aleatório
2.9 - Preliminar / Definitivo
2.10 - Paritário / Adesão (Lei 8.078/90)
2.11 - Eletrônicos
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

CONTRATO INOMINADO/NOMINADO

Flávio Tartuce lembra que alguns doutrinadores apontam que


a expressão contratos atípicos seria sinônima de contratos
inominados, enquanto a expressão contratos típicos seria
sinônima de contratos nominados.

No entanto, existem diferenças entre os conceitos


expostos como sinônimos. As expressões contratos
nominados e inominados devem ser utilizadas quando
o nome da figura negocial constar ou não em lei.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Por outra lado, os termos contratos típicos e atípicos servem


para apontar se o contrato tem ou não um tratamento legal
mínimo.

Exemplo: O art. 1.º, parágrafo único, da Lei de Locação


(Lei 8.245/1991) ao prever as hipóteses de sua não
aplicação, faz menção ao contrato de garagem ou
estacionamento, nos seguintes termos: “Continuam
regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: a) as
locações: (...) 2. das vagas autônomas de garagem ou de
espaços de estacionamento de veículos”.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Percebe-se que o contrato de garagem ou estacionamento é


nominado, pois o seu nome consta em lei. Todavia, como não
há uma previsão legal mínima, trata-se de um contrato atípico.
Concluindo, o contrato em questão é nominado e atípico.

Contratos inominados são, pois, os que não têm denominação


própria. A rigor, tomada ao pé da letra, a expressão contrato
inominado equivaleria a contrato que não tem um nome no
ordenamento jurídico.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Contrato típico: aquele com uma previsão legal mínima, ou


seja, com um estatuto legal suficiente. Exemplos: compra e
venda, doação, locação, prestação de serviço, empreitada,
mútuo, comodato (contratos tipificados pelo Código Civil de
2002).

Contrato atípico: não há uma previsão legal mínima, como


ocorre com o contrato de garagem ou estacionamento. O art.
425 do CC dispõe que é lícita a criação de contratos atípicos,
desde que observados os preceitos gerais da codificação
privada, caso dos princípios da função social do contrato (art.
421 do CC) e da boa-fé objetiva.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

CONTRATO CONSENSUAL / FORMAL / REAL /


DE EFICÁCIA REAL

Consensual: aquele que tem aperfeiçoamento pela simples


manifestação de vontade das partes envolvidas. Exemplos:
compra e venda, a doação, a locação, o mandato, entre
outros.

Formal: aquele que exige qualquer formalidade, caso da forma


escrita. Exemplo: o contrato de fiança deve ser celebrado por
escrito (art. 819 do CC).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Real: apenas se aperfeiçoa com a entrega da coisa, de um


contratante para o outro. A efetiva entrega do objeto não é
fase executória, porém requisito da própria constituição do
ato. Exemplos: comodato, mútuo, contrato estimatório e
depósito. Nessas figuras contratuais, antes da entrega da
coisa tem-se apenas uma promessa de contratar e não um
contrato perfeito e acabado.

De Eficácia Real: além de gerar efeitos entre as partes,


produzem efeitos em relação a terceiros. Exemplo: Ao se
registrar o contrato de compra e venda de imóvel no Cartório
de Registro de Imóveis, ele adquire eficácia real. Isso significa
que a transferência de propriedade é oponível a terceiros.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CONTRATO PRINCIPAL E ACESSÓRIO
Principal (independente): existe por si só, não havendo
qualquer relação de dependência em relação a outro pacto.
Como exemplo: pode ser citado o contrato de locação de
imóvel urbano, regido pela Lei 8.245/1991. São os que têm
existência própria e não dependem, pois, de qualquer outro.

Acessório: aquele cuja validade depende de um outro


negócio, o contrato principal. O exemplo típico é o contrato de
fiança, que depende de outro, como, por exemplo, de um
contrato de locação de imóvel urbano. Diante do princípio da
gravitação jurídica, pelo qual o acessório segue o principal,
tudo o que ocorre no contrato principal repercute no
acessório. Nulo o principal, nulo será o acessório.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Todavia, deve ficar claro que o que ocorre no contrato


acessório não repercute no principal. Assim sendo, a nulidade
do contrato acessório não gera a nulidade do contrato
principal; a anulabilidade do contrato acessório não gera a
nulidade relativa do principal e assim de forma sucessiva.

A conclusão é retirada do art. 184 do CC, segundo o


qual “respeitada a intenção das partes, a invalidade
parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na
parte válida, se esta for separável; a invalidade da
obrigação principal implica a das obrigações
acessórias, mas a destas não induz a da obrigação
principal”.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Embora não esteja no programa da disciplina, um conceito de
grande importância para o Direito Civil contemporâneo é o de
CONTRATOS COLIGADOS, situação que, em regra, existe uma
independência entre os negócios jurídicos cujos efeitos estão
interligados. São os que se encontram ligados por um nexo
funcional. Mantém-se a individualidade dos contratos, mas as
variações, mudanças de um podem influir sobre o outro.

Contratos coligados são os que embora distintos, estão


ligados por uma cláusula acessória, implícita ou explícita.
Exemplos: contratos das distribuidoras de petróleo com os
postos de gasolina, que engloba, em geral, vários contratos
independentes interligados (fornecimento de combustível,
arrendamento das bombas, etc.)
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

COMERCIAL / CIVIL / ADMINISTRATIVO

Comercial: Estes contratos estão vinculados ao exercício da


atividade empresarial e são, em grande medida, regidos pelo
Código Civil, mas também pelo Código Comercial, embora
muitas das disposições deste último tenham sido absorvidas
ou superadas pelo Código Civil de 2002.

A diferenciação estrita entre contratos civis e comerciais tem


se tornado menos rígida com o tempo, em parte devido à
unificação legislativa trazida pelo Código Civil de 2002, que
incorporou muitas matérias tradicionalmente comerciais.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Civil: São aqueles regulados primariamente pelo Código Civil
(Lei nº 10.406/2002). Abrangem uma variedade de relações
entre particulares, como compra e venda, locação,
empréstimo, prestação de serviços, entre outros. O foco dos
contratos civis é a relação entre pessoas físicas ou jurídicas,
visando a regulamentar interesses privados.

Administrativos: são regulados principalmente pela Lei nº


8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos) e outras normativas
específicas do Direito Administrativo. São aqueles firmados
pela Administração Pública, seja União, Estados, Municípios,
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista, com particulares ou outras
entidades administrativas.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Possuem algumas particularidades, como a necessidade de


licitação prévia (salvo nas hipóteses de dispensa ou
inexigibilidade), cláusulas exorbitantes que conferem
prerrogativas à administração (como a alteração unilateral do
contrato), e o regime jurídico de direito público que os rege.

Têm como finalidade atender ao interesse público, e por isso,


são permeados por princípios tradicionais do Direito
Administrativo como legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. (LIMPE)
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
DE EXECUÇÃO (INSTANTÂNEA / DE TRATO SUCESSIVO /
DIFERIDA NO FUTURO)

Contrato instantâneo ou de execução imediata: é aquele que


tem aperfeiçoamento e cumprimento de imediato, caso de
uma compra e venda à vista. São os que se consumam num só
ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração.

Contrato de trato sucessivo (de execução continuada): tem o


cumprimento previsto de forma sucessiva ou periódica no
tempo. É o caso de uma compra e venda cujo pagamento deva
ser feito por meio de boleto bancário, com periodicidade
mensal, quinzenal, bimestral, trimestral ou qualquer outra
forma sucessiva. Exemplos: locação e financiamentos em
geral.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Contrato de execução diferida: tem o cumprimento previsto de


uma vez só no futuro. Exemplo: compra e venda pactuada com
pagamento por cheque pré ou pós-datado. São os que devem
ser cumpridos em um só ato, mas em momento futuro. Diferido
significa “adiado”, postergado.

Diferentemente dos contratos de execução continuada ou


sucessiva, onde as obrigações são cumpridas ao longo de
um período estipulado, o contrato de execução diferida
posterga a execução para uma data específica no futuro.
Outro exemplo poderia ser a compra de um bem em que se
acorda um pagamento único para uma data específica no
futuro, sem prestações intermediárias.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CONTRATO UNILATERAL E BILATERAL

Unilateral: é aquele em que apenas um dos contratantes


assume deveres em face do outro. Nos contratos unilaterais,
apesar da presença de duas vontades, apenas uma delas será
devedora, não havendo contraprestação. Criam obrigações
unicamente para uma das partes.

Exemplo: O contrato de doação pura é um exemplo


clássico. Aquele que doa (doador) tem a obrigação de
transferir um bem ou direito sem receber nada em troca,
enquanto a outra parte (donatário) apenas recebe o bem
ou direito, sem assumir nenhuma contraprestação ou
obrigação.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Não confunda com as declarações unilaterais de vontade,


portanto, atos unilaterais, que constituem fonte de
obrigações, ainda que decorrentes da vontade de uma única
parte. Por isso, unilateral.

A declaração unilateral de vontade é uma das fontes das


obrigações resultantes da vontade de uma só pessoa,
formando-se a partir do instante em que o agente se
manifesta com a intenção de se obrigar. Por isso, o exemplo
da “promessa de recompensa”. É alguém que se obriga
sozinho, não por meio de um contrato, mas sim, por atos
unilaterais. As hipóteses são descritas em lei. (Código Civil:
Título VII - Dos Atos Unilaterais – artigos 854 até 886).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Bilateral: os contratantes são simultânea e reciprocamente


credores e devedores uns dos outros, produzindo o negócio
direitos e deveres para ambos os envolvidos, de forma
proporcional.

O contrato bilateral é também denominado contrato


sinalagmático, pela presença do sinalagma, que é a
proporcionalidade das prestações (reciprocidade ou
interdependência entre as prestações das partes), eis que as
partes têm direitos e deveres entre si (relação obrigacional
complexa).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Por exemplo, no contrato de compra e venda (um tipo clássico


de contrato sinalagmático), o vendedor se compromete a
entregar um bem, e em contrapartida, o comprador se
compromete a pagar um determinado preço por ele.

Essa reciprocidade e interdependência de obrigações é


o que dá ao contrato bilateral seu caráter sinalagmático.
Em contraste, em um contrato unilateral, como já vimos,
apenas uma das partes assume uma obrigação,
enquanto a outra simplesmente recebe um benefício ou
direito sem contraprestação correspondente.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Embora não conste do programa da disciplina, importante


citar também o CONTRATO PLURILATERAL: que é aquele
envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres para
todos os envolvidos, na mesma proporção.

Exemplos: seguro de vida em grupo e o consórcio.


CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CONTRATO ONEROSO E GRATUITO

Oneroso: aquele que traz vantagem para ambos os


contratantes, pois estes sofrem o mencionado sacrifício
patrimonial (ideia de proveito alcançado). Ambas as partes
assumem deveres obrigacionais, havendo um direito subjetivo
de exigi-lo. Há uma prestação e uma contraprestação.
Exemplo: compra e venda.

Gratuito (benéfico): aquele que onera somente uma das


partes, proporcionando à outra uma vantagem sem qualquer
contraprestação. Deve ser observada a norma do art. 114 do
CC, que enuncia a interpretação restritiva dos negócios
benéficos. Exemplo: doação pura ou simples.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CONTRATO COMUTATIVO E ALEATÓRIO
Comutativo: é aquele em que as partes já sabem quais são as
prestações, ou seja, essas são conhecidas ou pré-estimadas.
São os de prestações certas e determinadas, porque não
envolvem nenhum risco. As partes podem antever as
vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem,
decorrentes de sua celebração.

A compra e venda, por exemplo, é, em regra, um contrato


comutativo, pois o vendedor sabe qual o preço a ser pago e
o comprador qual é a coisa a ser entregue. Também é
contrato comutativo o contrato de locação, pois as partes
sabem o que será cedido para locação e qual o valor do
aluguel.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Aleatório: a prestação de uma das partes não é conhecida


com exatidão no momento da celebração do negócio jurídico
pelo fato de depender da sorte, da álea, do risco, que é um
fator desconhecido.

O Código Civil de 2002 trata dos contratos aleatórios nos arts.


458 a 461. Alguns negócios são aleatórios devido à sua
própria natureza, caso dos contratos de seguro e de jogo e
aposta. Em outros casos, contudo, o contrato é aleatório em
virtude da existência de um elemento acidental, que torna a
coisa ou o objeto incerto quanto à sua existência ou
quantidade, como ocorre na compra e venda de uma colheita
futura.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Contrato aleatório, portanto, é o bilateral e oneroso em que


pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem
que receberá, em troca da prestação fornecida. Caracteriza-
se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para as duas
partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir.
É que a perda ou lucro dependem de um fato futuro e
imprevisível.

Se é certo que em todo contrato há um risco, pode-se


contudo dizer que no contrato aleatório este é da sua
essência. O risco de perder ou de ganhar pode ser de um
ou de ambos; mas a incerteza do evento tem de ser dos
contratantes, sob pena de não subsistir a obrigação.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

O CC/2002 consagra duas formas básicas de contratos


aleatórios:

Contrato aleatório “EMPTIO SPEI”: um dos contratantes toma


para si o risco relativo à própria existência da coisa, sendo
ajustado um determinado preço, que será devido
integralmente, mesmo que a coisa não exista no futuro, desde
que não haja dolo ou culpa da outra parte (art. 458 do CC). O
risco é maior. Como exemplo: imagine-se que alguém propõe a
um pescador uma compra aleatória de peixes, pagando R$
100,00 por qualquer quantidade obtida em uma hora no mar,
inclusive se nada for pescado.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Contrato aleatório “EMPTIO REI SPERATAE”: se o risco versar
somente em relação à quantidade da coisa comprada, pois foi
fixado pelas partes um mínimo como objeto do negócio (art.
459 do CC). Nesse contrato o risco, apesar de existente, é
menor. Em casos tais, a parte terá direito a todo o preço,
desde que de sua parte não tenha concorrido com culpa,
ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à
esperada. Mas, se a coisa não vier a existir, alienação não
haverá, e o alienante deverá devolver o preço recebido (art.
459, parágrafo único, do Código Civil). No mesmo exemplo da
compra de peixes: a proposta ao pescador é de R$ 200,00 por
uma hora no mar. Porém, o comprador fixa uma quantidade
mínima de dez peixes que devem ser pescados, ou seja, um
montante mínimo para o contrato.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CONTRATO PRELIMINAR E DEFINITIVO

Preliminar: Contrato preliminar ou pré-contrato (pactum de


contrahendo) – negócio que tende à celebração de outro no
futuro. Ambas as partes ou uma delas se compromete a
celebrar mais tarde outro contrato, que será contrato
principal. O contrato preliminar é, também, denominado pré-
contrato. Tem sempre por objeto a efetivação de um contrato
definitivo.

Embora possa ter por objeto a celebração de qualquer


espécie de contrato definitivo, é mais comum a sua
utilização como contrato preliminar de compra e venda
ou promessa de compra e venda.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Exemplo: compromisso de compra e venda de imóvel. O
instituto está tratado entre os arts. 462 e 466 do CC.

(*) Observação: A fase das negociações ou tratativas


preliminares (fase da puntuação) antecede à realização do
contrato preliminar e com este não se confunde, pois não gera
direitos e obrigações. Nela os interessados em negociar
entabulam conversações e estudos, mas podem afastar-se,
simplesmente alegando desinteresse, sem responder por
perdas e danos. Tal responsabilidade somente advirá se ficar
demonstrada a deliberada intenção de prejudicar o outro
contratante, com a falsa manifestação de interesse, para levá-
lo, por exemplo, a perder outro negócio ou realizar despesas,
configurando hipótese de ato ilícito (CC, art. 186).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Definitivo: não têm qualquer dependência futura, no aspecto


temporal. É o contrato que concretiza a relação jurídica
principal pretendida pelas partes, trazendo os termos e
condições finais e completos dessa relação.

Se originado de um contrato preliminar, o contrato


definitivo concretiza as bases e condições previamente
acordadas. Este contrato produz todos os efeitos
jurídicos e obrigações que as partes desejam instituir,
sendo o instrumento final e completo da relação
contratual. O contrato definitivo é o instrumento que
efetivamente materializa e formaliza a relação jurídica
principal pretendida pelas partes.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CONTRATO PARITÁRIO E POR ADESÃO

Paritário: também chamado de negociado. É aquele em que o


conteúdo é plenamente discutido entre as partes, o que
constitui raridade no atual momento contratual. De toda sorte,
muitos contratos celebrados entre grandes empresas
assumem essa forma, estando sujeitos à nova Lei da
Liberdade Econômica (Lei nº 13.874/2019 - art. 3.º, inc. VIII),
em muitas de suas previsões, bem como ao art. 421-A (Código
Civil).

As partes discutem livremente as condições. Nessa


modalidade há uma fase de negociações preliminares, na qual
as partes, discutem as cláusulas e condições do negócio.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

A realidade fática demonstra que os contratos paritários são


exceção na nossa realidade contratual, e não a regra. Há
também a ressalva dos regimes jurídicos previstos em leis
especiais, como é o caso do CDC (Código de Defesa do
Consumidor) – em que há a presunção de vulnerabilidade do
consumidor, nos termos do seu art. 4.º, inc. III, a ensejar a
dedução de que se trata de um contrato de adesão, por regra.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

De Adesão: Contratos de adesão são os que não permitem a


liberdade que acabamos de estudar nos “paritários”, devido à
preponderância da vontade de um dos contratantes, que
elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo de
contrato previamente confeccionado, não podendo modificá-
las: aceita-as ou rejeita-as, de forma pura e simples, e em
bloco, afastada qualquer alternativa de discussão.

Uma parte, o estipulante, impõe o conteúdo negocial,


restando à outra parte, o aderente, duas opções: aceitar ou
não o conteúdo desse negócio.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Para Flávio Tartuce, o conceito deve ser visto em sentido


amplo, de modo a englobar todas as figuras negociais em que
as cláusulas são preestabelecidas ou predispostas, caso do
contrato-tipo e do contrato formulário, figuras negociais em
que as cláusulas são predeterminadas até mesmo por um
terceiro, como exemplo os contratos padrão de locação de
imóvel vendidos em papelarias e pela Internet.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

O Código de Defesa do Consumidor cuidou de definir o


contrato de adesão no seu art. 54:

“Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido


aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços,
sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo”.

Apesar do conceito pelo CDC, no entanto, o contrato de


adesão não necessariamente será sempre de consumo. O
Código Civil de 2002 protege o aderente como vulnerável em
dois dispositivos (arts. 423 e 424).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Essa proteção foi ampliada pela Lei da Liberdade Econômica


(Lei nº 13.874/2019 - art. 113, § 1.º, inc. IV), que inseriu no
sistema outra regra, aplicada aos negócios jurídicos em geral,
de interpretação contra aquele que elaborou a cláusula
inserida no negócio.

Tendo em vista que o contrato de adesão é integralmente


elaborado por uma das partes, economicamente mais
poderosa, e que o aderente limita-se a aderir às cláusulas
preestabelecidas, sem poder discuti-las, é dever redigi-las
com clareza, precisão e simplicidade.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Carlos Roberto Gonçalves faz uma distinção em relação a uma


espécie de contrato que, segundo ele, se aproxima do
contrato de adesão e que se denomina contrato-tipo ou
contrato de massa, em série ou por formulários.

A afinidade com o contrato de adesão reside no fato de ser


apresentado por um dos contraentes, em fórmula impressa ao
outro, que se limita a subscrevê-lo. Mas dele difere porque
admite discussão sobre o seu conteúdo. No contrato-tipo as
cláusulas não são impostas por uma parte à outra, mas
apenas pré-redigidas. Em geral, são deixados claros, a serem
preenchidos pelo concurso de vontades.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Além disso, os contratos de adesão são endereçados a um


número indeterminado e desconhecido de pessoas, enquanto
os contratos-tipo destinam-se a pessoas ou grupos
identificáveis. Podem ser acrescentadas, às impressas,
cláusulas digitadas ou manuscritas.

Na visão de Caio Mário, o contrato-tipo não resulta de


cláusulas impostas, mas simplesmente pré-redigidas, às quais
a outra parte não se limita a aderir, mas que efetivamente
aceita, conhecendo-as, as quais, por isso mesmo, são
suscetíveis de alteração ou cancelamento, por via de
cláusulas substitutivas.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Mas a questão é, esses espaços em branco que poderiam ser
negociados entre partes tratam de parte substancial do
contrato? Muitas vezes não. Essa visão sobre a situação
contratual atual, pode não representar a realidade, sendo
certo que muitas vezes esses contratos são considerados de
adesão, já que à parte foi oferecida a possibilidade de alterar
e/ou discutir parte não substancial do contrato.

Até que ponto a mera possibilidade de alterar cláusulas


não substanciais de um contrato-tipo o distingue, de fato,
de um contrato de adesão? E quando essa possibilidade
de alteração é meramente ilusória ou cosmética,
podemos realmente considerar que há uma negociação
genuína entre as partes?
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Natureza das Cláusulas Alteráveis: Se os espaços em branco


ou as cláusulas negociáveis em um contrato-tipo referem-se
apenas a detalhes periféricos ou não essenciais, pode-se
argumentar que, na prática, esse contrato não é muito
diferente de um contrato de adesão. A possibilidade de
negociar ou modificar aspectos não cruciais do contrato pode
ser vista como uma mera formalidade, sem que haja uma real
autonomia das partes.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Realidade Prática x Teoria Jurídica: A teoria jurídica, por


vezes, busca categorizar e criar distinções precisas para
facilitar a compreensão e aplicação do direito. No entanto, a
realidade prática pode desafiar essas categorizações. A
verdadeira natureza de um contrato pode não ser facilmente
discernível pela sua forma, mas sim pela substância e pelas
dinâmicas reais de poder e negociação entre as partes.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Dinâmica de Massificação: A massificação das relações


contratuais, a complexidade dos produtos e serviços
modernos e a disparidade de informações muitas vezes
limitam a capacidade do contratante médio de efetivamente
negociar e entender todos os termos de um contrato. Isso
desafia a ideia clássica de contrato como um encontro de
vontades e torna ainda mais crucial a necessidade de
proteger os interesses do contratante mais vulnerável.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Em suma, a distinção teórica entre contrato de adesão e


contrato-tipo é útil, mas deve ser aplicada com cautela e
sensibilidade à realidade prática das relações contratuais
modernas.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
CONTRATOS ELETRÔNICOS

(*) Livro adotado: REBOUÇAS, Rodrigo Fernandes. Contratos


eletrônicos: formação e validade (aplicações práticas). 2. ed.
rev. e ampl. São Paulo: Almedina, 2018.

Conceito: Contrato eletrônico é aquele realizado pela


manifestação de vontade, das posições jurídicas ativa e
passiva, expressada por meio (forma) eletrônico no momento
de sua formação. Portanto, a manifestação de vontade por
meio eletrônico sobrepõe a sua instrumentalização, de
maneira que não é uma nova categoria contratual, mas sim,
forma de contratação por manifestação da vontade
expressada pelo meio eletrônico.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

As fases pré-contratual, de execução do contrato ou pós-


contratual, poderão ser realizadas pelo meio (forma)
eletrônico ou não, sendo indiferentes para a sua
caracterização.

O contrato eletrônico poderá ser formado, indistintamente,


entre presentes ou ausentes ou ainda pela manifestação de
vontade previamente externada pelas respectivas posições
jurídicas com execução automatizada e sem a direta
interferência do sujeito de direito no ato de sua formação, sem
que isso o descaracterize.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

O vigente ordenamento aplicável aos contratos em geral e, em


especial, toda a teoria geral dos contratos, são instrumentos e
“ferramentas” disponíveis aos operadores do direito e à
sociedade como um todo, suficientes para regular e gerar
segurança jurídica aos denominados contratos eletrônicos,
devendo apenas, em situações que demandem maior
segurança jurídica (tais como os negócios jurídicos de direito
real), verificar a necessidade de um regramento específico.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Quanto às formas de contratação por meio eletrônico, temos:

- Contratações interpessoais
- Contratações interativas
- Contratações intersistêmicas
- “Smart contracts”

INTERPESSOAIS: são essencialmente caracterizadas pela


necessidade de ação humana de forma direta, envolvendo os
momentos da oferta ou da proposta e o momento do aceite ou
da nova proposta (contraproposta).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

As contratações interpessoais são usualmente realizadas por


troca de correspondência eletrônica (contrato “entre
ausentes”), por meio de chats ou sistemas de mensageria
instantânea (contrato “entre presentes”) e atualmente
podemos também pensar nas situações envolvendo redes
sociais (Instagram, por ex.) que dependendo da forma com
que é utilizada poderá ser configurada como contrato “entre
presentes” ou “entre ausentes”.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

INTERATIVAS: podemos caracterizar tal modalidade de


negócio jurídico como aquele em que a sua formação ocorre
com a interação de um agente (sujeito de direito) e um site, um
aplicativo ou outra forma sistêmica (sistema de computador),
normalmente caracterizando uma loja virtual de determinado
estabelecimento de uma sociedade empresária. Há a
interação, ou melhor, a interatividade entre a pessoa natural
(agindo em nome próprio ou representando uma pessoa
jurídica) e uma automatização do comércio eletrônico.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

INTERSISTÊMICAS: tal forma de contratação ocorre nas


hipóteses em que são realizadas operações de compra e
venda, por exemplo, de forma automatizada entre um
distribuidor e o produtor. Ou seja, são hipóteses em que houve
uma prévia programação pelos representantes legais de cada
uma das sociedades empresárias ou do próprio consumidor,
no sentido de que ao realizar a venda de um produto para a
outra parte, ou para o consumidor, o sistema irá
automaticamente realizar a baixa de tal produto no estoque e,
havendo necessidade, emitirá uma ordem automática de
compra junto ao produtor para a reposição dos níveis do
estoque.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

“SMART CONTRACTS”: São caracterizados por uma prévia


programação de dados, atualmente utilizando linguagens de
programação que possam garantir a inviolabilidade por um
sistema de criptografia e verificação pública, tal como se dá
com o Blockchain. Uma vez realizada a prévia programação
de todo o instrumento contratual e respectivos direitos e
obrigações das partes (fase interpessoal), os quais serão
eletronicamente verificados tal como o pagamento e/ou a
entrega de determinado bem ou serviço, haverá a automática
execução eletrônica de todas as demais obrigações
contratuais, tais como a liberação de garantias, pagamento do
preço, remessa do produto ao comprador, etc. (fase
intersistêmica).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
ASSINATURAS DIGITAIS (ELETRÔNICAS)

Inicialmente deve-se ter em mente que a assinatura digital não


se confunde com a assinatura digitalizada. A assinatura
digitalizada é o resultado da reprodução eletrônica de uma
assinatura física do sujeito de direito, que será inserida em um
documento eletrônico, em uma correspondência eletrônica
etc.

Para os efeitos deste estudo, esta assinatura digitalizada


não possui qualquer valor probante de um contrato e da
vinculação das partes, já que poderá ser fruto de fraude
ou utilização indevida de uma imagem digital de uma
assinatura física.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
STJ: De acordo com a jurisprudência desta Corte Superior, “a assinatura
digitalizada ou escaneada não se confunde com a assinatura digital
baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora
credenciada" (AgInt no AREsp 1.691.485/PE, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, Terceira Turma, julgado em 19/10/2020, DJe 21/10/2020).
Hipótese em que a agravante, mesmo devidamente intimada para
regularizar sua representação processual quanto à assinatura
digitalizada e à ausência de procuração outorgando poderes a um dos
subscritores da peça recursal, juntou substabelecimento, mais uma vez,
sem a assinatura original, ou seja, tanto a peça recursal quanto o
substabelecimento juntado para sanar o vício anterior foram assinados
de forma digitalizada, o que atrai o enunciado da Súmula 115 do STJ, "na
instância especial, é inexistente recurso interposto por advogado sem
procuração nos autos." 3. Agravo interno desprovido. (STJ - AgInt no
AREsp: 1922884 RS 2021/0192226-8, Relator: Ministro GURGEL DE
FARIA, Data de Julgamento: 14/03/2022, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 22/03/2022)
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
A assinatura digital consiste em uma forma de garantir a
integridade de determinado documento eletrônico, pelo
emprego de métodos de criptografia e utilização de “chaves”
(códigos) públicas e privadas. Trata-se de um esquema que
permite a uma entidade dotada de uma ‘chave’, reconhecer e
autenticar uma sequência digital proveniente do autor de uma
correspondência eletrônica, de modo a autenticá-la.

Porém, a assinatura digital não é suficiente para o


reconhecimento quanto ao seu emitente, não caracteriza uma
forma segura de confirmação da representação e de possíveis
fraudes. A solução para esta questão está na utilização de
certificado digital. A certificação é feita por uma terceira parte
(entidade certificadora), que confirma a identidade do autor.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

A assinatura em formato eletrônico só pode ser equiparada à


manuscrita nos termos do que é determinado pela Medida
Provisória nº 2.200-2/2001. Como é sabido, no direito
brasileiro, só é possível ter os mesmos efeitos da assinatura
manuscrita de próprio punho – aquela assinatura em formato
eletrônico aposta com base em certificado digital emitido por
uma das autoridades certificadoras que compõe a ICP-Brasil
(Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Antes da Emenda Constitucional nº 32 de 2001, não havia
limitação para a reedição de Medidas Provisórias (MP). Isso
significa que uma MP que não fosse convertida em lei no
prazo poderia ser reeditada indefinidamente. A MP 2.200-
2/2001 é uma dessas medidas que foram reeditadas diversas
vezes e, por isso, nunca "expirou". Com a Emenda
Constitucional nº 32, reedições sucessivas de MPs foram
proibidas, mas as MPs que já haviam sido reeditadas até então
mantiveram sua validade.

Após EC 32/2001: Medidas Provisórias são instrumentos com força de lei,


adotados pelo Presidente da República em casos de relevância e urgência.
Elas possuem validade de 60 dias, prorrogáveis por igual período. Contudo,
para que tenham efeito de lei permanentemente, é necessário que o
Congresso Nacional as converta em lei. Caso o Congresso não se manifeste
dentro desse prazo, a MP perde sua eficácia.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Art. 1º Fica instituída a Infra-Estrutura de Chaves Públicas


Brasileira - ICP-Brasil, para garantir a autenticidade, a
integridade e a validade jurídica de documentos em forma
eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações
habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a
realização de transações eletrônicas seguras.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Art. 10. Consideram-se documentos públicos ou particulares,


para todos os fins legais, os documentos eletrônicos de que
trata esta Medida Provisória.

§ 1º As declarações constantes dos documentos em forma


eletrônica produzidos com a utilização de processo de
certificação disponibilizado pela ICP-Brasil presumem-se
verdadeiros em relação aos signatários, na forma do art. 131
da Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil. (atual
Art. 219 (Código Civil 2002). “As declarações constantes de
documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação
aos signatários”)
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

§ 2º O disposto nesta Medida Provisória não obsta a utilização


de outro meio de comprovação da autoria e integridade de
documentos em forma eletrônica, inclusive os que utilizem
certificados não emitidos pela ICP-Brasil, desde que admitido
pelas partes como válido ou aceito pela pessoa a quem for
oposto o documento.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Os contratos eletrônicos e o comércio eletrônico no Brasil são


regulados por uma combinação de leis específicas e leis
gerais. Abaixo segue uma pequena lista não exaustiva de
legislação aplicável:

- Medida Provisória nº 2.200-2/2001


- Decreto nº 7.962/2013 – Comércio Eletrônico
- Marco Civil da Internet - Lei nº 12.965/2014
- Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) - Lei nº 13.709/2018
- Código Civil de 2002
- Código de Defesa do Consumidor
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

É direito básico do consumidor a simetria entre o contrato e o


distrato (art. 6º, inc. II, CDC). O consumidor deve ter a mesma
facilidade para contratar como para cancelar.

O Poder Judiciário já decidiu favoravelmente ao


consumidor contra o fornecedor que exigia uma série de
formalidades, como a remessa de correspondência via
correio com aviso de recebimento para proceder com o
distrato – ao passo que – para a contratação, exigia do
consumidor apenas um “clique” no site.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

- O consumidor precisa ter meios para corrigir seus erros e desfazer


o negócio.

- O consumidor deve ter tanto a mesma facilidade para contratar


como para cancelar.

- Ocorrendo vazamento de dados, o fornecedor deve ter a obrigação


de informar amplamente às autoridades competentes e aos
consumidores. (cf. LGPD)

- A segurança do meio eletrônico colocado à disposição do


consumidor deve ser risco profissional do fornecedor.

- A linguagem nos meios eletrônicos pode acarretar, com maior


frequência, erro na contratação ou na expressão da vontade.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Cláudia Lima Marques: “O meio eletrônico não pode ser um


meio de "desinformação" e de simples "manipulação dos
consumidores", levados a uma contratação impensada por
simples cliques, como animais em um brete, que para chegar
ao texto contratual têm que entrar naquela contratação e
depois dela se arrepender. Tratar com lealdade e respeito o
seu futuro consumidor é aqui um modo de minimizar o nível de
arrependimentos. [...] MEHRING ainda chama atenção para o
"tamanho" do contrato eletrônico ou das condições gerais de
venda. Criticando decisão do Tribunal de Colônia – que
considerara vinculantes sete "telas" do computador com
cláusulas gerais contratuais - pondera que a abundância de
informação vinculante é também uma forma nova de abuso.”

Você também pode gostar